televisão, cinema e mídias eletrônicas
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regionais na rede Emissoras investem na Internet para se aproximar da audiência e garantir novas receitas publicitárias
mercado Distribuidoras apostam no filão de filmes sobre futebol
televisão RedeTV! prepara nova sede para dramaturgia e web
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VENHA CONHECER TODAS AS NOVIDADES DA SONY NA BROADCAST & CABLE. VOCÊ VAI SE SURPREENDER.
É SUCESSO. É SONY. Mais uma vez a Sony chega com inovações na Broadcast & Cable 2009. Nessa 18a edição, você vai ter a oportunidade de conhecer uma linha completa de produtos e tecnologia para captação e produção de imagens em alta definição. Camcorders, VTRs, switchers, monitores, soluções em rede para jornalismo, mídias profissionais e muito mais. BROADCAST & CABLE 2009 – 18a EDIÇÃO 26 A 28 DE AGOSTO DE 2009, DAS 12h ÀS 20h CENTRO DE EXPOSIÇÕES IMIGRANTES
Foto: marcelo kahn
(editorial ) Presidente Diretores Editoriais Diretor Comercial Diretor Financeiro
Rubens Glasberg André Mermelstein Claudiney Santos Samuel Possebon (Brasília) Manoel Fernandez Otavio Jardanovski
André Mermelstein
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Mídia para a massa
O Editor
André Mermelstein
Editor Tela Viva News
Fernando Lauterjung
Redação
Ana Carolina Barbosa Daniele Frederico Samuel Possebon
Coordenadora de Projetos Especiais Arte
Departamento Comercial
Letícia Cordeiro Carlos Edmur Cason (Direção de Arte) Debora Harue Torigoe (Assistente) Rubens Jardim (Produção Gráfica) Geraldo José Nogueira (Editoração Eletrônica) Alexandre Barros (Colaborador) Bárbara Cason (Colaboradora) Manoel Fernandez (Diretor) Fernando Espíndola (Gerente de Negócios) Patricia Linger (Gerente de Negócios) Ivaneti Longo (Assistente)
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Gerente de Marketing
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mercado de TV aberta assistiu nas últimas semanas a uma briga de bastidores entre Record e SBT pelo “passe” de artistas e apresentadores. O tiro da Record, a contratação de Gugu, até então um dos ícones do SBT, acabou de alguma forma saindo pela culatra. A emissora de Silvio Santos acabou levando da concorrente o publicitário Roberto Justus (um dos maiores faturamentos da TV do bispo Macedo) e a apresentadora Eliana. Pior: fez a Record correr para renovar os contratos com seus demais talentos, muitas vezes com reajustes bem maiores que os de anos anteriores. Esta movimentação, nas redes que ocupam intermitentemente o segundo e terceiro lugar na audiência, leva a pensar o quanto valem realmente estes personagens. E a resposta por enquanto é: muito. A TV aberta ainda é o grande veículo de massas do Brasil. A Internet vem crescendo rapidamente, é verdade. O número de usuários no país já passa os 60 milhões. Mas os fenômenos de massa, mesmo na rede online, continuam em boa parte atrelados a seu sucesso nas ondas da TV aberta, ou, de forma mais ampla, na mídia tradicional. Não é à toa que os brasileiros mais seguidos no Twitter sejam figuras da TV, como os apresentadores Luciano Huck ou Marcelo Tas e seus colegas do “CQC”, e que os blogs mais populares sejam os de colunistas ligados a grandes emissoras, rádios ou jornais. Ou que o site novo da RedeTV, a quinta emissora em audiência, tenha tido 350 mil acessos apenas durante a exibição ao vivo do “Pânico na TV”. Esta diferença se reflete ainda no share de cada veículo no bolo publicitário. A TV continua levando mais de 60% do total, mesmo com o crescimento exponencial da web. Há conteúdos excelentes na Internet. Mas a diversidade da rede é também, de alguma forma, seu maior obstáculo: é muito mais difícil para um personagem ou conteúdo nascido na web migrar para a TV do que o caminho contrário. O grande desafio da produção 100% online é se destacar e ganhar as massas sem depender de veículos de mass media. Em outras palavras: para brigar pela publicidade de verdade, não basta a Internet estar massificada. Ela tem, de alguma forma, que gerar o retorno que as mídias de massa ainda conseguem dar. Que isso vai acontecer, não há dúvida. Mas talvez a “morte” da mídia tradicional como fenômeno de massa não seja tão rápida quanto se imagina.
capa: Editoria de arte/converge
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(índice )
( cartas) Forum Brasil Foi realmente muito produtiva a minha participação no 10º Forum Brasil. Fiz acordos de produção com três emissoras de seu país e, além disso, demos início à rede de televisão pública, que começa com o acordo de TV Brasil e a ECTV de Equador, que represento. O evento foi uma oportunidade de conhecer conteúdos de várias regiões do mundo e a possibilidade de iniciar negócios com muitas delas. Flor Maria, da ECTV, do Equador
Web regional
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Scanner Figuras Política
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Grupos de mídia locais investem na Internet
Queria dizer que nossa participação no Forum Brasil foi excelente. Os produtores ficaram realmente entusiasmados e fizeram muitos contatos. Lucila Bortagaray, Audiovisual Uruguay
Foi um prazer para nós participar do Forum Brasil. Além de uma grande experiência, foi uma plataforma de lançamento para novos negócios em nossa companhia. Melissa Ortega, Zona A Entertainment, EUA
Impasse sobre verbas e regimento emperram Confecom
Entrevista
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Manoel Rangel aponta desafios para a nova etapa da Ancine
Audiência Making of Mercado
Capa Muito boa a colocação de produtores na matéria de capa da última TELA VIVA. Agora que estamos conquistando mais espaço nos canais, abertos e fechados, precisamos colocar em pauta a questão dos direitos. Tarso Marangoni, Vitória
Cinema encontra público fiel entre fanáticos por futebol
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Mercado Ainda é muito nebulosa esta questão de vídeos online. Acredito que por mais que o mercado publicitário dê mais atenção a este fenômeno, só mesmo um mix de receitas, incluindo assinatura, pode sustentar esta oferta. Marcelo Lopes, Pelotas
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Case
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Curta produzido para a RBS vira série de animação no Nickelodeon
Televisão
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RedeTV! constroi nova sede para abrigar estrutura maior
Tela Viva edita as cartas recebidas, para adequá-las a este espaço, procurando manter a máxima fidelidade ao seu conteúdo. Envie suas críticas, comentários e sugestões para cartas.telaviva@convergecom.com.br
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Acompanhe as notícias mais recentes do mercado
telavivanews www.telaviva.com.br 4
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A Abril venceu a disputa que mantinha com a Sky no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) desde o ano passado e a operadora de TV por assinatura terá que retomar a transmissão do canal MTV. Em junho do ano passado, a Sky tirou a MTV do ar alegando não ter chegado a um acordo para a renovação do contrato de transmissão, vencido no fim de 2007. Mas, para o Cade, a decisão feriu a lista de restrições impostas para aprovação da compra da DirecTV pela Sky. Isso porque a decisão sobre a compra previa, entre outras restrições, a manutenção da grade de programação tal qual a exibida em 24 de maio de 2006 (data da decisão) pelo período de três anos. O canal deverá ficar no ar por um ano, de acordo com a decisão, período este correspondente ao tempo que ficou faltando para completar os três anos de restrição à mudança da programação. O Cade também reforçou a determinação de que a Sky pague à Abril “a mesma receita mensal por ela auferida no contrato com a DirecTV em vigor à data da decisão”. O órgão antitruste, no entanto, não impediu que a Sky e a Abril fechem um novo acordo sobre o contrato André Mantovani, do Grupo de transmissão do canal Abril: Cade obrigou Sky a MTV. Caso isso ocorra, retomar a transmissão do as determinações canal MTV. perdem a validade já que um novo acordo pressupõe condições melhores para as partes. Segundo o diretor de canais da Abril, André Mantovani, a empresa espera chegar a um acordo com a Sky. Não houve estabelecimento de multa pela infração da Sky. No entanto, se este novo despacho não for cumprido, o Cade definiu multa diária de R$ 10,64 mil à Sky, “sem prejuízo de eventual revisão da aprovação da operação”. Ou seja, uma segunda infração pode fazer com que o Cade retire a aprovação à compra da DirecTV. Fim de partida A Abril anunciou também a descontinuação dos canais FizTV e Ideal no final de junho pela “dificuldade em romper uma barreira praticamente intransponível que existe no Brasil para a distribuição de canais pagos”. Os canais foram o pivô da briga que levou a Sky a cancelar o contrato com a Abril. Com distribuição restrita à TVA e operações menores, os canais não sobreviveram.
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O pesquisador Antonio Leão da Silva Neto lançou a segunda edição revista e atualizada de seu “Dicionário de Filmes Brasileiros - Longa-metragem”. São 4.194 sinopses, comentários, informações e fichas técnicas completas dos longas-metragens produzidos no Brasil entre 1908 e abril de 2009. Em relação à primeira edição, publicada em 2002 e esgotada desde 2004, este novo trabalho traz 800 novos títulos, além de ampliar informações sobre outros 2 mil já Edição atualizada do "Dicionário de Filmes existentes. Esta segunda edição também inclui produções no formato Brasileiros - Longametragem" tem apêndice digital, o nome do personagem ao com filmes em produção. lado do nome do ator, a data de lançamento, o número de salas e o público arrecadado por filme, quando tais informação são disponibilizadas. Há ainda um apêndice com 239 longas inacabados ou ainda em fase de projeto, além de levantamentos numéricos por ano e estado de produção.
Live Action Com a transformação de Jetix em Disney XD, o conteúdo do canal, que tem como público-alvo meninos de oito a 12 anos, passa a ser formado predominantemente por programas de live action, a exemplo do que acontece na grade do Disney Channel, com séries e filmes. “A animação continua a ter presença importante no Disney XD”, conta a diretora de on-air do canal, Cecília Mendonça. Entre os temas abordados nos programas, estão videogames, música e esportes. “O humor é muito importante dentro do canal, assim como o aspecto aspiracional. A ideia é que o conteúdo seja de conexão com este público”, explica a diretora de marketing da Disney, Andréa Salinas. Cecília conta que a empresa quer produzir, eventualmente, produtos locais, porém avisa que o processo será gradativo. Além disso, a ideia é se associar mais à ESPN para trabalhar a área de esportes. As executivas contam que há um projeto, em fase embrionária no canal, para a produção de uma versão local de um docureality sobre esportes radicais, que já teve sua versão americana realizada.
“Zeke e Luther”, atração do Disney XD.
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Duelo
Pai da Mônica
Edição dos cinco primeiros episódios da nova temporada de “Cocoricó” estreia no cinema em alta definição.
Cocoricando A TV Cultura se prepara para estrear nos cinemas o “Cine Cocoricó: As Aventuras na Cidade”. Trata-se de uma edição dos cinco primeiros episódios da nova temporada, adequada à telona. É a primeira vez, em 13 anos, que as aventuras de Júlio e sua turma, que hoje são produzidas totalmente em HD, poderão ser acompanhadas fora da TV. O projeto do filme é uma parceria entre a TV Cultura e a Movie Mobz, distribuidora de filmes digitais, e entra em cartaz em salas do circuito Rain em São Paulo, Campinas, Taubaté, Jundiaí, Santos, São Vicente, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Curitiba a partir do dia 18 de julho.
Rato abocanha Leão A Cia. de Cinema ganhou seu primeiro Leão no de Festival de Cannes com o filme “Rato”, criado pela agência DM9DDB para o cliente Tok & Stok. Rodado no primeiro semestre em 16mm e dirigido por Tom Stringhini, “Rato” levou Leão de bronze na categoria filme.
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Estreia dia 18 de julho, às 22h, para toda a América Latina no canal do grupo A&E The Biography Channel (Bio), um documentário sobre a vida do cartunista Mauricio de Sousa, produzido pela Videografia, com direção de Renato Barbieri. Segundo o diretor geral da HDA, que representa no Brasil o grupo Olé Communications (formado pelos canais History Channel, A&E, The Biography Channel e E!), Helios Alvarez, o "Biography: Mauricio de Sousa" deve ser exibido posteriormente no A&E, já que a distribuição do Bio ainda é pequena no Brasil. Este documentário e outros projetos foram apresentados como parte das comemorações dos 50 anos de carreira do cartunista. Entre as próximas investidas dos estúdios Mauricio de Sousa, estão três O cartunista Mauricio de Sousa é coproduções com a tema de documentário no Digital 21: a série "Turma Biography Channel. do Penadinho", o longa “Horácio” e uma série com o personagem Astronauta. “Um dos grandes desafios que temos no momento é a animação. Também estamos fazendo coisas para games, celular e outros projetos”, diz Sousa, que afirma ainda que têm feito diversas parcerias, inclusive internacionais, para viabilizar esses projetos. Além dessas, o estúdio busca parceiros para coproduzir longas com os personagens Chico Bento e Romeu e Julieta, e também preparam uma série educacional intitulada “Mônica na TV”, para a preparação de crianças para as aulas na pré-escola. “A década seguinte será focada em educação”, conta.
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A rede social criada pelo Canal Futura no ano passado, a Conexão Futura (www. conexaofutura.org.br), tem sido usada para outros fins além da troca de experiência pedagógica. Como informa Débora Garcia, coordenadora geral de conteúdos e de projetos do canal, pela primeira vez o Futura usa a rede para testar programas enquanto eles ainda estão em produção, como a série sobre exploração sexual que leva o título provisório “Que exploração é essa?”. “Temos a chance de corrigir determinadas questões. Abrimos fóruns de discussão, enquetes, verificamos se o roteiro está adequado, no tom certo e se as histórias estão emocionantes o suficiente”, observa Débora. “Queremos utilizar cada vez mais este ambiente”. Segundo Débora, o site do canal deve passar por uma reformulação. Enquanto isso, o Futura faz experiências com sites especiais de determinados programas. “Mundo da Leitura” ganhou um site no ano passado (www.mundodaleitura.org.br) e, recentemente, o programa “Passagem Para...” ganhou um blog (www.passagempara.org.br) com vídeos extras e histórias inéditas das viagens do apresentador Luís Nachbin.
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Basquete e Liga dos Campeões
Teste
A Esporte Interativo negociou os direitos de um pacote de competições de basquete da Fiba, a Federação Internacional de Basquete, que inclui as principais competições internacionais e, consequentemente, todos os jogos da seleção brasileira de basquete masculino, feminino e sub19. A Esporte Interativo, que tem sinal aberto nas parabólicas de banda C, adquiriu os direitos exclusivos do pacote de basquete para a transmissão na TV aberta, Internet e celular. Segundo o diretor executivo da empresa, Maurício Portela, a programação transmitida pela Internet, em parceria com o UOL, e pelo celular (nos serviços de TV ao vivo da Oi, Claro e Tim) será a mesma da transmitida pelo canal de TV. O conteúdo é oferecido gratuitamente aos espectadores, com modelo baseado em publicidade. São cinco cotas de patrocínio para o basquete, que incluem TV, Internet e celular, sendo que uma já foi comercializada. As outras quatro ainda estão sendo negociadas, no valor de R$ 2 milhões cada. Outra novidade da Esporte Interativo é a transmissão das próximas três temporadas da Liga dos Campeões da UEFA a partir de agosto simultaneamente para TV aberta, Internet e celulares. Para a televisão, os direitos são exclusivos. Para Internet e celular não. A Esporte Interativo poderá exibir os jogos de terça-feira. Os de quarta são da Globo.
Popularização do HD A Net Serviços apresentou no fim de canais em alta definição. Entram imediatamente para o line-up da junho sua nova oferta de canais em alta operadora o Telecine HD e o Fox + definição. O objetivo da operadora é National Geographic HD, que se juntam popularizar o HD. "Queremos ajudar a ao canal Globosat HD e aos canais disseminar a alta definição no país" abertos Globo, Band, SBT e RedeTV!. disse o diretor de produtos, Márcio Um terceiro canal da Globosat em alta Carvalho. "Temos pacotes HD pela definição estreia no mês de setembro: o metade do preço da concorrência", Multishow HD. Há negociações com os destacou o presidente da empresa, José canais HD da HBO. Eles devem entrar Felix. A Net deixou de cobrar a taxa de em um pacote a la carte, com um custo adesão para os assinantes do Net HD adicional ao assinante, em Max, que conta com DVR prazo indeterminado. em alta definição, e lançou A Net destaca a cobertura um novo decoder HD sem do futebol que terá em seu lineDVR. São três opções de up em alta definição. Segundo pacotes do serviço HD sem a operadora, o SporTV exibirá DVR e mais três com DVR. no canal Globosat HD pelo O pacote mais barato com menos um jogo por rodada do alta definição sai por R$ Brasileirão, além de jogos da 119,90 (sem DVR), e o Copa do Brasil e da Copa das mais caro R$ 244,90 Confederações. Já os assinantes (pacote mais completo do PFC que também sejam com DVR). Além disso, anunciou José Felix, presidente assinantes de algum pacote HD da Net Serviços. poderão ver os jogos de sua a chegada de novos
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praça (um por rodada) em alta definição. Além disso, a operadora ressalta que a cobertura esportiva dos próprios canais abertos estará disponível também em HD. A Net não revela qual é a expectativa de vendas. No entanto, anunciou que a escala é suficiente para trazer as linhas de montagens dos decoders em alta definição para o Brasil. O decoder com DVR, da Cisco, continua sendo o mesmo modelo comercializado desde dezembro de 2007, mas montado pela unidade brasileira da fabricante. O decoder sem DVR tem suas primeiras unidades montadas em Manaus, pela Pace, também fabricante do DVR HD da Sky. Carvalho destaca que ambos os modelos são equipados com cable modem interno, garantindo a capacidade de trabalhar com interatividade. A operadora não descarta o lançamento de serviços de vídeo-on-demand, o que também usaria o cable modem embutido nos decoders.
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Licenciamento Com a criação da área de consumer products e a contratação de Ângela Cortez para dirigir a divisão, a Viacom começa a comercializar marcas de seus canais que até então não eram licenciadas no país, como “Ni Hao Kai Lan”, “Dora”, “iCarly”, “Wonder Pets”, “Isa TKM” (do Nickelodeon) e “South Park”, (do Vh1). Ângela, que trabalha em conjunto com a empresa Exim para licenciar os produtos, conta que sua estratégia estará focada na entrada das marcas Viacom nos segmentos de papelaria e eletrônicos, nos quais ainda não atua fortemente. “Hoje o principal segmento é o de brinquedos, seguido de confecção e alimentos”, conta a executiva, que também é responsável pelos mercados do Chile e da Argentina. Para “iCarly” e “Ni Hao” já foram fechados acordos para o lançamento de mochilas e cadernos. Além disso, as marcas “Bob Esponja” e “iCarly”, marca do Nickelodeon que começa a ser “Backyardigans” (exibido licenciada no País. atualmente pelo Discovery Kids, porém pertencente à Viacom), as únicas que já eram licenciadas pela empresa, terão novidades em breve. “Vamos trabalhar uma linha de adultos para Bob Esponja e renovar a do Backyardigans” diz a diretora. O licenciamento é responsável por 40% das receitas da operação da Viacom no Brasil, e a América Latina é o segundo mercado internacional para licenciamento da empresa, depois da Europa.
Estreia da estreia
A Band, em conjunto com os canais por assinatura Bandsports e Bandnews, e em parceria com a agência Multi Solution, vendeu a quarta das seis cotas que a emissora colocou à disposição do mercado para a Copa do Mundo de 2010. A aquisição foi feita pela Cerveja Itaipava. O pacote de mídia tem plano de entrega comercial que começa em julho de 2009 e se estende até o final de 2010 , abrangendo todos os eventos Fifa com a Seleção Brasileira. Outras três cotas já foram vendidas para Casas Bahia, Petrobras e Caixa Econômica Federal. Na Band, o valor de tabela de cada cota é de R$ 145 milhões. No Bandsports e Bandnews o valor de tabela é de R$ 32 milhões.
Estreou no dia 1º de julho “Amorais”, a primeira série de ficção produzida pelo Canal Brasil. Composta por treze episódios escritos e dirigidos por Fernando Ceylão, a série está centrada nas aventuras de uma dupla de vigaristas (interpretados pelo próprio Ceylão e pela atriz Graziela Schmitt) que tenta tirar proveito de qualquer situação para praticar pequenos golpes. A atração vai ao ar à 0h de quintafeira com reprise à 1h do domingo. FOTO: Débora 70/Divulgação
De olho no hexa
"Amorais", primeira série de ficção produzida pelo Canal Brasil, estreou em julho.
Nova identidade visual do canal da Globosat.
Pronto pra briga O canal Combate, da Globosat estreou no início de julho uma nova identidade visual. O canal pay-per-view de lutas passa a ter novo on air look, nova logomarca e um novo nome - antes o canal se chamava Première Combate. O novo on air look estreia no mês em que o canal chega a 36 mil assinaturas (o que representa um aumento de 17% na base no primeiro semestre em comparação com o número final de 2008).
Coproduções ibéricas A produtora paulistana Raiz Produções, está em pré-produção de dois longas-metragens com parceiros da península ibérica. Um deles é com a produtora espanhola Utopia Global. Segundo o diretor da empresa, Jordi Roigé i Solélonga, o longa terá locações em Barcelona e no Rio de Janeiro, e terá elenco formado por atores dos dois países. As filmagens devem começar em agosto, em Barcelona. A parte filmada no Brasil deve ser rodada em janeiro de 2010. Para bancar a contrapartida brasileira no longa, a produtora Assunção Hernandes, da Raiz Produções, aguarda resposta do Fundo Setorial do Audiovisual. O outro projeto é com a portuguesa David & Golias. O produtor Fernando Vendrell, que também está no Brasil se preparando para as filmagens, diz que o projeto será rodado em João Pessoa, em Lisboa e em Luanda, Angola, e terá no elenco Lázaro Ramos, entre outros atores nacionais. “54% das filmagens acontecerão no Brasil, em setembro”, conta Assunção. O longa concorre no edital de coprodução Brasil/Portugal.
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20 anos de TV por assinatura no Brasil. A festa acontece aqui: ABTA 2009. RECOR Venha comemorar com a gente. EXPOSITDE DE ORES A Feira e Congresso ABTA 2009 é o principal ponto de encontro da indústria de TV por assinatura e banda larga. Aqui é o local em que todos os operadores, programadores e produtores de conteúdo, fornecedores e prestadores de serviço se encontram. Um evento inovador, propício para o networking, para o desenvolvimento de negócios e para a discussão de temas estratégicos para o mercado.
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( figuras) Fotos: divulgação
Web
A Ponto de Criação investiu em sua área de Internet com sete contratações. Sob o comando de Mario Campello, a equipe Marcio Humberto, Vanessa Barbosa, Raphael conta com o diretor Forster, Daniel Wood, Cássio Tisséo, Rúbia de arte Daniel Wood Sproesser e Mario Campello. (ex-One Digital e Dudinka), com o novo gerente de projetos do núcleo, Raphael Foster (ex-TV1 e F.biz) e com a redatora Rúbia Sproesser (ex-iThink e Garage Interative). Márcio Humberto de Oliveira assume como programador e Cassio Tisséo de Andrade será responsável pela parte de motion dos projetos. A estagiária Vanessa Barbosa da Cunha completa a equipe.
Diretor João Jardim entrou para o time de diretores de cena da Movie&Art. Ele volta à produtora, onde atuou entre 2003 e 2006, depois de um período de cerca de dois anos fora da publicidade, em que esteve dirigindo projetos voltados para televisão na Rede Globo. Na Movie&Art, Jardim passa a atuar não apenas na direção de filmes publicitários, mas também em projetos para cinema.
Estratégia e negócios O porto-riquenho José Tolosa foi promovido a vice-presidente sênior de estratégia e desenvolvimento de negócios da MTV Networks International, divisão da Viacom. Ele acumula a mesma função na MTV Networks América Latina.
Mobile
Produtora
Recém-inaugurada pelos sócios Nívio Alves de Souza (ex-Fazenda Produtora) e Mayra Gama, a Tamborim Filmes, produtora de comerciais, apresentase ao mercado com Jaime Queiroz, Paulo Gama, Marcus quatro diretores de Tornovisky, Nívio Souza e Mayra Gama. cena: Paulo Gama (exBossaNovaFilms), Marcus Tornovisky, Jaime Queiroz e o videoartista Eder Santos.
Programação
Claudia Chagui
Luisa Valor-Casali
A Discovery Networks Latin America/US Hispanic anunciou duas movimentações na área de programação. Claudia Chagui, ex-vice-presidente de mercado de vendas publicitárias, operação e produção, assume a vice-presidência e diretoria de canais de estilo de vida e entretenimento (People+Arts, Discovery Home & Health e Discovery Travel & Living). Luisa Valor-Casali soma às suas responsabilidades de vice-presidente de meios digitais o cargo de vice-presidente e diretora de canais emergentes, que integra os canais digitais da divisão Discovery Turbo, Discovery Civilization e Discovery Science - assim como o Discovery HD Theater. 12
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Vice-presidência e diretoria O vice-presidente comercial da Record, Walter Zagari, com sete anos de casa, assinou contrato e deve permanecer na emissora paulista por mais oito anos. O jornalista Douglas Tavolaro, também há sete anos na casa, assume a vice-presidência de jornalismo. A Record contratou Marcia Turin como diretora de relações com o mercado publicitário. A executiva desempenhou esta função na Editora Abril durante 15 anos. Marcia também tem passagens pelas agências Young & Douglas Tavolaro Rubican e Futura.
Walter Zagari
Foto: Antonio Chaestian
O presidente da Hanzo, Federico Pisani, que até então era o chairman da Mobile Marketing Association (MMA) para a América Latina, agora é o novo chairman global da entidade, substituindo Russel Buckley, executivo da Admob. Como novo chairman da América Latina assume Omarson Costa, da Microsoft no Brasil.
Marcia Turin
Conselheiros O Conselho Curador da EBC (Empresa Brasil de Comunicação) ganhou três novos membros. Paulo Ramos Derengovski (integrante da diretoria do Sindicato dos Jornalistas, da Associação Catarinense de Imprensa e da União Brasileira de Escritores de Santa Catarina), João Jorge Santos Rodrigues (advogado e presidente do Olodum) e Daniel Aarão Reis Filho (historiador). Eles substituem os conselheiros Alex Pereira Barbosa (MVBill), Wanderley Guilherme dos Santos e Luiz Edson Fachin. •
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Ana Carolina Barbosa
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O local no global Grupos regionais de mídia investem em vídeos na Internet. Estratégias estão baseadas na proximidade do espectador/internauta.
A
s emissoras de alcance nacional já perceberam que marcar território no mundo online é uma necessidade, seja para alavancar audiência de seus programas, interagir de forma mais próxima com o espectador ou, simplesmente, não ficar atrás da concorrência. Por isso, vêm apostando suas fichas em maneiras mais atrativas de oferecer conteúdo na Internet. As afiliadas também reconhecem esta necessidade e têm buscado usar esta plataforma global por excelência para conquistar a audiência com elementos locais. Na Rede Paranaense de Comunicação, RPC (www.rpc.com. br), grupo de mídia com oito emissoras afiliadas à Rede Globo no Paraná, a estratégia online apoiada na interatividade, com a participação do espectador com assuntos do seu dia a dia, “tem funcionado muito bem”, nas palavras do diretor de jornalismo da TV Paranaense Wilson Serra. Há três anos, a TV Paranaense tem vídeos de sua programação na web. Este ano, todas as emissoras da rede (TV Cataratas, TV Coroados, TV Cultura, TV Esplanada, TV Guairacá, TV Imagem e TV Oeste) passaram a ter oferta semelhante. “O que a gente tem de diferente é a participação do telespectador com imagem. A população tem muita vontade de participar”, observa Serra. Existe nos portais de cada emissora uma seção voltada ao conteúdo
colaborativo chamada “Na Hora Certa”. “É grande o volume de informação que a gente recebe”, conta o diretor, exemplificando com os 80 vídeos enviados por telespectadores sobre uma forte chuva que assolou Maringá, no interior de Estado, há seis meses. Embora a produção de ficção da RPC também
“Quando o ambiente é regional, o internauta acredita que é maior a possibilidade de o material que ele manda ser escolhido.” Luís Moreira, da Rede Bahia
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fique à disposição dos internautas, é o conteúdo jornalístico, principalmente com enfoque em material colaborativo, que anima a emissora a apostar no portal. “Isso acaba melhorando a cobertura na TV aberta. Em função do sucesso do ‘Na Hora Certa’, estamos abrindo um espaço no segundo noticiário local do dia. Assim, se o cidadão tem um matagal no bairro dele, ele manda a imagem. Se ele vai no posto de saúde e tem uma fila enorme, ele manda a imagem. Acaba funcionando como pauta também”, explica Serra. Segundo o executivo, é possível estabelecer uma relação de parceria com o público graças à Internet.
“Quando o camarada manda e-mail ou imagem através do portal e vê a reportagem que ele sugeriu no ar, ele fica nosso amigo, nosso parceiro. Se achamos que não rende matéria, entramos em contato e explicamos. Se ele filmou um acidente, por exemplo, vai para o ar com os créditos”, conta o diretor de jornalismo. Se a Internet tem ajudado a melhorar a cobertura jornalística na televisão ao possibilitar a participação do espectador, a ideia agora é aprimorar a cobertura na própria web, valendo-se das características da plataforma. Há um projeto para antecipar na Internet o que vai ao ar na televisão, colocando as matérias na web assim que elas chegam na redação. “Como é um meio mais ágil, queremos antecipar as notícias, colocar primeiro na Internet e alavancar a audiência no ar. Hoje em dia no Paraná, a Internet está a reboque da TV. Como a tendência é que a web cresça como veículo, logo elas devem se equilibrar”, avalia Serra. FOTOS: divulgação
“Quando o camarada manda e-mail ou imagem através do portal e vê a reportagem que ele sugeriu no ar, ele fica nosso amigo, nosso parceiro.” Wilson Serra, da RPC
de seu portal visando aprimorar a oferta de vídeos. O grupo contratou recentemente uma gerente de Internet para coordenar as mudanças, como informa Luciano Maia, superintendente de conteúdo da Amazon Sat. “O objetivo é fazer do portal uma referência em vídeo da Amazônia”, afirma o executivo. Há sete anos, o portal transmite ao vivo a programação do Amazon Sat. “Temos retorno e interatividade com pessoas no mundo inteiro, por meio de e-mails e SMS. É uma maneira de atender às pessoas que já viveram na região amazônica e hoje moram fora”,
atrações da grade do canal. A médio prazo, o objetivo é aprimorar a qualidade de som e vídeo e montar uma loja virtual. “Há um grande interesse pela região amazônica”, destaca o superintendente. O modelo de negócios que permitirá todos estes recursos ainda está sendo desenhado pela gerência de Internet em conjunto com o departamento de marketing. “Ainda estamos avaliando o que é melhor para a gente”, diz Maia. Produção específica para a Internet ainda não está nos planos do grupo. “Vamos trabalhar com customização de conteúdo porque produzir para a web demandaria
Atuante no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, a RBS também disponibiliza o conteúdo de sua programação na Internet. observa Maia. Entre janeiro e maio de 2009, o portal registrou 577.455 page views, com um tempo médio por visita de 7min48s. A maior parte das visitas neste período foi do Rio de Janeiro, seguido de São Paulo, Distrito Federal, Minas Gerais, Amazonas e Paraná. O novo portal deve manter a exibição ao vivo da programação e ampliar os recursos em vídeo. Na home, explica Maia, haverá teasers de programas e eventos. A ideia é que a página inclua também o link “Faça a Sua Programação”, uma videoteca com os programas novos e antigos das 97
De norte a sul Atuante no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, a RBS (www.rbstv. com.br) também disponibiliza o conteúdo de sua programação na Internet. As atrações vão para a web na íntegra e o internauta encontra também programas antigos e materiais relacionados ao programa, como blogs e galerias de fotos. Há também seções destinadas à participação do usuário. No outro extremo do País, o Amazon Sat, produtor de conteúdo com enfoque na região amazônica, distribuído na TV aberta e paga, também trabalha na reformulação
uma outra linha de produção. Estamos focados, por enquanto, na nossa atividade de broadcasters”, observa o executivo. Conteúdo colaborativo também não é prioridade no momento. “Pretendemos trabalhar com este tipo de conteúdo, mas há um limitador que é a dificuldade de acesso à Internet na região amazônica”, conclui. Tubo de ensaio Outra emissora regional que tem projetos para a Internet e já tem feito algumas experiências diferenciadas é a TV Alterosa (www. alterosa.com.br), afiliada do SBT em Minas Gerais, pertencente ao grupo de mídia Diários Associados, que tem também o portal Uai em seu portfólio. Assinantes do portal têm acesso ao conteúdo ao vivo produzido pela TV Alterosa e a participação do espectador pode acontecer pela Internet, pelo
Programa “Galeria”, da Amazon Sat, sobre a vida cultural na região amazônica, estará na futura videoteca do grupo, junto com outras 96 atrações.
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( capa) ao ar ao vivo pela “Não existe um guia, web. O mesmo estamos criando esta programa foi editado cultura da convergência e para a televisão e foi dando um toque local, que vice-líder de audiência é fundamental.” no horário das 0h30. Benny Cohen, da TV Alterosa “Não existe um guia, estamos criando esta cultura da convergência e dando principais manchetes de todas um toque local, que é as regiões da EPTV. O que fundamental”, sentíamos era que a oferta de pondera Cohen. “Os vídeos é um diferencial, por videochats têm tom de isso sempre perseguimos a conversa mineira. A disputa em TV possibilidade de trabalhar mais com aberta é forte, estamos bebendo água esse material. As pessoas são limpa da Internet”. altamente movidas por imagem”, O diretor destaca que, como um observa Mary. grupo de mídia, com veículos em Há três meses, o portal usa diferentes meios, as coberturas tecnologia semelhante à do YouTube, jornalísticas já têm sido planejadas para trabalhando com Flash e gerar conteúdo para todos os meios. No compressão de vídeos, dando mais ano passado, uma repórter do jornal O agilidade ao trabalho com imagens. Estado de Minas viajou para a Antártida Hoje todo o conteúdo produzido pela com um diretor da TV Alterosa para EPTV vai para a Internet, assim dá produzir uma série de eptv aproveita estrutura de televisão reportagens para produzir conteúdo para web. sobre a região, onde a Universidade Federal de Minas para aprender algumas coisas do Gerais tem uma base de estudos, para o comportamento da audiência. “Às jornal, o portal Uai e televisão. “A vezes, uma matéria que a gente não iniciativa rendeu ainda uma semana de considera tão relevante tem boa videochat”, comemora Cohen. audiência no site”, ressalta Mary. “O comportamento do vídeo é diferente Produção para web do restante da mídia. A audiência de Na EPTV (www.eptv.com.br), conjunto vídeo aumenta muito de fim de de emissoras afiliadas à Rede Globo no semana e a de leitura cai”. Segundo interior de São Paulo e Minas Gerais, a gerente de desenvolvimento de foram feitas reformulações recentes no novos negócios, hoje, o portal tem de portal eptv.com para melhorar a cinco a dez mil page views por dia. qualidade de vídeos. De acordo com “Ainda não fizemos nenhuma Mary Chirnev, gerente de campanha em cima do conteúdo desenvolvimento de novos negócios multimídia, mas agora vamos do grupo, o portal usa vídeos desde divulgar”, diz. 2002, quando eram feitas em média O grupo tem aproveitado a seis atualizações por dia. Em 2005, estrutura de televisão para fazer o grupo criou o primeiro Media material em vídeo exclusivo para o Center. “A tecnologia ainda não era site. Está em produção uma série muito amigável. Subíamos as para a seção Virando Bixo, destinada aos vestibulandos. Nove disciplinas devem ser abordadas em Equipe do “Alterosa Esporte”, programa da vídeos de no máximo cinco minutos, TV Alterosa, em programa ao vivo para a que devem ficar à disposição do web durante o jogo Grêmio X Cruzeiro, pela semi-final da Libertadores. usuário no site a partir de agosto.
FOTOS: divulgação
FOTO: Rafael Motta
videochat do Uai. O programa semanal da dupla sertaneja “Don & Juan”, transmitido aos sábados, e a atração esportiva diária “Alterosa Esporte” já contam com a ferramenta. “Isso também altera a forma de se fazer o programa na televisão”, explica Benny Cohen, editor de mídias convergentes da TV Alterosa e do portal Uai. “Os apresentadores do ‘Alterosa Esporte’ entram em estúdio antes, para já começar a responder perguntas dos espectadores pelo videochat. Durante o break comercial da TV, eles não param. Continuam ao vivo na Internet, respondendo às perguntas dos internautas”. Segundo Cohen, o programa recebe diariamente cerca de 2 mil perguntas. Ainda na área de esportes, o grupo tem apostado em diferentes coberturas dos principais eventos em Minas Gerais. No último jogo da semi-final da Libertadores, no fim de junho, os comentaristas do “Alterosa Esporte” foram ao Mineirão e comentaram o jogo em tempo real, com transmissão ao vivo no Uai. “Não podemos transmitir o jogo, então colocamos câmeras neles, comentando a partida. Tivemos dois mil visitantes únicos”, conta Cohen. No final do campeonato mineiro, quando Atlético Mineiro e Cruzeiro disputaram o título, outra experiência semelhante foi feita. Um programa sobre os bastidores, com três repórteres cobrindo os vestiários e o hall do Mineirão, foi
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No último sábado de junho, o portal transmitiu 20 minutos ao vivo de uma aula realizada no Colégio Liceu, em Campinas (SP), em que professores do curso pré-vestibular Oficina do Estudante abordaram os 150 anos da teoria das espécies e da teoria evolucionista, de Charles Darwin. “É um teste. Pretendemos fazer com outros assuntos também”, afirma Mary, atentando para a segmentação que a Internet permite. “Há um aumento da solicitação pelo vídeo. As pessoas fazem esta associação cross media, entendem que a EPTV tem os noticiários na televisão e tem também um portal, onde elas podem encontrar os vídeos a hora que quiserem”, observa a gerente. O portal iBahia (www.ibahia. com.br), da Rede Bahia, que tem também seis emissoras de TV aberta, uma emissora de TV fechada, três rádios e um jornal diário, também pretende usar a expertise da televisão para produzir vídeos exclusivos para a Internet. Segundo Luís Moreira, coordenador geral do portal, o iBahia passa por reformulações e está nos planos do grupo a criação de uma web TV e conteúdo em vídeo para celular. “Não há prazo para lançá-la, queremos estudar uma maneira de fazer produção própria para a web TV, mas precisamos encontrar um modelo para que ela se sustente. Apostamos no vídeo na Internet porque a banda larga tem se popularizado e as pessoas têm interesse em assistir vídeo no computador”, destaca Moreira. Por enquanto, Moreira coordena a reformulação do portal, que está baseada em dois pilares: regionalismo e conteúdo
“Garage Band”, projeto do iBahia, da Rede Bahia, que reúne vídeo, conteúdo colaborativo e regionalismo, premissas do novo portal.
acredita que é maior a possibilidade de o material que ele manda ser escolhido”, ressalta o coordenador. No verão de 2009, o portal já fez uma experiência envolvendo regionalismo, vídeos e conteúdo colaborativo com o projeto iBahia Garage Band. Os grupos de música podiam se cadastrar e enviar um vídeo com seu trabalho. Os três grupos mais votados se apresentaram em um dos palcos do Festival de Verão de Salvador, tradicional evento musical da cidade. “Se tem alguma coisa que espelha bem a convergência de mídias é a oferta de vídeo pela Internet. Acho que era a última fronteira que a web tinha que alcançar para se firmar como uma mídia forte”, conclui Moreira, que pretende ter parte da reformulação do iBahia já concluída para o próximo verão, oferecendo aos baianos boas surpresas de navegação em mares já conhecidos.
colaborativo. Como explica o coordenador do iBahia, o portal, criado em 2000, apenas replicava o conteúdo dos demais veículos de comunicação da Rede Bahia. Há três anos, o portal começou a se posicionar como um veículo regional com conteúdo próprio. O trabalho agora, conta Moreira, está concentrado em reposicionar o portal, mantendo o apelo regional, abrindo mais espaço para o entretenimento e incentivando a colaboração. “Quando o ambiente é regional, o internauta
Velho modelo Se a estratégia dos grupos regionais de mídia com vídeo na Internet está baseada na exaltação de elementos locais, explorarando conteúdo diferenciado do que é exibido na TV, o modelo de negócios que viabiliza os projetos é bem tradicional e universal: a publicidade. Na mineira TV Alterosa, afiliada do SBT, o modelo está calcado na dupla assinatura do portal Uai e anúncio. Hoje, abaixo do vídeo, há um banner do patrocinador. Segundo Benny Cohen, editor de mídias convergentes da TV Alterosa e do portal Uai, o grupo já estuda uma maneira de inserir os anúncios nos vídeos e apresentar nova opção ao mercado publicitário. O mesmo acontece na EPTV (emissoras afiliadas da Rede Globo no interior de São Paulo e Minas Gerais) e na Rede Bahia. “A Internet é um meio que não tem limite. A gente tem que tentar casar a novidade com a rentabilidade”, explica Luís Moreira, coordenador do portal iBahia. “A sustentação dos projetos de vídeo na Internet passa pela publicidade”. Wilson Serra, diretor de jornalismo da RPC, do Paraná, também acredita que o conteúdo não pode ter custos para o usuário. “Se começamos a dificultar muito, o camarada não vem”, diz. A ressalva, entretanto, é feita para o conteúdo jornalístico. “No jornalismo não fica bem ter anúncio”, opina.
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( política ) Samuel Possebon
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Embolou! Conferência Nacional de Comunicação enfrenta seus dois primeiros desafios: arrumar dinheiro e definir se discutirá só o futuro ou se será palco para questões atuais
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m embate entre o futuro e o presente. Uma discussão sobre a convergência ou sobre as mídias tradicionais. É isso o que está em jogo na Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), programada para acontecer nos dias 1 a 3 de dezembro, em Brasília, mas que terá uma série de etapas regionais intermediárias. O embate entre o presente e o futuro, contudo, tem uma conotação curiosa. Quem quer olhar para frente são as emissoras de televisão. Conforme afirmou Evandro Guimarães, representante da Abert e responsável pelas relações institucionais do grupo Globo em audiência à Câmara dos Deputados realizada no começo do mês, o debate da Confecom tem que começar e terminar na Internet. É uma posição que não conta com o apoio da parcela não-empresarial da Confecom, sobretudo das entidades de democratização das comunicações que participam da organização do evento. Segundo Jonas Valente, representante do Coletivo Intervozes, uma destas entidades com participação ativa na organização da conferência, a discussão dos temas futuros precisa se dar à luz das questões das comunicações atuais. A essência do debate é: os grupos de mídia não querem que a Confecom se torne uma lavação de roupa suja porque acham que nesse cenário ficarão na berlinda. As entidades de democratização querem FOTO: Wilson Dias/ABr
aproveitar essa chance inédita para tratar de uma série de questões que ainda não foram resolvidas: controle social da mídia, democratização das outorgas, radiodifusão comunitária, função social da radiodifusão. Nos bastidores, a disputa se coloca ainda no nível do regimento interno da Conferência. As emissoras de TV querem duas coisas: balizar os temas que serão discutidos já no regimento e estabelecer mecanismos de escolhas dos delegados e voto nas deliberações que impeçam o massacre que eles tanto temem. Já as entidades ligadas à causa da democratização dos meios de comunicação querem deixar a pauta o mais aberta possível, e querem que os critérios de votação sejam fundamentados em maioria simples. “Esse tem sido um espaço muito rico de diálogo, às vezes consensual, às vezes divergente, como é natural da democracia. A Confecom é um
“A Internet é o meio que mais confunde o marco regulatório.” Evandro Guimarães, da Abert
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marco histórico”, diz Jonas Valente, apesar do antagonismo que está se estabelecendo. Para ele, a mídia impressa não deixou de existir e a TV continua fundamental para a sociedade, então não faria sentido uma conferência que só olhasse para os próximos desafios. “Precisamos discutir os novos desafios, mas à luz dos velhos problemas. Se fosse a quarta ou quinta conferência, poderíamos discutir apenas o futuro e a convergência, mas sendo a primeira, precisamos dar condições para que a população participe e possa expressar sua opinião sobre a comunicação e os temas que são mais afetos a ela hoje”. Para Jonas Valente, não é possível ter uma conferência apenas para discutir as necessidades e desafios de modelos empresariais. “Não é uma conferência para discutir apenas a pauta das empresas”. Guimarães rebate: “a Internet é o meio que mais cresce publicitariamente e é o meio que confunde de forma expressiva o marco regulatório. Alguém que faz TV pela Internet faz radiodifusão, mas por outra plataforma. Pode essa
operação empresarial estar funcionando sem as demandas da Constituição? A simples facilidade tecnológica derroga a Constituição? Ou o país quer ordem e progresso? Essa é a razão pela qual a área empresarial se preocupa de maneira muito importante, olhando para o futuro e para a avalanche tecnológica” disse. Esse tom, explicitado na audiência da Câmara, também é o embate que tem caracterizado os trabalhos da comissão organizadora. Com uma diferença: nos bastidores, há ainda a presença da ABTA (associação de TV por assinatura) e das empresas de telecomunicações, que acreditam que a Confecom seja um problema muito maior para as mídias tradicionais do que para elas e, por isso, estão quietas, observando. Outro problema é verba: até o
sair é não mexer com o status quo das empresas de radiodifusão. É mais ou menos a mesma técni ca utilizada na definição da TV digital. O problema é que o governo não está fechado sobre essa ques tão. Hoje participam ati vamente dos debates o ministro das Comunica ções Hélio Costa, a secretaria geral da presidência, com o ministro Luiz Dulci, e a secretaria de comunicação, com Franklin Martins. Costa tende a fechar com a posição das empresas. Dulci tende a ser mais aberto aos movimentos sociais, e Franklin Martins tenta costurar acordos. Há ainda a pressão dos ministérios da Cultura, Casa Civil, Educação e Justiça, que também participam do processo.
“Com essa verba (R$1,6 milhão) a conferência não vai acontecer.” Marcelo Bechara, do Minicom
fechamento desta edição, o governo tinha apenas R$ 1,6 milhão para organizar todas as etapas regionais e a plenária nacional em dezembro. “Com essa verba, a conferência simplesmente não acontece”, diz Marcelo Bechara, consultor jurídico do Ministério e um dos principais articuladores da conferência. “É uma pena, porque essa é uma oportunidade única e todos os agentes desse setor manifestaram a dispo sição de participar”. Bechara prefere não comentar se deixará os temas mais ou menos restritos no regimento. Mas outras fontes do governo já estariam convencidas de que a única maneira da conferência
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( entrevista)
Fernando Lauterjung
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Mesmo cargo, novos desafios Recém reconduzido ao cargo de diretor-presidente da Agência Nacional do Cinema, Manoel Rangel faz um balanço de sua gestão até o momento e aponta os desafios para os próximos quatro anos. FOTO: marcelo kahn
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m entrevista exclusiva a TELA VIVA, Manoel Rangel aponta três pontos que preocupam a nova diretoria da Ancine, formada ainda por Mario Diamante e os dois novos diretores, Glauber Piva e Paulo Alcoforado. Segundo Rangel, o mercado de exibição, o de home video e a TV por assinatura precisam de correções. No caso das salas de cinema e das vídeo-locadoras, o presidente da Ancine aponta para a desoneração e novos mecanismos de financiamento. Na TV por assinatura, aposta que a chave para o crescimento do setor está na classe C, que demanda preços mais baixos e, sobretudo, mais conteúdo brasileiro. TELA VIVA - Passados oito anos de sua criação, a Ancine já está devidamente equipada e estruturada para exercer suas funções? O que precisa ser aperfeiçoado? MANOEL RANGEL - A Ancine, ao longo desses oito anos, vem se preparando para dar conta do conjunto das suas competências. Temos uma área de fiscalização bem estruturada, atuante. Temos uma área de registro e de acompanhamento de mercado, que faz um acompanhamento fino do funcionamento do setor. A agência também desempenha a sua função de fomento tendo todos os mecanismos da Lei 11.437/06, além dos da Medida Provisória 2.228/01 e da Lei 8.685/93. Mas é um processo sempre em desenvolvimento. A agência não considera que estão encerrados os processos de aperfeiçoamento. Há um vetor que orienta o trabalho da Ancine para os quatro anos. Temos um
Manoel Rangel
compromisso com o desenvolvimento do mercado interno e com o aumento do acesso do brasileiro aos serviços audiovisuais e ao conteúdo nacional. Para isso, identificamos alguns setores-chave. Um destes é a expansão do parque exibidor de cinema. O parque tem crescido ano a ano, mas entendemos que é preciso aumentar o raio do seu crescimento em direção a novas regiões e a novos setores da sociedade, principalmente à inclusão da classe C. Também identificamos que o serviço de comunicação de massa por assinatura é outro desafio premente. O Brasil tem um mercado de TV paga pequeno se comparado a países com similaridade na sua constituição social e econômica. É absolutamente necessário destravar a expansão e tornar este mercado acessível à classe C. Também é fundamental tornar o conteúdo brasileiro mais presente neste mercado, condição que consideramos sine
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qua non para viabilizar a expansão da base de assinantes. Também entendemos que é preciso um olhar sobre o mercado de DVDs. É um mercado que o Brasil mantém pujante, muito embora nos últimos anos tenha havido uma queda devido à pirataria. O Brasil ainda mantém um parque de oito mil vídeo-locadoras, um parque extraordinário, que não existe em outros países do mundo. É preciso uma política específica para este setor. Esses aspectos que eu menciono reúnem desafios de fomento e investimento, mas também regulatórios. Onde se dará esta discussão da TV por assinatura? Compete ao Congresso Nacional, que o tem feito nos últimos dois anos. Entendemos que as premissas que foram postas nas audiências públicas tiveram razoável consenso. A premissa de liberar a exploração do serviço por todas as redes de telecomunicações e a premissa de ampliar a presença do conteúdo brasileiro neste mercado, através de reforço dos mecanismos de fomento e da viabilização de uma presença mínima de conteúdo brasileiro nos diversos canais. Estas duas premissas foram amplamente consensuais. Não digo que foram unanimidade, faltaram acertos sobre a forma e o texto exato. Eu acredito que o consenso pode e deve ser construído, sempre no entendimento de que não será unanimidade. Todos ficam satisfeitos e todos ficam um pouco insatisfeitos. É importante que todos pactuem o interesse público, que é que mais gente tenha acesso ao serviço; que o serviço seja prestado com preços mais acessíveis; que o conteúdo ofertado seja mais diverso; e que mais
conteúdo de qualidade chegue às pessoas. A condição básica para isso é mais conteúdo brasileiro.
ser em um nível muito inicial, mas meritório, dos estímulos que a Ancine e o Ministério da Cultura criaram em parceria com as programadoras.
Onde esta mudança ainda não se configura? Na camada de audiovisual, a não
E o mercado theatrical. Como fomentar o crescimento nas áreas hoje não atendidas pelas salas de cinema? O governo tem trabalhado em um programa de expansão do parque exibidor, envolvendo o BNDES. Estamos atuando fortemente na perspectiva de construção de linhas de investimento e financiamento focadas, para direcionar o crescimento em direção às cidades e às grandes manchas urbanas que não possuem salas de cinema, e em direção às cidades onde a relação
E o mercado de distribuição de home video? Porque as locadoras precisam de uma atenção especial da Ancine? Nos outros países, o desaparecimento das locadoras ocorreu, sobretudo, em função da pirataria, além de uma forte
“Antes do Artigo 39, não tínhamos uma presença de conteúdo brasileiro na tv paga.” habitante/sala é insuficiente. Sobretudo onde há maior concentração de classe C. Complementarmente, temos atuado para desenhar uma política de desoneração que permita potencializar a presença dos investidores nessas novas oportunidades de demanda por cinema. Temos buscado desenhar o que serão alianças fundamentais com prefeituras e governos de estado para criar estas novas condições. Há também um forte compromisso em criar um mecanismo que potencialize o acesso do público trabalhador às salas de cinema. Não apenas às novas, mas também àquelas que já estão postas. O presidente da República, por iniciativa do Ministério da Cultura, com a qual a Ancine pôde colaborar, lança proximamente o projeto do Vale Cultura,
concorrência com outras formas de exploração do conteúdo audiovisual. Mas ocorreu antes da chegada do vídeo sob demanda, que no Brasil ainda é insipiente. O nosso olhar é que muitas vezes há nichos que podem ficar espremidos e eventualmente até desaparecer. O nosso olhar é que devemos criar condições especiais para a continuidade deste serviço se ele for relevante para o país. As vídeolocadoras são o segundo serviço nacional de distribuição de conteúdos audiovisuais em capilaridade, ou seja, só perde para a TV aberta. Está presente em 65% dos municípios brasileiros. Há justificativas de sobra, e compartilhamos essa visão com diversos órgãos de governo, para
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FOTO: DIVULGAÇÃO
Você se refere ao PL 29. Em relação ao aumento do conteúdo audiovisual na TV paga, a Ancine e o Ministério da Cultura já não vêm conseguindo fomentar a presença do produto brasileiro através de mecanismos de incentivo fiscal? Viabilizamos o início da presença do conteúdo brasileiro. Antes do Artigo 39 (da MP 2.228/01), que foi uma decisão do governo e do Congresso, não tínhamos uma presença do conteúdo brasileiro na TV paga. Ele era concentrado em um único canal, com presença esporádica nos outros canais. Com o Artigo 39, esta presença cresceu de maneira pactuada. O que entendemos é que este patamar é insuficiente para que a expansão se dê na velocidade necessária. Portanto, é preciso estimular com mais força em bases de atendimento mínimo de presença, que um “X” de conteúdo brasileiro deve estar disponível aos canais que se dedicam ao espaço de conteúdo qualificado, ou seja, que veiculam filmes, dramaturgia, séries, documentários. Não acho que estamos impondo um ônus às empresas. Pelo contrário, estamos dizendo a elas que este é o caminho para que sejam expressivas no mercado brasileiro, e estamos dizendo aos que disponibilizam a distribuição que esse é o caminho para que ampliem sua base de assinantes. A principal questão é que não estamos falando de algo solto no espaço ou a ser feito para o futuro. É algo que já se dá no mercado, que já se transformou. A convergência digital já diluiu as fronteiras entre as plataformas tecnológicas e entre os diversos serviços prestados. Na prática isso vai se configurando em uma camada de telecomunicações.
somando-se a uma iniciativa do deputado José Múcio (PTB/PE) e agregando à iniciativa o estímulo governamental para que o Vale Cultura possa se concretizar. O vale vai cumprir papel fundamental para viabilizar a presença dos segmentos mais populares nas salas de cinema.
A diretoria completa da Ancine: Glauber Piva, Paulo Alcoforado, Manoel Rangel e Mario Diamante.
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( entrevista ) FOTO: marcelo kahn
trabalharmos fortemente a desoneração deste setor. Sem a desoneração, talvez a atividade desapareça e, ao desaparecer, desapareceria uma forma de circulação de riquezas e de geração de emprego. Havendo estímulos, pode manter-se. Acreditamos que vale apenas um esforço pela peculiaridade do Brasil, pelo seu tamanho, pelo seu baixo número de salas de cinema e de penetração do serviço de TV por assinatura. Entendemos que por alguns anos ainda vamos atuar com este serviço e que medidas especiais podem dar uma sustentação razoável ao nosso parque de vídeo-locadoras.
“Todas as TVs abertas trabalham com a perspectiva de utilizar o Artigo 3ºA para construir suas relações com a produção independente.”
Os meios de distribuição baseados na Internet também não têm grande capilaridade? Não poderia ser um novo modelo de distribuição de home vídeo? Sem dúvida. A banda larga cresce no Brasil. A oferta de conteúdos audiovisuais via IP vai se estruturando. Ainda é insipiente, mas temos que estar atentos. Hoje, nosso principal papel nesse segmento é um olhar de atenção e interesse pelo seu desenvolvimento. Verificar que novas possibilidades de formatos isso nos traz. Que desafios teremos no futuro. Compartilhamos do raciocínio do governo, por orientação do presidente da República e do ministro da Cultura, no sentido de que a Internet é um importante território de liberdade de expressão e de circulação livre de opiniões e de que os serviços gratuitos devem ser observados como um território pertencente à sociedade.
estudo aponta para definições na dimensão relacional, ou seja, na forma como cada obra e cada produtora desenvolve a sua relação a cada tempo com determinado canal, rede ou segmento de mercado. Uma mesma produtora pode ser independente em relação a um canal ou emissora e não ser independente em relação a outro canal ou emissora. Esses são alguns dos conceitos que temos investigado. A IN será bastante ampla, na medida em que visitará as nossas experiências ao longo dos últimos anos com a aplicação do Artigo 39, e visitará um conjunto de experiências recentemente desenvolvidas no relacionamento da produção independente com a televisão. Nossa premissa é: queremos que as TVs e as programadoras se comprometam mais com o conteúdo brasileiro e com a produção independente. Os mecanismos serão mantidos e desenvolvidos no espírito que a lei trouxe, de estreitar relacionamentos, criar parcerias sólidas. Ao mesmo tempo, entendemos que é bem-vindo parametrizar as relações de forma que preserve a essencialidade das operações, de que o estímulo é à produção independente nos canais e nas emissoras, e não à produção de conteúdo próprio. Para isso os canais já têm os meios através da venda de assinatura e de espaço publicitário.
Em relação ao fomento, podemos esperar alguma mudança nos próximos anos? Qual é o impacto que os novos mecanismos podem causar? A Ancine está trabalhando na construção de uma Instrução Normativa que defina com mais precisão o conceito de produção independente. Entendemos que é preciso regulamentar o conceito de coprodução independente. Nosso
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E o Artigo 3ºA? O que esperar deste mecanismo? A nossa experiência com o Artigo 39 indica que o 3ºA vai se desenvolvendo na normalidade. Ele repete o ciclo do mecanismo anterior. O ano de 2002 foi o ano da regulamentação; em 2003 iniciaram os recolhimentos; e só no fim do ano começaram as aplicações. Estamos no mesmo processo. O que posso dizer é que, ao contrário do que alguns apostaram lá atrás, o interesse é amplo e irrestrito. Todas as TVs abertas brasileiras trabalham com a perspectiva de utilizar o 3ºA como plataforma de construção de suas relações com a produção independente. As programadoras nacionais também. As internacionais já obtiveram autorizações para trabalhar com o mecanismo, o que vai amplificar a capacidade de parceria com a produção independente. Veremos resultados no início de 2010. A diretoria da Ancine está empenhada nisso. No lançamento do Fundo Setorial do Audiovisual, foi dito que seriam necessárias correções no caminho. Já há alguma conclusão neste sentido? O fundo está com as primeiras chamadas abertas, com as primeiras decisões sendo anunciadas durante o mês de julho. Não há nenhuma grande questão para se corrigir. É certo que ao longo do tempo vamos praticar ajustes. O comitê gestor tem muita sensibilidade para isso. Há um forte empenho no sentido de burilar cada iniciativa. O Comitê gestor trabalha com a perspectiva de que o fundo tenha um forte papel na expansão do parque exibidor. É bastante provável que tenha uma linha robusta para o desenvolvimento deste parque. Também é forte a percepção do comitê de que é necessário dar uma atenção especial às coproduções internacionais. Também é uma área de interesse investir no desenvolvimento de projetos.
(audiência - TV paga)
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s canais da programadora Turner lideraram os rankings de alcance dos canais pagos entre adultos e crianças no mês de maio. No público acima de 18 anos, o TNT ficou com o primeiro lugar, enquanto na faixa de quatro a 17 anos, o posto ficou com o Cartoon Network. O TNT registrou entre os adultos 11,37% de alcance diário médio e 27 minutos de tempo médio diário de audiência. Em maio, o canal exibiu, entre outros filmes, os brasileiros “Carandiru” e “Bicho de Sete Cabeças”, além de uma disputa entre “O Jardineiro Fiel”, dirigido por Fernando Meirelles, e “Diários de Motocicleta”, de Walter Salles, no quadro Cinema a La Carte. Em seguida, aparecem os canais SporTV, Universal Channel, Multishow e Fox, este último empatado com 8,33% de alcance diário médio com o Discovery
Foto: divulgação
Turner lidera entre crianças e adultos
“Miami Vice”, atração do canal TNT, líder entre o público adulto em maio.
Channel. No total, os canais pagos tiveram 49,16% de alcance diário médio e tempo médio diário de audiência de duas horas e sete minutos. Os números representam uma ligeira queda em relação ao alcance obtido em abril, de 51,13%. Para este levantamento foi considerado um universo de 6.471.000 indivíduos, nas praças Grande São Paulo, Grande Rio de Janeiro, Porto Alegre,
Curitiba, Belo Horizonte, Distrito Federal, Florianópolis e Campinas. Nas mesmas praças, os canais pagos obtiveram entre o público de quatro a 17 anos 52,43% de alcance diário médio e tempo médio de audiência de duas horas e 21 minutos. Ainda que o tempo de audiência tenha se mantido, o alcance diário médio em abril havia sido de 54,48%. Entre o público infanto-juvenil, o canal com melhor alcance diário médio foi o Cartoon Network, também da Turner, com 16,76%, e tempo médio diário de audiência de 49 minutos. Em seguida, aparecem no ranking os canais Disney Channel, Discovery Kids, Nickelodeon e TNT. Para este levantamento foi considerado o universo de 1.369.800 indivíduos. Daniele Frederico
Alcance* e Tempo Médio Diário – maio 2009 Total canais pagos TNT SporTV Universal Channel Multishow Fox Discovery Globo News Warner Channel National Geographic AXN Telecine Pipoca Discovery Kids SporTV 2 Cartoon Network Disney Channel GNT ESPN Brasil Telecine Premium Telecine Action Sony
De 4 a 17 anos**
(Das 6h às 5h59)
Alcance (%) Indivíduos (mil) Tempo Médio 49,16 3.181,10 02:07:06 11,37 735,70 00:27:05 10,51 680,04 00:38:58 8,59 555,87 00:33:56 8,42 544,90 00:14:32 8,33 539,17 00:25:13 8,33 538,81 00:22:48 8,17 528,39 00:27:12 7,69 497,56 00:27:17 6,80 439,73 00:18:23 6,65 430,16 00:23:25 6,35 410,68 00:29:59 6,25 404,56 01:05:46 5,99 387,36 00:20:22 5,95 385,30 00:30:40 5,59 361,51 00:27:00 5,43 351,56 00:19:40 5,21 337,30 00:20:27 5,08 328,47 00:22:34 4,74 306,93 00:20:42 4,74 306,44 00:23:37
Total canais pagos Cartoon Network Disney Channel Discovery Kids Nickelodeon TNT Jetix Fox Multishow SporTV Telecine Pipoca Boomerang Discovery Universal Channel Warner Channel Telecine Premium AXN HBO ESPN Brasil Telecine Action Animal Planet
(Das 6h às 5h59)
Alcance (%) Indivíduos (mil) Tempo Médio 52,43 718,09 02:21:28 16,76 229,55 00:49:01 16,23 222,30 00:51:38 14,34 196,37 01:23:47 11,01 150,81 00:54:10 10,02 137,19 00:27:57 9,61 131,63 00:49:27 8,29 113,56 00:22:42 7,00 95,87 00:22:53 6,97 95,48 00:29:11 6,85 93,87 00:34:41 6,40 87,67 00:38:11 5,68 77,78 00:19:13 5,04 69,01 00:25:00 4,84 66,33 00:19:52 4,46 61,15 00:25:09 4,40 60,32 00:10:56 4,03 55,18 00:14:39 3,93 53,84 00:12:51 3,92 53,65 00:14:56 3,69 50,52 00:14:29
*Alcance é a porcentagem de indivíduos de um “target” que estiveram expostos por pelo menos um minuto a um determinado programa ou faixa horária.
**Universo 1.369.800 indivíduos Fonte: IBOPE Media Workstation – Tabela Minuto a Minuto – Maio/2009
**Universo: 6.471.000 indivíduos
Acima de 18 anos**
( making of )
Daniele Frederico
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A
comemoração dos 30 anos das sandálias de plástico Melissa contou com uma campanha pouco convencional. Foram seis meses de planejamento para chegar ao filme produzido pela Ideia Forte, com direção de Tocha Alves. A ideia da agência era mostrar no comercial comemorativo como os calçados Melissa fazem parte da vida das mulheres que viveram os anos 80, 90 e ainda utilizam as novas coleções da marca. Para isso, agência e produtora utilizaram modelos novos e buscaram os pares antigos das sandálias. No entanto, nem todos os modelos que já deixaram de ser produzidos estavam disponíveis no acervo da fábrica, o que levou agência e produtora a buscarem a ajuda das consumidoras fanáticas pelo produto. “Houve um movimento no blog da Melissa para encontrarmos pelo menos um modelo de cada ano. Embora não tenhamos conseguido, encontramos modelos dos anos 80, 90 e 2000”, conta o diretor do comercial Tocha Alves. Foram utilizados cerca de 60 modelos de Melissa no comercial, sendo 12 pertencentes a colecionadoras e oito mock-ups, ou seja, reconstruções do modelo original, realizadas pela própria fábrica. Foi o caso do modelo “aranha”, o primeiro e mais famoso da marca. “A sandália aparece em tamanho gigante, como uma escultura, enquanto duas amigas conversam em um jardim”, conta o diretor, lembrando que a sandália foi fotografada e ampliada para a cena. A agência buscava um filme que contasse a história de uma personagem e sua relação com a Melissa nas diferentes fases da vida. Para que o filme ficasse orgânico, uma das exigências era que todas as cenas estivessem muito bem
fotos: divulgação
Bodas de plástico
Exemplares antigos da Melissa foram encontrados através do blog de fãs da sandália.
integradas umas às outras. “Não tem muitos cortes no filme. E essas transições foram as partes mais difíceis de realizar, pois dependem de pósprodução ou de ter a câmera certa, no lugar certo”, conta Alves. Uma dessas transições é a imagem que precede o pack shot, na qual a personagem beija uma tela de computador, que dá lugar gradualmente ao namorado. A cena foi rodada com os personagens localizados em frente ao chroma key, em uma base giratória. “O certo seria fazer essa cena com motion control, mas fizemos ‘na unha’: casamos o giro dela no computador com a cena em que beija o Paul”, conta o diretor.
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Assim como essa transição, a mudança de uma das cenas iniciais, em que as meninas brincam em um quarto, para o lado de fora da casa, onde há um jardim, também exigiu recursos da pós. O jardim foi totalmente construído a partir de imagens estáticas. O beija-flor foi feito a partir de uma foto de banco de imagens, as árvores são bonsais, fotografados e aplicados à imagem, as Melissas são mock-ups, e as personagens sentadas no banco são fotografias. “As meninas e a grama são os únicos elementos reais. Todo o resto foi recriado”, diz o Alves. “Essa parte do filme, que remete aos anos 80, é muito baseada na memória, por isso temos coisas como o céuverde, o beija-flor que se move devagar, as árvores estranhas. Houve ainda um cuidado para que o filme todo seguisse uma mesma palheta de cores”, conta o diretor. As fotografias foram importantes não apenas na constituição de cenários, mas nas passagens. Em diferentes momentos, foram substituídas por um fundo verde, onde era aplicada a cena seguinte, e assim a transição sutil, buscada pela criação, se realizava. “A técnica que mais utilizamos foi o still, com muita composição”, conclui o diretor. ficha técnica Cliente Agência Direção Fotografia: Fotografia Still Montagem Direção de finalização Finalização: Trilha
Melissa Casa Darwin Tocha Alves e Vitor Mafra Carlos Zalasik Ricardo Ortiz Rodrigo Menecucci Rodolfo Nakakubo Marcio Taketomi, Bruno Garcia e Guilherme Mendes Duarte Somzera
Pichação da moda
C
om a proposta de criar um comercial com esquetes, a Movi&Art misturou técnicas de grafite real com efeitos especiais para promover o dia dos namorados para a marca Pool, da rede de lojas Riachuelo. Em parceria com a agência, a produtora pesquisou a técnica da pintura em estêncil no Brasil – desenhos feitos em grafite a partir do corte de papel, papelão ou outros materiais – e criou situações de acordo com o que viam nas ruas. Em cada uma delas, um artista e uma técnica foram utilizadas: o cantor Seu Jorge – cuja música compõe a trilha do comercial – sairia do bolso de uma calça jeans desenhada em estêncil na parede. Em outra cena, dois rapazes desenhados em uma parede saem do muro para se tornarem homens reais, entre outras situações. Com os esquetes definidos, a produtora partiu para a captação dos elementos de forma separada: primeiro foram feitas as pichações nas paredes da produtora, depois todas as cenas com personagens foram gravadas em frente a uma tela azul. O diretor do comercial, Ricardo Van Steen, conta que as cenas que mostram pinturas nas paredes foram feitas por artistas diferentes, em paredes brancas. Todo o entorno – tijolos, cenas das pessoas em movimento – foi aplicado em pós-produção. Na primeira cena, em que o cantor Seu Jorge sai do bolso de uma calça jeans pintada na parede, o cantor foi filmado em um fundo azul, e a imagem dele saindo da parede, que é inicialmente uma pintura, vai sendo lentamente substituída pela imagem real. No entanto, a cena mais complicada de realizar foi aquela em que dois garotos desenhados no muro tomam vida e saem da parede. Para dar a ideia de que eram desenhos que se movimentavam em direção às
Pós-produção simulou efeito do estêncil frame a frame em comercial da Pool.
meninas, dois garotos foram filmados fazendo o movimento de sair da parede. Com o primeiro frame em mãos, o artista Donato refez a imagem para o grafite. “Com a síntese que o Donato havia feito, aplicamos efeito semelhante aos outros frames e fizemos a coisa andar”, conta Steen. O trabalho da Tribbo foi o de simular o efeito do estêncil na cena filmada. “Além de fazer cada frame em pintura, tivemos de transformar uma imagem 2D, que era o desenho em estêncil, em 3D”, diz o diretor. Algumas animações foram produzidas por uma parceira na Argentina. Para agilizar o processo, os trabalhos foram enviados à Movi&Art via Internet. “A cena em que o cantor anda na calçada e uma tatuagem se forma no muro por onde ele passa, teve animação feita na Argentina e enviada para nós. Aplicamos o Seu Jorge na cena e achamos o
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sincronismo”, diz o diretor. A cena em que Seu Jorge é engolido por uma pintura na parede, assim como a que encerra o comercial, na qual ele é cuspido para fora da boca, foi feita com o cantor sob um fundo verde. A menina desenhada no muro foi filmada, para a captação dos movimentos, e transformada em estêncil na pósprodução, frame a frame. Um assistente foi chamado para fazer o movimento de ser engolido. “Na pós o trabalho foi de colagem: combinamos o Seu Jorge, com a língua em 3D, o muro em estêncil e o assistente sendo puxado”, diz Steen. No caso da cena final, em que é cuspido, um boneco feito em 3D substitui o cantor, que fez apenas o movimento de cair no chão. ficha técnica Produtora Direção Direção de fotografia Montagem Produção Produtora de som Finalização
Movi&Art Ricardo Van Steen Ale Ermel Umberto Martins Equipe Movi&Art Hilton Raw Tribbo
( mercado) Daniele Frederico
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Produção entra em campo Distribuidoras e produtoras encontram nos gramados um filão pouco explorado e lançam documentários sobre futebol para cinema e DVD.
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FOTOs: DIVULGAÇÃO
ue o futebol é a paixão nacional, não há dúvidas. Que a TV fatura milhões com as transmissões de campeonatos e programas esportivos, também não se discute. O que produtoras e distribuidoras têm notado, porém, é que o filão do futebol vai muito além dos estádios e da telinha. Nos últimos anos, em especial nos últimos meses, uma série de documentários feitos para cinema e especialmente para DVD tem pipocado em bancas de jornais, lojas a até mesmo postos de gasolina. A Fox Home Entertainment, uma das maiores distribuidoras de filmes em operação no Brasil, criou uma divisão específica dentro da empresa para tratar do segmento de futebol. Com investimento de R$ 30 milhões para os próximos quatro anos, a Fox pretende lançar de 25 a 30 filmes do gênero. Segundo o diretor de vendas da Fox Home Entertainment, Herbert Viana, o lançamento do DVD “TriHexa”, registro histórico da conquista do São Paulo Futebol Clube no Campeonato Brasileiro de 2008 foi um marco, mas não foi o que levou a distribuidora a investir pesado no segmento. Segundo Viana, a Fox encomendou uma pesquisa em 2006, buscando indicações de qual tipo de conteúdo o consumidor brasileiro estava interessado em assistir em vídeo. O futebol, assim como outros esportes, apareceu na pesquisa. “Identificamos que o futebol, por ser parte do cotidiano dos brasileiros, tinha maior relevância”, conta o diretor. Depois dessa pesquisa
BossaNovaFilms investe em DVDs de oportunidade, como “Tri-Hexa”, sobre o hexacampeonato do São Paulo.
preliminar, um projeto foi estruturado, com o objetivo de identificar conteúdos e formatos de preferência dos consumidores. “Aprofundamos a pesquisa e descobrimos que dentro dessa linha do futebol, o torcedor queria rever os principais fatos dos clubes”, diz. Ao enxergar este filão, a distribuidora montou uma nova divisão dentro da Fox, como parte da área de home entertainment, e passou a buscar parcerias com produtoras brasileiras. A primeira foi com a Canal Azul, com o filme “23 anos em 7 segundos - O Fim do Jejum Corinthiano”, sobre a vitória do Campeonato Paulista de 1977, conquistada após 23 anos sem títulos no Corinthians. A Canal Azul estava associada, na época, à BossaNovaFilms, produtora do primeiro título sobre futebol que a Fox distribuiu, o “Tri-Hexa”, do São Paulo. A linha de negócios da distribuidora no
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segmento de futebol visa buscar histórias entre os 14 principais clubes brasileiros. O primeiro foi o Corinthians. “Queríamos um clube que tivesse visibilidade também fora de São Paulo”, conta Viana. Segundo o diretor, embora o documentário seja sobre futebol, há aspectos culturais entrelaçados com o tema. “No caso do filme sobre o Corinthians, há questões envolvendo o misticismo, a religiosidade, enfim, algo além da vida do clube”, diz. Como negócio, a experiência se provou ser interessante para a Fox. “Para o clube também foi bom, porque não tinham produzido nada oficial até o momento”, conta Viana. O diretor ressalta que embora esteja trabalhando com a Canal Azul, a Fox está aberta a parcerias com outras empresas. “Qualquer produtora que tenha um bom projeto pode nos procurar”, diz. “Com a Canal Azul, nosso foco foi desenvolver conteúdos que não são baseados em fatos recentes”, completa. No sentido contrário à Fox, que
apostou em um foco mais histórico, a parceira da distribuidora no filme “Tri-Hexa”, BossaNovaFilms, tem aproveitado o segmento de forma diferente. A sócia e produtora executiva para o mercado de entretenimento da BossaNovaFilms, Denise Gomes, conta que a parceria com o São Paulo Futebol Clube nasceu em 2006, quando o departamento de marketing do clube os procurou para a realização de um documentário com objetivo bem específico: o lançamento de um DVD sobre uma ocasião especial. Tratavase de um DVD de oportunidade, que começaria a ser pensado antes mesmo do São Paulo ser campeão. “Era o começo do mês de novembro e tivemos um mês e meio para o DVD estar nas bancas”, conta Denise. Na época, uma parceria foi feita com o jornal esportivo Lance para a distribuição do documentário, que vendeu cerca de 70 mil cópias. Depois deste, o time convidou a produtora para realizar uma produção desde o início do ano. “Caso o time tivesse um bom desempenho, o DVD sairia, do contrário não”, conta Denise. O resultado foi o DVD do pentacampeonato, lançado antes do Natal de 2005, que fez o mesmo número em vendas do anterior. Para o DVD do hexa, a novidade foi a parceria com a Fox, como distribuidora, e com o canal pay-perview da Globosat Premiere Futebol Clube, que entrou como patrocinador, cedendo imagens para a produtora. O produto foi lançado com dois DVDs, um sobre o hexa, e outros com os melhores lances dos três títulos brasileiros (2006, 2007 e 2008). Para Denise, a realização de documentários de oportunidade facilita a captação e a obtenção de imagens, em contraposição a documentários com enfoque mais histórico, que exigem mais imagens de acervo. “Para os próximos projetos em que estamos envolvidos, não quero trabalhar com a parte histórica por causa da questão de direitos. Os
2006, sobre a conquista da Dubai Cup 2008 pelo Internacional; e “Fiel”, lançado em abril de 2009, com depoimentos da torcida corinthiana sobre a queda do time para a segunda divisão, e seu retorno.
“Fiel”: documentário fez 60 mil espectadores no cinema.
A conta do gol Com patrocínios milionários e direitos vendidos a preço de ouro, é possível pensar que o mercado de produções para futebol rende – ou renderá – rios de dinheiros a seus investidores. O que tem acontecido, porém, é que distribuidores e produtores estão apostando neste segmento, muitas vezes com recursos próprios, buscando formas de financiamento diferenciadas e aguardando retorno do investimento, que ainda não é totalmente garantido. A Fox, que entra como coprodutora e distribuidora dos projetos, tem utilizado recursos do
mundiais são sempre mais complicados. Estamos procurando trabalhar filmes com históricos mais recentes”, afirma. Apesar de apostar em depoimentos de torcedores, a G7 Cinema também trava uma batalha constante para a obtenção de direitos. O presidente da produtora, Gustavo Ioschpe, conta que a obtenção desses direitos passa por várias entidades, desde o clube, até os jogadores individualmente, associações
fox home entertainment investirá r$ 30 milhões na divisão de filmes sobre futebol nos próximos quatro anos. internacionais e TVs. “Essa é uma das razões pela qual este mercado não é explorado. A execução é extremamente complexa”, afirma. A G7 Cinema começou a produzir e a distribuir documentários sobre futebol no final de 2005, com o longa “Inacreditável: a Batalha dos Aflitos”, que contava a história do jogo entre Grêmio e Náutico, que resultou na ascensão do Grêmio à série A do Campeonato Brasileiro. Desde então, a produtora focou seus esforços apenas neste segmento, com a produção de “Gigante – Como o Inter Conquistou o Mundo”, sobre a vitória do Internacional no campeonato mundial, ao fim de 2006; “Gigantes do Deserto”, lançado em DVD em abril de
Artigo 3° para financiar as produções, com o complemento vindo da produtora. No caso de “23 Anos em 7 Segundos”, a Canal Azul entrou com parte dos recursos e outra parte veio do patrocínio dos cartões Bradesco e das Lojas Marabraz. Já com os clubes a relação é a de utilização de seu nome, como qualquer outro segmento: a distribuidora licencia a marca do clube e paga royalties de acordo com o resultado. Quem também licencia a marca dos clubes é a G7 Cinema, com o pagamento de royalties. O apoio recebido pela produtora dos times é institucional, na divulgação. A G7 conta que como toda a indústria cinematográfica, o retorno do investimento acontece no DVD, com alguma receita de cinema. No caso da BossaNova,
“Como não existe oferta oficial e distribuição que chegue onde consumidor está, a ilegalidade ocupa este espaço.” Herbert Viana, da Fox Home Entertainment
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Basílio, em “23 anos em 7 segundos”: produção da Canal Azul com distribuição da Fox aposta em viés histórico.
o acordo foi feito diretamente com o São Paulo, com resultados divididos com o clube proporcionalmente ao investimento das partes – clube e produtora. A produtora não licencia a marca do time, e a parceria não é exclusiva. Denise conta que não houve, até o momento, patrocínio para esses DVDs, já que é difícil encontrar patrocinadores quando o produto é de oportunidade, como estes. “Mesmo que não seja via lei de incentivo, não tivemos tempo de ter patrocinador. Sem contar que é impossível colocar um patrocinador neste risco, já que não se sabe se o time vai bem naquele ano ou não. Nós fizemos porque acreditamos no produto”, afirma. Ela diz ainda que os DVDs do tetra e do penta do São Paulo lançados até o momento tiveram retorno positivo. “Se você tiver um produto que possa ter patrocinador, usar leis de incentivo, com cunho mais cultural, claro que o retorno será maior”, aposta. Para que o produto vá para o cinema, o patrocínio é ainda mais importante. “O cinema exige uma estrutura mais cara, por isso é preciso agregar outras receitas”, diz. A produtora conta que agora tentará comercializar os três DVDs, (sobre tetra, penta e hexa) de forma conjunta. Quem também tem trabalhado com filmes esportivos, contando com patrocínio, é a produtora Business Television, que lançou o DVD “Zico
na Rede”, que conta a carreira do jogador por meio de seus gols. O documentário teve recursos de patrocínio da Eletrobrás via lei de incentivo e já foi negociado com a Globo para TV aberta e canais pagos, segundo o produtor Paulo Roscio. A emissora também foi responsável por parte do arquivo do filme. “Outras coisas conseguimos no arquivo pessoal do Zico e outras com torcedores”, diz Roscio. A produtora já realizou outros dois documentários sobre esportes: “Heróis de
Para Viana, esse tipo de conteúdo pode até ser lançado no cinema, mas o foco principal é na janela do home vídeo. “O filme do Corinthians foi lançado em cinema, mas não tem perspectiva de carreira nessa tela”, diz. Para os próximos lançamentos, as janelas serão determinadas de acordo com o tema do filme. “Se o filme tiver uma boa história para contar, ele vai para o cinema”, completa. Ele lembra ainda que alguns produtos já saem da produtora com um corte para TV. “O produto que estamos desenvolvendo sobre o centenário do Corinthians já sairá com quatro episódios para televisão”, diz Viana. Para Denise, da BossaNova, o critério para a escolha das janelas é diferente para o segmento de futebol do que para outros produtos. A entrada no DVD, segundo a produtora, deve ser feita logo após a exibição no cinema. O mesmo é defendido por
dificuldade em obter direitos sobre imagens esportivas faz deste um filão pouco explorado. uma Nação”, lançado há dois anos, e “Geração de Prata, sobre vôlei, há um ano e meio atrás. Drible na pirataria A descoberta de um novo filão para produtoras e distribuidoras passa ainda por questões como a viabilidade de cada uma das janelas. Embora seja conhecido que esse tipo de conteúdo funciona bem na televisão, aberta e fechada, há poucas iniciativas que demonstrem como ele se comporta no cinema e no home video. “Pelé Eterno” e “Ginga”, da Anima Produções Audiovisuais e da O2 Filmes, respectivamente, são algumas das tentativas de colocar o futebol nas telas grandes. Com lançamentos mais recentes, a aposta parece ser, em princípio, no home video.
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Ioschpe, que já teve demonstrações de que as janelas são diferentes para filmes de ficção e outros temas em relação ao futebol. “Minha luta é por janelas mais curtas”, conta. Ele diz que o documentário sobre o Grêmio, por exemplo, teve tanto sucesso em DVD, que o filme foi convidado a entrar em circuito de cinema de dois a três meses depois de seu lançamento. “As pessoas querem ver esse tipo de filme em coletividade”, diz. Ele conta ainda que o filme do Inter também foi lançado em cinema e dez dias depois em DVD. “A bilheteria aumentou muito no final de semana posterior ao lançamento do DVD”. O home video, porém, enfrenta um problema que a televisão, ao
menos neste segmento de futebol, ainda desconhece: a pirataria. Assim como filmes e séries, que são facilmente encontrados em camelôs, os documentários sobre times podem ser encontrados nas barracas e nas redes peer-to-peer. Para Viana, esse é uma dos principais contribuições da Fox, que entra como coprodutora e distribuidora. “A questão principal é que antes não havia distribuição. Temos uma infraestrutura montada, com mais de 15 mil pontos de vendas no Brasil. A pirataria sempre reinou porque não existia nada oficial neste segmento. Como não existe oferta oficial e distribuição que chegue onde esse consumidor está, a ilegalidade ocupa este espaço”, diz o diretor. O fato dos produtos estarem associados a times de futebol diretamente também conta a favor dos produtores. “Quando há um time de futebol associado ao projeto, o torcedor compra porque quer ajudar o time”, conta Denise. “Embora seja impossível quantificar o quando esse sentimento pelo clube inibe a pirataria, é possível dizer que há um impacto”, afirma Ioschpe. Segundo Viana, os DVDs de futebol fazem parte também de uma proposta de ampliar a distribuição e, como resultado final, mudar o hábito de consumo de DVDs no país. “Com a ajuda dos clubes na divulgação, o apelo emocional desse tipo de conteúdo e a presença do
“Zico na Rede”, da Business Television, contou com patrocínio da Eletrobrás via lei de incentivo.
DVD em pontos estratégicos, o hábito desse consumidor muda”, acredita. Ainda que com as recorrentes quedas no mercado de locação, o sell through, ou venda direta ao consumidor, cresceu. E é nesse segmento que Fox aposta. Por isso, o filme do Corinthians, por exemplo, possui versões diferenciadas. Uma delas conta com o DVD e também com um livro exclusivo e um poster, vendidos em uma caixa presenteável. A tiragem das caixas é de 10 mil, e do DVD é de 150 mil cópias. Lances futuros Os resultados dessas iniciativas têm sido, aparentemente, positivos. “Fiel”, da G7 Cinema, teve 60 mil espectadores no cinema e vendeu, no período de cinco a seis semanas, cerca de 40 mil cópias. O DVD “Tri-Hexa”, da BossaNovaFilms com a Fox, teve cerca de 50 mil cópias vendidas. “Para o Corinthians esperamos vender mais de 100 mil durante o tempo de lançamento, ou seja, cerca de seis meses”, diz Viana. Com perspectivas otimistas, distribuidora e produtores fazem apostas em novos títulos. O diretor de vendas da Fox conta que já foi procurado por uma outra produtora
para produzir um filme sobre a vida do Ronaldo, jogador do Corinthians, e que a distribuidora está avaliando essa possibilidade. Além deste, há um documentário do alvinegro sobre o seu centenário, para 2010, e um outro sobre o tetra campeonato brasileiro do time em produção. “Provavelmente o Santos será o próximo a ter um filme produzido”, adianta Viana. Na BossaNovaFilms há cinco projetos em desenvolvimento neste segmento, sendo um com o São Paulo. Na G7, o próximo lançamento está agendado para agosto, com o documentário “Nada Vai nos Separar”, sobre os 100 anos do Internacional. Para o segundo semestre há ainda outro lançamento: o documentário “Soberano – Seis Vezes São Paulo”, sobre os seis campeonatos nacionais vencidos pelo time.
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realização
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“X-Coração” Gaúcha Cartunaria transforma curta produzido para a RBS em minissérie para o Nickelodeon. FOTOS: Divulgação
Esta matéria faz parte de uma série que Tela Viva publica mensalmente, explicando o desenvolvimento de projetos audiovisuais bem sucedidos, sob o ponto de vista do modelo de negócios e do financiamento.
Sem orçamento, produtoras e profissionais envolvidos na produção do longa terão cotas de participação nos resultados do filme.
E
specializada em animação 2D, a portoalegrense Cartunaria produziu em 2007 o curta-metragem “X-Coração” para a RBS. O projeto venceu o edital Histórias Curtas, promovido todos os anos pela afiliada da Rede Globo no Sul para premiar oito roteiros, financiar e viabilizar a produção dos filmes de profissionais locais, cedendo equipamentos de captação e finalização. Agora reformulado, “X-Coração” deve estrear no segundo semestre deste ano no Nickelodeon, canal infanto-juvenil da Viacom, simultaneamente no Brasil e América Latina como uma série de programetes de cinco episódios de dois minutos cada. De acordo com o diretor da série e sócio da Cartunaria, Guto Bozzetti, o roteiro original é de seu sócio, Lisandro Santos, e narra a história de um atendente de uma lanchonete que se apaixona por uma garota. O nome, “X-Coração”, faz referência a um sanduíche feito com coração de galinha, um lanche típico do Rio Grande do Sul, e também é uma alusão à história de amor do personagem. “A proposta inicial não era infanto-juvenil, fizemos apenas algumas adaptações para que ficasse adequado ao horário em que seria exibido: à tarde, pouco depois do almoço, um horário em que a família está reunida”, conta
Para virar série, produtores misturaram a trama do curta com a de outro projeto.
Bozzetti, destacando que a produção foi bem recebida principalmente entre crianças e pré-adolescentes. O curta ganhou o prêmio de melhor filme de 2007 no evento que a RBS promove no fim do ano para premiar os curtas produzidos pelo edital e foi exibido em diversos festivais ao longo de 2008. “O
“X-Coração” a outro projeto ainda em desenvolvimento na produtora, que era provisoriamente chamado de “Power Trio”, sobre três aspirantes ao estrelato no mundo do rock. Juntando as duas histórias, o protagonista, Alex, virou o atendente de uma
Série ganhou formato curto para se adaptar ao orçamento do canal para vinhetas. curta é uma história fechada, que tem começo, desenvolvimento e fim, mas achamos que renderia uma série. Precisávamos encontrar uma trama que gerasse o enredo da série e rendesse vários episódios. Esse foi o principal desafio”, observa o produtor. A solução foi unir a história de
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lanchonete que também é vocalista de uma banda e sonha em virar um astro do rock. Nas horas vagas, ele ensaia com os amigos, Zé e Sidnei. O enredo da série está centrado nas aventuras e desventuras vividas pelos três amigos na busca pela fama.
Série A Cartunaria tem uma parceria com a Martinelli Filmes, de São Paulo, que representa a produtora gaúcha na capital paulista. Em 2008, Sérgio Martinelli apresentou o projeto de série e o curtametragem a Jimmy Leroy, vicepresidente de criação do Nickelodeon e VH1 Brasil, que se interessou pelo projeto. “Fazer produção local de uma série inteira é um processo mais complicado. O Jimmy sugeriu que fizéssemos uma série que coubesse no orçamento que o Nickelodeon brasileiro tem para a produção de vinhetas para o canal, em um formato curto para testar o programa”, conta Bozzetti. A produtora trabalhou então na elaboração de uma minissérie de cinco episódios de dois minutos cada, que a Viacom adquiriu e tem o direito de explorar em qualquer mídia. “Foi uma experiência diferente tanto para eles quanto para a gente. Nunca tínhamos trabalhado dessa forma e acho que eles também não tinha trabalhado em conjunto com uma produtora com uma ideia do zero”, ressalta o produtor. A produção está pronta e atualmente é dublada em espanhol. Apesar de a Viacom ter adquirido estes cinco mini-episódios, não há garantias de que a programadora fará a série completa para seu canal infanto-juvenil. Dessa forma, a Cartunaria continua trabalhando no projeto e buscando parceiros de coprodução. Em maio deste ano, a Cartunaria participou também com “X-Coração” do Programa Internacional de Capacitação, o PIC Animação, promovido pela Associação Brasileira de Produtores Independentes de Televisão (ABPITV). O projeto da série completa foi avaliado por consultores internacionais e, segundo Bozzetti, se desenvolveu bastante. “Ajudou muito, conseguimos melhorar algumas ideias para tentar o
Sinopse: História de uma banda de rock que tenta trilhar o caminho nem sempre glamouroso do sucesso. O vocalista Alex é um jovem idealista que se aventura pelo mundo dos “quase famosos” juntamente com seus amigos Zé e Sidnei, que completam o power-trio. Alex divide seu tempo entre a música e seu trabalho como chapeiro de uma lanchonete no centro da cidade, que também é o ponto de encontro dos seus amigos, paqueras e jovens de diversas tribos urbanas.
X-Coração Minissérie
cinco episódios de dois minutos 7 a 10 anos
Público-alvo
Guto Bozzetti e Lisandro Santos
Direção
artunaria Produtora C
mercado internacional”, avalia.
deixá-la adequada para os tweens, público na faixa etária dos 7 aos 10 anos que gosta de atrações com características menos infantis. “Direcionamos a série para este público porque percebemos que os canais infanto-juvenis têm procurado este tipo de programação para suas grades. É um público que ainda não chegou à adolescência, mas curte estas histórias um pouco mais adultas, com namoricos”, diz Bozzetti. Enquanto desenvolve o projeto da série e busca parceiros para uma coprodução, a Cartunaria continua fazendo trabalhos terceirizados em animação, trabalhos publicitários e um novo curta-metragem para a RBS, também pelo edital Histórias Curtas.
Tweens Para a aproximação do mercado internacional, a produtora gaúcha ainda conta com o apoio da canadense Vivavision, parceira da Martinelli Filmes. “Eles estão nos ajudando a formatar o projeto. Temos reuniões criativas e, estrategicamente, para a gente é bom. Se houver uma venda internacional, eles podem fazer parte da captação”, explica Bozzetti. Atualmente, a série de televisão está formatada em 26 episódios de 11 minutos cada cujo orçamento gira em torno de US$ 1,5 milhão, mas pode ser reformatada e ganhar duração de meia hora para preencher faixas mais longas dos canais. A reformulação conceitual pela qual “X-Coração” passou teve como objetivo
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Adeus ao puxadinho
RedeTV! muda estrutura para sede ainda em construção, se preparando para aumento na produção de dramaturgia e para sua entrada na Internet.
permanece. Em outras palavras, a emissora não deve entrar no concorrido espaço das telenovelas e deve manter a estratégia de ter uma grade que é a “contra-programação” da Globo, com jornal no horário da novela e TV Fama, falando sobre novela, no horário do “Jornal Nacional”, por exemplo. “A RedeTV! dá certo quando fazemos programação alternativa. Não vamos cair na tentação de combater novela da Globo com novela. Nem por princípio e nem por cálculo pragmático. Simplesmente não fecha a conta”, diz Carvalho. Segundo ele, outros tipos de dramaturgia são as verdadeiras “fórmulas do futuro”, como o que chama de dramaturgia leve: séries, mini-séries, sitcoms. “Novela, 20 anos atrás, dava 90 pontos de audiência.
Suporte à programação A nova casa vem da necessidade de produzir mais e começar a investir mais pesadamente em teledramaturgia. “No dia-a-dia, vamos começar a perceber na grade os investimentos feitos na nova estrutura”, diz o vice-presidente da empresa. Ainda assim, diz que a “filosofia de programação”
“O empresário de comunicação que não estiver com os dois pés na Internet perdeu o caminho até o seu público.” Marcelo de Carvalho, VP da RedeTV!
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Hoje dá 30 na Globo, e, na Record, gastando R$ 700 milhões da igreja por ano, dá 10, 13 ou 15. É evidente que o gênero está em declínio, embora ainda seja dominante. Hoje, as audiências somadas dão 50%, é lógico que o produto está em sérios problemas”, aposta. É apostando neste tipo de conteúdo que a emissora construirá seu oitavo estúdio, com 1,5 mil m2 de área. O estúdio deve estar pronto até o final de 2010. “Não temos nada contra a coprodução ou o outsourcing (a terceirização de serviços). Infelizmente, há ainda uma carência de produtoras com um pacote pronto, ou seja, o formato e mais a tecnologia de produção”, diz Carvalho. Segundo ele, a emissora tem alguma experiência com coprodução, já que o programa “A Tarde é Sua” é coproduzido com a Câmera 5. “Mas não podemos depender disso. Não há uma oferta de grandes produtoras com diversos produtos como há no mercado internacional”, diz. Novo mercado Também na nova sede fica a nova empreitada da emissora, o portal RedeTVi, lançado no final de junho. “O empresário de comunicação que não estiver com os dois pés na Internet perdeu o caminho até o seu público. Ainda pensa como o broadcaster dos anos 1970, preocupado em construir torre em cima dos morros para levar seu sinal mais adiante”, diz Marcelo de Carvalho. A idéia é levar seu conteúdo ao maior número possível de plataformas de distribuição. É por isso que a emissora FOTO: divulgação/Wayne camargo
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mbora a inauguração esteja marcada apenas para o dia 13 de novembro, quando a emissora completa dez anos de existência, a RedeTV! está alojada em uma nova sede desde o início deste ano. Em meio às obras, a emissora continua funcionando enquanto prepara sua nova estrutura, já preparada para abrigar também a equipe da RedeTVi, seu novo portal. “A empresa vem crescendo 30% ao ano em faturamento nos últimos quatro anos. Ou seja, a cada dois anos e pouco, a gente dobra de tamanho”, diz o vice-presidente da emissora, Marcelo de Carvalho. “A estrutura tornou-se pequena. Uma hora a solução do puxadinho não funciona mais. Tivemos a necessidade de expansão”, explica. Para garantir que a casa esteja pronta até o aniversário da emissora, 300 pessoas trabalham nas obras, sete dias por semana. Três estúdios estão prontos e em funcionamento. Até metade de agosto, outros dois estarão prontos; em setembro serão seis em operação e, em meados de outubro, o sétimo também estará pronto. “Ano que vem, após a inauguração, vamos fazer outro estúdio maior para dramaturgia”, diz Carvalho.
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está em alta definição no satélite e ainda está presente nos DTHs e nas plataformas de cabo. “Faltava apenas entrar de maneira agressiva na Internet”, explica. Nesse novo mercado, a emissora mira os grandes portais. “Meus programas de ponta atraem 10% dos telespectadores. Não tenho fórmula para passar a audiência que a Globo tem hoje. E ninguém tem e nem terá, porque não haverá mais TV com 30% ou 35% de share. Hoje há uma diversidade de plataforma”, diz o executivo e sócio de Amílcare Dallevo Jr. na emissora. “Na Internet ainda podemos pegar o primeiro lugar”, aposta. Para isso, todo o conteúdo exibido pela emissora será exibido em tempo real na web. Além disso, cada programa terá seu canal dentro do portal, com vídeos para download e aplicativos para interação do público. “Para cada executivo da RedeTV!, há um executivo espelho na RedeTVi. Além do diretor do “Superpop”, por exemplo, tem o diretor do “Superpop” do “B”, que é o cara da RedeTVi. Assim, cada programa tem um diretor “pensando televisão” e outro vendo como alavancar o portal. Há ainda um “diretor geral de sinergia”, que fica responsável por cobrar de cada um na emissora um aplicativo para carrear audiência para o site. Como exemplo, o programa “Pânico” pode escolher sua nova “paniquete”, com a votação pela Internet. As pessoas poderão ainda ver vídeos das candidatas. “Com isso, não estou concorrendo, mas assumindo que hoje as pessoas assistem TV com um laptop no colo. Eu vejo assim, meus filhos também. É complementar”, diz o VP da RedeTV!. É por conta desta sinergia que o portal fica abrigado no mesmo ambiente da emissora. “Chegamos a instalar o portal em um prédio, mas mudamos antes da estreia.
“Teremos um estúdio ‘verde’, com iluminação baseada em Leds e captação de água da chuva.”
FOTO: DIVULGAÇÃO
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Kalled Adib, da RedeTV!
Tem que haver comunicação olho no olho”, diz Carvalho. “Se o Paulo Ricardo for no ‘Superpop’, a gente já pode levar ele pra outra sala para participar de um chat, por exemplo”, diz. São, por enquanto, 60 pessoas dedicadas ao portal. “Mas tenho mais 1,2 mil da TV. São 300 pessoas só no jornalismo, todos trabalham também para o portal, com alimentação segundo a segundo”, diz Carvalho. “O Terra e o iG precisaram montar uma redação, eu já tinha”, brinca. A sinergia portal/TV parece já estar funcionando. O primeiro programa do “Pânico” a ir ao ar após o lançamento conseguiu levar 350 mil visitantes únicos ao site, somente no horário no programa.
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Gente e máquina Além da equipe do portal, a emissora precisa abrigar a equipe da emissora, crescente. O jornalismo, por exemplo, recebeu recentemente um reforço numeroso: cem “web repórteres”. Cada jornalista conta com uma minicâmera digital e um laptop. Eles passam o dia fora da sede e recebem a pauta pela Internet. As imagens são gravadas e enviadas também pela Internet, através de uma conexão móvel. Até 2010, devem ser 200 profissionais trabalhando nestas pautas na rua. A estrutura continua semelhante à montada ainda na outra sede. Conforme explica o superintendente de operação, Kalled Adib, a RedeTV! optou por comprar pacotes fechados de três fornecedores. “A Ikegami teve que integrar suas câmeras com o sistema de transmissão da Nec, que integrou seus transmissores com a antena da Sistema permite monitorar as 22 ilhas remotamente, conta Abraão Farina.
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RFS”, diz. No meio disso tudo, o mesmo sistema de automação desenvolvido na casa há seis anos. A única grande mudança, por enquanto, está no armazenamento do conteúdo online da emissora, que passará a ter 1,2 petabytes. Para o estúdio maior, a ser inaugurado em 2010, Adib diz que haverá ainda uma compra grande de câmeras e equipamentos. “Teremos um estúdio ‘verde’, com iluminação baseada em Leds e captação de água da chuva”, conta. Uma área externa está sendo preparada para receber as plateias dos programas de auditório, com detectores de metais nas entradas dos estúdios. Internamente, o corredor que leva aos estúdios abriga os camarins das estrelas da casa. Ao lado da porta de cada camarim, um monitor de cristal líquido mostra a foto da celebridade e um pequeno letreiro, com texto que pode ser enviado por SMS. “Assim eles podem mandar recados para equipe enquanto estão a caminho da emissora”, diz o gerente tecnologia Abraão Farina. “Eles gostam de receber este tipo de mimo, e a gente gosta de desenvolver”, brinca. Para controlar os oito estúdios, contando o que fica pronto apenas em 2010, são quatro salas com switchers. Todos os switchers podem ser conectados a todos os estúdios. Além disso, foi montado um espaço que recebeu 22 ilhas, cada uma em seu cubículo, de vidro. “Para que a gente não precise procurar o que está sendo editado e onde, fizemos um monitor dos trabalhos”, explica Farina. Uma grande tela mostra qual editor está trabalhando em que produção em cada uma das ilhas. As ilhas são todas monitoradas à distância por Farina. “Posso entrar, de qualquer lugar, em qualquer ilha pelo meu celular”, orgulha-se o gerente de tecnologia. Fernando Lauterjung
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oltada para uso profissional e pessoal, a Atlona Technologies anunciou uma solução para equipamentos com número reduzido de entradas HDMI, que permite ainda aumentar a distância entre os equipamentos. Trata-se do switcher AT-HD88M-SR, que faz o transporte de até oito fontes de vídeo HDMI 1.3b através de cabos de rede CAT5. A troca da fonte de vídeo pode ser no local onde o monitor está instalado ou no próprio switcher, que faz ainda o transporte do comando infravermelho, o que permite controlar os oito equipamentos à distância. As fontes de vídeo podem ficar a até 35 metros do monitor ou outro dispositivo de exibição de vídeo. O equipamento suporta áudio digital com 7.1 canais e resoluções de vídeo de até 1080p. O equipamento está disponível nos Estados Unidos por US$ 5499.
Switcher permite trafegar até oito sinais HDMI por cabos CAT5.
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m novo firmware anunciado pela Harris traz novas funcionalidades ao monitor e gerador HD/SD-SDI portátil Videotek HD-STAR. O equipamento, alimentado por bateria, permite monitorar, e gerar um sinal teste em multiformato para áudio e vídeo. A grande novidade é agora o handheld conta com detecção automática de formato e contínua das imagens em movimento. A detecção automática faz com que o equipamento possa trabalhar com um formato ao monitorar outro formato na geração de sinal teste. Além disso, aponta na tela do dispositivo qual é o formato HD ou SD que está sendo monitorado. Já o upgrade para acompanhar as imagens continuamente torna o equipamento mais apropriado para detectar interrupções em encoders/ decoders MPEG. O equipamento conta com monitor colorido sensível a toque de 320x240, monitor de ondas, vetorscópio, analisador de dados por porta serial e analisador/monitor de áudio. O upgrade está Monitor da Harris ganha novo disponível no site Harris. firmware.
Da Vinci passa a suportar arquivos Red Raw.
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principal freio à adoção maciça das câmeras da Red, que trabalham sem compressão de cor em um formato proprietário de arquivo, é a falta de um fluxo de trabalho disponível, ou pelo menos a dificuldade de fazer o equipamento trabalhar nos modelos de fluxo existentes. A Da Vinci está fazendo sua parte ao integrar a câmera à sua tecnologia de correção de cor. A empresa anunciou que a versão 6.2 do software Resolve, para a série R de corretores, suportará imagens geradas nativamente em formatos digitais, incluindo os arquivos Red Raw. Com isso, a nova versão acelera o fluxo de trabalho para filmes captados com as câmeras Red ao eliminar a conversão de arquivos do formato Raw para DPX. A nova versão suporta também ajustes de cores em projetos 3D. Outra novidade é que agora é possível sincronizar o trabalho de duas mesas pela Internet. Com isso, um trabalho que está sendo feito em uma localidade pode ser visto em outra mesa Resolve, em qualquer lugar com acesso à Internet, não importando a distância entre as duas mesas. 36
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11 a 13 de agosto ABTA 2009, Transamérica Expo Center, São Paulo, SP. Tel: (11) 3138-4660. E-mail: info@convergecom.com.br. Web: www.abta09.com.br Encontro da TV por assinatura e novas plataformas de distribuição no maior evento do gênero na América Latina.
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10 a 19 Toronto International Film Festival, Toronto, Canadá.
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3 a 9 8º Festival Internacional de Cine Nueva Mirada para la Infancia y la Juventud, Buenos Aires, Argentina. Tel.: (54 11) 4382-8049. E-mail: programacion@nuevamirada.com. Web: www.nuevamirada.com
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