televisão, cinema e mídias eletrônicas
ano 18_#200_dez2009
edição comemorativa
os rumos do conteúdo A evolução da regulamentação, do antigo código de telecomunicações até a Confecom
As mudanças Perspectivas As conquistas nas tecnologias e os desafios do para o mercado de produção, desenvolvimento de produção distribuição independente da televisão e exibição nacional regional
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Este VIVA é para vocês.
Nossa homenagem aos leitores, anunciantes, colaboradores e parceiros, que 200 edições atrás acreditaram nesta ideia.
Foto: marcelo kahn
(editorial ) Presidente Diretores Editoriais Diretor Comercial Diretor Financeiro
Editor Editor Tela Viva News Redação
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Departamento Comercial
Rubens Glasberg André Mermelstein Claudiney Santos Samuel Possebon (Brasília) Manoel Fernandez Otavio Jardanovski
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uando o jornalista Rubens Glasberg, presidente da Converge Comunicações, criou a revista TELA VIVA, era bem mais fácil definir o que fazíamos. Uma revista mensal, impressa, sobre o mercado de produção de televisão, cinema e vídeo. Passados quase 18 anos daquele distante 1992, os dois lados da afirmação perderam seu sentido. TELA VIVA hoje é muito mais que uma revista. A Internet virou a produção de informações de cabeça para baixo, encurtou os prazos, deu velocidade ao trabalho de apurar e editar notícias. Criamos nossos pioneiros noticiários online diários, o PAY-TV News e o TELA VIVA News, dedicados ao dia-a-dia do setor, deixando para a revista mensal as entrevistas, artigos e análises mais aprofundadas sobre os temas centrais da indústria. O mercado por sua vez, vai hoje muito além da produção de TV. A digitalização inverteu valores, abriu novas possibilidades em todas as áreas da cadeia de produção, da captação e edição de imagens à distribuição e exibição. Hoje não somos mais uma revista, somos “desenvolvedores de conteúdo”, uma equipe multifuncional, com braços em São Paulo, Rio e Brasília, que se desloca até os eventos nacionais e internacionais mais relevantes e apura o que houver de notícias importantes para sua comunidade de leitores. E distribuímos esta informação da forma mais adequada ao nosso leitor, esteja onde estiver, por e-mail, web, celular, redes sociais, revista e nos eventos que promovemos, como o Tela Viva Móvel, o Forum Brasil, o Congresso TV 2.0 e a Feira e Congresso ABTA. Também trabalhamos em conjunto com nossas publicações-irmãs, a TELETIME e a TI INSIDE, dos mercados de telecomunicações e tecnologia da informação, pois entendemos que os interesses e as necessidades dos profissionais das três indústrias são cada vez mais convergentes. Buscamos estender essa visão aos nossos anunciantes, parceiros que vêm nos apoiando em todos estes anos. Somos o único grupo hoje no Brasil a oferecer uma comunicação eficiente e qualificada nos três pés da convergência digital: mídia, TI e telecom. O desafio é grande. Como se sabe, no mundo inteiro a mídia tradicional vem sofrendo os efeitos da revolução digital. Trabalha-se muito mais que no final do século passado, para resultados semelhantes. Mas isso não nos assusta. Hoje, depois de algumas toneladas de papel e tinta, muitas noites em claro e algumas centenas de pizzas e boas risadas durante os 200 fechamentos que fizemos, mantemos a confiança em uma ideia que, para nós, não morrerá tão cedo: o bom conteúdo, a notícia, a informação bem apurada e bem explicada sempre terão credibilidade. Seu valor é reconhecido pelo mercado e, sobretudo, pelos leitores.
capa: editoria de arte/converge
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É SOLUÇÃO COMPLETA. É SONY.
A Sony tem uma solução completa para o jornalismo. É um sistema de rede que proporciona integração total, desde a captação de imagens, passando por edição, pós-produção e playout, até o armazenamento do material em arquivo. É uma infraestrutra que proporciona o tráfego de material de áudio e vídeo em alta velocidade. E o que é melhor: a qualidade original do material não é modificada. É por tudo isso que na hora de pensar em uma solução, pense na Sony. É muito mais tecnologia e integração para as emissoras de televisão. w w w. s o n y p ro . c o m . b r / n e t w o r k s o l u t i o n Sony é uma marca comercial registrada da Sony Corporation. As imagens visualizadas neste anúncio são simuladas. Fotos, gráficos e ilustrações podem não corresponder a uma representação fiel da realidade.
Ano18 _200_ dez/09
(índice ) ESPECIAL
NUMERO
Scanner Figuras Especial
10 20 22
Regulamentação
24
Televisão
32
TV por assinatura
38
Produção
42
Cinema
48
Novas mídias
50
Tecnologia
52
Making of Radiodifusão
58 60
Audiência Internet
62 64
Case
68
Artigo
70
Upgrade Agenda
72 74
TELA VIVA comemora a chegada de sua 200ª edição na cobertura do setor audiovisual O que andou e o que empacou nas políticas para a comunicação Emissoras afiliadas destacam-se na produção local e visam ampliação da transmissão digital 24
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Setor passa por transformações com evolução tecnológica e novos modelos de negócios Perspectivas para o mercado de produção independente A reconstrução da indústria após o fim da Embrafilme Internet e telefonia móvel criam oportunidades de distribuição
38
Digitalização revoluciona a produção, distribuição e exibição de conteúdo
48
Canção Nova completa 20 anos e tem novos projetos
Web2Expo indica que colaboração, mobilidade e sistemas de busca são tendências para a rede Projeto transmídia da Raccord chega ao cinema em 2010 Analistas da Ancine dissertam sobre tributação no audiovisual
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Acompanhe as notícias mais recentes do mercado
telavivanews www.telaviva.com.br 8
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“Superbonita” ganha nova temporada na grade do GNT em 2010.
FOTO: Gladstone Campos
FOTO: Alexandre Campbell
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Haroldo Guimarães Neto, da HGN Produções, estúdio paulistano escolhido para participar da produção do novo longa-metragem da Disney.
Digno de princesa
FOTO: divulgação
Maioridade O canal GNT anunciou sua nova programação para 2010, em meio às comemorações dos 18 anos do canal. O canal terá novos programas, bem como novas temporadas dos programas atuais. Entre as novas produções nacionais estão um programa com o chef Claude Troisgros, “Que Maravilha!”, e “Vai & Vem”, com Preta Gil. Terão novas temporadas os programas “Superbonita” e “Irritando Fernanda Young”. A diretora do canal, Letícia Muhana, comemorou na apresentação os resultados de 2009. Em 2008, lembrou, o canal havia perdido audiência, por conta da digitalização do sinal das operadoras (que reduziu a pirataria). Em 2009, a audiência do
canal cresceu 10%, enquanto o alcance cresceu 12%. O site do GNT, lançado em meados de 2008, também é motivo de comemoração e deve receber mais investimentos. O site, diz Letícia, já recebeu 16 milhões de vistantes e no ano que vem ganhará programas exclusivos com o elenco do canal, além de conteúdo sob o chapéu comportamento (hoje a divisão é moda, qualidade de vida e gastronomia). A Globosat se prepara ainda para uma mudança no perfil do público da TV por assinatura com o fortalecimento das classes B e C na base. Comenta-se no mercado que o canal Viva, que também terá perfil feminino e será comandado por Letícia Muhana, será mais alinhado com as classes B e C, contando com programas mais voltados ao cotidiano deste público, com conteúdo da TV Globo, programas inéditos e filmes.
Bola na mão O SporTV lançou durante o sorteio dos grupos para a Copa do Mundo da África do Sul um aplicativo para iPhone e iPod Touch chamado de “Futebol”. Desenvolvido pela Aorta Entretenimento, a ferramenta disponibilizará gratuitamente para os usuários todas as informações sobre a Copa do Mundo de 2010, a Copa do Brasil, a Libertadores da América e a Sulamericana, além dos campeonatos estaduais e séries A e B do Campeonato Brasileiro. O aplicativo traz vídeos de futebol, como gols, dúvidas polêmicas, melhores momentos e reportagens, além da programação do esporte nos canais SporTV, SporTV2 e PFC, e acesso a blogs disponíveis no site do canal (www.sportv.com.br), como os de Lédio Carmona e do programa Expresso da Bola. Aplicativo para iPhone e iPod Touch lançado pelo SporTV traz informações sobre futebol.
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A paulistana HGN Produções, do desenhista e diretor de anima ção Haroldo Guimarães Neto, participou da produção do novo longa-metragem da Disney, “A Princesa e o Sapo”, em animação 2D, que estreou em dezembro. A produtora passou por diversos testes durante dois anos. Entre as avaliações que fizeram parte do processo e levaram à escolha da HGN está a produção de algumas cenas em animação 2D do curtametragem do Pateta “How to hook up your home theather”, ainda inédito no Brasil. Além disso, a HGN competiu com estúdios de países como Dinamarca e Taiwan, realizando testes de desenho, pin tura e composição para “A Prince sa e o Sapo”, até ser selecionada para a produção, ao lado de produtoras de Toronto (Canadá) e Orlando (Estados Unidos). Em São Paulo, a HGN produziu o filme realizando as etapas de interpola ção (movimentos intermediários), clean up (traço final), pintura e composição digital. Uma equipe de 50 profissionais esteve envolvida no projeto durante dez meses de trabalho. Fundada em 1989, a produtora brasileira foi responsá vel pela produção no Brasil nos anos 90 de seriados de TV para a Disney, entre os quais “Ursinhos Gummi”, “Bonkers”, “Turma do Pateta” e “Aladdin”. Para 2010, HGN tem novos projetos de coprodução com produtoras do Canadá e está desenvolvendo também produções próprias.
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O próximo ano deve ser bastante agitado para a Sky. A operadora colocou já a partir de dezembro algumas novidades no mercado e promete mais para 2010. Uma delas é a nova forma de comercialização dos canais premium. Desde o dia 1º de dezembro os dez canais da família HBO podem ser adquiridos em um combo próprio, não mais vinculado à aquisição de um pacote completo de filmes que inclui também o Telecine. Segundo o presidente da operadora, Luiz Eduardo (Bap) Baptista, o objetivo é tornar os canais HBO mais acessíveis ao assinante, oferecendo pacotes mais flexíveis, o que foi possível por uma inovação no contrato com a programadora. “O Brasil era o único país da região em que ainda existia esta realidade”, conta Emilio Rubio, presidente de distribuição da HBO Latin America.
Ele afirma que a HBO está em conversações e que até o ano que vem deve adotar modelo semelhante com as demais operadoras que distribuem seus canais. A Sky e a HBO anteciparam que em 2010 será lançado um canal de séries da programadora em alta definição, mas segundo Baptista e Rubio não há ainda uma definição sobre como será este canal. Continuando suas apostas na alta definição, a Sky terá, em 2010, a transmissão de todos os jogos da Copa do Mundo ao vivo em HD. A operadora lançou também um serviço de video-on-demand (VOD) para seus assinantes de alta definição. Os filmes (em número ainda não determinado) serão enviados ao DVR dos assinantes, que poderão então optar por assisti-los mediante pagamento. É o modelo conhecido como push-VOD. Segundo FOTO: arquivo
2010 agitado
Luiz Eduardo Baptista, presidente da Sky: operadora agora vende os canais HBO em pacote independente.
Baptista, a Sky investirá R$ 800 milhões em 2010, sobretudo em equipamentos, desenvolvimento e marketing. Em 2009 este investimento foi de R$ 550 milhões. Outra novidade é a volta da operadora ao varejo, diz seu presidente. Após o pouco sucesso do seu produto pré-pago, que teve apenas 100 mil assinaturas comercializadas, com alto índice de churn e pouca geração de receita, a Sky trabalha em um novo modelo de assinatura popular, ainda não definido, mas que aposta em um sistema “flexível”, explica Baptista. A projeção é que a operadora tenha crescimento de dois dígitos em 2010.
( scanner) FOTOs: divulgação
Coprodução internacional
Denise Gomes e Paula Cosenza, da BossaNovaFilms, assinam acordo com os produtores independentes americano Travis Swards (sentado) e René Bastian, da Belladonna.
Produção nacional
A BossaNovaFilms assinou contrato com a americana Belladonna (do filme “Transamérica”) para coproduzir o longa-metragem de título provisório “Brazilian Model”. Trata-se de uma comédia romântica cuja trama se passa majoritariamente no Brasil. O roteiro e a direção do filme são do americano Joel Hersman. A parceria é resultado da participação de Denise Gomes, sócia e diretora executiva da BossaNovaFilms, e Paula Cosenza, produtora executiva da produtora brasileira, no American Film Market, evento que aconteceu em novembro nos Estados Unidos, em ação promovida pelo Programa Cinema do Brasil e pela divisão de audiovisual do Ministério das Relações Exteriores.
Cultura e educação A Fundação Padre Anchieta publicou e distribuiu o livro “Cultura é Educação - Produtos e Serviços”. O objetivo é apresentar os produ tos e serviços do Núcleo Cultura Educação, que tem no portfólio, entre outros itens, produtos multimídia, CDs, DVDs, material impresso e documentários. Além da apresentação, a FPA convidou alguns especialistas para traçar um panorama da educação. No livro, há artigos de Paulo Markun, Fernando José de Almeida, Mônica Gardelli Franco, Arthur Fonseca Filho, Carlos Vogt, Dirceu de Mello, Fernando Moraes Fonseca Júnior, Gabriel Priolli, Herman Jacobus Cornelis Voorwald, Hermes Ferreira Figueiredo, Jorge da Cunha Lima, Maria Lúcia Prandi, Paulo Renato Souza e Ricardo Mucci. Livro é uma apresentação dos produtos e serviços do Núcleo de Cultura e Educação da FPA.
Fim da sociedade Uma parceria que vigorava desde o começo da década de 90 chega ao fim. Abril e Viacom não são mais sócias na MTV Brasil. A Abril informou o fim da joint venture em que o grupo norte-americano tinha 30% do controle da emissora de TV. Com isso, a Abril passa a ser a única acionista da MTV Brasil, com direito ao uso para a exploração da marca. Em comunicado oficial, André Mantovani, diretor geral de TV do grupo Abril, destaca que a MTV Brasil poderá diversificar sua atuação em várias frentes, fortalecendo sua presença na TV e na Internet, fazendo licenciamentos e entrando no segmento móvel. “Com a licença exclusiva de uso da marca, temos total autonomia nos negócios e poderemos lançar outras iniciativas, até mesmo em mídias nas quais não atuamos hoje”. Já a Viacom, dona da marca MTV, segundo Alvaro Paes de Barros, gerente geral da Viacom Networks Brasil, pretende manter a estratégia de “fortalecimento das marcas já existentes (Nickelodeon e Vh1), assim como no lançamento de novas marcas no mercado.”
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Especial da HBO conta o processo de trabalho da banda Jota Quest.
A HBO Latin America anunciou para o começo de 2010 o início da produção da série brasileira “Mulher de Fases”, com produção da Casa de Cinema de Porto Alegre. Essa é a quarta produção original da HBO Latin America Originals no Brasil, e a primeira de uma série cômica. “Mulher de Fases” terá 13 episódios de 30 minutos cada, com quase 90% do orçamento proveniente de recursos do Artigo 39 da MP 2.228/01. A série é baseada no livro “Louca por Homem”, escrito pela brasileira Claudia Tajes, que também coordenou a realização de todos os roteiros da série com Pedro Furtado e Duda Tajes. A série está em fase de pré-produção, a cargo da produtora Nora Goulart e dos diretores Ana Azevedo e Marcio Schoenardie. Rodada em Porto Alegre, “Mulher de Fases” acompanha as aventuras de uma mulher divorciada em busca de um homem para recomeçar sua vida. A cada capítulo, Graça se relaciona com dois homens diferentes, o que a obriga a mudar de personalidade de acordo com o homem com o qual se encontra. A data de estreia ainda não foi definida. Este ano, a HBO exibe ainda o especial “Jota Quest: Normal e do Avesso”, que contará o processo de trabalho da banda mineira, seu relacionamento com fãs, bastidores e entrevistas. A atração, produzida pela própria HBO com direção de Silvia Fu, nasceu a partir de uma campanha realizada pelo canal para anunciar os lançamentos de 2010, e que conta com a música do grupo “Seis e Trinta”. O documentário tem 20 minutos de duração. O promo da HBO que conta com a música da banda anuncia a chegada de filmes como “Up - Altas Aventuras”, “Anjos e Demônios”, “Harry Potter e o Enigma do Príncipe”, “Julie & Julia”, “O Curioso Caso de Benjamin Button”, e a estreia da série “The Pacific” para 2010.
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EPTV. 4 regiões: Campinas, Ribeirão, Central, Sul de Minas. 298 municípios. 8% do PIB nacional. Mais de 10 milhões de telespectadores potenciais. 3 programas semanais e 5 telejornais diários de produção própria. Com o Sinal Digital, em operação para as cidades de Campinas e Ribeirão Preto, 1,6 milhão de telespectadores já estão incluídos na era digital. Informação, cultura e entretenimento da região para a região é o nosso trabalho. Liderança absoluta de audiência em todos os períodos, nossa maior realização. EPTV, há 30 anos realizando e apoiando eventos e ações culturais, esportivas e sociais.
DMC
A TELEVISÃO É A NOSSA VIDA. A REGIÃO, O NOSSO MUNDO. HÁ 30 ANOS.
Ribeirão
Campinas
Central
Sul de Minas
( scanner) FOTOs: divulgação
Investigadores
ComuniClick criou game online sobre “CSI” para o concurso cultural do AXN.
A Sony Pictures Entertainment, através do canal AXN, lançou a promoção cultural “Investigue a Cena do Crime”, jogo baseado na série policial CSI. No jogo, desenvolvido pela ComuniClick, especializada em Internet e jogos online, o usuário encontra-se em um cenário de crime, com ferramentas de apoio e pistas para ajudá-lo a chegar em sua teoria para desvendar o crime. Com base nos próprios resultados, o usuário deve gravar um vídeo sobre o caso e submetê-lo ao site do canal AXN. O vídeo ficará disponível para voto popular e concorrerá a prêmios. A promoção vai até o dia 18 de dezembro. O vídeo mais votado irá ganhar uma viagem com acompanhante para os Estados Unidos (Miami, Nova York ou Las Vegas) e uma câmera Flash Sony. O segundo mais votado leva uma câmera Flash Sony.
Licenciamento
TV e Internet
A Record Entretenimento lançou em dezembro dois produtos baseados na novela “Bela, A Feia”. O CD com a trilha sonora da novela é uma parceria com a Warner Music. A boneca inspirada na protagonista da atração é fabricada pela Estrela e está sendo vendida por R$ 69,90. O reality show “A Fazenda” também rendeu licenciamentos. A Gulliver lançou duas versões de Fazendinha (conjunto com vários elementos típicos de fazenda para montar) e Galo Eletrônico (bicho de pelúcia de aproximadamente 35 cm, que dança e emite sons).
A Nielsen responde às necessidades de medição de audiência multiplataforma nos Estados Unidos com o lançamento do “TVandPC”. Segundo noticiários internacionais, trata-se de um projeto de medição única de audiência do conteúdo em vídeo transmitido pela TV e pela Internet. A iniciativa terá início em 23 de dezembro, com a medição da audiência de Internet nos lares com People Meter. Uma vez que o lançamento esteja completo, a Nielsen poderá reportar a audiência de vídeo online dos 7,5 mil lares que possuem People Meter. Os primeiros resultados serão divulgados em 31 de agosto de 2010.
Boneca de "Bela, a Feia".
Novo canal
Do México ao Brasil A Televisa Networks lançou em novembro o sinal de um canal por assinatura focado em novelas mexicanas. Trata-se do TLN, que será dublado em português e oferecido às operadoras no Brasil, Portugal, Moçambique e Angola. Na programação, há novelas da Televisa, como “Maria do Bairro”, “Salomé” e “A Usurpadora”, além de séries como “Pantera” e “SOS”, e ainda programas cômicos como “Chaves” e “Chespirito”. A ideia é que o conteúdo do canal seja modificado com o tempo, e ainda receba novelas infantis. O sinal é o mesmo para todos os países de língua “Chaves” está na programação do portuguesa onde o canal será oferecido. canal TLN, lançado pela Televisa. 14
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A Universal Networks International, divisão de canais internacionais da NBC Universal, anunciou o lançamento de um novo canal de filmes e séries. Trata-se do Studio Universal, que substitui o Hallmark Channel, distribuído pela Fox na América Latina. A região é a primeira a lançar o novo canal. A programação do Studio Universal, que estreia em fevereiro de 2010 na América Latina com sinal exclusivo para o Brasil, será composta de 80% de filmes e 20% de séries, entre elas a nova “Nurse Jackie”. A programação é feita em Los Angeles, mas a presidente da Universal Networks International, Roma Khanna, não descarta a produção de conteúdo local em médio prazo. Essa mudança na marca faz parte de um reposicionamento da Universal Networks International (até então chamada de NBC Universal Global Networks). Além do Studio Universal, a empresa anuncia a mudança nos canais Sci Fi Channel e Universal Channel. O canal voltado para ficção científica passa a se chamar SyFy e a ter mais conteúdo de “imaginação”. A mudança acontece a partir do segundo semestre no Brasil. O primeiro país que recebe as novidades é a França. Além disso, o Universal Channel (canal que no Brasil é uma joint-venture entre a Universal e a Globosat) terá um “refreshment” na marca e novos programas, com foco em séries. “Nurse Jackie”, série que estreia no canal Studio Universal em 2010.
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Com muito orgulho... e animação! A TV Rá Tim Bum comemora 5 anos com orgulho por ser o único canal infantil brasileiro da TV por assinatura. Com estreias mensais e programas sempre divertidos, contribuímos para o melhor desenvolvimento da criançada. Assim fica fácil entender por que aqui é o lugar da animação brasileira. E a festa não é só nossa. É de todos aqueles que acreditam na nossa proposta: parceiros, fornecedores, operadoras e assinantes. Aguardem os próximos anos que com certeza serão marcados por muitas descobertas, inovações e ainda mais animação.
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Segredos
“Para Aceitá-la, Continue na Linha”, de Anna Muylaert, uma das produções vencedoras do Telefilmes Cultura.
O The History Channel coproduziu com a Mixer o episódio “Cidade Secreta: Ouro Preto”, que foi ao ar no início de novembro. A atração, em que uma personalidade apresenta uma cidade, pertence à franquia “História Secreta”, que mudou de nome para “Cidade Secreta”. As cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador já foram temas de episódios. O estilista Ronaldo Fraga fará a apresentação da cidade mineira. Os episódios são financiados com recursos incentivados e novos programas da franquia devem ser realizados em 2010. O estilista Ronaldo Fraga, apresentador de “Cidade Secreta: Ouro Preto”, coproduzido pelo The History Channel e pela Mixer.
Mais conteúdo
Telefilmes A TV Cultura começou a exibir os projetos vencedores do primeiro Telefilmes Cultura, uma parceria entre a Fundação Padre Anchieta e a Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo. O filme de estreia foi “Para Aceitála, Continue na Linha”, de Anna Muylaert, produzido pela África Filmes e pela Gullane Entretenimento. Fazem parte ainda desta primeira temporada “A Queda do Dinheiro”, de Ugo Giorgetti; “Corpo Presente”, de Marcelo Toledo e Paulo Gregório; e “Carro de Paulista”, de Ricardo Pinto e Silva. Todos os telefilmes foram produzidos em HD.
O Terra anunciou a estreia de novos programas na programação do Terra TV, sua área dedicada a conteúdo audiovisuais. Desde a segunda quinzena de novembro, os internautas poderão assistir a vídeos dos canais A&E, The History Channel e Biography Channel. O conteúdo estará disponível na sessão Documentários, do Terra TV. Todo mês, dez novos vídeos de cada canal estreiam no portal. Do Biography Channel o internauta terá acesso a biografias de personalidades como Barack Obama, Gorbachev, Confucius, Julia Roberts e Matt Damon. Do History Channel estarão disponíveis alguns capítulos dos programas “The Universe”, “História Secreta”, “Monsterquest” e “The Universe”. Do A&E estreiam episódios de séries de investigação como “Crime 360”, “The First 48” e “Psychic Kids”.
Biografia de Barack Obama do Biography Channel estará na programação do Terra TV.
Discutindo a relação importante, está atrás apenas da manufatura e da mãode-obra. Queremos migrar o foco das discussões do custo para o valor. Grandes marcas são construídas com o auxílio de grandes agências”, acrescenta Dutra.
A Associação Brasileira de Anunciantes (ABA) e a Associação Brasileira de Agências de Publicidade (Abap) estão unidas para pensar em maneiras de aprimorar a relação entre agência e anunciantes. No início de dezembro foram criados três grupos de trabalho formados por representantes de ambas as entidades para propor ações em três frentes: eficácia da comunicação, garantia da liberdade de expressão e gestão financeira. Dalton Pastore, presidente do conselho superior da Abap, e Luiz Carlos Dutra, presidente do conselho superior da ABA afirmaram que desde o IV Congresso Brasileiro de Publicidade, no ano passado, ambas as entidades têm trabalhado em uma “agenda positiva” para construir uma relação ganhaganha para agências e anunciantes. “Durante muito tempo, as discussões nesta área ficaram concentradas em remuneração”, explica Pastore. “Para os anunciantes, a propaganda é
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Ibope As entidades também saíram em defesa do Ibope, posicionando-se a respeito das suspeitas de imparcialidade do instituto de medição de audiência levantada recentemente pela Record. Em comunicado oficial, ABA e Abap afirmaram que “o sistema brasileiro de mensuração de audiência de TV, operado pelo Ibope (aqui e em diversos países da América Latina), tem o objetivo de servir ao mercado publicitário como um todo, não se atendo aos interesses específicos de uma empresa ou grupo em particular, seja do setor de anunciantes, seja do setor de agências, seja do setor de veículos”. Dalton Pastore, da Abap (no alto), e Luiz Carlos Dutra, da ABA: entidades querem aprimorar relação entre agências e anunciantes.
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Aquisições
Universo cosplay é abordado em “HiperReal”, do SescTV.
Jovens de São Paulo O SescTV estreou a série de documentários “HiperReal”. Produzido pela PaleoTV, com direção de Kiko Goifman, o programa semanal abordará os diferentes grupos de jovens que convivem na capital paulista. Os primeiros dez programas apresentarão o universo dos cosplays, skatistas, praticantes de body art, detetives, gays evangélicos, torcida organizada, stickers, bolivianos, praticantes de luta livre e jovens palestinos. A atração vai ao ar às sextas-feiras às 21h.
A Endemol anunciou a aquisição de duas produtoras de conteúdo do Reino Unido: Tiger Aspect e Darlow Smithson and Tigress (a Tigress, especializada em documentários de vida selvagem, ciência e aventura, foi incorporada pela Darlow Smithson). As empresas mantêm a liberdade criativa, mas passam a se reportar à Endemol UK. O portfólio das produtoras, que inclui programas como “Segredos de uma Garota de Programa” (“Secret Diary of a Call Girl”), “Charlie & Lola” e “Robin Hood” (Tiger Aspect Productions), “Megastructures” e “Stephen Hawking’s Universe” (Darlow Smithson Productions), passa a ser representado globalmente pela Endemol Worldwide Distribution e pela operação de venda de formatos do Endemol Group.
Distribuição internacional Os canais Band International e Band News estrearam na Uau TV, de Angola, em novembro. Os canais entraram para o line-up no mesmo dia do lançamento do serviço. A Uau TV é a primeira operadora angolana de DTH, e conta com 12 canais, todos transmitidos em língua portuguesa. O Band News terá a programação transmitida ao mesmo tempo em que é exibida no Brasil.
Música e poesia
Música em alta A Viacom lançou o canal Vh1 HD na Sky em 7 de dezembro. O canal de música está sendo programado pela equipe do Vh1 no Brasil e será distribuído apenas para o País. Embora seja caro lançar um canal HD - além dos custos de programação, os gastos com satélite também aumentam - para um único mercado, o gerente geral da Viacom Networks Brasil e vice-presidente sênior de distribuição da MTVNLA, Álvaro Paes de Barros, acredita que o investimento se justifica. “O mercado brasileiro de HD tornou-se maior do que o da América Latina toda”, afirma. Barros diz ainda que lançar o canal não é um problema. “O difícil é manter a qualidade”. O canal terá, inicialmente, cerca de 75% da programação em full HD e outros 25% de conteúdo upconverted. A música será a “espinha dorsal” do Vh1 HD, com blocos de videoclipes, documentários, especiais e performances. Entre os programas que estreiam na primeira semana, estão o “Unplugged - The Black Crowes “, “Vh1 SoulStage” e “Storytellers” com a cantora Mary J. Blige. Recentemente, a Viacom também fechou a estrutura de “Storytellers” financiamento para a produção do “Storytellers”, ou com Foo Fighters: pro- “Contador de Histórias”, provavelmente com três artistas grama do Vh1 deve brasileiros. A produção, que será exibida inicialmente no ganhar episódios com Vh1 HD e depois no Vh1, está prevista para começar entre artistas brasileiros em março e abril de 2010. Embora o Vh1 HD não tenha 2010. reality shows e outros conteúdos que estão na programação do Vh1 em standard definition, é possível que alguns especiais musicais, documentários e shows, como o “Contador de Histórias” tenham a primeira janela no Vh1 HD e depois no Vh1. O canal SD, que no momento está na coprodução de um filme sobre Raul Seixas, também deve anunciar duas coproduções.
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O documentário “Palavra Encantada”, de Helena Solberg e Marcio Debellian, foi lançado no início de dezembro em DVD duplo pela gravadora Biscoito Fino. O material traz 1h30 de extras inéditos do documentário que trata das relações entre música e poesia. Além disso, há conteúdo destinado a escolas e universidades com temas específicos divididos em módulos de 15 minutos para o professor exibir em sala e promover discussões com os alunos. A equipe de pesquisa do filme, DVD duplo tem 1h30 formada pelo de extras inéditos diretor de Letras do documentário e da PUC-RJ, Julio conteúdo dividido em módulos de 15 Diniz, além de minutos para uso Frederico Coelho de professores. e Heloisa Tapajós, também está trabalhando no material de apoio ao professor, que ficará disponível para download no site do filme: www.palavraencantada.com.br.
Fotos: divulgação
( figuras) Diretores
Presidente
A Movie&Art ampliou o time de diretores com duas novas contratações. Homero Olivetto dirigirá filmes de publicidade com exclusividade pela produtora. Paralelamente, Homero Olivetto e Fernando Reginato Olivetto mantém a operação da Ouro 21, produtora da qual é sócio e onde atua como diretor de projetos na área de conteúdo e entretenimento. Outra novidade na equipe é a contratação de Fernando Reginato para dirigir produções de filmes que utilizem animação e computação gráfica. Especialista em design, efeitos visuais e Internet, Reginato estudou pósprodução na Universidade de Nova York e tem trabalhado no mercado britânico desde 2002.
A Disney/ABC Television Group anunciou Carolina Lightcap como nova presidente da Disney Channels Worldwide. Gary March, presidente de entretenimento desta divisão, passa a acumular também a função de chief creative officer. Carolina era VP sênior de programação e assuntos criativos da Disney Channels Latin Carolina Lightcap America e chief marketing officer da The Walt Disney Company Latin America. Agora, na nova função, a equipe executiva global do Disney Channel responsável pela programação e produção, business affairs, planejamento e desenvolvimento de negócios, marketing, brand management, venda publicitária e Rádio Disney se reportará diretamente a ela.
Distribuição de conteúdos A Net Brasil anuncia a contratação de Federico Goldenberg. O executivo assumirá a gerência de vendas e distribuição de conteúdo dos canais Globosat. Antes de se juntar à Net Brasil, Goldenberg foi responsável pela negociação de direitos de conteúdos de entretenimento, esportes, notícias e música para os portais Terra em toda a América Latina e comunidade hispânica nos EUA.
Direção de conteúdo Elisa Ayub assume a direção de conteúdo nacional e internacional da diretoria de documentação e assuntos internacionais do Grupo Bandeirantes. A profissional, que substitui Helena Perli, tem passagem pela Rede TV!, onde desempenhava a função de gerente de aquisição e novos conteúdos. No novo cargo, Elisa responderá pela comercialização de conteúdos com emissoras nacionais e internacionais.
Santa Catarina
CEO
O Grupo RBS anunciou mudanças na sua estrutura em Santa Catarina. Marcos Barboza, diretor geral do grupo no estado, foi transferido para Porto Alegre, onde atuará como diretor executivo de planejamento estratégico. Eduardo Marcos Barboza e Eduardo Smith Smith, diretor executivo de desenvolvimento de negócios, assumirá a partir de 1º de janeiro a recém-criada vice-presidência Santa Catarina.
A Discovery Networks International tem um novo presidente e CEO. Mark Hollinger, atual chief operating officer da Discovery Communications da empresa assume o cargo no lugar de Greg Ricca. Até que um sucessor para seu cargo atual seja nomeado, o executivo acumula as funções. Antes de trabalhar na Discovery Communications, onde está desde 1991, Hollinger passou pelo escritório de advocacia Paul, Weiss, Rifkind, Wharton & Garrison e deu aulas na Columbia Law School. Mark Hollinger
Sindicato
Criação
O Sindicato da Indústria do Audiovisual do Estado de São Paulo (Siaesp) definiu a diretoria para o triênio 2009/2012. Roberto Moreira é o novo presidente, enquanto André Sturm é o vice-presidente. Completam a diretoria Denise Tibiriçá (diretora secretária), Débora Ivanov (diretora executiva), Paula Cavalcanti (diretora de Comunicação), Ernesto Scatena (diretor financeiro) e Rodolfo Nani (diretor de Relações Institucionais).
Fabio Victória é o novo reforço da equipe de criação da agência Mood. Vindo da Lew’Lara\TBWA, o redator acumula também passagens pela África, MPM, Duda Propaganda, Ogilvy e DM9DDB.
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Cenp
A Aliança Brasileira de Film Commission (Abrafic) elegeu a diretoria para o biênio 2010/2011 durante o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Eder Mazini, da São Paulo Film Commission, é o novo presidente da entidade. Nan Souza, da Maranhão Film Commission, é a vice-presidente. Alessandra Pastore, da Bahia Film Commission, e Letícia Eder Mazini de Cássia, da RS Film Commission/ Fundacine, assumiram, respectivamente, os cargos de diretora executiva e tesoureira. Para o conselho consultivo foram eleitos Edgard de Castro (São Paulo Film Commission), João Roni (SC Film Commission/ Santacine) e Tammy Weiss (Santos Film Commission).
Caio Barsotti é o novo presidente do Conselho Executivo de Normas-Padrão (Cenp). Barsotti acumula experiências em anunciantes, agências de publicidade, veículos de comunicação e também no governo, como secretário de Comunicação Integrada da Presidência da República - Secom/PR. Ele substitui Petrônio Corrêa, que estava no cargo Caio Barsotti desde a fundação da entidade, há 11 anos. Agora, Corrêa passa a presidir o recém-criado Conselho Consultivo, que terá como principal incumbência produzir reflexões sobre o futuro do negócio da propaganda no Brasil e contará com representantes de anunciantes, agências e veículos de comunicação e também com profissionais de outras áreas e do meio acadêmico.
Presidência
Mobile
Depois de quatro anos acumulando as funções de presidente do Grupo Newcomm e da Young & Rubicam, Roberto Justus promoveu Marcos Quintela a presidente da agência. Quintela já foi vice-presidente de atendimento da Y&R e, em agosto de 2008, assumiu o cargo de diretor-geral e chieg operating officer da agência.
Filipe Roup Rosa, com passagens pela Vivo, Mobile Fun e TMN, foi nomeado diretor geral do Mobile Entertainment Forum Latin America (MEF-Latam), entidade que iniciou recentemente suas atividades na América Latina, com sede no Brasil, e tem como objetivo construir um ambiente mais favorável ao desenvolvimento do mercado ligado ao entretenimento mobile, ampliando o diálogo entre o mercado e reguladores.
Marcos Quintela
Foto: João Caldas /divulgação
Foto: Sylvia Masini/divulgação
Abrafic
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ESPECIAL
especial
NUMERO André Mermelstein
a n d r e @ c o n v e r g e c o m . c o m . b r
Da produção de vídeo ao conteúdo multiplataforma Reminiscências sobre as mudanças no mercado audiovisual através das 200 edições da revista TELA VIVA.
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as próximas páginas, você fará um passeio por memórias, análises e perspectivas dos mercados de televisão, produção audiovisual e TV por assinatura, temas centrais cobertos por TELA VIVA em suas 200 edições. Nestes quase 18 anos (que se completarão no início de 2010), assistimos a mudanças no mercado que merecem o adjetivo de revolucionárias. Assuntos como alta definição, distribuição digital, produção independente de TV, soavam em 1992 como futuristas. E a Internet, claro, era um projeto ao qual apenas algumas pessoas ligadas ao meio acadêmico tinham acesso. A única forma de assistir filmes fora dos horários pré-definidos do cinema e da TV era o vídeo-cassete, ainda uma novidade em vários lares. Hoje, claro, tudo isso mudou. O consumidor tem acesso instantâneo a produções de todo o mundo, a informação corre na velocidade do elétron. A produção se democratizou, os recursos baratearam. É o início de um movimento que terá seus desdobramentos nas próximas décadas, com novas possibilidades se abrindo o tempo todo. TELA VIVA foi lançada em março de 1992, quando a economia brasileira ainda sofria os efeitos do desastroso Plano Collor. Em seu segundo número, em abril, a revista já trazia uma cobertura da feira da NAB daquele ano, com as novidades tecnológicas. Um dos anúncios
importantes daquela que o equipamento época foi a adoção do podia controlar até sete Betacam no SBT e na “winchesters padrão Bandeirantes, em SCS-II” de 14 GB, que substituição aos poderiam armazenar equipamentos U-Matic. O 39 horas de conteúdo em já falecido engenheiro MPEG-2! Um feito, quinze Claudio Nemoto, anos atrás, quando colaborador de TELA praticamente todas as VIVA por mais de uma produtoras e TVs década, escrevia sobre o editavam em grandes surgimento da edição nãoilhas lineares linear. Falava-se também ou moviolas. dos planos da Globo para Era também o início Capa da primeira edição: ainda sob os efeitos do Plano Collor. construir seu Projeto da captação digital de Jacarepaguá, o Projac, que imagens. Nosso repórter vinham desde 1987 mas que então Almir Almas (hoje pesquisador da começavam a ser executados. USP) foi a Tóquio conversar com Em 1994, a TV por assinatura dava executivos da Sony e da JVC para seus primeiros passos como negócio no conhecer a novidade. A Sony lançaria país. Anúncios em TELA VIVA e em seu na NAB daquele ano a camcorder então suplemento PAY-TV (que depois digital BVW-700, que custaria em viraria uma revista independente até torno de US$ 50 mil. Uma das sua interrupção, em 2005 ) celebravam vantagens apregoadas era a a chegada ao país de redes possibilidade de se fazer infinitas internacionais como Fox, HBO e gerações de uma mesma imagem Discovery. Não havia feeds específicos sem perda na qualidade. para o Brasil e os assinantes daqueles Já se falava em TV digital. Nossa tempos pioneiros recebiam programas e edição de março de 94 anunciava publicidade em espanhol. que sete grupos americanos A edição de abril daquele ano formavam uma aliança para definir revelava, em primeira mão, que a um padrão de HDTV baseado na mexicana Televisa seria a parceira da modulação VSB. Este grupo se Globo em um projeto de DTH para o tornaria depois o ATSC, que definiu Brasil. Mais tarde a informação se o padrão norte-americano. comprovaria. As duas, mais o grupo As capas desta época eram News e a TCI montariam a Sky no país. elaboradas sempre pelo também Começava-se a falar em edição nãofalecido artista gráfico Tide linear, algo ainda restrito às grandes Hellmeister. E uma curiosidade: o produtoras e emissoras de TV aberta, atual ministro da Secom (Secretaria com equipamentos como o Video de Comunicação) do governo federal, Machine. Anúncio da época afirmava Franklin Martins, foi colaborador da
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revista nesta época, fazendo excelentes matérias sobre política de comunicações, a partir de Brasília. Em julho de 94, ele e o fundador da revista, Rubens Glasberg (presidente da Converge Comunicações), entrevistaram o então candidato à Presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva, que falou sobre o projeto do PT para a comunicação social. Lula abre a entrevista afirmando que seu eventual governo criaria uma rede pública de rádio e TV, o que acabou se concretizando em 2008, com a criação da EBC. Já outras promessas, como a realização de audiências públicas para a renovação de concessões de TV, nunca saíram da prancheta.
iniciado a transição, especializadas. prevista para terminar em Estes são apenas 2006. Mas lá também as alguns momentos, coisas foram um pouco escolhidos ao acaso, desta mais demoradas, e o país história de parceria de só desligou as transmissões TELA VIVA com o setor analógicas em 2009. audiovisual. Poderíamos A digitalização da pescar histórias como estas produção continuava a todo por páginas e mais páginas vapor, com novos modelos de boas recordações. de câmera sendo lançados De lá para cá muita e os preços caindo. A Sony coisa evoluiu, O acompanhamento das lançava a linha DVCAM , especialmente nas questões regulatórias sempre que trazia opções como a tecnologias de produção. foi pauta, como nesta edição câmera DSR-200, por O mercado mudou sua de 1999. apenas US$ 6,7 mil. A configuração, as Panasonic já trabalhava com a produtoras hoje ampliam mais ainda linha DVPro, e lançava na NAB seu espectro, criando para TV, a AJ-D700, por US$ 24,7 mil. cinema, celular, Internet. As emissoras estão abandonando as Internet Diversificação fitas e passando a produção e o No final de 1995, com o A migração das produtoras de workflow para sistemas totalmente crescimento do setor de TV paga e publicidade para a produção de TV e online. A alta definição é uma da Internet, TELA VIVA cinema já era um tema realidade sem volta, e a transmissão lançou o noticiário presente em TELA VIVA em digital, embora ainda tímida, deve online PAY-TV News, o 1998. Os sócios da O2, por ter uma explosão com os grandes primeiro noticiário exemplo, haviam se lançado eventos dos próximos meses, como a brasileiro feito neste segmento. Fernando Copa do Mundo de 2010. A TV por exclusivamente para a Meirelles dirigiu “O Menino assinatura retomou o ritmo de web, que era também, Maluquinho 2” e Paulo crescimento acelerado e atinge hoje como até hoje Morelli fez o curta “Lápide”. mais de 7 milhões de lares, distribuído por e-mail. A A produtora então montou acompanhada pela banda larga, que curiosidade é que seu núcleo de produção de em alguns anos deve cobrir grande muitos executivos, conteúdo, que depois geraria parte dos domicílios. inclusive de grandes sucessos como “Cidade de Temas como a interatividade, empresas, não tinham Deus” e “Blindness”. a convergência TV/banda larga, as ainda endereços de A Conspiração, outra mudanças na comunicação social, os Em 1996 a cobertura da NAB já apontava a convergência entre o grande produtora e-mail (alguns pediam impactos da disseminação e do mundo da TV e o da computação. para o boletim ser publicitária, também dava aumento de qualidade das conexões impresso e enviado por passos nesta de Internet, a fax). Na época, a editora fez acordo direção. Em matéria de março democratização e o com um provedor de Internet daquele ano, o sócio Leonardo barateamento das (discada, evidentemente) para criar Monteiro de Barros contava que tecnologias de contas para seus assinantes. estava em captação para rodar produção, o avanço Em 1997, a TV digital “Eu, Tu, Eles”, outro sucesso do da produção continuava forte na pauta da revista. cinema nacional. independente e Na edição que cobriu a NAB daquele Naquele ano, os sistemas de regional e vários ano, o diretor de tecnologia da edição não-linear já estavam outros estão e estarão Globo, Fernando Bittencourt, já dizia bastante consolidados, com em nossas páginas que a transição seria inexorável, marcas como Adobe Premiére, pelos próximos anos. “num período menor do que se está Media 100 e Avid invadindo o TELA VIVA estará lá, pensando”. Levou ainda dez anos, e mercado. Equipamentos de acompanhando Projeto gráfico atual: TELA no final de 2007 o Brasil transmitia ponta como Edit e Flame, no tudo de perto, como VIVA atenta às mudanças nas os primeiros sinais digitais, em São entanto, ainda eram reservados formas de produzir e distribuir fez nos últimos Paulo. O governo americano já havia às pós-produtoras 200 meses. conteúdos digitais.
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NUMERO Samuel Possebon
samuca@convergecom.com.br
Novela regulatória Marco legal do mercado de comunicação sofreu nos últimos 18 anos com embates empresariais, disputa por mercados e preservação de espaços. Resultado: fragmentação e nenhuma adaptação para a convergência.
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setor de TV por assinatura é regulado pela Anatel, com base em duas leis e três regulamentos diferentes. Mas quem fiscaliza o mercado de programação, em parte, é a Ancine. Já o setor de radiodifusão é regulado pelo Ministério das Comunicações, com base em uma legislação da década de 60, e pelo Congresso, mas apenas no que diz respeito às outorgas, já que do espectro quem cuida é a agência de telecomunicações, e a radiodifusão pública está vinculada à Presidência da República. O Ministério da Justiça cuida da classificação indicativa, e a Internet não é regulada por ninguém, ainda que atue cada dia mais como concorrente da TV por assinatura e da TV aberta. Esse é um rápido cenário do que é hoje o mercado de comunicação no Brasil, do ponto de vista regulatório. Um grande mosaico, mas composto por peças que estão longe de formar uma figura única. Esse é o resultado de uma longa guerra em torno de um marco legal para o setor de comunicação, batalha esta que envolve, de um lado, uma realidade cada vez mais dinâmica, tecnologias convergentes, interesses econômicos específicos e disputa por espaço e por preservação de modelos existentes; e de outro, um ambiente normativo cada vez mais fragmentado e inadequado para a realidade. Foram muitas as batalhas nesse campo até aqui: desde a Lei do
Cabo, passando pela mudança constitucional que permitiu a entrada de capital estrangeiro nas empresas de mídia até a criação da Ancine. O ambiente político e regulatório ao longo destes anos é importante pelo que aconteceu, mas também importante pelo que não aconteceu, ou que poderia ter acontecido se não fossem movimentos de pressão e disputas empresariais. Em março de 1992, quando a primeira edição da revista Tela Viva circulou, o ambiente era o seguinte: de um lado, o país vivia uma profunda crise decorrente da instabilidade política e a insegurança econômica que marcaram o fim do governo Collor e o começo do governo Itamar. Empresas de mídia viam o mercado publicitário se retrair, de um lado, mas observavam também o início do fenômeno da digitalização dos equipamentos, a adoção de sistemas não-lineares de edição, o crescimento
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das TVs UHF e a chegada da TV por assinatura no país, juntamente com os primeiros canais produzidos no Brasil. A Constituição, promulgada em 1988, trouxera duas inovações importantes. Uma delas era o Conselho de Comunicação Social, que foi regulamentado em 1991, mas que precisou esperar mais uma década para ser implantado. Outra inovação foi o conceito de produção regional, estabelecido no Artigo 221. Em 1991, começou a tramitar o projeto de lei de número 256, proposto pela então deputada Jandira Feghali. Seria, aquela, a primeira tentativa de colocar em prática o que preconizava a Constituição e dar à produção regional e local o devido espaço na TV aberta. Foi também o primeiro projeto a não sair do papel em
função dos impactos que teria para o setor de radiodifusão. O projeto está até hoje engavetado no Senado. Outro projeto de lei nascido em 1991, contudo, teve resultado diferente. Trata-se da proposta de Lei do Cabo, apresentada pelo então deputado Tilden Santiago, idealizada e apoiada pelos movimentos de democratização das comunicações e pelo PT, que queriam evitar uma regulamentação do setor de TV paga por decreto, como vinha acontecendo até então. O projeto de uma legislação para a TV a cabo, contudo, acabou se tornando um projeto interessante para os segmentos empresariais que começavam a tomar conta do mercado de TV paga. Naquela época, não havia regras claras para a TV a cabo, o serviço era prestado por meio de licenças precárias e distribuídas sem critério, e o ambiente de faroeste não favorecia a atração de investimentos. Somese a isso a possibilidade concreta de uma vitória do PT nas eleições de 94 (sobretudo antes do lançamento do Plano Real) e o que houve foi uma conjunção importante de interesses. De um lado, segmentos ligados aos movimentos de democratização das comunicações animados com a possibilidade de trazer para o Brasil conceitos novos, de rede aberta e rede pública, adotados nos EUA no Cable Act e no Telecom Act. De outro, forte apoio da Globo e da Abril, que atuavam no mercado de TV por assinatura e queriam regras mais claras para dar estabilidade aos mercados que já haviam conquistado. Lei do Cabo vs. LGT Nesse ambiente, e em meio a uma acalorada discussão sobre a
Constituição, estabeleceu que para o setor de telecomunicações haveria uma legislação específica e um órgão regulador, o que não necessariamente aconteceria para o setor de radiodifusão. A partir desse momento, TV por assinatura, radiodifusão e telecomunicações começaram a andar em sentidos diferentes, pelo menos no que diz respeito aos seus respectivos marcos regulatórios. Na TV paga, a regulamentação dos serviços de cabo, MMDS e DTH foi feita em 1996 e 1997 com vistas ao processo de abertura de novos editais de TV paga, o que efetivamente acabou acontecendo. No mundo das teleco municações, a privatização se tornou um projeto concreto e, com a Lei Geral de Telecomunicações, criou-se um órgão regulador específico (Anatel) e um modelo de exploração baseado em empresas privadas. A Internet, que começou a aparecer comercialmente em 1993 e 1994 no Brasil, tornou-se um negócio essencialmente privado em 1995, quando o governo tirou as empresas do Sistema Telebrás desse mercado e abriu espaço para o surgimento dos provedores de acesso. Enquanto isso, na área de radiodifusão, nenhuma mudança regulatória importante viria a acontecer até a próxima década. Mas não foi por falta de tentativas. Em 1997, quando se discutiu a Lei Geral de Telecomunicações no Congresso, estava absolutamente claro o cenário da convergência. Empresas de TV por assinatura, por exemplo, já falavam em banda larga desde 1996. Em 1997, o UOL lançou a sua TV UOL, que não oferecia grande qualidade na época, mas deixava claro
linha do tempo confira através dos sinais os projetos de regulamentação que avançaram e os que ficaram parados nos últimos dezoito anos.
1991
• lei Jandira Feghali, para produção independente possibilidade de privatização do Sistema Telebrás, a Lei do Cabo foi aprovada nos primeiros dias do mandato de Fernando Henrique Cardoso, em janeiro de 1995. Seu significado para o mercado de comunicação não foi pequeno. Além de regulamentar o setor, abriu as portas para o surgimento de canais públicos, como TV Câmara e TV Senado, e o surgimento de TVs universitárias e canais locais. Além disso, ao manter o mercado de TV por assinatura “privado”, a lei deu força para o movimento de atração de capitais e não criou obstáculos à entrada de canais e programadoras estrangeiras. Em agosto de 1995, contudo, ao mudar a Constituição para permitir o fim do monopólio estatal sobre as telecomunicações e a privatização do setor, o Congresso criou um fosso entre o setor de radiodifusão e o setor de telecomunicações. A Emenda Constitucional número 8 de 1995, que mexeu no Artigo 21 da
1995
• Lei do Cabo
1997
• Lei Geral de Telecomunicações T e l a
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qual seria o caminho. Mesmo assim, a LGT não conseguiu substituir a Lei do Cabo, que continuou vigente, e não conseguiu trazer para seu escopo o setor de radiodifusão, que continuou regido pelo Código Brasileiro de... Telecomunicações, de 1962. Criava-se ali a base do caos regulatório que rege o mercado brasileiro de comunicação até hoje. No caso da TV paga, o que se temia era atrasar o processo de licitação, e por isso a lei da TV a cabo foi preservada, ainda que a função reguladora tenha sido atribuída à Anatel. No caso da radiodifusão, pesou a força do lobby das emissoras de TV e a separação constitucional criada para os dois mercados em 1995. Ciente da confusão regulatória
• Anteprojeto de lei de Comunicação de Massa que estava armada (muitas vezes manifestada publicamente pelas autoridades), imediatamente após a aprovação da Lei Geral de Telecomunicações o Ministério das Comunicações começou a discutir a hipótese de criar uma legislação mais ampla, que abarcasse todo o setor de comunicação social. Falava-se na Lei de Comunicação de Massa. O trabalho de bastidores para elaboração de minutas foi intenso, assim como foi intenso o trabalho para que esta legislação não saísse do papel. O
principal receio dos radiodifusores era colocar o setor de TV aberta sob a esfera de regulação da Anatel. Prevaleceu a posição das empresas de radiodifusão e o projeto de uma lei que trouxesse TV aberta, TV por assinatura e telecomu nicações para um mesmo guardachuva nunca se materializou. Mudança na Constituição Em 1999, por outro lado, o movimento de convergência empresarial era intenso e a empresa de telefonia Telefônica, que havia recém chegado ao Brasil, comprava empresas de mídia em todo o mundo. Comprou a Endemol na Holanda, a Telefé na Argentina e tinha uma divisão voltada ao mercado de comunicação que flertava com emissoras de TV aberta brasileiras. SBT, Record e Rede TV! foram intensamente
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PL 29/2007: estação Senado
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A mais recente e mais importante inovação regulatória no ambiente das comunicações chama-se, por enquanto, PL 29/2007. Por enquanto porque ele deve chegar ao Senado logo no começo de 2010, quando ganhará um outro número. Trata-se de um projeto que foi pensado e proposto originalmente (em fevereiro de 2007) para ser um novo marco legal para a TV a cabo, permitindo a entrada das empresas de telecomunicações nesse segmento. No entanto, o PL 29 tornou-se muito mais do que isso. Virou uma demarcação de territórios entre o setor de radiodifusão e o setor de telecomunicações. De um lado, o projeto estabeleceu que empresas de radiodifusão e produção de conteúdo não podem controlar operadoras de TV por assinatura. É uma limitação inédita, já que no Brasil a radiodifusão, sobretudo a Globo, sempre foi protagonista no setor de TV paga. A contrapartida é que empresas de telecomunicações só podem investir minoritariamente na produção de conteúdos, e não podem entrar na disputa por direitos esportivos. Isso garante às empresas de mídia brasileiras uma certa reserva de mercado contra aquilo que desde 2004 elas reclamavam: o risco de que empresas de telecomunicações avançassem sobre o mercado de comunicação. Mas o projeto, se for aprovado na Câmara na forma atual e não sofrer mudanças no Senado, terá também outra implicação importante: criará um espaço mais amplo e recursos para o desenvolvimento de produção e programação independente. Nunca o mercado de programação havia sido regulado. Agora, com o PL 29, não só será regulado como haverá cotas de produção e programação nacional e independente nos pacotes e dentro dos próprios canais. Mais do que criar esse espaço para escoamento da
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produção, o PL 29/207 cria também mecanismos de investimento em produção independente. Segundo estimativas de 2007, os mecanismos criados poderiam gerar até R$ 340 milhões por ano, mas a expectativa é que esse número seja pelo menos 20% maior hoje, pois ele está centrado na arrecadação do Fistel, um tributo que incide sobre a venda de aparelhos de telefone celular. Entre os descontentes com o PL 29 estão os atuais operadores de TV por assinatura. Isso porque o modelo das empresas mudou. As teles não só poderão ser concorrentes plenas no mercado de TV paga como a equação financeira de custos dos canais muda completamente com a introdução da programação brasileira. A tramitação do PL 29/2007 ainda é longa. Ao fechamento desta edição, o texto base havia sido aprovado na Comissão de Ciência, Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara e seus destaques estavam para ser votados. Dificilmente haveria surpresas. Da comissão de mérito, o projeto segue para a Comissão de Constituição e Justiça, onde deveria ser analisado quanto à forma antes de ir para o senado. Nada disso acontece antes de março de 2010, com as comissões instaladas. Indo para o Senado, o projeto começa o processo de tramitação em comissões e só deve andar rápido se os partidos concordarem em levar os acordos da câmara para o Senado também. Mesmo assim dificilmente antes do segundo semestre o PL entrará em vigor.
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Deputado Paulo Henrique Lustosa (PMDB/CE), relator do PL 29, aprovado no início de dezembro na comissão de mérito da Câmara .
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assediadas, mas para conseguirem ter a Telefônica como acionista precisavam mudar a Constituição, já que era proibida a presença de capital estrangeiro em empresas de radiodifusão. Foi ali que começou o movimento para mudar o Artigo 222 da Carta e permitir a venda das emissoras de TV para grupos internacionais. Sem o apoio da Globo, contudo, o projeto ficou parado pelo menos até 2001, quando a própria emissora da família Marinho, em dificuldades financeiras, passou a se interessar pela mudança na Constituição. Em tempo recorde, o Artigo 222 foi mudado e passou a permitir o controle de empresas de radiodifusão por pessoas jurídicas e a presença de capital estrangeiro até o limite de 30%, Mas aquela mudança na Constituição teve mais um efeito. No processo de negociação com o PT, inseriu-se no texto constitucional do Artigo 222 um terceiro parágrafo, com a seguinte redação: “Os meios de comunicação social eletrônica, independentemente da tecnologia utilizada, deverão observar os princípios enunciados no Artigo 221, na forma de lei específica (...)”. Com isso, a Constituição começou a tratar Internet, portais e todas as novas tecnologias de comunicação, inclusive TV por assinatura, como meios de comunicação social. Mas a Constituição, ao mesmo tempo em que é favorável aos grupos de mídia nacionais em relação à entrada de empresas estrangeiras, tem um problema: em vários momentos ela exige regulamentação de seus preceitos. É assim com o Artigo 221, tanto é que desde 1991 há uma proposta de regulamentação para estabelecer as regras para a
• Abertura da radiodifusão ao capital estrangeiro • Criação da Ancine
programação regional. Também a regulação sobre os tais “meios de comunicação social eletrônica” depende de legislação específica. De novo, a pressão política e os interesses empresariais divergentes acabam criando impasses e inviabilizando o surgimento destas regras. Em 2001, um outro movimento importante ganhou força dentro do cenário da comunicação social brasileira: o bem organizado setor de cinema conseguiu convencer o governo Fernando Henrique Cardoso da importância de criar uma agência específica e novos mecanismos de fomento ao setor. Naquele momento, falava-se na criação da Ancinav, a agência nacional do cinema e do audiovisual, um projeto ambicioso e que em sua primeira concepção previa a taxação das emissoras de TV aberta em 4% de seu faturamento e uma agência com poderes para regular todo o setor audiovisual. A proposta foi imediatamente torpedeada pelo setor de radiodifusão, e o resultado foi a
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• Criação da Ancinav
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• PEC 55/04, para restringir meios eletrônicos de comunicação social 28
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criação da Ancine, uma agência restrita ao setor de cinema. A novidade foi a criação da Condecine, uma contribuição cobrada dos registros de obras audiovisuais e que passou a ser utilizada para o fomento do setor de cinema. Outra inovação importante foi o chamado Artigo 39, que transformou o recolhimento obrigatório da Condecine no caso de remessas internacionais das programadoras de TV paga em recursos que poderiam ser livremente aplicados em coproduções com produtoras nacionais independentes, o que deu início a uma onda de conteúdos nacionais nos canais estrangeiros. Conteúdo nacional Um outro movimento importante que surgiu no cenário das políticas de comunicação, principalmente a partir de 2004, foi o proclamado movimento em defesa do “conteúdo nacional”. Pela primeira vez, empresas de radiodifusão, encabeçadas pela Globo, tornavam públicas as suas preocupações em relação à entrada de empresas de telecomunicações no setor de mídia e à concorrência que a Internet poderia provocar no mercado de TV. Foi um ano que começou com um seminário organizado pela Globo, em São Paulo, e que ganhou, em julho, um documento oficial entregue ao presidente Lula. Mas 2004 foi também o ano em que o Ministério da Cultura tentou, mais uma vez, dar um tratamento convergente e tratar de forma integrada os setores de radiodifusão, TV por assinatura e telecomunicações, pelo menos no que diz respeito à distribuição de conteúdos audiovisuais. A proposta era resgatar o conceito da Ancinav, com uma agência voltada para todo o setor de conteúdos audiovisuais, em qualquer meio de distribuição. Isso incluiria, obviamente, a radiodifusão. A proposta foi novamente bombardeada pelas empresas de comunicação. A
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medida foi qualificada de autoritária e intervencionista. Mesmo sem discussão sobre o mérito das propostas, a saída do governo foi recuar e engavetar a ideia, antes mesmo de transformá-la em um projeto de lei. Se a Ancinav não prosperou para além do ano de 2005, a defesa do “conteúdo nacional” deu origem a uma leva de projetos de lei encomendados pelos segmentos empresariais que tinham um objetivo muito claro: dar à Internet, sobretudo aos portais de Internet (cada vez mais dominados por teles e por novos entrantes no setor de mídia, como Google, Yahoo e Microsoft) o mesmo tratamento da TV aberta do ponto de vista constitucional e legal. Projetos como a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 55 obrigavam portais e qualquer outro tipo de empresa que atuasse no setor de comunicação a ter brasileiros como responsáveis pelo conteúdo, por exemplo. Foi o embrião de um movimento que no final de 2009 foi retomado, desta vez tentando enquadrar portais como empresas jornalísticas em sentido mais amplo, independente de haver ou não distribuição de conteúdos audiovisuais envolvidos. A PEC 55 não foi aprovada, mas a mensagem a ser passada estava clara.
• Escolha do padrão de TV digital domínio tecnológico, o DVB abria o caminho para que as operadoras de telecomunicações explorassem, no futuro, serviços de TV móvel, disputando espaço com as emissoras de TV aberta. Já o padrão ISDB-T, japonês, dava a garantia aos radiodifusores de que eles poderiam explorar o mercado de TV móvel sem ter que disputar, com as teles, as frequências necessárias. Nessa queda de braço, venceram os radiodifusores e o padrão ISDB-T foi o escolhido. O fato de o Brasil ter escolhido o padrão de TV digital mais favorável aos radiodifusores, no entanto, não encerrou a discussão sobre os modelos que serão aplicados para o universo da TV digital terrestre. Do ponto de vista da tecnologia, é possível, com o padrão adotado, entregar não apenas conteúdos em alta definição mas também multiprogramação (vários canais com definição padrão), além dos conteúdos móveis. Acontece que uma parte dos radiodifusores entende que multiprogramação é um modelo nocivo ao negócio, pois pulveriza a audiência e a verba publicitária. Talvez por essa razão é que o Ministério das Comunicações tenha decidido só liberar emissoras públicas a operarem em multiprogramação. Mas o debate ainda não está encerrado e tende a se ampliar à medida que ficar claro que também o conteúdo da TV digital móvel não poderá ser simplesmente espelho do conteúdo da TV normal. A Globo, que é uma
TV digital Da mesma forma que a Internet colocou em oposição os setores de telecom e radiodifusão, o espectro de frequência também passou a ser um campo de batalha regulatória. Nesse caso, a disputa se deu em torno da escolha do padrão digital de TV a ser adotado pelo Brasil. Para empresas de telecomunicações e grandes fabricantes europeus de equipamentos como Siemens, Ericsson e Nokia, a escolha do padrão DVB (europeu) seria o mais aconselhável. Além de manterem o
2007/2009 • PL 29 e novas regras para a TV paga (em andamento) 30
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das que não defende o modelo de multiprogramação, já manifestou publicamente o interesse de ter conteúdos móveis diferenciados, mais adaptados às características da plataforma (telas pequenas, tempos menores de retenção, ambientes dispersivos etc). A partir de 2007 uma nova e importante discussão regulatória chegou na forma de um projeto de lei. O PL 29/2007, cuja tramitação está em fase final na Câmara e que em 2010 deve ser tema de debates no Senado (ver box). TELA VIVA chega à sua edição de número 200 em meio à discussão da Conferência Nacional de Comunicação (Confecom). Pela primeira vez, entidades da sociedade civil não empresarial, empresários de radiodifusão (no caso a Abra, que representa a Band e a Rede TV!) e empresas de telecomunicações debaterão juntas propostas, reivindicações e expectativas para políticas de comunicação nos próximos anos. Os resultados da Confecom são imprevisíveis. Pode haver desde uma radicalização de posições, com a criação de antagonismos, até a convergência de interesses (lembrando que as decisões da conferência têm caráter apenas consultivo, e não normativo). A Abert, maior associação de radiodifusores, decidiu formalmente não participar da Confecom, mas suas posições são conhecidas e certamente estarão, em maior ou menor escalas, colocadas na conferência por meio de outros segmentos empresariais. É pouco provável, contudo, que da Confecom se saia com uma proposta fechada de como organizar e reformar o marco regulatório das comunicações. Dada a complexidade dos temas e o interesse dos envolvidos, é mais provável que este marco continue sendo um item a reboque da realidade.
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televisão
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ESPECIAL
NUMERO Daniele Frederico
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O desafio da regionalização As emissoras afiliadas venceram obstáculos e se tornaram importantes distribuidores de conteúdo local. O desafio agora é a transmissão digital e seus desdobramentos nas diferentes mídias.
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las cresceram às margens de grandes redes de televisão. Suas histórias, porém, podem ser mais intrigantes e muitas vezes mais antigas do que a das próprias redes às quais se afiliaram. As emissoras regionais, com produção própria, publicidade local e tecnologia de ponta, conseguiram deixar suas marcas na história da televisão, com uma importante missão no que diz respeito a levar conteúdo relevante para os 5.556 municípios brasileiros. Troca de cabeça de rede, transformação em grandes grupos de mídias regionais, digitalização e retração da publicidade local foram apenas alguns dos desafios apresentados às afiliadas durante os últimos anos. O sinal digital de televisão aberta, definido em 2007, deu uma nova cara e um novo desafio às afiliadas. Enquanto algumas lutam para cumprir os prazos impostos pelo governo, outras já pensam em como produzir e exibir mais horas em alta definição. O que parece ser consenso entre as afiliadas - e seus espectadores e anunciantes - é a importância do conteúdo local, independente da definição em que se encontre. Antes restrita ao jornalismo local, a produção das afiliadas ganhou força com produções de dramaturgia, jornalismo rural e variedades. A Ric TV, afiliada da Record no Paraná e em Santa Catarina, por exemplo, destacou-se recentemente ao fechar um acordo com a Endemol Brasil para a realização do programa sobre
culinária “Se Vira na Cozinha” (“Can’t Cook, Won’t Cook”). Além de pílulas diárias, o programa tem um episódio de meia-hora por semana, com patrocínio da empresa Zaeli Alimentos. Essa é a primeira vez que a Endemol Brasil produz com uma emissora regional. “Com isso, pretendemos trabalhar com pessoas conhecidas em âmbito regional. Inovamos em formatos, mas com foco regional”, conta o vicepresidente executivo da Ric TV Paraná, Leonardo Petrelli. Esse é o primeiro passo no sentido da produção de formatos internacionais por emissoras regionais. Mas há iniciativas das próprias afiliadas em produção que deixaram suas marcas. Um desses casos fez aniversário recentemente. A RBS, afiliada da Globo no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina comemorou dez anos
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de teledramaturgia regional. Aos sábados, após a exibição do jornal local, com duração de 30 minutos, a rede exibe histórias curtas, em seus 15 minutos restantes disponíveis para programação local, além de outros programas de variedades exibidos durante o final de semana. Com isso, o grupo conta com cerca de 12% de produção local em sua grade. O percentual de programação regional, similar ao de outras afiliadas, pode parecer pequeno, mas é preciso considerar que as cabeças de rede têm controle sobre o espaço disponível para que as afiliadas insiram conteúdo próprio. Apesar disso, é unânime entre os executivos das emissoras regionais a importância do conteúdo local tanto nos índices de audiência quanto nos resultados comerciais, o que faz com que busquem sempre mais espaço junto às cabeças de rede para suas produções. “Programa regional depende da abertura da grade da Rede Globo. Ocupamos à medida que nos disponibilizam horários”, diz o diretor de negócios da Organização Jaime Câmara, mantenedora da TV Anhanguera, Ronaldo Ferrante. O limite de crescimento, restrito pela estrutura imposta pelas redes de um lado, pode ser compensado por outro. “Para fazer com que a programação regional dê certo, é preciso estar empacotado em meio a um conteúdo de qualidade”, diz Petrelli. Esse conteúdo de qualidade ao qual Petrelli se refere remete à programação da rede à qual se está afiliado. No caso da Ric TV, hoje tanto a emissora do Paraná quanto a de Santa Catarina são afiliadas à
Rede Record. No entanto, a “Nosso objetivo é mudança de filiação das TVs melhorar a experiência resultou em ritmos de crescimento existente nas regiões que diferentes. Quando foram lançadas, já receberam o sinal, as duas emissoras eram afiliadas à aumentando as Rede Manchete. A emissora de retransmissoras digitais.” Chapecó, porém, tornou-se afiliada Claudio Toigo, Grupo RBS ao SBT apenas um ano após o seu lançamento, em meados da década de 80, e ficou com a emissora de comercial da EPTV, Tasso Silvio Santos até o ano passado. “O Madeira. Há ainda eventos SBT permitiu um trabalho forte na esportivos, como o programação regional , o que nos campeonato de futsal, que a EPTV deu potencial para investir na transmite ou em seu horário habitual, ou produção local”, conta Petrelli. em período alternativo negociado com a Segundo o executivo, foi a falta de cabeça de rede. “São programas de planejamento estratégico do SBT sucesso comercial, facilmente vendidos”, que fez com que a emissora se conta Madeira. tornasse afiliada à Rede Record, Há casos ainda de programas que já assim como a Ric TV Paraná já se tornaram tradicionais nas regiões em havia feito em meados dos anos 90. que são exibidos, como o “Jornal do No Paraná, o crescimento da Record Campo”, jornalístico voltado para nacionalmente impulsionou a agricultura e pecuária da TV programação regional “à altura”, Anhanguera, afiliada da Globo em Goiás segundo Petrelli. “Quando e Tocantins que foi criado antes mesmo começamos a fazer programação do “Globo Rural”. Além desse, há casos regional, era uma necessidade. de produções regionais realizadas para a Estávamos atrelado a emissoras cabeça de rede. A EPTV, por exemplo, fracas ou iniciantes, e tínhamos que produz pelo menos quatro episódios do aumentar a programação local”, Globo Repórter por ano. resume Petrelli. Ele diz ainda que a Embora sejam poucas as situação já mudou muito, com as oportunidades para as produtoras redes hoje acreditando mais nas independentes nas afiliadas - já que regionais. “Antes, as redes tinham grande parte delas tem foco na medo de abrir mais espaço para as produção de conteúdo jornalístico local regionais porque essas não e este é feito pela própria emissora - as tratavam o conteúdo com a mesma portas não estão completamente qualidade”, lembra. fechadas à produção independente. “O É evidente que a abertura de mercado está ofertando melhores espaços para o conteúdo local profissionais”, lembra Petrelli, que também depende da disponibilidade contratou recentemente a Endemol deste nas regionais. Na EPTV, Brasil. A RBS também trabalha com afiliada da Globo nas cidades de parcerias para alguns dos projetos de Campinas, Ribeirão Preto, São dramaturgia que exibe. Carlos (interior de São Paulo) e no Para fazer todos esses Sul de Minas, além do jornalismo, programas e manter as faixas há programas especiais realizados durante o ano. Este “A tendência é que cada vez ano a rede produziu um mais o telespectador esteja documentário sobre o maestro preocupado com o que Carlos Gomes realizado em alta acontece em sua comunidade e definição, “Acordes de Uma Vida”. “O especial entrou depois em consumir aquilo que é do Fantástico, mas é algo produzido nela.” esporádico”, conta o diretor Leonardo Petrelli, da Ric TV
de programação dedicadas às produções regionais é preciso também que o mercado publicitário local manifeste seu interesse. E, historicamente, a programação regional tem mostrado força junto aos anunciantes. A RicTV no Paraná, por exemplo, teve um crescimento de faturamento de 300% em um ano na programação regional - a Ric TV SC teve um crescimento de 30% de 2008 a 2009. “A tendência é que cada vez mais o telespectador esteja mais preocupado com o que acontece em sua comunidade e em consumir aquilo que é produzido nela”, explica Petrelli.
FOTOS: divulgação
Período transitório Se a transição da transmissão analógica para a digital não foi fácil para as cabeças de rede, uma vez que exige a mudança do parque de equipamentos de captação e transmissão, pode-se imaginar que seria uma missão quase impossível para emissoras fora do eixo RioSão Paulo e que trabalham com poucas horas de programação local própria e, em alguns casos, pequenos anunciantes para “bancar” a mudança. O que algumas delas têm mostrado, no entanto, é que é justamente a característica regional que tem feito com que apresentem crescimento acima da média e tenham fôlego para encarar a transição. A EPTV, que em 2009 completou 30 anos, saiu na frente de algumas afiliadas, com a digitalização das operações e mais recentemente com a produção em alta definição. O diretor técnico da EPTV, Wilson Martins, conta que o maior trabalho neste sentido começou por volta de 1995 e resultou na digitalização de toda a produção da TV em
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“Estamos investindo em recursos humanos e na estrutura física para gerar conteúdo para novas plataformas.”
Campinas já no ano 2000. Depois disso, Ribeirão Preto e São Carlos foram digitalizadas. Mais recentemente uma segunda geração desse sistema foi implantado em Campinas e deve chegar em breve a Ribeirão. Com a escolha do padrão da TV digital aberta, o desafio seguinte foi passar a captação e a transmissão para HD, mesmo que apenas de parte de sua programação. A EPTV Campinas deu passos importantes nessa direção, sendo uma das primeiras a começar a transmitir o jornalismo em HD, em setembro último. Além deste, o programa sobre natureza “Terra da Gente” também é captado e exibido em alta definição. “Em Ribeirão, a ideia é que o jornalismo esteja em alta definição em meados de 2010”, adianta Martins. Para fazer a transição, somente em Campinas, a rede investiu até o momento, cerca de R$ 20 milhões. Em Ribeirão, foram aproximadamente R$ 25 milhões.
Luis Eduardo Leão de Carvalho, da TV Alterosa
FOTO: Monique Renne/DIVULGAÇÃO
( televisão)
Para as geradoras de São Carlos (SP) e Varginha (MG) estão previstos investimentos de R$ 10 milhões a R$ 11 milhões em cada uma, com a previsão de ter jornalismo em alta definição em 2011. Quem também deve receber investimentos para transformar seu jornalismo em alta definição é a TV Anhanguera, em Goiânia, primeira afiliada da Rede Globo a transmitir em alta definição. Embora a captação local em alta definição tenha se iniciado apenas agora - a TV entrou com a transmissão digital em agosto de 2008 o jornalismo da TV Anhanguera deve ganhar o grande impulso do HD em abril de 2010, quando está marcada a inauguração de uma unidade móvel com 11 câmeras em alta definição.
Quem também tem investido em equipamentos em alta definição é a TV Alterosa, afiliada do SBT em Minas Gerais, com geradoras nas cidades de Belo Horizonte, Juiz de Fora, Divinópolis e Varginha. Com capilaridade em 836 municípios, a emissora produz o programa “Vrum” em HD, que também é transmitido nacionalmente pelo SBT. A captação do jornalismo já é feita em alta definição, mas a transmissão ainda não. A TV Alterosa fez um investimento de quase R$ 8 milhões no ano passado em alta definição. Na RBS, que hoje tem alguns especiais de teledramaturgia realizados em HD, o jornalismo, que representa a maior parte daquilo que a TV produz, deve migrar para o HD mais tarde. “Não estamos focando em produção agora, mas em distribuição. Até porque, se no meio do jornal houver uma reportagem
REGIONAIS NA TELA N° 25, maio DE 94
N° 70, junho DE 98
N° 97, setembro DE 2000
N° 195, julho DE 2009
“Os investimento das afiliadas Globo” EMISSORAS DA REDE Globo recebem investimentos de R$ 32 milhões para torres, antenas e equipamentos de captação e edição.
“Por que a retransmissão de TV é tão atrapalhada?” O problema de pirataria causado por postos retransmissores irregulares, que roubavam a audiência regional das afiliadas.
“Migração para o digital” A transmissão digital de TV pelas PELAS emissoras regionais é discutida em evento da indústria.
“Regionais na rede” Os investimentos dos grupos de mídia em vídeos na Internet para conquistar a audiência com elementos locais.
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série histórica Filmes nacionais lançados 1995 -2008 gráfico com quantidade de filmes por gênero e ano
( televisão) feita por uma geradora que não faz captação em HD, a plástica ficará prejudicada”. Até o momento, a RBS já investiu R$ 35 milhões na transição. O próximo passo para a RBS parece ser o mesmo de tantas outras afiliadas, quando o assunto é o sistema brasileiro de TV digital. Expandir o sinal a geradoras e retransmissoras do grupo. “Além de continuar a seguir o cronograma para implantação das emissoras, nosso objetivo é melhorar a experiência existente nas regiões que já receberam o sinal, aumentando as retransmissoras digitais”, diz o diretor de Operações TV e Rádio do Grupo RBS, Claudio Toigo. Essa expansão não é muito diferente daquela que teve de acontecer para que o sinal dessas afiliadas chegasse aos municípios mais remotos do Brasil. A EPTV, por exemplo, tinha, em seu lançamento em Campinas, abrangência de cerca de dez cidades. Hoje ela chega a 198 municípios. Martins, da EPTV, conta que o desafio com o sistema brasileiro de TV digital é conseguir ter a transmissão que atenda toda área coberta hoje pela rede. “Para digitalizar as 64 torres de transmissão da EPTV, deve haver um investimento de mais de R$ 40 milhões nos próximos dez anos”, conta Martins. A expansão da transmissão digital para outras cidades que não aquelas onde se encontram as emissoras geradoras também é um dos objetivos das organizações Jaime Câmara, mantenedora da TV Anhanguera. Para 2010 serão inauguradas três novas emissoras digitais: Palmas, Luziânia e Anápolis. As outras devem passar a transmitir digital em 2011. O importante, segundo Ferrante, é a consolidação das mídias que já pertencem ao grupo. “Queremos passar essas emissoras para digital”,
Uma das possibilidades permitidas pelo sistema brasileiro de TV digital é a que tem atraído a atenção das afiliadas quando o assunto é o que vem pela frente. Trata-se da diz. Ele lembra que o crescimento mobilidade, que permite aos canais das TVs do grupo estão sempre chegar aos seus telespectadores onde ligadas ao desenvolvimento da quer que eles estejam. “A grande região em que se encontram. transformação do digital é a Na Ric TV, não há planos de mobilidade. E é também o grande migração imediata. Petrelli diz desafio: formatar novos modelos de que a TV digital é um produto negócios para ela”, diz Petrelli. que fará diferença a médio prazo. “É Toigo, da RBS, lembra ainda que a preciso haver uma migração expressiva TV, por ser a principal mídia do para sustentar essa estrutura e manter grupo, pode se aproveitar de outras dois sinais no ar”, diz. A migração só será formas de comunicação, como os implementada no ano que vem nas TVs do eventos. É o que a RBS e diversas grupo se houver possibilidade de reduzir o outras afiliadas têm feito. Redes como custo. “A não ser que surja um modelo Globo e SBT promovem feiras em São financeiro para isso”, completa. Paulo para que as afiliadas apresentem ao mercado publicitário Outras receitas os eventos que promovem Assim como as cabeças de rede, as regionalmente. “O evento é uma afiliadas também estão de olho nas forma de comunicação, de interação, possibilidades abertas com novas formas de de ligação do espectador aos comunicação, como Internet, celular e a anunciantes”, conta Toigo. Ainda que realização de eventos. A maioria delas tem a maioria não ganhe exibição na íntegra na televisão, são depois de digitalizar a transmissão apoiados pela mídia TV, e, em alguns casos, têm das geradoras, grupos regionais cobertura jornalística encaram o desafio de levar o sinal das emissoras que os digital a todas as retransmissoras. promovem. A RBS, que todos os anos promove hoje portais de notícias, e, em algumas, são o festival de música Planeta Atlântida, transmitidos trechos da programação da vê formas de expandir a atuação e as televisão e até programas na íntegra. Em receitas do grupo com a promoção de 2005, as redações da TV Alterosa e do eventos, muitas vezes em conjunto portal Uai, do mesmo grupo, passaram a com outros veículos da casa. “Busco ser integradas. Segundo Luis Eduardo Leão outras fontes de receita, como de Carvalho, gestor da unidade de negócios publicidade, o valor do ingresso e a da TV Alterosa, o grupo agora tem foco em exploração da arena”, conta Toigo, convergência, e para isso está fazendo que afirma que a área de eventos investimentos. “Já fizemos em recursos representa hoje cerca de 4% do humanos. Agora investiremos na estrutura faturamento do Grupo RBS, e 8% do física, com o objetivo de gerar conteúdo faturamento da TV. para essas novas plataformas”, diz. Alguns Independente da plataforma, o programas da emissora – os produzidos importante para as afiliadas é localmente – ficam disponíveis na íntegra na manter o foco naquilo que gera Internet, além de serem transmitidos ao audiência, publicidade e a fidelização vivo durante a programação. “Nosso desses públicos. “Você tem que se programa de esportes, que durante o break posicionar como uma emissora mostra os bastidores na Internet, é um regional, através de eventos, espaços produto comercial mais forte por ter essa comerciais e programação local”, extensão”, diz Carvalho. conclui Tasso Madeira.
FOTO: DIVULGAÇÃO
Ronaldo Ferrante, da TV Anhanguera: programação HD ganhará unidade móvel com 11 câmeras em alta definição em abril de 2010.
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ESPECIAL
NUMERO Da redação
Em constante evolução A TV por assinatura mostrou ser um dos serviços de mídia que mais evoluiu durante os últimos anos, com novas tecnologias e mudanças significativas nos modelos de negócios.
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história de TELA VIVA coincide, em grande parte, com a história da TV por assinatura no Brasil, já que esta completou 20 anos de existência no País este ano. O serviço de TV paga pode ser um dos que mais evoluiu no âmbito da produção e distribuição de conteúdo em um período tão curto de tempo. As operadoras deixaram de ser fornecedoras de um único serviço (televisão), prestado em redes analógicas, para serem provedoras de serviços diversos como banda larga e telefonia, em redes digitais. Além da revolução tecnológica, houve uma evolução constante no modelo de negócios, com sucessivos embates que impulsionaram o setor. O mercado de TV por assinatura no Brasil se formou, principalmente, pela atuação de dois grandes grupos de mídia, Abril e Globo. Foram eles que protagonizaram uma das principais disputas que o mercado enfrentou e que provocou mudanças no modelo vigente -, a exclusividade de canais. “A Abril queria poder, finalmente, entrar na mídia eletrônica; enquanto a Globo queria preservar o seu mercado. A maior praga deste mercado. Além disso, investiram muito dinheiro em conteúdo, sem perceber que o mercado era pequeno”, relatou a diretora geral da TVA, Leila Lória. Assim como outros profissionais do mercado citados nesta matéria, Leila concedeu entrevista à TELA VIVA em agosto último sobre a história e as perspectivas para a TV por assinatura.
Roger Karman, hoje sócio-gerente da Net Angra, de Angra dos Reis (RJ), e presidente da TVA quando o grupo Abril lançou seu serviço de TV por assinatura, avalia que erros estratégicos da Globo e da Abril, principais players na época, com excessiva preocupação com questões técnicas e de programação, levaram a indústria a um desenvolvimento lento. “Os dois estavam errados do ponto de vista estratégico. Achavam que era televisão, e na verdade pay-TV é um serviço de telecomunicação. Não é produção de conteúdo, é um fenômeno de distribuição de canais. Este posicionamento estratégico equivocado da Globo e da Abril fez com que a
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indústria tivesse um começo difícil e lento. Eles se preocupavam muito com questões tecnológicas, o que não era de interesse do assinante, que precisa ser conquistado. Por isso o serviço demorou para pegar”, opinou. Em 2006, o Cade (Conselho Administrativo de Direito Econômico) determinou o fim da exclusividade dos canais Globosat na Net e na Sky. De acordo com Alberto Pecegueiro, diretor geral da Globosat, o Cade levou em consideração o risco de dominação de mercado com a fusão Sky e DirecTV. “Eles não imaginavam que
“A gente sabe que o potencial de crescimento está na classe C. Porém, é preciso ter o conteúdo relevante, como o futebol, por um preço que se possa pagar.”
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o mercado de DTH fosse ficar tão competitivo. Acredito que se não fosse isso, a exclusividade não teria sido quebrada”, avaliou. Segundo ele, a decisão acabou funcionando como um impulso para os negócios, já que em 2006, a TV por assinatura no Brasil já vivia um regime de busca de audiência. Um conceito que também levou à mudança no modelo de negócios foi a digitalização das redes de TV paga, ao final dos anos 90, o que abriu espaço para uma quantidade maior de canais e para a ideia de empacotamento, dividindo a programação em pacotes básicos, intermediários e premium. Com isso, teve início uma mudança do conceito do que deveria ser ofertado ao assinante. Ao invés de se empacotar uma série de canais sem identificação com o assinante brasileiro, a indústria começou a pensar uma programação mais cuidadosa e focada no público local. Livre do lixo satelital, a TV por assinatura encara uma disponibilidade maior de conteúdo. Até mesmo maior do que consegue suportar. “A indústria passou de uma situação de não ter canais até um excesso deles”, disse o diretor de programação da Net, Fernando Magalhães. Com o passar dos anos, a TV por assinatura assumiu uma cara mais brasileira, com a programação de certos canais sendo feita no Brasil, canais inteiramente brasileiros, produções nacionais em canais estrangeiros e a abertura de escritórios regionais das grandes programadoras internacionais. A produção de conteúdo nacional para canais estrangeiros, em parceria com a produção independente brasileira foi impulsionada especialmente pela criação de mecanismos de incentivo por parte do governo. Os recursos
independentes, tanto por parte dos progra madores internacionais como nacionais.
O ABC do setor De um momento em que as operadoras precisavam de conteúdo para suas ofertas, até a saturação dos line-ups das operadoras, uma série de mudanças aconteceu. Entre elas, a chegada da alta definição à TV por assinatura. A primeira a lançar o serviço foi a TVA, seguida da Sky, em abril deste ano. Depois delas, a Net embarcou no HD, e hoje todas realizam investimentos para aumentar a oferta de canais e expandir a base de assinantes. Com os investimentos feitos em alta definição e na divulgação da tecnologia - somente a Sky empregou R$ 80 milhões em sua campanha publicitária - o lançamento de canais HD tornou-se atrativo também para os programadores.
Neusa Risette, da Neo TV
do Artigo 39 da MP 2.228/01, em especial, deram fôlego às programadoras internacionais para investir em produções nacionais e tornar seus canais um pouco mais brasileiros. E essa produção nacional nos canais pagos cresce anualmente. Em seis anos e meio, o mecanismo recolheu aproximadamente R$ 104,3 milhões, sendo quase R$ 9 milhões apenas no primeiro semestre de 2009. O valor efetivamente comprometido com coprodutores ainda no primeiro semestre pelos canais foi de quase R$ 7 milhões, em 19 projetos divididos em sete séries documentais, três séries de ficção, uma série de animação, dois programas de TV, um longa de ficção, três médiasmetragens documentais, um longa
As operadoras deixaram de ser fornecedoras de um único serviço (televisão), prestado em redes analógicas, para serem provedoras de serviços diversos como banda larga e telefonia, em redes digitais. documental e um curta documental. Historicamente, as empresas que mais recolhem são HBO (R$ 48,86 milhões), Turner (R$ 15,94 milhões), Discovery (10,89 milhões), Fox (R$ 10,48 milhões) e a DirecTV (R$ 8,46 milhões). Mais recentemente, o Artigo 3° A da Lei do Audiovisual, que autoriza canais de TV, aberta ou por assinatura a investirem na coprodução de obras audiovisuais brasileiras de produção independente 70% do imposto devido sobre a remessa de recursos enviados ao exterior para aquisição de direitos de transmissão de obras audiovisuais ou eventos internacionais, começou a ser considerado uma alternativa para a produção de conteúdo com produtores
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Além de novos canais, as programadoras preparam-se para ampliar a transmissão full HD nos canais em alta definição existentes ou incrementá-la com produções nacionais. A programação em alta definição terá seu ponto alto durante a Copa do Mundo de Futebol, realizada na África do Sul, que tem início em junho de 2010. O Globosat HD, por exemplo, se transformará em SporTV HD durante os Jogos Olímpicos de Inverno de Vancouver, que acontecem em fevereiro de 2010, e durante a Copa do Mundo. Quem também se prepara para transmitir a Copa do Mundo de Futebol em detalhes é o ESPN HD.
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É evidente que este tipo de serviço, em alta definição, está focado nos consumidores da classe A, que podem bancar os custos da tecnologia. Ao deixar claro que o foco das operadoras é a alta definição e que a aquisição de novos canais SD não está na pauta do dia, resta aos programadores que querem emplacar seus canais atender a outra demanda (e também desafio) dos operadores: os pacotes para a classe C. Segundo o diretor da Via Embratel, Antônio João, sua missão na empresa é criar um novo mercado. “A maioria dos nossos clientes nunca assinou TV paga. 55% a 60% dos assinantes não migraram da concorrência”, explica. “O que vai fazer o mercado crescer é o crescimento da renda das classes C1 e C2”, aposta. “Este consumidor está comprando TVs de LCD e computadores, vão precisar da TV paga e da Internet”. Os operadores, que fazem as suas tentativas de entrar mais fortemente nesse segmento, querem conteúdo de qualidade e que tenha forte apelo para este público, por um preço que torne os pacotes viáveis. “A gente sabe que o potencial de crescimento está na classe C. Porém, é preciso ter o conteúdo relevante, como o futebol, por um preço que se possa pagar. Se não for feito algo para mudar isso, o mercado não cresce”, disse a diretora executiva da NeoTV, Neusa Risette. Quem também salienta a importância dos programadores repensarem os modelos de negócios para incluir esses novos públicos é a diretora de desenvolvimento do Grupo Newco, braço de canais pagos do grupo Bandeirantes, Silvia Jafet. “É importante pensarmos em como baratear os custos para conseguir com que operadores façam pacotes mais acessíveis. Acho que este
“Abril e Globo apostaram na exclusividade de conteúdo, a maior praga deste mercado.”
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( tv por assinatura)
Leila Lória, da TVA
é hoje o grande desafio do operador”, observou. Convergência Embora não se possa prever as mudanças tecnológicas e no modelo de negócios que estão por vir na TV por assinatura, algumas novidades começam a despontar mais claramente. A convergência dos serviços e ainda a possibilidade de acessar o conteúdo por diferentes plataformas são algumas das possibilidades que se mostram no caminho das empresas. “Vai haver convergência independente do serviço do cliente. Ele poderá combinar satélite e
para oferecer ao assinante o que ele quer, quando quer e onde quer é a questão para a qual produtores e programadores ainda buscam a resposta, não apenas no Brasil, mas no mundo todo. “As pessoas vão ver TV de forma não linear, não se pode lutar contra isso. Essas plataformas todas, Internet, celular, VOD, têm que conversar”, salientou Álvaro Paes de Barros, da Viacom. Para o vice-presidente da Turner International do Brasil, Anthony Doyle, a Internet é a responsável pela mudança na forma de consumir entretenimento, já que é o ambiente onde o consumidor acessa o que
a convergência de serviços e acesso ao conteúdo por diferentes plataformas são temas na pauta de programadores e operadores quer, quando quer e, muitas vezes, sem pagar pelo conteúdo. “Temos que ser melhores do que fomos no passado”, afirmou Doyle. Para o executivo, a programação como ela existe hoje, feita por um intermediário, vai continuar a existir por muito tempo. “Acredito na oferta de comodidade. O telespectador gosta de ter alguém programando o conteúdo para ele. O VOD, por exemplo, é um complemento importante, mas me parece que sozinho ele não sobrevive”, afirmou. Para Antônio Barreto, CEO da DLA, o que mais vale hoje é a marca do canal que se tem. “Canal é marca. Se você se identifica com ESPN, MTV, HBO, por exemplo, você vai se identificar com o “Canal é marca. Se você se identifica canal linear, com o VOD, com ESPN, MTV, HBO, você se identifica com a marca presente no com o canal linear, com o VOD, com a Facebook, em um chat ou marca presente no Facebook, em um qualquer outro lugar”, chat ou qualquer outro lugar.” disse o executivo.
FOTO: patricia barreto/divulgação
banda larga, WiMax, celular. Em cada região e para cada cliente haverá um modelo”, prevê Claudio Zylberman, que acompanhou o mercado desde as primeiras operações e hoje é diretor de tecnologia do Via Embratel. “A última onda será a migração total dos serviços para o mundo IP”, acredita Roberto Shigueo Suzuki, diretor de vendas de IPTV e broadband da Motorola. “É a próxima fronteira”. Para a operadora, diz ele, a vantagem é a unificação: “você terá uma rede única para todos os serviços, é mais fácil de gerenciar e criar sinergia entre os serviços”, contou. No âmbito do conteúdo, de que forma aproveitar as plataformas disponíveis
Antônio Barreto, da DLA
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da redação
Divisões da TVC
CONNECTING THE WORLD OF COMMUNICATIONS
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NUMERO Ana Carolina Barbosa
a n a c a r o l i n a @ c o n v e r g e c o m . c o m . b r
Novos caminhos Diversificação dos negócios é a receita de sustentação no mercado e expansão das maiores produtoras do País, que veem agora cenário favorável para mais conquistas com a possibilidade de quebra de uma barreira aparentemente intransponível: a TV aberta.
G
il Ribeiro, da Mixer, Pedro Buarque de Hollanda, da Conspiração Filmes, e Paulo Schmidt, do Grupo Ink, representantes de três grandes produtoras independentes do Brasil, poderiam deixar transparecer um tom de pessimismo ao receber TELA VIVA para uma conversa sobre o setor. Afinal, 2009 não foi um ano fácil. A crise econômica acarretou a retração de investimentos em publicidade, segmento que ainda representa a maior parte do faturamento das produtoras. Embora não estivessem exatamente eufóricos, demonstravam serenidade pelo fato de começarem a colher os frutos de decisões acertadas que vêm tomando, sendo a principal delas a diversificação da atuação, a independência de apenas um segmento de negócios. Áreas como cinema, televisão, projetos multiplataforma e branded content crescem expressivamente, permitindo-lhes vislumbrar mais autonomia em relação aos modelos tradicionais, o início de uma indústria de produção audiovisual no Brasil e a conquista de mais espaço na televisão, sobretudo nos canais abertos. O histórico de produção para a televisão é recente nos três grupos e foram os canais pagos que começaram a abrir as portas ainda que timidamente. Em 2005, a Conspiração produziu a série “Mandrake” para a HBO. Em
2009, o núcleo de televisão da produtora produziu 120 horas de programação, gerando um faturamento de R$ 9 milhões para o grupo, nove vezes mais que em 2008. Para 2010, a expectativa é chegar a R$ 20 milhões. Hollanda acredita em dois movimentos importantes para alavancar a produção independente para a televisão: o aumento da base de assinantes de televisão paga no Brasil, com a entrada das empresas de telecomunicação no mercado, e a conquista de espaço na TV aberta.
“Não podemos montar uma empresa como a Mixer baseada em incentivos fiscais. Temos que estar voltados para o mercado.” Gil Ribeiro, da Mixer FOTOs: marcelo kahn
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“Com a entrada das teles neste mercado, a demanda por conteúdo nacional vai crescer muito”, observa. Em relação à TV aberta, ela será um dos alvos da produtora no próximo ano. “O Brasil ainda tem uma cultura diferente de televisão. A produção independente pode renovar. Acredito que no médio prazo, uma parcela importante da produção será independente. É um mercado que deve crescer bastante”, destaca. Ribeiro também acredita que o crescimento da Mixer virá no futuro do aumento da produção para a televisão aberta. “A TV aberta tem um grande desafio, que é a audiência. Precisa de arejamento no mercado. Podemos
ser parceiros em alguns slots, conquistar audiência em alguns canais. Não será uma coisa imediata, mas se a gente tiver um delivery de qualidade e que traga audiência, temos condições. Nossa área de conteúdo é muito voltada para o consumidor final, com base em pesquisa”, justifica. Em 2009, a Mixer estreou projetos na área de TV que estavam sendo desenvolvidos há bastante tempo. Entre eles, as séries “Descolados”, para a MTV, e a animação “Escola pra Cachorro”, que estreou em outubro no canal pago Nickelodeon, da Viacom, e deve estrear na TV Cultura em 2010. Além disso, a produtora trabalha em seu primeiro projeto ao vivo diário, o programa “Happy Hour” para o GNT. Os planos para televisão em 2010 incluem desdobramentos dos projetos já existentes, com novas temporadas e continuação dos programas de linha. Além disso, a produtora planeja desenvolver cinco séries de dramaturgia, uma série inspirada no longa-metragem “Besouro”, de João Daniel Tikhomiroff, também lançado este ano, e uma nova série de animação voltada para o público a partir dos 12 anos. O Grupo Ink já produziu pela Academia Filmes, braço de cinema e televisão do grupo, programas para o GNT (“Gente Lesa”), Multishow (“Sob Meus Olhos”), Boomerang (“Boombox no Estúdio”) e Globo (“A Pedra do Reino”). “A participação da área de televisão ainda é pequena dentro do nosso negócio, mas importante. Está atrelada a uma necessidade dos veículos que precisam perceber a qualidade e diversidade da produção independente. Ela acaba se consolidando. Nos Estados Unidos é diferente. Mais de 80% do mercado é de produção independente. Eles tiveram leis e
“Cinema é uma área que tem dado resultados muito bons. Nossa ideia é produzir dois longas por ano, sendo um deles uma coprodução internacional.” Pedro Buarque de Hollanda, da Conspiração Filmes
empresa como a Mixer baseada em incentivos fiscais. Temos que estar voltados para o mercado. Sem dúvidas, todas as ações da Ancine foram benéficas para o mercado. Foram o motivo pelo qual muitos players nos procuraram”. Ele exemplifica com o caso da Turner, que procurou a produtora para produzir uma temporada do “TNT + Filme” para o canal de filmes TNT, utilizando recursos do Artigo 39. As temporadas seguintes foram produzidas com recursos da própria programadora e a Mixer hoje produz versões do programa para o TNT do México e da Argentina. incentivos e, a partir de então, se cria Para Hollanda, as leis de o hábito”, conta. incentivo são bem-vindas, mas o ideal é que o mercado caminhe Incentivos para a autossustentação. “O Para os produtores, a participação interesse do governo é da Agência Nacional de Cinema democratizar a produção de (Ancine), com a criação de televisão, fortalecendo os grupos mecanismos específicos de incentivo à independentes. A gente agradece produção independente para a TV, esta ajuda porque temos que lutar como o Artigo 39 e o Artigo 3º A, é contra estruturas muito muito positiva. “A partir do momento consolidadas. As leis podem dar o em que a gente cria o hábito, aumenta impulso, mas o mercado tem que subsistir. Há caminhos porque há para produtores, necessidade de interesse do público renovar programação deve gerar em assistir, mas tem que gerar audiência, oportunidades na tv aberta. o negócio de a oportunidade no mercado de televisão é complexo”, destaca. televisão”, opina Schmidt. Ribeiro Outra questão com a qual a ressalta que os mecanismos são bons produção independente precisa para abrir portas, quebrar paradigmas lidar nas negociações com a e mostrar que existem excelentes televisão é a referente à possibilidades de produção. No propriedade intelectual da obra. entanto, o setor precisa mostrar Não raro, a produtora sai relevância e caminhar com as próprias prejudicada nestes acordos. pernas. “Não podemos montar uma Schmidt acredita que a discussão
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( produção) precisa ser retomada no momento adequado, quando a produção independente conquistar espaços maiores na televisão. “Estamos sem força suficiente ainda para colocar a questão no mercado porque não temos volume de produção”, pondera. Na opinião de Ribeiro, a conquista dos direitos em produção audiovisual deve ser encarada como mercado. “Ela vem do seu histórico de entrega. A Mixer tem conseguido gradativamente participações mais significativas. Isso vem com o volume, a partir do momento em que você se torna um player essencial para o cliente, consegue negociar janelas. No começo, os contratos eram piores, a gente tinha mais dificuldades”, afirma.
“O branded content é uma área que tem chamado a atenção. Estas agências novas que estão surgindo tendem a ganhar espaço e a agência tradicional terá que se reestruturar.”
carioca da Lapa. Break Embora as produtoras criem braços e ramificações para as áreas de cinema, conteúdo e novas mídias, a raiz de todas elas está na Paulo Schmidt, do Grupo Ink publicidade e ainda é o trabalho para o mercado publicitário o Grupo Ink, o nascimento da Ancine, responsável pela maior parte das assim como os esforços receitas destas empresas do para exportação do audiovisual da audiovisual. “Foi a publicidade que Apex, com programas como Brazilian manteve a infraestrutura das TV Producers, Cinema do Brasil e produtoras na época em que o Film Brazil, foram fundamentais tanto Collor acabou com a Embrafilme. para o desenvolvimento da área de Agora, a gente percebe uma televisão quanto do núcleo de relativa diminuição da verba cinema nas produtoras. A Academia publicitária tradicional”, observa Filmes produziu desde então o Schmidt. Hollanda, da documentário “Rio Negro”, Conspiração, concorda: “É um “Titãs – A Vida Até Parece Uma mercado que diminuiu as verbas Festa”, “Cabeça a Prêmio”, de grandes lançamentos. Cerca de 10% a 15% do nosso faturamento o desgaste do “30 segundos” vem do mercado também cria um novo campo: o do externo que, com a conteúdo relacionado a marcas. crise externa e câmbio alto, “Natimorto” e “Amanhã Nunca diminuiu também os Mais”, que deve estrear no investimentos, mas isso foi próximo ano. Para 2010, a compensado pelo crescimento de produtora deve rodar o longaoutras áreas”. metragem “Meu Tempo é Agora”, Uma das novas oportunidades uma história que se passa no bairro para a produção independente
Tela grande Como diversificar a atuação é mantra dentro das produtoras, o cinema também tem sido tratado como unidade de negócios. Em 2009, a Mixer lançou “Besouro”, seu primeiro longa-metragem, e prepara mais dois para o próximo ano. A Conspiração levou às salas de cinema neste ano a comédia “A Mulher Invisível” e para o próximo ano aposta no infantojuvenil “Eu e Meu GuardaChuva” e na sua primeira coprodução internacional, “Lope de Vega”, gravado na Espanha e no Marrocos. “É uma área que tem dado resultados muito bons. Nossa ideia é produzir dois longas por ano, sendo um deles uma coprodução internacional”, conta Hollanda, que acredita em novas possibilidades e crescimento nesta área com a classe C frequentando mais o cinema. “O mercado de cinema ainda é muito concentrado nas classes A e B. A expansão deste setor passa pela ampliação do parque exibidor e do poder de consumo”. Segundo Paulo Schmidt, do
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( produção) comercial de 30 segundos, busca maneiras inovadoras de associar marcas a conteúdo. “O branded content é uma área que tem chamado a atenção. Estas agências novas que estão surgindo tendem a ganhar espaço e a agência tradicional terá que se reestruturar”, destaca Schmidt. “A nossa expertise em desenvolver conteúdo faz diferença nesta hora. Ainda não existe uma cultura de branded content no país, mas é um mercado ascendente”, diz Hollanda.
Açúcar, respectivamente) e a Coffee Produções, focada em filmes promocionais. A meta da holding é chegar ao faturamento de R$ 400 milhões em cinco anos. O projeto de crescimento inclui também movimentos de internacionalização das empresas da holding. Em julho deste ano, a BBC Worldwide e a Mixer firmaram uma parceria para a produção de formatos da BBC no Brasil. Pelo acordo, a produtora é a parceira exclusiva de produção de formatos da empresa britânica pelos próximos cinco anos, passível de renovação. A BBC, por sua
incentivem a qualificação da mãode-obra. Esse é um processo que se dá durante anos”, observa. No Grupo Ink, uma área que vem ganhado importância por preencher uma lacuna do mercado, a Ilegal FX, focada em efeitos, animação e pós-produção, também conta com mão-de-obra diferenciada. “Temos diretores de cena no casting da Ilegal para que ela tenha um diferencial no mercado. É um nicho de negócio bem interessante e estamos investindo para fazer a finalização de conteúdo audiovisual também Apostas em película”, conta O fato é que, para firmar-se e projetos multiplataforma ganham Schmidt. A empresa aproveitar as novas está estruturada para espaço dentro das produtoras. oportunidades, as produtoras atender tanto à independentes estão certas de que vez, é distribuidora dos formatos – e demanda interna dos demais é preciso ter uma postura eventualmente de produtos prontos – da núcleos do Grupo Ink quanto profissional e visionária, Mixer no exterior. “É um mercado em solicitações de agências para a póssemelhante a de empresas de que a gente não pode errar. Há poucas produção de filmes. outros segmentos de mercado. chances e poucos players. Queremos ser A sinergia entre os grupos é Em janeiro de 2009, quatro meses players internacionais com conteúdo bastante incentivada no Grupo Ink e após a entrada do grupo nacional e com conteúdo internacional. a Colméia, produtora de conteúdo especializado em gestão de Queremos fazer qualquer tipo de digital do grupo criada há dois patrimônio Pragma como sócia da produção em qualquer lugar do anos, tem contribuído para a Mixer, a produtora, em uma mundo”, ressalta Ribeiro. integração. “A Colméia é uma movimentação atípica no setor, Um ponto importante para que a aposta e tem crescido. O transmídia anunciou a criação de uma produtora conquiste as metas, destaca é muito significativo”, diz Schmidt. holding: a Etc... Participações da Ribeiro, é o investimento em talentos e A Colméia deve desenvolver qual fazem parte além da Mixer, a reconhecimento da importância da projetos em conjunto com a CB Filmes e a Pan Filmes (que mão-de-obra. “Esse hoje é o grande Academia Filmes para o próximo trabalham exclusivamente para os desafio para a produção independente. longa-metragem da produtora, clientes Casas Bahia e Pão de É preciso criar mecanismos que “Meu Tempo é Agora”. Os projetos multiplataforma refletem perfeitamente o espírito Apoio às cotas de diversificação dos negócios que as produtoras Os produtores independentes, de modo geral, veem com bons olhos o PL 29, que propõe mudanças no independentes setor audiovisual e o estabelecimento de cotas para a adotaram. Na produção nacional nos canais pagos. “Pode parecer Conspiração, um pouco autoritário, mas se olharmos para o modelo também há de outros países, eles também começaram assim”, destaca Paulo Schmidt, do Grupo Ink. “No Brasil, você entusiasmo tem uma legislação monopolista, o distribuidor também com esse tipo pode ser o produtor. É difícil quebrar esta barreira. Em de projeto. um mercado tão amarrado como o brasileiro, as cotas A produtora são opções, mesmo que seja transitório”, opina Pedro Buarque de Hollanda, da Conspiração Filmes. Já Gil desenvolveu para Ribeiro, da Mixer, faz uma ressalva: “Vejo o PL 29 a Oi um projeto positivamente, mas com cuidados. Não adianta que inclui Internet estabelecer cotas se o mercado não estiver preparado para entregar tanto volume com qualidade. Uma implantação e produção de gradativa pode ser o melhor desenho”. conteúdo para a TV e aposta neste modelo.
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A recuperação do mercado De 1992 até 2009 a indústria cinematográfica brasileira se reergueu e passou a ter participação significativa na bilheteria das salas.
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ma das áreas audiovisuais que mais mudaram desde o início da publicação de TELA VIVA, em 1992, foi o cinema. Naquele momento, a produção cinematográfica estava reduzida a quase nada por conta do fim da Embrafilme. Em suas 200 edições, TELA VIVA acompanhou a retomada da produção e o renascimento de uma indústria. Segundo dados do Observatório do Cinema e do Audiovisual, da Ancine, em 1995 foram lançados 14 longas brasileiros, contra 79 em 2008 (veja gráfico). Durante este período, a política audiovisual passou por modificações profundas, mudando a forma como se financia o cinema no Brasil e levando uma lógica de mercado ao setor. A primeira grande mudança regulatória foi a criação dos incentivos com a Lei Rouanet, em 1992, e com a Lei do Audiovisual, que teve seus primeiros resultados em 1995. Só então a chamada retomada do cinema brasileiro começou a ganhar corpo, vendo no mecanismo de incentivo uma forma de se financiar. A segunda grande mudança foi, é claro, a criação da Ancine, no final de 2001. A partir de então o cinema receberia uma atenção especial do governo, que teria um órgão dedicado ao seu desenvolvimento. Mais tarde veio a proposta de criação da Ancinav, uma agência que teria poder de regulação de todo os setores que compõem o audiovisual. Embora tenha sido mal sucedida, a proposta marcou uma mudança na forma como o governo via o desenvolvimento do setor. O financiamento da produção hoje
Outro mecanismo de financiamento é o Procult BNDES, com quatro linhas de financiamento, voltadas à produção, à comercialização, à infraestrutura e à exibição.
é feito por uma carteira de mecanismos e fundos, cada um com um perfil diferente de financiamento. O produtor tem à sua disposição hoje, além dos editais de fomento direto com recursos do Ministério da Cultura e da Ancine e dos editais de fomento através das leis de incentivo das estatais, o Fundo Setorial do Audiovisual, o Programa de Apoio à Cadeia Produtiva do Audiovisual do BNDES e os Funcines. Com exceção dos editais, os outros mecanismos adotam lógica de mercado, tendo o retorno financeiro com uma, quando não única, de suas metas. O Artigo 1º da Lei do Audiovisual é o que permite que as empresas invistam parte do imposto de renda devido na produção cinematográfica. O Artigo 1ºA veio substituir o mecanismo da Lei Rouanet voltado ao marketing cultural. O Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), criado em 2006, usa recursos das contribuições recolhidas pelos agentes do mercado, principalmente da Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional (Condecine) e do Fundo de Fiscalização das Telecomunicações (Fistel).
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Distribuição e exibição Com a diversidade de mecanismos de financiamento à produção, o governo passou ainda a contemplar outras áreas da cadeia, com destaque à distribuição e à exibição. Os mesmos mecanismos criados para fomentar a produção são usados nos outros elos da corrente. Com isso, as distribuidoras independentes passaram a ter maior pode concorrencial na disputa pelos direitos de distribuição dos principais títulos nacionais. A Downtown, por exemplo, formou um Funcine com a Lacan. Oferecendo recursos do fundo na produção, a distribuidora passou a disputar com as majors, e seus recursos do Artigo 3º da Lei do Audiovisual, os principais filmes do mercado. A exibição se desenvolveu por seus próprios pés durante muitos anos, causando algumas distorções que começam a ser corrigidas agora. Com a chegada, em 1997, da Cinemark e da UCI, começaram a ser implantados os multiplex nos shopping centers. A exibição em grandes complexos é dominada hoje pelos dois grupos estrangeiros e pelo tradicional grupo Severiano Ribeiro. Os multiplex concentraram a bilheteria nos shopping centers, nas grandes cidades. Ou seja, o público de cinema no Brasil ficou mais elitizado. A estratégia que começa a ser desenhada no governo para mudar
Parceiro grande No início de 1999 aparecia pela primeira vez nas páginas de TELA VIVA um personagem que mudaria o
a evolução da produção Filmes nacionais lançados entre 1995 e 2008 60 50 40 Títulos
este cenário é fomentar e financiar a construção e recuperação do chamado cinema de rua, formado por salas individuais ou pequenos complexos com duas a quatro salas. A ideia é levar o cinema de rua às cidades hoje não atendidas pelas salas comerciais, bem como bairros periféricos nas grandes cidades. Não foi só financiamento que marcou mudança na forma como o conteúdo é distribuído e exibido. A tecnologia digital no cinema para distribuição e exibição entrou na TELA VIVA no início de 2002. Naquela época, Teleimage e UCI inauguravam a primeira sala de projeção HD do Brasil, no Rio de Janeiro. Dois grandes lançamentos brasileiros já haviam sido produzidos usando captação digital: “Xuxa e os Duendes” e “Caramuru, a Invenção do Brasil”. Para os exibidores, a nova tecnologia abre as portas para novas oportunidades de negócios. Como as salas passam 60% do dia vazias, a projeção em vídeo dava aos exibidores o poder de prestar serviços nos horários em que as salas ficam fechadas. Para a distribuição a novidade também era boa, já que até então a atividade dependia de remessas de centenas de cópias de filme. Um ano depois aparecia um concorrente: a Rain Networks. A empresa havia criado um sistema de distribuição, gerenciamento e exibição de cinema digital, o KinoCast. Para garantir o baixo custo de instalação das salas, a empresa usava como servidores locais PCs comuns, conectados diretamente a projetores Panasonic. O custo final por sala ficava entre US$ 40 mil e US$ 50 mil (a parte de projeção somente, fora a obra civil). Desde então a distribuição de filmes segmentados e documentários passou a se dar principalmente de forma digital.
30 20 10 0
1995 0 3 11
1996 0 1 17
1997 0 2 19
1998 0 2 21
1999 0 4 24
2000 0 2 21
Animação
2001 1 8 21
2002 0 10 19
Documentário
2003 0 4 26
2004 1 15 33
2005 1 12 32
2006 1 25 46
2007 2 32 44
2008 1 25 53
Ficção fonte: OCA/Ancine
perfil do cinema brasileiro. Controversa, a Globo Filmes, unidade da Rede Globo de Televisão voltada para a produção de longas e telefilmes, despertaria amor e ódio entre os empresários do meio cinematográfico. Atuando principalmente na coprodução com produtores independentes, a Globo Filmes ajudaria na divulgação de alguns dos principais sucessos de bilheteria do Brasil. Desde o início, a empresa anunciava planos de uma rápida expansão e de atuar em diferentes níveis de mercado e distintos modos de produção. Como não poderia usar leis de incentivo, já que é ligada a uma rede de radiodifusão, a produtora da Globo previa três modos de atuação: coprodução sendo sócia majoritária (sem uso de incentivos fiscais); coprodução minoritária, seja através de cogestão artística e de produção, seja por meio de apoio jurídico ou de marketing; produção de telefilmes. Em 2008, Carlos Eduardo Rodrigues, diretor executivo da Globo Filmes, apontava uma mudança no foco dos filmes apoiados pela unidade de cinema da emissora. Cadu, como é conhecido no mercado, anunciava que, após uma pesquisa, passaria a concentrar esforços em filmes mais leves,
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longe do drama social. Além disso, o cinema infantil também ganharia destaque, para formar público. “Um dado interessante: de 5% a 10% dos filmes lançados no Brasil são infantis, e correspondem a 25% da bilheteria”, disse na época. A pesquisa apontava que o gênero preferido do brasileiro é a comédia, levando a Globo Filmes a investir mais no gênero. “O mercado externo é que não vai bancar a produção brasileira. Uma coisa é buscar o financiamento, os recursos, porque qualquer nova oportunidade de busca de recursos é importante. Mas o mercado internacional para filmes nacionais é insignificante”, disse Cadu. Como resultado à estratégia, a Globo Filmes bateu recorde de bilheteria nacional com “Se Eu Fosse Você 2”. A estratégia é semelhante à lógica de mercado em alguns dos fundos e mecanismos citados nesta matéria. O sucesso desta lógica não se restringe ao sucesso do longa de Daniel Filho. Nos primeiros oito meses deste ano, o cinema brasileiro bateu a bilheteria de todo o ano anterior. da redação
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Infinitas plataformas Cinema, TV e home video não são mais as únicas plataformas de distribuição de conteúdo. Na virada do milênio, novas tecnologias democratizaram o acesso ao consumidor final.
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a virada do milênio, TELA VIVA se viu numa crise de identidade. Em dezembro de 1999, a revista, que cobria os mercados de produção audiovisual para TV, cinema e vídeo, apontou um caminho alternativo para os produtores distribuírem seus conteúdos: a Internet. Desde então as plataformas de lançamento se multiplicaram em progressão aritmética, enquanto o volume de usuários das novas plataformas cresce em progressão geométrica. No início da distribuição de vídeo pela web, o conteúdo estava lá, mas a experiência do espectador estava bem longe da que estava acostumado. Os vídeos online não ocupavam mais que 1/4 das telas dos computadores, que ainda usavam resolução 640x480 pixels. Com a chegada dos primeiros cable modems, o UOL havia colocado no ar um site para os usuários da rede com acesso em “alta velocidade”, que ficava entre 64 kbps e 128 kbps, com muito mais vídeo e animações que não poderiam ser visualizados com uma transmissão em baixa velocidade. Tudo isso era disponibilizado a um público de assinantes de banda larga estimado em, no máximo para 6 mil pessoas. Neste início, algumas produtoras se especializaram na codificação do conteúdo para distribuição online, o que ainda não era uma tarefa simples. Estavam em vantagem as produtoras que haviam adquirido know-how na criação de CD-ROMs com conteúdo corporativo. No final de 2000 e início de 2001, o UOL e o Terra já contavam com
variedade de conteúdo audiovisuais, com programas ancorados por jornalistas da televisão como Lilian Witte Fibe e Paulo Henrique Amorim. Tanto o UOL quanto o Terra investiam em infraestruturas semelhantes à de uma emissora de televisão. Ambos faziam transmissões ao vivo direto de seus estúdios. O papel dos portais na distribuição de conteúdo audiovisual só cresceu. Em 2008, o Terra exibiu, com exclusividade em Internet para a América Latina, os jogos das Olimpíadas de Pequim. Novíssimas mídias Outra mídias surgiram, algumas ainda de maneira dependente da Internet, mas longe da web e mesmo das telas de computadores. Em 2007, TELA VIVA ouviu executivos de algumas das novas plataformas de distribuição durante o MipTV, em Cannes. Estas novas plataformas formariam o que chamamos de TV 2.0. Elas permitem que conteúdos sejam entregues via banda larga, sob demanda, com recursos interativos, diretamente na casa do usuário. Entre os modelos de sucesso já aparecia o iTunes, da Apple, que conta com séries e filmes de sucesso. Em conjunto com o Apple TV, que permite exibir todo este conteúdo na tela da TV, em
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alta definição, com controle remoto, a empresa comandada por Steve Jobs mostrou que investia em fazer televisão, e não mais uma brincadeira para nerds. Outros serviços, contudo, apostavam na ponta oposta, como o site britânico JoiningTheDots, que conta apenas com documentários independentes da Mercury Media, apostando na teoria do long tail (“cauda longa”): quanto mais conteúdos disponíveis, mais as pessoas irão consumi-los, desde os mais populares aos mais segmentados. Outra plataforma que ganhou importância foi a telefonia móvel. A aposta no meio vinha de dois lados: operadores, que queriam lucrar com o tráfego de dados gerado pelo envio de vídeo por suas redes; e radiodifusores, que queriam ocupar a tela dos celulares e garantir a manutenção das verbas publicitárias. Ambos conseguiram conquistar seu espaço. Os radiodifusores já mostram sua programação nos celulares capazes de receber o sinal da TV digital aberta. Operadoras lançaram seus serviços de TV por assinatura para celular, con tando com conteúdos oriundos dos canais da TV por assinatura tradicional. O potencial de crescimento destas novas mídias ainda é grande. Dados recentes do IBGE mostram que, em 2008, mais da metade dos brasileiros de dez anos de idade ou mais tinham telefone celular para uso pessoal. Já o acesso à Internet cresceu mais de 75% entre 2005 e 2008. A expectativa é que o aumento no poder de consumo da classe C brasileira alavanque o poder das novas e novíssimas mídias. da redação
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ESPECIAL
NUMERO Fernando Lauterjung
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Do PB ao HD Nos 200 números de TELA VIVA, a evolução tecnológica mudou a forma como se produz, distribui e consome conteúdo audiovisual.
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uando foi criada a revista TELA VIVA, em 1992, a produção e a distribuição de conteúdo audiovisual passavam por uma revolução digital. As primeiras finalizadoras haviam sido criadas há poucos anos, trazendo telecines digitais ao mercado. A captação de imagens nas emissoras ainda era feita com câmeras analógicas, sendo que algumas ainda usavam os velhos sistema U-Matic. Poucos eram os efeitos digitais disponíveis, e os que existiam eram simples, porém caros. Contudo, a oferta de soluções digitais era crescente e, em poucos anos, o setor participaria de uma outra revolução, vendo sua infraestrutura ser suprida por equipamentos da área de tecnologia da informação. Não só o workflow mudou com a tecnologia, mas a dinâmica do mercado em si. Alguns players desapareceram ou perderam força, enquanto o produtor de conteúdo, seja ela uma empresa independente ou emissora de TV, passou a ter acesso a tecnologias que antes precisavam ser terceirizadas. A independência dos produtores hoje é maior, sendo possível passar por todas as etapas de produção com apenas um câmera de vídeo e um laptop, com investimento em equipamentos que começam em R$ 10 mil ou R$ 15 mil. A TI levou às emissoras um fluxo mais dinâmico, principalmente para a produção de esportes e jornalismo, com arquivo digital de conteúdo e sistema de busca avançados. A soluções para edição ao vivo também ficaram mais sofisticadas e acessíveis. Na ponta final, na casa do
Primeiro país a fazer teste de campo dos padrões de TV digital existentes, o Brasil acabou desenvolvendo um novo sistema, baseado no ISDB-T, japonês.
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telespectador, também ocorreram mudanças. Hoje 60 milhões de brasileiros já são cobertos pelos sinais digitais de televisão. Na prática, o telespectador tem acesso a três vezes mais definição, já que raramente se conseguia receber a resolução máxima na TV analógica. Além disso, a TV digital também está em dispositivos portáteis, incluindo telefones celulares e há a promessa do início da transmissão de aplicativos interativos em breve.
A venda de receptores digitais ainda é uma incógnita. Radiodifusores e governo apontam um número de cerca de 2 milhões de receptores vendidos, incluindo receptores móveis e portáteis. Fornecedores de componentes garantem que não há mais que 300 ou 400 mil. Contudo, é quase unanimidade que 2010 será o ano da explosão da TV digital, graças à Copa do Mundo. A história da TV digital no Brasil é uma longa novela com diversos turning points por episódio. Essa novela foi acompanhada de perto por TELA VIVA, gerando algumas da capas mais marcantes da revista. Novela em alta definição Em dezembro de 1998, TELA VIVA noticiava a criação do “Grupo de Trabalho SET/Abert de Testes e Medições”, o famoso grupo responsável pelos testes dos padrões de TV digital. Coordenado pela engenheira Valderez de Almeida Donzelli, os estudos sobre o comportamento do sinal digital foram respaldados por uma parceria com a Escola de Engenharia da Universidade Mackenzie, que montou os laboratórios necessários à pesquisa e uma viatura para medições de campo. Os testes receberam equipamentos de diversos fabricantes e foi viabilizado pela NEC, que investiu em torno de US$ 2,5 milhões na estrutura dos projetos com recursos incentivados. Pouco mais de um ano depois, no início de 2000, foi apresentado à Anatel o relatório dos estudos. A modulação escolhida, após os testes de laboratório e campo, foi a COFDM, usada pelos padrões europeu (DVB-T) e japonês (ISDB-T). O grupo descartou categoricamente o uso do padrão americano (ATSC), que usa modulação VSB, considerada “inaproveitável”. Segundo o relatório, os sistemas que empregam modulação COFDM ainda necessitavam de mais testes, além de uma avaliação do impacto econômico
de suas adoções. O grupo descartou a realização de mais testes com a modulação VSB, explicando que as desvantagens apresentadas pela modulação COFDM, além de contornáveis, só implicariam despesas adicionais para os radiodifusores, que precisariam de sistemas de transmissão mais potentes. Ao contrário, na modulação VSB, o ônus recairia sobre os telespectadores, que necessitariam de sistemas de recepção mais sofisticados, dizia o relatório dos testes. Mais tarde, a radiodifusão optaria pelo padrão japonês. Sem retirar o mérito do ex-ministro das Comunicações Miro Teixeira, que deu a ideia para a criação de um padrão brasileiro usando as tecnologias disponíveis no mercado, ainda no início das discussões foi considerada a hipótese de um padrão híbrido japonês/ europeu. A grande vantagem do padrão japonês era a possibilidade de realizar transmissões para dispositivos móveis na mesma frequência do conteúdo para os televisores fixos. Tratava-se de uma questão estratégica para a radiodifusão, que temia a concorrência das teles,
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Os softwares de edição não-linear ficaram mais acessíveis. Uma produtora de médio porte atualmente conta com diversas ilhas em sua infraestrutura. prevendo a criação de sistemas de TV por assinatura para telefones celulares. Neste momento começou uma disputa de bastidores envolvendo lobistas dos padrões internacionais e os interessados na discussão no Brasil: radiodifusão e telecomunicação. O ATSC Forum, órgão de lobby do padrão norteamericano, chegou a prometer melhorias em sua modulação e o desenvolvimento de um padrão para que a recepção móvel fosse contemplada. Ambas as promessas se concretizaram. O padrão hoje nos
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( tecnologia) Estados Unidos é mais robusto, embora exigindo mais tecnologia na parte da recepção, e as transmissões de conteúdos para dispositivos móveis foi recém-lançada. Os esforços, contudo, foram em vão. Quando a tecnologia americana estava, pelo menos em partes, em conformidade com as demandas da radiodifusão brasileira, o país já havia decidido por outro padrão. Em 2002 aumentaram os “esforços” para que o então presidente Fernando Henrique Cardoso assinasse a adoção do padrão brasileiro, o que não se realizou, argumentando que a digitalização poderia acontecer tarde demais para a radiodifusão, que temia a concorrência de outras mídias audiovisuais, já digitais, como a TV por assinatura e a Internet. No início daquele ano, previa-se que os primeiros receptores estariam no mercado até meados de 2003. A história do padrão lançado no Brasil começou em 2003, com a decisão do governo de apoiar a ideia de Miro Teixeira, de envolver universidades nacionais na criação de um padrão brasileiro. A pedido do Minicom, CPqD e Instituto Genius desenvolveram um projeto para os estudos, apresentado ao ministro no final de janeiro daquele ano. O que foi proposto pelos dois institutos de pesquisa era uma espécie de “desmonte criativo” dos outros sistemas, que comportam padrões iguais ou distintos (relativos ao áudio, vídeo, multiplexação, interatividade e transmissão), para aproveitamento no País das tecnologias que fossem mais adequadas ao nosso modelo ou mercado, além de desenvolver especialmente para o Brasil softwares de integração que possam ser futuramente exportados. Os setores que seriam afetados pela TV digital, por uma questão diplomática, não atacaram a ideia e nem acataram-na. Diziam precisar “entender melhor” o que estava
com transmissões digitais. Além disso, o Brasil passou a participar do lobby pela adoção do padrão nos países. Peru, Argentina, Chile, Venezuela e Equador já optaram pelo padrão. Para manter o padrão, foi criado o Fórum do Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre, formado por representantes da radiodifusão, indústria fabricante, academia e governo. O órgão escreveu todas as especificações. Recentemente, terminou a última, que tratava do middleware Ginga-J. A expectativa é que a interatividade comece no ano de 2010 no Brasil. Produção A alta definição já era habitué dos parques de produção antes mesmo da chegada da TV digital. Mas isso não quer dizer que a tecnologia não tenha percorrido um longo caminho. Antes sendo proposto para poder tomar uma da melhoria na definição, houve a posição. O grupo SET/Abert, no entanto, digitalização da produção, que alegou que o prazo previsto para se iniciar também trouxe ganho perceptível de os estudos era muito longo: seis meses. A qualidade de imagem, mesmo aos radiodifusão viu mais um atraso no olhos leigos. Não é preciso ser desenvolvimento. O que de alguma forma especialista para notar que as tranquilizava o grupo SET/Abert era que antigas séries da TV brasileira, hoje eles não seriam excluídos do processo. lançadas em DVD, não apresentam Finalmente, mais de seis anos após a imagens tão bem definidas quantas as decisão da radiodifusão por recomendar a imagens da séries um pouco mais adoção do padrão japonês de TV digital, recentes, mas ainda produzidas em foi definido um padrão para o Brasil. No standard definition. dia 29 de junho de 2006, através do A evolução para a produção digital, Decreto 5.820/06, foi escolhido, pelo em standard definition, se deu menos em partes, o padrão japonês, o paralelamente nos equipamentos de ISDB-T. O padrão contava com diversas aquisição e edição. E aí estava uma melhorias propostas pela universidade das mais importantes revoluções para o audiovisual. Os As soluções de asset management tradicionais fabricantes investiam em trouxeram à radiodifusão a equipamentos cada vez possibilidade de explorar seu mais acessíveis, e conteúdo de forma mais eficiente criando uma guerra de formatos de gravação e na TV e em outras plataformas. de fitas digitais. DV, brasileira, como a adoção da compressão DVCAM, DVCPRO, DVCPRO50, MPEG4 e do middleware Ginga. No dia 2 Digital-S e D-9 disputavam a de dezembro de 2007, começaram liderança em camcorders. finalmente as transmissões em São Paulo, Paralelamente, começam a se primeira cidade a ter TV digital no Brasil. tornar mais sofisticados os editores Atualmente, mais de 20 cidades contam não-lineares de baixo custo. Em
As mídias de gravação não-linear trouxeram agilidade para o dia-a-dia das emissoras.
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RedeTV! Destruiu suas fitas para marcar o fim do uso da mídia na emissora, que passaria a guardar todo o conteúdo em servidores.
poucos anos, o Final Cut Pro, da Apple, tornaria-se muito mais popular que a Avid, até então a gigante da área de edição e pósprodução, e deixaria para trás outros concorrentes de baixo custo, como Adobe Premiere e Media 100. A introdução dos formatos digitais de vídeo e da porta de comunicação IEEE 1394 (FireWire), bem como o barateamento dos hard disks contribuíram para a redução dos custos dos sistemas. Os formatos HDCAM, DVCPROHD100 e D9-HD, IMX vieram substituir os antigos formatos, agora em alta definição. As soluções de edição acompanharam de forma dinâmica, juntamente com a capacidade de processamento e de armazenamento dos computadores.
porque, além de digitalizar todo acervo, é necessário catalogar tudo. Quanto mais completos os metadados que categorizam os conteúdos, mais eficiente serão as pesquisas. Em janeiro de 2001, TELA VIVA detalhava a adoção de uma destas soluções de gerenciamento de conteúdo por parte da BBC. Todo o conteúdo era digitalizado em duas versões, uma em baixíssima definição, que ficava disponível nos servidores e podia ser acessada de computador na rede, e outra na definição na qual o conteúdo foi gerado. Este conteúdo ficava dividido entre online, com as matérias mais recentes, e offline, gravado em fitas, acessadas por um robô. A primeira grande rede a anunciar a adoção de uma ferramenta de gerenciamento de conteúdo foi o SBT, ainda em 2001. A Globo começou a fazer o mesmo em 2003, digitalizando 65 mil horas de imagens do acervo de jornalismo e de esportes. Para agilizar ainda mais esse processo, é claro, foi decretado o fim da fita. Em maio de 2003 TELA VIVA apontava as vedetes da NAB, principal feira de equipamentos, daquele ano: discos ópticos, cartões de gravação e discos rígidos. A Sony lançava sua linha de câmeras e VTs baseados na gravação em discos ópticos
Televisão Nas emissoras, além da produção, o tráfego interno de conteúdo, bem como o armazenamento, também mudaram de forma a impactar o fluxo de trabalho. No início do milênio, houve a adoção em massa das soluções de asset management. Eram softwares que se tornariam fundamentais nas empresas de mídia convergentes, que apostavam na distribuição de conteúdo multiplataforma. Além disso, davam agilidade ao jornalismo, uma vez que pesquisar no acervo de matérias se tornava algo simples e rápido. O processo de implantação destas soluções até hoje corre nas emissoras. Isto
com tecnologia de laser azul, a XDCam. A Panasonic, por sua vez, mostrava mockups dos equipamentos que lançaria no final daquele ano, com gravação em cartão estado sólido (P2). Com isso, a ingestão de conteúdo nos sistemas de jornalismo era mais eficaz. Ao invés de transformar o conteúdo das fitas em arquivos digitais para então gravar no servidor, o operador de câmera podia simplesmente “arrastar” um arquivo digital de uma mídia para o servidor. Dois anos depois, em 2005, a RedeTV! foi pioneira no Brasil ao abandonar o uso de fitas. Os poucos VTs que ainda haviam na emissora eram usados apenas para receber material das agências de publicidade e de programas políticos. Produtoras Nas produtoras, principalmente de publicidade, foi outra a tecnologia que mudou a forma de se trabalhar. Em 2004 TELA VIVA apontava uma mudança significativa na relação entre produtoras e finalizadoras. A maior facilidade na importação de equipamentos e o barateamento de tecnologia acabou levando à criação das áreas de pós-produção dentro das produtoras. É claro que a telecinagem continuou sendo feita pelas finalizadoras, mas a edição e os efeitos foram para as produtoras. As produtoras que continuaram fiéis às finalizadoras, portanto, conseguiam negociar melhor seus orçamentos. Com a redução do volume de trabalho publicitário, as finalizadoras diversificaram seu mercado. O crescimento do cinema nacional nos últimos anos ampliou a área de atuação dessas empresas. A evolução tecnológica no Atividades audiovisual está longe de parar. Na 1%há filmes 4% 2% virada da década, ainda não 4% publicitários finalizados em alta 31% 5% definição na grade das emissoras de 5% boa parte da grade TV. Além disso, das TVs abertas ainda é de conteúdo 5% standard. Por enquanto, em definição a única emissora 100% HD é, 6% novamente pioneira, a RedeTV!. 6%
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ELEICÕES VENHA CONHECER AS PROPOSTAS PARA O SETOR DE TELECOMUNICAÇÕES E MÍDIA 300 participantes, diretamente envolvidos com o dia-a-dia das políticas setoriais, reunidos para discussões altamente produtivas e de grande repercussão entre os agentes reguladores. Público altamente qualificado Atividades 4%
ino anal icante por Assinatura sso / Conteúdo élites
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Operadora de Telefonia Fixa / Móvel Governo / Instituição / Associação Imprensa Prestador de Serviço Advocacia / Consultoria Bancos / Investidores / Grupos de Mídia Instituição de Ensino Programadora / Canal Fornecedor / Fabricante Operadora de TV por Assinatura Provedor de Acesso / Conteúdo Operadora de Satélites
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INSCRIÇÕES 23%028 0800 77 15 Patrocínio Master
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3% participar do principal encontro sobre as tendências Venha Presidente / VP / Diretor 32% do 9%políticas e regulatórias Gerente / Coordenador / Supervisor setor de telecomunicações e mídia. Advogado / Consultor / Pesquisador Uma promoção conjuntaImprensa das revistas TELETIME E TELA VIVA e Técnico Economia e Tecnologia do Centro de Política, Direito, Especialista / Analista das Comunicações (CCom) da Universidade de Brasília. Autoridades
www.convergecom.com.br/eventos
Cargos 9%
Auditório da Finatec/UnB - Brasília, DF 3%
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Dia 4 de fevereiro, 2010
Cargos
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efonia Fixa / Móvel ção / Associação
viço ultoria ores /
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Presidente / VP / Diretor Gerente / Coordenador / Supervisor Advogado / Consultor / Pesquisador Imprensa Técnico Especialista / Analista Autoridades
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( making of )
Lizandra de Almeida
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Filme num passe de mágica
O
fotos: divulgação
personagem principal deste filme – um mágico – é capaz de tudo. Ele se liberta de correntes, faz desaparecer um elefante, escapa de dentro de um cofre jogado em alto mar, sai de uma caixa de vidro cheia de cimento. Só não consegue negociar com sua operadora de telefonia celular como usar os créditos do programa de fidelidade da empresa. A campanha faz parte do posicionamento “Eu posso”, lançado pela Oi em julho passado para destacar que o consumidor da operadora pode exercer seu poder de escolha, e também divulga o plano Oi Mix, que reúne plano pós-pago e serviço de banda larga móvel, dando ao consumidor um crédito de R$ 2,1 mil para usar como quiser. Assim como o protagonista, a equipe de produção também teve de apelar para a magia para concluir o filme no prazo desejado por agência e cliente. A magia, no caso, foi a logística criada pela produção para dar conta de tantos cenários e locações diferentes em menos de uma semana. “Trabalhamos com duas equipes diferentes de produção. Tivemos a reunião com o cliente na quarta-feira e na quinta já estávamos no zoológico do Rio de Janeiro filmando o elefante”, conta o diretor Ricardo Amoroso. A cena mostra um elefante em frente ao Taj Mahal, na Índia, que desaparece graças aos poderes do mágico. O elefante foi filmado em fundo de recorte no zoológico e, no dia seguinte, a equipe filmou as pessoas também em fundo de recorte. Na pós-produção, a cena foi montada com as imagens do Taj Mahal, de banco de imagens, no fundo. Na mesma diária, foi feita a cena final, em que o mágico está em seu estúdio e reclama com sua operadora de celular pelo fato de não conseguir
Para dar conta de tantos cenários, produtora trabalhou com duas equipes diferentes.
trocar seus pontos por alguma outra coisa que não seja um novo aparelho. “No mesmo dia, à noite, fomos para o Guarujá, para fazer a cena com o barco”, diz Amoroso. A cena mostra o mágico sendo trancado em um cofre e jogado ao mar. O mágico se desvencilha do cofre e aparece sobre as costas de uma baleia. “Fizemos as costas e o rabo da baleia em fibra de vidro, com uma bomba de ar comprimido embaixo que soltava o esguicho do animal. Uma lancha puxava todo o conjunto”, explica. Como toda a cena foi filmada dentro e nas imediações do barco, a dificuldade de timing era grande. “Cada vez que tínhamos de refazer, era preciso posicionar as costas da baleia, a lancha, o
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barco, o ator. Foi uma cena bem cansativa.” Depois de um breve descanso no domingo, a equipe voltou para as filmagens na segunda-feira, quando foi feita a cena do mágico se livrando das correntes e da caixa de cimento. “O ator foi um verdadeiro herói. Na última cena que gravamos, ele ficava recoberto até a cabeça por um gel que representava o concreto. Foi muito aflitivo, porque a substância era densa e quando o ator se levantava, seus movimentos não eram tão rápidos quanto se estivesse na água.” Para a cena, foram usadas quatro câmeras: duas Red e duas Canon 7D, versão mais moderna da câmera fotográfica 5D, que tem sido bastante usada em filmagens. Era como se o mágico estivesse fazendo um espetáculo de rua, com público e iluminação grandiosa. “Contratamos um iluminador de shows para simular a apresentação de rua, que tinha guardas, paramédicos e todo o aparato de um grande espetáculo.” Na terça-feira, o filme já estava sendo mostrado para a agência. “Era um filme muito grande para o prazo, mas felizmente o ator colaborou muito. A vida dele foi ficando cada vez mais complicada, mas ele não perdeu o bom humor.” ficha técnica Cliente Oi Produto Promoção Oi Mix Natal Agência NBS Dir. de criação André Lima e Pedro Feyer Criação André Lima, Marcello Noronha, André Havt, Marcio Juniot, Renato Jardim e José Luiz Vaz Produtora O2 Filmes Diretores Fernando Meirelles e Renato Amoroso Fotografia Adrian Teijido Dir. de arte Cássio Amarante Montagem Marcelinho Junqueira Finalização O2 Filmes Trilha Sax so Funny
Para subir na vida
Construção de cenário para filmar em plano-sequência foi a solução para a travessia de paredes.
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ara demonstrar os benefícios do Programa Aprendiz Legal para os empresários, o filme mostra um jovem aprendiz galgando posições na hierarquia da empresa. Ele passa de um ambiente para outro como se atravessasse a parede, trocando, ao mesmo tempo, de figurino. O argumento é que quando a empresa ajuda a formar profissionais, eles conhecem desde cedo seus valores e métodos de trabalho e, por isso, se encaixam melhor. No final, vemos que o rapaz realmente atravessou as paredes, pois todos os ambientes são interligados por um espaço com a medida exata do corpo dele. “Quando o roteiro chegou, a agência pensava em usar pósprodução para recortar as paredes”, conta o diretor Kiko Poggi. “Mas achamos que o 3D não reproduziria tão bem o ambiente real. Fizemos, então, o estudo de uma solução com a filmagem de um plano sequência com
um movimento lateral.” A ideia foi aprovada pela agência e a primeira dificuldade enfrentada pela equipe foi a de encontrar um estúdio que comportasse a construção dos cenários contíguos necessários para viabilizar o filme. “Aqui no Rio de Janeiro só há dois estúdios desse tamanho, um em Jacarepaguá, que está desativado, e outro no Maracanã, da Ponto Filmes, com 30 metros de comprimento. Desenhamos o cenário pensando na produtora”, diz. Como a ênfase passou a ser na construção dos cenários, a produção inverteu a lógica do cronograma. “Deixamos duas semanas para a construção e uma para filmagem e pós-produção”, afirma o diretor. O cenário foi construído com os diversos ambientes e o espaço do corpo do jovem aprendiz já vazado nas paredes. “Calculamos todos os movimentos de câmera e enquadramentos para que os espaços não se revelassem. Só no último movimento é que isso aparece.” A câmera acompanha a passagem do
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ator de cena para cena pela lateral, mas quando os espaços vazios nas paredes se revelam, a câmera volta para o local de origem por dentro dos buracos. Para realizar esse movimento, a câmera foi instalada em uma lança de 15 metros de comprimento. “Usamos uma câmera Red, que é modulável. Na hora de fazer o movimento na lança, tiramos alguns acessórios para que ela ficasse com o tamanho mínimo. Calculamos um retângulo imaginário de mais ou menos 42 cm de largura, sendo que na verdade precisávamos de 36 cm mais uma margem. Posicionamos a lança na altura do tórax do ator, na mesma altura da câmera na lateral. Ela vem em um carrinho e passa para a lança, dando continuidade ao movimento”, explica Kiko. A escolha do ator, conta ele, foi muito feliz. “Precisávamos de um rapaz jovem, de cerca de 18 anos, que representasse medianamente o brasileiro. Hoje em dia é difícil encontrar uma pessoa dessa idade que não seja ‘bombada’. Mas esse ator tem uma formação de bailarino, uma ótima expressão corporal, então teve muita facilidade para dar continuidade ao movimento de um lado para o outro.”
ficha técnica Cliente FRM Produto Aprendiz Legal Agência Euro RSCG Contemporânea Dir.de criação Marcelo Felício Criação Mônica Zimmermann e Alexandre Souza Produtora Poster Filmes & Ideias Direção Kiko Poggi Fotografia Nonato Estrela Dir. de produção Luiz Teatine e Kiki Garcia Prod. executiva Paulo Henrique Wanderley e Rafaella Leme Ed. e finalização Poster Filmes e Ideias Diretora de arte Emily Pirmez Trilha Sonido
( radiodifusão)
Movidos pela fé Primeira emissora católica de TV, a rede Canção Nova completa 20 anos preparada para a era digital e levando a palavra da Igreja para todo o Brasil.
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á 20 anos, a rede de rádio Canção Nova dava início a sua presença na televisão. A emissora atendia aos pedidos de uma multidão de fieis que já acompanhava sua programação católica pelo rádio e queria ver as missas e pregações na TV. Hoje, a rede Canção Nova conta com seis geradoras e 350 retransmissoras em todo o Brasil e já recebeu concessão para entrar na era da TV digital. Inicialmente, a rede vai investir R$ 5 milhões em equipamentos, treinamento, cenário e estúdios, a partir da geradora de Aracaju e então nas demais geradoras, localizadas em Cachoeira Paulista (SP), Brasília, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Curitiba. Até meados de 2010, todas as geradoras devem estar operando com equipamentos digitais e então começa a troca dos
retransmissores. A previsão é a de que os programas já estejam sendo produzidos em HD até março de 2010. Criada em 1989 como retransmissora da TVE do Rio de Janeiro, hoje a rede Canção Nova é a maior rede católica de TV do Brasil e uma das maiores do gênero no mundo. “Começamos com uma rede de rádio, que no ano que vem
completa 30 anos”, explica Graziele Lacquanetti, gerente de mídia da rede. “Havia uma demanda do público pela transmissão de missas e eventos e em 1989 começamos como retransmissora da TVE.” No início, a Canção Nova retransmitia a programação educativa da TV pública e tinha duas horas de programação local. Eventualmente, também adquiriam horários em canais por assinatura para a transmissão de eventos importantes para a comunidade católica. Até que em 1997 a rede adquiriu sua primeira geradora, em Aracaju (SE). A concessão pertencia à família do ex-governador de Sergipe, João Alves, que se empenhou em vendê-la para alguém ligado à Igreja. “Fizemos uma campanha de arrecadação e a família facilitou a compra”, conta Graziele. Há um ano, a Canção Nova recebeu o reconhecimento pontifício, que é um aval oficial do Vaticano para as instituições que trabalham em prol da religião católica. Com a missão de evangelizar a audiência, a rede Canção Nova vive da contribuição de seus sócios e das doações de fieis de todo o Brasil. Os intervalos da programação não têm publicidade. “Temos cerca de 500 mil sócios contribuintes”, afirma Graziele. Programação evangelizadora A programação, que antes era dedicada principalmente à transmissão de missas, hoje tem também programas infantis e Fundadores da Canção Nova: doação de cerca de 500 mil sócios contribuintes mantém a rede.
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educativos, além de outros programas religiosos que não são necessariamente celebrações. Cerca de 70% da programação é transmitida ao vivo. “Como nossa programação é 100% voltada para a evangelização, temos uma linguagem específica. Com o reconhecimento pontifício, passamos a falar ainda mais em nome da Igreja. Então precisamos que todas as pessoas estejam diretamente envolvidas com o cristianismo”, explica Graziele. A grade conta com cerca de 60 programas, todos eles produzidos internamente. “Temos produtoras em cidades como Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Aracaju, onde são feitos programas jornalísticos e outros”, acrescenta. “Grande parte das pessoas que trabalha na emissora são jovens missionários, que deixaram suas cidades para se dedicar ao trabalho na TV.” Entre os destaques da programação, estão o ex-secretário de Educação do município de São Paulo, Gabriel Chalita, e o padre Fabio de Mello. A sede da rede está localizada na cidade de Cachoeira Paulista, no Vale do Paraíba, bem no meio do caminho entre São Paulo e Rio de Janeiro. Lá estão os estúdios e a produção da maior parte dos programas. A equipe de produção está segmentada em núcleos operacionais. Um núcleo cuida dos dois programas sobre família da rede, as revistas eletrônicas “Minha família é assim” e “Manhã viva”, que incluem entrevistas, matérias sobre viagens e variedades, culinária, entre outros assuntos. Dois núcleos reúnem os programas de orações: o devocional e o oracional. No primeiro, são produzidos os programas de oração com horário fixo na programação. Às seis da tarde, por exemplo, é a hora do Terço Mariano, enquanto às seis horas da manhã de sábado acontece o ofício de Nossa Senhora. O segundo núcleo cuida de outros
atividades da Igreja, há o programa “Revolução Jesus”. Além dos programas e missas, a rede também faz a cobertura dos maiores eventos católicos que acontecem no Brasil e no mundo. Existem escritórios de produção em Israel, Portugal, Roma e Estados Unidos, com equipes próprias que cobrem principalmente as atividades do papa Bento XVI. A equipe de Brasília é responsável principalmente pelo jornalismo da emissora. As notícias vão ao ar no programa Canção Nova Notícias, diariamente às 19h30, e também pela Internet. Praticamente tudo o que vai ao ar pela Canção Nova é resultado do trabalho dos núcleos. Alguns programas, porém, são enviados por outras emissoras ou produtoras católicas. É o caso do programa “Encantos e desencantos da Amazônia”, da Fundação Maria de Nazaré, de Belém do Pará, e de “Igreja no Brasil”, produzido pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), entre outros. O sinal da rede chega a todo o Brasil por parabólica, além de TV por assinatura e TV a cabo e pela web TV. Além da rede de comunicações, a Canção Nova, ligada ao movimento de Renovação Carismática da Igreja Católica, conta com uma área de mais de 370 mil metros quadrados nos arredores de Cachoeira Paulista, com um centro de evangelização para 70 mil pessoas, auditório, além de posto médico, escola, restaurante, pousada, camping e edifícios para obras sociais.
Jovens missionários produzem internamente cerca de 60 programas da grade.
programas de orações que têm apresentadores. Todos os recursos de interatividade – telefone, e-mail, Twitter, SMS – são usados pelo público para pedir orações à produção. A emissora dedica parte importante da programação aos jovens. Um núcleo cuida do programa PHN – sigla de Por Hoje Não, voltado para jovens dependentes e ex-dependentes. O nome do programa remete ao trabalho de reabilitação feito com os jovens em várias fazendas e centros de reabilitação ligados à Igreja, que prega que as pessoas renovem diariamente seu voto de abandonar o vício. Para os adolescentes mais novos e que participam das
Os números da Canção Nova Geradoras Duas pertencentes à Fundação João Paulo II (em Aracaju e Cachoeira Paulista) e quatro afiliadas
Retransmissoras 267 pertencentes à Fundação João Paulo II, 9 afiliadas, 32 afiliadas da Fundação Fraternidade e 42 retransmissoras
Lizandra de Almeida
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(audiência - TV paga)
Na crista da onda
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tiveram entre esse público 50,10% de alcance diário médio e duas horas e 24 minutos de tempo médio diário de audiência, em um universo de 1.393.900 indivíduos. Entre o público adulto, o SporTV conquistou o primeiro lugar da lista de canais com melhor alcance da TV paga, com 11,31% de alcance diário médio e tempo médio diário de audiência de 43 minutos. Em segundo lugar, aparece o TNT, seguido de Multishow, Globo News e Fox. No público acima de 18 anos (universo: 6.447.000 indivíduos), os canais pagos tiveram alcance diário médio de 47,53%, e tempo médio diário de audiência de duas horas e 17 minutos. O levantamento do Ibope Mídia considera as praças Grande São Paulo, Grande Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Distrito Federal, Florianópolis e Campinas.
Foto: divulgação
Disney Channel liderou o ranking dos canais com melhor alcance da TV por assinatura entre o público de quatro a 17 anos em outubro. Nesse mês, o canal obteve 17,04% de alcance diário médio e uma hora e sete minutos de tempo médio diário de audiência. Vale lembrar que o Disney Channel também foi o primeiro em outra lista: em dezembro, com o lançamento do Disney Channel HD pela Sky, tornou-se o primeiro canal infantojuvenil a ganhar uma versão em alta definição. O canal, programado na Argentina, tem programação semelhante à do Disney Channel em definição padrão. Embora não seja espelhada, a grade do canal HD contem programas já disponíveis no Disney Channel, como as séries “Hannah Montana” e “Sunny Entre Estrelas”. O canal ofertado pela Sky
“Sunny Entre Estrelas”, atração do Disney Channel, também exibida pelo canal HD.
é exclusivo para o Brasil. Ainda no ranking de alcance entre o público infantojuvenil, aparecem Cartoon Network, Discovery Kids, Nickelodeon e Multishow. No total, os canais pagos
Daniele Frederico
Alcance* e Tempo Médio Diário – outubro 2009
Total canais pagos SporTV TNT Multishow Globo News Fox Universal Channel Warner Channel Discovery Telecine Pipoca Discovery Kids Disney Channel SporTV 2 AXN Cartoon Network National Geographic GNT Megapix ESPN Brasil Telecine Premium Animal Planet
De 4 a 17 anos**
(Das 6h às 5h59)
Alcance (%) Indivíduos (mil) Tempo Médio 47,53 3.064,54 02:17:59 11,31 729,20 00:43:20 10,71 690,53 00:25:29 9,74 628,22 00:18:32 9,29 598,91 00:30:24 8,47 546,15 00:27:17 7,95 512,47 00:28:16 7,95 512,38 00:29:35 7,94 511,97 00:19:06 6,98 449,90 00:33:46 6,69 431,18 00:51:50 6,46 416,36 00:34:40 6,44 415,15 00:17:54 6,39 411,98 00:29:41 6,34 408,96 00:30:57 6,29 405,45 00:18:41 5,86 377,54 00:17:54 5,04 325,00 00:20:43 4,94 318,16 00:21:28 4,79 308,60 00:23:46 4,66 300,22 00:15:04
Total canais pagos Disney Channel Cartoon Network Discovery Kids Nickelodeon Multishow Fox TNT Disney XD SporTV Telecine Pipoca Warner Channel Universal Channel Discovery Boomerang Globo News SporTV 2 Megapix HBO AXN Telecine Premium
(Das 6h às 5h59)
Alcance (%) Indivíduos (mil) Tempo Médio 50,10 698,35 02:24:00 17,04 237,56 01:07:54 15,33 213,62 00:49:46 13,17 183,51 01:04:36 11,60 161,68 00:48:12 8,64 120,39 00:24:26 8,59 119,80 00:25:35 8,53 118,99 00:23:41 8,37 116,70 00:37:54 8,12 113,14 00:31:20 6,49 90,52 00:33:33 6,36 88,66 00:25:42 5,46 76,09 00:20:52 5,19 72,34 00:15:13 4,72 65,79 00:32:24 4,27 59,55 00:12:39 4,13 57,53 00:13:46 4,01 55,88 00:21:45 3,98 55,52 00:16:43 3,96 55,15 00:16:38 3,43 47,84 00:24:37
*Alcance é a porcentagem de indivíduos de um “target” que estiveram expostos por pelo menos um minuto a um determinado programa ou faixa horária.
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**Universo 1.393.900 indivíduos Fonte: IBOPE Media Workstation – Tabela Minuto a Minuto – Outubro/2009
**Universo 6.447.000 indivíduos
Acima de 18 anos**
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( internet ) André Mermelstein, de Nova York
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Os caminhos da web Congresso Web2Expo aponta as redes colaborativas, a mobilidade e a evolução dos sistemas de busca como as grandes forças motrizes da Internet nos próximos anos.
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Então estas empresas têm que escolher: estamos nisso ou não?”, diz. Ele então relata casos de empresas que entenderam e souberam usar a inteligência coletiva a seu favor. “É difícil convencer a alta direção a entrar neste mundo, mas o que os convence é o ROI (retorno sobre investimento) que se pode ter com estas ações”, conta. Este retorno pode vir em economias com marketing e atendimento ao cliente e até aumento nas vendas, como foi o caso do aspirador automático iRobot. “A comunidade sugeriu ao fabricante que permitisse a personalização do aspirador, para que fosse como uma espécie de animal de estimação. A empresa fez, e a versão personalizada vendeu US$ 50 milhões”, relata Dholakya. Há também efeitos colaterais: uma comunidade ativa falando sobre uma empresa aumenta consideravelmente seus resultados em sites de busca. Outro efeito é na economia de atendimentos em call center. Dholakya conta que a Linksys economizou em um ano US$ 20 milhões em chamadas, e a comunidade da HP respondeu a 20 milhões de perguntas de usuários no último ano, aliviando a central de atendimento da fabricante. Dholakya recomenda às empresas que observem de perto quem são os colaboradores de seus sites. FOTOs: divulgação
ara onde caminha a web? Pelo que se ouviu nas palestras e debates do Web2Expo, um dos principais eventos de Internet mundiais, que aconteceu em Nova York em novembro, a rede será cada vez mais colaborativa, móvel e baseada em sistemas de busca. Colaboração é o tema da vez. E não apenas nas redes sociais, como Orkut (que aliás não foi citado uma única vez), Facebook, Twitter etc, mas nos sites das grandes empresas e marcas e até dentro das corporações. A ideia é explorar cada vez mais o “crowdsourcing”, a inteligência coletiva, para solucionar problemas e, porque não, gerar receitas. Quem melhor ilustrou as vantagens das empresas em adotarem as técnicas colaborativas foi Sanjay Dholakya, chief marketing officer da Lithium, empresa que presta consultoria em redes sociais para empresas como AT&T, Verizon, Barnes&Noble, Linksys, Intel e outras gigantes. Segundo ele, 66% dos internautas do mundo entraram em redes sociais no último ano. E, ao contrário do que se possa pensar, não são apenas adolescentes que as utilizam. No Facebook, por exemplo, 58% dos usuários têm mais de 35 anos, conta Dholakya. Mais: 25% das buscas feitas em mecanismos como o Google caem em conteúdos gerados pelos usuários, como a Wikipedia. E o que as pessoas discutem? “Muitas das conversas são sobre as empresas, seus produtos.
“O governo Obama está 150% comprometido com a transparência de informações” Beth Noveck, CTO da Casa Branca
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“As redes sociais não são só para jovens. 58% dos usuários do Facebook têm mais de 35 anos” Sanjay Dholakya, da Lithium
“A colaboração obedece à regra do 90-9-1, ou seja, 90% dos usuários não escrevem quase nunca, 9% escrevem de vez em quando e 1% escreve a maior parte dos comentários”, diz. Ele recomenda que a empresa conheça estes superusuários, acompanhe-os e cuide para que não se afastem da comunidade. “Calculamos que um usuário destes pode valer até US$ 50 mil por ano para a empresa”, conta. Mas ele também recomenda que não se pague a blogueiros ou internautas por sua colaboração. “A comunidade percebe rapidamente que alguém está sendo pago para falar, e a comunidade perde credibilidade e portanto usuários”, afirma. Custos Mas nem tudo é tão lindo quando se fala em abrir o site de uma empresa tradicional para a colaboração dos usuários. “Os custos ocultos dos sites sociais” foi o tema da apresentação de Ron Surfield, diretor de eMarketing da Turner dos EUA, no evento em Nova York. Ele é responsável por sites como os da CNN e do Cartoon Network nos EUA. “Todo o mundo acha que esse conteúdo (dos usuários) é gratuito, mas não é”, explicou Surfield. Ele diz que há vantagens em um site tornarse “social”, mas que isso não vem de
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( internet ) graça. “Há custos de software, como filtros anti-spam, custos de moderadores, para evitar discussões muito acaloradas ou que fujam demais dos tópicos, custos de armazenamento e banda etc”. Ele conta que contratar um moderador nos EUA (com alguma formação editorial) custa de US$ 30 mil a US$ 60 mil por ano. “Uma equipe destas pode custar meio milhão de dólares ao ano. É melhor investir nisso ou em mais jornalistas? É uma pergunta que temos que fazer”, colocou Surfield. Por outro lado, ele aponta que o conteúdo gerado pelo usuário pode ser também lucrativo, pois aumenta o engajamento dos leitores e o tráfego no site. “Podemos colocar anúncios nos e-mails de notificação, criar novos formatos para colocar publicidade em cima destes conteúdos”, diz. Mas para isso acontecer, lembra, os custos devem ser controlados, e deve-se cuidar para que a identidade da marca não sofra e não haja perda de outros usuários, mais antigos. Uma das soluções que a Turner encontrou para controlar os custos e os rumos de seus sites colaborativos foi criar um conselho de usuários. Ele gerencia eventuais problemas e funciona como um focus group informal para a empresa.
“Se a Internet está virando um sistema operacional, ele será aberto ou proprietário?" Tim O’Reilly, da O'Reilly Media
Wall Street Journal da indexação do Google, ou as plataformas proprietárias de telefones celulares e as plataformas de desenvolvimento de aplicativos de empresas como Amazon, Microsoft e Google. O’Reilly diz que quando cunhou a expressão Web 2.0 pensava em um sistema operacional online, aberto a todas as aplicações. Mas o que vê hoje são serviços como o Google Maps Navigation, que só pode rodar em celulares com sistema Android, porque a Apple bloqueou nos iPhones a função de ativação por voz. “Se a Internet está virando um sistema operacional, ele será aberto ou proprietário?”, questiona. E deixa a dica: “Toda vez que o Google pensou no benefício do usuário, criando aplicações como Docs e Spreadsheets, se deu bem. Mas quando criam pensando em prejudicar os concorrentes, se dão mal”, diz. Governo digital Outro tema central do Web2Expo foi o Governo 2.0, assunto que ganhou força nos EUA a partir da eleição de Barack
Obama à presidência dos EUA. A CTO da Casa Branca, Beth Noveck, falou sobre as ações do governo norte-americano para dar transparência às ações e buscar a colaboração da sociedade. “O governo Obama está 150% comprometido com estas atitudes”, disse Beth. Ela ressaltou que o maior sucesso até agora é a mudança nas mentalidades das diversas instâncias de governo em temas como abertura de informações on-line e colaboração. “Não é só criar um blog ou um wiki, mas uma nova forma de pensar a administração. Vamos consultar as pessoas sobre como fazer as coisas. Temos que acabar com a presença dos lobbys nos conselhos das agências. Vamos criar redes de especialistas em vários assuntos e consultá-los permanentemente para orientar a criação de políticas”, disse. A mudança, explica, começa com os próprios funcionários da administração federal, que estão sendo cada vez mais consultados sobre como economizar recursos ou ser mais “verdes”. “Nossa ideia é substituir os 'think tanks' (organizações de lobby, em geral conservadores) por 'do tanks', conselhos de pessoas que conhecem bem suas áreas”, continuou Beth.
Quem procura, acha Um dos principais temas da conferência foram os mecanismos de busca e as mudanças pelas quais vêm passando, seja a verticalização ou a busca em tempo real. A especialista em Search Engine Otimization (técnicas para melhorar a performance de um site nos mecanismos de busca) Vanessa Fox mostrou algumas mudanças que ocorrem no segmento. “O YouTube já é o segundo mecanismo de busca mais usado da web, depois do Google”, conta. Ela aponta como tendência o uso cada vez maior de dispositivos móveis nas buscas, integrada a serviços de localização. “Começam a aparecer buscadores verticais, dedicados a um determinado uso. Por exemplo, o UrbanSpoon, para iPhone, só busca restaurantes, e reconhece a sua localização. Para quem quer achar um restaurante, é mais prático que o Google”, conta. Outra tendência é o Real Time Search. Mecanismos tradicionais como o Google não faziam, até agora, buscas em acontecimentos muito recentes, que estão em andamento. O Google, por exemplo, chegou a bloquear buscas sobre Michael Jackson quando o cantor morreu, pois seus algoritmos pensavam tratar-se de um ataque, pelo volume de buscas. No começo de dezembro, a empresa anunciou que passará a fazer este tipo de busca. Outra tendência é a busca em redes sociais, como o Facebook e o Twitter. Afinal, é ali que estão hoje informações relevantes sobre os mais diversos temas, pois são “filtradas” pela comunidade de amigos e pessoas próximas ao usuário.
Ameaças O tom de alerta da conferência veio do organizador do evento, o publisher e guru da Internet Tim O’Reilly, criador entre outras coisas da expressão Web 2.0. “A web parece estar voltando aos dias em que o usuário tinha que escolher entre o Explorer e o Netscape de acordo com o site que queria visitar, disse O’Reilly”. Ele aponta um sectarismo que começa a aparecer no mundo online, com exemplos como o de Rupert Murdoch, ao afirmar que tiraria os artigos do
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Sintonize o futuro 19 de março de 2010
Centro de Convenções Frei Caneca - São Paulo-SP
5ª EDIÇÃO - Evento que apresenta estratégias e tecnologias que viabilizam a entrega de conteúdo audiovisual em múltiplas plataformas.
Qualificação de público perfeita para seus negócios Atividades Consultoria 3% Prestador de Serviços 4%
O Congresso TV 2.0 é um evento que discute e apresenta os modelos de negócio que estão sendo testados e explorados na distribuição de conteúdos em múltiplas plataformas, como TV, internet, celular e outras.
Operadora de TV por Assinatura 4% Agência de Comunicação 4%
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Governo / Associação / Instituição 7%
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Fornecedor / Fabricante (Equip./Soft) 1%
Cargos
Bancos / Investidores / Grupos de Mídia 3%
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Usuário 2%
Portal / Site 7%
PÚBLICO ESTIMADO: 400 PESSOAS.
0800 77 15 028
Bancos / Investidores / Grupos de Mídia 3%
Operadora de Telecom 6%
Participam do evento profissionais que estão à frente de projetos globais de new media, bem como executivos das principais empresas brasileiras com cases de exploração destas plataformas.
INSCRIÇÕES
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( case)
Desenrola Leis de incentivo, patrocínios e parcerias ajudam a carioca Raccord a levar para o cinema projeto transmídia focado no público adolescente. Sem orçamento, produtoras e profissionais envolvidos na produção do longa terão cotas de participação nos resultados do filme.
FOTOs: divulgação
Esta matéria faz parte de uma série que Tela Viva publica mensalmente, explicando o desenvolvimento de projetos audiovisuais bem sucedidos, sob o ponto de vista do modelo de negócios e do financiamento.
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e um bate-papo entre a diretora Rosane Svartman e a roteirista Juliana Lins, da produtora carioca Raccord, surgiu a ideia de trabalhar em uma produção sobre as descobertas na vida de uma adolescente. Desde o princípio, a ideia era fazer um longa-metragem, mas, as oportunidades de levar o projeto primeiro para outras mídias adiou temporariamente e amadureceu os planos de produzir uma versão para a tela do cinema. Em 2006, a ideia foi adaptada para a televisão. A série documental de cinco episódios “Quando Éramos Virgens”, em que o tema sexualidade era abordado por meio de depoimentos sobre a primeira relação sexual, foi exibida pelo GNT. Cada episódio estava focado em um aspecto da primeira relação sexual, como mulheres reencontrando seus primeiros parceiros e garotas falando sobre suas expectativas acerca do acontecimento. No mesmo ano, foi lançado o livro homônimo pela editora Casa da Palavra. Dois anos mais tarde, a produtora apresentou ao Oi Futuro, instituto de responsabilidade social da Oi, uma proposta para realizar uma websérie com orientação pedagógica e mais voltada para o público adolescente e conseguiu apoio para desenvolvê-la. O portal “Desenrola” (www. desenrola.com.br), com ferramentas
Série documental e websérie contribuíram para o desenvolvimento do longa-metragem sobre descobertas na adolescência.
interativas, está no ar desde novembro de 2008. A história do seriado baseia-se na vida de três personagens principais, Miguel, Celo e Priscila, que passam pelas mesmas confusões, ansiedades e alegrias de tantos outros jovens. Eles usam a Internet para se expressar e contar o seu cotidiano: desde a dúvida de como deve ser “a primeira vez” à chegada da responsabilidade e da cobrança de ser alguém na vida, além de abordarem questões sobre o envolvimento com
no canal pago Play TV. São dez episódios de 15 minutos de duração com conteúdo inédito, em que os personagens refletem e contam de uma perspectiva atual as situações pelas quais passaram na websérie. A atração vai ao ar aos sábados, às 18h30. Paralelamente ao desenvolvimento da série para a web e televisão, a produtora trabalhava no longa-metragem.
As novas mídias foram usadas durante todo o processo de produção do filme. drogas. “Isso foi muito bacana porque a gente conseguiu um diálogo com a audiência”, explica Rosane. Um game, atualmente em fase beta, também foi desenvolvido para o portal. A websérie deu origem a uma série de televisão que estreou no final de outubro
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Longa-metragem “Todas as pesquisas que usamos para fazer o documentário para a televisão nos ajudaram bastante no filme”, explica a sócia da Raccord e produtora executiva de “Desenrola”, Clélia Bessa. Com orçamento de
R$ 3 milhões até a fase de pósprodução, o longa-metragem conta com recursos captados pelo Artigo 1° e 1ºA da Lei do Audiovisual, além dos editais do BNDES, da Lei de Incentivo do ICMS da Secretaria de Cultura de Estado do Rio de Janeiro e Fundo Setorial do Audiovisual na linha C, de apoio à distribuição. Empresas como a Oi Futuro, Grendene, Adina e Neoenergia entram como patrocinadoras. O filme é centrado na história de Priscila, a protagonista de 16 anos que se vê diante de novas situações quando a mãe viaja e deixa a casa pela primeira vez só para ela. Nesta ocasião, ela vive experiências novas em sua vida, como a primeira paixão, o primeiro fora, a primeira relação sexual. As filmagens foram realizadas em cinco semanas, entre julho e agosto de 2009 em locações e externas nas cidades do Rio de Janeiro e Búzios (cenas do acampamento). Atualmente, o filme está em edição de som. A produtora já tem oito longasmetragens no portfólio, entre eles o documentário “Cartola” e a ficção “Como Ser Solteiro”. Segundo Clélia, o diferencial desta nova produção é o uso das novas mídias durante todo o processo de produção do filme. Participação Antes mesmo das filmagens, a produtora lançou o concurso Tô na Produção, para selecionar um jovem cineasta para um estágio na produção do longa-metragem por meio de vídeos enviados pelos interessados. O público-alvo do filme também foi convocado a participar em outras etapas de produção e pós-produção como em concursos para a trilha sonora (Tô na Edição), a locução televisiva que se ouve em determinado momento do filme (Tô no Som) e créditos finais, em que o público é convocado a mandar vídeos de seus beijos cinematográficos. Rosane destaca que para esta interação com o
Sinopse: Priscila tem 16 anos e é uma garota normal, mais normal do que gostaria. Mora com a mãe que viajou a trabalho por 20 dias, deixando a casa, pela primeira vez, só para ela. É neste curto espaço de tempo que sua vida passa por grandes mudanças e diversas outras “primeiras vezes” acontecem: ela se apaixona, leva um pé na bunda, se sente em perigo, paga o maior mico de sua vida, e, ainda por cima, rola “a” tal primeira vez. Aos poucos ela vai descobrindo que nada é exatamente como ela esperava: o cara perfeito não é tão perfeito assim, a garota incrível é insegura, o garoto boçal é até meio romântico e seu melhor amigo talvez não conte tudo que rola com ele.
Desenrola - O Filme Formato Público-alvo Direção Produção executiva Produtora
público, além do site do filme (www. desenrolaofilme.com.br), foi importante a construção de parcerias para a divulgação, como os sites Feminice e Adoro Cinema e a rádio Mtb FM do Rio de Janeiro. A experiência de participação da audiência e convergência de mídias é positiva na avaliação da diretora. “Novas mídias já são uma obrigação de qualquer conteúdo audiovisual. Pretendemos trabalhar dessa forma em outros projetos também, com produtos convergentes que
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Longa-metragem, 90 minutos Adolescente Rosane Svartman Clélia Bessa Raccord
agregam valor ao projeto cinematográfico”, afirma Rosane. “O interessante deste projeto é que eles vão se ajudando. Não só se ajudando, mas se confirmando e mantendo a proposta viva. O projeto amadureceu muito com esse processo”. “Desenrola” será distribuído pela Downtown Filmes e tem previsão de estreia nas salas de cinema em maio de 2010. Ana Carolina Barbosa
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( artigo)
Ricardo Oliveira Pessoa de Souza e Rodrigo Albuquerque Camargo* c a r t a s . t e l a v i v a @ c o n v e r g e c o m . c o m . b r
Tributação e o audiovisual
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FOTO: divulgação
uando se pensa em tributação, seja para a própria existência do Estado como ente organizado a defender fronteiras nacionais, seja para fornecer educação, saúde, entre outros serviços públicos, é essencial o exercício de uma política fiscal eficiente. Dentre um dos deveres do poder público, encontra-se proporcionar à população meios de acesso à cultura em sentido amplo, conforme dispõem os Artigos 23, V e 215 da Constituição Federal. Nesse diapasão, especificamente no contexto do audiovisual, encontra-se a Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica (Condecine), classificada como uma espécie tributária denominada de Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), fundada no artigo 149 da CF/88. A Condecine encontra-se regulada nos Artigos 32 a 40 da Medida Provisória nº 2.228/2001, norma que dentre outras providencias estabeleceu os princípios gerais da Política Nacional do Cinema, criou o Conselho Superior do Cinema e a Agência Nacional do Cinema (Ancine); além de instituir o Programa de Apoio ao Desenvolvimento do Cinema Nacional (Prodecine). Como toda Cide, a Condecine se trata de um “tributo destinado a viabilizar intervenção estatal na economia para organizar e desenvolver setor essencial, que não possa ser desenvolvido com eficácia no regime de competição de liberdade de iniciativa”. (RE 177.137-2 - Rel. Min. Ilmar Galvão STF - DJ 18/04/97). O fato gerador da Condecine abrange as atividades de veiculação, produção licenciamento, distribuição de obras cinematográficas e videofonográficas, inclusive publicitárias, com fins comerciais, por segmento de mercado
Rodrigo Albuquerque Camargo
* Ricardo Oliveira Pessoa de Souza é procurador da Fazenda Nacional no Estado do Rio de Janeiro e assessor da diretoria da Ancine. Rodrigo Albuquerque Camargo é especialista em regulação da atividade audiovisual e assessor da diretoria da Ancine.
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(“Condecine Título”), bem como o envio a produtores, distribuidores ou intermediários no exterior, a qualquer título, de valores relativos aos rendimentos decorrentes da exploração ou da aquisição dessas obras (“Condecine - Remessa”), exceto as publicitárias, neste último caso. Para a denominada Condecine “Título”, paga-se a cada hipótese de incidência, um determinado valor, estipulado no Anexo I da MP. 2.228/01, ao passo que para a Condecine - Remessa seu valor é estabelecido pela aplicação da alíquota de 11% sobre cada remessa de valores. Também se registra um hibridismo na administração da Condecine , uma vez que é reservado à Secretaria da Receita Federal a Condecine - Remessa, ao passo que a Condecine - Título encontra-se sob a atribuição da Ancine. Porém, o não pagamento da Condecine , seja ela Remessa ou Título, na fase de cobrança administrativa, conduzirá a inscrição do débito na Dívida Ativa da União sob a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, nos termos do artigo 131, §3º, da CF/88 Com o advento da Lei nº 11.437/2006, a arrecadação total da Condecine passa a ser destinada à categoria de programação específica denominada Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), a qual integra o Fundo Nacional da Cultura (FNC), regendo-se por normas específicas do Decreto nº 6.299/2007 e, subsidiariamente, pelas normas do FNC (Decreto nº 5.761/2006), vez que o FSA é parte do FNC e, naquilo em que não seja regulamentado de forma especial, deve obedecer às normas gerais do fundo matriz (FNC).
As atividades nas quais devem ser destinados os recursos arrecadados pela Condecine são divididas em três programas de apoio a empresas e produções brasileiras. Além do Prodecine, já previsto na MP 2.228/01, são criados, pela Lei 11.437/06, o Programa de Apoio ao Desenvolvimento do Audiovisual Brasileiro (Prodav) e o Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Infra-Estrutura do Cinema e do Audiovisual (Proinfra). As aplicações específicas no âmbito dos três programas acima referidos poderão se dar mediante: 1) Investimentos retornáveis; 2) Financiamentos; 3) Equalização de encargos financeiros incidentes nas operações de financiamento; 4) Participação societária em percentual minoritário; e 5) Operações de apoio a fundo perdido, de caráter excepcional, em casos específicos e motivadamente definidos. A gestão do FSA é realizada por um comitê gestor (CGFSA), instalado em maio de 2008, responsável por definir as diretrizes e selecionar as áreas prioritárias para a aplicação de recursos, cuja presidência é
Para ler
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exercida pelo ministro da Cultura, sendo composto por representantes da iniciativa privado do setor audiovisual, um representante do Ministério da Cultura, um da Ancine, na qualidade de Secretaria Executiva do FSA, e representante de instituição financeira credenciada pelo CGFSA para a
artísticas, viabilidade comercial. Conforme definido em suas diretrizes, o FSA busca “estimular modelos de negócio menos dependentes de recursos públicos e compartilhar os riscos inerentes da atividade audiovisual entre os agentes públicos e privados.”
o montante de recursos do FSA repassados ao agente financeiro cadastrado (Finep), até o momento, já supera R$ 100 milhões. execução das operações financeiras. Desde 2008, o CGFSA vem realizando constantes reuniões, nas quais foram editadas resoluções - vide a página www. ancine.gov.br/fsa/comite.htm - que incluem as diretrizes do FSA e as linhas de ação, dando início a concretização da aplicação dos recursos arrecadados com a Condecine em operações de investimento na produção e distribuição audiovisual, conforme dispostas nas primeiras chamadas públicas lançadas ainda em dezembro de 2008. As primeiras linhas de ação do FSA apontam para uma nova forma de utilização dos recursos públicos, ao prever a participação do Fundo nos resultados comerciais das obras audiovisuais, buscando projetos que apresentem além de qualidades
Ter acesso Saber hoje às análises mais precisas
das tendências em convergência digital
Dentre os próximos passos da transformação da tributação em ações de acesso à cultura, planeja-se a replicação das chamadas públicas iniciais e o lançamento de uma linha de ação destinada à ampliação e à modernização do parque exibidor brasileiro, para uma ação sistêmica na cadeia do audiovisual. Destaca-se que o montante de recursos do FSA repassados ao agente financeiro cadastrado (Finep), até o momento, já supera R$ 100 milhões, valor este que no orçamento da cultura é significativo. Sendo certo que muito ainda pode ser feito em prol da cultura, especialmente do audiovisual brasileiro, com o produto da tributação.
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VWBox: controle de vídeo wall com apenas uma placa gráfica.
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Absolut Technologies apresentou no Brasil em novembro a linha VWBox Vídeo Wall Controller de gerenciadores de imagens, da fabricante coreana IEI Technology. As caixinhas permitem a projeção em alta resolução em um mural de monitores ou telas. Com os gerenciadores, cada tela do mural pode exibir uma imagem diferente ou única. Para obter a exibição em vídeo wall, é necessário um computador, uma placa gráfica e o hardware da IEI Technology, diferentemente de outros gerenciadores que exigem até nove placas de vídeo. O software Geni Mask, embutido no hardware, permite ajustar a projeção da imagem, eliminando o efeito de borda, problema recorrente em soluções de vídeo wall. Os controles estão disponíveis nas seguintes versões: E122, para projeção em quatro monitores 2x2 e em resolução de 1920x1200; E133, para nove saídas de imagem no formato 3x3, também com resolução 1920x1200; 122A, com quatro saídas no formato 2x2 e resolução em 3840x2400; 114, com quatro saídas de imagem no formato 4x1 e resolução de 4096x768; e 133A, para projeção de imagem em nove monitores em 3x3 com resolução de 3840x3072, em 5:4, e 4080x2304, em 16:9.
Gefen anunciou em dezembro a nova geração do switcher 4x1 KVM DVI DL. A nova versão permite conectar um monitor a até quatro fontes de vídeo DVI com resolução de até 3840x2400. O equipamento dispensa a necessidade de boot quando usado para trocar a fonte de vídeo entre dois ou mais computadores, permitindo que a resolução original de cada computador seja mantida. O switcher permite ainda que um único conjunto de teclado/mouse seja usado para os computadores. Para trocar entre os computadores o usuário pode usar os botões integrados ao equipamento, um controle remoto ou ainda qualquer dispositivo de controle por porta RS-232. O equipamento conta com duas portas USB 2.0 (para mouse e teclado), porta DVI para monitores single ou dual link, e conectores de áudio estéreo. O equipamento é indicado para uso em unidades móveis, bem como em salas de controle. Switcher Gefen: quatro fontes de vídeo em um monitor.
Conteúdo organizado
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Vizrt anunciou em novembro a nova versão do Viz Video Hub, sistema de gerenciamento de conteúdo. Entre outras melhorias, a versão 2.0 traz suporte ao arquivamento de conteúdo através de sistemas robotizados de uso de fitas. Além disso, passa a ser integrado ao software de edição não-linear NewsCutter, da Avid. Bem como nas versões anteriores, o sistema da Vizrt suporta o Final Cut Pro, da Apple. O Viz Video Hub pode servir de âncora para todo o fluxo de trabalho composto por soluções da Vizrt para newsrooms, estações de edição, geração de logotipos de canal, salas de controle etc. O software conta com ferramentas de ingestão de conteúdo e playout, transcodificação, busca e edição. A solução está ligada ainda diretamente ao Viz Ingest Manager, uma interface para gerenciar automaticamente a gravação de conteúdo ao vivo, bem como à Viz Capture, para captura de fitas.
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Sistema de gerenciamento de conteúdo da Vizrt passa a se integrar ao Avid NewsCutter.
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NATPE Questionnaire One simple question to determine if you belong at NATPE 2010
See And Be Seen By:
(Circle all that apply-you might need a new pen) Paige Albiniak Alex Albrecht Chris Albrecht Omid Ashtari Neal Baer Mike Bailey Lincoln Bandlow Maryam Banikarim Justine Bateman Jim Beddows Kevin Beggs Lisa Berger Frank Biancuzzo Richard Blais David Bloom Alex Bogusky Rich Bressler Brady Brim-DeForest Colleen Brown John Brunton Drew Buckley Brandon Burgess John Burrud Claudia Cahill Emiliano Calemzuk Anthony Caporale Emily Caron Anna Carugati Albert Cheng Leslie Chesloff Frank Chindamo Chris Coelen Andy Cohen Emerson Coleman Sean Compton Raphael Correa John Couch Nathan Coyle Mark Cronin
Sean Dicicco Elise Doganieri Scott Donaton Illeana Douglas Nancy Dubuc Mike Duffy Andy Duncan Michael Eisner Nick Emmerson Neal Fraser Brent Friedman Barrett Garese Jeff Gaspin Aamer Ghaffar Miguel Gonzalez Irwin Gotlieb Chris Grant Brian Gratch David Gregg Melissa Grego Ben Grossman Philip Gurin Chris Harrison John David Heinsen Keith Hindle Dave Howe Lisa Hsia Brian Seth Hurst Katie Jacobs David Jenkinson Harry Jessell Marc Juris Michael Kassan David E. Kelley Roma Khanna Bill Kispert Bruce David Klein Jeff Knowlton David Kruis
Hugh Laurie Bill Lawrence Amber J. Lawson Esther Lee Jordan Levin Ross Levinsohn Steven Levitan Switcher da Gary Lico Sony permite dividir a Cynthia tela em Littleton 16, dez ou Dave Logan, Ph.D quatro imagens, dependendo Jim Louderback do tipo de operação. Brian Malarkey Brandon Martinez Curt Marvis Michael Mathieu Kevin Mayer David Mazur John McCarus Shishir Mehrotra Scott Messick Ken Mok John Morayniss Kim Moses Elisabeth Murdoch Jonathan Murray Peter Murrieta Jason Nadler Michal Nashiv Spencer Neumann Kim Niemi Rob Norman David Norton Ryan O’Hara Sebastian Ortega Howard Owens Cristina Palacio Charlie Palmer Shelly Palmer Rod Perth
Content • Commerce • Connections For the latest in NATPE news go to www.NATPEmarket.com * Speakers as of 12/02/09, subject to change. © 2009 NATPE. All rights reserved.
Melissa Pillow Jonathan Prince Daniel Punt Jesse Redniss Keith Richman Will Richmond Marc Robertson J. Max Robins Douglas Ross George Ruiz Neal Sabin Tod Sacerdoti Yaron Samid Ian Sander Kirk Schenck Dave Schiff Eric Schotz Douglas Scott Karl Seelig Dan Servos Josh Shabtai Levi Shapiro Judge Judith Sheindlin David Shore Kerry Simon Tavis Smiley Matthew Snyder Anthony Soohoo
Perry A. Sook Kris Soumas Andy Stabile Scott Sternberg Mara Sternthal Tim Street Diego Suarez Fernando Szew Christy Tanner Liz Tobias Pedro Torres Bertram van Munster Gary Vaynerchuk David Verklin Ben Weinberger Daisy Whitney Marc Whitten Brett Wilson Ed Wilson Karrie Wolfe Kevin Yen Tom Zappala David Zaslav Vivi Zigler
( agenda ) 4 de fevereiro 9º Seminário Políticas de (Tele) comunicações, Brasília, DF.
17 a 19 de março 4º Web Expo Forum, São Paulo, SP. Tel.: (11) 3138-4660.
Tel.: (11) 3138-4660. E-mail: info@convergecom.com.br. Web: www.convergecom.com.br Importante encontro brasileiro sobre tendências políticas e regulatórias do setor de telecomunicações e mídia.
E-mail: info@convergecom.com.br. Web: www.webexpoforum.com.br Feiras, seminários, workshops e palestras para discussão e análise das tendências da WEB 2.0 no mais importante e completo evento do setor no Brasil.
25 a 5/3 Festival Internacional de Cine de Cartagena de Índias,
JANEIRO 2010 25 a 27 Natpe Conference & Exhibition, Mandalay Bay Resort, Las
Cartagena de Índias, Colômbia. Tel.: (57 5) 664-2345. E-mail: info@festicinecartagena.org. Web: www.festicinecartagena.org.
Vegas, Nevada, EUA. Tel.: (1-310) 453-4440. E-mail: info@natpe.org. Web: www.natpe.org
12 a 20 Festival Internacional de Cine en Guadalajara, Guadalajara, México. E-mail:
Biarritz, França. Tel.: (33-1) 4489-9999. E-mail: info@fipa.tm.fr. Web: www.fipa.tm.fr
info@festivalcinegdl.udg.mx. Web: www.ficg.mx.
7 a 18 12º Buenos Aires Festival Internacional de Cine Independiente (BAFICI), Buenos Aires, Argentina.
Tel.: (31 10) 890-9090. E-mail: tiger@filmfestivalrotterdam.com. Web: www.filmfestivalrotterdam.com.
E-mail: info@bafici.gob.ar. Web: www.bafici.gov.ar
FEVEREIRO
8 a 18 É Tudo Verdade – Festival Internacional de Documentários,
1 a 3 RealScreen Summit, Renaissance Hotel, Washington DC, EUA. E-mail: jpinto@brunico.com. Web: www.realscreensummit.com
São Paulo, Rio de Janeiro. Tel.: (11) 3064-7617. E-mail: info@etudoverdade.com.br. Web: www.itsalltrue.com.br
10 a 12 Kidscreen Summit, Nova York, EUA. Tel.: (1-416) 408-2300. E-mail: andrea@kidscreensummit.com. Web: www.kidscreensummit.com
Center, Las Vegas, EUA. Tel.: (1-202) 595-2052. E-mail: register@nab.org. Web: www.nabshow.com
Colômbia. Web: www.andinalink.com. 74
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Tel: (81) 3343-5066. E-mail: festival@bpe.com.br. Web: www.cine-pe.com.br.
29 a 9/5 Hot Docs Canadian International Documentary Festival, Toronto, Canadá. Tel.: (416) 203-0446. E-mail: info@hotdocs.ca. Web: www.hotdocs.ca
E-mail: josiane@filmescurtissimos.com.br. Web: www.filmescurtissimos.com.br
11 a 13 NCTA – The Cable Show ’10,
10 a 15 NAB 2010, Las Vegas Convention
23 a 25 Andina Link 2010, Cartagena,
Festivals, Cannes, França. Tel.: (33-1) 4190-4580. E-mail: customerhelpdesk@reedmidem.com. Web: www.mipworld.com/en/MIPTV
7 a 9 3º Festival de Filmes Curtíssimos, Brasília, DF.
Cannes, França. Tel.: (33-1) 4190-4580. E-mail: info.miptv@reedmidem.com. Web: www.mipdoc.com
Tel.: (49-30) 259-200. E-mail: info@berlinale.de. Web: www.berlinale.de
Tel.: (33-1) 4190-4442. E-mail: customerhelpdesk@reedmidem. com. Web: www.mipworld.com/en/ mipformats
MAIO
10 a 11 MipDoc, Carlton Hotel,
11 a 21 Festival Internacional de Berlim, Berlim, Alemanha.
11 MIPFormats, Cannes, França.
26 a 2/5 - Cine PE – Festival do Audiovisual, Recife, PE.
ABRIL
27 a 7/02 39º International Film Festival Rotterdam, Holanda.
SP. Tel.: (11) 3138-4660. E-mail: info@convergecom.com.br. Web: www.convergecom.com.br evento que discute e apresenta os modelos de negócio que estão sendo testados e explorados na distribuição de conteúdos em múltiplas plataformas.
12 a 16 MipTV/Milia, Palais des
MARÇO
26 a 31 Festival Internacional de Programas Audiovisuais – Fipa,
19 de março 6º Congresso TV 2.0, São Paulo,
Los Angeles, California, EUA. Tel.: (202) 222-2430. E-mail: thecableshow@ncta.com. Web: www.thecableshow.com
12 a 23 Festival de Cannes, Palais des Festivals, Cannes, França. E-mail: festival@festival-cannes.fr. Web: www.festival-cannes.com •
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