televisão, cinema e mídias eletrônicas
ano 19_#202_mar2010
interatividade
TVs com plataforma Ginga começam a chegar ao mercado. Emissoras seguem caminhos diferentes para atrair espectadores e encontrar modelo de negócios.
PRODUÇÃO Brasil prepara primeiros lançamentos para exibição 3D
NOVAS MÍDIAS Barcelona aponta celular como maior plataforma para a Internet
Foto: marcelo kahn
(editorial ) Presidente Diretores Editoriais Diretor Comercial Diretor Financeiro
Editor Editor Tela Viva News Redação
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Departamento Comercial
Rubens Glasberg André Mermelstein Claudiney Santos Samuel Possebon (Brasília) Manoel Fernandez Otavio Jardanovski
Ana Carolina Barbosa Daniele Frederico Samuel Possebon (Brasília) Letícia Cordeiro Edmur Cason (Direção de Arte) Debora Harue Torigoe (Assistente) Rubens Jardim (Produção Gráfica) Geraldo José Nogueira (Editoração Eletrônica) Alexandre Barros (Colaborador) Bárbara Cason (Colaboradora) Manoel Fernandez (Diretor) Fernando Espíndola (Gerente de Negócios) Patricia Linger (Gerente de Negócios) Ivaneti Longo (Assistente)
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E
Fernando Lauterjung
Gislaine Gaspar
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O Ginga chegou. E agora?
André Mermelstein
Gerente de Circulação
André Mermelstein
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Tela Viva é uma publicação mensal da Converge Comunicações - Rua Sergipe, 401, Conj. 605, CEP 01243-001. Telefone: (11) 3138-4600 e Fax: (11) 3257-5910. São Paulo, SP. Sucursal Setor Comercial Norte - Quadra 02 Bloco D - torre B - sala 424 - CEP 70712-903. Fone/Fax: (61) 3327-3755 Brasília, DF Jornalista Responsável: Rubens Glasberg (MT 8.965) Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias publicadas nesta revista, sem autorização da Glasberg A.C.R. S/A
m 1953, nos EUA, o brinquedo Winky-Dink and You foi provavelmente a primeira tentativa de se criar uma interação entre o espectador e a TV. A criança grudava na TV uma tela de plástico, sobre a qual podia desenhar com crayons, colorindo o personagem que aparecia no desenho (em preto-ebranco) ou “ajudando-o” a achar a saída de um labirinto. De lá para cá foram várias as experiências de se criar interatividade com a programação de TV, por carta, telefone, SMS e qualquer outro meio disponível. E nunca a TV aberta deixou de ser o que é: um meio essencialmente unidirecional, broadcast (transmissão de um para muitos) e linear. Agora, em 2010, a partir do próximo mês, começam a chegar ao mercado finalmente os televisores equipados com o Ginga, que permitirá a interatividade plena nas TVs brasileiras através do controle remoto. Os primeiros modelos devem ser os high end, aparelhos de telas maiores, com recursos avançados, mais caros (na faixa entre R$ 3 mil e R$ 4 mil). Com o tempo, a plataforma deve entrar nos modelos mais simples, e em alguns meses estará disponível em todos os televisores. Mas esta ainda não será a “Copa da interatividade”, como disse a TELA VIVA uma executiva de um fabricante de televisores. A base instalada até o Mundial deve ser pequena, e servirá mais para que as emissoras testem seus aplicativos do que qualquer outra coisa. Pior: o Ginga não conversa com as redes de TV a cabo e DTH, que hoje respondem por 7 milhões de domicílios, em rápida expansão. Os modelos de exploração da interatividade estão sendo definidos e ainda serão bastante experimentados. Impossível agora saber o que vai “pegar”. Podem ser as votações do “Big Brother”, consulta à tabela do Brasileirão ou à previsão do tempo, jogos, compras ou nenhuma das anteriores. E há questões importantes a se resolver, como a sobreposição da interatividade na programação e nos breaks comerciais e as fontes de receita que ela pode gerar (ao contrário de modelos como o SMS, que hoje remunera, e bem, as emissoras). No setor público, vislumbra-se a possibilidade de serviços de cidadania pela TV, como consultas à Previdência, à Receita Federal, agendamentos do SUS, campanhas e outros. Mas tudo isso já nasce com uma cara de coisa antiga. Os recursos chegarão ao consumidor em uma época em que quase 60% da população brasileira acessa a Internet, e 90% tem um telefone celular. Com a implantação do Plano Nacional de Banda Larga, qualquer que seja sua configuração final, a expectativa é que o acesso à Internet seja universalizado em alguns anos. E o uso da Internet móvel se consolida rapidamente. A interatividade na TV, que em muitos casos sequer terá um canal de retorno, terá que concorrer com estas outras plataformas, muito mais interativas, ricas em recursos, e altamente disponíveis. Se as emissoras não conseguirem criar aplicações interativas de grande apelo, que tragam ao usuário uma facilidade de uso e uma comodidade no consumo de serviços e informações, arriscam-se a terem em mãos nada mais que um novo Winky-Dink: um brinquedo simpático e divertido, que um dia despertará apenas um sentimento de nostalgia por uma visão ingênua do que seria o futuro. capa: seri
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Ano19 _202_ mar/10
(índice )
Ginga na TV
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Emissoras estudam aplicações interativas com o middleware nacional
Scanner
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Figuras
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Novas mídias 24
Retificação
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Mobile World Congress mostra consolidação do celular como plataforma de Internet e TV
Capa O nome do diretor de marketing da Fox é Marcello Braga, e não Marcelo Gomes, como publicado na matéria “Game on”, da última edição de TELA VIVA. Anuário de Mídias Digitais Pay-TV 2010 No Anuário de Mídias Digitais Pay-TV 2010, as licenças de TV a cabo das cidades de Arujá (SP), Jandira (SP) e Valença (RJ) foram listadas na tabela “Operadoras por município”, que se inicia à página 16 e na tabela “Presença das MSOs – Cabo”, à página 26, como pertencentes a uma única empresa. Originalmente, as três licenças pertenciam à TV Mar Azul 2000 Ltda. A operação de Jandira (SP), entretanto, foi transferida no último ano à Multimidia TV a Cabo Ltda. – EPP. Dessa forma, temos as cidades de Arujá (SP) e Valença (RJ) com operações da TV Mar Azul e a cidade de Jandira com operação Multimidia TV a Cabo.
Audiência
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Programação
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Veículos que não transmitirão jogos da Copa preparam programação baseada no evento
Making of
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Produção
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Produtoras investem em filmes e séries para exibição 3D
Case
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Produtora aposta em público adolescente com filme distribuído pela Warner Tela Viva edita as cartas recebidas, para adequá-las a este espaço, procurando manter a máxima fidelidade ao seu conteúdo. Envie suas críticas, comentários e sugestões para cartas.telaviva@convergecom.com.br
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Upgrade
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Agenda
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Acompanhe as notícias mais recentes do mercado
telavivanews www.telaviva.com.br 4
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80 anos
Elenco de “Uma Rosa com Amor”, do SBT. Filmes, realities e novelas serão a base da programação 2010 da emissora.
Dramaturgia, filmes e realities Com destaque para a novela “Uma Rosa com Amor”, o SBT apresentou à imprensa as novidades de sua programação para 2010. A novela de 180 capítulos, com texto de Tiago Santiago e direção geral de Del Rangel, é uma adaptação do folhetim exibido em 1972 pela Globo, com texto original de Vicente Sesso. O título é exibido às 20h15 desde 1° de março. Segundo o diretor comercial da emissora, Walter Palermo, Iris Abravanel está escrevendo a próxima novela do SBT. A ideia é que o horário torne-se uma faixa de novelas na emissora, que tem mantido a sua grade de programação fixa há 18 meses. Palermo diz que está negociando quatro cotas de patrocínio no valor de tabela de R$ 67 milhões. Ele afirma ainda que a emissora espera atingir pelo menos dez pontos de audiência com a nova novela (na semana de estreia a audiência ficou abaixo da esperada). A “faixa de shows”, que é exibida após a sequência jornal-novela-séries, também ganha novidades este ano. Uma delas é a estreia de “Conexão Repórter”, jornalístico investigativo apresentado por Roberto Cabrini, às 22h15. Além deste, a emissora aposta em “Aventura Selvagem”, com o biólogo Richard Rasmussen às 22h25. No segundo semestre, o SBT apresenta o novo programa comandado por Roberto Justus,
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“O Grande Desafio”. O reality show substitui o game show “1 Contra 100”, e já tem um patrocinador fechado. Os realities, aliás, terão presença forte no canal em 2010. Além da continuidade de programas como “Esquadrão da Moda”, o canal apresenta (ainda sem data definida de estreia) “Jogo das Loiras”, “Romance no Escuro” e “Pegue seu Dinheiro e Corra”. Além dos quatro novos realities já prontos, há outros quatro comprados, segundo Palermo. Outro gênero que ganha destaque na emissora são os filmes. O SBT comprometeu-se a exibir, a partir de março, um filme inédito na TV aberta a cada terça-feira do ano, e, se possível, também nas sextas. Entre os títulos estão “Batman - O Cavaleiro das Trevas”, “Agente 86”, “Sem Reservas”, “10.000 a.C.” e “Eu Sou a Lenda”. As novidades de 2010 têm início com “Harry Potter e a Ordem da Fênix”, já em março. Walter Palermo diz que os filmes serão de diferentes distribuidoras, e não apenas da Warner, com a qual o SBT tem uma parceria. A parceria com a Warner estará mais presente na emissora brasileira em 2010 com a estreia de seriados americanos. Além das novas temporadas de séries como “Supernatural” e “Gossip Girl”, títulos como “Fringe”, “The Mentalist”, “Vampire Diaries” e “Privileged” estreiam na emissora durante o ano.
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A Cinédia, uma das primeiras produtoras cinematográficas do país, fundada pelo jornalista Adhemar Gonzaga, completa 80 anos em 15 de março. Entre 1930, ano de fundação, e 1952, a Cinédia produziu mais de 700 curtas-metragens e 55 longasmetragens. O auge da produção aconteceu em meados dos anos 50 e consagrou artistas como Carmem Miranda, Dercy Gonçalves, Paulo Gracindo, Anselmo Duarte e Dalva de Oliveira. Nos anos 60, a companhia dedicou-se a coproduções e nos anos 70 e 80 passou à locação de estúdio e equipamentos, principalmente para a televisão e publicidade. Nos últimos anos, instalada em um casarão histórico em Santa Teresa, no Rio de Janeiro, uma das principais atividades da Cinédia tem sido a restauração de clássicos produzidos na casa. Sete filmes devem ter a restauração concluída com o apoio da Petrobras ainda este ano: “Obrigado Doutor” (1948), “Estou Aí?” (1948), “Poeira de Estrelas” (1948), “Dominó Negro” (1950), “A Inconveniência de ser Esposa” (1955), “Bonequinha de Seda” (1936) e”Berlim na Batucada” (1944), que devem ser exibidas em mostras e festivais de cinema e ser lançadas em DVD e Blu-ray. Além da digitalização do acervo, a Cinédia prepara para o ano de aniversário a abertura de cursos nas áreas de cinema e cultura.
“Bonequinha de Seda”, de 1936, é um dos filmes da Cinédia que está sendo restaurado.
Internet na ponta
TV
TV ab po er ta ra ssi na tu ra Int er Mí n et dia ex te rio r Rá dio
Gu ias el ist Jo as rn al Re vis ta Cin em a
Internet com mídia cresceu 23,27%, Internet foi a mídia que Crescimento do investimento publici- chegando a R$ 827,03 milhões, apresentou maior crescimento em tário em 2009 representando 4,18% do bolo 2009, enquanto guias e listas publicitário. O segundo meio que voltaram a ser as mídias que mais 23,27% mais cresceu foi de mídia exterior, perderam, conforme mostra estudo recuperando-se da queda após a Lei do Projeto InterMeios, do jornal Cidade Limpa, que retirou os Meio&Mensagem, que levantou o 11,68% outdoors de São Paulo. O investimento publicitário na 8,58% crescimento registrado foi de aquisição de mídia entre janeiro e 5,68% 11,68%, chegando a R$ 588,96 novembro de 2009. Segundo o milhões. Com isso, o meio tem levantamento, o investimento na 0,52% participação de 2,97% no bolo. compra de mídia cresceu 2,07% O meio rádio cresceu 8,58%, com em 2009. As empresas do meio faturamento de R$ 884,24 milhões faturaram nos onze meses -8,52% e participação no bolo de 4,46%. R$ 19,81 bilhões, contra R$ 19,40 -9,54% -10,41% As mídias que perderam bilhões no ano anterior. A TV faturamento em 2009 foram guias aberta apresentou crescimento de e listas, com queda de 20,79%, 5,68%, com faturamento de -20,79% participação no bolo de 1,68% e R$ 12,03 bilhões e participação no Fonte: Projeto Inter-Meios faturamento de R$ 333,05 bolo publicitário de 60,74%. A TV milhões; cinema, que perdeu 10,41% de seu faturamento, por assinatura também cresceu, ainda que mais chegando a R$ 71,57 milhões e participação de 0,36%; modestamente. O faturamento com publicidade do meio não jornal, com faturamento de R$ 2,83 bilhões, o que acompanhou o crescimento da base de assinantes. O meio representa uma queda de 9,54% e uma participação no faturou R$ 726,47 milhões, o que representa um crescimento bolo de 14,3%; e revista, com queda de 8,52%, faturamento de 0,52% em relação ao ano anterior. A participação no bolo de R$ 1,51 bilhões e participação de 7,64%. publicitário foi de 3,67%. O faturamento das empresas de
( scanner) Música
FOTOs: Divulgação
“Valores da Música”, série criada pela Cinevídeo para o SESI, estreou no Canal Futura. O programa, apresentado pelo maestro Silvio Barbato e dirigido por Sérgio Barroso, foi financiado pelo SESI, pela Fundação Católica e pela Fundação Roberto Marinho. Em 27 episódios de 9 minutos, a série mostra que o universo da música pode ser acessível a qualquer cidadão interessado e desmistifica assuntos técnicos como os elementos musicais, a formação de musicistas, maestros, compositores e cantores. Barbato e equipe viajaram o País para gravar depoimentos e registrar iniciativas reconhecidas, como os episódios sobre o trabalho musical da Orquestra Cidadã, formada por jovens da favela Coq, considerada a mais violenta do Recife; uma visita à tribo Guarani em São Paulo para falar de música indígena e ao interior paulista para abordar a viola e a sua relação com a música caipira; uma parada em Minas Gerais para ouvir as vozes distintas que formam um coral, e no Ceará, cujo episódio evidencia como uma ópera se assemelha ao enredo de uma novela, aproximando um gênero clássico de um popular.
Academia de Filmes produzirá a nova edição do docu-reality “Temporada de Moda Capricho” para o Boomerang.
Segunda edição O Boomerang, canal da Turner voltado ao público adolescentes, anunciou a segunda edição do docu-reality “Temporada de Moda Capricho”, em que os participantes disputam uma vaga de estágio de seis meses na editoria de moda da revista da Editora Abril. A nova temporada terá 13 episódios de uma hora de duração cada. Os participantes começam a ser recrutados nas principais faculdades de moda do País a partir de março. As gravações devem ser iniciadas em julho e a previsão de estreia do programa é em setembro. A Primo Filmes foi a produtora responsável pela primeira edição do reality. Na segunda temporada, a produção será da Academia de Filmes.
Prêmio Luciano Neves, diretor 3D da Tribbo Post, ganhou o prêmio Autodesk Master na categoria TV, cinema e games. Trata-se de um prêmio de computação gráfica em que artistas do mundo todo recebem indicações de profissionais da indústria de cinema e TV pela carreira e pelo conjunto da obra. Os nomes são submetidos a votação de outros artistas gráficos. A indicação aconteceu em 2009 e o resultado saiu em 2010. Em julho, Neves viaja a Los Angeles, nos Estados Unidos, para receber o prêmio.
Atração produzida pela Cinevídeo para o Canal Futura mostra que o universo da música pode ser acessível a qualquer cidadão.
Luciano Neves, diretor 3D da Tribbo Post, ganhou prêmio internacional de computação gráfica.
Cara nova na web O site da Associação Brasileira de TV por Assinatura (ABTA) ganhou nova versão. Layout e ferramentas foram modernizados com o objetivo de melhorar a navegação e dar mais destaque aos temas relacionados ao setor. A novidade será o espaço para vídeos, com vinhetas e promos dos canais, que serão exibidos e trocados semanalmente. No mesmo endereço continuam disponíveis as informações do SETA, já que os conteúdos dos sites do sindicato e da ABTA são integrados. A reformulação foi realizada pelo Daniel Strauch Design Studio. 8
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Tendências A Viacom Networks Brasil lançou o projeto de pesquisa Conicktado. Trata-se de uma rede de relacionamento fechada, criada especialmente para descobrir gostos e costumes de crianças e adolescentes, além de prever as tendências desse público. Desenvolvida pela equipe de pesquisa da Viacom no Brasil, a rede funciona como um focus group com resultado qualitativo, reunindo crianças de 11 a 14 anos. São 15 jovens formadores de opinião que já têm postura de líderes – são donos de comunidades
A Viacom criou uma rede de relacionamento fechada para descobrir gostos e costumes de crianças e adolescentes.
virtuais muito acessadas, blogueiros e têm perfis populares em redes sociais como Orkut, Facebook e Twitter, além de estarem ligados à Nickelodeon. A Viacom divulgará bimestralmente um relatório com os resultados das atividades da rede Conicktado. O documento conterá uma análise que vai reunir as informações postadas pelas crianças, as discussões propostas pelos moderadores e os estudos desenvolvidos pela equipe da Nickelodeon. O objetivo é que cada relatório apresente um recorte do que está acontecendo no universo das crianças e adolescentes brasileiros: o que eles estão consumindo, o que está na moda e o que será tendência para esse público nos próximos meses. O Conicktado é uma iniciativa brasileira que está sendo desenvolvida desde 2008, e nos próximos meses deverá ser adotado pela Nickelodeon de outros países da América Latina. A expectativa é que os resultados orientem a programadora no desenvolvimento de conteúdo em canais e sites, elaboração de estratégias de marketing e comunicação e desenvolvimento de novos produtos para a área de licenciamento. O primeiro relatório Conicktado foca dois grandes tópicos que norteiam o universo da criança e adolescente hoje: moda e tecnologia.
( scanner) O segredo do hit
Em plena juventude No ano em que comemora seus 20 anos, a MTV renova boa parte de seu quadro de apresentadores, com nove novos talentos, e faz mudanças substanciais em sua grade de programação. Dos 22 programas nacionais que fazem parte da nova grade, boa parte é dedicada ao humor, com elenco quase todo renovado, e ao comportamento, que ganha agora maior destaque. “Queremos abordar tudo o que se refere à vida do jovem, não apenas o entretenimento”, diz a diretora de produção e programação da MTV, Cris Lobo. A executiva anunciou que a emissora está negociando para fazer o primeiro debate de presidenciáveis, abordando temas ligado ao público jovem. O canal também terá programação voltada à Copa do Mundo, com edições especiais do “MTV Rockgol”, que terão mesas-redondas e entradas do apresentador Paulo Bonfá da África do Sul. Os programas da emissora também passam a contar com mais recursos de interatividade, inclusive usando ferramentas que estão em destaque na Internet, como o Twitter e o Facebook. Um aplicativo de RSS também mostrará as últimas notícias do Portal MTV, sempre em real time. Não há, no entanto, nenhuma previsão de uso da interatividade da TV digital. A emissora também testa streaming ao vivo de seu conteúdo
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para smartphones. A MTV volta a trabalhar com a produção independente este ano. Em 2009, vale lembrar, a emissora exibiu a série de ficção “Descolados”, da Mixer. Este ano trabalha em regime de coprodução no programa “Badalhoca”, em conjunto com os próprios apresentadores. O “MTV Sports”, que volta à grade da emissora, será coproduzido com a Bolovo Productions. Segundo Cris Lobo, o resultado do edital feito através de um Programa Especial de Fomento, deve aparecer na grade somente no próximo ano. Ainda em 2010 devem ser exibidos apenas os três pilotos que competem para se tornar série. A série em si estará pronta apenas em 2011. O espaço dedicado à música também muda um pouco de perfil. Isto porque, segundo André Mantovani, a produção de clipes por parte das gravadoras caiu a menos de 20% do que era há poucos anos. Atualmente, explica, o mercado de música está mais aberto a bandas independentes, que bancam seus próprios clipes. A ideia é criar uma vitrine para os entrantes neste mercado. É o caso do programa “MTV Lab BR”, que terá clipes independentes de todos os cantos do país. O “MTV Lab Now” contará com clipes de novas bandas de todos os lugares do mundo.
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O Vh1 lançou um concurso cultural para divulgar a chegada de novos canais (Vh1 HD e Vh1 Mega Hits) e consolidar a marca. No site do canal, o internauta encontra o game online Vh1 Hit Machine, em que pode vestir bonequinhos com roupas iguais aos astros do pop, escolher feições, cenários e colocá-los para dançar coreografias ao som de canções famosas. As canções recebem arranjos dos anos 80 e 90, atuais ou ao vivo, de acordo com o canal escolhido. O internauta deve criar um videoclipe e responder à pergunta: Qual o segredo para criar um hit? Todos os vídeos e respostas ficarão disponíveis no site para a avaliação do público. Até o final do concurso, a combinação vídeo/ resposta mais popular de cada semana ganha uma TV de LCD Full HD 42’ e um home theater, no total de quatro premiados
Dois anos depois A série “Alice”, da Gullane Filmes em parceria com a HBO Latin America Originals, ganhará um especial. Dividido em duas partes de 90 minutos cada, o especial mostra a continuação da história de Alice, dois anos após sua mudança para São Paulo. Assim como a série, o especial conta com recursos do Artigo 39 para a produção. As filmagens começam em abril, mas ainda não há data definida para exibição. A primeira temporada da série, com 13 episódios, estreou na HBO em setembro de 2008. A direção geral tanto da série quanto do especial é de Karim Ainöuz e Sergio Machado. FOTOs: Divulgação
“Badalhoca”, que estará na programação 2010 da MTV, é feito em regime de coprodução com os apresentadores.
HBO terá especial da série "Alice".
( figuras) A Discovery Networks Latin America/US Hispanic (DLA/ USH) promoveu Raul Costa a vice-presidente de vendas comerciais e André Rossi a diretor de programação. Ambos estão baseados em São Paulo e continuarão a se reportar a Fernando Medin, vice-presidente sênior e diretor-geral da Discovery Networks no Brasil. Costa está na Discovery desde 2007, vindo da agência Publicis e, desde então, tem sido responsável pelo planejamento e implementação da estratégia para a área comercial para todos os canais e sites da rede. Rossi também chegou à programadora em 2007, depois de cinco anos como coordenador de pesquisas e aquisições internacionais da Globosat. Como diretor de programação, Rossi continuará a viabilizar novas parcerias e contribuirá ao processo de aquisição de programação para a América Latina.
Marcelo Bechara assumiu a Procuradoria Federal Especializada (PFE) da Anatel, deixando o cargo de consultor jurídico que ocupava no Ministério das Comunicações (Minicom). Édio Azevedo o substitui no Minicom. O novo consultor jurídico já está familiarizado com o departamento, onde exercia desde 2008 o Marcelo Bechara cargo de assessor jurídico. O consultor é especialista em radiodifusão, telecomunicações, propriedade intelectual, entretenimento e novas tecnologias e também atua em outras áreas relacionadas ao Minicom, sendo membro suplente do Comitê Gestor de Internet (CGI).
Foto: Jeff Guilherme
Raul Costa
Novos negócios A produtora executiva Vanusa Spindler deixou a Urca Filmes para assumir o núcleo de novos negócios e projetos autorais da carioca Publytape.
André Rossi
Gerência Diretor geral Armando Camargo é o novo diretor geral da Tandberg no Brasil. Armando tem experiência nos mercados de telecomunicação e TI tendo atuado em empresas como Lucent, Tellabs e Mororola.
CNN em Espanhol Cynthia Hudson é a nova vicepresidente sênior e gerente geral para o canal CNN em Español, além de ocupar também o cargo de vicepresidente de estratégia hispânica para a CNN dos Estados Unidos. Na nova função, a executiva vai coordenar a apuração de notícias, conteúdo editorial, programação, produção, operações e equipe da CNN em Español, CNN en Español Radio, e do recém-lançado CNNMexico.com, website que é uma joint-venture com o Grupo Editorial Expansión. Cynthia tem passagens pela Cosmopolitan Television, MGM Networks Latin America, Telemundo Network e Univision Network. Recentemente atuou como chief creative officer e vicepresidente executiva da Spanish Broadcasting System (SBS).
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Vanessa Garcia foi contratada pela BlueTV como gerente de marketing. A profissional, que já foi supervisora de marketing na HBO Brasil e na Imagem Filmes, será responsável pela reformulação do canal e planejamento estratégico de marketing para o mercado publicitário.
ABPI-TV A Associação Brasi leira de Produtores Independentes de Televisão (ABPI-TV) elegeu os novos representantes dos conselhos federal e fiscal no dia 24 de fevereiro. Marco André Breitman, Fernando Dias , Mauricio Altberg (M Altberg) Mendonça Falcão , Silvia Rabello, Marco Altberg, é o novo presidente Luis Antonio Silveira e Francisco Mistrorigo. do conselho federal, que tem como vice-presidente Francisco Mistrorigo (TV Pingüim) e como secretário geral Luís Antonio Silveira (Conspiração). Adriano Civita (Pródigo), Walquíria Barbosa (Total), André Breitman (2D Lab) e Fernando Dias (Grifa) são conselheiros titulares. Clélia Bessa (Raccord) é a primeira suplente de conselheiro e Maurício Mendonça Falcão (DGT) é o segundo. O conselho fiscal é formado pelos conselheiros titulares Leonardo Dourado (Telenews) e Belisário Franca (Giros). Silvia Rabello (Labo Cine) é suplente de conselheira. •
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Foto: arquivo
Anatel e Minicom Fotos: divulgação
Promoção
Vice-presidência
Criação
O presidente da Y&R, Marcos Quintela, promoveu dois profissionais na agência: Sylvia Panico e David Laloum. Sylvia assume a recémcriada vice-presidência executiva, passando a coordenar as áreas de atendimento e de mídia. Laloum, diretorgeral de planejamento, passa a comandar a vice-presidência de planejamento.
A Fischer+Fala! apresenta novidades na criação. Widerson Souza (ex-Y&R, MPM, Loducca e Publicis) chega como diretor de arte à agência de publicidade. Michel El Chemorr, Widerson Souza e Flávio Ferri Michel El Chemorr e Flávio Ferri, dupla júnior de criativos, foram promovidos a diretor de arte e redator respectivamente.
Atendimento
Marketing
Geisa Lustosa integra a equipe de atendimento da Milk Comunicação Integral como gestora de contas, atendendo o Banco Panamericano e a Johnson & Johnson. A profissional tem passagens pelas agências Morya Publicidade a Avenida Brasil.
Gabriel Williams é o novo coordenador de marketing do Universal Channel. O profissional, que tem passagens por empresas como Senac, L’Oreal, Americanas. com e Varig, é agora responsável pela supervisão das atividades estratégicas da área de marketing do canal.
( capa )
Fernando Lauterjung
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TV participativa Com as normas do Ginga em consulta pública na ABNT, fabricantes de equipamentos e radiodifusores esperam levar a interatividade da TV digital aberta aos telespectadores ainda em 2010. Após dois anos de testes, não há modelo de rentabilização definido.
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o início de fevereiro, o Fórum do Sistema Brasileiro de TV Digital, entidade responsável por auxiliar e estimular a melhoria do sistema de transmissão e recepção digital no Brasil, enviou à Associação Brasileira de Normas Técnicas os perfis do middleware que poderão ser usados na TV digital brasileira. Uma discussão envolvendo os diferentes elos da cadeia da TV digital sobre os perfis do Ginga, o middleware nacional, ainda continuam, mas a normatização dá alguma confiança para que sejam testados e anunciados produtos para breve. Enquanto fabricantes começam a prometer receptores com o middleware embarcado, emissoras avançam nos testes dos aplicativos. O Fórum SBTVD enviou à ABNT dois perfis do Ginga para normatização. Uma versão simplificada, chamada de perfil A, contará com suporte a texto, fotos e animações. O Perfil B, mais completo, permitirá também o tráfego de vídeos. Ficou aberta a discussão sobre um terceiro perfil, que permitiria rodar aplicativos de interatividade em múltiplos dispositivos. Ou seja, a possibilidade de rodar os aplicativos em celulares, video games, players de vídeo etc. A dúvida era se seria necessário criar um terceiro perfil, ou apenas uma evolução do perfil B. A opção pela criação de diferentes perfis partiu dos fabricantes de receptores. A indústria teme que o
perfil mais avançado eleve muito o custo dos receptores, alegando que esta versão do Ginga com suporte a vídeo demanda mais recursos de hardware, como memória, por exemplo. Fonte do setor industrial ouvida por TELA VIVA diz que os radiodifusores “vendem” no Fórum SBTVD que terão conteúdos atrativos para o middleware completo já na Copa 2010. Mais que vender essa ideia, alguns radiodifusores são reticentes em relação ao perfil A, temendo que, se limitada apenas a este perfil, a TV interativa não atraia a atenção dos telespectadores, acostumados a experiências ricas em outras plataformas. “Entendemos que o perfil B é o mínimo necessário para proporcionar uma experiência interativa enriquecedora. Sem a possibilidade de acessar clipes de vídeo e outras monomídias pelo canal de interatividade o Ginga ficará muito
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limitado”, diz o diretor de engenharia da Rede Globo Raymundo Barros. Segundo ele, a Globo vai trabalhar pela evolução do Ginga de forma que o televisor digital interativo venha a ser o centro de entretenimento e informação de cada família brasileira. Sem discordar da visão da Globo, outras emissoras, como Record e Bandeirantes, afirmam que pretendem contemplar os dois perfis em seus aplicativos. Pelo menos um grande fabricante de televisores prometeu lançar em breve equipamentos com o Ginga embarcado. A LG, quando apresentou sua nova linha de produtos, no início de março, anunciou que teria seu primeiro televisor com Ginga embarcado no mês de abril. O modelo que em breve chegará ao mercado será high-end, a Time Machine (TV com funções de gravação digital), com preço em torno de R$ 3,5 mil. Contudo, a empresa promete que, até o fim do ano, terá modelos mais acessíveis com a plataforma. Timing Ainda assim, executivos da fabricante coreana disseram não acreditar que esta será a Copa da interatividade. “Já teremos equipamentos com a plataforma no mercado, mas a base ainda será pequena”, diz uma executiva da LG.
FOTO: arquivo
FOTO: Zé Paulo Cardeal/TV Globo
“Esta será a Copa da alta Entretanto esse é um recurso “A interatividade é um mercado definição, isso sim”, completa. que está em estágio inicial de com grande potencial a ser Um radiodifusor ouvido desenvolvimento, então vamos explorado nos futuros celulares por esta reportagem também iniciar as aplicações com recepção 1-Seg interativos.” acredita que não há tempo. O interativas com programas Raymundo Barros, da Rede Globo evento, contudo, é uma boa onde os testes realizados nos oportunidade de testar a últimos dois anos foram mais tecnologia, mesmo que seja para uma Desenvolvimento satisfatórios”, diz o diretor da base irrelevante de receptores capazes Desde o início das Globo. Como exemplo, cita de processar os aplicativos Ginga. transmissões digitais as aplicações interativas para o David Britto, da TQTVD, empresa cabeças de rede vêm “Big Brother Brasil”, que que fornece aos fabricantes o AstroTV, investindo em pesquisas na permitem acessar desde o middleware 100% compatível com o área de interatividade, diário dos participantes até Ginga, diz que “é tecnicamente possível chegando a montar equipes especializadas. votar no paredão, usando o canal de ter aplicações rodando já na Copa, mas A Record já conta com uma área dedicada interatividade (veja box). Barros depende da estratégia de marketing exclusivamente aos estudos da aponta também uma experiência dos fabricantes”. Quanto à disponibili interatividade. “É uma área responsável positiva no futebol. O aplicativo zação dos aplicativos por parte das pelo desenvolvimento das aplicações onde permite acessar uma série de emissoras, acredita que, no momento também são discutidas novas ideias e informações adicionais, como as em que houverem receptores, os inovações para aplicações”, diz Amaral. estatísticas da partida, a tabela de radiodifusores não poderão mais fazer “Nós também temos parcerias e projetos classificação dinâmica, entre outras. O testes abertos. “Aí vão ter que fazer para aplicações que terão o acesso aos gols dos demais jogos da interatividade pra valer”, diz. desenvolvimento terceirizado”, completa o rodada será disponibilizado pelo canal A Band diz que está trabalhando diretor de engenharia. Segundo ele, a de interatividade. Também houve em parceria com desenvolvedores e emissora vem desenvolvendo aplicativos testes nas novelas. “Na novela ‘Viver a que terá, certamente, aplicativos Vida’, além de rodando na Copa. informações sobre Desde o início das transmissões digitais capítulos Já a Globo diz que desenvolve as cabeças de rede vêm investindo em alternativas, mas não há ainda anteriores, nenhuma definição. Contudo, lembra personagens e pesquisas na área de interatividade. que há recursos extraordinários para galeria de fotos, é aplicações interativas para o futebol, para os novos produtos, como reality possível participar de enquetes como replays e gols de outros jogos, shows. “Além dos novos produtos, também opinando sobre os rumos da história”, através do canal de interatividade (veja já desenvolvemos aplicativos para alguns diz Barros. box) no perfil B. “Agora temos que dos outros programas existentes”, diz. Segundo Frederico Nogueira, viceaguardar as especificações dos Na Globo são as áreas de pesquisa e presidente da Bandeirantes, a primeiros receptores interativos a desenvolvimento que estão liderando as emissora não criou uma área interna serem lançados para confirmar se o iniciativas de TV interativa, diz Raymundo para desenvolver os aplicativos. “Já hardware desses televisores possui os Barros, completando que estas áreas existe uma área focada em requisitos necessários para viabilizar o utilizam consultores externos interatividade, agora mudamos recurso”, diz Raymundo Barros. pontualmente. “O objetivo é que as várias somente para o foco da TV digital”, A Record diz que ainda não terá equipes de produção de conteúdo da TV diz, lembrando que pode sempre aplicativos para a Copa. “Nós Globo tenham a sua disposição as buscar desenvolvedores externos. Sem acreditamos que existirão ferramentas adequadas para abrir como serão seus aplicativos, receptores em caráter desenvolver e manter as Nogueira diz que abordarão todos os experimental”, diz o aplicações interativas ao longo gêneros de programação: diretor de engenharia da da vida de cada programa, sem entretenimento, esportes e jornalismo. emissora, José Marcelo a necessidade de apoio das Além disso, garante que a Amaral. Contudo destaca equipes de P&D”, explica. “Em interatividade será uma ferramenta que tem projetos para tese todos os conteúdos importante na cobertura das eleições. utilização de vídeos nos possuem um apelo interativo. Duas das emissoras que aplicativos desenvolvidos conversaram com TELA VIVA sobre o para programas como, por desenvolvimento de aplicações Frederico Nogueira, da Band, exemplo, o “Melhor interativas vão em direções diferentes promete aplicações interativas para a cobertura das eleições em 2010. do Brasil”. das apresentadas acima: a MTV e o
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SBT. A MTV, que anunciou sua nova programação no final de fevereiro, mostrou uma série de ferramentas que serão usadas para se comunicar com o público. As redes sociais como o Twitter e o Facebook terão papel fundamental neste sentido. A ideia não é buscar apenas o voto da audiências em alguns programas. “Levamos as mensagens do telespectador para a tela da TV com o Twitter”, destaca Mauro Bedaque, diretor de conteúdo digital da MTV. Não há, no entanto, nenhuma previsão de uso da interatividade da TV digital. “Fizemos alguns testes em 2008, com um aplicativo para a Caixa Econômica Federal, e até formamos alguns programadores para a linguagem Ginga, mas ainda não se justifica o investimento”, explica o diretor de engenharia, Valter Pascotto. Para ele, a interatividade fará sentido quando houver uma base instalada maior. Já o SBT aposta alto na interatividade na televisão digital, mas não acredita em uma extensão dos programas da sua grade na plataforma interativa. A emissora fez uma pesquisa sobre o hábito do telespectador, mapeando o que tira sua atenção da TV. “Algumas dessas coisas, nós podemos oferecer através da interatividade”, diz o diretor de tecnologia do SBT, Roberto Franco. A ideia, explica, é ter um portal permanente, formado por camadas de notícias e serviços, conforme o interesse geral. “As notícias mais acessadas, ou serviços como informação sobre o tempo, estão logo na primeira página. Se o espectador quiser se aprofundar mais nas notícias, dará um clique, se quiser segmentar para esporte, por exemplo, terá que clicar nesta opção”, diz Franco. As primeiras camadas deste portal devem ser carregadas no carrossel de dados da interatividade (veja box). “Se o espectador avançar
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“Com o canal de interatividade, podemos até fazer um modelo de catch-up TV.” Roberto Franco, do SBT
mais, será avisado que está acessando o canal de interatividade”, diz. Franco pretende, no futuro, colocar vídeos no portal. “Com o canal de interatividade, podemos até fazer um modelo de catch-up TV, por exemplo”. “Como sabemos o que está sendo buscado no canal de interatividade, podemos eventualmente migrar os serviços e as notícias mais buscadas para o carrossel”, explica. A aposta do SBT é na fidelização ao canal, e não a determinado conteúdo da grade. “Na TV por assinatura o telespectador busca uma série, ou um filme. Na TV aberta o telespectador vai no canal com o qual se identifica”, diz. Por isso, acredita que não faça sentido criar aplicações específicas para cada programa. “Um programa pode, eventualmente, ter um aplicativo próprio, mas sempre dentro do portal”, diz. Questionado se a interatividade da TV não deixaria a desejar em um conceito de portal copiado da Internet, Franco diz que não quer ter algo tão complexo como os portais da web. “Não queremos fazer Internet pela televisão, mas trazer coisas da Internet que podem agregar valor à televisão”, diz. Novos players Além dos radiodifusores, desenvolvedores de software também
apostam na interatividade em duas frentes: consultoria para as emissoras e desenvolvimento de conteúdo, com parceiros ou por encomenda. A TQTVD, por exemplo, desenvolve um aplicativo em parceria com a Climatempo, que deve ser embarcado em equipamentos receptores juntamente com o middleware AstroTV. Paulo Polli, diretor da Climatempo, lembra que já conta com aplicativos interativos na Net e na Sky. O software para ser embarcado nas TVs buscará, através do canal de interatividade, informações sobre o clima, mantendo a caixa sempre atualizada, bastando que o usuário solicite a informação. Por enquanto, a ideia é que o aplicativo tome toda a tela do televisor. “Ainda esperamos para ver como ficará a discussão legal”, diz Polli, lembrando a reação dos radiodifusores após as discussões sobre broadband TV. As emissoras vêm alegando que sobrepor um conteúdo ao seu fere os direitos autorais. “Ninguém pode inserir um conteúdo sobre parte do meu sem minha autorização. Se esses aplicativos tomarem toda a tela, eu não tenho nada contra”, diz Roberto Franco, do SBT. Polli diz que também busca parceria com as emissoras para ter um aplicativo com atualização pelo ar. Este aplicativo carregaria mais informações que o modelo básico e seria baseado em publicidade. A HXD Interactive Television também desenvolve aplicativos para oferecer às emissoras. Salustiano Fagundes, da HXD, conta que tem um
Carrossel e canal interativo O envio de aplicativos interativos pelo sinal aberto terrestre se dá de forma cíclica. Um “carrossel” de dados é enviado constantemente. Quando um dispositivo com o middleware Ginga embarcado sintoniza um canal, imediatamente começa a gravar os dados deste carrossel. O aplicativo só poderá ser executado quando todo o conteúdo estiver gravado. Para não deixar o carrossel muito grande e demorado para ser carregado, é possível fazer com que parte dos aplicativos, que só são acessados se houver demanda do telespectador, sejam baixados por outra rede, através do canal de interatividade. Se o telespectador clicar no botão de replay de um gol, por exemplo, este vídeo pode ser baixado de um servidor na Internet. O canal de interatividade pode ser através de um modem, uma placa de rede ou até um dispositivo celular, dependendo da configuração do equipamento receptor de televisão.
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Valdecir Becker, da ITV
aplicativo baseado no conceito das redes sociais, voltado para eventos esportivos. O aplicativo permite ter a opinião do telespectador durante a programação e conta com uma pontuação para incentivar o telespectador a interagir mais. Quanto mais interagir, mais pontos terá o telespectador, que poderá ganhar prêmios. Para a Caixa Econômica Federal, a HXD desenvolveu, em parceria com a agência BorghierhLowe, um aplicativo que permite simular financiamentos habitacionais ou CDC, conferir resultados das loterias e ainda saber informações sobre o FGTS e o programa Minha Casa Minha Vida. No caso deste último, há a opção de uso do canal de interatividade, permitindo o envio de dados dos interessados na adesão ao programa. O aplicativo foi demonstrado recentemente em alguns pontos de Brasília. Outra empresa desenvolvedora de software que busca participar do mercado nascente é a ITV. A empresa, contudo, se especializou no desenvolvimento de ferramentas para prestação de serviços públicos. Segundo Valdecir Becker, da ITV, alguns aplicativos estão sendo desenvolvidos em parceria com prefeituras para as áreas de saúde e educação. Estes aplicativos, explica, podem ser tanto para prestação de serviços quanto para a informação. Como exemplo, cita a possibilidade de marcar consultas médicas através da televisão. “É possível até ver o resultado de um exame e fazer o download em um dispositivo de armazenamento ligado à porta USB”, explica Becker. Modelos Não há ainda um modelo de
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negócios definido para rentabilizar a interatividade, nem sequer apostas alinhadas em uma tendência. Franco, do SBT, acredita que a interatividade é importante com ou sem modelo de negócios. Para ele, os aplicativos, pelo menos, aumentarão a retenção do telespectador. “Nossas pesquisas mostram que, se está interagindo, o telespectador deixa de zapear e ainda retém a mensagem do anunciante. Se for anúncio de algo que tenha interesse, tende a parar a interação para acompanhar o comercial”, diz. A emissora, contudo, não se contenta com a retenção. “Queremos ter um modelo de comercialização, mas isso só pode ser criado em colaboração com o mercado”, diz. “Seria pretensão querer lançar um modelo definitivo. Mesmo o modelo de 30 segundos está constantemente em discussão”, diz. “Precisamos descobrir o que irrita e o que agrada o telespectador”, finaliza. Para a Globo, não há espaço, nesse momento, para explorar comercialmente uma aplicação interativa vinculada ao intervalo comercial, pois não é possível conceber hoje um aplicativo que tenha um ciclo de 30 segundos. Entretanto, pode haver espaço para uma espécie de merchandising interativo. “Em eventos patrocinados há espaço para a inclusão das marcas e mesmo de conteúdos interativo dos patrocinadores. Fizemos essa experiência nos testes realizados com os aplicativos do carnaval e das Olimpíadas de 2008”, diz Raymundo Barros. A Globo não descarta também a possibilidade da oferta e comercialização de produtos para o telespectador usando uma aplicação interativa, o chamado T-Commerce. “É uma opção interessante, mas a cadeia de valor ainda não está totalmente desenvolvida”. A grande aposta da maior rede de TV é, no entanto, em relação aos dispositivos portáteis. “É um mercado com grande potencial a ser explorado nos futuros celulares com recepção 1-Seg interativos”, diz Barros. “Operadoras e broadcasters podem desenvolver novos modelos de negócios combinando tráfego de dados FOTO: divulgação
“É possível ver o resultado de um exame pela TV e fazer o download em um dispositivo USB.”
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( capa) nas redes 3G, publicidade e venda de conteúdo e ou produtos através de aplicações interativas Ginga/1-Seg relacionadas com os programas em exibição a cada momento”. A aposta da Globo é em um desenvolvimento rápido deste mercado. “Temos confiança que ainda esse ano os primeiros dispositivos 1-Seg interativos estarão nas mãos dos brasileiros”, diz o diretor da Globo. Há ainda uma questão que precisa ser resolvida entre cabeças de rede e afiliadas. As peculiaridades locais demandam aplicativos específicos? Além disso, o modelo de negócios contemplará as regionais? Para a Globo, tão importante quanto a escolha dos primeiros programas com aplicações interativas é o desenvolvimento do ecossistema interno de interatividade. “Este ecossistema permitirá que as aplicações interativas sejam atualizadas em tempo real e transmitidas por toda a rede de afiliadas digitais da Globo”, diz Raymundo Barros. “No carnaval de 2010, pela primeira vez, uma aplicação interativa do evento foi transmitida simultaneamente pelas cinco emissoras Globo (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília e Recife) o que permitiu testar o modelo de distribuição para a rede”, diz. Entre as afiliadas a discussão ainda está no começo e não há uma posição “oficial” sobre os modelos a serem explorados. Salustiano Fagundes, da HXD, diz que as emissoras regionais estão muito receptivas ao serviço de consultoria para interatividade. “Antes eram apenas as cabeças de rede, mas agora somo procurados pelas redes regionais”, diz. Segundo ele, uma questão levantada sempre é como explorar comercialmente a interatividade.
Para os radiodifusores, a adoção do middleware nas caixinhas de TV por assinatura é a melhor saída. “O objetivo é que as caixas das operadoras possuam o Ginga embarcado permitindo a mesma experiência interativa da TV aberta em todas as plataformas pagas”, diz Raymundo Barros. Adaptar as aplicações pode ser a melhor alternativa no curto prazo. Mas, alerta Barros, é preciso analisar caso a caso, buscando preservar uma experiência interativa similar à da TV aberta. “No processo de desenvolvimento de uma aplicação interativa as etapas que consumem mais tempo são a definição dos conteúdos, a navegação e usabilidade e a criação das artes, no caso das aplicações monomidias. Grosso modo essas etapas seriam aproveitadas em qualquer plataforma paga”, explica. José Marcelo Amaral, da Record, FOTO: arquivo
“As afiliadas querem descobrir como agregar valor, rentabilizar o uso da interatividade.” Salustiano Fagundes, da HXD
“Querem descobrir como agregar valor, rentabilizar o uso da interatividade”. Valdecir Becker, da ITV, concorda. “Prestamos consultorias para emissoras que sequer estão transmitindo digitalmente, mas já querem descobrir o que fazer com a interatividade”, diz. Contudo, a abordagem é bem diferente da das cabeças de rede, afirma Becker. “Estão muito mais preocupadas em agregar serviços, e não apenas a levar informações atreladas à grade de programação”. Público potencial Com os televisores equipados com o Ginga na praça e os aplicativos interativos no ar, resta ainda uma questão: quando os sete milhões de lares que assinam serviços
Entre as afiliadas a discussão ainda está no começo e não há uma posição “oficial” sobre os modelos a serem explorados.
FOTO: divulgação
pagos de TV e têm maior poder de renda e, portanto, acesso aos equipamentos mais sofisticados, poderão ter acesso à interatividade. “A TV por assinatura tende a ser reativa. Lançaram a alta definição porque a TV aberta ia ser HD. Se houver demanda dos assinantes, vão acabar embarcando o Ginga em suas caixas”, diz David Britto do TQTVD. As empresas de software se articulam para iniciar um lobby internacional pela adoção do middleware brasileiro em outras plataformas. A ideia é mostrar as vantagens do Ginga em comparação com as plataformas de dados dos padrões internacionais de TV digital, sejam elas para TV aberta ou para TV por assinatura.
“A TV por assinatura tende a ser reativa. Se houver demanda, vão embarcar o Ginga em suas caixas.” David Britto, da TQTVD
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diz que ainda não há conversas com as operadoras para reescrever os aplicativos. “Entretanto, acreditamos que haverá uma disposição por parte das plataformas de TV paga para criar mecanismos para a interoperabilidade das aplicações”, diz o engenheiro. Ainda para este mês de março está previsto o lançamento de uma campanha do Fórum do Sistema Brasileiro de TV Digital para incentivar a compra de receptores digitais. A campanha será dividida em duas etapas. A primeira, que contará com três filmes exibidos na TV, reforçará o caráter aberto da TV digital, bem como suas qualidades, como o conteúdo em alta definição e a mobilidade. Uma segunda etapa, que deve ficar para maio, divulgará os benefícios da interatividade e do Ginga.
( novas mídias) Samuel Possebon, de Barcelona
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Juntou de vez
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á três ou quatro anos, quem olhasse para a indústria de telefonia celular veria uma evolução clara rumo à TV móvel. Todas as grandes operadoras do mundo planejavam o momento em que passariam a oferecer serviços de vídeo, fosse na forma de TV ao vivo, fosse downloads de clips. Mas como nada no mundo da tecnologia é certo e definido, a evolução se deu por um outro caminho, e o celular se consolidou como a nova plataforma de Internet. No maior encontro de operadoras e fornecedores de telefonia celular no mundo, que aconteceu em fevereiro, em Barcelona, não havia discussão ou lançamento que não envolvesse a banda larga móvel. O que alterou o rumo evolutivo da telefonia celular foi o advento do iPhone. Com ele, a Apple provou que, em uma interface amigável, as pessoas estavam muito mais dispostas a acessar a web pelo celular, ou utilizar o telefone como plataforma para aplicativos baixados da Internet, e que muitas vezes ficam permanentemente conectados a ela. Não por acaso, um dos grandes lançamentos do Mobile World Congress, em Barcelona, foi o sistema operacional Windows Phone 7, da Microsoft. A ironia é que o software da empresa de Bill Gates, que nunca gostou da ideia de computadores permanentemente ligados à rede, é muito mais conectado e multitarefa do que o iPhone. Os primeiros celulares com o sistema operacional da Microsoft chegam no final do ano. O sistema requer conexão permanente, para funcionar de forma plena, e um hardware pensado especificamente
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FOTOS: divulgação
Congresso em Barcelona deixa claro que os celulares já são a grande porta de entrada para serviços de Internet e vídeo em todo o mundo.
Mobile World Congress: Internet será cada vez mais móvel.
para ele, com alta capacidade de processamento. Google móvel A Apple, como de praxe, não comparece a nenhum evento que não seja os seus próprios ou os da comunidade de macmaníacos. E no MWC de Barcelona não foi diferente. Os debates sobre Internet móvel tiveram, de um lado, a Microsoft, e do outro o Google, que é a estrela do momento no mundo da telefonia celular. Os lançamentos de smartphones com a plataforma Android, do Google, predominaram, e Eric Schmidt, CEO da empresa, foi a estrela do congresso, respondendo a uma saraivada de perguntas agoniadas sobre a possibilidade de o Google dominar a Internet móvel da mesma forma que domina a Internet fixa. “As pessoas precisam fazer com o celular tudo o que fazem com o computador. Por isso, nossa prioridade número um, hoje, é a mobilidade”, disse o CEO, para alegria e apreensão da palestra. Alegria porque o Google é promessa de inovação, mas apreensão porque em geral, onde o Google entra com sua oferta de tudo grátis, os modelos pré-estabelecidos balançam. Ele acalmou a plateia ao anunciar que “não há nenhum plano de investir em maior escala em infraestrutura além dos testes já
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anunciados”, em referência ao projeto de fibra óptica que o Google pretende montar na Califórnia. Para os produtores de conteúdo, outra mensagem: “Nós não temos intenção de fazer conteúdos de maneira nenhuma. Somos e continuaremos sendo apenas plataforma para distribuição de conteúdos”, disse Schmidt. Mas ao responder a uma das perguntas mais provocativas feitas pela plateia (“de quem será o cliente, do Google ou do operador?”), o executivo mostrou que o jogo em que está entrando é para dividir. Provavelmente, esse cliente será de nós dois”, disse ele. O grande problema da invasão da Internet no mundo da telefonia móvel é que as redes que dão suporte a esse tráfego de dados não estão preparadas para a demanda que os usuários estão gerando. Um estudo editado pelo banco Morgan Stanley (http://bit.ly/4JJDq4) mostra que o fenômeno é muito mais impactante do que se imagina. Segundo o levantamento, as operadoras de telefonia celular devem investir muito para dar conta do tráfego que deve ser gerado nos próximos anos. O tráfego nas redes móveis tende a crescer 66 vezes até 2013.
Na outra ponta do desenvolvimento dos smartphones está a criação de uma grande indústria de aplicativos e serviços atrelados a isso. Mais uma vez, a Apple Store é o grande exemplo, com mais de 150 mil aplicativos disponíveis, mas outras, como a application store do Google, crescem em ritmo acelerado graças a uma plataforma aberta de desenvolvimento. É um mercado que deve chegar a mais de US$ 8 bilhões em 2010, e tende a aumentar com a massificação dos smartphones. Atualmente, o iPhone é responsável por 63,7% do acesso móvel à web nos EUA, enquanto os celulares equipados com Android representam 15,2%, o que mostra um avanço acelerado do sistema operacional nos últimos meses. Em terceiro lugar ficou o BlackBerry, que teve participação de 9,2%. Publicidade móvel Empresas como o Google apostam que a publicidade será uma forma de compensar os custos em construção de infraestrutura que estão surgindo com a explosão da Internet móvel. Eric Schmidt reiterou que a publicidade é e continuará sendo a principal fonte de receita do Google. “É um mercado que mundialmente gira US$ 1 trilhão por ano, então achamos que há espaço para crescermos tranquilamente”, disse. “Hoje, a fatia das verbas que se destinam às plataformas online são pequenas e menores ainda quando
“Nós não temos intenção de fazer conteúdos de maneira nenhuma. Somos e continuaremos sendo apenas plataforma para distribuição de conteúdos” Eric Schmidt, CEO da Google
falamos em online móvel, mas isso vai mudar porque o direcionamento e o nível de informação que se tem sobre o usuário móvel são insuperáveis”. Para Robert Conway, presidente da GSM Association (que congrega os maiores operadores de celular do mundo), a indústria ainda precisa de métricas mais precisas, mas lembrou que as recentes aquisições de empresas da área de mobile marketing giraram mais de US$ 1 bilhão nos EUA, sendo as principais a compra da AdMob pelo Google por US$ 750 milhões e a da Quattro pela Apple, por US$ 255 milhões. “Não há dúvidas de que a publicidade móvel será uma forma de pagar os investimentos em infraestrutura”, disse. Mas será que a realidade do primeiro mundo se aplica a países em desenvol– vimento no que diz respeito aos usos do telefone celular como plataforma de mídia? A terceira maior operadora do mundo e maior operadora indiana, a Barthi Airtel, diz que o celular está se tornando o primeiro meio de contato de muitas pessoas com os conteúdos digitais, como músicas e clipes de vídeo. “Não se pode perder de vista que o celular é
a principal plataforma de comunicação de muitas pessoas, e esse será o canal para a distribuição de músicas e vídeos”, disse o CEO da operadora, Sanjay Kapoor. “No caso da Índia, temos uma população muito jovem, com 560 milhões de pessoas abaixo de 25 anos, e essa tem sido a melhor maneira de trazer esse público para a nossa operação”. E mesmo a TV móvel, que parece esquecida, pode estar se aproximando de um novo ciclo de expansão. Para Vicki Mealer, diretora de produtos FloTV, uma divisão da Qualcomm, acrescentar o tráfego pesado de vídeo para serviços de TV paga móvel ao já carregado espectro voltado para a terceira geração seria suicídio. Uma prova de que existe essa demanda por TV móvel é o desem– penho de vendas dos chipsets da Telegent, que fabrica a maior parte dos chips de recepção de TV para celulares no mundo. A empresa tem vendido uma média de um milhão de chips por semana, e estima-se que a base de celulares com capacidade de recepção analógica já supere os 50 milhões de aparelhos em todo o mundo. Segundo Weijie Yun, presidente da empresa, 30% desse mercado está na América Latina, 40% na Ásia, 25% na Europa, África e Oriente Médio e 5% na Rússia.
(audiência - TV paga)
O canal das férias Foto: Frederico Rozário/TV Globo
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aneiro é mês de estreia de “Big Brother Brasil” na Globo, no Multishow e no pay-per-view da Globosat. No primeiro mês do ano, o Multishow exibiu aproximadamente 25 horas do reality show e conquistou o primeiro lugar no ranking dos canais pagos entre o público adulto. O canal registrou 10,36% de alcance diário médio e tempo médio diário de audiência de 20 minutos. Em seguida, aparecem TNT, Globo News, SporTV e Warner Channel. No total, os canais pagos tiveram entre o público com 18 anos e mais 44,22% de alcance diário médio e duas horas e 21 minutos de tempo médio diário de audiência. O universo considerado para este levantamento foi de 7.758.900 indivíduos (vale lembrar que este universo teve aumento significativo em relação ao ano passado, pois o número se baseia em estimativa populacional do IBGE).
“Big Brother Brasil 10”, exibido pelo Multishow: canal teve melhor alcance da TV paga em janeiro.
Chamou a atenção em janeiro, mês de férias escolares, a queda do alcance diário médio de todos os canais pagos entre o público infantojuvenil. Enquanto em janeiro de 2009, o alcance diário médio foi de 49,88%, em 2010 foi de 40,77%. O tempo médio diário de audiência foi de duas horas e 41 minutos. O primeiro lugar do ranking entre o público de quatro a 17 anos ficou com o Disney Channel, com 13,81% de alcance diário médio e tempo médio diário
de audiência de 59 minutos, seguido de Discovery Kids, Cartoon Network, Nickelodeon e Multishow. O levantamento do Ibope Mídia considera as praças Grande São Paulo, Grande Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Distrito Federal, Florianópolis e Campinas. Daniele Frederico
Alcance* e Tempo Médio Diário – JANEIRO 2010 Total canais pagos Multishow TNT Globo News SporTV Warner Channel Fox Universal Channel Discovery National Geographic Discovery Kids Cartoon Network Telecine Pipoca GNT Disney Channel SporTV 2 AXN Telecine Premium Megapix Telecine Action Nickelodeon
De 4 a 17 anos**
(Das 6h às 5h59)
Alcance (%) Indivíduos (mil) Tempo Médio 44,22 3.430,68 02:21:03 10,36 803,72 00:20:30 9,98 774,07 00:27:10 9,15 710,03 00:32:35 8,43 654,32 00:36:05 7,88 611,49 00:25:40 7,87 610,57 00:26:02 7,15 554,87 00:33:35 7,01 543,97 00:21:06 6,39 495,42 00:17:38 6,29 488,15 00:52:45 6,17 478,78 00:35:39 6,13 475,87 00:30:38 5,93 460,34 00:17:34 5,91 458,85 00:30:27 5,51 427,62 00:17:45 5,48 425,15 00:24:57 4,89 379,55 00:25:23 4,58 355,53 00:21:40 4,47 346,97 00:24:08 4,38 340,14 00:29:29
Total canais pagos Disney Channel Discovery Kids Cartoon Network Nickelodeon Multishow Disney XD Fox TNT SporTV Telecine Pipoca Boomerang Warner Channel Universal Channel Discovery Globo News National Geographic Megapix AXN SporTV 2 Telecine Premium
(Das 6h às 5h59)
Alcance (%) Indivíduos (mil) Tempo Médio 40,77 634,46 02:41:59 13,81 214,88 00:59:38 13,14 204,43 01:30:58 12,95 201,47 00:58:35 10,34 160,89 01:02:23 8,17 127,13 00:24:07 7,02 109,30 00:36:12 6,94 108,09 00:26:24 6,48 100,90 00:20:21 5,27 82,00 00:25:41 5,23 81,47 00:29:38 4,93 76,70 00:23:27 4,40 68,56 00:19:15 4,31 67,13 00:16:26 4,20 65,32 00:22:19 3,64 56,65 00:17:36 3,61 56,21 00:13:33 3,35 52,23 00:16:07 3,26 50,81 00:12:01 3,22 50,11 00:12:05 3,10 48,18 00:24:18
*Alcance é a porcentagem de indivíduos de um “target” que estiveram expostos por pelo menos um minuto a um determinado programa ou faixa horária.
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**Universo 1.556.500 indivíduos Fonte: IBOPE Media Workstation – Tabela Minuto a Minuto - Janeiro/2010
**Universo: 7.758.900 indivíduos
Acima de 18 anos**
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A EXPLOSÃO DAS APPLICATION STORES E DAS LOJAS DE CONTEÚDOS DE MÚSICAS E VÍDEO.
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Os sem-Copa Veículos sem os direitos de transmissão dos jogos da Copa do Mundo pegam carona no evento esportivo com programação especial sobre a competição, focada principalmente no jornalismo e no torcedor.
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e 11 de junho a 11 de julho, período no qual acontece a Copa do Mundo 2010 na África do Sul, é certo que o público brasileiro, tradicionalmente apaixonado pelo futebol, terá a atenção voltada para todos os lances da competição. Na disputa pela audiência, evidentemente, entram em campo como favoritos a levantar a taça os canais que têm os direitos de transmissão dos jogos (Globo e Band na TV aberta e SporTV, BandSport e ESPN na TV paga). No entanto, o fato de não poder exibir as partidas não intimida os adversários, que também têm suas táticas para levar ao ar programação baseada no evento e aproveitar todas as possibilidades comerciais decorrentes dela. A Record, que tem investido em seu núcleo de esportes para firmarse como a emissora do esporte olímpico no País devido a uma série de competições das quais adquiriu o direito de transmissão, também se prepara para o evento de futebol com um projeto batizado “O Outro Lado da Copa”. Como explica Douglas Tavolaro, vice-presidente de jornalismo e esportes do canal, o foco da Record serão os assuntos que rodeiam a competição. Entre maio e julho de 2010, será realizada a cobertura completa com uma equipe na África do Sul. Serão produzidos blocos especiais com entradas ao vivo em todos os programas jornalísticos FOTOS: divulgação
da Record e do Record News. No período de competição, a ideia é não se restringir aos resultados dos jogos, mas levar ao telespectador detalhes e curiosidades do evento. Estão previstos boletins e programas especiais que mostrarão toda a organização e o planejamento do Mundial, além de curiosidades das seleções e histórias de edições anteriores. Para o projeto “O Outro Lado da Copa”, a emissora colocou no mercado quatro cotas nacionais (no valor de aproximadamente R$ 28 milhões para Record e Record News) e uma local, para São Paulo, no valor aproximado de R$ 7,3 milhões. De acordo com Walter Zagari, vice-presidente comercial da Record, o mercado anunciante recebeu com interesse a proposta. Até
o fechamento desta edição, segundo o executivo, já havia algumas cotas fechadas e outras em processo adiantado de negociação, porém, por questões estratégicas, os cotistas não poderiam ser revelados. Procurado por TELA VIVA, o SBT informou por meio de sua assessoria, sem mais detalhes, que também realizará uma cobertura jornalística “diferenciada” e que, em época de Copa do Mundo, o faturamento da emissora costuma aumentar em 20% devido a ações de anunciantes. Paixão nacional Com programação inteiramente focada em esportes, o Esporte Interativo já está com ações para a Copa do Mundo em sua programação desde agosto do ano passado. O
“Nosso foco será a paixão do torcedor. Vamos olhar do ponto de vista dele, como ele se relaciona com a Copa”. Maurício Portela, do Esporte Interativo
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canal, que exibe os principais campeonatos internacionais de futebol, incluiu nas transmissões o quadro “Figurinhas da Copa”, com destaque para os jogadores que devem defender suas seleções no Mundial. No final dos jogos, há a eleição do craque de Copa. Maurício Portela, diretor de programação do canal, conta que ainda há mais ações planejadas para o evento. “Nosso foco será a paixão do torcedor. Vamos olhar do ponto de vista dele: como ele se relaciona com a Copa”. Dessa forma, o canal criou um reality show com o propósito de levar dois torcedores à Copa do Mundo. Dez participantes serão selecionados por meio de vídeos enviados ao canal. Entre abril e maio, os escolhidos participarão de tarefas diárias em que devem mostrar o que são capazes de fazer pela seleção brasileira de futebol. Os dois finalistas partem em junho para a África do Sul e, lá, ainda terão que cumprir provas para ganhar os ingressos para os jogos. A atração, como informa o diretor comercial do Esporte Interativo, Sérgio Lopes, terá o patrocínio da Visa, além de mais dois patrocinadores que estão em fase final de negociação. O programa sofreu algumas alterações
para os internautas”, acrescenta Portela, destacando que o espectador também poderá acompanhar pela web o reality em relação à concepção show e as dicas do “Rei da Copa” original e ganhou o nome de ao vivo ou em pílulas sob demanda. “Go Brasil”, reforçando o Lopes observa que a proposta conceito da campanha “Go” da multiplataforma do canal e a bandeira de cartão de crédito, familiaridade do Esporte Interativo de “ir com Visa”. com o tema futebol são aspectos A cobertura jornalística, importantes para as decisões dos além de transmitir o ponto de anunciantes. “A gente tem uma vista jornalístico e esportivo, deve estar relação muito íntima com futebol, voltada também para os torcedores. Doze transmitimos os campeonatos nos profissionais serão enviados à África do quais jogam os jogadores brasileiros. Sul para a exibição de programas ao vivo. Os projetos têm uma cara de Copa do A grade de programação no período da Mundo mais natural”, diz “Ainda tem Copa abrirá espaço para boletins de 15 muita coisa para sair. Estamos minutos e um programa trabalhando para ser diário chamado “Febre de uma plataforma de terra terá Copa”, que terá duas edições, unidade móvel e comunicação do tema sendo uma delas direto do Copa do Mundo para satélite 24 horas nossos anunciantes”. país sede do evento. da áfrica do sul. Outro produto criado especialmente para o Pra sacudir a rede evento é o fantasy game “Rei da Copa”, Os portais, que também têm com conteúdo integrado nas plataformas disputado bastante a audiência mobile, Internet e televisão. Trata-se de especialmente em eventos esportivos um jogo online em que os participantes com competição em horário escalam um time tendo à disposição comercial, prime time da Internet, todos os nomes dos jogadores que estão também se preparam para a Copa do participando do evento. A pontuação dos Mundo. Os horários de jogos da Copa internautas depende do desempenho do Mundo são às 8h30, 11h e 15h30. real dos jogadores na disputa. “Os “É um tema que domina o cotidiano participantes podem receber dicas no do brasileiro. A audiência deve ser celular sobre quem está indo bem e muito grande”, diz Antonio Prada, quem está indo mal e também haverá o diretor de conteúdo e produto do programa de TV ‘Rei da Copa’ com dicas Terra para a América Latina. Em Douglas Tavolaro, da Record: a emissora criou o projeto “O Outro Lado da Copa”, em que explorará temas que rodeiam a competição.
É notícia A Globo News preparou dois programas especiais com o tema Copa do Mundo. O canal de notícias da Globosat leva ao ar todos os sábados desde fevereiro a série “80 Anos de Copa”, com oito programas especiais sobre os 80 anos de competição. O programa tem apresentação de Thiago Leifert e reportagens de Antônio Maria Filho. Entre os entrevistados, estão jogadores e jornalistas que testemunharam momentos marcantes da seleção brasileira no campeonato, com exibição de trechos de vitórias, decepções, craques e histórias curiosas. Para 11 de abril, às 23h, está prevista a estreia de “Expedição África do Sul: o País da Copa”, uma série especial de seis episódios em que a apresentadora Cristina Aragão mostrará a África do Sul não apenas nos aspectos relacionados à Copa do Mundo. Ela falará sobre temas como cultura, economia e política. Além do programa, Cristina terá um blog no qual postará em tempo real fotos e textos sobre os bastidores de sua viagem.
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“80 Anos de Copa”, atração da Globo News sobre o Mundial.
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“É um tema que domina o cotidiano do brasileiro. A audiência deve ser muito grande”.
relação ao campeonato de 2006, o Terra triplicou a equipe enviada ao local do evento. Este ano serão 30 pessoas, que devem cobrir não só o dia-a-dia dos jogos e as diversas seleções, mas também os bastidores. A cobertura começa já no início de maio, quando o site dedicado ao evento deve estar no ar com todas suas funcionalidades (integração às redes sociais, testes, enquetes, entre outros). Segundo Prada, o portal também investiu em produção de vídeo. Neste ano, o Terra terá uma unidade móvel exclusiva e um satélite 24 horas. O portal ainda terá um
FOTOS: divulgação
( programação)
Antonio Prada, do Terra
estúdio onde serão gravadas mesas redondas em português e em espanhol para a América Latina. O UOL lançou um site especial na semana do sorteio das chaves. Murilo Garavello, editor de esportes do portal, conta que até o início do evento algumas novidades devem entrar no ar. “O foco é tentar fazer com que as pessoas
participem da cobertura”, explica ele. O portal vendeu quatro cotas master para o Bradesco, Volkswagen, McDonald’s e Coca-Cola. O iG também lançou no final de fevereiro um hotsite dedicado ao campeonato. Todos sabem que para marcar pontos com a audiência, com ou sem os direitos de transmissão dos jogos, é importante chutar ao gol. *Colaborou Daniele Frederico
Posse de bola Os canais que têm os direitos de transmissão dos jogos contam parte de suas estratégias para a Copa do Mundo.
SporTV
Terá transmissão de todos os jogos da competição ao vivo e em HD em seus quatro canais: SporTV, SporTV HD, SporTV 2 e SporTV2 HD. Mais de 50 profissionais estarão envolvidos na cobertura com correspondentes na Argentina, EUA, México, Itália, Alemanha, França, Inglaterra, Portugal, Espanha, Sérvia, Eslovênia, Líbia e Coreia do Sul. Os canais terão dois programas especiais para o evento, o “Bom Dia África”, das 7h às 8h30, e “Show da Copa”, das 20h às 22h. O canal terá um estúdio na África do Sul e parceria das afiliadas para a cobertura no Brasil. O site www.sportv.com.br e aplicativos em iPhone e iPod Touch também trarão informações. O site do canal ainda terá o bolão oficial da Copa do Mundo no Brasil, premiando os vencedores com 64 TVs LCD e um carro. O SporTV fechou as cotas de patrocínio para a Copa do Mundo de Futebol com mais de um ano de antecedência. Ambev, Castrol, HSBC, Kia, Mc Donald´s e Visa adquiriram o direito de receber 10.970 inserções cada na programação do canal. O valor de tabela de cada cota foi de R$ 20,8 milhões.
Globo
As cotas de patrocínio da Rede Globo para a Copa do Mundo de Futebol 2010 foram comercializadas. Os seis cotistas são: Coca-Cola, Itaú, Ambev, Olympikus, Oi e Fiat. Somadas, as cotas totalizam cerca de R$ 490 milhões.
Bandsports
O Bansports vai se dedicar 24 horas por dia ao assunto Copa do Mundo durante a competição. A ancoragem da transmissão será dividida entre os estúdios na África, links na concentração da seleção brasileira e os estúdios de São Paulo. No final da noite, deverá ser feita uma mesa redonda com convidados nos estúdios da África e de São Paulo. Os jogos serão transmitidos sempre ao vivo e depois reprisados, conforme a importância de cada um. Quando houver dois jogos simultâneos, o canal vai transmitir ao vivo a partida considerada mais importante e apresentar o segundo jogo logo em seguida. Viajarão para a África 25 profissionais do Bandsports que formarão um pool de jornalismo com os profissionais do canal aberto do Grupo Bandeirantes. O Bandsports tem como patrocinador top a Embratel e cotas de patrocínio negociadas com Caixa Econômica Federal, Samsung, Volkswagen, Itaipava, Gilette e Continental (pneus).
ESPN
Band
A Band abrirá espaço na grade para a Copa do Mundo no mês da competição. A emissora transmitirá os 64 jogos da Copa do Mundo em full HD. Durante os doze dias da primeira fase, por exemplo, serão exibidas as três partidas programadas, duas
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pela manhã e uma à tarde. A Band vai transferir cerca de 120 profissionais para a África do Sul. Âncoras do jornalismo também irão para o país sede da Copa, o Jornal da Band, principal noticiário da emissora, terá parte de sua apresentação feita ao vivo da África. A emissora também coloca no ar vários programas especiais de pré e pós jogo. Dois repórteres do humorístico “CQC” também serão destacados para cobrir a Copa. Os patrocinadores são: Samsung, Caixa Econômica Federal, cerveja Itaipava, Volkswagen, Casas Bahia e Petrobras. O valor de tabela de cada cota é de R$ 145 milhões. Além dos patrocinadores, há vários produtos fechados. A Embratel ficou com o top de cinco segundos, a Gillette está na vinheta de próxima atração e a Nestlé adquiriu a cota de participação.
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Os 64 jogos da competição serão exibidos ao vivo divididos nos três canais: ESPN, ESPN Brasil e ESPN HD. O canal em alta definição exibirá jogos e programas jornalísticos, com a mesma programação do ESPN Brasil. Cerca de 80 profissionais viajarão à África do Sul para a cobertura. Os anunciantes Allianz, AmBev, Caixa Econômica Federal, Samsung e Kia adquiriram cota master, que dá direito a inserções na TV, celular, Internet e na assinatura de ações promocionais. A Dicico ficou com o top de cinco segundos e Coca-Cola e McDonald’s com a cota de participação. Pioneer e Boehringer ficaram com apoio.
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Fora da lei
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produção. “Esse Pinóquio é um fora da lei. Foram muitos desenhos e testes para chegar a esse personagem, com essas roupas, com esse jeito de andar”, lembra o diretor. Além do movimento real feito pelos manipuladores, algumas cenas contaram com a ajuda da animação, em especial os planos abertos. É o caso da cena em que o Pinóquio pula de um prédio para outro, ou da que sobe escadas. Para construir um boneco 3D fiel ao real, a produtora Tribbo utilizou vídeos gravados pela BossaNovaFilms. “Mesmo nas cenas em que utilizaríamos apenas o 3D, tivemos que atuar com o boneco, para passar as informações para a Tribbo”, conta Ferré. Os momentos de maior desafio foram aqueles que envolveram uma mistura de técnicas, como a cena em que o Pinóquio é capturado pelos policiais. “Neste momento, havia um manipulador para fazer os movimentos dos braços. Já as pernas do boneco, na mesma cena, foram animados em 3D”, conta o diretor. “O que eu queria, com a mistura de técnicas, era não atrapalhar a história, e deixar a sensação de ‘onde está o truque?’”, explica Ferré. Ao final, a pós-produção também teve como trabalho apagar todos os cabos e varetas utilizados para a realização de movimentos do boneco.
fotos: divulgação
inóquio, personagem de Carlo Collodi que simboliza os mentirosos, adquiriu uma nova cara no comercial criado pela AlmapBBDO para o Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária), organização que defende a ética na publicidade. No filme, produzido pela BossaNovaFilms, um Pinóquio malencarado representa a propaganda enganosa e é perseguido nas ruas escuras da cidade por policiais, que por sua vez representam o Conar. A perseguição noturna teve lugar em diferentes pontos da cidade de São Paulo, como a avenida Nove de Julho, o Fórum João Mendes e o Minhocão. A estética do projeto foi toda baseada em filmes policiais dos anos 60 e 70, com becos escuros e ambientes sombrios. Para filmar as cenas com pouca luz, o diretor do filme, Luiz Ferré, foi ao limite da câmera. “Encontramos essa ótica com a câmera Red, de cinema digital, e o uso de lentes mais clássicas”, conta o diretor. Para dar vida ao famoso personagem, o diretor optou por um boneco real, realizado pela Cem Modos/Criadores & Criaturas. Quatro manipuladores ficaram responsáveis pelos movimentos do boneco de 65 cm, sendo dois para mover braços e pernas e outros dois para controlar via rádio os oito motores na cabeça de Pinóquio - esses motores promovem movimento dos olhos, nariz, boca etc. “Fiquei uma semana no Rio de Janeiro com os manipuladores para ensaiar essas cenas, as reações do personagem, os tipos de movimento”, conta Ferré. Definir as feições deste Pinóquio “mau-caráter” foi um trabalho minu cioso, para o qual o diretor trabalhou juntamente com a agência e com os realizadores do boneco. Foram cerca de dois meses e meio apenas de pré-
ficha técnica
Quatro manipuladores garantiram os movimentos do boneco e algumas cenas contaram com a ajuda da animação.
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Título Anunciante Agência Direção de criação Criação Produtora Direção Fotografia Trilha/Locução Montagem/Edição Finalização
Pinóquio Conar AlmapBBDO Marcello Serpa Renato Simões, Bruno Prosperi BossaNovaFilms Luiz Ferré Fe Oliveira DVM Estevan Santos Tribbo
Inglês em um pulo
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altar de prédios, andar em paredes, pular de escadas. Pode-se pensar que para filmar um comercial com esses movimentos seriam necessários diversos efeitos especiais e muita pós-produção. No entanto, no comercial criado pela Script e produzido pela Conspiração para a escola de idiomas Cultura Inglesa, o ator principal realiza todas essas aventuras sem a ajuda de efeitos. Uma sala de aula enfadonha é o ponto de partida para uma corrida cheia de obstáculos. O adolescente decide sair da monotonia daquela aula para uma sequência de manobras, saltos e corrida até ultrapassar a barreira que divide o ensino tradicional daquele em que se aprende através da experiência. Para a realização de todas essas manobras, a produtora selecionou um ator praticante de Le Parkour, uma modalidade de esporte que envolve o deslocamento acelerado de um ponto a outro com quebra de barreiras utilizando essencialmente o corpo como motor. Além dele, outros dois dublês foram chamados para o comercial. “O ator principal fez a maior parte das cenas, mas chamamos os dublês para as tomadas mais abertas porque o trabalho é muito exaustivo”, conta o diretor Andrucha Waddington. Um instrutor coreografou o trajeto. Todos os movimentos foram realizados pelo ator, que contou apenas com um recurso de produção: um colchão foi colocado no piso para a sua proteção. Em algumas cenas, esse colchão foi deixado fora do enquadramento e em outras foi apagado na pós-produção. Além deste momento, a pósprodução só teve de entrar em
cena nos dois finais do comercial. Isso porque havia duas opções de conclusão. Embora as duas tenham sido exibidas na televisão (nas praças Rio de Janeiro, Macaé, Brasília, Goiânia, Porto Alegre e Caxias do Sul), a agência realizou uma ação interativa em cinemas, onde o público assistia à primeira parte do comercial e era convidado a escolher entre dois finais: em um deles, o jovem atravessa uma parede e encontra do outro lado uma estação de metrô. No outro, o ator quebra a mesma parede, mas cai de um penhasco direto para o mar - cena que foi gravada com a ajuda de um trampolim. As cenas que envolvem Le Parkour foram montadas de forma a parecer que o salto que começa em um lugar termina com o ator tocando o chão de outro local. “Houve uma preocupação com a decupagem técnica e com a coreografia, para dar credibilidade à ação”, diz o diretor. Além de dar continuidade a todos os pulos, o diretor diz que a preocupação foi transmitir a angústia por estar aprisionado e a sensação de liberdade com a passagem para o outro lado. As cenas foram captadas no campus do Fundão da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
ficha técnica Agência Script Comunicação Produtora Conspiração Direção Andrucha Waddington Coord. de produção Tania Pacheco Produção Tim Maia Direção de fotografia Ricardo Della Rosa Coord. de pós-produção Adriana Basbaum e Marcelo Barros Finalização Melissa Flores Edição Sergio Mekler Supervisão de efeitos Cláudio Peralta
Comercial contou com duas opções de final: em uma o praticante de Le Parkour cai no mar e na outra sai no metrô.
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( produção) Daniele Frederico
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Brasil em três dimensões Sucesso de “Era do Gelo 3” e “Avatar” impulsiona a produção de filmes e séries para exibição 3D no Brasil. Produtores independentes começam a fazer as primeiras experiências, mas custo ainda é alto. FOTOs: DIVULGAÇÃO
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sucesso de produções internacionais como “Era do Gelo 3” e, mais recentemente, “Avatar” nas bilheterias brasileiras tem despertado o interesse da produção nacional pela exibição 3D. O filme de James Cameron superou as expectativas e tornouse o filme de maior bilheteria da história do cinema. Embora a tecnologia de exibir imagens em terceira dimensão, procurando imitar a percepção do olho humano, não seja recente, foi com o barulho feito por filmes como o de Cameron que ela começou a ser amplamente difundida. Dados da Ancine indicam que há atualmente no Brasil 110 salas equipadas para esse tipo de exibição e outras duas a ponto de serem inauguradas. Esse movimento em torno do 3D fez com que as produtoras brasileiras começassem a tocar seus projetos tridimensionais ou ainda a adaptar filmes que deveriam ser exibidos da maneira convencional para que suas imagens tenham profundidade e saiam da tela. A produção que está mais perto de se tornar o primeiro filme brasileiro em 3D estereoscópico é “Brasil Animado”, longa metragem da Mariana Caltabiano Criações, que mescla animação e live action e tem previsão de estreia em outubro deste ano. O longa conta a história de Stress e Relax, dois amigos muito diferentes um do outro, que partem em uma aventura para encontrar uma árvore rara, com
“Brasil Animado”: longa que mistura animação e live action deve ser o primeiro filme brasileiro em 3D estereoscópico.
mais de mil anos, o grande jequitibá rosa. Enquanto Stress pensa em negócios, Relax é sossegado e é sempre convencido pelo amigo a embarcar em suas investidas. E nessa viagem, os dois personagens em animação passam por diferentes cidades e cenários brasileiros, captados em live action, conhecendo e mostrando a música, as
de um ano se tornou um projeto de filme 3D, com a entrada da TeleImage e da Globo Filmes como parceiras. As imagens reais foram captadas durante o mês de novembro de 2009 com duas câmeras Sony EX3 e um rig da P+S Technik. Vale lembrar que para
atualmente, existem no brasil 110 salas de exibição 3d e outras duas a ponto de serem inauguradas. danças, as comidas, os animais e a natureza de cada um desses lugares. E como o objetivo não era ser um filme complicado, mas uma história que as crianças pudessem entender, há muitos estímulos visuais e humor. O projeto, que começou a ser pensado no começo de 2008, há cerca
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fazer a captação 3D são necessárias duas câmeras alinhadas. O estereógrafo faz o cálculo de distância dos objetos (para definir a profundidade) e a convergência das câmeras. “É preciso calcular a distância entre o objeto mais próximo e o mais distante e então
ajustar o foco das duas câmeras”, conta Mariana Caltabiano, diretora de “Brasil Animado”. Para a diretora, uma das maiores dificuldades da captação em 3D foi o peso de todo esse equipamento. “Existe uma questão física envolvida. Foi preciso carregar esse equipamento em dunas de areia, por exemplo”, compartilha. “Às vezes dava uma agonia, de perder agilidade na filmagem. Se queríamos filmar algo no improviso, como um avião passando, não podíamos, pois é preciso tempo para fazer os cálculos e posicionar as câmeras”, conta Mariana. Ela lembra ainda que o pagamento por excesso de bagagem nos aeroportos tornou-se uma constante. Uma das características que a equipe tinha a seu favor durante a captação era o fato de seu roteiro não ser muito rígido quanto às
“Nós brasileiros temos que entender como fazer ficção 3D com os orçamentos que trabalhamos hoje” Mariana Caltabiano, da Mariana Caltabiano Criações
cenas documentais. Assim, cenas que não estavam programadas acabaram enriquecendo as filmagens. Foi o caso da imagem de um tucano, obtida em Foz do Iguaçu, que na exibição no cinema deve ter seu bico “saindo” da tela, em direção ao público. Enquanto o improviso pôde ser aproveitado em alguns momentos, certas cenas programadas tiveram de ser eliminadas. Mariana conta que gostaria de ter feito uma tomada aérea da Amazônia para este filme. “A ideia foi abandonada pela necessidade de deixar as câmeras muito bem alinhadas. As câmeras iam bater, o 3D
não ia sair direito”. A necessidade de manter as câmeras alinhadas, porém, não significa que as cenas em movimento não possam existir no 3D. Em “Brasil Animado”, além do “camera car”, utilizado para filmar os personagens percorrendo a avenida Paulista, por exemplo, foram utilizados barcos em cenas nas Cataratas do Iguaçu e também em rios da Amazônia. Para captar esse tipo de
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( produção) FOTOs: DIVULGAÇÃO
oportunidade, a diretora acompanhava toda a filmagem em tempo real em um monitor, usando os óculos especiais. “O que facilitou a captação é que quem conduz a história é a animação. Não há falas no material ao vivo”, diz Mariana. Embora tenha optado pela exibição 3D, os dois personagens, ou seja, a animação, são feitos em 2D. A escolha pela técnica tradicional aconteceu primeiro porque a diretora gosta da estética desse Para Rodolfo Patrocínio, da Digital 21, principal desafio para levar tipo de animação e tem uma “Astronauta” para TV em 3D é modelo de negócios. equipe em sua produtora pronta para trabalhar, e também pelo licenciamento de produtos, e também preço. “Fazer isso em computação patrocinadores”, diz. “Nós brasileiros gráfica, animação 3D, é muito caro temos que entender como fazer ficção e se não for muito bem feito, fica 3D com os orçamentos com que mecânico”, diz. Apesar de serem trabalhamos hoje”. O próximo passo é 2D, eles também “sairão” da tela encontrar uma distribuidora. em momentos da exibição. Marcelo Siqueira, diretor técnico da O preço é um dos fatores que TeleImage, parceira na produção, conta mais assusta os que se aventuram que o custo é realmente mais alto, e na produção para cinema 3D. que isso piora quando existem efeitos Mariana conta que produzir sai especiais no filme. Há um ano, a quase o dobro do preço em relação finalizadora montou uma equipe a uma produção sem esse recurso. exclusiva para esse tipo de trabalho. “O que facilitou o nosso processo é Apesar do alto custo, nem só de que a parte ao vivo do projeto era dificuldades é feito o cinema para mais documental. Se você trabalha exibição 3D. Além de ganhar o título de com atores de carne e osso, isso pioneira neste tipo de produção, Mariana encarece o filme”, diz. Ela conta que uma das características que levam ao encarecimento do projeto Televisão experimenta é o tempo dos profissionais. O estereógrafo, por exemplo, precisa Em fevereiro último, a Rede Globo e a fazer novos cálculos a cada cena, Net uniram-se para realizar a enquanto o editor precisa realizar transmissão dos desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro ao vivo e em a edição do dobro de material. 3D, em caráter experimental. Apenas “Ele precisa editar o material do TVs habilitadas a reproduzir o sinal 3D ‘olho direito’ e do ‘olho esquerdo’”, (não disponíveis no Brasil), foram diz Mariana, lembrando que cada capazes de exibir a transmissão. A Net anunciou à ocasião que buscará câmera que capta o filme realiza a oferecer conteúdos de alta definição em função de um dos olhos. 3D até o final de 2010. Para isso, a O “Brasil Animado” foi empresa estima investir R$ 200 milhões em TV digital, alta definição e realizado com recursos captados 3D. Segundo a empresa, os via Artigo 1°, mas o projeto terá decodificadores de alta definição da de ser redimensionado, de um operadora já estão aptos a receber os orçamento de R$ 1 milhão para sinais em 3D. No entanto, mesmo com uma TV apta a receber o sinal, é cerca de R$ 3 milhões. “Espero preciso a utilização de óculos especiais. compensar o orçamento com os subprodutos do filme, como
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conta que “Brasil Animado” foi interessante como experiência para trabalhar com a tecnologia. “Aprendi, por exemplo, que na hora de escrever o roteiro já dá pra pensar em quais ‘brincadeiras’ quero fazer”, diz. Com “Brasil Animado” em fase de montagem, a diretora deu início à produção de outro filme 3D. O longa de “Zuzubalândia”, porém, será totalmente em animação, sem cenas documentais. “O 3D é um pouco mais complexo, mas sou uma encorajadora”, diz. “Gostaria de ver uma filmagem com atores”, comenta. Saindo da telinha Quem também se aventura de maneira independente no universo da exibição 3D, desta vez para televisão, é a Digital 21. A produtora paulistana prepara, em coprodução com os estúdios Mauricio de Sousa, a série animada “Astronauta”, focada no personagem de mesmo nome. A ideia é fazer uma série em animação 3D que possa ser vista em terceira dimensão em televisores convencionais, com a ajuda de um par de óculos bipolares (semelhante aos anaglíficos). Segundo o sóciodiretor da Digital 21, Rodolfo Patrocínio, o primeiro episódio da série fica pronto este ano, e a série está sendo negociada com canais nacionais e internacionais. “Espero que a estreia aconteça em 2011”, diz. Ele conta que a principal dificuldade da produção não tem sido a técnica, já que no caso da animação é preciso “apenas” renderizar mais uma vez, ou seja, finalizar o filme duas vezes. O verdadeiro desafio, segundo Patrocínio, tem sido encontrar o modelo de negócios. As produtoras estão fazendo a série com recursos próprios, sem utilização de leis de
incentivo, e esperam “Tarsilinha”, com pano de comercializá-la para as fundo inspirado nas obras televisões em seguida. de Tarsila do Amaral. Além “Estamos discutindo muito do longa, faz parte do mais qual é o modelo de projeto uma série de negócios do que a técnica, que 52 episódios de sete é mais fácil”, diz, lembrando minutos cada. que o orçamento da série é de Mistrorigo conta que o US$ 7,5 milhões. Ele conta projeto da “Tarsilinha” que uma das principais sempre foi pensado para ser discussões é sobre a 3D, já que a obra da artista distribuição dos óculos, para a tem a característica qual está desenhando uma tridimensional. Além disso, parceria com uma rede assim como “Peixonauta”, a varejista. “Ainda não sabemos decisão final foi tomada por qual vai ser o modelo observação do mercado. operacional disso. Sabemos “Embora a técnica seja Longa “Tarsilinha”, da TV Pingüim, será realizado em animação 3D para exibição tridimensional. que os óculos serão gratuitos antiga, não existia a projeção. para a audiência, mas não Agora, além de haver sabemos se serão oferecidos no Brasil pela Discovery Kids, também estrutura, o 3D conta como através de uma promoção, ou de deve ser exibido em 3D (embora a negócio na distribuição”. Para o fidelidade a algum produto”. animação seja tradicional). O produtor produtor, o mercado já está Ele tem se questionado Kiko Mistrorigo conta que além do pedindo produções para esse tipo também sobre as possibilidades de exibição. com o aumento do número de salas, nos intervalos comerciais. “Como Quem eu faço com o break comercial? mercado audiovisual tem requisitado também acha Faço 3D também? Estamos todos que o mercado produções para exibição 3d. aprendendo. Acredito que isso vá tem interesse mudar até o jeito de encarar a roteiro cheio de ação - no longa, o em produções 3D é Siqueira, da mídia”, diz o diretor, que afirma personagem vai para a cidade - o efeito TeleImage. Ele conta que tem dois estar considerando também a “multiplano” é um diferencial. “Queria projetos em andamento e uma exibição dos episódios em salas diferenciar o filme dos episódios de 11 novela de Arlete Siaretta em de cinema. minutos da TV”, diz. produção, para exibição com uso de Quem se prepara para migrar Embora o filme ainda esteja em óculos. Perguntado se está sendo da televisão para a tela grande é o fase de pré-produção, a TV Pingüim já procurado para a realização de “Peixonauta”, da TV Pingüim. O prepara uma outra animação para produções 3D, ele responde: “Sim, longa do desenho animado exibido exibição 3D em cinema. Trata-se de todos os dias”.
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As Melhores Coisas do Mundo FOTOs: divulgação
Gullane Filmes, Casa Redonda e Buriti Filmes apostam no público adolescente com longa-metragem coproduzido e distribuído pela Warner. Esta matéria faz parte de uma série que Tela Viva publica mensalmente, explicando o desenvolvimento de projetos audiovisuais bem sucedidos, sob o ponto de vista do modelo de negócios e do financiamento.
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m convite caiu como uma luva aos projetos da Gullane Filmes. No final de 2006, o produtor Fabiano Gullane foi procurado pelo jornalista Gilberto Dimenstein, pela Warner e pela Casa Redonda, empresa que trabalha com projetos ligados às áreas Equipe de produção criou grupo de estudo formado por estudantes de 30 escolas para de cultura e de educação, para chegar a uma linguagem que agradasse ao público do filme. participar de um projeto cuja ideia era levar para a linguagem audiovisual a Cássio Amarante (“O Ano em Que Meus As filmagens aconteceram ao longo série de livros “Mano: o Cidadão Pais Saíram de Férias”) para a direção do primeiro semestre de 2009 na Aprendiz”, em que Dimenstein e de arte, Daniel Rezende (“Cidade de cidade de São Paulo. Boa parte do Heloísa Prieto mergulham no universo Deus”) para a montagem, e Mauro filme se passa em uma escola e a adolescente abordando as descobertas Pinheiro (“Mutum” e “Linha de Passe”) produção utilizou uma escola real de um grupo de amigos. “Buscávamos para a direção de fotografia. como locação, o Liceu Pasteur, na Vila um filme assim: que tivesse ao mesmo Mariana. “Este colégio tem um tempo potência artística e comercial. Ao gosto do freguês calendário mais próximo ao calendário Discutíamos este tipo de projeto porque Entre 2007 e 2008 o filme passava pela de aulas europeu. No período em que observávamos muitos jovens nas salas etapa de desenvolvimento. “O grande precisávamos gravar, os alunos de cinema e poucos filmes brasileiros desafio era fazer um filme para o público estavam de férias. Foi mais fácil para para este público”, conta Gullane. jovem feito por pessoas mais velhas. a equipe e a figuração entrarem lá”, A produtora aceitou o convite e o Decidimos entrar fisicamente no mundo observa Gullane. passo seguinte foi a definição de jovem desde os primeiros tratamentos de No filme, o protagonista parceiros criativos para o longaroteiro para chegarmos a um tom de filme Hermano, mais conhecido como metragem. Gullane que dialogasse Mano, um garoto de quinze anos, Filme orçado em verdadeiramente com o apresentou a vive alguns problemas da passagem proposta à diretora público”, explica Gullane. da vida infantil para a vida adulta. Os R$ 6 milhões foi Laís Bodanzky e ao pais se separam, ele descobre a financiado com Para isso, a equipe criou roteirista Luiz um grupo de estudos com homossexualidade do pai, se recursos dos Bolognesi, da Buriti estudantes de 30 escolas apaixona por uma das garotas mais artigos 1º e 3º da de São Paulo e do Rio de Filmes. “Um ponto populares do colégio, busca uma de destaque no maneira de perder a virgindade e Lei do Audiovisual. Janeiro. Este público filme é a equipe participou diretamente do convive com o irmão em depressão técnica. Sabíamos que para desenvolvimento do roteiro e palpitou no devido ao fim de um namoro. Temas concorrer com filmes estrangeiros de primeiro corte do filme, além de ser como ética, medo, preconceito, qualidade tínhamos que colocar consultado em outros processos, como a bullying e o sentido da família são 100% de qualidade na tela”, destaca escolha do nome do longa, do cartaz e do abordados ao longo do filme. o produtor, que escalou nomes como elenco adolescente. Um elenco estreante no cinema,
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como Francisco Miguez, que interpreta Mano, e Gabriela Rocha, que faz o papel de Carol, melhor amiga do protagonista, contracena com artistas já experientes em cinema e televisão, como Denise Fraga, Caio Blat e Paulo Vilhena. O objetivo da diretora era obter naturalidade nos diálogos e fluidez na utilização de gírias. A preparação de elenco é de Sergio Penna, que acumula no currículo trabalhos em produções como “Bicho de Sete Cabeças”, “Chega de Saudade” e “Lula - O Filho do Brasil”. Lançamento O filme, com orçamento de R$ 6 milhões, deve chegar às salas de cinema em meados de abril. Segundo Gullane, os recursos vieram dos Artigos 1º e 3º (com aporte da distribuidora) da Lei do Audiovisual. Entre as empresas patrocinadoras estão Petrobras, BNDES, Bradesco, MRS e ArcelorMittal, Comgás, Eletropaulo e Sabesp. Para o lançamento, Fabiano adianta que a Warner deve trabalhar bastante com Internet e fazer ações diretas de guerrilha nas escolas, com parcerias de emissoras de rádio e operadoras de telefonia celular para a criação de promoções. Depois da estreia no Brasil, conta o produtor, o próximo passo é a colocação internacional do filme. Ana Carolina Barbosa
Sinopse: Mano tem 15 anos. Adora tocar guitarra, beijar na boca, rir com os amigos, andar de bicicleta e ir a baladas. Um acontecimento na família faz com que ele perceba que virar adulto nem sempre é tarefa fácil: a popularidade na escola, a primeira transa, o relacionamento em casa, as inseguranças, os preconceitos e as descobertas do amor. Em meio a tantos desafios, Mano escolhe e inventa as melhores coisas do mundo.
As melhores coisas do mundo Adolescente
Público-alvo Direção Produção
Produção executiva Roteiro Coprodução
Laís Bodanzky Caio Gullane, Fabiano Gullane, Débora Ivanov e Gabriel Lacerda Rui Pires e Caio Gullane Luiz Bolognesi res, Gullane Filmes, Warner Bros. Pictu s Casa Redonda e Buriti Filme
Fernando Lauterjung
f e r n a n d o @ c o n v e r g e c o m . c o m . b r
Pente-fino à distância
Gravação no set
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ravar produções e rever o trabalho de uma diária fica mais fácil se não depender de equipamentos pesados. Com essa filosofia, a Fast Forward Video apresenta um novo modelo gravador de vídeo digital (DVR) portátil. O HD3 permite gravar conteúdo em alta definição, através do codec JPEG2000, e conta ainda com monitor Construído em uma maleta embutido. Construído resistente a impacto, o HD3 foi desenhado especificamente em uma maleta para uso no set de produção. resistente a impacto, o equipamento foi desenhado especificamente para uso no set de produção cinematográfica e de TV. O HD3 conta com controles para configurar as gravações, sejam em HD ou SD. Como equipamentos de grande porte, o DVR portátil está disponível com um ou dois canais, permitindo gravar e acessar conteúdos HD em drives de disco rígido ou estado sólido. O sistema usa drives removíveis Sata de 2,5”, com recurso de “hot-swap”.
FOTOS: divulgação
Sentinel, produto recém-anunciado pela OmniBus Systems, permitirá monitorar remotamente a plataforma para broadcast de automação de transmissão da empresa, a iTX. Usando um log de dados estatísticos colhidos em tempo real, o Sentinel faz, automaticamente, um relatório diário da “saúde” de todo o ambiente de automação e transmissão. Se perceber uma questão que pode precisar de atenção do suporte, o software avisa a equipe local da OmniBus, que pode resolver a questão com o cliente da plataforma iTX. A solução de monitoração usa uma aplicação instalada no ambiente do cliente que recolhe dados dos arquivos de log do iTX e envia uma série de relatórios de sistema à OmniBus. Além de servir para que o cliente seja alertado em caso de erros potenciais, este monitoramento é usado pela OmniBus para manter o desenvolvimento e a otimização da plataforma.
Sentinel faz relatório diário da “saúde” de todo o ambiente de automação e transmissão.
Contraste em telas pequenas
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tecnologia de monitores Oled (Organic Light Emitting Diode) começa a ficar mais frequente nos equipamentos profissionais. Por esta tecnologia, minúsculos diodos emissores de luz vermelha, verde e azul formam os pixels na tela. Desta forma, cada pixel conta com sua própria fonte de luz, proporcionando imagens de alto brilho e, principalmente, com alto contraste. A Tamuz anunciou o lançamento do primeiro rack equipado com quatro monitores Oled, para exibição de conteúdo HD e SD, bem como de sinais gráficos. O OCM 404 W HD conta com quatro telas de 4,3” widescreen, ocupando o espaço de duas unidades de rack e profundidade de 4,8 cm. Os monitores Oled unem vantagens dos monitores LCD (mais finos e compactos) com os de plasma (que apresentam maior contraste). Os monitores que equipam o rack contam com contraste de mais de 100.000:1, apesar do tamanho e da espessura; cores pretas absolutas, já que os diodos podem cortar totalmente a emissão de luz; e ângulo de visão semelhante ao dos monitores CRT (160º a 170º). A resolução dos monitores é de 480x272, com interface para vídeo digital
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O OCM 404 W HD conta com quatro telas Oled de 4,3” wide screen.
ou analógico, sendo compatíveis com fontes de sinal composto, bem como com SDI com 3 Gbit/s no formato 1080p60/50. Também contam com entrada VGA, com resolução até SVGA. O rack de monitores é alimentado por uma fonte externa de 12V DC, com consumo nominal de 36W, consumindo menos que monitores LCD. A expectativa de vida dos monitores, segundo o fabricante, é de mais de 30 mil horas de uso.
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11 MIPFormats, Cannes, França. Tel.: (33-1) 4190-4442. E-mail: customerhelpdesk@reedmidem.com. Web: www.mipworld.com/en/mipformats
12 a 16 MipTV/Milia, Palais des Festivals, Cannes, França. Tel.: (33-1) 4190-4580. E-mail: customerhelpdesk@reedmidem.com. Web: www.mipworld.com/en/MIPTV
19 a 4/7 9º Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis, Florianóplis, SC. Tel.: (48) 3232-5996. E-mail: produção@ mostradecinemainfantil.com.br. Web: www.mostradecinemainfantil.com.br.
Festivals, Cannes, França. Tel: (44-20) 7239-3400. Web: www.canneslions.com
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JULHO
Festivals, Cannes, França. E-mail: festival@festival-cannes.fr. Web: www.festival-cannes.com
16 a 1º Anima Mundi – Festival Internacional de Animação do Brasil, Rio de Janeiro, RJ, e São Paulo, SP
18 a 29 L.A. Screenings, Los Angeles, Califórnia, EUA. Tel.: (818) 889-9188. E-mail: nlloyd_ceo@yahoo.com. Web: www.lascreenings.us
AGOSTO
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13 a 16 Banff World Television Festival,
Tel: (81) 3343-5066. E-mail: festival@bpe.com.br. Web: www.cine-pe.com.br. 27 e 28 Proxxima 2010, São Paulo, SP.
Banff, Canadá. Tel: (1-403) 678-1216. E-mail: info@achillesmedia.com. Web: www.bwtvf.com •
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Tel.: (21) 2543-8860. E-mail: info@animamundi.com.br. Web: www.animamundi.com.br
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