televisão, cinema e mídias eletrônicas
ano 19_#206_jul2010
mais: Cobertura completa 11º Forum Brasil - Mercado Internacional de Televisão
REGULAMENTAÇÃO Disputa sobre legalidade dos portais estrangeiros chega ao Congresso
PUBLICIDADE Canais desenvolvem novos formatos integrando conteúdos às marcas
Foto: marcelo kahn
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ELA VIVA realizou em junho seu 11º Forum Brasil - Mercado Internacional de Televisão, cuja cobertura você acompanha nesta edição. Foram mais de 80 palestrantes em dois dias de muito debate e informação sobre temas centrais hoje para quem produz e distribui conteúdos audiovisuais: integração da TV com a produção independente, financiamento e fomento à produção, branded content, distribuição multiplataforma, mercado internacional e tendências em programação. Algumas conclusões parecem emergir de toda essa discussão. Uma delas é que não se pode pensar mais em televisão como um meio isolado. Em excelente apresentação, o gerente de novas mídias da Globosat, Marcelo Gluz, apontou as diversas formas de se “contar uma história”, ou o chamado “transmedia storytelling”, para usar a expressão da moda, usando a TV como apenas uma (seguramente a mais influente) das pontas de uma rede. A produção deve pensar em diversas formas de interagir com o espectador e “engajá-lo” com o conteúdo. Outra conclusão é que a publicidade terá que se adaptar a esta nova modalidade de consumo de mídia. Um bom exemplo foi visto com os cases de conteúdos patrocinados. E terá também que investir cada vez mais em mídias segmentadas. Em recente entrevista a TELA VIVA, o diretor geral do Google no Brasil, Alex Dias, deu a pista: a precificação da Internet está mudando, o anunciante percebe cada vez mais o valor de um conteúdo segmentado, com o qual o usuário está engajado, disse. Este conceito, aliás, foi reforçado pelo painel de programação, onde se concluiu que a era dos grandes hits acabou. Basta observar a audiência da final de “Lost” nos EUA. A série de maior sucesso da década teve menos de 14 milhões de espectadores em sua exibição na TV, menos que um final de novela no Brasil. Um fracasso? De forma alguma. A série foi, está sendo e será vista por muito tempo ainda por milhões de pessoas no mundo todo através de plataformas como streaming, VOD, DVD, etc Enfim, de todo este rico debate, que não pode ser inteiramente reproduzido aqui, percebe-se que as mudanças que os usuários e espectadores já conhecem faz tempo começa a ser percebida e aceita também por quem sempre viveu no modelo tradicional.
Fernando Lauterjung
Gislaine Gaspar
a n d r e @ c o n v e r g e c o m . c o m . b r
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Estreou no começo de julho o novo site de TELA VIVA, que agora reúne as notícias e serviços dos noticiários Tela Viva News e Pay-TV News. A maior mudança, além do lay-out mais limpo e moderno, é a interação com o leitor e a comunidade. Ficou fácil agora comentar e reproduzir nossas notícias através das redes sociais. Estão todos convidados a visitar, ler, escrever e compartilhar. Visitem-nos: www.telaviva.com.br.
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capa: editoria de arte/converge
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(índice ) Expansão
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Programa do governo quer multiplicar salas de cinema pelo país
Scanner Figuras Evento 24
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O que rolou no Forum Brasil, principal mercado e congresso nacional de conteúdos
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Mercado
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Canais apresentam suas demandas nas sessões Oi Futuro 30 Minutos Com, do Forum Brasil
Making of Audiência Regulamentação Legalidade dos portais estrangeiros é colocada em questão
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Retificações
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Produção
Internacional Diferente do que foi publicado na legenda da reportagem sobre o Festival de Cannes (Tela Viva 205), os coprodutores da BossaNovaFilms que aparecem na foto são do filme “Tropicália”, e não de “Rio Eu Te Amo”.
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Pequenas produtoras apostam na criatividade para produzir com orçamentos enxutos
Publicidade
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Canais pagos ampliam oferta de formatos de integração entre anúncio e conteúdo
Figuras O nome do presidente do Conselho Curador da Fundação Padre Anchieta é Moacyr Expedito Guimarães e não Moacyr Benedito Guimarães, como foi publicado na seção Figuras da Tela Viva 205.
Televisão
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Globo mostra sua tecnologia e pesquisas na área técnica
Convergência A Funtelpa mudou de nome de Fundação de Telecomunicações do Pará para Fundação Paraense de Radiodifusão.
Case
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44 Toons produz curta-metragem em 3D estereoscópico e planeja longa
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( xxxxxxxxx) Ações
FOTOS: divulgação
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O grupo Globo resolveu exercer o direito de venda de sua participação na Sky para a DirecTV, e vai diminuir sua participação acionária na operação de DTH brasileira. Hoje a Globo tem 26% de participação na Sky, e a DirecTV norte-americana, que pertence ao grupo Liberty, controla o restante. Após a transação, a Globo pretende manter apenas 7% de participação na Sky. O processo de venda passa por uma definição do preço, que pode ser estabelecido em comum acordo ou por uma avaliação independente por bancos contratados pelas partes. A operadora estima que a transação será concluída até o final do ano. A negociação também não afeta as condições de distribuição de conteúdos Globo e Globosat pela Sky. Essas condições estão estabelecidas nos contratos comerciais entre as empresas, e independem do acordo de acionistas. No entanto, mantendo a participação de 7% na Sky, como previsto, a Globo continua com assento no conselho da empresa.
“Post Mortem”, coprodução entre Brasil, Chile e México, um dos filmes levados ao festival de Moscou pela Latina Estudio.
Bric cinematográfico tendo destaque na economia mundial, mas ainda conhecemos muito pouco sobre suas produções de cinema”, observa Quintas. “Na Índia e na China o cinema é um pouco fechado, não há a intenção de produzir para a exportação, mas os mercados estão começando a se abrir. Já a Rússia tem bastante interesse pelo cinema latino”. O produtor levou os filmes “Post Mortem” (Brasil, Chile e México) e “Garcia” (Brasil e Colômbia), projetos da Latina Estudio que estão em pósprodução para prospectar parcerias de distribuição e ainda levou o projeto de “Filhos da Pista”, com previsão de filmagens em 2012 para buscar coprodutores russos, já que há passagens no filme que envolvem personagens russos.
Copa na rede O YouTube ganhou conteúdos exclusivos para a Copa em seu canal “Palpita Brasil”, uma parceria do Google com os canais ESPN e a Sony Music. Uma das atrações foi a ação “África de Bike”, com vídeos feitos pela jornalista Renata Falzoni, da ESPN, durante sua cobertura pela Cidade do Cabo, na África do Sul. Ao clicar na aba com o nome do programa, o internauta era levado ao Google Maps, na cidade sul-africana, onde podia visualizar precisamente onde cada um dos vídeos foi gravado. Outra novidade foi o “Batalha dos Palpites”, disputa travada entre uma celebridade e um usuário, discutindo temas sobre a Copa em vídeo. 8
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Patrocinadores O Canal Viva, da Globosat, fechou com 18 anunciantes-fundadores. O formato, criado pela diretoria comercial da programadora especialmente para o lançamento, inclui a inserção das marcas até o final de 2010. São anunciantesfundadores do Viva: Cacau Show, Caixa Econômica Federal, Ceras Johnson, Correios, Embelleze, Garnier, GSK, Hypermarcas, Lab. Biolab, Lupo, Mastercard, Natura, Perdigão, Renault, TIM, Unilever, Varilux e Visa. As veiculações são distribuídas ao longo de três períodos do dia (manhã, tarde e horário nobre), ou, seguindo a preferência do anunciante, parte das inserções pode ser destinada ao patrocínio de um produto que fale diretamente ao seu público.
FOTO: Nic Grobler
A Latina Estudio, uma rede de produtoras de oito países da América Latina, surgiu há três anos com foco em publicidade e, desde 2008, com a bem-sucedida carreira do filme chileno “Tony Manero” no circuito de festivais, tem entrado com força no mercado de conteúdo, principalmente na produção para cinema. Para conhecer novas possibilidades de coprodução e distribuição, Cao Quintas, produtor executivo da Latina Estudio, com o apoio do Cinema do Brasil e com o departamento de audiovisual do Itamaraty, esteve em junho no 32º Moscow International Film Festival, onde aconteceu o primeiro mercado cinematográfico específico do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China). “São países que vêm
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“África de Bike”, vídeos feitos pela jornalista Renata Falzoni, da ESPN, para o canal Palpita Brasil, uma parceria com o Google e a Sony Music.
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TV móvel
Interatividade
A M1nd, empresa que desenvolve e gerencia a plataforma de TV móvel usada por Oi e TIM, criará seu próprio canal de TV. Aproveitando conteúdo gerado por diversos artistas parceiros, cujos nomes a empresa prefere não revelar por enquanto, o canal será inicialmente exibido através de um aplicativo móvel. O lançamento tem data para acontecer: 12 de outubro deste ano. O passo seguinte será exibir a programação na web e depois tentar incluir o canal no line up de operadoras de TV por assinatura. A longo prazo, o presidente da M1nd, Alberto Magno, sonha em levar o canal para a TV aberta. O aplicativo para exibir a programação foi desenvolvido inicialmente para iPhone, mas depois Alberto Magno, da M1nd: estará disponível em outras plataformas. empresa criará seu Trata-se de um software criado próprio canal de TV. especificamente para o canal da M1nd, em uma iniciativa independente das operadoras móveis. O gerenciamento do conteúdo será feito por outra empresa de Magno, a produtora ASTV. De acordo com o executivo, o canal terá programação 24 horas por dia. “Há quase 600 pessoas trabalhando nesse projeto. Todos voluntários e oferecendo conteúdo exclusivo”, afirma Magno, sem revelar maiores detalhes sobre a programação do canal.
A TV Anhanguera, afiliada da Rede Globo em Goiás, criou um mecanismo para ampliar a participação da população no jornalismo local da emissora ao instalar paineis eletrônicos itinerantes pela região metropolitana de Goiânia. A população tem assim uma alternativa à Internet para escolher seus assuntos de interesse. A ideia da emissora com a iniciativa é saber dos moradores quais são os problemas encontrados em seus bairros para que a equipe de jornalismo possa buscar respostas junto às autoridades responsáveis.
Emissora de Goiânia espalhou painéis eletrônicos pela cidade para ampliar participação no jornalismo local.
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A MTV Brasil gravou em junho “Lulu Acústico MTV 2”. O show do cantor Lulu Santos foi registrado no Rio de Janeiro, no Estúdio Oscarito do Polo Cine Video, e dará origem a CD, DVD e Blu-ray. A emissora havia interrompido a produção de shows com o selo Acústico MTV, visto que a venda de CDs já não é mais tão expressiva e o patrocínio na veiculação dos shows na TV não é suficiente para bancar o custo. A solução encontrada pelo canal foi oferecer pacotes de publicidade mais completos, envolvendo o patrocínio aos CDs, DVDs e Blu-rays. No caso do novo show, parte das comemorações dos 20 anos da emissora, ainda não há um patrocinador para todo o pacote. A MTV bancou a produção por conta própria, mas espera ter patrocínio fechado em breve.
FOTOS: divulgação
Acústico
Com pacotes de publicidade mais completos, envolvendo o patrocínio aos CDs, DVDs e Blu-rays, MTV grava show de Lulu Santos.
Modernidade
Mês de férias A TV Rá Tim Bum estreia três séries de animação nacional ao longo do segundo semestre. Em julho, mês de férias, o canal exibe alguns episódios das novas atrações e sete filmes infantis, sendo cinco deles inéditos na sessão “Cine Rá Tim Bum”. “Sidnei”, atração voltada para crianças de 4 a 10 anos, é uma produção da To Beat Animação; “A Mansão Maluca do Professor Ambrósio”, para a faixa etária de 6 a 9 anos, uma produção da Tortuga Studios; e “Nilba e os Desastronautas”, uma produção da 44 Toons para o público de 6 a 8 anos. Exibido sempre aos finais de semana, às 15h10, o “Cine Rá Tim Bum” apresenta os médias-metragens de animação inéditos “Alice no País das Maravilhas”, “A Princesa e o Sapo”, “A Cigarra e a Formiga”, “A Tartaruga e a Lebre”, “O Lobo e o Cordeiro e Outras Histórias”. Além de “Chapeuzinho Vermelho” e “Os Três Porquinhos”, que voltam ao ar na grade do canal. Os filmes são voltados para crianças de dois a seis anos. 10
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FOTO: Roberto Nemanis
“Nilba e os Desastronautas”, da 44 Toons, uma das séries de animação nacional que estreia no segundo semestre na TV Rá Tim Bum.
O “Programa Silvio Santos” tem agora ambientação planejada de acordo com o novo padrão da fábrica de cenários da emissora. Segundo Eron Reigota Vianna, chefe de cenografia do SBT, a emissora vem desenvolvendo há quatro anos uma nova linguagem para os cenários, com a missão de deixar de lado a imagem muito ligada aos anos 1980 e mais de acordo com as novas tecnologias. O novo cenário é mais limpo, com materiais mais modernos. “O monta e desmonta de cenários nos estúdios tende a deixar avarias, que podem aparecer nas imagens em HD”, explica Vianna. “Os novos cenários usam materiais mais duráveis, como acrílico, sem o uso de pregos, que podem aparecer. Todos os elementos têm rodízios, para facilitar a montagem”, explica o chefe de cenografia. Outra preocupação foi manter a “zona de conforto” do apresentador. Mudar a posição da plateia, das dançarinas, ou da passarela que passa pela plateia poderiam mudar toda a dinâmica do programa. Eron Reigota Vianna explica ainda que a tendência é que todos os cenários dos programas de auditório entrem no novo padrão da fábrica de cenários da emissora.
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Coprodução
Do PL 29 ao PLC 116
“Dzi Croquettes”, documentário sobre o grupo de dança de mesmo nome, estreia no dia 16 de julho nas salas de cinema em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, O documentário “Dzi Brasília, Porto Croquettes” foi coproduzido Alegre, Goiânia pelo Canal Brasil. e Curitiba. Com direção de Tatiana Issa e Rodrigo Alvarez, o filme tem coprodução do Canal Brasil e distribuição da Imovision. O documentário resgata a história dos atores/bailarinos que se apresentavam com trajes femininos e se tornaram símbolo da contracultura no Brasil e no exterior ao confrontar a ditadura usando ironia e inteligência. O filme participa de circuitos de festivais desde o ano passado, tendo levado vários prêmios, entre eles o de melhor documentário nas categorias júri oficial e popular do Festival do Rio de 2009.
Depois de três anos de tramitação na Câmara dos Deputados, o PL 29/2007 enfim chegou ao Senado Federal. A leitura do despacho foi feita no Plenário no final de junho e abre oficialmente a tramitação na Casa revisora. O projeto que pretende consolidar as regras de oferta de TV por assinatura no Brasil e estabelecer uma política de fomento do audiovisual nacional ganhou uma nova numeração no Senado. Agora a proposta está identificada como PLC (Projeto de Lei da Câmara) nº 116/2010. A Mesa Diretora do Senado também já providenciou a distribuição do projeto entre as comissões. A proposta passará por cinco grupos de análise, iniciando a tramitação pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ),
como estabelece o regimento do Senado. Uma vez analisada a constitucionalidade e legalidade pela CCJ, o projeto passará por outras quatro comissões temáticas. A primeira a analisar o conteúdo efetivo da proposta será a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). Depois o projeto passará pela Comissão de Educação (CE) e pela Comissão de Meio Ambiente e Defesa do Consumidor (CMA). A última comissão a avaliar o projeto será a Comissão de Ciência e Tecnologia (CCT), que votará terminativamente o projeto por ser a comissão de mérito. A análise terminativa nas comissões significa que o projeto não precisa ser deliberado no Plenário para ser validado. O relator na CCJ ainda não foi definido.
Anfitriões de alta tecnologia A projeção em super alta definição 4K 3D faz parte do Projeto 2014K, uma das 11 iniciativas da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), que apresenta sua “Seleção Brasileira de Inovações” na Casa Brasil, inaugurada em meados de junho em Joanesburgo, na África do Sul. O objetivo é mostrar ao mundo que o Brasil também tem empresas capazes de produzir conteúdo e projetar em 4K. “Ainda existe um certo preconceito mundial em relação ao Brasil quando se trata de inovação tecnológica. Vamos provar que além do samba e do futebol, o país tem muito mais a oferecer”, esclarece Hans Ulmer, diretor presidente da Absolut Technologies. Os jogos da Copa do Mundo de 2014 poderão ser transmitidos em 4K, permitindo aos torcedores que não estiverem nos estádios assistir às partidas como se ali estivessem. Esta tecnologia já existe e foi apresentada nesta Copa pela Absolut Technologies, empresa especializada em realidade virtual, 3D e soluções para projeções em alta resolução em parceria com a Universidade Mackenzie e o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações e TI (CPqD). Com a supervisão de Keith Collea, produtor de filmes em Hollywood como “Homem de Ferro 2”, foi filmado o jogo da final do Campeonato Gaúcho deste ano, entre Grêmio e Internacional. O clássico do futebol brasileiro, popularmente conhecido como Grenal, serviu de experimentação para a primeira filmagem de 4K 3D no mundo. E é este filme que será apresentado pela primeira vez em 3D com resolução de 4096 x 2160 na Copa na África.“O Brasil faz parte de um seleto grupo de países com conhecimento de transmissão em super alta definição. A intenção é desenvolver esta tecnologia a ponto de ser utilizada em auditórios de grande escala em 2014”, afirma Ulmer. No evento ainda foi exibida a solução Vídeo Wall com monitores LCD Eyevis, onde serão apresentados os patrocinadores do evento, juntamente com o conteúdo criado pelo designer Hans Donner, da Rede Globo. O Projeto 2014k é parte do Programa 2014Bis, idealizado a partir de uma reunião com o presidente Luis Inácio Lula da Silva em agosto de 2009. Homenageando Santos Dumont, o grande inovador do país, o programa objetiva encantar, surpreender e emocionar o mundo nos grandes eventos esportivos que ocorrerão no Brasil – a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016.
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FOTO: divulgação
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“Meu Amigãozão”, coprodução da carioca 2D Lab com a canadense Breakthrough, estreia em agosto no Discovery Kids.
Amizade Está prevista para o dia 9 de agosto, às 12h30, a estreia da série de animação “Meu Amigãozão”, uma coprodução da carioca 2D Lab com a canadense Breakthrough Animation. A atração irá ao ar pelo canal Discovery Kids. Indicada para crianças em idade préescolar, “Meu Amigãozão” já recebeu os prêmios Prix Jeunesse Ibero America e primeiro lugar no Global Licensing Challenge no Mip Jr, em Cannes.
Funcine Animado O Funcine AnimaSP, parceria da TV Cultura com a Lacan Investimentos, começa a ganhar corpo. O fundo incentivado recebeu um aporte de R$ 1 milhão da Associação Comercial de São Paulo. Com os R$ 500 mil já investidos pela Sabesp e cerca de R$ 200 mil investidos por clientes da Lacan, o fundo já tem em caixa R$ 1,7 milhão. A expectativa é que o BNDES faça em breve um investimento de aproximadamente R$ 3 milhões, explica Mauro Garcia, diretor de projetos especiais da TV Cultura. Segundo ele, assim que o banco estatal fechar um investimento, nos próximos meses, deve ser anunciada uma data para o edital de produções. O fundo, vale lembrar, é voltado exclusivamente à animação infantil, podendo ser usado em filmes ou séries de TV. À TV Cultura cabe a habilitação dos projetos e a análise de seleção, que deve gerar um ranking dos projetos sob o ponto de vista do modelo de exploração comercial, bem como da linguagem audiovisual. A Lacan deve escolher quantos projetos receberão investimentos e o valor dos aportes, baseada no ranking elaborado pela TV Cultura. Mauro Garcia destaca que a participação dos projetos na grade da TV Cultura é flexível, de forma que não prejudique a carreira dos projetos. A emissora paulista não exige a primeira janela de exibição e seu braço infantil na TV por assinatura, o canal Rá Tim Bum não tem direito de exibição, tendo que disputar com canais do setor pela exibição.
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O cineasta Silvio Da-Rin é o novo integrante da equipe de gestores da TV Brasil. A partir de agora, ele responderá pela gerência executiva de articulação internacional, aquisições e licenciamentos, sediada no Rio de Janeiro. Da-Rin deixou recentemente a Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura, onde desenvolveu importantes projetos de fomento e incentivo à produção audiovisual para cinema, TV e outras plataformas digitais, alguns deles em parceria com a TV Brasil, tais como AnimaTV, Curta Criança, LongaDoc, DocTV Nacional, DocTV Latino-América, DocTV CPLP e Doc-50 anos de Brasilia. A unidade chefiada por DaRin será responsável por ações de inserção da TV Brasil nos mercados internacionais de televisão, buscando desenvolver parcerias, coproduções e exportação dos produtos da TV Brasil, que está se associando ao programa Brazilian TV Producers, desenvolvido pela Apex, ABPITV (Associação Brasileira de Produtores Independentes para Televisão) e SAv-Minc. À gerência-executiva caberá, ainda, implementar a política de cadastramento eletrônico de obras audiovisuais para licenciamento e exibição e desenvolver a política de comercialização dos produtos, selos e marcas da televisão pública.
Quinteto A Fischer+Fala! anuncia a chegada de cinco profissionais para as áreas de criação, operações e planejamento. A equipe de operações recebe o reforço do gerente Daniel Chasin (ex-Y&R, AlmapBBDO e JWT). Para a criação, Guilherme, Rafael, Lucas, Renan e Daniel. a agência contratou o redator jr. Lucas Casão e o diretor de arte jr. Guilherme Rácz, dupla que já atuava como free lancer para a agência. Junta-se ao time também o diretor de arte jr. Rafael Morroni (ex- Agência Click e McCann Erickson). Já a área de planejamento conta agora com o assistente de planejamento Renan Alessio (ex-TBWA\BR e Studio Idéias).
Mobile
A Neogama/BBH tem quatro novidades no seu time de criativos: o redator Carlos Schleder (ex-Leo Burnett e DPZ), o diretor de arte Fábio Rodrigues (ex-Talent) e os assistentes de arte Raquel Campos e Tatiana Vidonscky Guilherme Ginane (exScript, África e Agência 3) e Guilherme Martins (ex-Talent). A agência também contratou Raquel Campos (ex-Leo Burnett e Lowe) como supervisora de pesquisa e mídia e Tatiana Vidonscky (exPublicis Brasil) como nova executiva de conta responsável pelo atendimento da Tim. A Ínsula, empresa de ativação, promoção, eventos, digital e direct do grupo, também recebeu o reforço de quatro novos profissionais: da diretora de atendimento Letícia Ferraz (ex-SD Comunicação e Ogilvy Brasil), o redator da área digital Elton Reale (ex- ID/TBWA), o assistente de arte on-line Renzo Ferrero (ex- Free. ad) e o arte-finalista Renato Arruda (ex- MPM). Carlos, Fábio, Guilherme Martins e Guilherme Ginane
Sócio O Grupo Dínamo anuncia a chegada de Pedro Bueno como seu sóciodiretor executivo. O profissional, que tem 25 anos de atuação no mercado, entra para o board de comando da empresa ao lado dos sócios-diretores Edu Cama e Ricardo Carelli. ExZeppelin Filmes e sócio de Manguinha na operação da extinta Republika Filmes, Bueno tem a missão de Pedro Bueno integrar as áreas de sua atuação do Grupo Dínamo (publicidade, entretenimento e conteúdo, internet e novas técnicas de produção). O objetivo é criar produtos que sejam mais adequados às estratégias e necessidades das agências e de seus clientes.
O executivo Marco Lopes foi escolhido como novo diretor geral da Mobile Marketing Association (MMA) para América Latina. Entre seus principais objetivos estão incentivar a adoção e o respeito ao manual de melhores práticas ao consumidor, elaborado pela MMA, e divulgar as orientações da entidade para mobile advertising, com foco especial em publicidade via SMS. Lopes é ex-diretor de marketing da TIM e atualmente é sócio-diretor da empresa de consultoria Innovideas.
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Atendimento Kriska Kaysel (exBossaNovaFilms) foi contratado como atendimento pela Cia. de Cinema. Trabalhará em parceria com Renato Chabuh.
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Fotos: divulgação
Foto: marcelo kahn
( figuras)
Produção
Produtor associado
Claudio Costa assumiu a coordenação geral de produção do Grupo Ink em São Paulo. Ele será responsável pela produção de conteúdo e publicidade da Margarida Filmes, da Academia de Filmes Claudio Costa e Nathalie Gautier e da Colmeia. Costa tem passagens pela Zero Filmes, O2 Filmes e Sentimental Filme. Como parte de sua reestruturação, Nathalie Gautier retorna ao Grupo após passagem pela Spray Filmes como coordenadora de produção da Margarida Filmes em São Paulo. Outra contratação da Margarida Filmes é o diretor de cena português Bruno Pinhal.
A produtora de som Ultrassom Music Ideas tem Felipe Xavier como novo produtor associado para publicidade. Xavier tem experiência em programas humorísticos de rádio e televisão. Na Ultrassom, o profissional deve produzir e dirigir spots para clientes que buscam um tom criativo em sua comunicação.
Diretor e coordenadora Ian Ruschel (ex-TGD Filmes) é o novo diretor da Zeppelin Filmes. Ele reforça a equipe da produtora que tem os diretores Rodrigo Pesavento, Marcello Lima, Rogério Souza, Robério Braga e Lô Politi. Verônica Porrez assume a coordenadoria de produção da Zeppelin Argentina. A equipe é liderada por Raul Ian Ruschel Outeda, anunciado no ano passado para comandar a sede internacional da Zeppelin Filmes. Verônica é natural de Buenos Aires e tem experiência em diversas empresas como coordenadora de produção e editora de conteúdo. Nos últimos anos registrou passagem pelas produtoras Mito Producciones, Pioneer Productions e Desde Abajo Cine, além da Endemol.
Gerentes Daniela Mignani e Fernando Schiavo completam, ao lado de Zico Goes, gerente de conteúdo, a nova equipe gerencial do GNT. Daniela deixou a gerência de marketing no Multishow para assumir a mesma função no GNT. Schiavo foi gerente de marketing do Fernando Schiavo canal e agora está à frente da gerência desenvolvimento de novos negócios. O trio responde à diretora do canal, Leticia Muhana. Daniela Mignani
Promoção A WMcCann promoveu o diretor de arte Fabiano de Queiroz a coordenador de criação e head of art da área digital. O profissional tem mais de dez anos de experiência em mídias alternativas digitais, tendo atuado por cinco anos na Agência Click.
Diretoria Transmídia A Globo criou uma diretoria de comunicação transmídia. Segundo a emissora, o novo posicionamento da TV frente à Internet e às mídias sociais tem apresentado novos desafios e tornado mais complexo o trabalho da Central Globo de Comunicação (CGCOM). A nova divisão será composta pela união de áreas e profissionais advindos de outras diretorias da CGCOM, e atuará como uma prestadora de serviço, atendendo a todos os clientes internos da TV Globo. Durante o período de implantação, que começou em 1º de julho, a área reportará diretamente a Luis Erlanger, diretor da CGCOM, que contará com apoio da consultoria de Mauricio Mota, da The Alchemists, para promover o treinamento das equipes, o planejamento das políticas internas e o gerenciamento e a execução dos projetos até a consolidação da área. Junto a Mauricio trabalhará Wladimir Winter (ex-Ithink, agência digital), e que estará 100% dedicado à operação da TV Globo. A nova divisão começa com duas gerências: gerência de integração transmídia, sob Bernardo Magalhães; e a gerência de conteúdo transmídia, sob Daniela Pereira.
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Comercial A sucursal de São Paulo da Rede Pampa, grupo de comunicação do Rio Grande do Sul, completa dois anos e reforça sua equipe comercial para atender o mercado paulista. Foram contratados dois novos executivos: Douglas Marangoni de Góes, que atuou na área comercial de jornais como O Estado de S. Paulo, Jornal Bom Dia e Diário do Grande ABC, e Carla Alves de Góis, com passagens pela área de marketing das empresas Bahia Sul Celulose, Cia. Suzano de Papel e Celulose e pelas áreas comerciais da Editora Abril e Shop Tour. A sucursal é gerenciada pela publicitária Maraisa Douglas, Maraisa e Carla Stanicia, ex-Mixer.
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Fernando Lauterjung
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Em todos os cantos Programa Cinema Perto de Você quer levar as salas de cinema até o público de classe média e das cidades pequenas, trazendo diversidade ao consumo de filmes no país.
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partir do final dos anos 1990, o Brasil entrou no processo de recuperação de seu mercado de exibição cinematográfica. O setor estava fragilizado, após anos de queda e a conversão de salas em templos evangélicos. De 1997 para 2009, o número de salas no Brasil quase dobrou, chegando a pouco menos de 2,2 mil salas, crescendo principalmente nos bairros nobres dos grandes centros, acompanhando o crescimento dos shopping centers no Brasil. Embora o número de salas tenha diminuído entre 2008 e 2009, o potencial de crescimento do setor continua, na medida em que o setor de shopping centers cresce aproximadamente 10% ao ano. Esta evolução do mercado de exibição, no entanto, não acompanha a mais importante das evoluções econômicas dos últimos anos, que é o crescimento acelerado da classe média, bem como o aumento do seu poder de consumo. A tendência natural entre as empresas do setor é preencher a lacuna e acompanhar o crescimento nas áreas mais nobres, que garantem faturamento mais significativo, preço médio de ingresso alto. Ou seja, o mercado de exibição cinematográfica corre atrás de uma demanda ainda reprimida e em crescimento nas regiões mais nobres. Em junho, o Governo Federal, em iniciativa que envolveu a Ancine, o Ministério da Fazenda e o BNDES, lançou o Programa Cinema Perto de Você, um conjunto de medidas fiscais somadas à oferta de financiamento para tentar levar o cinema à classe média. A meta é que o programa, em
quatro anos, viabilize a abertura de 600 novas salas de cinema no país, garantindo a presença de salas de cinema em todos os municípios com mais de 100 mil habitantes. Com isso, o número de habitantes por sala deve cair aproximadamente 30%, descendo dos atuais 83 mil para 60 mil habitantes por sala. A expectativa é que o crescimento na venda de ingressos seja também de 30%. A proporção habitantes/sala atual do Brasil coloca o País em 60º na lista mundial. Nas regiões Norte e Nordeste do país, segundo dados da Ancine, a proporção é ainda pior: 200 mil habitantes por sala (veja box). Países com economias semelhantes apresentam proporções bem mais favoráveis. A Argentina, por exemplo, conta com uma sala para cada 38 mil habitantes; enquanto no México a proporção é de 27 mil habitantes por sala.
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Em economias mais desenvolvidas, o número de habitantes por sala pode chegar a um décimo do número brasileiro. A França tem 11 mil habitantes para cada sala de cinema. Nos Estados Unidos, são 8 mil habitantes por sala. A iniciativa não só fomenta o aumento de público e, por consequência, de dinheiro no setor cinematográfico, mas amplia o extrato do público, trazendo ao mercado um consumidor com perfil, formação e demandas diferentes, o que traz mais possibilidades de gêneros de filmes e temas a serem abordados. Ou seja, a iniciativa pode trazer ao mercado de exibição uma mudança importante que já ocorre em outros setores do mercado audiovisual. A penetração da TV por assinatura, por exemplo, cresce 10% ao ano, tendo chegado a 8,2 milhões de domicílios, enquanto a banda larga fixa chega a aproximadamente 11,5 milhões de lares, com crescimento anual semelhante ao da TV por assinatura. O crescimento das plataformas de distribuição é responsável pelo aumento da demanda por um conteúdo diferenciado, mais adequado ao público entrante nestas plataformas. Na TV paga, por exemplo, novos canais são criados, trazendo conteúdos da TV aberta, enquanto os canais existentes aumentam o volume de conteúdo local. Segundo o presidente da Ancine, Manoel Rangel, a aposta é que a linha de crédito, a desoneração e todo o suporte dado pelo governo, somados à realidade econômica do país e à chegada de novas empresas exibidoras ao mercado, instalem um cenário de alta competição no setor de exibição cinematográfica. “A gente acredita que
FOTO: divulgação
este cenário é capaz de quebrar o conservadorismo que estava instalado nos executivos das empresas exibidoras no Brasil. Esse conservadorismo era alimentado pelo alto custo do dinheiro, pela descrença no poder de consumo da classe média e até por uma política de convivência entre os grupos. A competição pode gerar um círculo virtuoso de crescimento do mercado similar aos efeitos que a competição provocou no mercado mexicano há cerca de dez anos”. O mercado mexicano tinha 1,3 mil salas de cinema em 1997, hoje tem 4,4 mil.
FOTO: marcelo kahn
Programa O Perto de Você conta com cinco eixos de atuação: linha de crédito e investimento; projeto Cinema da Cidade; medidas de desoneração tributária; sistema de controle de bilheteria; e digitalização do parque exibidor. As linhas financeiras reúnem R$ 500 milhões para crédito e investimento na construção de complexos; enquanto as medidas de desoneração tributária podem resultar numa economia de R$ 168 milhões para os agentes de mercado. Os investimentos acontecerão através de linhas do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), que podem ser combinadas com os recursos do Programa de Apoio à Cadeia Produtiva do Audiovisual - Procult, do BNDES, para a construção ou ampliação de complexos exibidores, com taxas de juros diferenciadas. Para as áreas de maior carência de salas, consideradas prioritárias para o programa, o FSA oferece financiamento a juro zero, combinado com recursos de investimento em que o fundo se associa ao risco do empreendimento. Através do FSA podem ser aplicados R$ 300 milhões, disponíveis para empréstimo e investimento. Pelo Procult, do BNDES, é estimado pelo governo que R$ 200 milhões sejam utilizados
Manoel Rangel (Ancine), Juca Ferreira (MinC), presidente Lula, governador Alcides Rodrigues (GO) e Luciano Coutinho (BNDES).
pelos projetos do programa Cinema Perto de Você. O BNDES operará uma linha financeira que associa os recursos dessas duas fontes e tem como objeto a implantação ou a ampliação de complexos de exibição. Qualquer empresa com sede e administração no país poderá propor projetos. “Nossa prioridade são as empresas exibidoras brasileiras, mas com o cuidado de não fechar nenhuma porta. A linha e a desoneração vão atender qualquer empresa que se disponha à construção e operação de salas de cinema. Se a empresa não é do setor ou é estrangeira, vai ter condições diferentes na linha do BNDES, mas as diferenças não são grandes, a linha continua atrativa”, explica Manoel Rangel. Para conseguir o enquadramento na linha, o projeto proposto deverá estar localizado nas cidades e zonas urbanas que compõem o universo do programa. Conforme explicou a TELA VIVA o presidente da Ancine, o projeto tem que ter no mínimo três salas, que não precisam estar juntas. “Mas nossos estudos mostram que um projeto com menos de quatro salas tem menos possibilidade de sustentação econômica. Os exames que o BNDES fará levarão isso em conta, os projetos precisam apresentar rentabilidade, ainda que dentro das condições oferecidas, que são bem favoráveis”, explica Rangel. A análise de viabilidade econômica das salas leva em consideração não apenas a bilheteria, mas as receitas
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ancilares, provenientes da bombonnière, por exemplo. Segundo Ricardo Difini Leite, presidente da Federação Nacional das Empresas Exibidoras Cinematográficas e do grupo GNC Cinemas, seu grupo já estuda como e onde usar o financiamento oferecido pelo governo. “É claro que o financiamento não vai triplicar o parque exibidor de uma hora pra outra, nem é essa a ideia, mas certamente vai acelerar o crescimento nas áreas previstas”, diz. “A maioria dos exibidores brasileiros precisa de financiamento”, destaca. Difini diz que, apesar de a iniciativa ser nova, os primeiros projetos devem ser encaminhados brevemente ao BNDES. Isto porque o próprio setor participou da elaboração dos projetos, auxiliando nos testes de situações para cada área e cada perfil de mercado. “Houve uma operação em articulação com o setor para que, quando o programa fosse lançado, fosse o espelho das necessidades para que a expansão possa ocorrer”, confirma Rangel, da Ancine. Os recursos da linha operada pelo BNDES são destinados a projetos em três grupos de cidades. O grupo tratado como prioritário é formado por cidades com mais de 100 mil habitantes sem salas de cinema. Segundo a Ancine, são 89 cidades incluindo, por exemplo, Belford Roxo (RJ) e Ananindeua (PA), cidades que contam com mais de 500 mil habitantes. Estão distribuídos em 11 municípios da região Norte, 27 do Nordeste, 40 do Sudeste, três do Centro-oeste e oito do Sul.
“Nossa prioridade são as empresas exibidoras brasileiras, mas com o cuidado de não fechar nenhuma porta.” Manoel Rangel, da Ancine
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( capa) Outro grupo é formado por cidades com mais de 100 mil e menos de 500 mil habitantes com salas de cinema. São 146 cidades, incluindo cidades como Luziânia (GO), Campina Grande (PB) e Florianópolis. O último grupo é formado por cidades com mais de 500 mil habitantes com salas de cinema, ou seja, os 38 maiores municípios do país. Nessas cidades, estão excluídas as zonas urbanas com predominância de setores censitários em que a renda média dos chefes de família é muito baixa ou muito alta. Podem participar, portanto, projetos localizados nas zonas com predominância de classe C. Também foram excluídas as zonas com baixa densidade demográfica.
Passado glorioso O Brasil já contou com aproximadamente 3,3 mil salas, em 1975, 80% em cidades do interior. Na época, isso significava uma sala para cada 30 mil habitantes. Naquele ano começou um processo de decadência das salas de exibição que atingiu seu patamar mais baixo em 1997, quando chegamos a pouco mais de mil salas.
econômica e financeira mais complexa, sendo maior o risco comercial dos empreendimentos de cinema. Por isso a ideia é a implantação de salas de propriedade pública com gestão preferencialmente privada. O projeto permite a instalação de salas de cinema, bombonnière e espaços comerciais e de prestação de serviços. “Nesses casos as prefeituras e governos estaduais são fundamentais para sensibilizar deputados e senadores para conseguir emendas parlamentares, e têm que oferecer terrenos, imóveis e a redução do ISS”, diz Rangel.
Cinema da Cidade Há no programa um projeto destinado aos municípios com mais de 20 mil e menos 100 mil habitantes e sem salas de cinema. O Brasil conta com 1.371 municípios deste porte, dos quais apenas 188 têm salas de cinema. O projeto Cinema da Cidade prevê a aplicação de recursos do orçamento da União, alocados por emenda parlamentar, ou por meio da modalidade de apoio do Fundo Setorial do Audiovisual. Nestes municípios a viabilização de uma sala de cinema envolve uma equação
Desoneração A viabilização de salas em cidades menores e em áreas onde predominam a classe C vai além do financiamento. Outra iniciativa é criar condições de sustentabilidade onde a atividade de exibição depende de um modelo de negócios baseado em custos mais baixos,
número de salas no Brasil 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500
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*A partir de 2006, dados produzidos pela Ancine/SAM. Até 2005 os dados foram retirados do Filme B. Fonte: Sistema de Registro - Ancine; Filme B; Nielsen; Sedcmrj e levantamento próprio. Compilado pela Superintendência de Acompanhamento de Mercado da Ancine.
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permitindo preços de bilhetes acessíveis. Para isso foi formulado um conjunto de medidas tributárias, dirigidas tanto à desoneração dos investimentos quanto da operação das novas salas. Trata-se do Recine Regime Especial de Tributação para o Desenvolvimento da Atividade de Exibição Cinematográfica, desenvolvido pela Ancine e o Ministério da Fazenda. A Ancine estima em R$ 168 milhões a renúncia fiscal oriunda dessas medidas tributárias: R$ 140 milhões em tributos federais e R$ 28 milhões decorrentes da alteração de base de cálculo do ICMS. Através deste novo regime haverá a desoneração da operação dos complexos implantados ou ampliados no âmbito do Programa Cinema Perto de Você, que poderão contar com alíquota zero da contribuição para o PIS e da Cofins, aplicável sobre as receitas de bilheteria e de veiculação de publicidade. Além disso, vale lembrar, qualquer micro e pequena empresa que exerce a atividade de exibição pode optar pelo SuperSimples desde janeiro deste ano. “O princípio que norteia a desoneração é a lógica de que estas salas não existem hoje. Se não existem, não há perda de receita”, diz Manoel Rangel. O Recine conta ainda com uma desoneração que vale para todo o setor, não apenas para as operações localizadas nas áreas do programa. Será suspensa a exigibilidade de todos os tributos federais incidentes sobre a aquisição de máquinas, aparelhos, instrumentos, equipamentos e materiais de construção necessários à construção ou modernização de complexos cinematográficos. Os tributos desonerados são: PIS, COFINS, PIS-importação, COFINS-importação, IPI incidente na importação ou no comércio interno e Imposto de Importação (bens e materiais sem similar nacional). Essa medida facilitará, por exemplo, a digitalização do parque exibidor em operação, além de reduzir os custos de investimento
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( capa) Participação das regiões no mercado cinematográfico - 2009
em novas salas. A ideia é incentivar estados e municípios a adotarem os mesmos princípios para desonerar o setor. “Vamos organizar uma agenda de visitas a governadores. É claro que o momento não é o melhor, por conta do processo eleitoral, mas percebemos que há território para que continuemos tratando estas questões, porque transcendem os governos e têm impacto na economia dos estados”, explica Rangel.
Região
Espectadores
% Espectadores
Receita (R$)
% % Ingressos PMI* População Receita População per capita
Sudeste
69.585.444
62%
R$ 623.254.902,60
64%
8,96
80.915.332
42%
0,86
Sul
14.543.161
13%
R$ 122.294.438,56
13%
8,41
27.719.118
14%
0,52
Nordeste
15.134.220
13%
R$ 113.580.704,76
12%
7,5
53.591.197
28%
0,28
Centro-Oeste
9.577.147
8%
R$ 79.969.160,28
8%
8,35
13.895.375
7%
0,69
Norte
3.911.731
3%
R$ 31.072.568,29
3%
7,94
15.359.608
8%
0,25
Total
112.751.703
100%
R$ 970.171.774,49
100%
8,6 191.480.630
100%
0,59
* Preço médio de ingresso (R$) Fonte: Compilação da Ancine com dados do IBGE 2009; Sistema de Registro - Ancine; Filme B, Nielsen; SICOA.
ao circuito de lançamentos. “Temos compromisso de alguns dos distribuidores que atuam no Brasil no sentido de que não haja qualquer discriminação das salas que trabalham com projeção digital. Portanto um cinema com ingresso de R$ 5 numa cidade com 30 mil habitantes receberá lançamentos de alguns dos grandes distribuidores, que nos asseguraram que não faltariam cópias”, explica Rangel. Para Ricardo Difini Leite, a medida é uma das mais importantes do programa do governo federal. Segundo ele, a GNC Cinemas já conta com algumas salas digitais, até porque há uma demanda do público por este tipo de projeção, fundamental para a exibição de filmes em 3D. “Não quer dizer que em dois ou três anos o parque de salas vai estar
Digitalização Faz parte ainda do programa Cinema Perto de Você um estímulo à digitalização das salas. Só a desoneração sobre a importação dos equipamentos de projeção deve significar um incentivo de aproximadamente R$ 80 milhões ao setor. Além disso, na linha financeira operada pelo BNDES os equipamentos importados receberão recursos do FSA sob as mesmas regras e condições dos demais itens, não sendo aplicáveis as condições financeiras com base em encargos da cesta de moedas ou variação da unidade monetária do BNDES. “A lógica é resolver um problema de alta importância, que poderia ser entrave ao sucesso do programa. A forma como os distribuidores trabalham criaria dificuldades para que pequenos exibidores, localizados em áreas com preço médio de ingresso mais baixo, conseguissem cópias dos filmes em lançamento”, diz Rangel. Para ele, “a estratégia comercial das empresas traz embutida um dano profundo ao setor como um todo, na medida em que alija cidades do mapa cinematográfico, apequenando o mercado”. Nesses casos, explica, o mercado precisa de algum tipo de mediação. A digitalização é vista como a melhor solução, já que na distribuição digital, parte das despesas de distribuição cai substancialmente, permitindo a integração de mais salas
investimentos, tanto das iniciativas do poder público, quanto dos agentes privados. Para facilitar, o programa é compatível com os sistemas internos adotados pela maioria das empresas exibidoras. Ainda não foi traçado um cronograma para a implantação do sistema, que deve ser gradual. “Estamos tentando encontrar caminhos para aproveitar os sistemas já construídos pelas empresas exibidoras, desde que ofereçam confiabilidade e sejam aferíveis pela Ancine a qualquer tempo e em qualquer local”, diz Rangel. As salas beneficiárias do Cinema Perto de Você deverão estar adequadas ao controle. O programa de implantação nas outras
A meta da Ancine é que, em quatro anos, metade das salas de cinema do país esteja digitalizada. digitalizado, porque o preço do projetor é muito alto, mas vai ajudar muito. Quem tinha planos de comprar projetores no próximo ano provavelmente vai comprar o dobro do que compraria”, diz Difini. A meta da Ancine é que através do programa, que tem duração de quatro anos, metade das salas de cinema do país esteja digitalizada. Controle de bilheteria Por fim, o programa cria o Sistema de Controle de Bilheteria, organizado com base na homologação de sistemas informatizados utilizados pelos exibidores. Segundo a Ancine, os dados disponíveis são oriundos de fontes secundárias e apresentam lacunas significativas, o que fragiliza o planejamento das operações e dos
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salas será nos moldes de qualquer outro mecanismo de controle, partindo das empresas com maior capacidade econômica para as com menor capacidade, oferecendo a estas últimas mais prazo para que se adaptem. “Não podemos nos dar ao luxo de perder uma sala sequer, portanto nenhuma ação da qual o estado participe pode criar dificuldades para a sobrevivência das salas pequenas”, finaliza.
bertura c co
( evento)
brasil um or
pleta 11º f om
Da redação
c a r t a s . t e l a v i v a @ c o n v e r g e c o m . c o m . b r
Debate globalizado 11º Forum Brasil põe em pauta temas que estão em discussão em todo o mundo, como a distribuição multiplataforma, o financiamento da produção e novas modalidades de negócio em conteúdo.
Painel sobre transmedia storytelling: narrativa muito além da tela da TV
T
2010 o consumo de televisão deve continuar crescendo”, disse. A aposta da emissora privada portuguesa é na conquista do público segmentado da TV por assinatura com canais de nicho. Em 2009 o grupo lançou cinco canais (SIC Notícias, SIC Radical, SIC Mulher, SIC K e SIC Internacional), com os quais conquistou 20% do market share de publicidade na TV por assinatura. Até o fim deste ano, outros quatro projetos devem ser anunciados. Além da TV por assinatura, Marques diz que o conteúdo da SIC é difundido também pela Internet e no video on-demand, em modelo catch-up TV, e para dispositivos móveis. “Ninguém pode garantir se as novas plataformas de distribuição vão remunerar os produtores “, disse o executivo. Contudo, é fundamental ter as ferramentas para qualquer FOTOS: marcelo kahn
ELA VIVA realizou no início de junho (16 e 17) a 11ª edição do Forum Brasil - Mercado Internacional de Televisão, evento já consolidado no calendário, que este ano contou com a participação de representantes de mais de 50 canais de televisão abertos e por assinatura, e congressistas de 15 países, sobretudo da América Latina e África. O evento foi aberto com uma reflexão feita pelo keynote speaker internacional, o diretor geral da emissora portuguesa SIC, sobre o futuro da televisão. “O mundo está a mudar. Será que a televisão está a acabar?”, questionou Marques. Segundo o executivo, pesquisas mostram que o consumo de TV vem crescendo em todo o mundo, ao mesmo tempo em que a TV por assinatura aumenta em penetração e novos canais são lançados. Em 2009, afirmou, foram criados 245 canais na Europa. “Em
Luis Marques, da SIC: audiência de TV cresce e novos canais são lançados. "A TV não vai morrer".
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modelo de negócios e de remuneração que prevaleça. A aposta é que em algum momento algum modelo de remuneração vença a disputa, seja o modelo baseado na oferta de conteúdo gratuito, usado principalmente na Internet, seja o modelo de cobrança pelo conteúdo da TV paga. Em relação à TV aberta, Marques diz que atualmente já não faz muita diferença ter ou não uma radiofrequência, podendo ser exploradas as outras formas de difusão. Além disso, alerta que a dinâmica das atualizações tecnológicas vão demandar muito investimento por parte das emissoras, e poucas conseguirão se adaptar ao tempo de amortização dos investimentos mais curto. “Durante 40 anos a TV analógica foi suprema. Da TV digital ao 3D passaram-se apenas dois
Multiplataforma O tema da distribuição de conteúdos em novas mídias também foi tema de um painel que reuniu empresas tão diferentes quanto a TV Globo, o portal Terra, a programadora de TV paga Globosat, a produtora independente BeActive e a distribuidora mexicana Comarex. Se levar conteúdo a diversas plataformas já é uma atitude entendida como necessidade e praticada por todos os grupos de mídia, as iniciativas bem sucedidas serão aquelas que colocarem o usuário no centro. “O usuário está no centro porque ele é quem cria intimidade. Pensar no usuário garante retorno em audiência e publicidade”, observa Pedro Rolla, diretor de mídia do Terra para a América Latina. “A gente sabe que a TV aberta está mudando. Temos considerado como atingir o usuário em toda a parte”, explica Luiz Gleiser, diretor de núcleo da TV Globo. Ele mostrou exemplos de como a emissora tem feito isso na Internet, com episódios produzidos especificamente para a web de “Malhação” e de conteúdo estendido da novela “Passione”, com monólogos gravados pelos atores para a plataforma online. A Globo também tem procurado ampliar a presença de seus conteúdos na mídia digital “out of home”. Em São Paulo são 400 ônibus que transmitem conteúdo editado da TV Globo, por meio de uma parceria com a empresa Bus Mídia. Em breve, a emissora levará seu conteúdo também ao transporte público do Rio de Janeiro e de outras capitais. Nesta tentativa de chegar ao
“O usuário está no centro porque é ele quem cria intimidade” Pedro Rolla, do Terra
usuário, a distribuidora mexicana Comarex também prepara o lançamento de um portal com conteúdo da TV Azteca para mexicanos que não vivem no país, conta o diretor Ernesto Ramirez. O modelo de negócios será de streaming de vídeos por assinatura (SVOD, ou subscription video on-demand). A convergência de mídias também gera oportunidades para a produção independente. A BeActive produziu “Castigo Final”, projeto transmídia para o canal Oi, que tinha como produto principal a televisão. O formato já despertou o interesse de dois países. Hoje, a produtora está aberta ao desenvolvimento de conteúdo para marcas e negocia dois projetos com a MTV, segundo o diretor Aleksander Farias. Branded content O surgimento de novas formas de distribuição leva também ao desenvolvimento de novas modalidades de publicidade, mais adequadas a um consumo de mídia nãolinear e sob demanda. A produção de conteúdos ligados a marcas, o branded content, também foi tema de painel no evento. Denise Gomes, diretora da BossaNovaFilms, apresentou alguns cases da produtora, inclusive o do longa-metragem “Rio Eu Te Amo”, que contará com a participação de marcas. “Está todo o mundo aprendendo neste novo cenário. O papel de
Paulo Alcoforado, da Ancine: publicidade pode contribuir para a criação audiovisual. FOTOS: marcelo kahn
anos”, diz. “Os gestores que não tiverem condições de fazer investimentos rapidamente perderão mercado”, diz o executivo. Por fim, Marques lembrou que, em qualquer que seja o modelo de remuneração, o conteúdo sempre será necessário. “As grandes histórias são eternas”, disse.
Ricardo Scalamandré, da Globo: venda de novelas caiu, mas outros gêneros estão sendo exportados também.
“Acho difícil aparecer um novo hit mundial” Daniela Busoli , da Endemol Brasil
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cada agente também muda completamente. A ideia pode partir da marca, da agência e do veículo”, afirma. Daniel Conti, diretor do Fashion TV, canal da Turner, aposta nos formatos de branded content e acredita o veículo tem um papel importante para encontrar soluções neste cenário. “Não vejo a produção independente totalmente preparada para este desafio nem a agência como um player que conduza este processo”, diz. Durante a apresentação ele fez uma ressalva: “É importante que o telespectador tenha a ciência do que é conteúdo de marca e editorial”. O diretor da Ancine Paulo Alcoforado defendeu a perspectiva que a publicidade pode contribuir para o desenvolvimento da obra audiovisual não-publicitária. “O desenvolvimento econômico do audiovisual passa pela teoria de que a obra esteja ligada a uma marca e a um universo”, observa. O evento também debateu as tendências em programação no Brasil e no mundo. Segundo a diretora da Endemol Brasil, Daniela Busoli, a audiência está segmentada e está mais difícil encontrar novos programas de sucesso no mundo todo, como foi o “Big Brother”, formato da Endemol que está em 74 países. “Há muitos anos não se tem um grande hit.
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( evento) FOTO: daniel ducci
E será que tem espaço sucesso de um programa. “A para um novo hit? Os programação é a coisa mais espectadores estão importante nesse mix. Quando fracionados em nichos”, ele vai entrar e quem é o avalia Daniela. concorrente são fatores “Acho difícil haver um importantes”, diz. hit mundial”, comenta o As discussões em torno dos diretor da área custos e das vantagens da internacional da Globo, produção local e da compra de Ricardo Scalamandré. produtos prontos no mercado “Estão todos buscando os internacional também foram Sérgio Sá Leitão, da nichos. No nosso caso, destaque no painel. “A RioFilme: novos recursos uma TV aberta, vai ser produção local sempre foi e para a produção. mais difícil”, diz, sempre vai ser sucesso na TV”, lembrando que a TV aberta é voltada disse Scalamandré. Para o executivo, que para todos os públicos. lembrou que a Globo fechou acordos de Scalamandré reforça que ter um coprodução recentemente com a SIC para bom conteúdo não é o único fator a a produção de novelas no mercado ser levado em consideração para o português, ter uma boa história, produzida
no país em que será exibida, é a combinação ideal. O problema são os altos custos de produção. “Vai continuar a existir o enlatado, a coprodução e a produção local. Boas histórias produzidas com recursos locais são sucesso”. Ele lembrou que a pressão por custos é um dos motivos que leva ao crescimento do mercado de formatos, que são mais baratos de produzir. Daniela diz que a produção brasileira ainda é cara, especialmente em relação aos vizinhos argentinos. “Temos como desafio baixar esse custo de produção, fazer com que as grandes ideias se realizem de forma mais barata”, diz. Ela lembra ainda que a Endemol Argentina montou um
Por dentro da Discovery A Discovery Networks também realiza produções de acordo desenvolveu para o Forum Brasil um com a demanda dos canais. “Cerca de formato de workshop inédito em todo 70% das produções são ideias internas, o mundo. No Inside Discovery, que e escolhemos as produtoras que irão aconteceu durante o evento, a realizá-las”, diz Michela. programadora internacional A Discovery Networks Brasil apresentou e explicou, juntamente prepara três séries em parceria com suas produtoras parceiras, todo com três produtoras independentes o processo de desenvolvimento de para seus canais. São duas para o uma produção. Foram duas sessões: Discovery Channel e uma para o Inside Discovery com Conspiração Discovery Home & Health, totalizando e Inside Discovery com Mixer. 18 episódios de programas. Participaram pela Discovery Três episódios da série “Viver para Inside Discovery com Conspiração. Michela Giorelli (vice-presidente de Contar” estão sendo produzidos pela produção e desenvolvimento da Conspiração para o Discovery Channel. Discovery Networks Latin America/ A Mixer produz para o mesmo canal US Hispanic), Marcela Sanchez um pacote de seis documentários, (gerente de produção) e Carla Ponte para a série “Atualidades”, sendo (supervisora de produção para que o primeiro deles, “Brasília - a a América Latina). Construção de um Sonho”, foi exibido Pelas produtoras participaram em julho último. Luis Antonio Silveira (produtor Para o Discovery Home & Health, a executivo) e João Hombeeck produtora Medialand produz a série de (roteirista), da Conspiração; e nove documentários - sendo o primeiro Rodrigo Astiz (diretor) e Paula de uma hora e os outros de meia hora Knudsen (roteirista), da Mixer. “Especiais Médicos”, conforme adiantou Produtoras interessadas em este noticiário. Além desses, a Inside Discovery com Mixer. trabalhar com o Discovery precisam Discovery é parceria da TV Pinguim na fazer pesquisas extensas. Essa foi uma das dicas para segunda temporada da animação “Peixonauta”. coprodução com a programadora, apresentada durante o Para todas essas produções em andamento, a programadora workshop. Segundo Michela Giorelli, o time da Discovery está utiliza recursos do artigo 39. A supervisora de produção para a totalmente envolvido na produção para garantir que o América Latina da Discovery Networks, Carla Ponte, conta que investimento seja compensado. “A produção local precisa ter a programadora pode fazer coprodução, trabalhos relevância e audiência, ou não se justifica”, diz. encomendados (commissioned) e ainda aquisições. “No Brasil, Do ponto de vista dos produtores, Silveira, da Conspiração, temos priorizado as coproduções”, conta. Ela lembra que o lembrou que não é um processo fácil, mas muito profissional “Viver para Contar” foi um projeto que começou como e cheio de desafios. “Nesse tipo de produção não existe uma encomenda e acabou tornando-se uma coprodução. ‘o meu filme’. Trata-se de um produto que tem objetivos “Isso acontece porque temos encontrado parceiros para e estratégia”, lembra. trabalhar no Brasil”, diz. Para coproduzir com o Discovery, é preciso inscrever os Há ainda três projetos em fase de desenvolvimento com três projetos no site producers.discovery.com. A programadora produtoras. “Estamos experimentando ideias”, adiantou Carla.
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( evento) polo de produção, com “Sem incentivos fiscais, não quase 500 funcionários e se entra na briga por grandes oito estúdios, de onde projetos do exterior” saem produções para todo Steve Solot, da Rio Film Commission o mundo. “Essa estrutura megalomaníaca voltada para um só país é Convidadas a participar dos inviável”, lembra. paineis, outras emissoras como Para Marcel Vinay, da SBT, Bandeirantes e Record não distribuidora mexicana aceitaram participar. Comarex, ligada à TV Azteca, é a mistura entre conteúdos Financiamento prontos e a produção local que dá Outro tema de destaque no Forum retorno financeiro. Ele conta ainda foram as novas oportunidades de que as séries dramáticas costumam financiamento para a produção funcionar melhor como enlatados do audiovisual. A RioFilme, ligada à Prefeitura que as comédias, que dependem de do Rio de Janeiro, anunciou no evento que adaptação à cultura local. prepara, em parceria com um canal de TV, O mercado internacional de cujo nome ainda é mantido em sigilo, um conteúdo passou por um edital para a produção de dez momento de baixa em pilotos de programas de 2009, como resultado da televisão. Segundo o presidente crise financeira mundial, e da RioFilme, Sérgio Sá Leitão, a os reflexos ainda podem ideia é produzir programas de ser sentidos. Scalamandré grade. Dos dez pilotos sairá uma disse que em 2009 houve série de 13 episódios, a ser uma queda de 3% no bancada pela empresa e pelo número de horas vendidas canal envolvido no projeto. A TV pela Globo no mercado terá participação nos direitos internacional. “Por outro patrimoniais do projeto lado, estamos exportando proporcional ao seu Marcel Vinay, da Comarex: investimento, destaca Sá Leitão. outros gêneros, que mistura entre enlatados e não as novelas, como O presidente da RioFilme produção local dá comédia”, diz. apresentou ainda um balanço resultados.
do trabalho da empresa pública no ano de 2009. Foram investidos R$ 8,4 milhões em 117 filmes, sendo que um terço foi aplicado na distribuição e dois terços na produção dos longas. Em 2010 a RioFilme deve investir R$ 19,15 milhões, dos quais R$ 9,5 milhões serão destinados a investimentos reembolsáveis. Os recursos serão potencializados por investimento de parceiros, chegando a um total de R$ 39,05 milhões. O dinheiro deve ser aplicado em programas de promoção internacional da cidade, em cinemas populares, em uma incubadora de empresas da indústria audiovisual, em sessões de cinema em praça pública, em festivais e mercados, no Funcine Rio I e em editais de cinema e TV. Do Rio também veio a notícia que a Rio Film Commission, uma organização da cidade e do Estado do Rio de Janeiro, lança no final do mês de julho um incentivo para atrair produções audiovisuais. Será oferecido R$ 1 milhão a quatro produtoras cariocas R$ 250 mil cada - que representem projetos de longa-metragem de ficção ou documentário, estrangeiros ou de outros estados brasileiros, a serem realizados no Rio de Janeiro. Para ser qualificado para o recurso, o projeto precisa ter a maioria do orçamento e
Novas ideias Mais uma vez, o Forum Brasil foi palco de dois concorridos pitchings, que deram visibilidade a projetos de grandes produtoras e de outras menos conhecidas no mercado, que tiveram a chance de expor suas ideias e projetos. Os dois pitchings foram inéditos no Brasil. O primeiro foi promovido pela distribuidora carioca Synapse, e não tinha tema definido. O pitching era destinado a projetos quase acabados, que precisassem de recursos para a finalização. O vencedor foi o documentário “As Batidas do Samba”, da produtora Panorâmica. O projeto foi escolhido pelo júri formado por Júlio Worcman e João Worcman (Synapse), Wagner La Bella (TV Cultura), Rogério Brandão (TV Brasil) e Erico da Silveira (TV Escola). O prêmio foi um aporte financeiro de R$ 50 mil. No segundo pitching, o canal History Channel buscava idéias originais para um documentário ou série documental. O projeto “Solana Star”, da produtora Ideia Forte, foi o vencedor, e recebeu um prêmio de desenvolvimento de projeto de US$ 20 mil. O documentário conta a história do chamado “verão da lata”, quando uma carga de maconha em latas de alumínio foi despejada de um navio de contrabandistas e acabou parando na orla do Rio de Janeiro, transformando-se em um verdadeiro fenômeno cultural. Participaram do júri Krishna Mahon, do History Channel/Biography/A&E, Marcelo Amiky, da TV Cultura, Roberto Martha, da Viacom e Adrien Muselet, da RioFilme.
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Pitching History Channel: projeto sobre o “verão da lata” levou prêmio de US$ 20 mil.
Jurados e vencedores do pitching Synapse: R$ 50 mil para finalização.
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Ancine Em um debate sobre financiamento público no 11º Forum Brasil foi levantada a questão sobre os direitos patrimoniais de obras para televisão produzidas por produtoras independentes em conjunto com programadores internacionais. O diretor da Ancine Mário Diamante lembrou a recente publicação de uma deliberação da diretoria colegiada da agência reguladora, que estabelece limitações e critérios à transferência de direitos patrimoniais e de direitos de exploração de obras produzidas com recursos incentivados por meio da Lei do Audiovisual e da MP que criou a Ancine. A deliberação estabelece “parâmetros mínimos” para a relação entre produtores independentes e canais, garantindo o direito patrimonial para os produtores. Ainda segundo Mário Diamante, está pronta “uma primeira versão” de uma Instrução Normativa que criará regras para a relação entre produtores independentes e canais (inclusive canais pagos) no caso de uso recursos públicos. “Haverá um amplo debate público, do qual poderão participar todos os agentes do setor”, disse, sem revelar quando o projeto entra em Consulta Pública. No mesmo painel, sobre financiamento da produção, a
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responsável pelo departamento de economia da cultura do BNDES, Luciane Gorgulho, apontou a dificuldade em investir em projetos para televisão. Segundo ela, poucas empresas buscaram o financiamento oferecido pelo banco de desenvolvimento, apesar das diversas facilidades criadas nos sistemas de garantias e risco. Apenas quatro consultas formais sobre projetos para televisão foram apresentadas, das quais três receberam investimentos. Para ela, o fato de o setor contar com empresas produtoras com faturamentos anuais considera dos altos não contribui para a qualidade dos projetos, sob a ótica do investimento. “Precisamos de projetos mais estruturados”, disse. Sinal deste distanciamento entre os canais e os novos mecanismos de fomento é que apenas quatro canais já utilizaram recursos do Artigo 3ºA da Lei do Audiovisual, que permite o uso de parte do imposto devido pela compra de direitos internacionais de programação na coprodução com produtoras brasileiras independentes. Os canais que usaram montantes mais expressivos, por enquanto, foram HBO, que já alocou R$ 4,3 milhões em produções locais, e a Record, que usou R$ 1,4 milhões. Os números foram apresentados por Mário Diamante no Forum Brasil. Ele apresentou um panorama dos mecanismos de fomento e de investimento público no audiovisual, sobretudo em projetos de produção para TV. Além do mecanismo de incentivo fiscal, o diretor da Ancine apresentou um balanço preliminar da segunda fase de investimentos da Linha B do Fundo Setorial do Audiovisual.
FOTOs: daniel ducci
do conteúdo realizado no Estado do Rio de Janeiro. O dinheiro será desembolsado para o produtor local. “Sem incentivos fiscais, não se entra na briga por grandes projetos do exterior”, disse Steve Solot, presidente da Rio Film Commission, que participou do Forum Brasil. Em São Paulo, segundo Éder Mazini, que representa a film commission da cidade e também a Associação Brasileira de Film Commissions (Abrafic), foram realizadas 36 atividades em 2010 até o momento, entre curtas, longas, comerciais e outras produções. Em 2009 o número total foi de 50 atividades.
Trata-se da linha dedicada a investimentos em projetos de TV do fundo de investimento de recursos públicos em audiovisual. Até o momento, 45 projetos foram apresentados. Vale lembrar, para ter acesso ao investimento é necessário ter um contrato com uma emissora de TV. Dos 45 Suzana Mata, da TV Pública apresentados, 19 são do de Angola: mini-Projac. estado de São Paulo, oito do Rio de Janeiro, sete do Rio Grande do Sul, quatro de Goiás e sete de outros estados. As parcerias envolvem emissoras públicas e privadas, de atuação nacional e regional. Outra novidade é que além dos nove Funcines já aprovados pela agência reguladora, dos quais três Ancine vai normatizar a relação entre canais e têm como metas produtoras, conta Mário investimentos em produtos Diamante. para TV, estão em análise três novos fundos incentivados.
Luciane Gorgulho, do BNDES, contou que poucas empresas buscaram financiamento do banco.
Marilena Chiarelli, da TV Brasil, negocia conteúdos com países de língua portuguesa.
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Irmãos de língua O Forum Brasil vem se tornando um espaço privilegiado para a troca de informações e realização de parcerias e negócios entre o Brasil e países latinoamericanos e da comunidade lusófona. O evento sediou mais uma vez o Encontro dos Países de Língua Portuguesa, com representantes de Portugal, Angola, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Macau. Para Suzana Mata, diretora da TV Pública Angolana (TPA), há potencial para cooperação entre televisões de países de língua portuguesa. “É preciso mobilizar recursos para a coprodução entre os países”, disse. Ela cita como exemplo positivo o
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( evento) DocTV CPLP, o programa de “novos parâmetros” para de coprodução entre coprodução. Além disso, emissoras públicas e afirmou que o canal público produtores independentes vem negociando com as TVs da Comunidade de Países públicas da CPLP uma troca de de Língua Portuguesa. “A conteúdos. TPA vai continuar A TVS, canal de São Tomé apoiando”, disse. e Príncipe, anunciou que está Segundo ela, o canal prestes a fechar contrato de de Angola investiu na intercâmbio de conteúdo com construção de um “minia EBC, segundo Mateus Mateus Ferreira, de Projac”, que pode Ferreira, representante do São Tomé e Príncipe: contribuir para a canal no Encontro de TVs de dificuldades com aquisição coprodução com outras Língua Portuguesa. e digitalização. emissoras. “Queremos fazer acordos que Marilena Chiarelli, da TV Brasil, possam internacionalizar os conteúdos”, também cobrou no debate a criação explica Ferreira. Ele elogiou o programa
DocTV CPLP, que propõe a produção de documentários nos países de língua portuguesa para exibição nos canais públicos. A TVS tem oito horas de programação diárias, com três programas informativos, além de atrações culturais, infantis e esportivas. Segundo Ferreira, um dos desafios do canal é a aquisição de meios e a digitalização. A TVM, canal público de Moçambique, por sua vez, anunciou que deve lançar um segundo canal ainda este ano. A informação é de Luis Simão, diretor do canal. O TVM 1 deve concentrar-se em conteúdo
Produção infantil deslancha, mas não chega à TV aberta No debate sobre produção infantil promovido no 11° Forum para explorar estas marcas”, afirma. Brasil, Kiko Mistrorigo, diretor da TV Pinguim, produtora da Participaram também do debate Jimmy Leroy, da Viacom, série de animação “Peixonauta”, que vai ao ar pelo Discovery e Marta Machado, presidente da Associação Brasileira Kids, apontou o apoio da TV aberta como um desafio para os de Cinema de Animação (ABCA) e produtora da Otto produtores que desenvolvem conteúdo para o público Desenhos Animados. infantojuvenil. “A produção infantil ainda não é um negócio Demonstrando que o conteúdo nacional tem boa resposta, para a TV aberta, ainda faltam alguns elementos. A relação de a Viacom fechou com a Mixer a coprodução da segunda custo de produção por custo de veiculação ainda não é temporada da animação “Escola pra Cachorro”. Serão 26 interessante”, observa. novos episódios, produzidos com os mesmos parceiros que Mistrorigo destacou também que o apoio de um canal é viabilizaram a primeira temporada (além da Mixer e do canal fundamental para os produtores brasileiros que vão aos Nickelodeon, estão envolvidos a produtora canadense Citémercados internacionais em busca de parceiros Amerique, o canal TVO, também do Canadá, internacionais para viabilizar as produções. e a TV Cultura). Marcelo Amiky, diretor de produção da TV Além da continuidade à série de animação, Cultura, também afirmou que embora o canal seja exibida no bloco pré-escolar do Nickelodeon, a reconhecido pela qualidade de programação Viacom anunciou os temas e as produtoras infantil, a produção hoje em dia é pequena. “Temos envolvidas em outras coproduções da também o desafio de reinventar o modelo de programadora. produção e o montante de recursos”, afirma Amiky, Para o canal Vh1, está em produção um destacando que a emissora deve firmar-se agora na documentário sobre a vida de Raul Seixas, em gestão de João Sayad como uma coprodutora, parceria com a Paramount, a AF Cinema, abrindo mais espaço para a produção independente. a TV Cultura e o canal Vh1. Este documentário As parcerias devem ser feitas nos níveis será lançado primeiro no cinema, depois em internacionais, como aconteceu recentemente na DVD (também pela Paramount), na TV paga e série “Minha Copa do Mundo”, atração composta na TV aberta. por episódios produzidos pela TV Cultura e outras Há também uma série de documentários com Jimmy Leroy, da Viacom emissoras latino-americanas, e nacionais, dado o três episódios em coprodução com a Conspiração. sucesso de “Escola para Cachorro”, uma parceria Trata-se de “VH1 Apresenta: Arnaldo Antunes com a Mixer e com o canal Nickelodeon, que é líder Lá em Casa”, que terá direção de Andrucha de audiência nas manhãs. “Temos que nos arriscar Waddington. mais em produções nacionais. Ela vai se refletir em Alem dessa, uma performance da banda Ultraje audiência e em visibilidade”, explica. a Rigor está em coprodução com a Casablanca. Tiago Melo, diretor executivo da Mixer, afirma Com a Mixer, a programadora produz o “VH1 que a demanda por este tipo de produção vem Estúdio - Skank e Nando Reis”, com a banda e o crescendo. Hoje, além de “Escola pra Cachorro”, a artista, que já colaboraram um com o outro, produtora trabalha em outra série de animação e tocando juntos para uma pequena plateia. “Esse em dois projetos de live action, um para a TV Brasil projeto provavelmente terá outras versões, com e outro para a Band. “Uma coisa importante neste outros artistas”, diz o diretor de produção da segmento é pensar em produtos de marca, com Viacom, Roberto Martha. atributos e significados. Os personagens não estão Embora não estejam fechados à realização de só na televisão, estão em vários lugares e produções para o Nickelodeon, Roberto Martha ambientes. Os canais devem pensar não só na contou que grande parte dos recursos de artigo 39 Tiago Melo, da Mixer audiência, mas em parcerias com a produtora no momento estão direcionados para o Vh1.
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informativo, enquanto o TVM 2, terá foco em entretenimento, com sitcoms e realities. O canal também acabou de assinar um acordo de intercâmbio com a TV Brasil, contou o executivo. O canal tem investido no setor de dramaturgia e deve rodar em fevereiro de 2010, sua primeira minissérie: “Doce Veneno”. A atração de 13 episódios tem orçamento de US$ 750 mil em captação e já está roteirizada. Há a possibilidade de captação em HD. “Como temos feito acordo com países de língua portuguesa, nos preocupamos não só com a qualidade de conteúdo, mas também com a qualidade técnica”, observa Simão. Expansão Com objetivos diferentes, TVs do Brasil e de Portugal contribuem de alguma forma para a integração entre países de língua portuguesa. Na primeira mesa do encontro de emissoras da comunidade lusófona, TV Brasil, Globo e a portuguesa SIC apresentaram a evolução da internacionalização de seu conteúdo através de canais internacionais. Globo e TV Brasil apontaram na internacionalização a meta de atingir brasileiros expatriados. Com dez anos de existência, a Globo Internacional chega a 260 mil assinantes apenas nos países de língua portuguesa, sempre em pacotes premium, em diversos países da África, Europa, além de Estados Unidos e Japão. Segundo Alejandra Moreno, executiva da área internacional da Globo, há dois anos a Globo produz conteúdo local na África, o “Revista África”. Já a TV Brasil, que começou há seis meses a transmitir para o mercado internacional, conta distribuição apenas na África, chegando a 49 dos 53 países do continente, incluindo todos os países de língua portuguesa. Segundo Marilena Chiarelli, responsável pela difusão no mercado internacional da TV pública brasileira, já há a produção de conteúdos voltados exclusivamente aos expatriados: uma
agenda cultural; um programa o canal chega a 11 países, que tira dúvidas frequentes buscando não apenas entre os que moram fora do portugueses expatriados. país, como emissão de “A África representa um passaportes ou declaração de enorme potencial para a renda; e o “Conexão Brasil”, SIC”, disse, destacando que que leva notícias do país. A a previsão de crescimento ideia é que o canal chegue a do PIB de Angola é de 8% países da América Latina e aos este ano. “A previsão para Estados Unidos ainda este ano. Portugal é de 0,5%”, disse. Já o canal privado português Em virtude da aposta, a Luis Simão, da TV de SIC apresentou outra meta com SIC conta com distribuição Moçambique: produção a atuação no mercado local e novo canal. de mais um canal em internacional. Segundo João todas as plataformas de Pedro Nava, diretor de distribuição da SIC, TV por assinatura no país.
Inovação incentivada O novo secretário do Audiovisual do Ministério da Cultura, Newton Cannito, anunciou durante o 11º Forum Brasil o lançamento para breve do Fundo de Inovação Audiovisual. Segundo ele, o edital deve adotar um “conceito amplo” de inovação, englobando pesquisa em áreas que não são atendidas pelas políticas atuais do MinC, como desenvolvimento de formatos ou de novos modelos de negócios. Cannito prometeu ainda outro edital para desenvolvimento de projetos, mas que vai além do desenvolvimento de roteiros. A ideia, explicou, é fomentar diferentes etapas do desenvolvimento de projetos, como a escolha ou formação de atores, testes de linguagem de direção ou fotografia. O novo secretário do audiovisual “jogou” ainda ideias que, segundo ele mesmo, ainda não foram desenvolvidas e que dependem de muita conversa com o setor. “Mesmo que não seja viável executar agora, expor algumas ideias pode fazer com que as pessoas passem a cobrar ações da Secretaria do Audiovisual, da Ancine, do ministério”, disse. Ele citou como uma das ideias o fomento ao desenvolvimento de projetos, mesmo que os projetos acabem não sendo realizados. “Nos Estados Unidos, a cada sete projetos apenas um é realizado”, disse. “Os produtores precisam desenvolver diversos projetos, mesmo que nem todos se concretizem, e precisam ser remunerados por isso”. Na visão dele, do próprio Newton Cannito, secretário desenvolvimento podem sair outros produtos, que não do Audiovisual do MinC. aquele objeto do projeto inicial. De uma pesquisa para roteiro de ficção, por exemplo, poderia sair um documentário sobre o tema pesquisado. Além disso, sem a obrigatoriedade de realizar o projeto desenvolvido, os produtores poderiam abandonar aqueles que, por algum motivo, não deram certo já nessa primeira etapa. “Um filme desenvolvido para o trabalho de um ator específico, por exemplo, poderia não ser feito porque o ator não está disponível. Talvez ele esteja em dez anos, ou surja outro ator capaz de assumir. Aí sim o projeto pode ser executado”, explicou. Outra ideia é o fomento ao desenvolvimento de formatos. “Impressiona o fato de o Brasil nunca ter vendido formatos no mercado internacional”, disse. “A produção independente não tem que ser apenas de conteúdo premium, não precisa ser documentário e ficção, é preciso ocupar todos os espaços da grade”, disse, afirmando ser um erro condenar a produção de programas de grade. Por fim, Newton Cannito apontou a ideia de fomentar a criação de canais, não apenas de conteúdo para os canais de TV. “A TV não é só produto audiovisual, é o fluxo de produtos, a grade de programação”, disse. Na visão do secretário do Audiovisual, não há motivos para fomentar a produção, e não financiar empresas capazes de contratar a produção. “Não faço a menor ideia de como ajudar um canal independente, talvez vocês possam me dizer”, disse, cobrando participação do setor no desenvolvimento de políticas públicas.
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Congresso ABTA 2010: os mais importantes players de comunicação, telecomunicações e internet pela primeira vez juntos no maior evento do triple play da América Latina.
REALIZAÇÃO
ORGANIZAÇÃO
PATROCÍNIO CONGRESSO
PARCEIROS DE MÍDIA
IN
PUBLICAÇÕES OFICIAIS
* Globo, Band, Google, Terra, Net, Telefônica, Oi, GVT, Embratel, HBO, Discovery, Globosat e ESPN/Disney.
Abertura do Congresso Roberto Irineu Marinho, presidente das Organizações Globo.
10 A 12 DE AGOSTO DE 2010 TRANSAMÉRICA EXPO CENTER, SÃO PAULO, SP
Inscrições e programação completa no site
www.abta2010.com.br
*Empresas já confirmadas nos painéis de debates.
bertura c co
( mercado)
brasil um or
pleta 11º f om
Lizandra de Almeida
l i z a n d r a @ c o n v e r g e c o m . c o m . b r
Parcerias consolidadas
A
Sessão Oi Futuro 30 Minutos Com no Forum Brasil: oportunidade para produtores.
programação artística do canal, estimou que 90% da programação - ou 35 programas - são realizados dessa forma. As verbas, porém, são igualmente apertadas: dificilmente o canal paga mais que R$ 25 mil por episódio de meia hora e R$ 15 mil em episódios de 15 minutos. No Multishow, há ainda a possibilidade de realização de programas com utilização de recursos provenientes de lei de incentivo, como o Artigo 3°A da Lei do Audiovisual, mas estes são voltados para projetos “premium”. Em sua apresentação, a editora-chefe do canal Fashion TV Brasil, Maria Prata, informou que 70% das produções são originais e 30% correspondem a programas licenciados. Os recursos de
FOTO: marcelo kahn
produção independente brasileira já é parceira habitual em grande parte dos canais pagos nacionais e estrangeiros. Isso vale também para os canais públicos e educativos: atualmente, grande parte dos exibidores contrata produtoras para viabilizar ideias específicas ou faz pitchings e editais para trazer ideias novas do mercado. O uso dos mecanismos de fomento também já está assimilado pela maioria dos canais que trabalham com produção independente. Mas que ninguém espere nadar de braçada nesse mercado. Cada vez mais, as exigências são de abordagens inovadoras e custo baixo. Durante o 11º Forum Brasil Mercado Internacional de Televisão, realizado por TELA VIVA em São Paulo nos dias 16 e 17 de junho, vários canais apresentaram suas demandas nas sessões Oi Futuro 30 Minutos Com. Com um orçamento de R$ 13 mil a R$ 15 mil por episódio para programas de meia hora, e R$ 7 mil a R$ 8 mil para interprogramas, o Canal Brasil tem 30% de sua programação composta por esse tipo de produção, dos quais 95% são feitos por produtoras. Os outros 70% da grade são dedicados ao cinema brasileiro. O canal Multishow, que faz parte dos canais Globosat como o Canal Brasil, também trabalha com produções independentes. Christian Machado, diretor de
FOTOs: daniel ducci
Com modelos variados de contratação e coprodução, o relacionamento entre fornecedores de conteúdo e exibidores vai se estreitando. Originalidade e baixo custo, porém, dão a tônica das negociações.
Daniel Conti, do FashionTV Brasil, aposta em branded content e convida produtores a desenvolverem projetos.
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produção são incentivados e próprios, com apostas em produtoras jovens que têm conseguido viabilizar as ideias a custos abaixo do mercado. Para viabilizar suas produções, o canal também tem apostado em branded content. “Vocês (produtores) estão convidados a pensar nesses formatos”, afirmou o gerente geral do canal, Daniel Conti. Krishna Mahon, produtora executiva dos canais History Channel, Biography e A&E, também se mostrou interessada em coproduções e aquisições para os três canais. No caso do History Channel, “queremos séries que não terminem em seis episódios, de histórias brasileiras”. Programas especiais sobre personagens e temas impactantes dos momentos históricos brasileiros também são bem-vindos. Para o canal A&E, cuja programação de entretenimento
pretende aliar “ação e emoção”, há interesse em séries de dramaturgia e espetáculos musicais, naturalmente mais caros e por isso mesmo, segundo Krishna, de difícil viabilização. O Biography Channel, por sua vez, tem uma difusão ainda restrita no Brasil, o que reduz as verbas. “Não temos verbas para séries, mas os especiais nos interessam”, afirmou. O canal estreia, em agosto, uma série brasileira de biografias coproduzidas com a Mixer, que também será exibida no A&E. Dominando o Artigo 3º A Quem ainda não começou, está estudando as possibilidades de uso do Artigo 3º A da Lei do Audiovisual. É o caso da MTV, que pretende começar a usá-lo no próximo ano. “O departamento jurídico da Abril ainda está avaliando como usar o 3°A. Até o final deste ano devemos ter um modelo”, explicou Cris Lobo, diretora de produção e programação da MTV. A emissora também estuda o desenvolvimento de novas coproduções com o uso de recursos incentivados, como fez na série “Descolados”, em parceria com a Mixer. Este ano, a emissora trabalhou com o modelo de aquisições nas três atrações de produção independente da grade, todas no formato de 15 minutos. Uma quarta atração, produzida por uma produtora carioca, deve estrear em agosto. Segundo Raq Affonso, gerente de programação da MTV, o canal recebe pilotos ou acompanha as produções pela Internet. O canal também trabalha com produção independente em quadros na programação. Repartindo os recursos desse artigo entre vários projetos, os canais Telecine inauguraram o investimento em produções nacionais. Com o selo Telecine Productions,
documentou quatro povos indígenas visitados pelo antropólogo na década de 1930 e levou esportistas radicais para fazer os percursos realizados pela equipe de pesquisa da época, combinados com entrevistas com antropólogos brasileiros e franceses. O canal já tem outros projetos aprovados. Estão em produção uma série com a Gullane Filmes sobre profissionais de esportes radicais em várias fases de atuação, uma série sobre a história dos esportes no Rio de Janeiro e outra com o base jumper Sabiá, produzida pela Cine Mauro.
“O departamento jurídico da Abril ainda está avaliando como usar o 3°A. Até o final deste ano devemos ter um modelo” Cris Lobo, da MTV
criado em 2008, têm apoiado a produção de longas-metragens, fazendo a pré-compra de direitos e garantindo a exclusividade de exibição na janela de TV por assinatura. Sóvero Pereira, gerente de marketing dos canais Telecine, destacou algumas características que são avaliadas no projeto: o filme deve ter pelo menos um roteiro elaborado e distribuição para o cinema encaminhada. Se não houver distribuição para o cinema e a rede decidir apostar no projeto, ela encaminha para a avaliação de parceiros. “Para a gente é importante que o filme tenha bom desempenho no cinema”, explica Pereira. Inicialmente empolgada com as possibilidades abertas pelo Artigo 3º A, a
Pitchings e editais No caso das emissoras públicas e educativas, apesar das restrições da lei de licitações (Lei 8.666), os pitchings já fazem parte de sua
para receber apoio do telecine, o filme deve ter roteiro elaborado e distribuição encaminhada. diretora da área de esportes radicais da ESPN Brasil, Renata Netto, hoje vê o recurso com mais cautela. Depois de coproduzir com o Canal Azul um episódio da série “Viajantes Radicais”, percebeu que os recursos não são suficientes para toda a produção. “Hoje encaramos isso como um pontapé inicial”, disse. A série começou a ser produzida com recursos próprios, abordando as viagens exploratórias de Charles Darwin e Richard Burton pelo Brasil. Devido às comemorações do Ano da França no Brasil, em 2009, decidiram dedicar os dois programas seguintes ao antropólogo Claude Lévi-Strauss e ao naturalista Saint Hilaire. O episódio de Lévi-Strauss
realidade, assim como a contratação para projetos específicos. A TV Brasil, por exemplo, anunciou que vai lançar seis pitchings em 2010. Enquanto isso, duas séries de animação já estão em produção, bem como três séries resultantes do FIC-TV. Além de remodelar vários programas da grade da TVE incorporados à sua programação, a TV Brasil também está lançando programas novos, principalmente ligados à música, com o objetivo de baixar a idade média de seu público espectador, que hoje está em torno dos 50 anos. Segundo o diretor de programação da TV Brasil, Roberto Faustino, há pouco mais de um ano, quando ele assumiu, o canal tinha oito negócios com produtoras independentes. Hoje, são 38. “Incorporamos alguns programas que já existiam, desenvolvemos outros com produtoras e também as
“Temos interesse nos temas sociais, mas as ideias precisam ser inusitadas.” Débora Garcia, do Futura
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( mercado) Christian Machado, do Multishow, diz que deve usar Artigo 3ºA para conteúdo “premium”.
do Canal Futura, Débora Garcia, programas sobre música e esportes são a grande demanda do canal, exatamente para atrair esse público. “Há um certo paradoxo quando dizemos que queremos programas musicais, porque a questão de direitos autorais é muito complicada. Mas ideias são sempre bem-vindas.” Outro tema que interessa ao Canal Futura é ciência e tecnologia. “Faltam programas sobre isso em nossa grade, mas não queremos nada didático”, comentou. Financiado por parceiros mantenedores, o Futura também recebe programação feita por produtores independentes e patrocinada diretamente por esses parceiros, com produção independente. Entre os exemplos citados por Débora, está a série especial “Que exploração é essa?”, produzida pela WCFBrasil pela Casa de Cinema de Porto Alegre. Uma das preocupações do canal é que os programas tenham possibilidade de reexibição. “Além de propostas alinhadas com as novas mídias, como o Twitter, nos interessa que o programa possa ser incluído no FuturaTec, um acervo para download que temos para uso pedagógico. É sempre bom evitar, portanto, programas com muitas limitações jurídicas.” O Canal Futura este ano já lançou dois pitchings. O primeiro, chamado de Pitching Social, era voltado a ONGs e TVs universitárias. “Vimos que não havia a quantidade que gostaríamos de trabalhos com essas instituições e que a concorrência com as produtoras era muito cruel. No final, acabamos eliminando as TVs universitárias, porque as
ideias das ONGs eram muito mais interessantes”, disse Débora. Em 16 de julho, encerraram-se as inscrições para o pitching de documentários, que vai premiar projetos de 52 minutos de duração com R$ 100 mil. “Temos interesse nos temas sociais, mas as ideias precisam ser inusitadas.” A abordagem da SescTV, mantida pelo Sesc-São Paulo, também é bem específica. Distribuído por 120 operadores de cabo no Brasil, o canal procura concentrar sua programação em produtos culturais. Toda a programação é terceirizada, de quatro maneiras diferentes: contratação de produtora para desenvolvimento conjunto de conteúdo, licenciamento de produtos finalizados, coproduções e intercâmbio de programação com outros canais de cunho cultural. “Quando produzimos um programa também estamos interessados no acervo da cultura audiovisual brasileira”, explica o diretor Valter Salles. “Há lacunas de programação em todas as áreas das artes brasileiras, seja com programas de contemplação ou de discussão conceitual.” Entre os critérios estabelecidos pelo canal, estão a relevância cultural, exclusividade na abordagem do tema, perspectiva de ampliação do acervo, impacto institucional e dimensão política. Os custos, é claro, também são levados em conta. “Evitamos sempre o didatismo e as narrativas convencionais, mesmo que a linguagem seja um pouco hermética”, analisou Salles. Alguns canais trabalham com o lançamento de editais. É o caso da TV Escola, que lançou dois editais FOTOS: daniel ducci
ideias resultantes do pitching que fizemos ano passado”, afirmou. Agora incluída em uma rede de emissoras públicas, chamada Rede Pública de TV, a TV Brasil estreitou os laços com diversos canais públicos estaduais, trocando programação e participando de coproduções regionais, além de participar de projetos públicos da Secretaria do Audiovisual, como o DOC TV, Curta Criança, Anima TV e FIC TV. Faustino afirmou que o canal também tem quatro projetos no Fundo Setorial do Audiovisual e estabeleceu uma parceria com o Ministério da Ciência e Tecnologia para o desenvolvimento de uma série. A entrada no Brazilian TV Producers também vai permitir a prospecção de projetos internacionais. E lançou o desafio de criar um núcleo de teledramaturgia em parceria com o mercado, visando inclusive o exterior. “Nosso desafio é encontrar uma maneira de produzir dramaturgia que se aproprie de outros ingredientes que tenham a ver com a nossa missão. Ou seja, precisam ser obras relevantes. Entendemos que o mercado tem ótimos produtos, mas queremos construir uma programação para o público jovem que hoje está mais na Internet do que na TV.” O diretor da TV Brasil acredita que uma das maiores deficiências do mercado brasileiro seja justamente a dramaturgia. “Há uma falha no planejamento e na construção dos personagens. Vemos que existe uma dificuldade para construir arcos dramáticos e dar mais ambição para a obra. Precisamos de um trabalho mais aprofundado de criação de personagens”, explicou. O público jovem e infantil é o grande calcanhar de Aquiles da maioria dos canais. Para a supervisora de conteúdo
“Nosso desafio é encontrar uma maneira de produzir dramaturgia que se aproprie de outros ingredientes que tenham a ver com a nossa missão. Ou seja, precisam ser obras relevantes.” Roberto Faustino, da TV Brasil
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durante o Forum, para o desenvolvimento de uma série de programas sobre língua portuguesa e outra sobre educação física. Órgão da administração direta do Ministério da Educação, a TV Escola é transmitida para 50 mil escolas públicas de todo o Brasil e tem sinal aberto nas antenas parabólicas. Sua programação é toda ligada à grade curricular oficial, com o objetivo de fornecer material pedagógico e cultural para professores e alunos da rede pública. Segundo o diretor de programação da TV Escola, Erico da Silveira, além de adquirir séries e documentários dos maiores e mais reconhecidos produtores de conteúdo do mundo, a TV Escola também tem programas de linha e produções encomendadas a produtoras. É o caso da Conspiração Filmes, por exemplo, que produz o “Caminhos da Escola”, em parceria também com a TV Cultura. Assim como a TV Escola, a TV Câmara trabalha com editais e tem investido em documentários. No evento, o diretor geral da TV, Getsêmane Silva, afirmou que o canal está preparando um edital para a produção de três documentários, com um prêmio de R$ 115 mil para cada projeto. Ano passado, o canal adquiriu produtos prontos e, para 2011, ele espera anunciar verbas para a produção de até seis projetos.
“Tivemos uma grande dificuldade de verbas no ano passado, mas a nova diretoria pretende manter a política de trabalhar com produtoras independentes.”
FOTOS: daniel ducci
( mercado)
Wagner LaBella, da TV Cultura
luz e câmera. “Tivemos uma grande dificuldade de verbas no ano passado, mas a nova diretoria pretende manter a política de trabalhar com produtoras independentes”, afirmou o diretor de prestação de serviços da TV Cultura, Wagner LaBella. “Continuamos sendo parceiros de projetos e políticas públicas, como o DOC TV, e estamos esperando a aprovação da diretoria para lançar novos pitchings e editais”, explicou. Sempre aberta a receber e avaliar ideias dos
Investindo em uma programação infantil 100% nacional, a TV Rá-Tim-Bum tem se tornado parceira fiel de produtoras de animação. “Nos dois últimos anos começamos um processo de fortalecimento da animação no canal, por vários motivos. Primeiro, porque é uma linguagem de fácil comunicação com o público. Segundo, porque a vida útil é bem maior do que os programas de live action. Quem sabe um dia não nos tornamos um canal com 100% de animação brasileira?”, cogitou Mario Sergio Cardoso, diretor de programação do canal. Com um novo lançamento por mês, Cardoso desenvolve projetos de
tv câmara e tv escola apostam em editais para desenvolvimento e produção. produtores, a TV Cultura, segundo La Bella, tem oferecido parceria na exibição de certos projetos a fim de facilitar a captação de recursos. Segundo Marcelo Amiky, diretor de produção da TV Cultura, o canal quer ampliar o espaço das coproduções em sua grade, e a experiência com os telefilmes tem estimulado a se pensar em novos modelos. “Fizemos um grande investimento em equipamentos digitais HD e também compramos duas câmeras de cinema. Sayad também vê como modelo viável de TV pública, sem interesse estritamente comercial, colocar recursos a serviço da produção independente”, comentou. Amiky afirmou que, há quatro anos, a TV Cultura tinha 13% de sua programação produzida por realizadores independentes e que hoje esse número chega a 30%, incluindo coproduções e aquisições nacionais.
Promessa de futuro independente Em momento de transição, após a saída do presidente Paulo Markun e a entrada de João Sayad, a TV Cultura não divulgou novos concursos, apenas a terceira edição da série Telefilmes Cultura, com a produção de mais quatro telefilmes que receberão R$ 600 mil cada e mais 12 diárias de
Para Renata Netto, da ESPN Brasil, Artigo 3ºA serve como pontapé inicial para as produções.
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custo mais baixo, investindo cerca de 30% dos recursos. “Gostaria muito de trabalhar com a Mixer ou a Conspiração, mas por enquanto isso não é possível”, brincou. O canal participa de todo o desenvolvimento dos projetos que coproduz, oferecendo principalmente uma forte consultoria nas áreas educacional e pedagógica. Os projetos, porém, não têm cunho didático ou educativo. “Não precisamos ensinar, basta despertar a curiosidade.” O diretor da TV Rá-Tim-Bum, Mauro Garcia, afirmou que, depois de participar da última comissão que selecionou os projetos do concurso da SAV Curta Criança (que teve 263 inscritos), gostaria de ver novas texturas de animação sendo produzidas. “A evolução e o acesso aos softwares tornou tudo muito parecido. Gostaríamos de ver projetos feitos com outros materiais, em papel, tecido, com botões. Claro que depois tudo é digitalizado, mas é preciso haver inovação.” Colaboraram Ana Carolina Barbosa e Daniele Frederico
( making of )
Daniele Frederico
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Tudo em órbita filmar o desenho orbital, e outra para pegar os detalhes. “A ideia era pegar esse ballet”, diz o diretor. “Os atores também receberam treinamento para passar de uma plataforma a outra, já que elas giravam em sentidos contrários”. Além das cenas captadas com a órbita cheia de “planetas”, essas plataformas também foram filmadas separadamente, com o objetivo de usá-las de pano de fundo em determinadas cenas. A composição foi uma das etapas da pós-produção, que durou um mês inteiro. Por conta dos movimentos, o tracking foi feito quase artesanalmente pela equipe da Tribbo Post. “O computador só traqueia um movimento. Neste caso, havia dois movimentos concêntricos. O artista da Tribbo precisou traquear frame a frame”, afirma. O fundo aplicado em pósprodução foi inspirado em uma estação de metrô londrina. “O globo externo, que tem relação com o Bradesco Prime, é um jogo de luz led na madeira”, explica o diretor. A trilha sonora, que já havia sido indicada pelo diretor de criação da agência, serviu também como tema de fundo e inspiração para as filmagens. “Eu filmei com essa trilha tocando no set, para que ela entrasse no jeito que estávamos captando e na cabeça dos atores”, conclui Feyer.
fotos: divulgação
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ma pessoa vive diferentes vidas em um mesmo dia e precisa transitar entre elas sem dificuldade. Foi em cima dessa premissa que o diretor João Caetano Feyer, da Mixer, teve que trabalhar para criar o conceito dos comerciais do Bradesco Prime. Nos dois filmes, um com foco na vida de um homem e o outro na de uma mulher, há plataformas girando em seus próprios eixos, e também girando em torno de um círculo maior, representando os diferentes papéis da vida de uma pessoa e como ela vive e transita por eles diariamente. “Conceituar esse universo 3D e superar as expectativas foram os grandes desafios desse comercial”, conta o diretor. Feyer conta que foi na seção de livros de arquitetura e design de uma livraria que encontrou o desenho de uma luminária que serviria de inspiração para criar o visual do comercial. Com esse conceito em mãos, foram desenvolvidas sete plataformas: uma fixa e outras seis que girariam em torno dessa imóvel. Cada uma delas era capaz de girar em seu próprio eixo e se locomover em trilhos dispostos em forma de arcos, que simulavam um sistema planetário. “Como não tinha trilho que de fato fizesse o círculo todo, fizemos arcos que tinham pouco menos de meio círculo de comprimento”, conta o diretor. Cada uma dessas plataformas tinha 3,5 metros de diâmetro, com exceção da plataforma central, um pouco maior que as outras. “Tivemos que pensar na plataforma como o cenário onde coubesse a cena, que desse para ver exatamente do que se tratava, e que também aguentasse o peso necessário”, lembra Feyer. Duas câmeras captaram as imagens: uma em uma grua, para
ficha técnica
Plataformas giratórias locomovem-se em trilhos dispostos em forma de arco no comercial do Bradesco Prime.
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Cliente Banco Bradesco Agência NeogamaBBH Produto Prime Produtora Mixer Título Órbita Homem Direção João Caetano Feyer Fotografia Pedro Cardillo Trilha Tentáculo Finalização Tribbo Post e Equipe Mixer Montagem Ivan Kanter Goldman Dir. de finalização Camila Soares
Passeio de outro planeta
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m emocionante passeio de moto por Marte, pra extraterrestre nenhum botar defeito. Essa é a história do comercial da marca de motos Kasinski, produzido pela Margarida Filmes, com direção de Christiano Metri. Encontrar uma locação com os atributos de relevo e cor necessários para transformá-la em Marte na pósprodução foi uma das maiores dificuldades do projeto. “Precisávamos de uma locação grande com níveis de pisos diferentes, terreno bastante acidentado e ainda com aparência avermelhada”, conta o diretor. Foi no município de Itaguaí, no Rio de Janeiro, que a produção encontrou o cenário para o comercial, um terreno utilizado para treinos de motocross. A locação, porém, não era totalmente ideal. “Grande parte do terreno tinha mato”, diz Metri. “E, por ser usado para treinos de motocross, tinha várias trilhas marcadas no chão”. Para deixar o relevo e a cor prontos para a pós, uma grande equipe, com a ajuda de dois tratores, preparou o terreno durante quatro dias, tirando as trilhas marcadas e o mato. “Refizemos toda a topografia desse lugar”, completa o diretor. Apesar da mudança na aparência real, ainda foi preciso interferência da pós-produção para completar a transformação. “Trocamos a textura de tudo. Não queria uma sensação de terra, mas de pedra. Todas as pedras pontudas são 3D. Colocamos marcas de tracking para aplicar essas peças 3D com a câmera em movimento”, conta Metri. Além das pedras do chão, as montanhas ao fundo e o céu avermelhado foram totalmente aplicados na pós. O chão real também ganhou um tom mais avermelhado, para assemelhar-se ao saibro, utilizado como piso das
Uma grande equipe e dois tratores deram ao terreno características da topografia de Marte.
quadras de tênis. Com o terreno pronto, o desafio seguinte foi fazer com que o passeio da moto ocorresse sem trepidações, assim como os movimentos de câmera. “Além de não deixar que a moto trepidasse, sempre tivemos o cuidado de não fazer manobras que não fossem desse tipo de moto, que é uma moto para estrada e não para motocross”, compartilha o diretor. O início do passeio foi marcado pela descida da moto por uma rampa – que simula a saída de uma nave espacial. A estrutura foi construída em madeira com 12 metros de comprimento e quatro de largura, de forma a ficar pesada e a não trepidar. “Na pós, substituímos a madeira por uma textura metálica”, diz o diretor. Foram utilizadas duas motos, guiadas por pilotos de motocross, e quatro câmeras.
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Uma das motos tinha uma câmera acoplada à ela mesma, e a outra ficava solta. Para as cenas em movimento, foram utilizados um quadriciclo com uma steadycam e uma grua com controle remoto. A equipe de 20 pessoas da pósprodução, que trabalhou durante quase um mês, também foi responsável por criar, modelar e animar os marcianos que aparecem ao final do filme. ficha técnica Cliente Kasinski Agência F/Nazca S&S Título Rolé Produtora Margarida Filmes Direção Christiano Metri Codireção Thiago Eva Fotografia André Modugno Montagem Rogério Ferreira Alves Finalização Ilegal FX Finalizador Mauro Amar Produtora de som Studio Tesis
( audiência -TV paga)
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m 25 de maio, o AXN exibiu o episódio final de uma das séries mais comentadas da TV por assinatura. O último capítulo de “Lost”, transmitido na terça-feira, às 21h, apresentou um crescimento médio na audiência de mais de 200% em relação à média da sexta e última temporada da série, segundo dados do Ibope fornecidos pelo AXN. De acordo com o canal, o capítulo final foi líder na TV paga entre todos os canais (com exceção dos infantis) entre o público com 18 anos e mais. Em maio, o AXN obteve alcance diário médio de 6,22% e tempo médio diário de audiência de 23 minutos entre o público adulto. Os canais com melhor alcance diário médio neste mesmo público foram TNT, com
Foto: divulgação
Nem tudo está perdido
Episódio final de “Lost”, do AXN, foi líder entre o público adulto.
11,25%, seguido de SporTV, Multishow, Globo News e Fox. No ranking dos canais com melhor alcance diário médio entre o público de quatro a 17 anos, encabeçou a lista em maio o Disney Channel, com 17,94% de alcance diário médio e uma hora e um
minuto de tempo médio diário de audiência. Em seguida, aparecem Cartoon Network, Discovery Kids, Nickelodeon e Multishow. No total, os canais pagos tiveram entre o público adulto 47,61% de alcance diário médio e duas horas e 15 minutos de tempo médio diário de audiência (universo: 7.740.900 indivíduos), e entre o público infantojuvenil 49,17% de alcance diário médio e duas horas e 38 minutos de tempo médio diário de audiência (universo: 1.574.500 indivíduos). O levantamento do Ibope Mídia considera as praças Grande São Paulo, Grande Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Distrito Federal, Florianópolis e Campinas. Daniele Frederico
Alcance* e Tempo Médio Diário – maio 2010
Total canais pagos TNT SporTV Multishow Globo News Fox Warner Channel Discovery Universal Channel SporTV 2 National Geographic Disney Channel AXN Discovery Kids Cartoon Network Megapix Telecine Pipoca GNT Telecine Premium Sony Nickelodeon
De 4 a 17 anos**
(Das 6h às 5h59)
Alcance (%) Indivíduos (mil) Tempo Médio 47,61 3.685,47 02:15:24 11,25 870,76 00:30:15 11,14 862,30 00:40:48 9,06 701,34 00:17:54 8,58 664,02 00:23:52 8,20 634,88 00:27:12 7,69 595,28 00:28:24 6,85 529,97 00:17:08 6,83 528,99 00:32:22 6,66 515,25 00:20:11 6,37 493,46 00:17:03 6,33 490,19 00:32:32 6,22 481,74 00:23:37 6,18 478,60 00:51:28 6,12 473,74 00:35:32 5,60 433,64 00:27:51 5,47 423,76 00:31:40 5,32 411,85 00:18:27 4,41 341,13 00:25:46 4,33 335,39 00:16:41 4,28 331,66 00:31:54
Total canais pagos Disney Channel Cartoon Network Discovery Kids Nickelodeon Multishow Disney XD TNT Fox SporTV Discovery Telecine Pipoca Warner Channel Universal Channel Boomerang Megapix SporTV 2 Globo News Telecine Premium AXN National Geographic
(Das 6h às 5h59)
Alcance (%) Indivíduos (mil) Tempo Médio 49,17 774,28 02:38:19 17,94 282,56 01:01:31 15,09 237,61 00:53:53 13,60 214,16 01:16:58 13,39 210,82 00:51:00 9,06 142,73 00:23:48 9,01 141,85 00:54:57 8,55 134,55 00:27:08 7,85 123,58 00:28:14 7,38 116,18 00:37:44 5,25 82,69 00:17:25 5,10 80,28 00:28:53 5,07 79,79 00:20:11 4,82 75,93 00:23:38 4,73 74,42 00:19:25 4,72 74,41 00:26:58 4,12 64,89 00:17:12 3,80 59,85 00:22:53 3,67 57,84 00:23:27 3,65 57,55 00:17:14 3,33 52,43 00:13:22
*Alcance é a porcentagem de indivíduos de um “target” que estiveram expostos por pelo menos um minuto a um determinado programa ou faixa horária.
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**Universo 1.574.500 indivíduos Fonte: IBOPE Media Workstation – Tabela Minuto a Minuto - Maio/2010
**Universo: 7.740.900 indivíduos
Acima de 18 anos**
( regulamentação ) Samuel Possebon
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Tiroteio constitucional
A
FOTO: ARQUIVO
discussão sobre a aplicação aos portais de Internet dos limites de capital previstos na Constituição para empresas jornalísticas e de radiodifusão vem gerando embates entre grupos de comunicação e Internet há vários anos. A novidade é que o assunto começa a ganhar um conjunto de argumentos jurídicos sólidos e movimentos por parte do governo e do Poder Legislativo, além de uma pressão pública dos grupos de comunicação estabelecidos por meio das associações Abert (radiodifusores) e ANJ (jornais), que fizeram questionamentos formais ao Ministério das Comunicações e à Procuradoria Geral da República (PGR). O tema foi debatido pela Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara no começo de julho. De um lado, estava o advogado da Abert, Gustavo Binenbojn. Para ele, existe um direito posto pela Constituição, e o Artigo 222 é claro ao estabelecer os limites de capital e dos interesses nacionais. “A interpretação literal da Constituição não é a única, mas é a mais democrática, e ela diz que qualquer empresa jornalística está sujeita às regras do Artigo 222. Empresa jornalística é quem apura e divulga informação como atividade econômica”, diz o advogado da Abert. Ou seja, mesmo os portais
FOTO: leonardo prado/agência câmara
Grupos de comunicação nacionais contestam formalmente a atuação de portais jornalísticos controlados por capital estrangeiro. Tema ganha argumentos jurídicos para os dois lados e engajamento do Congresso.
Debate sobre o Artigo 222 chegou ao parlamento e ao Judiciário.
de Internet teriam que ter um limite de 30% ao capital estrangeiro. A definição de que empresas jornalísticas são atividades comerciais não existe formalmente, reconhece Binenbojn, mas é a que se pode inferir de uma atividade empresarial. Para o advogado Floriano Peixoto de Azevedo Marques, que defende o portal Terra, a limitação de capital do Artigo 222 não se aplica em hipótese alguma a portais de Internet. “Na interpretação literal, não dá para aplicar o Artigo 222 a fórceps. Uma empresa jornalística é aquela que publica informações periódicas, e na Internet isso não existe. Aliás, a informação é demandada pelo usuário e pode ser consumida a qualquer tempo. Isso muda tudo”. Floriano Azevedo Marques lembra ainda que o voto do ministro Carlos Ayres Britto, do
Supremo Tribunal Federal, ao revogar a Lei de Imprensa com base em sua inconstitucionalidade, foi claro ao dizer que a “comunicação internetizada” está fora do escopo da Constituição. Floriano Marques e Gustavo Binenbojn também divergem na análise da Constituição à luz da perspectiva histórica. Para Binenbojn, o legislador, ao promover a emenda Constitucional de 2002 que alterou o Artigo 222 (e permitiu os 30% de capital estrangeiro), introduziu também o parágrafo terceiro, que amplia a todos os meios de comunicação social eletrônica o disposto no artigo. O advogado do Terra, contudo, entende que esta referência a qualquer meio de comunicação se refere apenas à aplicabilidade do Artigo 221 da Constituição, que trata do conteúdo editorial, e não ao controle de capital. E para reforçar a polêmica em torno da questão, o deputado Miro Teixeira (PDT/RJ), que
“O simples controle de capital não assegura os interesses nacionais.” Deputado Jorge Bittar
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( regulamentação) “Por ser uma coisa nova , devemos deixar a Internet livre”. Deputado Julio Semeghini
que a preocupação não é com blogs ou redes sociais, mas com uma invasão empresarial que possa causar risco à soberania nacional. Enquanto isso, o Ministério das Comunicações evita entrar em polêmica. O consultor jurídico do Minicom, Édio Henrique de Almeida, disse que cabe ao ministério fiscalizar o Artigo 222 apenas no que diz respeito a empresas de radiodifusão. Gustavo Binenbojn, da Abert, lembrou que há um parecer da própria consultoria jurídica do Minicom, que é vinculada à AGU, no sentido de que o Artigo 222 deve ser aplicado a portais. A base do parecer, de fato, é a Lei 10.610, de 20 de dezembro de 2002, que praticamente repete a Constituição e diz apenas que cabe aos órgãos de registro comercial ou de registro civil das pessoas jurídicas fiscalizar “a obediência aos limites societários”. Ou seja, não há um órgão regulador para esse mercado, nem uma definição de empresa jornalística. Segundo a lei, cabe ao presidente da República dizer quem no Poder Executivo fiscaliza o tema, o que nunca foi feito. Segundo Ricardo Pedreira, diretor executivo da ANJ, a Procuradoria Geral da República encaminhou aos ministérios públicos de São Paulo e do Rio Grande do Sul (onde estão as sedes dos grupos Brasil Econômico, ligado ao grupo português Ongoing, e Terra) despachos para investigação de eventuais irregularidades. A discussão também chegou à Câmara dos Deputados, onde nada menos do que 11 parlamentares se manifestaram sobre o tema. Em todas as manifestações, contudo, uma linha comum apareceu: a Internet deve ser livre e o tema tratado de forma aprofundada, em uma legislação mais ampla, e sem a interferência do Judiciário. O deputado Eduardo Gomes (PSDB/TO), autor do requerimento para discutir o tema, disse que esse é um “primeiro passo de discussão, que deve ser objeto de debate no Congresso e no Judiciário”. Ele explicou
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que existe uma dificuldade de se identificar as instâncias que deveriam fazer a fiscalização desses princípios constitucionais. Para o deputado Jorge Bittar (PT/RJ), existe de fato uma grande dificuldade de fiscalizar a atuação de empresas jornalísticas que se estabeleçam em outros países, mas ele ressaltou que a Internet é um ambiente de ampla liberdade e que o simples “controle de capital não assegura a preservação dos interesses nacionais”. Ele apontou caminhos como fomentos e cotas como mecanismos mais eficientes de garantir os interesses brasileiros, exemplificando com o PL 29/2007, que cria novas regras para a TV por assinatura e cotas de programação e que nesse momento é debatido pelo Senado. “Em um ambiente de ampla liberdade de escolha como é a Internet, os limites não podem ser os mesmos de um ambiente em que há restrições de espectro e unidirecionalidade na informação”, disse Bittar. FOTO arquivo
participou das negociações da emenda constitucional, concorda com a tese de Marques, mas o deputado Julio Semeghini (PSDB/SP), que também atuava como parlamentar na época, entende, assim como Binenbojn, que o parágrafo terceiro do Artigo 222 da Constituição cria uma limitação de capital a qualquer meio de comunicação social. Para Floriano Marques, o objetivo da Carta Magna é a proteção da soberania nacional, e não é com o controle de capital que isso está assegurado. “Nada impede que uma empresa brasileira coloque apenas conteúdos estrangeiros”, diz. “Nesse sentido, para o bem da liberdade de expressão, pluralidade de informação e responsabilização editorial, é preferível que se tenha uma empresa estabelecida no Brasil, com funcionários brasileiros, decisão editorial brasileira, gerando atividade no país, do que uma empresa fazendo tudo isso estabelecida em outro país”, diz. Para ele, a limitação de capital estrangeiro só se justificaria se fosse para preservar um “cartório empresarial”, e nesse caso, diz, “corre-se o risco de criar um oligopólio, igualmente rechaçado pelo Artigo 220 da Constituição”. Marques sugere ainda que se existe um problema, deve ser feito um novo ajuste na Constituição. “Se o problema é que existe uma situação não isonômica em que alguns têm limites de capital e outros não, é preciso mudar de novo a Constituição, porque ela não se aplica à Internet, como reconheceu o ministro Carlos Ayres Britto”. Ele lembrou que apenas três países do mundo estabeleceram controles à Internet: Irã, China e Vietnã, e que o Brasil é o único país em que isso está sendo resolvido pela Justiça (referência ao encaminhamento da questão, pelas entidades empresariais de comunicação, à PGR). Para Binenbojn, “se é impossível aplicar a Constituição aos portais de Internet, então tem que ser declarada a derrota da Constituição”. Ele ressalta
Para o futuro Para o deputado Julio Semeghini (PSDB/SP), o Congresso tentou, no âmbito do PL 29/2007 e em outras ocasiões, discutir a Internet. “Mas de comum acordo concluímos que por se tratar de uma coisa nova, de uma nova economia, devíamos deixar ela livre”, disse. O deputado fez um apelo à Comissão de Ciência e Tecnologia para que sinalize ao Judiciário que essa é uma matéria ainda em discussão pelos parlamentares, e que há muitas interpretações. “Trata-se de uma questão séria e importante, que merece uma discussão profunda”, disse Semeghini. Ele discordou dos argumentos colocados pelo advogado Azevedo Marques, do portal Terra, que ponderou que as restrições simplesmente fariam com que as operações de Internet fossem levadas para fora do país, mas também
discordou do advogado da Abert, Gustavo Binenbojn, para quem a aplicação do limite de capital estrangeiro é irrestrito a qualquer empresa de comunicação social. “Temos que entender direito até que ponto um portal é um veículo de comunicação social como a TV ou os jornais”, disse Semeghini. Para o deputado Alexandre Cardoso (PSB/RJ), a omissão do Congresso Nacional sobre o tema, ou uma decisão apressada, seriam “igualmente irresponsáveis”. “Essa é uma questão para a próxima legislatura sem dúvida. Não queremos nenhum controle da Internet, e não estou seguro se um portal é ou não uma empresa de comunicação”, disse. O deputado e ex-ministro das Comunicações Miro Teixeira foi um dos mais enfáticos durante a audiência pública. “Quando estava no ministério já havia sido questionado sobre esse ponto e volto a repetir a minha posição. Não pode haver interferência governamental sobre a Internet. Ela não é controlável e não deve ser controlada”, disse o deputado, ressaltando a importância de que se preservem os direitos individuais que estão na Constituição e na legislação. “Se quiserem regulamentar a Internet, encontrarão pela frente um teimoso. Regulamentar a Internet, não!”, disse Miro Teixeira.
FOTO: leonardo prado/agência câmara
Chance perdida A deputada Luiza Erundina (PSB/ SP) chamou a atenção para o vazio legal que existe em função da idade do Código Brasileiro de Telecomunicações, de 1962, e da própria Lei Geral de Telecomunicações, de 1997. “A resposta do Congresso a esse vazio é sempre pontual, quando deveria ser ampla”. Ela lamentou o fato de que, das empresas de comunicação, apenas a Abra tenha participado da Conferência Nacional de Comunicação em
dezembro passado. “As demais empresas perderam uma grande oportunidade de ouvir e dizer. Se entre segmentos empresariais há conflitos, imagine quando se ouve toda a sociedade. Da conferência saíram 633 propostas, algumas mais frágeis, outras fortes. Minha sugestão é que a sociedade seja ouvida sobre esse tema”. Segundo Erundina, para as empresas é mais fácil fazer uma representação à Justiça do que politizar a discussão. Ela chama a atenção ainda para a falta de mecanismos de controle e fiscalização dos dispositivos constitucionais. “Falar nesses mecanismos causa urticária às empresas, mas elas estão sentindo falta agora”, diz a deputada. O deputado Paulo Henrique Lustosa
acaso, assim como não é por acaso que há o limite ao capital estrangeiro em empresas jornalísticas. “O que vemos nessa sessão é uma homenagem à liberdade na Internet, e de fato ela deve ter sua liberdade defendida sempre. Mas quando a Constituição diz que tem que restringir o capital em um veículo formador de opinião, aquilo existe para evitar que um estrangeiro use o veículo para desestabilizar o poder e a soberania nacional”, diz o deputado. Ele apoia a tese de que se grupos estrangeiros quiserem atuar em comunicação, é preciso mudar a Constituição. “Ainda resta uma dúvida, que é saber se os portais são meios de comunicação, mas aí eu
Para Binenbojn,“se é impossível aplicar a Constituição aos portais de Internet, então tem que ser declarada a derrota da Constituição”. (PMDB/CE) reiterou o que disse a deputada Erundina, e disse que o Código Brasileiro de Telecomunicações e a Lei Geral de Telecomunicações carecem de uma discussão para “o novo tempo”. Segundo ele, o debate do PL 29 mostrou como é complicado um debate setorial, e que esse debate sobre o Artigo 222 da Constituição “mostra que não é possível olhar a questão apenas do ponto de vista empresarial”. Para o deputado, a Internet não deve ser regulada. “O que deve ser regulado são as condutas ilegais, na Internet ou fora dela”. Coube ao deputado Paulo Teixeira (PT/ SP) lembrar que existe um objetivo político por trás da restrição de capital na mídia: a preservação do poder e da estabilidade política. Para o deputado, a Constituição não limita a brasileiros o direito de exercer cargos públicos por
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pergunto ao meu amigo deputado Jorge Bittar: se um portal de Internet coloca uma notícia atacando um parlamentar, isso não pode desestabilizar o poder? Sim, e de forma muito mais eficiente. São empresas capitalistas que podem interferir no poder”, refletiu o deputado. Já o deputado Marcelo Itagiba (PSDB/RJ) diz que “só se pode controlar o que for controlável, e a Internet é incontrolável até mesmo por regimes de exceção”. Ele diz que o que existe na Constituição é uma reserva de mercado estabelecida anos atrás, “depois que o grupo Time-Life implantou uma emissora no Brasil” e que depois, com a mudança da legislação, “veio a dar origem ao maior grupo de comunicação brasileiro (Globo)”. Para o deputado, tentar controlar o incontrolável “é fazer uma lei que não poderá e não deverá ser aplicada”. Ele lembrou que com o fim da Lei de Imprensa não há sequer mecanismos claros para que se busquem direitos. “Faltam mecanismos infraconstitucionais que assegurem os direitos individuais”.
“Não dá para aplicar o Artigo 222 a fórceps. Empresa jornalística é a que publica informações periódicas, na Internet isso não existe”. Advogado Floriano Peixoto, que defende o Terra
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( produção) Daniele Frederico
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conteúdo brasileiro é preferência nacional. Como exibir mais horas desse tipo de conteúdo sem gastos exorbitantes em produção própria ou independente é uma equação que os canais ainda tentam resolver. Com orçamentos cada vez mais enxutos, os canais pagos, em especial, que não têm grandes estruturas próprias de produção, têm encontrado alternativas no mercado para preencher suas grades com conteúdo nacional. Suas apostas têm sido em produtoras jovens, com formatos mais enxutos, e até mesmo em novas produtoras, formadas por profissionais criativos e multifacetados com um projeto interessante. É o caso do canal Multishow, que há cerca de um ano começou a reformular sua programação e incluiu mais produções originais em sua grade, sejam elas geradas dentro do próprio canal ou apresentadas por independentes. O canal, que no ano passado tinha 58% da grade de produção nacional, hoje tem de 83% a 84% de programação brasileira. “Não abandonamos as grandes produtoras. O que aconteceu é que há dois anos tínhamos 16 programas, e hoje temos 44. Abrimos mais espaço”, conta o diretor geral do canal, Guilherme Zattar, que diz trabalhar hoje com pelo menos 15 produtoras diferentes. “Estamos usando o dinheiro que usávamos para aquisição de programas estrangeiros e também produzindo com custo/hora mais barato”, diz. O diretor de produção artística do canal, Christian
Equipe da Inovasi: produtora surgiu para realização da série “Não Conta Lá em Casa” para o Multishow.
Machado contou durante palestra no Forum Brasil que o orçamento é apertado e que dificilmente o canal paga mais que R$ 25 mil por episódio de meia hora e R$ 15 mil por episódio de programa de 15 minutos. Para viabilizar essa quantidade de programas, foi preciso, primeiro, uma adaptação do estilo de produção. “Mais de 60% de nossas produções nacionais são reality shows”, diz Zattar. “São programas que não precisam de um esmero de produção de imagem e som, e podem ser feitas com poucos profissionais”, completa. Ao mudar o estilo de programação, dando mais abertura a programas com esse perfil, o canal abriu espaço para produtoras de menor porte. “Só se consegue fazer dessa maneira. Não se consegue fazer isso numa produtora grande, com uma estrutura fixa, com dez roteiristas, por exemplo”. Nesse tipo de produção, Zattar afirma que um dos
“Não abandonamos as grandes produtoras. O que aconteceu é que há dois anos tínhamos 16 programas, e hoje temos 44. Abrimos mais espaço” Guilherme Zattar, do Multishow
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FOTOs: divulgação
Orçamentos enxutos dos canais têm impulsionado o surgimento e a proliferação de pequenas produtoras, que abusam da criatividade e oferecem produções a custos mais baixos.
fatores mais importantes é o talento dos profissionais envolvidos. “É preciso ser multifacetado”. Foi com o objetivo de encontrar esses talentos que Zattar implantou no Multishow o conceito de incubadora, pela qual a produtora recebe projetos embrionários para desenvolvê-los com os realizadores. “Não queria apenas a reduzir custos, mas buscar ideias frescas. Somos direcionados para o jovem e o jovem é multiplataforma. Temos que buscar neles mesmos o que eles querem”, diz. Assim, o Multishow acabou por abrir espaço para jovens que tinham ideias de projetos, mas que, por vezes, sequer tinham uma produtora formada. Foi o caso da Inovasi, produtora do “Não Conta Lá em Casa”, que está atualmente em sua segunda temporada. “Esses quatro garotos nos procuraram com uma ideia: mostrar países complicados, como Somália e Irã, sob o foco de garotos de 20 e poucos anos”, lembra Zattar. A ideia para o programa surgiu de um documentário, e foi o interesse do Multishow que levou ao surgimento de um projeto de série de TV e de uma produtora. “Quando o projeto foi
competitivo”, diz o sócio-diretor da produtora, Jorge Nassaralla, que tem, por mês, uma média de nove projetos em andamento. “Minha margem de lucro é menor que a dessa galera que está surgindo. Tenho que conseguir lucrar com volume”, completa. Apesar da concorrência com as jovens produtoras, que também trabalham com orçamentos enxutos impostos pelo mercado, Nassaralla não reclama da falta de trabalho. “Apesar de haver mais produtoras no mercado, existem mais opções disponíveis. Há mais canais, e outros meios, como a Internet”. Ele conta que esse movimento de abertura de novas produtoras já aconteceu em outros momentos e que é preciso pensar na longevidade antes de se aventurar. “É preciso ter trabalho todo mês. Não adianta fechar durante três meses com um canal e depois não ter mais trabalho. No momento de crise, são essas empresas que serão
“Larica Total”, da Carambola Filmes: produtora busca diferentes fontes de recursos para nova temporada.
FOTO: Débora 70
acolhido pelo Multishow, sentimos a necessidade de ter uma estrutura mais formal”, conta um dos sócios da Inovasi, Leonardo Campos. Campos conta que foi no momento em que os equipamentos ficaram mais baratos e acessíveis que produtoras como a Inovasi começaram a proliferar. “Por causa da evolução tecnológica nossa produtora consegue se sustentar”, diz. “Editei os primeiros episódios no meu computador, sentado na minha cama”, lembra. Para crescer em tamanho e número de pessoas, Campos torce para que o volume de trabalho aumente, e acolhe parceiros que levem projetos para dentro da produtora. “Na primeira temporada do programa, usamos todo o
dinheiro para a produção. Na segunda, renegociamos o contrato. Agora posso contratar uma pessoa para editar e ter mais tempo para outros projetos”, comemora, lembrando que o programa está em sua segunda temporada de 13 episódios e tem outros 13 episódios já encomendados. O volume idealizado por Campos, é o mesmo atingido depois de 20 anos de mercado pela KN Vídeo, que produz para o Multishow os programas “Extremos” e “Vai Pra Onde?”. Com uma equipe fixa de 25 pessoas e muito equipamento, a produtora mantém-se competitiva trabalhando com escala. “Quero estar posicionado entre as grandes, que têm experiência, e as pequenas, que trabalham com custo mais
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afetadas. O mercado seleciona naturalmente”, diz. Nassaralla reconhece que em termos de criatividade, essas novas produtoras não deixam a desejar. No entanto, nos quesitos técnicos, ele questiona a qualidade das produções. “No caso do Multishow é diferente, pois eles têm uma estrutura que ajuda essas produtoras pequenas”, diz. Guilherme Zattar não tem dúvidas sobre a qualidade das produtoras jovens com as quais trabalha. Ele afirma que, apesar de em alguns casos a produção não ter uma qualidade técnica “nota dez”, o público não sente nenhum tipo de dissabor ao assistir a esses programas. “Os programas têm tido uma resposta de audiência boa”, diz, lembrando que o Multishow oferece suporte técnico a iniciantes. Com resultados satisfatórios, o canal, além de dar assistência, também encomenda novos programas a esses novos produtores. A Dois Moleques, que produz no momento a série cômica “Open Bar”, se prepara para a produção de outros dois projetos para o canal. A postura do canal, por outro lado, desagrada alguns parceiros tradicionais. “Com o que eles pagam é impossível produzir com qualidade”, diz o diretor de uma grande produtora ouvido por TELA VIVA. “No começo eles conseguem esse pessoal que quer uma porta de entrada, mas a longo prazo isso não se sustenta”, disse a fonte.
FOTO: ARQUIVO
Na moda Inicialmente com 70% de sua grade formada por conteúdo latino, o canal Fashion TV Brasil investiu em produção local para ganhar uma identidade mais brasileira. Hoje, sua grade tem 70% de produções originais e 30% de programas licenciados, realizados tanto com recursos incentivados quanto com dinheiro próprio. “Temos trabalhado com produtoras jovens e temos conseguido produzir com custos mais baixos que
“Prefiro ser menor e ganhar no volume. Uma produtora tem que cobrar mais caro pela qualidade, e não pelo custo fixo que tem”
FOTO: DIVULGAÇÃO
( produção )
Evandro Editore, da Fina Filmes
o mercado”, disse a editorachefe do canal, Maria Prata, durante apresentação no Forum Brasil, em junho. As produtoras que têm conseguido realizar programas com esses orçamentos enxutos atribuem em parte essa capacidade ao tamanho de suas estruturas. A Fina Filmes, que produz os semanais “Mag” e “On Top”, programas de linha do Fashion TV Brasil, tem uma equipe fixa de dez profissionais e tem conseguido atender à demanda por produções com orçamentos mais enxutos. “Temos uma equipe competente, 80% do equipamento que usamos é próprio. Além disso, muitas vezes eu mesmo opero a câmera”, diz Evandro Borelli Editore, sócio-diretor da Fina Filmes, sobre as técnicas que emprega para reduzir os custos. Além do custo baixo, a flexibilidade e a proximidade com o cliente são diferenciais desse tipo de empresa. “Desde a direção até o estagiário, todos os envolvidos na produção sabem o que estão entregando”, diz Editore. Mesmo quando produtoras como a Fina Filmes começam a crescer, a característica de “boutique” é preservada. “No momento, prefiro ser menor e ganhar no volume. Senão, vou perder mercado. Uma produtora tem que cobrar mais caro pela qualidade, e não pelo custo fixo que tem”, afirma Editore. A produtora Massa Real, por exemplo, começou como um ateliê para projetos autorais dos quatro sócios. No momento, embora queira crescer e tenha programas de
“A consequência dessa liberdade que o canal dá é que as produções saem dos formatos e linguagens mais caretas”. André Saddy, do Canal Brasil
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TV e programetes patrocinados em produção, tenta manter a identidade de produtora pequena que a caracteriza. “Por sermos pequenos, temos uma capacidade grande de mudar a nossa estrutura e ter um contato mais rápido com o cliente”, exemplifica um dos sócios da Massa Real, Júlio Taubkin, que produz para o Fashion TV Brasil o programa de linha “Glam”, um semanal de 15 minutos. “Além disso, como temos uma equipe pequena, não temos outra escolha a não ser termos pessoas muito envolvidas com o trabalho, polivalentes”, diz. A questão do custo mais baixo, segundo Taubkin, está relacionada ao tipo de programa a ser realizado, e não a uma redução de preços por parte da produtora. “Esse é um nicho, uma nova faixa de orçamento, e nós estamos estruturados para isso”, diz. “Não estamos pegando um orçamento maior e fazendo uma produção pior. Conseguimos fazer um programa bom e nessas faixas de preço”. Para Taubkin, essa distribuição do orçamento de produção em diferentes produtoras pequenas, ao invés de destinar a verba a uma ou duas produtoras grandes, reflete-se na programação. “Quando você tem várias pequenas produtoras você tem variedade de ideias”, diz. Cuca fresca Conseguir produzir dentro dos orçamentos modestos dos canais é apenas uma das características dessas jovens e enxutas produtoras. As ideias novas e a criatividade têm sido fatores essenciais para a entrada de novos talentos no mercado. O Canal Brasil é um dos que trabalha com orçamentos apertados de R$ 13 mil a R$ 15 mil por episódio para programas de meia hora, e de R$ 7 mil a R$ 8 mil para interprogramas - e procura
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programas inovadores. O gerente de marketing e projetos do canal, André Saddy, conta que, apesar dos baixos orçamentos, o canal tem espaço para experimentação, o que não acontece em veículos mais tradicionais. “Buscamos diversidade, e aí compensamos a falta de dinheiro”, diz. “A consequência dessa liberdade que o canal dá é que as produções saem dos formatos e linguagens mais caretas”. O Canal Brasil tem 70% da programação constituída de longasmetragens e os outros 30% compostos por programas, dos quais 95% são feitos por produtoras. Um dos programas de maior sucesso de crítica do canal é o “Larica Total”, da Carambola Filmes. Nascido de um interprograma, o programa, que satiriza os programas de culinária na TV, é um dos exemplos de “inovação” que o Canal Brasil procura. “Quantos canais aceitariam esse projeto como ele foi apresentado pra gente?”, questiona Saddy. O aperto nas contas, porém, está começando a mostrar seus efeitos. O orçamento da próxima temporada do “Larica Total” ainda está em discussão. “A maneira de produzir é cara, estamos com problemas para renovar. A produtora está buscando patrocínio para tentar fazer de forma diferente”, diz Saddy. O diretor Caíto Mainier, da Carambola Filmes, conta que esse modelo de baixo orçamento que se criou é um erro. “A produtora pequena consegue fazer produções mais baratas porque trabalha com orçamentos abaixo do real”, conta Mainier. “Se um programa custa R$ 40 mil é porque você está pagando as pessoas. Ninguém está trabalhando menos, só estamos ganhando menos”, diz. Ele conta que para realizar programas dentro dos orçamentos propostos, a produtora acaba colocando parte do orçamento em horas de trabalho, e que isso não é compensado no contrato. “Os contratos ainda são de licenciamento de direitos. Você consegue fazer o programa porque tem contatos, pessoas
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“Extremos” e “Vai Pra Onde?”, da KN Vídeo: produtora aposta em escala.
multitarefa, mas o retorno às vezes não vem”, acrescenta. A saída, acredita Mainier, é a redação de contratos de coprodução, em que o produtor e o canal são parceiros e dividem os lucros provenientes de diferentes produtos, como DVDs, e de outras mídias, como celular e Internet. Mainier acredita ainda no formato de licenciamento dos programas. “Queremos fazer novos pilotos e licenciamento, porque embora ganhe-se menos com ele, somos donos do conteúdo”, diz. “Já que vamos fazer barato, vamos fazer pensando em comercializar em outras mídias”. O “Larica Total” será lançado ainda este ano em DVD e ganhará um livro. A produtora, um agregado de seis diretores e produtores que também tem a característica multitarefa das jovens produtoras, tem atualmente quatro projetos em andamento. Para Mainier, a produtora pequena tem a vantagem de ser mais ousada em seus projetos. “Uma produtora grande trabalha para manter a sua
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estrutura, e isso acaba influenciando o trabalho artístico. Uma produtora grande não pode arriscar tudo em uma série de vanguarda”, opina. Quem também optou pela estrutura enxuta e a flexibilidade foi a Terra Brasilis Filmes, de Lara Velho, que conta apenas com uma funcionária fixa. “Preferi me associar a outras produtoras para alguns projetos”, conta Lara. A produtora surgiu da demanda por um programa com o ator Paulo César Peréio, o “Sem Frescura”, que está atualmente na sétima temporada no Canal Brasil. “Com a abertura de canais a cabo há mais oportunidade para produzir”, diz Lara. “A questão é encontrar modelos de negócios que caibam nos orçamentos que existem hoje. O momento é bom”. Ela conta que ter equipamento próprio, cujo acesso foi viabilizado devido à queda nos preços, e uma equipe pequena são essenciais para que o custo seja adequado ao orçamento. “Quando vou a São Paulo, por exemplo, vou dirigindo meu próprio carro, levo equipamento nele, economizo em hotéis, restaurantes”, compartilha. “As produtoras pequenas têm cabeças novas, mais abertas, com soluções mais rápidas e criativas”. Lara afirma ainda que nem todas as produções podem ser feitas dessa maneira, e que tudo depende do formato proposto. “Há ideias maravilhosas que custam caro”, diz. Saddy conta que as grandes produtoras também apresentam projetos para o Canal Brasil, mas acabam não fechando negócio, por conta da estrutura diferente. “As produtoras jovens nos procuram e muitas vezes o programa nasce do próprio artista”. Um dos exemplos é o programa de Lázaro Ramos, o “Espelho”, no qual o ator, além de apresentar, também faz a direção. “O canal também pode ajudar na produção. Quando tem envolvimento com o projeto, dá pra fazer”, conclui Saddy.
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Walter Duran, da Philips
( publicidade) Ana Carolina Barbosa
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No contexto Canais pagos ampliam oferta de formatos comerciais que aproximam a publicidade do conteúdo. Mais do que ajudar a aumentar o share da pay tv no bolo publicitário, as iniciativas são importantes para criar parcerias de longo prazo.
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Esses formatos abriram as portas para a gente e foram a solução para muitos impasses”, observa o executivo. O êxito deste formato motivou a programadora a desenvolver outro projeto, batizado de Sob Medida, que visa oferecer aos anunciantes um modelo diferenciado de publicidade, com a customização de programetes de conteúdo de até dois minutos de duração. A equipe de vendas da programadora pesquisou dados econômicos e o que os anunciantes estavam interessados em comunicar. Com as informações, a programadora convocou produtoras independentes para a criação dos programetes contemplando setores como arte, cultura e lazer, moda, sustentabilidade, veículos e viagem. A Sony apresentou o projeto ao mercado em duas etapas, uma no final do ano passado e uma no primeiro semestre deste ano. Ainda não há um case no ar, mas o executivo acredita que isso acontecerá após a Copa do Mundo. Para Niccoli, as principais contribuições destas propostas, do ponto de vista do canal, são a conquista e a fidelização dos clientes. Na Turner, de acordo com Rafael Davini, vice-presidente de vendas publicitárias e marketing da Turner International do Brasil, Miami, Colômbia, México e Venezuela, os formatos integrados no espaço comercial, bem como a integração das marcas em algumas atrações, como no reality show “Temporada de
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e o sonho da publicidade é aproximar-se cada vez mais do conteúdo, a TV por assinatura sai na frente para assumir o papel de fada madrinha. As programadoras têm mobilizado suas equipes comerciais para criar formatos diferenciados que, dizem os executivos, podem ser um elemento importante para a pay tv conquistar share maior no bolo publicitário (em abril de 2010, o meio representava 5,1% do total de investimentos segundo o Projeto Inter-Meios). Há, no entanto, um trunfo maior e mais imediato nesta história: mostrando flexibilidade e explorando o potencial de segmentação de seus canais, as programadoras conseguem fidelizar clientes e fazer com que novos anunciantes experimentem a TV por assinatura. Alberto Niccoli, vice-presidente de vendas publicitárias da Sony Pictures Television, que negocia publicidade nos canais A&E, Animax, AXN, Biography, E!, MGM, Sony Entertainment Television e History Channel, conta que a programadora tem praticado há aproximadamente oito anos o formato de integração com conteúdo, em que cenas das atrações dos canais são editadas no break comercial de acordo com a identificação dos personagens e situações com a campanha do anunciante. “Em termos de integração, temos 100% de aprovação. Conseguimos com isso conquistar clientes de fora da pay tv.
Moda Capricho”, criado para o Boomerang no ano passado já com o objetivo de proporcionar espaço para as marcas, têm sido foco da equipe comercial da programadora. O executivo estima que 60% do faturamento publicitário da Turner vem de pacotes que incluem estas inserções diferenciadas e o Brasil, entre as regiões que coordena, é o país que mais demanda os formatos comerciais de aproximação do conteúdo. Davini explica que, com o aumento do portfólio da programadora nos últimos anos, que além da televisão tem também plataformas online, a equipe tem vendido mídia de outra forma. “Isolamos alguns targets principais para integrar várias propriedades e otimizar as mensagens”, conta. Este perfis são voltados aos segmentos perfumaria e cosméticos, restaurantes, produtos domésticos, medicamentos, aparelhos eletrônicos, automóveis e moda e acessórios. A Turner também trouxe recentemente ao País e apresenta ao mercado publicitário um formato que vem sendo aplicado há um ano e meio nos Estados Unidos, chamado TV in Context. Trata-se de um mapeamento de diversas situações no portfólio de filmes dos canais da programadora, identificando aquelas que podem ser aproveitadas por
“Em termos de integração, temos 100% de aprovação. Conseguimos com isso conquistar clientes de fora da pay tv. Esses formatos abriram as portas para a gente e foram a solução para muitos impasses” Alberto Niccoli, da Sony Pictures Television
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Comercial criativo A oportunidade de criação de formatos diferenciados surge de duas formas: como uma solicitação das agências ou como uma iniciativa dos canais, que identificam oportunidades nas suas grades e as apresentam a agências e anunciantes. Isso exige a presença de profissionais com formação criativa na equipe comercial das programadoras. Há dois anos, a Fox tem uma área chamada Creative Solutions em cada país em que atua, com um profissional com experiência em criação para coordenar projetos diferenciados. O publicitário, redator e roteirista Carlos Queiroz é o responsável pela coordenação destes projetos no país. Entre as tarefas de
Websérie “Desempacotando”, criada pela Energy para o cliente Hoteis.com, está sendo negociada com a TV por assinatura.
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alguma categoria de produto ou serviço, para que seja feito um break comercial na sequência, encabeçado por um spot do anunciante que tem algo a ver com o contexto da cena anterior ao break. O cliente pode inclusive fazer um spot customizado, inspirado em elementos do filmes. “A assimilação é mais relevante. O contexto faz a mensagem ser eficiente. Dá trabalho fazer este mapeamento e a gente vai cobrar caro. É para poucos clientes, para clientes especiais”, ressalta.
Queiroz está a visita às agências para reuniões com os mídias. “É muito difícil ter alguém especializado no nosso grupo de canais. Além disso, a gente sabe com antecedência o que está vindo por aí”, conta o coordenador. A integração da marca ao conteúdo ocorre geralmente de três formas: na criação de vinhetas em que a identidade visual do canal é utilizada no anúncio, na utilização de conteúdo do canal na campanha do anunciante e na criação de conteúdo específico para o anunciante de acordo com o perfil do canal. No segundo caso, quando o anunciante utiliza conteúdo do canal, Queiroz trabalha em parceria com a central de produções da programadora em Buenos Aires. No caso de desenvolvimento de conteúdo específico, o trabalho é feito junto com produtoras independentes e alguns detalhes devem ser considerados: “A TV por assinatura é um meio barato ainda. A produção tem que ser inteligente. Tenho que justificar o valor. Não pode ser maior do que o valor de mídia, já que o negócio da programadora não é produção”, diz o coordenador.
Atualmente, a programadora pretende focar nos projetos de branded content, unindo as necessidades editoriais do canal ao perfil de uma marca, nos mesmos moldes da série “Across the Amazon”. Foram seis episódios de 30 minutos produzidos pela Canal Azul para o canal Nat Geo com o patrocínio da Toyota, exibidos em 2008. “Você cria uma relação com o conteúdo que não tem prazo de validade. Se você quiser uma referência da Amazônia, pode ver o programa”, destaca Queiroz. Segundo Marcelo Cataldi, diretor de publicidade da Fox, a divisão Creative Solutions foi estruturada há dois anos, mas a programadora oferece formatos comerciais diferenciados há bastante tempo. Devido à demanda crescente, Cataldi deve contratar para a equipe um
Condução editorial Entre os canais da Globosat, a agência DM9DDB para a marca Bohemia. integração de conteúdo vem sido O briefing entregue ao canal era de um praticada há algum tempo, desde a programa em que se pudesse harmonizar primeira temporada de “Mothern”, cerveja, comida e música. O passo do GNT, em 2006, que envolveu dez seguinte foi a escolha da produtora, a grandes marcas. Segundo Fred BossaNovaFilms. “A condução editorial Muller, diretor executivo comercial coube ao GNT, que participou de todos os da Globosat, os princípios da processos e acompanhou de perto o programadora ao desenvolver um conteúdo do programa”, conta Letícia projeto deste tipo é ser cuidadosa em Muhana, diretora do canal. O GNT está relação à adequação do conteúdo e a com dois projetos comerciais em fase de mensagem do anunciante, e seus prospecção no mercado. O primeiro é “Harmonize”, programa do GNT, é resultado de uma “Véu de Noiva”, uma série de oito objetivos de comunicação. “Por esse parceria entre o canal e a agência DM9DDB para o motivo, só levamos aos nossos episódios com sete moças que estão assinantes programas que atendam a cliente Bohemia. prestes a casar. Elas participam de um essa premissa”, afirma. Entre os game para provar que estão prontas projetos da programadora, está o “Kaiak”, no Multishow, para a nova vida de casada. Já “Operação Pós Parto” vai que, com o patrocínio da Natura, mostra os desafios do tentar retomar a forma e a auto-estima de 13 mulheres após recordista mundial em caiaque extremo, Pedro Oliva. O GNT o nascimento do filho. Em cada programa, uma delas desenvolveu também o “Harmonize”, em parceria com a passará pelo desafio de uma transformação.
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( publicidade) profissional de vendas para trabalhar com foco em projetos maiores, criados e pensados para clientes específicos. “A gente tem tentado ampliar a nossa atuação. Alguns formatos o mercado já integrou e tem demanda. Temos tentado evoluir para o branded content, product placement e coisas maiores no sentido do tamanho do projeto e do tamanho de secondagem”, afirma Cataldi, destacando que o amplo portfolio da divisão online, com um player de vídeo como o Mundo Fox e as redes sociais (Facebook e LinkedIn) dão condições à operadora de oferecer projetos multiplataforma. Raul Costa, vice-presidente de vendas de publicidade da Discovery Networks no Brasil, também destaca o potencial dos formatos que aproximam marcas e conteúdos: “O benefício maior que temos em um projeto como esse é o nível de relacionamento que alcançamos com a audiência. Conseguimos criar uma quantidade maior de conteúdo com informação local e relevante para o nosso público, que é a nossa prioridade”.
Especialistas de “Mudar Faz Bem”. O reality show patrocinado pela Nestlé no canal Discovery Home & Health levou dez meses para ser desenvolvido na parceria entre anunciante, agência, canal e produtora.
Nestlé, que englobou uma solução de comunicação 360º baseada em conteúdo, plataforma móvel, website e cápsulas integradas. A Cuatro Cabezas produziu 6 episódios de 30 minutos em que um fisiologista, um clínico geral e um nutricionista acompanhavam as mudanças na vida de uma família com estilo sedentário que queria adotar hábitos mais saudáveis. Paulo Gregoraci, vice chairman e diretor de operações e mídia da WMcCann, agência de publicidade da multinacional, conta que o projeto levou algum tempo para o amadurecimento. Foram dez meses de reuniões semanais, em um projeto feito a oito mãos, envolvendo anunciante, agência, veículo e produtora.
Longa gestação No ano passado, o canal Discovery Home & Health exibiu o reality show “Mudar Faz Bem”, patrocinado pela
Porteira aberta
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O Canal Rural, do Grupo RBS, também se reposiciona no mercado publicitário para conquistar clientes ligados diretamente ao agronegócio (chamados internamente de “dentro da porteira”) e também aqueles que não estão diretamente ligados ao agronegócio, mas querem se comunicar com esta comunidade (os “fora da porteira”). Segundo Nilson Moyses, diretor de mercado do Canal Rural, a equipe tem desenvolvido alguns projetos de integração de conteúdo que tem feito sucesso, como a série de programetes “Na Estrada”, produzida para a Volkswagen, em que uma equipe de jornalismo mostra as necessidades logísticas da vida na estrada a bordo de um caminhão da montadora. Há ainda o projeto “Lavouras do Brasil”, um reality show patrocinado pela Bunge, envolvendo estudantes universitários e as possibilidades multiplataforma do grupo, como Internet e eventos. Ser um veículo segmentado “às vezes ajuda e às vezes complica”, de acordo com Moyses: “Quando o anunciante tem como target o agronegócio, eles demandam quase 100% para o Canal Rural. Por outro lado, às vezes, não temos demanda com o canal convencional, que está mais presente no dia-a-dia”. Nilson Moysés, do Canal Rural: reposicionamento comercial para atrair também clientes não ligados diretamente ao agronegócio.
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Aproximadamente 600 famílias se cadastraram para participar do reality e a estimativa é que 15 milhões de pessoas tenham sido atingidas. Segundo Gregoraci, a Nestlé já vinha buscando o envolvimento com o conteúdo para trabalhar com seus pilares, que são nutrição, saúde e bem-estar. A agência apresentou então a demanda da Nestlé à Discovery e deu início à elaboração do projeto. O publicitário observa que a aproximação do conteúdo tem sido uma demanda de todos os anunciantes. “O 30 segundos, a ‘propaganda convencional’, é importante sem dúvidas, mas há a vontade de agregar algo diferenciado”. Para Gregoraci, os clientes estão propensos a pagar mais por estes formatos. “É outro tipo de impacto. Tivemos três horas de programação em que a Nestlé era proprietária. O efeito é totalmente subjetivo, impactante. Você leva um programa mostrando como cuidar da saúde e ganha valor agregado”, diz. No entanto, ele adverte que é importante que os veículos encontrem um equilíbrio em relação a custos para não afastar o cliente da ideia. Elenice Galera, diretora de mídia da Energy, agência pertencente ao grupo Newcomm, negocia custos para fazer uma campanha baseada em conteúdo na TV por assinatura. A agência criou a websérie
“Desempacotando” para o cliente Hoteis.com, em que o blogueiro e turista profissional Ricardo Freire conta as vantagens de viajar por conta própria. A ideia é mostrar para o brasileiro, que não tem a cultura de planejar sozinho suas viagens, que essa é uma prática fácil e segura. Foram feitas duas temporadas: uma sobre Nova York e outra sobre o Rio de Janeiro, com episódios com duração entre dois e três minutos hospedados no YouTube. A ideia, agora, é levar este conteúdo para um canal pago. “Temos material pronto e estamos negociando os custos, mas o meio está bastante aberto a conversar e entender o que a gente quer e encontrar soluções para as coisas”, afirma Elenice. A publicitária pondera que alguns pontos devem ser bastante observados pelo anunciante e pela agência antes de trabalhar com campanhas com base em conteúdo: “É interessante que o produto agregue algo, que se ofereça um serviço. Tem que tomar cuidado, senão a gente cai no merchandising, no placement”. Luciana Schwartz, diretora-geral de mídia da Neogama/BBH, concorda que é preciso que os projetos tenham o DNA da campanha, para que o potencial da pay tv seja aproveitado. “O espectador tem uma simpatia muito grande com o canal, daí a atração. Ele cria o hábito. Além disso, é um dos meios mais segmentado que tem ampliado a cobertura com o aumento da base”, explica Luciana. A Neogama/BBH criou recentemente uma campanha para Mentos, para o dia do beijo, usando vinhetas integradas, com cenas dos filmes dos canais TNT e Warner, com foco no beijo do adolescente. O cliente aprovou: “A avaliação interna foi positiva. O público gosta muito. Foi uma proposta com total adequação com o posicionamento de marketing. Mentos é uma marca muito dinâmica
“Temos tentado evoluir para o branded content, product placement e coisas maiores no sentido do tamanho do projeto e do tamanho de secondagem”
País do esporte A ESPN prepara novidades comerciais para o segundo semestre. Segundo Marcelo Pacheco, diretor comercial da programadora, em agosto a equipe receberá um profissional, vindo de Nova York, especializado em projetos que integrem marcas e conteúdo. “Estamos montando uma estrutura para identificar conteúdos que queremos produzir e associá-lo a atributos de marcas anunciantes”, explica Pacheco. A ideia é produzir documentários, séries e atrações especiais nos mesmos moldes do que a ESPN já fez no México e nos Estados Unidos. No México, a programadora produziu uma série de 12 episódios de uma hora tendo como patrocinadora a Unilever. A atração ganhou o nome de “Frente al Reto”, o slogan de um desodorante da multinacional naquele país. O programa consistia em uma série de entrevistas feita com jogadores da seleção mexicana de futebol, conduzidas de maneira alinhada à proposta do produto, que era transmitir segurança em momentos de desafio. Na mesma linha, a ESPN dos Estados Unidos produziu um programa para a Toyota, que queria melhorar sua imagem após um recall mundial. Na atração, a equipe do programa percorria cidades da Europa em um carro da montadora para entrevistar jogadores do Campeonato Europeu. “É um conteúdo caro e de qualidade, que demanda um pouco mais de tempo”, observa o executivo. O fato de o Brasil sediar dois eventos esportivos importantes nos próximos anos, a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, devem gerar demandas relacionadas ao esporte por parte dos anunciantes. “Até 2016 só vai se falar de esporte e quero fazer com que marcas se atrelem”, diz.
Marcelo Cataldi, da Fox
e muito aberta”, analisa Joana Oliveira, gerente de marca Mentos goma de mascar. Sem arranhões Do mesmo modo como anunciantes e publicitários devem cuidar da adequação de suas mensagens às propostas de integração com o conteúdo, os veículos também precisam preservar sua imagem e seu espaço editorial. No ABA Mídia 2010, evento organizado pela Associação Brasileira de Anunciantes, que aconteceu em maio, em São Paulo, publicitários alertaram para possíveis prejuízos que este tipo de ação pode trazer para canais a longo prazo. “Hoje este formato funciona muito bem: integra, cria um elo forte. O único porém é o que isso pode fazer com a imagem do veículo. O telespectador tem noção do que representa o veículo. No longo prazo, pode ser nocivo para o mercado no cenário de fragmentação de audiência”, opinou Ezra Geld, diretor de mídia da JWT. Os entrevistados de TELA VIVA concordam que esse é um risco que os canais correm caso haja exageros. Os executivos dos veículos acreditam que as inúmeras cláusulas que limitam o uso de imagens nos formatos de integração protegem a imagem do canal. “Existem limites. Algumas coisas não posso fazer por contrato. O próprio formato deixa claro o que e a mensagem do cliente e o que é conteúdo”, explica Marcelo Cataldi, da Fox. Paulo Gregoraci, da WMcCann diz que é importante que o canal evite excessos. “O canal não pode querer sobreviver e ter toda a sua programação em cima de conteúdo patrocinado. As iniciativas são saudáveis, mas é preciso preservar o editorial”.
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Marcelo Pacheco, diretor comercial da ESPN, reestrutura área para desenvolver projetos especiais patrocinados.
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TV antenada Globo apresenta suas principais pesquisas na área tecnológica, apontando tendências também na forma como a emissora vê o mercado de televisão e distribuição de conteúdos.
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Globo sempre teve papel importante na pesquisa e desenvolvimento em tecnologia de TV no Brasil. Da adoção das fitas de gravação à adoção das mídias nãolineares de gravação; do desenvolvimento de equipamentos profissionais em padrão de cores Pal-M pela Sony até as primeiras pesquisas de captação de imagens em alta definição no Brasil, a área de tecnologia da emissora teve papel fundamental. Esse papel de alguma forma sempre acabou apontando tendências que extrapolam a área “geek” da televisão, avançando sobre os negócios da mídia audiovisual. No mês de junho, a emissora reuniu em São Paulo jornalistas especializados para mostrar as pesquisas desenvolvidas pela área técnica. O que chama mais atenção são os produtos e as pesquisas em distribuição, por conta de seus efeitos diretos no mercado. O diretor geral de tecnologia da emissora, Fernando Bittencourt, destacou que a Globo não se coloca mais como uma “TV station”, mas como uma “media station”. O engenheiro se referia a uma estratégia de distribuir o conteúdo para todas as mídias possíveis. Em outras palavras, a Globo passa a aceitar e a trabalhar ativamente para garantir a presença do seu conteúdo em um cenário onde o espectador tem maior controle. Um exemplo disso são as pesquisas para levar o conteúdo do canal às TVs conectadas (broadband TVs). A aplicação demonstrada pela Globo foi em um aparelho da LG. Segundo o diretor de engenharia da Globo Raymundo Barros, a emissora
Segundo Bittencourt, empresa é uma “media station”, mais do que uma “TV station”.
não acredita que a exibição de vídeos de baixa qualidade de imagem da Internet consigam ser sucesso em telas grandes. São estes os conteúdos que, por enquanto, estão disponíveis nas TVs conectadas, oferecidos por parceiros dos fabricantes como YouTube, Terra e UOL. Para a Globo, o conteúdo enviado aos televisores com capacidade de conexão à Internet deve ter qualidade próxima à do conteúdo transmitido na TV aberta. Barros demonstrou uma transmissão pela Internet usando uma banda de 2 Mbps. Segundo ele, com esta banda é possível trabalhar com conteúdo em alta definição. Bittencourt destacou no evento que, por enquanto, trata-se de um estudo meramente tecnológico. “Ainda não temos um modelo de negócios”, esclarece. O exemplo citado pelo diretor geral de tecnologia é para o uso de catch-up TV, quando o usuário pode recuperar os capítulos perdidos de uma série ou novela. Outdoor A tendência das grandes cidades em acabar com a mídia outdoor foi percebida pelo maior grupo de mídia do país, que aposta na oferta de conteúdo no transporte coletivo para disputar as verbas antes destinadas à propaganda de rua. Hoje, o
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conteúdo da Globo é embarcado e exibido em aproximadamente 300 ônibus da cidade de São Paulo. Além disso, em outros 30 veículos a emissora conta com seu sinal ao vivo de TV digital, ainda em fase de teste. No Rio de Janeiro está em teste um modelo mais ambicioso de uso de mídias eletrônicas em transporte coletivo. Trata-se de um modelo híbrido que uso conteúdo embarcado, conteúdo ao vivo recebido pelo sinal da TV digital, e conteúdo baixado através de conexão 3G. No teste, o conteúdo é exibido conforme a localização do ônibus. Em alguns lugares é exibido o conteúdo embarcado, em outros pontos da rota, é exibido o conteúdo do sinal ao vivo. Além disso, há a possibilidade de exibição de conteúdos georeferenciados, que são baixados no ônibus através da rede 3G em determinado ponto da rota, o que permite o uso diferenciado de publicidade. A Globo também faz experimentos sobre como o conteúdo é assimilado pelas pessoas que usam o transporte coletivo. Em diversas cidades é proibido o uso de equipamentos de
som dentro no transporte público, o que torna difícil de consumir o conteúdo tradicional da televisão. A primeira solução é o uso de legendas. Além disso, a Globo testa o uso de transmissores FM de baixíssima potência, semelhantes aos usados para levar o conteúdo de tocadores MP3 aos rádios de carros. Com isso os passageiros podem ouvir o som em rádio portáteis e celulares equipados com rádio. “Quase todo celular hoje tem um receptor de rádio”, destaca Bittencourt.
Raymundo Barros apresentou projeto de catch-up TV para TVs conectadas à Internet.
Abrangência de sinal A Globo fez ainda uma demonstração de sua tecnologia de TV digital rural. Trata-se da plataforma desenvolvida em parceria com a Nagravision que bloqueia o sinal do satélite da Globo nas áreas atendidas por emissoras terrestres. Desta forma, destaca Bittencourt, o sinal do satélite não disputa audiência com as afiliadas da rede. Com o sistema implantado, algumas afiliadas começam a disponibilizar seus conteúdos no satélite, usando a mesma tecnologia. A primeira é a gaúcha RBS. Segundo Bittencourt, no caso das áreas rurais situadas em área de cobertura das afiliadas que disponibilizam o sinal no satélite, o equipamento automaticamente bloqueia o sinal nacional da Globo e libera somente o sinal regional. As áreas não atendidas pela TV aberta em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, portanto, passam a ser cobertas digitalmente apenas pelo sinal da RBS no satélite. Segundo Bittencourt, no momento em que outras afiliadas aderirem à tecnologia, a troca é automática no sistema de acesso condicional. “Hoje o sinal disponibilizado nas áreas rurais da Bahia é o sinal nacional. Se a TV Bahia disponibilizar seu sinal, a troca será automática”, disse a TELA VIVA. Além disso, a Globo continua ampliando seu sinal terrestre e espera ter aproximadamente 50 emissoras digitais até o final do ano, cobrindo mais da metade da população brasileira. Além disso, algumas
Segundo Bittencourt, o conteúdo do horário nobre deve ser todo em HD até o fim deste ano, sendo que a próxima novela das sete já será produzida no formato. Para o restante da grade, Bittencourt diz que depende da atualização dos equipamentos. “Tudo o que é comprado agora é HD”, garantiu. “Mas não dá para precisar quanto tempo levará para migrar todo o parque de equipamentos”, disse. A emissora anunciou ainda que mudou o padrão para recebimento de material. Agora todo o conteúdo enviado para a emissora, inclusive publicidade, deve ser encaminhado em discos XDCAM, não mais em fitas Betacam. Com isso, o custo de mídia para envio de material SD e HD fica equiparado. A TV Globo aproveitou o evento em que demonstrou algumas das tecnologias nas quais aposta para o futuro para comentar sua estratégia para a TV tridimensional (3D). Para Fernando Bittencourt o modelo de transmissão em TV aberta adotado pela RedeTV!, no qual as imagens do olho esquerdo e direito são transmitidas lado a lado, não deve prevalecer, pois compromete a qualidade da alta definição. Para ele, o modelo foi adotado apenas porque resolve a questão da canalização. Contudo, não pregou que seja aumentado o espectro da radiodifusão para garantir qualidade nas transmissões em 3D. Pelo contrário, o diretor de tecnologia da Globo afirmou que não acredita que a radiodifusão seja a plataforma mais adequada para distribuição de conteúdo em 3D. Bittencourt afirmou, no entanto, que o 3D deve evoluir bastante nos próximos anos, podendo trazer mudanças na forma de distribuição e de exibição.
cidades, incluindo São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, recebem gap fillers para garantir a presença do sinal em regiões de sombra. Os gap fillers, vale lembrar, são transmissores de baixa potência que transmitem no mesmo canal do sinal principal da emissora, apenas para preencher áreas específicas de sombra. “Copacabana nunca recebeu sinal de TV aberta, mesmo analógica. Agora já recebe da TV digital”, disse Fernando Bittencourt no evento. Isto porque preencher o sinal analógico em regiões de sombra só seria possível com o uso de outro canal. “Precisaria de dez canais para cobrir toda a cidade do Rio de Janeiro”, disse Bittencourt após o evento. O uso dos gap fillers, vale destacar, é fundamental até mesmo para a eficiência do sistema de TV digital rural criado pela emissora. Isso porque o sistema bloqueia o sinal do satélite onde o sinal terrestre deveria chegar, não onde efetivamente chega. Se a cobertura das cidades não for eficiente, a distribuição do conteúdo em todo o território fica comprometida. Do HD ao 3D A Globo demonstrou ainda alguns de seus novos equipamentos para produção. A emissora conta com unidade móvel para aquisição em alta definição, que pode ser usada para gerar o conteúdo de dois even tos paralelos, ou de mais de um feed para um mesmo evento. Além disso, uma das unidades SD está sendo convertida para alta definição. O helicóptero da emissora para jornalismo, o Globocop, também já está equipado com tecnologia HD. Contudo, a emissora diz que não há pressa para converter toda a sua programação para a alta definição.
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BugiGangue Controle-Terremoto 44 Toons lançou curta-metragem de animação em 3D estereoscópico, parte de um projeto multiplataforma cujo produto principal é um longa-metragem em captação.
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FOTOs: divulgação
produtora paulistana de animação 44 Toons estreou em junho, em sessão especial para convidados em São Paulo, “BugiGangue ControleTerremoto”, o primeiro curtametragem de animação nacional produzido em 3D estereoscópico. O filme faz parte de um projeto multiplataforma que a produtora vem desenvolvendo desde 1996, com revistas e jogos eletrônicos em CD-Rom. “O projeto envolve site, games, material para telefonia móvel, série de televisão e o longametragem, que é o produto principal”, explica Ale McHaddo, sócio da 44 Toons. Projeto nasceu com jogos eletrônicos e livro em CD-Rom na década de 90. Há 14 anos, a 44 Bico Largo, braço multimídia da produtora, ao enredo do curta-metragem captação e que a produtora venceu lançou o jogo em CD-Rom “O “BugiGangue Controle-Terremoto”. A um edital da Prefeitura de São Enigma da Esfinge”, uma mistura produtora ainda lançou na década de Paulo para o copatrocínio de de animação com live action, com a 90 as revistas da turma BugiGangue, curtas-metragens de animação. atriz Marisa Orth como intérprete com o personagem Gustavinho e seus de Cleópatra. O jogo já trazia o amigos, que vinham acompanhadas de Experimentação protagonista do CD-Rom. Os A produtora recebeu R$ 80 mil filme, o produtores criaram do edital e estima ter investido A produtora recebeu também um site, que personagem mais R$ 50 mil de recursos Gustavinho, ainda R$ 80 mil do edital da foi atualizado de 1999 próprios na produção do curtaPrefeitura de São em 2D. Alguns a 2002. metragem “BugiGangue e Controleanos depois, a Em 2005, surgiu a Terremoto”. Segundo Melina Paulo e estima ter empresa lançou Manasseh, sócia da 44 Toons, a investido mais R$ 50 ideia de fazer um um livro animado longa-metragem sobre produtora decidiu usar o curtamil de recursos em CD-Rom, a turma BugiGangue, metragem para aprender a próprios na produção já que os produtores chamado “Os 7 produzir em 3D estereoscópico. do curta-metragem. acredidatavam na Invasores”. “Agora existe uma onda iniciada filme também é o Novamente o empatia dos com o ‘Avatar’, mas acreditávamos personagem que toda a história do filme, que piloto de uma série personagens com o Gustavinho público infantojuvenil envolve ficção científica, robôs, de televisão. aparece, desta vez e, em 2006 a extra-terrestres e mundo como narrador da produtora estruturou a fantástico, seria muito propícia à história dos sete extraterrestres que 44 Toons, que se dedicaria aos projetos aplicação da técnica”, explica. No desembarcam em uma cidade do de animação. O primeiro roteiro ficou curta-metragem, Gustavinho e seus interior para um show de rock. pronto em 2008. Foi neste ano que o amigos criam uma encrenca Esses personagens dariam origem projeto foi aprovado na Ancine para intergalática. Após mexerem nas
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coisas de seus amigos alienígenas, iniciam uma batalha entre planetas e a turma tem que achar uma maneira de controlar a situação. Toda a animação foi feita dentro dos estúdios da 44 Toons em São Paulo, apenas com a consultoria dos fotógrafos Marcos Muzzi e Rodrigo Olaio, experientes em 3D estereoscópico. O processo de produção do curta-metragem, observa McHaddo, forneceu algumas pistas para a produção do longa-metragem sobre o mesmo tema e também em 3D. “Trata-se de uma animação em 3D, percebemos que temos que pegar mais leve nos efeitos. Temos muito corte na sequência de ação, hoje trabalharíamos mais nisso”. Melina completa: “Também precisamos ter uma pessoa especializada em pósprodução para ajustar a imagem ao som Dolby”. A objetivo agora é que o curtametragem tenha o máximo de exibições possíveis, ainda que seja fora das mostras competitivas dos festivais, já que não há tantos filmes produzidos com a tecnologia para uma mostra específica de obras em 3D estereoscópico. O filme deve ser exibido no Anima Mundi Forum, no Rio de Janeiro, em julho. Uma exibição aberta ao público está planejada para agosto. Melina destaca que elas são importantes para observar a reação da audiência e para testar a popularidade dos personagens. Com os preparativos para o curta-metragem, a pré-produção do longa, com orçamento estimado em R$ 5 milhões, está adiantada, com a modelagem dos personagens e alguns cenários praticamente prontos. A equipe da produtora também trabalha na reformulação do site BugiGangue, que deve ganhar novos conteúdos e integração às redes sociais, o que também permitirá aos produtores acompanhar a maneira como as crianças se relacionam com as histórias e com os personagens.
Sinopse: Em “BugiGangue – Controle Terremoto”, Gustavinho e seus amigos, curiosos que são, se metem em uma encrenca intergaláctica. Ao mexerem nas coisas de seus amigos alienígenas, acabam iniciando uma batalha entre planetas. Agora, a turma terá que achar um jeito rápido de controlar a situação, antes que tudo piore de uma vez por todas.
BugiGangue ControleTerremoto curta-metragem
Formato Duração Produtora Produção
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44 Toons Melina Manasseh
e Melina Manasseh Produção executiva Ale McHaddo Ale McHaddo Direção
A ideia é manter a proposta original do site, como se ele fosse feitos pelos próprios personagens, ensinando a construir brinquedos feito com material reciclável e com sessões em que os extraterrestres buscam explicações para a origem das coisas na Terra. Paralelamente às exibições do curta e aos preparativos para a reativação do site, a produtora desenvolve vídeos curtos para a telefonia móvel e cuida dos desdobramentos do projeto. O formato do curta-metragem, de 11 minutos, também foi planejado para que o projeto pudesse ser apresentado como piloto de série de televisão. Em 2009, a produtora também teve o projeto “Robô Sucata”, inspirado na história da “BugiGangue”, aprovado no BRGames, concurso para a coprodução
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11 minutos
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de demos jogáveis lançado pela Secretaria do Audiovisual (SAv) e pela Secretaria de Políticas Culturais (SPC) do Ministério da Cultura. A 44 Toons ganhou como pessoa jurídica e deveria fazer o primeiro investimento. A produtora investiu R$ 28 mil que, somados aos investimentos do programa, formaram o orçamento de R$ 140 mil. Além de trabalhar nos produtos do projeto multiplataforma da BugiGangue, a 44 Toons produz a série de animação voltada para o público infantil de 5 a 8 anos “Nilba e os Desastronautas”, que deve estrear em outubro na TV Rá Tim Bum e, posteriormente, na TV Cultura. ana carolina barbosa
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Vídeo móvel
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Streambox através de dispositivos apresenta na móveis wi-fi, incluindo IBC, que iPods e iPads. A caixa acontece no mês de usa o codec ACT-L3 para setembro em Amsterdã, encodar conteúdos em soluções para a 1080i ou 720p, aquisição de imagens em frame rate de para jornalismo em 20 Mbps. Em produções campo. Uma delas é a SD (NTSC ou PAL) a Avenir, uma solução para taxa varia de 64 Kbps jornalismo em campo, a 8 Mbps. esportes e outras Outra solução móvel Solução permite enviar vídeo ao para aquisição de imagens produções ao vivo que vivo, ou em arquivos, através de demandem mobilidade. O até oito conexões 3G/4G. é o Streambox Live, um equipamento é um serviço de contribuição de encoder baseado em vídeo. Através dele, hardware que pode trabalhar com até jornalistas, produtores e mesmo oito modems 3G/4G para transmitir “repórteres cidadãos” podem contribuir conteúdo em HD ou SD, permitindo com vídeos usando um encoder aquisição de imagens ao vivo, bem baseado em software, o que fica como transporte de vídeo em arquivos disponível para consulta, sem custos, digitais. A solução baseada no uso das para empresas radiodifusoras. As redes mais acessíveis de transporte de empresas assinantes do serviço podem dados wireless é alimentada por buscar o conteúdo, visualizar e bateria, podendo ser alternativa aos administrar os direitos autorais através sistemas tradicionais de SNG. A de ferramenta online. O pagamento é interface do equipamento pode ser por vídeo já encodado para uso.
Áudio seguro
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Zaxcom apresenta na IBC, em setembro, o transmissor digital de áudio TRX900LT. O equipamento, usando apenas sinal digital, é superior aos transmissores analógicos, rivalizando com sistemas de transporte de áudio por fio. As transmissões de áudio são encriptadas para evitar a intercepção e roubo de sinal. Com um sistema de gravação de áudio com time code em um cartão SD, o equipamento faz um backup de todo o conteúdo transmitido, eliminando o risco de perda de sinal por interferências. O TRX900LT é montado em uma caixa compacta de nylon, sendo, portanto, mais leve e à prova de corrosão.
Transmissor digital rivaliza com sistemas de transporte de áudio por fio e conta com backup em cartões SD.
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Maestro permite trabalhar com sistemas de jornalismo, automação e edição.
Servidor e gráficos
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Orad anunciou uma série de novos produtos e atualizações, que devem ser apresentados na IBC, em setembro. Entre eles está o PlayMaker. Trata-se de um servidor de slow motion com oito canais HD/SD. Ocupando apenas três unidades em um chassi de rack, o servidor permite fazer replay sincronizado e conta com diversas ferramentas para edição, incluindo suporte a super slow motion, que ganhou destaque nos jogos da Copa. A empresa também leva à feira o ambiente de geração de gráficos para jornalismo Maestro, que trabalha de forma integrada com os sistemas mais comuns de notícias, automação e edição. Baseado em uma arquitetura modular o equipamento conta com diversos canais de renderização que podem ser controlados simultaneamente. Além disso, permite compartilhar os canais de renderização, compartilhando assim a capacidade de processamento de cada usuário.
ano treze
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24 a 26 4º BRAFFT – Festival do Cinema Brasileiro em Toronto, Toronto, Canadá. Tel.: (11) 3746-5800. E-mail: www.brafft.com. Web: www.brafft.com