Revista Tela Viva 209 - outubro 2010

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televisão, cinema e mídias eletrônicas

ano 19_#209_out2010

EXPANSÃO REGIONAL

Luiz Cláudio Vieira, diretor geral

Aos 50 anos da RPC TV, grupo paranaense investe em canal por assinatura, produção local e novas plataformas de distribuição.

Evento Mercado internacional mostra recuperação no Mipcom

Tecnologia Mackenzie testa transmissão em 4K e 3D para a Copa



Foto: marcelo kahn

(editorial ) Presidente Diretores Editoriais Diretor Comercial Diretor Financeiro

Editor Editor Tela Viva News Redação

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Depar­ta­men­to Comer­cial

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Ana Carolina Barbosa Daniele Frederico Samuel Possebon Fernando Paiva (Rio de Janeiro) Letícia Cordeiro Edmur Cason (Direção de Arte) Debora Harue Torigoe (Assistente) Rubens Jar­dim (Pro­du­ção Grá­fi­ca) Geral­do José Noguei­ra (Edi­to­ra­ção Ele­trô­ni­ca) Alexandre Barros (Colaborador) Bárbara Cason (Colaboradora) Manoel Fernandez (Diretor) Fernando Espíndola (Gerente de Negócios) Patricia Linger (Gerente de Negócios) Iva­ne­ti Longo (Assis­ten­te)

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Gislaine Gaspar

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Balanço positivo

André Mermelstein

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Tela Viva é uma publicação mensal da Converge Comunicações - Rua Sergipe, 401, Conj. 605, CEP 01243-001. Telefone: (11) 3138-4600 e Fax: (11) 3257-5910. São Paulo, SP. Sucursal Setor Comercial Norte - Quadra 02 Bloco D - torre B - sala 424 - CEP 70712-903. Fone/Fax: (61) 3327-3755 Brasília, DF Jornalista Responsável: Rubens Glasberg (MT 8.965) Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias publicadas nesta revista, sem autorização da Glasberg A.C.R. S/A

s oito anos de governo do presidente Lula vêm se aproximando de seu final, e é hora de se pensar nos altos e baixos desta gestão nos campos cobertos por TELA VIVA, a comunicação de massa e a produção audiovisual. No que se refere ao Ministério das Comunicações, não se pode dizer que houve grandes melhorias em relação às gestões anteriores. O ministro Miro Teixeira, que teve breve passagem pelo órgão no início do primeiro mandato de Lula (2003-2004), foi o único a ensaiar, a seu modo, a formulação de algum tipo de política para o setor, até mesmo retomando a ideia de uma legislação convergente para mídia e telecomunicações, projeto engavetado desde a morte do ministro Sérgio Motta, no governo anterior. Com a saída de Teixeira, por questões político-partidárias, voltou-se à velha prática de uso do Minicom como moeda de troca política, com sua cessão ao PMDB de Eunício Oliveira (2004-2005) e Hélio Costa, que ocupou a pasta durante a maior parte do governo. E neste período praticamente nada se fez, tanto em formulação de políticas públicas quanto no aprimoramento da gestão de processos na pasta. O Minicom foi um ministério de bandeira única, a TV digital, cuja criação e desenvolvimento deveu-se muito mais à ação de outras instâncias de governo, como a Casa Civil, e dos agentes do mercado, como broadcasters e universidades, do que propriamente ao ministério. O órgão vem tendo agora um papel importante, é verdade, na internacionalizaçãodo padrão ISDB-T, juntamente à Casa Civil. Ainda assim, o Minicom continua sendo um obstáculo ao desenvolvimento do setor, com sua inação na avaliação de pedidos de outorga, inclusive para os novos canais digitais. Se não piorou em relação aos anos anteriores, também não melhorou. Continua sendo um órgão a serviço mais dos interesses dos agentes do setor que da sociedade como um todo. Por outro lado, o Ministério da Cultura teve praticamente uma única gestão, iniciada por Gilberto Gil, que deixou o cargo para seu secretário-executivo, Juca Ferreira, e teve forte atuação na proposição de políticas públicas para o audiovisual. Neste setor, sim, o governo Lula deu um salto. Foram criados (e igualmente importante, mantidos) diversos programas de financiamento e fomento da produção, fundos públicos e privados, e projetos de ampliação do mercado, exportação de conteúdos e formação de público. A Ancine também teve papel central na formulação e aplicação destes programas, bem como na atuação política pela aprovação de leis para o setor audiovisual. É claro que ainda há muito por fazer. O País vinha de décadas de estagnação neste segmento. Mas as melhoras são evidentes, com o cinema brasileiro conquistando share de mercado nas salas e produções nacionais sendo exibidas em canais de TV internacionais, para ficar em alguns exemplos que soariam como ficção há uma década. Outras iniciativas merecem destaque, como o Plano Nacional de Banda Larga, capitaneado pela Casa Civil, que pode mudar o perfil de consumo de mídia no país em alguns anos, e os projetos de revisão do marco legal da mídia e das telecomunicações, como o anteprojeto de Lei de Comunicação Eletrônica, hoje a cargo da Secom, também reponsável pela tardia Confecom. Mas são projetos que ficarão para o próximo governo. Acompanharemos de perto.

capa: Editoria de arte com fotos de Rubens Vandresen e antônio costa

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Ano19 _209_ out/10 FOTO: Rubens Vandresen/divulgação

(índice ) 20

Estratégia

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Grupo paranaense quer ampliar sua atuação nos mercados regional e nacional

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Figuras

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Tecnologia

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Projeto coordenado pelo Mackenzie pretende transmitir imagens 4k 3D da Copa do Mundo 2014 26

Evento

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Mipcom tem clima otimista em relação à crise financeira mundial

Audiência

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Cinema

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No 8º Congresso Brasileiro do Cinema, entidades do audiovisual debatem novo cenário do setor 48

( cartas)

Política

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Principais parlamentares da área de comunicação são reeleitos

Super regulado

Assustador o cenário previsto na edição de setembro de Tela Viva (em matéria de capa, sobre papel de arbitragem da Ancine). Como se não bastasse ter que lidar com a ineficiência e a morosidade a Anatel, o setor de TV por assinatura terá que prestar contas também à Ancine? Quantas agências são necessárias para regular um único setor? Luís Gustavo Branco São Paulo, SP

Making of

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Case

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Ficção científica junta produtoras cearense, paulista e americana 52

Satélites

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TV por assinatura puxa a demanda por transponders

Tela Viva edita as cartas recebidas, para adequá-las a este espaço, procurando manter a máxima fidelidade ao seu conteúdo. Envie suas críticas, comentários e sugestões para cartas.telaviva@convergecom.com.br

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Agenda

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Acompanhe as notícias mais recentes do mercado

telavivanews www.telaviva.com.br 4

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( xxxxxxxxx) Reality social

FOTOs: divulgação

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A Record estreou em setembro a primeira temporada do reality show “Extreme Makeover Social”. Trata-se do formato da Endemol que já ganhou versões no Brasil, Espanha, Turquia, Noruega e Estados Unidos, reformando casas de famílias, com um elemento diferenciado: a meta nesta produção é a construção de creches. “Esta temporada foi um grande balão de ensaio. Estamos levando este novo conceito para a Endemol Internacional. Outros países como Índia, China e Turquia já estão interessados”, conta Daniela Busoli, diretora geral da Endemol Brasil. Mafran Dutra, presidente do comitê artístico da Record, disse que o projeto nasceu para “dar asas” ao Instituto Ressoar, braço de responsabilidade social da emissora. Dutra explicou que além do programa semanal, haverá repercussão na grade do canal aberto, no Record News e no R7. O programa, apresentado por Cristiana Arcangeli, tem 12 episódios e vai ao ar aos sábados à noite, após “Legendários”. Serão cinco creches entregues nos bairros paulistanos de Parelheiros e Cidade Ademar e nas cidades de Suzano (SP), Sumaré (SP) e Tijucas (SC). Os patrocinadores são a Kimberly-Clark, a Nestlé e a Suvinil. A atração contou com o apoio da produtora paulistana Amora, a mesma que produz o programa “50 por 1”, que vai ao ar pela emissora.

“Quando Toca o Sino” terá a segunda temporada produzida no Brasil.

novidades em produção regional são as novas temporadas de “A Floricultura da Nana”, a “A Casa do Playhouse Disney Channel”, e a nona temporada do “Art Attack”, programa que estimula a criação de arte, que também é exibido no Disney Channel. A novidade para a nova temporada é que o programa será gravado na América Latina pela primeira vez, com 26 episódios em português e 26 em espanhol. As gravações, como a maioria das séries de conteúdo original Disney na região, acontecem na Argentina, mas a apresentação no programa que é exibido no País é de um brasileiro. Além de “Art Attack”, o Disney Channel terá nos próximos seis meses a estreia de novas temporadas de outras produções locais, como “Disney Planet”, “Quando Toca o Sino” e “Zapping Zone”. O destaque é “Quando Toca o Sino”, que está na segunda temporada, sendo esta a primeira produzida no Brasil. O programa deve estrear em fevereiro. Todos os programas são feitos com recursos próprios.

A The Walt Disney Company Brasil anunciou as principais novidades na programação dos canais Disney Channel, Disney XD e Playhouse Disney Channel para os próximos seis meses. Entre os destaques, estão novas séries e novas temporadas de atrações originais, produzidas na América Latina, como “Peter Punk”, série sobre um menino que temuma banda de rock, que estreia no final do primeiro trimestre de 2011 no Disney XD. “Embora não seja gravada no Brasil, por ser uma produção original na região temos a flexibilidade de trazer o elenco para o País, e até mesmo levar bandas brasileiras para participarem do programa”, diz Andrea Salinas, diretora de marketing da The Walt Disney Company Brasil. Esse é a segunda produção original do Disney XD, que conta com o “DXD Xtra”, programetes sobre as novidades sobre as produções da Disney, apresentado por Lucas Miagusuku para o feed Brasil. No Playhouse Disney Channel, voltado para crianças em idade pré-escolar, as

FOTO: Edu Moraes

América Latina

Nova série A produtora Medialand licenciou para a Rede TV! a série “Transplante – Entre a Vida e a Morte” para primeira exibição em TV aberta. A série, que mostra as particularidades dos transplantes e as emoções dos transplantados e de suas famílias, está em fase de produção dos primeiros episódios – são 13 no total. O programa deve estrear na emissora entre março e abril de 2011. Além da nova atração, a Rede TV! exibe outro produto da Medialand, a série “Operação de Risco”, que está na segunda temporada. 6

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“Extreme Makeover”, da Endemol, ganha proposta de responsabilidade social na versão produzida pela Record.

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Sitcoms

Seis décadas

Depois da exibição de “Os Anjos do Sexo”, a Band está disposta a investir na produção de mais séries de comédia, as chamadas “sitcoms”. “Estamos empenhados em buscar formatos de sitcom. Pode ser uma fórmula já conhecida, ou um projeto original”, conta o vicepresidente da Band, Marcelo Meira. Segundo o executivo, as sitcoms têm grande apelo para os jovens, público que a emissora tem como uma de suas prioridades. Com o objetivo de conquistar esse público, a Band também planeja ter uma hora diária de programação dedicada ao jovem próxima do primetime. A Band planeja Depois de "Os Anjos do Sexo", Band também produzir pelo quer mais séries de comédia. menos duas horas diárias de sua programação no Rio de Janeiro até março de 2011. Para isso, a ampliação das instalações da emissora na cidade está sendo preparada. “A capacidade de produção em São Paulo está esgotada”, diz Meira. “Além disso, queremos ter um pouco mais de sotaque carioca na emissora, que é muito paulista”, completa.

A Globo veiculou em setembro uma campanha para homenagear o aniversário de 60 anos da TV no país. O filme, que traz a frase usada em toda a campanha para comemorar a data, “60 anos da TV no Brasil: aberta, plural, gratuita”, mostra a influência da TV na integração nacional e no desenvolvimento cultural e econômico do Brasil. A criação da campanha, que conta também com veiculação de peças em mídia impressa, é da Central Globo de Comunicação. A produção do filme é da Ciranda Filmes, com direção de Sergio Glasberg, que assina o seu primeiro trabalho pela casa. A trilha é da Nova Onda.

Globo veiculou comercial em homenagem aos 60 anos da TV.


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Carla Affonso assume como COO da Zodiak Media Group no Brasil.

Zodiak Media Group anunciou a abertura de seu escritório no Brasil. O grupo tem escritórios também em Miami e na Colômbia. A sede brasileira ficará no Rio de Janeiro. A Zodiak Brasil será comandada pelo CEO Paolo Nocetti, ex-CEO da Magnolia Spain, parte do grupo Zodiack. A ex-diretora executiva da Endemol Brasil, Carla Affonso, com passagens também por HBO, Time Warner e Mixer, será a COO (Chief Operating Officer) da operação. A Zodiak é uma produtora e seu objetivo no Brasil, segundo o comunicado, será comercializar tanto seus produtos de catálogo quanto formatos e produções originais.

Brasil-Uruguai A Ancine e o Instituto do Cinema e do Audiovisual do Uruguai (Icau) assinaram o Protocolo de Cooperação para o Fomento à Produção de Filmes de LongaMetragem, no âmbito do Acordo Latino-Americano de Coprodução Cinematográfica. O protocolo, assinado por Manoel Rangel, presidente da Ancine, e Martín Papich, diretor do Icau, tem como objetivos estimular o desenvolvimento da indústria cinematográfica do Mercosul e criar um ambiente de cooperação que favoreça a expansão do número de filmes em coprodução entre os dois países, aumentando assim a presença de obras cinematográficas uruguaias e brasileiras em ambos os mercados. O lançamento do primeiro edital está previsto para a primeira semana de dezembro. Serão contemplados anualmente dois projetos de filmes de longametragem - um de produção majoritariamente brasileira e um de produção majoritariamente uruguaia - nos gêneros ficção, documentário ou animação, destinados a serem exibidos prioritária e inicialmente nas salas de cinema. Em 2010 o montante do apoio será, por parte do Icau, de valor equivalente US$ 100 mil e, por parte da Ancine, de valor equivalente a US$ 200 mil. 8

Famíla Telecine Os canais Telecine, da Globosat, apresentaram novidades. Uma delas é a chegada do Telecine Fun, dedicado a comédias e animações; e o Telecine Touch, que substitui o Telecine Light. Também será lançado um novo canal em alta definição, o Telecine Action HD, enquanto o Telecine HD passa a ter a programação espelhada do Telecine Premium, ganhando o nome de Telecine Premium HD. O on air look, com logomarcas e vinhetas, foi reformulado.

Feito no Brasil

FOTO: marcelo kahn

FOTO: arquivo

Unidade brasileira

Daniela Busoli, da Endemol Brasil, quer criar núcleo de criação com taletos brasileiros.

A diretora geral da Endemol Brasil, Daniela Busoli, está empenhada no desenvolvimento de um núcleo de criação para novos formatos no Brasil. Esse tipo de formação existe na Endemol em mercados internacionais, mas Daniela pretende realizá-lo de forma diferente no Brasil. “Minha ideia não é ter um núcleo de criação da Endemol, mas sim um núcleo brasileiro, com talentos locais”, diz a executiva. Além disso, a produtora prepara a primeira produção brasileira da Endemol. O projeto, que está em fase de desenvolvimento, terá a participação de uma produtora independente, além da própria Endemol, e de um canal de televisão.

Loja virtual O SBT inaugurou uma loja virtual de produtos com a marca da emissora: a SBT Store. O projeto foi idealizado por Daniela Beyruti, diretora geral da geradora do SBT, e realizado pela área de novos negócios, sob o comando de Jean Louis Teppet. A ideia é fidelizar os visitantes e levá-los a entrar no site do SBT. O portal da emissora será o maior meio de divulgação da loja. Toda a logística de compra e venda é feita em parceria com o Submarino. Atualmente estão disponíveis cerca de 50 produtos nos segmentos de beleza, papelaria, livros, vestuário e utilidades domésticas cujos preços variam de R$ 2 a R$ 80. O objetivo é duplicar o número de itens até o fim do ano. SBT Store: a ideia é fidelizar visitantes e levá-los a entrar no site da emissora.

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Alerta ao varejo A União Brasileira de Vídeo (UBV) promoveu em outubro, em São Paulo, o primeiro encontro com o varejo. Segundo Tânia Lima, diretora executiva da entidade, o evento foi organizado para auxiliar os varejistas no reconhecimento de DVDs e Blu-ray discs legais, já que as vendas aos consumidores tem apresentado crescimento e a entidade tem recebido denúncias de empresas que estão fornecendo material pirata. A Ancine, por meio de seu superintendente de fiscalização, Túlio Faraco, propôs a criação de um canal entre a agência e os varejistas como um mecanismo de combate à pirataria. A ideia é que a UBV seja intermediadora no processo.

Adolescentes A MTV, a agência BorghiErh/ Lowe e a Johnson & Johnson lançaram em setembro a série “Entre Teens”. Trata-se de um projeto de branded content criado pela BorghiErh/Lowe e produzido pela MTV Brasil para as marcas Carefree, "Entre Teens" é um branded content para a Sempre Livre e o.b, Johnson & Johnson na MTV. que posiciona as três marcas dentro do universo teen. São dez episódios de cinco minutos cada, que abordam o universo das adolescentes, com o dia-a-dia de três protagonistas: Nininha, com 13 anos, Cris, com 15 anos e Adriana, com 17 anos. A produção é exibida no intervalo do programa semanal “Acesso MTV”. A comunicação da série contará com uma campanha publicitária composta por vinhetas e anúncios criados pela BorghiErh/Lowe e ações de Internet da I-Think.

FOTO: divulgação

FOTO: Marly Augusta Alves Pereira

Palestrantes de encontro com o varejo promovido pela UBV.


FOTOs: divulgação

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“Grey’s Anatomy” e outras séries da Sony estrearam no Brasil pouco tempo depois de ir ao ar nos Estados Unidos.

Quase simultânea as operadoras de TV por assinatura protestaram contra a exibição de séries por portais no modelo “catch-up TV”, ou seja, a exibição que acontece poucas horas ou dias após a exibição pela TV. O Terra TV, que exibia episódios nesse modelo de séries como “Grey’s Anatomy” e “Lost” chegou a exibir o início da terceira temporada de “Ugly Betty” antes mesmo do canal Sony. “Como resultado dessas reclamações do mercado, agora existe essa restrição de 90 dias. Isso vale também para nossos próprios sites”, diz Klaudia. Na Internet, o grupo planeja streaming dos episódios, com a janela determinada, e ainda “previews” de novas atrações. A nova série do Sony “Call Me Fitz”, que estreou no canal em 7 de outubro, teve uma pré-estreia no site do canal uma semana antes. Outra novidade do grupo SPT é o lançamento do Sony HD no Brasil em novembro. Além desse, os canais AXN HD e Animax HD serão lançados em março de 2011. Os três canais terão exatamente a mesma programação dos canais SD, com feeds exclusivos para o Brasil. “Os canais serão HD nativos, ou seja, terão toda a programação produzida e transmitida em full HD”, explica Bermudez. A executiva conta que os canais não estão fechados com nenhuma operadora, mas estão em negociação.

Com o objetivo de combater o streaming e o download ilegal de conteúdo, o canal Sony Entertainment Television estreou em outubro as novas temporadas de suas séries consagradas com um pequeno atraso em relação à exibição nos Estados Unidos. “O espectador é muito exigente, e encontra o que quer ver online”, lembra a vice-presidente sênior e gerente geral do Grupo Sony Pictures Television (SPT) na América Latina, Klaudia Bermudez. A ideia é que os episódios sejam exibidos no Brasil com cerca de uma semana de diferença dos Estados Unidos. A nova temporada de “Grey’s Anatomy”, por exemplo, que estreou na ABC em 23 de setembro, começou a ser exibida pelo Sony em 4 de outubro. No caso dessa e de outras séries de propriedade da Disney, o canal não terá a concorrência direta com o streaming via Internet. Segundo Klaudia, uma nova política da Disney estipula que haja 90 dias de janela entre a exibição pelo canal pago e a transmissão pela Internet. A política seria válida para qualquer produto da companhia, a partir das novas temporadas. Entre os seriados da Disney que os canais do grupo exibem estão “Grey’s Anatomy”, “Private Practice”, “Desperate Housewives”, e as novas “Body Proof” e “Detroit 187”, que estreiam no AXN em março de 2011. Vale lembrar que

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Corinthians a la carte A TV+ pretende lançar a TV Corinthians em novembro. O canal está sendo negociado com as operadoras e deve ser oferecido a la carte. Carlito Camargo (ex-Globo, Shoptime e Mix TV) é o diretor de conteúdo. “Será um canal de variedades, com transmissão de treinos, coletiva, pré-jogo, cobertura de outros esportes do clube, programas femininos e de história. Estamos fechando parceria para ter acesso a jogos históricos”, explica Luiz Barreto, diretor de marketing do canal, ressaltando que a intenção do grupo é disponibilizar o conteúdo em diferentes meios. A TV+ participou do Maximídia, evento que aconteceu em São Paulo de 5 a 7 de outubro, apresentando ao mercado anunciante suas reformulações na grade de programação e o aumento de sua audiência. O canal começou a ser distribuído pela Net em Brasília no dia 5 de outubro. “Estamos ampliando a nossa grade. Hoje não temos só infomerciais. Temos seis horas diárias de jornalismo, entretenimento e programa feminino. Temos trabalho com formatos curtos, com programas de 15 a 20 minutos que têm funcionado bem”, conta. Barreto explica que o site da TV+ também será reformulado no ano que vem, ganhando novas ferramentas de busca e integração às redes sociais.

Competitivas As produtoras Pix e a Vagalume Studios fizeram uma joint-venture para ampliar a plataforma de atuação: juntas, elas passam a produzir filmes de efeito, animação 2D, 3D e estereoscópicos, além de dar continuidade aos serviços de finalização e pós-produção, que já faziam para o mercado publicitário e de conteúdo. Com a joint-venture, o portfólio de diretores da Pix, antes composto por Marcus Tornovsky e Fernando Rocha, passa contar também com Heber Conde. A produtora ganhou ainda o reforço do diretor de atendimento Roberto Faria.

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Anúncio conectado para receber o dispositivo que dá O portal do UOL dentro da acesso à rede wi-fi, oferecido plataforma de broadband TV gratuitamente. “É mais do que da LG ganhou seu primeiro esperávamos, e indica que um anunciante, o Bradesco. número grande de usuários está A marca do banco terá efetivamente se conectando”, disse. exclusividade no site, em O patrocínio do Bradesco inclui um contrato de um ano válido até logotipo estático na tela principal e setembro de 2011. O site pode também comerciais, exibidos após ser acessado por usuários que os vídeos que o usuário acessa no comprarem TVs conectadas site. “O comercial entra depois do (broadband TV) da LG, com o primeiro vídeo assistido, e depois serviço NetCast, e conta com não aparece pelos próximos sete notícias, fotos e vídeos minutos”, conta Enor Paiano, diretor produzidos pelo UOL. É mais comercial do UOL. Segundo ele, o um movimento dos fabricantes potal acredita que a experiência da de eletrônicos de consumo Bradesco é o primeiro anunciante do portal do UOL na broadband TV é diferente daquela para dentro da cadeia de valor plataforma de broadband TV da LG. da Internet no computador. “No PC a do conteúdo. Além de servir experiência é mais individual. Na TV, mais coletiva. O como “gateway” dos conteúdos que serão oferecidos, a LG conteúdo (do UOL) é o mesmo em todas as plataformas, também terá participação na receita publicitária dos mas adaptado a estas características de cada uma”, conta. provedores de conteúdo, explica Daniel Augusto de A LG também tem ampliado as parcerias com Almeida, product manager da fabricante coreana. provedores de conteúdo. Entre os novos serviços estão os de Segundo Almeida, cerca de metade dos compradores de filmes sob demanda dos sites Saraiva Digital e NetMovies. TVs conectadas procuraram a empresa posteriormente


( scanner) HD em 2011 A Warner prepara o lançamento de um canal HD no Brasil para o ano que vem, sem data definida. Segundo Wilma Maciel, diretora de programação do canal, estão sendo feitas pesquisas para saber o que o espectador gostaria de ver em alta definição, por isso ainda não há decisão se a programação será espelhada com o canal de definição padrão. A executiva esteve no Brasil para a apresentação de “Nikita”, nova série do canal que estreia em novembro. Outras estreias também estão previstas para novembro, como o drama policial “Chase”, as comédias “Mike e Molly” e “Better With You” e as novas temporadas das séries “Two And a Half

Man”, “The Big Bang Theory”, “Fringe”, “Smallvile”, “The Vampire Diaries” e “Supernatural”. Wilma cometou a estratégia da Sony de lançar séries no Brasil uma semana após estreia nos Estados Unidos, para evitar downloads ilegais: “A única maneira de ser eficaz contra a pirataria é lançar aqui no mesmo dia. Um minuto depois da exibição na TV americana, as pessoas já estão baixando. Acreditamos que temos que trabalhar bastante o promocional das séries. Quem gosta de séries, vai querer ver na televisão”. Série “Nikita” estreia na Warner em novembro. Canal em alta definição deve chegar no próximo ano.

FOTOs: divulgação

Cerveja na mão A Brahma estreou o programa “Brahmeiro FC”, desenvolvido em parceria com o canal Esporte Interativo e com a agência Africa. A atração, apresentada por André Henning e Alexandre Gimenes, apresenta os principais acontecimentos da rodada do futebol brasileiro com a visão dos torcedores, que participam das reportagens e interagem com os apresentadores por meio de comunidades na Internet. O programa conta ainda com quadros irreverentes, como uma repórter que faz perguntas desconcertantes e provocantes aos jogadores e personalidades do futebol. O “Brahmeiro FC” vai ao ar todas as quintas-feiras das 22h às 0h no sinal do canal no satélite, na TV aberta em São Paulo no Canal 36 UHF e poderá ser visto em todo o Brasil através do site do canal.

Programa "Brahmeiro FC" foi desenvolvido em parceria com o Esporte Interativo.

A cada cena, um tweet O Ibope Mídia apresentou no Maximídia, evento que aconteceu em São Paulo de 5 a 7 de outubro, um estudo sobre as redes sociais realizado em setembro de 2010 com mais de 8 mil entrevistados. Uma das conlusões da pesquisa é que logo após grandes índices de audiência das novelas são registrados os picos de uso das redes sociais. A ferramenta utilizada foi o Buzzmetrics. “Personagens e tramas das novelas despertam interesse nas redes”, diz Juliana Sawaia. Foram considerados na pesquisa os índices de audiência da novela “Passione”, da TV Globo. A pesquisa mostrou que o Orkut foi a primeira rede social da maioria dos entrevistados (82%) e continua sendo a mais acessada (91%). Para 60% dos entrevistados, as redes sociais fornecem toda a informação necessária para mantê-los atualizados. Os usuários aprovam as ações das marcas nas redes sociais. Para 64% deles, estas iniciativas quase não geram desconforto. O Ibope Mídia também apresentou no evento um estudo inédito sobre a classe C brasileira. O levantamento destaca a 12

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ascensão da classe média, seus hábitos de consumo e seu comportamento. A nova classe C, aponta o Ibope, é predominante jovem, composta em sua maioria por afrodescendentes, e tem menos problema com o peso. Do ponto de vista econômico, a classe C está mais otimista, aponta Dora Câmara, diretora comercial do instituto. Em 2005, 40% declararam estar melhor que no ano anterior e 74% estavam otimistas com o próximo ano. Em 2009, os percentuais subiram para 50% e 84%, respectivamente. A pesquisa revela ainda que 19% das pessoas da classe C planejam comprar imóvel nos próximos mesese 9,5 milhões pretendem comprar um automóvel. Entre as áreas de potencial crescimento junto à classe C estão os cursos de idiomas, já que apenas 23% fala um segundo idioma (7% da população desse segmento fala inglês); e produtos e serviços para aparência e cuidados pessoais. O levantamento teve como base o Target Group Index, estudo que analisa mais de 200 categorias de produtos junto a uma amostra de cerca de 20 mil indivíduos entre 12 e 64 anos, nas principais regiões metropolitanas do Brasil.

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A família XDCAM Sony acaba de crescer. Principalmente em qualidade. Chegou a nova PMW-500.

A camcorder com 3 CCDs de 2/3, com gravação em 50 Mbps com cartão SxS, é muito mais qualidade de gravação para as suas imagens. PMW-500 • FX Power HAD CCD sensor 2/3 • HD 1920x1080 e 1280x720, com gravação usando o codec MPEG HD 422 • Cartões de memória SxS, que combina velocidades de transferência elevadas e alta confiabilidade

• Camcorder de ombro • Gravação e reprodução em IMX e DVCAM • Leve e de baixo consumo de energia • Extensor digital • Função slow & quick motion • Alta qualidade de gravação de áudio, de 24 bits, com quatro canais

Revendedores autorizados Sony Broadcast:

(21) 2210-2787

(11) 3467-3353

(19) 3741-4488

(11) 3875-3239

A garantia oficial Sony Brasil só é garantida pelos revendedores autorizados S o n y é u m a m a r c a c o m e r c i a l r e g i s t r a d a d a S o n y C o r p o r a t i o n . To d o s o s p e s o s e a s m e d i d a s n ã o - m é t r i c a s s ã o a p r o x i m a d o s . A s i m a g e n s v i s u a l i z a d a s n e s t e a n ú n c i o s ã o s i m u l a d a s . Fo t o s , g r á f i c o s e i l u s t r a ç õ e s p o d e m n ã o c o r r e s p o n d e r a u m a r e p r e s e n t a ç ã o f i e l d a r e a l i d a d e .


( scanner) Pequenos engajados

“Galera Animal”: programetes patrocinados da Nestlè foram ao ar em horário nobre na Globo.

TV faz bem Depois da minissérie “Tô Frito” e do reality show “Mudar Faz Bem”, a Nestlé está investindo em novos projetos de televisão. Em setembro, a multinacional suíça estreou uma série de programetes no intervalo da novela “Passione”, da TV Globo. “Galera Animal” é uma série de animação 3D, produzida pela Film Planet, em parceria com a argentina Gizmo. São sete episódios, com duração de quatro minutos – o primeiro e o último episódios terão seis minutos cada – com foco na defesa do meio ambiente e da sustentabilidade. Os programates foram apresentados no intervalo da novela às terças, quintas e sábados, com reprise no dia seguinte, na “TV Globinho”, a partir das 9h45. A Film Planet e a Agência Click, com a colaboração do escritor da série e orientação da Nestlé, criaram ainda uma

plataforma interativa e educativa. O Cartoon Network, em parceria com a marca Passatempo, da Nestlé, exibe desde agosto a campanha “Porque Brincar Faz Bem Demais”. São sete programetes exibidos às sextasfeiras, às 20h, com reprises aos sábados e domingos no intervalo do “CineCartoon”, que mostram oito crianças ensinando diferentes formas de se divertir com os amigos, resgatando brincadeiras clássicas. A criação é da Turner Broadcasting, agência Publicis e Produtora Sala 12. Para completar a campanha, que segue até o fim deste ano, o Cartoon Network abriu um espaço em seu site www.cartoonnetwork.com.br, que leva ao hotsite de Passatempo, www.brincandocompassatempo. com.br. Nos sites, o internauta pode aprender novas brincadeiras, baixar wallpapers, avatares e fundos de tela para o Twitter.

O Cartoon Network, no âmbito de seu braço de responsabilidade social, o Movimento Cartoon, fechou uma parceria de três anos com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). A parceria, de abrangência panregional, coloca o canal Barry Koch, VP sênior e como plataforma de diretor geral do Cartoon Network América divulgação de Latina: parceria com a campanhas sobre Unicef para incentivar temas considerados as crianças a serem importantes para o ativas na sociedade. público do Cartoon e para a sociedade. A partir de pesquisas realizadas com as crianças, foram definidos cinco temas para as campanhas: meioambiente, criatividade, estilo de vida saudável, alfabetização de mídia e não-violência contra crianças. O primeiro tema será meioambiente. “A ideia é que as crianças sejam incentivadas a ser ativas em suas vidas e na comunidade”, diz o vice-presidente sênior e diretor geral do Cartoon Network e Boomerang América Latina, Barry Koch. A campanha terá vinhetas que serão feitas com uma mistura de live action e animação, todas com “look and feel” semelhante, para que sejam identificadas durante a programação. “Não queremos passar mensagens de forma didática. Isso tem que ser feito no estilo do canal”, diz o executivo. É possível que as ações sejam, posteriormente, focadas para determinados países da região. Além das vinhetas no canal, serão desenvolvidas outras ações, como games interativos no site do Cartoon e do Unicef. A campanha deve estrear em novembro.

Reestruturação A Sony reestruturou sua divisão profissional e o foco de seus serviços no Brasil. A área até então denominada Broadcast & Professional Group (BPG) passa a se chamar Professional Solutions Brasil (PSB) e aumenta seu foco em soluções para seus clientes e não apenas em produtos. O objetivo dessa transformação é alinhar o nome do grupo com o novo direcionamento de negócios do segmento, que vai além da venda de equipamentos. Um dos serviços que a empresa já vem oferecendo há alguns meses, por exemplo, é a consultoria 14

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para montagem de unidades móveis de produção. A área é responsável pelas soluções de negócios, como os sistemas de segurança IP, equipamentos de videoconferência, impressoras para as áreas médica e fotográfica, projetores, equipamento para produção de vídeo e mídia profissional, atuando nos segmentos corporativo, educacional, entretenimento, saúde e transporte. Também comercializa equipamentos para produção de vídeo e mídias profissionais, atuando nas emissoras de televisão e produtoras.

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NeoTV

Paulista

Neusa Risette está se desligando da NeoTV. Ela ocupava a direção executiva da associação há nove anos e foi uma das responsáveis pela consolidação da NeoTV na sua atividade de representação institucional de operadores independentes de TV paga e negociação de programação. O desligamento de Neusa Risette se dá por uma decisão pessoal, e foi comunicada ao conselho diretor da entidade na última reunião, realizada terça, dia 5. Ela permanecerá como diretora até dezembro, quando será anunciada uma nova estrutura da associação. Ainda não há nome definido para assumir o cargo.

Fotos: divulgação

Paulo Rufino deixa a direção-geral da TV Brasil para assumir a gerência executiva regional da unidade paulista da emissora. Segundo Rufino, motivos pessoais impedem sua mudança fixa para o Rio de Janeiro, onde está concentrada a produção da maior parte da programação do canal. Atualmente, a unidade de São Paulo está voltada quase exclusivamente para o jornalismo, mas a ideia é que ela passe a gerar mais conteúdo.

Marketing A Bus TV contratou Rogério Silveira Júnior como seu novo gerente de marketing. O profissional já passou pela Rain Network, Grupo Abril, Rede Elemídia, Revista Náutica e editoras JB e Camelot. Ele será responsável também pela gestão da produtora BusTV.

A nova contratação da LG, que mais uma vez demonstra que a fabricante quer ser um player no mercado de conteúdo, é Milton Neto. O executivo vem da Turner, onde trabalhou por 11 anos e cuidava da distribuição digital. Ele será responsável pelas parcerias de conteúdo da LG para as novas plataformas.

Executiva de contas A publicitária Ana Paixão Cortês é a nova executiva de contas da RBS TV de Porto Alegre. Ana, que tem experiência em veículos de comunicação como rádio Gaúcha, Band FM e Antena 1 FM, será responsável pelo atendimento de grandes agências de propaganda.

Digital Foto: Marcelo Kahn

Novas plataformas

Foto: arquivo

Foto: arquivo

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Cena A Margarida Filmes anunciou Lucas Fazzio como novo diretor de cena. O profissional vem da Geral Filmes onde dirigiu comerciais, videoclipes e curtasmetragens.

A NBS contratou cinco novos profissionais para reforçar a área digital e interativa do escritório de São Paulo. Daniel Rimoli (exDaniel Rimoli, Maike Robert, Jonas Kuhner, Euro RSCG) é Elen Posse, Sidney Freitas o novo gerente de plataformas interativas. Maike Robert (ex-UOL) assume a gerência de projetos. Johnas Kurner (ex- Leo Burnett Brasil) e Sidney Freitas (ex-F-biz) integram a equipe como diretor de arte e redator, respectivamente. Elen Posse (ex-Ogilvy) é a nova supervisora de mídia. O escritório do Rio de Janeiro também tem mudanças na área de criação digital e interativa com a promoção do diretor de arte Miguel Genovese a supervisor da área de criação digital e interativa, que dividirá a supervisão do setor com o diretor de arte recém-contratado José Luis Vaz.

Planejamento Katrin Warkentin (exBorghiErh/Lowe) é a nova diretora de planejamento estratégico da Ogilvy Brasil, responsável pelo cliente Jac Motors. Fábio Fontan (exLoducca.MPM) também chega à agência como diretor de conta do cliente do setor automotivo.

Teledramaturgia O SBT anunciou a contratação de Reynaldo Boury como diretor-geral das próximas novelas do autor Tiago Santiago. O profissional tem 55 anos de televisão e passagens pela TV Tupi, TV Excelsior e TV Globo. O próximo folhetim de Tiago Santiago será “Amor e Revolução”, seu primeiro trabalho original na emissora. 16

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Diretor

Comercial

A Fulano Filmes e a Beltrano Digital anunciam a contratação do diretor de cena João Papa (ex-Prodigo Films). Seu currículo inclui, entre outras produções, o filme “Como fazer sucesso nas agências”, que Carlos Righi (sócio) e João Papa divulga o Young Lions do Festival de Cannes. Além da carreira como diretor, Papa colabora com textos sobre cinema desde os 13 anos de idade para blogs, sites e jornais, como o FolhaTeen, da Folha de S. Paulo. Na Prodigo, foi assistente do diretor Caíto Ortiz durante três anos.

A BossaNovaFilms reformulou sua área comercial. Eduardo Tibiriçá, sócio e produtor executivo, trabalhará junto com a profissional da casa Teresa Carvalho no Equipe comercial da BossaNovaFilms relacionamento com o mercado. Com este deslocamento, Cani Sahm (ex-Trator Filmes, Movi&Art e O2 Filmes) chega para integrar a equipe de atendimento.

Foto: Eduardo Tarran

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Criação e Interatividade

Diretor Rodrigo Ferrari (exDelicatassen Filmes) juntou-se ao time de diretores da Mixer. O profissional deverá dedicar-se tanto aos filmes publicitários quanto à área de conteúdo da produtora.

Diogo Mello

Depois de três anos no comando criativo da Fischer Portugal, Diogo Mello volta ao Brasil como diretor de criação Daniel Gunji da Fischer+Fala!. A agência também contratou Daniel Gunji (ex-AG2) como diretor de interatividade.

Interatividade

Movimentação

O diretor de arte Rodrigo Zannin entra para a equipe da Santa Clara como diretor de interatividade. O profissional, com passagens pela Editora Abril, Sinc e as agências RSGC 4D e Fischer+Fala! tem a missão de reforçar a criação e a produção digital na agência.

O diretor de arte Pedro Utzeri (exFischer+Fala!) retornou ao time de criação da Neogama/BBH cinco meses após a sua saída. Outros reforços chegaram à agência neste mês: o supervisor de pesquisa de mídida Edson Tamashiro (ex-Y&R), o coordenador de mídia para Bradesco Fábio Ribeiro (ex-JWT), a assistente de atendimento Amanda Pedro Utzeri Limberte (ex-Lew’Lara/TBWA) e a RTV Mel Duarte (ex-Globo). O núcleo de mídia da agência no Rio de Janeiro também recebeu novos profissioanais. Fazem parte da equipe a diretora de mídia Marilena Geada (ex-Grupo3+ e DPZ) e a supervisora de mídia online Priscilla Menezes (ex-NBS).

Afiliados Alessandra Pontes, que nos últimos cinco anos ocupou o cargo de diretora de afiliados na Viacom, assume agora a mesma função na Discovery Networks. Ela se reportará a Fernando Medin, vicepresidente sênior e diretor-geral da Discovery no Brasil. Alessandra substitui Javier Casella, que deixa a empresa para morar nos EUA com a família. Alessandra, que atua no setor há 15 anos, com passagens pelas principais operadoras do país, irá supervisionar toda a estratégia de negociação, distribuição, relacionamento e marketing para as onze marcas da rede que estão presentes no Brasil.

Mídia Yara Apparicio é a nova VP de mídia da WMcCann. A profissional está na agência há sete anos. Com esta mudança, Paulo Gregoraci assume integralmente o cargo de chief operations officer.

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Fernando Lauterjung

f e r n a n d o @ c o n v e r g e c o m . c o m . b r

Força local Grupo Paranaense de Comunicação investe em seu fortalecimento na região e parte para novas plataformas de distribuição. Canal por assinatura, produtora em São Paulo ou Rio de Janeiro e novas mídias estão nos planos.

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Grupo Paranaense de Comunicação (ex-RPC) investe para se preparar para o futuro do setor, apostando na relevância do conteúdo regional, mas sem deixar de mirar em um mercado mais abrangente. A convergência de meios, a constante mudança no hábito de consumo de conteúdo e o novo perfil do consumidor médio já foi sentida pelos grandes grupos regionais de mídia, que começam a se preparar para o novo cenário e manter seu papel de destaque no futuro da comunicação de massa. Os grupos com presença nacional ou global adotaram a máxima “o conteúdo é rei” e apostam em sua competência de criação e produção para se manter em um universo multimídia e multiplataforma. No caso dos grupos regionais, a fórmula ainda está sendo traçada. A produção de conteúdo de entretenimento nestes grupos é uma iniciativa recente. A vocação é, geralmente, jornalística, suprindo o mercado local com um conteúdo de valor, a informação regional. A questão é como se manter relevante em um mercado no qual as fronteiras geográficas tendem a deixar de ser empecilhos na distribuição de conteúdo. O Grupo Paranaense de Comunicação - GRPCOM aponta com exclusividade para TELA VIVA sua estratégia para os próximos anos, com planos de investimentos de pelo menos R$ 30 milhões em 2011. Apenas na

rede de TV, a RPC TV, afiliada à Globo em todo o estado, serão investidos cerca de R$ 25 milhões. Além disso, o grupo aposta na expansão para outras mídias, plataformas e também territorial, dedicando R$ 5 milhões à criação de um canal local de TV por assinatura.

está se preparando para que sua produção jornalística seja em alta definição. Neste mês de outubro, a geradora de TV na capital paranaense comemora 50 anos, dos quais 34 como afiliada da Globo, ganhando nova identidade

grupo de mídia investirá R$ 5 milhões em canal local de tv por assinatura Além disso, R$ 2 milhões serão investidos na expansão da dramaturgia e R$ 17,8 milhões em infraestrutura tecnológica e de transmissão, dos quais R$ 10,8 milhões na ampliação da transmissão da TV digital, e R$ 7 milhões na melhoria da transmissão e abertura de duas novas sucursais de jornalismo no Paraná, em Umuarama e Francisco Beltrão. A emissora também

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visual (veja box) e uma reforma em suas instalações. As obras são para abrigar a infraestrutura para a produção e transmissão em alta definição, bom como as novas empreitadas do grupo. Maior escopo A grande novidade, apontada por Luiz Cláudio Vieira, diretor


FOTO: antônio costa/divulgação

geral da RPC TV, é a entrada do grupo na programação de TV por assinatura. Por questões estratégicas, o executivo ainda não revela todas as informações sobre o novo canal, que deve estrear em Curitiba no início de 2011. Contudo, aponta qual é a relevância do canal para o grupo. “É um ensaio para fazer TV de forma mais completa, não apenas como um afiliado local”, diz Vieira. O canal será, pelo menos em um primeiro momento, exclusivo para a capital, tendo em sua grade jornalismo, entretenimento e até dramaturgia. “Neste canal eu posso tudo”, diz Vieira. Por enquanto, diz o executivo, o investimento é economicamente inviável. “Não tenho pretensão de ter lucro ou mesmo fechar as contas em curto ou médio prazo. A questão é muito mais estratégica”, diz. “Eu tenho que tratar este canal como pesquisa e desenvolvimento”, completa. Trata-se de uma iniciativa para “fincar o pé” em uma plataforma de distribuição que vem crescendo em relevância econômica e política, com o aumento significativo da base de assinantes. “Quando a TV paga chegar a todo o lugar, eu quero ser o player local, com conteúdos regionais diferenciados e relevantes”, explica Vieira. Para abrigar o canal, os dois estúdios da sede da emissora em Curitiba foram rebaixados, criando espaço para abrigar sua equipe exclusiva de 50 pessoas, mais forte no jornalismo. Além disso, um dos estúdios, que até então estava sem uso, será usado para produções do canal. Além disso, diz Vieira, o Grupo Paranaense de Comunicação se prepara para investir em outras mídias e ampliar sua área de atuação. “Temos procurado oportunidades na realização e promoção de eventos, produção de conteúdos, novas mídias e na

de um teste na localidade que pode ser levado a outras cidades do estado. Além disso, todo o conteúdo gerado nas emissoras do interior do estado também devem ser levados para as plataformas online. TV mais aberta e mais local Embora acredite que a relevância das outras plataformas de distribuição seja crescente, o grupo mantém a aposta da maioria das suas fichas no modelo tradicional de radiodifusão. “Pela característica da TV aberta, ela tem um longo caminho como veículo. Tanto pela qualidade do conteúdo quanto pela estratificação do público”, aposta Vieira. Pensando nisso, a RPC TV foi a primeira do Sul a se digitalizar, e ainda investiu em transmissores analógicos novos para atravessar o período de transição para o digital sem surpresas. “A digitalização é ingrata no curto prazo, mas fundamental no longo prazo”, diz o principal executivo da emissora paranaense, lembrando que os investimentos devem demorar para serem amortizados. Já contam com transmissores digitais operando as geradoras de Curitiba, Londrina e Maringá. Até o fim de 2010, Foz do Iguaçu também terá transmissão digital. As geradoras de Cascavel e Ponta Grossa devem ser digitalizadas até o final de 2011. “Todas as

“Quando a TV paga chegar a todo o lugar, eu quero ser o player local, com conteúdos regionais diferenciados e relevantes” Luiz Cláudio Vieira, da RPC TV

expansão geográfica”, diz. A expansão territorial, diz Vieira, é fundamental para fortalecer o regional. “Um projeto de ‘bus media’, por exemplo, não faz sentido apenas no Paraná, precisa haver uma comercialização nacional”, explica. Para esta expansão, busca, a princípio, parcerias com grandes players nacionais. No que se refere à produção de conteúdo com relevância além da regional, a tendência é atuar nas

A emissora TV trabalha com a meta de ter mais de 90% de cobertura digital até 2014 principais praças produtoras. “Podemos comprar ou nos associar a uma produtora de conteúdo em São Paulo ou no Rio de Janeiro”, diz. “Se o conteúdo era rei, vai virar imperador”. O grupo também vem investindo na interiorização de seus portais na Internet. Em Maringá lançaram a Gazeta Maringá, com conteúdo disponibilizado apenas online. Trata-se

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geradoras serão digitais até o final de 2012, além de algumas retransmissoras”, diz Vieira. A RPC TV trabalha com a meta de ter mais de 90% de cobertura digital até 2014. Vieira reclama da demora dos concorrentes em digitalizar. “Em Curitiba, apenas mais uma emissora é digital. Isso atrapalha a

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( capa) “Estamos investindo na sofisticação do conteúdo criado para a TV e na ampliação da produção”

FOTO: antônio costa/divulgação

digitalização. É preciso ter opções para atrair o consumidor”, diz. O grupo acredita que as transmissões para dispositivos móveis também tenham futuro, mas não enquanto o conteúdo for exatamente o mesmo da TV. Para Vieira, será necessário ter mais jornalismo, sobretudo regional. A aposta na TV aberta não vai na contramão dos investimentos nas novas plataformas. Pelo contrário, também é reflexo da mudança no potencial de consumo da classe C. “Os players nacionais vem buscando uma identidade local, maior afinidade com um público diferente daquele dos grandes centros”, diz Vieira. Segundo ele, as audiências da RPC TV no interior são ainda maiores que na capital, fruto do investimento em cobertura local. Apostando nisso, o grupo de mídia pretende ampliar a cobertura com geradoras no estado. “Queremos ter dez geradoras no Paraná”, diz Vieira, que negocia com donos de outorgas. Ampliar a geração de TV implica aumentar a produção de conteúdos locais e traz como benefício abrir mais oportunidades comerciais. “Isso auxilia o desenvolvimento local. O empresário da cidade passa a poder anunciar e a ser um competidor, naquela praça, com empresas regionais ou nacionais”, diz. Esta aposta na regionalização tem como resultado uma projeção de crescimento de mais de 20% em 2010. A emissora atingiu suas metas comerciais no final do setembro, três meses antes do final do ano. “Hoje, mais de 50% de nossa receita já vem do interior”, diz Vieira.

Vandelino Gonçalves, da RPC TV

emissora em questão já conta com todo o conteúdo da Globo. “A nossa grande bandeira é a percepção de imagem com a população local”, explica Vieira. Trata-se de um mix da audiência do canal e de uma pesquisa anual, que deve se tornar semestral. Esta pesquisa procura levantar a percepção de credibilidade da marca RPC TV. “É claro que tem que ter lucro e cash flow, mas a valorização constante das

Nova marca Para uma identidade única às suas oito regionais e para fortalecer o posicionamento da RPC TV no estado, a logomarca da emissora passou por uma repaginação e, a partir do dia 29 de outubro, todas as emissoras da rede passarão a ser chamadas apenas de RPC TV. Os traços da nova logomarca foram arredondados e ganharam formas mais orgânicas e harmônicas, o que permite um melhor rendimento no vídeo, segundo a emissora.

Conteúdo local Nem todo investimento em conteúdo local tem resultado imediato ou mesmo em médio prazo. Principalmente quando a

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marcas dos veículos é fundamental”. Pensando nisso, a RPC TV comprou os direitos do Campeonato Paranaense de Futebol, mesmo sendo impedida, por contrato de afiliação, de vender publicidade em futebol. “Não traz lucro, mas além de trazer audiência, promove a integração estadual”. Em algumas regiões do estado, o público acompanhava com maior interesse o campeonato paulista, em outras, o gaúcho, embora os estados nem tenham fronteira. “É estratégico promover o interesse no que é do estado. Gastamos alguns milhões em direitos e aquisição para garantir que regional continue tendo valor no futuro”, diz. “Por mais que tenhamos conteúdos nacionais e internacionais, sempre haverá espaço para os conteúdos regionais. Quanto mais local for a programação, maior a identificação com os telespectadores. Com isso contribuímos com o desenvolvimento do estado”, completa Vieira. Além disso, a RPC TV vem investindo na ampliação do conteúdo local, na sofisticação do conteúdo já produzido e ainda no conteúdo que será gerado para o novo canal. A emissora ocupa os três espaços diários opcionais da rede com os jornais locais. No fim de semana, ainda não ocupa os espaços opcionais na plenitude, o que deve acontecer gradualmente. Luiz Vieira aposta que o espaço para o regional deve crescer, não apenas no estado. “Acho que futuramente deve haver uma ampliação dos espaços regionais na Globo”, aposta. Questionado se

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( capa) FOTO: Rubens Vandresen/divulgação

a multiprogramação na TV digital seria o caminho para ter maior conteúdo local, Vieira diz que não, pois “a segmentação muito aprofundada tende a acabar com o comum, que é onde está o maior valor da TV aberta”. O diretor de programação e produção da RPC TV, Vandelino Gonçalves, explica como devem ser os investimentos na ampliação da produção de conteúdo local, incluindo o conteúdo do novo canal. Segundo ele, a produção de conteúdo de dramaturgia é recente, começou em 2006, com o “Histórias Paranaenses”. “Em um Fórum Brasil (evento promovido por TELA VIVA), vi o José Eduardo Moniz (então presidente da emissora portuguesa TVI) falando que produzir com terceiros não é difícil. Se ele conseguia, por que não eu conseguiria?”, conta Gonçalves. Ainda em 2007, a emissora mandou o conto “Dinheiro na Cueca”, de Domingos Pelegrini, para três produtoras. Escolheu dois parceiros com os quais trabalhou durante todo o ano de 2007. Ao mesmo tempo, a emissora formou uma equipe interna de produção, propondo a meta de produção de 36 episódios com independentes e 12 internos em um ano. “Quando começamos a buscar conteúdos independentes, não sabíamos produzir. Para avaliar, é preciso saber fazer”, diz Luiz Vieira, explicando que a produção interna não é a tendência. “O direcionamento é que o dinheiro vá para o mercado. Nossa vocação é comercial”, explica. Naquele ano, “as produtoras mostraram que tinham muito mais prática de produção”, brinca Vandelino Gonçalves. Em 2008 a emissora criou o Prêmio RPC - Melhores em Cena, agraciando melhor diretor, ator etc. Com isso, explica o diretor de programação e produção, criou-se uma espécie de “star system”

Sede da RPC passa por reforma para ampliar a produção de conteúdo.

regional, ajudando a credenciar as produtoras para outros trabalhos. “Nesta época, resolvemos abrir para mais empresas. Todas as boas histórias passaram a ser avaliadas”. Hoje a RPC trabalha com 14 produtoras

trabalho do departamento. “Teremos seis horas de prime time por dia para preencher”. Para isso, deve aproveitar seu acervo de episódios. “Estes episódios são, na verdade, curtas. O mercado de

Hoje a tv tem parceria com 14 produtoras independentes e conta com acervo de 150 episódios produzidos independentes e conta com acervo de 150 episódios produzidos. A grande maioria é em HD. Os episódios são da série de “Causos e Casos”, também exibida pela Globo Internacional. “Agora estamos investindo na sofisticação do conteúdo criado para a TV e na ampliação da produção”, diz Gonçalves, lembrando que o canal por assinatura deve demandar mais

Grupo Paranaense de Comunicação O Grupo Paranaense de Comunicação tem a RPC TV, formado por oito geradoras de TV afiliadas à Rede Globo no Paraná, os jornais Gazeta do Povo e Jornal de Londrina, o jornal online Gazeta Maringá, as rádios 98FM e Mundo Livre FM.

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produtoras deve trazer outros curtas que não contam com janela. Espero receber mais de mil”, diz. Para sofisticar o conteúdo, promoveram um curso de roteiro para produtores independentes com o escritor José Roberto Torero. O próximo deve ser de captação de recursos incentivados. Para Luiz Cláudio Vieira, o investimento no conteúdo local e na presença de pelo menos um grupo regional em cada plataforma de distribuição é difícil de se justificar apenas com uma planilha. Contudo, é fundamental para a integração regional e para a mídia local como um todo. “Em todo local deveria haver um grupo com bolso fundo o suficiente para garantir a valorização do conteúdo regional e do próprio mercado local”, diz.


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Ana Carolina Barbosa

a n a c a r o l i n a @ c o n v e r g e c o m . c o m . b r

Imagem mais que perfeita Projeto 2014k, coordenado por professores do Mackenzie, pretende levar imagens ao vivo em 4K/3D da Copa do Mundo no Brasil a cinco continentes por meio das redes de fotônica.

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FOTOS: divulgação

s departamentos de física e cinema da Universidade Presbiteriana Mackenzie, de São Paulo, estão unidos, com o apoio de parceiros, na coordenação de um projeto ambicioso: levar imagens ao vivo em 4K/3D de jogos da Copa do Mundo do Brasil a cinco continentes utilizando redes de fotônica (fibra ótica). Batizado de 2014k, o projeto orçado em R$ 50 milhões aguarda aprovação na Financiadora de Estudos e Projetos do Ministério da Ciência e Tecnologia, a Finep, para dar início a uma série de testes e providências de infraestrutura que permitirão apresentar ao mundo novos paradigmas em imagem. Como a verba para a continuidade da pesquisa só deve sair em 2011, algumas amostras do trabalho a ser Linguagem Eletrônica, o File 2008. Na feito estão sendo apresentadas em ocasião, um dos filmes exibidos foi o eventos e festivais internacionais. trailer do longa-metragem nacional O 2014k começou a ganhar “Enquanto a Noite Não Chega”, de Beto contornos há dois anos, quando a Souza. No File 2009, o filme de 70 professora Jane de Almeida, minutos estava pronto e foi transmitido coordenadora dos cursos de em tempo real para São Paulo, Estados mestrado e doutorado em Educação, Unidos (Universidade de San Diego) e Arte e História da Cultura do Japão (Universidade de Keio) por meio das Mackenzie, fez uma curadoria de redes de fotônica. filmes curtas-metragens captados em O Mackenzie está cabeado pela rede 4k (8 milhões de KyaTera, da Fapesp, pixels) para a que integra exibição nesta universidades mesma definição, o paulistas. A KyaTera que foi possível está conectada à rede graças ao internacional Glif empréstimo de (Global Lambda players vindos dos Integrated Facility), Estados Unidos e que opera com projetor 4k da velocidades acima de Apresentação do vídeo feita durante partida Sony, no Festival 1Gbps, e foi extendida entre Grêmio e Internacional na Casa Brasil, em Johannesburgo Internacional de até o prédio da Fiesp,

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na Avenida Paulista, onde aconteceu o festival. Para viabilizar a estrutura de transmissão, houve a participação do Laboratório de Fotônica da universidade, coordenado pelo professor Eunézio de Souza e de mais de 60 pesquisadores que operam nestas redes internacionais. O sucesso da experiência despertou o interesse do CPqD, instituição focada no desenvolvimento tecnológico, para a formatação de um projeto de transmissão dos jogos da Copa do Mundo de 2014 em 4k, utilizando a rede Glif. Ainda em 2009, Jane apresentou o resultado da transmissão do longa-metragem no encontro do CineGrid, comunidade que agrega pesquisadores de mídia digital de alta definição por redes fotônicas, em San Diego (EUA). Dez universidades se interessaram em participar do projeto, incluindo países


financeiro. A previsão é de um ano de testes de imagens, e o Mackenzie deve adquirir equipamentos para o laboratório com a finalidade de facilitar o processo. Ainda serão feitos testes de envio das imagens à longa distância, com o apoio das universidades parceiras. No Brasil, o projeto ainda conta com o apoio da Universidade Federal de Juiz de Fora e da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP). O orçamento inclui o cabeamento dos estádios e a transmissão de alguns jogos. A ideia é que as exibições sejam feitas em cinemas ou arenas com telões. A professora destaca que o apoio do governo federal e eventualmente de um broadcaster com os direitos de transmissão é fundamental, já que uma pesquisa acadêmica não tem recursos suficientes para bancar os custos da Fifa, por exemplo. “O objetivo inicial é acadêmico. Depois

como Japão, Suécia, Corea, República Tcheca, Espanha, Estados Unidos e Holanda na pesquisa. Com novos parceiros agregados, o 2014k teve o desafio ampliado: transmitir imagens em tempo real em 4k e 3D dos jogos da Copa. Câmera no lance O projeto ganhou mais fôlego, quando foi apresentado ao ministro de Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, que envolveu a Finep no processo. A Finep solicitou aos coordenadores do 2014k o desenvolvimento de um protótipo a ser apresentado na Casa Brasil, espaço criado para promover o País em diversos aspectos durante a Copa do Mundo 2010 na África do Sul. A ideia de Jane e Souza era captar imagens de uma final de campeonato regional e o mais viável foi o gaúcho. Além de cuidar de toda a logística de importação de equipamentos e contato com o estereógrafo Keith Collea, com filmes de James Cameron no currículo, para auxiliar no processo, a equipe da universidade estudou a linguagem cinematográfica para a transmissão de futebol. “Nos inspiramos muito nos filmes do Canal 100”, explica a professora, referindo-se à produtora que produzia cinejornais e destacouse pelos documentários sobre futebol no final da década de 50. Segundo Jane, como não há equipamentos já preparados para a captação 4k/ 3D. Collea, encarregou-se de montar câmeras Red One em um rig especial e calcular todo o processo estereográfico da filmagem para que a captação pudesse ser feita com a qualidade de imagem desejada. Só o processo de montagem do equipamento de captação durou seis horas. O filme de sete minutos resultante da partida entre Grêmio e Internacional foi totalmente editado e montado no Brasil e exibido na Casa Brasil, em Johannesburgo, durante quase todo o período do Mundial, junto com

Os professores do Mackenzie Eunézio de Souza (Thoroh) e Jane Almeida são os coordenadores do projeto

uma animação explicativa do projeto produzida pela Napalm Studio. O filme apresentado na África do Sul teve orçamento de R$ 247 mil, incluindo custos de produção e exibição em outro país, financiado pela Finep. “Só o filme custaria muito mais do que isto, mas todos os envolvidos cobraram muito pouco ou nada apenas para participarem de uma pesquisa inovadora. Se fôssemos calcular um preço de mercado para este protótipo, não sairia por menos de um milhão de

Com a pesquisa é possível pensar no cinema via rede, reconfigurando as estreias e os festivais reais”, diz Jane. O protótipo deve ainda ser exibido em 2010 no CineGrid e em um evento de tecnologia na Argentina, o Tecnópolis. Uma equipe da BBC, que assistiu à uma apresentação na Casa Brasil, mostrou bastante interesse em realizar alguns experimentos nos Jogos Olímpicos de 2012, que acontecerão em Londres. Jane acredita que o 2014k deve deslanchar mesmo em 2011, com a aprovação do projeto pelo Finep e o start

pode haver um tratamento comercial dado às descobertas”, observa Jane. A Sony, como fabricante, tem acompanhado o desenvolvimento da pesquisa. A MovieMobz, que tem investido em programação alternativa de salas de cinema, com shows e óperas, por exemplo, também interessou-se pelo estudo. Legado Para Jane, os legados deixados pelo projeto 2014k vão além dos objetivos iniciais da pesquisa que são desenvolver os meios tecnológicos de captação, encodamento, compressão, transmissão das imagens à longa distância e visualização estereoscópica e em superalta definição. “Com a pesquisa é possível pensar no cinema via rede, reconfigurando as estreias e os festivais ao redor do mundo. O hábito de assistir aos jogos de futebol também volta ao espaço de convívio social”, conclui a pesquisadora.

O estereógrafo americano Keith Collea monta a câmera para captação em 4k/3D da final do campeonato gaúcho de 2010

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( evento) Daniele Frederico, de Cannes

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Um mercado em recuperação Mipcom 2010 apresentou clima otimista em relação à crise financeira mundial. Brasil contou com estandes das produtoras independentes e de quatro de suas principais emissoras no pavilhão.

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FOTO: tela viva

Mipcom 2010, principal mercado internacional de conteúdo audiovisual, demonstrou que a televisão, assim como outros setores, está se recuperando da crise financeira mundial, desencadeada ao final de 2008. Entre os dias 4 e 8 de outubro, o Palácio dos Festivais de Cannes, na França, recebeu 12,4 mil participantes, entre broadcasters, produtores e distribuidores de cem países diferentes, o que representou um ligeiro aumento de participação em relação ao ano anterior – quando o evento recebeu 12 mil participantes, mil pessoas a menos que em 2008. Além do visível aumento no público presente, que pôde ser notado nos corredores, nos estandes e nas apresentações do congresso, o clima geral parecia mais otimista. Embora parte das discussões ainda gire em torno de como produzir e programar com custos baixos, o mercado demonstrou maior interesse em comprar e distribuir produtos. Neste clima de recuperação, o Brasil teve no Mipcom talvez uma de suas maiores participações. Isso porque as quatro principais emissoras abertas brasileiras estiveram presentes com estande na feira este ano. Além de Globo, Record e SBT – esta última presente pelo segundo ano consecutivo com estande – a TV Bandeirantes fez sua estreia como exibidora no pavilhão. A Band levou ao mercado internacional de conteúdos um catálogo de conteúdos prontos,

As principais emissoras brasileiras participaram do evento. A Band foi ao Mip pela primeira vez levando conteúdos prontos, formatos, coproduções e produtos customizados para o mercado internacional.

FOTO: ©360 Media/ Image & Co

formatos, coproduções e produtos customizados para o mercado internacional. “Nosso objetivo era fazer com que a Band se tornasse conhecida e mostrar o novo posicionamento da área internacional”, conta Elisa Ayub, diretora de vendas da emissora. Segundo Elisa, esse reposicionamento da área de vendas internacionais acontece desde o final de 2009, quando a executiva chegou à emissora. A ideia é que a área se fortaleça, e que a Band tenha maior participação nos

“Alguns programas têm mais valor fora da tela do que dentro” Rob Clark, da FremantleMedia.

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mercados internacionais, como Natpe, LA Screenings e o próprio Mipcom. “Essa presença é importante para estar em contato com o mercado”, diz o vicepresidente da emissora, Marcelo Meira. “A Band tem uma gama significativa de produtos, e agora vamos vender de forma mais organizada”. A Band levou para o mercado séries próprias, como “Tribunal na TV” e “É Tudo Improviso”, que são oferecidas como “lata” ou formato; atrações como “A Liga” e “E24”, para comercialização da versão brasileira dos programas – já que os formatos


“Casos de Família”, pertencem à Cuatro “Construindo um Cabezas; Sonho” e “Piscina coproduções, como Maluca”. a inédita “Julie e os A Globo, por sua Fantasmas”, com a vez, aproveitou o Mixer; e também mercado internacional conteúdo de para lançar uma parceiros. Elisa coprodução conta que a RWR, a internacional pela Business Film segunda vez. Em 2009, Television e a Ulbra a emissora apresentou o TV têm parceria de resultado de sua distribuição com a primeira empreitada emissora, que levou com outra emissora nos conteúdo dessas últimos anos, a novela produtoras para o “El Clon”, versão de “O evento. Estande do BTVP exibiu vitrine com produtos licenciados. Clone”, de Gloria Perez, Além dos com a Telemundo. Este produtos prontos e ano foi a vez de “Entre el Amor y el da pré-venda da coprodução com a Deseo” (“Between Love and Desire”), Mixer, a Band preparou conteúdos versão da novela “Louco Amor”, de customizados para o mercado, Gilberto Braga. Trata-se da primeira como um documentário sobre a coprodução da Globo com a TV Azteca, Amazônia, a partir de notícias do México. “Estamos conversando sobre publicadas pelo canal. “Podemos outras quatro histórias para decidir ‘reembalar’ os produtos com foco qual será a próxima novela a ser feita no mercado internacional”, diz em parceria”, conta o diretor da Azteca Elisa. Outro exemplo de produto Novelas, Alberto Santini, em exclusivo para venda internacional apresentação para a imprensa realizada é a série de programetes durante o evento. A novela estreou ao “Andarilho”. Os episódios de cinco final de setembro na TV Azteca, e ainda minutos de duração foram não havia sido vendida para outros extraídos do programa “A Noite é canais. A distribuição é feita pela uma Criança”. Comarex, para a América Latina, e pela Enquanto a Band fazia a sua Globo para outros territórios. estreia, o SBT marcou presença Segundo Guilherme Bokel, diretor de pelo segundo ano consecutivo no produção e conteúdo internacional da pavilhão. Com um portfólio mais Globo, outras possibilidades de diversificado que no ano anterior, o coprodução estão em discussão com a canal apresentou, além de novelas, TV Azteca e com as alguns documentários e formatos. outras parceiras da “O que as pessoas que passaram Globo. “Também pelo estande mais querem são as temos outros novelas e os documentários”, conta parceiros, para Carolina Scheinberg, da área de quem estamos vendas internacionais do SBT. pensando em O canal ofereceu em seu estande as novelas “Vende-se um Véu de Noiva”, “Uma Rosa com Painelistas debatem Amor” e “Revelação”; os programas formatos: com a redução de documentário “Conexão de custos por parte das emissoras, eles Repórter”, “Aventura Selvagem” e aparecem como “SBT Repórter”, e os formatos de alternativa rápida e “Os Opostos se Atraem”, “TV barata para renovar a programação. Animal”, “Passa ou Repassa”, FOTO: tela viva

desenvolvimento de shows, séries e minisséries”, diz. “Entre el Amor y el Deseo”, é a terceira coprodução da Globo com um canal internacional. A emissora também uniu forças com a portuguesa SIC para a produção de “Laços de Sangue”, em Portugal.

FOTO: ©360 Media/ Image & Co

Produção nacional No ano em que os principais canais brasileiros contaram com estandes na feira – e representantes de outros canais circularam no evento – o programa Brazilian TV Producers recebeu em seu espaço mais de 50 produtores. A novidade do estande este ano foi uma vitrine com produtos licenciados. Entre eles, estão bichos de pelúcia, roupas e mochilas de séries como “Princesas do Mar”, da Flamma Filmes; “Peixonauta”, da TV Pinguim; e “Escola pra Cachorro”, da Mixer. Com produções prontas, coproduções internacionais de sucesso no Brasil e projetos parcialmente financiados, as produtoras pareceram mais maduras e confiantes para as negociações no mercado internacional. Contratos de licenciamento foram fechados durante a feira, como o da série “Meu Amigãozão”, da 2D Lab. A série, uma coprodução com a canadense Breakthrough, foi licenciada para o Discovery Familia, canal dedicado ao público

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( evento) como coprodutora dos projetos, visando parte dos direitos sobre a propriedade. “Temos interesse em ampliar os recursos próprios da EBC”, diz Da-Rin. Além da TV Brasil, estiveram presentes na delegação brasileira dois representantes do BNDES, que

de língua espanhola nos Estados Unidos. “Mi Amigazazo”, como será apresentada em espanhol, deve estrear no canal no começo do ano que vem. Além da Discovery Familia, a série exibida pelo Discovery Kids no Brasil e na América Latina foi negociada para o canal TVA, do Quebec, Canadá. O próximo passo para a 2D Lab é a produção de um longa-metragem baseado na série, com roteiro de Claudia Breitman e Clive Andersby. Para facilitar essas negociações internacionais, os produtores brasileiros contaram este ano com a presença de um canal nacional na mesa de negociações. Devido a uma parceria entre a Empresa Brasileira de Comunicação (EBC) e a Associação Brasileira das Produtoras Independentes de Televisão (ABPI-TV), a TV Brasil apresentou-se como parceira exibidora de projetos dos produtores independentes que tentam acordos internacionais. EBC e ABPI-TV assinaram um convênio pelo qual a EBC aporta R$ 900 mil, divididos em duas parcelas anuais de R$ 450 mil, pelo período de dois anos, renováveis por outros dois. Trata-se do mesmo formato adotado, há seis anos, nos convênios da ABPI-TV, com a APEX e com a Secretaria do Audiovisual. “Vamos estar ao lado do produtor independente na prospecção de coproduções internacionais”, diz Silvio Da-Rin, gerente executivo de articulação internacional e licenciamento da EBC. “Não queremos que as produções empaquem por falta de um parceiro exibidor no Brasil”. Depois das negociações internacionais, os projetos precisam passar pelo comitê de programação da TV Brasil para serem aprovados. A segunda etapa do processo é desenhar um modelo para aquela negociação e a terceira é o contrato. O objetivo da TV Brasil é entrar

2009, e também do Mip TV, realizado em abril, dois assuntos tiveram destaque nas discussões do congresso do Mipcom 2010: formatos e Internet. Neste período de recuperação, em que as emissoras estão

tv brasil fechou convênio com a abpi-tv para acompanhar produtores brasileiros em negociações de coprodução internacional. participam do evento com o objetivo de entender a indústria audiovisual e os modelos de estruturação financeira do negócio. Com isso, o banco pode desenvolver linhas de crédito para o setor de acordo com as necessidades observadas no mercado. Em foco: formatos e Internet Não muito diferente do Mipcom

reduzindo custos, a produção de formatos aparece como uma alternativa para renovar a grade de programação de forma rápida e barata. Michael Davis, da Embassy Row, produtora de formatos e conteúdo digital, lembra que os formatos, especialmente os de programas roteirizados, começaram a surgir há cerca de dez anos nos

Pela primeira vez, o Mipcom serviu de palco para a pré-estreia de duas produções. A nova série “Running Wilde” e um episódio da quarta temporada de “Mad Men”, distribuídas pela Lionsgate, foram apresentadas durante o evento, com a presença dos atores John Hamm e Elizabeth Moss, de “Mad Men”, série produzida pelo canal AMC. Além do elenco de “Mad Men”, o Mipcom contou a presença de outras celebridades, como Gene Simmons, músico da banda Kiss e astro da série “Gene Simmons Family Jewels”, reality show que mostra o dia-a-dia de sua família, que falou sobre a construção de marcas de entretenimento. Simmons mostrou os diversos produtos da marca Kiss disponíveis no mercado, e disse que a televisão serve como instrumento para espalhar a sua marca. “Tudo é marca”, disse. “Não deixem que usem a sua sem permissão”, alertou. O músico, que também é dono de uma gravadora, diz que a indústria da música não ganha dinheiro, por causa da pirataria, e isso aconteceu por falta de defesa contra as primeiras ameaças, que pareciam inofensivas. Ele fez uma analogia do mundo da música com uma fazenda. “O fazendeiro deixou uma raposa entrar, porque ela era pequena e bonitinha, e ela contou a todas as outras raposas que o celeiro estava aberto”, compara. Ele conta que deve lançar em breve o programa “Kiss Kids Show”, voltado para as crianças, público que pode não conhecer muito bem as suas músicas. “Quero ganhar o dinheiro da Gene Simmons, da banda Kiss, falou sobre próxima geração”, conclui. construção de marca e entretenimento.

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Talentos e estreias


Joana Shields, do Facebook, mencionou pesquisa da Forrester e do The Guardian de dezembro de 2009 que mostrou que 47% dos europeus entre 12 e 17 anos assistem TV enquanto usam o laptop.

catálogo e também perspectivas não muito otimistas para o final do ano. Tony Cohen, CEO da Fremantle Media, diz que a primeira metade do ano foi forte, com propriedades como “Got Talent” vendidas para 46 países. Para a segunda metade do ano, as perspectivas não são tão boas. “Acho que será um período difícil. As receitas publicitárias para o broadcaster ainda não encontraram o caminho até a área de programação”, diz o executivo. Ele explica que os broadcasters passaram por um período muito difícil com a crise financeira mundial e estão à procura de material de baixo custo. “Acho que programas de baixo custo

terão mais chances do que os grandes formatos, embora esses sempre vendam muito bem”, diz. “Um exemplo de programa de baixo custo muito eficiente é o ‘America’s Toughest Jobs’”. Quando o assunto é a produção de formatos, a questão que parece sempre assombrar os produtores é a dos direitos. Segundo o presidente de Worldwide Entertaiment da FremantleMedia, Rob Clark, este ainda é um problema da indústria, mas ele acredita que os broadcasters estão mudando. “Os canais têm procurado comprar os formatos porque são marcas reconhecidas pelo público”, diz. “Eles veem o benefício de ter a FOTO: ©360 Media/ Image & Co

Estados Unidos. “Isso não aconteceu por falta de ideias. O que aconteceu é que a programação ficou mais cara nos Estados Unidos”, conta. “Os formatos são negócio de baixo custo e de grande volume”. Para Tom Toumazis, CCO do Endemol Group, o sistema de hub de produção tem funcionado muito bem para a redução dos custos. Em alguns programas, o mesmo set de filmagem é aproveitado para a gravação de programas para diferentes países. “Na Argentina, fizemos 33 produções. É muito eficiente do ponto de vista de custos”. Em seu café-da-manhã para a imprensa, a Fremantle Media, uma das maiores produtoras de formatos internacionais, apresentou novidades em seu

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( evento) FOTO: ©360 Media/ Image & Co

marca e também o knowhow de produção”. Ele lembra que a FremantleMedia vendeu o formato de “Hole in the Wall” para a CCTV, da China, porque a emissora queria ter a marca. Toumazis diz que também cabe aos produtores de formato zelar pela proteção das marcas, em respeito a seus clientes. Também foi apontado durante os painéis que trataram do assunto que hoje é impossível ignorar as possibilidades em multiplataformas dos programas. “Alguns programas têm mais valor fora da tela do que dentro”, compara Clark, lembrando que algumas propriedades têm games, shows ao vivo, músicas, entre outros produtos derivados. Um dos exemplos bem sucedidos de conteúdo multiplataforma é o programa da FremantleMedia “The X Factor”. Para a vice-presidente do Facebook para Europa, Oriente Médio e África, Joanna Shields, o programa é um dos exemplos de sucesso no uso do Facebook como ferramenta de marketing. “Eles sempre têm material novo e incluem engajamento com a parte comercial”, diz. Segundo Joanna, o Facebook tem hoje mais de 500 milhões de usuários, sendo que cerca de 50% deles acessam o site diariamente,

“Se você não disponibiliza seu conteúdo online, as pessoas vão encontrá-lo de alguma outra forma. E se você não controla onde o conteúdo está, alguém vai controlar e você não vai ganhar dinheiro com isso” Andrew Baker, da Rights.TV

consumindo mensalmente 700 bilhões de minutos na rede social. “Hoje a palavra mais importante da Internet não é busca, mas compartilhamento”, diz a executiva. Joanna contou ainda que uma pesquisa da Forrester e do The Guardian de dezembro de 2009 mostrou que 47% dos europeus entre 12 e 17 anos assistem TV enquanto usam o laptop. Ela afirma que alguns dos programas mais populares no Facebook são “Family Guy” (com 18 milhões de fãs), “House”, “South Park”, “Two and a Half Man” e o britânico “Top Gear”. “Temos ferramentas que permitem que o cliente saiba exatamente de onde vem o tráfego, quantos comentários determinado programa gerou, entre outras”, diz. Monetizar Além da utilização da Internet como ferramenta de marketing, uma das principais discussões no Mipcom continua sendo como ganhar dinheiro, ou “monetizar” com as propriedades na Internet. Chamou a atenção a participação do YouTube na feira, com estande próprio pela primeira vez, interessado em fazer parcerias com produtores e canais. Embora o YouTube tenha interesse

Publicidade da TV permanece intacta Em 2014, a Internet deve ter 21% dos investimentos globais em publicidade. O crescimento do meio, que em 2009 teve 15% do bolo, estaria ligado à queda dos investimentos em mídia impressa. A televisão, por sua vez, deve manter-se intacta. Os dados fazem parte do estudo Global Entertainment and Media Outlook 20102014, da PriceWaterhouseCoopers (PwC), que teve alguns de seus resultados apresentados no Mipcom 2010. Segundo Marcel Fenez, líder da área de entretenimento e mídia da empresa, o estudo mostrou que em 2009 a TV tinha 36% de share nos investimentos publicitários, e em 2014, esse share deverá ser de 37%. Por outro lado, pesquisa da Digital-i, também apresentada no Mipcom, mostrou que o DVR, ou gravador digital de vídeo, está agindo como vilão da publicidade na televisão. Segundo pesquisa realizada com o “The X Factor”, na Inglaterra, de 1,4 milhão de espectadores que gravaram o programa no dia 22 de novembro de 2009, apenas 200 mil assistiram aos anúncios.

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em ter conteúdo profissional, e estude atualmente um modelo pago de oferta de vídeos, colocar conteúdo profissional no portal ainda é uma espécie de tabu para a indústria. Na manhã do dia 7, o portal promoveu um painel com alguns de seus parceiros de conteúdo para explicar as vantagens de estar na plataforma. O painel seguinte, porém, mostrou que o conteúdo distribuído na Internet de forma gratuita e ampla – para vários territórios – perde valor. O diretor da consultoria Rights. TV, do Reino Unido, Andrew Baker, não acredita que a melhor forma de ganhar dinheiro com o conteúdo seja colocá-lo imediatamente em uma plataforma gratuita de exibição de vídeos como o YouTube, mesmo que uma parceria com a plataforma possa render receita publicitária - o YouTube tem um modelo de parceria com produtores e canais baseado em revenue share de publicidade. “Se o produto for novo, existe uma demanda grande. Há outras plataformas que dão mais dinheiro”, diz. E questiona: “se o conteúdo é sempre gratuito, como se cria novo conteúdo de qualidade?”. Ele enfatizou, porém, que é preciso sempre estar atento ao que o público quer ver, onde quer ver e quando quer ver o conteúdo. “Se você não disponibiliza seu conteúdo online, as pessoas vão encontrá-lo de alguma outra forma. E se você não controla onde o conteúdo está, alguém vai controlar e você não vai ganhar dinheiro com isso”, diz. “Se eu quiser ver o conteúdo no iPad, por exemplo, vou pagar por isso. Mas o dono do conteúdo precisa fazer com que ele esteja disponível nessa plataforma”, exemplifica.



( audiência -TV paga)

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canal Viva, da Globosat, apareceu pela primeira vez no ranking dos canais pagos com melhor alcance diário médio entre o público adulto, dois meses após a sua estreia na TV por assinatura. O canal, que conta com programação atual e de arquivo da Rede Globo, apareceu em 20° lugar na lista, com 5,05% de alcance diário médio. O Viva teve ainda 39 minutos de tempo médio diário de audiência registrados – seis minutos a mais que os 33 minutos do líder do ranking, TNT. No total, os canais pagos tiveram alcance diário médio de 47,26% e duas horas e 28 minutos de tempo médio diário de audiência entre o público com 18 anos e mais. No topo do ranking aparecem TNT, SporTV, Multishow, Globo News e Fox. Entre o público de 4 a 17 anos, o

Foto: divulgação

Chega o Viva

“Hilda Furacão”, série do canal Viva, que aparece pela primeira vez no ranking com melhor alcance diário médio entre o público adulto.

destaque de agosto ficou com o Disney Channel, que registrou 19,04% de alcance diário médio e uma hora e 10 minutos de tempo médio diário de audiência. Em seguida no ranking, aparecem Cartoon Network, Discovery Kids, Nickelodeon e Disney XD. Os canais pagos tiveram, entre o público infantojuvenil, alcance diário médio de 50,91% e tempo médio

diário de audiência de duas horas e 46 minutos. O levantamento do Ibope Mídia considera as praças Grande São Paulo, Grande Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Distrito Federal, Florianópolis e Campinas. Daniele Frederico

Alcance* e Tempo Médio Diário – agosto 2010

Alcance (%) Indivíduos (mil) Tempo Médio 47,26 3.668,48 148:07 11,11 862,07 33:12 10,85 842,24 41:33 8,74 678,37 19:38 8,49 659,32 26:05 8,19 635,58 27:34 7,61 590,87 26:41 6,87 532,95 41:00 6,75 523,68 37:11 6,58 511,07 37:08 6,55 508,33 20:43 6,42 497,93 18:04 6,28 487,22 30:17 6,11 474,47 51:26 6,10 473,40 21:55 5,75 445,91 33:33 5,68 440,74 25:58 5,34 414,25 27:30 5,22 404,98 23:39 5,14 399,34 16:53 5,05 392,29 39:31

Total canais pagos Disney Channel Cartoon Network Discovery Kids Nickelodeon Disney XD TNT Multishow Fox SporTV Telecine Pipoca Megapix Warner Channel Boomerang Telecine Premium Universal Channel SporTV 2 Discovery Telecine Action Globo News National Geographic

(Das 6h às 5h59)

Alcance (%) Indivíduos (mil) Tempo Médio 50,91 791,13 166:20 19,04 295,92 70:16 15,64 243,02 64:11 14,87 230,98 74:45 14,08 218,86 54:50 9,80 152,31 53:54 8,53 132,50 27:37 7,81 121,46 30:37 7,77 120,68 29:43 7,74 120,33 29:31 6,24 96,92 37:19 5,87 91,15 29:00 5,11 79,32 19:23 4,68 72,79 28:22 4,63 72,05 22:55 4,40 68,34 22:21 4,16 64,56 18:27 4,07 63,24 17:07 3,92 60,85 16:20 3,34 51,93 12:16 3,31 51,41 12:08

*Alcance é a porcentagem de indivíduos de um “target” que estiveram expostos por pelo menos um minuto a um determinado programa ou faixa horária.

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**Universo 1.553.800 indivíduos Fonte: IBOPE Media Workstation – Tabela Minuto a Minuto - Agosto/2010

Total canais pagos TNT SporTV Multishow Globo News Fox Warner Channel Telecine Pipoca Megapix Disney Channel Discovery National Geographic Universal Channel Discovery Kids SporTV 2 Cartoon Network AXN Telecine Premium Telecine Action GNT Viva

De 4 a 17 anos**

(Das 6h às 5h59)

**Universo: 7.761.600 indivíduos

Acima de 18 anos**



( cinema )

Porta aberta para o futuro FOTOS: EDISON VARA

8º Congresso Brasileiro de Cinema e Audiovisual debate novo cenário do setor e propõe a aproximação entre as questões do cinema e da televisão.

Resoluções dos grupos de trabalho: apoio ao PLC 116 e políticas que propõem aproximação entre cinema e televisão foram aprovadas sem destaques.

O

cinema e do audiovisual participaram do evento. Divididos em grupos de trabalho, os participantes formularam novas resoluções para o setor nas áreas de infraestrutura e produção; distribuição, exibição e difusão cultural; formação, pesquisa, preservação e crítica; TVs, novas mídias e convergências digitais; direito autoral, direitos do público e gestão coletiva; políticas públicas, arranjos produtivos e ações estratégicas. Embora o tom futurista dominasse, o saudosismo também tomou conta do evento. A ideia da organização era que o 8º CBC dialogasse com o 3º CBC, evento também realizado na capital gaúcha em 2000, que teve como objetivo propor políticas públicas para o setor. Na

8º Congresso Brasileiro de Cinema e Audiovisual aconteceu em setembro em Porto Alegre com a proposta de reunir entidades do setor e definir propostas para o audiovisual brasileiro nos próximos anos. “O País passa por transformações profundas e desperta para o audiovisual como um meio de desenvolvimento sustentával, economicamente e culturalmente”, ressaltou o presidente do CBC, Rosemberg Cariry. “O 8º CBC tenta refletir a diversidade da produção audiovisual no País. O foco não é só o cinema, mas a produção de conteúdo”. As discussões foram conduzidas tendo como perspectiva o cenário que se desenha para o setor com as novas possibilidades de distribuição, novos formatos, a expansão da banda larga, a digitalização e as oportunidades na TV aberta e paga. Aproximadamente 380 representantes de 64 entidades do

“Tudo indica que o Brasil continuará crescendo. Queremos políticas audiovisuais que impulsionem o processo” Juca Ferreira, ministro da Cultura

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ocasião, saiu a resolução de apoio à criação de um órgão gestor da atividade cinematográfica no âmbito do Governo Federal, que viria a ser a Ancine. “A volta a Porto Alegre é simbólica para avaliar tudo o que construímos, repensar as necessidades no novo cenário e o papel que o CBC vai cumprir nos próximos dez anos”, afirma Cícero Aragon, presidente da Fundacine. Manoel Rangel, diretor presidente da Ancine, participou da abertura e de um debate e chamou a atenção para aspectos que os profissionais precisam levar em consideração: o Plano Nacional de Banda Larga, que mudará ainda mais os hábitos de acesso à cultura e ao entretenimento; o PLC 116/2010; o marco regulatório da TV pública; a relação do País com os países da América do Sul. Para


ele, os empresários do setor precisam organizar seus negócios tendo em vista que o País não é somente classe A/B. “É preciso aprender a lidar com um País que pretende ter 200 milhões de incluídos”, observou. O ministro da Cultura, Juca Ferreira, participou da abertura do evento. “Tudo indica que o Brasil continuará crescendo. Queremos políticas audiovisuais que impulsionem o processo”, disse, reconhecendo os principais desafios: modernização da Lei de Direito Autoral, desenvolvimento de linguagem, exibição e conquista do público. O ministro também destacou a importância de reformas em assuntos referentes ao audiovisual. “É preciso ter

agradecer a atenção de deputados e senadores, que têm reconhecido a importância estratégica do audiovisual para o País”, ressaltou Cícero Aragon. “Temos estado em constante contato com a ABTA, com as teles, com a Sky. O projeto de lei é o melhor marco construído dentro de tantos interesses”. Para Celso Gonçalves, vicepresidente da ABD (Associação Brasileira de Documentaristas e Curta-Metragistas), o PLC 116 é o caminho ideal para aproximar a produção nacional do espectador. “É o principal caminho para atingir o público. A partir do momento em que tivermos produtos de qualidade na TV a cabo, a TV aberta vai ver que está perdendo tempo em não se aliar à produção independente”, opinou.

“O País passa por transformações profundas e desperta para o audiovisual como um meio de desenvolvimento sustentável, economicamente e culturalmente” Rosemberg Cariry, do CBC

coragem para ter um sistema mais avançado”. Sessentona Ferreira mencionou a televisão em seu discurso de abertura. “Acho que vocês têm que prestar atenção no modelo argentino, que faz cinema integrado com a TV argentina e espanhola”, sugeriu. A televisão foi um assunto bastante discutido ao longo do evento, principalmente por causa do acompanhamento que as entidades do setor audiovisual têm feito da tramitação do PLC 116/2010 (ex-PL 29, que cria novas regras para o setor de TV por assinatura). “É preciso

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( cinema) FOTO: arquivo

Newton Cannito, secretário do Audiovisual, também falou sobre a necessidade de preparar produtores para lidar com diferentes produtos de televisão: “O debate avançou, mas ficamos no documentário e na ficção. Temos dificuldades com programas de auditório, entrevistas e realities. Temos que nos habilitar para isso, é importante pensar em laboratório de formatos”. Muitas das resoluções formuladas pelo grupo de trabalho de TV, novas mídias e convergências digitais apresentadas à plenária foram aprovadas por unanimidade, como apoio à liberação de novas outorgas para a TV por assinatura por parte da Anatel, incentivo à formação de programadoras independentes nacionais que se dediquem exclusivamente à veiculação de produção independente brasileira, apoio à aprovação do PLC 116, contrapartida das TVs que fazem uso de mecanismos fiscais (em especial o artigo 39 e o 3ºA) com disponibilização de mídia promocional para a difusão de produtos independentes, e reserva de 8% do orçamento das TVs públicas para a coprodução e a aquisição de direitos de transmissão de filmes brasileiros.

“É preciso aprender a lidar com um País que pretende ter 200 milhões de incluídos” Manoel Rangel, da Ancine

que poderão resultar numa economia de R$ 168 milhões. Alguns membros de entidades chamaram a atenção para o fato de a iniciativa não beneficiar a produção nacional, já que o programa não prevê uma cota de tela diferenciada para estas novas salas. “Temos que pensar como fazer um projeto deste tamanho com investimento público com a cota de tela exígua que temos neste momento”, ressaltou Tetê Moraes, diretora da Associação Brasileira de Cineastas (Abraci). João Baptista Pimentel, do Conselho Nacional de Cineclubes (CNC), endossou: “O CNC é contra usar dinheiro público para aumentar as salas sem uma política de cota de tela”. A sugestão do grupo de trabalho de

D do Fundo Setorial do Audiovisual, que dizem respeito, respectivamente, à aquisição de direitos e distribuição. “O filme às vezes fica muito tempo na prateleira esperando pelos editais semestrais”, explica Beto Rodrigues, da distribuidora gaúcha Panda Filmes. Outros pontos expostos pelo grupo de trabalho responsável pelo debate sobre distribuição e exibição no 8º CBC é a recomendação da apuração do público do circuito paralelo para o Prêmio Adicional de Renda (PAR), revisão do Artigo 3º da Lei do Audiovisual e a adoção da Lei do Curta nas salas financiadas com recursos públicos. O diretor da Ancine, Mário Diamante, que participou de painel sobre financiamento apresentando os mecanismos da agência, disse que a questão do fluxo contínuo das linhas C e D do FSA será discutida na Ancine. Na sua apresentação, Diamante disse que a Ancine está interessada em desenvolver

Realizadores querem cota de tela especial para o programa de expansão de salas de cinema distribuição e exibição apresentada à plenária era que pelo menos 50% das exibições fosse de filmes nacionais. O tópico foi retirado. “Isso pode acabar prejudicando o pequeno exibidor”, explicou Cícero Aragon, da Fundacine, reconhecendo, no entanto, que é preciso pensar em um sistema de cota de tela diferente do praticado em salas tradicionais para estes espaços Glauber Piva, diretor da Ancine, reconheceu que a agência precisa aceitar a provocação e repensar a cota de tela. Na mesa de debate sobre distribuição e exibição, Piva disse que é importante a agência pensar em uma política para circuitos itinerantes e estruturar o sistema para aprimorar a qualidade das informações sobre público e bilheteria que chegam à Ancine. O grupo de distribuição também fez sugestões à Ancine, como um fluxo contínuo de recursos para as linhas C e

Temas polêmicos Se as propostas de aproximação entre questões do cinema e da televisão foram aceitas com tranquilidade, outros pontos geraram debates mais acalorados. Um deles dizia respeito ao programa da Ancine para expansão do parque exibidor, o Cinema Perto de Você. O programa conta com um conjunto de mecanismos e ações que viabilizarão crédito de R$ 500 milhões para investimentos na construção de complexos, além de medidas de desoneração tributária

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Funcines e Programas Especiais de Fomento (PEFs) regionais. “Dentro de algumas semanas será divulgado um Programa Especial de Fomento com a Secretaria de Cultura do Estado da Bahia”, adiantou. A Ancine já tem PEFs com a MTV e com a TV Brasil. Questão de lei Além do PLC 116, o CBC tem comprometimento em acompanhar outros projetos, como o Vale-Cultura e o projeto do senador Cristóvão Buarque para o acesso ao audiovisual nas escolas. O acompanhamento das reformas na Lei dos Direitos Autorais é uma das prioridades. O CBC quer garantir os direitos dos autores do audiovisual e apoiar a institucionalização de uma associação coletiva dos direitos autorais do audiovisual. Ana Carolina Barbosa, de Porto Alegre



( política)

Samuel Possebon, de Brasília

s a m u c a @ c o n v e r g e c o m . c o m . b r

Congresso no mesmo tom Principais parlamentares da área de comunicação conseguem se reeleger e devem garantir continuidade dos projetos, mas temas espinhosos, crescimento da bancada evangélica e nomes polêmicos para o setor de mídia podem causar surpresas.

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Arnaldo Jardim (PPS/SP), Arolde de Oliveira (DEM/RJ), Eduardo Cunha (PMDB/RJ), além da volta de Jandira Feghali (PC do B/RJ) e de Glauber Braga (PSB/RJ), que assumiu a suplência de Jorge Bittar em 2009 e agora retorna à Câmara. Vital Rego Filho (PMDB/PB), que atuava na Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara, e Rodrigo Rollemberg (PSB/ DF), que atuava na CCTCI, foram eleitos para o Senado.

s temas de comunicação e telecomunicações no Congresso Nacional são tratados, em geral, pelos mesmos parlamentares e quase sempre no âmbito da Comissão de Ciência, Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara (CCTCI) e na comissão homônima do Senado. Pois a perspectiva em 2011 é que que isso se mantenha. Os nomes que tradicionalmente participam dos debates foram reeleitos em outubro e seguirão atuando nas mesmas áreas a partir do próximo ano. Dos deputados da CCTCI da Câmara, 42 dos 80 parlamentares se reelegeram, e é natural que se espere, na próxima legislatura, a manutenção de suas posições na comissão. Na Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara, foram 26 os deputados reeleitos. Mas isso não quer dizer que o Congresso será igual. Houve um remanejamento de forças políticas que pode ter algumas implicações relevantes para o setor. Do ponto de vista dos protagonistas das discussões sobre mídia e telecomunicações, os principais nomes confirmaram seus mandatos para a próxima legislatura: Julio Semeghini (PSDB/SP), Jorge Bittar (PT/RJ), Luiza Erundina (PSB/SP), Paulo Bornhausen (DEM/SC), Miro Teixeira (PDT/RJ), Eduardo Gomes (PSDB/TO) e Paulo Teixeira (PT/SP) na Câmara; Walter Pinheiro (PT/BA), Eunício Oliveira (PMDB/CE) e Flexa Ribeiro (PSDB/PA) no Senado. A principal surpresa foi o deputado Paulo Henrique Lustosa (PMDB/CE), que assumiu posição de protagonismo em seus primeiros quatro anos na Câmara mas acabou

não se reelegendo para a legislatura de 2011. No entanto, sua votação elevada o coloca em posição de suplência caso algum outro parlamentar da bancada peemedebista cearense venha a ocupar uma posição no Executivo do Governo Federal ou Estadual, o que não é incomum. Outra deputada que não se reelegeu e que vinha atuando na interlocução com o setor de comunicações foi Solange Amaral (DEM/SP), assim como Walter Ihoshi (DEM/ SP), William Woo (PPS/SP), Jorginho Maluly (DEM/SP) e Dr. Ubiali (PSB/SP). Todos eles, na atual legislatura, atuaram nos temas de comunicação, seja participando de eventos setoriais, seja apresentando emendas para projetos importantes. Entre os parlamentares que eventualmente atuam em questões referentes ao setor se reelegeram Ivan Valente (PSOL/ SP), Carlos Sampaio (PSDB/SP), Bilac Pinto (PR/MG), Nárcio Rodrigues (PSDB/MG), Julio Delgado (PSB/MG), Fernando Ferro (PT/PE),

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Nomes fora Wellington Salgado (PMDB/MG), suplente de Hélio Costa no Senado e que tentava permanecer em Brasília como deputado federal, não se elegeu. Outros parlamentares que em diferentes momentos desempenharam papel relevante nos debates sobre comunicação não voltarão na próxima legislatura, como o próprio senador e ex-ministro das Comunicações Hélio Costa (PMDB/MG), e os senadores Antônio Carlos Jr. (DEM/BA) e Aloízio Mercadante (PT/SP). Com esse quadro de parlamentares, o mais provável é que a dinâmica se mantenha a mesma na próxima legislatura. A exceção é no equilíbrio de forças na bancada evangélica, que segundo levantamento da Frente Parlamentar Evangélica chegou a 70 parlamentares nestas eleições. Há nesse conjunto de parlamentares deputados e senadores de todas as tendências, o que não permite assumir que os evangélicos terão direcionamento único. O recémeleito senador Walter Pinheiro (PT/ BA), por exemplo, é computado como integrante da bancada evangélica, o que não quer dizer que tenha posições


FOTOs: ARQUIVO

semelhantes às do senador Marcelo Crivella (PR/RJ) , também integrante desta bancada. A questão religiosa é importante na discussão de temas ligados às comunicações. Há sete deputados diretamente ligados à Igreja Universal do Reino de Deus (controladora da Rede Record), e 24 da Assembleia de Deus. Os demais são batistas, presbiterianos ou membros de outras igrejas com menor representatividade. A bancada da Igreja Universal é, naturalmente, relevante nas questões que afetem os interesses do grupo Globo, que em muitas vezes se colocou em posição de enfrentamento em relação à Record. Ao mesmo tempo, na comunidade evangélica, a IURD tem sido a principal apoiadora do governo Lula. Mas de onde podem surgir os maiores problemas para o grupo Globo é com a chegada do ex-governador Anthony Garotinho à Câmara dos Deputados, com a maior votação do Estado do Rio de Janeiro. Ainda que haja uma pendência judicial sobre a validade da candidatura de Garotinho, a mesma Justiça o autorizou a concorrer. Garotinho declarou, em diversas ocasiões, se sentir perseguido pelos veículos de imprensa do grupo Globo. Podem ter sido apenas declarações políticas em um momento específico, mas é uma variável a ser considerada. Outra variável importante é a volta da deputada Jandira Feghali. Ela é a autora de um dos projetos mais antigos da área de comunicação em tramitação no Congresso. Trata-se do projeto que trata da programação regional e independente nas emissoras de TV aberta. O projeto foi aprovado na Câmara, mas está parado no Senado. Com a volta de Jandira ao Congresso, pode voltar a ganhar força. Além disso, a deputada é próxima aos setores de produção independente e cinema, o que garante um canal de interlocução relevante para estes segmentos. A análise geral dos especialistas em Congresso é

eletrônica aberta (TV aberta e rádio) e a comunicação social eletrônica por assinatura, além de estabelecer parâmetros para os serviços de comunicação social eletrônica pela Internet e para o serviço de comunicação de rede. Será, portanto, um projeto que afetará todos os setores da área de comunicação. Mas algumas polêmicas, como o regime de outorgas ou a reforma da Lei Geral de Telecomunicações, ainda devem ser lapidadas antes que o projeto esteja pronto a ser enviado ao Congresso. Outro projeto relevante, o PLC 116/2010, que tramita no Senado e que estabelece um novo marco legal para a TV por assinatura, tem grandes chances de também ficar para a próxima legislatura. Isso porque, em 2010, há apenas cinco semanas de trabalho efetivo previsto no Senado a partir das eleições, o que é pouco para a complexa tramitação do projeto. Mas não é impossível, havendo um acerto entre as cinco comissões que analisarão a matéria. O relator na primeira delas, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), é o senador Demóstenes Torres (DEM/GO), que se reelegeu e estará no Senado em 2011. Paulo Henrique Lustosa, que foi um dos relatores do projeto na Câmara, tem também, até a conclusão do seu mandato, uma batalha para tentar viabilizar a votação da nova Lei do Fust, outro assunto que está sob a sua relatoria. Até o fim do ano, contudo, há outras questões importantes que ainda precisam ser votadas no Congresso. A mais importante é o Orçamento, mas estão na fila as medidas provisórias do Pré-Sal, a MP 495/2010 (que estabelece as regras de compra da União, inclusive as regras que valem para as compras da Telebrás, e que vence em 22 de novembro), além da MP 491/2010, que deu poderes à Ancine para atuar em relação ao “equilíbrio econômico” do mercado audiovisual, que vence ainda em outubro.

O deputado federal Julio Semeghini (PSDB/ SP), que foi reeleito.

que o perfil independente do Senado se mantém, reforçado pela presença de parlamentares que normalmente não se alinham automaticamente aos seus partidos ou ao governo, como Eunício de Oliveira e Walter Pinheiro. Tema polêmico O principal tema que pode ser discutido no Congresso a partir de 2011 é uma eventual Lei de Comunicação Social Eletrônica. O governo está trabalhando em um anteprojeto que pretende deixar para encaminhamento ao Congresso no próximo ano, pelo próximo presidente. Até o fechamento desta edição, o quadro eleitoral para o Executivo estava aberto, com uma pequena vantagem de Dilma Rousseff sobre José Serra, mas com possibilidades reais de crescimento da candidatura oposicionista. Nenhuma das candidaturas tende a se opor a uma revisão do marco legal das comunicações, até porque tanto no governo FHC quanto no governo Lula esta questão foi levantada, e em ambos os casos, apesar do consenso técnico sobre a necessidade de ajustes na legislação, houve o entendimento da inviabilidade política. Vencendo Dilma Rousseff as eleições para presidência, é provável que a reforma na legislação de comunicações seja enviada mais rapidamente ao Congresso. Vencendo José Serra, o mais provável é que esse debate demore um pouco mais para acontecer, apostam analistas, mas não será esquecido. Isso porque faz parte do projeto de telecomunicações implementado pelo PSDB em 1998 uma reforma mais ampla no marco legal do setor. O projeto que está sendo preparado pelo governo busca estabelecer um marco para a comunicação social eletrônica, o que inclui a comunicação social

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O deputado Walter Pinheiro (PT/BA), um dos parlamentares mais atuantes no setor, foi eleito senador.

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( making of )

O mar é o limite

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fotos: divulgação

m transatlântico naufraga. Um grupo de jovens a bordo recusa-se a entrar no bote salva-vidas sem o cooler lotado de cerveja Skol. Esta foi a proposta que chegou à Hungry Man, colocando a equipe diante do maior desafio do filme “Navio”: o mar. O diretor do filme, Carlão Busato, chama a atenção para o tamanho do projeto, que exigiu muitos esforços de pré e pós-produção. “O tempo precisava estar bom, precisávamos posicionar câmeras nos botes para dar a sensação de naufrágio, conciliar horários, afundar uma estrutura no mar e cuidar da segurança de todos. Eram muitas variáveis”, observa. O trabalho de cenografia foi intenso. Além da construção de uma maquete, que mostrasse a situação da embarcação no meio do oceano como em uma tomada aérea, foi necessário alugar o barracão de uma escola de samba no Rio de Janeiro para a construção de um cenário que simulasse o convés de um transatlântico. A estrutura montada especialmente para o comercial foi afundada em um ângulo de aproximandamente 40º na Baía de Guanabara. Busato explica que antes de dar inicío às gravações foi preciso cuidar de vários detalhes. Entre testes e preparação, a pré-produção durou cerca de 40 dias. Também foi necessário fazer a preparação dos atores. “Fizemos alguns ensaios porque era importante que eles agissem com naturalidade em uma situação que seria absurda”. As filmagens, totalmente feitas no

Rio de Janeiro (Baía de Guanabara e Ilha do Dentista), duraram quatro dias e, além do comercial com versões de 45 e 30 segundos, foram gravadas também algumas vinhetas. Durante as filmagens, o mar e a segurança da equipe de produção, figurantes e atores eram os principais desafios. O diretor destaca o posicionamento das câmeras nos botes salva-vidas emprestados da Marinha e a simulação de água invandindo a estrutura, que é resultado do próprio processo de inclinação do convés no mar e outros recursos que transmitiam a sensação de naufrágio, como aquários envolvendo as janelas da embarcação. As cenas em que era necessário captar os atores em cima do iceberg, uma estrutura flutuante onde os quatro tripulantes que recusaram o resgate se posicionam com a cerveja, também foram desafiadoras. O trabalho de pós-produção da Tribbo Post acrescentou uma textura de gelo a essa estrutura. Outro detalhe que deu trabalho à pós-produção foi encontrar a

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Produção construiu cenário que simulava parte da estrutura de um transatlântico e o afundou na Baía de Guanabara.

imagem de uma foca que levantasse o rabo para que um dos atores pegasse uma cerveja. “Queríamos um efeito o mais realista possível. Buscamos em banco de imagens e foi difícil achar uma foca que fizesse o movimento que queríamos, mas finalmente encontramos”, diz Busato. ficha técnica Agência Cliente Produto Título Produtora Direção Fotografia Montagem Finalização Produtora de som

F/Nazca S&S Skol Skol Navio Hungry Man Carlão Busato Russo Loyola Ricardo Mehedff Tribbo Post Satélite


Robits da salvação

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ara estimular as vendas da revista Recreio com destaque para os Robits, bonecos colecionáveis que acompanham as edições, a Adag, responsável pela conta da publicação da Editora Abril destinada ao público infantil, queria um filme de aventura de 30 segundos que pudesse cativar as crianças. Pelo briefing que chegou à Cinema Animadores, havia necessidade de uma reprodução fiel das características dos bonecos já existentes e a criação de uma cidade do futuro, onde se pudesse desenrolar a trama em que os robits combatem o mal. O filme, uma mistura de live action com animação 3D, foi o primeiro trabalho em parceria com a Buba Filmes, produtora de Ale Camargo e Camila Carrossine, com a qual a Cinema Animadores tem acordo de exclusividade para projetos publicitários. A diretora Paula Galacini conta que o filme demandou aproximadamente um mês de pré-produção, já que era preciso que os envolvidos chegassem a um consenso sobre a cidade do futuro. “Precisávamos decidir como ela seria: mais cinza? Mais high tech? Quais seriam os poderes dos inimigos?”. A ideia era que as crianças levassem os robits para combater os invasores. As habilidades dos brinquedos deveriam ser exploradas neste embate: um deles solta um jato de água, outro acende uma luz, um lança um peão, um tem língua grande e outro lança uma espécie de hélice. O animador Ale Camargo explica que os efeitos especiais em 3D foram uma das partes mais trabalhosas do filme. Os monstros, por exemplo, tinham que ter textura de partículas de fumaça. “Não podia parecer poluição, mas também não podia ser muito transparente”. Segundo Camargo, outro cuidado tomado na animação foi descobrir movimentos e atribuir personalidade aos bonecos utilizando as

Produtora criou em animação 3D a cidade do futuro em que os bonecos distribuídos com a revista Recreio mostram seus superpoderes.

sem coluna. “Potencializamos a locação em vez de ter que utilizar um estúdio. O desafio maior foi fazer com as crianças imaginassem as situações e tivessem as reações desejadas”, destaca Paula, que contou com o auxílio de um preparador de atores no dia de gravação. Outro detalhe que a produtora Silvia Prado destaca como facilitador do processo foi o trabalho do diretor de fotografia Maurício Frank, que fez tratamento de luz nas crianças de acordo com a aparição dos robits no filme, o que facilitou o trabalho de pós-produção. Como se trata de um comercial para o público infantil, foi necessário mostar os brinquedos em tamanho real no final, em cenas em que as crianças brincam com os bonecos distribuídos com a revista. Ana Carolina Barbosa

referências do próprio brinquedo. “Os efeitos de luz também ajudaram bastante a conferir clima às cenas”, observa o animador. Definidos os direcionamentos da animação, com um animatic em mãos, a equipe filmou a parte do live action. As gravações aconteceram em um dia em uma locação no Jardim América, em São Paulo, com duas crianças, um menino e uma menina. Os ambientes da casa utilizado foram o quarto do menino e uma garagem

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ficha técnica Agência Adag Cliente Editora Abril Produto Revista Recreio Título Alerta Robits Produtora Cinema Animadores Direção de cena Paula Galacini Direção de fotografia Maurício Frank Produção executiva Silvia Prado Animação e pós-prod. Ale Camargo e Camila Carrossine Produtora de som Ultrassom


( case )

Área Q Longa de ficção científica coproduzido por produtoras nordestinas, paulista e americana explora o lado folclórico do sertão e proporciona intercâmbio entre profissionais.

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FOTOs: Bia Fiuza

ma conexão entre Los Angeles e as cidades de Quixadá e Quixeramobim, no interior do Ceará. Esta foi a proposta do produtor cearense Halder Gomes, da ATC Entretenimento, para filmar no estado nordestino um projeto de longametragem da produtora americana Reef Pictures, de Gerson Sanginitto. Como as produtoras já vêm desenvolvendo projetos em parceria, como o suspense “The Morgue” (2008) e o filme de lutas marciais “Beyond the Ring” (2008), Gomes viajou a Los Angeles em março de 2009 para discutir novas propostas. Foi quando conheceu a ideia da Reef Pictures de rodar um longa-metragem de ficção científica no Arizona e na Califórnia. “Pensei que poderíamos O filme não utilizou recursos incentivados. O longametragem, orçado em R$ 3 milhões, foi viabilizado usar elementos de ufologia e fazer com a participação das quatro produtores. uma conexão entre Los Angeles e as cidades do Ceará, que atraem aos seus dramas pessoais: a perda da pesquisadores do mundo todo com mulher e o desaparecimento do filho. Certo suas histórias de aparecimento de dia, ele recebe uma nova oportunidade extraterrestres. Mostrei fotos da profissional, que é investigar casos de região à equipe americana aparecimento de OVNIs e eles gostaram no interior do Ceará, e bastante”, explica o 90% do filme foi produtor cearense. rodado em Quixadá e aceita o desafio. O filme foi rodado De volta ao Quixeramobim, no entre setembro e Brasil, Gomes interior do Ceará. outubro do ano passado. passou a trabalhar em um roteiro com O restante foi filmado Cerca de 90% das filmagens aconteceram base nas histórias em Los Angeles. nas cidades cearenses e que são contadas na o restante em Los Angeles. No Brasil, o região do sertão nordestino há várias trabalho contou com o apoio logístico das gerações e assim surgiu “Área Q”. prefeituras das cidades envolvidas. O ator Gomes criou um drama com americano Isaiah Washington, do seriado elementos de ficção científica. Trata“Grey’s Anatomy”, interpreta o se da história sobre um consagrado protagonista. A maior parte do elenco é jornalista americano, ganhador de formada por atores brasileiros, entre eles, vários prêmios, que vê as propostas Murilo Rosa, Tania Kalill e Ricardo Conti. de trabalho desaparecerem devido

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União de produtoras Além da ATC Entretenimento e da Reef Pictures, mais duas produtoras abraçaram o projeto: a também cearense Estação Luz Filmes e a paulistana Boa Vontade Filmes. Segundo Gomes, as produtoras montaram um pool de participação para viabilizar o projeto, orçado em R$ 3 milhões, sem recorrer a recursos incentivados. “Temos tentado trabalhar assim com uma linha de projetos em parceria e somando força”, explica o produtor, contando que já são três longasmetragens viabilizados desta forma ao longo de 12 meses. O primeiro foi “Bezerra de Menezes”. As produtoras têm ainda outros projetos na fila, alguns deles também com o Ceará como cenário: “As Mães de Chico Xavier” (Estação Luz Filmes e ATC Entretenimento), já filmado; a comédia “Cine Holliúdy” (ATC Entretenimento), filme que venceu o edital de baixo orçamento do Minc em 2009 e deve ser filmado em outubro de 2010, e o drama “Sweet Dreams Cinderela” (ATC Entretenimento, Reef Pictures e Estação Luz Filmes), sobre o tráfico de mulheres do Ceará para a Europa. Este último está em desenvolvimento, esperando aprovação para captação na Ancine. A previsão é que seja filmado em 2012. Talento local Gomes destaca que o filme também tem o papel de vitrine para o potencial do cinema cearense. “O filme mostra o sertão de uma outra óptica. Não é o sertão da seca e da fome, mas o sertão místico e folclórico”, observa ele, que diz ter como causa pessoal a atração de


produções para o Ceará. “Temos boa vocação para o cinema, mas este aspecto não é explorado pelo governo. Além disso temos qualificação técnica e a produção de ‘Área Q’ foi um grande laboratório. Houve também troca de experiência entre os profissionais daqui e do exterior”. De acordo com Gomes, o talento local foi bastante valorizado na produção. Profissionais cearenses foram a Los Angeles e houve intercâmbio com profissionais estrangeiros. Ele conta que os efeitos visuais, que ficaram a cargo do cearense Márcio Ramos, têm surpreendido as distribuídoras pela qualidade. “Foi um trabalho de duas vias. Não é uma simples exploração de locação e mão-de-obra. O filme deixa um legado muito bom”, destaca. Atualmente “Área Q”está sendo editado no Ceará e os produtores buscam parceria para a distribuição nacional e internacional.

Área Q Formato Duração

longa-metragem 110 minutos Gerson Sanginitto

Direção Halder Gomes e Gerson Sanginitto Produção Halder Gomes, Sidney Girão, Produção executiva do Girão e Carina Sanginitto duar E

Sinopse: Famoso jornalista internacional (Isaiah Washington) é enviado ao interior do Ceará para investigar casos de aparições de OVNIs


( satélites) Fernando Paiva, do Rio de Janeiro

f e r n a n d o . p a i v a @ c o n v e r g e c o m . c o m . b r

Procuram-se transponders DTH e alta definição puxam a demanda por satélites na América Latina, e operadoras programam novos lançamentos de olho no consumo de banda.

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mercado latinoamericano de satélites vive um momento de desequilíbrio na relação entre oferta e demanda de capacidade. Segundo dados da Euroconsult, a taxa média de ocupação dos satélites na região é de 90%. O número foi apresentado na palestra de abertura do 10º Congresso Latino-americano de Satélites, realizado no começo de outubro no Rio de Janeiro pela Converge Comunicações, editora de TELA VIVA. A grande responsável por essa situação é a TV. Projetos de DTH novos, como os da Telefônica, da Embratel e da Oi, aliados ao lançamento de novos canais em alta definição, contribuem significativamente para a escassez de transponders no mercado. O cenário poderia ser ainda pior se as operadoras de satélite não tivessem investido pesado nos últimos anos. De acordo com o consultor Pacome Revillon, da Euroconsult, a capacidade instalada na América Latina cresce mais que a média mundial desde 2007. Depois de um período em que a capacidade satelital permaneceu praticamente estável, entre 2000 e 2005, veio o período de grandes investimentos. Em 2006, o crescimento foi de 4,3%; em 2007, 8,3%; em 2008, 10,7%; e em 2009, 9,8%. “Certas operadoras regionais vão começar a investir na América Latina, assim como aconteceu com a África três ou quatro anos atrás”, afirmou o especialista. Em termos globais, de acordo com Revillon, as áreas

pois adicionar capacidade não é uma tarefa fácil. O custo envolvido no lançamento de um novo satélite é da ordem de centenas de milhões de dólares, e desde a tomada de decisão até o lançamento em si podem se passar três ou mais anos, prazo que dificulta a acuidade de qualquer previsão. As empresas temem superestimar a demanda e colocar no mercado mais a capacidade instalada na capacidade do que América Latina cresce mais que efetivamente poderão vender. “Esse é o desafio. Hoje a a média mundial desde 2007 pergunta é se a capacidade que estamos colocando é adequada o vice-presidente de desenvolvimento de ou excessiva”, resume Gustavo mercado para a América Latina da SES Silbert, presidente da StarOne. Até World Skies, Jurandir Pitsch, 2011, a SES World Skies colocará aconselhou que os clientes se planejem em órbita mais seis satélites, dos com antecedência e comuniquem o quais três terão cobertura para mercado sobre seus projetos futuros. “O América Latina. A Telesat planeja cliente tem que conversar com a lançar mais dois até 2012. E a indústria com alguma antecedência. O Intelsat pretende pôr em órbita cliente se acostumou mal. É impossível mais três satélites para a região nos atender um projeto de DTH que precisa próximos três anos. Com todos de 20 ou 30 transponders de uma hora esses lançamentos, Pitsch estima para outra”, disse o executivo. que a taxa de ocupação no O pedido de Pitsch é compreensível, emergentes como Ásia, África e América Latina representam de 70% a 75% da nova capacidade colocada no mercado. Em painel reunindo executivos das principais operadoras de satélites do continente, o tema foi amplamente discutido. Além dos vários lançamentos de satélites previstos para os próximos anos com cobertura sobre o continente,

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“Operadoras regionais vão investir na América Latina, assim como aconteceu na África três ou quatro anos atrás” Pacome Revillon, da Euroconsult

privadas não enxergam essas iniciativas como uma ameaça. O que temem são propostas de fechamento dos mercados. Pitsch, da SES World Skies, recordou que a Argentina, que tem um projeto de satélite nacional, está dificultando a entrada de players internacionais. E a Bolívia anunciou que vai fechar o mercado. Para Édio Gomes, diretor técnico da Hispamar, o governo não deveria se preocupar em operar um satélite comercial, mas sim fazer parceiras com as operadoras. “Gostaria de ver a indústria brasileira fabricando

componentes para satélite. São poucos os fornecedores”, diz ele. O presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Carlos Ganem, acalmou o mercado em sua palestra, deixando claro que os planos do satélite geoestacionário brasileiro não incluem a intenção de competir com as empresas privadas. O foco principal no início será prover mais transponders em banda X, para suprir a demanda crescente das Forças Armadas do País. FOTO: diego gonzález

continente permanecerá próxima a 80% até 2019. A contribuição da Anatel para solucionar o desequilíbrio entre oferta e demanda será a licitação de uso de novas posições orbitais brasileiras. A agência previa entregar ainda em outubro ao Tribunal de Contas da União (TCU) a sua metodologia para cálculo do preço mínimo para as novas autorizações. A expectativa é que o processo licitatório ocorra no primeiro trimestre de 2011. Ainda não foram escolhidas exatamente quais, dentre as nove posições orbitais disponíveis para o Brasil, serão oferecidas ao mercado. Vale lembrar que estão em andamento projetos de criação de satélites nacionais por governos de diversos países latino-americanos, como Colômbia, Venezuela, Argentina e Brasil. As operadoras

Ka A banda Ka também foi um dos destaques do congresso. Ainda não há cobertura nessa faixa de frequência sobre a América Latina,

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“É impossível atender um projeto de DTH que precisa de 20 ou 30 transponders de uma hora para a outra”

mas começam a surgir os primeiros projetos. A Hughes, que opera um satélite de banda Ka nos EUA, deixou claro o seu interesse em participar de projetos na região. A banda Ka é ideal para prover acesso à Internet via satélite, pois trafega dados em altas velocidades e com antenas menores que aquelas da banda Ku. Sua desvantagem é a maior atenuação causada pela chuva e outros fatores climáticos, o que pode ser minimizado, dizem os operadores, através de alguns aperfeiçoamentos técnicos. O Amazonas 3, da Hispamar, com previsão de lançamento em 2013, provavelmente será o primeiro dotado de transponders em banda Ka a iluminar o Brasil. O gerente geral de satélites e serviços globais da Anatel, João Carlos Albernaz, anunciou durante o evento que a agência está preparando uma regulamentação para o uso de banda Ka no Brasil. O objetivo é definir parâmetros para aspectos técnicos, como potência e qualidade das estações receptoras. A agência está contando com a colaboração de especialistas da Star One, da Hispamar e da Telesat na elaboração do texto, que deve ser concluído este ano, para então entrar em consulta pública.

FOTO: diego gonzález

( satélites)

Jurandir Pitsch, da SES World Skies

tabela de preços do Fistel seja modificada. Segundo Manoel Almeida, vice-presidente do Sindisat, a lei é de 1996, quando os equipamentos eram mais caros e o mercado era menor. Para cada antena VSAT instalada no País as empresas pagam R$ 200 por ano. “A proposta é conformar a tabela de acordo com a realidade”, disse Almeida. Como o custo dos equipamentos caiu muito de 1996 para cá, proporcionalmente a carga do Fistel se tornou maior. O Sindisat também trabalha para modificar os efeitos da Lei 11.934, segundo a qual o nível de radiação dos

dos equipamentos, segundo Prates. DTH e radiodifusão O evento contou com um painel dedicado a radiodifusores e programadores de TV por assinatura, que estão entre os grandes clientes do setor de satélites. Pedro Garcia, diretor dos canais SporTV e Première, da Globosat, destacou o crescimento das operações de DTH no Brasil nos últimos anos e o aumento da penetração na classe C. Na sua opinião, o caminho para o mercado de TV por assinatura daqui em diante deve seguir duas vertentes paralelas: de um lado aumentar a penetração na classe C, com pacotes mais baratos, e, de outro, elevar a receita média

a anatel está preparando uma regulamentação para o uso de banda Ka no Brasil equipamentos de telecomunicações deve ser medido de cinco em cinco anos. De acordo com Luiz Otávio Prates, presidente do Sindisat, a Anatel deve regulamentar a questão fazendo com que as estações terrenas, que tem os feixes de radiação direcionados para o céu, fiquem isentas da medição. “O nível de radiação é mínimo. Não é como o celular, que está a todo momento junto das pessoas”, explicou. Segundo ele, o sindicato tem dois estudos que provam que a radiação que vaza das antenas está dentro dos parâmetros aceitáveis, em resolução criada pela própria agência. O teste de emissão de radiação já é feito para a homologação

FOTO: arquivo

Sindisat Como nas edições anteriores, o Congresso Latino-americano de Satélites foi uma oportunidade para o setor botar na mesa suas reivindicações regulatórias e legislativas. Uma das mais principais atualmente é a alteração da tabela de preços do Fistel. O Sindisat (Sindicato Nacional das Empresas de Telecomu­ nicações por Satélite) pretende lutar no Congresso Nacional para que a lei que criou a

“Hoje a pergunta é se a capacidade que estamos colocando é adequada ou excessiva” Gustavo Silbert, da Star One

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por usuário nas classes A e B, com ofertas diferenciadas em alta definição e em 3D. Garcia revelou que as primeiras experiências da Globosat com programação em 3D devem ser lançadas no começo de 2011. Do lado dos radiodifusores, o presidente da RedeTV!, Amilcare Dallevo, aproveitou sua participação para protestar contra a não medição da audiência nos lares em que a TV aberta é captada com parabólicas, através da transmissão via satélite em banda C. Ele calcula que entre 60 e 70 milhões de brasileiros distribuídos em 20 milhões de residências assistam TV dessa maneira. “Essas pessoas também compram carros, comem iogurte e passam xampu”, disse o executivo. Dallevo afirmou já ter conversado com o Ibope sobre o assunto, que respondeu estar estudando o tema.


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Aquisição ampliada

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DK-Z50 usa o mesmo sensor da Z-HD500 HDTV.

Hitachi vem apresentando em eventos internacionais novos equipamentos de sua linha de câmeras profissionais: a câmera HD para estúdio e campo Z-HD5000; a SK-HD100, com captação nativa 1080i, também para estúdio e campo; e as câmeras para operação remota DK-H100 e DK-Z50. A Z-HD5000 é uma câmera em duas peças “docáveis”, podendo ser usada em estúdios ou unidades móveis, usando o dock para fibra óptica, triax ou RF; ou ainda para gravação no próprio equipamento, usando um dock P2 HD. Já a SK-HD1000 conta com três CCDs de 2/3 de polegada e captação em varredura progressiva com resolução de 2,2 milhões de pixels. A câmera pode trabalhar nas frequências 60 Hz ou 50 Hz. A DK-H100 e a DK-Z50 POV partilham do mesmo design e usam o mesmo chassis. A diferença está apenas no sensor utilizado. A DK-H100 usa os mesmos CCDs usados na SK-HD1000. Já a DK-Z50 usa o mesmo sensor da Z-HD500 HDTV. FOTOS: divulgação

Cinema digital

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Band Pro mantém sua política de distribuição exclusiva global de lentes profissionais. Seguindo o modelo tem com alguns modelos de lentes de cinema digital da Zeiss, a norte-americana passa a distribuir um A Focus Optics conta com enquadramento para os modelo exclusivo da Focus Optics. Trata-se do sensores 35 mm, podendo ser modelo com zoom Ruby 14-24mm T2.8. A lente usado em câmeras com conta com enquadramento para os sensores 35 montagem PL mm, podendo ser usado em câmeras com montagem PL, incluindo a Sony F35, câmeras Arri e Red, a Canon D7, e a Canon D5, neste último caso com o uso de adaptador. Pesando aproximadamente 1,3 kg, a lente tem 13,8 cm de comprimento e diâmetro frontal de 110 cm, aceitando filtros com rosco de 102 cm.

Pequeno notável

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Atlona começa a distribuir o monitor de teste DIS7-PROHD. O equipamento trabalha em alta definição e conta com tela de 7 polegadas. A grande novidade é que o monitor conta com as duas principais portas de vídeo digital (HDMI e DVI) em um único equipamento, além de portas VGA, componente e RGB-HV. É possível acompanhar pelo monitor informações sobre o sinal de vídeo como conformidade com HDCP, resolução e frequência, formato digital e ainda informações sobre áudio. Os monitores contam com alto-falantes embutidos, permitindo acompanhar o áudio. A fabricante promete para breve ainda um pacote adicional com uso do monitor com baterias, melhorando sua portabilidade. O equipamento conta ainda com rosca para fixação em Monitor de teste da Atlona tem as principais portas de vídeo digital (HDMI e DVI) em um único equipamento. um tripé.

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Monitoração acessível

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JVC Professional ampliou sua linha de monitores profissionais Vérité com a nova série R. São dois novos modelos, o DT-R24L4D, de 24 polegadas, e o DT-R17L4D, 17 polegadas. Ambos oferecem processamento de 10-bit para imagens em resolução 1080p, e contam com corpo de metal resistente, sendo ideal não apenas para uso em broadcast, estúdio e educacional, mas também Monitores oferecem para aplicações móveis. A processamento de 10-bit para imagens nova série conta com em resolução 1080p. medidor avançado na tela de nível de áudio e suporte a time code LTC/ VITC. As telas dos dois modelos são painéis não brilhantes de cristal líquido IPS, apresentando fidelidade de cor e iluminação mesmo quando vistas de ângulos mais abertos. Os modelos são equipados com alto-falantes internos. Mais em conta que a família G da JVC, os novos monitores se diferenciam por não contarem com portas 3G ou dual link, não suportarem closed captioning e não poderem ser usados como monitor de ondas ou vetor. O modelo de 24 polegadas DT-R24L4D oferece resolução nativa 1920x1080, enquanto o de 17 polegadas DT-R17L4D oferece resolução 1366x768.

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( agenda )

16 a 18 de março de 2011

24 de fevereiro de 2011

18 de março de 2011

Feira, workshop, seminários e palestras discutem e analisam as tendências de web 2.0 no mais importante e completo evento do setor no Brasil. Web Expo Forum, São Paulo, SP. Tel.: (11) 3138-4660. E-mail: info@convergecom.com.br. Web: www.webexpoforum.com.br

Encontro para debater propostas e projeções políticas e regularórias no principal encontro brasileiro do setor de telecomunicações e mídia.

Seminário de Políticas de (Tele)Comunicações, Brasília, DF. Tel.: (11) 3138-4660. E-mail: info@convergecom.com.br. Web: www.convergeeventos.com.br

22 a 27 17º Vitória Cine Vídeo, Vitória, ES. Tel.: (27) 3327-2751. E-mail: vcv@imazul.org. Web: www.vitoriacinevideo.com.br

OUTUBRO 20 a 24 Ottawa International Animation Festival, Ottawa, Canadá. Tel.: (613) 232-8769. E-mail: info@animationfestival.ca. Web: www.animationfestival.ca.

23 a 30 43º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, Brasília, Distrito Federal. Tel.: (61) 3325-7777. E-mail: festivaldebrasilia@gmail.com. Web: www.festbrasilia.com.br

22 a 4/11 34ª Mostra Internacional de Cinema, São Paulo, SP. Tel.: (11) 3266-7066. E-mail: info@mostra.org. Web: www.mostra.org.

3 a 5 Fest’Afilm, Montpellier, França. Tel.: (00 33 06) 5822-6181. E-mail: festafilm. lusophonie@gmail.com

3 a 10 American Film Market,

6 a 11 17º Vitória Cine Vídeo, Vitória,

Santa Mônica, EUA. Tel.: (310) 4466-1000. E-mail: AFM@ifta-online.org. Web: www.americanfilmmarket.com.

ES. Tel.: (27) 3327-2751. E-mail: vcv@imazul.org. Web: www.vitoriacinevideo.com.br

8 a 9 Montreal International Game Summit, Montreal, Canadá.

2 a 12 32º Festival Internacional del Nuevo Cine Latinoamericano, La Habana,

E-mail: spilon@alliancenumerique.com. Web: www.sijm.ca

Cuba. E-mail: festival@festival.icaic.cu. Web: www.habanafilmfestival.com

8 a 12/12 5º Mostra Cinema e Direitos Humanos na América Latina, São Paulo, SP.

7 a 16 Flickerfest 2011 – 20º International Short Film Festival, Sydney, Australia. Tel.: (61 02) 9365-6877. E-mail: coordinator@flickerfest.com.au. Web: www.flickerfest.com.au

11 a 21 18º Festival Mix Brasil de Cinema da Diversidade Sexual, São

21 a 30 14ª Mostra de Cinema de Tiradentes, Tiradentes, MG.

Paulo, SP. Tel.: (11) 3562-2100. E-mail: mixfest@gmail.com. Web: www.mixbrasil.org.br

Tel.: (31) 3282-2366. E-mail: up@ universoproducao.com.br. Web: www.mostratiradentes.com.br

20 a 28 25º Festival Internacional de Cine de Mar del Plata, Mar del Plata,

24 a 26 Natpe, Miami, EUA. Tel.: (310) 857-1653. E-mail: eric@natpe.org. Web: www.natpe.org

Argentina. E-mail: info@mardelplatafilmfest.com. Web: www.mardelplatafilmfest.com. 54

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Biarritz, França. Tel.: 33 (0) 1 4489-9999. E-mail: info@fipa.tm.fr. Web: www.fipa.tm.fr

Holanda. Tel.: (31 10) 890-9090. E-mail: programme@filmfestivalrotterdam.com. Web: www.filmfestivalrotterdam.com

31 a 3/02 Real Screen Summit, Washington, EUA. Tel.: (416) 408-2300. E-mail: customersupport@realscreensummit.com. Web: www.realscreen.com

FEVEREIRO 10 a 20 21º Festival Internacional de Berlim, Berlim, Alemanha. Tel.: (49 30) 259-200. E-mail: info@berlinale.de. Web: www.berlinale.de

JANEIRO 2011

Tel.: (11) 3512-6112. E-mail: contato@cinedireitoshumanos.org.br. Web: www.cinedireitoshumanos.org.br

24 a 31 Fipa – International Festival of Audiovisual Programs,

26 a 6/2 International Film Festival Rotterdam, Rotterdam,

DEZEMBRO

NOVEMBRO

Evento que apresenta estratégias e tecnologias que viabilizam a entrega de conteúdo audiovisual em múltiplas plataformas. Congresso TV 2.0, São Paulo, SP. Tel.: (11) 3138-4660. E-mail: info@convergecom.com.br. Web: www.convergeeventos.com.br

10 a 12 Kidscreen Summit, Nova York, EUA. Tel.: (1 416) 408-2300. E-mail: andrea@kidscreensummit.com. Web: summit.kidscreen.com 22 a 24 Andina Link 2011, Cartagena, Colombia. Web: www.andinalink.com

24 a 3/03 51º Festival Internacional de Cine de Cartagena de Índias, Cartagena de Índias, Colombia. Tel.: (57 5) 664-2345. E-mail: info@ficcfestival.com. Web: www.festicinecartagena.org

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