Revista Tela Viva - 228 - Julho 2012

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televisão, cinema e mídias eletrônicas

ano 21_#228_jul2012

especial inovação residencial

a casa digital Os serviços e as tecnologias que estão conectando as residências ao futuro

ENTREVISTA BBC quer trazer mais canais ao país, investir em produção local e conteúdo multiplataforma

PRODUÇÃO Captação em 4K traz linguagem cinematográfica à teledramaturgia da Globo




Foto: marcelo kahn

(editorial ) Presidente Diretores Editoriais Diretor Comercial Diretor Financeiro

Editor Tela Viva News Redação

Projetos Especiais Arte

Depar­ta­men­to Comer­cial

Rubens Glasberg André Mermelstein Claudiney Santos Samuel Possebon (Brasília) Manoel Fernandez Otavio Jardanovski

Ana Carolina Barbosa Bruno Borin Letícia Cordeiro Fernando Paiva Lizandra de Almeida (colaboradora) Mario L. Buonfiglio (colaborador) Leandro Sanfelice (vídeo repórter) Letícia Cordeiro Edmur Cason (Direção de Arte) Alexandre Barros (Designer Gráfico) Geral­do José Noguei­ra (Designer Gráfico) Rubens Jar­dim (Pro­du­ção Grá­fi­ca) Bárbara Cason (Web Designer) Debora Harue Torigoe (Web Designer) Lúcio Pinotti (Tráfego/Web) Bruna Zuolo (Gerente de Negócios) André Ciccala (Gerente de Negócios) Patricia Linger (Gerente de Negócios) Iva­ne­ti Longo (Assis­ten­te)

Circulação

Patricia Brandão (Gerente)

Marketing

Harumi Ishihara (Diretora) Gisella Gimenez (Gerente)

Administração TI Central de Assinaturas

Vilma Pereira (Gerente) Marcelo Pressi (Gerente) 0800 0145022 das 9 às 19 horas de segunda a sexta-feira

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N

o início de junho o jornal Folha de S.Paulo publicou matéria dizendo que o Ministério das Comunicações preparava uma nova regulamentação para a radiodifusão, cujo principal efeito seria a proibição da sublocação das concessões para terceiros, o que afetaria sobretudo as igrejas que alugam horário tanto nas grandes redes quanto em emissoras regionais. As informações constariam de uma minuta do regulamento obtida pelo jornal dentro do Minicom. Imediatamente a bancada evangélica se manifestou, segundo reportagem do mesmo jornal, contra esta atualização do Código Brasileiro de Telecomunicações, de 1962, principal documento legal dos serviços de rádio e TV até hoje. Em tom ameaçador, deputados afirmaram que este tipo de mudança só poderia ser feita através de uma lei (o código atual não veta a locação de horários), e que esta lei não seria aprovada pelo Congresso. Um deputado chegou a afirmar que a proposta seria uma “retaliação contra a liberdade religiosa no país”. O Minicom, no mesmo dia, desmentiu a informação. Em carta ao jornal o ministério afirmou que o texto “confunde o marco regulatório da mídia, que somente pode ser apresentado na forma de projeto de lei, com o decreto que o Ministério das Comunicações está preparando com o objetivo de modernizar as regras (...) no que se refere à outorga de serviços de radiodifusão”. O Minicom também afirmou que a proposta não trata de cessão de horário das TVs, tema que não poderia ser regulado por decreto. Em entrevista exclusiva nesta edição de TELA VIVA, o secretário de Comunicação Eletrônica do Ministério das Comunicações, Genildo Lins, reafirma que mudanças no sentido de uma proibição ao arrendamento de canais teria que vir na forma de lei, diz que o decreto elaborado pelo Minicom não trata do tema e de qualquer forma será submetido ainda a consulta pública. E que estão esperando “o melhor momento” para soltar a proposta do novo marco regulatório. A discussão serviu para comprovar o potencial explosivo do tema. Mas é um assunto do qual governo e emissoras não poderão continuar fugindo por muito tempo. Broadcasters e empresas de telecomunicações vêm disputando a posse do chamado dividendo digital, as frequências a serem liberadas com o fim da TV analógica em 2016. Será difícil justificar o uso destas preciosas frequências para a radiodifusão se emissoras no país inteiro continuarem a se desviar do propósito básico do serviço, definido pelo Artigo 221 da Constituição: “preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas”. Sem falar que esta venda de publicidade “disfarçada” de programação independente fere o limite legal de 25% de horários comerciais em muitas emissoras. A sublocação de uma concessão pública para o proselitismo político, comercial ou religioso de qualquer credo é uma violação da finalidade principal da radiodifusão. A manutenção desta situação pode resolver a vida financeira de algumas empresas no curto prazo, mas é uma espada sobre a cabeça de todo o serviço de TV aberta no país. As emissoras deveriam debater mais que tipo de televisão querem para o país, ao invés de entrincheirar-se a cada tentativa de debate sobre a regulamentação do serviço. E ao governo é preciso coragem política para enfrentar um tema tão espinhoso.

Fernando Lauterjung

Gislaine Gaspar (Gerente)

a n d r e @ c o n v e r g e c o m . c o m . b r

Alarme falso

André Mermelstein

Inscrições e Assinaturas

André Mermelstein

(11) 3214-3747 comercial@convergecom.com.br Ipsis Gráfica e Editora S.A.

Tela Viva é uma publicação mensal da Converge Comunicações - Rua Sergipe, 401, Conj. 605, CEP 01243-001. Telefone: (11) 3138-4600 e Fax: (11) 3257-5910. São Paulo, SP. Sucursal Setor Comercial Norte - Quadra 02 Bloco D - torre B - sala 424 - CEP 70712-903. Fone/Fax: (61) 3327-3755 Brasília, DF Jornalista Responsável: Rubens Glasberg (MT 8.965) Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias publicadas nesta revista, sem autorização da Glasberg A.C.R. S/A

capa: basketman23/shutterstock.com

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B e c a u s e

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Ano21_#228_ jul/12

(índice ) 34

Scanner 8 Figuras 18 Política 19 Não haverá atraso no switch off da TV analógica, conta Genildo Lins

Programação 24 Canais apontam as dificuldades para se adaptar à nova cota de conteúdo local

Entrevista 26 BBC Worlwide quer trazer novos canais e conteúdo sob demanda para o Brasil, conta Jana Bennett

Audiência 32 40

especial Inovação residencial

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IPTV

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Wi-Fi

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Redes HFC

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Smart TVs

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Evolução dos serviços de TV paga exige mais das redes Redes residenciais precisam se adaptar à maior quantidade de dispositivos

Novas redes dão às operadoras condições de brigar pelos clientes que demandam velocidade e serviços convergentes 19

26

TVs conectadas abrem a possibilidade de inovação em conteúdos

Making of 54 Produção 58 Look cinematográfico se estabelece no workflow das novelas da TV Globo

58

Cinema 66 Com Programa de Fomento ao Audiovisual Carioca, RioFilme investe R$ 15,1 milhões em projetos de empresas locais

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Case 68 Gullane Filmes se baseia em acordos internacionais para captar recursos para coprodução com Portugal, França e Alemanha

Upgrade 72 Agenda 74 Acompanhe as notícias mais recentes do mercado

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emissora gravarão uma espécie de telejornal, direto de Londres e, além de apresentar a retrospectiva do dia anterior, farão as chamadas ao vivo para as competições com imagens em 3D que acontecerem no período. Segundo Dutra, o COI entregará em sinal exclusivo as imagens via satélite para a emissora colocar o pacote gráfico e customizar. A distribuição para as salas de cinema será feita pela Casablanca. A emissora gastou cerca de US$ 1,5 milhão no projeto. Paulo Pereira, gerente de marketing da Cinépolis, conta que a rede já teve uma experiência parecida no México com exibição de jogos da Copa do Mundo de 2010 e acredita que o público brasileiro se interessará pela novidade. O preço dos ingressos ainda não está definido, mas deve ser algo em torno de R$ 30 e R$ 35.

Além de levar conteúdo em 3D para o cinema, por meio de uma parceria com a rede Cinépolis, a Record exibirá a abertura dos Jogos Olímpicos em três dimensões na TV aberta. Mafran Dutra, presidente do comitê artístico da Record, explica que será reservado um horário alternativo, à noite, na grade da emissora no dia 27 de julho. Tanto abertura quanto encerramento dos Jogos Olímpicos de Londres poderão ser vistos nas salas de cinema Cinépolis. Durante 17 dias de competição, 20 complexos em todas as regiões do país terão uma sala exibindo o conteúdo de Londres das 14h às 17h. O material em 3D é fornecido pelo Comitê Olímpico Internacional (COI). Apenas alguns esportes como atletismo, natação, vôlei e basquete terão captação também em três dimensões. Jornalistas da

FOTOs: divulgação

Londres em 3D

Mafran Dutra, presidente do comitê artístico da Record: emissora investiu US$ 1,5 milhão no projeto 3D.

TV no iPad A área de novas mídias da Globosat lançou o aplicativo para iPad TudoTV. Através dele, é possível consultar as grades de programação completas de mais de 350 canais da TV brasileira, aberta e por assinatura, com recursos de interatividade para compartilhar e comentar sobre os programas nas redes sociais. O aplicativo traz a grade de programação de todos os canais, permite criar filtros selecionando as emissoras preferidas do usuário, saber mais sobre os programas de que mais gosta e criar alertas para ser lembrado nos horários de exibição das atrações. O app tem proposta similar ao recém-lançado NaTV, da Smart Lab. Para fazer o download do aplicativo para o iPad, basta acessar o link: www.tudo.tv. Tudo TV, o aplicativo com as grades de programação de 350 canais que a a Globosat desenvolveu para o iPad.

Cidade olímpica O GNT estreou a série “Londres Assim”. Dirigida e apresentada pelo jornalista Rodrigo Pinto e dividida em quatro temas - Movimento, Imaginação, Liberdade e Diversidade -, a atração mostrará curiosidades sobre a cidade-sede dos Jogos Olímpicos e seus habitantes, além de lugares com características únicas, como o Broadway Market e a galeria Tate Modern. Para abordar o tema por uma ótica diferente, a atração contará com mais de 60 entrevistas com moradores de Londres, realizadas ao longo dos mais de dois anos em que o apresentador mora no local. Dentre os entrevistados estão algumas figuras ilustres da cidade, como a radialista da BBC DJ Annie Mac, a dupla de artistas Gilbert & George e a editora Anna Wintour – conhecida no Brasil pelo filme “O Diabo Veste Prada”.Com roteiro de Kika Serra e direção de produção de Elisa Kriezis, a atração é uma coprodução entre o GNT e a Ton Ton Filmes, e será dividida em quatro episódios veiculados todos os domingos do mês de julho. 8

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O jornalista Rodrigo Pinto apresenta a série “Londres Assim”, coprodução do GNT com a Ton Ton Filmes.

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Do Rio à Amazônia, a BBC World News vai além da notícia para investigar um dos países mais vibrantes e de economia mais dinâmica do mundo. Jornalistas da BBC, brasileiros e estrangeiros, apresentam uma série especial de TV, rádio e internet para as 115 milhões de pessoas que acessam informações da BBC semanalmente ao redor do mundo. Descubra mais sobre o povo, a cultura, a política e a economia do Brasil com os programas da BBC World News: One Square Mile Working Lives Fast Track Talking Movies World News America

BBC De OLhO NO BRASiL De 17 A 25 De SeTeMBRO

* A estimativa de audiência global da BBC de 116,5 milhões de pessoas por semana (2012) considera a duplicidade de audiência da BBC em TV (72,5), rádio (43,7) e online (19,2).


( scanner) FOTO: UFC

Mares do Caribe O canal TV Globo Internacional amplia sua distribuição no Caribe por meio de uma parceria com a operadora francesa Canalsat. O canal estará disponível no Haiti, Trinidad e Tobago, República Dominicana, Guiana Francesa, Guadalupe e Martinica. O assinante poderá ter acesso ao conteúdo pelo pacote internacional (Tout Canalsat) ou a la carte. A iniciativa é estratégica para fortalecer a presença do canal no Caribe, especialmente na Guiana Francesa, onde há um número alto de residentes brasileiros. Canalsat Caraibes é o braço de distribuição do Canal+ nos territórios fora da França.

Canal Combate registrou 150 mil novas vendas com a luta entre Anderson Silva e Chael Sonnen.

Bons de briga A semana da luta entre Anderson Silva e Chael Sonnen, que o Combate transmitiu ao vivo, com exclusividade, levou o canal a recordes em diversas plataformas. Numa prévia dos números alcançados levando em conta assinaturas do canal e luta avulsa, o Combate alcançou 150 mil novas vendas. Os números superaram os de outra luta de Anderson Silva, quando enfrentou Vitor Belfort, em fevereiro de 2011, e houve 105 mil novas vendas. Na Internet, a crônica do confronto, válido pelo UFC 148, publicada na editoria do Combate no SporTV. com, passou a ser a matéria mais lida na história do site, com mais de 1,7 milhão de acessos. Além disso, a editoria do canal de lutas teve, durante a semana do evento, 23,8 milhões de páginas vistas. Já no último domingo, 8, dia seguinte à luta, a editoria do canal teve 6,7 milhões de páginas vistas (62% do total do site). Os números, levantados pelo Google Analytics, ajudaram o site a bater o recorde semanal de páginas vistas, de visitas e de visitantes únicos, enquanto no domingo foi batido o recorde diário de páginas acessadas e de visitantes únicos. Nas redes sociais, a página oficial do Facebook ganhou 65 mil novos seguidores, chegando a 736 mil e, no Twitter, foram mais seis mil seguidores. Ainda nas redes sociais, para aproveitar o sucesso do UFC no Brasil, o Combate desenvolveu um aplicativo para o Facebook. Desenvolvido pela agência TK10 Marketing Esportivo Interativo e programado pela empresa de soluções digitais Maya, o jogo funciona no estilo do “Super Trunfo”, permitindo que os usuários escolham um treinador e montem sua própria carta personalizada. Disputando contra a máquina ou amigos da rede social, os jogadores ganham pontos para melhorar sua carta a cada partida vencida. Além de permitir o compartilhamento das lutas e resultados, o game ainda conta com detalhes sobre o MMA e as principais novidades do esporte.

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O Gloob lançou o aplicativo Caretas para tablets. O software, desenvolvido pela Kindle, foi inspirado na campanha de lançamento do canal, baseada em expressões divertidas de crianças em anúncios e máscaras. No aplicativo, as crianças podem tirar fotos ou usar as do álbum do seu aparelho para transformá-las em caretas do jeito que quiserem. Para ficar ainda mais divertido é possível inserir elementos de diversos personagens do Gloob, como o chapéu do Chaplin, os óculos do Ariol, o cabelo da App permite à criança criar Asha, além de muitos outros. caretas com elementos do canal.

Esporte na rede A Discovery entra na programação esportiva através da Internet, com o lançamento do site Discovery Esportes. Nele será possível acompanhar histórias e depoimentos de figuras emblemáticas do mundo do esporte, além de dicas para os praticantes e explicações de como os exercícios funcionam no corpo humano. Alimentado pelo acervo da Discovery Brasil, o site contará com textos e vídeos originais produzidos no Brasil, tendo seu conteúdo desenvolvido por especialistas da área e pela equipe responsável pelo Discoverybrasil.com. Segundo Site terá histórias, depoimentos Pitter Rodriguez, gerente de novos e dicas ligadas ao esporte. negócios da Discovery Brasil, o site não focará em notícias quentes do mundo do esportes e nem em resultados de jogos, mas sim em conteúdos universais: “A partir da temática inovadora do site, serão atingidos os internatutas interessados em esportes em geral, assim como as pessoas que gostam apenas de boas e curiosas histórias. Desta maneira falaremos com todos os tipos de públicos”, afirma.

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FOTOs: divulgação

Caretinhas



( scanner) A segunda tela FOTOs: divulgação

atrações ao vivo – também Uma maneira de otimizar sejam disparados e acessados a relação do espectador com pelos usuários. Com um a televisão: esta é a proposta contrato de exclusividade de da KlugTv. Lançada neste seis meses com o SBT (para ano, a empresa tem o objetivo a TV aberta), a KlugTv já tem de aprofundar o conteúdo da negociações em andamento programação das emissoras, com outras emissoras, e oferecendo informações promete um serviço fácil e adicionais sobre programas e gratuito para elas. E como a anúncios através da Internet. E criação do conteúdo fica por para ter acesso a este conteúdo conta da agência, a ferramenta adicional, o telespectador aparece como uma nova precisa estar com seu tablet fonte de receita para ambas, ou smartphone enquanto gerando custo apenas para assiste à televisão. Partindo KlugTv estreia com contrato de exclusividade de seis meses os anunciantes interessados. da premissa de que cada vez com o SBT. Todo o serviço será mensurado, mais espectadores assistem mostrando quais faixas de à televisão enquanto usam horário e quais programas geram mais comportamento outros dispositivos, a KlugTv surgiu com o objetivo de digital das pessoas. Além disso, o dispositivo também levar a interatividade para toda a programação – incluindo poderá interpretar a geolocalização, customizando o os intervalos comerciais. Para isso, a ferramenta usa conteúdo extra dos anúncios de acordo com a região o conceito de second screen (segunda tela), que utiliza do usuário, além de oferecer a possibilidade dos outros dispositivos – no caso o tablet e o smartphone – anunciantes patrocinarem conteúdos da programação do para oferecer a extensão do conteúdo. Desta maneira, canal. Gratuito, o aplicativo estará disponível inicialmente a interação não interfere em nada na tela da televisão, apenas para tablets com sistema operacional iOs e dando a oportunidade do espectador achar o que procura Android, mas a previsão é que até o final do mês de sem precisar parar de assistir seu programa. A KlugTv julho também chegue aos smartphones, incorporando as funciona integrada com o sistema de disparo da emissora, redes sociais logo em seguida. Além disso, neste primeiro garantindo que tudo que estiver sendo veiculado no canal momento a KlugTV será integrada com o sinal do SBT nas também aparecerá no aplicativo. Além disso, o aplicativo operações da Net em todo o país, expandindo para o sinal permite disparos manuais de dentro da emissora, aberto e as afiliadas ao longo do segundo semestre. possibilitando que conteúdos imprevistos – como os de

Longas nacionais

Soluções móveis

“Bellini e a Esfinge”. O Para cumprir as executivo contou que cotas de programação está sendo discutida a nacional, conforme produção de conteúdo a Lei 12.485, o novo brasileiro específico para o canal da Discovery, o canal para o próximo ano. Investigação Discovery, Canal de entretenimento que estreou no começo dedicado exclusivamente de julho, recorrerá a ao suspense, crime filmes nacionais a partir e investigação, o de setembro. Segundo Investigação Discovery André Rossi, diretor substitui o canal Liv, de programação da será totalmente dublado programadora, em um “Bellini e a Esfinge” é um dos e estreia com uma base primeiro momento, o filmes nacionais que entrarão de aproximadamente 8 canal trabalhará com para a programação do milhões de assinantes na aquisição de longasInvestigação Discovery. versão padrão. O canal metragens que estejam HD, que estará disponível a partir de dentro do posicionamento do canal e 30 de agosto, está sendo negociado trabalhem com a temática policial, de com operadoras. mistério, ação e investigação, como

O Canal Futura estreou a série de documentários “Aplicativos para a Vida”, produzida pela ONG britânica TV for the Environment (TVE) com apoio do canal. Em cinco episódios, de 30 minutos cada, jovens programadores de softwares de seis países de diferentes continentes – Brasil, Índia, Quênia, África do Sul, Namíbia e Reino Unido – apresentam aplicativos para a telefonia móvel que buscam ajudar pessoas de comunidades pobres. O episódio brasileiro, coproduzido pelo Canal Futura, é um documentário dirigido por Rodrigo MacNiven que apresenta as iniciativas relacionadas à sustentabilidade e ao meio ambiente no Morro do Alemão e no Complexo da Maré.

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( scanner) Larica O aplicativo do programa “Larica Total”, do Canal Brasil, está disponível para iPhone, iPad e Android. O app oferece receitas e dicas de culinária dos telespectadores de Paulo Oliveira, personagem representado por Paulo Tiefenthaler na atração. O aplicativo também mostra a história das receitas e dicas de melhores momentos para saboreá-las. Na série, o cozinheiro aposta em receitas pouco convencionais no melhor estilo “culinária de improviso” e mostra o que é possível fazer apenas com os ingredientes que estão disponíveis no momento na geladeira ou no armário. FOTOs: divulgação

“Menos que Nada”, da Prana Filmes, com direção de Carlos Gerbase, teve estreia multiplataforma.

Múltiplas Janelas A produção gaúcha “Menos que Nada”, dirigida pelo cineasta, roteirista e professor universitário Carlos Gerbase, estreia nesta sexta-feira, 20, simultaneamente em diversas plataformas: na televisão (TVCOM RS), em salas de cinema de capitais brasileiras, na Internet (SundayTV, do Terra) e por venda em DVD. Na televisão, o longametragem de 105 minutos de duração vai ao ar a partir da meia noite de sexta para sábado. Com realização da Prana Filmes e patrocínio da Petrobras e do Banrisul e apoio do Terra, “Menos que Nada” foi inspirado no conto “O Diário de Redegonda”, do médico e escritor austríaco Arhur Schnitzler (1862-1931). A trama aborda o tratamento de um doente mental, Dante (Felipe Kannenberg), internado há 10 anos em um hospital psiquiátrico, onde foi esquecido pela família e pela sociedade. Ele é considerado um caso perdido, até que a médica Paula (Branca Messina) decide estudá-lo. As filmagens do longa ocorreram em dezembro de 2010 e janeiro de 2011, em Porto Alegre, na praia do Cassino e proximidades do banhado do Taim, na região sul do Estado, e em Arroio do Sal e Araçá, no litoral norte. Na capital gaúcha, os principais cenários foram o Hospital Psiquiátrico São Pedro, que no filme chama-se São Tomás de Aquino, e a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS).

Programa da Band terá extensão na web.

Pânico na rede O programa “Pânico”, da Band, terá uma extensão na web. O projeto “Pânico 3.0”, que conta com a parceria do Portal Vírgula, estreou com o objetivo de explorar o conceito de segunda tela. A ideia é que o público assista ao programa na televisão com o computador ligado para que receba informações complementares em tempo real. O conceito de segunda tela será desenvolvido no “Lance a Lance”, interface do site que vai entregar ao internauta notas exclusivas da produção sobre cada reportagem exibida. Outra novidade é o acesso aos bastidores do programa durante os intervalos, tudo via web. O 3.0 continua depois da TV. Num cenário dedicado, todo domingo quatro integrantes do elenco farão um programa de 30 minutos dirigido exclusivamente aos internautas. Além do programa exclusivo da web o internauta terá acesso às transmissões diárias do Pânico na rádio Jovem Pan. Entre equipe técnica e de produção o Pânico 3.0 mobiliza diretamente cerca de 15 pessoas.

Carrossel interativo O portal interativo do SBT na TV digital ganhou conteúdo exclusivo da novela “Carrossel”. A plataforma exibe informações sobre os personagens e capítulos enquanto a novela está no ar (de segunda a sexta, às 20h30), e pode ser acessada mesmo sem estar conectado à Internet. O acesso acontece por meio do controle remoto: quando a novela estiver sendo exibida, um logo de “Carrossel” aparece em destaque no portal. Basta clicar com o controle e os usuários poderão ver fotos, notícias e outras informações. O portal interativo do SBT funciona em todos os aparelhos de TV ou conversores que tiverem o middleware Ginga/DTVi.

Novela do SBT ganhou um portal com fotos, notícias e informações.

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Rodrigo Rodrigues, apresentador do Londres 360, canal da ESPN no Youtube.

Londres na rede A ESPN tem um novo canal no YouTube: o Londres 360. Desenvolvido com o patrocínio da Embratel e da Unilever, o canal oferece conteúdo exclusivo sobre a cidade sede dos Jogos Olímpicos e o mundo dos esportes. Comandado pelo apresentador da ESPN Rodrigo Rodrigues, o novo canal traz entrevistas com atletas e personalidades, além de programas ao vivo durante a competição e matérias sobre a capital inglesa. Com participação dos repórteres Renata Falzoni e Rubens Pozzi, os programas ainda trarão recados da torcida para os atletas brasileiros e um monitoramento das principais buscas na internet sobre o assunto.

A vez da web

Audiência

O Sundaytv, serviço de vídeo online do Terra, estreou a série “Bipolar”. Produzida pela Felistoque Filmes em coprodução com o Canal Brasil, a série, que surgiu durante as filmagens dos longas-metragens “Inversão” e “400 Contra 1”, aborda temas como eutanásia, corrupção e ética policial e já foi ao ar na televisão, pelo Canal Brasil. A primeira temporada possui 12 episódios de 25 minutos.

A partir deste mês, o Ibope disponibilizará ao mercado de Manaus os primeiros dados de audiência TV da 15ª praça regular monitorada pelo Ibope Media. O painel possui 220 domicílios distribuídos na região metropolitana. A medição regular da audiência de televisão é realizada por meio do Peoplemeter, que instalado nos domicílios registra a emissora sintonizada e transmite os dados automaticamente para a central do Ibope.


O primeiro canal HD dedicado ao cinema independente brasileiro. Longas, curtas, médias, documentários e mini-séries. Exclusivamente conteúdos produzidos nos últimos 12 anos.

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Os filmes brasileiros de maior destaque você assiste na Sessão Prime Box, sempre às 22h. Filmes em destaque: Olga, Memórias Póstumas, Lavoura Arcaica, Extremo Sul, Cartola, O Preço da Paz, Estamira, A Alma Roqueira de Noel, Mãe e Filha, entre outros.

Canal disponível em HD, SD e ON Demand. Adequado à Lei 12.485/2011 (Art. 17, § 4º e §5º).

+ Cinema com Rubens Ewald Filho Com a estreia prevista para os próximos meses, o programa irá destacar a qualidade da nova safra da produção para cinema, TV e Internet brasileira e trazer aspectos incomuns dos bastidores do mercado audiovisual, festivais e estreias de filmes nacionais.

Curta in Box

Os melhores curtas metragens brasileiros diriamente na programação do canal.

Box Brazil - Programadora Brasileira Independente Multiplataforma A BOX BRAZIL é a primeira programadora independente multiplataforma, 100% brasileira, dedicada à exibição, distribuição e difusão de conteúdo audiovisual nacional, na TV, Celular, Mobile, Internet e TVs Conectadas.

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O primeiro canal dedicado a música brasileira.

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Os melhores shows brasileiros estão no Music Box in Concert.

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( figuras) A Telefónica Digital anunciou a promoção de Paulo Castro, diretor geral do Terra no Brasil, a Chief Executive Officer (CEO) do Terra, em substituição a Fernando Madeira, que deixa a companhia. Como Madeira, Castro foi um dos fundadores da Nutec, companhia que mais tarde daria origem ao Terra. Antes de ser diretor-geral no Brasil, ocupou a posição de direPaulo Castro tor comercial de Publicidade no país. Rafael Davini, diretor comercial da operação brasileira, assume também a direção geral do Terra no Brasil.

Sócio-diretor Aleksander Farias deixou a beActive para comandar a operação da Millagro Produtora em São Paulo a partir de julho como sócio-diretor. O executivo, que já passou pelas áreas de conteúdo e entretenimento da blah!, Link, Aitec e, por último, da produtora portuguesa BeActive, agora assume a nova posição reestruturando o escritório da capital paulista. Farias será responsável pelos três núcleos em São Paulo: produção de conteúdo de entretenimento, filmes publicitários e vídeos institucionais.

A Discovery Networks Latin America/US Hispanic (DLA/USH) anuncia a nomeação de Carolina Lightcap (ex-Disney) como gerente geral para o Cone Sul (Argentina, Chile, Uruguai, Bolívia e Paraguai) e responsável pelo conteúdo da empresa em toda a América Latina a partir de 13 de agosto. Carolina ficará baseada em Buenos Aires e se reportará a Enrique Martínez, presidente e diretor-geral da Discovery Networks Latin America/US Hispanic. A executiva será responsável por todas as áreas relativas a conteúdo, incluindo: programação, marketing, comunicação e on-air.

Diretor de cena

Dan Gifford

A Dínamo Filmes anuncia a chegada do britânico Dan Gifford como o seu novo diretor de cena. O profissional une-se ao time de diretores de cena fixos e exclusivos da produtora, que além dos sócios Edu Cama e Ricardo Carelli, conta também com João Simi e Tomas Egger.

FotoS: DIVULGAÇÃO

Cone Sul Foto: arquivo

CEO


( política) Samuel Possebon, de Brasília

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No prumo Secretário de Comunicação Eletrônica do Minicom conta em entrevista exclusiva que o governo não trabalha com a hipótese de atrasar o switch off da TV analógica.

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Alguma chance de o switch off da TV analógica ser postergado? Nenhuma. Nós trabalhamos com a data de 2016. Pode ser que se chegue em 2014 e o quadro seja muito ruim, mas acho muito difícil que essa data seja postergada. Entre 2014 e 2016 há muito tempo, dá para fazer muita coisa.

TELA VIVA - Como você avalia a transição para a TV digital? Estamos dentro do cronograma? GENILDO LINS - O cronograma está sendo feito efetivamente agora, e deve ser publicado em breve. Será o cronograma de transição, considerando os prazos de desligamento. Estamos estudando se cabe antecipação em alguns lugares, respeitando o decreto. Esse cronograma vai estabelecer a cobertura que será preciso garantir em cada cidade, e quando. Se será necessário distribuir set-tops ao final da transição. E vamos estabelecer um desligamento teste em uma cidade que tenha condições específicas, que seja protegida, sem interferências de emissoras de outras localidades. A partir desse microcosmo, ajustaremos isso ao resto do Brasil. Com que informações vocês estão trabalhando? Como saber se uma emissora efetivamente se digitalizou

2014 teremos uma visão bem precisa do quadro e saberemos se será preciso um programa de estímulo à compra de TVs ou à adoção de set-top boxes, com subsídios. Essa decisão depende dos dados pós-Copa. E tudo isso estará previsto no nosso plano.

FOTO: DIVULGAÇÃO

paraibano Genildo Lins tem importantes desafios para enfrentar. Secretário de Comunicação Eletrônica do Ministério das Comunicações desde 2011, ele comanda o processo de transição da TV digital. Por trás desta transição está também o destino da valiosa faixa de frequências de 700 MHz, que será liberada com o fim da TV analógica e que é disputada (no mundo inteiro) entre radiodifusores e empresas de telecomunicações. Genildo também fala nesta entrevista exclusiva sobre o novo marco regulatório para a comunicação eletrônica, que deve ser lançado para consulta pública em breve.

O Minicom autorizará o uso de satélites ou da TV paga para assegurar a cobertura da TV digital? Não, a gente tem que garantir a cobertura da TV aberta da forma aberta, terrestre, por radiodifusão. As operadoras que quiserem levar os sinais de TV, tudo bem. Mas a nossa obrigação é assegurar o sinal aberto.

Genildo Lins e, sobretudo, se as pessoas têm equipamentos para receber o sinal. Nós temos a informação de quando a entidade começa a funcionar. Tendo o ato de uso de radiofrequência nós passamos a considerar o processo como iniciado. O nosso planejamento visa justamente assegurar que todas as emissoras tenham as frequências e que a população tenha condições de receber os sinais.

Qual a sua avaliação sobre o Ginga? O governo está intercedendo em relação aos royalties com a Oracle? Essas negociações estão sendo conduzidas pelo Fórum Brasileiro de TV Digital, com ajuda do Minicom no setor de indústria. Estamos no meio da negociação. Sobre o Ginga, o que fizemos foi incluir no PPB (processo produtivo básico) a obrigatoriedade do middleware na maioria das TVs fabricadas, e isso vai acontecer. Em relação aos aplicativos de interatividade, tem alguma coisa sendo feita pela EBC e pelas emissoras.

Vocês têm informação sobre a penetração da TV digital no país? Calculamos que um terço das TVs no Brasil tenham o receptor, o que significa cerca de 30 milhões de televisores, segundo dados da indústria. A Copa deve ser um grande indutor dessa adoção, assim como as Olimpíadas. No meio de

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Mesmo em um ambiente de TVs conectadas, com outros middlewares, aplicativos integrados com tablets e celulares? São coisas diferentes. A TV conectada é uma coisa, a TV com Ginga é outra. O Ginga é o padrão universal, e não compete com as TVs conectadas. O canal de retorno é um problema tecnológico, que pode ser resolvido. Sobre o dividendo digital, o Ministério das Comunicações pensa em um esforço de remanejamento de frequências (refarming), para otimizar o espectro e permitir uma sobra maior de frequências? Temos que garantir, antes de mais nada, que a população brasileira tenha acesso à TV. Essa é a primeira prioridade. O dividendo digital vem depois. O Minicom, juntamente com a Anatel, tem feito estudos para verificar se a TV brasileira cabe nos canais 13 a 51. Chegando-se a uma conclusão, as definições ficam mais simples. Mas não decidimos nada ainda. Que TV vocês querem que caiba nessas faixas? É a TV que temos hoje ou um mercado com uma eventual expansão na oferta de radiodifusão? A projeção é feita considerando não só a realidade atual como uma certa margem de crescimento. Estamos levando em consideração isso. Pode-se considerar que a TV aberta perdeu espaço para a TV por assinatura, para a Internet... Argumentos levantados para acabar com a TV aberta não faltam. Não perdeu espaço e nem está morta, muito pelo contrário. Radiodifusão no Brasil é o maior produtor de conteúdo, inclusive para a Internet. Veja quantas novas emissoras surgiram nos últimos 20 anos. De forma alguma é um mercado em declínio. O radiodifusor precisa pensar em uma realidade multimeios, olhando não apenas para a TV aberta, mas para a Internet e novas plataformas. Esse é o caminho. Os portais das grandes redes 20

FOTO: divulgação

( política)

“Tenho certeza que O GINGA será um diferencial de mercado para o primeiro a colocar no ar uma boa aplicação” já oferecem conteúdos que estavam na TV aberta, o que não tira de forma alguma a importância da radiodifusão. Existe demanda por novas emissoras? Sem dúvida, existe a demanda e não é pouca. A Anatel fez recentemente uma consulta para tentar mapear as relações entre os radiodifusores. Por que o Ministério das Comunicações ainda não tem esse tipo de informação levantada de forma sistemática? Nós temos o dado até um certo ponto, mas não até onde a Anatel precisa. Temos as relações entre geradoras e retrans– missoras, mas não temos como extrair detalhes. A melhor opção foi pedir ao radiodifusor para saber como são as redes. A Anatel agiu de maneira independente, mas vamos usar o resultado da consulta. A intenção da Anatel foi ótima. O Minicom, apesar de ser o regulador da radiodifusão, sempre foi muito cartorial e pouco regulador. Vocês plane– jam ter um acompanhamento mais próximo do mercado? O nosso maior desafio era lidar com o cartório parado e uma atividade regulatória

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não executada. O cartório nós estamos tratando com bastante afinco e está melhorando. Já em relação à atividade regulatória não executada, temos que conduzir paralelamente. Com a TV digital, começamos a levantar dados de cobertura das redes, porque no levantamento feito trabalhamos por clusters, buscando sempre que as emissoras fizessem os pedidos de liberação de canais apontando imediatamente as retransmissoras. Para o mercado isso é bom, e para nós é bom porque acelera a digitalização. Começamos, aos poucos, a fazer a atividade regulatória. Além disso, com a digitalização dos processos, vamos poder ter relatórios gerenciais mais precisos de cobertura de posições de mercado, quais as necessidades etc. Sabemos, por exemplo, que existe um problema de financiamento da TV. Sabemos também que há problemas de financiamento para renovação de equipamentos de rádio. Isso já vem dos nossos estudos feitos nos documentos do cartório. Mas isso começou do zero. Em dois ou três anos é que teremos as fotografias mais precisas do mercado de radiodifusão. Isso vai se traduzir em políticas públicas? Sem dúvida. Hoje o financiamento para TV digital é quase inacessível ao radiodifusor. Temos que saber exatamente por que. Mas nossa percepção é que não se pode tratar o radiodifusor como uma coisa só. Há vários tipos, desde grupos grandes e estruturados em grandes cabeças de rede, até emissoras médias e as TVs regionais. Cada um deles precisa de uma política específica. Uma cabeça de rede consegue financiamento com debênture, financiamento privado, financiamento com fornecedor... O pequeno não tem nada disso. O Minicom vai efetivamente se tornar um regulador do mercado de radiodifusão, então? Tenho certeza disso. No plano de transição da TV digital já incluiremos medidas de garantias de financiamento

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( política) uma questão de adaptação dos sistemas para a consulta pública, mas espero ter isso pronto no curto prazo. Espero que logo possamos soltar essa consulta.

FOTO: Herivelto Batista/DIVULGAÇÃO

diferenciadas, por exemplo, e isso veio com base em estudos recentes que fizemos. O ministério tem que deixar de ser um cartório e passar a ser um órgão regulador que trata, inclusive, do cartório. Como estão os canais de acesso público previstos pelo decreto de TV digital? Estamos tocando o de cidadania, e isso deve sair em médio prazo. Os demais estão sendo conduzidos por outros ministérios. Há uma relação entre esses canais e o projeto de rede pública de TV que a EBC está conduzindo.

“No plano de transição da TV digital incluiremos medidas de garantias de financiamento diferenciadas”

Por que a revisão do decreto de radiodifusão ainda não saiu, apesar das minutas estarem públicas? Foi uma questão de burocracia. Consulta pública de decreto passa pela Casa Civil, que é quem administra a consulta. Mas a versão é a que foi divulgada extraoficialmente para vários veículos, como vocês. A versão que a Folha de S. Paulo divulgou confundia documentos e coisas que a gente nunca pensou em fazer. Sobre a questão do arrendamento de canais, não temos certeza se isso pode ser feito, até porque a lei não trata do tema. Esse assunto, se vier, teria que vir no novo marco regulatório, mas esse tema nem foi colocado.

que esperar um novo marco. Mas o que não está na lei não pode vir por decreto. E quando se fala em infrações e proselitismos? Isso já existe na radiodifusão comunitária e pública, mas não na comercial, por isso não é algo exatamente novo. O conceito de proselitismo é muito amplo e queremos abrir essa discussão para garantir a pluralidade dos meios de comunicação. O problema não é o arrendamento da programação, que é um contrato privado, mas sim a má utilização do tempo. Qual a diferença do arrendamento para a programação independente? Nenhuma, só o fluxo de recursos, e isso não é problema do Minicom. A gente estimula produção independente em nossos editais. O problema é o mal uso dos canais, que são em essência bens públicos. Se um canal fomenta a guerra civil, não pode. Se fomenta um crime, não pode. No caso do proselitismo, não se pode defender uma coisa dizendo que o outro está errado, isso é abuso do direito de comunicar. Mas não pode ter uma regra prévia, tem que ser olhado caso a caso.

A impressão que dá é que essa revisão do regulamento de radiodifusão deveria vir depois de um novo marco, não? Precisamos de uma lei para resolver vários problemas, só que isso demora muito. Se já tivéssemos feito a consulta, se já tivéssemos enviado uma proposta ao Congresso, ainda assim levaria muito tempo, e a urgência que o Minicom tem de rever algumas coisas é muito maior. Por exemplo, hoje cabe ao ministério aprovar até nome fantasia de emissora. Isso não faz sentido nenhum. É isso que estamos querendo ajustar com o novo regulamento. É modernizar o que já existe, sem ter

Como anda a questão do marco legal? A resposta nossa é que esperamos o melhor momento para soltar. Tem ainda 22

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Como está o processo de arrumação do cartório? A fila andou bastante. Ano passado analisamos 32 mil processos parados, de um total de 47 mil. Dos 32 mil processos, concluímos 16 mil. O restante está em tramitação e o resto está na fila. Queremos chegar a uma fila de 10 mil processos, que eu considero o mais razoável. Estamos agora contratando uma consultoria de racionalização de processos e desenho da digitalização desse material. Em janeiro de 2014 o radiodifusor já começa a protocolar os processos com uma versão digital. E a relação com a Anatel para fiscalização? Está tudo lá. Eu não sei se a Anatel está dando conta, mas tenho certeza que eles têm muito mais capacidade do que nós. Como vocês veem a necessidade de abertura do mercado de radiodifusão? Até recentemente o Minicom falava em um Plano Geral de Outorgas, mas a ideia parece que esfriou... Por enquanto, teremos dois editais experimentais de rádio para testar o novo modelo de edital. A demanda por rádio é gigantesca. Mas em relação à TV digital, o processo de transição cria muitos problemas para expandir com novas outorgas. O espectro tem sido ocupado em dobro nos grandes centros. Até acabar a transição, a expansão do mercado de TV no Brasil será muito lenta, certamente. Até porque não temos muita ideia nem de quando nem onde expandir. Não precisamos esperar completar todo o switch off, mas temos que esperar pelo menos um ano e meio ou dois para ver como fica o mercado.



( programação) Bruno Borin

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Um caminho sinuoso

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uitos dos conteúdos para cumprir as novas cotas já estão sendo produzidos ou comprados pelos canais internacionais. Mas a lei afeta também a forma de se programar as grades, uma vez que os canais busca– rão otimizar o uso que farão do con– teúdo nacional disponível para não “desperdiçar” conteúdos originais exibindo-os em situações em que es– tes não cumpram com as obrigações. A lei prevê que uma cota semanal de produções nacionais seja veiculada durante o horário nobre em canais de espaço qualificado. O conteúdo veiculado vale para a cota por um período de 12 meses, podendo ser repassado após esse tempo para outra programadora. Conteúdos exibidos “a mais” não contam para o cumprimento das cotas. Para as programadoras ainda existem alguns obstáculos. Uma vez que as horas transmitidas durante a semana não são cumulativas, as empresas têm se preocupado em planejar sua grade de forma que não “queimem” seu conteúdo nacional. Para Anthony Doyle, vice-presidente regional e diretor executivo de conteúdo local da Turner International do Brasil, esse é um exemplo de como algumas coisas que seriam lógicas para a programadora não são para a Ancine. “Achávamos que se o canal veiculasse 1h40’ de conteúdo nacional em uma semana, poderia levar os 30 minutos excedentes de crédito para a semana seguinte. Mas não é assim”, contesta. Como o conteúdo tem uma vida útil curta (12 meses após a primeira exibição), a preocupação é que se

FOTO: DIVULGAÇÃO

Em meio ao período de adequação à Lei 12.485, programadores relatam dificuldades para adaptar as grades à cota de conteúdo local imposta pela medida.

O documentário “Rio de Janeiro - Segurança em Jogo” é uma das atrações das Discovery que atende à cota.

gaste este conteúdo “a toa”, sem enquadrá-lo na cota semanal, correndo o risco de faltar mais para a frente. O Cartoon Network, por exemplo, veicula duas horas de programas qualificados diariamente, mas poderá reduzir este tempo. “Cumprir cota para o Cartoon nunca foi um problema. Neste caso, temos desenhos programados que excedem o limite da cota e talvez tenhamos até que tirar alguns do ar para não queimar, porque podemos precisar no futuro”, afirma Doyle. Outra dificuldade é em relação aos canais considerados de espaço nãoqualificado, ou seja, aqueles que não exibem majoritariamente obras audiovisuais dos tipos ficção, documentário, animação, reality show, videomusical e de variedades realizada fora de auditório. Como a lei prevê que cada operadora reserve no mínimo um terço de seus canais qualificados a canais brasileiros, na teoria os canais de esporte e notícias não são afetados. Mas, segundo Doyle, na prática estes canais também devem ser fiscalizados. “Não sei dizer se é fácil ou difícil (a fiscalização), mas a tendência é que pouca coisa é fácil nesse universo. Então por dedução vamos ter 24

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uns desafios pela frente, até com canais que imaginávamos que seriam isentos”, diz. A Sony Pictures Television investe no seu planejamento para que a dificuldade em encaixar o conteúdo na grade de programação não assuste tanto. “Vamos ter que ser matemáticos, não só programadores, para não ter desperdício. Estamos nos planejando para cumprir as 2h20’ semanais e depois as 3h30’, não mais que isso”, explica Alberto Niccoli Junior, vice-presidente sênior e gerente geral do grupo no Brasil. Para ele, as maiores dificuldades são outras: a falta de conteúdo disponível e o tempo curto para o uso das produções. “A nossa grande dificuldade é a indústria de produção ter conteúdo para disponibilizar. Vamos iniciar com filmes nacionais e com o tempo vamos buscar conteúdo no mercado. Ninguém tem nada pronto”, afirma. Quanto ao período de uso, Niccoli diz que é “uma loucura" as produções valerem somente por um ano, uma vez que isso se aplica a todos os canais do grupo. “Não podemos fazer


“Talvez tenhamos até que tirar alguns conteúdos nacionais do ar para não queimar, porque podemos precisar no futuro.”

FOTO: ARQUIVO

rodízio, cada título só pode ser utilizado por um ano em todos os canais do grupo. Deveria valer por mais tempo, já que as compras são feitas para três, quatro anos, que é o comum da indústria. Desta maneira limita-se o custo, mas também a exibição”. "Mas tenho certeza que no dia a dia, surgindo problemas, a Ancine será sensível à falta de produto no mercado”, diz. Nem todos estão tão preocupados com as novas mudanças: segundo Paulo Franco, vice-presidente de programação e conteúdo da Fox International Channels do Brasil, a programadora não tem problema com a cota, pois está produzindo muito mais do que exige a lei. “Como sempre foi do nosso interesse ter conteúdo nacional, temos facilidade de negociação e parcerias com as

nova lei tende a criar uma situação bastante benéfica, na medida que incentiva o mercado, cria novas frentes de trabalho e impulsiona a produção nacional. “Vemos aqui uma chance de se produzir novos conteúdos e a formação de parcerias diferenciadas”. "O grande desafio", diz, "vai ser conseguir gerar estes produtos de qualidade à audiência sem que isso aumente o custo da programação”. Para Doyle, da Turner, a comunicação entre a Ancine e as programadoras é crucial para o negócio entrar no eixo, sendo necessário um diálogo diário entre ambas as partes, com tolerância dos dois lados. “Espero que a Ancine seja tolerante, porque a intenção é de cumprir rigorosamente a lei. Se houver qualquer falha certamente não será por má fé, mas por questão de tempo na adequação à nova realidade”, conclui.

Anthony Doyle, da Turner

produtoras”, afirma. E para atender às medidas da nova lei sem precisar depender somente de filmes, algumas programadoras já encaminham soluções e projetos com produtoras. Segundo Fernando Medin, vice-presidente sênior e diretor-geral da Discovery Networks, a produção local já parte da realidade da empresa há muito tempo. “Produzimos no país desde 1999. Então mantemos parceria com produtoras independentes e temos diversos projetos em andamento”. Em alguns casos, a lei é vista até com otimismo dentro das programadoras: para o vice-presidente sênior e gerente geral da Viacom do Brasil, Raul Costa, a

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( entrevista) André Mermelstein

a n d r e @ c o n v e r g e c o m . c o m . b r

Pra brasileiro ver A presidente da BBC Worldwide fala com exclusividade a TELA VIVA sobre a chegada da programadora ao país e seus planos de produzir localmente.

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especializados (o BBC HD é um canal “vitrine” da programação), e também para nos encontrarmos com outros parceiros. Por exemplo a marca Lonely Planet (comprada parcialmente pela BBC em 2007 e totalmente em 2011) tem um escritório agora em São Paulo, estamos promovendo seus negócios de TV e também de publicações impressas e digitais. Na TV estreamos agora no bloco do Lonely Planet na BBC HD a série “Year of Adventures”, baseada no livro da Lonely Planet. É um casamento entre a plataforma editorial e de TV.

FOTO: marcelo kahn

m maio último a BBC Worldwide fez sua estreia no Brasil com o canal BBC HD, que traz um apanhado de progra–mas de vários canais da programa–dora inglesa. O canal estreou na Net Serviços, com conteúdos também disponíveis na plataforma Now. Em uma de suas visitas ao país, a presidente da BBC Worldwide, Jana Bennett, falou a TELA VIVA sobre este lançamento e o futuro da operação britânica no país. A BBC Worldwide é o braço comercial da televisão pública inglesa. É ela quem explora comercialmente as produções da BBC em todo o mundo, na forma de canais lineares e também pelo licenciamento de programas para outros canais e para plataformas on-demand, além de gerenciar o uso da marca BBC e de outras marcas associadas, como Lonely Planet. A programadora conta com 32 canais internacionais, dos quais dez foram lançados no último ano, e mais dez canais operados apenas no Reino Unido. Está presente em mais de cem países. Jana também dirige o Global iPlayer, plataforma de VOD própria da BBC, presente em 16 países. A em presa é ainda a maior distribuidora de conteúdos fora dos EUA. Seus programas são distribuídos para cerca de 700 canais de TV em mais de 200 países, através de 11 escritórios pelo mundo. Além disso, comercializa formatos para a produção local, como “Dancing with the Stars”.

Jana Bennett

TELA VIVA - Qual o objetivo específico desta sua visita ao Brasil? JANA BENNETT - Esta foi uma viagem para encontrar nossos parceiros, como a Net Serviços, ver como está indo o canal aqui e receber os feedbacks. Temos um momento bom de programação este mês, com programas como “London Calling”, que aproveita as Olimpíadas, e também o Jubileu da Rainha Elizabeth. E também para prospectar outros negócios. Vim também pra falar (em uma palestra no Museu Catavento) sobre o crescente interesse por qualidade. O que chamamos de definição padrão já foi chamada um dia de alta definição. Hoje a maioria de nossas produções são em HD, e agora estamos olhando para 3D, que é um novo passo na alta definição, e estamos explorando seu potencial. Que tipo de negócios está prospectando? Estamos pensando já no lançamento de nossos outros canais aqui, mais 26

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Por que levou tanto tempo para lançarem um canal de entretenimento no Brasil? Os negócios da BBC na América Latina começaram há um bom tempo com o canal de notícias. Com os demais, tínhamos que começar por algum lugar, e criamos um pacote de canais há cinco anos, inicialmente para a América Latina de fala hispânica. A oportunidade no Brasil veio com a chegada da plataforma de assinantes HD, e a necessidade por conteúdos de alta qualidade da parte de provedores como a Net. É uma área de grande crescimento. Queríamos fazer na hora certa, quando o HD estivesse bem estabelecido, com uma base grande. Vocês lançaram o canal no Brasil pela Net, mas haviam feito anteriormente um canal experimental com a Sky. Por que não estão ainda no DTH? Nós conversamos com o mercado o tempo todo, e acho que nos encaixamos à estratégia da Net no momento certo. Claro que é uma área

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( entrevista ) FOTO: marcelo kahn

de crescimento tão ativo que não nos vejo ligados a um único parceiro. Com o tempo ampliaremos isso. Quando então o canal estará em outras operadoras? No decorrer deste ano fecharemos novos acordos. É um canal de grande apelo para se ter no line-up, estou otimista com o avanço das negociações, há muitas conversas em andamento. Mas estamos muito animados com a parceria que temos hoje com a Net, foi um ótimo começo.

“O crescimento da base de assinantes HD foi determinante para nossa entrada no Brasil.”

Sua oferta inclui também os conteúdos on-demand? Sim. Além de estabelecermos uma presença do nosso canal showcase, o BBC HD, queremos começar a introduzir no país nossas outras marcas, como o BBC Entertainment e o Cbeebies, nosso canal infantil préescolar. Então no serviço de VOD da Net, o Now, estamos oferecendo programas destas marcas, o que eu espero que vá ajudar a fortalecer o conceito delas junto aos assinantes. Também tenho um carinho grande pelo BBC Knowledge, de documen– tários, que tem um apelo de curio– sidade e aspiracional. É outra marca que queremos introduzir no Brasil.

cronograma para a estreia de novos programas no canal? Tínhamos que estabelecer o canal, e este é um canal que reúne diferentes gêneros, tem séries de ficção, documen– tários, realities. Foi desenhado para ter uma certa repetição, para criar familiari– dade do assinante com o canal. Há um espaço para crescimento de base muito grande, então à medida em que entram novos assinantes, também queremos que ganhem essa familiaridade. Buscamos um equilíbrio. Não é “repetição” se o assinante for novo e ainda não tiver visto o programa. Mas estamos de olho nisso. Vamos expandir o orçamento à medida em que o canal ganhe base.

Quando estes outros canais serão oferecidos aqui? Imagino que em mais dois ou três anos. Possivelmente até antes disso. O BBC HD foi lançado há alguns meses ainda com poucos títulos, e muitas repetições. Há um

Vocês entraram em um momento em que há uma nova regulamentação,

que obriga a exibição de conteúdo nacional nos canais estrangeiros. Como vão cumprir estas obrigações? Acho que é uma oportunidade fantástica de fazer parte deste mercado. Vamos cumprir a lei desde o primeiro momento. Começamos com aquisições, compramos a série “Recortes do Brasil”, do canal Futura. Vejo a BBC adquirindo bastante conteúdo e também trabalhando com produtores brasileiros, reproduzindo nosso estilo de conteúdo localmente, fazendo com que seja relevante para a audiência. Já estamos conversando com produtores, e pensamos em coproduzir também, com canais como o Futura. Há muito potencial. Podem um dia ter um commissioning editor no Brasil, alguém para desenvolver projetos localmente? Na medida em que crescermos e aumentarmos também a receita de publicidade, teremos mais orçamento para bancar produções locais. Mas temos que começar do começo. Acabamos de contratar Gareth Williams como VP de programação, é alguém muito próximo ao mercado latino-americano, viveu na Argentina por muitos anos, fazendo produções locais para toda a região. Acabou de lançar o “Dancing with the Stars” no Panamá, por exemplo. Seu segundo idioma é o português, não o espanhol, já morou e trabalhou no Brasil. Ele ficará baseado em Miami, cuidando de toda a produção local.

Crescimento internacional Em seu relatório anual, publicado no último dia 16 de julho, a BBC Worldwide apontou um crescimento de 5,4% nas receitas entre 2011 e 2012, com o faturamento saltando de 1,03 bilhão de libras para 1,085 bilhão de libras. O lucro antes de impostos foi de 104 milhões de libras, um crescimento de 13%. A empresa retornou para a BBC, sua única acionista, 216 milhões de libras no período. As vendas internacionais representam a maior parte do faturamento, tendo subido nove pontos percentuais no último ano. Elas representam hoje 64% das receitas. Os programas mais vendidos foram todos produções originais da BBC: “Top

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Gear”, “Doctor Who”, “Frozen Planet”, “Torchwood”, “Spooks”, “Sherlock”, “Planeta Terra” e “Mundo Natural”, cada um vendido para mais de cem mercados. Os mercados digitais aumentaram sua participação de 8% para 13% das receitas, com o aumento das vendas de programas para plataformas de VOD e SVOD (subscription video on-demand), como Netflix, Amazon e Hulu. Os 11 games lançados pela marca tiveram 3,5 milhões de downloads, e os programas on-demand foram baixados mais de 31 milhões de vezes em todo o mundo. O player de VOD iPlayer foi lançado em 16 mercados da Europa Ocidental, Canadá e Austrália.

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É muita sorte ter alguém que conhece o mercado muito bem, e também conhece a BBC muito bem. Ele estará sempre presente, vai buscar os talentos, levar rostos locais ao nosso canal. Estamos desenvolvendo agora o “Wild Brazil”, uma série de documentários de natureza em parceria com a Bossa Nova. Podemos usar vários personagens, especialistas locais que estamos entrevistando, para criar uma história paralela, com brasileiros na tela, falando português. O “making of” da série poderia ser uma produção local. Em quantos países estão com o canal? Quais as expectativas com o Brasil? No mundo atingimos 356 milhões de assinantes, em cerca de cem canais, e temos 43 feeds. O crescimento vem sendo grande desde que os canais foram lançados. Estamos em todos os continentes exceto a Antártica. Na América Latina começamos há cinco anos, em espanhol, com o Cbeebies e o BBC Entertainment. Sabíamos que tínhamos que estar no Brasil, mas no tempo certo e com o produto certo. O mercado brasileiro é muito difícil, e há muita competição pela distribuição de canais. O crescimento do HD marca esse momento certo para nós. É também muito importante no Brasil esse crescimento da classe média, que traz uma busca por conteúdos diferentes. Já há uma grande oferta de canais americanos, achamos que oferecemos uma opção diferente com um canal britânico, embora nosso conteúdo não seja exclusivamente inglês, mas sim com um apelo universal. Então não somos mais um competindo, achamos que trazemos uma coisa diferente. O Brasil é um mercado importante primeiramente porque as pessoas aqui são loucas por TV, e porque é uma história de crescimento empolgante, com a nova classe média ambiciosa, buscando programas interessantes de alta qualidade. 30

FOTO: marcelo kahn

( entrevista )

“Vamos trabalhar com produtores brasileiros, reproduzindo nosso estilo de conteúdo localmente.” Eu venho ao Brasil há muitos anos, desde bem jovem, como mochileira, e depois profissionalmente e testemunhei esta transformação. É um mercado no qual precisamos estar, fazer parte desta história. Vocês sempre desenvolveram programas de alta qualidade e portanto de grandes orçamentos. Com o crescimento de modelos como o VOD e o over-the-top, que geram menos receitas que a TV paga tradicional, será possível no futuro manter esse nível de investimento em produção? Estas são as grandes questões levantadas hoje por todos na indústria, não importa em que parte da cadeia de valor você se encontre. Eu mesma comecei como produtora e me defrontei com este tipo de pergunta. Nem todos entendem que esta é uma questão profunda, que é perceber que há um modelo econômico por trás de tudo, e que para qualquer inovação que se faça é preciso responder a esta questão, solucionar este quebracabeça: como você financia a produção de alta qualidade? Isso vale também para a indústria da música, os jornais, não só televisão. As pessoas esperam hoje da TV uma qualidade semelhante à do cinema. Outro motivo da minha visita aqui é que vou dar palestras para falar sobre a produção em

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3D, na qual estamos apostando muito. A atração da TV hoje passa pela qualidade da imagem, que está ligada diretamente ao investimento. O que fazemos globalmente como companhia é balancear os conteúdos pelos diferentes meios. Há muitas oportunidades de se atingir a audiência hoje em dia, e estamos em todas elas, no digital, nos games, apps, na TV. Procuramos equilibrar estas plataformas de forma que não prejudiquem umas às outras, e a forma de fazer isso é através do preço (cobrado pelo conteúdo em cada uma delas) e da não-exclusividade de conteúdos. A exclusividade de longo prazo te deixa preso a um modelo de negócios. Temos muitos parceiros ótimos, mas não podemos ficar amarrados a um futuro que ninguém sabe qual será. Temos que garantir que as receitas obtidas por nossos programas financiem a próxima geração de conteúdos, então estamos muito atentos à cadeia a de valor da produção, sem ignorar esta questão de fundo que você coloca. Na prática, como isso acontece? Não devemos ter medo do futuro. Temos por exemplo o nosso iPlayer (serviços de vídeo on-demand online da BBC), que é muito bom de usar, muito intuitivo e tem muito apelo junto ao público, mas não colocamos lá todo o nosso acervo. O conteúdo é escolhido editorialmente com muito cuidado de forma a ser complementar, e não canibalizar nossos outros canais. Foi um exercício pioneiro para aprendermos como navegar nesse mercado. Não é uma situação em “preto e branco”, não há respostas prontas. Precisamos respeitar os desejos do usuário. Ele quer portabilidade, conveniência, mas também qualidade, e é importante perguntar como financiar isso. Eles também querem marcas, marcas que reconheçam. Uma das questões desse futuro é como você introduz o novo.



(audiência - TV paga)

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e no mês de maio o SporTV manteve-se na frente no alcance entre pessoas acima de 18 anos – graças às fases finais de duas importantes competições (Copa Santander Libertadores e Copa Kia do Brasil) e aos amistosos da seleção brasileira com Dinamarca e Estados Unidos – foi entre o público de 4 a 17 anos que deu-se a maior mudança no ranking: o Discovery Kids pulou da terceira para a segunda posição, ocupando o lugar do Disney Channel. O canal teve um alcance de 14,13% entre o público desta faixa etária, um aumento em relação ao mês de abril – quando alcançou 13,96% do público. Isso representa um aumento de mais de 10 minutos no tempo médio diário (uma hora e 26 minutos, em comparação com a uma hora e 11 minutos de abril) e quase 10 mil indivíduos (488 mil frente aos 472 do mês anterior).

Foto: divulgação

Criançada entretida

“As Aventuras de Chuck e Amigos” liderou a audiência do canal no mês de maio. Entre os programas mais assistidos da emissora, os três principais destaques estrearam neste ano: “As Aventuras de Chuck e Amigos”, “Jelly Jamm” e “Milly e Molly”. E como são programas mais recentes e ainda contam com episódios novos na grade, acabam atraindo muitos espectadores. Mas, para André Rossi, diretor de programação do Discovery Kids, eles não são os únicos fatores responsáveis pelo aumento no alcance: atrações como

“Peixonauta”, no ar desde 2009, também garantem boa audiência. O programa foi o décimo mais assistido do canal durante o mês de maio. Para Rossi, outro motivo para o crescimento no mês de maio é a boa distribuição do canal: hoje em dia o Discovery Kids pode ser encontrado no pacote básico de qualquer operadora de TV por assinatura no país. Além disso, o hábito de audiência também contribui, uma vez que as mesmas crianças que assistem o canal durante a tarde chamam seus pais para assistirem junto durante o período noturno. “É um momento de convivência familiar bem rica, que gera uma audiência compartilhada”, afirma. O levantamento do Ibope Mídia considera as praças da Grande São Paulo, Grande Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Distrito Federal, Florianópolis e Campinas. Bruno Borin

Alcance* e Tempo Médio Diário – maio 2012

Alcance (%) Indivíduos (mil) Tempo Médio Total Emissoras Pay TV 44,70 5.711,46 02:23:07 Sportv 9,60 1.226,68 00:38:56 TNT 8,36 1.067,83 00:26:19 Multishow 8,32 1.063,46 00:18:55 Fox 8,20 1.047,65 00:32:14 Megapix 8,02 1.024,93 00:33:44 Viva 7,07 902,81 00:24:09 Globo News 6,80 869,27 00:25:40 Cartoon Network 6,64 848,75 00:44:12 Discovery Kids 6,56 838,08 01:06:35 Sportv 2 6,16 786,51 00:22:18 Space 6,14 784,18 00:30:18 Universal Channel 5,64 720,09 00:27:33 Discovery Channel 5,10 651,71 00:24:18 National Geographic 4,91 627,25 00:20:18 FX 4,71 601,44 00:23:58 Disney Channel 4,55 581,94 00:37:18 Warner Channel 4,46 569,51 00:27:00 GNT 4,28 546,94 00:13:40 Telecine Pipoca 4,24 541,55 00:39:02 Telecine Action 3,99 509,77 00:31:59

(Das 6h às 5h59)

Alcance (%) Indivíduos (mil) Tempo Médio Total Emissoras Pay TV 46,32 1.577,14 02:49:38 Cartoon Network 16,09 548,05 01:11:54 Discovery Kids 14,13 481,00 01:26:46 Disney Channel 13,74 467,79 01:02:36 Nickelodeon 9,89 336,64 00:54:46 FOX 8,45 287,60 00:37:05 Disney XD 7,33 249,72 01:00:39 Multishow 6,86 233,48 00:25:21 Megapix 6,75 229,81 00:34:50 TNT 6,57 223,84 00:24:08 Sportv 5,37 182,87 00:28:03 Space 4,41 150,22 00:28:22 Viva 3,97 135,13 00:21:33 Sportv 2 3,82 130,02 00:21:07 FX 3,64 124,01 00:28:29 Discovery Channel 3,54 120,70 00:22:26 Telecine Pipoca 3,53 120,06 00:35:13 Universal Channel 3,40 115,80 00:20:01 Boomerang 3,20 108,96 00:25:56 Warner Channel 2,99 101,73 00:22:05 Telecine Action 2,79 94,96 00:24:22

*Alcance é a porcentagem de indivíduos de um “target” que estiveram expostos por pelo menos um minuto a um determinado programa ou faixa horária.

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**Universo 3.404.700 indivíduos Fonte: IBOPE Media Workstation – Tabela Minuto a Minuto – Maio/2012

De 4 a 17 anos**

(Das 6h às 5h59)

**Universo 12.777.600 indivíduos

Acima de 18 anos**



ESPECIAL INOVAÇÃO

IPTV

POR Letícia Cordeiro

leticia@convergecom.com.br

No cenário de convergência tecnológica e de concorrência entre serviços e plataformas que vivemos, o lar vem se tornando o centro das atenções de operadoras de todos os tipos e origens. É neste contexto que publicamos este especial, que procura fazer um panorama do desenvolvimento das diferentes plataformas que circundam a casa digital do presente e do futuro. Da rede externa aos devices do usuário, da camada de tecnologia às opções de serviços. São estas redes, plataformas e tecnologias que moldarão a casa conectada dos próximos anos.

CAPACIDADE NÃO É TUDO

O

conceito de IPTV não é novo. Surgiu como forma de viabilizar as redes das operadoras de telecomunicações para a oferta de serviços de TV por assinatura e as primeiras operações comerciais datam de mais de dez anos. De lá pra cá, a plataforma evoluiu, bem como evoluíram as exigências do consumidor por serviços de TV paga. Basicamente, uma operação de IPTV converte o vídeo em bits a partir de um headend, e a transmissão do conteúdo de TV é feita diretamente pela rede IP da operadora. Para isso, claro, é pré-requisito uma rede de transmissão de dados de alta capacidade, e a fibra óptica direto na casa do cliente tem sido a escolha das operadoras para a oferta do serviço, embora existam soluções que otimizem as redes legadas de cobre para grandes velocidades, como VDSL e bonding VDSL. “Como numa operação de IPTV se transmite conteúdo de vídeo para muitos clientes a partir de um ponto centralizado, onde fica o headend, é como se cada cliente estivesse fazendo um streaming de vídeo de alta qualidade simultaneamente, e a rede de dados da operadora precisa suportar esse tráfego”, explica o diretor da área de tecnologias para uso doméstico da Motorola, Marcos Takanohashi. Mais que isso, a evolução dos serviços de TV paga, com a tendência de o conteúdo sair da tela da TV para outras telas, como computadores, tablets e smartphones, no conceito de TV everywhere, exige ainda mais das redes. O consultor de engenharia para services providers da Cisco, André Rodrigues, lembra que o Brasil é um mercado que busca aproveitar o que a tecnologia tem a oferecer. 3 4

BASKETMAN23/SHUTTERSTOCK.COM

IMPACTO DO IPTV NA ARQUITETURA DE REDE PASSA TAMBÉM PELA ESCOLHA DE UMA PLATAFORMA DE VÍDEO E MONTAGEM DO HEADEND, COM SOLUÇÕES DE DRM, PROCESSADOR DE VÍDEO E CONVERSOR DE CONTEÚDOS PARA DIVERSAS TELAS.

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“A população brasileira é jovem e nosso mercado busca novidades, não é engessado, e a TV everywhere é a evolução”. “Na Europa, há o caso de uma operadora em que 30% do conteúdo de vídeo assistido pelos usuários em casa já acontece em tablets”, revela o diretor de Tecnologia da Nokia Siemens Networks para América Latina, Wilson Cardoso. “Se imaginarmos um cliente usando simultaneamente um streaming ao vivo de um canal HD ou vídeo on-demand HD e ainda um streaming SD (standard definition) para um tablet, além da sua conexão banda larga de 10 Mbps, estamos falando de uma banda larga de 24 Mbps entregues na casa dele pela tele”, calcula André Rodrigues. A conta bate com a do diretor de inovação da Ericsson, Jesper Rhode, que calcula uma I N O VA Ç Ã O

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banda média de 2 Mbps a 3 Mbps para uma transmissão de canal SD e de 8 Mbps a 10 Mbps para um canal HD. Mas essa capacidade de rede é apenas a primeira parte do problema. O impacto do IPTV na arquitetura de rede de uma operadora de telecomunicações vai além. Passa pela escolha da plataforma de vídeo e pela montagem do headend com soluções de DRM, processador de vídeo e conversão do conteúdo para diversas telas. Como explica Rhode, o headend é o responsável por receber os sinais dos canais e conteúdos on demand diretamente dos programadores, por satélite e/ou fibra, processá-los, codificá-los, armazená-los em servidores e, então, distribuí-los na rede da operadora. “É a parte central para transmissão dos conteúdos e precisa se |

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Multi-telas É no headend que acontece a formatação dos conteúdos para múltiplas telas, com diferentes tamanhos e sistemas operacionais dos diversos dispositivos.”E cada operadora tem parâmetros distintos de tamanho, velocidade de streaming, tipo de set-top box e rede”, acrescenta Rhode. “O mesmo sinal é processado uma única vez dentro do headend e formatado para todas as telas, e o adaptive bit rate (ABR) tem sido cada vez mais adotado para conteúdos multiscreen”, detalha Rodrigues, da Cisco. O ABR é uma tecnologia que adapta o conteúdo à largura de banda disponível, com maior ou menor resolução de acordo com as condições de transmissão da rede e com o dispositivo do usuário, comumente utilizada por serviços over-the-top como o Netflix. Além da possibilidade de fazer de antemão a conversão de todos os conteúdos para as diferentes telas e armazená-los em servidores, operadoras podem optar também por uma técnica de codificação em tempo real, o que faria a conversão do conteúdo

comunicar com os mecanismos de gestão de capacidade e garantia de entrega na rede das operadoras”. Takanohashi, da Motorola, salienta que a quantidade de headends varia de acordo com a arquitetura de rede e modelo de negócios de cada operadora. “Há quem tenha apenas um headend, com infraestrutura redundante, e há quem utilize mais dois ou mais headends espelhados. A norte-americana Verizon, por exemplo, tem cinco headends regionais espalhados nos Estados Unidos para a oferta do FiOS, serviço de IPTV sobre sua rede nacional de fibra ótica”, cita Takanohashi. A vantagem de transmitir sobre a rede IP é que o processamento dos sinais pode ser feito em qualquer lugar. Na sua primeira demonstração de IPTV realizada em abril, a Oi, por exemplo, utilizou o headend que estava em Lisboa, da Portugal Telecom, acionista da operadora e entusiasta da tecnologia. A operação rodava no Rio de Janeiro, abastecida por sinais e processamento realizados do outro lado do Atlântico.

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para o determinado dispositivo apenas quando solicitado. “A operadora gasta mais com equipamentos, mas não precisa de tanto armazenamento e ainda têm a vantagem de ter o software atualizado a cada lançamento de novo player ou dispositivo”, pondera o executivo da Motorola. O acionamento e sequenciamento de solicitações de VOD e pay-per-view obedecendo a políticas de acesso condicional e digital rights management (DRM), por sua vez, acaba sendo realizado com base em regras geradas por um content management system (CMS) para um metadados integrado ao middleware, que é, por sua vez, quem controla o headend. O modelo de TV everywhere exigiu também a adoção de novas soluções de DRM e acesso condicional para proteger o conteúdo, evitando pirataria e implementando políticas de acesso e preço a diferentes tipos de vídeos. Embora o smartcard dos decodificadores de TV paga continue a desempenhar papel importante nos sistemas de acesso condicional, para

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ESPECIAL INOVAÇÃO

IPTV

Interatividade O grande diferencial competitivo da plataforma de IPTV sempre foi a promessa de interatividade, uma vez que a transmissão do vídeo se dá sobre o protocolo IP em uma plataforma convergente, característica esta 3 6

“Dentro de três a cinco anos, funcionalidades de interface com o usuário ficarão embutidas em aplicativos para TVs conectadas ou consoles de games.”

FOTO: ARQUIVO

liberar o acesso em tablets, computadores, smartphones e até mesmo diretamente em TVs conectadas ou consoles de games, o uso do DRM passou a ser necessário, e esse controle passou a ser decodificado diretamente pelo aplicativo ou player de vídeo utilizado pelo dispositivo tudo via software. “Uma tendência que verificamos é de cada vez mais a inteligência dos set-top boxes migrar para a nuvem, bem como o media data center e o armazenamento de conteúdos. Isso diminui o custo operacional para os provedores de serviço, que não precisariam mais investir em caixas para serem entregues ao usuário em sistema de comodato, dá escala e permite o deployment de novos serviços de forma mais rápida”, conta Rodrigues. Essa também é a visão do executivo da Ericsson: “Dentro de três a cinco anos, funcionalidades de interface com o usuário ficarão embutidas em aplicativos baixados para TVs conectadas ou consoles de games e será possível baixar o aplicativo de IPTV de uma operadora sem adquirir um set-top box”, prevê Rhode. Outro conceito que vem sendo amplamente adotado por provedores de TVs por assinatura são as redes de distribuição de conteúdo (do inglês content delivery networks – CDNs), mais especificamente para conteúdos on-demand (VOD). As CDNs são um conjunto de servidores espalhados pela rede que fazem o caching (cópia e armazenamento local) dos conteúdos mais solicitados pelos usuários, melhorando a experiência dos clientes ao reduzir a latência na entrega do vídeo e economizando no uso de recursos de rede para os provedores. “É um conceito que veio da Internet, muito utilizado por provedores como Google ou UOL e que passou a ser utilizado pela maioria das operadoras europeias e asiáticas para atender a demanda gerada pelos serviços de vídeo on-demand e TV everywhere”, lembra Takanohashi, da Motorola. “Sem uma CDN, qualquer solicitação do usuário teria que percorrer todo o caminho da ponta do cliente ao headend da operadora”, complementa Rodrigues.

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Jesper Rhode, da Ericsson

chamadas para voice email e interatividade com redes sociais. Conteúdos e serviços de experiência estendida em uma segunda tela de um tablet, por exemplo, complementando o que está sendo assistido na tela principal da TV da sala, é uma nova tendência que começa a ser explorada por operadoras de TV por assinatura. “São resumos da história, informações adicionais, makingof, tabelas de campeonatos etc na tela do ‘companion device’. São novas funcionalidades que podem ser exploradas sem alterar o layout dos conteúdos ou poluir a tela da TV”, diz Rodrigues, da Cisco. O executivo acrescenta que junto ao conceito de experiência estendida poderá chegar também ao mercado o target advertisement, propagandas dirigidas ao usuário de acordo com o conteúdo sendo acessado e o dispositivo sendo usado pelo cliente. “Se entra o comercial de uma rede de pizzarias no intervalo da novela, por exemplo, a tela do tablet pode mudar para uma página da pizzaria com uma promoção indicando a localização do restaurante mais próximo ou, se for o comercial de uma rede de supermercados, com base no histórico de consumo do cliente, colocar promoções de produtos de que ele gosta. É uma nova fonte de receitas para a operadora e algo de grande valor para o usuário”, avalia Rodrigues, ressaltando, contudo, que a oferta de publicidade dirigida no mercado brasileiro exige integração da plataforma de TV com sistemas de business intelligence integrados ao CRM e que isso deve acontecer apenas no médio prazo, de dois a três anos. “Não por causa da tecnologia, mas porque é algo que mexe com toda a cadeia da indústria, do anunciante e agência de propaganda ao provedor de serviço, e é preciso tempo para desenvolver um modelo de negócios”, conclui.

que se não bem explorada pode fadar a tele a não obter o sucesso esperado. “É o grande diferencial. A operadora não pode ser apenas um pipe de acesso, precisa agregar valor para competir, e o provedor que terá mais sucesso no mercado será aquele com mais aplicativos e maior oferta de interatividade”, avalia o SDP & Prepaid Business Development da Oracle, Célio Rosa. Takanohashi, da Motorola, concorda: “Como na telefonia móvel, não existe um killer application para IPTV, não existe um único aplicativo mágico. O que vai diferenciar uma operadora é uma oferta ampla de vários serviços em cima da plataforma, a capacidade de rodar aplicativos e games, por exemplo”. Aplicações de interatividade podem ser desenvolvidas e armazenadas em um SIP Server, que por sua vez interage com a plataforma de IPTV. “Com aplicações rodando em um SIP Server, uma operadora que ofereça IPTV pode dar interatividade para que o usuário que esteja vendo um filme o pause para atender a uma chamada telefônica

As CDNs são servidores espalhados pela rede que reduzem a latência e economizam recursos de rede. direto pela TV e depois retorne à sua programação”, exemplifica Rosa. Segundo ele, a Oracle trouxe ao Brasil parceiros que desenvolvem widgets para operadoras de IPTV e já há teles no País e na América do Sul preparando lançamentos de aplicativos para envio de mensagens, desvio de I N O VA Ç Ã O

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especial Inovação

Wi-Fi

por Fernando Paiva

fernando.paiva@convergecom.com.br

Residências wireless Tecnologia Wi-Fi é predominante em redes domésticas, mas base de roteadores do Brasil ainda é antiga e precisará mudar com a chegada de ofertas de banda ultralarga. Christos Georghiou/ oly5 / shutterstock.com

A

conexão à Internet está se tornando parte da infraestrutura básica de qualquer residência, tal como água, luz, gás e esgoto. Se dez anos atrás a família brasileira de classe média se contentava com um único ponto de acesso em casa, para conectar um PC de uso coletivo, a necessidade agora é outra. Há uma quantidade cada vez maior de dispositivos capazes de acessar a Internet dentro de casa, como celulares, tablets, laptops e TVs, o que torna fundamental ter uma rede que cubra toda a residência. Calcula-se que uma família de classe média brasileira tenha em média seis dispositivos conectados em seu lar atualmente e a tendência é de que esse número cresça exponencialmente nos próximos anos. A melhor opção tecnológica para suprir essa necessidade tem sido o Wi-Fi. O padrão vem se aprimorando nos últimos anos, mas a base de roteadores brasileiros é relativamente antiga e o usuário ainda não aprendeu a lidar com problemas tais como a interferência de sinal e obstáculos que reduzem a cobertura. A preferência pelo Wi-Fi para redes domésticas se deve a uma combinação de vários fatores, dentre os quais se destacam a queda no preço dos roteadores ao longo da última década, em função do ganho de escala em sua produção, e a comodidade de não precisar furar paredes e passar novos fios pela casa. Soma-se a isso o fato de as operadoras de banda larga fixa terem passado a distribuir modems com Wi-Fi embutido. Essa conjunção de pontos positivos reflete em números: estima-se que em 2011 foram vendidos 2,2 milhões de roteadores Wi-Fi no Brasil para redes

consumidores não sentiram ainda necessidade de troca, o que só acontece em caso de defeitos ou de demanda por conexões mais rápidas. Mais da metade dos roteadores Wi-Fi domésticos em atividade no Brasil opera no padrão 802.11g, que alcança uma velocidade de 54 Mbps no máximo. A indústria, contudo, começa a forçar um novo passo. A Linksys, braço de redes domésticas da Cisco, há mais de um ano só vende produtos com o padrão 802.11n, o mais novo da família Wi-Fi, cuja velocidade varia de 150 Mbps a 450 Mbps, dependendo do chipset, e ainda pode ter a capacidade dobrada se o produto operar em duas frequências simultaneamente (2,4 GHz e 5 GHz). Gradativamente, os dispositivos eletrônicos com Wi-Fi começam a aderir ao novo padrão. A maioria dos novos modelos de laptops e smartphones já são compatíveis com 802.11n: é o caso, por exemplo, do Samsung Galaxy S III, do iPhone 4S e do Sony Xperia S. Por muito tempo, a velocidade Wi-Fi esteve bem acima daquela provida pela banda larga fixa, o que consistia em mais um motivo para que o consumidor não trocasse seu roteador. Agora, contudo, o padrão 802.11g e sua limitação a 54 Mbps começa a ser um gargalo frente às

domésticas, volume quase 50% maior que o registrado no ano anterior (1,5 milhão). E em 2012 espera-se um crescimento de 20%, com cerca de 2,5 milhões de unidades comercializadas. O número só não é maior porque o ciclo de vida desse produto é relativamente longo. Enquanto as pessoas trocam de celular a cada dois anos e de TV a cada quatro, o roteador Wi-Fi costuma ser mantido por mais de cinco anos. Como a Wi-Fi Alliance exige que todo novo padrão criado seja compatível com os anteriores, muitos

“São dois os desafios básicos: a proliferação de dispositivos e o aumento do consumo de banda.” Maurício Gaudêncio, da Cisco 4 0

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ofertas de banda ultralarga que surgem no mercado brasileiro, com velocidades que alcançam até 100 Mbps. Nesses casos, é preciso um roteador no padrão 802.11n. “São dois os desafios básicos: a proliferação de dispositivos e o aumento do consumo de banda. Antes as pessoas apenas navegavam na web em casa, agora assistem a vídeos de alta definição. Em dois anos, 80% do tráfego da web no mundo será vídeo”, comenta Maurício Gaudêncio, gerente de produtos da Cisco. Para muitos especialistas, a quantidade de conexões em um mesmo roteador não seria um problema da tecnologia em si, pois o limite teórico é alto. Mas, na prática, dependendo das configurações do equipamento, há reclamações de muitos consumidores sobre limitações de conexões simultâneas. Desenhando a rede A qualidade do acesso à Internet vem

“Por enquanto, automação residencial no Brasil é para ricos.” Maurício Takayanagi, da TIM

ganhando tamanha importância que já existem residências de alto padrão com redes melhores que muitas empresas. “Instalamos uma rede de 40 pontos de acesso Wi-Fi na casa de uma atriz que mora em um triplex nos Jardins, em São

Paulo. A casa dela é toda conectada”, relata André Queiroz, diretor do mercado de empresas para América Latina da Ruckus Wireless. Depois de implementar uma rede corporativa, é comum o presidente da empresa cliente solicitar os serviços para a sua residência, conta Queiroz. O exemplo do triplex nos Jardins, porém, é uma exceção. A maioria das redes Wi-Fi domésticas no Brasil é instalada pelos próprios usuários sem qualquer estudo prévio do espaço para escolher a melhor localização para o roteador. Vários obstáculos, como paredes, tubulações e até aquários atrapalham a propagação do sinal, gerando áreas de sombra dentro de casa. Há quem recorra a repetidores de sinal,


especial Inovação

Pavel Ignatov / shutterstock.com

Wi-Fi

mas Queiroz, da Ruckus, condena: “instalar um repetidor de sinal é como botar um band-aid para compensar o problema de um roteador deficiente. O certo é escolher o AP (access point) adequado para cada situação”. Como nem todo mundo pode pagar por uma consultoria em Wi-Fi, a Linksys está relançando um modelo de repetidor de sinal para o mercado residencial brasileiro. Há também quem proponha a combinação de Wi-Fi e Powerline Communications (PLC) para garantir a cobertura de uma casa inteira. A solução, conhecida como Wi-Fi híbrido, consiste em ligar o roteador a um plugue especial, que se conecta a uma tomada próxima, injetando o sinal na rede elétrica residencial, que é captado em outro cômodo, por outro plugue, que funciona também como um pequeno roteador Wi-Fi. Essa solução é popular na Europa, conta Hélio Oyama, gerente sênior de desenvolvimento de negócios da Qualcomm, que fabrica chipsets PLC para esses equipamentos. Oyama acredita que neste segundo semestre uma empresa comece a fabricar esses plugues PLC no Brasil. Outro desafio enfrentado pelas redes Wi-Fi domésticas é a interferência no sinal. Ela pode ser causada por aparelhos que trabalham na mesma frequência de 2,4 GHz, como telefones sem fio, microondas e transmissões via Bluetooth, ou pelos roteadores dos vizinhos. Se estiverem

“No futuro será possível até mesmo gerenciar a validade dos produtos dentro da geladeira.” Demétrio Gatos, da Linksys

Casa conectada As redes Wi-Fi caminham para atender a uma gama cada vez mais vasta de aparelhos dentro de casa. Celulares, tablets, laptops, TVs e videogames já são conexões triviais. Com o barateamento do chipset Wi-Fi, diversos outros eletrodomésticos sairão de fábrica capazes de se conectar à Internet. “Em breve, vamos conseguir comandar remotamente a geladeira: checar sua temperatura, verificar se a luz está funcionando ou se a porta ficou aberta... No futuro será possível até mesmo gerenciar a validade dos produtos dentro da geladeira”, prevê Demétrio Gatos, gerente de território Brasil da divisão de redes domésticas da Cisco, responsável pelos produtos da marca Linksys. Por sinal, a Cisco tem um acordo internacional com a Whirlpool para incluir conectividade Wi-Fi nos eletrodomésticos da fabricante, dona das marcas Brastemp e Consul no Brasil. Outros utensílios residenciais, como fechaduras, cortinas e interruptores de luz já podem ser controlados remotamente, através de soluções de automação

configurados para funcionar no mesmo canal, há um disputa por banda entre os devices conectados às duas redes. “O maior problema do Wi-Fi residencial é o excesso de cobertura”, comenta Gaudêncio, da Cisco. Uma solução é experimentar a troca de canal do roteador. Em 2,4 GHz, o Wi-Fi trabalha com três canais diferentes. Outra saída é experimentar a frequência de 5 GHz, presente em alguns roteadores. Essa faixa costuma ser menos congestionada que aquela de 2,4 GHz, sendo mais adequada para videoconferências e VoIP. O problema é que há poucos dispositivos no mercado capazes de operar nela. A grande maioria funciona apenas em 2,4 GHz. O ideal, segundo Queiroz, da Ruckus, é mesclar o uso das duas frequências.

Os diferentes sabores de Wi-Fi Alcance indoor médio

Velocidade

Frequências

802.11a

30 metros

54 Mbps

5 GHz

802.11b

30 metros

11 Mbps

2,4 GHz

802.11g

40 metros

54 Mbps

2,4 GHz

802.11n

70 metros

154 Mbps ou 300 Mbps (dependendo do chipset), podendo dobrar a capacidade se usada banda dupla

2,4 GHz e 5 GHz

802.11ac*

Tecnologia em desenvolvimento

Acima de 1 Gbps dependendo da combinação de canais e antenas, ou até 500 Mbps por conexão

2,4 GHz e 5 GHz

* Tecnologia em processo de padronização.

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>> residencial. Entusiasta de novidades tecnológicas, o presidente da TIM Fiber, Rogério Takayanagi, instalou um sistema desses em sua casa, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Pelo seu smartphone, controla tudo o que acontece em sua residência, mas admite que as soluções disponíveis ainda não são amigáveis o suficiente para o usuário comum, além de caras. “Por enquanto, automação residencial no Brasil é para ricos”, reconhece. O executivo sugere que um dos caminhos pode estar na combinação entre os setores de telecomunicações e energia, com serviços para gerenciar à distância a melhor hora para ligar eletrodomésticos de alto consumo, como lava-roupas, de acordo com a variação do preço da eletricidade ao longo do

dia. Atualmente o preço diferenciado em horários de pico é praticado em poucos países e geralmente restrito a clientes industriais. Com a chegada de medidores inteligentes, a prática logo será estendida para o consumidor residencial e será necessária uma conexão à Internet para gerir os aparelhos dentro de casa. Nesse contexto de casa conectada, “o roteador Wi-Fi é o coração da rede doméstica”, compara Gatos, da Cisco/ Linksys. E o consumidor se torna uma espécie de gerente de TI residencial, controlando à distância não apenas os eletrodomésticos de sua casa, mas a rede local por completo, definindo filtros de navegação na web, priorização de tráfego ou mesmo bloqueando o acesso de determinados produtos, como o videogame na hora do dever de casa.

Wi-Fi e a indústria de telecom tradicional As grandes operadoras de telefonia fixa brasileira estão começando a oferecer acessos residenciais de altíssima velocidade, graças a investimentos pesados em fibra óptica, que, em alguns casos, vai até a casa do cliente. O mais novo player nesse mercado é a TIM, através de sua subsidiária TIM Fiber, cujo lançamento comercial está previsto para setembro no Rio de Janeiro e em São Paulo. Seu presidente, Rogério Takayanagi, sabe da importância do Wi-Fi para as residências atuais. Por isso, os modems da TIM virão com roteador Wi-Fi embutido, a exemplo do que já fazem as outras operadoras. “Daqui a cinco anos, quando o acesso acima de 30 Mbps se popularizar, tudo será processado na nuvem. Teremos jogos massivos, TV não linear etc. Quando esse dia chegar, é preciso ter uma infraestrutura fortíssima”, prevê Takayanagi. Fabricantes tradicionais de redes móveis também estão atentos à popularização do Wi-Fi, até porque percebem a demanda por parte das operadoras celulares, cujos planos de negócios agora incluem redes públicas de Wi-Fi para desafogar o espectro usado em 3G e 4G. “A Ericsson vê o Wi-Fi como uma tecnologia complementar à móvel, ideal para ambientes indoor, mas não limitado ao residencial, podendo ser adotada em qualquer lugar com grande densidade de dados”, descreve Margarete Iramina, diretora de desenvolvimento de negócios de banda larga móvel da Ericsson para América Latina. A fabricante sueca lançará ainda este ano uma picocélula (antena celular de

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pequeno porte) com Wi-Fi embutido, para teles móveis. No futuro, essa tecnologia vai se tornar um “item de série” em novas antenas celulares, prevê Margarete. No Brasil, todas as teles estão investindo em redes públicas Wi-Fi, com destaque para a TIM, que promete construir 10 mil hotspots até o fim do ano, e a Oi, que adquiriu a Vex e fechou acordos para roaming internacional via Wi-Fi. “O futuro será de redes heterogêneas, meio 3GPP, meio Wi-Fi”, comenta Margarete, da Ericsson. Segundo a executiva, caberá ao core do sistema da operadora direcionar automaticamente o usuário para a rede que estiver mais livre, quando houver cobertura de ambas. A Qualcomm, fabricante de chipsets para celulares e smartphones, por sua vez, criou uma plataforma para a comunicação direta via Wi-Fi entre dispositivos variados, chamada “AllJoyn”, já prevendo o padrão 802.11ac, para conexões em altíssimas velocidades (como streamings de vídeos HD). Com SDK (software development kit) gratuito, a “AllJoyn” permite a desenvolvedores elaborarem aplicativos móveis multiplayer cuja interação é feita via Wi-Fi, sem a necessidade de um roteador. As primeiras experiências são com aplicativos para smartphones e tablets, como um para ser usado entre professores e alunos em sala de aula, para compartilhamento de conteúdo das classes. Nada impede, contudo, que a plataforma venha a ser adotada mais à frente para a comunicação entre eletrodomésticos variados e smartphones.

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Prontas para a briga

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ançado ainda em meados da década de 90, a primeira versão do padrão de banda larga DOCSIS, criado pela Cable Labs (que reúne fabricantes de equipamentos e operadoras nos EUA), permitiu que as prestadoras de TV a cabo pudessem oferecer acesso banda larga de até 2,5 Mbps a seus clientes sobre as redes híbridas de fibra ótica e cabo coaxial (HFC, na sigla em inglês). Naquela época, o ADSL era apenas uma promessa teórica, e o padrão da indústria de telecom para Internet residencial era o acesso discado. O DOCSIS 1.0 possibilitou a interoperabilidade não apenas entre os diversos fabricantes de cable modems, mas também dos CMTS (Cable Modem Terminal System), que são os equipamentos de rede que ficam nas centrais (headends) das redes de cabo. De lá pra cá, as redes HFC continuaram evoluindo. Primeiro, com a introdução de requisitos de qualidade de serviço (QoS) e políticas de segurança com a versão DOCSIS 1.1, ainda em 1999, como lembra o diretor de home da Motorola Brasil, Marcos Takanohashi. Em dezembro de 2001, foi liberada a versão do DOCSIS 2.0, que incluiu novas modulações de upstream, com ATDMA e SCDMA, o que possibilitou um aumento de oferta de banda de 2,5 Mbps para até 37 Mbps. Em agosto de 2006 o CableLabs certificou a versão DOCSIS 3.0, que teve foco no aumento de banda de downstream, com a introdução do Downstream Channel Bonding. A inovação permitiu oferecer, dependendo da quantidade de canais disponíveis, velocidades de 300 Mbps e, buscando simetria e foco no mercado corporativo, o DOCSIS 3.0 também possibilita a combinação dos canais de upstream por meio do Upstream Channel Bonding, com velocidade de até 400 Mbps. A evolução, entretanto, não aconteceu apenas nos padrão DOCSIS. Abrangeu a rede das operadoras de TV a cabo como um todo, da arquitetura, com nós de fibra cada vez menores, atendendo a menos residências e aproximando a fibra da casa do usuário, à 4 4

Piotr Malczyk / shutterstock.com

Evolução das redes HFC garante às operadoras de cabo condição de brigar pelos clientes de alta velocidade e serviços convergentes e com investimento inferior a quem está instalando FTTx.

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modem no elemento de rede, é possível chegar a 1 Gbps”, garante. Essa é a aposta das operadoras de cabo para enfrentar as velocidades que as teles oferecerão com o acesso por fibra. A parte óptica das redes HFC, construídas inicialmente com capacidade máxima de 55 canais, totalizando 330 MHz, passou a oferecer progressivamente 550 MHz, 750 MHz e, atualmente, pode chegar a ter banda de 1 GHz no downstream. “No upstream também houve mudanças: de 30 MHz para 42 MHz e, a seguir, para 85 MHz”, conta o executivo da Motorola. Essa mudança é fundamental para enfrentar a demanda cada vez maior por uma Internet banda larga simétrica, ou seja, com grande fluxo também a partir dos conteúdos de vídeos e fotos gerados pelos usuários. Gradualmente, as operadoras começaram a digitalizar suas redes e, onde antes na canalização analógica a proporção era um canal de frequência de 6 MHz para um canal de TV, passou a ser de até dez sinais de TV para cada bloco de 6 MHz. “Com a digitalização, pudemos ampliar não apenas a quantidade de canais ofertados, mas também

canalização de frequências e menor quantidade de amplificadores de sinal. Uma rede HFC é subdividida em canais de 6 MHz, e cada um deles, antes ocupados apenas para transmissão de um sinal de um canal de TV por assinatura, a partir da versão DOCSIS 2.0, passou a transmitir um canal de dados com velocidade de até 37 Mbps. “Mas essa capacidade era compartilhada entre todas os assinantes das residências da área atendida por um nó ótico, que inicialmente podia chegar a ter até 4 mil domicílios”, lembra o gerente de desenvolvimento de negócios da Cisco, Flávio Simoni. “Agora, com o DOCSIS 3.0, é possível sintonizar vários canais de 6 MHz com 37 Mbps cada em um único cable modem. Hoje usamos cable modems com chipsets capazes de juntar até oito canais e podemos chegar a velocidades de cerca de 300 Mbps por nó”, explica o diretor de produtos e serviços da Net Serviços, Marcio Carvalho. “Já estamos testando chipsets de 16 canais que chegam a velocidades de 600 Mbps. Há chipsets de 32 canais sendo desenvolvidos e, com equipamentos que agregam mais de um

Melhorias envolvem nós de fibra cada vez menores, canalização otimizada e menos amplificadores de sinal. I n o va ç ã o

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especial Inovação

redes hfc

“Os amplificadores ainda são necessários, já que arquiteturas em N+0, com fibra direto na casa do usuário (FTTH), ainda têm um custo muito elevado.”

aumentar a velocidade de banda larga e incluir novos serviços, como alta definição e vídeo on-demand”, conta Carvalho, da Net. Nós Os nós de fibra ótica foram sendo diminuídos também paulatinamente para atender à demanda por banda e novos serviços. “Atualmente, são raras as arquiteturas N+5 (nó óptico mais cinco amplificadores de RF), com nós ópticos de até 4 mil casas passadas (homes passed), e é comum vermos nós segmentados de 2 mil, 1 mil ou 500 homes passed”, comenta Takanohashi. “Em 1999 chegamos a ter nós de 4 mil homes passed, mas a banda larga e os novos serviços como o Now exigiram que fôssemos quebrando cada vez mais esses nodes, colocando novas CMTS conforme a demanda surgia, e hoje estamos trabalhando com nodes de 500 residências ou até mesmo de apenas 250 homes passed em alguns casos”, revela Carvalho, da Net, que tem hoje quase 100% de sua rede com suporte ao DOCSIS 3.0. Takanohashi, da Motorola, explica que a segmentação de nó óptico pode ser feita em 2x ou 4x, com ou sem adição de fibra ótica se utilizadas técnicas de multiplexação (DWDM, por exemplo). E, na medida em que diminui o tamanho dos nós de rede, com a fibra cada vez mais perto do usuário, diminui também a extensão dos cabos coaxiais e a necessidade de amplificadores de radiofrequência em cascata. Numa arquitetura com N+5, por exemplo, como a distância entre a fibra e a casa do usuário pode ser bastante extensa, é preciso usar amplificadores de radiofrequência em cascata para fazer o sinal dos canais de TV chegar até o assinante. “Com DOCSIS 2.0, era muito comum redes coaxiais muito longas, com três (N+3) ou quatro (N+4) amplificadores em sequência para fazer o sinal menos fraco”, explica Simoni, da Cisco. “Com o DOCSIS 3.0, a operadora pode oferecer a mesma capacidade de rede para até quatro vezes menos residências usando apenas um amplificador (N+1). Esse é o estágio em que estamos hoje”, pontua Simoni. O executivo da Motorola acrescenta ainda que a evolução na parte coaxial está relacionada ao aumento de banda passante e de tecnologias de amplificação, como o Arseneto de Gálio (GaAs) ou, mais recentemente, o Nitrato de Gálio (GaAn), por meio dos quais se obtém melhores 4 6

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Marcos Takanohashi, da Motorola percebido pelo cliente. As redes FTTH estão oferecendo 100 Mbps e a rede HFC consegue oferecer essa velocidade e não apenas para o topo da pirâmide, onde as redes de fibra das teles estão sendo construídas”, avalia. Mais que isso, Simoni cita que o levantamento VNI da Cisco estima uma taxa média de velocidade de 4,3 Mbps na América Latina, média esta que deve ser de 12 Mbps na região em 2016. “Em 2016, apenas 3% das conexões mundiais estarão em 100 Mbps e acreditamos que na América Latina as redes HFC poderão atender bem a demanda por banda larga pelos próximos 10 ou 15 anos”, estima. “Não temos dúvidas de que a fibra é o futuro, mas hoje a distribuição de canais de TV no coaxial é mais econômica e a migração das redes HFC para FTTx será gradativa e de nicho, apenas alguns clientes vão requerer 1 Gbps de velocidade”, diz. No roadmap das redes HFC já está sendo desenvolvido o DOCSIS Provisioning of EPON, que é a evolução da rede HFC para oferecer banda larga sobre fibra utilizando o mesmo CMTS que entrega banda larga sobre a rede coaxial. “Com a inserção de um cartão no CMTS, será possível oferecer tanto banda larga via cable modem quanto via fibra num mesmo sistema de provisionamento. É a nova fronteira e deve estar disponível comercialmente já em 2014”, diz o executivo da Cisco. Outro impulso para a adoção de fibra direto na casa do usuário por parte das operadoras de TV a cabo virá com a evolução necessidade por serviços on-demand de vídeo, como o próprio VOD e aplicações de catch up TV, start over e TV everywhere. “Esses serviços unicast darão início à migração dos set-top boxes atuais de TV a cabo para caixas híbridas com IPTV, até que a própria TV a cabo evolua para IPTV sobre DOCSIS”, prevê Simoni.

performances e maiores níveis de saída. O resultado é a redução do número de ativos por células. “A evolução após a segmentação máxima em 4x seria a solução em Fiber Deep, na qual um nó óptico pode ser colocado em lugar de um amplificador óptico, reduzindo a cascata de RF e a fibra, chegando mais próxima ao cliente final”, exemplifica Takanohashi. Custo/benefício Para a Motorola, a arquitetura N+1 ainda é a melhor opção para operadoras de TV a cabo se considerada a relação custo/ benefício. “Os amplificadores ainda são necessários, já que arquiteturas em N+0, com fibra direto na casa do usuário (FTTH), ainda têm um custo muito elevado”. Carvalho, da Net, concorda: “A grande vantagem do HFC é que é uma rede multisserviço com capacidade de evoluir permanente e gradualmente. Tudo o que a gente vai fazendo é aos poucos, chegando com a fibra cada vez mais perto da casa do

Serviços unicast darão início à migração dos set-tops de TV a cabo para caixas híbridas com IPTV, até que evolua para IPTV sobre DOCSIS. usuário conforme a demanda e sem precisar gastar R$ 2 mil reais para chegar à casa do cliente, como é o caso de quem está instalando FTTH”, resume. A opinião de Simoni, da Cisco, segue a mesma linha: “É uma questão de valor I n o va ç ã o

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Letícia Cordeiro |

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por Fernando Lauterjung

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A ponta final

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os últimos dois anos as smart TVs evoluíram como plataforma de conteúdo, seja ele em vídeo ou games e aplicativos, e ganharam espaço de destaque nos lares conectados. As residências que contam com uma rede de dados para distribuição interna de conteúdo já têm na ponta final destas infraestruturas as TVs conectadas, ou pelo menos TVs com outros dispositivos que dão a elas as funções de smart TVs, como as versões mais avançadas de blu-ray players ou set-top boxes criados para esta função. Para alavancar as vendas de equipamentos e tornar as plataformas relevantes o suficiente para disputar uma fatia do bolo publicitário, fabricantes apostam sobretudo em conteúdos em vídeo. Além disso, equipam os televisores com funções inteligentes, dando a eles um papel importante na automação e controle do lar. O que vai trazer público às smart TVs são os conteúdos de vídeo, sobretudo da própria programação de TV, diz Luis Bianchi, gerente de smart TVs na TP Vision (Philips). Para ele, a disputa entre as locadoras virtuais que está em andamento no Brasil é positiva para as plataformas de TVs conectadas. Desde a chegada da Netflix, as duas concorrentes nacionais NetMovies e SundayTV, do Terra (principalmente esta última), ampliaram muito seus acervos. “Precisamos ter mais conteúdos da TV aberta”, diz o executivo. Segundo ele, há países, como a Alemanha, onde a totalidade dos canais abertos levaram seus conteúdos às smart TVs, em um modelo de catch-up TV, e encontraram com sucesso um modelo de retorno de investimentos. Marcelo Varon, gerente de network business - TV product marketing da Sony, concorda que o conteúdo em 4 8

foto: divulgação

Os televisores tornam-se o equipamento mais nobre das casas conectadas. Estas plataformas estão abrindo a possibilidade de inovação em conteúdos.

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também poderá ser feito através de smartphones”, adianta.

O conteúdo em vídeo é o que vai trazer os consumidores para as TVs conectadas.

Aberta Apesar da ansiedade dos fabricantes, as apostas dos canais brasileiros nas smart TVs ainda são modestas. O SBT foi o primeiro a entrar nas plataformas, sem um modelo de negócios, em uma iniciativa para “fincar sua bandeira” e observar como a plataforma se desenvolve. Na sequência veio a Band, com seus principais conteúdos disponíveis sob demanda. Também o canal Esporte Interativo conta com aplicativo de VOD nas plataformas de smart TV, bem como o streaming de sua programação ao vivo. Em entrevista publicada na edição de abril de Tela Viva, o diretor-geral de engenharia da TV Globo, Fernando Bittencourt, afirmou que, no futuro, deve haver uma Globo On-Demand nas TV conectadas. “As TVs com banda larga abrem uma janela para a TV, que até então só exibia conteúdos lineares. A TV poderá oferecer conteúdo sob demanda. É algo muito revolucionário”, disse. A chegada do conteúdo da Globo nestas plataformas, no entanto, não deve ser

vídeo é o que vai trazer os consumidores para as TVs conectadas. Esta é a grande aposta da Sony desde o início. A fabricante tem aplicativos da plataforma Opera disponível em suas TVs, mas é o conteúdo em vídeo o destaque. Além das locadoras virtuais e canais presentes em outras plataformas, a Sony oferece um serviço exclusivo, o Crackle, com conteúdo da Sony Entertainment. Marcelo Natali, gerente de conteúdo smart TV da Samsung, conta que a fabricante aposta em nichos para valorizar sua plataforma. Um exemplo é o Kids Home, que reúne conteúdos diversos para crianças. A grande novidade é que os pais conseguem gerenciar o que os filhos podem assistir e quando, recebendo relatórios de uso da plataforma. Além disso, é possível disponibilizar conteúdos “prêmio”, para quando os filhos cumprem com as suas obrigações. “Em breve, este controle I n o va ç ã o

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“Precisamos ter mais conteúdos da TV aberta.”

foto: ARQUIVO

em curto prazo. Segundo Bittencourt, “para isso acontecer, não é trivial. A rede de banda larga precisa evoluir muito. Temos que harmonizar as interfaces dos fabricantes”. Além disso, para que surjam modelos de negócios, baseados em publicidade ou em cobrança, o ecossistema precisa se equilibrar. “Vamos nos preparar para oferecer conteúdo com qualidade neste mundo. Começa com qualidade para atender PCs e tablets, mas pensando no futuro na TV em HD. Não sei quantos anos vai levar. Nos caso dos devices portáteis e PCs, começa ainda este ano”, disse o diretor. Apps A chegada de dois gigantes nas plataformas de aplicativos para smartphones e tablets fez com que os fabricantes corressem atrás de um modelo para proteger suas plataformas. Embora a Apple não conte com uma plataforma de aplicativos para a sua Apple TV, a caixa é um importante concorrente às TVs conectadas por sua forte plataforma de VOD em modelo transacional, o iTunes, e as funções de compartilhamento de conteúdo no lar. Já o Google deve desembarcar no Brasil com sua Google TV pelas mãos da Sony. A fabricante confirma que seu modelo chega até o final deste ano. O dispositivo permite ao usuário acessar uma ilimitada quantidade de conteúdos e informações da Internet por meio de seu televisor. Através do Google Play, é possível acessar centenas de aplicativos

Luis Bianchi, da TP Vision anunciados no site da Smart TV Alliance no momento oportuno. Fabricantes japoneses de TV devem aderir também. A aliança deve trazer uma redução de custos e tempo para desenvolvimento, uma vez que os programadores não precisarão realizar testes em diferentes plataformas. Para Luis Bianchi, da TP Vision, a plataforma é importante para permitir que os desenvolvedores de aplicativos possam explorar os modelos de TVs de diversos fabricantes, embora cada um tenha sua própria loja e modelo de negócios. Para Varon, da Sony, a aliança não é fundamental. Segundo ele, um padrão aberto vem se desenhando sem que seja necessário um acordo específico entre os fabricantes: trata-se da programação em HTML5, capaz de rodar em virtualmente todas as plataformas. Desde maio, a Sony conta em suas smart TVs com a loja de aplicativos Opera Store, que leva à plataforma, até então restrita a vídeos e redes sociais, jogos online e, em breve, novos tipos de aplicativos.

de otimização para a TV e suporte para milhares de aplicativos para mobile, incluindo YouTube e Twitter. O Internet Player Sony (NSZ-GS7) virá acompanhado de um controle remoto com sensor de movimentos, contendo um touchpad na parte da frente e teclado iluminado atrás. Para criar uma plataforma capaz de concorrer, a LG Electronics e a TP Vision (televisores Philips), oficializaram em junho a criação da Smart TV Alliance, uma cooperação para criar um ecossistema aberto para desenvolvedores de aplicativos. Os fabricantes já haviam anunciado uma cooperação durante a IFA 2011, em Berlim. Os nomes dos outros players que estão se unindo à aliança serão

Conectividade As smart TVs já contam com compatibilidade ao protocolo DLNA desde as primeiras gerações dos

foto: ARQUIVO

Mercado de aplicativos A segunda edição do Seminário TV Apps acontece no dia 8 de novembro, no Hotel Paulista Plaza, em São Paulo. O principal encontro do mercado de aplicativos e conteúdos para TVs conectadas cria um ambiente para a aproximação dos diversos players envolvidos na criação de aplicativos e conteúdos para a nova televisão. Entre os temas abordados no evento estão: • o papel dos desenvolvedores, da publicidade e do conteúdo em vídeo nos ecossistemas proprietários e abertos; • a nova mídia e as oportunidades para agências de publicidade e anunciantes; • o video on-demand em complemento à programação linear dos canais de TV aberta e fechada; • o over-the-top como complemento ou em substituição ao home-video; • interatividade em smart TVs e Ginga; • telas parcerias e o conceito de second screen . Mais informações podem ser obtidas no site www.convergeeventos.com.br, pelo telefone 0800 77 15 028, ou ainda pelo e-mail inscricoes@convergecom.com.br.

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Fernando Bittencourt, da Globo

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smartphones Android e iOS, através de aplicativos gratuitos disponíveis nas lojas de aplicativos de ambas as plataformas. Com isso, o controle da TV fica mais completo, podendo-se usar um teclado para fazer uma busca de conteúdo, por exemplo. No caso da Sony, aponta Varon, cabe ao tablet centralizar o controle do ambiente. O Sony Tablet conta com uma função de controle remoto universal, que permite que o consumidor controle qualquer aparelho com receptor infravermelho da casa, desde a TV ao ar condicionado. Marcelo Natali, da Samsung, aponta que a fabricante coreana também investe na centralização do lar na televisão. Com o equipamento IR Blaster, conectado à nova geração de smart TVs da Samsung, é possível usar a tecnologia de interação da fabricante para controlar qualquer dispositivo infravermelho. Com isso, é possível controlar blu-ray players, set-top boxes ou condicionadores de ar por voz, movimentos e reconhecimento facial. “Muito em breve, é a TV que vai centralizar o controle de todos os equipamentos da casa”, profetiza o executivo.

exige menos aptidão tecnológica por parte do usuário. Além disso, é possível conectar equipamentos mesmo quando não estão configurados à rede local. Por exemplo, um visitante pode exibir as fotos de seu smartphone na TV sem ter que configurar o aparelho dentro da rede do lar. Em termos de conectividade no lar, as smart TVs evoluíram e conquistaram um espaço de destaque. As TVs são a ponta final do ambiente conectado no lar, a de exibição/veiculação do conteúdo. Em alguns casos, também ganham a possibilidade de concentrar o controle de todo o ambiente controlado. Segundo Bianchi, da TP Vision, um destaque dos televisores da marca é que eles podem ser controlados por tablets e foto: ARQUIVO

TV conectada A plataforma Yahoo! Connected TV está prestes a desembarcar no Brasil. De acordo com o responsável pela estratégia de mobilidade e connected TVs do Yahoo! Brasil, Diego Higgins, o primeiro contrato para uso do sistema operacional do Yahoo em TVs inteligentes no País foi fechado com a AOC, e o lançamento deve acontecer no final de julho. “Lançamos essa plataforma nos EUA, há mais de cinco anos, e até o final do ano outros dois fabricantes anunciarão TVs com a nossa plataforma”, revela. De acordo com o roadmap de lançamento da Yahoo! Connected TV, depois da AOC em julho, um segundo fabricante deve anunciar smart TVs com o sistema operacional em setembro. Nos EUA, Samsung, Sony, Vizio e Toshiba já têm modelos com a plataforma do Yahoo!. O trabalho do Yahoo! agora, segundo Higgins, é selecionar e adaptar os conteúdos que serão disponibilizados pela plataforma no mercado brasileiro. “Estamos avaliando mais ou menos 50 aplicativos que já existem na plataforma e - além de conteúdos do próprio Yahoo!, de esportes, músicas e vídeos - teremos também aplicativos de parceiros de vídeo como Terra e Netflix”, detalha. Aplicativos de redes sociais como Twitter, Facebook e Flickr também fazem parte da plataforma e já foram, inclusive, traduzidos para o Português.

“As TVs com banda larga abrem uma janela para a TV, que até então só exibia conteúdos lineares. A TV poderá oferecer conteúdo sob demanda. É algo muito revolucionário.”

foto: DIVULGAÇÃO

equipamentos. Com o protocolo, os equipamentos “conversam” e permitem que as fotos de um NAS (Network Attached Storage) sejam exibidas na TV ou que as músicas em um tablet sejam tocadas no home theater. Para isso, todos os equipamentos devem estar conectados a uma mesma rede, Wi-Fi ou Ethernet. As novas gerações de televisores conectados trazem, além deste feature, a possibilidade de conversar através do Wi-Fi direct. Com esta tecnologia os equipamentos se conectam entre si usando a rede wireless, sem a necessidade de uma rede estruturada e um roteador. A vantagem é que trafegar o conteúdo

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Para Marcelo Varon, da Sony, um padrão aberto vem se desenhando sem que seja necessário um acordo específico entre os fabricantes. Trata-se da programação em HTML5, capaz de rodar em virtualmente todas as plataformas. I n o va ç ã o

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( making of )

Lizandra de Almeida

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ela primeira vez a Adidas produziu no Brasil filmes locais para uma campanha de abrangência global. Os filmes marcam o lançamento da chuteira Predator Lethal Zones e trazem os jogadores Kaká, Oscar, Vagner Love, Victor, Marcos Assunção e Jadson. Os craques participaram de desafios que destacam os cinco pontos críticos da chuteira, que são seus diferenciais. A chuteira foi criada a partir da colaboração de jogadores como o próprio Kaká e também Xavi, do Barcelona, e Casillas, do Real Madrid. Cada desafio testa um ponto específico do calçado, que corresponde a um fundamento do futebol: passe, drible, lançamento, domínio e finalização. A campanha é formada por um filme de 30 segundos e mais cinco de 15. O filme mais longo é um teaser, com cenas de cada um dos desafios, que são demonstrados nas versões mais curtas. Os filmes estão sendo exibidos na TV aberta e por assinatura, na Internet, nas redes sociais da marca e também nas lojas. Segundo o diretor dos filmes, Mateus de Paula Santos, a grande dificuldade da produção foi conciliar as agendas dos cinco craques. A solução foi montar o que ele chama de “esquema de guerra”, em um campo de futebol. “Montamos os cenários dos cinco desafios em vários pontos do campo e usamos três câmeras o tempo todo, para captar o máximo de situações possíveis com eles. Era importante mostrar um clima de camaradagem, os jogadores se divertindo, por isso eles precisavam interagir. Com isso, a agenda ficou ainda mais complicada”, explica. Mateus conta que houve pouca interferência da pós-produção. No geral, os jogadores conseguiram realizar os desafios e não precisaram

FOTOs: divulgação

Chuteira letal à brasileira

Comercial foi a primeira produção local para uma campanha global da Adidas.

de ajuda virtual. O primeiro deles era fazer a bola passar por cinco argolas concêntricas, sem encostar nos aros. O segundo era atingir com a bola um prato de tiro ao alvo lançado no ar. O terceiro era dominar com a chuteira bexigas cheias de água. O seguinte era passar por uma série de jogadores de madeira que pendulavam presos pela parte de cima a uma estrutura. E o último era driblar uma série de fios luminosos que lembravam os sabres de luz de “Guerra nas Estrelas”, sem tocá-los. “As argolas e os ‘lasers’ foram feitos com fitas de led, por uma equipe de profissionais que faz iluminação de shows. Eles montaram a estrutura e levaram para o set uma mesa de controle, com a qual controlavam a cor da luz. Se o jogador encostava, a cor mudava de vermelho para azul”, diz o diretor. As cenas foram captadas com cinco câmeras ao todo, três Red (muitas vezes rodando em alta velocidade), duas Canon 5D e duas GoPro. “Como só tínhamos um dia para captar tudo, gravamos de manhã e à noite com eles, conforme a disponibilidade, e à tarde usamos dublês para captar cenas de cobertura. Uns eram mais parecidos do que outros...”, brinca. Um recurso muito útil para captar as cenas rápidas foi o uso de um Segway – aquele patinete de duas rodas usado em 54

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geral por seguranças – adaptado para as filmagens. Em vez de ter uma barra controlada pelas mãos, o modelo adaptado pode ser controlado pelos pés e joelhos, e pela inclinação do corpo. Assim, o câmera fica com as mãos livres para utilizar o equipamento, enquanto se movimenta com mais agilidade. A campanha continua no site e agora os consumidores podem sugerir novos desafios para os jogadores. As 50 ideias mais interessantes serão avaliadas e uma delas virará um novo set de filmagem. O autor da sugestão participa do desafio ao lado de um dos jogadores da campanha. ficha técnica Cliente Adidas Agência Lew’Lara\TBWA Dir. de criação Jaques Lewkowicz, Manir Fadel, Mariana Sá Criação Caio Figueiredo, David Bessler, Max Geraldo Produção Vetor Zero/Lobo Direção Mateus de Paula Santos e Cadu Macedo Fotografia Pierre de Kerchove Direção de arte Marcelo Reginato Prod. executiva Alberto Lopes / Sergio Salles Montagem Rogério Ferreira Alves Finalização e pós-produção Equipe Vetor Zero/Lobo

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( making of)

Para separar o joio do trigo

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uitas agências e produtoras se envolvem na produção de filmes para instituições beneficentes ou organizações não governamentais, em prol de causas em que acreditam. A agência carioca X-Tudo Comunicações, criada em outubro de 2011 por Marcelo Goroditch – antes no atendimento da Agnello Pacheco no Rio de Janeiro – encampou agora uma causa defendida pela Viva Rio: uma nova legislação para descriminalizar o uso de drogas. A campanha chama para o site www.eprecisomudar.com, que traz os filmes e explica o projeto de lei, que será votado em Brasília ainda este ano. A divulgação começou em julho e terá vários reforços ao longo do ano. A ideia da X-Tudo, que venceu a concorrência, é a de apresentar atores e atrizes interpretando casos reais de pessoas que foram presas injustamente como traficantes. A encenação é reforçada por depoimentos de defensores públicos que trabalham com esses casos. Todos os que participaram da campanha trabalharam voluntariamente. Goroditch convidou a produtora Margarida Filmes e a produtora de áudio Beat Carioca para viabilizar os filmes. A produção aconteceu em um estúdio no Rio de Janeiro, e nessa primeira fase traz os atores Felipe Camargo, Isabel Fillardis, Luís Mello, Luana Piovani e Jonathan Azevedo e a estilista Regina Sampaio representando pessoas reais. Além desses seis filmes, outros dois foram produzidos com os depoimentos de defensores públicos, acostumados a trabalhar com esse tipo de caso. Segundo Antônio Carlos Accioly, produtor executivo, o argumento da

câmeras e os atores praticamente de cara limpa, sem figurinos especiais. No segundo semestre, agência e produtoras se reúnem novamente para produzir mais uma série de filmes, que terão inclusive o depoimento do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Os filmes e a campanha estão disponíveis no site.

ficha técnica Campanha da Viva Rio pela descriminalização das drogas teve apoio voluntários de atores e equipe técnica.

campanha atraiu os atores convidados, que abraçaram a causa. A produção, muito simples, contou com duas 56

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Cliente Agência Criação Produção Direção Fotografia Produção executiva Trilha

Viva Rio X-Tudo Comunicações José Raimundo Padilha e José Amorelli Margarida Filmes Gustavo Tissot Maritza Caneca Antônio Carlos Accioly Beat Carioca


Scan 8K

Restauração

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( produção) Mario Luis Buonfiglio

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Novelas e cinema: tudo a ver Com o crescimento do parque de recepção em alta definição, a look cinematográfico se estabelece no workflow da teledramaturgia da TV Globo.

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Fotos: tv globo/estevam avellar

om o HDTV na sala de estar do telespectador, o principal produto da TV Globo, a telenovela, experimenta o estado da arte da tecnologia num encontro sem precedentes com a cinematografia digital. Com a estreia de “Cheias de Charme”, a emissora fecha um ciclo e dá adeus ao modelo convencional de produção que, ao longo de décadas, consagrou o gênero no Brasil. Há algo diferente no ar. A câmera parece assumir novas formas de conectar-se com o espectador. A imagem, mais precisa nas cores e detalhes, abre espaço também para o sonho. Explora texturas e, por vezes, imprime uma intensidade estética nunca antes vista na TV. O chamado look cinematográfico, ideal imaginado pela indústria de televisão há tempos, finalmente se estabelece no workflow dos folhetins da TV Globo. Historicamente, a emissora sempre deu às telenovelas o que existe de mais moderno em plataformas tecnológicas de produção. “A onda em que a gente está surfando agora foi viabilizada pela convergência sem fim das indústrias de televisão e de cinema. Tanto no que diz respeito ao modelo operacional, tecnologia, acessórios e expertise das pessoas, a cinematografia digital se aproximou muito da televisão”, atesta Raymundo Barros, diretor da divisão de engenharia de entretenimento da TV Globo. Segundo Barros, o sucesso da

Convergência das indústrias de cinema e televisão permitiu levar efeito cinematográfico às novelas sem perder qualidade, velocidade de produção e produtividade em custos.

dramaturgia da emissora sempre foi sustentado por três pilares: qualidade, velocidade de produção e produtividade em custos. É natural, portanto, imaginar o impacto neste modelo bem-sucedido quando há um elemento novo em cena, a exemplo de um novo padrão estético. Do enquadramento aos figurinos, passando pela fotografia e pós-produção, tudo é feito agora de maneira muito diferente da televisão tradicional. “Para os nossos diretores, a televisão tinha uma linguagem muito própria. E parte dessa linguagem era limitada pela tecnologia. As câmeras com CCDs de 2/3”, por exemplo, mostravam tudo em foco. E isso era muito bom para os programas ao vivo, para o jornalismo e o esporte. Agora, com essa nova geração de câmeras digitais, com atributos cinematográficos, como o 58

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sensor Super 35, você começa a olhar o modelo de fazer TV de outra maneira”, observa Barros. Potencial cinematográfico Segundo o diretor Rogério Gomes, o Papinha, do núcleo responsável por “Amor Eterno Amor”, a busca da estética cinematográfica em novela é antiga. “Desde ‘Sinhá Moça’, em 2006, a gente já explorava este tipo de textura mais próxima do cinema. Mas isso, na época, era feito por meio de um plugin no equipamento de correção de cor que simulava os 24 quadros. A captação era normal e depois a gente conseguia este look. Porém, naquela situação, o equipamento roubava alguns frames, o que contrariava o ‘padrão Globo de

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( produção) Fotos: Divulgação

qualidade’”, lembra o diretor. As quatro novelas da atual grade de programação, “Amor Eterno Amor”, “Cheias de Charme”, “Avenida Brasil” e “Gabriela”, representam um momento ímpar porque, pela primeira vez na história da dramaturgia da emissora, estes produtos conseguiram se equiparar tecnicamente às minisséries, geralmente produções mais curtas e requintadas. Habitual campo de provas de autores e diretores, as minisséries se tornaram célebres ao trazer para a telinha um universo diferenciado no conteúdo e esmero de produção. A pioneira na aproximação com a linguagem cinematográfica, usando equipamentos digitais, “Hoje é dia de Maria”, foi produzida em 2005, mesmo estando nos planos do diretor Luiz Fernando Carvalho havia 12 anos. Além das inovações de enredo, cenografia e interpretação, seus oito capítulos foram produzidos com uma das primeiras câmeras da cinematografia digital, a Viper, da Phillips/Grass Valley. Posteriormente, já com a transmissão de TV digital, obras como “Maysa - Quando Fala o Coração” e “A Cura”, também se mostrariam eficientes neste modelo de produção. Raymundo Barros recorda que, no momento da realização de “Hoje é dia de Maria”, a emissora tinha absoluta convicção de que este formato ainda não cabia em uma novela, mas que existia ali um potencial muito interessante. “Foi neste processo de laboratório, de testes e de experimentação que prosseguimos, até que, em 2011, tomamos a decisão de incorporar o workflow de Super 35 em novela. Por isso, o lançamento de “Cordel Encantado” foi um marco, por ter sido a primeira novela

“Amor Eterno Amor”: qualidade equivalente à das minisséries.

em que essa linguagem cinematográfica foi mais explorada”. “Cordel Encantado” captada com a câmera Sony F35, conquistou uma fotografia que se tornou uma assinatura na emissora, mesmo usando lentes zoom para cobrir todos os devaneios da cidade fictícia de Brogodó. Já sua sucessora, “A Vida da Gente”, do núcleo de Jayme Monjardim, contou com o uso de lentes fixas adicionais às lentes zoom, dando ao diretor de fotografia e ao diretor artístico uma liberdade substancialmente maior. “São lentes muito rápidas na montagem, aumentam enormemente a sensibilidade da câmera e você tem o total controle dos planos e da profundidade de campo”, diz Barros. É fato para a emissora que a mudança para este tipo de câmera (F35 e atualmente a F65, da Sony), cobra um preço: diferentemente do modo de produção anterior, a prática de gravação não é a mesma de uma camcorder, como acontecia

“Para os nossos diretores, a televisão tinha uma linguagem muito própria. E parte dessa linguagem era limitada pela tecnologia.” Raymundo Barros, da Globo

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com a linha HDCAM. Com a adoção dos novos sensores e um workflow totalmente diferente, a equipe ficou mais lenta. “Agora que conquistamos este padrão de qualidade, como é que a gente eleva o outro pilar, o da velocidade de produção? ”, questiona Raymundo. A resposta, segundo ele, é “um pouco com tecnologia e muito com preparação de pessoas”. Convergência no set Quando as indústrias de TV e cinematografia digital se juntam, seus profissionais obrigatoriamente somam seus atributos. Diferente do modelo tradicional de produção, o diretor tem agora sob seu comando uma equipe cada vez mais entrosada em áreas que antes eram distintas. Um exemplo, na própria TV Globo, é a figura do diretor de fotografia. Normalmente presente em todas as cenas, hoje este profissional se torna obrigatório também na finalização. Frequentemente, o colorista e o pessoal da computação gráfica também estão no set para registrar, por exemplo, os metadados das lentes, prática imprescindível na geração das imagens virtuais. E por aí vai. O que antes eram fronteiras típicas como captação e pós-

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produção, hoje são muito mais fluidas. “Quando temos um produtor de efeito no set, é ele que comanda a ação. Neste tipo de cena, a gente fica muito mais seguro quando tem uma pessoa ao seu lado dizendo o que fazer. Porque, se você errar ali, não tem volta”, resume Papinha, diretor de “Amor Eterno Amor”, referindo-se aos efeitos visuais criados para representar a espiritualidade de Rodrigo, vivido por Gabriel Braga Nunes. Já em “Avenida Brasil”, o ritmo e a atmosfera criada pelo texto são mais intensos, próprios de uma realidade por vezes cruel de seus personagens. “Eu acho que essa nova tecnologia vem justamente para nos ajudar a fazer sonhar. É uma textura de imagem que facilita na hora de você contar uma história. Mesmo assim, existia uma crença de que as novelas nunca poderiam ser feitas em filme, porque o público reconhecia na textura do vídeo uma realidade. E era isso que fazia as pessoas acompanharem a novela. Foi uma quebra enorme de paradigmas”, revela o diretor de núcleo Ricardo Waddington. Sobre a prática com a F35, Waddington diz que o equipamento

Foto: Divulgação

( produção)

O 4K estará disponível a alguns produtos, como minisséries, que se propõem a ir ao cinema.

ficou, pelo menos, dois meses em teste para achar a melhor textura para a novela, ou, nas palavras do diretor, “uma temperatura de calor” (que não tem nada a ver com temperatura de cor) ideal para retratar os subúrbios e o Rio de Janeiro. Em estúdio, foi conseguido um baselight muito próximo à imagem da F35, o que garantiu a continuidade no conjunto das cenas. “O que a gente fazia há um ano e meio era sacrificar a imagem da externa para se conseguir fazer um estúdio semelhante. Hoje, você já consegue fazer

a externa da maneira que quiser, da maneira como você pensa, e aproximar o estúdio deste resultado” continua Waddington. Além do look O conceito do look cinematográfico em uma novela é definido na sinopse, bem antes de a câmera começar a rodar. Isso dá ao restante da cadeia de produção os elementos iniciais que definirão a melhor rotina de trabalho. Segundo

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( produção) Fotos: Divulgação

Raymundo Barros, com a chegada das F65, a dramaturgia passa a operar com dois formatos: o 4K, com resolução de 4096x2160, workflow em RAW (arquivo que contém a totalidade dos dados da imagem tal como captada pelo sensor. Não pode ser usada como imagem, mas contem todas as informações necessárias para criar uma), com downconverter em HD para a transmissão do canal digital. A outra via é utilizar o equipamento em MPEG-4 Studio Profile, gravando diretamente em HD. Um ponto interessante nesta convergência de indústrias é que, no modo RAW, a operação de vídeo, função típica do modelo tradicional de TV, desaparece. “O diretor de fotografia tem um papel fundamental, porque ele garante a exposição correta da câmera no momento da gravação e o look final na pós-produção. O 4K é uma experiência que estará disponível a alguns produtos como minisséries, que se propõem eventualmente, a ir ao cinema ou até mesmo o contrário: um filme que depois possa virar minissérie”, aposta Barros. Para o artista, decompor a

“Avenida Brasil”: tecnologia ajuda a criar texturas que contribuem com a história.

realidade no prisma de sua percepção parece funcionar melhor com o HDTV. Tomadas mais ousadas podem ser vistas em todas as produções da emissora, a exemplo da atmosfera quente e sombria do lixão, um dos sets do personagem de Cauã Reymond, o Jorginho, de “Avenida Brasil”. “Aquelas cenas ficariam insuportáveis em vídeo. Essa textura de cinema, a profundidade

“Amor”: look cinematográfico é definido já na sinopse.

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de campo, tudo isso nos leva ao universo de Charles Dickens. O lixão concebido na novela é o retrato de uma realidade, mas com esperança. E esteticamente isso só foi possível porque a gente tem agora esse recurso de imagem. É uma coisa sensorial. Acho que o público se sente mais envolvido de uma outra maneira”, acredita Ricardo Waddington. As novelas da TV Globo, como se sabe, também povoam o inconsciente coletivo em outras partes do mundo. Nos anos 70, o delírio nacional “A Escrava Isaura”, romance de Bernardo Guimarães, tornou-se mundialmente famoso após sua exportação. Outros sucessos se seguiram e ocuparam seu espaço como nenhum outro produto de brasileiro. Numa economia globalizada e fortemente influenciada pela televisão, o momento tecnológico atual promete expandir ainda mais este gênero artístico. “O formato HD 1920x1080 a 24 quadros é praticamente universal. Sob este aspecto, as barreiras para compartilhamento de conteúdos caíram muito. O que prevalece sempre é a qualidade do nosso conteúdo que, aliás, sempre foi muito bem aceito no mundo. Sem dúvida, este novo patamar de qualidade que conquistamos com as novelas vai possibilitar uma maior facilidade em conquistar mercados”, conclui Raymundo Barros. A novela, autêntico fenômeno da cultura de massa, como é comumente classificada, emerge mais uma vez para seu público como um produto cada vez mais sofisticado, criado por uma indústria altamente integrada. O velho videotape não volta mais, é fato. E, neste contexto, o encontro da arte da TV com a cinematografia digital promete. “A televisão é uma linguagem em si, mas também é um veículo. Ela tem essa capacidade de se apropriar, ela vive disso. Se apropriou do rádio, do teatro, do circo e agora do cinema”, lembra Waddington.



( cinema) Ana Carolina Barbosa

a n a c a r o l i n a @ c o n v e r g e c o m . c o m . b r

Audiovisual carioca Programa de Fomento ao Audiovisual Carioca, da RioFilme, investiu R$ 15,1 milhões em projetos de empresas situadas na cidade e é o segundo maior maior programa de editais de audiovisual do Brasil, perdendo apenas para a SAv.

A

2012, a empresa vai investir R$ 35 milhões em 108 projetos. Entre 2009 e 2012, o investimento totalizará R$ 86 milhões. O aumento significativo dos investimentos, segundo Sá Leitão, tem dois motivos. O primeiro é o aumento da confiança da prefeitura nos projetos e o consequente aumento dos investimentos. O segundo é a geração de receitas a partir dos filmes. Dos R$ 86 milhões investidos no período de 2009 a 2012, R$ 26,8 milhões vieram de receitas geradas. Em 2008, os sete filmes

Sérgio Sá Leitão: projeto de revitalização da empresa cumprido.

FOTO: ARQUIVO

RioFilme, empresa de investimento em audiovisual da Prefeitura do Rio de Janeiro, anunciou no início de julho os 76 projetos contemplados na primeira edição do Programa de Fomento ao Audiovisual Carioca (FAC), que tem como objetivo promover o desenvolvimento da indústria audiovisual do Rio. Na ocasião, o prefeito Eduardo Paes anunciou o aporte, pela Prefeitura do Rio, de uma verba extra de R$ 4 milhões, tornando o FAC o segundo maior programa de editais de audiovisual do Brasil, com um investimento total de R$ 15,1 milhões em projetos de empresas sediadas na cidade. Apenas a Secretaria de Audiovisual do Ministério da Cultura tem um programa de editais com valor maior. Segundo Sérgio Sá Leitão, diretor-presidente da RioFilme, o projeto de revitalização da empresa apresentado em janeiro de 2009 foi 100% cumprido, tanto do ponto de vista de revitalização quanto de resultados. Foi apresentado um balanço do período 2009/2012, com os resultados das duas linhas de investimento da RioFilme: a de investimentos reembolsáveis, que prevê retorno financeiro; e a de não-reembolsáveis, que prioriza o retorno cultural, como é o caso do FAC. Os números apresentados mostraram que em 2008 o investimento da RioFilme foi de R$ 1,1 milhão, em 22 projetos. Já em

Dos R$ 86 milhões investidos no período de 2009 a 2012, R$ 26,8 milhões vieram de receitas geradas investidos lançados atraíram 18,7 mil pessoas aos cinemas. Em 2012, os 15 filmes lançados devem superar a marca de 6,7 milhões de espectadores. No período de 2009 a 2012, a RioFilme atingiu 85%

de retorno financeiro. O FAC 2012 recebeu 662 projetos de empresas estabelecidas no Rio há pelo menos dois anos. Desse total, 137 eram de desenvolvimento de longas, dos quais 16 foram selecionados; 106, de desenvolvimento de séries de TV (11 selecionados); 158, de produção de curtas (20 selecionados); 75, de documentários para TV (quatro selecionados); e 186, de produção/ finalização de longas (25 selecionados). As linhas de produção de curtas e documentário para a TV contam, respectivamente, com as parcerias do Oi Futuro e do Canal Brasil. “Os projetos já nascem com contrato de exibição, acho um modelo legal. A ideia é ampliar estas parcerias”, conta Sá Leitão. A RioFilme realizará uma nova edição do FAC em 2013, mas, como é ano eleitoral, os detalhes ainda não estão definidos.

os investimentos da RioFilme

2008

R$ 1,1 milhão 22 projetos

2012 R$ 35 milhões 108 projetos 66

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Tabu Em coprodução com Portugal, França e Alemanha, a Gullane Filmes optou por captar recursos via acordos internacionais.

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FOTOs: divulgação

stá prevista para o segundo semestre de 2012 a estreia do longa-metragem “Tabu”, uma coprodução da Gullane Filmes com Portugal, França e Alemanha. O convite para a parceria veio do português Luís Urbano, da produtora O Som e a Fúria, que apresentou o projeto do filme do diretor Miguel Gomes, do badalado “Aquele Querido Mês de Agosto” (2008), que foi exibido em mais de 60 festivais internacionais e recebeu 16 prêmios. Dedicado ao cinema de autor, Gomes tem recebido boas críticas e homenagens mundo afora. Entre suas obras estão também os curtas-metragens “Entretanto”, “Inventário de Natal” e “Cântico das Criaturas” e o longametragem “A Cara que Mereces”. O projeto apresentado à Gullane foi o de “Tabu”, uma história de amor que, ao mesmo tempo fala da história de Portugal e da África. Fabiano Gullane, sócio da produtora brasileira, explica que a vontade de trabalhar em um longa-metragem com Urbano vinha de longa data e a qualidade da proposta fez com que ela fosse abraçada imediatamente. A narrativa de “Tabu” é centrada na história de uma idosa temperamental, sua empregada cabo-verdiana e uma vizinha dedicada a causas sociais. Elas moram no mesmo andar de um prédio em Lisboa e, quando a primeira morre, as outras duas passam a conhecer um episódio do seu passado: uma história de amor e crime passada na África. O filme foi rodado em 2010, em

Currículo das produtoras envolvidas e filme competitivo levaram a Gullane a captar a parte brasileira através do Protocolo Lusobrasileiro de Coprodução Cinematográfica e do Programa Ibermedia.

Portugal e em Moçambique. Outras duas produtoras entraram no projeto, a francesa Shellac Sud, que atuou no período de filmagens, e a alemã Komplizen Film, que se encarregou da pós-produção. Gullane avalia que a modelagem de coprodução foi muito

internacionais, como em “Plastic City” (Brasil, China e Japão), “Terra Vermelha” (Brasil e Itália) e os projetos em andamento “All In” (Brasil e Argentina) e “Amazonas: Planeta Verde” (Brasil e França), que será

O longa-metragem já estreou em Portugal e foi vendido para 17 países bem feita. A produtora brasileira participou do filme desde o início, acompanhando o roteiro, fazendo a produção executiva e montando equipe técnica e artística. Um ator brasileiro, Ivo Müller, também foi escalado para um papel. O filme foi rodado em preto e branco e toda a pós-produção foi feita em um laboratório especializado que fica em Hamburgo. A produtora brasileira tem experiência em coproduções 68

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filmado em 3D e lançado no ano que vem. “O que eu destaco de ‘Tabu’ é que é a primeira coprodução com Portugal e que foi um processo muito sinérgico. Talvez pela proximidade cultural, estávamos com a mesma energia e o mesmo olhar para o trabalho”, destaca Gullane. Aporte brasileiro O orçamento do filme é de

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aproximadamente US$ 1,8 milhão e a participação é de 20% do Brasil, 30% de Portugal, 20% da Alemanha e 10% da França. A produtora brasileira não inscreveu o projeto em leis de incentivo e preferiu recorrer aos protocolos de coprodução. Um deles foi o Protocolo Lusobrasileiro de Coprodução Cinematográfica e o outro foi o Programa Ibermedia, voltado para coproduções entre países ibéricos. “A parte brasileira não foi financiada por meio dos mecanismos tradicionais porque acreditamos que teríamos condições. Optamos pelos protocolos pelo tempo que tínhamos para executar o projeto e pelo nosso perfil. As produtoras têm um bom currículo, o filme é competitivo”, explica Gullane. O longa-metragem esteve em competição no Festival de Berlim de 2012, onde ganhou prêmio da crítica e prêmio de inovação de linguagem. “Tabu” passou por outros festivais de cinema importantes em 2012 e conquistou outros prêmios, como o prêmio do público no Festival de Cinema de Las Palmas, na Espanha, e prêmio do júri no Festival Paris Cinèma, na França. O filme também passou por outros festivais como o Bafici, na Argentina; o Festival Internacional de Cinema de Hong Kong, na China; o Edinburgh Film Festival, no Reino Unido; o FID Marseille, na França; e o Festival du Film de La Rochelle, na França. A constante participação das produtoras envolvidas nos eventos internacionais de cinema, o prestígio no mercado e o êxito do filme nos festivais, contribuíram para que vários países se interessassem. Um agente de vendas alemão vendeu o filme para mais de 17 países, entre eles Estados Unidos, Rússia, Espanha, Canadá e Australia. Cada país coprodutor tem os direitos de distribuição em seu próprio

Tabu

Miguel Gomes Direção Rui Poças Fotografia no e Sandro Aguilar Produtores Luís Urba i, Jonas Dornbach, owsk Jack Janine Coprodutores n Ade, Fabiano Gullane, Mare ne, Thomas Ordonneau Caio Gulla e a Fúria, Komplizen Film, Produtoras O Som Gullane, Shelac Sud

Sinopse: Uma idosa temperamental, a sua empregada cabo-verdiana e uma vizinha dedicada a causas sociais partilham o mesmo andar em um prédio em Lisboa. Quando a primeira morre, as outras duas passam a conhecer um episódio do seu passado: uma história de amor e crime passada numa África de filme de aventuras.

território e as receitas de vendas para os demais países são divididas na mesma proporção dos investimentos de cada um. Para Gullane, a participação da produtora no Programa Cinema do Brasil tem sido fundamental para o êxito dos projetos de coprodução. “As produções 70

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brasileiras têm alcançado destaque nos mercados e nos festivais. O programa tem um papel estrutural importante”, explica. “Tabu” foi lançado em Portugal em abril e teve bastante destaque. No Brasil, a distribuição é do Estação.


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23 a 31 23º Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo, São Paulo, SP. Tel.: (11) 3034-5538. E-mail: spshort@kinoforum.org. Web: www.kinoforum.org

SETEMBRO

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19 a 23 Ottawa International Animation Festival, Ottawa, Canadá. Tel.: (613) 232-6315. E-mail: info@animationfestival.ca. Web: www.animationfestival.ca

17 a 22 Curta-SE 12, Aracaju, SE. Tel.: (79) 3302-7092. Web: www.curtase.org.br

27 a 11/10 Festival do Rio, Rio de Janeiro, RJ. Web: www.festivaldorio.com.br

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19 a 1/11 Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, São Paulo, SP. E-mail: info@mostra.org. Web: www.mostra.org 25 a 28 BRAFFTv 2012, Toronto, Canadá. Tel.: (11) 2615-7615. E-mail: brafftv@brafftv.com. Web: www.brafftv.com 31 a 7/12 American Film Market, Santa Monica, EUA. Tel.: (1 310) 446-1600. E-mail: AFM@ifta-online.org. Web: www.americanfilmmarket.com

NOVEMBRO

5 a 13 26º Festival Internacional de Cine de Mar del Plata, Mar del Plata, Argentina. Tel.: (54 11) 4383-5115. E-mail: info@mardelplatafilmfest.com. Web: www.mardelplatafilmfest.com


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ESTANDE DA CONVERGE NA FEIRA E CONGRESSO ABTA 2012

RUA A / ESTANDE A1



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