Boletim Informativo
Telecom MONITORAMENTO DO MERCADO DE
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QUEM Somos Fundada em 1988, em Brasília – DF, a Telemikro foi pioneira no desenvolvimento de placa de discagem automá ca e telefonia. Ao longo destes anos adquiriu experiência, aprimorou suas soluções e serviços, e tornou-se especialista em Gestão de Telecom. As soluções da Telemikro reduzem custos e melhoram a produ vidade do trabalho, através de sistemas modulares e integrados, projetados para empresas públicas e privadas. As parcerias com fabricantes reconhecidos mundialmente garantem a competência e credibilidade da empresa na sua área de atuação, resultando em uma base instalada com mais de 200 clientes citados na relação da revista Exame de Melhores e Maiores Empresas do Brasil. Nossas equipes de projetos e suporte são cer ficadas pelos fabricantes das soluções ofertadas disponibilizando, aos nossos clientes, técnicos especializados prontos para prestar o melhor atendimento e garan r a resolução imediata de eventuais imprevistos.
NOSSA MISSÃO “CONQUISTAR E FIDELIZAR CLIENTES OFERECENDO AS MELHORES SOLUÇÕES".
notas O atraso já se traduz em cifras milionárias. “O prejuízo da subu lização do satélite e a interrupção de projetos sociais (como o Internet para Todos) no úl mo mês já passa de R$100 milhões – e aumenta R$ 800 mil a cada dia de suspensão da parceria da Telebras com a Viasat. Em 5 anos, a perda pode chegar a R$2,4 bilhões”, afirma, em nota, a Telebras.
O lançamento no Messenger tem o obje vo de oferecer novos canais de autoatendimento para os clientes, segundo a companhia. O assistente interage fornecendo informações para pagamento das contas (código de barras, valor e vencimento) dos produtos Fixo, Banda Larga, Pós e Oi Total, além de ajudar o cliente a lembrar a data de pagamento de suas contas, sempre três dias antes e no próprio dia do vencimento.
RAFAEL BUCCO — 4 DE MAIO DE 2018 - Telesíntese
DA REDAÇÃO — 8 DE MAIO DE 2018 - Telesíntese
A Cisco concluiu hoje (10) a compra da startup Accompany, adquirida por US$ 270 milhões. A startup criou tecnologia de inteligência ar ficial para busca de prospectos, navegação por processos de venda e melhoria de relacionamentos profissionais.
No primeiro marcado para o início do bloqueio- 9 de maio – foram bloqueados 2,3 mil aparelhos. O corte na comunicação ocorreu depois que o usuário recebeu mensagem das operadoras que no ficavam sobre o aparelho irregular três vezes durante 75 dias.
DA REDAÇÃO — 10 DE MAIO DE 2018 - Telesíntese
MIRIAM AQUINO — 18 DE MAIO DE 2018 - Telesíntese
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TELEBRAS PODE USAR O SATÉLITE BRASILEIRO, MAS SEM APOIO DA VIASAT, DIZ JUÍZA DO TRF Juíza federal que acompanha o caso afirma que estatal pode explorar o satélite por conta prórpia para atender o Gesac. Autoriza Ministério Público Federal a inves gar o acordo. O Tribunal Regional Federal da Primeira Região (TRF-1), que contempla o Amazonas, se pronunciou sobre a disputa pelo direito de exploração do satélite brasileiro SGDC-1, pertencente à Telebras. A magistrada Jaiza Fraxe, que julga o processo, ainda espera decisão do STF sobre a liminar que impede a parceria entre Telebras e Viasat de seguir adiante. Somente após decisão da suprema corte é que irá julgar o mérito da questão. Até lá, diz que a suspensão do contrato não impede a estatal de tocar seus programas sociais. Segundo a juíza, a operadora não está impedida de realizar os programas Gesac, Educação Conectada e Internet para Todos. A liminar em vigor impede o contrato com a Viasat de ser implementado, afirma. A seu ver, é possível à Telebras tocar os programas por conta própria até que o mérito da questão seja julgado. “A própria Telebras informa em sua contestação que uma parte do satélite está reservada para atender aos programas governamentais, a vidade que será feita diretamente por ela, sem a par cipação da Viasat. Portanto, se não o faz, não há razão para alegar prejuízo social causado pelo sistema de jus ça”, argumenta a juíza. Ela acrescenta que a Telebras pode vender capacidade satelital para todos os órgãos de governos “sem qualquer prejuízo para os programas mencionados, desde que isso seja feito diretamente por ela, sem o envolvimento de terceiros (…) a ré pode montar sua estrutura de banda base, através de procedimentos legais e próprios”. Contratos e MPF A juíza quer, ainda, que a estatal reapresente os contratos. Mas desta vez, sem rasuras e assinados. Na úl ma semana, a Telebras apresentou o documento com diferentes partes tarjadas, o que não contentou a magistrada. Agora, deu prazo de cinco dias para que a operadora reapresente o documento. Fraxe também autorizou a entrada do Ministério Público Federal no processo. O órgão poderá inves gar a parceria e se pronunciar sobre o caso. 03
RAFAEL BUCCO — 3 DE MAIO DE 2018 - TeleSÍntese
PARA SINDISAT, NÃO HOUVE CONCORRÊNCIA NEM TRANSPARÊNCIA NO ACORDO TELEBRAS/VIASAT Sindicato das operadoras de satélite afirma que Telebras não ofertou mesmas condições do acordo firmado com Viasat a empresas já estabelecidas no Brasil, que detalhes do contrato permanecem obscuros, e que estatal é a única responsável pelas perdas resultantes do atraso em a var o satélite brasileiro SGDC-1. O Sindicato Nacional das Empresas de Telecomunicações por Satélite (Sindisat) emi u um comunicado nesta segunda-feira (7). No texto, faz duras crí cas ao acordo firmado entre a estatal Telebras e a empresa Viasat, que dá a esta o direito de explorar 100% da capacidade do satélite brasileiro SGDC-1. A en dade reclama de falta de transparência da Telebras e a acusa de não ter oferecido as mesmas condições de exploração do SGDC a outras empresas já estabelecidas no Brasil. A Viasat, norte-americana, entrou no mercado local através do acordo com a estatal. O Sindisat, que também luta na Jus ça para barrar o acordo, afirma que a Telebras realizou um leilão inviável, ignorando sugestões de empresas do setor. E que mudou o modelo de exploração sem informar o mercado. Cri ca posicionamento emi do pela Telebras na úl ma semana, em que revelou que a demora na a vação do satélite já representa perdas de R$ 100 milhões. Afirma que a estatal foi responsável pelo fracasso da licitação de antenas e V-Sats no passado, pelo fracasso do chamamento público para concessão da capacidade do satélite, e agora, também é responsável pelo atraso ao não fazer a oferta feita à Viasat a outros players do mercado. Contexto O acordo entre Telebras e Viasat foi anunciado no começo deste ano. Através da parceria, a Viasat seria responsável por explorar 100% da capacidade do SGDC-1. Seria a fornecedora de conec vidade para os programas sociais (Gesac) da Telebras, e poderia revender serviços com a capacidade sobressalente. Pelo contrato, haveria par lha da receitas. Uma concorrente do Amazonas, Via Direta, no entanto, obteve liminar impedindo o negócio de ter início, alegando ter sido induzida a acreditar que poderia explorar o satélite. Logo depois, Sindisat também entrou com ação na Jus ça reclamando da forma como a estatal fechou a parceria com a Viasat. RAFAEL BUCCO — 7 DE MAIO DE 2018 - Tele Síntese 04
GESAC RENOVA CONTRATO COM TELES, ENQUANTO JUSTIÇA DECIDE SOBRE TELEBRAS O contrato do Gesac, do MCTIC, que dá conexão internet via satélite para escolas e postos de saúde, vai ser renovado por mais um ano com as teles privadas, à espera de que a Jus ça decida sobre o des no da parceria entre a Telebras e a empresa Viasat para a exploração comercial do satélite brasileiro. "A equipe técnica do Departamento de Inclusão Digital da Secretaria de Telecomunicações do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) já está elaborando o adi vo para a prorrogação por mais um ano do contrato do Gesac, que fornece conexão à internet via satélite para escolas, unidades de saúde, postos de fronteiras e outros pontos públicos, com o consórcio de empresas privadas. As atuais prestadoras do serviço são Embratel, Oi e Telefônica Vivo. O contrato atual vence no mês que vem e a migração para o satélite da Telebras, que foi escolhida para prestar o serviço, por inexigibilidade, acabou não ocorrendo, pois embora o satélite tenha sido lançado com sucesso em maio de 2017, sua exploração comercial ainda não aconteceu. A licitação de venda de capacidade realizada não encontrou interessados e a parceria firmada, em março, entre a Telebras com a empresa estadunidense Viasat, que se encarregaria do fornecimento das antenas aos usuários e de sua manutenção, foi contestada na Jus ça, que paralisou o contrato. Para não prejudicar os usuários do serviço Gesac, que hoje conta com 4.500 pontos a vos, embora o contrato em vigor cubra até 7 mil pontos, o MCTIC decidiu fazer o adi vo. “Não vai haver interrupção do serviço”, explica Américo Bernardes, diretor do Departamento de Inclusão Digital da Secretaria de Telecomunicações. Ele diz que o adi vo terá duração de um ano, mas que vai prever a migração para o satélite da Telebras, o SGDC, o que acontecerá quando a Jus ça decidir liberar a Telebras para operar o seu satélite. A escolha da Telebras pelo Gesac também é mo vo de uma ação por parte do Sinditelebrasil na Jus ça, que ques ona o fato de a estatal ter sido escolhida sem realização de licitação, por inexigibilidade, já que desde a criação do serviço a escolha dos fornecedores sempre foi por licitação. Jus ça nega liminar Ontem, 9, o juiz Marcio Luiz Coelho de Freitas, da 9ª Vara Federal de Brasília, indeferiu liminar solicitada pelo Sinditelebrasil contra a Telebras. Mas o Sinditelebrasil, en dade que representa as operadoras, vai recorrer ao TRF da 1ª Região. Em sua sentença, o juiz diz “que a meu sen r a análise dos autos indica não haver elementos, pelo menos nessa fase de superficial cognição, que efe vamente deem suporte à tese do autor”. Ou seja, ele entendeu não ser procedente o argumento defendido pelo Sinditelebrasil de que o MCTIC teria que necessariamente ter feito licitação para renovar o contrato do Gesac que se encerra em junho próximo e foi firmado em 2014 com um consórcio de empresas formado por Embratel, Oi e Telefônica. (Uma curiosidade. A ação do Sinditelebrasil na Jus ça é contra a Telebras e não contra o MCTIC.) Ocorre que, no ano passado, a Secretaria de Telecomunicações do MCTIC decidiu contratar a Telebras para prestar o serviço de conexão ao Gesac, por inexigibilidade. Bernardes esclarece que isso só aconteceu – e isso está relatado na contestação feita pela União à Jus ça – porque nenhuma empresa se manifestou sobre minuta do termo de referência do contrato do Gesac, que foi encaminhada para diversas empresas em outubro de 2017. Nesse termo de referência estavam explicitadas as demandas a serem atendidas, que foram ampliadas com o lançamento, pelo MEC, em novembro do ano passado, da Polí ca de Inovação Educação Conect@da, que prevê a conexão de 6.500 escolas rurais a 10 Mbps e conexão para escolas urbanas entre 30 e 100 Mbps. “Isso gerou a necessidade de aumento da banda do Gesac, pelo que se optou pela u lização da banda Ka. A Telebras foi a única empresa a se apresentar como capaz de atender a tal demanda, dado que foi confirmado pela Anatel”, diz a manifestação encaminhada à Jus ça. Bernardes informa que só foi pedida a inexigibilidade, depois que nenhuma empresa se dispôs a oferecer serviços ao Gesac nas condições exigidas. Ou seja, cobertura nacional em banda Ka, o que ofereceria maior qualidade de conexão, em velocidade de 10 Mbps, a um custo menor. Hoje, a maior velocidade do Gesac é de 1 Mbps. Bernardes só estranha que as operadoras não tenham se manifestado sobre o termo de referência e quatro meses depois tenham entrado na Jus ça contestando o contrato de inexigibilidade. Aliás, observa, o aditamento em vigor já previa a migração para o satélite da Telebras. Diz a sentença: “A União, manifestando-se acerca do pedido de liminar, apresentou manifestações técnicas acerca da contratação, afirmando que a proposta da Telebras garante ao MCTIC banda necessária para o atendimento das demandas relacionadas ao projeto Gesac com desconto de 32%, de modo que “além de garan r um bem escasso – banda de frequência e capacidade satelital – a antecipação reduz mais ainda o custo da conexão proposta, permi ndo uma economia de cerca de R$ 309 milhões em cinco anos de duração de contrato, considerando-se atendimento pleno de toda a proposta”. Nesses tempos de Lava Jato, onde juízes se acham no direito de se emi r juízo sobre tudo, principalmente sobre o que não lhes cabe julgar, chama a atenção o comedimento e a restrição do juiz Marcio Luiz Coelho de Freitas ao que lhe compete. Diz que “a meu sen r, não cabe ao Judiciário adentrar no juízo de conveniência e oportunidade da Administração no que diz respeito à definição dos programas de governos e polí cas de acesso a serviços públicos relevantes, como sói ser o acesso banda larga à internet, especialmente nas regiões menos desenvolvidas economicamente do país”. Quanto ao debate técnico, se a opção do MCTIC pela banda Ka foi a melhor, esclarece: “Ora, nesta matéria evidentemente carece este juízo de capacidade técnica para avaliar a correção das decisões adotadas pela Administração, inclusive quanto à alegada falta de capacidade operacional dos satélites atualmente em uso no Brasil ou quanto ao modelo de contratação”. E conclui: “Na verdade, em que pese deva ser reconhecido que a argumentação do autor suscite dúvidas quanto à correção do procedimento da União quando da contratação direta, força é notar que, no estado atual de instrução do processo, é temerária a concessão da liminar, já a que não há elementos que permitam uma conclusão segura de que houve indevida inexigibilidade da licitação. A questão, por ser de natureza eminentemente técnica, depende de instrução processual para que efe vamente seja demonstrada a probabilidade do direito pleiteado”.
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LIA RIBEIRO DIAS — 10 DE MAIO DE 2018 - Telesíntese
CORREIOS E SURF TELECOM VÃO LANÇAR CONTA DIGITAL EM PARCERIA O público alvo são os clientes do pré-pago dos Correios Celular, especialmente os desbancarizados. Não está decidido se o serviço terá a marca dos Correios, ou não. A primeira operadora a lançar no país o serviço de conta digital será curiosamente uma MVNO (Mobile Virtual Network Operator). A Surf Telecom (EUTV), que opera a rede dos Correios Celular, já foi autorizada pelo Banco Central a ser um agente de arranjos financeiros por meio de sua subsidiária, a Surf Serviços. O novo serviço é uma parceria entre a Surf Telecom e os Correios e será apresentado durante o Ciab Febraban 2018, que acontece entre 12 e 14 de junho, em São Paulo. Segundo as empresas ainda não há uma definição sobre a marca da conta digital, mas o presidente da estatal, Carlos Fortner, disse que qualquer que seja a solução a marca vai ter uma relação com os Correios. Aliás, os Correios já têm uma parceria com a conta.Mobi, dentro de um serviço criado pela estatal que se chama Aporte e Saque – é aí que entram as parcerias com fintechs (empresas de base tecnológica voltadas ao mercado financeiro). Esse serviço surgiu como resultado da lei 12.865/2013, que estabeleceu os arranjos de pagamento como a vidade financeira reconhecida pelo banco Banco Central, relata Cris ano Barata Morbach, vice-presidente de Canais dos Correios. Os serviços financeiros são um dos novos segmentos que estão sendo explorados pelos Correios, dentro de sua estratégia de buscar novos mercados para subs tuir a queda de receita com os serviços tradicionais do monopólio (correspondências, telegramas, emissão de selos), que hoje representam menos da metade do faturamento da empresa. O serviço de encomendas responde pela maior parte do faturamento. “Pela sua capilaridade e por ter a fé pública, os Correios podem prestar uma série de serviços para atender a todos os segmentos da população, inclusive quem não tem conta em banco”, diz Fortner. O serviço oferecido pela conta.Mobi é focado nos microempreendedores individuais (MEIs), que ganham uma conta digital gratuita. O sistema funciona via web ou no celular, adquirido nas lojas dos sistemas operacionais Android e iOS. Não há cobrança de download nem pagamento de mensalidade. Também não é necessário comprovação de renda, ou consulta aos sistemas de crédito, como SPC e Serasa. O usuário não precisa sequer ser cliente de algum banco para ter a conta digital. Em versão para pessoa jurídica, a conta digital permite ao microempreendedor individual controlar suas entradas e saídas de dinheiro, efetuar pagamentos online, receber por meio de boletos, fazer transferências entre cartões e contas bancárias, automa zar os sistemas de recebimento. A solução oferece máquina para pagamento com cartões de crédito e débito, sem cobrar mensalidades. O usuário também tem direito à consultoria de uma rede credenciada de contadores pela Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis (Fenacon). A plataforma se remunera por meio de tarifas, inferiores às do mercado. Solução para os desbancarizados Já o serviço que vai ser lançado pela Surf Serviços tem foco nas pessoas sicas que não têm conta bancária. Seus clientes em potencial são os usuários do serviço pré-pago dos Correios Celular que, no final de abril, eram 135 mil , com um gasto médio mensal de R$ 33, superior ao das operadoras que ocupam os três primeiros lugares no ranking do mercado. O número de clientes, no entanto, é inferior aos 500 mil esperados pela direção da estatal para o primeiro ano de operação quando o serviço foi lançado em março de 2017. Mas é um con ngente que cresce con nuamente, principalmente agora que a rede celular operada pela Surf Telecom já está presente em 50 DDDs do país, distribuídos em todas as regiões. “Nossa cobertura é maior do que a da Nextel, a quinta operadora”, relata Yon Moreira, CEO da empresa.
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Para prestar o serviço, a operadora virtual usa as redes da TIM e da Oi. Só tem frequências próprias na Grande São Paulo, adquiridas no leilão das sobras de dezembro de 2015 quando comprou 35 MHz, TDD, na banda C, em 2.500 MHz, para montar uma rede 4G. A conta virtual será oferecida gratuitamente a todos os clientes do serviço pré pago dos Correios Celular para que possam fazer remessa de dinheiro para seus parentes, sejam eles clientes ou não do mesmo serviço (podem re rar o dinheiro no Banco Postal, dos próprios Correios, ou em um banco comercial) ou fazer compras com o seu cartão de débito. O cliente não vai pagar pela operação bancária. Só vai pagar pelo cartão de débito e para colocar crédito (dinheiro) no cartão. E onde a Surf Serviços vai ganhar dinheiro? “Em serviços agregados que vai oferecer a esse cliente, como microcrédito e outros”, relata Yon, um entusiasta da oferta de serviços para as camadas mais pobres da população, desde que dirigiu a operadora Movicel, em Angola, por quase dois anos, entre 2011 e 2013. “É preciso aprender a ganhar pouco de muitos e a prestar serviço de qualidade para o povo”, pon fica. Para Yon, as novas tecnologias digitais podem ajudar a vencer o desafio da bancarização a um custo baixo e facilitar enormemente a vida das pessoas de baixa renda, desde que se encontre um aparelho celular de qualidade pelo qual a população possa pagar. “Esse é o desafio a ser vencido e eu acredito que pode ser vencido”, diz ele, um eterno o mista. Se é verdade o que diz, o mercado a ser conquistado é enorme. Pesquisa do Ins tuto Data Popular realizada no ano passado, indicava que cerca de 55 milhões de brasileiros eram desbancarizados (sem nenhum vínculo com ins tuições bancárias), o que representava 39,5% dos moradores do país com mais de 18 anos e que movimentaram aproximadamente R$ 655 bilhões. Desse total, 20 milhões (37%), o público visado pela Surf Telecom, eram de classe baixa; 29 milhões (48%) da classe média; e seis milhões dos brasileiros (11%) pertenciam à classe alta. Já com relação às regiões do país, nos Estados do Norte e Nordeste, metade da população não possuía conta em nenhum banco; no Centro-Oeste, a porcentagem chegava a 31% dos adultos; enquanto nas cidades do Sul e Sudeste, ela a ngia 30%. Além disso, o estudo apontava que o sexo feminino e a faixa etária entre 25 e 59 anos optavam por u lizar somente dinheiro. De acordo com a pesquisa, as formas de pagamento mais u lizadas por esse público eram boleto bancário, pagamento online e o cartão pré-pago. Neste úl mo caso, exis a uma certa vantagem quando comparado com o cartão de crédito tradicional: o consumidor precisava, obrigatoriamente, fazer uma recarga de qualquer valor e, após a compensação do dinheiro, o saldo ficava disponível para efetuar a compra com o cartão, para pagamento de contas ou transferências para outros bancos. Negócio an go Morbach lembra que prestar serviços financeiros não é uma novidade para os Correios. Desde muito faz isso. Seu primeiro produto nessa área foi o Vale Postal, ainda em vigor tanto para pessoa sica quando jurídica. Só que para enviar até R$ 50, o cliente paga uma tarifa de R$ 7,40, no caso de pessoa sica. O produto está disponível para todo o território nacional e, de acordo com o site dos Correios, envolve mais de 6.200 agências credenciadas e leva até quatro dias úteis para ser entregue ao des natário. Há também o Vale Postal internacional. Outro serviço financeiro dos Correios é o Banco Postal. Aqui, os Correios são correspondente bancário do Banco do Brasil, atuando como uma agência sica do banco para a vidades como recebimento de contas e pagamentos de transferências de recursos enviados ao des natário, entre outras a vidades. O correspondente bancário não faz abertura de conta. LIA RIBEIRO DIAS — 18 DE MAIO DE 2018 07
EDUARDO RICOTTA: A CONSTRUÇÃO DA COMPETITIVIDADE O setor de telecomunicações deve ser elevado ao seu correto patamar de prioridade na digitalização da sociedade. O Brasil deve construir uma polí ca industrial para tecnologia baseada na internacionalização, na inovação e na eficiência do setor de telecomunicações. *Por Eduardo Rico a, presidente da Ericsson Brasil As redes de telecomunicações são as mais importantes plataformas tecnológicas do mundo atual. É por meio delas que se constrói a digitalização da sociedade e a Internet, cada vez mais das Coisas, e que se leva desenvolvimento a todos os cantos do planeta. A digitalização tem o poder de transformar profundamente um país, criando empregos, facilitando o acesso a saúde e educação e aumentando a eficiência dos mais diferentes setores da economia, o que traz impactos diretos no crescimento do PIB. Nos úl mos 50 anos, a economia mundial cresceu a uma taxa média de 3% ao ano, em um período de desenvolvimento sem precedentes, impulsionado em grande parte por um aumento acelerado da população, que passou de 3 bilhões de pessoas na década de 70 para mais de 7,5 bilhões nos dias de hoje. As projeções da Organização das Nações Unidas (ONU) para as próximas décadas apontam que esse crescimento populacional não vai se repe r e chegaremos a 10 bilhões de pessoas apenas em 2050, o que significa que para manter esse nível de crescimento econômico será necessário um aumento da produ vidade, o que só poderá vir da inovação tecnológica. Nesse sen do, a introdução do 5G terá um papel indutor de eficiência em todos os setores da economia. Na indústria, assim como acontece hoje com outras infraestruturas básicas como estradas e energia, a disponibilidade de redes 5G será um fator de atração das fábricas nos anos 2020, como plataforma da Indústria 4.0. É essa revolução que trará um salto de produ vidade nas cadeias de valor do futuro. Ao mesmo tempo em que olhamos para o futuro, nos deparamos com uma questão bastante presente: um painel aberto pela União Europeia e pelo Japão na Organização Mundial do Comércio (OMC) ques ona polí cas industriais do Brasil em alguns setores, incluindo o de tecnologia. A Lei de Informá ca, que promoveu ganhos notáveis para a indústria no país nas úl mas décadas, com incen vos à produção vinculados a inves mentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D), é apontada como promotora de um desequilíbrio entre produtos importados e nacionais. O setor de tecnologia se tornou a mais global de todas as cadeias. Muitos países se especializaram na produção de componentes e etapas de fabricação, enquanto outros na finalização de produtos. A redução de custos de logís ca permi u a formação de cadeias de suprimento com partes se movendo rapidamente por todo o mundo. Assim, a inserção nessas cadeias globais de valor é o primeiro passo que o Brasil deve dar para ser mais produ vo, facilitando a importação de componentes que não estão disponíveis no mercado local e a exportação de produtos finais de alto valor agregado, o que traz ganhos da escala necessários para elevar a compe vidade. O segundo passo dessa transformação deve ser um foco absoluto em inovação, sobretudo em so ware, segmento este que tem al ssima capacidade de geração de empregos e localização de inves mentos em P&D. Por isso, é fundamental que a polí ca industrial brasileira assegure fortes incen vos ao desenvolvimento de so ware no país, através de desoneração e simplificação tributária, capacitação, financiamento e es mulo à cooperação internacional. Esse tripé de compe vidade se completa com o es mulo à demanda. O setor de telecomunicações deve ser elevado ao seu correto patamar de prioridade na digitalização da sociedade através da redução da carga de impostos e de fundos setoriais, em especial o FISTEL, pois à medida em que iniciamos a revolução da Internet das Coisas (IoT), fica claro que não será viável a sua massificação na agricultura ou em cidades inteligentes com o modelo de arrecadação atual. Além disso, o uso de dados cresce exponencialmente nas redes móveis, a uma taxa de mais de 60% ao ano por smartphone, sendo vídeo mais da metade de todo esse volume, como mostramos no Ericsson Mobility Report. Essa demanda deve esgotar os recursos de espectro disponíveis hoje em poucos anos, antecipando a necessidade da introdução massiva do 5G. Por isso, é fundamental também a redução dos valores de outorgas de espectro, uma vez que o viés arrecadatório destes leilões consome recursos importantes que deveriam ser des nados a inves mentos em infraestrutura, tema ainda mais urgente quando olhamos para a banda de 3,5GHz, que deve ser disponibilizada já em 2019 e será o ponto de par da do 5G no Brasil. A Ericsson acredita no Brasil e na indústria brasileira: empregamos mais de três mil pessoas no país, sendo que cerca de 600 dessas pessoas nas áreas de P&D e Inovação, onde inves mos mais de R$ 1 bilhão desde os anos 2000. Chegamos aqui há quase um século e há 63 anos inauguramos a nossa fábrica em São José dos Campos, onde hoje produzimos equipamentos prontos para 5G que irão permi r a transformação de toda a indústria. A Indústria 4.0 começa a ser construída agora e devemos caminhar na direção correta.
COLABORADOR — 21 DE MAIO DE 2018
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