Boletim Informativo
M O N I T O R A M E N T O
EDIÇÃO 91
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M E R C A D O
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T E C N O L O G I A
quem somos Fornecemos soluções que melhoram a sustentabilidade econômica das empresas, ao reduzir custos pela otimização da gestão de uso de tecnologias, facilitando o trabalho dos seus colaboradores no monitoramento dos processos de recuperação do capital financeiro e humano.
somos pioneiros "Acompanhamos os movimentos da tecnologia, que se desenvolve velozmente e em várias direções, com a profusão de novos aplicativos utilizados para apoiar as organizações, os departamentos, os projetos e o dia-a-dia do trabalho nas empresas. A magnitude desta transformação proporciona mudanças profundas, incluindo criar nova marca para nossa empresa, que ao longo de 32 anos nos guiou até aqui, forjando sua nova identidade para enfrentar os desafios do futuro: ATIVU." Ricardo de Figueiredo Caldas - CEO, ATIVU Tecnologia.
Empresa de fertilizantes com mais de mil funcionários e ampla carteira de clientes obtém grande retorno financeiro com a Gestão de Custos de Telefonia Pesquisa realizada pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) mostra que mais da metade das reclamações dos consumidores de serviços de telefonia são pelas cobranças indevidas em suas contas. Isso acontece principalmente quando são tarifas de aparelhos celulares. Esse “valor a mais”, quando acontece com as faturas de telefonia corporativas, causa um prejuízo muito significativo, já que são muitos aparelhos e com dezenas e até centenas de ligações mensais. Uma empresa de fertilizantes de São Paulo, com mais de mil funcionários e ampla carteira de clientes, começou, em 2017, um contrato com a ATIVU para resolver todas as suas questões de telefonia. A empresa, com sede em Brasília, analisou as despesas de todas as contas de telefones móveis e fixos e, por meio de seu software, realizou uma auditoria retroativa das faturas pagas pelo cliente e dos contratos assinados com as operadoras. O responsável pela área TI da companhia de fertilizantes afirma que a parceria reduziu fortemente os gastos. “Logo tivemos uma grande diminuição nos custos. A ATIVU fez uma auditoria em todas as nossas contas e constatou diversas cobranças emitidas de maneira indevida nos telefones da empresa, principalmente nos celulares. São muitas contas e não tínhamos uma equipe especializada em fazer a checagem necessária. Com seus relatórios sobre os erros que alteravam o preço pago, a ATIVU fez contato com as operadoras e, em pouco tempo, tivemos de volta os valores que gastamos, com multa, juros e correção monetária.”
O valor da devolução, segundo ele, foi muito significativo, passando de R$ 1,5 milhão. “Nossa empresa não teria metodologia, pessoal e tecnologia para fazer todo o gerenciamento que é realizado atualmente. Com o software da ATIVU, temos soluções rápidas, sem erros. Hoje, estamos seguros com nossas faturas, sabendo que está tudo certo, que temos um acompanhamento em tempo real dos minutos cobrados, das ligações feitas. Tivemos redução de custos e o aumento da eficiência. Nossos funcionários trabalham nas tarefas para nossos clientes e a ATIVU está sempre junto, cuidando da nossa telefonia. Hoje, sabemos que está tudo controlado e que estamos pagando o justo, o correto.” O contrato entre as empresas começou com cerca de 800 linhas móveis e, na telefonia fixa, com 21 links com 100 ramais. Hoje, com mudanças internas e negociações com as operadoras, a ATIVU cuida de mais de 250 contas de telefones celulares e 18 faturas de links de linhas fixas com seus ramais. O gasto anual antes da nova gestão era em torno em R$ 4 milhões e agora, em três anos de contrato, o gasto anual com telefonia está em torno de R$ 800 mil, ou seja, redução de 80% nestes custos. O gestor da empresa de fertilizantes, que tem fábricas em cinco Estados, aponta que um dos trabalhos importantes da parceria é o contato contínuo da ATIVU com as operadoras. “Eles estão sempre conosco. No início da parceria, traçaram um perfil da companhia, viram as nossas necessidades e buscaram os melhores pacotes. O pessoal da ATIVU procurara melhorias nos serviços que já usávamos, de acordo com nossa demanda. São conectados, proativos, oferecendo novidades do mercado de telefonia e otimizando os meios de comunicação. Todos os meses nos mandam um relatório sobre nossas faturas, com sugestões para mais economia. Procuram os erros, informam a empresa e já trazem a solução.” ATIVU é fornecedora de software e serviços para Gestão de Custos com Telecom e TI, tendo como um de seus diferenciais competitivos uma solução inovadora e madura, de desenvolvimento próprio, com o objetivo de analisar contratos, faturas, pedidos de compras e inventário físico, além de centralizar estes processos, otimizar recursos e auditar as cobranças. Seu software efetua a conformidade das faturas com os serviços e tarifas contratadas. Ao encontrar erros os inclui no relatório de contestação a ser apresentado aos fornecedores, para que estes façam a devolução dos valores cobrados e pagos indevidamente.
TIM REGISTRA RECEITAS DE R$ 6,14 BI NO 3º TRI DE 2020 O lucro líquido da companhia caiu 30,56%, a R$ 390 milhões. O Capex do período foi de R$ 850 milhões, uma redução de 8% sobre o realizado no terceiro trimestre de 2019. Telesíntese - RAFAEL BUCCO 3 DE NOVEMBRO DE 2020
A vice-presidente de Assuntos Regulatórios da Telefônica Vivo, Camilla Tápias, afirmou que a operadora quer evitar contenciosos futuros. Campelo da Anatel afirmou que a agência trabalha em três vertentes -inventário dos bens reversíveis; conformidade dos modelos de custos e cálculo do valor da adaptação.
A TIM divulgou na noite desta terça-feira, 3, os resultados financeiros do terceiro trimestre do ano, terminado em setembro. O números indicam ainda reflexos da pandemia de covid-19. Houve queda de 2,23% sobre o terceiro tri de 2019 no faturamento, que ficou agora em R$ 6,14 bilhões.
Telesíntese - MIRIAM AQUINO 9 DE NOVEMBRO DE 2020
A receita bruta de serviços encolheu 2,24%, para 5,83 bilhões. Desse total, R$ 5,37 bilhões vieram dos serviços móveis, que teve queda de 2,88%. O restante, R$ 453,8 milhões, viram do fixo, que cresceu em 6%.
Apesar de o término dos contratos de concessão de telefonia fixa estar se aproximando (a LGT prevê o seu fim em 2025), a Telefônica Vivo mantém os planos de antecipar esse fim, concretizando a migração dos contratos para o regime privado, conforme prevê a lei (Lei 13.879/2019), disse hoje, 9, Camilla Tápias, vice-presidente de Assuntos Regulatórios da Telefônica Vivo. “Mesmo faltando pouco tempo, achamos que ainda é o caminho”, afirmou ele.
Descontados os impostos, da ordem de R$ 1,62 bilhão, a TIM teve receita líquida de serviços equivalente a R 4,2 bilhões, alta de 1,31%. No móvel, a receita líquida avançou 0,42%, enquanto no fixo, a evolução foi de 16,38%. Apenas os serviços TIM Live tiveram um crescimento de 29,15%, divulgou a companhia. O EBITDA normalizado, ou seja, sem efeitos não recorrentes, ficou em R$ 2,07 bilhões, alta de 0,76%. O lucro líquido da companhia caiu 30,56%, a R$ 390 milhões. O Capex do período foi de R$ 850 milhões, uma redução de 8% sobre o realizado no terceiro trimestre de 2019. O endividamento líquido despencou 21,29% em um ano, passando a R$ 6,17 bilhões. A companhia terminou setembro com receita móvel por usuário (ARPU) equivalente a R$ 25,4. Há um ano, o valor era de R$ 23,9. Houve crescimento da ARPU no pós-pago, no pré-pago, e no TIM Live O grupo encerrou o trimestre com 51,15 milhões de clientes móveis, dos quais, 29,42 milhões no pré-pago e 21,73 milhões no pós. Houve perda de market share no móvel (considerando dados até agosto): passou de 23,9% no período em 2019, para 22,8% agora. O churn mensal aumentou, passando de 3,9% para 5,5%. Segundo a empresa, tudo está sob controle. A saída de clientes estaria em linha com a estratégia de foco menor no volume e maior no valor que a base gera para a companhia. Na banda larga fixa, a empresa diz que chegou a 6,15 milhões de homes passed, ou seja, de casas aptas a assinar seus serviços fixos baseados em fibra óptica. Um ano antes, eram 5,11 milhões. A base de assinantes FTTC era de 361 mil, enquanto a de FTTH era de 266 mil. 2
MIGRAÇÃO DOS CONTRATOS DE CONCESSÃO CONTINUA NOS PLANOS DA TELEFÔNICA
Segundo a executiva, que participou hoje, 9, de Live do Tele.Síntese, a empresa avalia que o caminho da migração é o melhor, para evitar o contencioso que poderia ocorrer em 2025, quando está previsto o término da concessão. “Existe a possiblidade, se a gente não migrar ,de ter toda uma discussão a respeito dos bens reversíveis, que a Lei 13.879 que trouxe uma solução inteligente”, afirmou. O conselheiro Emmanoel Campelo, que também participou da Live, assinalou que as concessionárias podem antecipar seu término, desde que sejam cumpridas todas as regras e garantias contratuais. Mas observou que, embora a Anatel queira resolver essa questão o mais rapidamente possível, alguns prazos não dependem da agência. Deu como exemplo o cálculo do valor dos bens reversíveis, que dependerão da manifestação do Tribunal de Contas da União (TCU). Ele disse que a consultoria especializada para definir a metodologia, contratada por intermédio da União Internacional de Telecomunicações (UIT) já está trabalhando em três vertentes: identificação e inventário dos bens reversíveis; análise de conformidade dos modelos de custos vigentes; e o cálculo do valor econômico associado à adaptação. ” Vale ressaltar que o valor do saldo é mutável, e grande parte dele já foi usada para o cumprimento das metas do PGMU IV”, completou o conselheiro. Ele disse ainda que o debate sobre a sustentabilidade de concessão ainda não foi encerrado na Anatel. Maturidade
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Camila Tápias assinalou ainda que, nesse ano atípico e difícil, as operadoras conseguiram mostrar a essencialidade das telecomunicações e conseguiram agir com mais maturidade, adotando posições pró-ativas em conjunto para dar respostas mais rápidas aos problema que surgiram.
FiGital, uma nova realidade no universo corporativo Por Iuri Mendonça, Diretor Corporativo Da Algar Telecom* -19/11/20, 16:22 19/11/20, 16:22 - Teletime
Atualizado em
Que o mundo ficou muito mais digital com a pandemia não restam dúvidas. A transformação social sem precedentes mudou a forma como nos relacionamos nos mais diferentes campos de nossas vidas, das interações com a família e os amigos aos estudos, o consumo e o lazer. Entre as empresas não foi diferente: as mudanças nos padrões de comportamento e a necessidade de redução no contato físico chegaram para acelerar uma tendência que, na verdade, já vinha sendo desenhada nas transações comerciais B2B.
Nesse processo, a utilização da metodologia ágil foi crucial para oferecer uma melhor experiência ao cliente, que está no centro de nossas decisões, e para resultados promissores. As taxas de conversão de vendas já se mostram melhores que as obtidas no modelo convencional, graças à agilidade que o novo modelo permite na resolução de problemas e na tomada de decisão. Com isso, o paradigma de que a metodologia ágil não se encaixa na força de vendas caiu por terra.
O fato é que a abordagem comercial tradicional também precisava ser modernizada. A prática comum no passado de distribuir cartões, agendar visitas com prospects e fazer uma varredura no mercado em busca de novos clientes destoava em um ambiente de negócios cada vez mais digitalizado. Mas como acelerar esse processo de forma efetiva e oferecer uma nova e melhor experiência a clientes corporativos?
Nosso time FiGital trabalha com objetivos e não somente com metas numéricas de vendas. Para isso, o modelo colaborativo com o envolvimento de diversas áreas da companhia é fundamental para retirar os impedimentos (como comumente chamamos os problemas na metodologia ágil) e para otimizar processos com a identificação de pontos de melhoria que são tratados nas dailies, cerimônia diária em que o squad se reúne para fazer os alinhamentos necessários.
A resposta a essa pergunta veio na forma de um time de atendimento que, na Algar Telecom, chamamos de FiGital. O projeto que está revolucionando a área comercial em nossa empresa, porém, vai muito além do neologismo que reflete a combinação das palavras físico e digital. Tratase de um conceito inovador para o atendimento multiplataforma de grandes clientes corporativos que utiliza os princípios da metodologia ágil para acelerar transformações e combinar o que há de melhor em cada um dos canais de vendas, seja qual for o ponto de contato com o decisor de compras.
Entre os principais ganhos dessa nova abordagem comercial está o aumento da produtividade, graças à redução nos deslocamentos e consequente aumento nas interações com clientes e potenciais clientes. Outro benefício é a redução da janela de vendas. Em alguns casos, no modelo convencional, o processo de negociação pode levar de três a quatro meses, mas com o FiGital já temos situações em que essa janela é reduzida para 24 horas, em razão da maior fluidez no processo de comunicação e eliminação de etapas intermediárias de prospecção. Os clientes também se beneficiam com o modelo, ao contar com a omnipresença de um atendimento personalizado em qualquer canal e em qualquer lugar, com a proximidade independente do canal e a presença e o cuidado com soluções personalizadas.
Some-se a isso uma mudança no comportamento de compras do C Level. Com a pandemia, os executivos da alta liderança nas organizações ficaram muito mais abertos a interações por plataformas digitais, como LinkedIn, Whatsapp, Instagram e Telegram, só para citar alguns exemplos. Também assumiram maior protagonismo na identificação de fornecedores, valendo-se da flexibilidade que as interações digitais possibilitam para encurtar caminhos. E a combinação de tudo isso é uma mudança de pensamento nas interações business to business. 4
Esses resultados mostram que estamos no caminho certo. Em poucos meses, a crise de Coronavírus acelerou o processo de digitalização da área de vendas em pelo menos três anos e não temos mais dúvidas de que o atendimento "figital" veio para ficar. Os decisores corporativos voltarão a priorizar os contatos presenciais com o fim da pandemia? Nós acreditamos que não. A questão já não é mais escolher um ou outro modelo atendimento – mas sim um e outro. O desafio é saber em que medida a combinação entre o físico e o digital irá determinar as interações comerciais no novo agora. 3
Os desafios e o futuro do mercado de telecom para as competitivas e os provedores regionais Teletime - Por Rui Gomes, Ceo Da Um Telecom* -26/11/20, 14:28 Atualizado em 26/11/20, 14:28 Embora 2020 tenha sido um ano bastante difícil para a maioria das empresas, estamos bastante otimistas com a transformação digital e digitalização que a sociedade brasileira está vivendo. Com a aceleração da digitalização e o aprendizado obtido a partir da pandemia do coronavírus, o setor de telecom, no qual estão inseridas as operadoras competitivas e os provedores regionais, buscou suprir as necessidades de acesso por conectividade de empresas, governos e dos consumidores. Agora, o segmento de telecom se prepara para 2021, precisando traçar uma estratégia que favoreça e estimule os investimentos, a fim de facilitar o acesso às tecnologias 5G e da Internet das Coisas (IoT), para que a realidade digital de fato aconteça. O principal desafio do setor, portanto, é tornar o mercado cada vez mais digital, transformando as empresas. Com o avanço da conectividade, as operadoras competitivas devem continuar a investir e a focar em inovação, qualidade de serviço e, cada vez mais, no desenvolvimento de novos produtos. Mas, para que isso ocorra, é fundamental criar condições e um ambiente favorável para a criação e desenvolvimento de novas tecnologias e novos serviços de valor adicionado (SVA). Isso deverá ocorrer de forma abrangente, em todas as plataformas, soluções digitais e dispositivos legais, garantindo assim pleno acesso às empresas e consumidores de todo o país. RADIOGRAFIA DO SETOR As competitivas e os provedores regionais passaram por um processo de consolidação e crescimento significativo em 2020. Hoje, existem quase 13 mil empresas com licença na Anatel de SCM (Serviço de Comunicação Multimidia), dos quais 5 mil delas reportam dados para o órgão. Entretanto, a tendência é que o mercado tenha um número menor de empresas de provedores de acesso à internet. No mundo inteiro, não há nenhum outro exemplo de país com tantas empresas prestadoras de serviços de telecomunicações como o Brasil. O movimento, natural, é que muitas delas se consolidarão e outras, menores, tendem a se fundir às maiores. Nesse novo cenário, por uma questão estratégica, algumas empresas deverão agregar Serviços de Valor Adicionado (SVA) até para a sua própria sobrevivência.
SVA Impulsionada pela pandemia, a digitalização veio para ficar de vez – e só tende a acelerar daqui para a frente. As operadoras competitivas devem ter como foco essa perspectiva e agregar valor adicionado às suas redes, caso contrário estarão fadadas a um futuro de incertezas. Como se sabe, a conectividade virou hoje uma commodity, ela tem um preço muito baixo. Por isso, é fundamental agregar uma série de soluções digitais. Além de agregar valor ao negócio, já que não se restringem apenas à conectividade e ao link de internet, os SVAs são produtos que fidelizam o cliente, já que têm embutidos um valor adicionado. Existem milhares de soluções a serem desenvolvidas. Os SVA são, portanto, absolutamente fundamentais para o futuro das competitivas e dos provedores regionais. MERCADO DE IOT O Brasil tem um grande potencial de crescimento em IoT mas, em contrapartida, um grande gap em relação aos países mais desenvolvidos. Além de apresentar um dos menores índices de usuários, o país é um dos mais atrasados na oferta e desenvolvimento de produtos e serviços. Uma das razões que explica este estágio é que a Internet das Coisas no país está muito concentrada no agronegócio. Creio que, a partir de agora, haverá um esforço para que o IoT se desenvolva com foco em outros segmentos econômicos, como governos, a indústria e o comércio. 5G Embora haja uma grande discussão sobre a formatação do edital do leilão, as operadoras competitivas já estão preparadas para essa nova etapa. Dependendo do edital, é possível que as empresas trilhem dois caminhos: investir maciçamente em novas redes, já que a nova tecnologia necessita de uma infraestrutura robusta de fibra óptica para viabilizá-la; ou explorar as frequências, oferecendo o novo serviço. Neste caso, uma das alternativas é integrar um consórcio formado por outras operadoras competitivas. Vale ressaltar que a regulamentação e o formato estão sendo definidos no edital pela Anatel. Sobre o autor – * Sobre o autor – Rui Gomes é formado em Economia pela Universidade Federal de Pernambuco e atua há 20 anos no empreendedorismo tecnológico, desde a criação da Connectoway, empresa da qual é presidente do Conselho Administrativo. Em 2009, ele fundou a Um Telecom, empresa da qual é o CEO e reconhecida por ser uma das principais players em infraestrutura de conectividade e soluções digitais das regiões Norte e Nordeste do Brasil. Em 2020, Rui Gomes se tornou conselheiro vice-presidente administrativo da TelComp – Associação Brasileira das Prestadoras de Serviços de Telecomunicações Competitivas. As opiniões expressadas não necessariamente retratam a posição de TELETIME.
Conselho em tempos de 5G: Não se apequenem Por Samuel Possebon -25/11/20, 00:18 Atualizado em 25/11/20, 09:27 - Teletime Logo após a morte do ex-ministro das Comunicações Sérgio Motta, em abril de 1998, o então presidente da República Fernando Henrique Cardoso tornou pública o que teria sido a última carta do amigo e fiel escudeiro, até então responsável por uma das principais políticas do primeiro mandato de FHC: a preparação do processo de privatização do sistema estatal de telecomunicações. Motta concluiu a carta com uma frase de efeito e forte impacto político: "Não se apequene. Cumpra seu destino histórico, coordene as transformações do país". Quando a carta foi escrita, a Anatel não tinha seis meses de existência, a privatização só aconteceria alguns meses depois, em julho daquele ano, mas o alicerce do modelo estava estabelecido: o mercado privado seria regulado por uma agência reguladora, com autonomia técnica e independência do Executivo. Os atuais integrantes do conselho diretor da Anatel certamente não tinham ideia, em 1998, que em 2020 a frase de Sérgio Motta poderia lhes soar como um bom conselho. Mas ela é boa para o momento atual e vale repeti-la: não se apequenem. É o momento de relembrar ao Executivo e à própria Anatel que a agência é um órgão de Estado, não de governo. Como regulador, ela cumpre políticas emanadas pela Constituição, pelas leis e por decretos. Inclusive leis que exigem estudos de razoabilidade de suas decisões, com análises técnicas e de impactos regulatórios de suas medidas. A Anatel não deve e não pode decidir com base na simples vontade do governante de plantão. Pode-se não concordar com esse modelo, mas a regra que está valendo é essa. Ainda bem. Ao longo de seus 23 anos, a agência errou algumas vezes ao avançar em territórios sobre os quais não tinha responsabilidade ou atribuição legal, e errou feio quando cedeu a pressões políticas ou quando simplesmente boicotou políticas públicas por discordar delas. Mas também acertou quando deixou de executar políticas que careciam de fundamento, ou quando eram impostas em desacordo com o interesse público. A Anatel não foi uma agência perfeita ao longo dos anos, mas acertou muito mais do que errou e contribuiu para que a telecomunicações se tornassem, entre os diferentes segmentos de infraestrutura, aquele que melhor funciona no Brasil. O que temos agora é um novo momento de teste da agência. A Anatel pode, obviamente, ser chamada pelo presidente da República para tratar de 5G, como aconteceu nesta terça, 24. Afinal, se a agência conversa sobre esse tema com atores do mercado (e não há problema em fazê-lo), o presidente da República tem o mesmo direito. Mas a coisa começa a ficar estranha quando o ministro das Comunicações diz que foi "apresentar" o relator da matéria na Anatel ao presidente Bolsonaro, como escreveu Fábio Faria em seu Twitter. Ficou parecendo um ritual de aprovação. Carlos Baigorri é um respeitado servidor de carreira da agência e deu a sorte (ou azar) de ser o conselheiro que vai relatar o edital de 5G, depois de ter sido sorteado para este processo, como é público. Baigorri sabe disso, os leitores da TELETIME sabem disso, o ministro das Comunicações sabe disso, mas os seguidores do Twitter do ministro e do presidente possivelmente não sabem. Baigorri fica desnecessariamente exposto, e isso não é bom para um técnico que precisa apresentar um relatório técnico.
Bolsonaro e seus filhos têm uma teoria na cabeça sobre 5G, China, comunismo, liberdades individuais, ataques cibernéticos etc. Teoria sem base científica conhecida. Coisa de Twitter, até que evidências sejam apresentadas (ainda não foram). Mas é um teoria cuidadosamente potencializada e promovida em orquestrações comerciais e geopolíticas do atual governo dos EUA. Aparentemente, estas teorias não têm o respaldo de ninguém mais dentro do governo brasileiro exceto o ministro de Relações Exteriores e dos ramais mais próximos ao presidente. Não se tem notícia de estudos técnicos da Economia que respaldem as teorias compradas por Bolsonaro, das estatais de tecnologia, da Polícia Federal, de universidades, dos ministérios técnicos, ou mesmo na ala militar ainda dedicada a estudar assuntos relevantes. Mas isso pouco importa para quem tem a caneta Bic na mão. O problema é que teorias como esta, quando levadas a sério, interferem em um relevante processo de transformação tecnológica do País representado pelo 5G; interferem no modelo de gestão das telecomunicações, até aqui delegada à livre iniciativa privada; interferem na credibilidade das agências e demais atores de Estado (inclusive do ministério); interferem nas perspectivas de investimentos; interferem nas atuais e futuras relações internacionais, que permanecerão relevantes quando Bolsonaro não for mais presidente, daqui a dois anos; e interferem nas condições em que os serviços poderão ser ofertados aos consumidores. Bolsonaro pode, como presidente, querer interferir em tudo isso, mas entre querer e conseguir, ainda há um longo caminho. O obstáculo para o presidente é que, como todos os chefes do Executivo que vieram depois que o modelo de agências passou a ser adotado no Brasil, Bolsonaro precisará conciliar suas políticas com a blindagem das autarquias especiais que regulam alguns mercados. E, justamente, cabe à Anatel e demais agentes de Estado não se apequenarem, tecnicamente, diante de possíveis devaneios. Burocracia e excesso de formalismo são entraves na maior parte dos casos, mas elas existem para momentos como esse, em que é preciso parar para refletir sobre a razoabilidade de uma ordem superior. Se o líder do Executivo tem convicção de que é preciso banir empresas chinesas do 5G no Brasil para supostamente salvar o País comunismo, ele precisará fundamentar e emanar a sua política formalmente, não por Twitter. Qualquer decreto precisa ter base legal, qualquer lei precisa ter sustentação Constitucional, e a Anatel não poderá fazer nada sem base em uma coisa ou outra, e sem uma cuidadosa análise de impacto regulatório, porque outras leis assim determinam. Vencidas estas etapas, instâncias e prazos regimentais existem aos montes e podem ser utilizados, inclusive para novas consultas públicas caso as decisões da agência tragam impactos regulatórios relevantes. Há quatro conselheiros para pedir vista do processo e apresentar votos divergentes. Baigorri não estará sozinho em sua decisão. E o TCU, sempre tão diligente para olhar se o que o regulador faz é do melhor interesse público, pode se tornar mais uma instância de análise da razoabilidade das regras. Sem falar no Congresso e no Judiciário, para onde o debate de 5G certamente será levado se seguirmos no rumo que está sendo proposto por Bolsonaro. É inacreditável que se precise chegar a esse tipo de extrapolação de cenário, que em última instância pode atrasar o 5G no Brasil por anos, com imensos prejuízos tecnológicos e econômicos. Ainda mais quando o governo deveria estar diligentemente implementando políticas de transformação digital, fomento à inovação e cuidando da segurança daquilo que de fato está vulnerável (e não são poucas as áreas do governo vulneráveis a riscos cibernéticos). Mas a Anatel não foi criada para implantar políticas públicas de rede social. Espera-se dela que cumpra seu destino histórico, seu papel legal, e ajude nas transformações do país com racionalidade e razoabilidade. A agência e demais instâncias de Estado têm mecanismos para evitar desvarios e teorias da conspiração. Basta querer usar.
Entre em Contato! Nossa equipe terá imenso prazer em atendê-lo SCS Quadra 01 Bloco K Nº 30 Edifício Denasa Brasília DF Avenida Paulista Nº 777 São Paulo SP (61) 2196-8000 (11) 3323-1988