Teofiio Braqa
A PROTECCÄO DO NOSSO PATRIMONIO NATURAL
SÄO JOÄO DA VILA 9 de Junho de 19 95
2
Foi
com muita
honra
aue
aceitei
o convite,
formulado
peio Senhor Presidente da Câmara Municipal de Vila Franca do C a m o o , para
estar
presente
aqui
hoje,
e
t alar
acerca
da
defesa do Patrimônio NaturalComo Vi 1a f r a n q u e n s e ,e dada por
bem
lugar, minha
cinair-me faiarei
ao
das
opinião,
nosso
Ãreas
deveriam
a vastidão
Concelho.
Protegidas ser
Assim, e
de
tema, em
achei
primeiro
outras
classifiçadas
d e p o i s , com o apoio de diapositivos,
do
quanto
que-
na
antes
e,
referir-me-ei a algumas
espécies animais e vegetais que nelas poderemos encontrar. Antes de
de prosseguir
biodiversidade
conservação.
Assim,
Biosfera,
isto e,
povoam,
são
expor
duas
biodiversidade são
as
caracterizam os enfim,
e
gostaria de apresentar o conceito
os milhões
diversas
variados
razões
è
para
"tudo o que
de organismos
comunidades
ecossistemas
que
a
e vida
na
aue a
biòticas
aue
constituem,
è.
a variabi1 idade genética das populações que formam as
conservação da diversidade bioloqica:
outra
sua
vivos
diferentes e s D è c i e s " . São basicamente duas as
pois
a
toda de
a
espécie
ordem
possibilita
tem
oratica
e
e
pode
especialmente através
o
direito
uma de carácter moral, natural
económica,
melhorar
a
razões para a
pois
a
de
existir.
biodiversidade
sobrevivência
da contribuição para
A
humana,
a alimentação,
a
indústria e a saüde.
ILHEU DE VILA FRANCA O mais
formoso
Gaspar Frutuoso, em frente
ilhéu
que
há
nas
ilhas,
no
dizer
de
com a superfície de 61 640 ntí*, fica situado
a Vila
Franca
Ponta de São Pedro
e a
do C a m p o , a sensivelmente 1200 m
do cais do Tagarete.
480 m da O Ilhéu
de Vila Franca do Campo encontra-se dividido em duas partes bastantes Pequenino,
distintas.a
Este
o
Ilhéu
Grande,
. Entre— &s— dois
a
Oeste,
existe
uma
e
o
Ilhéu
baia
quase
circular,
que
estreito —
comunica
com
o
mar
através
de
um
o Soquete.
O ilhéu de Vila Franca è um cone vulcânico, de
uma
erupção
submarina
constituído
por
tufos
acastanhada,
e
bacia
cone.
De
canal
a
acordo
com
em
áçuas
basalticos não
Foriaz
pouco
de
é mais
cor
do
(1988) , o
resultante
eme
protundas,
amarelada
a
cratera
ilhèu* de
Vila
ou
desse Franca
ter-se-a formado há cerca de 3000 anos. O
ilhéu
apresenta
fendas,
designadas
por
golas,
a
maioria das quais estabelece a ligação entre a baia e o mar exterior.
Uma
"rochedo"
estrutura
bastante
situado a sul do ilhéu,
curiosa
e
o
Farilhão,
com 3 2,5 m de altura e que
resultou do efeito abrasivo das vagas do mar. A
Flora
do
esoecies exóticas, entre
elas
incenso
ilhéu
de
Vila
Franca
podemos
encontrar:
(Acave
americana),
t o m e n t o s a ; , a vinha iantana
várias
sobretudo de origem africana e americana, a
cana
(Ptttosoorum undulatum ). a tabua
piteira
apresenta
(Vitis
o
(Arundo
o
(Phorm i u m t e n a x) , a
metrosidéro
labrusca
d o n a x ),
e V i tis
lMetros idero vinifera) e a
(Lantana c a m a r a ) mas ainda conserva algumas especies
endémicas,
como:
(Euphorbia louro
urze
a z o r i c a ),
(laurus
(Eri ca
azorica).
i ique ira-brava
a z o r i c a ).
erva-leiteira
(Senecio
canica
m a l v i f o l í u s ),
íHo 1cus
ri ai c u s )
e
Spercrularia a z o r i c a . esta última
integra a lista de Plantas
Vasculares
de
dos
Acores
em
Periqo
Extinção,
publicada
em
1984 por Krik Siogren. O grande
ilhèu
variedade
pombo-da-rocha rot schi Idi
).
melro-negro arerentatus garajau
do
ponto de
de
vista
aves,
entre
(Columba o
estorninho
(Turdus
merula
atlantis), o
rosado
Ir^ r a ) .
(St e m a
as o
comum
d o u q a l l i i ).
(Calidris canutus).
quais
destacamos:
o
(Buteo
vulcraris
a z o r e n s i s ).
garaiau
aoressnta
milhafre
ÍSturnus
qiomedea boreal i s ), o vira-pedras Seixoeira
faunistico
a
(S t e m a caqarro
(Arenaria
o
buteo
erranti),
gaivota
uma
o
(Larus
h i r u n d o ), o (CalonectrJLg
inte r o r e s . ) e a
4 Das caqarro
aves
é
aparentemente
destruição
de
tudo
n idi£ i c a n t e . Este
ameaçada,
Açores,
marinhas,
e
e
ieva
uma
do
crer
espécie
encontra-se
degradação
a
em
que
que,
apenas
embora
regressão,
habitat
de
o
não
devido
nidificação
à
nos
região onde se encontra a maior concentração mundial
c a g a r r o s . De
Franca
é
acordo
com
excepcional
acessibilidade
dos
Hamer
no
ninhos
{1990},
o
toca
à
que presentes
e
na
Ilhéu
cte Vila
densidade
e
diversidade
de
habitats usados para a sua localização. Dado virtude
o grande
do
tornando-o
seu
Natural,
facil
muito
Legislativo
interesse
ns?
foi
paisagístico acesso
considerado
3/83/A,
compreende
e
indiscriminado
vulnerável,
Regional
a qual
e
naturai
de
3
de
e
e
em
uso,
por
Decreto
Marco,
Re serva
toda a zona terrestre e uma zona
marítima definida peia batimetrica dos 30 metros. Em virtude de ser uma importante zona de nidificação e de passagem de aves miaradoras, endémicas
dos
Açores,
possuir
conservar.., espécies vegetais uma
área
maritima
de
grande
interesse para a conservação da fauna subaquática e mergulho cientifico ou recreativo, si tios
da
Eeoião
interesse
o ilhéu de Vila Franca e um dos 55
Autónoma
comunitário,
dos
Açores,
integrados
no
considerados
Projecto
de
Biótopos
ao
Programa Corine. O
ilheu de
protegidas
dos
Vila
Franca,
Acores,
tal
com
a
como
as
restantes
publicação
do
Legislativo F.egional n° 21/93/A de 23 de Dezembro,
áreas
Decreto aguarda a
sua reclassificação. Enguanto elevada conflito
o processo
pressão com
conservação
o
da
humana
não
durante
objectivo natureza,
apropriada,
ê
urgente
e
contratar
época da
um
evitar gue
balnear
entre
reserva
condicionar
criar e
acções de sensibilização/formação sobretudo dos mais novos.
e nara
sobretudo
aves marinhas,
formar
a
primeiro
humana fora da zona balnear, nidificação das
avança,
que a
e
a em a
presença
durante o período de instalar
vigilante
sinalização
e reforçar
as
junto dos-^v-tl-aí ran q uenses,
5 Importa plantas cana.
também
exóticas
Embora
o
já
ausência
pardelas
um
nomeadamente
do rato
que a
de
controlo
sua
existência
outras
aves
mais
último,
é
com os mais
sendo
de
de
controlo
da
lantana
rattus)
destacar a
apresentadas pelas
se
pode
o
não
das e
da
pareça
possível,
ser
a
responsável
da
família
pintainho
das
(Puf r inus
(Puffinus p u f f i n u s ).
importante variados
e,
pequenas
como
assimilis b a r o l i ) e o estapagado
cuantos,
(Rattus
seu
(P r o c e 1 lari i d a e ) .
Por
programa
significativo a colónia de c a ç a r r o s , era de
interesse o
irradicação, pela
existentes,
a presença
afectar de modo todo
iniciar
criar
condições
objectivos,
necessidade
de
a
todos
visitam o
ilhéu,
rever
as
condições
instalações sanitárias e pelo bar.
LAGOA DO FOGO A Lagoa do Fogo. das
lagoas açorianas,
uma das mais belas,
senão a mais bela,
e os terrenos que a ínarginam são desde
1974 por Decreto nQ 152/74,
de 15 de
Abril,- parte
integrante
da Reserva Natural da Lagoa do Fogo.
A aeologico, endémica, subspécies esta
notável
de
paisagística
aliada
ao
interesse
a presença de cerca de 20 espécies da nossa flora a
sua riqueza endémicas
reserva
total
beleza
e
2920
em
da
invertebrados
avifauna
alguns
terrenos
hectares
fossem
e a presença de
açoreana
fizeram
adjacentes, integrados
com
que
perfazendo no
8
Projecto
um de
Biótopos do Programa Gorine da Comunidade Europeia. A
lagoa que ocupa o fundo de uma caldeira com 3 km de
diâmetro formada há' cerca de
15 000 anos possuí
uma área de
cerca de 1,5 k m ^ , sendo 30 metros a sua profundidade maxima. A fauna da reserva é bastante diversificada. observar
os
a z o r e u m ). (Orvctolaaus
a
seguintes
mamíferos:
comadrinha cuniculus), o
(Rattus r a t t u s ).
(Mustela furão
o
Lá podemos
morcego
n i v a l í s ),
(Mustela
(Nvctalus o
furo) e
coelho o
rato
6 No que diz respeito á avifauna as principais espécies que
ser
Doàem
vistas
são
a t r i c a o i l i a ). o tentilhão ?Turdus
merula
r u b e c u l a ), canário
as
seguintes:
estrelinha
o
santantoninho
(Reaulus
paiumbus
(Sturnus
a z o r i c a ),
v u l a a r i s ), o
o
milhafre
fSterna h i r u n d o ) e a gaivota(
duas
últimas
nidificam
espécies
na
nidificantes
da
A
Diantas delas
área gue
da
(Salmo
de
O
cedro
mato
reserva
Entre a
è
a
flora
faia
(Juniperus
s s d
.a z o r i c a ) , o
Tolpis
a z o r i c a . o folhado
uva-da-serra
(Hypericum (Mvrsine
lagoa
era
as
foi
de
feita
em 1941, espécies
encontrar
primitiva
com mais
(Sa Imo
(Viburnum
o
louro
o
(Festuca
19 das
feto-reai
(Cu 1c it a m a c r o c a r n a ), o
azevinho
(Leontodon
tinus
(Laurus
das
Acores,
oresença
f i l i i),
a
a
mal furada
a z o r i c a ), o lubata)
e ameaçadas dos Açores,
(I lex
s s s .subcordatumi ,
c v l i n draceum),
a f r i c a n a ), ',o bracel raras
a
f a v a ),
b r e v i f o l i a ),
patalugo-menor
algumas
dos
destacamos (Mvrica
(V a ccinium
foiiosum),
plantas mais
casais
são: a tr?úta vulgar
possivei
elas
perado
a
que
(Cvorinos c a r o l o ).
especies:
do
de
estudada,
na
Hoie,
(Qsmunda regai i s ), o feto do cabe linho o
garaiau
migradoras
numero
peixes
irideus).
ia referida,
constituem
endemicas.
seguintes
, o
do Distrito de Ponta Delgada,
t r u t t a ) e a carpa
(Columba
mais de 120 em 1976 e 250 em 1932.
introdução
para alem da
Na
torcaz
marinhas
a espécie melhor
arco-íris
o
Larus a r a e n t a t u s )• Estas
gaivota,
peia Junta Gerai
comuns,
aves
(Eri thacus
a z o r i c u s ).
buteo)
Natural.
primeira
truta
são
pombo
Res e r v a
cerca de cem em 1969,
(Svlvia
(Mota-cilla c i n e r e a ) , o
(Buteo
comum
a
reaulus
(Serinus c a n a r i u s i , a alvéola
estorninho
touto
(Frinailla c o e i e b s ), o meiro-negro
a z o r e n s i s ),
a
o
e.
tamuio ’ima
das
o trovisco macho
Euphorbia stvaiana ) . O Decreto Regional comissão
administrativa
nQ
10/82/A previa
e estabelecia
a criacão de uma
um prazo
de
12 meses
para ser apresentado o Plano Director da Reserva e aprovado o
regulamento
funcionamento
crue
definiria
dagueia,
nada
os
orgãos
daquilo
foi
e
o
modo
executado.
de A
7 extracção diaria de gigante
(Gunnera
florestacão
ieívas,
t i n c t o r i a ) e a cletra
à base
geotérmica
o aumento de infes t a n t e s , como o
de
exóticas,
e de captação
os
de água
(Glethra arbórea),
trabalhos
na Ribeira
de da
têm vindo a descaracterizar aquele parasidiaco
a
prospecção Praia,
etc.
local.
BIOTOPO COSTA DE VILA FRANCA O faixa
Biótopo
costeira
Costa de
de Vila
110
Franca
hectares,
do
desde
Campo
a praia
abrange da
Vinha
uma da
Areia até a Praia da Ribeira Quente. A para
a
sua
inclusão
Conservação
Comunidade
Europeia
ser
de
sítio
nidificação garaíau
da
e devida
de
de
milhafre (Sterna
locais
de maior
e dos
Recursos
Naturais
da
interesse
botânico
,a
e
de
ao
seu
aves
migratórias
(Buteo
h i r u n d o i,
d o u g a 11 i i ) e do cagarro presença
os
Natureza
üassaqem
do
comum
entre
buteo do
numero
de
local
rotschildi
garajau1 rosado
(Calonectris diomedea
considerável
importância
),
do
(Sterna
boreal i s ) e à
invertebrados
endêmicos
do nosso arguípé lago.
ZONAS HÚMIDAS
Zonas lagoeiros, onde
a
húmidas charcos,
água
doce
são rios, e
todos
os
ecossistemas
estuários,
salgada,
como
lagoas,
zonas pantanosas,
üermanente
ou
etc.,
temporária,
adquire escassa profundidade. A sua conservação é de grande importância porque: - Constituem um dos bitótopos mais ameaçados do planeta. - Contribuem para a regulação do regime hídrico. São
habitats
de
uma
flora
e
fauna
características,
esDecialmente aves aquáticas. - Constituem um recurso de grande valor económico, recreativo, - Constituem vaiioso.
paisagístico, reservas
de
cultural,
estético e científico. água
doce,
um
recurso
escasso
e
8 No concelho de Vila Franca, local izam-se Congro,
outras,
lagoa dos Nenúfares,
A de
, entre
para além da Lagoa do Fogo,
as
seguintes
lagoa do
lagoa do Areeiro e Lagoinha.
lagoa do Congro com uma profundidade máxima de cerca
16 metros
encontra
é
para
a maior além
das
de
referidas
vestigios
sp - ) , o
eucalipto
ÍEucal iatus
introduzidas
em
e
o
onde
{Quercu_s
til
íOcot ea
ilha da Madeira.Nas a
carpa
comum
se
primitiva
como o -carvalho
da
1890
cratera
vegetação
plobulus)
f o e t e n s ), esta espécie endémica foram
. A
da
apresenta algumas plantas exóticas
águas
lagoas:
e
a
suas carpa
espelho. A tem
lagoa dos Nenúfares,
como
profundidade
vive o peixe vermelho o
tritão
de
outrora cobertas
por
(Hedychium incenso
máxima
3,5
metros
e
nas
suás
( Carassius a u r a t u s ), a rã
crista
ladeadas
que se encontra quase assoreada,
(Triturus por
c r i s t a t u s ) . As
a z a l e a s (Azalea
silvas
(Rubus
gardneranum) - As
(Sana sp)
suas
sp.), e
estão
conteiras
prédominantes
(Pittosnorum u n d u l a t u m ) e a criptoméria
e
margens
hoie
u lmifolius)
espécies
aguas
são
o
(Crvptomeria
laoonica). Na coberto
cratera
de
presença
do
do
vegetação sanquinho
lagoinha do Areeiro. uma
profundidade
peixes, vive a rã
Pico
da
Dona
primitiva,
entre
(Francrula
de
2,7
criptomérias,
Nas
gambusia
qual fica
se
nota
a
situada
a
m.
Nas
suas
águas,
sem
(Rana sp.).
encontra-se
diâmetro de cerca de 70 metros l,3m.
parcialmente
cerca de 90 m de diâmetro e
Na cratera do Pico da Lagoinha, por
a
a z o r i c a ),
Esta possui
máxima
Guiomar,
a
completamente revestido Lagoinha
que
possui
um
e uma profundidade máxima de
suas águas vive um muito pequeno peixe denominado (Gambusia h o l b r o o k i ) e durante o inverno e possível
observar algumas aves migratórias como o pato G a r c a - r e a l (Ardea c i n e r e a ) . MAMÍFEROS DOS AÇORES
(Anas sp.) e a
9 São um,
o
oito
os mamiisros
m o r c e a o (Nvctalus
restantes
introduzidos Existem
existentes
azoreum ) ,
é
nos Açores
e apenas
endémico,
sendo
os
intencionalmente ou não peio homem.
três
espécies
ae
ratos.
O
rato
cas
auint as (Rat tus r a t u s l , o m o r ganho ou rat inho (Mus m u s cu_l_us ) s a
ratazana
castanha
ou
rato
comum
das
casas
(5at tus.
norvecri cus ) O ao
coelhoíOrvctolagus
mesmo
tempo
Frutuoso!1981)
que
c u n i c u l u s ) terá sido
os
primeiros
introduzido
pov o a d o r e s .
Gaspar
a eles se refere do sequinte modo:
Os coelhos pardos,
que mandou trazer o Capitão Rui
Gonçalves da Câmara,
primeiro do nome.
e os pretos
que tez vir a esta ilha Tomé Vaz Pacheco, morador que foi em Porto Formoso, multiplicaram tanto, destruiram searas;
dos quais tomavam e tomam
qrande numero os caçadores,
O acordo
furão(Mustela
com o padre
seivaqem,
apenas
furo;
Ernesto em
que
la
com cão,,e furão ...(p .203 )
referido
por
F e r r e i r a (1943}
S.Jorqe
e
em
Frutuoso,
vivia
S.Miguel,
de
"no estado nesta
ilha
circunscrito as matas da
Laqoa do Conqro onde,
raramente se encontra um
e x e m p l a r '"( p :86 ) . Temos noticias
sua existência em outras
ilhas e ia o observamos na Caldeira
Velha,
no
presença,
Concelho entre
da
nós,
Ribeira da
Grande.
ainda assim,
Resta-nos
comadrinhatMustela
referir
nivalisi e
da
a do
ourico-caixeiroíErinaceus europaeu s ). O de
ser
tratar
morceqo dos Açores abundante de
uma
foi
existe em todas as
atribuido
população
o
endémica
estatuto e
de
isolada.
ilhas e apesar
RARO 0
por
se
isolamento
qeoarafico constitui um factor de ameaça. Para
alem
do
mor c e a o
dos
Acores
existe
especie de m o r c e a o (Mvotis m v o t i s ) que parece as nossas
ilhas(Palmeirim,
1979).
uma
outra
ter colonizado
10 PEIXES DE AGUA DOCE Os
peixes
introduzidos
das
pelo
introduzida
terá
lagoas
homem.
sido
o
e
ribeiras
A
dos
primeira
peixe
Açores
espécie
foram a
vermelho tCarassiu s
ser
aurajjija)
que é a mais espalhada e abundante no arqui p é l a g o (U i t s t r a n d , 19 61). Muitas foram as introduções, que
ocorreram
verificadas Barrois,
ao
nos
1896;
finais Silva,
de Wi 11 iam Haves ruivos
dos
tempos,
do
século
1983).
foram
sendo
de
destacar
p a s sadoíVicente,
Naquela
introduzidos
altura na
por
Lagoa
Dela
introdução,
espécies ae
carpas
na
iaçoa
(Cvprinus
cas
das
Sete
caro io
e
as
1956;
iniciativa Furnas
(Rutilus r u t i l u s ) e Jcse Maria Raposo de Amaral
resrsonsavel duas
longo
grande parte infrutíferas,
os
foi o
Cidades, de Cvorinus
rex
cvprinoriim} e de varias especies de trutas.. De acordo várias
com Silvai 1993)
lagoas
de S.Miguel
foram
30.000 trutâ:’ s
irideus). em 1970 foram introduzidas, 750
t r u t a s (Salmo
mesma
lagoa
a a r d n e r i i ).
são
lucius).
Para
introdução
vindas
introduzidos
lucioperca) e entre
lançadas,
espécies
na Lagoa das Furnas, da América,
63
em
1981
5 na
sandres(St izostediom
referidas
255 ê
de
lücíos ÍEsox registar
oercaí Perca_f 1uv 1at i 1i s )
da
1941,em
arco-íris (Salmo
1982 e 1985 são lançados
além das
em
e
a do
a c h i g ã (Micropterus s a l m o i d e s ). ANFÍBIOS Os Açores possuem apenas dois anfíbios, que
tera
sido
introduzida
em S.Miguel
mosquitos nos primeiros anos do século XIX, Pra í a í C h a v e s ,
1949),
arquipeiaao
o
e
e
tritão
presença em S.Miguel,
que de
esta
a r ã (R ana ssp.)
para combater
oelo Visconde da
espalhada
cristaíTriturus
os
por
todo
o
c r i s t a t u s ) cuia
a ünica ilha onde pode ser encontrado,
data de 19 22(S v a n b e r g , 1975). -------O tritão de crista é um dos nível mundiai
e por
tal motivo
anfíbios mais
ameaçados
a
estã rigorosamente protegido
1 por
legisiação
internacional,
sendo
uma
das
espécies
inciuidas no anexo II da Convenção .Relativa à Conservação da ■/ida Selvagem e dos Habitats Naturais da Europa.
REPTEIS No
nosso
1 acrart ixa (Lacerta introduzida para
o
em
arquipélago duauesi i )
1860
"por
castello
Ulfstr a n d (1961) da Madeira,
de
ê de
apenas
que
uns
exíte
segundo
soldados
S .B r a z "{p .9),
opinião
que
a
um
reptil,
Chavesíl949 )
que em
vieram Ponta
lagartixa
a foi
d'Elvas Delgada.
é proveniente
onde é endémica.
AVES Passam
nos
espécies destas,
Açores
são
cerca
de
nidificantes
200
espécies
terrestres
e
migratórias, de
água
doce
21 e
12 são subspécies endémicas
O mocho ou coruja, Asio o t u s , é uma espécie nocturna de tamanho
médio
com
90
cm
de
envergadura
que
se
alimenta
essencialmente de pequenos ratos, mas também pode incluir na sua dieta pequenas aves doentes e insectos. Nidifica entre Maio
e Junho,
sendo a postura de 5 a 6 ovos,
com uma duração de choco de 27 a 28 dias. Os
jovens
permanecem
com
os
pais
até
ao
inicio
do
Outono,
altura em que aprendem a caçar. 0 m i l h a f r e (Buteo
r o t h s c h i l d i ) tambem
conhecido
por queimado é uma subespécie endémica dos Açores,
existente
em todas as
E uma ave
ilhas,
buteo
excepto nas Flores e no Corvo.
diurna que antes da chegada do homem a este arguipelago, provavelmente introdução incluidos
insectivora.
de no
ratos seu
e
Com
a
coelhos,
regime
chegada estes
daquele
passaram
al i m e n t a r .Sabe-se
também
era e
a
a ser
que
se
alimenta de comadrinhas e de lagartixas. A
época
de
postura de
renroducão 2 a
3 ovos
ocorre de
cor
de
Maio
branca
a
Julho,
e salpicada.
com As
uma
crias
ficam
dependentes
dos
pais
durante
dois
meses,
aros
o
gus
ensaiam os primeiros voos O
pombo
torcas
(Columba
palumbus
azorica)
é
uma
subspécie dos Açores que não existe nas Ficres e no Corvo. O
torcaz
vive
entre
os
nidifica arvoredos,
a
uma
em pequenos
meses
altura
de
bandos
Abril
superior
a
e
de
5 a
Juihc-
10
na
5 metros;
aves
orla
a
e
dos
postura
e
qeraimente de 2 ovos brancos. A sua alimentação è qeraimente vegetariana
composta
por
folhas
verdes,
sementes
e
trutos
principalmente colhidos no chão. A estrel inhaí Regulas recrulus) é a ave mais Açores,
encontrando-se geralmente
90 metros a
6
em altituaes
pequena dos superiores
. S uma ave insectivora que inicia a postura,
ovos,
no
representada
mês cor
de
Maio.
mais
de
E
a
uma
unica
subspécie:
Reculus
recrulus
sanctae-mariae,
regulus
azo r í c u s
e
no
esoécie
Pico,
em
em
dos
Santa
S.Miquel
Terceira, ^ E a i a l ,
de 3
Acores Maria
a
a
a
Requlus
S.Jorqe
e
Flores a Reaulus r e a u ius inermis. O subsoecie
ten t iI hão íFringilia endémica
dos
coelebs
Acores,
muito
m o r eiet t i ) comum
em
e
uma
todas
as
ilhas. O Terceira
parda 1 íPasser por
um militar todas
as
observado
volta de
da
base
ilhas na
do
cidade
das
domesticus)
1960,
de
introduzido
L a q e s . Em
qrupo
centrai
Ponta
1970 e
não
existia
Grand.
1984 ) .
nas
ilhas
de
surqido
na
ilha
voIuntarimente iá se
em
Delgada.
apareceu peia primeira vez nas Flores ainda
tera
encontrava
1975 Em
por
jã
podia
Setembro
de
em ser
1983
e em Setembro de 1984
Santa
Maria
e
C o r v o .(Le
AVES MARINHAS
Nos Açores quase
todas
internacional. ameaçadas
no
nidificam oito
têm
populações
especies
de
importantes
aves marinhas, no
contexto
Seis destas espécies estão c l a s s rfTcãÜãs- como Livro
Vermelho
dos
Vertebrados
de
Portugal
e
13 estac-
inscritas
no
Anexo
I
da
Directiva
79/409/CEE
"Aves
Selvagens''. A aima n e c r a (Bulweria b u l w e r i i ) nidificava em pequenos ilheus
de
Santa
Maria
e
Graciosa.
existência de uma pequena O
painho
mestre,
é
da
que
estapaqado
nidifique
povoamentos, XVI.
ou
alma
S.Maria
e
err.
üe
1984
fru lho (Puf f.inus abundante
na
p u f f i n u s )segundo
altura
dos
primeiros
estava praticamente extinto em meados do século
mantendo
nidificação iIhèus
em
castro?
G r a n d , 1984).
ou
"muito
refere a
população na Graciosa.
nidificava na GraciosaíLe
Az e v e d o í 1992)
Grandíl984)
made i r a (Oceanodroma
provável
0
Le
esse
em covas
mas
também
estatuto abertas
em
no
ats
a
actual idade.. .A
soio,
feitas
de
pastagem,
terrenos
sobretudo nos tornava
os
estacagados presas fáceis guer para o homem quer para outros predadores, mortos tal
a pauladaenchendo
como
ainda
como os porcos.
as
como
exportados
nas
alimento. para
apenas
Flores
assim
c a g a r r a s , pelo
secos
estatuto,
Atraídos a noite por foqueiras e
em
óleo
e
C h e g a r a m , "em S.Miguei.
conhecem-se
1865
sacos deles",eram caçados,
e no
anos
Hoie,
dois
Corvo
pelas
em
penas, de
servindo
fome",
desconhece-se
registos 1929,
de
onde
a
ser
o
seu
nidificação
possivelmente
ainda nidifica. O P i n t a i n h o (Puffinus com Le Grand(1984). populações. embalsamado. Ferreira, Os costa
No
a s s i m i l i s ) nidificava,
em S.Ma r i a e Graciosa em muito pequenas
museu
Carlos
pertencente
M achado
a
existe
colecção
do
um
exemplar
Padre
Ernesto
capturado em Vila Franca do Campo. garaiaus
ocidental
são duas de
Africa
espécies
que em Abril
para
Açores
os
Ambas as especies nidificam em colónias, rochosas
de acordo
sob
falésias
ilhas de Flores
e
e
em
pequenos
santa Maria.
As
onde
migram da nidificam.
situadas em praias
ilhéus
colónias
sobretudo
nas
têm normalmente
30 a 70 casais. A nidificação começa habitualmente no fim de
Abrn e“proionga-se até ao fim de Juriícr:
Em comum
1989
existiam
Acores
4015
casais
de
qara jau
(Sterna h i r u n d o ) e 992 casais de garajau r o s a d o (St e m a
d o u a a 1 1i i >. sendo mais
nos
importantes
as
ilhas de Flores,
S.Maria e Graciosa as
para esta espécie com 80% da população dos
A c o r e s .. Entre
1989
manteve-se estável, 60% do
total
da
e
1991
a
população "de
garajau
com cerca de 1000 casais,
população
europeia.
Em 1992
rosado
isto é mais de a população
de
Garajau rosado diminuiu para 750 casais e em 1993 para cerca de 380. Existem
vários
perturbação pelo
problemas
de
conservação,
homem a maior ameaça
para
os
sendo
garajaus
a
nos
Acores. O
c a a a r r o (C a 1onect r is
diomedea)
è
uma
ave
marinha
períeitamente adaptada a vida no alto mar. Apos alguns meses nos mares do Hemisfério Sul, os
cagarros
colônias,
regressam
situadas
dando assim
inicio ao
Movidos
iniciam
em ilhéus,
final de Outubro os adultos.
e
visitas
falésias
período
nocturnas
e arribas
reprodutor
em Março
de
as
costeiras,
oito meses.
No
iovens são a b andonados, nos ninhos ceios
pela
tome,
iancam-se ao mar
para uma vida
longa de mais de 40 anos. Os Açores para
são,
o cagarro.A
em todo o mundo,
sua
população
a zona mais
sofreu
uma
importante
enorme
regressão
histórica sobretudo devido a pressão sobre o litoral. A população de g a i v o t a (Larus cachinnans a t l a n t i s ) e mal conhecida mas admite-se que oossa estar em expansão.
CETÁCEOS Existem cerca de acordo de
de
80 espécies de cetáceos.
com o Livro Vermelho
1990,já foram observadas
dos
Vertebrados
20 especies,
á sub-ordem dos mi s t i c e t o s (cetáceos
Nos Açores, de
Portuqai
destas
4 pertencem
com barbas)
e 16 a sub-
ordem dos o d o n t o c e t o s (cetáceos com dentes). Dos
misticetos
, o
ba 1ei a - boreal(B a l a e n o o t era
iubarte(Meoaotera b o r e a 1is ) têm
o
novae n q liae),a seu
estatuto
de
15 conservação
classificado
como
indeterminado.
baleia-f i n a (Balaenoptera
phvsalus)
vulnerável
a n ã (Balaenoptera
e o da
baleia
è
O
estatuto
considerado
da
como
acutorostrata) é
de r a r o . No
que
íPhvseter captura
diz
respeito
aos
m a c r o c g p h a l u s ) que
de
cerca
de
entre
19.900
b o t i n h o s o (HvDeroodon (Mesoplodon bidens ) cateqria
o
de
1967
foi
cachalote sofreu
o
uma
suDorts
da
o c a l d e i r ã o (Steno b r e d a n e n s i s ) , o
a m p u l l a t u s ), o
a
insuficientemente
baleia
de
bico
b ic o - de-Garrafa(M esoplodon
c a c h a l o t e - p i o m e u (Kcaia
o r c a ) è considerada rara,
e
o
O b o t o (Phocoena p h o c o e n a ) tem o
d e n s i r o s t r i s i,
e
1910
exemplares,
indústria baleeira açoriana. estatuto de indeterminado,
odontocgtos,
fcreviceps)
conhecido
os restantes
e
a
estão
na
o r c a (Oreinus
não são considerados
ameaçados.
FLORA.
A
flora
espécies,
vascular
destas
dos
Açores
è
constituída
oor
1011
2/3 foram introduzidas e apenas cerca de 60
são endémicas.
A veqetação desde
a
chegada
autóctone dos Açores dos
portugueses
impacto da actividade humana,
a
tem vindo a reqredir
estas
ilhas,
devido
ocupando hoje áreas
ao
diminutas
e em constante regressão.
A
situação
deveras na
críti c a : 73%
lista
de
europeia, algumas
em
publicada,
Dada
a
importância
mais
valioso
encontra
especíes
raras em
dezanove,
sueco Erick Sjogren,
se
das
plantas
delas,
aue
a
flora
endémicas
e
ameaçadas
1983,
peio
encontram-se,
da
dos
Açores
estão
incluídas
flora
Conselho segundo
é
vascular
da
Europa;
o
botânico
em perigo de se extinguirem.
das
património
comunidades terrestre,
vegetais
dos
a Associação
Açores, Amigos
o
dos
15 Açores de de
subscreveu uma proposta,
oito
associacões
emergência
apresentada por um conjunto
ambientalistas,
que contemple,
de
entre
criacão
de um piano
outros, os
seguintes
princípios básicos: —
priviligiar a classificação de áreas de protecção relativamente vastas e com elevado numero cs espécies endémicas ameaçadas, em que esteiam representadas o máximo de comunidades vegetais, em lugar da classificação de numerosas áreas homogéneas, pequenas e isoladas, mas altamente vulneráveis; condicionar rigorosamente a introdução de espécies animais e vegetais exóticas no arquipélago, devido á fragilidade e vulnerabilidade dos ecossistemas insulares, e iniciar proaramas de controlo das plantas exóticas invasoras existentes.
Esta Dr opo st a foi apresentada ã Assembleia Regional dos Açores que a aprovou sob a forma de resoiução intitulada "Medidas
Dara
Açores",
a 30 de Marco de 1995.
Perante Planeta cruzados no
quer
os a
do
problemas nossa
que
da vegetacào
que
Reqião
à espera que
séc.XVIII,
maior
a salvaguarda
afectam
não
Edmund
Burke
aquele
que
dizia:
nada
quer
podemos
as entidades
autóctone
globalmente
ficar
oficiais
de
façam
"ninguém cometeu
fez
porque
dos
era
o
braços
tudo.
Já
um erro
muito
pouco
aquilo que podia fazer” .
Estou equilibrado,
convencido onde
não
direitos
de propriedade
direitos
humanos
a um
que
haja nem ar
só
com
um
"interesses lucros-
limpo,
a
que uma
desenvolvimento particulares-nem
se agua
sobreponham limpa
aos
e a uma
atmosfera que permita a continuação da vida na Terra"(Walter Cronki t é ) sera
possível
usufruirmos
dãs
riquezas
sem compromotermos os direitos das gerações futuras.
do
mundo