Teófilo Braga & Mário Furtado
AS ESCOLAS E A EDUCAÇÃO AMBIENTAL Conclusões de um inquérito às Escolas do 2°e3° Ciclos do Ensino Básico e do Ensino Secundário
AMIGOS DOS AÇORES Junho de 1998
ESCOLAS E EDUCAÇÃO AMBIENTAL O mais importante de iodos os recursos disponíveis no nosso planeta é o próprio HOMEM. É com ele que temos de contar e nele teremos de apostar. Investir no futuro é investir na educação, na consciencialização dos indivíduos e criar novos comportamentos onde a tolerância, a solidariedade, o sentido de justiça e o amor sejam determinantes”( José de Almeida Fernandes)
Educação Ambiental, o que é?
A educação ambiental, que aparece como resposta aos problemas da biosfera, não se limita a fomeGer aos indivíduos mais informação « formação, ensina-lhes, também, a utilizar judiciosamente o ambiente. De acordo com as recomendações da Conferência de Tbilisi, realizada na ex-URSS, em Outubro de 1977, o princípio geral 4a educação ambiental, em síntese, é: “Fazer compreender às pessoas e às comunidades a natureza complexa resultante dos factores físicos, biológicos, sociais, económicos e culturais do ambiente natural e urbano e dar a estas pessoas ou comunidades a oportunidade de adquirir os conhecimentos, os valores, as atitudes e as aptidões práticas que lhes permitam ajudar de uma maneira responsável e eficaz a prever e resolver os problemas ecológicos e gerir a qualidade do ambiente.” (Contente, 1992)
Segundo Batista (1998), baseando-se nas dimensões apontadas pela Conferência de Tbilisi, a eduGação ambiental desenvolve-se por etapas, em três níveis hierárquicos, que a seguir se explicitam (Figl):
Participação contínua Consciência
Atitudes
Sensibilização Informação
Competência
Motivação
Figura 1- Pirâmide da ediíicação da Educação Ambiental
1-Sensibilização-
consiste no chamar a atenção
e no registo de preocupações já
sentidas; 2-
Informação- refere-se ao saber no âmbito de conteúdos ligados às ciências ambientais;
3-Competência - diz respeito às ferramentas de carácter cognitivo, afectivo e psicomotor, necessárias para determinar e resolver os problemas ambientais; 4-
Motivação - consiste na criação de condições que potenciem a aprendizagem e a
acção; 5-Consciência- diz respeito ao desenvolvimento de um estado global de compreensão e vivência afectivas dinâmicas; 6-
Atitudes- consiste no desenvolvimento de valores sociais e na tomada de iniciativas;
7- Participação continua- refere-se ao envolvimento activo, responsável e crítico em tarefas que têm por objectivo a resolução de problemas ambientais.
Importa, também, registar que a educação ambiental não deve ser entendida como mais uma disciplina a acrescentar aos currículos escolares, pelo contrário, ainda de acordo com os princípios básicos da conferência de Tbilisi, ela deverá :
1-
constituir um processo contínuo e permanente, começando pelo pré-escolar, e
continuando através de todas as fases do ensino formal e não- formal” ; 2-
ter um carácter interdisciplinar, “ aproveitando o conteúdo específico de cada
disciplina, de modo que se adquira uma perspectiva global e equilibrada”.
Terminaríamos este ponto, com a apresentação de uma definição de Educação Ambiental: “Processo permanente e participativo de comunicação de conhecimentos, explicação de valores, instrução sobre problemas específicos relacionados com a gestão do Ambiente, formação de conceitos e aquisição de competências que motivem e promovam comportamentos e actuações concretas de defesa, conservação e melhoria da qualidade do Ambiente, resolvendo os probleamas actuais e evitando que outros se ponham no fiituro”(Femandes, 1992).
Educação ambiental e clima educativo
Não sendo a educação ambiental exclusiva das escolas, estas são indispensáveis à sua implementação. Para poderem desenvolver coerentemente o seu papel as escolas deverão possuir um clima educativo adequado.
De acordo com Ostolaza(l 992) podemos considerar dentro do clima educativo
os
seguintes âmbitos, que condicionam a qualidade de vida escolar:
Relações Humanas- deverá existir uma atmosfera de aceitação, compreensão e respeito entre todo os intervenientes, permitindo que as decisões sejam tomadas em conjunto e favorecendo as relações com agentes exteriores à escola.
Didácüco-social- Os métodos a utilizar deverão favorecer a participação e a acção social, deverão ser facilitados os meios para que sejam postas em prática as decisões tomadas. Ao mesmo tempo deverão ser potenciados os contactos com a comunidade, a diversificação de opções a tomar e a possibilidade
de aplicar os
conhecimentos em situações diversas.
Físico-material- os aspectos físicos como a arquitectura, os espaços, os materiais educativos, etc. têm uma influência sobre as condições de trabalho e na qualidade do ensino.
O Inquérito No âmbito do nosso trabalho, procuramos, através de um inquérito, tentar saber que condições físicas apresentam as nossas escolas, o que nelas se fez, sobretudo em termos de estratégias adoptadas, e quais as principais carências .
1- A amostra Elaboramos um questionário que foi enviado às vinte e oito escolas do 2o e 3o ciclos do Ensino Básico e do Ensino Secundário dos Açores. Destas, devolveram-nos o questionário 17 , o que corresponde a cerca de 60 % das escolas. 2-Apresentação e análise dos dados recolhidos.
1- Espaço exterior
Para conhecermos o estado do «spaço exterior à escola, pedimos que nos classificassem, numa escala que variava entre o muito mau e o muito bom, a fachada da escola, a zona verde, a zona de jogos, o estado de limpeza, a segurança viária, o ruído, o enquadramento paisagístico e os caixotes de lixo. No Quadro I apresentamos, as respostas obtidas. normal
muito mau /mau Número
Percentagem
Número
Percentagem
bom /m uito bom Número
Percentagem
Fachada da escola
6
35, 29
7
41,18
4
25, 53
Zona Verde
4
23, 53
7
41,18
6
35,29
Zona de Jogos
4
23,53
4
23, 53
Estado de limpeza
3
17,65
9
52,94
Segurança viária
3
17,65
10
58,82
Ruído
4
23,53
7
41,18
6
35, 29
Enquadramento paisagístico
3
17,65
6
35,29
8
47,06
Caixotes de lixo
4
23,53
8
47,06
5
29,41
8
5 3
47,06
29,41 17,65
Quadro I- Estado do espaço exterior A leitura do quadro permite-nos constatar que, embora para a maioria dos respondentes o estado do espaço exterior seja considerado normal ou bom/ muito bom, há aspectos como a fachada da escola, a zona verde, a zona de jogos, o ruído e os caixotes de lixo cujo estado é considerado por mais de 20% dos respondentes como mau/muito mau.
2- Espaço interior (Kstado do mobiliário e instalações) Para conhecermos o estado do espaço interior das nossas escolas, pedimos que nos classificassem , numa escala que variava entre o muito mau e o muito bom o mobiliário, as portas/janelas,os laboratórios, as paredes, os caixotes de lixo, as casas de banho, a biblioteca, as salas de convívio, as salas de aula e o ginásio. No Quadro II apresentamos, as respostas obtidas. normal
muito mau /mau Número
Percentagem
Número
Percentagem
bom /muito bom Número
Percentagem
Portas/ janelas
7
41,17
8
47,06
2
11,76
Mobiliário
1
5,88
13
76, 47
3
17,65
Laboratórios
7
41,17
4
23,53
5
29,41
Paredes
3
17,65
11
64, 71
Caixotes de lixo
3
17,65
11
64,71
3
17,65
Casas de banho
8
47,06
8
47,06
1
5,88
Biblioteca
1
5, 88
9
52,94
7
41,18
3
17,65
Salas de convívio
4
23, 53
12
70,59
1
5,88
Salas de aula
5
29,41
11
64,71
1
5,88
Ginásio
5
29,41
8
3
17,65
47,06
Quadro II- Estado do espaço interior A leitura do quadro permite-nos constatar que, embora para a maioria dos respondentes o estado do espaço interior seja considerado normal ou bom / muito bom, há aspectos cujo estado deixa muito a desejar. É o caso das portas / janelas e dos laboratórios cujo estado é considerado mau/muito mau por cerca de 41% dos respondentes, o das casas de
banho, considerado mau/muito mau por cerca de 47% dos respondentes, o das salas de convívio que ultrapassa os 20% e o das salas de aula e ginásio que é considerado mau/muito mau para cerca de 30% dos respondentes. Além do referido, ainda é de registar o facto de uma escola não possuir ginásio.
3- Resíduos sólidos
3.1- Periodicidade da recolha de resíduos sólidos Quisemos saber qual a periodicidade da recolha dos resíduos sólidos. O Quadro III apresenta-nos as respostas obtidas.
Periodicidade da recolha
Número
Percentagem
Diária
6
35,29
Dia sim/dia não
7
41,18
Outra
4
23,53
17
100.00
Totais
Quadro Hl- Periodicidade da recolha de resíduos sólidos A leitura deste quadro permite-nos concluir que na maioria das escolas a recolha de resíduos sólidos é feita dia sim/dia não, seguindo-se o grupo daquelas em que a recolha é feita diariamente.
3.2- Satisfação com o serviço de recolha de resíduos sólidos
No Quadro IV apresentamos as respostas obtidas relativamente ao grau de satisfação com o serviço de recolha de resíduos sólidos.
Número
Percentagem
10
58,82
Insatisfeito
7
41,18
Totais
17
100.00
Grau de satisfação com o serviço de recolha de resíduos sólidos Satisfeito
Quadro IV- Satifação com o serviço de recolha de resíduos sólidos A leitura deste quadro permite-nos concluir que embora a maioria das escolas esteja satisfeita com o serviço de recolha de resíduos sólidos, mais de 40 % daquelas encontra-se insatisfeita..
3.3- Presença na escola de contentores para fazer a recolha selectiva de papel, vidro, lixos orgânicos, etc.
Quisemos saber se na escola existem contentores para fazer a recolha selectiva de papel, vidro, lixos orgânicos, etc. O Quadro V apresenta-nos as respostas obtidas.
Esxistência de contentores para a recolha selectiva
Número
Percentagem
Sim
7
41,18
Não
10
58,82
Totais
17
100.00
Quadro V- Presença de contentores para a recolha selectiva
A leitura deste quadro permite-nos concluir que a maioria das escolas (cerca de 60%) não possui contentores para fazer a recolha selectiva de papel, vidro, lixos orgânicos, etc
3.3.1- Acções de sensibilização, junto da população escolar, para a correcta utilização de contentores para fazer a recolha selectiva de papel, vidro, lixos orgânicos, etc.
Procuramos saber se as escolas já tinham promovido acções de sensibilização, junto da população escolar, para a correcta
utilização de contentores para fazer a recolha
selectiva de resíduos. O Quadro VI apresenta-nos as respostas obtidas. Número
Percentagem
Não fizerem/ não responderam
11
64,71
Já fizeram
6
35,29
Totais
17
100.00
Acções de sensibilização
Quadro VI- Acções se sensibilização para a recolha selectiva de resíduos A leitura deste quadro e do anterior permite-nos concluir que das escolas que possuem contentores para fazer a recolha selectiva de resíduos apenas uma não promoveu acções de sensibilização, junto da população escolar, para a sua correcta utilização. 3.4- Tipo de apoios que a escola necessita para a promoção de sensibilização relacionadas com a problemática dos resíduos sólidos?
acções de
No Quadro VII apresentamos as respostas obtidas relativamente ao tipo de apoios que as escolas mais necessitam.
Necessidades das escolas
Número
Percentagem
Não responderam
1
6,25
Documentação
3
18,75
Formadores
4
25,00
Documentação/formadores
6
37,50
Formadores/ outros
1
6,25
Outros
1
6,25
Totais
17
100.00
Quadro VH- Principais carências das escolas relacionadas com a problemática dos resíduos sólidos.
A leitura deste quadro e permite-nos concluir que, para a promoção de acções de sensibilização relacionadas com a problemática dos resíduos sólidos, as escolas necessitam sobretudo de formadores e de documentação.
4-Espacos verdes 4.1- Espaços verdes Relativamente à presença ou não de espaços verdes do nosso inquérito comcluimos que existem em todas as escolas.
4.1.1- Ocupação predominante dos espaços verdes No Quadro VIII apresentamos as respostas obtidas relativamente à ocupação dos espaços verdes.
Espaços verdes
Número
Percentagem
Jardim
1
6,67
Relvado
8
53,33
Jardim/relvado
2
13,33
Relvado/arbustos
4
26,67
Totais
15
100.00
Quadro VHI- Ocupação dos espaços verdes Da leitura do quadro concluímos que o espaço verde da maioria das escolas é ocupado com relvado.
4.1.2- Estado dos espaços verdes.
Procuramos saber em que estado se encontravam os espaços verdes. No Quadro IX apresentamos os resultados obtidos.
Número
Percentagem
Bom
15
88,24
Mau
2
11,76
Totais
17
100.00
Estado dos espaços verdes
Quadro IX- Estado dos espaços verdes A leitura do quadro acima permite-nos constatar que a grande maioria dos espaços verdes das nossas escolas está bem tratada.
4.1.3- Tratamento dos espaços verdes
No Quadro X apresentamos as respostas obtidas relativamente à nossa questão cujo objectivo era tentar saber quem tratava dos espaços verdes.
Tratamento dos espaços verdes
Número
Percentagem
Funcionários
16
94,12
Funcionários e Professores/ alunos
1
5,88
Totais
17
100.00
Quadro X- Quem faz a manutenção dos espaços verdes A leitura do quadro acima permite-nos constatar que a
participação dos
professores / alunos no tratamento dos espaços verdes é diminuta, isto é, apenas é feita numa escola.
4.1.4- Espécies de árvores / arbustos. Procuramos saber se, por parte das escolas, havia alguma preocupação pedagógica com a escolha das espécies de plantas que são cultivadas nos espaços verdes. Nesse sentido,
perguntamos qual a origem das espécies existentes. O Quadro XI apresenta-nos as respostas obtidas.
Número
Percentagem
Não responderam
1
5,88
Introduzidas
13
76,47
Endémicas/ introduzidas
3
17,65
Totais
17
100.00
Origem das espécies
Quadro XI- Origem das espécies existentes nos espaços verdes A leitura deste quadro permite-nos concluir que apenas num número muito restrito de escolas, em cerca de 18%, existiam espécies endémicas da flora açoriana.
5- Educação Ambiental 5.1-
Onde se faz educação ambiental.
Perguntamos em que local se fazia, preferencialmente, educação ambiental. O Quadro XII apresenta-nos os resultados obtidos.
Onde se faz educação ambiental
Número
Percentagem
Aulas
5
38,46
Area escola
4
30,77
Aulas/ Area Escola
2
15,38
Aulas/Clubes
1
7,69
Area Escola/ Clubes
1
7,69
Totais
13
100.00
Quadro XII- Espaço onde é feita a educação ambiental
A leitura deste quadro permite-nos concluir que é nas aulas onde mais se faz educação ambiental ( em cerca de 61,5 % das escolas), seguindo-se na Área Escola (em cerca de 54% das escolas) e em terceiro lugar nos clubes (em cerca de 15% das escolas)
5.2- Responsabilidade pela iniciativa de promoção de actividades de educação ambiental.
O Quadro XIII apresenta-nos as respostas à nossa questão acerca de quem partia a iniciativa de promoção de actividades de educação ambiental.
Número
Percentagem
Professores
8
47,06
Professores/alunos
2
Professores/Conselho directivo
7
41,18
Totais
17
100.00
r
11,76
Quadro XIII- Iniciativa da promoção de actividades de educação ambiental
A leitura deste quadro permite-nos concluir que a iniciativa de promover acções de educação ambiental parte essencialmente dos professores e dos Conselhos Directivos das escolas.
5.3- Tipo de acções.
Procuramos saber o tipo de actividades de educação ambiental que mais vezes era promovido pelas escolas. O Quadro XIV apresenta-nos as respostas obtidas.
Número
Percentagem
Palestras
1
6,25
Visitas de estudo
2
12,50
Exposições
3
18,75
Palestras/Visitas de estudo
3
18,75
Palestras/exposições
1
6,25
Visitas de estudo/exposições
5
31,25
Outras
1
6,25
Totais
16
100.00
Tipo de acções
Quadro XIV- Tipo de acções de educação ambiental
A leitura deste quadro permite-nos concluir que, nas escolas, as principais actividades de educação ambiental são, em primeiro lugar, as visitas de estudo, depois, as exposições e, por último, as palestras.
5.4 Apoio exterior
Procuramos saber se para a realização de actividades de educação ambiental as escolas solicitavam apoio exterior. O Quadro XV apresenta-nos as respostas obtidas.
Apoio exterior
Número
Percentagem
Sim
15
88,24
Não
2
11,76
Totais
17
100.00
Quadro XV- Apoio solicitado ao exterior
A leitura deste quadro permite-nos concluir que a maioria das escolas (88, 24%) solicita apoio exterior para a realização de actividades de educação ambiental.
5.4.1- Entidades que apoiam
O Quadro XVI apresenta-nos as respostas à nossa questão sobre as entidades que apoiavam as escolas nas acções de educação ambiental.
Número
Percentagem
Secretarias Regionais
3
17,65
Associações de Defesa do Ambiente
I
5,88
Juntas de Freguesia/ Câmaras Municipais
1
5,88
Juntas de Freguesia/ Associações de Defesa do Ambiente
1
5,88
Secretarias Regionais/ Câmaras Municipais
5
29,41
Secretarias Regionais/ Universidade dos Açores
1
5,88
Secretarias Regionais/ Associações de Defesa do Ambiente
2.,
11,76
Associações de Defesa do Ambiente/Universidade dos Açores Não responderam
1
5,88
2
11,76
Totais
17
100.00
Entidades
Quadro XVI- Entidades que apoiam as escolas
A leitura deste quadro permite-nos concluir que são as Secretarias Regionais as principais entidades que apoiam as escolas nas suas acções de educação ambiental. Em segundo lugar, estão as Câmaras Municipais, em terceiro lugar, as Associações de Defesa de Ambiente e, por último, em igualdade de circunstâncias, estão as Juntas de Freguesia e a Universidade dos Açores
5.4.2- Tipo de apoios solicitados
Procuramos saber que tipo de apoios eram solicitados para a realização de actividades de educação ambiental as escolas. O Quadro XVII apresenta-nos as respostas obtidas.
Número
Percentagem
Transportes
1
5,88
Plantios
2
11,76
Financeiros/ transportes
2
11,76
Transportes/ documentação
9
52,94
Documentação/ formadores
1
5,88
Não responderam
2
11,76
Totais
17
100.00
Tipo de apoios
QUADRO XVH-Tipo de apoio solicitado
A leitura deste quadro permite-nos concluir que, em primeiro lugar, são solicitados transportes, em segundo lugar, documentação, em terceiro lugar, apoio financeiro e plantios e, por último, formadores. 5.5- Grau de satisfação com o atendimento aos pedidos de apoio solicitados a entidades oficiais. Procuramos saber se as escolas estavam satisfeitas com o apoio que lhes era prestado pelas didersas entidades oficiais. O Quadro XVIII apresenta-nos as respostas obtidas. Atendimento
Número
Percentagem
Bom
7
41,18
Razoável
7
41,18
Não responderam
3
17,65
Totais
17
100.00
Quadro XVIII- Classificação do atendimento por parte das entidades oficiais
A leitura deste quadro permite-nos concluir que o grau de satisfação com o atendimento por parte das entidades oficiais aos pedidos de apoio
é considerado razoável para
metade da escolas e para a outra metade bom.
6- Clube de ambiente (ou com vertente ambiental) a funcionar no presente ano lectivo (1997/98).
Procuramos saber se nas escolas estavam a funcionar algum clube de ambiente (ou com componente ambiental). O Quadro XIX apresenta-nos as respostas obtidas.
Número
Percentagem
Sim
11
64,71
Não
6
35,29
Totais
17
100.00
Existência de Clube
Quadro XIX- Existência de clubes de ambiente
A leitura deste quadro permite-nos concluir que na maioria das escolas (cerca de 65%) existem clubes de ambiente ou com componente ambiental.
PRINCIPAIS CONCLUSÕES
1- Tendo em conta que as condições físicas podem ter grande influência na qualidade do ensino é importante melhorar a qualidade do espaço exterior, nomeadamente as fachadas, as zonas verdes, as zonas de jogos, o ruído e os caixotes de lixo cujo estado é para cerca de 20% das escolas considerado como mau/muito mau.
O mesmo se passa com o espaço interior. Com efeito, embora para a maioria das escolas o espaço interior seja considerado normal ou bom/ muito bom, há aspectos cujo estado deixa muito a desejar. É o caso das portas/ janelas e dos laboratórios cujo estado é considerado mau/muito mau por cerca de 41%, o das casas de banho, considerado mau/muito mau por cerca de 47%, o das salas de convívio que ultrapassa os 20% e o das
salas de aula e ginásio que é considerado mau/muito mau para cerca de 30% das escolas. Além do referido, é de registar o facto de uma escola, ainda, não possuir ginásio. 2- No que diz respeito à problemática dos resíduos sólidos, embora a maioria das escolas esteja satisfeita com o serviço de
recolha, mais de 40 % daquelas encontra-se
insatisfeita.
Além disso, a maioria das escolas (cerca de 60%) não possui contentores para fazer a recolha selectiva de papel, vidro, lixos orgânicos, etc.
Para a necessária promoção de
acções de sensibilização relacionadas com a
problemática dos resíduos sólidos, as escolas necessitam sobretudo de formadores e de documentação.
3- No que diz respeito aos espaços verdes constata-se que a grande maioria dos espaços verdes das nossas escolas está bem tratada. Contudo, a participação dos professores/ alunos no tratamento dos espaços verdes é diminuta, isto é, apenas p feita numa escola.
Além do referido, apenas num número muito restrito de escolas, em cerca de 18%, existiam espécies endémicas da flora açoriana, o que pode significar algum desinteresse em divulgar / sensibilizar para a necessidade em conservar o nosso património natural.
4- E nas aulas onde mais se faz educação ambiental ( em cerca de 61,5 % das escolas), seguindo-se na Área Escola (em cerca de 54% das escolas) e em terceiro lugar nos clubes (em cerca de 15% das escolas).
Temos fortes dúvidas que, sendo feita maioritariamente nas aulas, não se perca o carácter interdisciplinar da educação ambiental e receamos que se fique pela abordagem dos conteúdos programáticos relacionados com a problemática ambiental, os quais em algumas disciplinas, como Geografia ou Ciências da Natureza, em alguns dos anos de escolaridades aparecem no fim dos programas.
Um aspecto que deixa muito a desejar é o facto de a iniciativa de promover acções de educação ambiental partir essencialmente dos professores e dos Conselhos Directivos das escolas, marginalizando-se assim os alunos.
A maioria das escolas (88, 24%) solicita apoio exterior para a realização de actividades de educação ambiental, sendo o grau de satisfação com o atendimento por parte das entidades oficiais aos pedidos de apoio considerado razoável para metade da escolas e para a outra metade bom.
São as Secretarias Regionais as principais entidades que apoiam as escolas nas suas acções de educação ambiental. Em segundo lugar, estão as Câmaras Municipais, em terceiro lugar, as Associações de Defesa de Ambiente e, por último, em igualdade de circunstâncias, estão as Juntas de Freguesia e a Universidade dos Açores
Dos apoios solicitados estão, em primeiro lugar os transportes, em segundo lugar, documentação, em terceiro lugar, apoio financeiro e plantios e, por último, formadores.
BIBLIOGRAFIA
BATISTA,C.(1998), “Ipamb alarga actuação em Educação Ambiental”, Cadernos de Educação Ambiental, n°10, pp. 16-17. CONTENTE, J.(1992), Didáctica das Ciências da Natureza, Lisboa, Universidade Aberta. DIAS, G. (1992), Educação Ambiental, princípios e práticas, São Paulo, Editora Gaia. FERNANDES, J.(1992), “Educação Ambiental para um Desenvolvimento Global”, Dirigir, n°22, pp. 9-13. OSTOLAZA, M. (1996), Eco-Auditoria Escolar , Vitória-Gasteiz, Servicio Central de Publicaciones dei Gobiemo Vasco.