Filarmónica lira camponesa 1915 1928

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Filarm贸nica LIRA

CAMPONESA

ribeira seca VILA PRANCA DO CAKPO 1915-1928


INTHODUClO

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Fazer uma resenha histórica acerca da Filar­ mónica sLir& Camponesa* ê tarefa bastante difícil pois,segundo cremos,não existe documentação da aeaaa e smit# poucas e de avançada idada são as peaaeas que ss ie&br&a da sua existência» 0

nossa trabalho,por tal ssotiva apresenta-se

atuit« incoaplet« * na® está livr« de conter aigassas iaprecísSes» Todas as recolhas fora® feitas na samanária **0 Àutonóaica" axistaata na Biblioteca- Publica de Ponta Delgada e junta d* habitantes &© lugar da Ribeira Seea,auitoa dos quais sabea da filarmónica pele qua ouvira* contar d* seus faliaiares já desaparecidos« Ribeira Seca,24 d® liezernbro d« 19S4 f ,Braga


A "Lira Camponeaaw~sua actividade de 1915 a 1928

A filarmónica "Lira Camponesa" foi criada eus Haie ou Junho de 1915* sendo ua áos seus fundadores • senhor Antónie Medeiros Agostinho. 1 primeira notícia que temoa é do semanário

vilafranquense ”0 Auton©aicow que no dia 5 de Junho de 1915 publica a seguinte nota:

"Yae por d i a n t e fe parece que com enthusiasmo, a sociedade philarmonica ha pouco creada na E i beira Seca.É seu regente o sr» Antoni© da

Silva”. A primeira participação ea festividades que temoa coahecimento ocorreu durante as festas do Senhor Boa Jesus da Pedra«Naquele ano,1915»®- Lira Camponesa,da Ribeira Seca,fechou a procissão e as filarmónicas "União Fraternal wde Ponta Belga-

da e wLealdade"de Vila Franca de Caape seguira® apóe a Images do Senhor da Pedra# Coa® curiosidade registe-se a atitude pouco

digna da “ União Progressista" que por não fechar a procissão»decidiu não participar nela. Ainda es 1915 a Lira participou nas procis­ sões de Nossa Senhora da Piedade d® Pnta Garça» Nosaa. Senhora do Rosário na Matriz de Vila Fras­ ca * Imaculada Conceição da Ribeira das Tainhas.


0 ano de 1916 foi,penaa»9s,u» ano de muita actividade para a nossa filarmónica.Bésd« o dia 1 d® Janeir»,ea que fora» cumprimentados os sócios foi ua nunca mais parar de actuaçSe» nas naís ái~* versas manifestações religiosas realizadas em to~ 4o ® Concelho.Entre elas destacamossa procissae doa Terceiros,» expensas d a .Ordem Terceira de S, Francisco,a procissão dos Passos,a expensas da Santa Casa da Misericórdia de Vila Franca,a prajsissã» do Enterr® do Senhor d® Ponta Garça,a proeissã® e» honra de S. Miguel Arcanj*,a procissão de Santo António realizaáa na Igreja de São Francisco,a'mudança do Senhor da Pedra,a procissão do S.Sacraaent® ea Xgua d 'Alt* e a de N* 8® da Pie­ dade de Pnta Garça. A partir de Setembr*/Outubr« áe 1916 a Lira passou a ser regida "temporariamente”pelo sr. Ma­ nuel V iotor d 'Almeida,regente áa Fanfarra "Leal­ dade" ,situaçã« que só foi resolvida ua ano depois coa a vinda da Riheira Grande áo sr.Herculano de Lima, A 25 de Fevereiro de 1917#por ocasião da pro­ cissão dos Terceiros,a Lira Caaponesa estreou al­ guns instrumentos novos »adquiridos coa o produto da donativos até àquela data obtidos.A iniciativa partiu,segundo e Autonômico,áo senhor Antónie Er nesto áa Costa San Pedro Esteves,seu "activo e ze­ loso director*1,aspirante áe Finanças ea Vila Fran­ ca áo CaffiB»*


Foi «■ 1 de Julho d« 191? que & Lira actuou, pela.primeira ves»fora do Concelbe«A saida foi yara a Lo»ba d& Haia # coa e «bje«tivo de ir &®e®panfaar ama ceroaçao d® Espírito Santo. Solucionad® o problema da regência*que levou a direcção da Filarstonica a suspender & cobrança das quotas por dois aeses,nos fins d® 191?»©a Outubre pensamos noa* o ano de 1918 foi o ano alt® da nossa filarmónica»como poáeaog ver através áa leitura dos trSs extractos*Ao "AutonoaicG* que abaixo transcrevemos: nk philarmonica ’ ’ Lyra Ga«poneaa”áa Ribeira Secca,no dia de S.João foi & Lowba áa Mala assistir- ao festeje á*um "império”» indo aovamente lá no úomíngo ultiao. A atesua philaraonica vae caiado atuit® ao agrado do publico pelo seu progr«asofpon­ tualidade s boa porte dos respectivos socios tocantes".

(0 Antenoaice»6/7/18) "Aquande áa feeta de Santo António realizada(doaittgo) na igreja.' âe S.Francisco e d« tarde,durante a procissão»» "Lyra Ca»poneza" estreou wuns bonnets de muito boa gos­ to e qu* andara» por cerca de 200$000 reis'*« (0 Autonoaico,20/7/18)


"Está contrastada. p&ra ír tocar nas festas da Senhora dos Anjos ea Agua áe Pau,noa dias 14,15 e 16 do corrente,a philaraonica "Lyra Casponeza",que cada dia progrida mais s melhores aympatias vae conquistando**. (0 Autonomico,3/8/18) 0 ano de 1919 foi aarcado pela substituição» na direcção da Lira do senhor Antonio Ernesto da Gosta San Pedro Esteves pelo sr. Jos« Furtado Pacheco,no inicio do ano,pela chegada de uns no­ vos instrumentos,em Abril,e presvunivelmente pela substituição na regência do senhor Herculano Li­ ma pelo senhor Fortunato Soares de Lima,que em Junho/Julho foi nomeado?,propoeio do Thesoureiro de Finanças do nosso Concelho”« I 92O foi um ano rotineiro*na actividade da filarmónica»não. havendo nada a registar,para aléa das participações ea diversas procissões realiza­ das no Concelho, Ea 1921 registamos a realização»«* Abril,d# dois espectáculos e® benefício da f ilarmónica.no Salãe Orion. 0 Primeiro foi " ua espectáculo de variedades, que constou de musica,mcnologos, sce-n&s cómicas e cançonetas,estando a casa â cunha e reinando sempre nela & melhor ordem « animação,Tosara® parte nelle a beneficiada,o seu habil regente(Fortunato Álvaro de Líma),os srs.Francisco Botelho Costa,Manuel Francisco d ’ Almeida,Jose Pacheco do Canto,Felix


Dias,o menino Joaquim d* Melo e as meninas Ignez 4*Andrade,Natalia Medeiros « Clotilde da Costa,sen­ do todos muito aplaudidos no desempenho dos seus papéis*(0 Âut, 9/4/21} 0 segundo constou de uma comédia intitulada * Ouro sobre azul**, Sa 1922»ao contrário do que era costume,a Li­ ra viu-se impossibilitada de cumprimentar os seus sócioscontribuintes,no dia áe'Ano Novo,por motivo de doença do seu regente. Naquele ano a Lira participou,entre outras, nas seguintes festividadesísolenidade dos Passos do Senhor realiaada na Pntâ Garça,na procissão dos Enfermos d© Vila Pr anca »na de São Miguel, na de. N* Senhora de Lurdes,noa festejos do Senhor da Pedra e cumprimentou,es Agosto,o novo médico senhor dou­ tor Augusto Botelho Simaa * o senhor João Bento dos Reis aquando da sua nomeação de contador. Após prolongada doença,devido

&

qual foi obri­

gado a deslocar-se a Lisboa a fim de se submeter a una operação cirúrgica,« sr. Portunato Álvaro de Lima deixa,em Julho de 1925#» regência da Lira. 0 Autonômico comentava & notícia do seguinte maàoi pena,,pois aquella corporação deseapenhava-se bea e prestava bons serviços*1. Desconhecemos o nome do seu substituto

,0que

podereraos afirmar é que o seu último regente era um aúsicó da Banda do Regimento. A partir de 19?5 * sua actividade diminuiu,


de modo que,para além da participação habitual nas festividades realisadas no Concelho,destaca-se apenas a sua ida à Ribeira Grande,a. 4 de Setembro d® 192?,tocar na procissão do Coraçao de Jesus. Ea 1928,ano em que encerrou as suas activi­ dades,a Lira teve uma actuação brilhante durante aa festas do Senhor Bom Jeus da Pedra. Finalizamos esta pequena resenha- cem a apre­ sentação do prograsta que a Lira executou naquela altura e o comentário,a propósito, saido no "Au­ tonômico" , PROGRAMA 1 B-Monte Brazil 2«-puppcheu 3®-Rapsódia de Cantos Populares 4 e“isigo de Peniche»fox-Trott 58~Bric-a~Brac,Fantasia Original Franceza ós~Àlcidia»Valsa 7 5-Colecção de Pados 8 9->Santo António da Estrada WA briosa direcção da Lyra Camponeza taabem merece nfesta altura os nossos maiores lou­ vores pela tenacidade com que procurou re­ mover os grandes obstáculos que impedia® aquella philarmonica de abrilhantar as nos«


sas principaee festas» Honrou-se ass ia» muito» ao patriotico povo da Ribeira Secca e à nòsaa terra”, (0 Aut 8/Set/28)


LISTA(INCOMPLETA ) PS MtfsiCOS BA LIRA José da Costa Branco(Libata) - pratos José de Medeiros Agostinho- baixo José de Medeiros(Zurrao)- baixo António Furtado Garoupa- cornetia Manuel Medeiros Bolota- clarinete João(Carqueija)- requinta Jacinto Fartado Vinhateiro(Maninho)- bombo Manuel do Rego- trombone António Carreiro Eugénio(capitoa)“ bombo Alfredo Cabral- barítono João Carreiro Eugénio(Machinhc)- caixa Manuel Martins- clarinete José Medeiros Bolota-corneti» João Medeiros Bolota- caixa João Lima Carvalho- clarinete António Furtado Braga- clarinete José Braga- trompa Manuel Carreiro Eugênio- barítono Alfredo(Koleaue)do Canto- trombone João da Xota Botelho- cornetim José do Canto- clarinete José de Agostinho- clarinete José Miguel- clarinete José de Sousa Arruda- clarinete


Adenda Informações colhidas ,pos t#riormente , junto do sr* Manuel Medeiros Bolota permit iram-nos

conhecer

um pouco mais acerca da nossa filar'“

monies. Dos regentes militares»ficamos a saber que um deles tinha por apelido Castro s que trouxe consigo o barítono,muito conhecido em V,Franca, dê nome Salvador,Ao- Castro,que partiu para a /írica sucedeu um Costa que se encontrava de "cas­ tigo” a prestar serviço militar em Nordeste, Foram três as sedes da banda*uma na Rua da Crus à Ribeira,hoje moradia de José da Costa Bolarinho,outra na rua da Palmeira,pertencente a Maria José "Branquinha" e por ultimo na rua da Cruz na casa pertencente a Berta SimÕes(do Capiata . ©}\ *

Uma das fardas da filarmónica era toda bran­ ca cota boné azul ferre te, que no Verão era substi­ tuído por um branco.Naquela altura o mestre ensaia­ va

a marcar passo na estrada,no local denominado

S. João,vinha para a Ribeira Seca de "ehar-à-bancs" ou de burro coa andilhas. Quando havia algum enterro e como os músicos eras„na sua maioria,camponeses o mestre ia chamálos deslocando-se para uas ponto alto(A Eira) onde com um cornetim tocava o "toque de chamada"«


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