Educar para a Energia - Relatório do Projecto

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UNIVERSIDADE DOS AÇORES MESTRADO EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL

PROJECTOS DE INTERVENÇÃO AMBIENTAL

Docentes: Professor Doutor António Félix Rodrigues; Professor Doutor Pedro González.

Trabalho realizado por: Cláudia Tavares; Helena Primo; Teófilo Braga.

Ponta Delgada, Julho de 2008


EDUCAR PARA A ENERGIA ÍNDICE 1-Pertinência do Projecto ............................................................................................................................. 3 2-A problemática actual da energia nos Açores ........................................................................................... 4 3- O Estado da Arte ...................................................................................................................................... 5 3.1- A actividade da Arena ........................................................................................................................... 5 3.1.1. Ano de 2002 ................................................................................................................................... 5 3.1.2. Ano de 2003 ....................................................................................................................................... 6 3.1.3. Ano de 2004 ....................................................................................................................................... 7 3.1.4. Ano de 2005 ....................................................................................................................................... 8 3.1.5. Ano de 2006 ..................................................................................................................................... 10 3.1.6. Ano de 2007 ..................................................................................................................................... 11 3.2- O Programa Eco-Escolas..................................................................................................................... 12 3.3- A experiência da Rede Regional das Ecotecas .................................................................................... 14 3.3.1 - Ecoteca de Santa Maria ................................................................................................................... 14 3.3.2 - Ecoteca de Ponta Delgada ............................................................................................................... 16 3.3.3 - Ecoteca da Ribeira Grande .............................................................................................................. 16 3.3.4 - Ecoteca do Faial .............................................................................................................................. 18 3.3.5 Ecoteca da Graciosa .......................................................................................................................... 19 3.4- O projecto Min-e-Max ........................................................................................................................ 20 3.5- O Concurso Solar Padre Himalaia nos Açores (2004-2006) ............................................................... 21 3.6- As ONGAS- Organizações Não Governamentais de Ambiente dos Açores. ...................................... 23 3.6.1- Amigos dos Açores - Associação Ecológica .................................................................................... 23 3.6.2- Gê- Questa........................................................................................................................................ 25 4- Produtos do Projecto .............................................................................................................................. 26 4.1- Guião para uma Auditoria Energética às Escolas ................................................................................ 26 4.2- Brochura Viagem no Tempo ............................................................................................................... 26 4.3- Ficha de Trabalho “Quanto Custa a Electricidade?” ........................................................................... 28 4.4- Unidade Didáctica “A Utilização da Energia em Casa”...................................................................... 28 4.5- Monofolha “Energia Eólica” ............................................................................................................... 28

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4.6- Ficha de Trabalho Experimental “ Construção de Carrinho Solar” .................................................... 29 4.7- Ficha de Trabalho Experimental “Construção de Forno Solar” .......................................................... 30 4.8- Blog “Educar para a Energia” ............................................................................................................. 30 4.9- Powerpoint “Educar para a Energia”................................................................................................... 30 4.10- PowerPoint “Eficiência Energética e Energias Renováveis” ............................................................ 31 4.11- Livro digital “O Sonho do Afonso” .................................................................................................. 32 4.12- Poster do Projecto ............................................................................................................................. 32 4.13- Logótipo do Projecto ......................................................................................................................... 33 5-Actividades do Projecto .......................................................................................................................... 33 5.1- Mini-Olimpíada Solar ......................................................................................................................... 33 5.2- Ateliers de construção de carrinhos e fornos solares ........................................................................... 34 5.2.1.Atelier na Escola Secundária das Laranjeiras .................................................................................... 34 5.2.2Atelier na Escola Secundária das Laranjeiras ..................................................................................... 35 5.2.3 Atelier na Ecoteca da Ribeira Grande ............................................................................................... 35 5.3- Sessão de informação/formação sobre “Energias Renováveis e Eficiência Energética” .................... 36 5.3.1 Sessão na Ecoteca da Ribeira Grande ................................................................................................ 36 5.3.2 Sessão na Escola EB/JI Escultora Luísa Constantina ........................................................................ 36 5.3.3 Sessão na Escola Rui Galvão de Carvalho ........................................................................................ 38 5.3.4 Sessão na Escola Básica Integrada Canto da Maia ............................................................................ 38 5.4- Comemorações “Dia do Sol” e “Dia Nacional da Energia” ................................................................ 40 5.5- Participação na Feira do Ambiente, em Vila Franca do Campo.......................................................... 41 5.6- Visita de Estudo “Centrais de Produção de Electricidade” ................................................................. 41 6- Avaliação do Projecto ............................................................................................................................ 42 7- Sustentabilidade do Projecto .................................................................................................................. 44 8- Bibliografia ............................................................................................................................................ 45 9-Anexos .................................................................................................................................................... 46

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1-Pertinência do Projecto A energia é um recurso indispensável para a vida, ao bem-estar dos cidadãos e ao desenvolvimento socioeconómico, de todas as sociedades, sendo de realçar o facto de ter ocorrido um crescimento exponencial do consumo de energia total e por pessoa, desde os primeiros tempos da sociedade industrial até aos nossos dias (Schwarz, 2005). Mas, para além de um recurso imprescindível ao desenvolvimento socioeconómico, a energia é também um forte factor de pressão ambiental. Ao longo das últimas décadas, a utilização racional dos recursos naturais e a preservação da qualidade do ambiente assumiram-se como preocupações fundamentais nas políticas de desenvolvimento sustentável de todas as regiões, inclusive da Região Autónoma dos Açores, com especial ênfase no que se refere à produção de energia. Não existe, de forma sistematizada e em linguagem acessível, informação sobre a história e a situação actual do aproveitamento das energias renováveis no arquipélago dos Açores (Furtado e Braga, 2006). Os mesmos autores referem que os manuais escolares adoptados nos Açores, sendo de âmbito nacional, não contêm referências pormenorizadas à realidade local. Por outro lado, embora os conteúdos programáticos do ensino básico e ensino secundário, já abordem as aplicações das energias renováveis e apresentem recomendações para o uso eficiente de energia, não evidenciam a complementaridade disciplinar, nem exploram suficientemente actividades em contexto de projecto escolar ou clube de ciência (não formal). Não tem existido formação contínua com vista ao desenvolvimento de competências científicas por parte de todos os professores, nomeadamente dos do primeiro ciclo do ensino - básico. Esta situação é preocupante quando tudo leva a crer que a maioria destes professores é oriunda do então designado agrupamento 4 (Humanísticas). Com efeito, num levantamento efectuado no ano lectivo 1999/2000, chegou-se à conclusão que 88% dos alunos que estava a frequentar o Curso de “Ensino Básico- 1º Ciclo” não frequentaram no secundário disciplinas na área das ciências (Medeiros, 2003). Por último, tal como acontece a nível nacional, nos Açores há um atraso por parte da sociedade em despertar para o potencial de aplicação das energias renováveis.

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2-A problemática actual da energia nos Açores

De acordo com Fernandes (2007), o “Livro Verde da Eficiência Energética da Comissão aponta para um potencial 20% de redução das necessidades - ou dos consumos - até 2020. Aqui está o caminho. Um caminho que abafa os delírios dos „vendedores de energia', em geral, navegadores de grandes naus.” A implementação de um Programa Regional para a Eficiência Energética e o reforço da utilização das fontes energéticas renováveis têm de ser uma aposta do arquipélago dos Açores, já que pela sua condição ultra-periférica, isolado dos grandes mercados energéticos e com a sua população dispersa por nove ilhas, encontra-se profundamente desprotegido da flutuação do preço do petróleo e penalizado pelos elevados custos de transporte.

Não existindo um balanço energético actualizado, vamos limitar a nossa análise ao sector eléctrico. Assim, no que diz respeito à procura, verificou-se um crescimento de cerca de 7% por ano, entre 1996 e 2007. No que concerne à produção de electricidade, a componente renovável, no mesmo período, passou de 69,7 GWh para 224,5 GWh. Na Tabela 1, apresentam-se os valores da produção no ano de 2007. Tabela 1- Produção de electricidade, nos Açores, em 2007 Ilha

Produção 2007 (GWh)

Renováveis 2007 (%)

Santa Maria

19,9

10,0

São Miguel

428,9

46,7

Terceira

207,7

1,6

Graciosa

13,1

14,1

São Jorge

26,6

9,1

Pico

43,4

10,9

Faial

52,8

7,0

Flores

11,3

53,9

Corvo

1,2

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No entanto, antes de pensarmos no aproveitamento das diversas fontes energéticas, para garantir a segurança do abastecimento, temos de saber se, para viver com conforto, temos necessidade de consumir tanta energia. Assim, os Açores têm que continuar a reforçar a sua aposta na eficiência energética, combatendo a irracionalidade e o desperdício, já que, de acordo com a ERSE- Entidade Reguladora do Sector Energético, cada kWh poupado é dez vezes mais barato do que um kWh produzido. Sendo o sector dos edifícios responsável por cerca de 35% do consumo de energia primária nos Açores, importa reduzir o respectivo consumo, minimizando as necessidades energéticas, integrando energias renováveis e maximizando a eficiência de conversão da energia primária, de que é exemplo a utilização de equipamentos energeticamente mais eficientes, como lâmpadas fluorescentes compactas ou electrodomésticos de classe energética A ou superior. Por seu turno, no sector dos transportes, responsável por 44% do consumo de energia primária nos Açores, para além do incentivo ao uso de veículos mais eficientes, importa estudar todas as possibilidades de aplicar energias alternativas.

3- O Estado da Arte 3.1- A actividade da Arena

3.1.1. Ano de 2002

Em 2002, a Arena promoveu uma Campanha de Sensibilização para o Consumo Racional da Energia, junto de alunos do 3º ciclo do ensino básico e do ensino secundário. A campanha constou da distribuição de uma brochura onde se fazia apelo ao consumo racional de energia em casa. No dia Nacional a Energia, o director da Agência proferiu uma palestra sobre energias renováveis, na Escola Básica 2,3 Gaspar Frutuoso. No mesmo ano, a Arena organizou uma palestra sobre “O Consumo Racional de Energia e a Utilização de Energias Renováveis em Edifícios”, proferida pelo Prof. Doutor Hélder Gonçalves, director da Adene - Agência para a Energia, cujo objectivo

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foi consciencializar os agentes económicos e políticos para a importância de serem assumidas práticas racionais e ecológicas na construção de edifícios. 3.1.2. Ano de 2003 Em 2003, de 23 a 30 de Maio, a ARENA, em colaboração com os Amigos dos Açores, a Escola EB 3/S da Ribeira Grande e a Escola EB 3/S das Laranjeiras, promoveu uma Semana da Energia que teve, entre outros, como objectivos principais reconhecer a importância da utilização de fontes de energia renováveis e fomentar a utilização racional da energia. Nesta semana a Arena esteve presente na Feira “Lar Campo e Mar”, em Ponta Delgada, com um “stand” onde chamava a atenção, através de alguns cartazes e de uma apresentação em PowerPoint, para a utilização racional da energia em casa. Na ocasião, foram também distribuídos folhetos, editados pela Agência no ano anterior, que têm por título Utiliza melhor a tua energia!. Para além da presença na feira, realizaram-se duas sessões de sensibilização que contaram com a participação de quarenta alunos e três professores da Escola EB 3/S da Ribeira Grande, as quais foram complementadas com uma visita às Centrais Geotérmica da Ribeira Grande e Hidroeléctrica da Fajã do Redondo. De igual modo, realizou-se uma sessão de sensibilização para 30 alunos e 3 professores da Escola EB 3/S das Laranjeiras, seguida de uma visita guiada à Central Hidroeléctrica da Fajã do Redondo. Em 2003, no mês de Junho, a Arena colaborou também com a Escola EB 3/S da Ribeira Grande e com a Escola Básica 2,3 de Velas, ilha de S. Jorge. No primeiro caso através da leccionação de uma aula sobre Energias Renováveis e Utilização Racional da Energia e, no segundo, através de uma visita à Central Geotérmica da Ribeira Grande. Por último a Agência enviou, com o pedido de divulgação, a cada uma das 194 escolas do primeiro ciclo dos Açores, 15 exemplares do folheto Utiliza melhor a tua energia!.

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3.1.3. Ano de 2004 A ARENA organizou, com o apoio do Governo Regional dos Açores e da EDA – Electricidade dos Açores, S.A., o Seminário “Energia para os Açores – Séc. XXI”, que teve lugar no dia 28 de Maio, no Hotel Holiday Inn Azores, em Ponta Delgada. Os cerca de 190 pessoas que assistiram ao seminário contaram com apresentações dos maiores especialistas nacionais na área da energia. Assim, foram oradores, entre outros, o Prof. Doutor Eduardo Oliveira Fernandes (FEUP – Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e Consultor da Arena) que desenvolveu o tema “Energia nos Açores: Ponto da Situação”; o Dr.-Ing. Jorge Vasconcelos (ERSE – Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos) que se pronunciou sobre a “Liberalização, Regulação e Sistemas Isolados; o Prof. Doutor João Peças Lopes (INESC – Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores) que abordou o tema “Serviços de Electricidade e Tecnologia”; o Prof. Doutor Álvaro Rodrigues (INEGI – Instituto de Engenharia Mecânica e Gestão Industrial) que falou sobre “Energia Eólica”; o Prof. Doutor Mário Alves (LAMTEC – Laboratório de Ambiente Marinho e Tecnologia) que abordou o tema “Hidrogénio” e a Eng.ª Joana Carinhas (CBE – Centro de Biomassa para a Energia) que reflectiu sobre “Biomassa”. O seminário foi encerrado pelo Director Regional do Comércio, Indústria e Energia, Dr. José Luís Amaral, que fez a “Síntese do Seminário”, da qual se pode destacar a chamada de atenção para a necessidade de completar a caracterização dos recursos energéticos renováveis e de definir uma política energética que habilite à criação dos 7


instrumentos que suportem a penetração das energias renováveis e a promoção da eficiência energética do lado da procura, bem como, o sublinhar do quão importante é, para a Região, a aposta na eficiência energética nos edifícios e no sector doméstico. Para além do seminário mencionado, a Arena, no âmbito da Semana de Energia que decorreu de 24 a 29 de Maio, foi co-promotora da conferência de imprensa “Semana da Energia 2004”, colaborou na exposição “Viver com Energia”, dinamizou a sessão de sensibilização “Energia: é preciso poupar!” e organizou o seminário “Energia para os Açores – Séc. XXI”. A sessão de sensibilização “Energia: é preciso poupar” realizou-se na Escola EB/JI Professor Manuel Jacinto da Ponte, na freguesia da Maia, tendo assistido à mesma alunos do 3º, 4º, 5º e 6º anos desta escola, bem como os respectivos professores, o que perfez uma assistência de cerca de 180 pessoas. Em 2004, a Arena esteve presente na Escola EB 2,3 Canto da Maia e na Escola Secundária das Laranjeiras, onde dinamizou sessões sobre energias renováveis e eficiência energética. No mesmo ano, a Arena guiou visitas de estudo de alunos da Escola EB 2,3 Canto da Maia e da Escola Secundária da Lagoa à Central Hidroeléctrica da Fajã Redonda e à Central Geotérmica da Ribeira Grande.

3.1.4. Ano de 2005 No âmbito do projecto ERAMAC-1 – Maximização da Penetração das Energias Renováveis e Utilização Racional da Energia nas Ilhas da Macaronésia que foi 8


implementado nos Açores pela ARENA e pela EEG, a Arena promoveu, no dia 25 de Maio de 2005, um Seminário sobre “Energia e Ambiente”. Com esta iniciativa, a Arena pretendeu promover uma actualização de conhecimentos, com incidência regional na Área das Energias Renováveis junto dos interessados na matéria. No seminário foram apresentadas as seguintes comunicações: “Energia e Ambiente”, pelo Professor Doutor Eduardo Oliveira Fernandes (Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto); “Energia Solar – Que futuro nos Açores?”, pelo Eng.º João Farinha Mendes (Investigador Principal do INETI - Instituto Nacional de Engenharia, Tecnologia e Inovação, I. P. e Presidente da Sociedade Portuguesa de Energia Solar) e “A Eficiência Energética: um desafio para todos”, pelo Eng.º Carlos Nascimento (ADENE - Agência para a Energia) Ainda no âmbito do Eramac-1, para além das acções de sensibilização que ocorreram em diversas escolas, a Arena editou um desdobrável sobre o Frio Doméstico (arcas e frigoríficos).

No decurso da Semana da Energia, para além do seminário “Energia e Ambiente”, a Arena promoveu duas vistas de estudo. Assim, no dia 27 de Maio teve lugar uma visita às Centrais Geotérmica da Ribeira Grande e Hidroeléctrica da Ribeira da Praia que contou com a participação de 100 alunos da Escola Básica Integrada dos Ginetes. Por seu lado, no dia 30 de Maio, a convite da Câmara Municipal de Vila do Porto, a Arena dinamizou uma sessão para duas turmas do 9º ano da Escola Básica Integrada e Secundária de Santa Maria, seguida de uma visita ao Parque Eólico do Figueiral. Visando consciencializar o público em geral e as empresas em particular, para uma utilização mais racional e eficiente da energia, a Arena implementou, durante o mês de Maio o projecto “EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES”. Este projecto implicou a produção e emissão de dois filmes na RTP-Açores, a produção de 83 000 brochuras, a produção de 35 cartazes e a sua colocação nos mupis de São Miguel, a produção e emissão de dois spot‟s radiofónicos, a criação e publicação de anúncios de imprensa e o direct mail das brochuras produzidas.

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3.1.5. Ano de 2006

A ARENA promoveu, no dia 5 de Maio, um Seminário intitulado “Energia – Fazer mais com menos”. Depois da sessão de abertura presidida pelo Director Regional do Comércio, Indústria e Energia, Dr. José Luís Pimentel Amaral, o Eng.º Carlos Marques (Tis PT) apresentou uma comunicação sobre “O Estado da Relação Transportes/Energia na R.A.A.” e o Doutor Miguel Águas (IBERDROLA II) fez uma apresentação sobre “Eficiência Energética nos Edifícios, os desafios postos pela nova legislação”. Em 2006, a Arena editou a brochura “Energias Renováveis nos Açores”, elaborada por Catarina Furtado e Teófilo Braga, que foi distribuída pelas Ecotecas, Escolas, Bibliotecas, Museus, Câmaras Municipais e ONGAs da Região Autónoma dos Açores. No âmbito das comemorações do Mês da Energia, a Arena e o Governo Regional dos Açores, comemoraram o Dia do Sol, 3 de Maio, na ilha de Santa Maria. Neste dia foi apresentado, pelo Director Regional do Comércio, Indústria e Energia, Dr. José Luís Amaral, o Programa de Actividades do “Mês da Energia”. O Presidente do Governo Regional dos Açores apresentou o Sistema de Incentivos às Energias Renováveis para o Sector Empresarial e Doméstico e fez a entrega simbólica de lâmpadas eficientes (de baixo consumo) a alunos da Escola Básica Integrada de Santa Maria e a duas IPSS locais. Na mesma ocasião, realizou-se uma palestra, tendo como público-alvo alunos, professores e população em geral, subordinada aos temas: Educação para o Consumo de Energia, pelo Dr. Teófilo Braga, da ARENA, e Radiação Solar e Alterações Climáticas, pelo Doutor Ricardo Aguiar, do INETI.

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No dia 26 de Maio, a Arena promoveu uma acção de sensibilização sobre Energias Renováveis e Eficiência Energética na Escola Básica Integrada dos Arrifes, acompanhada da distribuição de lâmpadas eficientes aos alunos. Visando consciencializar o público em geral e as empresas em particular, foi dada continuidade à campanha “EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES”, iniciada no ano anterior. Em 2006, foi feita a exposição de cartazes em 15 mupies, na ilha de São Miguel, em 6 mupies, na ilha do Faial, e 1440 emissões dos spot‟s radiofónicos, criados no ano anterior, em várias rádios dos Açores, nomeadamente na Antena Nove, Rádio Cais, Rádio pico, Rádio Clube de Angra, Rádio Atlântida, Clube Asas do Atlântico, Rádio Graciosa e Rádio Lumena.

3.1.6. Ano de 2007 No âmbito das actividades e iniciativas previstas para a sensibilização sobre o uso eficiente da energia a Arena concebeu uma exposição itinerante sobre energias renováveis e utilização racional de energia, para percorrer as principais escolas da região, composta por 12 posters (6 sobre Energias renováveis – Solar, Biomassa, Hídrica, Oceanos, Eólica e Geotérmica; 6 sobre Poupança Energética nas escolas). No que diz respeito a publicações, a Arena actualizou e editou a brochura “Energias Renováveis dos Açores” e traduziu e adaptou o livro “Práticas de Energias Renováveis” desenvolvido pelo Instituto Tecnológico de Canárias, o qual será editado em 2008.

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Nos meses de Maio e de Junho, a Arena esteve presente na Feira Lar, Campo e Mar, da Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada, e Feira Açores, em Angra do Heroísmo, onde apresentou uma exposição itinerante sobre Energias Renováveis e utilização Racional da Energia. No mês de Maio, mês dedicado à Energia, a ARENA organizou um seminário “Microgeração e Eficiência Energética” realizado, em Ponta Delgada e em Angra do heroísmo e a troca de lâmpadas incandescentes por lâmpadas fluorescentes compactas (de baixo consumo), bem como uma acção de sensibilização sobre Utilização das Energias Renováveis e Eficiência Energética, na Escola Profissional da Povoação, acompanhada por uma distribuição simbólica de lâmpadas eficientes (de baixo consumo) aos alunos e professores; No mês de Junho, a ARENA com a colaboração do INETI, promoveu uma Acção de Formação intitulada “Didáctica das Energias Renováveis”, na Ecoteca de Ponta Delgada. Com esta iniciativa, destinada a professores e formadores, a Arena pretendeu envolver os intervenientes em actividades práticas, estimulando o gosto pela actividade experimental e permitindo a aquisição dos conceitos científicos subjacentes às experiências que realizaram.

3.2- O Programa Eco-Escolas Destinado preferencialmente às escolas do ensino básico, embora possa ser implementado em qualquer grau de ensino, o Programa Eco-Escolas é da 12


responsabilidade da Fundação para a Educação Ambiental (FEE), iniciado em 1995, com o apoio da Comissão Europeia. O programa é coordenado, a nível nacional, pela Associação Bandeira Azul da Europa (ABAE) e, nos Açores, pela Secretaria Regional do Ambiente e do Mar, através do Gabinete de Promoção Ambiental. Seguindo uma metodologia constituída por sete passos (1. conselho eco-escolas 2.auditoria ambiental; 3. plano de acção, 4.monitorização/avaliação, 5.trabalho curricular, 6.divulgação à comunidade e 7. eco-código), no âmbito do programa são abordados os seguintes temas base: água, resíduos e energia. Complementarmente poderão ser, ainda, abordados temas como: biodiversidade, agricultura biológica, espaços exteriores, ruído e transportes. Com o programa Eco-escolas pretende-se encorajar acções e reconhecer e premiar o trabalho desenvolvido pelas escolas na melhoria do seu desempenho ambiental, gestão do espaço escolar e sensibilização da comunidade. Tal como tem acontecido a nível internacional, onde a par do aumento do número de países participantes regista-se um aumento do número de escolas, nos Açores o número de adesões tem vindo a crescer de ano para ano. A título de exemplo, regista-se que no ano lectivo de 2006-2007 o número de escolas participantes era de 67, abrangendo mais de 12 000 alunos, mais 21 escolas que no ano anterior. Embora não tenhamos valores para o número de escolas em que o tema energia é tratado, pelos contactos que temos mantido, ao longo dos últimos anos, com os coordenadores de várias eco-escolas na ilha de São Miguel, constatamos que o tema energia só nos últimos anos tem sido aflorado, um pouco ligado ao das alterações climáticas. Outro indicador que nos poderá indiciar um certo “desprezo” pelo tema energia é o facto de, só em 2007 o tema energia ter sido abordado num dos seminários anuais regionais do programa, mais precisamente no “VI Seminário Regional EcoEscolas 2007”.

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3.3- A experiência da Rede Regional das Ecotecas A Rede Regional de Ecotecas dos Açores é constituída por nove Ecotecas e foi criada pelo Governo Regional dos Açores, a 17 de Junho de 1998, através de um protocolo celebrado com o IPAMB- Instituto de Promoção Ambiental. As Ecotecas dos Açores, que são geridas pelo Gabinete de Promoção Ambiental em colaboração com outras entidades, nomeadamente ONGAS, Associações de Juventude, IPPS, são espaços didácticos e pedagógicos onde se privilegia a sensibilização, formação e informação sobre o ambiente. 3.3.1 - Ecoteca de Santa Maria A Ecoteca de Santa Maria, inaugurada em Outubro de 2005, é gerida pelo Recolhimento de Santa Maria Madalena. A energia é tema aflorado nos inquéritos para medição da pegada ecológica feitos pontualmente, pela Ecoteca, nas auditorias ambientais às escolas candidatas ao programa Eco-Escolas. De entre as diversas actividades implementadas pela Ecoteca nos anos 2006 e 2007 destacam-se as relacionadas com a energia eólica. Assim, em Setembro de 2006, a Ecoteca dinamizou o “Atelier de catas ventos”, onde para além de ser feita uma abordagem às energias renováveis nos Açores e a distribuição e exploração de folhetos da Arena sobre poupança de energia em casa, foram construídos cata-ventos. Em Setembro do mesmo ano, a Ecoteca promoveu a “Tarde do Vento”, durante a qual os 14


participantes puderam dar largas à imaginação e pintar um pequeno mural alusivo ao vento como fonte de energia renovável. Por último, no mês de Dezembro, a Ecoteca promoveu uma visita de estudo ao Parque Eólico do Figueiral para duas turmas do 9º ano de escolaridade, durante as quais os alunos colocaram questões relacionadas com o funcionamento de um parque eólico, bem como as suas vantagens em termos ambientais. No ano de 2007, em Março, a Ecoteca promoveu, para alunos do Jardim-de-infância da Mãe de Deus, duas visitas de estudo, uma à Central Termoeléctrica e outra ao Parque Eólico do Figueiral. Em Maio, foi dinamizada uma campanha de sensibilização para a poupança energética, nas ruas do centro de Vila do Porto, com distribuição de panfletos (ARENA) e diálogo com os transeuntes. Por último, em Junho, a acção denominou-se “Cozinhar com Energia Solar” e decorreu na zona balnear da Baía de São Lourenço onde foram instalados fornos solares (um da Ecoteca, oferecido pela ARENA, e os restantes criados pelos alunos e professores da EBISMA), onde foram assadas maçãs que foram distribuídas pelos banhistas e transeuntes. No mesmo local, foi montada e colocada ao dispor dos banhistas durante todo o dia uma estrutura composta por um duche e um painel solar para aquecimento de água.

Foto- http://ecotecas.blogspot.com/search?updated-max=2007-08-06T12%3A34%3A00Z&max-results=50, 21-3-2008

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3.3.2 - Ecoteca de Ponta Delgada A Ecoteca de Ponta Delgada, inaugurada em Setembro de 2001, é gerida pelos Amigos dos Açores- Associação Ecológica. Em 2006, a Ecoteca de Ponta Delgada não trabalhou o tema energia, tendo-se limitado a participar nas iniciativas promovidas pela Arena. Em 2007, foi comemorado o Dia Internacional do Sol, através de uma acção de sensibilização que teve como lema: “O Sol como fonte de Vida e de Energia”. Na ocasião, as crianças sob a responsabilidade do Instituto de Apoio à Criança tiveram a oportunidade de tomar contacto com pequenos aparelhos movidos a energia solar e de utilizarem um forno solar para assar maçãs. Durante a sessão houve também a construção de máscaras a partir de papel e cartão reutilizados.

3.3.3 - Ecoteca da Ribeira Grande A Ecoteca da Ribeira Grande, inaugurada em Setembro de 2000, é gerida pelos Amigos dos Açores- Associação Ecológica. No ano de 2006, a Ecoteca da Ribeira Grande dinamizou duas acções de sensibilização que tiveram como público - alvo alunos do 1º ciclo do ensino básico. A primeira, em Maio, com o tema “Energias Renováveis” e a segunda sobre “Mobilidade Sustentável”.

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Em 2007, o tema da energia foi abordado durante quase todo o ano, tendo a Ecoteca promovido 4 visitas de estudo à central Geotérmica da Ribeira Grande, uma das quais para auxiliares de acção educativa da Escola Básica Integrada da Ribeira Grande e outra para alunos de uma escola de Peso da Régua. Para além das visitas referidas, foram também organizados 4 “Percursos da Energia”, passeios pedestres com passagem por duas centrais hidroeléctricas, a do Salto do Cabrito, em funcionamento, e a da fajã do redondo, desactivada. Dois dos percursos foram feitos por alunos da Escola Profissional do Sindicato de Escritórios e Comércio um por jovens do Programa OTL-J e o outro por jovens da Associação de Juventude da Ribeira Grande. O tema “Energia e Alterações Climáticas” foi abordado em diversas acções de sensibilização. Assim, em Março, o público-alvo foi duas turmas de alunos do 1º ciclo do ensino básico de Vila Franca do Campo, em Abril, uma turma do segundo ciclo da Escola EB2 Gaspar Frutuoso e uma turma da Escola EB 1/JI da Matriz -Ribeira Grande, em Maio, 700 alunos da Escola Básica Integrada de Vila Franca do Campo, finalmente, em Junho, 300 alunos e 30 professores da Escola EB e Secundária de Nordeste e 80 alunos e 10 professores da Escola EB2 Gaspar Frutuoso. O tema “Energia e Poupança de Energia”, por sua vez, foi tratado, em Abril, numa acção de formação para auxiliares de acção educativa da Escola Básica Integrada da Ribeira Grande e, em Novembro, numa sessão destinada a 20 alunos da mesma escola e noutra que teve como público-alvo 15 jovens do CDIJ. O Dia Nacional da Conservação da Natureza, 28 de Julho, foi comemorado pela Ecoteca com uma exposição pública onde constavam, entre outros objectos, relacionados com as energias renováveis, um forno solar e um painel solar. Em Setembro, integrada na Semana da Mobilidade, entre outras actividades, foi organizada uma corrida de carros de esferas e uma exposição com um carro eléctrico e “segways”. Por último, com a colaboração da AGENEAL- Agência de Energia e Ambiente de Almada, a Ecoteca promoveu duas sessões sobre Eco-condução que, embora abertas ao público em geral, foram assistidas sobretudo por condutores de diversas empresas de transportes públicos da ilha de São Miguel. 17


3.3.4 - Ecoteca do Faial Inaugurada em Junho de 2005, a Ecoteca do Faial é gerida pelo OMA- Observatório do Mar dos Açores. Em 2007, o Dia Nacional da Energia foi comemorado com uma apresentação sobre a Energia e as suas fontes (não renováveis e renováveis), tendo sido dado realce às fontes renováveis usadas nos Açores (Eólica, Solar, Geotérmica, Hídrica e Energias das Ondas), tendo na altura sido apresentados vários conselhos e formas para poupar energia em casa. Igualmente, foi efectuada uma visita de estudo ao Parque Eólico da Lomba dos Frades, em Pedro Miguel, com uma turma do Jardim de Infância e os alunos do 1º e 4º anos do Colégio de Santo António, num total de 30 alunos. No mês de Junho, no âmbito da celebração do “Dia Eco-escolas”, as 32 crianças que frequentavam

a

Escola

EB1/JI

do

Salão

aproveitaram

o

dia

de

sol

para cozinhar as maçãs que trouxeram de casa no Forno Solar pertencente à Ecoteca. Na ocasião, foram alertadas para as vantagens do aproveitamento de energias renováveis, para a facilidade de construírem em casa um forno deste tipo com uma caixa de cartão e papel de alumínio.

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3.3.5 Ecoteca da Graciosa Inaugurada em Julho de 2000, a Ecoteca da Graciosa foi instalada, na freguesia da Luz, na Sede da Associação Cultural, Desportiva e Recreativa da Juventude, entidade que a gere. Da actividade da Ecoteca na área da energia, destacamos a edição, em 2006, de uma brochura intitulada “Do vento se faz luz…”, onde, para além de ser feito o confronto entre as energias renováveis e não renováveis, se apresenta um conjunto de questões que são suporte a uma visita de estudo à Central Termoeléctrica e ao Parque Eólico da Graciosa. Por último, é feito um convite à apresentação de ideias para poupar energia em casa, na escola e nos transportes, são apresentadas sugestões de outros locais a visitar e eco - passatempos. Naquele ano realizou-se uma visita de estudo, às referidas centrais, que teve a participação de 10 crianças do primeiro ciclo do ensino básico. Em Maio de 2007, foi dada continuidade à iniciativa do ano anterior, tendo-se realizado várias visitas que contaram com a participação de 79 alunos do 1º ciclo (3º e 4º anos) e respectivos professores.

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3.4- O projecto Min-e-Max Integrado nas Actividades de Enriquecimento Curricular, previstas no Projecto Curricular de Turma da Escola Básica Integrada de Arrifes para o Ano Lectivo 20052006, o projecto Min-e-Max insere-se na sub-acção “Comenius 1- Parcerias entre Escolas”, do Programa Sócrates, que visa desenvolver parcerias transnacionais entre estabelecimentos de ensino. Ainda em execução, o projecto tem uma página Web (www.action1.de/minemax) que é usada pelos alunos para divulgar os seus trabalhos. De entre as actividades realizadas, destacam-se a construção de modelos das várias fontes energéticas, com recurso a materiais reutilizados, a elaboração de uma brochura sobre poupança energética, a construção de fornos solares, a criação de um jogo de memória sobre as diferentes fontes energéticas, elaboração de apresentações em “powerpoint” relativas à temática energética e a organização de uma sessão sobre energias renováveis nos Açores.

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3.5- O Concurso Solar Padre Himalaia nos Açores (2004-2006) Promovido pela Sociedade Portuguesa de Energia Solar e dirigido, sobretudo, às escolas portuguesas do ensino básico e do secundário, o Concurso Solar “Padre Himalaya” surgiu no âmbito da comemoração dos 100 anos do prémio atribuído na Feira Universal de Saint Louis, em 1904, ao Pireliófero, um instrumento inventado pelo cientista Padre Manuel António Gomes (1886-1933). Com este concurso, a SPES ao promover uma participação activa na construção e utilização dos modelos didácticos, cujos mecanismos dependem da utilização da energia solar, teve em mente dois objectivos: aumentar o interesse pela actividade experimental, promovendo uma maior facilidade na compreensão dos fenómenos físicos, e contribuir para a formação de futuros utilizadores dessas tecnologias. Com ligeiras variações ao longo dos três anos, a competição era organizada em equipas constituídas por um professor e pelo menos três alunos, em representação de uma ou mais turmas ou de uma escola, podendo cada escola concorrer com um máximo de duas equipas por escalão. Antes da abertura a outros níveis de escolaridade existiam quatro escalões:

AURORA - 1º Ciclo - Relógio de Sol PERIGEU - 2º Ciclo - Forno Solar

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APOGEU - 3º Ciclo - Carrinho Fotovoltaico ZENITE - Secundário - Colector Solar

Nos Açores, em 2005 e 2006, o concurso foi apoiado e divulgado pela ARENA que organizou, em cada um dos anos referidos, na Ilha de São Miguel, sessões de informação/formação para professores e alunos. No ano de 2005, estiveram presentes na final realizada, em Lisboa, três Escolas: a Básica Integrada das Capelas, com duas equipas, no escalão Apogeu, a Secundária Padre Jerónimo Emiliano de Andrade, com uma equipa, no escalão Apogeu, e a Escola Profissional da Praia da Vitória, com duas equipas, no escalão Zénite. No ano de 2006, apenas esteve presente na final, realizada em Lisboa, a Escola Básica Integrada das Capelas, com uma equipa, no escalão Apogeu, embora tenhamos conhecimento do trabalho desenvolvido em várias escolas, entre as quais a Básica Integrada da Ribeira Grande e a Básica Integrada de Lagoa, no escalão Perigeu.

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3.6- As ONGAS- Organizações Não Governamentais de Ambiente dos Açores. 3.6.1- Amigos dos Açores - Associação Ecológica As actividades dos Amigos dos Açores iniciaram-se, em Janeiro de 1984, no então denominado Núcleo dos Açores dos Amigos da Terra- Associação Portuguesa de Ecologistas.

A primeira iniciativa dos Amigos dos Açores no âmbito da temática energética ocorreu de 4 a 9 de Maio de 1987, na Escola Secundária Antero de Quental, com a “Semana das Energias Renováveis” que teve como principais objectivos sensibilizar a população estudantil para o problema Energético Mundial, conhecer os recursos energéticos da Região, distinguir vantagens e desvantagens das diferentes alternativas energéticas e formular hipóteses para a resolução do problema energético. A Semana das Energias Renováveis multiplicou-se em várias actividades, as quais tiveram significativa repercussão nos órgãos de comunicação social. Das actividades desenvolvidas destacamos: - Edição e distribuição gratuita das publicações “Um estranho sábio português” (300 exemplares) e “ Energias Renováveis, Energias do Futuro” (500 exemplares); - Edição e distribuição gratuita do jornal “ O SOL”, elaborado por alunos do 9º Ano de escolaridade (150 exemplares do nº 1 e 300 exemplares do nº 2); - Exposição de cartazes sobre Energias Renováveis, elaborado por alunos do 9º ano de escolaridade e exposição sobre recursos hídricos, da empresa de Electricidade dos Açores/EP (abertas de 4 a 9 de Maio e visitadas por alunos de várias escolas); - Concurso sobre Energias Renováveis, cujo regulamento foi distribuído a todos os alunos do 9º e 11º anos da Escola Secundária Antero de Quental, tendo os vencedores (três alunos de cada ano) sido premiados com livros sobre problemas energéticos e ambientais;

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- Visitas de estudo à Central Geotérmica da Fajã Redonda, realizada no dia 5 de Maio e acompanhada pelos engenheiros responsáveis por esses aproveitamentos renováveis. Em 1988, a associação editou uma brochura intitulada “Estado Actual e Perspectivas das Energias Renováveis nos Açores” e organizou uma visita de estudo integrada num conjunto de acções de sensibilização para a importância de usar fontes de energia renováveis. No ano 2000, os Amigos dos Açores editaram o roteiro do percurso pedestre “Quatro Fábricas da Luz”, cujo trilho passa por quatro centrais hidroeléctricas da ribeira da Praia, em Vila Franca do Campo, e organizaram visitas de estudo às centrais ainda em funcionamento naquela ribeira. O roteiro foi o contributo dos Amigos dos Açores para as Comemorações do 1º Centenário da Luz Eléctrica nos Açores e uma homenagem ao Eng.º José Cordeiro, pioneiro da electrificação dos Açores.

Em 2001, a Associação Amigos dos Açores, numa carta dirigida ao Director Regional do Comércio Indústria e Energia, alertou para o facto de, desde 1990, não terem sido tomadas quaisquer iniciativas públicas no domínio da sensibilização e incentivo à utilização racional da energia, dirigidas quer às famílias, quer às empresas. No mesmo ano, foram organizadas três visitas de estudo a centrais hidroeléctricas, à central geotérmica e a uma central de biomassa. Foi, também, editado um boletim com os resultados dos trabalhos efectuados pelos alunos e relatos das visitas de estudo.

Em 2002, foi comemorado o Dia da Terra, 22 de Abril, com uma visita às cinco centrais hidroeléctricas da ribeira da Praia. O Dia Nacional a Energia, por seu turno, foi comemorado, em conjunto com a Arena, Ecoteca da Ribeira Grande e Escolas Básica 3/S da Ribeira Grande e Básica 2,3 Gaspar Frutuoso, através de uma conferência sobre energias renováveis, de uma visita de estudo à Central Geotérmica da Ribeira Grande e Central Hidroeléctrica da Fajã do Redondo.

No ano de 2003, o Dia da Terra voltou a ser comemorado com uma visitas de estudo, desta vez foi percorrido o “Percurso da Energia” e o público-alvo foram alunos da Escola EB 2,3 Roberto Ivens e da Escola Profissional da Ribeira Grande. 24


Em 2004, realizaram-se duas visitas de estudo. A primeira à Central Geotérmica da Ribeira Grande e Central Hidroeléctrica da Fajã do Redondo com alunos das escolas EB 2,3 Canto da Maia e Secundária da Lagoa, a segunda à Central Geotérmica da Ribeira Grande com jovens da Escola Secundária das Laranjeiras, uma turma do 11º ano e uma turma do 8º ano- Profij. Em 2006, a associação participou, em Faro, no ManagEnergy Workshop “Energia através do projecto Eco – Escolas”, organizado pela Associação Bandeira Azul da Europa e no ano seguinte, vários membros dos Amigos dos Açores participaram na Acção de Formação “Didáctica das Energias Renováveis”, promovida pela ARENA (Agência Regional de Energia e Ambiente dos Açores), em Ponta Delgada

3.6.2- Gê- Questa A Gê- Questa, associação de defesa da ambiente criada, em 1994, na ilha Terceira, de acordo com informação do seu presidente, nos últimos anos não tem realizado nenhuma actividade directamente relacionada com as questões energéticas. Contudo, estão previstas, para este ano, actividades de Educação Ambiental dirigidas a uma faixa etária que vai dos 4 anos aos 12 (basicamente pré-primaria, 1.º e 2.º ciclos), em que as questões relacionadas com o uso racional da energia estarão presentes.

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4- Produtos do Projecto 4.1- Guião para uma Auditoria Energética às Escolas

Neste momento, as escolas dos Açores, nomeadamente as que integram a rede de Ecoescolas utilizam como instrumento para a realização de auditorias energéticas o Guia da Auditoria Ambiental do Programa Eco-Escolas que é disponibilizado pela ABAE/FEE Portugal. Com a nossa proposta (anexo1), pretende-se quantificar os consumos, permitindo identificar as melhores opções para a melhoria do desempenho energético da escola. Procuraremos ainda fornecer algumas indicações acerca do modo como os alunos, com o apoio dos professores, poderão inventariar as emissões de gases com efeito de estufa. Pretende-se, também, contribuir para avaliar objectivamente o desempenho ambiental das escolas, monitorizando os seus progressos, quer em termos globais quer per capita. Para a construção do nosso Guião utilizamos as metodologias de contabilidade básicas de GEE apresentadas por Aguiar (2002) e algumas instruções do projecto Carbon Force (http://www.carbonforce.net). Intencionalmente, optou-se, por não apresentar quaisquer questões relativas às características construtivas dos edifícios (tipos de paredes, coberturas, vãos envidraçados, etc.) 4.2- Brochura Viagem no Tempo

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Destinada sobretudo a crianças com idades compreendidas entre os 8 e 11 anos de idade, a história infantil “Viagem no Tempo” surgiu do desejo de abordar a temática das Energias Renováveis de uma forma divertida e motivadora. Assim, pretendeu-se realçar a importância da utilização das fontes de Energia Renováveis para a preservação do ambiente e para o desenvolvimento sustentável. Não obstante, através desta brochura também é possível abordar as temáticas das alterações climáticas e a poupança energética. Perante este cenário, esta história poderá ser explorada por educadores e educandos, em situações formais e informais de aprendizagem. Assim, poderá servir como um suporte didáctico para os pais e professores que pretendam despertar a consciência ecológica das crianças, preparando-as progressivamente para uma atitude activa e responsável perante os problemas ambientais. Para além do exposto, consideramos que as temáticas ambientais deverão ser analisadas e desenvolvidas em todas as áreas curriculares, enfatizando a importância da transversalidade e da interdisciplinaridade da organização curricular. Desta forma, esta brochura poderá ser um instrumento de trabalho para as áreas, concomitantemente, de Estudo do Meio e Língua Portuguesa. Todos nós sabemos a importância inegável que a leitura assume no desenvolvimento académico e pessoal das crianças. É, sem dúvida, uma possibilidade de descobrir o mundo. É nesta perspectiva de ensino por descoberta que se pretende enquadrar esta “Viagem no tempo” contribuindo para a concretização de objectivos como: enriquecer a experiência dos alunos; desenvolver a imaginação e o gosto artístico, estabelecer uma ponte entre o mundo imaginário e o real; engrandecer o vocabulário; desenvolver a linguagem oral e escrita; despertar na criança curiosidade sobre questões ambientais; sensibilizar para a resolução de problemas ambientais; introduzir temas/conteúdos, atingindo significados simbólicos, posteriormente, a serem explorados, entre outros. Em suma, este poderá ser um instrumento didáctico a ser explorado parcialmente ou na sua totalidade, de acordo com a intenção dos que pretendem recorrer a este recurso como auxilio na sensibilização das questões da energia.

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4.3- Ficha de Trabalho “Quanto Custa a Electricidade?” Com a ficha de trabalho (anexo 2), pretende-se levar os jovens alunos a tomar contacto com as despesas relacionadas com o consumo de energia eléctrica, tornando possível uma reflexão sobre o que poderá ser feito para reduzir os consumos. 4.4- Unidade Didáctica “A Utilização da Energia em Casa” Com esta unidade (anexo 3), adaptada do projecto “Science across Europe”, pretendese promover a troca de informações e opiniões sobre a utilização da energia em casa e na região, entre turmas de diferentes escolas. Este trabalho permite ajudar os alunos a compreender o modo como os outros colegas utilizam a energia, que perspectivas têm sobre desenvolvimentos futuros, em termos de eficiência energética e utilização de fontes de energia, e que preocupações ambientais apresentam.

4.5- Monofolha “Energia Eólica” Especialmente destinada aos mais pequeninos, alunos do 1º e do 2º ciclo do ensino básico, foi editada uma monofolha sobre energia eólica, com uma tiragem de 5 000 exemplares.

Esta monofolha foi construída com o intuito de sensibilizar as crianças para a importância do aproveitamento de um recurso endógeno, nomeadamente o vento. Assim, foi explorada nas nossas sessões, para além de serem distribuídos diversos exemplares na Feira do Ambiente, como forma de abordar a Energia Eólica. 28


Neste sentido, o texto, presente no verso da construção do moinho do vento, pretende informar sobre as potencialidades do vento; a sua importância e utilização na produção de energia e, ainda, sobre as vantagens e desvantagens da energia eólica. Note-se que tentamos utilizar uma linguagem simples e acessível, de forma a corresponder às capacidades cognitivas da faixa etária a que se destina, podendo também ser compreendida por um público-alvo mais vasto. Deste modo, para além de proporcionar um momento de lazer às crianças, poderá também ser mais uma forma de promover a interdisciplinariedade do currículo escolar. Assim, no que toca ao 1º ciclo são abrangidas as áreas curriculares de Estudo do Meio, Língua Portuguesa, através do desenvolvimento de competências como ler e compreender a informação recebida e, em ultima instância, Expressão Plástica, através de competências como o recortar e o dobrar. No que concerne ao 2º ciclo, a monofolha é uma forma de explorar simultaneamente conteúdos como a Simetria, presente no programa de Matemática, e a Energia, inerente à área de Educação Visual e Tecnológica.

4.6- Ficha de Trabalho Experimental “ Construção de Carrinho Solar” Destinada a alunos do 3º ciclo, mas que poderá ser utilizada por alunos dos anos terminais do 1º ciclo, do segundo ciclo ou, mesmo, do secundário, com esta ficha (anexo 4) os alunos facilmente constroem um carrinho solar, Aos professores caberá fazer com que a sua utilização se transforme em mais do que o simples manusear de materiais. Oportunamente será elaborado um texto de apoio, onde se fará o enquadramento da actividade nas actividades curriculares de diversos anos de escolaridade. 29


4.7- Ficha de Trabalho Experimental “Construção de Forno Solar” Destinada a alunos do 2º ciclo, mas que poderá ser utilizada por alunos dos anos terminais do 1º ciclo, do terceiro ciclo ou, mesmo, do secundário, com esta ficha (anexo 5) os alunos facilmente constroem um forno solar, Aos professores caberá fazer com que a sua utilização se transforme em mais do que o simples manusear de materiais. Oportunamente será elaborado um texto de apoio, onde se fará o enquadramento da actividade nas actividades curriculares de diversos anos de escolaridade. 4.8- Blog “Educar para a Energia” http://educarparaaenrgia.blogspot.com O Blog Educar para a Energia teve inicío no dia 11 de Abril de 2008, tendo sido postadas, até ao momento, 28 de Julho de 2008, 60 entradas. Esta iniciativa surgiu com o intuito de divulgar o projecto, informar sobre a temática da Energia e, ainda, disponibilizar algum material didáctico. Através deste blog poder-se-á ter acesso a outros links relacionados com o tema, nomeadamente ao da Agência Regional da Energia e Ambiente da Região Autónoma dos Açores. Consideramos que a pertinência deste blog assenta no facto de poder ser consultado por pessoas de diferentes faixas etárias e diversas formações e interesses. Assim, o mesmo contempla, desde simples conselhos para a poupança de energia até textos menos acessíveis ao grande público, como por exemplo “ A Estratégia Energética da Comisssão Europeia”. Para além disso, também são feitas sugestões sobre livros que abordam a temática da Energia e disponibilizados os documentos editados e os elaborados. Em suma, esta estratégia revelou-se, no nosso entender, bastante positiva, uma vez que através deste blog todos os interessados poderão estar informados e actualizados sobre todo o trabalho realizado no âmbito do projecto. 4.9- Powerpoint “Educar para a Energia” O PowerPoint “Educar para a Energia” pretende ser um material didáctico, destinado às crianças do 1º ciclo, em particular 3º e 4º anos de escolaridade. Através deste recurso poderão ser explorados variados conceitos e questões como: O que é a energia? De onde 30


vem a Energia? Quais são as fontes de energia prejudiciais para o Ambiente? O que são e como são utilizadas as fontes de Energias Renováveis? O que são as Alterações Climáticas e o porquê do seu aparecimento? Como se pode poupar energia? Como se pode auxiliar a conservar o Ambiente? Não obstante, para motivar os alunos e suscitar a sua atenção e curiosidade, procurou-se utilizar imagens apelativas e adequadas não só à faixa etária a que se destina, como também à realidade envolvente. Para além disso, elaborou-se adivinhas de forma a levar as crianças a reflectir e a criar uma maior dinâmica de interacção entre o educador e educandos. A utilização de sons e dos vídeos presentes no PowerPoint também surgiram com o intuito de manter a concentração das crianças. Este cuidado em motivar as crianças e em prender a sua atenção, assenta no facto de a temática da Energia abordar conteúdos complexos e de difícil compreensão para esta faixa etária, sendo por este motivo pouca abordada no 1º ciclo. Assim, se analisarmos os currículos nacional e Regional do 1º ciclo, podemos verificar que as suas competências não incidem de forma directa sobre o tema da Energia. No que concerne ao 2º ciclo, este conteúdo apenas faz parte do programa de Educação Visual e Tecnológica, podendo ser leccionado, no 5º ou no 6º ano. No entanto, esta temática está referenciada no final do programa da disciplina e, muitas vezes não chega a ser cumprido. Notando-se por isso, relativamente a este tema, uma lacuna no currículo actual.

4.10- PowerPoint “Eficiência Energética e Energias Renováveis” O PowerPoint “Eficiência Energética e Energias Renováveis” pretende ser um material de apoio destinado ao 3º Ciclo do Ensino Básico e ao Ensino Secundário. Neste powerpoint, depois de se fazer o ponto de situação a nível mundial das energias não renováveis, é referida a dependência energética dos Açores. Em seguida, é tratada a questão da eficiência energética e, por último, a das energias renováveis. Entendemos que dada a extensão da apresentação, a mesma deverá ser utilizada em duas sessões. Neste momento estamos a proceder à actualização da informação contida, com a utilização de dados de 2007. 31


4.11- Livro digital “O Sonho do Afonso” O livro digital “ O Sonho do Afonso” destina-se a crianças e foi elaborado com o intuito de informar, sensibilizar e suscitar curiosidade sobre as Energias Renováveis e a eficiência energética. Tal como a brochura “Viagem no Tempo”, pretende incentivar a interdisciplinaridade entre as várias áreas curriculares, de forma a abordar os temas relacionados com a energia de forma inovadora. Para além disso, a elaboração de um livro digital poderá ser um instrumento didáctico precioso, sobretudo para as crianças com Necessidades Educativas Especiais. Assim, o recurso à utilização da comunicação visual, através de imagens, e à comunicação verbal, através das vozes presentes na história, poderá ser uma forma de estimular a atenção deste tipo de crianças. Não obstante, o livro digital não descura a importância da leitura, estando, em simultâneo a verbalização e o texto, no qual são apresentadas palavras-chave, realçadas pelas vozes das crianças, imprescindíveis para a compreensão da informação e para desenvolver a linguagem oral e escrita, através do método global da aprendizagem da leitura e da escrita. Importa ainda salientar que as tecnologias que recorremos para a sua elaboração não foram as mais adequadas, podendo verificar-se, por exemplo, que o som não revela grande qualidade.

4.12- Poster do Projecto

O

poster

do

projecto

foi

construído

em

substituição dos panfletos, inicialmente previstos. Consideramos que foi uma boa escolha, pois nele está contida toda a informação necessária para dar a conhecer sumariamente o nosso projecto. É fácil de transportar e foi construído com o intuito de suscitar atenção e curiosidade nos alunos e no público em geral, tendo sido utilizadas imagens e cores apelativas e, de algum modo, relacionadas

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com a temática. Pensamos que a troca e os resultados obtidos foram positivos.

4.13- Logótipo do Projecto

O símbolo gráfico foi construído com o objectivo de identificar o projecto e ser um elemento de comunicação visual, uma vez que através da mesma se pode sintetizar uma grande quantidade de características ligadas à temática e que estão representadas no logotipo. A utilização de elementos como o Sol, a pá de uma turbina eólica e o mar pretendem fazer uma alusão às fontes de Energias Renováveis e à importância das mesmas no contexto de um novo paradigma energético.

5-Actividades do Projecto

5.1- Mini-Olimpíada Solar Promovida pela Arena- Agência Regional da Energia e Ambiente da Região Autónoma dos Açores, a Final Regional da Mini-Olímpiada Solar realizou-se, no dia 17 de Março, na Escola Secundária das Laranjeiras, em Ponta Delgada. Foi objectivo principal da iniciativa a abordagem, de forma didáctica, as diferentes tecnologias utilizadas na conversão das energias renováveis, em particular na conversão térmica e eléctrica da energia solar.

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Na final regional estiveram presentes cerca de 40 professores, mais de cem alunos, agrupados em 36 equipas de 23 escolas de oito ilhas dos Açores. Os membros do projecto estiveram, de maneiras diferentes, associados a esta actividade. Assim, Teófilo Braga, foi membro da comissão organizadora, Helena Primo foi júri da disciplina “Forno Solar” e Cláudia Tavares foi júri da disciplina “Relógio Solar”.

5.2- Ateliers de construção de carrinhos e fornos solares 5.2.1.Atelier na Escola Secundária das Laranjeiras No dia 22 de Abril implementou-se um atelier de construção de carrinhos e fornos solares com alunos do 10º ano de escolaridade da Escola Secundária das Laranjeiras que contou com a participação de 16 alunos.

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5.2.2Atelier na Escola Secundária das Laranjeiras

No dia 8 de Maio implementou-se um atelier de construção de carrinhos e fornos solares com alunos do 10º ano de escolaridade da Escola Secundária das Laranjeiras que contou com a participação de 16 alunos.

Tal como no atelier referido anteriormente, os alunos foram divididos em três grupos: o primeiro construiu carrinhos, o segundo fornos solares e o terceiro, procurou estudar as condições de rendimento máximo de um painel fotovoltaico.

5.2.3 Atelier na Ecoteca da Ribeira Grande

No dia 23 de Maio implementou-se um atelier de construção de carrinhos e fornos solares com os alunos do 5º ano de escolaridade da Escola Básica Integrada da Ribeira Grande, que já haviam participado numa das acções de sensibilização. No atelier participaram 19 alunos e 2 professores.

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5.3- Sessão de informação/formação sobre “Energias Renováveis e Eficiência Energética”

5.3.1 Sessão na Ecoteca da Ribeira Grande

No dia 5 de Maio realizou-se uma sessão de sensibilização sobre Energias Renováveis, destinada a uma turma do quinto ano de escolaridade da Escola Básica Integrada da Ribeira Grande que contou com a participação de 19 alunos e 2 professores.

Nesta sessão, houve o recurso a um powerpoint e no final um diálogo com os alunos que estavam muito bem preparados. De seguida, foi distribuída a monofolha “Energia Eólica” que os alunos levaram para a escola com vista à sua leitura e à construção do moinho de vento.

Dado o grande interesse dos alunos convidámos a turma a participar, em data posterior, num atelier de construção de fornos e carrinhos solares.

5.3.2 Sessão na Escola EB/JI Escultora Luísa Constantina No dia 8 de Maio realizou-se uma sessão de esclarecimento sobre Energias Renováveis e Eficiência Energética, destinada a duas turmas do terceiro ano de escolaridade da escola EB/JI Escultura Luísa Constantina, sita na Vila de Rabo de Peixe. Esta sessão contou com a presença de cerca de quarenta alunos.

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Inicialmente foi apresentado aos alunos o PowerPoint “Educar para a Energia”, perante o qual os alunos assumiram uma postura bastante activa e questionadora sobre os conteúdos abordados. É de referir que os alunos não tinham conhecimentos adquiridos sobre a temática, tendo a sessão servido para introduzir o tema, ao qual as docentes, posteriormente, iriam dar continuidade. De seguida, foi distribuído aos alunos a monofolha com a construção de um moinho de vento, para que pudessem ler o seu conteúdo e expor alguma dúvida. Importa salientar que o nosso desígnio era elaborar com os alunos o moinho de vento, no entanto devido à falta de tempo não nos foi possível concretizar esta actividade, tendo a mesma sido realizada à posteriori com os seus professores. Em última instância, foi apresentado aos alunos um forno solar e um carro solar, tendo os alunos revelado grande entusiasmo perante o último. Na verdade, assim que colocamos o carro solar no recreio da escola a algazarra instalou-se e foi muito gratificante ouvir as casquinadas e comentários dos alunos. Em suma, consideramos que este foi um momento enriquecedor de aprendizagem recíproca entre os alunos e os dinamizadores da sessão.

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5.3.3 Sessão na Escola Rui Galvão de Carvalho No dia 26 de Maio realizou-se uma sessão destinada a duas turmas de PERE II da Escola Básica Integrada de Rabo de Peixe. Inicialmente, apresentou-se o PowerPoint “Educar para a Energia”. Na verdade tratando-se de duas turmas de PERE II estávamos receosos que os alunos se sentissem desmotivados e não participassem. Todavia, os mesmos manifestaram interesse, participando muito activamente, questionando e respondendo às nossas questões. É de salientar que a temática da Energia já havia sido abordada pelos docentes das turmas, pelo que os alunos revelaram um espírito crítico e curioso perante os conteúdos explorados. De seguida, foi demonstrado aos alunos como se constrói um moinho de vento, um forno solar e um carro solar. Mais uma vez lamentamos o facto de não termos tempo de construir com os alunos estes materiais. Tal como nas sessões anteriores, os alunos

revelaram

euforia

quando

lhes

foi

apresentado o carro solar. Consideramos que a demonstração destes materiais é indispensável, pois atribui credibilidade às informações que transmitimos aquando da apresentação dos conteúdos.

5.3.4 Sessão na Escola Básica Integrada Canto da Maia No dia 28 de Maio realizou-se uma sessão de esclarecimento sobre Energias Renováveis e Eficiência Energética, destinada a duas turmas da Escola Básica Integrada Canto da Maia. À sessão assistiram 17 alunos do 5º ano de

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escolaridade e 7 alunos do PERE II e dois professores. Inicialmente foi apresentado aos alunos o PowerPoint “Educar para a Energia”. A estes alunos em Formação Cívica, e em aulas anteriores à sessão, foi-lhes explicado muito sucintamente o que se iria abordar, uma vez que se trata de alunos com alguns problemas comportamentais e de aprendizagem. O nosso receio, dadas as características das turmas era que estes se desinteressasse e desmotivassem, no entanto, o resultado verificou-se o oposto, havendo uma participação activa por parte dos alunos, elaborando questões e respondendo às nossas perguntas. De seguida, foi distribuído aos alunos a monofolha com a construção de um moinho de vento. Lemos o seu conteúdo e os alunos expuseram as suas dúvidas. Importa salientar, mais uma vez, que o nosso desígnio era elaborar com os alunos o moinho de vento, no entanto, devido à falta de tempo não nos foi possível concretizar esta actividade, tendo a mesma sido realizada à posteriori, em Formação Cívica, com os seus professores. Para finalizar a sessão, foi apresentado aos alunos um forno solar e três carros solares, tendo os alunos revelado grande entusiasmo perante os últimos. À semelhança das sessões anteriores, ao colocarmos os carros solares no recreio da escola a algazarra instalou-se e foi muito gratificante ouvir as gargalhadas e os comentários dos alunos e vê-los a correr atrás dos carros. Consideramos que este foi mais um momento enriquecedor de aprendizagem recíproca entre os alunos e os dinamizadores da sessão. Tendo ficado logo agendadas, para o próximo ano lectivo, mais sessões que possam ser alargadas a todos os alunos da escola.

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5.4- Comemorações “Dia do Sol” e “Dia Nacional da Energia” A Comemoração do Dia do Sol, 3 de Maio, serviu de pretexto para a divulgação do Projecto, através da divulgação de uma nota de imprensa, enviada à Comunicação Social dos Açores. Temos conhecimento da sua publicação nos jornais Diário dos Açores e Açoriano Oriental.

A comemoração do Dia Nacional da Energia, dia 29 de Maio, foi feita em colaboração com a Arena- Agência Regional da Energia e Ambiente da Região Autónoma dos Açores, nas Portas da Cidade de Ponta Delgada. Nesta actividade, fomos responsáveis pela dinamização dos ateliers de construção de carrinhos e fornos solares que contaram com a participação de cerca de 60 crianças das Escolas EBI da Ribeira Grande, Escola Secundária das Laranjeiras e Centro Paroquial da Fajã de Cima. Para além das crianças, as actividades foram presenciadas por dezenas de adultos que tiveram também a oportunidade de trocar lâmpadas incandescentes por fluorescentes compactas.

A comunicação social fez uma boa divulgação da iniciativa, sendo de destacar a cobertura feita pela RTP/Açores e pelos jornais Correio dos Açores e Diário dos Açores, em dois dias sucessivos.

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5.5- Participação na Feira do Ambiente, em Vila Franca do Campo Nos dias 5 e 8 de Junho o projecto esteve presente na Feira do Ambiente de Vila Franca do Campo, iniciativa da Coordenação Concelhia de Vila Franca do Campo do Projecto Eco-escolas.

Tendo como objectivo principal divulgar o projecto e disponibilizar alguns dos materiais já editados, para além do poster, tivemos em exposição um carrinho solar e a monofolha “Energia Eólica”, bem como outros materiais dos Amigos dos Açores.

Pela feira e pela nossa banca passaram mais de mil crianças e adultos. Algumas crianças tiveram a oportunidade de construir “moinhos de vento” e alguns adultos, nomeadamente professores que levaram materiais para uso nas respectivas escolas.

5.6- Visita de Estudo “Centrais de Produção de Electricidade”

Com a participação de 40 alunos do Ensino Básico e oito professores da Escola Secundária das Laranjeiras, realizou-se, no passado dia 16 de Junho, uma visita de estudo às Centrais Termoeléctrica do Caldeirão, Geotérmica da Ribeira Grande e Hidroeléctrica do Salto do Cabrito.

A visita teve como objectivo principal o contacto com diferentes formas de produção de energia eléctrica. Depois do contacto com uma Central Termoeléctrica os participantes visitaram a Central Geotérmica da Ribeira Grande, tendo-se seguido um passeio pedestre até à Central Hidroeléctrica do Salto do Cabrito. Durante o passeio pedestre foi possível observar o canal de derivação da central, a câmara de carga e decantação e a conduta forçada, tendo-se depois visitado a Central do Salto do Cabrito. 41


6- Avaliação do Projecto Na Tabela 2, apresenta-se uma síntese da avaliação das actividades/produtos do projecto.

Tabela 2- Síntese da Avaliação das actividades/produtos

Actividades/produtos

Apreciação: pontos fortes e fracos

Blog “Educar Para a Energia”

- A sua actualização tem continuado para além do período de aulas. - Não foi possível verificar se foi muito ou pouco visitado.

Poster do Projecto

-Consideramos uma boa opção, como alternativa à edição de um folheto de divulgação, já que em poucas palavras, explica o que se pretende com o projecto e, sendo fácil de montar/desmontar e transportar torna visível a nossa presença em diversos eventos.

Olimpíadas Solares

- Estiveram presentes na final cerca de 170 pessoas (alunos, professores, encarregados de educação, funcionários, etc.) - A nossa participação foi relevante, quer em termos de preparação e organização do evento, quer na fase final, integrando os júris de duas disciplinas. - O desempenho das equipas poderia ser melhor se as mesmas tivessem sido acompanhadas ao longo do ano lectivo. 42


- Todo o evento merecia uma melhor divulgação por parte da entidade promotora. Divulgação do Projecto

- Por várias vezes foi feita referência ao Projecto na comunicação social, nomeadamente nos jornais de Ponta Delgada e rádios locais e RTP-Açores. - A primeira apresentação pública do projecto - nota de imprensa - não foi totalmente bem conseguida. Deveria ser acompanhada de uma actividade o que não aconteceu porque os materiais produzidos não estavam prontos e por indisponibilidade dos promotores.

Sessões informação/formação

de -Realizaram-se 4 sessões, em que participaram 107 alunos e 9 professores - O acolhimento e a participação por parte dos professores e alunos foram bons - Não foram recolhidas informações escritas e sugestões

Ateliers de construção de - Realizaram-se 3 ateliers que contaram com a presença carrinhos e fornos solares, de 35 alunos e 2 professores - O acolhimento e a participação por parte dos alunos foram muito bons. - Os professores disponibilizaram-se para implementar esta actividade no próximo ano lectivo. Comemoração do Dia Nacional da Energia, dia 29 de Maio, Portas da Cidade, Ponta Delgada (Arena/Projecto Educar para a Energia)

- Participação activa de cerca de 60 crianças e de algumas dezenas de visitantes. - A escolha das Portas de Cidade foi óptima. - Falhou alguma coordenação com a Arena, no que diz respeito a uma maior divulgação da iniciativa.

Participação na Feira do - Participação de mais de 1000 crianças e seus professores Ambiente, com uma banca e centenas de outros visitantes. de materiais, e carrinhos fotovoltaicos - Teria sido possível transformar a nossa presença em algo de mais activo, através da dinamização de um atelier de construção de carrinhos e fornos solares. Esta sugestão foi feita à organização do evento. Visita de Estudo a - Participaram 40 alunos e 8 professores. Centrais de Produção de Energia Eléctrica - Foi importante para complementar as aprendizagens. 43


Edições

- 5000 exemplares da monofolha “Energia Eólica”. - 1500 exemplares da “História do Tempo”.

Fichas didácticas

- A monofolha já foi utilizada, não havendo quaisquer problemas com a mesma. - Foram elaboradas 5: Como se constrói um carrinho fotovoltaico; Como se constrói um forno solar; Quanto custa a electricidade? Auditoria energética à escola; A utilização da energia em casa. - Apenas foram testadas as duas primeiras.

7- Sustentabilidade do Projecto Tal como estava previsto no projecto inicial, no futuro está garantida a sua continuidade, através do Grupo de Trabalho de Educação Ambiental da Associação Amigos dos Açores, associação de que todos nós somos membros. De igual modo, através dos Amigos dos Açores, tudo faremos para que o tema “Energia” e os materiais elaborados e editados no âmbito deste projecto sejam usados pelas ecotecas, pelo menos as de São Miguel, que são geridas pelos Amigos dos Açores, e pelas eco-escolas.

44


8- Bibliografia Aguiar, R. (2002, Setembro). O enquadramento das emissões de gases com efeito de estufa como ferramenta pedagógica e quantificadora nas relações escolaambiente. Comunicação apresentada no XI Congresso Ibérico e VI IberoAmericano de energia solar.

Fernandes, E., (2007). A eficiência energética: simples no conceito e complexa na aplicação. Acedido em 10 de Julho, de http://www.esquerda.net/index.php?option=com_content&task=view&id=4034&I temid=64.

Furtado, C. e Braga, T. (2006). Energias Renováveis nos Açores. Ponta Delgada: Arena.

Medeiros, E. (2003). Educação científica no 1º ciclo do ensino básico: um desafio na formação inicial e contínua de professores. In E. Medeiros (Ed.), Educação científica no 1º ciclo do ensino básico (pp. 11-21). Ponta Delgada: Amigos dos Açores.

Schwarz, H. (2005). Perspectivas Ecológicas em Economia. Oeiras: Celta Editora

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9-Anexos

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ANEXO 1 Caracterização Energética de Estabelecimento de Ensino 1- INFORMAÇÃO GERAL Escola ________________________________________________________________ Endereço______________________________________________________________ Localidade ____________________________________________________________ Telef: ____________ Fax: _____________________ e-mail:_________________ Nº de salas_____ Nº de alunos ____ Nº de docentes___ Nº de pessoal auxiliar____ Área Total do (s) Edifício(s)________________ Ano de Construção __________

Serviços Existentes Sim Não Cozinha

Nº de refeições preparadas

Refeitório Ginásio Inst. Sanitárias

Nº de duches

Zona Administrativa Bar Outros

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Horário de Funcionamento Manhã

Tarde

2- CARACTERIZAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS 2.1- Iluminação Zonas

Horas de

Incandescentes

Fluorescentes

Func. Diário (h)

P (W)

P (W)

Salas de aula Sala de informática Sala de professores Sala de funcionários Refeitório Cozinha Arquivo Ginásio WC’s Balneários

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Arrumos Exterior Bar Serviços Administrativos

2.2- Climatização (Uso de electricidade)

Equipamento

Horas de Func.

P (W)

Diário (h) Termoventilador Desumidificador Aquecedor óleo eléctrico Aparelho de ar condicionado

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2.3- Águas Quentes Sanitárias 2.3.1- Uso de Gás Equipamento

Nº de garrafas por mês

Esquentador

2.3.- Uso de Electricidade Equipamento

H. de func.

P (W)

diário

2.4- Cozinha 2.4.1- Uso de gás Equipamento

Nº de garrafas por mês

Fogão

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2.4.2- Uso de electricidade Equipamentos

Horas de Func. Diário (h)

P (W)

Arca Congeladora Frigorífico Fritadeira Máquina Lavar Louça Máquina Lavar Roupa Fogão Batedeira Máquina de café Torradeira Microondas Máquina de secar roupa Cafeteira eléctrica Máquina de costura

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2.5- Informática e Outros ( Uso de electricidade)

Equipamentos

Horas de Func. Diário (h)

P (W)

Computador Impressora Fotocopiadora Video TV Rádio Retroprojector Videoprojector Ferro de engomar Batedeira Máquina de costura Varinha mágica

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Caracterização Energética de Estabelecimento de Ensino TEXTO DE APOIO

Com o inquérito que propomos e com o seu tratamento, para além de pretendermos sensibilizar e informar as crianças e jovens estudantes, e restantes membros, da comunidade educativa, é nossa intenção por em evidência o facto de a escola ser, também, responsável por impactos ambientais, nomeadamente por consumir energia. Para além do referido, é também possível a apresentação de propostas para a implementação de medidas de poupança de energia, nomeadamente eléctrica, que pode ser feita através da alteração de comportamentos (e.g. desligar as luzes quando não são necessárias) ou substituição de equipamentos (e.g. frigoríficos de classe C por outros de classe A). Por último, se pretendermos “saltar os muros da escola” e proporcionar uma visão mais alargada das questões energéticas é relativamente fácil quantificar a contribuição da escola para as emissões de GEE. A seguir, vamos apresentar algumas pistas e/ ou conceitos básicos que poderão ajudar no preenchimento do inquérito e a fazer o máximo aproveitamento didáctico e cívico do mesmo. 1- O Preenchimento do Questionário

Para conhecermos o consumo global da energia eléctrica da escola bastaria uma análise às facturas de electricidade. Contudo, para sabermos onde é possível implementar medidas de eficiência energética é importante fazermos a desagregação dos consumos por formas de energia e sua utilização daí que se pretenda saber a quantidade de energia eléctrica e de gás consumida e onde ou em que equipamento (s) (e.g. lâmpadas, congeladores, etc.) No questionário são apresentados exemplos de equipamentos e instalações, podendo cada docente, que o aplique, acrescentar outros de modo a que, em cada escola, não fique nenhum de fora.

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Para se calcular a energia (E) consumida por cada um dos equipamentos (lâmpada, fogão, etc.) basta multiplicar o tempo de utilização (t) pela potência (P) (energia consumida por unidade de tempo). Para se saber a potência de cada um deles, basta procurar no aparelho um número seguido de W, que significa watt (lê-se “uóte”). Exemplo: Se um aparelho de televisão tiver uma potência de 150 W e se estiver em funcionamento 10 horas a energia consumida será: E = Px t E = 150 x 10 = 1 500 Wh Para que a unidade seja a mesma que a que aparece na factura de electricidade, então é preciso converter apresentar o resultado em kWh (quilowatt-hora). Sabendo-se que 1 kWh = 1000 W, então o resultado será: E = 1500 Wh = 1,5 KWh 2- Pistas para Uso do Questionário

A partir da análise dos resultados obtidos é possível ficar-se a conhecer alguns indicadores, como os consumos específicos (kWh/aluno) para o estabelecimento de ensino. Este indicador poderá ser útil para comparar consumos específicos entre escolas de características semelhantes e, mais do que isso, para medir a eficácia de eventuais medidas de poupança/ eficiência energética (alteração de comportamentos ou substituição de equipamentos). Um inquérito aos hábitos de quem usa os equipamentos e instalações é possível, em caso de não serem os mais adequados em termos de menor consumo de energia, a apresentação de um código de conduta “amigo do ambiente”, permitindo reduzir consumos. A análise aos equipamentos mais “energívoros” (papões de energia), como por exemplo, a identificação da sua classe (A, B, C, etc.) é possível sugerir a sua substituição por outro mais eficiente e calcular ao fim de quanto tempo haverá retorno do investimento, etc.

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As sugestões apresentadas são um bom pretexto para a troca de experiências entre estabelecimentos de ensino, para uma procura de explicações para as razões das eventuais diferenças entre escolas, para a elaboração de códigos de conduta ou campanhas de sensibilização/ informação, etc.

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ANEXO 2 Quanto Custa a Electricidade?

Observa a factura acima referente a um consumidor doméstico de electricidade e responde às seguintes questões:

1- Qual o valor da potência contratada e o seu custo mensal?

2- Que energia foi consumida, em Fevereiro, e qual o custo do kWh naquele mês?

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3- Qual o valor da taxa paga à DRCIE- Direcção Regional do Comércio, Indústria e Energia?

4- O consumidor em questão poderia ter em sua casa a funcionar ao mesmo tempo 10 lâmpadas de 100 W, uma máquina de lavar de 3000 W, uma máquina de secar roupa de 3500 W?

TEXTO DE APOIO Numa factura de electricidade (para além da Contribuição audiovisual, da taxa paga à DRCIEDirecção Regional do Comércio, Indústria e Energia, do IVA e do imposto de selo) há a duas partes: uma que está relacionada com a potência contratada e outra com a quantidade de energia consumida. A potência contratada Esta componente da factura traduz-se num valor que temos que para à empresa fornecedora mesmo se, num mês de férias, numa casa não tivermos nenhum aparelho ligado. E por que razão paga-se sem consumir? Porque a empresa tem a obrigação de satisfazer os consumidores e para isso tem despesas que são fixas como (aparelhos, como geradores, linhas eléctricas e funcionários). Mas, o que é a potência? E como se sabe o valor da potência de cada aparelho? É a energia que cada aparelho, que temos, consome por unidade de tempo. Para se saber a potência de cada um deles, basta procurar no aparelho um número seguido de W, que significa watt (lê-se “uóte”). Para sabermos a potência a contratar, precisamos de ter em consideração a potência dos aparelhos eléctricos que se tem em casa e calcular a potência total de todos os que pretendemos que funcionem em simultâneo. A potência a contratar expressa-se em kVA (lê-se “Kávêá”) e embora não seja o mesmo que kW (quilowatt), podemos considerar que é “quase igual”. Vejamos um exemplo:

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Questão Tenho em casa 1 frigorífico de 3000 W, uma máquina de lavar de 2000 W, um televisor de 150 W e 5 lâmpadas de 75 W que pretendo que estejam a funcionar ao mesmo tempo. Sabendo que entre as potências a contratar disponíveis pela EDA existe a de 3,45 kVA, a de 6,9 kVA e a de 10,35 kVA, que potência devo escolher? Resposta Vou somar a potência de todos os aparelhos: P Total = 3 000 + 2 000 + 150 + (5 x 75) = 5 525 W Passando para: P Total = 5 525 W = 5,525 kW (1 kW = 1 000 W) Assim, devemos escolher a potência disponível logo acima do valor da soma total das potências de todos os aparelhos que queremos que funcionem ao mesmo tempo, que é no caso presente a de 6,9 kVA.

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ANEXO 3 A Utilização da Energia em Casa Objectivos da unidade

 

Alargar o conhecimento sobre energia e fontes de energia Formular sugestões sobre a utilização de energia, a partir de agora até ao ano de

2020.

 Investigar e explorar o potencial das novas tecnologias, como a telecópia (telefax) e o correio electrónico, para além do correio postal, como meios de comunicação.

Conhecimentos e capacidades prévios

O material desta unidade, que se destina a alunos dos 14 aos 17 anos, pressupõe o estudo prévio do tema energia e a familiarização e conhecimento do seguinte:

Grandezas e unidades Joule (J), watt (W), quilowatt – hora (kWh), grau Celsius (ºC), quilograma (Kg), tonelada (t), segundo (s), hora (h), ano (a), metro cúbico (m3), litro (l)

Conceitos Energia, potência, rendimento; Fontes primárias para a produção de energia; Perdas de energia

Conhecimentos de matemática Média, percentagem

Conhecimentos de geografia Geografia da Região

Conhecimento Regional Recursos energéticos regionais; Preocupações regionais para com o ambiente

Capacidades de interpretação Leitura e interpretação de dados em diagramas e tabelas; Leitura de aparelhos de medida

Recursos e Preparação 59


Folhas do aluno Colocar à disposição dos alunos um conjunto completo das folhas (notas) para o aluno, na Biblioteca ou na sala de recursos.

Questionário Preparar cópias de modo a distribuir um questionário por cada aluno. Depois de preenchidos preparar 6 a 8 conjuntos com cópias de cada questionário para análise em grupo na turma.

Formulário Preparar uma ou mais transparências do formulário para escrever os dados durante a aula. Preencher uma cópia do formulário a enviar às escolas que participam na troca de informações e, depois de preenchido fazer cópias e enviá-las. Preparar 6 a 8 cópias dos formulários recebidos das escolas participantes.

Questões Preparar, para cada grupo de alunos, 6 a 8 conjuntos de cópias das perguntas relativas ao questionário e dos tópicos de exploração.

Procedimento  O professor apresenta o projecto e o que se pretende com esta unidade.  Os alunos levam para casa o questionário sobre a utilização de energia em casa e preenchem-no.  Os professores devem ser sensíveis ao facto de que os questionários que têm em vista um levantamento de opinião em casa podem, por vezes, tocar aspectos que a família considere como privados e entenda não dar as informações pedidas. Os professores devem munir-se de dados alternativos para os alunos que não queiram contribuir com dados pessoais. Embora o questionário tenha na parte inferior uma linha para o aluno escrever o nome, o professor pode cobrir esta linha antes de mandar fazer as cópias dos questionários para utilização na turma.  O professor distribui um conjunto de cópias dos questionários para os alunos discutirem e combinarem os resultados tendo em vista a obtenção de uma opinião da turma e, modera a aula de discussão.  O professor ou um aluno escreve o resultado do consenso final no formulário. Apresenta-se nas páginas seguintes um exemplo do formulário. Devem ser enviadas cópias dos formulários preenchidos a uma ou mais das escolas da rede.  Após receber resultados provenientes das turmas das outras escolas o professor lembra o que se pretende com esta unidade e distribui conjuntos de cópias dos formulários 60


recebidos das escolas da rede e as perguntas relativas ao questionário. Os alunos analisam e comparam os resultados recebidos com os resultados que recolheram na própria turma e respondem às perguntas relativas ao questionário. Esta tarefa pode ser feita em casa.  O professor distribui o conjunto de tópicos de exploração do tema e o conjunto de dados (tabela e mapas). Será ainda útil dispor de transparências dos mesmos dados. O professor modera uma aula para a qual se apresentam quatro tópicos para discussão. Em grupos de 4 ou 5, os alunos discutem os pontos focados, formulam recomendações e fazem a apresentação das opiniões de cada grupo, por exemplo, por meio de um porta-voz. Como alternativa o professor pode moderar uma discussão alargada a toda a turma.  O professor pode continuar este estudo ligando-o, por exemplo, com tópicos de geografia e economia de inúmeras maneiras.

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A utilização de energia em casa

Data Para (nome do professor)

Escola

Morada

De (nome do professor)

Escola

Morada

Telefone

Telefax

Correio Electrónico

62


Os resultados da recolha efectuada pela nossa turma são os seguintes:

1

O número de alunos da turma é ____

Electricidade

Gás

Outro

Aquecimento doméstico Cozinha Aquecimento de água Preço por unidade

/kWh

/m3

/____

Custo por habitação média por ano

2

Pensamos que os três melhores processos de poupar energia em casa são:

3

As fontes de energia usadas para produzir electricidade na nossa ilha são:

I. II. III.

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4

Os problemas ambientais causados pela produção de electricidade na nossa ilha

5

As mudanças na utilização de energia que prevemos até ao ano 2020 são:

são:

Documento de recolha da informação dos vários alunos da turma

A utilização de energia em casa Nos Açores, como é que as pessoas utilizam a energia em casa?

A tua turma vai estabelecer contacto com uma outra turma da região e trocar informações sobre a utilização de energia em casa.

Antes, porém, precisas de coligir informação entre os seus colegas de turma sobre como se utiliza energia em casa.

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Na página seguinte tens um questionário com perguntas sobre a utilização de energia em casa e sobre a tua opinião sobre a conservação e a utilização de energia. Para responderes podes consultar livros, folhetos e jornais e pedir ajuda à tua família. Para as perguntas para as quais não tiverem resposta deixa o espaço em branco.

Após o preenchimento dos questionários, a tua turma discutirá os resultados e as ideias apresentadas e decide que informações deves enviar a outras escolas. Em troca, a turma receberá resultados de outras escolas da região.

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1 Quais são as fontes de energia que utilizas em tua casa no aquecimento doméstico, na cozinha e no aquecimento de água? Assinala a resposta com um (X) no quadro seguinte:

Electricidade

Gás

Outro

Aquecimento doméstico Cozinha Aquecimento de água

2 Qual é o preço por unidade destas fontes de energia? Quanto é que a tua família paga por ano pela energia que consome? Assinala as respostas no quadro seguinte:

Electricidade Quantidade utilizada Preço por unidade

Gás

Outro

kWh

m3

/ kWh

/m3

Custo por habitação média por ano

3

4

Quais são os três melhores processos de poupar energia em casa? I.

________________________________________________________________________________

II.

________________________________________________________________________________

III.

________________________________________________________________________________

Quais são as fontes de energia utilizadas para a produção de electricidade nos Açores?

_______________________________________________________________________________________

5 A produção de electricidade nos Açores causa problemas ambientais? Se a tua resposta é afirmativa, quais são os problemas mais importantes? _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________

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6

Quais são as mudanças na utilização de energia que prevês até ao ano 2020?

_______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________

Nome : _________________________________________________________________________________ Turma ________________________________________ Nº de pessoas que vivem em casa ____________

Inquérito individual a preencher por cada aluno

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Perguntas relativas ao questionário

Num mapa dos Açores, assinale as localidades onde ficam as escolas que enviaram informações. Compara os resultados do questionário da tua turma com os que recebes das escolas contactadas e responde às perguntas seguintes:

1

Existem diferenças importantes entre as utilizações de energia apresentadas pela outra turma? Comenta as que acha particularmente interessantes.

2

a Compara os custos de energia.

b Relaciona os custos da electricidade com os do gás

3

Como é que os alunos das outras escolas tentam poupar energia? A maneira como a poupam é a mesma que utiliza, na tua própria casa?

4

Compare os resultados dados da tua turma com as turmas das escolas contactadas. Sugere razões para: a Semelhanças

b Diferenças

5

Consideras que a produção de electricidade nas zonas das escolas contactadas é melhor que na tua?

6

Que sugestões pode dar aos teus colegas das escolas contactadas para resolverem problemas ambientais que resultam do modo como eles usam a energia?

68


7

Considera que as sugestões apresentadas pelos teus colegas para o ano 2020 são mais ou menos avançadas comparadas com as da tua turma?

Questionário de reflexão e comparação dos seus resultados com os das demais escolas

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Tópicos de exploração do tema

1

Dependência dos recursos energéticos a b

De que países dependemos para o fornecimento da energia que consumimos? Aproximadamente, qual será a percentagem de dependência energética dos Açores?

2

Mudanças de fontes de energia a

Consideras que precisamos de mudar a utilização que fazemos das fontes de energia no nosso país? Porquê? b És a favor de que fontes de energia? E que recursos energéticos se deveriam usar menos ou até abandonar?

3

Medidas a

b c

Pensas que é preciso tomar medidas drásticas para reduzir o consumo de energia nos países da Europa? Porquê? Se a resposta foi afirmativa, quais são as medidas que pensa que seriam mais eficazes? Quem deve actuar ou tomar as decisões sobre estas medidas: Os cidadãos, os governos nacionais ou a

Comissão Europeia?

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ANEXO 4 Construção de um carrinho solar

Material Necessário - 4 rodas - 2 palhinhas ou canetas velhas - 1 elástico - 1 painel fotovoltaico - 1 pacote de leite vazio(ou uma caixa de cartão) - fita adesiva de dupla face - 2 paus de espetada - 1 pedaço de cartão grosso - 1 polia( ou roda de capaline) - 1 motor - fita cola - 1 x-acto - cola transparente celulósica

1º Passo Corta as palhinhas de modo a ficarem com um tamanho um pouco maior do que a parte lateral do pacote de leite.

2º Passo Enfia os paus de espetada nas palhinhas e coloca as rodas. Num dos conjuntos, antes de colocares a última das rodas, põe a polia (ou roda em capaline). Certifica-te que a polia está bem fixa ao eixo para que não rode.

3º Passo Coloca o elástico na polia grande e na pequena (a que está no motor) de modo a conseguires alguma tensão. Marca com uma caneta um círculo que indica a posição do 71


motor no pacote. Com a ajuda da tesoura perfura o pacote de modo a encaixares o motor e fixa-o com a cola.

4º Passo Liga os fios ao motor, faz um furo na parte de cima do pacote (lado oposto às rodas), passa por ele os fios e liga estes ao painel.

5º Passo Cola um pedaço de cartão grosso, na parte de superior do pacote, colocando sobre aquele um pedaço de fita-cola de dupla face para fixar o painel.

NOTA- Se o carrinho andar para trás basta trocar os fios no painel

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Anexo 5 Como se faz um forno solar de papelão?

Material

Caixa de cartão de folha DIN A-4 Cartolina preta DIN A-4 Folha de acetato DIN A-4 (para a contraporta) Folha DIN A-4 Papel de alumínio Tesouras 2 Pionés Furador Régua Tubo de cola

Construção

1º Passo

Pega-se na caixa, num dos lados mais compridos a cerca de 18 cm da base, marca-se um traço na horizontal e no outro faz-se o mesmo a cerca de 12 cm da base. A seguir corta-se com uma tesoura de modo a ficar como mostra a figura abaixo. 73


2º Passo Com a tampa da caixa, faz-se a porta e o painel de reflexão. Para fixar a tampa à caixa, corta-se tal como se mostra na fotografia abaixo. Cola-se a tampa à caixa usando cola e uma tira de papelão.

74


3º Passo Forra-se o interior da caixa com plástico preto (ou papel de alumínio), colando bem o interior com o tubo de cola. A zona interior da tampa cobre-se com papel de alumínio, que também se fixa com cola.

4º Passo Para a construção da contraporta transparente faz-se uma moldura com dois centímetros de rebordo a partir de cartolina preta e cola-se uma folha de acetato DINA-4 à moldura. Pode-se forrar o rebordo com fita isoladora.

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5ยบ Passo Fixa-se a contraporta (folha de acetato) na uniรฃo entre a tampa e a caixa.

6ยบ Passo Constrรณi-se a barra de suporte enrolando uma folha de papel A4, de modo a obteres um tubo, fixando o papel com cola. Depois de se aplanar as extremidades, com a ajuda do furador faz-se dois furos.

76


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