Sem grandes eventos, comerciantes reclamam mas ainda apostam nos fins de semana e carnaval
NÚMERO 19
CAMPOS DOS GOYTACAZES, RIO DE JANEIRO • DOMINGO, 22 DE JANEIRO DE 2017
Novo traçado do Contorno que estava em “ banho Maria” vai para o freezer e Autopista discute um novo caminho com o empresariado da região PÁGINA 5
Uenf recebe verba, mas está longe de sair do vermelho com uma dívida que compromete todo o programa do campus universitário
Club Terceira Via
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Um lugar chamado Cidade de Deus em Campos, onde a realidade se confunde com a ficção cinematográfica que tornou famoso mundialmente o bairro do Rio PÁGINA 3
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DOMINGO, 22 DE JANEIRO DE 2017
Política
2016, o ano que não terminou
Após uma série de condenações em primeira instância, a Câmara de Vereadores de Campos muda de composição Marcos Curvello
As comemorações de fim de ano ficaram para trás. Embora muita gente ainda curta as férias nas praias da região, o clima de feriado prolongado acabou e a cidade funciona. Mas, na política campista, 2016 é um ano que não terminou. Se, por um lado, a probabilidade de afastamento do prefeito Rafael Diniz (PPS), como quer o grupo comandado por Garotinho, pareça, no mínimo, remota, a queda dos vereadores eleitos e reeleitos sob bênçãos e proteção do governo anterior , foi fato recorrente nos últimos 10 dias. Investigados por envolvimento em um esquema que trocaria inscrições no programa social municipal Cheque Cidadão por votos, os vereadores eleitos e reeleitos Cecília Ribeiro Gomes (PT do B), Jorge Magal (PSD), Jorge Rangel (PTB), Kellinho (PR), Linda Mara Silva (PTC), Miguelito (PSL), Ozeias (PSDB), Roberto Pinto (PTC), Thiago Ferrugem (PR), Thiago Virgílio (PTC) e Vinicius Madureira (PRP) foram condenados em primeira instância entre os últimos dias 13 e 18. A acusação é de abuso de poder econômico e político. Em todos os casos, o juiz Eron Simas, da 76ª Zona Eleitoral (ZE), decidiu pela cassação dos registros, anulação dos votos recebidos e inelegibilidade por oito anos. Cabe recurso. A equipe de reportagem de O Jornal Terceira Via tentou contato com os 11 vereadores condenados. Destes, dez não atenderam aos telefonemas ou não estavam disponíveis para comentar a decisão. Apenas Jorge Magal falou com a equipe, mas, questionado sobre a possibilidade de recorrer, afirmou que não poderia comentar o assunto. Em outros meios, a maior parte dos condenados já garantiu que apelará da decisão. Os julgamentos começaram em 8 de novembro do ano passado e se estenderam até o dia 28 seguinte, no Fórum Maria Tereza Gusmão. Durante as audiências, agentes do Grupo de Apoio à Promotoria (GAP) falaram sobre as diligências para investigar as denúncias contra os vereadores. De acordo com eles, foram encontradas e apreendidas na Secretaria de Desenvolvimento Humano e Social, listas marcadas com uma sigla que, segundo apuração do Ministério Público Eleitoral (MPE), faria referência ao nome das legendas envolvidas. Estas listas, que não tinham timbre da Prefeitura, continham nomes e números de documentos pessoais, como identidade e título de eleitor, de beneficiários irregulares do programa social. Destes onze, Jorge Rangel, Kellinho, Linda Mara, Miguelito, Ozeias e Thiago Virgílio já haviam sido impedidos pela Justiça Eleitoral de receberem seus diplomas, no dia 20 de dezembro, e tomarem posse em 1º de janeiro, quando o desembargador de plantão, Guaraci de Campos Viana, aceitou pedido de liminar de antecipação de tutela que permitiu assumirem as vagas os suplentes Alvaro Oliveira (SD), Cabo Alonsimar (PTC), Carlos
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Alberto do Canaã (PTC), Geraldinho de Santa Cruz (PSDB), Joílza Rangel (PSD) e Neném (PTB). Com isso, Campos desconhece, ainda, cinco dos nomes que comporão a Câmara de Vereadores durante o mandato que vai de 2017 a 2020. A Casa conta com 25 cadeiras. No último dia 17, o presidente da mesa diretora, vereador Marcão Gomes (REDE), afirmou, em nota, que ainda não havia sido notificado oficialmente pela Justiça. No texto, porém, ele reiterou “o compromisso com a legalidade” e afirmou que “cumprirá imediatamente” as decisões do juízo assim que forem comunicadas. Marcão também não atendeu às tentativas de contato da equipe de reportagem. A história, porém, pode não acabar aí, já que Carlos Alberto do Canaã e Geraldinho de Santa Cruz também integram a lista de investigados por compra de votos, que inclui, ainda, os vereadores derrotados no último pleito Aldo de Tocos (PRP), Ailton Tavares (SD), Binho de Conselheiro (PRTB), Duda a Renovação (PRP), Enfermeira Kátia Venina (PR), Heloisa Rocha (PR), Kelynho Povão (PHS), Léo de Morro do Coco (PRP), Leonardo do Turf (PSL), Paulinho Camelô (PRP), Paulo Henrique Ph (PTC), Pepeu de Baixa Grande (PSD), Roberta Moura (PR), Rodolfo Pescador (SD), Serginho Bigode (PTC), Tia Penha (PHS) e Vera Bensi (PR). Todos integraram a coligação “Frente Popular Progressista de Campos”, do candidato governista derrotado à sucessão de Rosinha Garotinho, Dr. Chicão (PR), que, assim como seu vice, Mauro Silva (PSDB), também é réu nas Ações de Investigação Judicial Eleitoral (AIJEs) distribuídas em setembro passado pela Promotoria de Justiça e pela 76ª ZE. Também são réus a ex-prefeita Rosinha, seus ex-secretários de Infraestrutura e Mobilidade Urbana, Edilson Peixoto (PR), e dos Direitos dos Idosos, Gilson Gomes (PRTB), seu ex-comandante da Guarda Municipal, Wellington Levino (SD), bem como o ex-vereador governista Albertinho (PMDB), seu aliado na Câmara. Resposta — Com as condenações, a Justiça Eleitoral dá uma resposta à sociedade, que se manifestou na internet e nas ruas de Campos pela punição de políticos envolvidos com o esquema de compra de votos investigado pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Eleitoral. A mobilização popular começou na internet, após a médica Natassia Lima Mayerhoffer criar um abaixo-assinado no site Change. org, pedindo por uma “Câmara Limpa”. “Justiça Eleitoral, pedimos urgência do judiciário no julgamento do mérito em questão à denúncia do MPE. 11 dos 37 candidatos denunciados foram eleitos e estão prestes a assumir seus mandatos caso não sejam julgados o quanto antes”, escreveu Natassia, no abaixo-assinado, que conta, até a última atualização desta matéria, com 7.071 apoiadores. No dia 11 de outubro, um grupo de campistas realizou um ato pedindo agilidade no julgamento dos suspeitos, que começou na Praça do Santíssimo Salvador e seguiu para o prédio da Justiça Eleitoral, na Avenida Alberto Torres.
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DOMINGO, 22 DE JANEIRO DE 2017
O verão da crise
Especial Foto: Carlos Grevi
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Enquanto o sol bate forte, a economia vive um clima de “marasmo” que lembra baixa temporada
Já tivemos verões milionários mas quando acaba o milho acaba a pipoca e até os pombos estão garimpando na areia em um verão de economia fria e de calor escaldante
Pousadas A baixa procura também se estende nas casas de estadia. A centenária Pousada Cassino, referência em Atafona, não tem sequer um hóspede neste mês de janeiro e as poucas reservas são para o período do Carnaval. “Quando vocês tocaram a campainha, meu coração se encheu de esperanças, porque já faz tempo que alguém bate aqui procurando um quarto. Para conseguir manter a pousada, nós abrimos o espaço para shows de pagode e sertanejo aos sábados e domingos, mas são poucos os que dormem por aqui após a festa. Para fevereiro, temos poucos interessados, mas, como dizem, a esperança é a última que morre”, contou um dos funcionário, Aruam Galaxe, à equipe de reportagem do Jornal Terceira Via. Polo Gastronômico de Grussaí Inaugurado há cinco anos, o Polo Gastronômico também está sentindo os efeitos da crise. O Terceira Via conversou com gerentes de três quiosques e todos disseram o mesmo: nunca as vendas estiveram tão baixas. “Antes as pessoas tinham dinheiro para gastar, agora aqueles que ainda vêm às praias, preferem ir ao supermercado e fazer a própria comida. Aos sábados e domingos a situação melhora um pouco, mas nem se compara com o movimento dos primeiros anos após da inauguração. Isso aqui lotava, hoje dá para contar nos dedos as mesas ocupadas durante toda a semana”, disse Maria do Carmo dos Santos, funcionária do Quiosque do Cigano. Quanto à falta de shows e trios elétricos em Grussaí, Maria do Carmo disse que esse não é o principal motivo para a queda nas vendas. “O problema é que as pessoas não têm dinheiro. Muitos vêm às praias, mas evitam gastar. Então, para o comércio, não adianta. Além disso, o horário dos shows anunciados no Balneário também não vai ajudar os comerciantes do Polo Gastronômico porque não funcionamos à noite e quem está em Atafona, dificilmente vem consumir em Grussaí. E shows grandes podem atrapalhar mais do que ajudar, porque muita gente vem fazer bagunça e
não contribui com o comércio”, alegou. Praias Os comerciantes das praias também reclamaram do movimento neste mês de janeiro. Vendedores de água de coco e de salgados disseram nunca ter vendido tão pouco. Já os que alugam cadeiras e barracas, diminuíram de 10 para seis guarda-sóis neste verão. “O movimento está devagar, quase parando. Quem vive de verão, deve está passando dificuldades, porque as vendas deste ano não vão permitir fazer um pé de meia para os próximos meses. Está difícil trabalhar nas praias nos dias úteis, às vezes compensa mais vir só nos fins de semana porque de segunda a sexta, às vezes, fazemos pouco mais de R$ 100, o que nem se compara com o lucro que tínhamos nos últimos anos”, afirmou o vendedor de cocos, Adriano Barreto.
Shows no Balneário Começou no sábado (21) a programação do Verão Balneário 2017, em Atafona. O Governo Municipal buscou parcerias com a iniciativa privada para manter a programação que já é uma tradição do lugar. Os shows nacionais vão acontecer até o final de semana anterior ao Carnaval, no final de fevereiro e entre as atrações há músicos como Arlindo Cruz, Preta Gil, além das bandas Imaginasamba, Celebrare e Melanina Carioca. Segundo a Prefeitura, essa programação irá gerar renda para mais de 60 ambulantes que estarão alocados no Balneário. “Além da gratuidade nos shows, também proporcionamos condições aos comerciantes de não pagar pelo espaço e terem o menor risco possível no negócio”, disse a prefeita Carla Machado.
Veranistas Para quem foi curtir o verão no litoral de São João da Barra, ver as praias vazias é um ponto positivo. A dona de casa Cristina Vilar mora em Rio das Ostras e neste verão decidiu fugir da “bagunça” na Região dos Lagos e se refugiou na casa da família em Chapéu do Sol. Ela disse que, quando soube que o verão de 2017 teria poucas atrações em SJB, teve a certeza que queria ir para lá. “Eu não sou muito fã de bagunça. Gosto de tomar minha cervejinha e pegar um sol com tranquilidade. Praia sem lugar para estender minha canga, trio elétrico e shows lotados não me atraem. Para mim, essas férias não poderiam ser melhores”, disse. O casal Arnaldo e Maria Auxiliadora Matos veio do Rio de Janeiro à procura de tranquilidade neste verão. Eles não conheciam o litoral de São João da Barra, mas receberam a dica de um vizinho que tem casa em Atafona. “Nós comentamos que queríamos ir para um lugar diferente e mais em conta e ele disse para virmos para cá. Foi uma ótima escolha porque estamos adorando a tranquilidade e a paz que esse lugar proporciona. Não sabíamos que a praia costumava encher nos outros anos, mas que bom que escolhemos vir logo agora”, brincou Maria.
Farol de São Thomé Em Campos, a Prefeitura ainda não comentou a respeito da possibilidade de contratar músicos locais ou nacionais para animar o verão na praia do Farol de São Thomé. Por enquanto, o Governo optou por uma programação voltada às famílias no estante situado na Avenida Atlântica. O espaço foi aberto no sábado (21) com piscina para crianças, entre outras atividades esportivas, culturais e turísticas. Nos finais de semana também haverá distribuição de mudas de árvores nativas e frutíferas e passeios ecológico no Parque Estadual da Lagoa do Açu (Pelag). Entre essas atividades previstas estão: quebra-cabeça cultural; jogo de perguntas e respostas sobre o turismo de Campos; exposição de quadros antigos e vídeos; artesanato, etc. Neste domingo, haverá apresentação de whelling (manobras radicais com moto em baixa velocidade) com a “Equipe Sem Limites”, do Louro Jhow. “Louro Jhow é campeão brasileiro, um dos ícones do whelling com vários títulos”, afirmou o diretor de Turismo da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Júnior Lucena. Foto: Carlos Grevi
A mesma pergunta foi feita aos comerciantes formais e informais nas praias de Grussaí e Atafona, em São João da Barra: “Como vocês avaliam o Verão 2017?”. A resposta também foi unânime: “É o pior dos últimos 20 anos”. Nos locais onde costumava haver festa durante toda a semana, até a última sexta-feira (20), o que se via era um “marasmo”, calmaria pouco comum nesta época do ano. Para reaver os ânimos do comércio e dos veranistas, a prefeita Carla Machado anunciou uma série de shows no Balneário de Atafona, no entanto, aquele que seria o maior problema, ainda não parece haver solução: a crise econômica que diminuiu o poder de compra da população. Em Campos, a situação também não é diferente: pouca procura nas pousadas e hotéis, bares e restaurantes vazios e, até o momento, nenhum show local ou nacional anunciado. “Quem costumava gastar R$ 100 em uma tarde de verão, hoje gasta R$ 20”. A informação é de um dos mais tradicionais comerciantes de Atafona. Nelson de Souza abriu o seu restaurante no litoral de São João da Barra há 25 anos e, segundo ele, esse é, sem dúvidas, o mais difícil. Ele, que costumava contratar cerca de dez funcionários nos meses de janeiro e fevereiro, nos primeiros dias de 2017 precisou demitir oito. “Esse restaurante já chegou a contar mais de 40 cozinheiros e garçons, mas agora temos menos de dez. As famílias que costumavam pedir três pratos diferentes, agora pedem um para dividir entre seis pessoas, e as bebidas, muitos costumam trazer de casa. Para este ano, eu já não tenho expectativas. O que resta agora é tentar sobreviver e torcer para que o próximo verão seja melhor”, lamentou. Nelson reclama do abandono nas praias do município. Para ele, a falta de estrutura nas orlas é o principal motivo para a baixa procura dos turistas. “Aqueles que ainda têm dinheiro para gastar, não querem vir para Atafona ou Grussaí. Eles procuram as praias da Região dos Lagos, porque lá existe, de fato, um investimento pesado em turismo, o que não acontece aqui em SJB. Nós já desistimos de esperar que o público de fora venha para cá, então nos dedicamos a trazer ao menos os campistas, mas até mesmo quem conhece o charme do nosso litoral, tem optado por outros cantos devido à falta de atrativos”, afirmou.
Durante a semana a beira mar tem ficado quase vazia, com poucas pessoas podendo aproveitar as férias
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DOMINGO, 22 DE JANEIRO DE 2017
Campos
Contorno da BR volta à gaveta Empresários contestaram o traçado que seria executado em 2017, levando o projeto à nova rodada de discussões
Girlane Rodrigues Foto: Carlos Grevi
As viagens de Campos para a Região dos Lagos, Baixada Litorânea ou Rio de Janeiro foram encurtadas em aproximadamente meia hora. Isso porque 176,6 quilômetros da BR-101 entre Campos e Rio Bonito estão sendo duplicados. Destes, 82 km já foram entregues. Os acidentes reduziram. As mortes também. Os buracos quase não são vistos. Mas nem tudo são flores. O tão esperado contorno da rodovia, em Campos, com obra prevista para começar este ano pode não sair do papel em 2017. A Sociedade Civil Organizada e empresários ligados à Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) apresentaram sugestões à concessionária Autopista Fluminense que vão modificar o traçado previsto e atrasar a aprovação do projeto pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e, conseqüentemente, o início das obras. Segundo a concessionária, o novo traçado do contorno de Campos começaria no km 51 da BR-101, em Guarus, e terminaria No km 84, em Ibitioca. Entre esses dois pontos, o contorno passaria por localidades próximas a Sapucaia, Santa Cruz e Lagoa de Cima. Porém, de acordo com a concessionária, empresários da região apresentaram sugestões para que esse projeto aumentasse em mais seis quilômetros, passando a fazer ligação com o Km 46, em Travessão. “O projeto atual está na ANTT para ser aprovado e o início das obras está previsto para 2017. Com as novas sugestões, um novo projeto terá que ser feito e enviado para aprovação da ANTT mais uma vez e o início da obra, conseqüentemente será adiado”, explicou a assessoria da Autopista Fluminense. Palavras da ANTT A ANTT confirmou que o estudo já existente foi contestado e, por isso, não há definição de traçado. Não há prazo para que o novo estudo técnico seja concluído e aprovado, assim como não há mais uma previsão para início das obras. O motorista que passa diariamente pela estrada, no Parque Rodoviário, não gostou da notícia. “Todos os dias perdemos vários minutos no engarrafamento neste trecho. O motivo é a disputa da BR por nós moradores de Campos e por motoristas do restante do país que trafegam por aqui transportando cargas”, disparou o advogado Rodrigo Barreto. Versão do usuário Não há dúvidas de que o contorno trará benefícios para Campos. O atual trecho, entre Ibitioca e Travessão, passaria a ser uma via municipal e utilizada pelos moradores. O trânsito pesado de caminhões que cortam o Brasil escoando produções industriais e comerciais passaria por fora da cidade. O novo contorno também pretende limitar o tráfego na região do Parque Rodoviário, em Campos. Atualmente constantes engarrafamentos são registrados no local porque os carros de passeio disputam a estrada com os veículos pesados. “O Volume médio diário de veículos na BR-101 RJ/ Norte é de 72 mil veículos. Deste total, 24% são comerciais”, informou a Autopista. Outro entrave na BR-101 é a duplicação do trecho Campos/Vitória que, apesar da existência de um pedágio e algumas melhorias, a pista continua simples em cerca de 60 quilômetros. Sobre isso, a ANTT informou que está
Enquanto o projeto do contorno está engavetado, a concessionária investe na duplicação da Rodovia na Campos-Rio pendente a reapresentação do Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental “em razão da solicitação da concessionária para refazer o estudo, após necessidade de aumento de capacidade. A solicitação para a nova análise foi autorizada pela ANTT que aguarda a reapresentação do estudo”. Privatização trouxe redução de acidentes e mortes na estrada Dados estatísticos da concessionária comprovam que o índice de acidentes subiu em 940 casos entre 2009 e 2012. A partir de 2012 quando os primeiros trechos duplicados foram entregues os números de acidentes começaram a baixar. Em quatro anos baixou de 4.586 acidentes para 3.489 em 2016. O número de mortes em acidentes caiu de 195 casos para 114, entre 20120 e 2016 Em 2016 o número de feridos ficou em 2.107 pessoas. Em 2011 a quantidade de feridos chegava a 2.609. Segundo a concessionária Autopista Fluminense o tipo de acidente que mais mata na BR-101 é a colisão frontal,
muito comum em trechos de pistas simples. Os dados da concessionária comprovam que o número de mortos neste tipo de acidente caiu de 148 para 109 em oito anos. Dos 94 mortos em acidentes deste tipo em 2012, 2016 registrou 35 mortes, 59 a menos que em 2012. Em 2014, 261 pessoas morriam na BR-101 vítima de colisão frontal. No ano seguinte, este número caiu para 42 mortos e ano passado para 35. O segundo tipo de acidente que mais mata na BR-101 é o atropelamento. Os números apontam um crescimento nesse sentido. Em 2014, 23 pessoas morreram atropeladas, em 2016 foram 27. A Polícia Rodoviária Federal explica que o atropelamento é registrado, muitas vezes, nos trechos urbanos das rodovias quando os moradores costumam atravessar a rodovia com freqüência e, muitas vezes, sem utilizar as passarelas. As mortes por saída de pista zeraram em 2016. Em 2014, 19 pessoas perderam a vida desta forma.
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Opinião
DOMINGO, 22 DE JANEIRO DE 2017
Antes do circo, o pão
Editorial Esse verão certamente não está sendo igual aqueles que passaram.Com dinheiro curto, os novos prefeitos no momento de elencar as prioridades, onde Saúde e Educação estão no topo da pirâmide, deixam acertadamente em um segundo plano o recreio, pois, mais importante é a merenda. As praias da região, como a de Farol, Grussaí e Atafona, principalmente essas, vêm de uma sequência de verões de show
milionários pagos pelos municípios, o que até os anos 90 não era uma prática. Depois passou a ser promessa de campanha. Nada contra entretenimento, mas desde que se possa pagar por ele. É um risco alguém somar nos últimos 10 verões os cachês milionários pagos a artistas de mídia nacional. A soma corrigida seria certamente assustadora e capaz de tirar qualquer município do vermelho.
Acertam na mosca os municípios que decidiram deixar o verão acontecer como antigamente, entregando à iniciativa privada a responsabilidade de organizar eventos, com patrocínios em casos de shows gratuitos. E, nem por isso, apesar da crise, esse verão que já caminha para fechar o primeiro tempo, está levando uma goleada. Pode não estar com aquela bola toda, mas os bares e restaurantes nos fins de semana
Voltando Resgatando
O vereador Claudio Andrade está empenhado, juntamente com a historiadora Silvia Paes, em fazer o translado dos restos mortais de Nilo Peçanha, para Campos. A hora é essa, pois o único campista que chegou a Presidência da República, completaria 150 anos. Nilo Peçanha está enterrado no cemitério São João Batista, em Botafogo, na cidade do Rio de Janeiro.
A Tramontina, líder no mercado em sua área de aço, está mais uma vez de olho em Campos, onde pode vir a montar uma fábrica para produzir produtos domésticos em uma linha de cerâmica. Isso porque considera a argila da Baixada de alta qualidade.
Odebrecht vende
Após fazer uma renegociação das dívidas no ano passado, o que incluiu o aporte de R$ 6 bilhões feito pela holding, a Odebrecht Agroindustrial pode estar caminhando para o seu fim. A Odebrecht está procurando um comprador para todas as suas operações de açúcar e álcool no Brasil”.
Mudança de nome
A Odebrecht estuda até mesmo mudar de nome. A reportagem questiona: O que você faria se tivesse com a reputação no lixo, fosse considerada a empresa mais corrupta do mundo e tivesse que se reerguer em meio a maior recessão da história?
Na BR
As entidades de classe de Campos, a chamada sociedade organizada decidiu voltar com força ao debate junto à Autopista Fluminense, concessionária que administra a BR101 entre o Espírito Santo e a Ponte Rio-Niterói. A questão está na área do Contorno.
Gotas
Bela & Fera
Fabiola Santana, proprietária da renomada Shopper Supply, uma empresa de consultoria, realiza na CDL de Campos o Workshop “Gestão de Alto Desempenho”, no próximo dia 27, juntamente com Claudio Moreira da CMoreira Treinamentos. Uma oportunidade imperdível para os empresários da
O empresário Amaro Malaxe acaba de arrendar o Hotel Cassino em Atafona. Afirma, aos contra ventos, que fez um bom negócio. Enquanto isso, Sônia Ferreira, decidiu transformar sua mansão, ao lado do Cassino, em um clube batizado de Moinho de Vento, que é a tradução. O empresário Joilson Maciel recebe neste domingo grupo de amigos em sua casa em um dos luxuosos condomínios de Búzios na Praia da Ferradura. Renato Abreu, presidente do Grupo MPE, levando amigos para pescar na Argentina. Falar nisso, em março ele completa 70 anos com uma big festa na fazenda da Pedra, em São Fidélis.
Simples e eficiente José Luis Vianna da Cruz Fernanda Carvalho da Costa
Há muito sabemos que algumas das soluções mais eficientes para problemas graves está na simplificação. Nesta crise em que Campos está mergulhada, com poucas chances de ajuda externa, uma vez que o estado, o país e o mundo estão numa crise profunda, precisamos ser bairristas, criativos, simples, diretos e articulados. Temos que potencializar soluções que se encadeiem e produzam resultados de curto prazo com baixo custo e amplo alcance social e econômico. Vamos falar das COMPRAS PÚBLICAS, considerando que o governo é o maior consumidor de bens e serviços do país, envolvendo gigantesco volume de recursos, e que, em tempos de crise, quanto mais circular dentro de um mesmo município, mais distribuem renda, retém recursos, geram empregos e aumentam a arrecadação própria, como o ISS. Uma experiência que o IFF Fluminense vem iniciando pode abrir uma porta para a retenção e circulação de grandes somas de recursos no município. É o incentivo/estímulo a uma maior e mais eficiente participação das empresas locais, particularmente as pequenas e médias em-
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presas, fornecedoras de bens e serviços, em licitações realizadas pelos órgãos públicos, gerando efeitos indiretos positivos na economia local. A dissertação de mestrado, da Fernanda Costa, Diretora de Administração do IFF Fluminense, co-autora deste artigo, pesquisou a legislação e as experiências nacionais, para investigar as possibilidades reais de um órgão público fornecer instrumentos para potencialização dos fornecedores locais no atendimento das demandas dos órgãos públicos, como um possível instrumento de política pública para o desenvolvimento regional e local. A atual gestão do IFF está conversando com as Prefeituras da região para implementar ações, como cursos de capacitação das empresas locais, mais divulgação das licitações que ocorrem nos órgãos presentes no Município, além de esclarecimentos que venham desvendar mitos a respeito das licitações e que possam influenciar positivamente a participação das empresas. O IF Fluminense realiza suas contratações e aquisições por meio de Pregão Eletrônico, utilizando um sistema do Governo Federal, que possibilita a participação de
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qualquer empresa que esteja apta a atender suas demandas. Desta forma, se faz necessário apresentar aos fornecedores locais, os procedimentos necessários para participação em licitações, desde a listagem da documentação exigida até a utilização prática do sistema; considerando que a partir do cadastro das empresas e entendimento de todo o processo, estes poderão fornecer/contratar com quase todas as instituições públicas. Portanto, a partir da efetivação destas ações o IF Fluminense juntamente com as Prefeituras locais, passam a ser considerados importantes atores no processo de indução do desenvolvimento local. Politicamente falando, é uma oportunidade para os gestores mostrarem o nível do seu comprometimento com o desenvolvimento local. Nas conversas que temos tido com o staff da Prefeitura de Campos encontramos demonstrações de capacidade de escuta e de diversas ideias e atitudes inovadoras, sólidas e comprometidas com as prioridades públicas. É Desafio para quem é jovem, cheio de garra e de ideais! Insisto em que esses são os melhores caminhos em tempos de crise!
estão praticamente lotados. Ninguém está deixando de se divertir porque não tem um nome famoso no palco. E mesmo quando a situação financeira se recompor, os municípios devem adotar a mesma postura. Até porque, comerciantes, como os do Farol, garantem que estão tendo mais resultados financeiros na real situação. O circo, uma expressão importante da cultura é necessário, mas, antes dele, o pão.
Precisamos decidir o que faremos do jornalismo Vitor Menezes Jornalista Ando agarrado nos últimos dias com a leitura de “Pensar el periodismo”, do jornalista Sebastián Lacunza, que reúne entrevistas com editores de grandes jornais argentinos sobre a crise do jornalismo no país vizinho. Ainda que qualquer jornalista saiba que a profissão é sinônimo de crise desde sempre, uma vez que é exercida em favor de interesses difusos (liberdade de expressão, direito à informação, defesa da democracia) mas, muitas vezes, em desfavor de interesses bem concretos e poderosos (influência de anunciantes, idiossincrasias dos proprietários dos veículos, comprometimentos políticos e econômicos), impressiona até a estes mais calejados o aparente beco sem saída em que a imprensa se meteu. Como em tantos países, inclusive o Brasil, a realidade na Argentina é de redução do número de profissionais nas redações, baixos salários, perda de qualidade na informação, culto ao amadorismo e à superficialidade, e incertezas quanto à possibilidade de sustentação de um tipo de negócio que envolve leitores com cada vez menos disposição para pagar pelo produto ofertado e anunciantes com cada vez mais meios de atingir diretamente aos seus públicos sem precisar dos antigos suportes da imprensa. Um aspecto muito positivo do livro é o modo como discute abertamente as tendências políticas dos jornais e dos jornalistas, quase sempre balizados por posições contrárias ou favoráveis ao kirchnerismo. Episódios duros da vida nacional, como a ditadura militar, também são confrontados com as opções tomadas pelos veículos, passando em revista adesões controversas. Em uma banca de Buenos Aires, embora haja uma supremacia do grupo Clarín, que cruza a propriedade de vários veículos e também atua em outros ramos empresariais, há uma boa presença de títulos (15, entre diários e semanários, de dez empresas diferentes), de variadas matizes ideológicas. Como atesta o próprio Lacunza, uma oferta superior à de “megacidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Santiago ou Bogotá”. Mesmo assim, a diversidade não parece atender ao público e as tiragens não param de cair: a maior de todas, do próprio Clarín, que era de 456.028 exemplares em 2001, caira para 204.834 em junho de 2016, de acordo com o IVC (Instituto Verificador de Circulaciones). O segundo colocado, o ultraconservador La Nación, caiu de 170.074 para 129.996 no mesmo período. Este tipo de abordagem faz falta ao Brasil. Por aqui, o jornalismo tem sido denunciado por uns, não sem razão, ou enaltecido por outros, igualmente com alguma pertinência em função dos seus serviços prestados, mas pouco problematizado, principalmente com transparência pela própria imprensa. Temos passado quase todas as instituições a limpo, mas os grandes veículos seguem intocados. Raras e guerreiras organizações, como o Observatório da Imprensa e revistas acadêmicas, se prestam a essa missão. Ainda assim acabam por falar mais para a própria corporação, sem conseguir atingir a um público mais amplo. Até aonde a vista pode alcançar, o conteúdo jornalístico tem condições de manter-se imprescindível. São fartas as experiências de produção de alto nível, especialmente as empreendidas fora do circuito tradicional da imprensa (como é o caso do Nexo, no Brasil). Mas a sua sobrevivência não é um dado da natureza, não é algo que se dará de modo inevitável. Precisamos decidir o que faremos do jornalismo e tomar as rédeas da profissão para mantê-la socialmente legitimada.
Expediente: Fundador Herbert Sidney Neves - Direção Executiva Martha Henriques - Diretor Geral Fábio Paes Diretor de Jornalismo Aloysio Balbi - Editor Executivo Claudio Carneiro - Chefe de Reportagem - Roberta Barcelos - Projeto Gráfico Estúdio Ideia - Diagramação Liberato Verdile Jr. - Departamento Comercial (22) 2738-2700 Rua Gov. Theotonio Ferreira de Araújo, 36 - Centro - Campos dos Goytacazes - RJ
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Campos
Uenf respira, mas não sai do sufoco Universidade Estadual do Norte Fluminense desce o degrau do ranking e pode rolar escada abaixo se algo não for feito
Fotos: Carlos Grevi
Se 2016 foi um ano difícil para a Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), em 2017 a história pode não ser diferente. A Uenf começou janeiro com o pé esquerdo, quando a empresa que administra o Restaurante Universitário rescindiu o contrato por falta de pagamento. Também existe a possibilidade de adiar o retorno das aulas, que estava previsto para o próximo dia 30. Mas os problemas não param por aí. Dívida de R$ 40 milhões que se multiplica a cada mês, evasão de alunos, deterioração de sua estrutura física, atraso do calendário letivo e a delicada situação financeira do Governo do Estado do Rio de Janeiro — que não repassa um centavo sequer à instituição de ensino há mais de um ano — são apenas alguns dos desafios a serem enfrentados nos próximos meses. Apesar do cenário, a comunidade acadêmica está disposta a não deixar o sonho de Darcy Ribeiro e Leonel Brizola acabar. De acordo com o reitor da Uenf, Luis Passoni, até o dia 13 de janeiro, a dívida da universidade era de R$ 50 milhões. Mas, o Governo do Estado depositou a última parcela do pagamento dos servidores referente a novembro e também parte das bolsas dos estudantes, o que amortizou o rombo em R$ 10 milhões. “No entanto, se houver novo atraso dos salários de dezembro e das bolsas, o que é provável que aconteça, dentro de 10 dias a dívida volta aos R$ 50 milhões. Recebemos uma posição otimista da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação de que a partir de março os salários serão quitados em dia”, esclareceu Passoni. Ainda segundo ele, os esforços de toda a comunidade acadêmica continuam para que a universidade mantenha as atividades. “Vamos seguir trabalhando com o forte propósito de manter a universidade de portas abertas. Mas não dá para negar que a situação está cada vez mais difícil, fica cada vez mais complicado manter as condições mínimas de funcionamento da Uenf sem o repasse do Governo do Estado”, alertou Passoni. A presidente da Associação de Docente da Uenf (Aduenf), Maria Angélica da Costa, conta que a verba para custeio não é repassada desde outubro de 2015 e, por isso, falta tudo no campus Leonel Brizola. A professora revela que a Uenf teve que se desfazer de animais porque não tinha dinheiro para comprar ração. Esses animais são utilizados, por exemplo, para estudo e pesquisas dos cursos de Medicina Veterinária, Biologia e Zootecnia. “Desde 2015 estamos vendo a situação da universidade ficar cada vez mais crítica. Em 2016 os problemas foram se arrastando e chegamos até o final do ano ainda sem repasse da verba de custeio, o que resultou nesta grave crise. Estamos com salários atrasados, os estudantes estão com bolsas em atraso, não contamos mais com vigilância nos prédios e o serviço de limpeza e manutenção estão prejudicados. Devido a essa situação, alunos estão procurando outras universidades”, detalhou a professora. Situação dos estudantes A fama de ser uma das melhores universidades do Brasil trouxe para Uenf a engenheira agrônoma Gessica Xavier Torres. Ela deixou o Maranhão há cerca de um ano para fazer mestrado em Produção Vegetal, mas não contava com as complicações enfrentadas pela instituição ao longo de 2016. Sua bolsa de estudos — recurso que usa para se manter longe de casa — chegou a atrasar por quatro meses, quando Gessica pensou em deixar Campos. Atualmente, a bolsa da estudante está atrasada há um mês. “Essa situação deixa o estado psicológico dos estudantes muito abalado. Com os atrasos das bolsas, o aluguel e as outras contas foram chegando e, sem poder pagá-las, me causou muita preocupação. Isso afeta diretamente o desempenho. Só Deus que me sustentou em Campos durante esse último ano”, desabafou a engenheira agrônoma. A falta de segurança foi outro problema lembrado por Gessica. “Certo dia eu estava na universidade fazendo uma análise no laboratório, já passava das 21h, quando teve uma perseguição policial próximo ao Restaurante Universitário. Meus colegas me avisaram por telefone sobre a situação e, graças a Deus, encontrei um amigo que me levou para casa. Eu fiquei apavorada e, depois desse dia, procurei não ficar mais até tarde na Uenf. O que precisa ser resolvido, faço logo até as 18h para não correr riscos”. Recentemente a Uenf foi alvo de vandalismo. Durante o feriado de final de ano, houve invasão de prédios e depredação de patrimônio. A empresa que prestava serviço de segurança patrimonial interrompeu as atividades em novembro de 2016 por falta de pagamento. A medida paliativa para o problema foi fazer par-
Na entrada da Universidade uma espécie de grito de socorro de uma instituição que vem agonizando desde o ano passado ceria com a Polícia Militar e Guarda Civil Municipal para que as corporações ajudassem na segurança dos alunos dentro do campus. Evasão de alunos Outra questão a ser enfrentada pela Uenf é a evasão de estudantes, que no último ano chegou a 20%. Isso porque os aprovados demoram quase seis meses para iniciarem os estudos de forma efetiva, já que o calendário da universidade está atrasado. O primeiro semestre de 2016, por exemplo, terminou em dezembro e o segundo semestre, previsto para ter início em 30 de janeiro, pode ser adiado. O chefe de gabinete Raul Ernesto Lopez Palacio explica que os alunos que optaram pela Uenf no último Sistema de Seleção Unificada (Sisu) devem realizar as matrículas relativas ao primeiro semestre de 2017 neste mês. No entanto, as aulas para os calouros só deverão começar em junho. “Para baixar o índice de evasão, estamos planejando uma programação especial para esses novos estudantes, com eventos que serão realizados antes do início do ano letivo, com o objetivo de inseri-los na comunidade acadêmica e incentivá-los a permanecerem conosco”, disse Raul Ernesto. Até o fechamento desta edição, o Colegiado Acadêmico da universidade ainda decidia se o retorno das aulas seria adiado ou não. Campanha “Defender a Uenf é defender o Rio de Janeiro”. Este é o nome da campanha idealizada pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE) com participação de toda a comunidade acadêmica, que será posta em prática nas próximas semana. O presidente do DCE, Gilberto Gomes, explica que o objetivo é mostrar para todo o Rio de Janeiro os impactos negativos que o eventual fechamento da universidade causaria ao Estado. “Não vamos desistir”, afirmou. Ainda de acordo com presidente do DCE, a situação da universidade é realmente crítica, a ponto de não haver recurso para colocar combustível nas máquinas e veículos. Gilberto lamenta que as pesquisas estejam sendo impactadas e, por isso, reitera a necessidade de chamar a atenção não apenas da população do Norte Fluminense, mas de todo o Rio para a defesa da Uenf. Patrimônio de Campos A Uenf é um conjunto arquitetônico que leva a assinatura de Oscar Niemayer, maior expoente da arquitetura modernista brasileira. Enquanto o plano orientador da universidade foi elaborado pelo antropólogo e senador Darcy Ribeiro, foi Niemeyer que em-
prestou suas curvas para compor o Campus Leonel Brizola, que leva o nome do ex-governador que abraçou a causa e tirou a instituição do papel em 1991. A partir da vista aérea da Uenf é possível perceber como os prédios são agrupados na forma de um cocar, já que o município foi habitado primitivamente pelos índios Goitacá, embora eles não usassem adorno na cabeça. Quando o então governador Leonel Brizola decidiu implantar a Uenf, ela saiu rapidamente do papel graças à engrenagem que já existia para a construção dos Centros Integrados de Educação Pública (Cieps), popularmente conhecidos como Brizolões. Devido à urgência em sua fundação, os prédios da universidade seguiram as mesmas linhas dos Cieps. Também dos traços de Niemayer surgiu o Centro de Convenções, cuja forma se assemelha a um apito. Inaugurado em 2007, ele ocupa área total de 8.260m² e possui três níveis. Estrutura — A Uenf é estruturada em quatro centros: Centro de Biociências e Biotecnologia (CBB), com seis laboratórios vinculados; Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias (CCTA), com 11 laboratórios; Centro de Ciências do Homem (CCH), que possui outros cinco laboratórios; e Centro de Ciência e Tecnologia (CCT), com oito laboratórios vinculados. Além dos quatro centros, há também no campus o prédio da reitoria, o Hospital Veterinário, o restaurante universitário e o Centro de Convenções, além de um complexo desportivo (duas quadras cobertas, piscina, campo de futebol society, quadra de areia e gramado). Ainda faz parte do patrimônio da Uenf a Casa de Cultura Villa Maria. Resposta do Governo Em nota, a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) informou que “tem concentrado esforços para ajudar a resolver os problemas emergenciais da universidade, sempre ao lado da reitoria, e viabilizar o funcionamento da instituição. Estamos trabalhando para que o governo, através da Secretaria de Estado de Fazenda, repasse um valor mínimo de custeio para a universidade. Ao mesmo tempo, sabemos que o país e, em especial, o Estado do Rio de Janeiro, passam por uma grave crise econômica, com reflexo direto no fluxo de caixa estadual. O governo já deixou claro que a prioridade tem sido o pagamento de salário dos funcionários, e o repasse de verbas depende desse caixa estadual”. Sobre o repasse de recursos para salários, bolsas e custeio da Uenf, a Secti pediu que a equipe de reportagem entrasse em contato com a Secretaria de Estado de Fazenda e Planejamento. No entanto, até o fechamento desta edição o órgão não havia enviado resposta.
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Economia
Um Santuário na Baixada
Igreja de Santo Amaro está em processo para se tornar Santuário, o terceiro da cidade de Campos dos Goytacazes Taysa assis Uma boa notícia para os devotos de Santo Amaro, na Baixada Campista. A igreja do padroeiro pode virar um Santuário. Segundo o Bispo Diocesano de Campos Dom Roberto Ferrería Paz, a mudança significa que o local terá uma quantidade maior de fieis, motivados por crenças e milagres. Com a novidade, a igreja de Santo Amaro se juntará aos outros dois santuários do município: o Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, localizada no Parque Rosário, e o Santuário Eucarístico, na Praça Tiradentes de Adoração Perpétua. “A Diocese está trabalhando para adequar a infraestrutura da igreja para essa transformação, acolhendo com mais dignidade e conforto os romeiros e peregrinos. Assim pode ter mais confessores e uma liturgia própria de um Santuário. Este é um processo demorado e contamos com a ajuda da assessoria dos Monges Beneditinos. Um Santuário nunca se constitui por um decreto e sim pela presença dos fieis. Já demos um passo importante no caminho de Santo Amaro, que já virou cultural e se torna cada vez mais um lugar de turismo religioso regional”, explicou Dom Roberto. Monjes Beneditinos A grande devoção a Santo Amaro, cuja festa é celebrada no dia 15 de janeiro, é explicada pela presença dos monges beneditinos que foram os valorosos missionários da zona rural de Campos dos Goytacazes, em um município onde está situado o célebre Mosteiro de São Bento, na região de Mussurepe. Santo Amaro, foi monge da Ordem de São Bento. Nascido em Roma, de
família senatorial, Amaro, quando tinha apenas doze anos, foi entregue no mosteiro por seu pai, Egrico, homem ilustre pela virtude e pela nobreza do nascimento, confiando-o aos cuidados de São Bento. Correspondeu tão bem à afeição e à solicitude do mestre, que foi proposto como modelo aos outros religiosos.
Fotos: Carlos Grevi
Caminho de Santo Amaro Há mais de duzentos anos romeiros e peregrinos percorrem um trajeto de 39 quilômetros de extensão, a maior parte do caminho atravessa a RJ-216, rodovia de grande movimento na cidade, em demonstração de fé para agradecer as graças alcançadas por intercessão daquele que se tornou o padroeiro da Baixada Campista, Santo Amaro. O caminho é o único circuito religioso do Estado do Rio do Janeiro. Este ano a festa completou 284 anos de muita devoção e fé ao Santo. Os fieis percorrem o trajeto em orações e agradecimentos. Além da tradição, a festa religiosa é a preservação da cavalhada, folguedo de origem lusitana que traduz a guerra entre mouros e cristãos. A apresentação, com todo brilho, é mantida por séculos, já que a igreja remonta a primeira edificação, obra dos monges beneditinos presentes desde 1648 na região. Santo Amaro é conhecido como um santo milagroso, pela cura de doenças. Como forma de retribuir as graças alcançadas, os romeiros entregam no local, denominada “sala de votos”, um objeto representativo da parte do corpo onde a enfermidade atingiu, como braços, pernas, cabeças e troncos. Estes itens são chamados de ex-votos e são demonstrações de fé expressivas na Baixada Campista. Devotos de Santo Amaro visitam a igreja na Baixada Campista para agradecer
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CARNAVALESCO
MARCELO SAMPAIO
Em fevereiro não tem carnaval
Especialista em carnaval fala sobre a delicada situação e se compromete a fazer uma grande folia em 2018 Aloysio Balbi Ativista cultural de outros carnavais, Marcelo Sampaio, não tem parentesco com o compositor Sérgio Sampaio, aquele que cantava “Eu quero botar meu bloco na rua”. As pessoas costumam medir a idade pela primavera, mas Marcelo já tem 52 carnavais.Segundo Marcelo, o carnaval de Campos volta ao calendário nacional, mas
esse ano será de calmaria, o que é compreensível. Para ele, não se pode atravessar o samba e, portanto, começa a trabalhar para um grande carnaval em 2018. Então, em fevereiro não teremos carnaval, mas nada impede de passar um fusca e um violão para uma folia espontânea.
Olho o carnaval como um antropólogo e vejo a riqueza social da festa mais popular do mundo Você acredita que em fevereiro tem carnaval? O poder público tem fôlego de folião para voltar o calendário oficial e abrir o CEPOP? Infelizmente por falta de tempo e de dinheiro acredito que não haverá desfiles carnavalescos oficiais este ano em Campos. A principal condição que eu coloquei para o prefeito Rafael Diniz e Cristina Lima, presidente da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima, foi que os nossos desfiles voltassem a ser realizados na data do Carnaval no calendário. Não existe nenhum cabimento uma manifestação de Cultura Popular como é o Carnaval acontecer fora de época. O seu deslocamento só interessa aos que não possuem qualquer compromisso com o verdadeiro Carnaval campista. E colocaria o “Carnaval” como sobrenome na sua certidão de nascimento? Não, e por dois motivos relativamente simples de serem explicados. O primeiro é que sou uma pessoa extremamente ligada ao passado e alterar o meu nome de batismo não considero algo interessante. Já o segundo é que como sou muito avesso às questões burocráticas, acrescentar um sobrenome demandaria esforços hercúleos para as emissões dos novos documentos. Marcelo, você foi sempre ligado à música de uma forma geral, mas parece que mais recentemente se encantou com o samba e, por consequência, com o carnaval e tem pesquisado muito sobre isso. Como é esse trabalho? Exatamente! Cresci ouvindo o melhor da MPB através dos discos de vinil dos meus irmãos mais velhos. Como sou temporão e o único que nunca saiu de casa para morar em outra cidade, acabei herdando todas aquelas pérolas musicais que tenho e ouço até hoje. Porém, quanto mais me envolvia com o Carnaval, maior foi ficando meu interesse pelo samba. Não apenas como gênero musical, mas principalmente pela sua função social. Atualmente estou concluindo meu Doutorado em Evolução do Samba e dos Desfiles Carnavalescos no Rio de Janeiro. Na verdade, o que me atrai tanto no Carnaval como no samba é o fenômeno social que são. Tenho um olhar antropológico sobre ambos. Você acredita que em fevereiro terá carnaval? O poder público tem fôlego de folião para voltar o calendário oficial e abrir o CEPOP? Infelizmente por falta de tempo e de dinheiro não haverá desfiles carnavalescos oficiais este ano em Campos. A principal condição que eu coloquei para o prefeito Rafael Diniz e Cristina Lima, presidente da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima, foi que os nossos desfiles voltassem a ser realizados na data do Carnaval no calendário. Não existe nenhum cabimento uma manifestação de Cultura Popular como é o Carnaval acontecer fora de época. O seu deslocamento só interessa aos que não possuem qualquer compromisso com o verdadeiro Carnaval campista. As agremiações carnavalescas de Campos não teriam que ser mais profissionais para apresentar melhores resultados, como primeiro passo de um carnaval autossustentável?
Esta é uma das questões mais complexas para ser resolvida. É claro que quando dinheiro público estiver envolvido, precisa ter transparência total na sua aplicação. As prestações de contas devem obedecer todas as exigências impostas pelos órgãos competentes. No entanto, a profissionalização não pode inibir a espontaneidade, nem engessar os desfiles das agremiações. Quanto a ser autossustentável, seria muito bom desde que isso não significasse o fim das verbas públicas para o Carnaval. Afinal de contas como é Cultura trata-se de investimento e não de gasto. Você um dia acha que ainda vai ser enredo de escola de samba? Já fui... rss Tive o prazer e a honra de no ano de 2000 ter sido enredo da Mocidade Louca, uma das escolas de samba mais tradicionais da nossa cidade, inclusive tombada como nosso patrimônio cultural. Também fui um dos homenageados pela Unidos de Santa Cruz quando a escola levou para a avenida um enredo sobre a imprensa carnavalesca. Quem atravessa o samba na avenida? Lamentavelmente muita gente! O poder público quando não apoia como deveria apoiar, os dirigentes das agremiações quando não têm compromissos com as suas comunidades e as pessoas quando não prestigiam e, em muitos casos, falam mal dos nossos desfiles sem nunca terem assistido nenhum. Quem é doente do pé mas bom de cabeça? Todo mundo que direta ou indiretamente colabora com o Carnaval por ter paixão por ele. Gente que nem folião é, mas que respeita os desfiles carnavalescos como fundamentais para a formação da nossa identidade cultural. Você acredita que um trabalho de médio prazo pode resgatar as origens do carnaval de Campos que já viveu momentos de glória? Muito! O primeiro passo é voltar os desfiles para a data do Carnaval no calendário, depois estimular a reestruturação das agremiações carnavalescas e por último tentar tornar o CEPOP palatável. Porque o Centro de Eventos Populares Osório Peixoto é mal localizado, mal construído, mal utilizado e de difícil acesso para quem usa os transportes públicos que é a maioria da população. O Carnaval por conta dos seus preceitos filosóficos, antropológicos e sociológicos é, antes de tudo, um fenômeno de inversão e subversão da ordem que só faz sentido na área central. E, como sabemos, o CEPOP é no meio do nada! Quem não entra no seu bloco? Em primeiríssimo lugar as pessoas que não têm consciência social. Costumo repetir sempre que de nada adianta conhecimento e competência sem uma visão socialista do mundo. Também mantenho distância dos interesseiros, aquele pessoal que vive querendo se dar bem e levar alguma vantagem. Os blocos de rua nos últimos anos ganharam a capital do Rio, reunindo mais de um milhão de foliões. O que aconteceu com os muitos que existiam em Campos? Esta é uma tendência causada por diversos fatores. No Rio de Janeiro ir assistir aos desfiles oficiais, principalmente
os realizados na Marquês de Sapucaí, ficou muito caro e eles próprios, por conta de interesses financeiros, ficaram menos atraentes enquanto desfiles de escola de samba. Por isso a recente revitalização dos blocos nas ruas cariocas. Em Campos houve uma intensa movimentação das pessoas na direção das praias da região, o que causou um grande esvaziamento da nossa folia urbana. O acesso a outros lugares ficou mais fácil. Nas praias também tinha “A banda do Peru” em Atafona e a “Boneca do Waldir” em Grussaí. Por que tudo isso acabou? Fiquei sabendo que este ano a Boneca do Waldir vai voltar a desfilar no sábado de Carnaval na Avenida da Liberdade em Grussaí. Já em Atafona surgiram, nos últimos anos, outros blocos de rua mas o fim dos bailes de Carnaval no Atafona Praia Club prejudicou muito a Banda do Peru, da qual fiz parte, que desfilava à tarde e seus integrantes iam para o clube à noite. Dizem que você tem praticamente um museu em casa, não só sobre o carnaval, mas com música em geral. Fazer o que com esse acervo? Tenho mesmo... rss. Este foi um dos principais motivos de ter criado o Centro Cultural Marcelo Sampaio na minha própria casa onde nasci, moro e hei de morrer. Sempre guardei tudo relacionado à arte e cultura. Como estou com 52 anos de idade montei um considerável acervo. E desde a criação da entidade que leva meu nome passei a receber doações de gente que tem medo de que ninguém se interesse em preservar seus materiais. Por exemplo, estou recebendo muito do que foi deixado pelo Kapi. Tito Miranda já está separando caixas e mais caixas com o que guardou das suas atividades artístico-culturais. Ainda este ano chegarão duas esculturas africanas que o meu querido amigo Clodovil Hernandez deixou para mim no seu testamento. São milhares, sem nenhum exagero, de discos de vinil, cds, dvds, fitas cassetes, fotos, jornais, móveis antigos, prataria, programas e figurinos de espetáculos teatrais. Somos o país do futebol ou do carnaval? Apesar das descaracterizações que vêm sofrendo nos últimos tempos, futebol e Carnaval continuam sendo importantes referências do Brasil. A minha preocupação é a interferência cada vez maior de poderosos interesses nestas manifestações, que minam suas essências. No futebol as abomináveis arenas substituindo os estádios, no Carnaval os sambistas perdendo espaço para as inovações tecnológicas. Em ambos a autenticidade vai acabando e virando algo híbrido. Qual foi o carnaval da sua vida? É difícil escolher um. Minha relação com o Carnaval é de pertencimento, grande parte da minha memória afetiva tem a ver com ele. Os bailes carnavalescos em Atafona, ter sido enredo da Mocidade Louca, ter visto o desfile “Ratos e urubus larguem a minha fantasia” do Joãozinho Trinta na Beija-Flor de Nilópolis, ter sido credenciado para a cobertura dos desfiles da Série A e do Grupo Especial na Marquês de Sapucaí, ter julgado desfiles na Avenida Intendente Magalhães na Zona Norte carioca são apenas alguns dos muitos momentos inesquecíveis que o Carnaval me proporcionou e continua proporcionando!
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Saúde
Um vírus que nunca morre
Surto de febre amarela na região Sudeste pode se aproximar do Estado do Rio de Janeiro e vacina já está disponível
poderiam ter sido evitados com a exterminação do mosquito”, afirma. A vacina da febre amarela é indicada para crianças com mais de 9 meses e adultos com menos de 60 anos, administradas em duas doses. Em gestantes e em indivíduos acima da faixa etária estabelecida, a imunização deve ser indicada pelo médico. Já as pessoas alérgicas à proteína do ovo, bebês com menos de 6 meses ou pacientes portadores de doenças ligadas à imunodepressão devem procurar um especialista antes de se vacinarem.
Letícia Nunes Uma velha doença voltou a preocupar os brasileiros. A febre amarela é um tipo de vírus, que em sua forma silvestre ataca principalmente macacos do gênero Alouatta, os bugios, e se manifestava apenas na área amazônica do país. Porém, o número de casos da doença em humanos vem crescendo desde o ano passado e se alastrando para outras regiões do Brasil. Em Minas Gerais, 152 cidades decretaram estado de emergência por conta do surto de febre amarela. Centenas de pacientes estão com suspeita da doença e até o momento poucas mortes foram confirmadas pelo Ministério da Saúde. No Espírito Santo também foram registrados dois casos suspeitos de febre amarela e encontrados macacos mortos, após 80 anos sem surtos. Segundo o médico epidemiologista, César Ronald, é preciso se preocupar com aumento dos casos de febre amarela no Brasil, já que esta doença pode estar se aproximando cada vez mais do Estado do Rio de Janeiro. “O vírus pode surgir em qualquer lugar do país onde haja infestação de Aedes aegypti, já que existem dois tipos de febre amarela: a silvestre e a urbana. A única diferença entre elas é o mosquito transmissor. A forma silvestre é transmitida pelos mosquitos Hemagogus e Sabethes, que têm como hospedeiro os macacos, mas se um indivíduo contaminado viajar para qualquer região do país onde haja Aedes aegypti, este mosquito pode transmitir o vírus da febre amarela dessa pessoa para outras e dar início a um surto de febre amarela do tipo urbano. Devemos nos preocupar com essa doença, pois o Brasil está infestado de Aedes aegypti e o poder público não conseguiu estabilizar o crescimento da população desse mosquito, o que aumentam as chances de uma epidemia de febre amarela urbana”, explica. A febre amarela é menos comum do que a dengue, mas tem a maior taxa de letalidade entre as arboviroses, doenças transmitidas por insetos. Em uma semana, pode matar entre 15% e 45% das vítimas. No caso da dengue, o índice chega a 1%. Sintomas O nome febre amarela está relacionado aos sintomas da doença. Um dos sinais é a icterícia, que deixa os olhos e a pele das pessoas com um tom mais amarelado. “Além disso, o paciente acometido pelo vírus tem febre, dores pelo corpo, dor de cabeça, mal estar, enjoo, vômitos e a urina fica com uma cor escura”, diz o epidemiologista. Em um período de três dias, os sintomas podem cessar ou evoluir para as formas mais graves. Nesse estágio, que acomete 10% dos pacientes, a doença afeta o fígado e os rins, dando sinais de hemorragia. O tratamento da febre amarela é voltado para o alívio dos sintomas. Prevenção Para evitar que o vírus da febre amarela se espalhe é necessário vacinar os moradores das regiões infestadas pela doença. De acordo com o médico, a vacina pode estabelecer o cerco epidemiológico na população. “Mas em casos de surto de febre amarela do tipo urbano, nossa população sofrerá perdas e sofrimentos e
O retorno da doença O vírus da febre amarela chegou ao Brasil nos navios negreiros e desde então os casos da doença do tipo silvestre nunca foram exterminados, se tornando endêmica na Amazônia. Já a febre amarela urbana não é registrada oficialmente no Brasil desde 1942. O retorno da doença começou em 2014. O Ministério da Saúde confirmou casos de mortes nos estados de Goiás, Pará, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Pará e São Paulo. Este fenômeno está relacionado a transformações na população suscetível. No caso do surto da doença instalado em Minas Gerais, os especialistas alertam para associação da febre amarela ao desequilíbrio ambiental, já que foram encontrados macacos mortos em dezesseis cidades do estado. O virologista Pedro Fernando da Costa Vasconcelos, do Núcleo de Doenças de Transmissão Vetorial do Adolfo Lutz afirma que o caso de Minas mostra que está na hora de incorporar a vacina contra a febre amarela ao Programa Nacional de Imunizações (PNI).
Foto: Silvana Rust
Drº César Ronald faz um alerta para a chegada da febre amarela ao estado do Rio Ambulatório dos viajantes Em Campos, ações para evitar a chegada da doença estão sendo realizadas. A prefeitura inaugurou, no dia 19 de janeiro, o ambulatório dos viajantes. O local funcionará todas as quintas-feiras, nos períodos da manhã e da tarde, visando atender a população, que está preocupada com o aumento no índice de infestação de febre amarela. “Quando foram divulgados os casos da doença em Minas Gerais, muitas pessoas vieram ao Centro de Saúde tomar a vacina. Porém, seguindo orientação do Ministério da Saúde, terá prioridade quem está com viagem marcada para o estado. O ambulatório vai funcionar mediante agendamento por telefone, com uma médica infectologista, que dará as informações necessárias ao paciente. A imunização acontece a partir dos nove meses de idade e em dose única. Não devem tomar a vacina os portadores de HIV e gestantes”, declarou a diretora de Vigilância em Saúde de Campos, Drªe Andréya Moreira, acrescentando que o paciente deve ser imunizado no mínimo dez dias antes de viajar.
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História de um preso aos pedaços Aconteceu na Casa de Custódia de Campos e assustou o país As tragédias que envolvem o sistema penitenciário brasileiro sempre chocam, mas não são novidades. Considerada a mais violenta rebelião, o massacre do Carandiru, em 1992, em São Paulo, deixou 111 detentos mortos. E não parou por aí. Novos episódios violentos em presídios continuam a acontecer e com número de mortes alarmante. Em Campos, a história também conta episódios tensos com requintes de crueldade. Em maio de 2002 o desaparecimento de um detento da Casa de Custódia Dalton Crespo de Castro, em Campos, sinalizou de forma ainda mais evidente características como frieza, astúcia e maldade dos presidiários. A história teve um desfecho macabro: o presidiário havia sido morto, esquartejado e ainda teve partes do corpo cozinhadas e distribuídas em quentinhas. Alguns presos chegaram a comer pedaços cozinhados do corpo dele. O caso de canibalismo teve destaque na mídia nacional, em matéria publicada no jornal O Globo, assinada pelo diretor do Jornal Terceira Via, Aloisio Balbi, e pelo repórter Michel Alecrim. O preso Rogério Nazário Honorato foi morto a golpes de estiletes e em seguida esquartejado por companheiros de cela. Os restos do corpo foram levados para o Instituto Médico Legal (IML) de Campos, onde a perícia identificou ser do detento através de exames de DNA. Na época, duas hipóteses para o motivo do assassinato foram levantadas pelos investigadores. Uma delas é que o crime tenha relação com uma tentativa de fuga descoberta dias antes. Presos da cela de Rogério tentaram cavar um túnel para escapar, mas o plano foi revela-
do. Outra hipótese para o assassinato seria o fato de ele responder por estupro e lesão corporal. Não há informações sobre a conclusão das investigações. Rebelião – Outro episódio que chocou a cidade foi em 1999. Uma rebelião de detentos da antiga carceragem da 134ª Delegacia de Polícia durou 30 horas e deixou todo o Centro da cidade em pânico. O principal motivo do terror causado na população campista era que os presos estavam armados com coquetéis molotov e ameaçavam jogá-los em tanques de combustíveis que existiam na delegacia e eram usados para abastecer os carros dos policiais. Somados, os dois tanques tinham mais de 6 mil litros de combustíveis. No final, o líder da rebelião foi atingido por um dos presos e os outros detentos se entregaram. Casos recentes - No dia 2 de janeiro, a rebelião no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus, teve 64 mortos e foi considerada a terceira maior matança da história em presídios brasileiros e a com o maior número de vítimas. No dia 6 de janeiro, 33 homens foram encontrados mortos na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, na zona rural de Boa Vista, em Roraima.
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Campos
Cidade de Deus: um beco sem saída
Encravada na Penha, a Cidade de Deus, inspirada no bairro do Rio é uma área de risco porque o tráfico mora ao lado Em 2002, o filme Cidade de Deus colocou o bairro carioca intensamente nos veículos de comunicação, reforçando o estigma de comunidade violenta e perigosa favorecendo uma onda de preconceito e discriminação. Essa semana, a Rede Globo exibiu a segunda temporada da minissérie Cidade dos Homens – fruto do filme. Poucas pessoas sabem, mas em Campos também tem uma comunidade homônima, extensão do bairro da Penha. Assim como na capital carioca, a CDD (Cidade de Deus) campista é carregada de significações negativas e positivas construídas no curso do tempo e contrastando com a realidade da comunidade. Mesmo com nome divino, CDD é encarada como sinônimo de área carente e violenta. Em contrapartida, uma criação de porcos é geração de renda há anos na família Ferreira. O bairro ainda apresenta outros problemas como transporte público precário e a falta de asfalto em uma única rua. “Nunca fui na Cidade de Deus do Rio, mas pelo que vi no filme, os problemas da CDD campista são os mesmos. E nós, moradores, acreditamos que a discriminação acontece por causa da localização da comunidade, assim como no Rio”, revelou a criadora de porcos Regilani Ferreira. Sobre a CDD, Regilani conta que a comunidade foi batizada com esse nome por causa da igreja Católica que fica no início da rua. “Vovó contava que quando as pessoas chegavam no bairro, perguntando por algum morador da Rua Nicolau (recentemente renomeada para Rua São Roberto Belarmino), eram indicados a seguir pela via lateral ao templo e, por causa da distância, diziam ‘segue até a cidade de Deus. E assim é até hoje”. De benefícios do Governo Municipal, a comunidade recebeu o serviço de esgoto há cerca de dois anos. “Asfaltaram todas as ruas, menos a nossa. Para pegar ônibus tem que andar até a Rua Newton Guaraná (distante um quilômetro). O posto de Saúde, o morador não encontra medicamentos básicos muito menos ambulância para o transporte para outra unidade, se for o caso. Esgoto tratado era o que a gente menos precisava”, afirmou Regilani. “Os porcos são um meio de sobrevivência da família toda.
No momento, o único. Minha avó tinha uma criação do outro lado do valão. Depois que ela morreu, em 2012, transferimos os animais para o lado de cá porque facilita o manuseio. Hoje, temos 50 suínos. Mas, já chegamos a ter 100. Eles são muito procurados no Natal, pois, as pessoas já sabem como eles (porcos) são tratados aqui”, revelou a criadora. A origem da Cidade de Deus carioca A CDD do Rio fica situada na Zona Oeste. Começou a ser construída e ocupada no decurso dos anos 60 do século XX. Décadas depois, em meio aos debates gerados em torno da exibição do filme homônimo, Mauro Magalhães, líder do governo Carlos Lacerda na Assembleia Legislativa na época do então Estado da Guanabara, afirmou que o conjunto habitacional, deixado por Lacerda em fase final de construção, não era destinado a abrigar população favelada. Esta teria sido contemplada com as vilas Kennedy, Aliança, Esperança e demais outras, sendo a Cidade de Deus construída com o propósito de abrigar os funcionários públicos da antiga cidade-estado. Segundo Magalhães, no início de 1966, no governo Negrão de Lima, aconteceu uma grande enchente na cidade, e os edifícios, ainda em construção, foram invadidos pelos flagelados, que neles fixaram residência. Na sua composição original, a Cidade de Deus era formada majoritariamente por ex-moradores de diferentes pontos da cidade, egressos de diversas favelas localizadas na Zona Sul. A consequência desse contexto para a Cidade de Deus foi o praticamente inevitável destino do fim dos anos de 1980 e 1990: a favelização, ou a criação do que vem a ser hoje, segundo alguns de seus moradores, uma favela horizontal feita de concreto armado. No transcurso do tempo, a situação de legalidade, ou seja, as políticas públicas que conduziram à sua criação, nos anos 60, cederam espaço a uma comunidade que cada vez mais ingressa na ilegalidade, do ponto de vista oficial, como forma de sobrevivência seja na engenhosidade dos seus moradores, nas atividades da economia informal ou na ação do crime organizado.
Foto: Carlos Grevi
Regiane Ferreira Levando a vida de acordo com a vontade de Deus
Ela cria suínos com o carinho de quem prepara o pão de cada dia
Sem saída Os moradores se sentem encurralados em seu cotidiano
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Club Terceira Via Aloysio Balbi
Pode-se chamar até de arqueologia política, não pelo tempo que não é tão distante, mas pelo aspecto de relíquia do que foi encontrado. Na semana passada, depois de várias décadas, acidentalmente, foi aberta uma mala escondida e empoeirada em uma casa, em Campos. Dentro estavam dezenas de cartas da professora Yeda Botellho Salles, única mulher campista presa e torturada pela ditadura militar. Eram cartaz escritas com sangue e lágrimas, quando a professora Yeda estava no cárcere. Isso no inverno de 1970, quando o Brasil se tornava, no México, Tricampeão Mundial. As cartas eram endereçadas à mãe de Yeda, mas tinham como destinatários seus dois filhos- André e Rodrigo- na época bem crianças. A avó os poupou dos escritos carregados de dor. As cartas foram escritas no Quartel do I Exército Caetano de Farias, no bairro de Cidade Nova, no Centro do Rio Tudo se acha na hora certa, e agora foi a hora de André, que mora em Juiz de Fora (MG), de férias, em Campos, encontrar a mala e com os próprios olhos ler as cartas. Agora, ele vai discutir com seu irmão sobre o destino que esse rico material, de uma página infeliz, da nossa história vai tomar. A professora Yeda Botelho Salles era dissidente do aparelho Guanabara que resultou na criação do MR-8. Mas mostrava-se contra a guerrilha urbana. Mesmo assim encabeçava a lista de “guerrilheira” do DOPS e outros aparelhos de repressão. A prisão de Yeda em um apartamento na Rua Boliva, em Copacabana, é digna de registro que pode dar origem a uma peça literária. Estava com os dois filhos menores, quando a polícia chegou. Ela se entregou, mas preparou a fuga das crianças, com a babá Dulce, hoje esposa do professor Mário Lopes, também campista. Ela não queria que as crianças a vissem sendo presa. Com a anistia, Yeda Botelho Salles, presa e torturada, recuperou seus direitos civis, e foi uma das fundadoras do Grupo Tortura Nunca mais, recebendo antes de morrer uma homenagem especial do Instituto Zuzu Angel, que teve o filho assassinado pelos militares, e em seguida, uma morte suspeita em um acidente automobilístico no Rio. Assim como Zuzu Angel, Yeda também morreu em um acidente de carro, na BR-101, em novembro de 1998, aos 59 anos quando ia de Campos para o Rio de Janeiro. Aqui ela trabalhava na implantação da Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF) a convite do seu fundador, Darcy Ribeiro, que era amigo pessoal de Yeda. Yeda se formou pela Universidade de São Carlos, no interior de São Paulo. Foi uma das mais importantes ativistas políticas contra a Revolução de 1964. Fundou e chegou a ser vice-presidente do Tortura Nunca mais. Rider Goncalves teve um intenso relacionamento com Yeda, quase que de mãe para filho. Ele também leu as cartas. - Como na música de Biafra, Barcos e Navios, Yedda era um grande navio, com a sua cultura, muito conhecimento acumulado, inclusive o domínio de quatro ou cinco idiomas. Não concordava com a luta armada, pois o seu discurso era a sua grande arma. Por outro lado , como na música citada, era também um “barco pequeno com esperança de alto mar”, quando eu via a sua habilidade pra fazer coisas simples como subir rapidamente numa árvore, andar em cima do muro e descascar frutas com canivete. Isso por volta dos seus 55 anos. Minhas filhas, na infância , gostavam muito de brincar com ela. Tinha 20 anos quando conheci Yedda e vejo o quanto ela influenciou o meu pensamento político com o seu testemunho de vida , do tudo que fez e sofreu na sua luta por uma humanidade melhor.- disse Rider.
YEDA
Presa e torturada
Cartas escritas no cárcere para os filhos só agora são descobertas em Campos
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Saídas longas:
fazer bonito!
a ordem é
Foi-se o tempo em que uma camisetona qualquer servia para cobrir o corpo na hora de chegar ou sair da praia. De alguns verões para cá, as saídas de praia ocupam cada vez mais esta função, afinal de contas, não dá para fazer feio na estação mais fervida do ano. E a tendência mais forte para o verão 2017 são as peças longas que ganharam versões sofisticadas. São perfeitas para quem gosta de aproveitar até o último raio de sol. (Opa, euzinha!)
Inspire-se e arrase na praia!
SUMMER FUN O hit de verão é febre nas redes sociais de celebs famosas em seus momentos “tchibum”, em cima de bóias nos mais diversos e divertidos formatos como: unicórnio, cisne, flamingo, pégasus, donuts, abacaxi... São inúmeros os desenhos dos infláveis que estão colorindo as piscinas bacanudas por aí e aqui na cidade também, neste verão. Como tudo termina virando moda, a tendência se espalhou, se expandiu e chegou até as praias. Não deu outra, virou modismo mesmo dentro e fora da água. Chique não? Adote a sua bóia, use ao seu bel prazer e esteja “in” neste verão tropicaliente!!
Asa Delta Febre nos anos 80, o modelo asa delta dita as regras neste verão. Quanto mais pernas à mostra, melhor. Sim, os maiôs asa delta vão reinar nas areias e propor looks reveladores. Espia só!
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herminiasepulveda@yahoo.com.br Feche algumas portas. Não por orgulho ou arrogância, mas porque já não levam a lugar nenhum. Paulo Coelho
II ENCONTRO DAS AMIGAS PELA PAZ Já está marcado o dia do II Encontro das amigas pela PAZ. Será no dia 17 de fevereiro a partir das 17h30min na bela casa em Atafona de Cicinha Chagas, que mais uma vez e muito gentilmente emprestou a sua residência para este bonito evento. O do ano passado foi um sucesso. É uma gostosa festa de adesão aonde cada convidada irá levar uma delícia. Os convites já começaram a ser enviados. A benemerência será cada uma doar uma lata de leite em pó para o Educandário São José Operário e as obras assistenciais da UESC. Atenção: Todo mundo de branco e o colorido ficará por conta dos acessórios. ALAGOAS Paolo Kury e Cris Selbach estão curtindo uns dias em Maragogi, onde o conjunto de belezas naturais é realmente impressionante: areia branca, mar azul-esverdeado (temperatura perfeita) e levaram a pequena Beatriz, que completou 3 meses de muita fofura. Detalhe, que é a primeira viagem de avião da princesinha. VISITA EM CAMPOS O Santuário Nossa Senhora do Perpétuo Socorro está convidando para a visita da Imagem peregrina de Nossa Senhora Aparecida no dia 29 de janeiro. Com atividades no Santuário, carreatas pelas ruas de Campos, procissão fluvial pelas águas do Rio Paraíba do Sul e Missas. Vamos participar da celebração do Ano Nacional Mariano, pelos 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida.
NIVEA RIBEIRO linda com 12 semanas de gestação Foto Veronica Ribeiro
TODO O CHARME E BELEZA de Noélia Cristina Alves Machado
BABY A BORDO A fotógrafa Verônica Ribeiro está feliz da vida com a notícia de que será vovó. Já está fotografando todos os momentos da bela filha Nívea Ribeiro, que também é fotógrafa. PARABÉNS Rita Boechat e Fred Bastos estão muito felizes porque o filhão Rafael Boechat, agora é Engenheiro de petróleo, motivo de orgulho de toda a família. Parabéns porque ele é merecedor, estudou bastante e com muita responsabilidade. Que Deus o abençoe essa nova etapa de vida. AR-CONDICIONADO O verão está aí e as temperaturas já subiram em boa parte do país. Para combater o calor e deixar o ambiente mais fresquinho, costumamos recorrer ao ar-condicionado, o que é perfeitamente normal, mas exige alguns cuidados especiais. Manter a limpeza dos filtros em dia é essencial, pois eles são os responsáveis pela eliminação das impurezas do ar. O filtro limpo proporciona melhor qualidade do ar. Por isso, faça a limpeza do filtro frequentemente de acordo com as recomendações de cada fabricante. GENTE NOSSA A Top Fernanda Motta passou uns dias de férias em Trancoso e depois Floripa com alguns amigos e já voltou aos jobs, porém as férias continuam nos finais de semana. No seu canal no Youtube, ela ensinou agora uma mistura de creme com sombra que você tem em casa e mais um segredinho, para se ganhar aquele tom dourado na pele e não precisar usar aquele caríssimo. Ah! Ainda disse que não é para passar no corpo todo, só em alguns pontos estratégicos. Show! NIVER Os parabéns de hoje vão para Tanira Oliveira, Thor Pereira Paes, Diego Castro e Bianca de Abreu Machado. Amanhã para Maria Lucia Salles, Isadora Paes, Fernando José de Araújo Fernandes, Alessandra Lima, Caroline Mesquita, João Sylvestre Ribeiro de Castro Neto e Cris Areas. Terça-feira Daniel Fontoura, Alexandre Lamosa Moreira, Laura Paes e Erika Fernanda. Quarta-feira Débora Bega, Raissa Lacerda, Alyne Rangel, Leila Alves, Sammer Chamoun. Quinta-feira Erika Nunes Lemos, Maria Aparecida Martins, Erika Nunes, Clóvis Peixoto, Fauze Jassus, Marcio Reinaldo, Benilton Santos, Arthur Aquino, Marcio Mendes e Leandro Morisson Caldas. Sexta-feira para Eliana Borges Buchaul, Wanderson Oliveira, Jorge Henrique Nunes e Kelly Tinoco. Sábado Vilson Correia, Sidinea Barcelos Rodrigues, Ulisses Freitas, Alberto Coutinho, Paula Vasconcelos, Lázaro Pereira, Jessica Tomaz e Deise Vianna. Da coluna os votos de muita saúde e felicidades para todos.
CHARMOSA DEMAIS: Janir Lima Stoduto
BELEZA IMPECÁVEL da nossa Top Fernanda Motta no Snapchat
FORÇA DO BEM: O prefeito Rafael Diniz com os vereadores Abú Azevedo e Silvinho Martins
BODAS DE PINHO: Denise Corrêa e Gilberto Nascimento brindando os 32 anos de casados
MONTEVIDÉU: Silvana Siqueira no Mercado del Puerto.
EM ÓTIMA FORMA Jorge Le- CURTINDO O VERÃO: Bruno mos no Farol da Barra-Bahia Ribeiro e Mara Riscado
CASAL MUITO QUERIDO: Carlos Noremberg e Luciana
EM RECENTE EVENTO: Igor Pereira e GRUSSAÍ: Scheilla Siqueira Raphael Thuin num belo click do filhão Biel
PRISCYLA BEZERRABEZERRA PRISCYLA @priscylabezerra
Acessorios(É fashion) Eles vieram pra ficar e com muito estilo e criatividade, foram conquistando um espaço (gigante, por sinal!) só deles. Os acessorios são itens indispensáveis nas produções de hoje, pois compõe de finalizam com chave de outro um look "pah", que é o que todas nós queremos = causar. Porém, precisam ser usados na medida (nem de mais, nem de menos) para não comprometer seu look e jogar tudo por água a abaixo. Eu mesma, selecionei algumas produções com vários acessórios para usar agora, sem medo de errar, ops! .. OUSAR, e tenho certeza que vixe vai amar. Análise com wmoderação. Ahahaha
Você sabe o que é Fitofotodermatose?
Já ouviu aquela frase: “não sai no sol antes de lavar a mão, o limão queima a pele.” ? As manchas vermelhas e/ou escuras que aparecem na pele, após o contato com algumas frutas associado à exposição solar, é uma reação inflamatória fototóxica que recebe o nome de fitofotodermatose. Não é só o limão que pode causar esta condição, mas frutas como a tangerina, a laranja, o figo e/ou outras plantas, são algumas das quais também podem levar a formação de manchas e/ou bolhas na pele. Outros produtos, como perfumes e cosméticos, também podem causar esse tipo de reação.As manchas ocorrem devido à presença de uma substância chamada furocumarina, a qual está presente nas cascas, raízes e frutas verdes e que é absorvida pela pele. Ao entrar no organismo, esta substância quando exposta a radiação solar, provoca uma dermatite. Os formatos destas manchas variam de acordo com a área que entrou em contato, na maioria dos casos, as lesões têm formas bizarras com pontilhados, devido aos respingos que atingem a pele. As regiões mais acometidas por esta reação são: boca, braços e mãos, por serem locais mais propensos ao contato com alimentos. A aparição das manchas pode ocorrer cerca de 30 minutos após a exposição solar, sendo que muitas pessoas não as percebem antes de 24 horas. Os primeiros sinais e sintomas são avermelhamento da pele com sensação de prurido ou ardência como uma queimadura, eventualmente podem formar bolhas de diversos tamanhos dependendo da intensidade da reação. E após a fase aguda da inflamação, a pele afetada se torna acastanhada ou escura. Para evitar esta condição é indicado que se evitem sucos com frutas cítricas quando em locais como praias, piscinas e lugares ao ar-livre. Não é aconselhável que se passe perfume antes de ir à praia, pois o produto também pode causar alguma reação alérgica na pele. Por mais que o local onde o alimento ou produto tenha sido lavado com água e sabonete, a pele ainda sim pode reagir com a presença de resquícios da furocumarina e causar danos. O tratamento deve ser realizado com um profissional qualificado da área, pois, em quadros mais graves, é necessária a prescrição de remédios tópicos e sistêmicos.
Atendimento
Clínica Pelle - Rua treze de Maio 286 / Ed.Medical Center Sala 512 / 22 2733 4211 Clínica Pró-vida - Rua Barão de Miracema 167 / 22 2736 9800 Campos dos Goytacazes.RJ
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Emerson e Lúcia Vivaqua Rocha com a princesa Maitê.
Vânia Maria Navarro em momento de relax.
Lívia Abreu Coutinho elegantérrima!
Com toda a sua beleza - Ana Luísa Nunes.
MEU SILÊNCIO AS VEZES É O MEU PROTESTO!
Minhas lágrimas as vezes são as minhas marchas... Minhas poesias as vezes são as minhas intenções! Meus pensamentos geralmente são só meus!
Jassanã Hirsch Maia Kemp encantando Búzios.
Maria Eduarda Lopes é um espetáculo de verão!
ASSISTAM!
“Eu exijo meus direitos. Eu exijo ser tratado com respeito. Eu, Daniel Blake, sou um cidadão, nada mais, nada a menos que isso.” MEU SILÊNCIO AS VEZES
A beleza misteriosa de Izabella Ribeiro.
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@natalia.munizz
nataliamuniznutri@gmail.com
Meditação
A meditação é algo milenar, a prática de se sentar para meditar é executada por diversas regiões, não sendo exclusiva de nenhuma delas. Silenciar é algo inerente ao ser humano, qualquer pessoa pode meditar e existem várias técnicas para alcançar esse estado.Mindfullness apresenta a meditação em um contexto não religioso, sendo um método que pode ser aplicado a qualquer pessoa. A atenção plena tem sido cada vez mais integrada na prática da vida ocidental contemporânea. O que é Mindfullness? Mind= Mente Mindful=Atento Fulness=Plenitude
ser praticada e torna-se mais sólida com a maior execução e aplicação na nossa vida. Atualmente seus benefícios são estudados cientificaÉ prestar atenção no momento presente com intenção, mente e diversas pesquisas já foram realizadas sobre curiosidade e sem julgamento. É trazer a consciência a meditação e mindfulness. Alguns benefícios que popara as emoções, pensamentos, sensações físicas e dem ser percebidos como consequência da prática: todas as atividades do dia a dia, entrando em contato A redução da ansiedade A redução do estresse com o que se é. Mindfulness é inspirado na técnica budista Vipassana O maior foco e concentração que tem tradição de mais de 2,5 mil anos. No ocidente foi A maior clareza mental modelada para ser um método laico e acessível a todos. Mais estabilidade emocional Mindfulness é uma técnica de meditação e também um Melhora do sistema imunológico estado da mente, uma atitude que pode ser aplicada nas Escolhas mais conscientes 24 horas do nosso dia. Pode ser aprendido pelo modo A prática da meditação formal e informal. O modo formal é composto de um treinamento de meditação pessoal, que alcança níveis mais Mindfulness tem como base o treinamento da meditação pessoal. A prática diária é muito importante e profundos e desenvolve a neuroplasticidade do cérebro. O modo informal é composto de um desenvolvimento construir esse novo hábito necessita de determicação. de habilidades, através de exercícios e atitudes envol- Somente a prática consciente e contínua pode trazer todos os benefícios da meditação. vendo a vida cotidiana. Portanto os 3 pilares de mindfulness são: 1- um estado mental ou uma atitude para com a vida 2- um treinamento de meditação 3- um conjunto de exercícios (exemplo: comer com atenção plena) Beneficios: A atenção plena é essencialmente experimental, deve
No início algumas sugestões podem ajudar: 1- Achar um lugar tranquilo na casa 2- Fazer no mesmo horário (pela manhã) 3- A postura sentado com costas retas 4- Ancorar na respirava ou usar áudio 5 min. A prática formal é uma meditação de concentração.
Usamos um foco ou âncora para manter nossa atenção, que pode ser um ponto da respiração. Lembre que durante a prática seu exercício será ir e vir desta forma: 1- foco em um alvo escolhido 2- notar que sua mente vagou 3- trazer sua mente de volta a meta 4- manter seu foco lá
O triângulo da Consciência é trazer atenção plena e consciência para os três estados: corpo, mente e emoção. Trazendo a consciência momento a momento, com curiosidade, sem julgamento e com intenção. Por exemplo: ao observar a mente, observar os pensamentos, a ideia não é cessar os pensamentos e sim tomar consciência deles. Para isso, treinamos nossa mente. Podemos usar a respiração como âncora e assim perceber que um pensamento está chegando. A partir da consciência de um pensamento escolhemos no “deslocar” dele, não alimentá-lo e voltar para nosso foco, nossa âncora, que nesse caso é a respiração.
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DOMINGO 22 DE JANEIRO DE 2017
@ju_ribeiros
Vitamina D Existem algumas dúvidas e mitos sobre a exposição ao sol e síntese de vitamina D. Agora no verão está cada vez mais comum ouvir a frase “vou lá produzir vitamina D”, como se a exposição ao sol sem proteção tivesse virado um sinônimo de produzir esta vitamina. Algumas questões ainda são controversas, mas vamos aos fatos: Apenas 10 a 15 min entre 10 e 16h, (isso mesmo, no horário de radiação mais intensa) de exposição solar por dia, em áreas como braços e pernas, são SUFICIENTES para suprir nossa necessidade diária de vitamina D. A exposição ao sol, de forma intencional e não controlada, como forma de tratar ou prevenir a carência de vitamina D, NÃO deve ser incentivada. Após atingir o nível desejado, sua própria pele se encarrega de inativar a produção de vitamina D para evitar o excesso.Ou seja, um dia de exposição solar excessiva sem proteção não compensa os outros! Não saia de casa por longos períodos sem filtro solar, pois fatalmente você ficará mais que o tempo necessário (10-15 min) sem proteção, o que aumenta muito seu risco de câncer de pele. Não se esqueçam da importância do risco x benefício! A vitamina D pode ser estimulada de forma preventiva pela exposição solar diária não intencional, já que o tempo necessário acaba sendo obtido SEM ESFORÇO pela maioria das pessoas no dia-a-dia. Caso você pertença ao grupo de risco ou tenha deficiência, consulte seu médico para orientação adequada. Ela também pode ser obtida por meio de alimentos ou até mesmo através de suplementos, quando necessário. Nenhuma orientação, informação ou dica na internet substituirá uma análise individual do paciente em consulta médica. A vitamina D é considerada hormônio, desempenha diversas funções no metabolismo celular, e pode ser adquirida de 3 formas:
Patrícia Moll curtindo a beleza da Tailândia
1. Sintetizada na pele (epiderme), cerca de 90%: a partir de uma molécula de colesterol (7DHC) que é convertido na pele em vitamina D3 (forma inativa) após exposição à radiação UVB, predominante entre 10 e 16h (antes das 10 e depois das 16 não há quantidade ideal desta radiação). Ao cair na corrente sanguínea, passa então pelo fígado e rim onde é transformada nas formas ativas. 2. Alimentação: salmão, sardinha, atum, óleo de fígado de bacalhau, gema de ovo, leite de vaca (fortificado) e fungos comestíveis (cogumelo shitake). 3. Suplementos à base de vitamina D3. São considerados grupos de risco para a deficiência de vitamina D: lactentes recebendo amamentação exclusiva, idosos (porque a pele envelhecida produz menos vitamina D), muito baixa exposição ao sol (países não tropicais, uso rigoroso de proteção solar e cobertura da pele por práticas religiosas), pessoas com pele negra, baixa absorção de vitamina D e obesos mórbidos. Suplementação oral A exposição solar saudável não é recriminada pelos dermatologistas, assim como a necessidade de reposição de vitamina D deve ser avaliada criteriosamente.
Janine Raposo e seu sorrisão que hiponitiza
Corpos perfeitos do casal Stephany Bastos e Guilherme Morais Pura sintonia: Héssio Fróes e Fernanda Guimarães Vitor Gomes, Marcelo Sagres, Breno Romano, Rafael Marinho, Rogério Parente, Cládio Sobrosa, Ronaldo Jr e Pedro César
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