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CAMPOS DOS GOYTACAZES, RIO DE JANEIRO • 30 DE ABRIL A 06 DE MAIO DE 2017
R$ 1,50
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NÚMERO 32
Campos registra 30 mil sem emprego e 55 mil informais
Uma análise do cenário atual e sugestões para a cidade superar a crise
Club Terceira Via Missão
Tanzânia
Grupo de artistas mantém nos muros da cidade uma tradição da década de 70 que ainda sofre preconceito nos dias de hoje. CAPA
“Eu queria ter capacidade pra saber falar o que estou sentindo, mas mais uma vez fui surpreendida. Sei que muitas pessoas se perguntam: o que que essa menina está fazendo lá? E a resposta: nem eu sei direito. De alguma forma Deus me deu essa missão. Ele me designou. Ele quis mais pra minha vida e me deu a chance de vivenciar tudo isso.” PÁGINA 3
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Política
30 DE ABRIL A 06 DE MAIO DE 2017
Aberta a temporada das CPIs
Comissões de inquérito vão investigar denúncias de irregularidades em Campos e São João da Barra Com o sistema político no Brasil passando por uma crise sistêmica, os olhos dos gestores públicos do presente se voltam para o que foi feito no passado. O esforço, em consonância com aquele realizado em todo o país nestes tempos de Lava-Jato, é para identificar e apurar desvios de conduta e negociatas com a coisa pública para aquisição de vantagens indevidas. Em Campos e São João da Barra, as investigações acontecerão por meio de Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs). Até o momento, três já são realidade — duas na esfera municipal e uma na estadual. Na Câmara de Vereadores de Campos, há duas comissões em andamento. A primeira é a chamada CPI das Rosas, que vai investigar o contrato firmado durante
a gestão da prefeita Rosinha Garotinho (PR) com a Emec Obras e Serviços Ltda., responsável pela manutenção de praças e jardins do município entre 2011 e 2016. Tramita, ainda, outro requerimento de CPI para investigar pagamentos irregulares da empreiteira Odebrecht a Rosinha e Garotinho durante a execução do programa habitacional Morar Feliz. No âmbito estadual, a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) vai investigar o processo de desapropriação no Açu, quinto distrito de São João da Barra – uma investigação que deve envolver diretamente o ex-governador Sérgio Cabral e o empresário Eike Batista.
Jardim cheio de espinhos Até o fechamento desta edição, o requerimento para formar a CPI das Rosas tinha sido assinado por 10 vereadores: o presidente da Casa e autor do pedido, Marcão (Rede), Abu (PPS), Cláudio Andrade (PSDC), Enock Amaral (PHS), Fred Machado (PPS), Genásio (PSC), Igor Pereira (PSB), Jorginho Virgílio (PRP), Marcelo Perfil (PHS) e Silvinho Martins (PRP). O objetivo é apurar possíveis irregularidades na contratação da Emec, que incluiriam combinação de resultados em licitações públicas e superfaturamento de valores. No período em que fez a manutenção de praças e jardins no município, a empresa recebeu R$ 76.150.706,73 da Prefeitura de Campos. Entre as evidências de irregularidades, estariam erros de cálculos idênticos em todas as propostas participantes do pregão em que a Emec venceu; existência de declaração de inidoneidade da firma, constatada pelo Tribunal de Contas do Estado do Espírito Santo (TCE-ES), o que impossibilitaria a empresa de fechar contrato com o poder público; aumento
de valor contratado com preços que não correspondem aos valores fixados pelo Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ); e erros de português igualmente cometidos por todas as empresas que participaram do pregão. O proprietário da Emec, Fábio Saad Junger, foi preso temporariamente durante a Operação Lee Oswald, realizada pela Polícia Federal (PF) em abril de 2012 em Presidente Kennedy (ES), onde a empresa prestava o mesmo serviço. Além disso, segundo a revista Veja, a Emec teria pago R$ 350 mil ao ex-governador Anthony Garotinho por meio do diretório estadual de seu partido, o PR, do qual era presidente. Segundo Marcão, a Casa somente abrirá a CPI após a posse dos novos vereadores Thiago Godoy (PR), Roberta Moura (PR), Josiane Morumbi (PRP) e Beto Cabeludo (PTC), o que deve acontecer ainda esta semana. Uma vez que os membros da CPI sejam nomeados, eles terão 180 dias para apurar as denúncias. Este prazo, porém, pode ser prorrogado.
Um dia a casinha cai Tramita ainda, na Câmara, o requerimento de uma CPI para investigar as citações nas delações premiadas de executivos da Odebrecht, que revelaram pagamentos irregulares a Rosinha e Garotinho durante a execução do programa habitacional Morar Feliz. As vantagens indevidas recebidas pelo casal chegariam a R$ 20 milhões. Além do autor, Genásio, 14 vereadores já assinaram o requerimento: Marcão, Fred Machado, José Carlos (PSDC), Cláudio Andrade, Abu, Pastor Vanderly (PRB), Neném (PTB), Álvaro Cesar (PRTB), Marcos Bacellar (PDT), Silvinho Martins, Jorginho Virgílio, Enock Amaral, Marcelo Perfil e Igor Pereira. Genásio lembrou as anotações encontradas na casa de um dos executivos da empreiteira que incluíam os nomes de Garotinho e Rosinha, bem como as delações do diretor de Infraestrutura da construtora no Rio de Janeiro, Leandro Andrade Azevedo, e de Benedicto Barbosa da Silva Júnior, ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura, que confirmaram pagamento de caixa dois ao casal. Em dezembro do ano passado, a revista Veja trouxe detalhes das delações dos dois execu-
Terras do Açu entram na mira No dia 1º de fevereiro, o Diário Oficial da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) publicou o projeto de resolução Nº 424/2017, que institui uma CPI para investigar o processo de desapropriação no Açu, quinto distrito de São João da Barra. O autor da proposta foi o deputado estadual Bruno Dauaire (PR), que desde 2015 preside na Alerj uma comissão de representação para mediar conflitos decorrentes da implantação do Porto. As desapropriações para instalação do Porto do Açu e da Companhia de Desenvolvimento Industrial (Codin) voltaram a ter evidência após prisão do empresário Eike Batista no dia 30 de janeiro. Acusado de corrupção ativa, o milionário teve a prisão decretada na Operação Eficiência, segunda fase da Calicute, desdobramento da Lava Jato no Rio que já havia prendido o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB) no dia 17 de novembro de 2016. Cabral desapropriou as terras do quinto distrito por meio do decreto Nº 41.195, de 19 de junho de 2009, para instalação de um distrito
industrial na área do entorno do Porto do Açu. Setecentas famílias foram retiradas de suas propriedades. Segundo a revista Veja, o ato teria rendido ao estado do Rio um cheque de R$ 37,5 milhões assinado por Batista. Além disso, de acordo com o Ministério Público Federal (MPF), Batista pagou a Cabral, em 2011, 16,5 milhões de dólares, o equivalente a R$ 52 milhões. Nesta época, o Porto do Açu pertencia ao grupo EBX, de propriedade do empresário. Parte das terras desapropriadas se encontra ocupada por membros da Associação dos Proprietários de Imóveis e Moradores do Açu, Campo da Areia, Pipeiras, Barcelos e Cajueiro (Asprim) e do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) desde o último dia 19. Diante do pedido de reintegração de posse impetrado pela Codin, uma audiência de conciliação foi marcada para as 14h do dia 12 de maio. Os antigos proprietários alegam nunca ter recebido indenizações ou ter recebido apenas parte do valor acordado.
tivos. Azevedo cita que Rosinha teria elaborado duas licitações de casas do Morar Feliz com regras que permitiriam somente à Odebrecht vencer a disputa. Em contrapartida, a construtora teria desembolsado R$ 9,5 milhões em contribuições oficiais e repasses de caixa dois a campanhas do casal entre 2008 e 2014. Rosinha se candidatou pela primeira vez à Prefeitura de Campos em 2008. Na ocasião, a Odebrecht teria repassado R$ 1,5 milhão em dinheiro vivo ao caixa dois da campanha. Ela venceu e, em 2012, se candidatou à reeleição, recorrendo ao mesmo expediente. O delator conta que, entre doações oficiais e de caixa dois, a empreiteira investiu R$ 2,3 milhões para manter Rosinha no comando do município. Em 2014, quando Garotinho disputou e perdeu a cadeira de governador do Rio, recorreu novamente à empreiteira. O ex-governador aparece em sexto lugar na lista de recebedores de caixa dois elaborada por Júnior e entregue à Justiça como parte de sua delação. Segundo ele - em dados que divergem da estimativa de Azevedo, que operou o esquema - o ex-governador teria recebido R$ 13,01 milhões.
Foto: AgĂŞncia Brasil
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Especial
Em busca de oportunidade
Com grande número de desempregados e trabalhadores informais, Campos busca caminhos para vencer a crise Thiago Gomes
Fotos: Silvana Rust
O mercado de trabalho em Campos dos Goytacazes perdeu 4.713 postos com carteira assinada nos últimos 12 meses, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério de Trabalho e Emprego. O número de desligamentos (30.428) no município entre abril de 2016 e março de 2017 foi superior à quantidade de contratações (25.715). Ainda de acordo com os dados do ministério, 30 mil campistas estão em casa, sem ocupação, e neste 1º de maio não poderão comemorar o Dia do Trabalho. Enquanto cai o número de empregos formais, cada vez mais pessoas então buscando a informalidade. A estimativa é de que 20% da população economicamente ativa da cidade esteja no mercado informal se virando como pode. Mas o baixo desempenho não é uma peculiaridade de Campos, pois se repetiu no Estado do Rio de Janeiro, com retração de 224.424 postos de trabalho no último ano, e também no Brasil, onde 1.152.800 pessoas foram demitidas no mesmo período. Especialistas condicionam a retomada do mercado de trabalho local à recuperação da economia da cidade e parcerias para qualificação da mão de obra. CRISE NO COMÉRCIO E CONSTRUÇÃO O economista Ranulfo Vidigal classifica como alto o número de desempregados na cidade, algo em torno de 30 mil, levando em conta que a população economicamente ativa local é de aproximadamente 270 mil pessoas. São cerca de 135 mil campistas com carteira assinada nos setores público, privado e militar, e ainda estima-se que haja de 50 mil a 55 mil na informalidade. Ranulfo analisa o mercado e aponta dois motivos para o fraco desempenho: o primeiro vem do setor da construção civil, que está praticamente parado nos últimos seis meses, tanto em relação a obras públicas quanto privadas; o segundo é o comércio, que tem sofrido com o enfraquecimento do poder de compra do campista, o que resultou em mais demissões. “Esses dois segmentos foram responsáveis por cerca de 50% das demissões na cidade. O desemprego poderia ser ainda maior se não fosse o setor de serviços, que tem conseguido manter seus postos de trabalho”, observa o economista. SINAIS DE RECUPERAÇÃO Já de acordo com o superintendente de Trabalho e Renda da Prefeitura de Campos, Gustavo Matheus, os números continuam negativos, mas já foram piores. Ele destaca que o órgão vem acompanhando esses dados e buscado soluções para reverter o quadro desde o início da nova gestão, que começou em janeiro último. “Campos obviamente foi prejudicada pela queda no preço do barril do petróleo e por falta de planejamento de governos passados. Em 2016, o percentual de desligamentos, segundo o Caged, foi de 62,97%, contra 37,03% de admissões. O percentual desse ano, ainda segundo o Caged, foi de 53,84% de desligamentos, contra 46,16% de admissões, ou seja, conseguimos em quatro meses aumentar em quase 10% o percentual de admissões totais no município”, destaca Gustavo. Ainda segundo o superintendente, no mês de fevereiro deste ano, foram 165 vagas perdidas, enquanto no mesmo mês do ano passado a perda foi de 1.053 postos. “Não estamos celebrando nada. Pelo contrário, entendemos que é preciso fazer muito mais e, para isso, temos traçado estratégias para fecharmos o ano com um saldo positivo. Uma força tarefa está sendo montada para captação de vagas, bolsas para cursos de qualificação profissional e parcerias com outros órgãos. Não é uma tarefa fácil reconstruir em quatro meses mais de duas décadas de descaso e péssimas políticas públicas”, pontua.
Demitido de uma empresa do setor offshore, o técnico em mecânica Carlos Magno de Oliveira vende panos de chão para sustentar a família
Técnico em mecânica se vira vendendo pano de chão “Se virar”. A expressão define bem o que o técnico em mecânica Carlos Magno de Oliveira, 46 anos, teve que fazer para garantir o sustento da família após perder o emprego em 2016. Seu último trabalho foi em uma empresa offshore, na qual foi admitido em 2002. Com a falência da companhia, ele se viu na rua de uma hora para a outra, e sem receber seus direitos trabalhistas. Foi quando percebeu que precisaria de criatividade e ainda mais disposição para enfrentar o
desemprego. Se as portas do mercado formal se fecharam para mecânico, ele abriu uma janela na informalidade. Desde então, Carlos Magno sai de casa todas as manhãs para vender panos de chão alvejados no sinal de trânsito que fica na esquina da Rua Sete de Setembro com a Rua dos Goitacazes. Ele lembra que se formou na antiga Escola Técnica Federal de Campos, atual Instituto Federal Fluminense (IFF), fez diversos cursos de qualificação no
Senai e outros órgãos, mas ainda não conseguiu uma recolocação no mercado de trabalho. “Nunca perdi a esperança de trabalhar. Assim que fui demitido e não recebi nada, me vi em uma situação complicada e precisei me virar para continuar sustentando a família”, disse o vendedor com os costumeiros bom humor e agilidade que usa para abordar seus clientes nos pouco mais de 60 segundos em que o sinal permanece fechado.
Histórias diferentes com desfecho igual
FOTO DE RANULFO VIDIGAL
Ranulfo: a situação ainda poderia estar pior
Gustavo Matheus: anos sem planejamento
Na capa desta edição há uma galeria de campistas desempregados que a equipe de reportagem encontrou enquanto produzia esta matéria. Muitas histórias diferentes, mas com o mesmo desfecho: dificuldade de voltar ao mercado de trabalho. Entre eles estão: Leandro Manhães Pereira, 29 anos, desempregado há 12 meses; Paulo Ricardo Ribeiro, 25 anos, sem ocupação há quatro; Francielli de Paula Rangel, 31 anos, sem trabalho há um ano; Sulamita Menezes, 26 anos e desempregada há mais de um; Cris de Souza, 37 anos, sem emprego há dois anos; Lohayne da Cunha, 30 anos, e fora do mercado de trabalho há dois.
JOILSON BARCELOS Presidente
Nossa homenagem ao trabalhador. Aquele que com seu suor e sua força é elemento importante no progresso de nossa terra.
Parabéns Trabalhador!
Dia 1º de maio é muito mais que um dia de descanso, é um dia em que o trabalhador deve se conscientizar de seus deveres e seus direitos a luta para que eles, cada vez mais, se solidifiquem. Parabéns!
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Opinião
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O trabalho em dia
Editorial O Dia do Trabalho, uma data internacionalizada, consequência de um dramático episódio em Chicago nos Estados Unidos é lembrado praticamente em todo o mundo, mas isso não significa que simultaneamente é comemorado. Digamos que neste momento, no Brasil a data é lembrada com feriado, mas não comemorada,
como em outras épocas e anos. Com uma taxa de desemprego nas alturas, melhor é orar do que fazer shows. Então, esse primeiro de maio em especial deve nos remeter a uma reflexão sobre o futuro. A manifestação de sexta-feira na forma de greves que teve reflexos em todo o país, pode ser legítima. Porém, a motivação deveria e é a
Inédito
Pela primeira vez um empresário do interior do estado pode ter na mão o leme da poderosa Fecomercio, com sede no Rio. Várias entidades dos setores comerciais do estado estão articulando o nome do Joilson Barcelos. Barcelos não desmente nem confirma. Fica então no ar.
taxa de desemprego. As reformas nas leis trabalhistas parecem necessárias em muitos pontos, mas temos que respeitar a opinião de quem acha que esse governo tão tem as credenciais necessárias para essas profundas mudanças, que deveriam ser maturadas na forma de um amplo debate. O mesmo vai acontecer com a reforma da Previdência, necessária
Com moral
Sobe a cotação do jovem empresário Vinícius Vieira, presidente da Codemca junto ao prefeito Rafael Diniz, que tem rasgado elogios ao colaborador. Diniz que é elegante disse que todos os colaboradores não só este estão se superando. A Garotada está encarando.
Lava Car
Em Curitiba, coração da Lava Jato, donos de Lava Jatos resolveram mudar o nome do negócio. Por lá só se vê letreiros com o nome de “Lava Car”. Não muda muito as coisas.
Essencial
Pode ser que até o final do ano a receita dos municípios produtores de petróleo aumente, não o suficiente, mas perto do necessário. É que o preço do barril está reagindo, ao mesmo tempo em que o dólar não para de crescer. Essa combinação aumenta a receita dos royalties que anda pelas tabelas
O peso da carga Cartão Postal
O empresário Ronaldo Sobral (na foto com o jornalista e imortal Merval Pereira) foi uma das estrelas do lançamento do livro “Rei Baltazar” um inédito de José Candido de Carvalho, mandando editar pela filha Laura. O lançamento foi na sede da Academia Brasileira de Letras no Rio. O que motivou dona Laura a editar o livro foi um postal que José Candido mandou para João Sobral, pai de Ronaldo. No postal Candido diz que estava escrevendo o livro e que João Sobral estava inteirinho nele. Ronaldo quebrou o protocolo e contou a história, mostrou o postal e correu para o abraço.
O jornal Extra vai detonar uma sequência de reportagens sobre roubo de cargas no Estado do Rio de Janeiro. É o estado onde mais se rouba carga no país, um verdadeiro absurdo, digamos, insuportável.
Segurança
O governador Pezão vai jogar a toalha : sem o plano de recuperação financeira do estado ele não tem como contratar 4 mil novos policiais e mantar as UPPs. Por outro lado, ele deve refletir no sentido de que o Rio precisa não só de um plano de recuperação financeira, mas também moral.
Não duvidem da força da Senzala
Vitor Menezes Jornalista
A melhor forma de enfrentar um conflito é não negá-lo. No Brasil, ao contrário, a tradição é negar. Negar o preconceito racial, negar o machismo, e negar também a exploração do mundo do trabalho. Se é verdade que há uma convergência de interesses entre patrões e empregados quando todos querem uma atividade produtiva vigorosa, empregos e capacidade de consumo, também há o inevitável: patrões querem, como qualquer um que compra algo, pagar menos pela força de trabalho e obter dela o máximo de resultado. É daí que ele tira o seu lucro. É inevitável que nasça um conflito. E o inteligente e civilizado é não tentar fazer de conta que ele não existe. Essa conversa aproveita este momento de eclosão de movimentos sociais no País e de passagem do Dia do Trabalhador, neste 1º de maio. A data faz referência a uma luta de mais de dois séculos, basicamente de trabalhadores contra a jornada de trabalho excessiva no ambiente da Revolução Industrial. Foi o Capitalismo moderno que inventou o operariado e, tamanha a forma
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de exploração, a reação a ele — como ocorreu com outras experiências autoritárias, inclusive em regimes Comunistas, onde também houve reações. Mesmo antes da icônica revolta dos mártires de Chicago, de 1886, os trabalhadores enfrentavam a exploração formando partidos operários e sindicatos, empreendendo revoluções, fazendo greves. Com o tempo, todos estes instrumentos foram incorporados, com maior ou menor escala dependendo do País, mas sempre contribuindo para tornar mais civilizadas as relações no mundo do trabalho. Ou seja: assumindo o conflito e encontrando ambiente institucional para dirimi-lo. Uma das maiores expressões desse tipo de avanço foi a criação da OIT (Organização Internacional do Trabalho), que não pode ser “acusada” de ser nenhuma instituição esquerdista ou revolucionária, mas apenas humanitária. Não parece haver quem possa contradizer o pressuposto de que, quando não se colocam freios ao exercício do poder, ele tende
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a se impor indefinidamente. Nas relações de trabalho, o poder econômico de contratar ou demitir tenderia à escravidão se não fossem os freios nascidos pela resistência dos atingidos — muitos destes freios que se tornaram institucionalizados. O grave da realidade atual brasileira é o retrocesso nos canais tradicionais de diálogo pelos quais esse conflito, ainda que distante de condições ideais, se davam. Estão querendo desmontar o que era precário. O resultado será, inevitavelmente, o recrudescimento da tensão social. Cortar garantias previstas na Constituição de 1988, quando o País buscava dar um passo de esperança, após os terríveis anos da Ditadura Civil-Militar de 1964, é um risco que não está sendo bem dimensionado pelos setores conservadores, que tanto falam em evitar que “nos tornemos uma Venezuela”, mas nos empurram para o mesmo caminho a todo momento. Tenham juízo, senhores da Casa-Grande. Não ousem duvidar da capacidade de reação da Senzala.
igualmente, mas que irá recorrer no mesmo problema: sendo votada por uma classe política sob suspeita. Neste momento, o que é necessário é a geração de empregos, e talvez as reformas ajudem. Mas todo cuidado é pouco. Neste ano temos poucos motivos para comemorar. Precisamos colocar o país e o trabalho em dia.
Unificação das eleições: um golpe no eleitor
Claudio Andrade Advogado/Vereador
No entanto, há quem defenda a unificação das eleições, alegando redução nos custos em seu aspecto operacional Hoje, a cada dois anos, o cidadão brasileiro vai às urnas para eleger seus representantes, fazendo com que a oxigenação de poderes seja uma variante importante para o regime democrático. No entanto, há quem defenda a unificação das eleições, alegando redução nos custos em seu aspecto operacional, pois a organização do pleito ficaria menos custosa aos cofres da Justiça Eleitoral. Ainda segundo a tese, com a unificação, haveria o barateamento das campanhas eleitorais e os partidos políticos seriam fortalecidos com essa medida. Isso porque as campanhas, dentro de cada agremiação, teriam que obter uma coordenação mais centralizada. Para os defensores da unificação, as eleições unificadas a cada quatro ou cinco anos favoreceriam a governabilidade, facilitando sobremaneira a execução de políticas públicas, em especial nas áreas em que o Brasil tem maior carência como Saúde, Saneamento, Segurança Pública e Educação. egundo eles, o modelo atual (eleições a cada dois anos) prejudica as políticas públicas na esfera municipal já que justo na metade do mandato dos municipais, as eleições estadual e nacional “paralisariam” a máquina pública. Contudo, o que inviabiliza a execução das políticas públicas é a corrupção que assola o país em todas as esferas e, que todos os dias, lesa o contribuinte. Em contrapartida, os contrários à unificação entendem que, por longo período, diante da distância de uma eleição para a outra, os eleitores serão menos consultados e, consequentemente, as questões de interesse público, menos debatidas. Vale ressaltar, como bem apresentou o site Congresso em Foco, que um jovem cujo direito de voto é facultativo e que completar 16 anos somente após as eleições irá às urnas, pela primeira vez, apenas quatro ou cinco anos depois. Aos seus 20 ou 21 anos, caso a unificação dos pleitos eleitorais ocorra, é que esse jovem poderá votar. Nesse contexto, o caráter pedagógico do voto estará comprometido. Além disso, com a unificação, a própria Justiça Eleitoral estará assoberbada, pois gerenciará junto com os demais órgãos eleitorais um número maior de prestações de contas, registros de candidaturas, ações de impugnação, investigações judiciais e eleitorais, recursos contra expedição de diplomas e impugnações de mandatos eletivos. Quem atua na área eleitoral sabe bem que no modelo atual, já é difícil termos definições eleitorais – postas à apreciação do judiciário – julgadas a tempo. Pior ainda com a unificação. E não é só. A Justiça Eleitoral teria que dar conta – ao mesmo tempo – da realização de 5.570 eleições municipais (prefeitos e vereadores), 26 eleições estaduais (governador, deputados federais, senadores e deputados estaduais), uma eleição distrital e a eleição nacional (presidente da República) e com uma estrutura, dependendo do município, bastante precária. A Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político (Abradep) acredita que a eventual aprovação da proposta de unificação das eleições/coincidência de mandatos municipal, estadual e nacional comprometerá a participação política do eleitor e enfraquecerá as forças políticas de Oposição. De fato, o que precisamos é fortalecer a Justiça Eleitoral, notadamente a área de fiscalização. O número reduzido de material humano e a falta de estrutura fazem com que muitas candidaturas ainda sejam beneficiadas por meio da compra de votos e de outras ações ilícitas que prejudicam, em demasia, a soberania do eleitor. Enfim, a verdadeira unificação na Justiça Eleitoral é muito mais ideológica do que operacional. Enquanto se pensa em baratear para os cofres públicos, o povo sofre o aumento desenfreado do custo da sobrevivência.
Expediente: Fundador Herbert Sidney Neves - Direção Executiva Martha Henriques - Diretor Geral Fábio Paes Diretor de Jornalismo Aloysio Balbi - Editor Chefe Gustavo Araújo Chefes de Reportagem Girlane Rodrigues e Roberta Barcelos - Projeto Gráfico Estúdio Ideia Diagramação Liberato Verdile Jr. - Departamento Comercial (22) 2738-2700 Rua Gov. Theotonio Ferreira de Araújo, 36 - Centro - Campos dos Goytacazes - RJ
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Professor e jornalista
Fernando da Silveira
O mestre da prosa e da beleza
Ele dá um show - seja em sala de aula ou numa conversa sobre o cotidiano - sempre com seu humor inabalável Aloysio Balbi
Atire a primeira pedra quem cursou Jornalismo ou Direito em Campos e não conheceu o professor Fernando da Silveira. O mestre das palavras e das aulas divertidas visitou O Jornal Terceira Via para uma conversa com os colegas de profissão. De jornal, ele entende: Fernando tem uma longa militância em impressos cariocas - já trabalhou com Vinicius de Moraes e Otto Lara Resende, só para citar alguns companheiros de pauta. Nos bons tempos de Cidade Maravilhosa, refinou seu texto e tornou-se um arguto observador do cotidiano,
capaz de discorrer sobre assuntos tão diversos quanto cinema, poesia e política. A propósito: o professor é um crítico do lamaçal em que o Brasil se meteu por conta da violência, da poluição, da economia combalida e dos casos de corrupção. Mas nada que afete sua beleza inigualável, muito menos sua inspiração para escrever. Aos editores, um recado: Fernando tem uma coleção de contos e crônicas reunidas por amigos e alunos que dariam, segundo ele, mais uns três livros sobre assuntos voltados para a Terra Goitacá.
Hoje, como pai e chefe de família, nado por outros mares, consciente de que só se é de fato feliz quando se ama com a alma e não apenas com o corpo Você é considerado mestre dos mestres no jornalismo, um professor que encanta os alunos. É fato? Estou convencido de que não encanto e que jamais encantei. Mas, mesmo assim, sempre procurei encantar as alunas. Evidentemente, com o maior respeito paternal. Atualmente, como um avô cheio de ternura, nelas passei a ver também a minha neta Maria Júlia. Sempre concordei com Victor Hugo, pois de fato “com a mulher termina a terra e inicia o céu”. Você foi foca [jornalista iniciante] de grandes nomes do jornalismo no Rio de Janeiro. Como foi essa experiência? Foi uma das mais belas experiências da minha vida. Aliás, eu custei a alcançar a condição de foca. Tendo passado durante longos anos pelas condições de merda de foca (primeira etapa) e de foca de merda (etapa final). Contudo, como era muito ousado, fui recebido diversas vezes pelos grupinhos que se formavam de grandes nomes do jornalismo carioca da época. O grupinho que me deixava mais à vontade foi o que tinha como integrantes, dentre outros, Antônio Maria, Vinicius de Moraes, Luís Paulistano (o criador do sublide, segundo parágrafo da abertura de texto noticioso), Gastão Lamounier Júnior e Otto Lara Rezende, o célebre autor de “Bom dia para nascer”, livro de suas crônicas organizado por Matinas Susuki Júnior. Em face da minha ousadia, fui convidado para ser secretário de redação (editor) da célebre revista Beira Mar, a mais lida, na época, pelos boêmios da Zona Sul carioca. E cheguei a tanto, porque fui para lá levado por Gastãozinho, que era filho do dono desse órgão midiático. E tão saliente fiquei, que tive a ousadia de publicar na capa dessa revista uma fotografia de Anilsa Leone só de calcinha e apenas coberta por uma camisa do Camiseiro. E lá permaneci até voltar para Campos, em 1961. Quando fui responsável, mesmo ainda como foca de merda, pelo Boletim Fluminense de Agricultura da Secretaria de Agricultura, Indústria e Comércio do velho Estado do Rio de Janeiro, capital Niterói, me enturmei também com o grupo de boêmios comandado por Luís Antônio Pimentel, jornalista de expressão internacional, que chegou até a ser locutor de um programa de rádio em Tóquio. Enfim, sempre consegui fazer amigos pelas noites cariocas e niteroienses. E eles abriam as portas para o foca de merda trabalhar como jornalista. Jornalismo e Direito são profissões afins? Segundo o grande jurista Evandro Lins e Silva, sim. Dizia ele que “quem quiser ser um bom advogado, tem que estudar muito e ler de tudo. História, romance, poesia, sem deixar de ler jornais. E também Direito”... E ia além alertando que “quem só conhece o Direito, não conhece o Direito”. Por outro lado, Luís Antônio Pimentel, o velho jornalista das tankas e haicais sempre deixou claro que o homem de jornal, mesmo
Por ter consciência da minha desvalia, me agarro na mentira de que sou o homem mais bonito, mais elegante, mais culto e mais cheiroso do mundo não opinando como repórter, é o mais ardoroso defensor da sociedade. E com tanta disposição, que muitas vezes fica ao nível dos representantes do Ministério Público. Eu sigo tal linha de entendimento. Conheci de perto grandes jornalistas que foram notáveis lidadores do Direito como, por exemplo, Otto Lara Resende, um dos mais cintilantes procuradores do Estado do Rio de Janeiro, e Barbosa Lima Sobrinho, o jurista que Getúlio Vargas deu a incumbência de salvar a agroindústria açucareira-alcooleira do Brasil, tornando-se o grande responsável pelo Estatuto da Lavoura Canavieira e pela criação do Instituto do Açúcar e do Álcool. Fernando da Silveira no jornalismo era mais de acusar ou de defender? Acho que quem acusa está ao mesmo tempo defendendo. Quando, por exemplo, acusamos um criminoso, o nosso fito é defender a sociedade. Nos meus bons velhos tempos de foca de merda sempre tive o cuidado de acusar com equilíbrio. Esforçando-me por compreender o outro. Daí, compreender o bandido forjado por uma sociedade extremamente injusta. Sempre olhei para dentro de mim mesmo para verificar se estou também com o meu egoísmo e com o meu comodismo forjando bandidos. E mais: no exercício do jornalismo sempre procurei educar. Nunca me foi estranha a educomunicação. E agora, como dromedário (jornalista muito velho), procuro, não sei se com algum êxito, educar em cada linha que escrevo. Tentando alertar os meus possíveis leitores que a natural indignação com os crimes hediondos, por exemplo, não nos faça tornar até mesmo pelo pensamento tão bandidos como os bandidos. Dizem que suas aulas, principalmente no jornalismo, são divertidas porque tem o hábito de sensualizar os temas. É verdade ou é calúnia? Sim, é verdade. Mas assim procedia e procedo com um discurso bem diferente do que me levou colocar na capa da revista Beira Mar a atriz Anilsa Leone quase nua. Na época, eu estava mergulhado no Mare Magnum do processo de sexualização da cultura ocidental denunciado por Pitirim Sorokin. Hoje, como pai e como chefe de família, nado por outros mares, consciente de que só se é de fato feliz quando se ama com a alma e não apenas com o corpo. Mais que nunca vejo que amor é algo que vai bem além do sexo. E que a paixão, como as grandes bebedeiras, só nos leva a entender na ressaca as bobagens feitas, o ridículo vivido. Você viveu muitos Brasis: esse é o pior de todos ou já viu coisa pior? Eu vivi intensamente um dos períodos áureos da sociedade campista. Até hoje tenho saudade das mocinhas liricamente desfilando à noite pela Beira-rio ou em torno da Praça São Salvador, aos sábados e domingos, en-
quanto os pobres mortais do sexo masculino as contemplavam ao longe, embevecidos. Quando não as víamos nas sessões de cinema e teatro do velho Trianon rivalizando com as mais belas estrelas da arte cinematográfica e teatral. E indo para a Capital do Brasil numa época de sonho, deparei-me, nas praias cariocas, com coquetes mocinhas a exibirem sem malícia os célebres maiôs de duas peças, algo bem diferente do fio dental. E hoje o que temos? Um Rio Paraíba agonizando e ao seu longo o fedor de excrementos a nos fazer tapar o nariz. E a Praça São Salvador repleta de mendigos. Por outro turno, o Rio de Janeiro não é mais Cidade Maravilhosa de minha época, pois se tornou a Urbe das Balas Perdidas fazendo vítimas a todo instante. E as praias sujeitas a arrastões, que vão além do roubo, pois as mortes muitas vezes irrompem num clima de horror. Para não se falar, na Baía da Guanabara fedendo. E os milhões de desempregados, no Brasil? Ah! Como tenho saudade da época em que Vargas era presidente eleito do nosso país e propiciando aos menos favorecidos um salário mínimo com um poder de compra quatro vezes superior ao atual. E a época do presidente Juscelino a propiciar um salário mínimo com um poder de compra seis vezes maior do que vige atualmente. Hoje, o que se vê é o desemprego em massa, as favelas não parando de crescer, a insegurança, a patifaria correndo solta. Como só vivi momentos felizes, antes do horror atual, acredito que é impossível algo pior do que este momento da vida nacional. E essa história de humilhar as pessoas com sua beleza? Como muita gente se acha poeta, prosador de alto nível, escritor, intelectual e até imortal, eu, por ter consciência da minha desvalia, me agarro na mentira de que sou o homem mais bonito, mais elegante, mais inteligente, mais culto e mais cheiroso do mundo. E me revelo também como o mais modesto. Algum projeto como um novo livro? Tenho alunos e amigos que querem organizar uma coletânea das minhas crônicas publicadas em jornais campistas, niteroienses e cariocas. Por outro lado, com alguns contos engavetados, acho que poderia publicá-los dando sequência ao Volta da Lapa. Em suma: mais uns três livros de ficção sobre assuntos voltados para a Terra Goitacá focalizando a nossa idade, a Baixada e o sertão campista. Parece-me pertinente ainda informar que recebi de um amigo de Niterói alguns contos que escrevi tendo o Rio de Janeiro como palco e que encartava em alguns números da revista Beira Mar. E que foram guardados por Luís Antônio Pimentel. Como não tiro dinheiro do bolso para publicá-los, estou esperando que algum louco dono de editora queira editá-los. Não preciso dizer que estou esperando sentado.
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Campos
Apoe: 53 anos de dedicação Trajetória da associação fundada por Diva Goulart é marcada por pessoas especiais e histórias de superação
Fotos: Silvana Rust
Taysa Assis
A Associação de Proteção e Orientação aos Excepcionais (Apoe) completou 53 anos de existência. Sua história é marcada por amor, dedicação e comprometimento. Fundada por Diva Marina Goulart, a instituição atende gratuitamente cerca de 350 pessoas com deficiência intelectual, síndromes diversas, autismo e deficiência auditiva, entre bebês, crianças, adultos e idosos. O trabalho é realizado por 80 funcionários de diversas especialidades, num espaço com diversos setores, como oficinas pedagógicas, sala de recursos (com alunos inseridos em escolas), setor de estimulação precoce (0 a 6 anos), projeto de qualificação, projeto do idoso, setor de autismo, consultório médico e odontológico, enfermaria, refeitório, auditório e um ginásio que comporta 400 pessoas. “Dona Diva teve a ideia maravilhosa de atender as pessoas carentes que necessitavam de atendimento especializado. Ela se uniu a um grupo de pessoas com os mesmos ideais, e fundaram a Apoe, sempre com o objetivo de atender essas pessoas que não tinham como fazer este tipo de atendimento, pois é caro. Eu cheguei há 30 anos, aprendendo muito com ela e sendo contaminada a fazer o bem. Deixou-me uma missão, juntamente com sua filha, a presidente, Lia Jane Goulart Marins. Temos uma luta que não é fácil e nunca foi, mas estamos dando continuidade com amor, empenho e principalmente com um olhar especial para essas crianças e famílias que precisam tanto da nossa Instituição”, diz a assessora da presidente, Neide Gebara. A pequena Sara, que tem síndrome de Down e hipotonia nos membros inferiores, está se desenvolvendo cada vez mais na Apoe De cunho filantrópico, a associação tem convênios com os governos federal, estadual e municipal, porém no momento não está recebendo verbas do governo federal. A maior parte dos recursos para sua manutenção vem da Para Angélica Marinho de Brito Falcão Ferreira, mãe da pequena Prefeitura de Campos e de parceiros como o Sesc, a CoeSara, o susto foi grande ao receber o diagnóstico de síndrome de sa e a Loterj, que financia um projeto voltado ao autismo. Down da filha. Na Apoe, a evolução da pequena foi surpreendenPara arrecadar mais verbas, a instituição realiza trimeste. “O desenvolvimento da minha filha tem sido maravilhoso. Sara tralmente eventos, dentro e fora do prédio. No dia 7 de tem uma hipotonia nos membros inferiores e, com as atividades e maio, será realizado um show de prêmios. o tratamento, está a cada dia melhor. Carinhosa, meiga e muito esSegundo Neide, as famílias das crianças atendidas na Apoe perta, minha filha só tem se tornado cada dia mais independente. costumam chegar abatidas pelo diagnóstico médico. O primeiO apoio que recebi e recebo até hoje dos profissionais daqui ajudou ro papel da instituição é fazer uma avaliação e uma triagem. muito na evolução dela e de toda nossa família”, relata. “O tempo é primordial, temos que correr atrás para que eles De acordo com a psicóloga Aline Faria, quanto mais precoce for o possam viver numa sociedade com todos os direitos”, explica. diagnóstico da criança, melhor será sua resposta. “Fazemos um traTambém é feito um trabalho diretamente com as famílias, com balho de estímulos, preparando os bebês e crianças para novas etaacompanhamento do serviço social e de psicologia. A expecpas. A família é extremamente importante, pois ela é a base dessa tativa positiva e a troca de experiências acabam interferindo O busto de Diva Goulart, fundadora e eterna inspiradora da Apoe criança. A aceitação familiar é primordial para a evolução de cada positivamente na evolução da criança. dessas etapas. É muito importante eles terem esse entendimento O trabalho exige sacrifício e muitas horas de dedicação; mas para que o processo seja eficaz e se obtenha sucesso”, explica. a recompensa vem com o tempo. “Ver crianças e bebês que chegam atrofiados na fala, na estrutura física de andar, e que com o tempo já estão andando - alguns até correndo nos nosO autismo é trabalhado de forma lúdica. Quando chega à instituisos corredores -, isso é uma grande recompensa; na verdade, ção com o diagnóstico desse transtorno, a criança passa por uma uma vitória para toda a equipe técnica, que fica emocionada triagem, que define como será feito o seu atendimento. A atenção em participar deste momento”, garante a assessora. é individual, o que permite o desenvolvimento das habilidades que possam ajudar na sua convivência social, através do estíINSERÇÃO NO MERCADO DE TRABALHO mulo da aprendizagem. As intervenções terapêuticas envolvem Com tantas ações, o Projeto de Qualificação e Inserção no a utilização de diversas técnicas. Em todo o processo, a equipe Mercado de Trabalho foi um grande passo dado pela Apoe, multidisciplinar realiza trabalhos específicos com as famílias, que devido ao grande número de pessoas beneficiadas. Ele participam de reuniões mensais. teve como primeira parceira a rede de supermercados SuCom diagnóstico de autismo, Carlos Eduardo Lima tem 7 anos per Bom, responsável pela inserção de mais de 100 jovens. de idade e há três frequenta a Apoe. Segundo a mãe, sua evoluCom novas parcerias firmadas, hoje a instituição tem mais ção tem sido surpreendente. “Ele era resistente, não conseguía30 empresas parceiras, empregando mais de 200 jovens. Os mos dar muito carinho; e hoje, com o apoio da associação, que foi alunos que estão no mercado de trabalho já não fazem mais essencial, o Cadu mudou de comportamento, consegue realizar parte da Apoe, porém recebem acompanhamento periódiatividades. Está sendo crucial para a evolução do meu filho”, relaco. Atualmente a associação tem em média 60 jovens fazenNeide Gebara: olhar especial sobre as crianças e suas famílias ta sua mãe, Chirlane Ribeiro de Lima. do qualificação.
Evolução surpreendente
Atenção com os autistas
O TRABALHO é desejável, primeiro e antes de tudo como um preventivo contra o aborrecimento, pois o aborrecimento que um homem sente ao executar um trabalho necessário, embora monótono, não se compara ao que sente quando nada tem que fazer.
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Saúde
Mancha na pele? Pode ser hanseníase Com o tratamento adequado, alerta dermatologista, há cura para esta doença, que soma 30 mil novos casos por ano no Brasil Letícia Nunes A Hanseníase é uma doença infecciosa crônica, de progressão lenta, causada por uma bactéria - Mycobacterium leprae - e que atinge principalmente a pele e os nervos periféricos. Dados do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan) mostram que, por ano, são 30 mil casos da doença, o que corresponde a uma média de 15 pessoas contaminadas a cada 100 mil habitantes. O Brasil foi o único país do mundo que não alcançou a meta da Organização das Nações Unidas (ONU) para a hanseníase e está em processo de eliminação da doença. Médica pós-graduada em dermatologia, Nathália Bastos alerta que, como o Brasil é um dos países com maior prevalência da hanseníase, a conscientização da população é muito importante, já que a doença se propaga por meio do convívio diário com pessoas infectadas através de secreções nasais, tosses, espirros e gotículas de saliva. “A hanseníase atinge homens e mulheres de raças diversas e qualquer idade. É uma doença que pode demorar desde meses a mais de dez anos para se manifestar. Dependendo do nível de imunidade do paciente, ela pode progredir sem limitações, ser autolimitada ou até acontecer a cura espontânea. Ela é caracterizada principalmente por manchas avermelhadas, brancas, amarronzadas, com alteração ou perda da sensibilidade ao calor, tato e dor, queda de pelos, pele seca e até sintomas neurológicos, como sensação de formigamento e dormência, diminuição da força das mãos e
dos pés, inchaço dos membros e nódulos dolorosos. Em alguns casos, pode acometer apenas os nervos ou haver febre, dor nas articulações e ressecamento dos olhos. Com a evolução da doença não tratada, podem surgir deformidades também”, explica. Segundo a especialista, existem duas formas da doença: a hanseníase virchowiana (onde estão presentes múltiplos micro-organismos na pele) e a tuberculoide (poucos micro-organismos presentes). Elas se diferenciam de acordo com as suas manifestações e no tratamento. A hanseníase tem cura, mas, se não tratada corretamente, pode se tornar uma doença grave e deixar sequelas permanentes. O tratamento é oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), nos centros de referência de cada município. “O diagnóstico é clínico, com base na história e nas condições de vida do paciente, e no exame dermatoneurológico. A partir da suspeita pelo médico assistente, o indivíduo é encaminhado para o centro de referência e é iniciado o tratamento, que dura de 6 meses a 2 anos. Os pacientes que completam o tratamento prescrito são considerados curados. O diagnóstico precoce, a adesão ao tratamento e o acompanhamento das pessoas que compartilham a mesma residência ajudam a prevenir as formas incapacitantes”, completa a dermatologista.
Brasileiro consome pouco as frutas e hortaliças, diz estudo
Ministério da Saúde quer fila única para cirurgias eletivas
O consumo regular de frutas e hortaliças aumentou no país nos últimos oito anos, passando de 33% em 2008 para 35,2% em 2016, segundo a pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), do Ministério da Saúde. Ainda assim, apenas um em cada três adultos brasileiros consome esse tipo de alimento em pelo menos cinco dos sete dias da semana. A pesquisa revela ainda que os hábitos, nesse caso, são melhores entre as mulheres – o consumo regular de frutas e hortaliças no grupo passou de 38,6% para 40,7% no período – do que entre homens, cujos percentuais passaram de 26,4% para 28,8%. A Vigitel revela que o consumo regular de feijão entre os brasileiros caiu nos últimos quatro anos, passando de 67,5% em 2012 para 61,3% em 2016. Entre os homens, o índice passou de 74,2% para 67,9% no período e, entre as mulheres, de 61,7% para 55,7%. O consumo regular de refrigerantes e sucos artificiais também caiu entre a população brasileira nos últimos nove anos, passando de 30,9% em 2007 para 16,5% em 2016.
O Ministério da Saúde quer criar uma fila única para cirurgias eletivas em todos os estados do país. Os gestores terão 40 dias para integrar suas informações aos dos municípios e enviar à pasta a quantidade de pacientes que aguardam pela realização dos procedimentos. A medida vai dar transparência e agilidade ao atendimento dos pacientes, que muitas vezes ficam sujeitos à fila de um único hospital e deixavam de concorrer a vagas em outras unidades da região. Além disso, ao saber a demanda nacional, o governo federal poderá alocar os recursos de forma mais eficiente. A unificação da fila para cirurgias eletivas é uma iniciativa do Ministério da Saúde em conjunto com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) e Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS). A resolução que trata do assunto foi aprovada na última quinta-feira (27), durante reunião da Comissão Intergestores Tripartite (CIT), em que gestores da União, dos estados e dos municípios pactuam políticas de saúde do país. Cirurgias eletivas são procedimentos realizados por meio de marcação, ou seja, sem caráter de urgência e emergência, para todas as especialidades.
Frutas e hortaliças devem ser consumidas regularmente
Av. Alberto Lamego,973 - Parque Califórnia Campos dos Goytacazes - RJ (22) 2722 5922
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Esporte
Apaixonados por patins
Amantes do esporte, que traz benefícios ao corpo e à mente, conquistam seu espaço em Campos Patricia Barreto
nonono no nno Engana-se quem pensa que patinar é só brincao slides e flips. Patinadores aggressive fazem slideira de criança. A cada dia, esta modalidade vem nonodes em beiradas e bordas, pulam sobre barreiras, n voam de uma estrutura a outra, rodopiam no ar e conquistando mais e mais adultos. Com a intenn desafiam a gravidade das mais diversas maneiras. ção de reunir amantes desse esporte, um grupo de campistas – os Psicopatins – se reúne diariamente na área central da cidade. Os integrantes destacam todos os benefícios que a patinação traz consigo. Mas,também se divertem ao relembrar os tombos e quedas, principalmente dos iniciantes. Assim como a corrida, andar de patins dá mais força aos músculos dos membros inferiores, bem como ao abdome e aos glúteos, queimando entre 500 e 800 calorias na primeira hora de diversão - que, de acordo com os praticantes, passa muito rápido! Tudo isso, ainda, com menos impacto que a “running”.
Resistência Muscular Por exigir do patinador o equilíbrio sobre o “calçado” instável, a atividade também faz com que a pessoa mantenha o corpo permanentemente contraído, trabalhando a concentração, coordenação motora, resistência muscular, agilidade e até alguns reflexos para evitar as possíveis quedas. Andrielly Mothé, 23 anos, patina desde os 9, quando pegou o acessório da prima emprestado. “Meus pais não podiam comprar um (patins), por isso peguei um emprestado e nunca mais devolvi. Foi amor à primeira vista. Patinar é libertador, é amor”, afirma. A maioria dos integrantes do Psicopatins pratica a modalidade urban, pois utilizam ruas, calçadas e as estruturas disponíveis para patinar. Os patins possuem botas firmes e bases normalmente curtas do tamanho dos patins garantir segurança na manobra. Quem também começou a patinar com um equipamento emprestado foi Daniel. “Quando meu irmão mais velho ganhou um skate, deixou o patins de lado. Foi quando comecei a dar as primeiras ‘patinadas’, literalmente. Porque, no começo, a gente cai muito mesmo, não tem jeito”. Patinação aggressive ou street A modalidade de Daniel é diferente dos demais integrantes do grupo. Ele prefere – e usa equipamento adequado – a patinação de rua. “A patinação aggressive ou street é uma das inúmeras formas em que o atleta faz manobras como pulos, corrimões,
Em Campos, infelizmente, não há espaço para tal modalidade. Esse fato, por exemplo, impossibilita a profissionalização”, lamenta. Outra vantagem da modalidade é o bem-estar psicológico. Para os apaixonados, ela é capaz de divertir, além de proporcionar o gasto de energia e trabalho muscular, pois causa sensações de liberdade e ação. Além disso, como pode ser praticada ao ar livre e individualmente, também é muito democrática. Propensa a acidentes Um estudo do Instituto de Vigilância Sanitária francês em 2004-2005 (não há registros oficiais de nenhuma pesquisa no Brasil) mostrou que patinar está longe de ser a modalidade esportiva mais propensa a acidentes. Os esportes coletivos – que são os esportes mais praticados – estão muitos à frente, com 42,9%. Em segundo lugar, com 19%, vêm os esportes sobre rodas não motorizados. Porém, neste grupo, a patinação aparece com 18%, contra 74% do ciclismo. Em 90,6% dos casos, o acidente na patinação é uma única queda envolvendo o próprio patinador. Rafaela Acruche patina há seis meses e já ganhou uma cicatriz. “Nunca tinha patinado na vida. Me interessei pela modalidade por hobby mesmo. Perdi o número dos tombos, quedas e derrapadas, e ainda não consigo parar sozinha. Nisso, o grupo (Psicopatins) é excepcional. São companheiros, amigos, sempre dispostos a ajudar para que todos possam patinar no mesmo nível. Não existe rivalidade”.
Discriminação De acordo com os patinadores, a única coisa que não muda na modalidade é o preconceito. O cenógrafo Vanderlei Machado patinava com um grupo de amigos nos anos 90 e recorda com tristeza os nomes pejorativos que recebiam enquanto deslizavam pelas ruas de Campos. “Éramos um grupo de rapazes com 20 anos, em média. Patinação ainda era uma modalidade predominantemente feminina. Por esse motivo, recebíamos o rótulo de homossexuais. Apesar desse episódio, foi um período muito feliz. Gostaria de voltar a patinar com essa garotada aí que vejo na praça (Santíssimo Salvador), mas me falta tempo”, lamenta Vanderlei, que também atua como DJ nas horas vagas. “Ganhei um patins aos 15 anos – um modelo que hoje é denominado retrô. Como ele oferecia pouca estabilidade, adaptei o acessório a um tênis de cano alto. E, todo domingo, a galera se reunia no Sesc para dançar sobre duas rodas. Patinar ao som de música é muito mais emocionante”, ressalta. “É sempre tenso” Vinte e sete anos se passaram e, segundo Andrielly, o preconceito ainda existe, sim. “Não somos estereotipados, como na década de 90. Mas, somos xingados por estar ‘atrapalhando’ o trânsito, por exemplo. Por algumas vezes, policiais militares e guardas municipais enquadraram o nosso grupo exigindo que deixássemos de patinar em determinado local ou via. É sempre tenso”, admite.
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Club Terceira Via
Quem circula pelas ruas de Campos se encanta com o trabalho estampado em vários muros. O grafite está por todos os lados. Pouca gente sabe, mas um grupo de quase 20 grafiteiros da cidade busca a sobrevivência dessa arte, que ainda sofre com o preconceito desde o inicio, na década de 70, pelo fato errôneo de estar atrelada ao vandalismo e à marginalização. O termo Grafite, de origem italiana “graffito” (plural “graffite”), significa a “escrita feita com carvão”. Como todo artista, o grafiteiro busca sua inspiração em algum tema - que, em muitos casos, são urbanos e críticos à sociedade, como um pedido de reflexão àqueles que passam pelos seus murais. O mais importante é que ele tenha a sua identidade, uma linha mestra para desenvolver seus desenhos e inclusive ser reconhecido. Alguns artistas rascunham a sua “tela” antes de reproduzí-la nos muros, o que não é o caso do grafiteiro paulista Fábio Arantes, de 36 anos, mais conhecido como “Dyrua”, que mora em Campos há 11 anos. Ele prefere o improviso. Dyrua, que tem alguns de seus trabalhos mais reconhecidos pelo Centro da cidade, alguns deles nos pilares da Ponte Leonel Brizola, conta que primeiro ele estuda bem o tema. “O grafite se resume em duas categorias: letras e personagens. Cada profissional tem o seu estilo. Depois que eu estudo, não preciso de papel”, conta. Dyrua, como prefere ser chamado, começou na arte em 98. De lá pra cá, trabalhou em uma grande editora em São Paulo, atuou como designer, mas percebeu que não era feliz profissionalmente. Depois que participou de uma Bienal em 2010, em Campos, nunca mais se despediu da planície e hoje faz parte do time de craques das tintas da cidade. “O grafite sempre esteve presente na minha vida de alguma forma. Lembro que aos sete anos de idade, minha assinatura já tinha o desenho de uma estrela no final,” lembrou o artista. Há três meses, atua na FMIJ (Fundação Municipal da
Infância e Juventude), fazendo o que m a i s ama: ensinando a arte do grafite para dezenas de adolescentes de Campos. “É maravilhoso. Me me sinto realizado, porque eu faço o que eu gosto, e o grafite me abriu portas”, conta Dyrua. São três horas de aula, de segunda a quinta-feira, e além da prática os alunos aprendem também um pouco de história da arte. Uma oportunidade incrível de ter acesso à cultura. Grafite no Brasil A história do Grafite no Brasil surgiu na década de 70, precisamente na cidade de São Paulo, época conturbada da história do Brasil, silenciada pela censura com a chegada dos militares no poder. Desde então, os grafiteiros se apropriaram do esp a ç o público a fim de transmitirem mensagens de cunho político, social, cultural, humanitário e, sobretudo, artístico. Assim, a arte nesse momento, passa a ser não somente vista dentro dos museus ou dos centros culturais, mas, sobretudo, nas paredes das ruas, nos túneis e nos prédios da cidade. Sem espanto, a arte do grafite, possibilitou a comunicação entre todos os moradores da cidade, a união de muitas culturas que coexistem; em outras palavras, permitiu a fusão entre o Centro e a periferia. Festival em Campos Em julho do ano passado, o I Festival Campos Graffiti, reuniu 20 grafiteiros que tiveram 50 metros de espaço em pontos como: dique do Rio Paraíba do Sul, entre as Pontes Barcelos Martins e General Dutra, numa extensão com cerca de 1 quilômetro para exibirem a sua arte. Os temas desenvolvidos foram dois: Paz e a História de Campos. Fotos: Silvana Rust
Roberta Barcelos
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@natalia.munizz
nataliamuniznutri@gmail.com
Conexão humor com a comida Sentindo-se mal-humorado ou um pouco deprimido? Pode ser que sejam os alimentos que anda comendo! A conexão humor-comida tem sido alvo de recentes pesquisas e muitos especialistas agora reconhecem que certos alimentos têm um poderoso efeito sobre o humor. É lógico. O alimento tem propriedades químicas, vitaminas e minerais. Uma pesquisa recente inclusive mostrou que os nutrientes dos alimentos são precursores de neurotransmissores e dependendo de quais os alimentos que você come, você desenvolve certos níveis desses neurotransmissores, que podem afetar muito no seu humor. Vamos olhar primeiro para os alimentos que podem afetar negativamente o seu humor! SOJA: Os alimentos que contêm substâncias chamadas goitrogens deprimem a função da tireóide. Isto pode levar à exaustão e irritabilidade, entre outras coisas. ALTERNATIVA: Beba leite de amêndoas, nozes ou arroz, por exemplo e procure outras fontes saudáveis de proteína tais como nozes, ovos ou grãos como a quinoa. OBS: Produtos de soja fermentados, tais como tempeh e missô são aceitáveis, porque o processo de fermentação retira as propriedades negativas da soja, então pode comer! REFRI DIET: Muitas pessoas optam pelo refrigerante diet acreditando ser uma escolha saudável. Refrigerantes diet contém altíssimas quantidades de produtos químicos, incluindo adoçantes artificiais causando uma série de questões de saúde, incluindo dores de cabeça e alterações de humor. A novidade é a coca-cola com stevia!! Sim possui menos açúcar mas ainda assim a quantidade excede o valor aceito como recomendação máxima diária de açúcar por dia. A quantidade de sódio é o dobro da coca-cola normal além de possuir ácido fosfórico e corante caramelo, substância com alto potencial cancerígeno. ALTERNATIVA: Beba água fresca ou com gás com um limão espremido! AÇÚCAR: O consumo de açúcar em qualquer uma de suas formas (incluindo xarope de agave ou xarope de milho) fornece uma energia instantânea – a glicose se eleva rapidinho no seu sangue – E aí como a glicose no sangue sobe, seu corpo libera insulina para absorver a glicose/ açúcar. Quando este efeito normaliza e volta ao normal pode ser que você sinta uma brusca alteração no seu humor, se sentindo de alegre à cansado. ALTERNATIVA: Experimente adoçantes naturais, como a Stevia ou Xilitol. CAFÉ: Uma xícara de café parece dar uma levantada e animada no humor! Muitas pessoas dependem de bebidas com cafeína para dar o impulso que precisam para começar o seu dia. A cafeína no entanto, funciona sobre os centros de adrenalina do cérebro e pode provocar ansiedade! E então com toda essa ansiedade pode vir muita irritabilidade e alteração no humor. Portanto cuidado com excessos. ALTERNATIVA: Comece o seu dia com um Suco verde. Ele vai te dar energia sem arriscar o seu humor! Conheça alguns alimentos que podem impactar positivamente no seu humor. FIBRAS: Ingerir alimentos ricos em fibras pode aumentar o nível de serotonina no cérebro, o hormônio que deixa você em paz e felizinho. Alimentos para usar: quinoa, linhaça, aveia em flocos, arroz integral. SELÊNIO: A deficiência de selênio pode levar a problemas de irritabilidade, depressão e tireóide. Ingerir alimentos ricos em selênio melhora a função da tireóide e melhora o humor, mas não exagere! Seu corpo não precisa de muito selênio, procure consumir moderadamente. Alimentos para usar: castanha do brasil e cogumelos. FOLATO (B9): A deficiência de folato tem sido também associada à depressão, uma vez que pode diminuir os níveis de serotonina no cérebro. Alimentos para usar: Vegetais verdes-escuros como rúcula, couve e espinafre além de leguminosas como lentilhas ou feijão. FAMOSO ÔMEGA 3: Um estudo de 2006 da Universidade de Pittsburgh mostrou que pessoas que tinham baixos níveis sanguíneos de ômega-3 no sangue, tinham maior probabilidade de depressão leve. Alimentos para usar: linhaça, nozes, sementes de chia e quinoa. VITAMINA D: A vitamina D é transformada basicamente pelo contato da sua pele com a luz do sol. Por isto que sabe-se que em climas como o inverno, muitas pessoas sofrem de deficiência de vitamina D, o que pode levar a problemas de humor. Devido a isso, muitos especialistas recomendam a suplementação de vitamina D (mas veja um profissional antes!) ou comer alimentos ricos deste nutriente durante o inverno ou em locais que são muito frios e quase não há sol. Alimentos para usar: Cogumelos tipo shitake, ovos e sardinha. GORDURAS BOAS! O cérebro precisa de gordura para funcionar corretamente, imagine que mais da metade do nosso cérebro é feito de gordura. A bainha de mielina, revestimento do braço dos neurônios é constituída em 80% por gordura. Infelizmente, a sabedoria convencional sugere que todas as gorduras são ruins para você, fazendo as pessoas se afastar do consumo deles ficando deficientes em alguns nutrientes essenciais à um cérebro saudável. A gordura também é importante para a pele hidratada e jovem. Alimentos para usar: abacate, óleo de coco, nozes, amêndoas, semente de girassol. MAGNÉSIO: Este mineral tem efeito relaxante que pode ajudar a reduzir o estresse e à melhorar o humor também. Alimentos para usar: vegetais verdes-escuros, alcachofra, folhas de beterraba, amêndoas e feijão. O PODEROSO SUCO VERDE: Como você começa o seu dia faz uma enorme diferença, não é? E não é à toa que se diz há anos que o café da manhã “é a refeição mais importante do dia”. Isto não significa que deve-se comer o que se quer de manhã, pelo contrário, é o momento mais rico para você definir a saúde do seu corpo de um dia inteiro. Caso você ingira alimentos que pesem, elevem muito o açúcar no sangue, isto também irá afetar o seu humor. O poderoso suco verde é a opção perfeita para um café da manhã porque é uma refeição leve que lhe dá toneladas de energia, nutrientes aqui citados e de fácil digestão, sobrando energia
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A Só Pele oferece aos seus clientes, linha completa de coberturas especiais para curativos e estomias Estomias e Protetores Cutâneos
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Missão
Tanzânia
Eu queria ter capacidade pra saber falar o que estou sentindo, mas mais uma vez fui surpreendida. Sei que muitas pessoas se perguntam: o que que essa menina está fazendo lá? E a resposta: nem eu sei direito. De alguma forma Deus me deu essa missão. Ele me designou. Ele quis mais pra minha vida e me deu a chance de vivenciar tudo isso. E eu me entreguei, me joguei, fiz tudo o que pude pra levar no mínimo muito amor pra cada uma dessas pessoas. E aprendi com isso que Deus realmente nos usa como instrumentos dEle. Mas no fim das contas percebi que fiz o que mais deveria ter feito, beijei, apertei, brinquei, sorri e chorei com eles. Estou voltando CARREGADA de amor. Acho que MISSÃO vai muito além de viajar o mundo, doar várias coisas e etc.. como já disse, o propósito de Deus pra minha vida foi vir à África, só que mais que isso, o propósito de Deus pra minha vida foi trazer AMOR à África. E o fiz com integralidade, meu coração tem certeza disso. Então, concluí essa MISSÃO. Não sei se virão outras iguais, deixo por conta de Quem cuida de mim. Sou muito grata por essa oportunidade, por Ele ter deixado eu vir ao Seu encontro, por senti-lo em cada olhar, por ter me feito renascer, por reacender a chama do Seu amor cada dia mais no meu coração, por me dar a chance de poder incentivar as pessoas, por tentar tocar o coração delas pra que elas também façam algo pelo outro. Obrigada Senhor, por me amar TANTO e me trazer até aqui. O cansaço é grande, mas a sensação é de fim de maratona, onde a gente vence nossos limites, e apesar de todos os meus defeitos que só Ele conhece tão bem, estou orgulhosa de mim mesma, feliz comigo mesma e desejando do fundo do meu coração que vocês também sintam isso por fazer coisas boas. Sobre o que aprendi: que Deus está em todas as coisas, que AMOR é o que nos move, que levar um olhar de esperança pra alguém pode salvar uma vida (e essa pode ser a sua missão), que fazer algo extraordinário pra você vai ser o maior aprendizado que a vida vai te dar, que não se acomodar nas “circunstâncias” que ela nos proporciona faz você ser VIVO e não apenas viver, que quando fazemos pelo outro, fazemos muito mais por nós. Que “a medida que deixamos nossa LUZ brilhar, damos permissão para os outros fazerem o mesmo”, que na vida não somos o que temos, mas o quanto somos gratos por tudo, que Deus nos dá oportunidade de mudar e tornar nossa vida mágica em apenas um momento onde você diz “sim” ou “não” pra Ele. Que quando você enche seu coração de Deus, menos apertado ele fica. Que não é preciso um momento específico para melhorar o mundo, isso começa em você. Eu vou voltar pra minha vida normal agora, pro meu trabalho, meus looks e postagens, mas vou voltar cheia do Espírito Santo, e peço muito a Deus que Ele deixe junto com isso tudo eu levar um pouquinho dEle, pra que eu consiga cada dia mais espalhar Seu amor. Espero que eu tenha conseguido tocar o coração de vocês com essa missão, pois esse era meu desejo diante de Deus, que pudesse transmitir só sentimentos bons e puros para todos, e Ele honrou. Aí vai meu conselho: “procure sentir Deus palpitando dentro de si, na vida que pulsa em seu coração, nos pensamentos que habitam seu cérebro. Não tenha medo, porque Deus está permanentemente dentro de você. Siga seu caminho, confiante, grato e sereno, e descobrirá Deus em tudo.” Portanto, vale a pena entregarmos nossas vidas para Ele agir por nós e através de nós! Eu fiz essa jornada incrível na companhia de pessoas escolhidas por Deus para essa obra. De Campos, o Pastor Manoel e sua esposa Jane Pinto lideraram o grupo com um amor único e contagiante. As lindas dentistas Mariana Estefan, Renata Barra e Bianca Ressiguier, juntas com o incansável Dr. Rodrigo Cerqueira, fizeram um trabalho que pode-se dizer divino. Fábio Paes, João José e Laureci Santos sempre por perto para dar todo apoio necessário em tudo. Um grupo que fez toda diferença na minha vida e na daquele povo. Vindos dos EUA, o Pastor líder da Missão, Julio Pinto e sua linda e cativante esposa, Cleide. Também de lá as queridas Ruth, Celinha e Vanessa. De São Paulo, Damáris e a Pastora Danielle e de Goiás, o também querido Túlio. Por fim, quem nos recebeu com todo carinho e dedicação na Tanzânia foram os missionários Paulo e sua esposa Giseli. Teria muita coisa para falar de cada um, mas pecaria pela incapacidade de expor tudo que senti. Fica então o desejo de continuar nessa jornada, até onde meu Pai quiser me levar. E posso te falar? Tem espaço pra você também...
CRM:52530660
MICROAGULHAMENTO PARA ALOPECIA ANDROGENÉTICA Alopecia é o termo médico utilizado para expressar perda generalizada ou localizada de cabelos, pelos ou barba, no ser humano. O tipo de alopecia mais comum é a androgenética, conhecida também como calvície. Ela se apresenta cedo, no início da puberdade, e dependendo do grau de evolução pode mostrar áreas com redução dos cabelos já na adolescência e acomete ambos os sexos. Um novo procedimento tornou-se coadjuvante no tratamento da Calvície: o microagulhamento. A técnica consiste em produzir furos minúsculos no couro cabeludo através de um sistema de rolamento que contém inúmeras microagulhas,. A ação, que gera microlesões na região tratada, estimula a regeneração celular por meio do processo de cicatrização e a proliferação de células-tronco. O procedimento deve ser realizado pelo médico dermatologista e normalmente são associados medicamentos orais. Cada sessão leva cerca de 20-25 minutos. Os pacientes têm apresentado uma melhora na resposta de crescimento capilar, perceptível após 8 a 10 sessões, o que corresponde de 3 a 4 meses de tratamento.
Dra. Ana Maria Pellegrini
Edifício Medical Center Rua 13 de Maio nº 286 - Sala 12 Tel: 2733 4211
CAPITร O MIROVEU, Joilza Rangel e Salvador Marques que foi homenageado no 2ยบ Companhia de Infantaria
@priscylabezerra
Ambiente
Fashionista
Grifado Por Lucas Barbosa
A bota over the knee surgiu na década de 1960, junto com as minissaia e quando os vestidos tiveram seu comprimento diminuído. Elas vieram para não deixarmos as pernas a mostra e fazem isso de forma genial. Este modelo acima do joelho também é conhecida como cuissarde, representando um estilo sexy e ousado, como também dramático. O momento ideal para colocarmos este modelo na rua é na estação mais fria do ano, então, se joga e escolha uma cor que vai combinar melhor com o seu armario. Boa sorte.
Bom Apetite
Quem vai para a serra capixaba mais conhecida como Pedra Azul, onde encontramos a rodovia mais romântica do Brasil, a Rota do Lagarto, dificilmente sai de lá sem apreciar a boa cozinha do restaurante Alecrim. Além de mega charmoso e com decor intimista, o Alecrim literalmente nos conquista pela boca. Com cardápio extenso e variado, ótima carta de vinhos e atendimento impecável, o Alecrim recebe super bem tanto os casais em lua de mel, quanto uma turma de amigos com sede de um bom papo. Tipo de restô que deixa saudade, sabe ?
Passo a passo
O ideal seria limpar os materiais após o uso ou, pelo menos, uma vez por semana, para evitar a proliferação de bactérias e fungos. Para isso, existem produtos específicos, soluções higienizadoras, no mercado. Uma outra alternativa é fazer a limpeza com água fria ou morna e shampoo neutro e, em caso de pincéis de cerdas naturais, utilizar também condicionador. É importante lembrar sempre de três passos importantes: 1) Lave somente as cerdas. Molhar o cabo com água ou produtos de limpeza estraga o material e pode danificar os pincéis; 2) Faça movimentos circulares bem de leve com as cerdas, para evitar que embaracem. 3) Para finalizar, enxágue as cerdas e deixe-as secar ao ar livre sobre uma toalha, mas protegido do sol. Nunca deixe seus pincéis secando em pé, pois a umidade pode descer pelo cabo e acabar danificando a madeira. Logo, deixe secar na horizontal ou de cabeça para baixo.
Dra Paula Marsicano Dermatologista CRM 52-815861 Atendimento
Clínica Pró-vida - Rua Barão de Miracema 167 / 22 2736 9800 Campos dos oytacazes.RJ Clinica Renova - Av Pelinca 330 Tel 2733 9694
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30 DE ABRIL A 06 DE MAIO DE 2017
COLUNA PET Assistência Veterinária
Protocolo de Vacinação para Cães e Gatos Vacinação para Cães A recomendação é que o protocolo de vacinação para filhotes de cães sadios tenha início de 6 a 8 semanas de idade para prevenção contra Cinomose, Hepatite Infecciosa Canina, Adenovírus Canino Tipo 2, Coronavírus Canino, Parainfluenza Canina, Parvovírus Canino e Leptospirose Canina, sorotipos presentes na maioria das vacinas conhecidas no mercado como “V8” ou “V10”. Como a presença de anticorpos maternos interfere no desenvolvimento da imunidade ativa, os filhotes de cães devem ser revacinados a cada 3 ou 4 semanas até completarem pelo menos 12 semanas de vida. Cães com idade acima de 12 semanas devem receber uma dose de V8 ou V10 e uma segunda dose 3 ou 4 semanas depois. A resposta adequada ao protocolo de vacinação escolhido é diretamente ligada à competência imunológica de cada animal. Por isso, antes de iniciar a vacinação, os filhotes devem ser avaliados numa consulta médica pelo seu médico veterinário de confiança. Essa primeira consulta tem uma importância primordial, que é ter a certeza de estarmos vacinando somente cães saudáveis, o que irá refletir decisivamente na resposta imunológica vacinal esperada. A partir da primeira dose o animal deve retornar ao Médico Veterinário mensalmente, pelos próximos 2 a 3 meses, para o reforço da vacina V8 ou V10 (total de 03 a 04 doses, variando na maioria das vezes pela raça do animal), assim como para a vacina contra a Gripe Canina (Adenovírus Canino Tipo 2, Parainfluenza Canina e Bordetella Bronchiseptica – também 02 doses), vacina contra Giardíase (02 doses) e, no último mês, depois de 4 meses de idade, para a vacina em dose única contra a Raiva. Neste período você também receberá todas as informações necessárias de manejo e dos cuidados de medicina preventiva, que serão de extrema importância para a qualidade de vida e a longevidade de seu animal. A partir de então, o animal deverá ser vacinado anualmente com uma dose de cada vacina (V10, Bordetella, Giárdia e Antirrábica). Cães que vivem em áreas endêmicas para leptospirose ou têm contato com roedores rotineiramente, devem receber o reforço anual contra Leptospirose intercalada depois de seis meses da vacinação anual.
copenia Felina e por Chlamydia Psittaci, presentes na vacina conhecida como Quádrupla Felina. Como a presença de anticorpos maternos interfere no desenvolvimento da imunidade ativa, como já expliquei antes, os filhotes de gatos devem ser revacinados a cada 3 ou 4 semanas até pelo menos 12 semanas de idade. Gatos com idade acima de 12 semanas devem receber uma dose de vacina e uma segunda dose 3 ou 4 semanas depois. Para gatos de origem desconhecida ou animais de rua, recomendo, antes do início da vacinação, o exame de sorologia para as doenças FIV/Felv Felina (Vírus da Aids Felina e Leucemia Felina), devido à alta prevalência e gravidade dessas doenças para os felinos.A partir da primeira dose de vacina, o animal deve retornar ao Médico Veterinário mensalmente pelos próximos 2 a 3 meses para o reforço da Vacina Quádrupla Felina e, no último mês (depois de 4 meses de idade), para a vacina em dose única contra a Raiva. A partir de então, o animal é vacinado anualmente, com uma dose única de Vacina Quádrupla e uma dose de Vacina Antirrábica.
Amora esperando na janela ...
Ziah curtindo o final de semana
Maiden curtindo a praia Vacinação para Gatos A recomendação é que o protocolo de vacinação para filhotes de gatos sadios tenha início em 6 a 8 semanas de idade, como auxiliar na prevenção das doenças causadas por vírus da Rinotraqueíte, Calicivirose, Panleu-
Um close no Flash
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30 DE ABRIL A 06 DE MAIO DE 2017
O Sim de Bruna Marchetti e Diogo Assed Bastos. Um louvor à fé e à emoção!
candinhovasconcellos@gmail.com
CANDINHO VASCONCELLOS
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O casamento de Bruna e Diogo foi orquestrado por emoção e requinte. Vamos começar descrevendo a cerimônia religiosa. A suntuosa Paróquia Nossa Senhora do Brasil, no Jardim Paulista, estava de tirar o fôlego! Mangas em cristal com velas eram sustentadas por arranjos arrojados de lírios, hortênsias, Lisianthus blank, acácias, açafrão luz, jasmim, glicíneas e orquídeas, deixando rastros de perfume. Uma beleza incontável! A orquestra e o coral Del Chiaro interpretaram apoteoticamente cânticos com arranjos diferenciados. Tenho que registrar a beleza e elegância das mães dos noivos. Maria Helena, mãe de Diogo, envergava modelo em cinza e rosa bispo em tela bordada do atelier Carol Hungria. Conceição Aparecida, mãe de Bruna, alinhadíssima em verde esmeralda. Chegava o grande momento. Os sinos da paróquia anunciaram a chegada de Bruna. Ela estava lindíssima ao lado do pai Daniele Marchetti. Vestia uma criação do atelier paulista Geraldo Couto, em renda francesa com trabalho geométrico e mantilha. Nas mãos, buquê de flores em branco e rosa e terço. Ao som da Marcha Nupcial ela atravessou a nave ao encontro do seu noivo Diogo. Momento lindo! O casal foi abençoado pelas palavras do evangelho, trocaram alianças, fizeram as juras de amor e comungaram. Ao fim da cerimônia, cumprimentaram os padrinhos e pais e deixaram a igreja em direção ao salão Buffet França. Os convidados não tinham como segurar a boca tal eram as inúmeras delícias disponibilizadas no buffet. Os garçons super alinhados serviram as bebidas: Whisky, Champagne, Minerais e água. Um grande bar montado a beira da pista bombou com seus drinks coloridos e de um paladar diferenciado.
Os pais da noiva: Conceição Aparecida e Daniele Marchetti
Os pais dele: Maria Helena e Ricardo Gomes Bastos
Os noivos Bruna Marchetti e Diogo Assed Bastos deixando a Paróquia Nossa Senhora do Brasil em direção ao Buffet França
Alinhada: Denise Abud
Padrinhos: Regina e Luiz José de Souza
O buffet Um luxo! Rosas de Salmon Fumée com molho Dill, Creme de Funghi à Vitório com amêndoas e biscuit de Parmesane, Juliene de damascos, Crispy de presunto crú e molho picante, Trio Robuchon com crocante de legumes, Namorado ao forno com crocante de castanha do Brasil, Veloutée de champagne com uvas verdes e fios dourados de poró, camarão crocante à vitória com laranja e gengibre, entre outros. Sobremesa Foi montado um buffet de sobremesas para esquecer as calorias. Composição de frutas vermelhas quentes com calda de amarenas, Tarte Tatin com calda quente de caramelo e amêndoas, Brigadeiro belga crocante no réchaud, Sorvete de leite ninho com calda de nutela, Sorvete de doce de leite com macadâmia caramelada, Mil folhas com creme patissier e frutas vermelhas e Torta de coco com ovos moles com tiras largas de coco queimado. Uma overdose de delícias.
A festa
O Dj Cardinho Cabral e a banda Evolution animaram a pista todo o tempo. Uma alegria contagiante. Os noivos dançaram sem parar entre flashes e flashes. Deve-se ressaltar a animação numerosa da família Assed. Presença de amigos campistas e da cúpula médica paulista. Lua de Mel Os noivos seguiram na segunda para as Ilhas Maldivas e Dubai.
Karla Assed e André Barbosa
Aparecida e Frederico Barbosa
Silvia e Magid Abud
Lara Assed Martins e Luíza Assed de Souza
Silvia e Rodrigo Munhoz
Observação Há muito não se via um casamento com profusão de qualidade nos serviços e na execução deles. Gente bonita e rigorosamente bem vestida por metro quadrado. Foi um sucesso! Foi apoteótico! Amei a oportunidade de participar desta noite mágica.
Soraya e Leonardo Barroso
Nathália e Carlos Gicovate
Padrinhos: Natália e Rafael Abud
Marcia e Telmo Braga
Emília e Eduardo Chacur
Martinha e José Cláudio Poppe
Juliene e Rodrigo Carvalho
Fátima e Elias Assed
Flavia e Alexandre Assed
Fatima e Antônio Luiz Serra de Souza
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30 DE ABRIL A 06 DE MAIO DE 2017
Nós somos apenas os que com duras penas gostamos de dar lugar aos poemas...
A beleza da nova geração na miss Júlia Machado Tavares.
Paula de La cava um show nas lentes de Rafaela Soares.
Nos jardins de Paris o médico Igor Bogado.
. NOVELO Ah!!! Se eu pudesse ser um novelo de linha... Pra desenrolar a sua Pra enrolar na minha... E quando a mão enrugada Pegasse a linha guardada... Ela estivesse aninhada Redonda feito lua E dela saltasse fios E dela pulassem filhos E dela envolvesse a nua História dos meus brilhos... Laura Neves lindamente fotografada por Rafaela Soares.
O fotógrafo “viajante” - André Lucas!
Viviane de Aquino recebendo o vento abençoado de Atafona!
O verão não acabou para a bela Latife Hadad!
Malu Gama uma boneca super fashion!
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30 DE ABRIL A 06 DE MAIO DE 2017
@ju_ribeiros
Minha noiva linda de viver, Júlia Bohrer e Guilherme Assumpção no dia do sim, sob as lentes da maravilhosa Tati Pinho. Os detalhes fazem mesmo a diferença! Vestido inspiração, laço de princesa e energia contagiante. Adorei fazer parte desse sonho.
Fernanda Renó Maia colecionando destinos.
É muito estilo, né Igor Gomes? :)
Que onda: surfando na Indonésia, Simão Mansur, Héctor Correa e Em recente viagem ao Brasil, Thiago Crespo eterniza mais Hyuri Correa. um cenário de cartão postal.
A capixaba Isadora Smith enriquecendo a paisagem. Isabela Taveira, naturalmente linda.
Turma boa no Moto Club: Breno Romano, Natanael Fernandes, Heitor Haddad e Nickolas Crespo.
Que tiro! Suelen Guimarães e Thalita Pereira.