Jornal Terceira Via ed180

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CAMPOS DOS GOYTACAZES, RIO DE JANEIRO • 05 A 11 DE ABRIL DE 2020

Nas bancas por R$ 1,50

NÚMERO 180 Fotos: Carlos Grevi

Gentileza gera

gentileza Boas ações em tempos de crise

ESPECIAL CORONAVÍRUS

CAPA

Os desafios de viver em distanciamento social

Quarentena altera as relações familiares e sobrevivência de empresas

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TENDÊNCIA

LOOK

DOMINGUEIRA PÁGINA 03

Prefeitáveis falam sobre os desafios na infraestrutura

AloysioBalbi

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Vírus adia safra O coronavírus está realmente provocando um brutal embaraço na economia de Campos. A Coagro vai ter que adiar o início da safra que deverá ficar para junho. Isso porque teve que mandar para a quarentena experientes funcionários do parque fabril de Sapucaia, porPÁGINA 04 que muitos estão no grupo de risco. ALEXANDRE TADEU (REP)

CAIO VIANNA (PDT)

CLÁUDIO RANGEL (PMN)

GIL VIANNA (PSL)

LESLEY BEETHOVEN (PSDB)

MARCELO MÉRIDA (PSC)

RAFAEL DINIZ (CDN)

ROBERTO HENRIQUES (PPL)

Bolsonaro ' sobe a montanha' do risco Enquanto o Brasil está preocupado com a catástrofe do coronavírus, que como adverte o ministro da Saúde está "subindo a montanha", o presidente Bolsonaro, em momento de tamanha gravidade, escala sua própria montanha e pode colocar o mandato em risco ao contrariar os protocolos adotados pelo mundo inteiro e ampliar a resistência junto à imprensa com frequentes PÁGINA 05 embates.

Índices de violência caem na quarentena

Autoridades apontam que a redução de pessoas nas ruas fez cair número de crimes

Segurança | Mesmo com poucas pessoas circulando, policiamento segue reforçado @nataliamuniznutri

Dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) mostram uma diminuição nos crimes em Campos, na 1ª quinzena da quarentena da Covid-19, no período de 16 à 30 de Março de 2020, em comparação ao mesmo período de 2019. O tenente-coronel Luiz Henrique Monteiro, comandante do 8° Batalhão de Polícia Militar (BPM) em Campos, esclareceu que os boletins de ocorrências estão sendo feitos on-line por conta do coronavírus. Segundo ele, o que pode estar acontecendo é uma subnoPÁGINA 09 tificação dos casos.

nataliamuniznutri@gmail.com

O que fazer para reforçar a

imunidade? PÁGINA 05

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O Jordan da Fórmula 1 que Rubens Barrichello competiu em 1994

Flavinha Barroso Bittencourt PÁGINA 12



Especial Covid-19 e a rotina no isolamento PÁGINA

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05 A 11 DE ABRIL DE 2020

Campistas relatam incertezas diante da pandemia e usam a criatividade para manter as crianças em casa

Fotos: Carlos Grevi

Da Redação A população mundial se vê de frente para um cenário totalmente atípico e inesperado. A pandemia do novo coronavírus instalada em diversos países também chegou à cidade de Campos. Até a última sexta-feira com um caso de Covid-19 confirmado e pouco mais de uma dezena de suspeitos, as medidas de isolamento social já foram tomadas e vão se estender por mais tempo. Com o comércio fechado, aulas suspensas e muita gente em casa, a ansiedade e a preocupação aumentam. Nessa reportagem, constam relatos de dramas pessoais bem próximos da realidade de muitos. Mas, diante de situações como essas é preciso pensar também na saúde mental. Em meio ao caos de um momento tão delicado e desafiador, nossos entrevistados se apegam na esperança de dias melhores. Idosos no grupo de risco Quem também teve a sua rotina alterada por conta do novo coronavírus foi o casal de idosos Ângela Maria Gomes e Ruy Gomes. “Gosto de ir à padaria e de estar na frente de casa conversando com os vizinhos. Estou bastante assustada e sei que pertenço ao grupo de risco. Por isso, eu e meu esposo estamos em casa. Quando precisamos de algo, pedimos ajuda aos nossos filhos e netos”, con-

Cuidados | Ângela e Ruy Gomes estão isolados em casa, falando com os parentes via internet e mantendo todas as medidas de prevenção, já que eles fazem parte do grupo de risco

tou a professora aposentada. Já seu esposo, que é militar da reserva, conta que está sem poder ir ao quartel do exército para procedimentos de praxe. “Todos os anos, no mês do meu aniversário em abril, preciso ir ao quartel para comprovar que estou vivo. Porém, eles suspenderam o serviço”, desabafou.

Desemprego e drama financeiro A instabilidade gerada pela paralisação de comércios e indústrias para tentar conter o avanço do novo coronavírus no Brasil e no mundo vem deixando quem trabalha de carteira assinada assustado com as consequências da doença. Como é o caso da Giulia Sousa, de 29 anos, que começou a trabalhar como publicitária em um estabelecimento comercial de Campos em 2019 e acabou perdendo o emprego em março passado. “Não vou dizer que eu esperava, mas também não fui totalmente pega de surpresa. Entendo que é uma medida necessária para que algumas empresas possam continuar sobrevivendo”, explicou a publicitária. Mas, o que fazer nesse período? Para Giulia, manter a mente ocupada é o maior aliado durante o tempo que está em casa de quarentena. “Eu não sabia que ia ser tão difícil lidar com tanto tempo livre. No ramo publicitário, pode ser final de semana, mas sua mente continua desenvolvendo novas ideias. Agora, tenho que achar novas coisas para focar a atenção. Espero que após essa pandemia, os trabalhadores que foram prejudicados possam recuperar seus empregos e que continuem batalhando pelos seus

Sem emprego | Giulia Sousa

objetivos que tiveram que forçadamente ser postergados”, finalizou. Academia fechada Pela primeira vez, em 21 anos de atividades, a professora de educação física e empresária Daisy Bravo fechou as portas da academia de natação que administra. O novo coronavírus afastou os alunos idosos e também os mais jovens. Sem aulas, não há como receber o dinheiro das mensalidades que pagam as despesas e os salários de sete profissionais. A pandemia ajudou a afogar uma rotina financeira equilibrada. "Paguei o salário de

Crianças em casa Uma das primeiras e principais medidas de prevenção no Estado do Rio de Janeiro foi a suspensão das aulas nas instituições de ensino. Desde então, crianças e adolescentes permanecem em casa, o que gerou uma grande mudança na rotina das famílias. Nessa hora, a criatividade é fundamental. A empresária Fernanda Trindade que o diga, mãe da pequena Berenice, de 3 anos. Ela estava acostumada a investir as horas em que a filha ficava na escola para trabalhar e também contava com a ajuda de uma empregada doméstica. A alternativa que encontrou foi criar brincadeiras interativas. A hora do banho, por exemplo, tornou-se um momento de lazer. “É a hora da pintura. Usamos tinta guache e deixo que ela desenhe nas paredes do box. Também brincamos de pet shop e supermercado. Essas adapmarço com uma reserva que tinha. A partir de abril, não sei como será", diz. Com o isolamento social, a academia está fechada. Antes, funcionava de 6h30 às 20h, de segunda a sexta com sessões de hidroginástica e hidroterapia. "Apesar de fechada, as despesas continuam. Estou sem expectativas. Ainda me sinto privilegiada por ter onde morar e como comprar comida. Mas, sem trabalhar, as coisas podem piorar", acredita, Daisy Bravo diz se apoiar na espiritualidade e no otimismo para encarar este período.

tações são trabalhosas, mas também muito divertidas”, disse Fernanda. Apesar das mudanças na rotina, algumas mães têm tirado bons proveitos desse momento de reclusão. A professora Patrícia Alves, que também foi dispensada do trabalho durante a “quarentena”, tem utilizado o tempo livre para passar mais tempo com seus dois filhos, Ivan, 11 anos, e Afonso, de 9. O novo e grande desafio, segundo ela, tem sido lidar com o tédio dos meninos que não têm mais a interação social que tinham. “Antes, além de irem à escola, eles brincavam com os vizinhos e iam à casa dos amigos. O que eu e o pai deles temos feito é dedicarmos ainda mais tempo a eles. Também deixo que eles liguem para os amigos, para que os laços sejam mantidos. A mudança já aconteceu e a adaptação é necessária”, concluiu.

Obstetra | Dra. Thayanna atua na triagem

Passatempo | Os irmãos Ivan e Afonso alternam entre a bola e o videogame

Cuidado com a Saúde Mental

Otimismo | Daisy Bravo e Zenira Netto

Na linha de frente Os profissionais da saúde estão todos mobilizados, no objetivo de minimizar os impactos da Covid-19. Em Campos, os médicos concursados de diversas especialidades foram convocados para atuar no Centro de Controle e Combate ao Coronavírus. Como é o caso da Dra. Thayanna Alves Matsuda, obstetra, que hoje está no setor intermediário, de triagem, apurando se os pacientes com sintomas que foram vistos pela enfermagem precisam ser internados ou não. Ela admite que a mudança trouxe preocupação, já que possui um filho de pouco mais de um ano. O receio era justamente a exposição da criança ao vírus, pois o marido, também médico, estaria atuando nos

Brincadeiras | Fernanda estimula a filha Berenice com criatividade

hospitais nesse momento de pandemia. "Eu pensei em desistir por ele ser muito pequeno e por eu estar sem ajuda para cuidar dele. Mas, eu sou médica e refleti que essa é a minha função nesse momento", ressalta. A obstetra relata também que segue fazendo o acompanhamento das gestantes através de visitas domiciliares, enquanto o consultório está fechado. "Estou fazendo somente pré-natal e atendendo em casos especiais. Nós estamos dando o máximo para que tenhamos o menor número de pessoas contaminadas. Quando tudo passar, vamos ter orgulho de ter feito parte disso e de ter contribuído para a saúde da nossa população”, acrescenta.

A preocupação com o futuro, o desemprego, o estresse com as notícias e o isolamento social podem contribuir ou agravar problemas psicológicos. Para lidar com a situação é preciso cuidar da saúde mental também. A psicóloga Camila Medina acredita que frente ao panorama da pandemia é necessário sim ficar em casa. Porém, ela reconhece que esse cenário pode ser problemático para o emocional. “Se encararmos e conduzirmos o isolamento social como algo terrível, nossa saúde mental realmente ficará prejudicada. Por isso, para manter nosso psicológico sau-

dável, é necessário que criemos estratégias para nos ocupar nesse período. Pode ser a hora de aprender um novo idioma, pegar dicas de exercícios físicos para serem realizados em casa, aprofundar seus conhecimentos em uma área que te desperte curiosidade. É momento de passar horas ao telefone com os amigos e familiares. Agora, caso note que as notícias estão te deixando assustado demais, tente reduzir a quantidade de informações. Mas, se o desconforto emocional persistir, procure um psicólogo. Grande parte está realizando atendimentos online”, assegura.

Especialista | Camila Medina dá dicas para manter o psicológico saudável


AloysioBalbi Com Girlane Rodrigues

STF pode adiar royalties O prefeito Rafael Diniz, atual presidente da Ompetro, entidade que reúne os municípios produtores de petróleo vai centrar forças no sentido de que o Supremo Tribunal Federal – STF- adie o julgamento da chamada partilha dos royalties do petróleo no âmbito nacional que, se aprovada, prejudicará principalmente o estado do Rio de Janeiro e seus municípios produtores. Diniz acha que em meio a esta pandemia esse não seria emocionalmente o melhor momento para julgar essa matéria. Eleições podem ser adiadas Essa coluna há três semanas alertou que as eleições municipais deste ano poderiam ser adiadas por causa do coronavírus. O faro estava correto e o assunto já está sendo discutido por ministros do Tribunal Superior Eleitoral, o TSE. Mas os ministros descartam a possibilidade de adiar as eleições para o ano que vem. Desta forma, na pior das hipóteses, as eleições seriam em dezembro. Com o novo coronavírus, a campanha deverá mais do que nunca ser restrita às redes sociais. Duas rodas Com a onda do delivery por causa da situação atual, os motoboys em Campos estão faturando como nunca, e isso vai continuar enquanto vigorar o chamado isolamento social. Na contramão desta tendência, os motoristas de aplicativos, que em tempos normais faturavam mais, estão agora contando moedas. Só da motoboy. Sem risco Não existe risco de desabastecimento no comércio varejista, principalmente de comida, em Campos e no estado do Rio de Janeiro. Quem garante isso é o empresário campista, Joilson Barcelos, presidente da Associação de Atacadistas e Distribuidores do Estado do Rio de Janeiro –ADERJ- com sede no Rio de Janeiro. Segundo Joilson, esse risco no momento está completamente descartado. Ao som da Viradouro O prefeito de Niterói, Rodrigo Neves, aproveitou a quarentena para higienizar todas as ruas e avenidas da parte central da cida-

Opinião

de. A criatividade falou mais alto: os caminhões pipa com jatos supermodernos, eram acompanhados de um carro de som que tocava o samba enredo da Viradouro, campeã do carnaval do Rio deste ano. E o samba fala “ensaboa mãe”. Muito bom. Trouxe alegria para a cidade. Vírus adia safra O coronavírus está realmente provocando um brutal embaraço na economia de Campos. A Coagro vai ter que adiar o início da safra que deverá ficar para junho. Isso porque teve que mandar para a quarentena experientes funcionários do parque fabril de Sapucaia, porque muitos estão no grupo de risco. A boa notícia é que o presidente da Coagro, Frederico Paes, por causa da generosidade de São Pedro, que mandou muita chuva, espera uma boa safra para esse ano. Seminovos O jornal O Globo apontou Campos como a melhor cidade do estado para quem procura carros seminovos. A reportagem mostra que as concessionárias estão torrando o estoque e os preços são vantajosos. Leva-se em conta o fato de Campos estar 40 quilômetros afastado da maresia, ao contrário do que acontece em cidades litorâneas. É preciso explorar mais isso. Sacada music Em tempo de confinamento, o maestro Hodyllon Martins, tem alegrado as noites dos vizinhos do prédio onde mora, na rua Coronel André Chaves, no Centro.Na sacada do seu apartamento, quase todas as noites, ele faz um concerto solo com o seu violino, trazendo um pouco de alegria nestes dias tão difíceis. Delivery Campos A Câmara de Dirigentes Lojistas – CDL- de Campos lançou na sexta-feira passada o Delivery Campos. A entidade disponibiliza em seu site, cadastro para as associadas informarem o que estão oferecendo. Uma ideia criativa em tempo de mobilidade zero. Em um único dia, dezenas de empresas se cadastraram e vão poder oferecer seus produtos com entrega à domicílio.

Mudança de Hábitos

Assim como a grande maioria das cidades brasileiras e do mundo, Campos sente os efeitos da maior pandemia desde a febre espanhola, no século passado. O coronavírus fechou comércio, suspendeu aulas e isolou as pessoas. Um cenário que poucos poderiam pensar um dia estar nele, principalmente os mais jovens. As mudanças de hábitos foram imediatas e sem tempo para uma preparação. O convívio social foi interrompido até mesmo nas famílias. Pessoas que passavam antes, menos de 10h por dia em suas casas, agora estão pelo menos há duas semanas confinadas nelas. E pelo visto ficarão até que as autoridades de Saúde encerrem pelo menos parcialmente o fim da quarentena. Se por um lado as famílias têm mais tempo para a convivência, por outro lado essa convivência é tensa, pois do lado de fora existe o fantasma de uma doença invisível sobre a qual a comunidade científica conhece muito pouco. Crianças proativas em apartamentos, sendo obrigadas a manter uma distância

cautelar dos adultos, certamente terão cicatrizes de infância, o que vai além do trauma. Em tempo de informação instantânea e muito entretenimento virtual, está sendo possível suportar o isolamento. Quem mora em apartamentos e não pretende se expor tem informações de como manter suas atividades físicas. Quem pode, trabalha em casa, como um dia se imaginou ser no futuro. A reportagem Especial de hoje trata exatamente desta mudança de rotina e como sobreviver a quarentena superando o natural estresse. Existe um amplo cardápio de opções para atividades diversas e que pode ajudar se seguido à risca. Não sabemos quanto tempo isso vai levar, mas enquanto levar temos que ir levando como diriam os mais jovens. Todos devemos estar prontos para quando isso passar, pois iremos encarar um mundo novo e não sabemos se ele será admirável ou não. Não sabemos ao certo como caminhará a humanidade, mas sabemos que nada mais será como antes.

E

Continue em casa

stou em casa há vinte dias. Durante esse período, logo no primeiro dia, fui ao banco para inserir o aplicativo que tem me ajudado bastante a resolver questões práticas. Logo eu que nunca quis aderir aos aplicativos bancários, embora minha amiga Bete (É assim mesmo que escreve e ela faz questão dessa grafia) sempre insistisse sobre as vantagens do uso. Realmente, Bete! Os tempos são outros e precisamos caminhar par a par com essas mudanças e inovações. Por falar nisso, conversando com minha filha Pity, (Só chamo de Janaína quando estou zangada com ela) disse que não estava satisfeita com o atendimento de determinado banco e que, no passado, era diferente. Pity, muito “antenada” com todas as questões, adiantou: “Mãe, hoje eles não estão ligando para o tempo de relacionamento com o banco e mesmo se você deu ou não prejuízo ao banco no passado. Hoje o que manda é o dinheiro. Tem dinheiro ótimo, não tem, nada feito. Antiguidade e boas referências não têm mais o mesmo valor de antes”. Essa conversa foi no final de 2019. Hoje, abril de 2020, quando o mundo atravessa a terrível pandemia causada pelo coronavírus, o dinheiro continua tendo o mesmo valor? Há muito o que pensar. Sabemos que a covid19 não distingue classe social, gênero, raça e, pelas últimas informações, idade, embora os idosos apresentem maior letalidade. Sabemos também que essa doença entrou, no Brasil, por meio das classes alta e média. Entrou pelos aeroportos. Desse modo, muitas pessoas com um bom poder aquisitivo sofreram e/ou perderam a vida infectadas pelo vírus. O dinheiro não deu conta de salvá-las, não só aqui como no mundo. Por outro lado, o dinheiro faz uma grande diferença, principalmente, para aqueles que possuem empregos informais. Esses são os mais vulneráveis à crise, entre outros. Trabalhadores sem carteira assinada respondem por 40% do mercado, segundo pesquisas. Acredito que ninguém passará incólume. Todos nós seremos afetados de um modo ou de outro. Trata-se de uma crise não só de saúde com também econômica, social, podendo, em alguns países, ser também política. Não há como prever a sua extensão e consequências. Precisamos nos preparar. Com certeza, o mundo não será mais o mesmo. Mas isso é assunto para outro texto. Muito se tem discutido sobre o isolamento social e seus impactos sobre a economia. A vida é a prioridade. Se voltarmos ao mesmo ritmo de vida, milhares de nós serão infectados, o sistema de saúde entrará em colapso rapidamente e, os efeitos, na economia, serão muito piores. Acreditem: a vacina que temos, no momento é o isolamento, a quarentena, o distanciamento social como queiram chamar. Vamos seguir as orientações da Organização Mundial da Saúde e do Ministério da Saúde. Isso por que, se quisermos fazer um bom churrasco, devemos consultar um bom churrasqueiro, mas em relação a uma pandemia, temos que seguir os órgãos afins, os pesquisadores, os especialistas, os médicos, enfim as autoridades no assunto. Nesse caso, não cabe opinião e sim fatos, dados, conhecimento acadêmico, ciência. Porém, na contramão disso tudo, vimos o presidente da nação divulgando ideias sobre confinamento do tio do churrasquinho, haja vista suas publicações e falas. Por fim, continuemos em casa até segunda ordem de quem realmente sabe.

As mensagens do Covid 19 Cláudio Andrade - Vereador de Campos dos Goytacazes

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chegada do coronavírus ao Brasil está sendo determinante para que esqueçamos a nossa vida passada e nos concentremos na vida nova, que ainda não sabemos quando irá acontecer. Além dos problemas atuais, trazidos pelo vírus, muitos outros foram descortinados e demonstram que nossos governantes nunca foram cuidadosos com os problemas sociais e não investiram o mínimo necessário nos estudos científicos. Com uma enorme quantidade de comunidades carentes, com grupos familiares sem água potável e esgoto tratado, o coronavírus tem condições de se alastrar de forma absurda nessas localidades. O covid 19 provou que a vida é nosso bem maior e quando ela está ameaçada há a necessidade de trabalharmos conjuntamente, visando reduzir mortes e, para isso, os setores públicos de saúde precisam estar aptos. Nunca se discutiu tanto sobre respiradores mecânicos, leitos de UTI, e Equipamento de Proteção Individual, o EPI. Jamais estivemos diante de um medo global, real e perigoso. Por outro lado, estamos assistindo a uma imprensa que cresce a cada dia. Vários canais de televisão estão com jornalistas se

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desdobrando na busca das melhores informações, sejam elas boas ou ruins. No caso das notícias acerca do Covid 19, precisamos entender que não cabe ao jornalismo ser um mecanismo de calmaria, como se a imprensa tivesse a obrigação de achatar a curva do coronavírus. Quem fará isso somos nós com o isolamento social, lavando as mãos e obedecendo as regras dispostas pela Organização Mundial de Saúde. Dificilmente teremos uma vida igual a que tínhamos há um mês em nosso Brasil. Muita coisa vai mudar, hábitos serão modificados, as relações serão repensadas e isso nós precisamos entender de uma vez por todas. As relações políticas precisam amadurecer. Não há mais espaço para comportamentos fundamentalistas de direita e esquerda e sim de ações propositivas e conjuntas com um objetivo único que é salvar vidas. A polêmica em relação à abertura do comércio precisa ser debatida sem esquizofrenia. Não restam dúvidas que a economia precisa girar e que há empresas que não possuem qualquer condição de manter seus funcionários trabalhando sem que haja lucro sendo obtido. Porém, estamos diante de uma escolha complexa entre sal-

var vidas e liberar o comércio. Nesse momento entendo eficaz o comércio parado, porém, isso não poderá ser mantido por muito tempo. Sendo assim, novas normas, costumes e hábitos também precisarão ser aplicados pelas empresas. Que possamos passar o mês de abril comemorando curas e chorando por poucas mortes e até o achatamento da curva, que tenhamos responsabilidades individuais para alcançarmos resultados coletivos positivos. Fiquem em casa! Lavem as mãos!

Expediente: Fundador Herbert Sidney Neves - Direção Executiva Martha Henriques - Diretor Geral Fábio Paes Diretor de Jornalismo Aloysio Balbi Chefes de Reportagem Girlane Rodrigues e Roberta Barcelos - Projeto Gráfico Estúdio Ideia Diagramação Elton Nunes - Departamento Comercial (22) 2738-2700 Rua Gov. Theotonio Ferreira de Araújo, 36 - Centro - Campos dos Goytacazes - RJ Impressão: Parque Gráfico do Jornal O Globo. Tel: (21) 2534-9579/ comercialpg@infoglobo.com.br


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Presidente Bolsonaro tenta ajeitar a máscara

Bolsonaro ‘sobe a montanha’ do risco

Salvo Getúlio Vargas, nenhum presidente resistiu a frequentes embates com a imprensa

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as últimas semanas o governo Bolsonaro passou a enfrentar seu maior desafio: o novo coronavírus. A exemplo do que acontece no mundo inteiro, a assustadora escalada do Covid-19 deixou o Brasil de joelhos, sem que nem mesmo seja possível avaliar a extensão dos danos na saúde pública e na economia. Contudo, Bolsonaro parece não entender que além do grave problema da pandemia – que cabe a ele, como chefe de Estado, liderar as ações de combate –, deveria abandonar o discurso belicoso que vem travando com a imprensa desde que assumiu o cargo e interromper a curva ascendente do desgaste. Teimoso, instável e sem abandonar a compulsividade de suas falas, Bolsonaro passou 2019 inteiro ampliando atritos, dando declarações agressivas e desrespeitosas, o que só fez aumentar a resistência da mídia a seu nome. As brigas com o Congresso, a troca de farpas com quem não deveria, as falas incompatíveis com a liturgia do cargo, o ataque indiscriminado aos que não fazem parte de seu grupo de apoio mais próximo e o silêncio com viés de consentimento às asneiras ditas por seus filhos Carlos e Eduardo – para não falar intocabilidade conferida a Paulo Guedes mesmo diante do pífio desempenho da economia e do ‘pibinho’ de 1,1% – estão sendo relativamente toleradas até que deixem de ser. Porque é assim que funciona: o copo vai enchendo, e enchendo, até que transborda. Num momento de instabilidade, em que o presidente vai na contramão do resto do mundo e ameça, “numa canetada”, autorizar a abertura do comércio – o que comprometeria o distanciamento social –, evidencia-se como grave erro estratégico ampliar os atritos com a imprensa. Trata-se, por assim dizer, de balançar o próprio galho onde ele próprio se segura.

O peso da imprensa

Se há uma coisa que o história nos ensina, no Brasil e no mundo, é que o confronto com a imprensa é indigesta. Nos Estados Unidos, Richard Nixon não caiu por causa da espionagem aos escritórios do Partido Democrata. Caiu porque o Washington Post denunciou o fato que ficaria conhecido como o ‘Caso Watergate’, pressionou, outros órgãos americanos de peso aderiram, e o presidente renunciou. No Brasil, só Getúlio Vargas conseguiu enfrentar a oposição

quase unânime da imprensa e vencer a eleição presidencial de 1950. Nenhum outro político brasileiro realizou tal proeza. Ainda assim, depois de eleito, Vargas precisou “incentivar” a criação da “Última Hora”, do jornalista Samuel Wainer, para que as iniciativas do governo tivessem ressonância e fossem repercutidas junto à população. Jango Goulart caiu porque a grande imprensa brasileira apoiou maciçamente o golpe de 64. Sem a participação dos jornais de maior prestígio e emissoras de TV, o desfecho poderia ser outro. Fernando Collor resolveu atacar os veículos que denunciaram os malfeitos do governo e, ‘cutucando a onça com vara curta’, colheu os frutos das duras críticas feitas pelos jornalistas mais respeitados do Brasil, os quais deram ampla divulgação e apoio ao movimento dos ‘Caras Pintadas’. Aí veio o processo de impeachment e o “caçador de marajás” no resistiu. Será que Dilma – pergunta-se – não fosse a espantosa inabilidade política no trato para com os grandes grupos de comunicação do Brasil, teria sofrido impeachment se a imprensa não turbinasse o circo que petista transformou o Palácio do Planalto? Talvez não. Afinal – numa segunda indagação – alguém acredita que a “presidenta” caiu porque editou créditos suplementares antes da aprovação do Congresso? Salta claro, não foi ‘apenas por isso’. Dilma caiu pelo ‘conjunto da obra’. E o conjunto da obra foi severamente tratado pela imprensa. E quanto mais os veículos batiam, mais Dilma os confrontava, e com maior rigor era tratada.

Aumentando o risco

O presidente Bolsonaro não precisa ampliar ainda mais o horizonte de descontentamento. O que já vem fazendo é o bastante. É desnecessário, não recomendável e perigoso eleger a grande imprensa como inimiga. O comportamento adotado e, como já dito, parcialmente condescendido, tolerado, pode não ser mais. Agora, o inimigo número nº 1 de Bolsonaro é a pandemia. Os esforços precisam estar concentrados no feroz combate à doença. Se o presidente, além de destoar quando escolhe caminho inverso ao que afirma a comunidade científica mundial, alargar, também, suas diferenças com a mídia profissional, a ‘coisa’ pode estreitar pra ele. Jair Bolsonaro foi eleito pela maioria do eleitorado brasileiro

Datafolha apurou que Tvs e jornais impressos lideram o índice de confiança: 61% e 56%. Sites 38% e redes sociais apenas 12%

para conter a corrupção que corria solta no Brasil. O Petrolão que o diga. Em sua maioria, recebeu os votos não dos que estavam preocupados com ideologia ou com os conceitos ultrapassados de esquerda e direita. Foi eleito pela parcela do povo que se via exaurido pela ditadura do ‘politicamente correto’ e pelos desmandos do governo Dilma que, com mentiras, conseguiu o segundo mandato e jogou o Brasil na maior recessão de sua história. Foi eleito, em última análise, pelo exército de desempregados cujos chefes de família viam seus filhos passar fome. E isso, não há quem suporte. Portanto, as bobagens ditas por Bolsonaro devem e precisam ficar no passado tendo em vista que o Brasil teria enorme dificuldade em assimilar, além da catástrofe da pandemia, um novo impeachment. Logo, o presidente da República precisa trabalhar com Congresso, com o povo e com seus ministros para conter a coronavírus que ainda está subindo a montanha. E não ele próprio, paralelamente, subir a montanha do risco político.

Datafolha: jornais e Tvs são os mais confiáveis

Há pouco mais de uma semana, o Datafolha divulgou pesquisa mostrando que Tvs e jornais físicos (de papel, bem entendido), ou seja, a imprensa profissional, são considerados pelos leitores brasileiros como os mais confiáveis. De certa forma causando surpresa face ao avanço da Internet sobre os jornais tradicionais, o Datafolha apurou que Tvs e jornais tradicionais lideram o índice de confiança, respectivamente com 61% e 56%. Os programas jornalísticos de rádio têm a confiança de 50% do público e os sites de notícia, apenas 38%. Somente 12% (doze por cento) das pessoas disseram confiar nos posts e informações compartilhadas nas redes sociais. (*A matéria pode ser lida no site de O Globo, de 23 de março, com o título ‘Jornais e Tvs são os mais confiáveis na hora de informar...’) Logo, é preciso que o presidente acenda a luz de alerta: seus tuítes e o de seus filhos não vão assegurá-lo no cargo. A lição que a História nos deixa é que a grande imprensa, juntamente com os jornalistas profissionais e conceituados, que informam e analisam os fatos, podem até não contribuir muito para ajudar, mas são fatais quando cumprem a missão de desconstruir.

A História nos ensina que a grande imprensa, juntamente com os jornalistas profissionais, podem até não contribuir para ajudar, mas são fatais na missão de desconstruir



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Política

05 A 11 DE ABRIL DE 2020

Os desafios na Infraestrutura Prefeitáveis discutem propostas para velhos problemas estruturais de Campos

Marcos Curvello

Paraíba, Muriaé e Ururaí, que eventualmente rompem diques e causam cheias e enchentes, deixando desabrigados e desalojados em comunidades ribeirinhas, como as localidades de Três Vendas e Ururaí, por exemplo. Outra reclamação comum a respeito da infraestrutura diz respeito à malha viária do Município. As operações tapa buracos promovidas pela Prefeitura não conseguem acompanhar a velocidade da deterioração das vias, castigadas pela circulação, em perímetro urbano, de caminhões de todos os portes, de passagem pelas BRs 101, que traz para dentro da

cidade o tráfego com destino tanto à capital quanto ao Espírito Santo, e 356, que dá acesso ao Noroeste Fluminense e ao Porto do Açu. Completam a lista, queixas sobre o serviço de transporte público, que a Prefeitura se propôs a reorganizar com o sistema alimentador de passageiros, integrando ônibus, no centro, e vans, atendendo distritos e localidades. Ainda em implantação, a novidade, porém, não foi suficiente para pôr fim a denúncias de insuficiência da frota e da falta de atendimento a localidades mais afastadas do Centro.

Os pré-candidatos Oito pré-candidatos responderam ao pedido de posicionamento feito pelo Jornal Terceira Via: Alexandre Tadeu (REP), Caio Vianna (PDT), Cláudio Rangel (PMN), Gil Vianna (PSL), Lesley Beethoven (PSDB), Marcelo Mérida (PSC), Rafael Diniz (CDN) e Roberto Henriques (PCdoB). Além de pré-candidatos declarados, a reportagem procurou, ainda, nomes considerados presença provável nas eleições de outubro. Citados com frequência nas listas de pretendentes ao Executivo em 2020, o deputado fe-

deral Wladimir Garotinho (PSD) e o deputado estadual Rodrigo Bacellar (SD) negam participação na corrida pela Prefeitura de Campos. Já o PT ainda não havia apresentado pré-candidatura até o fechamento desta edição. Três nomes postulam a vaga: a presidente do diretório municipal, Odisséia Carvalho, o sindicalista Hélio Anomal e petroleiro José Maria Rangel. O Jornal Terceira Via encaminhou o pedido de participação a Odisséia, que afirmou que a legenda ainda não se reuniu em decorrência da quarentena contra o coronavírus e se posicionou em nome da legenda.

ALEXANDRE TADEU (REP)

CAIO VIANNA (PDT)

CLÁUDIO RANGEL (PMN)

GIL VIANNA (PSL)

O sistema de Infraestrutura tem que funcionar de forma harmônica: saúde, transportes, saneamento, energia, comunicação e outros. Mas, não é assim que acontece em Campos. Grande parte da população tem dificuldade para usar ou não tem acesso a esses serviços. É preciso levar água e esgoto tratados aos quatros cantos da cidade. É uma questão de saúde pública, pois todo investimento em saneamento reflete na qualidade de vida e na saúde de todos. É preciso refazer o sistema de transportes, unindo o município através de ônibus e vans, sem concorrência entre eles. O crescimento de uma cidade depende dessa mobilidade. Não há desenvolvimento sem transporte, estradas ou rodovias decentes. Não podemos esquecer, também, do sistema de comunicação. Cidadãos estão isolados em distritos por falta de sinal de Internet e telefonia. É fundamental garantir a todos essa infraestrutura básica.

No atual estágio, temos que devolver as vias públicas à população. A cidade está esburacada. Estão pintando buracos de verde. O mínimo que se espera é uma operação tapa buracos. Imagino a aflição das pessoas que estão desempregadas e tentando salvar o orçamento com empregos informais e provisórios. Ainda que o cobertor seja curto, existem iniciativas que não podem ser retardadas. Aprendi com meu pai que, para um governo conseguir funcionar, é fundamental identificar, desde o começo, as prioridades. Será que é realmente primordial que a Prefeitura gaste milhões com jardinagem, por exemplo?

A infraestrutura é essencial para uma cidade! Temos que ter uma secretária de Infraestrutura forte e atuante, com profissionais capacitados, que fiscalizam e colocam os serviços estruturais do Município para andar. Mas, eu quero ouvir o povo campista, porque paga seus tributos para ter e ver uma cidade com evoluções, como por exemplo: transporte público, limpeza pública, energia elétrica, rede de saneamento básico e entre outras áreas. Temos que dar qualidade de vida para população de Campos. O serviço público tem que estar na frente, com ordem e disciplina.

O município é o maior do Estado do Rio, sendo referência em vários segmentos, até mesmo para outros estados. O petróleo é um grande exemplo disso, apesar do momento crítico que atravessamos. Entre as ações do nosso plano de governo para melhorar a infraestrutura de Campos, acreditamos que a malha rodoviária do município, que é de 2.200 quilômetros, maior que de algumas capitais brasileiras, seja um desafio grande e que precisa ser enfrentado pela próxima gestão. Campos não tem mais como crescer horizontalmente e isso é visível para todos. Portanto, precisamos, de forma urgente, até buscando uma recuperação econômica para o município, pensar em construção de viadutos, facilitando o acesso, especialmente na área central da cidade, que, hoje, está entre os maiores problemas enfrentados diariamente pelos campistas, além de ser uma demanda antiga dos empresários da região.

LESLEY BEETHOVEN (PSDB)

MARCELO MÉRIDA (PSC)

(PT)

RAFAEL DINIZ (CDN)

ROBERTO HENRIQUES (PCdoB)

Nos primeiros 100 dias, nossas ações serão: 1° a manutenção dos hospitais, postos de saúde e escolas será uma prioridade contínua; 2° “Mutirão da Limpeza nos Bairros” + “Operação Campos Sem Buraco” + “Programa Campos Mais Luz” + “Programa Bueiro Sempre Limpo”, tudo realizado em conjunto; 3° “Programa Contínuo de Limpeza e Manutenção das Rodoviárias de Campos e do Terminal Central de Ônibus”. Com essas ações de zeladoria, temos a certeza que a cidade voltará a funcionar, passo importante para devolvermos o bem estar da população e recebermos a instalação de empresas. Reestruturando a Prefeitura, transformaremos a atual EMAHB (Empresa Municipal de Habitação) na EDU (Empresa de Desenvolvimento Urbano), que terá equipes especializadas, como por exemplo a GeoCampos. A EDU cuidará do Plano Diretor e aplicará o Projeto Cidade Inteligente.

A forma como União, Estados e Municípios se relacionam sobre a infraestrutura das cidades tem que começar a mudar. Existem papéis que precisam ser compartilhados, como no saneamento, por exemplo. Vamos buscar com propostas sérias trazer recursos para a infraestrutura e ampliar a ações hoje existentes, que são muito reduzidas. Investimentos na infraestrutura alimentam a economia, a construção civil, geram empregos. A gente acredita nas vocações de Campos, como o agronegócio, a indústria de gás e petróleo, a atração de empreendimentos pela cadeia produtiva do Porto do Açu. Isso demanda projetos fortes de infraestrutura, como rodovias e distritos industriais, que precisam da presença maior do Estado e da União, gerindo parcerias junto com a prefeitura. Como lojista, gestor da iniciativa privada, eu sei que o melhor é dialogar, sem vaidades políticas.

Campos sofre com a herança dos governos anteriores e o descaso do atual. Houve redução investimento em infraestrutura e obras públicas, tendo como consequência destinação inadequada de resíduos sólidos, suspensão da coleta seletiva, déficit habitacional, falta de infraestrutura de saneamento, alagamentos constantes, buracos por toda a via, falta de planejamento urbano, descaso com o patrimônio histórico e enchentes nas áreas urbanas. Defendemos planejamento urbano sustentável, com investimento em obras e limpeza pública, gerando empregos e prevenindo enchentes. Não aceitamos que famílias sofram sem esgoto, iluminação pública e água. Devemos revisar o Plano Diretor e realizar o Orçamento Participativo. A sociedade determinará onde aplicar recursos a favor da qualidade de vida.

Infraestrutura traz investimentos e gera empregos. Na falta de recursos públicos, vamos fortalecer as Parcerias Público Privadas (PPP), a exemplo do que fizemos no Aeroporto Bartolomeu Lisandro. Com as obras de ampliação já iniciadas, estaremos conectados via aérea com os principais centros econômicos do Brasil, atendendo inclusive a uma demanda reprimida do Porto do Açu. Continuaremos nossos esforços para viabilizar o contorno da BR-101 e a construção da RJ244 (novo acesso ao Porto do Açu). Vamos concluir o processo de concessão do Heliporto do Farol de São Thomé, mantendo os voos da Petrobras e ampliando os serviços. Implantaremos o Ceascam - Polo Agroalimentar do Norte Fluminense. E a partir do trabalho que iniciamos junto a diversas empresas, Campos vai se tornar um grande polo de geração de energia fotovoltaica, com milhares de novos empregos.

É inadiável que os orçamentos para a Infraestrutura sejam gastos orientados por um plano de obras que garanta qualidade, estética, mobilidade, planejamento estratégico e participação comunitária, além da drenagem tão esquecida. Como fazer: definir recursos próprios e fazer o que não se faz há muito tempo, batendo nas portas do Governo Estadual e dos Ministérios com projetos consistentes e de acordo com as fontes existentes nos orçamentos do Estado e do Governo Federal. Os governantes do período da fartura dos royalties, além de realizarem obras de má qualidade, desprezaram a captação de recursos externos ("rico não faz conta"). É urgente reconectar Campos com as linhas de financiamentos dos órgãos estaduais e federais.

Após abordar Saúde, Educação e Economia, a série de reportagens especiais com os pré-candidatos a prefeito de Campos, publicada com exclusividade pelo Jornal Terceira Via, continua, neste domingo (5), com o tema Infraestrutura. Embora seja a segunda economia do Brasil, com um Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 671,362 bilhões em 2017, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Rio de Janeiro ocupa somente a 10ª posição no Ranking de Competitividade dos Estados publicado em 2019 pelo CLP - Liderança Pública. Com uma nota geral de 50.2 em uma escala que vai de 0 a 100, é o último colocado da Região do sudeste, atrás de São Paulo, que encabeça a lista, do Espírito Santo, que ocupa a sexta posição, e de Minas Gerais, que aparece em oitavo lugar. Embora se destaque nos quesitos capital humano, sustentabilidade ambiental e sustentabilidade social, onde recebeu as notas mais altas, o Estado do Rio de Janeiro recebeu no nota 37.8 no pilar infraestrutura, em 2019. Embora a pontuação venha crescendo em relação aos anos anteriores, ainda está abaixo da média nacional, que é de 37.9. Em novembro do ano passado, a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) entregou ao Governo Federal um estudo chamado “Mais Rio, mais Brasil”, que apontou a necessidade de R$ 40,4 bilhões em investimentos em áreas prioritárias, como educação, habitação, mobilidade urbana e segurança pública, para que o Estado do Rio retome uma rota de desenvolvimento socioeconômico. Isso, antes da pandemia do novo coronavírus. E o problema se reflete nos municípios. Desafios à espera Campos, que teve o sétimo maior PIB do Brasil em 2013 e é até hoje o segundo maior do Rio de Janeiro, possui 100% de atendimento urbano de água e 90% de atendimento urbano de esgoto. Mas, vem perdendo posições no ranking do Saneamento Básico do Instituto Trata Brasil, devido aos inúmeros distritos em área rural. Passou da 34ª posição, em 2018, para a 47ª, este ano. No Estado, fica atrás de Niterói (18ª) e Petrópolis (20ª). Mas, é na temporada de chuvas que os transtornos se tornam mais visíveis, com alagamentos na região central e cheias dos rios


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Campos

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Segurança pública em tempos de coronavírus Dados do ISP mostram uma diminuição nos crimes em Campos na 1ª quinzena da quarentena da Covid-19 Foto: Carlos Grevi

Kamilla Póvoa

O Brasil começou a ter um número grande de infectados pelo novo coronavírus durante a primeira quinzena de março e consequentemente após pedidos das autoridades como a Organização Mundial da Saúde (OMS), decretos municipais e estaduais fizeram com que o fluxo de pessoas nas ruas diminuísse para tentar combater o contágio. E, em Campos não tem sido diferente. Com comércios fechados, escolas sem aulas, além do trabalho em home office, a segurança pública também ganhou um novo viés. Dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) mostram uma diminuição nos crimes em Campos, na 1ª quinzena da quarentena da Covid-19, no período de 16 à 30 de Março de 2020, em comparação ao mesmo período de 2019. O indicador de letalidade violenta, que inclui homicídio doloso (com intenção), latrocínio (roubo seguido de morte), lesão corporal seguida de morte e morte por intervenção de agente do Estado, caiu de oito para sete. O roubo de rua apresenta uma grande diminuição se comparado a 2019. De 71 casos, desce para cinco. O roubo de veículo, que em março de 2019 registrou oito casos, no mesmo período desse ano contabilizou cinco. Já o roubo a estabelecimento comercial, que teve 10 casos em 2019, não registrou nenhum caso durante a 1ª quinzena de março deste ano, já que a maioria das lojas fechou em cumprimento ao decreto que

Redução da violência no período

Fonte: Instituto de Segurança Pública (ISP)

Segurança | Patrulhamento segue reforçado durante o período da quarentena do coronavírus

prevê o isolamento social da população. Outros números e casos O tenente-coronel Luiz Henrique Monteiro, comandante do 8° Batalhão de Polícia Militar (BPM) em Campos, esclareceu que os boletins de ocorrências estão sendo feitos on-line por conta do coronavírus. Segundo ele, o que pode estar acontecendo é uma subnotificação dos casos, mas com a validação do registro on-line pela autoridade policial, o registro poderá, de fato, integrar a estatística. O fato de a delegacia estar fechada também desestimula a procura e, consequentemente, o registro. “Apesar de ter diminuído o fluxo de pessoas nas ruas, nós mantivemos todo nosso policiamento rotineiro para garantir que os bairros continuem com policiamento normal, lógico que diariamente aferíamos a mancha criminal para saber os ajustes operacionais, que por ventura

Dados | Ten Cel Luiz Henrique comemora a redução de crimes

precisam ser feitos, para que possamos reduzir as possibilidades de crimes”, disse. Apesar da delegacia estar fechada, o tenente-coronel orienta a população de que qualquer eventualidade seja comunicada a polícia pelo 190, para que os agentes verifiquem os fatos. Em caso do Disque Denúncia, a população pode ligar para o (22) 2723-1177. “A participação de todos é importante para que possamos

executar um serviço de prevenção com excelência”, esclareceu. Quarentena O isolamento social serve para evitar que o vírus se dissemine e faz com que as pessoas que geralmente passavam longas horas fora de casa, passem a ficar mais horas juntas, resultando em um provável aumento de conflitos interpessoais que pode levar a violência doméstica.

Segundo a Polícia Civil, os dados estatísticos de violência doméstica não estão sendo divulgados, porque somente estão sendo feitos os registros essenciais que foram determinados pela Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro. Ainda de acordo a com a Civil, não está havendo expediente nas delegacias e os registros on-line estão sendo monitorados, além de casos específicos que estão sendo registrados. O Tribunal de Justiça do estado do Rio de Janeiro (TJRJ) também não divulgou números de violência doméstica durante o período de quarentena. Patrulha Maria da Penha O monitoramento das mulheres vítimas de violência doméstica, com medidas protetivas de urgência deferidas pelo Judiciário, continua sendo realizado normalmente em todos os 92 municípios do Estado, por meio da Patrulha Maria da Penha Guardiões da Vida, da Polícia Militar do Rio de Janeiro. Houve, porém, algumas adaptações nos protocolos de atendimento com vistas à prevenção de contágio pela Covid-19 das

mulheres assistidas pelo programa, assim como das equipes de policiais. Portanto, nos contatos de monitoramento diário têm sido priorizados recursos como telefonemas, Whatsapp e chamada de vídeo, além do patrulhamento nas proximidades das residências das assistidas. Em casos emergenciais, as equipes atuam em contato presencial. A PM ainda alerta para a importância de denunciar. Em situações de flagrante, a recomendação é ligar 190. Lei do feminicídio Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) a taxa de feminicídios no Brasil é a quinta maior do mundo: são 4,8 mulheres mortas a cada 100 mil. Sancionada em 2015, a Lei do Feminicídio foi considerada um passo importante por reconhecer a ocorrência de crimes motivadas por questões de gênero: mulheres que foram mortas simplesmente por serem mulheres. A medida alterou o Código Penal para introduzir o feminicídio como um agravante do crime de homicídio. A pena pode variar entre 12 e 30 anos de prisão.

Cientista campista batalha pela cura da Covid-19 Pesquisa que reúne especialistas do mundo já identificou particularidades do vírus que circula no Brasil e busca vacina Foto: Divulgação

Girlane Rodrigues Aos 24 anos, Ronaldo da Silva Francisco Junior, integra o principal grupo de pesquisa do mundo que está na batalha para mapear o DNA do vírus causador da Covid-19. Campista, formado em ciências biológicas na Uenf, Ronaldo Junior, é um dos responsáveis pelas análises de bioinformática do sequenciamento de DNA do novo coronavírus. Essas análises permitem, por exemplo, identificar genes e mutações no material genético do novo vírus, etapa fundamental para busca de formas de tratamento da doença. “Estou cursando doutorado no programa de Pós-Graduação em Genética da Universidade Federal do Rio de Janeiro e atuo nessa importante pesquisa como membro do Laboratório de Bioinformática no Laboratório Nacional de Computação Científica de Petrópolis, o LNCC, onde fiz mestrado em Modelagem Computacional. Nosso objetivo é entender o DNA do vírus e identificar fatores genéticos que podem contribuir para a disseminação da doença, a severidade dos casos de COVID-19 e, posteriormente contribuir para desenvolvimento de tratamentos, o que acreditamos na melhor das hipóteses, acontecer dentro de um ano, com a descoberta de uma vacina”, explica. A equipe do projeto está es-

Cientista | Ronaldo Júnior atua na área de genética desde a Uenf Modelagem computacional | Equipe de Ronaldo sob coordenação da Dra. Ana Tereza de Vasconcelos

palhada pelo Brasil e pelo mundo incluindo pesquisadores da Universidade Oxford e Universidade de São Paulo. Ronaldo comemora a visibilidade da ciência neste momento de crise global. “Estamos felizes com os resultados iniciais da pesquisa. Os olhos do mundo inteiro estão na gente neste momento, ansiosos por alguma resposta científica que possa frear o vírus. Isso é uma satisfação, principalmente por sermos tão criticados como universitários, inclusive por políticos, por vezes taxados de fazermos balbúrdia”, disse. Um dos freios já foi puxado, explica Ronaldo, quando a pesquisa revelou que o Covid-19 que circula no Brasil é oriundo da Europa e não da China, onde apareceu o primeiro caso

da doença, ainda no final de 2019. Em outra análise, esse grupo de pesquisa constatou que, ao chegar no país, o coronavírus sofreu mutação, que resultou na chamada transmissão local do vírus. “Comparamos a sequência do vírus encontrado no Brasil com o banco de dados mundial de sequências do novo coronavírus e descobrimos que essas sequências vinham da Europa e não da China. Descobrimos também que alguns vírus não pareciam diretamente com nenhum outro do mundo. Aqui, eles se agrupavam, o que significa dizer que no Brasil já existe a chamada transmissão comunitária”, explica. As pesquisas começaram no final de fevereiro de 2020, quando o primeiro caso da doença foi confirmado no Brasil.

Passo a passo do trabalho Ronaldo contou que a pesquisa começa quando amostras do vírus são extraídas de pacientes com Covid-19 em tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e hospitais privados. A equipe, então, extrai o material genético do vírus e encaminha para o LNCC, onde é feito o sequenciamento do DNA. “Fazemos a leitura, propriamente dita, do material. Recebo os arquivos que saem do sequenciamento e tento identificar as diferentes mutações e os genes que ele possui, por meio de programas de biologia computacional.” Origem do vírus Ronaldo explica que o vírus causador da Covid-19 era encontrado naturalmente em morcegos, como reservatórios

do vírus, mas sofreu mutações em seu DNA e passou a infectar humanos, possivelmente devido ao hábito de contato com animais exóticos, reservatórios do vírus, por parte dos chineses. “É importante ressaltar que já existem evidências científicas de que o vírus não foi criado em laboratório, como alguns especulam”, ressalta. História de vida Ronaldo Junior nasceu em uma família de origem humilde em Campos e segue as recomendações de autoridades sobre isolamento social. Atualmente está em Petrópolis, onde trabalha pela pesquisa. A saudade de Campos tem apertado, segundo ele, mas afirma que está feliz. “Já fizemos o processo de sequenciamento e agora estamos trabalhando de casa. Estou muito feliz. Sempre tive vontade de trabalhar com

genética. Poder contribuir com o que você sabe para ajudar o próximo e tentar resolver um problema mundial é surreal, sem contar o reconhecimento do cientista nesse momento. Sou a primeira pessoa da minha família a cursar universidade pública e concluir pós-graduação, meus pais não tiveram acesso ao Ensino Superior”. O estudo sobre as bases genéticas da Covid-19 não é a primeira pesquisa que Ronaldo participa. Em 2016, ainda com 21 anos, ele foi premiado por apresentar o melhor trabalho de graduação na área de genética humana no Congresso Internacional de Genética, que aconteceu no estado de Minas Gerais. “Na ocasião eu era aluno de graduação da Uenf e trabalhava como bolsista de Iniciação Científica no Núcleo de Diagnóstico e Investigação Molecular (Nudim)”, concluiu Ronaldo.


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@rodrigovianarodrigoviana

Alan Mosca, o homem que “faz a cabeça” dos maiores campeões do mundo, fala para o Terceira Via A

lan Mosca, paulistano, 61 anos, titular da Sid Special Paint, filho e sucessor do lendário Sid Mosca, conduz com maestria e desenvolvimento o negócio idealizado pelo seu pai. Eles fizeram os capacetes dos principais pilotos automobilísticos do mundo. A marca deles virou uma grife que ainda reveste a cabeça dos maiores campeões mundiais do automobilismo. Alan me recebeu na sede da sua empresa, na região centro-sul da capital paulista, para esta entrevista exclusiva: Alan, como tudo começou na arte de pintar capacete? Esta arte foi descoberta pelo meu pai, pois até então, ninguém era especializado neste tipo de trabalho. No início da década de 70, a gente já atuava no automobilismo, ele corria, tinha oficina, trabalhava com automóveis, ele pintava o próprio carro e, aí aconteceu de surgir um piloto do Rio de Janeiro e pediu para a gente pintar o capacete dele, o Benjamim Rangel, que corria de Fórmula Super Vê. Meu pai levou um tempo pensando se pegava o serviço, pois dava muito trabalho, mas fez e cobrou caro devido a mão de obra que deu. O piloto pagou numa boa e, depois de alguns dias, retornou com um amigo que também queria que pintasse o capacete dele. Assim despertou no meu pai o interesse em fazer disso uma profissão. Daí começou a pintar para um, para outro... O Ingo Hoffmann, que corria na equipe Copersucar-Fittipaldi da Fórmula 1, quando chegou no autódromo com o capacete, causou a admiração do Emerson Fittipaldi, que ficou fascinado, pensando que tinha sido feito na Inglaterra. Emerson pediu para que o meu pai, o Sid Mosca, fosse apresentado a ele. Emerson era um ícone, já era bicampeão mundial da Fórmula 1. Ele encomendou o seu capacete, foi participando com a gente, dando sugestões para os próximos projetos desenvolvidos. Passou a virar vitrine dos nossos produtos, dando-nos liberdade para apresentação, virou uma grife. Nesta época eu tinha 16 para 17 anos e já estava envolvido com isso, eu tinha muita vontade de fazer, de aprender. O meu pai era um autodidata, não precisou aprender, ele sabia fazer. Como você ver a sua pessoa, na sua posição, como parte do desenvolvimento do automobilismo brasileiro fazendo a “cabeça” dos nossos pilotos, ou seja, o capacete? Eu me esforcei para chegar a um nível bom e dominar o meu ofício. Para mim é um orgulho, já que eu adoro automobilismo desde criança. Quando me vi trabalhando com automobilismo e vivendo disso, eu me realizei profissionalmente. Eu fiz faculdade e me formei, mas eu não queria sair daqui. Já estou há 46 anos neste negócio e sinto orgulho do que eu faço e, cada piloto que entra aqui, mesmo não sendo conhecido, procuro fazer o melhor, sinto-me feliz por honrar o nome do meu pai e, hoje, por condições técnicas, consigo fazer um trabalho tão

O capacete do Ayrton Senna sempre foi amarelo com uma listra verde e outra azul. Senna pediu ao Sid Mosca a exclusividade deste capacete, quando este foi criado O capacete especialíssimo do Emerson Fittipaldi Bernie Ecclestone, foi o chefão da Formula 1 Alan Mosca sendo homenageado pelo Sr. Carlos Col, por quase 40 anos. Ele encomendou uma série responsável pela Stock Car, na premiação Capacete única de 50 capacetes para presentear na code Ouro, pela sua atuação nos 40 anos da Stock Car memoração dos 50 anos da Formula 1 fizemos mais de 30.000 capacetes. É difícil me lembrar de todos. Um momento muito legal também, foi em 1999, quando Bernie Ecclestone, o chefão da Fórmula 1, encomendou ao meu pai uma série única de 50 capacetes iguais, em comemoração aos 50 anos da Fórmula 1, para presentear grandes pilotos e personalidades do meio. Ele faz parte do “Metal Flake Design Group”, o único proveniente da América do Sul. Dentre tantos, qual capacete te marcou mais? Qual foi aquele que você se superou? Acho que foi o do Emerson Fittipaldi, que a gente vinha aprimorando sempre, modernizando e aplicando efeitos novos, era um capacete cheio de detalhes.

Com Alan Mosca, na sua empresa

Capacetes de varios pilotos, brasileiros e estrangeiros bom quanto o dele, ou melhor. O meu serviço é de caráter artesanal e não de produção em massa. Já cheguei a fazer 40 capacetes por mês e reduzi para 20, para fazer bem feito, sem erros e sem margens para alguma ressalva. Quais são os principais clientes do Sid Special Paint? Quais foram os capacetes mais icônicos que vocês fizeram? Sem dúvidas, do Emerson Fittipaldi, do Nelson Piquet e do Ayrton Senna

Show room da Sid Special Paint

(eles fizeram todos os capacetes do Ayrton Senna), é lógico, que é o que mais se destacou por conta da sua popularidade e carisma. Mas tem do Rubens Barrichello, do Felipe Massa, do Christian Fittipaldi, do Roberto Pupo Moreno, do Maurício Gugelmin, do Ingo Hoffmann... tem muita gente! Para fora, fizemos para o Eddie Cheever, Stefan Johansson, Keke Rosberg, Mika Hakkinen, Michael Schumacher, Lewis Hamilton... foram vários. Ao longo de tantos anos, calculo que já

Como é seguir o legado do seu pai e aonde Alan Mosca quer chegar daqui a 10 anos? Antes de tudo, quero estar vivo! (rs) Quando o meu pai faleceu, eu cheguei aqui e falei: Meu pai não está mais aqui, mas estou eu, quero honrar o nome dele. Não penso só em ganhar dinheiro, quero continuar a fazer o trabalho que o Sid começou e honrar o mérito dele, manter o nível do trabalho e até melhorar. Falei para o meu time que, provavelmente, eu seria mais exigente do que o Sid. Orgulho-me disso, porque tenho um pessoal muito bom, muito bem preparado para o trabalho. Eu também tenho uma preparação avançada, por experiência, por técnica, então eu me realizo desta maneira, tenho esse orgulho de trabalhar para o Sid. Eu me considero ainda, um funcionário do Sid. Quanto tempo que você está atuando sozinho? Eu já coordenava a seção de capacete desde o início dos anos 80, porque o meu pai teve de se dedicar ao faturamento maior da empresa, que era pintar carro, caminhões, frota... Ele ficava mais nisso e eu fazia os capacetes, e ele supervisionava. Quando eu tinha alguma indecisão, eu o chamava e ele me orientava. Quando a gente perdeu o Sid, eu já estava no comando da seção. Quando ele adoeceu, coisa de 10 anos atrás, ele passou o comando total da empresa para mim. Então eu só ganhei mais experiência. A parte do capacete eu já tinha o domínio. Lógico que o Sid faz falta, mas o trabalho continua saindo perfeito.

Quais carros que vocês pintaram que mais marcaram a sua trajetória? Sem dúvida, o que mais marcou foi o Lotus do Mário Andretti, da Fórmula 1, em 1977. O carro pegou fogo no sábado e a gente o refez em 12 horas. Pegamos às 18 h e entregamos no domingo de manhã. Cedo, o carro já estava pronto para a corrida do GP Brasil. Este trabalho marcou muito a carreira do Sid porque abriu outra janela. A divulgação foi muito grande, todo mundo queria saber quem era o Sid. Pensaram que ele era inglês... Ele virou um mito: “a pessoa que refez um carro em 12 horas”. Eu já estava no negócio e participei do trabalho, foi muito legal porque não era igual hoje, que a gente tira uma peça e coloca outra, o cockpit era monocoque, igual ao de avião, eu só acredito que foi feito, porque eu estava lá e vi fazendo. Paralelo a isso, teve o Copersucar-Fittipaldi, na mesma época, a gente fez o carro para eles, fizemos a transição do prata para o amarelo, por influência do meu pai, para deixar o carro com a cor mais viva. Ficou lindo.

Na Fórmula 1, também pintamos o Jordan, o Brabham... Teve a Brasília nº 17 de Ingo Hoffmann, sucesso no automobilismo aqui no Brasil. Teve a Super V, uma categoria da década de 70, que alicerçou a nossa estrutura física, pois a gente fazia muitos serviços para eles. Além de capacete e carro, vocês já fizeram outros tipos de pintura? Já pintei de tudo: bicicleta, moto, miniatura, prancha de surf, esqui, helicóptero, avião, barco... Meu pai, na época, pintou até um grande computador de usinagem que era do fundador da fábrica da Romi-Isetta, o primeiro carro de passeio produzido em série, fabricado no Brasil. Qual é o sonho do Alan Mosca atualmente? Meu sonho é continuar fazendo o que eu faço. O meu trabalho é criativo, então eu tenho que ter uma equipe boa em volta de mim. Porque hoje, se eu tivesse que fazer tudo sozinho, eu não conseguiria. Foi assim que contratei o Raí Caldato (o designer dos capacetes de Lewis Hamilton), em 2012, um ano após o falecimento do meu pai, para fazer os layouts.

O Lotus da Formula 1 de 1977 de Mario Andretti, refeito em 12 horas pela Sid Special Paint após pegar fogo.

O Jordan da Formula 1 que Rubens Barrichello competiu em 1994, fica no show room da sua empresa


@magrass.campos.goytacazes (22) 99998-9911

Fotos: Arquivo do Colunista

Para maiores de idade

Atenção para quem está de quarentena em casa por conta do coronavírus! O canal Sexy Hot, considerado um dos maiores produtores de conteúdo pornô do Brasil, disponibilizou para os seus usuários 10 filmes para ajudar neste isolamento.As produções eróticas ficarão disponíveis por tempo indeterminado para os telespectadores. Como se não bastasse, o canal Sexy Hot também liberou nove filme de longa e curta metragens via on-demand. O serviço é válido para todas as operadores de TV por assinatura no Brasil. Cinthia Fajardo, diretora-geral do canal, afirmou que a atitude é para "colaborar de alguma forma com a permanência das pessoas em casa, oferecendo mais opções de entretenimento e conteúdo de qualidade". Atenção: para maiores de 18 anos. Linda por dentro e por fora, minha super querida Bia Jovem empreendedor a gente Azeredo muito fina! José Carlos Maciel

Camarada Jonatha Gonçalves na vibe maneira do Morro do Rato #teampaparazzi

Comunicado

Fiquem tranquilos! Vocês não perdem a sua sessão na Espaçolaser, do Boulevard Shopping. As sessões marcadas estão canceladas e podem ser reagendadas assim que nossa unidade voltar a funcionar. Quando a quarentena acabar, todo nosso time estará pronto para te receber de braços abertos! Mas, por enquanto #ficaemcasa e ajude a segurar a propagação da contaminação. #longemasjuntos #amaisindicada #espaçolaserboulevardshoppingcampos #DepilacaoDefinitiva #covid_19

Para ouvir

“FAZ PARTE DO MEU SHOW: CAZUZA EM BOSSA” é o registro do show recente do trio Leila Pinheiro, Rodrigo Santos e Roberto Menescal que fez muito sucesso Brasil afora. Músicos virtuosos e intérpretes poderosos, os três dão uma roupagem bossa nova à 8 dos grandes sucessos do imortal Cazuza. O álbum já encontra-se a venda em todas as lojas virtuais, sem frete especializadas no ramo.

Para assistir

Super querida Manuella Azevedo uma das aniversariantes da semana

“Vibe” tem a produção de dois grandes nomes da música: Prateado, que é consagrado no pagode, e Dudu Borges, referência no pop e no sertanejo. Aliar essas duas visões faz com que o álbum tenha uma pegada urbana, com sonoridade contemporânea. E é uma forma também de Thiaguinho mostrar suas influências. “Gosto de muita coisa e deixo tudo transparecer no meu som. Gosto da possibilidade que a música dá de misturar, de agregar e, assim, trazer um som diferente”, explica. O registro audiovisual foi gravado na Casa das Caldeiras, em São Paulo. “A vibe foi incrível e, ao fim das gravações, a empolgação da minha equipe e de quem estava lá me deixou feliz demais! Tenho certeza de que será um álbum marcante na minha carreira!”, comemora Thiaguinho.

Ela só cresce!

Linda e muito querida: Michelle Félix

Mais um níver da semana: Nelcimar Pires

O Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad) preparou um levantamento inédito sobre as músicas mais tocadas da cantora Anitta, em comemoração ao seu aniversário de 27 anos, pela primeira vez não comemorado por conta da quarentena, na segunda que passou. O estudo aponta as canções que se destacaram nos principais segmentos de execução pública nos últimos cinco anos, entre 2015 e 2019, além de mostrar os segmentos em que elas mais tocaram. Ao todo, Anitta tem 135 músicas e 511 fonogramas (gravações) cadastrados na base de dados do Ecad. O ano de 2015, vale ressaltar, foi importante para a artista: naquele ano, ela foi a primeira brasileira a ganhar o prêmio de Melhor Artista da América Latina no Europe Music Awards promovido pela MTV. Também em 2015 foi lançada “Bang”, que atualmente ocupa o topo do ranking das suas músicas mais tocadas produzido pelo Ecad. As canções que fazem parte do top 5 da cantora são "Sim ou Não", "Show das Poderosas", "Paradinha" e "Vai Malandra". O estudo do Ecad levou em consideração a performance das músicas da cantora nos segmentos de rádios, música ao vivo, shows, serviços digitais, casas de festas e diversão, sonorização ambiental e carnaval. Os segmentos de rádios, shows e serviços digitais foram responsáveis por 80% das execuções das músicas de Anitta nos últimos cinco anos.

Expo Agro 2020

Da melhor qualidade: Paulinha Trindade

Até o momento a Excess Produções mantém a data e as atrações que farão parte da Expo Agro 2020. A festa mais popular do interior do estado do RJ acontecerá no final de julho até a primeira semana de agosto,na Fundação Rural de Campos. Dentre as atrações confirmadas estão: Gusttavo Lima, Grupo Pixote, o cantor Tieê, a dupla Henrique & Juliano e o cantor Xand Avião(ex-Aviõews do Forró). Qualquer alteração eu aviso a vocês por aqui.

Coqueluche virtual

Relax em casa, em Miami, meu brtother Ricardinho Britto Prata da casa e ator de sucesso! O gente boa #emcasa nossa Paparazzi Pietra Saramago só num vinhozinho Robson Maia – Foto: Ricardo Bueno

O fenômeno começou a se difundir na China e não demorou a se espalhar pelo planeta, alcançando tanto celebridades quanto pessoas anônimas. Paralelamente à grave pandemia do novo coronavírus, que também se alastrou velozmente, a rede social Tik Tok é a grande tendência do momento na área de interação digital. Impulsionado inclusive pelo grande número de pessoas em regime de isolamento, o aplicativo bate recordes de downloads, projeta artistas para o estrelato e coleciona polêmicas por conta de práticas perigosas propagandeadas entre os usuários. Embora ainda não tenha número absoluto de adeptos maior do que o do WhatsApp ou do Instagram, a escalada quantitativa do Tik Tok é notável. Em 2019, foi o segundo aplicativo mais baixado do mundo, com 738 milhões de downloads. Em 2020, enquanto a pandemia se espalha, a rede social dedicada a vídeos curtos alcançou a liderança do ranking. No Brasil, onde ainda não é tão popular quanto na China e nos Estados Unidos, já são mais de oito milhões de usuários. O que torna o Tik Tok tão especial em meio ao vasto cardápio de redes sociais? Assim como no Twitter, Instagram e Facebook, qualquer pessoa pode se cadastrar gratuitamente, seguir, ser seguida, curtir e compartilhar conteúdos. A diferença é o foco: vídeos de menos de um minuto de duração. Ainda que outros aplicativos tenham função parecida, o Tik Tok permite efeitos como dublar uma canção de fundo, entre outros recursos de edição, tornando-o particularmente interessante para a produção de conteúdos ligados à música e à dança.

Ajudando a quarentena

Papais Beto Miranda e Karen Montrezol festejando mais um aninho da gatinha Laís

A nutri Ivani Rubião comemorando novo tempo do filhão Thiago Lennon

Happy Birthday mano Gustavo Corradi

Os canais de streaming por assinatura como a Netflix, Amazoon e Disney Plus(Por enquanto este somente nos Estados Unidos) entraram num acordo entre si e disponibilizaram 1 mês de mensalidade gratuita para os consumidores. Uma excelente forma das pessoas ficarem em casa, vasto conteúdo de filmes, séries, documentários e musicais estão disponíveis.

No topo!

Nossa “Pérola Negra” muito linda! Aline Neves #teampaparazzi

Amigão Dr. Cyro Hirano na campanha #fiquememcasa

Pela primeira vez desde que foi lançada, em outubro de 1996, a GloboNews conseguiu ficar sete dias consecutivos na liderança da TV por assinatura. Com a cobertura do coronavírus e mais de 17 horas de programação ao vivo, o canal por assinatura. Com a cobertura do coronavírus e mais de 17 horas de programação ao vivo, o canal permaneceu no topo no período de 23 de março a 01 de abril. Desde o último dia 15, um domingo, quando começou a cobertura sobre a pandemia, a GloboNews foi o canal mais assistido da TV paga em 13 dos 15 dias, com um alcance de quase 16 milhões de pessoas pelo Brasil, os números representam um crescimento de 120% de audiência em relação à média de 2020. Curiosamente, o domínio do canal do Grupo Globo começou no dia em que a CNN Brasil entrou no ar. O interesse por notícias, filmes e infantis cresceu no período da quarentena, e fez a TV paga renascer nesse período. Para se ter uma ideia, conforme o Notícias da TV antecipou em janeiro, a GloboNews havia fechado na sétima posição do ranking da TV por assinatura no ano passado, Mais uma primavera completada atrás de canais como SporTV, Discovery Kids, Viva e Cartoon Network. No levantamento atual, o jornalístico Dudu Macedo na maior esta semana, minha querida conseguiu superar todos eles. Mais uma prova que os canais fechados crescem em audiência cada vez mais. estileira

Flavinha Barroso Bittencourt


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Gentileza gera gentileza

Fotos: Reprodução/Redes Sociais

Boas ações em tempos de crise

Da Redação

Mariana Estefan

José Fernando Rodrigues

Nestes tempos de pandemia mundial do novo coronavírus e Covid-19, o uso de aparelhos de telefonia e de computadores tem exercido papel fundamental para as pessoas se comunicarem, e exercerem várias atividades profissionais. É também neste período que muitas pessoas estão colocando em prática boas ações para ajudar outras pessoas que necessitam. As redes sociais digitais se tornaram a saída para minimizar o isolamento social. Em Campos, isto não é diferente. O professor e doutor em sociologia, José Fernando Rodrigues, também é professor de dança contemporânea. Ele faz vídeos e posta nas redes sociais para pessoas que estão em quarentena. "Dou aulas de balé voluntário no Isepam e para pacientes mentais da UBS do Parque imperial. Utilizo o whatsapp e as redes sociais como veículos para expor as vídeo-aulas para eles. Quem não é meu aluno também assiste aos vídeos. Eu tanto mostro a parte prática, que é a dança e os exercícios físicos, quanto a parte teórica. Nas redes sociais, a parte teórica eu posto todos os dias, agora a parte prática eu ofereço para cada aluno privadamente ou para os grupos que eles têm no whatsapp para fazerem a cada três dias. É fundamental esse trabalho, até mesmo antes da quarentena. Só que talvez agora, as áreas de artes, música, dança, educação física, ganharam uma importância enorme. Isso dá um pouco de paz e otimismo para as pessoas", diz José Fernando. Atividade física O professor de educação física e proprietário de uma academia de musculação, Flávio Lécio, é especialista em qualidade de vida e medicina preventiva. Ele também começou a fazer vídeos quando percebeu a necessidade de manter a saúde e o bem estar dos alunos e da comunidade em geral. "Os meus vídeos têm o objetivo de trabalhar o coração, pulmão, diminuir o estresse, a ansiedade e proporcionar a sensação de bem estar; além de queimar bastante calorias. Os vídeos são fáceis de acompanhar e proporcionam ao praticante resultados no corpo e na mente. Realizo seis vezes por semana as atividades", conta Flávio. A cirurgiã-dentista Mariana Estefan também aderiu às redes sociais e ao uso de smartphones e notebooks para orientar seus seguidores sobre a necessidade de incentivar a higiene bucal neste período de pandemia mundial. “A ideia surgiu com a finalidade de ocupar meu tempo fazendo algo que poderia ser útil para as pessoas. Inicialmente comecei com vídeos sobre higiene bucal, dicas e indicações

de produtos, orientações que faço diariamente no meu consultório para meus pacientes", explica. Mariana Estefan grava quatro vídeos por semana. Todos são postados em seu perfil no Instagram. Ela cria, ainda, conteúdo para dentistas que estarão disponíveis gratuitamente nas redes digitais. "Acho importante que nesse período de reclusão, as pessoas possam ter informações relevantes para seu dia a dia. Infelizmente, somos bombardeados com notícias negativas o tempo todo. Contribuir com informação de forma leve e de fácil entendimento me faz sentir útil", conclui. Máscaras solidárias Voluntários campistas se mobilizam para confeccionar máscaras que serão doadas a quem precisa. O comerciante Leonardo Henriques faz máscaras de TNT depois que soube da iniciativa de uma igreja evangélica. Inicialmente, o grupo pretende produzir quase 3 mil máscaras. "Primeiro estamos com pessoas cortando o tecido na medida certa, e depois disso vamos levar todos os cortes para a igreja, onde voluntários vão confeccionar e fazer a distribuição em sinais, em portas de supermercados e em outros locais”, explicou. Para Leonardo Henriques, além da higienização, a máscara vai ajudar muito neste momento, onde o próprio Ministério da Saúde faz recomendações de uso. "Muitas pessoas estão entrando em depressão sem fazer nada em suas casas. Muitas vezes, olhamos só para nós mesmos, mas precisamos repartir com os outros”, afirma. Outro caso de doação foi feito pelo Instituto Federal Fluminense (IFF), que disponibilizou materiais, equipamentos e conhecimentos para a produção de máscaras de proteção, também chamadas de protetores faciais (faceshield). Centenas de máscaras já foram doadas para a Prefeitura de Campos para a utilização dos profissionais de saúde. Segundo o diretor de Internacionalização e Inovação do IFF, Henrique da Hora, com cada quilo de material é possível produzir 20 protetores faciais. “Temos em média 50 quilos de matéria-prima (filamento para impressão 3D), todos dos estoques do IFF dos Campi Quissamã, Bom Jesus do Itabapoana, Itaperuna e Polo de Inovação, o que torna possível produzirmos outras mil máscaras. Entretanto, temos vários pedidos de órgãos e entidades que necessitam de doação de EPIs por causa da pandemia do novo Coronavírus. Sendo assim, toda a produção prevista já tem destino certo. Sem doações de matéira-prima que tanto precisamos, corremos o sério risco de a produção de máscaras parar por falta de materiais”, comenta.

Flávio Lécio

Leonardo Henriques

Máscaras faciais doadas pelo IFF



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@priscylabezerra

HOME OFFICE EM CASA COM CHARME

TENDÊNCIA

LOOK

E

m tempos difíceis onde a ordem é ficar dentro de casa, a rotina do nosso “home” precisa ser personalizada, isto é, pensada de acordo com as suas necessidades diárias e detalhe: tem que ter a nossa atmosfera. Selecionei alguns ambientes charme extra e vou dividi-los (hoje) com vocês. Aproveitem !

DOMINGUEIRA E

m tempo de “quarentena” decidi começar ABRIL com meu clássico “look domingueira” seguindo meu estilo clássico e elegante de ser. Seguimos esperançosas dentro de casa, mas sem deixar “energia cair”.

Organização e Praticidade

Personalização | Charme nas luminárias

Aconchego | Madeira com Verde

Luz | Ambientes com claridade natural

INSTAGRAM

STAYHOME

DICAS DE LEITURA NESTA QUARENTENA

SUPER INDICO

PURO TALENTO Fotógrafo e impecável, leia-se: O “chato” da foto perfeita e edição incrível, Igor Gomes é sem dúvida, o queridinho das blogueiras e profissionais que primem por um trabalho de primeira classe. Segue minha admiração e orgulho por ter em Campos, um profissional tão completo! Luz pra você !

O PRÓPRIO | Igor Gomes

CRM 52-815861

BELEZA

QUEM TEM DERMATITE ATÓPICA PODE FAZER TATUAGEM? A dermatite atópica é uma doença que, dependendo do grau, pode causar feridas na pele. Normalmente, os seus sintomas envolvem placas avermelhadas, irritação e prurido em várias partes do corpo, mas principalmente nas áreas de dobras. Quem tem esse problema costuma ter a pele mais sensível e ressecada, por isso, muitos pacientes se perguntam: quem tem dermatite atópica pode fazer tatuagem? A dermatite atópica é uma dermatose geneticamente determinada. É mais comum em pessoas que possuem um histórico familiar da doença, e em pacientes com problemas respiratórios, como a rinite, bronquite, asma e sinusite. Esse problema genético provoca uma alteração na barreira cutânea, deixando essa camada completamente comprometida - devido à deficiência que existe no manto hidrolipídico. Por isso, qualquer produto que tenha substância reativa, perfume ou parabenos, quando é usado na pele atópica, acaba causando sérias reações alérgicas. Se você tem dermatite atópica, certamente precisou mudar vários hábitos na sua vida. Além da temperatura do banho (que não deve ser quente), a pele do paciente também precisa de bastante hidratação com produtos específicos, manter a casa sempre limpa, entre outras coisas, para evitar as crises. Com isso, podemos resumir que uma pessoa com dermatite atópica tem uma pele muito mais sensível e a tatuagem, por ser um corpo estranho, pode causar impactos indesejáveis na região. Paula Marsicano Quando um paciente com essa doença faz uma tatuagem, ele tem grandes chances de desenvolver reações alérgicas ao pigmento Dermatologia Integrada que foi aplicado e, dependendo da gravidade desse efeito, pode causar sérias deformidade na área tatuada. Mas isso não significa que quem tem dermatite atópica não pode fazer uma tatuagem. Caso o paciente opte por fazer, é orientado que tenha os seguintes Rua Voluntários da Pátria 500 sala 108 Ed. Platinum Tel: 22 3026-1819 cuidados: - Hidratar a pele todos os dias com grande frequência, de preferência usando um hidratante com ativos prebióticos e @paulamarsicano regeneradores; - Lavar o local, assim como todo o corpo, com uma loção de limpeza hidratante; - Aplicar o filtro solar com FPS acima de 50, não esquecendo de reaplicar; - Borrifar água termal quando sentir o local irritado.



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@nataliamuniznutri

nataliamuniznutri@gmail.com

O que fazer para reforçar a

imunidade? E

ste é um momento sem precedentes para mantermos nosso foco no que podemos fazer para proteger a nós mesmos, nossas famílias, nosso país e sermos gentis uns com os outros.

Aumente o consumo de frutas e verduras (comida de verdade);

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Beba mais água do que geralmente costuma beber; Faça shot de própolis com limão e gengibre; Consuma alho diariamente. Sugiro que faça no vapor com outros legumes; Aumente o consumo de vitamina C, tanto com suplementos mas também espremendo um limão na sua salada e consumindo frutas frescas; Suco de acerola, ele é riquíssimo em vitamina C; Beba chá de gengibre durante o dia; Substitua o pão branco do café da manhã por uma fonte mais nutritiva de carboidrato como frutas, aveia (em mingau e panqueca vai super bem!); Evite o consumo de álcool;

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A ameaça está na nossa saúde e na nossa economia. COVID-19, a doença viral causada pelo vírus SARSCoV-2, é uma pandemia global. Os cientistas estimam que 40% a 70% da nossa população será afetada. Além disso, a taxa de mortalidade estimada varia de 0,6% a 4% – sendo muito maior em pessoas acima de 75 anos. A pergunta mais frequente é o que podemos fazer?

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Pode colocar 1 col de chá de TCM ou óleo de coco em alguma preparação do dia; Carboidratos de alto índice glicêmicos (açúcar, farinhas brancas, massas) não são bem vindos, eles são imunossupressores; Troque o suco de caixinha e o refrigerante por água fresca ou de coco natural; Fique exposto ao sol por pelo menos 15min ou suplemente vitamina D com orientação; Use especiarias, apenas temperos naturais nas suas preparações (açafrão, gengibre, orégano, salsinha, alecrim, hortelã); Geleia real (considero um dos alimentos que mais fortalece o sistema imunológico ; Inclua cogumelos na sua rotina alimentar; Faça exercícios de meditação e ioga para reduzir o estresse e ansiedade; Cuide do seu sono... O chá de mulungu 20 min antes de deitar é um abraço carinhoso para seu corpo; Mentalize coisas boas e positivas; Orar e agradecer, isso muda a vibração e tem um poder inimaginável na nossa saúde.



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Reviver... Reviver...

O casamento palaciano de Maria Eugênia Lysandro dos Santos e Luiz Carlos Magalhães A sociedade campista, artistas, intelectuais... tinham encontro marcado no dia 10 de outubro de 1981, na cidade do Rio de Janeiro. Naquele dia, Geninha e Luiz Carlos subiriam ao altar para troca de alianças. Com pontualidade britânica, os sinos da igreja São Francisco de Paula anunciavam a chegada da noiva acompanhada do pai Aylton Dama dos Santos. A igreja estava apoteoticamente decorada. Cascatas de botões de rosas cor de rosa desciam do altar Mor à calçada do Largo de São Francisco. Os pais, noivo e A panorâmica da igreja São Francisco de Paula padrinhos já posicionados, a orquestra do Teatro Municipal do Rio de Janeiro dava início a cerimônia entoando a Macha Nupcial. Emocionante! Inesquecível!

Antes de se dirigir à igreja uma oração ao irmão Francisco

A entrada triunfante de Geninha e o pai Aylton Dama dos Santos

Geninha com a prima Luiza Vilella e a irmã Aspazia Marques

Na fila de padrinho

Luíza e Sérgio Vilella, Aspázia e Arnaldo Marques, Lilian e Ivan Marins, Alice Maria Saldanha Tamborindeguy e Inácio Lysandro Martins, Ana e José Marcelino Lysandro de Albernaz, Magda Gomes e Frederico Bastos, Helena e Carlos Bastos, Hilda e Jacintho Lopes Martins, Marta Pinheiro e Gilberto Rodrigues, Mona Liza Getzel e Paulo Alves, Leda e Heli Ribeiro Gomes, Silvinha Salgado Rodrigues e Nilton Rabelo, Beatriz Consuelo Dieguez Aquino e Eraldo Bacelar da Silva, Cecília Ribeiro Gomes e Sergio Bahinha, Carla Magalhães e Marcelo Tadeu Barbosa dos Santos, Sandra Magalhães e Rodrigo Tavares Nogueira, Elvira Lúcia e Antonio Maris, Helvinha e Sergio Bastos, Arly e Xavier. Geninha estava uma rainha. Ricamente vestida pelo ateliêr Madame Françoise em cetim bucol seda pura. Nas mãos buquê com chuva de rosas, camélias e orquídeas, todas brancas. Luiz Carlos de meio-fraque. No cortejo das daminhas: Ana Carolina Assed Aquino, Graziella Aquino Cruz, Ledinha e Samantha Lysandro, Bianca Marins e Cristiane Ururay. A cerimônia religiosa foi conduzida por Frei Gaspar, da Ordem dos Capuchinhos.

As mães dos noivos

Geninha e Luiz Carlos na condição de marido e mulher sob chuva de pétalas de rosas

Nídia Lysandro estava alinhadíssima com vestido em gomos nos vários tons de roxo, e a parte superior trabalhada em desenho geométrico e pedras. Um sonho! Moema Magalhães de chapéu azul combinando com os brincos de águamarinha e broche confeccionados exclusivamente para o casamento e longo em Georgete seda pura chá e off white. A famosa chapeleira Sônia, que marcou época no Rio, confeccionou os chapéus e adereços que as mães dos noivos e as madrinhas usaram. Após a cerimônia, os noivos e pais receberam os cumprimentos na sacristia da igreja que, por sinal, estava lindamente decorada com móveis do século XV. No local uma musicista do Teatro Municipal do Rio tocava um dos instrumentos mais antigos da história, a harpa. Tudo rico em detalhes e elegância. Chegava a hora de todos se dirigirem ao hotel Rio Palace, na Avenida Atlântica, em Copacabana. Foi servido um coquetel no salão e varandão com vista para a praia embalado pelos Violinos de Varsóvia que tocavam entre os convidados. Após o farto e elegante coquetel, foi aberto o salão principal do hotel para o jantar e baile ao som de uma orquestra supimpa. No salão podíamos notar a alegria dos convidados bailando todo o tempo. Na avançada madrugada, muitos se dirigiram à boate Castel do Cassino Atlântico enquanto o salão principal do hotel se transformava para ser servido o café da manhã. O sol já brilhava lá fora testemunhando uma noite iluminada que ficou na memória de todos os felizes convidados. A Lua de Mel foi curtida durante 25 dias pela Europa: Londres, Espanha, França e Itália. Hors Concours!

Geninha e Luiz Carlos emoldurados pelos pais: Nidia e Aylton Dama dos Santos, Moema e Carlos Abdelkader Magalhães

Geninha com a madrinha Albertina Lopes Pereira Pinto

Geninha com suas damas de honra

candinhovasconcellos@gmail.com

Padrinhos: Helvinha e Sérgio Bastos, Magda Gomes e Fred Bastos, Leda e Heli Ribeiro Gomes

A rica mesa de doces e o tradicional corte do bolo sob os olhares atentos de Hilda Lysandro Martins, Luiza Vilella, Nídia Lysandro e Moema Magalhães

Geninha e Nídia abraçando o holandês Wein Van Dyk, teólogo e reitor da Puc de Petrópolis

Luiz Carlos com as irmãs Carla e Sandra Magalhães

Nídia e Geninha com a chapeleira Sonia

Luiz Carlos com Coema e Paulo Alves

A musicista e sua Harpa na fila dos cumprimentos

A família Geninha e Luis Carlos construíram uma família abençoada. Contam com os filhos Carlos, Luíza e Francisco e já estão vivenciando a alegria de ser avós de Arthur. Bênçãos na vida de vocês! Luiz Carlos com Márcio Alves e André Alves Filho

Esse colunista com Cristina Salgado Rodrigues, Cristóvão Lysandro, Silvinha Salgado, Nilton Rabelo

Lilian Marins, Geninha, Candinha Sarmento Lopes, Lia Jane Goulart Marins, Márcia Ângela Arêas e Suely Lucas



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QUARENTENA INTERNACIONAL

OS CAMPISTAS AO REDOR DO MUNDO. O QUE ELES FAZENDO? LÍVIA NUNES AMORIM

Campista morando em VALENCIA/ ESPANHA "A Espanha é o país que acumula 9.053 falecidos desde que a crise do coronavírus começou. Aqui a situação é gravíssima.

Conselho ao Brasil: Fiquem em casa. Aqui, nós demos conta um pouco tarde e perdemos muitos por isso.

O país está em estado de alerta, ou seja, é proibido transitar pelas ruas, por motivos que não sejam de extrema necessidade (alimentos, remédios, ajudas humanitárias, pagamentos urgentes).

Estou meditando 1 hora por dia, cozinho receitas longas, leio e estudo muito (comecei a estudar enologia), escrevo quando me sinto muito triste e sempre chamo o amigo que mora comigo para uma sessao de filme (geralmente filmes de temática: pandemia).

Aqui as coisas estão bem preocupantes e o governo tomou todas as providências para que as pessoas não saiam de casa. As ruas estão completamente vazias e o clima é muito triste. Todos dos dias, os vizinhos se reúnem nas sacadas e cantam canções alegres. É a forma que a gente tem de se encontrar, mesmo de longe, e lembramos que não estamos sozinhos nessa história.

FABRÍCIO SAMPAIO PERES KURY Campista morando em NY/EUA

"Aqui em Nova Iorque só estão abertos supermercados, postos de gasolina e estabelecimentos de saúde. A primavera chegou e os dias são agradáveis, mas as ruas seguem desertas como num filme. Sou privilegiado, pois o meu tipo de trabalho me possibilita continuar trabalhando a partir de casa, enquanto lá fora a crise econômica se alastra. No começo, o trabalho de casa era legal, pelo conforto, mas depois você começa a enxergar melhor a diferença que faz a presença física, tanto em contexto profissional quanto emocional. Está havendo desabastecimento, e eu tive dificuldade para conseguir comprar papel higiênico e detergente. Há fila na porta dos supermercados porque só pode haver 10 pessoas lá dentro de cada vez. Eu sempre preparei minha comida em casa, e o confinamento me dá mais tempo para ficar na cozinha, mas às vezes não consigo comprar algum ingrediente simples, como peito de frango por exemplo. Congelei vários itens para estocar. As academias estão fechadas, então venho fazendo corridas no parque e tentando aprender alguns exercícios de calistenia. Por toda parte a polícia comunica com alto falantes "mantenham distância entre as pessoas." Há muita incerteza no ar, sobretudo a respeito da duração do confinamento. Vamos mesmo ficar 2 meses, 3 meses, talvez mais, sem poder nem cortar o cabelo? E o comércio fechado e trabalhadores dispensados, vão fazer como? Vivo cozinhando, estudando espanhol e alemão. Não vejo TV, nem Netflix, nem nada... só alguns vídeos pequenos no YouTube mesmo. Nunca fui de ver tv."

Desenho quando tenho inspiração, durmo a siesta espanhola todos os días, falo muito com a família e tento não ficar triste.

A Tv lançou diversas campanhas, toda publicidade está alinhada com a crise atual e muitos de nós estamos pensando o que vai ser do planeta, depois que tudo isso passar.

Tristeza baixa a imumidade. Existem várias formas de ajudar aos que precisam e é bonito ver que as pessoas estão pensando mais no coletivo. Escrevo projetos, penso no futuro, más, de forma muito tranquiAcho que um mundo mais humano está entrando em curso e que tudo la para não gerar ansiedades e no isso vem para gente repensar os erros e ter a chance de consertá-los. mais... Espero. "

CRISTIANE E GUSTAVO DE OLIVEIRA RIBEIRO

aulas on-line com o professor e atividades diárias através da plataforma digital. Para Felipe, o que mudou é que tem uma atenção um pouco menos exclusiva, a babá ficava exclusivamente com ele 4 horas. Agora eu tenho que dar atenção a ele e fazer as outras atividades.

Campistas morando no CAZAQUISTÃO

Cristiane, casada com Gustavo com quem tem dois filhos: Gabriela de 8 anos e Felipe de 1 ano. "Somos campistas e estamos morando no Cazaquistão há uns 6 meses. Antes de morar aqui estivemos no México por 4 anos, por isso Felipe, meu filho, é mexicano. Viemos morar aqui no Cazaquistão, porque meu marido é engenheiro de petróleo e a empresa na qual ela trabalha ofereceu a oportunidade de trabalhar aqui e ele aceitou. Antes do Coronavírus já tínhamos uma rotina estabelecida. Meu marido ia para a empresa todos os dias e fazia academia no prédio. Gabriela estudava de 8 da manhã as 4 da tarde e fazia aula de dança nas quartas. Eu ficava em casa fazendo as atividades domésticas e cuidando do Felipe. Além disso, eu fazia academia aqui no prédio e aulas de inglês duas vezes na semana, em casa também. Quando os casos em nível mundial começaram a aumentar, muitos de nós tomamos algumas precauções, mesmo sem casos na cidade. Evitamos restaurantes, receber visitas ou fazê-las. Eram comuns encontros com as brasileiras quase semanalmente. Parei as aulas de inglês e dispensei a babá que me ajudava 4 horas por dia, alguns dias da semana. Paramos de usar a academia do prédio e dispensamos a personal. Assim restringimos ao máximo o contato com as pessoas. Gustavo continuou trabalhando na empresa até surgir o primeiro caso de coronavírus na cidade. Agora, ele já está trabalhando em casa. As férias escolares de Gabriela foram antecipadas em 1 semana. Ela tem

Diariamente, Gabriela tem dançado na sala de casa, usando aulas do YouTube. Eu danço com ela e faço treinos de força com o que tenho de recurso. Assistimos filmes, lemos livros, Bíblia e fazemos orações, acessamos as redes sociais. Diariamente falamos com os familiares e amigos por mensagem ou vídeo. O clima aqui estava um frio rigoroso de aproximadamente menos 10 graus. Às vezes com neve, às vezes sem. Agora a temperatura está cada vez melhor, geralmente 10 graus positivos. O sol e a temperatura amena são convidativas a passeios ao ar livre. Moramos em frente ao rio Urau e é muito agradável passear em família perto dele. Sempre fazíamos isso nos finais de semana e íamos a restaurantes. No momento, temos 16 casos na cidade. A prefeitura fechou o aeroporto e o comércio. Só serviços essenciais estão funcionando. Estamos com toque de recolher de 7 da noite até as 6 da manhã. Quem desrespeitar pode receber multa de um valor equivalente a 500 reais. O que nos consola muito é ter a vista do rio e poder observar o movimento da natureza voltando do inverno. As gramas estão brotando outra vez e o rio, que estava congelado, agora corre livre. Temos esperança que tudo isso vai passar logo e poderemos desfrutar do clima agradável do lado de fora."

VALÉRIA E ADRIANO ARACELLI Campistas que moram em BOSTON/EUA

"Aqui estamos todos em reclusão! Eu, meu marido Adriano, meu filho Bryan e minha filha Bruna com meu genro Luca, que moram em NY e estão com a gente há algumas semanas.

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JACKELINE LOUZADA ALVIANNI Campista que mora em ROMA/ITÁLIA

"Estamos vivendo a quarentena, com paciência e sabedoria, eu e meu marido Stefano Alvianni. Em casa, cozinhamos, vemos muitos filmes. Fazemos vídeos chat em família, para matar a saudade! Oremos a Deus para superar esse momento difícil com saúde, nosso pensamento e o nosso trabalho a nossa vida, nossa Osteria, que temos aqui, onde a cena do grande movimento agora é de luzes apagadas e mesas e cadeiras vazias! Já estamos ha um mês de portas fechadas, com funcionários em casa, muitas famílias em dificuldades... isso dói, mas vamos superar e não podemos desistir! O mundo está mudando e que essa trágica experiência nos traga um outro mundo muito melhor, com mais amor e sem distinção de raças, afinal somos todos iguais. Está aí a maior prova.

THIAGO BAHIA

Campista morando em PORTO/PORTUGAL Dias de pantufa! Sou chef de sobremesas no Porto, em Portugal. Aquele livro finalmente concluído, séries e filmes preferidos vistos pela terceira vez com idioma francês e legenda em inglês, as melhores descobertas em misturar ingredientes esquecidos na dispensa (ainda na validade ), almoço às 16h e jantar à 1h e várias merendinhas aleatórias, interação assídua em todas as redes sociais e mesmo assim um tédio sem fim! Mas com a certeza de estar contribuindo com a melhora de tudo isso que logo vai passar se ficarmos em casa. É difícil, ainda temos muito pela frente mas, voltaremos a se abraçar ! Força!

A rotina da quarentena é normal: acordar, tomar o café, almoçar, lanchar e jantar, sempre juntos, numa confraternização deliciosa. O cafezinho, hábito do brasileiro, é servido à todo tempo e já ouvi dizer que ajuda ao combater o COVID 19. Ná dúvida, pelo meu gosto, prefiro acreditar e pronto. Assistimos muitos filmes, fazemos jogos sentados na cozinha enquanto preparamos os alimentos, unidos no combate a solidão. Quando necessário vou ao supermercado, protegida com luvas e máscara e com todas as precauções de higienes minuciosamente tomadas. Vivemos como podemos, mas estamos assustados e é angustiante a incerteza de cada dia. Temos que ter muita fé e orar sem cessar. Falamos pelas janelas e quando o sol aparece saímos um pouco lá fora, mas vemos os vizinhos com distância, estamos com muito medo. Estão pedindo para proteger os cabelos, presos com lenços. Minha nossa! Deus por nós!"



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