Jornal Terceira Via 182

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CAMPOS DOS GOYTACAZES, RIO DE JANEIRO • 19 A 25 DE ABRIL DE 2020

Nas bancas por R$ 1,50

NÚMERO 182 Foto: Divulgação

Cultura por enquanto só virtual

"Lives" nas redes sociais movimentam artistas e conquistam o público CAPA

A ETERNA CAMISA BRANCA

Gisela Silva | Técnica de enfermagem com sentimento de dever cumprido

A face de quem está na linha de frente do coronavírus

Diversas categorias não podem parar, mesmo com todos os riscos PÁGINAS 06 - 07 Fotos: Carlos Grevi

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Frentista | Romário da Silva Motorista | Valdeci Gomes

Médica | Julyane Alves

Secretária de Saúde

Cintia Ferrini

Home style Não existe um manual

Caminhoneiro | Josiel Machado

Foco no coronavírus prejudica tratamento de outras doenças Pacientes sofrem para ter atendimento médico em razão da pandemia PÁGINA 03 Foto: Carlos Grevi

Foto: Divulgação

Administradora e especialista em Auditoria de Saúde Pública, Cintia Ferrini, tem nas mãos a responsabilidade de cuidar da Saúde do Município de Campos no PÁGINA 09 momento mais crítico de toda a história.

Gari | Orlando Batista

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Escolas e pais de alunos em momento de negociação

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Prefeitáveis falam sobre programas sociais PÁGINA 11

ALEXANDRE TADEU (REP)

CAIO VIANNA (PDT)

CLÁUDIO RANGEL (PMN)

GIL VIANNA (PSL)

JONATHAN PAES (PMB)

Diego Tavares

Os anfitriões do Baile do Chacrinha Stella e Solano Braga

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LESLEY BEETHOVEN (PSDB)

MARCELO MÉRIDA (PSC)

(PT)

RAFAEL DINIZ (CDN)

ROBERTO HENRIQUES (PPL)

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Campos

19 A 25 DE ABRIL DE 2020

Saúde em Campos não é só emergência

Na pandemia de Covid-19, pacientes com outras doenças também graves precisam receber tratamento Letícia Nunes Desde a metade do mês de março, a população da cidade de Campos dos Goytacazes segue uma série de medidas restritivas impostas pelo poder público para favorecer o isolamento social e tentar mitigar o número de casos de Covid-19 no município. Com os hospitais e unidades de saúde praticamente só atendendo pessoas com possíveis sintomas do novo coronavírus, houve um esquecimento de que as demais doenças tão graves quanto também não irão desaparecer de uma hora para outra. Pacientes renais e oncológicos precisam tanto de um acompanhamento rigoroso, assim como as demais situações clínicas. Hospitais e unidades públicas Quanto a rede pública, opção da maioria da população campista, a reportagem questionou a assessoria de comunicação da Prefeitura de Campos sobre o que esses pacientes devem fazer nesse momento delicado em caso de complicações no quadro, já que os atendimentos nos ambulatórios estão suspensos e como a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) está monitorando esses indivíduos e as suas condições de vida. Foi enviada uma única resposta para todas as perguntas: o link de uma reportagem

Foto: Silvana Rust

Tratamento oncológico na pandemia

Vazio | Ambulatórios estão fechados por decreto da prefeitura, mas Beda atende pacientes graves

no portal do governo informando que o órgão municipal "reorganizou o atendimento em serviços prioritários diante dessa situação que o país enfrenta", devido ao decreto 027/20, que "dispõe de ações necessárias para evitar o contagio do coronavírus". Segundo a publicação, desde o dia 18 de março, o atendimento nos setores da secretaria estão sendo agendados de forma individual, de acordo com a necessidade. "Entretanto, o Núcleo de Auditoria, Controle e Avaliação funcionará com aten-

dimento ao público, somente para pacientes de Oncologia, Hemodiálise e Cateterismo. Já para pacientes que necessitam de Tratamento Fora do Domicílio, o setor manterá as viagens dos pacientes em tratamento oncológico e dos que necessitam de revisão pós operatório", diz a reportagem. Como o Jornal Terceira Via cita acima, a nota reitera a informação e afirma que o funcionamento dos ambulatórios estão suspensos, agora até o dia 30 de abril, e os profissionais de outras unidades

de saúde foram convocados e remanejados para locais onde há uma demanda maior para a Covid-19. Muitos deles atuam no Centro de Controle e Combate ao Coronavírus, espaço que até o momento já atendeu mais de duzentos pacientes com suspeita da doença. Unidade particular Nas unidades de saúde do Grupo IMNE, como o Hospital Geral Dr. Beda, a pandemia causou alterações nos modelos de emergência e redirecionamento de pacientes. Porém,

Na oncologia do Grupo IMNE, a rotina de tratamento dos pacientes segue normalmente, com as devidas precauções já adotadas, como uso de álcool em gel na entrada do hospital e máscara. Os serviços de quimioterapia, radioterapia, braquiterapia e internação clínica e cirúrgica foram mantidos. "O Hospital Dr. Beda, como instituição de referência em oncologia na região, vem a cada dia juntamente com uma equipe multidisciplinar

oferecendo a população um atendimento humanizado. Estamos disponibilizando todo atendimento necessário dentro das precauções possíveis. Também orientamos aqueles que estão em controle de doença a ficarem em casa neste momento. Em caso emergência, eles podem fazer contato. Acreditamos que seguindo todas as medidas de prevenção iremos passar por esta pandemia", acredita Simone Monteiro Xavier, assistente social em oncologia.

o atendimento ao grupo de indivíduos em tratamento nos setores de nefrologia e oncologia continua. A realização da hemodiálise, que é o processo de filtrarem do sangue, foi adiantada em um hora, devido as medidas de prevenção e higienização dos espaços e também a dificuldade de transporte dos pacientes, segundo a assistente social, Laís Leal. "A orientação a essas pessoas é que sigam o tratamento, pois este é essencial para a sua vida, mas que além disso evitem sair de casa e não estejam em aglomerações", diz. Ela também afirma que mesmo diante da pandemia, o serviço de hemodiálise não pode

parar. Esses pacientes devem se submeter ao procedimento três vezes na semana, durante quatro horas. "Sem essa terapia renal substitutiva, essa pessoa pode vir a óbito, porque os rins não funcionam. Se ela não dialisar na máquina, as substâncias nocivas que devem sair na urina ficam retidas no corpo e causam complicações, o que é arriscado. Já os pacientes de CAPD, que utilizam uma forma diferente de diálise e precisam ir apenas uma vez ao mês no hospital para a troca de um cateter colocado no abdome e demais atendimentos no setor continuam com os agendamentos normais para as consultas", explica.

Pandemia pede diálogo entre pais e escolas

Fechadas, escolas recorrem a aulas online, enquanto Alerj discute redução temporária nas mensalidades Marcos Curvello Com a população confinada em casa desde o início da quarentena no Estado do Rio, em meados de março, parte das escolas particulares de Campos vem apostando na tecnologia para manter a rotina de estudos dos alunos ao mesmo tempo em que tenta garantir o cumprimento da carga horária mínima anual exigida por lei. A pandemia do novo coronavírus, porém, mostrou a importância da manutenção de outro canal de comunicação: um que seja capaz de promover diálogo entre instituições de ensino, sociedade e lideranças políticas para proporcionar soluções em tempos de exceção. Tramita na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), projeto de lei que determina a redução em 30% das mensalidades de escolas e universidades particulares enquanto durar a pandemia do novo coronavírus. O argumento é de que, com portas fechadas, as instituições de ensino gastariam menos e poderiam repassar essa economia aos clientes, na medida em que o valor das mensalidades leva em conta despesas com os chamados custos operacionais, que incluem água, luz, telefone e internet, entre outros. Para o Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino (Sinepe) do Norte e Noroeste do Estado do Rio de Janeiro, porém, trata-se de uma medida "inconstitucional". Aulas online: pais aprovam

A fisioterapeuta Fernanda Riter é mãe de Cauã, de 13 anos. O filho estuda no Externato João XXIII, em Campos, onde cursa o 8º ano do ensino fundamental. A escola antecipou férias, em março. “Meu filho tem feito tudo sozinho. Estamos há um mês na quarentena, mas ele está tendo a responsabilidade de acordar, assistir às aulas, fazer as tarefas e não deixar acumular para o dia seguinte”, diz Fernanda. Segundo ela, há prazos a serem cumpridos e as atividades valem nota. “Os professores dão tempo para fazer e corrigem nas aulas e no grupo de estudos montado no Whatsapp. Fazem lista de quem entregou e cobram”, conta. Maitê tem 6 anos e também tem aulas online. Segundo a mãe, Rafaela Barros, a escola — uma instituição particular que ela prefere não identificar — optou por lições gravadas, que podem ser acessadas de casa pelos alunos. O método exigiu mudanças de hábito e alguma criatividade, já que Maitê está sendo alfabetizada. “A gente criou uma rotina de estudo, onde assistimos aos vídeos. Ensinar é muito difícil, mas usamos lousa e jogos didáticos”, diz Rafaela. Cobranças Mas, nem todas as escolas de Campos vêm optando pelas aulas. Uma das mais tradicionais, o Centro Educacional Nossa Senhora Auxiliadora (Censa). Segundo a dentista Juliana Spinelli, mãe de Letícia, de 9 anos, afirma que as medidas tomadas pelo colégio não conseguem garantir

a continuidade do aprendizado de seus alunos. “Como faziam antes, eles disponibilizam atividades para a semana toda. Pegamos os exercícios e os gabaritos e há um e-mail e o Whatsapp para tirar dúvidas. Mas, é muito difícil seguir uma rotina sem aulas. E sem a explicação dos professores, fica difícil fazer as atividades, pois as matérias não foram explicadas. Minha filha, por exemplo, não consegue entender determinadas assuntos e nem sempre consegue ser ajudada”, afirma. De acordo com Juliana, poucos professores produziram material de apoio próprio para a turma de Letícia. “Alguns professores enviam, pelo aplicativo da escola, videoaulas do YouTube. Até agora, somente um professor enviou um vídeo gravado por ele próprio. Outros dois enviaram áudios. Po-

Isolamento | Novo coronavírus transformou rotina da educação entre pais e filhos

rém, matérias como matemática, não podem ser aprendidas por meio de áudios”. Em nota, o Censa informou que “tem enviado, semanalmente, aos seus alunos, via aplicativo, atividades pedagógicas, videoaulas e um guia de estudos das diversas disciplinas de cada segmento e quem tem trabalhado para garantir um calendário de reposição que não cause prejuízo à conclusão do ano letivo”. Adicionalmente, comunicou que a direção optou por oferecer aos alunos aulas online diante da nova prorrogação das medidas de isolamento social anunciadas pelo Governo do Estado do Rio

de Janeiro na última terça-feira (14). “A instituição está finalizando a implantação de uma plataforma virtual que, em breve, estará disponível”. Para não parar Além do Censa, o Jornal Terceira Via entrou em contato com outras escolas particulares de Campos para saber como o ensino vem sendo garantido aos alunos. A coordenadora Pedagógica do Colégio Centro de Estudos pH, Maria de Fátima Dias, afirmou que migrou aulas e atividades para um “ambiente virtual de aprendizagem”. “Cada turma, desde o Ensino

Para Sinepe, mensalidade não compete ao Estado De autoria dos deputados André Ceciliano (PT), presidente da Alerj, Dr. Serginho (PSL) e Rodrigo Bacellar (SDD), o projeto de lei 2.052/2020 recebeu parecer favorável da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa e foi discutido, semana passada, em uma audiência pública por videoconferência com mais de 1,5 participantes. Na CCJ, o texto recebeu emendas que criaram um escalonamento do desconto: unidades com até 100 alunos não seriam impactadas, escolas que tenham entre 100 e 200 alunos concederiam 20% de desconto, e as com mais de 200 estudantes abateriam 30% das mensalidades. No

caso de cooperativas educacionais, o desconto seria de 10%. A proposta ainda precisa passar por outras quatro comissões antes de ser levada a plenário. Porém, de acordo com o advogado do Sinepe, Bruno Lannes, uma vez que mensalidade escolar tem natureza contratual, o assunto foge à competência do Estado. "Contrato é matéria privativa da União. Segundo a Constituição Federal, somente a União pode legislar sobre Direito Civil", diz Lannes. O advogado rejeita o argumento de que, fechadas, as escolas terão menos custos. "Despesas com água e luz, por exemplo, somam de 3 a 6%

da planilha de custo de uma escola, enquanto a folha salarial, que continua sendo paga, corresponde a cerca de 70%. Há instituições que já estão gastando mais, pois estão investindo no ensino à distância. Além disso, será necessário repor esses dias, já que a Lei de Diretrizes e Bases exige uma carga horária mínima de 800 horas. As escolas vão trabalhar de forma extraordinária e seus horários vão se estender. Não existe equilíbrio nisso", observa. O resultado, afirma o advogado, será o fechamento de escolas e demissão de professores e funcionários.

Fundamental ao Ensino Médio, tem a sua sala de aula virtual, na qual os estudantes têm acesso a material didático, monitoria online (Ensino Médio), atividades, tarefas dirigidas, simulados, aulas em vídeo, encontros online com os professores, entre outras ferramentas. Para auxiliar o aluno na administração do tempo, semanalmente, são encaminhados aos estudantes e responsáveis cronogramas de estudos com sugestões de organização dos horários e atividades a serem executadas”. Já o Colégio Alpha informou que “diariamente, os professores (do Ensino Fundamental I ao Ensino Médio) publicam roteiros de estudo com orientações e atividades no Google Sala de Aula e também videoaulas no canal do Alpha no Youtube. Além desses procedimentos, os alunos, desde o 6º ano do Ensino Fundamental II até a 3º série do Ensino Médio, dentro do horário escolar de cada segmento, têm explicação dos conteúdos e resolução de exercícios por meio de videoconferência pelo Google Meet. O Alpha, pela parceria com a Eleva Educação, conta também com a Plataforma de Ensino Eleva, que representa um suporte ao estudo em casa”. O Colégio Pró-Uni preferiu não se posicionar. A reportagem tentou contato, ainda, com o Externato João XXIII, sem sucesso.


AloysioBalbi Com Girlane Rodrigues

Atacarejo A compra da Makro pelo grupo Carrefour vai intensificar o chamado atacarejo em Campos. O Carrefour, que é dono do Atacadão em Guarus, nas BR-101, vai transformar a Makro em um segundo atacadão. Ele será reaberto em breve seguindo os mesmos padrões do de Guarus. Enquanto isso, a rede Super Bom, pertencente ao Grupo Barcelos, estuda o perfil que vai adotar no GreenFruit comprado há duas semanas. Adiamento quase certo Parece que o Supremo Tribunal Federal – STF- vai mesmo tirar momentaneamente de pauta o julgamento da liminar que concede royalties do petróleo somente para os municípios e estados produtores. O martelo seria batido agora em abril, mas diante de toda essa complexidade da pandemia, levando-se em conta principalmente a situação do estado do Rio de Janeiro, o maior produtor, parece que vai ser adiada mesmo. Sem recursos Campos tem um projeto que requer investimento de R$ 2 bilhões para a geração de energia limpa, com capacidade de atender a 600 mil residências, podendo beneficiar municípios como São Francisco de Itabapoana, São João da Barra e Quissamã. Além de ajudar o meio ambiente, o empreendimento, que cria uma usina de energia fotovoltaica e um terminal de gás natural liquefeito (GNL). O projeto envolve a prefeitura, a E4 Brasil e a Amazônica Energy. Mas vai ter que esperar e não precisa explicar nem porquê. Baixa Outra baixa provocada pelo coronavírus. Um estudo feito pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) apontava que há 111 grandes investimentos confirmados no estado do Rio para os próximos anos. Eram cerca R$ 162,3 bilhões em projetos e o Norte Fluminense seria a região com maior volume de investimentos previstos, com R$ 19,4 bilhões. O estudo levava em conta apenas os projetos em andamento ou a serem iniciados. O destaque no Norte

Opinião

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Fluminense ficava para o setor de petróleo e gás natural, com R$ 19,2 bilhões até então confirmados. Perdemos Mais uma: a Petrobras pretendia US$ 20 bilhões nos próximos quatro anos para recuperar a produção na Bacia de Campos, região histórica de exploração de petróleo em alto mar e que já está em operação há 42 anos, com muitos campos entrando em sua fase de declínio natural. Com isso, o Estado do Rio deveria receber R$ 9 bilhões a mais de royalties até 2024, porém é mais um investimento que fica aí em banho-maria, se não for direto para o freezer. O amor no tempo do corona Aumentou muito acima da capacidade das operadoras as chamadas vídeo conferências, e até mesmo as chamadas de vídeos pelo celular. As plataformas de videoconferência estão faturando, mas disparado, quem está ganhando é a sessão namoro, o chamado amor em tempo de coronavirus. A gente já tinha ouvido falar no amor nos tempos de cólera, mas naquela época não havia essa tecnologia. Segredo Até hoje ninguém tem ideia de quem seja o apostador de Campos que ganhou R$ 32.686.894,02 na Quina, no dia 4 de setembro do ano passado. Sabe-se somente que ele sacou a bolada no dia seguinte. E ponto final. Essa coluna apurou que o sortudo optou por morar no Rio de Janeiro em um condomínio de luxo na Zona Oeste e obviamente está vivendo de renda, e gorda. Com a palavra “Executivo da calçada”, “guru do marketing”, “encantador de clientes”, “empresário dos doces”. São muitas as denominações para o ex-vendedor ambulante, hoje empresário milionário, David Portes. Aos 58 anos, ele é um exemplo de que com pouco dinheiro e uma visão empreendedora é possível alcançar o sucesso. David, que enxerga um pouco mais longe, garante que toda essa crise vai passar e que a recuperação será rápida. Deus o ouça.

Nosso muito obrigado

eróis, anjos da guarda e tantos outros adjetivos que podem definir pessoas que estão na linha de frente da pior guerra epidemiológica que se tem notícias. Tem sido assim em todas as cidades do mundo e também em Campos. Profissionais de serviços essenciais, que saem todos os dias de casa, para que a grande maioria da população possa permanecer nela. Repórteres também estão na linha de frente e eles saíram às ruas para registrar o cotidiano desses profissionais, que arriscam suas vidas em uma guerra silenciosa, o chamado silêncio ensurdecedor, que no imaginário de quem está em casa, parece o som das ruas gritando pedindo a volta das pessoas, do trânsito, das buzinas. São profissionais de saúde, funcionários de farmácias, motoboys, motoristas de aplicativos, motoristas de ônibus, caminhoneiros, garis, funcionários de padarias e de supermercados, entre outras. Um exército de pessoas sem armas, mas que de uma forma ou de outra garante a sobrevivência dos confinados.

A reportagem Especial desta edição traz relatos emocionantes de pessoas que se afastaram de suas famílias para poder continuar nesta linha de frente, e protegendo suas famílias, estão protegendo as famílias de todos. Gente de coração grande que deixa o nosso apequenado e apertado. Para as milhares e milhares de pessoas que estão em casa, o trabalho deste exército é fundamental. Pessoas que vão para a sacada dos prédios e aplaudem os lixeiros quando passam. Pessoas que sorriem pelos olhos para os caixas dos supermercados pois os sorrisos estão cobertos por máscaras. O que dizer em forma de reconhecimento para esses heróis de uma guerra sem armas convencionais, mas de muitas mortes? Como externar essa gratidão cotidiana dos que estão em casa para os que estão nas ruas garantindo a sobrevivência dos confinados. Só uma palavra simples do cotidiano pode definir todo esse apresso se dita em som de gratidão: nosso muito obrigado.

O mito da caverna e a pandemia

O

filósofo e matemático grego Platão nascido no ano 428 a. C. é conhecido como o primeiro grande idealista. Segundo Platão, o conhecimento se desenvolve por meio da passagem do mundo das ilusões e das aparências para o mundo das ideias e das essências. Em sua obra A República, ele narra um diálogo metafórico entre Sócrates, personagem principal, e Glauco, seu irmão. Nesse diálogo, o filósofo imagina um grupo de pessoas presas dentro de uma caverna. Todos estão acorrentados e de costas para entrada, de modo que o que veem é uma parede que fica logo em frente. Atrás dessas pessoas, há um muro alto e, por trás dele, uma fogueira. Pessoas e objetos em volta da fogueira geram sombras que ultrapassam a altura do muro e são projetadas na parede. Assim, tudo que as pessoas que ali estão veem é esse “teatro de sombras” e também ouvem os ecos que vêm de fora. Porém, uma delas se livra das amarras e se liberta. Olha detidamente para o facho de luz que vem de fora e se pergunta de onde sai a claridade. Estrega os olhos não acostumados com luz, procura escalar o muro e, depois, passar pela fogueira. Com muita dificuldade, sai da caverna e espanta-se com a luminosidade do Sol, com a exuberância da natureza e com os contornos precisos dos animais e das plantas. Conclui, então, que o que via, na parede da caverna, eram só imitações. Agora, ela se sente livre e feliz, mas não consegue esquecer os companheiros que lá deixou e, por isso, decide voltar à caverna. Assim que chega, conta tudo o que viu, mas as pessoas não acreditam. Elas apontam para a parede e dizem que somente o que veem é o que existe. Em seguida, decidem matá-la. Essa importante alegoria nos mostra a necessidade de sairmos das sombras e nos colocarmos à luz do Sol. O Sol como metáfora do bem que nos possibilita o conhecimento da realidade. Pergunto: seria então, essa pandemia, a COVID19, uma oportunidade solar, por mais paradoxal que pareça, um tempo oferecido para reflexão, uma oportunidade para sairmos da escuridão do egoísmo, da ganância, da falta de empatia, do consumismo, da belicosidade, da corrida armamentícia, da vaidade extremada, da competição exacerbada, da futilidade, da arrogância tão presentes neste século? Hoje, quando essa pandemia assombra o mundo inteiro e nos confina conosco mesmos, teremos bastante tempo para retirarmos os entraves dos olhos, livrarmos desse ofuscamento da visão e, assim contemplarmos um “novo mundo” onde nos libertaríamos dos enganos da tal modernidade. Quantos enganos! É preciso ignorar o ignorante que vive de senso comum. É preciso buscar a iluminação. É preciso sair da caverna. É preciso investir em educação, ciência, arte, saúde e pesquisa que, certamente, nos farão ver o Sol, chegar ao conhecimento e às ideias puras, assim como Platão preconiza. E, ainda, nos farão transcender, nosso destino último. Mesmo que tenhamos que escalar “muitos muros”, pular “inúmeras fogueiras”, mas sempre em direção do Sol.

Comunicado

SINDICATO DOS PROFISSIONAIS DOS SERVIDORES PÚBLICOS MUNICIPAIS DE CAMPOS DOS GOYTACAZES ANULAÇÃO DE ELEIÇÃO SINDICAL A diretoria do Sindicato dos Profissionais Servidores Públicos Municipais de Campos dos Goytacazes, no uso das atribuições legais do Estatuto do Sindicato dos Profissionais Dos Servidores Públicos de Campos dos Goytacazes - SIPROSEP, inscrito no Cadastro Nacional Pessoa Jurídica - CNPJ 31.505.381/0001-94, vem, pelo presente, INFORMAR o acolhimento do Recurso interposto por ADENILSON MERCEDES MARCIEL, DOMÊNICO DE SOUZA RIBEIRO e WALACE MARQUES CAETANO em face das eleições realizadas da data de 21.02.2020, determinando, por conseguinte, a anulação da eleição sindical. Cópia integral da decisão encontra-se a afixada no mural da sede do Sindicato, podendo ser obtida cópia mediante recibo na secretaria do sindicato, em dias úteis, de segunda-feira à sexta-feira, no horário de 09:00 às 17:00hs. Em observância ao prazo ínsito no art. 65 do Estatuto, fica, desde já, designada a data de 01.06.2020 para a realização de novas eleições. Campos dos Goytacazes, 17 de abril de 2020. DIRETORIA DO SIPROSEP.

PÁTIO NORTE | AVISO

Através deste, temos a informar que de acordo com Decreto Municipal a Pandemia do Covid-19, está terminantemente proibida a aglomeração de pessoas em ambiente fechado, fazendo com que o Leilão PTN01-2020 previamente agendado para acontecer presencialmente nas instalações da CDL, somente ocorrerá sob a forma Online através do sítio eletrônico: www.brbid.com no dia 30/04/2020 a partir das 10 horas, conforme publicado no D.O. do Município em 15/04/2020. A visitação pública continuará sendo no dia 29 de abril de 2020, das 09h às 17h no pátio localizado na Rodovia BR-101 Km 78. Ururaí, Campos dos Goytacazes/RJ, e será respeitado limite máximo de pessoas no local durante o período da visitação.

www.jornalterceiravia.com.br

\ jornalterceiravia

Sistema de Comunicação Terceira Via CNPJ 15.205.202/0001-47

Expediente: Fundador Herbert Sidney Neves - Direção Executiva Martha Henriques - Diretor Geral Fábio Paes Diretor de Jornalismo Aloysio Balbi Chefes de Reportagem Girlane Rodrigues e Roberta Barcelos - Projeto Gráfico Estúdio Ideia Diagramação Elton Nunes - Departamento Comercial (22) 2738-2700 Rua Gov. Theotonio Ferreira de Araújo, 36 - Centro - Campos dos Goytacazes - RJ Impressão: Parque Gráfico do Jornal O Globo. Tel: (21) 2534-9579/ comercialpg@infoglobo.com.br


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VIA EXPRESSA HÉLLEN SOUZA/SUPCOMCAMPOS

Mercado

Foi providencial a medida da Prefeitura de estabelecer quatro pontos de entrada e saída no Mercado Municipal de Campos, como forma de controlar o acesso e reduzir a disseminação do coronavírus.

Perdas

Por conta do amplo noticiário dado ao Covid-19, passou com registro abaixo do merecido as mortes, por infarto, do compositor Moraes Moreira, de 72 anos, e do escritor Rubem Fonseca, de 94.

“Mandettada”

Direita/Esquerda | No parlamento francês do século XVIII, a divisão entre os que se sentavam à direita e à esquerda do presidente da Assembléia Nacional

O Brasil no contrapé De certo, só a incerteza perambula pelos próximos dias sobre os rumos da Covid-19. As especulações surgem na mesma velocidade com que a doença se espalha, não havendo qualquer segurança em se apontar, a curto prazo, o caminho que deve ser seguido para conter o coronavírus e, ato contínuo, vencê-lo. Sem entrar em detalhes técnicos e nos eventos mais recentes da última semana, em que o presidente Bolsonaro substituiu o ministro da Saúde justamente quando o ritmo das mortes no Brasil registrou leve sinal de desaceleração, fato é que a pandemia não é um episódio nacional mas, bem ao contrário, produziu (e ainda produz) danos bem mais severos em países como Itália, França, Espanha, Reino Unido e, principalmente, nos EUA. Mas, ações de combate à doença à parte – que não são objeto desta abordagem – o fato é que a pandemia ‘pegou’ o Brasil numa fase sui-generis, diria no contrapé, o que certamente está reduzindo a eficiência do País nos trabalhos de prevenção e no tratamento dos infectados. O ‘contrapé’, ou desequilíbrio, é facilmente identificável e pode ser dividido em três partes: 1) Turbulência política. 2) Fragilidade econômica. 3) Estéril conflito ideológico. Esse ‘tríplice desarranjo’, que vem tomando conta do Brasil nos tempos recentes, contribuiu sobremaneira para deixar o País desestruturado justo na hora em que precisaria estar forte e coeso para travar as batalhas contra o inimigo comum. Senão, vejamos: 1) Turbulência política Desde o início de 2019, o Palácio do Planalto vem colhendo as desavenças provocadas pelas frequentes falas imprudentes do presidente Bolsonaro. O comportamento valeu ao presidente problemas com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia; com congressistas em geral; com

a classe artística; com o presidente da OAB; com a imprensa; com partidos e até mesmo com ministros do próprio governo. As constantes e inoportunas declarações favoráveis ao regime militar; o apoio à indicação de seu filho, Eduardo Bolsonaro, como embaixador em Washington, gerando um turbilhão de críticas; a omissão ante os sucessivos tuítes agressivos e ofensivos de seu filho Carlos. E ele próprio, nas redes sociais, com suas famosas postagens dissociadas da liturgia do cargo. Seja por estilo, ou por estratégia ou pelo que for – ainda que tivesse razão – não resta dúvida que o presidente cultivou um ambiente de discórdia que fez florescer inquietante cenário político o qual, a quem menos interessa, é a ele mesmo. Fosse diferente, não estaria amargando sucessivas quedas de popularidade. 2) Fragilidade econômica Não há como negar: o super ministro Paulo Guedes ainda não disse a que veio. Levou quase um ano para aprovar a reforma da Previdência que Henrique Meirelles – não fosse o vergonhoso áudio que retirou a máscara de Michel Temer – teria aprovado, sem ruídos, no prazo de três meses. O ambiente no Congresso estava amplamente favorável para que fosse adiante de forma tranquila. Bolsonaro assumiu com legitimidade e recebeu o País nos trilhos. Logo, era de se esperar que em 2019 a economia fosse bem mais longe. O PIB de 1,1%, jocosamente apelidado de ‘pibinho’, foi o mesmo alcançado em 2017 pelo governo Temer, pouco mais de um ano após ter substituído Dilma, que deixara o Brasil na beira do abismo. Logo, a gestão de Paulo Guedes tem sido decepcionante, tal qual suas frases grosseiras e preconceituosas. Ora bate boca na CCJ da Câmara, no ridículo episódio ‘tchutchuca é a mãe’, ora chama funcionário público de parasita, ora, ainda, considera absurdo

“empregada doméstica ir para a Disney”. Em suma, aconteceu de tudo com Paulo Guedes, menos fazer a economia andar. 3) Conflito ideológico Outro contrapé do Brasil recente tem sido a discussão estéril e infértil sobre conceitos de direita e esquerda, sepultados na primeira metade do século 20. Resumindo o que preenche centenas de volumosos livros, ‘direita’ e ‘esquerda’ têm como berço a França do distante século XVIII, na esteira da revolução daquele país. Reportava-se ao grupo de parlamentares que se posicionava à direita do presidente da Assembleia Nacional e que defendia propostas conservadoras, em contraposição aos que ficavam à esquerda, simpatizantes de ideias revolucionárias e politicamente mais radicais. Como filosofia ideológica, continuam a existir. Fazem parte da História e servem de ‘orientação institucional’. Mas ficaram lá atrás, nas ditaduras de Mussolini, de Hitler, de Stalin e outros. Se antes representaram, digamos assim, posições definidas, com o passar dos anos perderam significado porque o palco político de hoje mistura conceitos de direita com esquerda, com tendência cada vez maior para o centro. Logo, como adverte considerável corrente de cientistas políticos, em pleno século 21 não têm mais nenhum propósito. Mas o Brasil resolveu reviver o jurássico conceito, trazendo a ideologia para a vida pública, como se os rumos do País fossem ditados pelas carcomidas orientações do passado. Pior ainda, faz parecer um Brasil dividido ideologicamente em tempos que não cabem divisões ou muros, mas união e pontes. Não fosse por esse tripé de desventura e a pandemia, ao invés do contrapé, estaria enfrentando um Brasil melhor estruturado e com barreiras mais sólidas.

No dia anterior à demissão, o então ministro Luiz Henrique Mandetta disse – referindo-se à nova equipe que assumiria o Ministério – que para ajudar o Brasil era preciso considerar outras alternativas. O comentário dizia respeito ao isolamento. Ora, se o distanciamento social é a única forma de combate à pandemia – conforme ele próprio sempre defendeu, lembrando ser o protocolo adotado no mundo inteiro – como, então, admitir “alternativas”? Em havendo alternativas, ele mesmo deveria tê-las considerado. Se preferiu sair para não abandonar o critério determinado pela ciência, não há que se falar em ‘alternativas’.

Sobre o SUS

“O SUS vai pagar a conta de séculos de negligência, de favela, de falta de saneamento básico e com a falta de cuidado para com o povo mais humilde que é a grande massa trabalhadora deste País”. (Luiz Henrique Mandetta)

Nelson Teich

Logo que após ser anunciado, a fala do novo ministro da Saúde, Nelson Teich, soou desarticulada, com excessiva preocupação em agradar o presidente. O que disse pareceu confuso. A discrição, contudo, foi um ponto positivo.

Na posse

Ao tomar posse, entretanto, o oncologista Teich foi mais agudo, advertindo que o Brasil está tratando a crise do novo coronavírus “como se estivesse na década passada”. Esperemos que esteja certo.

Bolsonaro

Em mais um ataque – ainda que certo, na hora errada – o presidente Bolsonaro disse que Rodrigo Maia tem uma atuação “péssima”, está aprofundando a crise, “assumiu o papel do Executivo” e ‘está conduzindo o Brasil para o caos’.

Sem cabimento

Oportunistas de plantão, que não pensam no Brasil, mas em suas conveniências políticas, seguem falando em impeachment do presidente. O País não pode travar combate de vida ou morte contra a Covid-19 e, ao mesmo tempo, abrir outra frente de conflito. Seria um disparate.


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Heróis campistas na linha

Em meio a pandemia onde a sociedade é orientada a ficar em casa cumprindo quarentena, existem pro Girlane Rodrigues / Kamilla Póvoa Ocinei Trindade / Priscilla Alves Taysa Assis / Ulli Marques A pandemia do coronavírus vem causando medo em boa parte da população mundial e em meio às restrições para evitar o avanço, um grupo de pessoas tem arriscado suas vidas ao estar na linha de frente da batalha contra a Covid-19. Profissionais da saúde que lidam frente a frente com o paciente que contraiu a doença ou com suspeita de contaminação pelo vírus, são os mais lembrados. Porém, caminhoneiros, garis, motoristas de ônibus, bancários, carteiros e frentistas de postos de combustíveis, por exemplo, lidam direto com o público e têm se tornado verdadeiros heróis nessa guerra. O caminhoneiro Hudson Pinto dos Santos, de 39 anos, morreu no dia 11 de abril em Campos, depois de ficar internado por uma semana e ter passado, inclusive, pela Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Foi o único morto na cidade por Covid-19 até o fechamento desta edição, na noite de sexta-feira (17). A trabalho, Hudson viajou para São Paulo e Ceará, estados brasileiros com grande disseminação da doença. Médicos Desde os últimos anos de faculdade, a médica Julyane Alves vivencia a rotina das emergências e após se formar, há quase seis meses, trabalha em plantões de hospitais da região. Nessa profissão, quem atua na linha de frente nos atendimentos de porta aberta, aprende a gostar da adrenalina e do perigo, segundo ela. “Nossa mente e nosso corpo se adaptam às emoções, estresses e cansaços de cada dia de trabalho e, com o tempo, tudo nos hospitais se torna familiar e o dia de trabalho é algo prazeroso e motivador. Porém em março de 2020, a chegada dessa pandemia fez mudar tudo que estava estabilizado em minha mente. Eu me vi e vi a minha equipe rodeada de medo, insegurança e apreensão pelo que vamos enfrentar a cada plantão, afinal tudo é novo. Criamos uma nova rotina de trabalho, os nossos hospitais fizeram inúmeras modificações em suas estruturas e nos fluxos de atendimentos, eu nunca imaginei que fosse passar por algo parecido. Hoje, me paramento toda da cabeça aos pés para poder examinar os pacientes, estudo vários artigos e pesquisas sobre uma doença nova que não aprendemos absolutamente nada na faculdade, é um novo cuidado comigo e com todos que me cercam, é um medo constante do que estar por vir e do que ainda iremos en-

Gisela Silva | Técnica de enfermagem, uma das responsáveis pela coleta de materiais para exames

frentar. Me distanciei da minha família para preservar a saúde dos meus pais que são idosos e volto pra casa após cada plantão com medo de levar contaminação para dentro dela. Já são dias e dias assim, vivenciando essa realidade que assusta e que é tão distante da que eu esperava enfrentar no meu primeiro ano de formada, mas tenho em meu coração a esperança de que tudo irá passar em breve e que teremos dias melhores”, relata a média Julyane Alves. Técnicos de enfermagem Gisela Silva atua há três anos como técnica de enfermagem no Hospital Dr.Beda. Ela relata que devido ao atual cenário, muitas mudanças foram feitas no local tanto para melhor atender aos pacientes, quanto para a segurança de todos que transitam por ali. Com fé e otimismo, ela acredita que essa fase passará logo, mas não hesita em tomar todas os cuidados necessários antes e após chegar a casa. “É muito bom e gratificante quando fazemos o que realmente amamos. Eu sou muito feliz por fazer parte

desse grupo, dessa empresa. É claro que diante das circunstâncias atuais, acho natural eu ficar insegura e com medo, mas eu sempre tento pensar nas coisas boas, com coragem, ânimo e fé. Eu oro muito quando saio da minha casa e quando chego também. Penso na minha filha e na minha família, mas tenho muita fé no meu coração que Deus está me protegendo e também protegendo todos nós aqui. O hospital está nos amparando muito bem com toda a estrutura, com todos os EPIs necessários, orientações e isso nos dá segurança. Então, mesmo diante de tudo isso, somos uma família, uma equipe forte e pronta a ajudar", declara Gisela Silva. Quanto ao momento de receber pacientes com suspeita do Covid-19, ela afirma que o medo natural surge, porém, não paralisa a atuação do seu trabalho. “Os exames são feitos exatamente com aqueles que apresentam sintomas mais graves. Então praticamente todos os exames que coletamos são de pacientes com a possibilidade de estarem com o vírus. A preocupação é natural, mas o amor à profissão e a certeza de que estamos fazendo um trabalho pela saúde pública, nos leva a encarar essas situações como uma missão”, finaliza.

Julyane Alves | Médica recém-formada atua em plantões na emergência de vários

Carteiros | Em período de vendas online crescente, essa categoria é fundamental

embarcavam e desembarcavam 120 passageiros, em média. "Atualmente, são 38 pessoas. Estamos nos arriscando, assim como todos que estão na rua. Uso máscara, mas é difícil. Não me sinto herói. Cumpro o meu trabalho. A população poderia reconhecer melhor o motorista", diz. Aos 62 anos, Valdecir Gomes diz que há 42 trabalha como motorista de ônibus. Ele faz a linha Uenf-Jockey-Centro. O profissional disse que ainda não usava máscara, pois dependia da

direção da empresa. "Estou sempre lavando as mãos e usando álcool. Os rodoviários já foram valorizados, mas isso vem se acabando. É um momento difícil para todos nós, pois a saúde está ameaçada. Quero continuar trabalhando enquanto puder", afirma. Bancários Quem imaginaria que a profissão de bancário poderia um dia ser considerada "de risco"? Acostumados a trabalhar em um ambiente, na maioria dos

Garis Quando o gari Orlando Batista foi entrevistado pelo Terceira Via, ele não escondeu dois medos ou preocupações que sentia: do novo coronavírus e de ficar desempregado. Muitos colegas foram colocados em férias coletivas, medida tomada por diversas empresas para reduzir despesas e riscos de contágio da Covid-19. Com o fechamento do comércio, a área central teve redução de pessoas circulando e, consequentemente, de lixo nas ruas. "Outros colegas seguem na ativa na coleta semanal de lixo nos bairros. Minha função é varrer e recolher a sujeira das ruas. É um trabalho que muitas pessoas não prestam atenção nem valorizam. Fico triste com a situação da cidade e do que está acontecendo no mundo por causa do vírus. Queria que a normalidade voltasse logo", disse Orlando.

Orlando Batista | Gari mantém a cidade limpa mesmo com toda preocupação do risco

Motoristas de ônibus Outra função indispensável neste momento é o transporte público. O motorista de ônibus Tiago Soares, 39 anos, conta que em um trajeto do Novo Jockey ou do Imperial ao Centro

Frentistas | Romário da Silva segue todas as recomendações de higiene ao chegar a casa para


Especial

a de frente do coronavírus

ofissionais que não podem parar e ficam expostos aos riscos para que a cidade continue funcionando

hospitais da região não abre mão dos EPIs

casos, confortável, esses profissionais se veem, agora, expostos como poucos a um vírus que já matou milhares de pessoas em todo o mundo. Consideradas prestadoras de um serviço essencial, as agências bancárias permanecem abertas durante o período de isolamento social e, seja manuseando dinheiro, seja em contato direto com clientes, os bancários são os responsáveis por manter esse serviço em pleno funcionamento, mesmo que, para isso, precisem enfrentar o medo. Gerente de uma agência situada no Centro de Campos, Gustavo Rosa tem tomado todas as previdências para evitar ao máximo os riscos. A instituição financeira em que ele trabalha afastou funcionários enquadrados no grupo de risco, disponibilizou equipamentos de proteção individual (EPIs) e oferece álcool em gel também para os clientes. Em reunião com os funcionários, Gustavo também decidiu implementar um revezamento: em uma semana, uma equipe trabalha na agência e outra em casa; na semana seguinte, os papéis se invertem. “O que podemos fazer para amenizar a exposição, temos feito. Mas, ainda assim, o receio continua. Jamais passou pela nossa cabeça que poderíamos ser considerados profissionais

a evitar de levar um contágio para sua família

que atuam em uma área de risco e agora nos vemos nessa situação... Antes, nosso medo era só de assalto. Agora, temos medo de um vírus invisível”, lamentou. O presidente do Sindicato dos Bancários de Campos, Rafanele Alves, declarou que está em negociação constante com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), solicitando que sejam tomadas providências e garantindo estruturas para os bancários trabalharem. Ele afirmou que apenas 30% do efetivo devem continuar indo às agências diariamente, conforme essas negociações, e também destacou o trabalho da Prefeitura de Campos e das forças de segurança na fiscalização das unidades da cidade. Inclusive, duas agências foram fechadas por não estarem adequadas às medidas de higiene e de contingenciamento de pessoal. “Além disso, o Sindicato ainda está com carros de som orientando a população a respeitar o afastamento de 1,5 metros e, caso seja possível, a evitar ir até a agência e optar por resolver suas pendências pelos aplicativos. Isso vale principalmente para a Caixa Econômica, que nos últimos dias tem tido bastante aglomeração devido ao depósito do auxilio emergencial. As precauções para proteger o funcionalismo e os clientes vêm sendo tomadas, mas a verdade é que com um vírus como este, quem precisa se expor a ele pode, de fato, ser considerado um herói”, concluiu. Carteiros Os carteiros sempre estiveram expostos: trabalhando diariamente nas ruas, eles precisam enfrentar o sol, a chuva e outras dificuldades para que as correspondências cheguem à casa de todos. Acontece que uma exposição como a que eles se colocam neste momento de transmissão comunitária do coronavírus tornou essa profissão ainda mais nobre e arriscada. No caso dos Correios, não só os carteiros estão expostos: também aqueles que exercem funções internas, manuseado mercadorias, estão em risco constante. E, até o agora, apenas o álcool lhes foi fornecido. Essa informação foi passada por um funcionário que preferiu não identificar por medo de represálias. Segundo ele, máscaras e luvas ainda não foram distribuídas nas quatro agências de Campos e o medo é grande devido aos casos de mortes de carteiros no Rio de Janeiro, no Espírito Santo e em São Paulo. Aproximadamente 50 carteiros são responsáveis por atender toda a cidade de Campos, mas aqueles que se enquadram em grupos de risco – trabalhadores com mais de 60 anos, com problemas respiratórios, hipertensos e diabéticos — foram afastados de suas funções durante a pandemia. Os carteiros também são orientados a não pedir a assinatura dos destinatários no momento da entrega. O sindicato da categoria já entrou com um pedido de ação civil pública com determinação judicial em caráter liminar para que a entidade forneça os EPIs, uma vez que, sem esses equipamentos, o risco continua. “O temor existe porque a possibilidade de se contaminar no local de trabalho é grande. Somente na agência da Rocha Leão, por exemplo, há aproximadamente 60 servidores. E nós não estamos preparados para lidar com essa situação. Mas, apesar disso, continuamos”, afirmou o funcionário. Por e-mail, os Correios garantiram que estão “atentos à proteção de empregados e clientes, com protocolos operacionais e profiláticos baseados nas orientações do Ministério da Saúde”. Ainda segundo a nota, entre as medidas já adotadas pela estatal estariam “o envio de orientação a todos os empregados quanto aos cuidados básicos de higiene; a disponibilização de álcool gel 70%; máscaras para os carteiros e operadores de triagem; e intensificação de procedimentos de higienização e limpeza do ambiente e equipamentos”. As entregas continuam ocorrendo em

Fotos: Carlos Grevi/Divulgação

Tiago Soares | Motorista de ônibus, sabe da sua importância para a população

Covid-19, mas que já foi curado. São muitos contatos e a pandemia está crescendo no Brasil, então temos que nos prevenir”, finalizou. Valdecir Gomes | Aos 62 anos, cumpre seu trabalho porque a cidade não pode parar

todo o país e algumas agências sofreram ajustes temporários no horário de funcionamento, mas sem prejuízo da continuidade e da oferta de serviços e produtos à população. Apesar das medidas tomadas por governadores e prefeitos para que haja um maior recolhimento das pessoas em casa para evitar a proliferação do coronavírus, muitos profissionais não podem seguir essas determinações, muito menos os conselhos do “fique em casa”. É o caso dos frentistas que estão na linha de frente da batalha. Frentistas O Romário da Silva tem 46 anos e 20 deles dedicados a um posto de combustível, na Avenida 28 de Março, na altura do Parque Santo Amaro, em Campos. Ele, atualmente é gerente de pista do posto e trabalha oito horas por dia, de segunda a sábado, lidando com diversas pessoas. “Nós aqui não conseguimos trabalhar de casa, o combustível não para. É essencial estar aqui atendendo todo dia, mesmo alguns clientes estando receosos em sair da residência. Aqui a gente coloca máscara e sempre usa o álcool em gel, para não ser contaminado”, falou. Por força da profissão, ele tem que

ficar na pista do abastecimento de combustível dos veículos o tempo todo, auxiliando outros frentistas, além de manusear dinheiro e máquinas de cartões. “O maior risco aqui mesmo é o dinheiro, porque botamos a mão, depois esquecemos e passamos no rosto. Mas, mesmo assim nós temos todos os cuidados, lavamos as mãos diariamente. Aqui a gente tem cautela”, disse. O modo de prevenção do Romário é utilizar o álcool em gel, diferente dos outros trabalhadores do posto, que estão usando máscara, mas para ele, também existe outras maneiras de se proteger como chegar em casa e colocar toda roupa que foi usada no dia para lavar. “Minha esposa fez uma cirurgia no pulmão, tem dificuldade de respirar e está no grupo de risco. Tenho três filhos também e me preocupo com eles. O cuidado tem que ser redobrado diariamente”, explicou. Mesmo com o movimento no posto tendo caído em torno de 70%, por conta do isolamento social imposto pelas autoridades de saúde, Romário tem estado atento. “Atendi no posto, recentemente, um casal que veio do Rio de Janeiro e na família tinha um parente com a

Josiel Machado | Caminhoneiro sente o valor do seu trabalho pelas estradas em que passa

Atendentes de farmácia A farmacêutica Carolina dos Santos é mais uma destas profissionais que precisa sair de casa para trabalhar mesmo durante este período de pandemia de coronavírus. Ela, que diz se cuidar com uso de máscara e luvas, precisa deixar as duas filhas pequenas em casa para ir ao trabalho e lida diretamente com várias pessoas todos os dias. “Não tem jeito, nós estamos na linha de frente. Sou farmacêutica formada e trabalho na farmácia de uma unidade de saúde, então tenho contato com todos os tipos de pessoas. Este é o meu trabalho e eu preciso. Mas é triste pensar que posso pegar essa doença e levar para as minhas duas filhas pequenas, meu marido ou meus pais idosos por causa de pessoas que não estão se cuidando ou apesar de tudo não estão acreditando na doença. Nós também temos medo, mas não podemos deixar o trabalho. É preciso que haja conscientização de todos”, contou. Caminhoneiro Desde 2018, quando mobilizaram uma grave que desestruturou o país, os caminhoneiros já mostraram o seu valor. Ficou claro, à época, que, sem eles, o Brasil para. Agora, diante da crise causada pelo novo coronavírus, mais uma vez esses profissionais mostram-se imprescindíveis: são eles os responsáveis por levar alimentos e insumos aos estados e municípios, garantindo, mesmo em risco, a segurança daqueles que podem ficar em casa. Tanto que, em Campos, a primeira vítima fatal da covid-19 foi, justamente, um caminheiro que exercia seu trabalho. Trabalho esse digno de um herói. Há 30 anos nas estradas, Josiel Machado, disse estar apavorado como nunca. Ele, mesmo evitando descer do caminhão, mantendo a distância das pessoas e seguindo as recomendações de higiene, perde noites de sono pensando no perigo que o cerca e na situação arriscada em que coloca sua família. Ainda mais após a notícia de que seu colega de profissão faleceu acometido pela doença. Mas, ao mesmo tempo, Josiel encontra forças para continuar quando pensa na importância de sua função. “Pela primeira vez eu fui parabenizado por um policial que disse que nós, os caminhoneiros, somos aqueles que se arriscam diariamente para manter a comida na mesa de todos. Também tenho recebido muito carinho das pessoas que encontro e quando vejo nos letreiros da BR-101 e da Ponte Rio-Niterói o reconhecimento do meu trabalho, fico feliz apesar do medo”, declarou.



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Secretária de Saúde

Cintia Ferrini

De olho no coronavírus

Secretária destaca ações da prefeitura, mas lamenta que existe muita gente circulando Aloysio Balbi Administradora e especialista em Auditoria de Saúde Pública, Cintia Ferrini, tem nas mãos a responsabilidade de cuidar da Saúde do Município de Campos no momento mais crítico de toda a história. Nomeada secretária de Saúde pelo prefeito Rafael Diniz, ela não é médica, mas tem um currículo invejável como gestora nesta área. São 25 anos desempenhando essa atividade, período em que já foi diretora de unidades de saúde, coordenadora de Controle e Avaliação, subsecretária geral de Saúde. Coordenadora na Faculdade de Medicina de Campos, no curso de Auditoria de Saúde, professora do mesmo curso, Cintia também é professora na Pós-Graduação do curso de Estratégia

de Saúde da Família na UNIG. Nesta entrevista, ela fala do desafio que tem pela frente e das medidas que está tomando para conter o avanço do coronavírus em um município de mais de 500 mil habitantes. Diz que o coronavírus vem sendo discutido e acompanhado desde as primeiras notícias da doença pela prefeitura. Diariamente realiza reuniões com rede municipal, contratualizada e particular. Acrescenta que desde que a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou pandemia, o prefeito Rafael Diniz instalou o Gabinete de Crise para enfrentamento do coronavírus, reunindo diversas secretarias. Acrescenta que as ações efetivas estão

ocorrendo, antes dos primeiros casos registrados, com compra de equipamentos, treinamento de pessoal, entre tantas outras medidas, com objetivo de preservar vidas, evitar a disseminação descontrolada da doença e possibilitar tratamento àqueles que, eventualmente, fiquem doentes. Defensora do isolamento social, ela diz que ainda existe em Campos muita gente na rua, o que certamente facilita o contágio. Disse que Campos tem 193 leitos de UTIs, mas que esse número pode ser ampliado. Garantiu que todos os esforços estão sendo feitos no sentido de que Campos venha a ter o menor número de casos possíveis do coronavírus. Foto: Divulgação

Como a senhora compara as ações do poder público e a situação em Campos com a de outras cidades consideradas de grande porte, acima de 500 mil habitantes, diante deste quadro? Posso falar por Campos, onde o assunto coronavírus vem sendo discutido e acompanhado desde as primeiras notícias da doença. Realizamos reuniões com rede municipal, contratualizada e particular. A partir de fevereiro começamos a nos preparar de maneira mais específica. Logo após a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretar pandemia, o prefeito Rafael Diniz instalou o Gabinete de Crise para enfrentamento do coronavírus, reunindo diversas secretarias. E as ações efetivas foram ocorrendo, antes ainda de termos casos confirmados da doença: a criação do Centro de Controle e Combate ao Coronavírus, os decretos que instituíram o isolamento horizontal, reforço na compra de equipamentos, treinamento de pessoal, entre tantas outras medidas, com objetivo de preservar vidas, evitar a disseminação descontrolada da doença e possibilitar tratamento àqueles que, eventualmente, fiquem doentes. Na sua avaliação, o campista neste momento está seguindo as orientações como isolamento, uso de máscaras, etc? Embora a Prefeitura de Campos, assim como o orientado pela Organização Mundial da Saúde, Ministério da Saúde e Secretaria Estadual de Saúde, tenha implantado o isolamento horizontal, infelizmente ainda vemos bastante gente nas ruas. Não apenas para alguma atividade essencial, como deveria ser. Mas temos atuando bastante no sentido de conscientizar as pessoas da importância deste isolamento, deste distanciamento, para tentar impedir uma explosão de casos. Mas, acredito que grande parte dos campistas já está ciente da necessidade do isolamento e do uso de máscaras e mais pessoas ficarão conscientes. Quantos leitos de UTIs do SUS temos em Campos? Entre rede própria e contratualizada temos, atualmente, 193 leitos de UTI.

próximos, como São João da Barra. Junto com a prefeitura daquele município e o Porto do Açu foi criada uma barreira sanitária no Cepop, para um controle de veículos com destino ao empreendimento. Campos é um polo regional e é natural que estas trocas de experiências ocorram. Todos estamos irmanados nesta luta.

Alguns defendem a flexibilização do isolamenA senhora acha que to. Qual a sua posição? no pico da pandemia Mais uma vez, seguindo previsto para maio ou o entendimento da OMS, Entre rede própria e junho essa estrutura Ministério da Saúde e suporta? Estadual de contratualizada temos, Secretaria Temos estes 193 leitos, Saúde, temos certeza mas com possibilidade atualmente, 193 leitos que somente o isolade ampliação, caso seja mento pode minimizar de UTI. necessário. O Gabinete os efeitos desta pandede Crise trabalha com a mia. Não é uma coisa possibilidade de aumento de número de leitos pensada por Campos, mas mundialmente. clínicos e de UTI, caso seja preciso. Também já Os países que não optaram por esta medida temos conversado com as instituições contra- estão sofrendo graves consequências. Claro tualizadas no sentido de ampliar o número de que, em certo momento, haverá uma flexibileitos, se houver necessidade. lização, um retorno, mas de maneira gradual, para que os impactos não sejam severos e não A Prefeitura de Campos tem interagido com se perca todo trabalho realizado. outras cidades, para troca de experiência sobre o que realmente funciona neste momen- É possível que existam casos de subnotificato para preservar a vida? ção em Campos? Temos feito contato com nossos vizinhos mais A Secretaria Municipal de Saúde segue os pro-

tocolos específicos ao caso. Os exames são encaminhados ao Laboratório Central Noel Nutels (LACEN-RJ), porém, devido à demanda tem havido um atraso nos resultados. Mas todos os casos, ainda que com certa demora em função da situação atual, terão resposta.

de água sanitária, doados pela concessionária. Também atuamos junto à população de rua, onde a prefeitura criou um abrigo destinado a eles, onde recebem cinco refeições diárias. Enfim, estamos olhando como um todo, com um olhar mais atento para os mais vulneráveis.

O hospital de campanha que o governo do estado está construindo em Campos será para A senhora tem um levantamento de quanatender os moradores tos médicos, enferdaqui ou será algo remeiros e auxiliares em gionalizado? Campos estão afastaO Hospital de Campados da linha de frente nha terá 100 leitos — por suspeita de contáPeço que não fiquem 80 clínicos e 20 de UTIs gio, grupo de risco ou — que serão regulados alarmados, mas sim atentos. estresse? pelo Governo do Estado Estamos fazendo este lepara atendimento reSigam a recomendação vantamento. gional. para ficar em casa Para terminar, o conseExistem algumas prolho para a população de vidências já tomadas ou previstas para uma Campos: atenção maior às favelas, onde as condições Peço que não fiquem alarmados, mas sim sanitárias são precárias e a aglomeração do- atentos. Sigam a recomendação para ficar méstica é maior? em casa, evitar aglomeração, fazer a lavagem A Prefeitura de Campos, seguindo orientação correta das mãos e usar máscaras, caso esteda Vigilância em Saúde, está solicitando à jam espirrando ou tossindo. Oriento, ainda, Águas do Paraíba para que verifique o abas- que, apresentando algum sintoma, ligue para tecimento de água a fim evitar desabasteci- a central 192, onde temos médicos que irão mento. Também iniciou, através da Secretaria orientar e direcionar a todos. Temos confiande Desenvolvimento Humano e Social, a dis- ça de que iremos superar este capítulo triste e tribuição de 22 mil sabonetes e 18 mil litros preocupante da história mundial.



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Política

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O futuro da assistência social

Prefeitáveis apresentam propostas para tema que deve pautar debate político em outubro Marcos Curvello O Jornal Terceira Via encerra, neste domingo (19), a série de reportagens com alguns dos principais pré-candidatos à Prefeitura de Campos. Durante cinco semanas, eles falaram sobre temas que pautarão o debate nas eleições municipais em outubro: Saúde, Educação, Economia, Infraestrutura e Transporte Público. Agora, os prefeitáveis discutem ideias e propostas para a Assistência Social — política pública que deve ganhar relevância com a pós-pandemia do

novo coronavírus. Trata-se de um assunto de especial importância para a população de Campos, um município com Produto Interno Bruto (PIB) per capita de R$ 35.475,94, segundo dados de 2016 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), onde 34% das famílias têm renda inferior a meio salário mínimo por pessoa, de conforme perfil traçado pela própria Prefeitura em 2018. Com desemprego aumentando desde o início da pandemia no Brasil, a massa de desocupados deve aumentar, pas-

sando dos 11,9 milhões registrados em janeiro pelo IBGE para 14,4 milhões, segundo previsão de economistas do mercado financeiro. Em Campos, agrava a situação a suspensão pelo Governo municipal, em 2017, de programas sociais e iniciativas como o Cheque Cidadão, a passagem a R$ 1 e o restaurante popular em decorrência da queda de arrecadação com a crise mundial do petróleo. Tudo isso deve fazer com que os programas sociais estejam em posição de destaque no discurso político para 2021 e se transformem em um dos

principais eixos de debate entre prefeitáveis em outubro.

ALEXANDRE TADEU (REP)

CAIO VIANNA (PDT)

CLÁUDIO RANGEL (PMN)

GIL VIANNA (PSL)

Programas sociais sempre foram marcas do PRB, hoje, Republicanos. Presamos pelo bem estar das pessoas. Ajudar os mais necessitados está entre as prioridades do partido. Garantir direitos básicos, como alimentação, transporte e igualdade em oportunidades, é o que move cada um que veste a camisa 10 do Republicanos. Em Campos, é notório o descaso com o social. O atual governo deixou de lado os mais carentes, fazendo uma administração voltada para os mais favorecidos. A cidade necessitada de programas de inclusão, que garantam direitos iguais aos seus munícipes. Todo cidadão, independente da região em que mora, tem direito a transporte público para se locomover pela cidade, e a uma alimentação de qualidade. Para isso, a necessidade de programas sociais, sem assistencialismo. Afinal, ninguém é melhor que ninguém. O atual momento de pandemia evidencia bem isso.

Fui um dos maiores críticos ao corte dos programas sociais. Cheguei, certa vez, a propor por meio de minhas redes sociais que o governo reduzisse o salário dos cargos comissionados em 30% para manter esses programas. Um deles, que nasceu no governo Arnaldo Vianna, o vale alimentação, foi solapado. É um programa de renda mínima, que no atual estágio tem como público alvo 30 mil famílias. É dinheiro que volta para a economia local, porque os beneficiários consomem no comércio. Isso é distribuição de renda e ao mesmo tempo indutor econômico. Minha proposta não sensibilizou o governo. Mas entendo que a volta de programas sociais deve ser prioridade, assim como o restaurante popular, garantindo um mínimo de dignidade aos cidadãos que mais precisam.

Tivemos uma série de temas muito importante durante os domingos com a Terceira Via e o último tema da série é sobre programas sociais, que para mim, são de extrema importância. Os programas sociais devem, sim, existir, porque muitas famílias precisam e devemos combater a fome e a pobreza. Mas, o que precisamos no nosso município é dignidade e mostrar a todos os campistas, independente de ser rico ou pobre, que a política é para o povo, fazendo com que se sintam seguros, abraçados e amados em sua cidade. O maior programa social que existe e existirá para todo o sempre é o amor de um para com o outro. Quero agradecer de coração toda equipe do jornal terceira via pelo carinho e comprometimento nesse período em que tivemos juntos. Que Deus nos abençoe!

Programas sociais são importantes e ajudam a tirar famílias da pobreza, combatendo a desigualdade social. Mas, acredito em programa de incentivo e de crescimento, nunca de dependência. Meu projeto é oferecer maior acesso à educação, que é a base principal para a construção do ser humano. O ensino profissionalizante, em parceria com a inciativa privada, promove a integração da população no mercado de trabalho, fazendo com que cada um construa o seu futuro através das suas próprias decisões. O poder público tem o dever de garantir, além das necessidades básicas, o suporte para que esse projeto aconteça no tempo certo. Além disso, pretendo criar uma secretaria própria para lutar pelos direitos da pessoa com deficiência, que sempre foi minha prioridade na vida pública. Programas sociais são inciativas para melhores condições de vida e jamais devem ser usados como artifício político.

Em um cenário de desigualdade, torna-se necessária a implantação de projetos relacionados ao desenvolvimento sustentável, empreendedorismo rural e agricultura familiar. É preciso instituir um programa de valorização de bairros e distritos, implantando cooperativas nas comunidades, qualificando a mão de obra e direcionando-as a atividades como: reciclagem, artesanato, confecções têxteis e ligadas à indústria, como mecânica, elétrica, marcenaria e soldas. Acreditamos que o projeto social, para ser eficaz, tem que estar ligado a uma politica de geração de empregos. Aos mais necessitados, é preciso reativar projetos como Cheque Cidadão e Restaurante Popular, beneficiando a quem realmente precisa. Projetos ligados à arte e ao esporte evitam a evasão escolar e a inserção da criança e do adolescente na criminalidade. 'Eduquem as crianças para que não seja necessário punir os adultos'.

LESLEY BEETHOVEN (PSDB)

MARCELO MÉRIDA (PSC)

(PT)

RAFAEL DINIZ (CDN)

ROBERTO HENRIQUES (PCdoB)

Nosso maior programa social será a geração de empregos! Não queremos a população dependendo de políticos para conseguir um emprego. Nossas ações para a atração de empresas serão fortíssimas. Os outros principais programas sociais para toda população serão: ‘uma boa saúde pública funcionando’ e ‘uma educação também pública e de qualidade’. O retorno de um restaurante popular para as pessoas carentes será feito logo no início, no modelo PSDB "Bom Prato". Vamos blindar as unidades do CRAS (Centro de Referência da Assistência Social) de influências políticas. As equipes 100% técnicas vão cumprir estritamente sua missão: fortalecer a rede de proteção social básica local, prevenir as situações de risco e garantir direitos. Um amplo programa de apoio a retirada de pessoas das drogas também será realizado!

“A gente acredita que é preciso cuidar de pessoas para a cidade crescer. É preciso ouvir a sociedade civil, discutir políticas públicas de inclusão produtiva, envolvendo a universidade, os atores privados e outras instituições. É necessário atender as necessidades emergenciais, de segurança alimentar, com uma moeda social que possa circular no comércio dos bairros, por exemplo, como fazem muitas cidades. Mas só isso não resolve. Tem que haver esforço público e das instituições para a construção de uma nova vida, garantindo acesso à educação, à qualificação, preparando para o emprego, em uma evolução até a autonomia. Temos várias instituições, com experiência na área social pelo voluntariado, que precisam participar desse debate. Ouvindo todos os segmentos, Campos pode preparar uma rede de proteção social que insira pessoas em uma matriz produtiva”.

Nosso projeto passa por ações de investimento social, como o PAC, pelo fomento do Minha Casa, Minha Vida e do Bolsa Família, e pela criação de redes de segurança alimentar, com a reabertura do Restaurante Popular, que o governo sepultou. Maricá nos mostra que é possível um programa de renda básica acessível e democrático. Governos petistas produziram uma experiência de política pública que o Brasil não havia visto. Tiramos 30 milhões da miséria, resgatamos a dignidade humana. Propomos identificar famílias em situação de vulnerabilidade e extrema pobreza e encaminhá-las a programas sociais e serviços públicos, fortalecendo os CRAS, as redes de proteção social, o Conselho de Assistência Social, Programa de Alfabetização de Jovens e Adultos e o retorno do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PET).

Vamos intensificar nossas ações de qualificação profissional e acesso ao emprego, criando novos mecanismos de superação da pobreza e miséria. Com apoio da Câmara, criamos a Política Municipal de Segurança Nutricional, e, através dela, já estamos trabalhando para abrir um novo espaço que ofereça três refeições por dia, a custo zero, às pessoas em situação de pobreza. Reestruturamos e ampliamos os CRAS, praticamente dobrando o número de atendimentos. Vamos ampliar este processo, com a qualificação continuada de nossa equipe técnica. Também queremos ampliar a Rede de Proteção destinada ao atendimento à população em situação de rua, idosos, crianças e adolescentes, mulheres vítimas de violência e pessoas com necessidades especiais. Iniciamos e daremos continuidade à reestruturação das unidades de Conselhos Tutelares e acolhimentos.

Precisaremos atualizar metas e aumentar recursos do Fundo Municipal de Assistência e retornar o Cheque Cidadão para que famílias de baixa renda não vivam na extrema miséria. Mas, fazer só isso é canonizar a pobreza! Faremos a conexão do sistema compensatório de assistência social para o emancipatório, transformando a Prefeitura de tutora em indutora. Aproximaremos Ação Social, Agricultura, Codemca e Fundecam para criar um Banco de Talentos e Idéias, com linhas de microcrédito abrangendo potencialidades em sintonia com o mercado consumidor e empregador. Na última vez em que estive prefeito, em 2008, criaremos ambiente favorável para que floresça, no governo e na população, o espírito da co-responsabilidade no cuidado da pessoa humana, com jovens e crianças nas escolas e seus pais integrados à grande família do povo campista.

Os pré-candidatos Nove prefeitáveis responderam ao pedido de posicionamento feito pelo Jornal Terceira Via: Alexandre Tadeu (REP), Caio Vianna (PDT), Cláudio Rangel (PMN), Gil Vianna (PSL), Jonathan Paes (PMB), Lesley Beethoven (PSDB), Marcelo Mérida (PSC), Rafael Diniz (CDN) e Roberto Henriques (PCdoB). Além de pré-candidatos declarados, a equipe de reportagem procurou, ainda, nomes considerados presença pro-

vável nas eleições municipais de outubro. Citados com frequência nas listas de pretendentes ao Executivo municipal em 2020, Wladimir Garotinho (PSD) e Rodrigo Bacellar (SD) negaram participação na corrida pela Prefeitura. Já o PT não havia apresentado pré-candidatura até o fechamento desta edição. Três nomes postulam a vaga:Odisséia Carvalho, Hélio Anomal e José Maria Rangel. O Jornal Online Terceira Via encaminhou o pedido de participação a Odisséia, que é presidente do diretório municipal da sigla e se posicionou em nome da legenda.

JONATHAN PAES (PMB)


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@rodrigovianarodrigoviana

O dia em que “Lewis Hamilton” encontrou “Ayrton Senna” Quem é o sósia do Ayrton Senna? Júlio Marcos da Costa tem 46 anos, é casado, formado em Engenharia Industrial Mecânica com MBA em Gestão de Projetos e Pessoas, exerce hoje o cargo de Diretor Industrial. Nasceu e reside em Divinópolis, interior de Minas Gerais, a 155 km de Belo Horizonte. Conheci o Júlio no Tributo ao Ayrton Senna, um evento promovido em São Paulo no ano passado, organizado em conjunto pela Heineken, a Fórmula 1 (F1) e o Instituto Ayrton Senna. Júlio tem 3 filhos, sendo 2 meninos, cujos nomes são Luccas Senna e Gabriel Senna, ambos em alusão ao seu ídolo. O mineiro “Ayrton Senna” me concedeu esta entrevista exclusiva:

O início de uma grande amizade

Quem é o sósia do Lewis Hamilton? Ramon Túlio Fernandes tem 32 anos, é solteiro, formado em Edificações, mas atua como empresário do ramo alimentício. Nasceu e reside em Belo Horizonte, a capital mineira. A primeira vez que vi o Ramon, ele estava todo caracterizado como piloto da Mercedes, nos braços da multidão, durante a cerimônia de entrega do troféu ao Lewis Hamilton, piloto vencedor do GP Brasil de Fórmula 1 (F1) de 2018, no Autódromo de Interlagos. O mineiro “Lewis Hamilton” me concedeu uma entrevista exclusiva: Ramon, como você descobriu a sua semelhança com Lewis Hamilton? Eu sempre assistia as corridas de F1 e me achava meio parecido com Hamilton. Tanto foi que todo mundo falava que eu era a cara dele. Em 2017, fui ao GP Brasil de F1, estava vestido com a roupa da Mercedes e todos falavam que eu era muito parecido com Hamilton, as pessoas começaram a tirar foto comigo... No ano seguinte, em 2018, um amigo meu me in-

Os dois Lewis Hamilton, o verdadeiro e o sósia centivou a comprar um macacão, o que acabei fazendo. Fui com o macacão ao GP Brasil daquele ano e virou uma febre, as pessoas faziam festa. Em 2019, a animação do povo foi tanta ao me ver caracterizado, que continuei fazendo o maior sucesso! A sua semelhança com Hamilton já gerou reportagem para a imprensa? Sim, no ano passado mesmo, no GP Brasil de F1, a TV Globo, lá em Interlagos, fez uma entrevista comigo e

A primeira vez que eu vi o Ramon foi assim, nos braços da multidão, no GP Brasil de F1

Ramon dando entrevista passou à noite, no Jornal da Globo. Como que você lida com a semelhança com Lewis Hamilton? Lidar com a semelhança com Lewis Hamilton é muito bom! Às vezes eu coloco uma blusa social que ele tem da equipe e vou almoçar ou jantar fora, todo mundo comenta na rua que eu sou a cara de Lewis Hamilton e pedem para tirar foto. Adoro isso! Acho isso de mais! Você já fez algum trabalho profissional devido à semelhança com Lewis Hamilton? Sim. Já fiz eventos, participei de aniversários aqui em Belo Horizonte. Em São Paulo, também já participei de festas e eventos, sempre caracterizado. Já teve a oportunidade de conhecer o Lewis Hamilton? No ano passado, no GP Brasil de F1, Lewis Hamilton estava saindo dos treinos livres para o estacionamento da Mercedes, junto com o seu segurança e a fisioterapeuta. Eu e um amigo, já estávamos indo embora do autódromo, caminhando em direção ao portão de saída, quando por coincidência, vimo-nos e nos aproximamos, trocamos algumas palavras e registramos uma foto. Eu estava todo caracterizado. Só lembro que ele falava “Loved your look” (Amei seu visual). Você já teve a oportunidade de conhecer o sósia do Ayrton Senna? Eu não tive a oportunidade de conhecer o sósia do Ayrton Senna, mas eu queria muito. Seria muito interessante! Imagina? (rs)

Júlio, como você descobriu a sua semelhança com o Ayrton Senna? Quando eu tinha os meus 12 anos de idade, o Ayrton já estava na F1 e vencendo as suas primeiras corridas. Quando o vi nas entrevistas e nas propagandas, identifiquei-me pela pessoa do Ayrton, pelo detalhe do corte de cabelo e por ser muito magro na época. Quando eu ia cortar o cabelo, percebi que o Ayrton tinha o mesmo estilo meu, dali em diante, o padrão estava estabelecido. Desde esta época, eu sempre usava a camiseta e o boné do Banco Nacional (seu maior patrocinador). As pessoas da minha cidade e os meus amigos da escola já me chamavam de Senna por eu ser muito parecido com ele. Percebia as semelhanças quando assistia as reportagens sobre o Ayrton, onde mostravam as medidas como peso, altura... o jeito de andar e o modo de falar, que para mim, era tudo de forma natural e nada copiado. Vi que éramos muito parecidos. A sua semelhança com Senna já gerou reportagem para a imprensa? Conforme manifestado o interesse por ambas as partes na última pergunta que fiz aos dois, tratei de providenciar, mesmo à distância, o grande encontro entre “Lewis Hamilton” e “Ayrton Senna” num belo final de semana. Os dois caracterizados, encontraram-se para disputar uma prova, para euforia dos presentes, no Kartódromo Internacional de Betim, cidade vizinha à capital Belo Horizonte. Nesta primeira prova, “Ayrton Senna” levou a melhor! Ramon, o “Hamilton”, declarou sobre o encontro: “Eu gostei de mais ter conhecido o Júlio, sósia de Senna. Eu era doido para encontrar ele e não sabia que era de Minas Gerais. Eu tinha visto ele

Duas gerações, dois ídolos, dois novos amigos e muitas histórias para contar. Ramon e Júlio, foi um prazer para mim fazer vocês se conhecerem

Julio dando entrevista

O meu encontro com o Julio, foi no Tributo ao Ayrton Senna, em São Paulo Sim. No GP do Brasil de F1 fui entrevistado por uma TV francesa. Já concedi entrevista para o site www. torcedores.com. No evento Senna Day, fui entrevistado pelo SBT e Fox Sport. Participei de uma entrevista num programa local da TV Candidés. No Senna Tribute, dei entrevista à equipe de marketing da Heineken e à TV Fox Sport. Participei do GP Brasil de F1 de 2019, a convite da Heineken, para ficar onde estava exposto o McLaren Honda do primeiro título de Senna na F1, em 1988. Como que você lida com a semelhança com o Ayrton Senna? Procuro primeiro ter o equilíbrio em saber que sou Júlio Marcos, ter minha identidade e minha história. Em todos os eventos onde fico caracterizado, dou atenção com grande carinho a todas as pessoas que me pedem para tirar fotos ou que querem me contar um pouco da sua história e do quanto o Ayrton foi referência para elas. O Ayrton amava as pessoas, principalmente as mais simples. Sinto-me muito feliz e honrado quando chegam até a mim e dizem que me pareço com o Ayrton. Mas aumenta a minha responsabilidade

para não manchar a imagem dele e ser exemplo de pessoa e profissional para com todos que convivem comigo ou que de alguma maneira me admiram. Você já fez algum trabalho profissional devido à semelhança com Ayrton Senna? Sim, fui convidado a participar de uma campanha denominada “Corrida de Campeões”, promovida por uma rede de materiais de construção. Fizemos um vídeo promocional e visitas às unidades para falar sobre motivação e dedicação. Tenho também uma página no Facebook denominada Ayrton Senna Inspiração. Teve a oportunidade de conhecer o Ayrton Senna ou a irmã dele? O Ayrton não, quando ele faleceu eu tinha 19 anos. A Viviane Senna eu teria a oportunidade de ser apresentado a ela no Tributo ao Ayrton Senna, no dia que nos conhecemos, no ano passado, mas achei que não era o momento, eu não estava preparado, sou muito emotivo. Mas, ainda pretendo conhecê-la. Você já teve a oportunidade de conhecer o sósia do Lewis Hamilton? Ainda não, uma vez o vi de muito longe em Interlagos, ele estava em outro setor... Mas nunca estive próximo ou fui apresentado a ele, infelizmente. Queria conhecê-lo!

O grande encontro de Ramon e Júlio de longe uma vez, em Interlagos... Quando o vi no kartódromo de Betim, parecia que eu estava vendo o próprio Senna na minha frente. Foi uma experiência fantástica! Muito humilde, Júlio é uma pessoa muito bacana.” Júlio, o “Senna”, contou como foi a sua experiência: “O Ramon é uma pessoa muito bacana, fino, um amigo realmente. Ele é de uma geração mais nova do que a minha, mas nós temos muitas características semelhantes, a gente se identificou muito, uma amizade mesmo. No kartódromo, as pessoas gostaram muito do encontro e o feito chamou a atenção de todos os presentes.

Na primeira disputa, Júlio levou a melhor em cima do Ramon Rodrigo, agradeço demais a sua pessoa por ter propiciado este momento e vão ter mais encontros e corridas.”


@magrass.campos.goytacazes (22) 99998-9911

Fotos/Produção: Binho Dutra

Paparazzi No Dia Internacional das Mulhe-

Nova data

O Lollapalooza 2020 foi adiado por conta da pandemia de coronavírus. A organização anunciou via comunicado no Twitter, revelando que a nova data do festival é 4 a 6 de dezembro. Anteriormente, o festival aconteceria entre 3 a 5 de abril. Dessa forma, a organização conseguiu manter todos os headliners - Guns N ‘Roses, The Strokes e Travis Scott. Os ingressos atuais funcionarão para as novas datas, e a organização dará atualizações sobre reembolso e o restante do line-up em breve.

res, eu fiz uma página em homenagem as mesmas com algumas das nossas Paparazzi. Hoje, resolvi homenagear os manos, em fase de confinamento, inclusive impossibilitado o Binho Dutra, nosso fotógrafo oficial e nossa equipe de realizarmos novos ensaios que estão por vir. Abração em minha equipe pelo afinco na realização deste projeto de sucesso e aos camaradas aí presentes ilustrando nossa página especial. #teampaparazzi #sucessomundial

Em alta

“Existem três tipos de pessoas. As de cima, as de baixo e as que caem”. Não há melhor frase em O Poço para iniciar a fábula sádica que é o filme. Em tempos que vivemos um distanciamento social, não só por diferenças políticas, mas também pela já conhecida estrutura socioeconômica que afasta cada vez mais a população de um país que batalha por mais igualdade, é de se parabenizar a Netflix por nos dar acesso a uma obra que retrata, de maneira abstrata, nosso mundo de uma maneira tão assustadora quanto atual. O filme é incrível! Vale a pena assistir.

1º Paparazzi: Diego Tavares

Home Office

Junino Oliveira

Lucas Portela

Návilo Felipe

Pedro Vasconcellos

Sílvio Monteiro

Desde que foi decretado o distanciamento social para conter a pandemia do COVID-19, a alternativa para boa parte dos trabalhadores foi se adaptar à rotina do home office. E fazer essa mudança de levar o escritório para casa pode não ser fácil para muitas pessoas. Estar em casa é sinônimo de comodidade, descanso, tarefas domésticas e lazer. No entanto, temos que virar essa chave e encontramos em nosso ambiente familiar uma forma de exercermos com afinco nossos deveres profissionais. Dicas: 01 - Pantufa e pijama não combinam com home office. No passar do tempo, isso vai te gerar preguiça. Além disso, escolha um ambiente na casa que seja mais tranquilo, que tenha internet boa e que seja organizado. 02 - "Organização te gera uma motivação. Procure realizar um calendário de metas do dia a dia. 03 - Levante, vai ao banheiro, tome um café... você sabe o tempo que a sua cabeça precisa para despertar novamente. 04 - Você sabe como sua rotina é e sabe seu pico de produtividade. Quem está trabalhando de home office e não está acostumado vai olhando para si e se permitindo se descobrir e se adaptar. 05- No escritório, você deve dividir a mesa com alguém. Compartilhe suas metas com ele, como está funcionando. Isso é importante e refresca a mente e finalizando a 06 – Tenha paciência, estamos passando por um momento difícil, então tenha paciência com você e com o próximo também. Fica a dica do nosso espaço!

Atenção!

Márcio Manhães

Jayme Juncá

Ricardo Quintanilha

Henrique Alves

O governo federal extinguiu o PIS-Pasep e liberou o saque de R$ 1.045 do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) a partir de 15 de junho. Uma medida provisória foi publicada em edição extra do DOU (Diário Oficial da União) no fim da noite de terça-feira passada. De acordo com a MP, o patrimônio acumulado nas contas individuais dos participantes do Fundo PIS-Pasep fica preservado. O governo estima que há R$ 21 bilhões que não foram resgatados pela população após sucessivas campanhas relacionadas ao fundo. A ideia do Ministério da Economia é transferir esse montante para dar mais liquidez ao FGTS, que vem sendo usado nos últimos anos para injetar dinheiro na economia e estimular o consumo e quitação de dívidas das famílias.

Soltos em Floripa

Antonio Beliene

Jorge Assunção

Lucas Souza

Greidison Azeredo

Sérgio Rodrigues Martins

Léo Félix

João Elias Mothé

Maurício Jr.

Ivan Bernardes

Jonatha Gonçalves

Rodrigo Bueno

Bruno Freitas

Sávio Aguiar

Breno Mota Medeiros

Primeira produção original brasileira da Amazon Prime Video, "Soltos em Floripa" tem um objetivo claro: abocanhar a grande audiência que acompanha o "De Férias com o Ex". Ao contrário do programa da MTV, no entanto, não há uma trama ou formato claro. São basicamente jovens bonitos, com hormônios a flor da pele, pensando apenas em quem e quantos vão pegar. Sem deixar claro se todos se conhecem ou a razão de estarem na mesma casa, a atração coloca quatro homens e quatro mulheres em uma mansão em Florianópolis. Ao contrário de fazer ex-namorados surgirem do mar, as novas relações vão surgindo à medida que vão para a balada. Não há uma dinâmica específica, eliminações ou algo que o valha. É isso. Oito jovens vivendo a vida, em um estilo que lembra o antigo "Real World", da MTV americana, mas se aproxima também de franquias como "Geordie Shore". O grande diferencial é que, ao contrário de seus predecessores, o "Soltos em Floripa" não tem a mínima vergonha de flertar com a pornografia, literalmente. Para atrair a atenção dos espectadores, figuras populares na música, TV e internet foram chamadas para comentar os episódios. São eles: Pabllo Vittar, Bianca Andrade(Boca Rosa), Felipe Titto, Mariano, John Drops e MC Carol . O reality está disponível para quem assina o canal de streaming e é proibido para menores de 18 anos.

Final

Faltando apenas uma semana para a grande final, a Globo ainda pensa como será o formato do último episódio da temporada do "BBB". Sem poder promover festa com plateia, reencontro de participantes e aglomeração, a emissora deve recorrer a um show virtual com Jorge & Mateus e Simone & Simaria, como tem ocorrido nas festas e também à presença dos eliminados por meio de videochamadas. Ocorre que um pepino muito maior aguarda resolução: o que fazer com Felipe Prior após as acusações de estupro das quais foi alvo? Duas questões pairam sobre a produção do reality. Primeiro: ele deve ser convidado para participar da final, ainda que virtualmente? Segundo: o que fazer com a participação do arquiteto durante a exibição dos melhores momentos do jogo? Vamos esperar o que o “Big Boss” irá definir. Não podemos negar que a edição deste ano foi histórica em audiência e anunciantes.

Live em casa

Com a campanha #todomundoemcasa os artistas resolveram inovar e ajudar a quem mais precisa neste momento delicado que o mundo anda passando, decorrente do COVID-19. Entretenimento e doação de alimentos para os mais afetados pelo vírus. Gusttavo Lima e Jorge & Mateus foram pioneiros a fazerem shows incríveis de forma informal, em suas casas. Milhares de pessoas conferiram em tempo real. Fique por dentro das próximas lives transmitidas pelos canais das bandas no You Tube. Hoje 16h: Ferrugem, hoje também, 18h: Henrique & Juliano, dia 21: Dilsinho – 19h, 24: Simone & Simaria – 21h, 25: Gustavo Mioto – 20h e Bell Marques - 20h, 26: Mumuzinho – 16h e 26 – Luan Santana - 18h. Matheus Alves

Matheus Portugal

Vitor Veras

Vosny Miranda

Pedro Bernardez


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Guilherm ee Rafael

e Rafaela Machado es Genilson Soar

Cultura por enquanto só virtual

n Gorri Juan

Ulli Marques e Ocinei Trindade Cultura e lazer deveriam ser considerados “serviços essenciais”, mas ainda não são. Antes da pandemia já eram alvo de questionamentos. Nestes tempos, provam sua relevância após fechamento de teatros, cinemas, casas de shows, bares e museus. O valor social dessas atividades mostra-se ainda maior entre aqueles que se dedicam a buscar alternativas para continuar. As transmissões ao vivo pelas redes sociais, popularmente chamadas de “lives”, movimentam artistas e produtores culturais e conquistam o público, já que ninguém precisa sair de casa. A dupla musical Guilherme e Rafael, em oito anos, já tocou em diversos locais de Campos. Desde o início da “quarentena”, teve de interromper a agenda de shows. O prejuízo financeiro foi inevitável, mas uma das prioridades de ambos foi manter o contato com o seu público fiel. As “lives” foram o caminho escolhido. Todas as sextas-feiras, eles se apresentam para

seus seguidores no Instagram. “Tem sido uma experiência bacana, as pessoas participam ativamente, pedem músicas, a gente conversa, etc. Observo como as pessoas são carentes de arte e, quando nos veem ali, agradecem e dizem que a nossa apresentação as ajudou a esquecer um pouco todo esse caos. E a verdade é que manter esse contato com os nossos fãs, receber o carinho deles, também nos ajuda nesse momento que é difícil para todos nós”, afirmou Rafael Carvalho. A dupla faz uma enquete e pede para que os seguidores indiquem as canções que querem ouvir. Adaptações virtuais O cantor venezuelano Juan Gorrin reside em Campos. Ele já fazia "lives" musicais no Instagram antes mesmo da quarentena. "Muitos dos meus seguidores, amigos e familiares estão fora de Campos e do Brasil, então é uma forma de me conectar com eles". Segundo o artista, faz falta a energia do público. "Muitas pessoas estão apren-

"Lives" nas redes sociais movimentam artistas e conquistam o público

dendo novas coisas. Dou aulas de canto online. É uma ferramenta maravilhosa. Acho que tem surgido um movimento virtual maravilhoso. Abraçar a maior quantidade de pessoas e fazer apresentações ao vivo não tem nada melhor. Enquanto isso, a rede social nos aproxima", diz. O cantor e violonista Marcelo Benjamin aderiu às apresentações virtuais para manter o engajamento com o público do Facebook e Instagram. "Os artistas que vivem de sua arte, como eu, sentem angústia, incertezas e acúmulo de dívidas Eu já trabalhava nas redes sociais antes da pandemia, mas era apenas divulgação do trabalho. Agora se trata de subsistência, tentar monetizar o trabalho para sobreviver". Para Benjamin, a internet se tornou a única forma de contato para muita gente no momento. "As pessoas sentem saudade dos seus artistas favoritos. Acredito sinceramente que a vida em geral vai sofrer mudanças. Profissões deixarão de existir ou serão transformadas", crê.

Graziela Escocard

Rafaela Machad oe Larissa Manhãe s

Marce lo Ben jamin

Cultura e História Além dos músicos, as lives também têm servido a outros segmentos culturais e históricos que se valem delas para transmitir conteúdo à população de forma interativa. O Arquivo Público Municipal foi uma das primeiras instituições a aderir às transmissões. No dia 28 de março, por ocasião do aniversário da Cidade de Campos, a historiadora Rafaela Machado convidou o pesquisador Genilson Soares para comentar sobre a história do município e não deixar a data passar em branco. Mais de 2 mil pessoas

assistiram à transmissão e enviaram comentários. A estratégia deu tão certo que, desde então, as lives se tornaram regulares. Todas as semanas, Rafaela Machado chama um convidado para comentar aspectos relacionados ao patrimônio campista. Além do Facebook, a TV Câmara também transmite ao vivo atingido quem não está conectado às redes sociais digitais. Antes do isolamento social, havia um projeto chamado ‘Arquivo Itinerante’ que visava justamente tornar o arquivo mais conhecido e mais democrático.

"Não imaginávamos que o patrimônio fosse um tema que tivesse tanta repercussão. Muitas vezes pensamos que a internet é inimiga dessas atividades presenciais, mas vimos que isso não é verdade. As redes são, sim, ferramentas positivas para agregar e aproximar as pessoas. Unir os campistas e reforçar neles seus laços de identidade sempre foi nosso objetivo enquanto Arquivo Público. Conseguir isso sem que eles precisem sair de casa foi surpreendente e muito positivo”, disse Rafaela. Ela pretende manter as lives semanais após o período de isolamento social.

Museu reinventado A historiadora e diretora do Museu de Campos, Graziela Escoccard , se inspirou em ações de museus virtuais para atrair o público da internet. "É o momento de se reinventar. Criamos o "Por Dentro do Museu", com vídeos e fotos do acervo do Museu Histórico de Campos. Nosso diferencial é falar do acervo contextualizando a história regional", comenta. A exposição virtual "Representações do Índio Goitacá", sob o traço de desenhistas, designers, esculturas, artistas plásticos da cidade está disponível. Os artistas desafiam o público infantil a desenhar e publicar seus trabalhos nas páginas "Museu no Facebook e no Instagram". Para Graziela, as redes sociais ajudam na aproximação com o público. "Consigo avaliar a partir a interação do público pelas redes sociais curtindo, comentando e compartilhando nossas postagens", conclui.



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@priscylabezerra

MODA

A ETERNA CAMISA BRANCA A clássica e sempre atual camisa branca, é com toda certeza a peça mais importante no meu armário. Chique e essencial, sabe?! Sem falar que é uma peça pra lá de democrática: Ou seja, vai bem com praticamente tudo. Combino com jeans (amo!), alfaiataria e até mesmo sobreponho alguma outra peça na mesma, seja um blazer com corte impecável ou até mesmo um moletom mais moderninho. Enfim, é uma peça mil e uma utilidades! Selecionei alguns looks para inspirar nossa semana. Vamos ?!

Extra Large | com jeans sequinho e sapatos pesados.

Camisa Vestido | amo amo amo

Chique | com o também clássico scarpin

Minha Escolha | Saia de Babados

Red | com pontos de cor Feminina | com sandálias Gisele

BELEZA

Bota Sim | acrescenta um sorrisão lindo e Voilá

CABELO SAUDÁVEL NA QUARENTENA:

COMO O CABELO PODE SOFRER COM O ESTRESSE, MÁ ALIMENTAÇÃO E SONO DESREGULADO Assim como a pele, o cabelo também sofre quando passamos por alguma mudança brusca na rotina: momentos de estresse, noites mal dormidas ou quando fazemos uma alimentação nada saudável. Caspa, dermatite seborreica e queda de cabelo são alguns desses problemas. Qualquer desequilíbrio emocional pode atrapalhar o ciclo de vida dos folículos pilosos, antecipando o estágio de queda. O problema mais comum é o eflúvio telógeno, uma perda difusa de cabelos que pode estar relacionada ao estresse. Neste caso, é comum que caia uma grande quantidade de fios, deixando algumas falhas no couro cabeludo. Entretanto, esse problema pode ser revertido, desde que a causa seja tratada e eliminada. A falta de nutrientes no organismo, como vitaminas, proteínas e minerais podem causar o enfraquecimento dos fios e, consequentemente, a perda intensa. Para manter um cabelo forte, macio e brilhoso, é necessário ter uma boa alimentação. A dieta deve ser aquela rica em proteínas (leite, ovos, carne, queijo) e antioxidantes naturais (verduras e frutas). Agora, uma alimentação de alto índice glicêmico pode refletir em fenômenos inflamatórios, piorando a dermatite Paula Marsicano seborreica. Existe, também, uma relação da falta de sono com a piora da queda de cabelo. Ela pode estar conectada com Dermatologia Integrada fatores hormonais, como a alopecia androgênica, e uma piora das lesões inflamatórias da dermatite seborreica. Sendo Rua Voluntários da Pátria 500 sala 108 assim, é indicado dormir, pelo menos, oito horas de sono. Além de ser saudável para o seu cabelo, esse descanso ajuda a Ed. Platinum Tel: 22 3026-1819 @paulamarsicano manter sua pele mais bonita, sem olheiras e organismo em pleno equilíbrio!

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@ Tia Patty & Você @ Estamos em momento de isolamento social, para o bem de todos nós! Tia Patty mata as saudades através das fotos das estrelinhas da quarentena. Vamos respeitar a ordem, ficar em casa, e se Deus quiser em breve vamos nos encontrar para muitos abraços e beijinhos! Proteja-se, estudem e obedeçam ao papai e a mamãe! Aproveite também para ouvir música, as lives infantis, series e filmes. Sintam aí o meu carinho! Até breve, beijos da Tia Patty!

BLOGUEIRINHA Malu Almeida

DELÍCIA Isabela Faes

A Fashion Maria Antônia Marins Zulchner comemorando 5 aninhos

CHEGOU o principe Abdu Filho para alegria da irmã Maria e dos pais Laura e Abinho Neme

ANIVERSARIANTE Liz Gomes Duarte, os pais Cintia e Márcio e o irmão Pedro

COELHINHA Maria antônia Moralles

FESTEJANDO a mamãe Elem o gatinho Henrique Falcão

COELHINHO Cadu Tinoco

Laís Montrezol Pereira

Antonella Lannes

Davi Bonfá

Lucas Dumas Ferreira

David Ribeiro Freire

Rafaela Carvalho

PROTEGIDA Catarina Duarte


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Home style Não existe um manual O

lá pessoal! Estamos todos vivendo um momento atípico, acredito até que jamais imaginado. Nem nos meus sonhos mais loucos ( e olha que tenho vários kkk) imaginei uma doença altamente infecciosa causada por um novo vírus, que se propagou pelo mundo todo. Parece insano não é mesmo? E para achatar a curva de contágio, quem pode ficar em isolamento social, tem ficado. E com a quarentena veio os altos e baixos emocionais também. Não sabemos o que devemos fazer e se devemos fazer. Dias bons e dias ruins. A verdade é que não existe um manual a ser seguido ou de como ter inteligência emocional diante dessa situação. Mas existem algumas coisas que tornam os os dias mais leves. Um jeitinho próprio de sentir bem em meio ao caos. Sem se cobrar tanto, sem gerar ainda mais ansiedade. Eu acabei desenvolvendo meu próprio ritmo, que é uma rotina sem rotina. Leio, ouço músicas, trabalho de casa, comecei a praticar yoga e meditação. Alguns dias passo o tempo todo de pijama, outros me arrumo como se fosse para uma festa! Rs. E hoje eu trouxe algumas dicas de como passar o tempo aqui para vocês!

BOOK TIME

INSTAGRAM LEGAIS

Essa semana faleceu um dos Como trabalho no Instagram, acabo passando bastante tempo na plataforma, por isso busco seguir igs que me causam também bem estar, maiores autores separei 4 deles para compartilhar com vocês: da literatura brasileira, Rubem Fonseca. E a minha dica de livro e também humilde homenagem, é um de seus romances policiais “ O seminarista” um livro de linguagem coloquial e direta. Uma leitura fluida e agradável.

DICAS DE APP MEDITE.SE o aplicativo tem visual bem simples, dividido por seções. Também é possível baixar os áudios para ouvi-los offline.



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Reviver... Reviver Saudades e cinzas foram o que restou Vamos reviver os carnavais mais animados da nossa Campos, os carnavais do Privé Chacrinha. Foram exatamente 15 edições. Quem não se lembra da casuarina do samba? Stella e Solano Braga recebiam a alta sociedade para dias de folia e muita brincadeira – “Oh, jardineira, por que estás tão triste?/ Mas o que foi que aconteceu?/ Foi a camélia que caiu do galho/ Deu dois suspiros e depois morreu...” Marchinhas inesquecíveis! Som de primeira pilotado por José Luiz Sodré. Os convites eram concorridos. Era, sem dúvidas, uma prova de elevado ‘status’ fazer parte da lista de Stella e Solano. Em média eles recebiam 500 convidados entre casais, moças e rapazes solteiros. Uns se aventuravam a dizer: “Onde se escondem essas mulheres lindas?”. Era um desfile de belezuras. Todas caprichavam nas fantasias pois concorriam a prêmios.

Heloisinha Pinto passando a coroa e faixa para a irmã Maria Amelia Silva Pinto Elza e Elias Vasconcelos

Ana Lúcia Cruz e José Carlos Menezes

Nídia Lysandro, Marinela e Walter Zulchner, Marília e Hugo Aquino

Maria Lúcia e Marcelo Ferreira Paes

Dr. Luís Carlos Silva de padre

candinhovasconcellos@gmail.com Os anfitriões Stella e Solano Braga

Eleonora Pinto Viana, Teresa Cristina Amado Henriques, Elizabeth Ducan, Maria Amélia da Silva Pinto, Ana Lúcia Amado Henriques, Martha Pecly, Heloísa da Silva Pinto, Regina D’Angelo, Olandininha Cruz, Graça D’Angelo Pinto, Helvia Pereira Pinto, algumas das que foram coroadas rainhas dos bailes. “Loirinha, loirinha/Dos olhos claros de cristal/Desta vez em vez da moreninha/serás a rainha do meu carnaval...” Tudo acontecia no porão do Solar da rua 13 de maio e invadia sem cerimônia os jardins dos Braga. Maryland Alvin, foliã das mais animadas, comandava sempre grupo de amigos. As caracterizações eram fantásticas e de um bom gosto extremo. Não importava se era réveillon ou carnaval, Stella e Solano faziam uma única exigência, que todos estivessem devidamente caracterizados. Os inesquecíveis carnavais foram interrompidos em 1974 quando, na ocasião, Stella e Solano foram passar o carnaval no Rio de Janeiro para assistirem aos desfiles das Escolas de Samba. Os habitués ficaram órfãos na época. Por tradição, muitos não sabiam brincar em outro lugar. “Mamãe eu quero/mamãe eu quero/Mamãe eu quero mamar/Dá a chupeta, dá a chupeta/Dá a chupeta pro bebê não chorar...” Em 1975 o Teatro Chacrinha ressurge após 10 anos de hibernação. Em cena a comédia divertida, “Society em Baby Doll”, de Henrique Poingetti. O sucesso foi grande. No palco, atores genuinamente campistas: O próprio diretor, José Luís Sodré, Álvaro Rogério, Lucia Castro, Maria Amélia Pinto, Teresa Cristina Henriques, entre outros. Essa peça foi o ‘abre-alas’ para ‘Santa Marta Fabril S/A’, de Abílio Pereira de Almeida, “Esquina Perigosa” e “Cão Adormecido”. Os cenários ficavam a cargo de Moema Magalhães, iluminação e direção Kapi, Assistente de produção Claudio Cesar Soares, Sonoplastia Tomatão e produção de Stella e Solano Braga. Os frequentadores do Chacrinha também se deliciavam com os torneios de biriba e vôlei. Eram concorridíssimos.

Maria Ester Balbi e Roberto Carneiro

Maryland e Jones Alvim, Rosinha e Carlos Baldan Cirlene Silva

Marinela Zulchner emoldurada por Nidia e Aylton Damas dos Santos

Aparecida e Rubens Glória, Udinha e Renato Moreira Ramos, Stella e Solano Braga

Beatriz e Rubens Venâncio

Marthinha e Roberto Pecly com José Maria Figueiredo

Beatriz Venancio, Almi Silva e Stella Braga

Não é difícil descobrir algumas “enfermidades” do casal (Chacrinha) Braga: Bacanisse Aguda, Agradabilisse Crônica e Originalidade incurável. Com esses diagnósticos eles comandaram as grandes festas que embalaram a alta sociedade. O Chacrinha continua vivo na memória da high society campista. “Este ano não vai ser/Igual aquele que passou/Eu não brinquei/Você também não brincou/ Aquela fantasia que eu comprei/Ficou guardada e a sua também/Ficou pendurada...” As cortinas se fecharam! Restaram saudades e cinzas. Glaucia e Eduardo Lopes

Tina Coutinho, Maria Inês Sense Ramos, Teresa Moll e Elisa Maria Sense Ramos

Regina D”Ângelo passando a coroa e a faixa para a rainha do carnaval de 1968, Olandininha Cruz

Bete e José Couto

José Carlos Monteiro, Andrey Coutinho, Solano e Tina Coutinho Emilce e Edmir Venâncio

Degê Esteves, Bete Lusitano, Carmem Lúcia Pessanha, Paulinho Tamega e Angela Bastos



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GENTE BACANA

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QUARENTENA VIP DANIEL RANGEL

Ator da Rede Globo e cinema, campista, com Simba. "Uma dica é tentar manter uma rotina, mesmo que seja algo bem básico tipo horário pra dormir e acordar, cozinhar, fazer alguma atividade física! Tenho assistido muitas séries, Westworld, Succession, Atypical, This is Us, The Office... E to lendo "Mais Forte Que Nunca" da Brene Brown. Ahh! E viciado em BBB. "

APELO DO PODER

"Ainda estamos no início da pandemia e as pessoas precisam entender que precisamos ficar em casa. Movimentações nas ruas e praias têm sido grandes, estamos com um aumento do número de internações e isso é preocupante. Ainda não é o momento de estar nas ruas, a não ser nas atividades já autorizadas. Peço que as pessoas façam uma reflexão. O vírus não está escolhendo idade, pessoas abaixo de 50 anos estão sendo internadas." (Governador Wilson Witzel)

VIVA!

O querido Pe. Marcos Paulo Pinalli da Costa da Paróquia Santo Amaro em Grussaí, comemorou seus 20 anos de Ordenação Sacerdotal, celebrando a Missa através de live nas redes sociais, por culpa da pandemia do Coronavírus, que colocou todos os cidadãos conscientes na quarentena, em casa. Foi muito cumprimentado através de telefonemas, emails e todas as demais formas de se comunicar no mundo.

CRIANÇA NA COZINHA KARLA ASSED

Dermatologista, com o marido André e filhos Anna Luiza e Raphael. "É um tempo de reflexão, resiliência , solidariedade , nos dando a certeza que nada é mais importante do que ter fé em Deus, saúde e família. Que o mundo volte diferente depois desta pandemia. E no meu dia a dia profissional, tenho tido videoconferência com equipe de trabalho das clínicas e diariamente tenho feito lives no Instagram com profissionais da área de saúde e beleza, produzindo conteúdo de interesse geral e principalmente dos meus amigos, pacientes e seguidores. É um momento "fique em casa", mesmo que seja com todo mundo. Do universo on -line, claro."

A Editora Senac Rio está compartilhando cinco receitas do livro Bagunça na cozinha: memórias de uma toalha encantada, da autora e designer Ana Carolina Bringhenti, para entreter crianças neste momento de prevenção ao Covid-19: bolotas de queijo, bombom de frutas, lasanha de berinjela e abobrinha, macarronada e pavê de morango. O conteúdo, lançado em 2015, traz experiências sensoriais e divertidas da autora com receitas simples e ilustrações lúdicas que agradam crianças e adultos. Quem gostar e quiser explorar mais sugestões, o livro pode ser encontrado em lojas online com entregas em todo o Brasil.

BOOK

O professor Bayard Boiteux, que é francês residente há anos no Brasil, morador do RJ e amigo da coluna, lançou em sua página no Facebook a versão digital de seu novo livro: ”Opiniões e pensamentos de um sonhador “. O livro traz artigos publicados nos últimos 6 anos em vários veículos, que podem servir como subsídios para políticas públicas e privadas de turismo e uma série de pensamentos que podem nos ajudar a refletir sobre sentimentos como amor, amizade, felicidade, melhor idade, entre outros. Boiteux diz que é a primeira vez que mistura num livro razão e emoção. O livro pode ser adquirido na página da CRV editora na página www.editoracrv.com.br . Trata -se do 36 livro de Bayard e os valores das vendas serão revertidos para entidades sociais. O lançamento do livro impresso deve acontecer no segundo semestre .

O QUE NÃO PODE FALTAR NA SUA GELADEIRA DE QUARENTENA?

NELITA HISSA AMANDA COUTINHO

Blogueira Queijos, de diversos tipos. Sou taurina, adoro comer bem, sem medo de ser feliz.

BRENO ROMANO

Restauranteur Língua de boi, para fazer língua com batata, meu prato preferido.

EDVAR CHAGAS JR.

Empresário Sou movido a água. Na minha geladeira muitas garrafas de água. Depois mate, suco e vinho.

Empresária Alimentos congelados, pratos feitos, práticos, com sabor e nutrientes necessários a saúde e energia do corpo. Como estou na quarentena, preparo delícias e vou congelando, depois é microondas e direto para a mesa de refeição, sem stress.


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19 A 25 DE ABRIL DE 2020

Juliana Ribeiro @ju_ribeiros

Ressignificando

as contas de quantas vezes ouvi críticas em relação ao Pqueerdi ano de 2019. O que a grande maioria dos críticos não sabia é o ano seguinte traria surpresas nada agradáveis, e que dias realmente difíceis viriam.

2020 começou e parecia ser apenas mais um ano tranquilo, cheio daquele otimismo típico de início do ano, sabe? Veio o verão e em seguida o carnaval. Nós brasileiros, e quase cariocas, reproduzimos a clássica afirmativa que o 'ano só começa após o carnaval'. Assim, logo após os festejos que tanto alegram nossos corações, veio a notícia tão temida: os primeiros casos de coronavírus no Brasil. Um cenário de medo e insegurança toma conta, deixando nosso país, bem como o mundo todo, parado. Enquanto batalhas ideológicas e políticas são travadas, um recado é unânime: a importância da quarentena e do distanciamento físico, já que o social é possível através da tecnologia e suas conveniências.

Lívia Boeschenstein, mulher consciente e cheia de conteúdo, usa sua rede social também para dar dicas de como otimizar o tempo no home office.

O querido e talentoso artista Guilherme Licurgo, milita exaustivamente em prol dos menos favorecidos na periferia de São Paulo.

É tempo de ressignificar nossas relações, nosso olhar para a vida, e mesmo em meio à tantas dúvidas, o único caminho que nos resta é o da empatia e da união. Só assim sairemos mais fortes e cheios de espírito para enfrentar mais um cenário incerto: o pós corona. Enquanto isso, vamos focar em respeitar a quarentena e seus protocolos necessários. Saúde (do corpo e também da mente) é o que eu mais desejo a vocês. Stay safe!

Bettina Bacelar olha otimista pro futuro enquanto aproveita a quarentena para também dar ênfase ao seu lindo trabalho como artista.

A querida e talentosa Paula Trindade desempenha um lindo trabalho em plena pandemia.

O recado de Paola Lopes, em Orlando, é claro: se precisar sair use máscara.

O casal Karla Bernardes e Bruno Areas mantém o ritmo saudável também durante a quarentena.

Nicola Muglia e Ricardo Britto, direto de Miami, no meio do lockdown, entendendo a importância da quarentena nesse momento tão delicado que o mundo vive.

Thiago Crespo e Louie, direto da terra da rainha, retratam as ruas vazias de Londres.

Felipe Tamy, profissional da saúde e artista talentoso, também seguindo os preceitos que o momento requer.

Bárbara Siqueira usa o tempo de forma inteligente e cosmopolita, personificando o verdadeiro perfil da mãe e mulher que trabalha (no momento de casa), e que cuida do corpo e da alma.

O ator Diogo Venturieri, que interrompeu as gravações do seu último projeto no Marrocos por conta da pandemia também dá o recado.


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