CAMPOS DOS GOYTACAZES, RIO DE JANEIRO • 17 A 23 DE MAIO DE 2020
Nas bancas por R$ 1,50
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NÚMERO 186 Fotos: Carlos Grevi
Diogo Martins e as mudanças no mercado fitness
Rildo Jr. fala pelo Turismo
Cláudio Amaral se prepara na área de eventos
Fernando Rossi e a Cultura
Sem perspectiva de retorno breve, setores mais afetados se preparam para mudanças
Áreas como turismo, entretenimento, alimentação, atividade física e beleza arriscam projeções
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Rafael Diniz decreta lockdown
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Foto: Victor Paiva
Registros históricos da
pandemia Associação de Imprensa Campista está com inscrições abertas para mostra fotográfica que irá documentar transformações sociais em Campos por conta do coronavírus CAPA
Juliana Ribeiro Foto: André Lucas
@ju_ribeiros
Stephany Bastos PÁGINA 10
Um novo
Cecília Lysandro Ribeiro Gomes PÁGINA 07
OLHAR É tempo de empatia e solidariedade
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Política
17 A 23 DE MAIO DE 2020
Campos em lockdown
Rafael Diniz decretou isolamento total até o dia 24 de maio; forças de segurança intensificam fiscalização Ocinei Trindade O prefeito de Campos, Rafael Diniz, anunciou lockdown no município a partir de segundasegunda-feira (18) até o domingo (24). A medida foi anunciada na última sexta-feira (15) com publicação de decreto no Diário Oficial de sábado (16). O objetivo é reduzir a curva de casos de Covid-19 e a possibilidade de colapso no sistema de Saúde. Segundo Diniz, 100% dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Centro de Controle e Combate ao Coronavírus estão ocupados. Além disso, 86% dos leitos clínicos também já foram preenchidos. De acordo com Rafael Diniz, serviços essenciais como supermercados, padarias, imprensa, postos de combustíveis, veterinária, serviços médicos de emergência e telecomunicações. A recomendação das autoridades é que o deslocamento ocorra somente em caso de extrema necessidade. A partir das 22h, só será permitida circulação nas ruas de profissionais da saúde e da segurança em trabalho ou dos demais cidadãos em caso de emergência em saúde. "Nos reunimos com representantes das forças de segurança para alinhar as ações que vão garantir o cumprimento dessas medidas. Essa é uma das últimas medidas a serem adotadas, não há outra alternativa. Pessoas estão sendo infectadas, o vírus circula em áreas
mais distantes do centro urbano. O número de casos teve um aumento considerável, perdemos vidas e os leitos da rede públicas já estão ocupados em quase sua capacidade máxima. É preciso que todos entendam e colaborem neste momento. Quem puder, fique em casa", disse o prefeito. A diretora da Vigilância em Saúde de Campos, Andréya Moreira, considera ideal atingir 70% de isolamento social, com circulação apenas de trabalhadores de serviços essenciais. "Com o lockdown, o objetivo é 80%. Essa medida é inevitável do ponto de vista técnico. O quadro que vem se desenhando e, principalmente, nesta semana nos leva a essa decisão. Do contrário, caminharemos para o caos", disse. Para a garantia do lockdown, haverá 20 barreiras em pontos estratégicos do município, além de bloqueio de cruzamentos de acesso a áreas de grande circulação do município. As medidas foram apresentadas aos órgãos fiscalizadores e de segurança da Polícia Militar, Exército, Guarda Municipal, Polícia Civil, Procon/Campos, Secretaria Municipal de Segurança Pública, IMTT, Postura e Ministério Público Estadual. Desde 28 de abril, Campos conta com a plataforma digital "Fique bem, fique em casa" que auxilia no monitoramento do isolamento social da população. O município tem um dos piores índices de
Foto: Carlos Grevi
Rafael Diniz intensifica a fiscalização em vários pontos da cidade para evitar a circulação de pessoas
isolamento social no interior do estado: de 40% a 45%. O maior índice foi de 50% registrado no dia 3 de maio. A decisão da prefeitura aconteceu em um momento em que Campos contabilizava 24 mortes no município, sendo 16 óbitos confirmados e outros oito em investigação até então. A última semana fechou com 311 casos confirmados da doença em Campos, além, de 577 pessoas com síndrome gripal e outras 124 com Síndrome Respiratória Aguda Grave. O Brasil chegou a marca de 220 mil pessoas infectadas e 15 mil mortes.
Medida extrema O lockdown tem sido muito utilizado neste período de pandemia. A medida significa um nível mais rígido de isolamento social. Ou seja, o bloqueio total. A estratégia já foi adotada por várias cidades do país e cada uma tem autonomia para decidir quando e como a medida funcionará. O presidente atual da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Campos, José Francisco Rodrigues, considera dura a decisão do governo municipal em decretar lockdown, mas ele defende os argumentos das autoridades sani-
tárias. "É preciso respeitar. Para o comércio é ruim, mas não sabemos o que pode acontecer com a liberação do comércio nesse período. Acho que os bairros centrais têm cumprido o distanciamento social na medida do possível. Ao contrário dos bairros da periferia e distritos", comentou. José Francisco Rodrigues considera a decisão de promover lockdown bastante conflitante em um momento em que as pessoas precisam receber auxílios emergenciais nas agências bancárias. "A partir de segunda-feira (18), o governo federal disponibiliza-
rá o pagamento dos R$600 para as pessoas que necessitam da ajuda. Já observamos as filas enormes nas agências bancárias e casas lotéricas. A gente não sabe como vai ser. Não tenho conhecimento da causa da saúde. Creio que esse lockdown será um teste. Devemos ponderar, ter equilíbrio e cooperação. Precisamos manter a ordem social, pois não sabemos o que esperar no futuro. Tenho 72 anos e nunca vivi situação como esta de isolamento social e comércio fechado.", destacou. Outras cidades No dia 11, as cidades de Niterói e São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, foram as primeiras do Sudeste a adotarem o lockdown por cinco dias. De acordo com a Prefeitura de Niterói, quem saísse às ruas para atividades não essenciais estaria sujeito à multa de R$ 180. A fiscalização foi realizada pela Guarda Municipal. A circulação de pessoas só foi permitida para irem à farmácia, supermercado, pet shops, padarias e postos de combustível. Algumas rodovias com acesso às cidades foram interrompidas. No Norte e Nordeste do país, o lockdown foi adotado em São Luís, Belém e Fortaleza, o deslocamento de pessoas foi vetado, a não ser em casos considerados especiais como a ida a supermercados e farmácias e o cumprimento de jornada de trabalho para profissionais em áreas essenciais.
Câmara: sessão após dois meses parada Neste período, Casa apenas aprovou Plenário Virtual Fotos: Carlos Grevi
Marcos Curvello A Câmara Municipal de Campos convocou vereadores para sessão extraordinária remota, na próxima quarta-feira (20), às 14h. Esta é a primeira vez que o Legislativo se reúne desde que aprovou, há quase duas semanas, projeto de resolução que introduz no Regimento Interno a possibilidade de encontros oficiais por videoconferência, o chamado Plenário Virtual, durante a vigência das medidas de distanciamento social para combate à pandemia do novo coronavírus. A demora teria acontecido em função de um pleito da bancada de oposição, que deseja participar das sessões diretamente de seus gabinetes, o que teria obrigado a revisão e melhoria de toda a infraestrutura de internet da Casa. A bancada de oposição se manifestou de forma contrária ao Plenário Virtual, na medida em que as mudanças introduzidas no regimento determinam que sessões remotas tenham caráter extraordinário e se restrinja à apreciação de matérias que tramitem em regime de urgência, incluindo emergências epidemiológicas, como a vivida pelo país com a covid-19. No dia 13 de maio, os vereadores Álvaro Oliveira (PSD); Cabo Alonsimar (Podemos); Eduardo Crespo (PSC); Josiane Morumbi (PROS) e Renatinho Eldorado
Do Gabinete | Bancada de oposição quer participar de Plenário Virtual de dentro do prédio da Câmara
Discussão | Legislativo vai debater dois projetos em sessão remota
(Podemos), se acorrentaram, nas escadas da sede da Câmara, em protesto contra o que classificaram como "Lei da Mordaça". Segundo a oposição, o texto impede a denúncia e a discussão de assuntos diferentes daqueles pautados pela presidência da Casa no ato de convocação da sessão extraordinária. Plenário ou palanque? O grupo votou de forma contrária ao Plenário Virtual, no que foi acompanhado pelos vereadores Igor Pereira (Solidariedade); Ivan Machado (PDT) e Paulo Arantes (PDT). Mesmo assim, o projeto de resolução foi aprovado, com votos favoráveis de Abdu Neme (Avante); Abu (Cidadania); Álvaro César (PRTB); Cláudio Andrade (PTB); Enock Amaral (PSB); Genásio (PTB); Jairinho é Show (PTB), Joilza Rangel (DEM), Jor-
ginho Virgílio (DC), Neném (PSL), Pastor Vanderly (Republicanos); Rosilani do Renê (PSC) e Silvinho Martins (MDB). Porém, a luta pela reconquista de espaço de fala às portas de uma eleição municipal faz os vereadores da bancada incorrerem em responsabilidade “exclusiva” pelo funcionamento do gabinete durante a pandemia, prevista no artigo terceiro do ato executivo número 0008/2020, publicado pela Casa no Diário Oficial do Município no dia 20 de março, quando anunciou a suspensão das sessões presenciais. Paralisia Em um momento em que a sociedade cobra da classe política agilidade e empenho para vencer a pandemia e as dificuldades econômicas que ela impõe, a Câmara Municipal
de Campos aplica suas forças em contornar questões técnicas. Primeiro, com a necessidade de viabilizar o Plenário Virtual após tentativa de usar a plataforma Zoom. Falhas de segurança no programa, amplamente divulgados pela imprensa especializada no início do mês de abril, forçaram o setor de tecnologia da Câmara a buscar uma alternativa. Até que o Plenário Virtual fosse testado e aprovado, foram mais de 40 dias de paralisia, enquan-
to o Legislativo Macaense, por exemplo, já havia aprovado auxílio emergencial de R$ 800 para funcionários formais e informais do comércio e bolsa alimentação de R$ 200 para estudantes da rede pública municipal de ensino durante a pandemia. Com a necessidade de submeter toda a infraestrutura de internet à revisão para atender ao pedido da oposição, a Casa estende por mais 16 dias o estado de coma em que se encontra o Legislativo Campista.
Crítica | Oposição afirma que regimento cala demandas da bancada
Retomada Com a sessão marcada para o próximo dia 20, exatos dois meses após a suspensão das sessões presenciais, a Câmara promete retomar o debate público em torno de medidas que tratem de interesses da população durante a pandemia do novo coronavírus. Dois projetos serão discutidos. O primeiro, de autoria do Gabinete do Prefeito Rafael Diniz (CDN), prorroga até 23 de maio de 2021 contratos temporários dos Educadores/Cuidadores (Masculino/Feminino) e Auxiliares de Educadores/Cuidadores (Masculino/Feminino) do Processo Seletivo Simplificado n° 01/2017, da Fundação Municipal da Infância e da Juventude. O outro, de autoria do vereador Abu, obriga empresas concessionárias do Serviço de Transporte Coletivo e as Cooperativas e Motoristas vinculados ao serviço de Transporte Seletivo do Município a instalarem dispensadores de álcool em gel no interior de seus veículos.
AloysioBalbi Com Girlane Rodrigues
A delegada Fabiana Viana de Almeida é a nova delegada do Conselho Regional de Contabilidade em Campos. Já conseguiu validar os alvarás que tinham caducado nos meses da pandemia e agora parte para que os escritórios de contabilidade passem a ser considerados serviços essenciais em Campos. Segundo ela, muita gente não sabe fazer sua declaração de IR pessoa física, acrescentando que as empresas também estão passando aperto sem os serviços dos contadores. Porto e pandemia O Porto do Açu instituiu um Comitê de Responsabilidade Social e Ações Humanitárias durante a pandemia da Covid-19. A Prumo decidiu comprar toda a produção de hortaliças, grãos, frutas e tudo que é produzido em Cajueiro. Esses produtores vendiam para restaurantes de São João da Barra e Campos. Com a pandemia eles perderam o mercado. Agora, através da Prumo entidades assistenciais de Campos e SJB estão recebendo essa produção, como por exemplo do Asilo São José Operário. Contratou O empresário Joilson Barcelos, que presidente da Associação de Atacadista e Distribuidores do Estado do Rio de Janeiro –ADERJcom sede na capital, contratou o influente jornalista Sidney Resende, que já foi âncora da rádio CBN e de programas da Globonews. Sidney Resende vai produzir Lives sobre o segmento atacadista e distribuidor do estado, mostrando sua importância para a economia fluminense. A primeira Live deve ir ao ar no próximo dia 27.
Sobre compor a chapa com a Dra. Cândida, as conversam estão realmente acontecendo, mas por parte do juiz o martelo ainda não foi batido. A calma do Imbé Reginaldo Dória que já foi o homem mais forte dos bastidores do Sistema Brasileira de Televisão – SBT- deixou para trás a correria da ponte aérea Rio-São Paulo, e optou por morar em um lugar tranquilo. Hoje reside em Campos, mas longe das saudosas aglomerações. Optou por morar no Imbé na fazenda São Martinho de propriedade do amigo Wilton Romão. 50 anos de fotografia Dibs Hauaji, está completando 50 anos de fotografia. Para marcar a data poderia escrever um livro, mas optou por imprimir uma revista que irá contar um pouco de sua trajetória. Pouca gente sabe que Dibs é considerado hoje o maior colecionador de máquinas fotográficas do Brasil e está entre um dos maiores do mundo. Máquinas de todos os modelos, desde quando o congelamento da imagem foi inventado. Na (Terceira) Pista Rodrigo Viana que assina a página “Na Pista” aqui no Terceira Via manda notícias de que o jornal foi parar nas mãos de um sósia de Ayrton Senna, durante prova de automobilismo em Minas Gerais. Tendo tudo a ver, o Autódromo de Campos, localizado na Baixada tinha tudo para ter um ano movimentado, mas a pandemia deu um tranco.
Obras iniciadas E por falar em Joilson Barcelos, nota dada pela coluna no curso na semana passada em sua edição on-line, dando conta de que o Grupo Barcelos/ Super Bom vai entrar firme na área de Atacarejo, é bom destacar que as obras que serão concluídas de forma rápida já foram iniciadas no Parque Imperial. Vem para concorrer com o Atacadão de Guarus, o Assaí e com um outro que vai substituir o Makro, comprado pelo Carrefour.
Quase um lockdown Embora o Fórum de Campos esteja funcionando com plantão presencial, a pandemia fez as Justiça dar uma travada. A advocacia no município está praticamente parada. O recesso judiciário do início de ano quase que emendou com os decretos de isolamento social e, assim, partes perderam seus prazos. Em suma, quase que um lockdown.
Chapa O juiz Pedro Henrique estuda com muita atenção a possibilidade de ser candidato a vice-prefeito na chapa da médica Cândida Barcelos. Ventilavam por aí informações de que ele poderia ser candidato à prefeitura mas, sobre o assunto, o magistrado nunca falou.
Missa O advogado Fábio Lontra Costa que morreu na semana passada, teve missa virtual celebrada na Capela do Colégio Salesiano. A família disponibilizou um link para que os amigos participassem do ato de fé cristã através do facebook.
Opinião
Da retomada ao Lockdown
Momentos antes do prefeito Rafael Diniz decretar, na noite de sexta-feira, o chamado Lockdown – sem tradução literal para o português - mas que significa bloqueio total, esta edição estava sendo fechada, com a reportagem especial tratando da pós-pandemia, de como vários segmentos afetados na medula pela Codiv-19 irão se comportar. A reportagem ouviu empresários e gestores destes segmentos como restaurantes, turismo, teatro, entre outros. O objetivo é começar o ensaio para a retomada da normalidade, com um novo desenho, e a decisão do prefeito por optar pelo isolamento radical atropela a espinha dorsal deste razoável exercício de otimismo. O prefeito Rafael Diniz surpreendeu com o decreto de sexta-fei-
ra, já que de certa forma o dever de casa estava sendo feito, ou seja, que com algumas exceções a maioria dos bairros da cidade cumpriam o isolamento social previsto em decretos anteriores, mesmo com a constatação de que os leitos de UTIs para tratamento do coronavírus tivessem alcançado o esgotamento. O município tinha outras ferramentas para fazer cumprir o isolamento social corrigindo distorções isoladas, como aglomerações, vistas principalmente nos bairros do Jockey, Guarus ou até em áreas nobres como na Pelinca, onde uma socialite promoveu uma festa durante a pandemia. Parece ser equivocada a decisão, embora a responsabilidade seja constitucionalmente dele. Certamente receberá críticas, mas neste momento a nossa fica no âmbito do equívoco.
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O novo normal
ssa pandemia que assola o mundo em 2020 não tem data para acabar. E há quem afirme que a COVID19 poderá se transformar numa doença endêmica assim como a AIDS que não desapareceu do planeta e que poderá retornar a qualquer momento, dependendo dos cuidados de saúde adotados pelas pessoas, incluindo o distanciamento social. Só uma vacina nos livraria realmente desse mal. Irá nos livrar. Contudo, acalentamos uma esperança, uma fé em dias melhores, como se construíssemos uma certeza necessária e salvadora de que tudo vai passar. Vai passar sim, mas “nada será do jeito que já foi um dia”. A lição de casa que a pandemia nos deixará será como um remédio - amargo – para nossa sociedade globalizada, apressada, utilitária, competitiva, consumista e excludente do século XXI. Muitos analistas já apontam a cor local como norte para esse novo tempo que se aproxima. Assim como descobrimos a própria casa como o abrigo mais seguro, descobriremos o mais próximo como interlocutor presencial. Sejam pessoas, bairro e comunidade. E a internet, cada vez mais, trará o distante para perto e o conhecimento ao alcance de um clique. Após a eclosão do coronavírus no mundo, milhões de trabalhadores passaram para home office da noite para o dia. É o modo de trabalhar do futuro já acontecendo no presente. As empresas não voltarão ao modelo anterior e precisarão, cada vez mais, investirem em tecnologia. Talvez terão que diminuir suas expectativas de lucro diante de uma sociedade possivelmente empobrecida, menos consumista e mais solidária. A nós, trabalhadores, cabe tirar o máximo proveito de todo avanço tecnológico existente e o que virá para nos reinventarmos no novo mundo do trabalho. Criatividade, determinação, leitura da nova realidade e estudo farão, mais do que nunca, a diferença. O ensino formal à distância também tem se beneficiado da internet e propiciado às instituições escolares avançarem com o ano letivo nesse período de crise. Porém, é importante sublinhar que boa parte dos alunos , especialmente das escolas públicas não têm acesso a essa nova forma de aprender, seja por falta de acesso à rede ou a uma boa máquina. O ensino à distância, que já se desenhava, fará parte do novo normal. Esse novo tempo nos exigirá muitas mudanças de comportamento: uso constante de máscaras em lugares públicos, uso de roupas de proteção, álcool em gel, higiene apurada não só das mãos e do corpo como também da alma. Uma ação de etiqueta e, principalmente, ética. Precisaremos olhar o outro com outros olhos: mais humanos, mais acolhedores, mais irmãos. O protocolo provavelmente será outro. Acreditaremos mais nas soluções coletivas que tragam o bem para as pessoas em geral. Se a farinha é pouca, o meu pirão primeiro não irá valer. Lutaremos para que haja mais farinha para dividir para todos. Muitas outras mudanças já são vistas nos grandes centros urbanos: mesas de restaurantes divididas por vidros protetores, bancos de praças restringindo assentos, marcadores de distanciamento social no chão, postos de distribuição de álcool 70 %, pias públicas para lavagem das mãos, oferta de abrigo para os sem-teto se protegerem do vírus em algumas cidades... Ninguém passará por essa pandemia sem ser afetado por ela. Diante do imponderável, diante dessa pandemia que nos deixou perplexos nos restam por último a fé no Grande Arquiteto do Universo, a inteligência, o livro arbítrio que ele nos concedeu e a lição de amor que nos deixou. Eles nos salvarão. Fique em casa!
A gratuidade do amor em plenitude Fernando da Silveira - Professor universitário, advogado e jornalista
“Para o homem, há tantas vias de aproximação de Deus quantos passos existem sobre a terra ou atalhos para o seu próprio coração”. - Jacques Maritain. Não sou muito inclinado em ver apenas os Santos em suas imagens, pois estas imagens são, em sua criação material, representações humanas, nas quais os sacerdotes imprimem Natureza Divina. Daí, em determinados momentos, realizar uma concentração intensa do espírito focando os Amigos de Deus e o próprio Deus numa perspectiva mais singular. Quando não poucas vezes me pergunto ao longo das reflexões, a razão de ter visto o nosso Criador e Salvador ao me deparar certa feita com o simples sorriso de uma criancinha. É evidente não encontrando na criancinha o Bem Absoluto, pois ela apenas me levou a agradecer a Ele a dádiva de um encontro benfazejo, que me conduziu a construir cristãmente um olhar pleno de ternura, a um imenso bem-querer. E que me fez milagrosamente entender num lampejo a gratuidade do Verdadeiro Amor.
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Tal lance de encantamento de tom celestial decorrente de um Amor, sem nada pedir em troca, teve o condão de abrir os meus olhos para as verdades apreendidas pelo senso comum. E que são de tal ordem, que muitas vezes supera a visualização filosófica. E com tanta força, que cheguei a sentir que Deus estava bem perto de mim. E com tanta clareza, que a verdade implícita decorrente da intuição me levou a rezar para que aquela criancinha se tornasse uma boa filha, uma ótima esposa e uma admirável mãe, vivendo todos os valores do Cristianismo. Uma daquelas senhoras, que não se fecham egoisticamente em suas casas, mas que se entregam ao ideal cristão das famílias abertas, que se empenham em ajudar, ajudar e ajudar. E quando vão além de suas casas como médicas, farmacêuticas, engenheiras, advogadas, professoras, assistentes-sociais, comunicadoras sociais, enfermeiras, comerciantes e tantas outras atividades nobilitantes, não perdem a bondade cultivada, nos seus lares. Quando esse episódio ocorreu, eu deveria ter uns dezoito anos e era congregado mariano, mas até hoje sinto
com as minhas noventa e uma primaveras, que o impacto decorrente da experiência intuitiva foi o que me abriu os caminhos de acesso ao nosso Criador e Salvador. Bem antes, assim, de já adulto chegar a Ele pelas Cinco Provas Filosóficas de sua existência elaboradas por Aristóteles e lapidadas por São Tomaz de Aquino. O que me levou a descobrir, já com alguns anos nos costados, que a sabedoria não é algo privativo dos filósofos ou dos estudiosos com alguma formação humanística, pois ilumina também os homens comuns. Tanto os primeiros quanto os homens comuns, se tiverem sensibilidade, podem seguir os mesmos caminhos, pelos quais estariam propensos a sentir, no fundo da alma, a gratuidade do Verdadeiro Amor. Chegando a visualizar Deus, que é o próprio Amor em Plenitude. EM TEMPO – O pobre croniqueiro pede vênia aos seus heroicos leitores e aos Diretores e Amigos do Jornal Terceira Via, para, no fecho, no remate da crônica acima, dedicá-la à sua neta Maria Júlia, dele tão longe, na Bélgica, mas tão perto do seu coração.
Expediente: Fundador Herbert Sidney Neves - Direção Executiva Martha Henriques - Diretor Geral Fábio Paes Diretor de Jornalismo Aloysio Balbi Chefes de Reportagem Girlane Rodrigues e Roberta Barcelos - Projeto Gráfico Estúdio Ideia Diagramação Elton Nunes - Departamento Comercial (22) 2738-2700 Rua Gov. Theotonio Ferreira de Araújo, 36 - Centro - Campos dos Goytacazes - RJ Impressão: Parque Gráfico do Jornal O Globo. Tel: (21) 2534-9579/ comercialpg@infoglobo.com.br
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Covid-19 avança (I)
m janeiro de 2018, a febre amarela apresentou grande incidência nas regiões de matas e rios do Brasil. Contudo, quando a doença avançou também sobre o estado de São Paulo, houve temor da população que se viu, então, ‘perdida’ ante os anúncios oficiais de que existia vacina de sobra e as grandes filas formadas defronte aos postos de saúde. As autoridades repetiam que não havia surto em centros urbanos e que o alerta se restringia às áreas florestais. Diziam, ainda, que os casos relatados eram de pessoas que estiveram em áreas endêmicas e foram picadas por mosquitos. Assim, a recomendação era para que moradores das áreas atingidas fossem vacinados, sem maior preocupação para populações urbanas. Foi em meio a esse cenário, onde os noticiários se perdem num país continental e a febre amarela era observada pontualmente – e só agora chego ao alvo desta matéria – que entrevistei o médico Nélio Artiles o qual, não obstante reconhecesse que Campos não passava por nenhum
surto de febre amarela, antecipou-se afirmando que todos deveriam, sim, “fazer a vacina contra a doença, porque havia risco de aparecimento na área urbana”. Bem, o que o infectologista campista adiantou foi simplesmente o que o Brasil uniformizou como protocolo duas semanas depois, quando deixou de cuidar a questão de forma pontual, mas abrangente. Agora, num cenário mais sombrio, a página ouve, em entrevista dividida em duas partes (a segunda irá sair no domingo, 22) o renomado médico, que faz um apanhado geral sobre as várias faces da pandemia, consequências imediatas e expectativas. Avalanche de informações Além das ‘fakes’, a enxurrada de notícias contraditórias, ditas na rapidez dos telejornais e de forma muito técnica, ajuda a confundir a população. Quem não se lembra do vídeo do médico Dráuzio Varela, minimizando os efeitos da Covid-19, que ele mesmo precisou corrigir. Mas, até que o fizesse, muita gen-
Brasil vive um turbilhão de notícias que mistura o verdadeiro com o falso HOSPITAL DE CAMPANHA X LEITOS EXISTENTES Antes de ingressar nos aspectos preventivos da doença, existe uma questão operacional aparentemente conflitante: aguardados com grande expectativa, os hospitais de campanha surgem como o melhor dos mundos para evitar o colapso no sistema de Saúde. Em Campos, o que está projetado para funcionar na área da antiga Vasa, deveria ter sido entregue no final de abril. Enquanto isso, a Santa Casa tem centenas de leitos desativados. Pergunta-se: não seria mais fácil, rápido e barato equipar esses leitos ao invés de se partir do zero num terreno baldio? Vivemos uma pandemia de dimensão inimaginável e há que se avaliar que toda rede de saúde tem uma estimativa e um quantitativo de leitos que não se pode considerar como que esteja sobrando, porque existe a demanda cotidiana. Em geral, vivemos um sistema de saúde em que não há sobra de leitos. Logo, face à sobrecarga da pandemia, os hospitais de campanha precisam ser criados porque as outras doenças continuam existindo. Contudo, concordo que existem espaços ociosos, não só em Campos, mas em diversas cidades. Infelizmente, os hospitais passaram a viver com grandes dificuldades, e fecharam... fecharam alas, enfermarias e até mesmo CTIs. Penso que, a despeito das dificuldades de adaptação, a rede poderia estar recebendo investimentos de estrutura, até para deixar um legado. Então, a gente não entende essas prioridades, até porque quando terminar a epidemia, vão desmontar ali e levar embora, quando poderia ser colocado nos hospitais e reestruturar a rede. Agora, eu não tenho como responder o porquê não se faz o aproveitamento da rede existente ao invés da construção de novos espaços. LOCKDOWN O Rio e São Paulo colocaram o lo-
Tanta informação ao mesmo tempo dificulta entendimento do povo
ckdown em pauta. (É possível, até, que no momento em que esta matéria está sendo construída, a medida tenha entrado em vigor). A despeito da complexidade, no seu entender o lockdown seria prematuro, deve ser visto de forma pontual, ou cabe ser adotado com urgência? É uma questão complexa que deve ser vista sob vários ângulos, levando em conta a consequência econômica do lugar associada à sobrecarga hospitalar. Então, se você tem 80% a 85% dos leitos ocupados e a situação econômico-político-social permite, deve-se fazer o lockdown, que em como finalidade principal diminuir o número de pessoas infectadas. São Paulo e Rio vivem situações caóticas. O Rio tem filas de mais de mil pessoas esperando leitos. A contenção precisa ser mais rígida. Não basta ter o CTI, tem que ser um CTI com boa qualidade, com equipes adequadas, que vão fazer os procedimentos no momento certo, o suporte de oxigênio na dose certa, vão iniciar o anticoagulante na hora certa, as medicações, etc. Isso é um diferencial no índice de mortalidade. LOCKDOWN/CAMPOS O espalhamento do vírus no interior fluminense cresceu sobremaneira nas duas últimas semanas. Apesar de não registrar números tão dramáticos, Campos adiantou-se e optou por adotar o lockdown já para o dia 18. O governo justificou que 100% dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Centro de Controle e Combate ao Coronavírus estão ocupados. Qual o seu comentário? Bem, estamos tendo a notícia no meio da entrevista. Na região, o crescimento é exponencial sim e aqui em Campos os números é que determinam as ações. É preciso lembrar que não é só a rede pública, mas a privada também. Enfim, o governo deve ter considerado a taxa de ocupação. Essa taxa de ocupação é mandatória.
(*) Com 35 anos de profissão, Nélio Artiles é formado em Clínica Médica, com residência no Hospital dos Servidores do RJ e especialização em Infectologia pela UFRJ. Especialista pela Sociedade Brasileira de Infectologia, foi um dos responsáveis para que no município fosse criado o Centro do Serviço de Doenças Infecciosas e Parasitárias do Hospital Ferreira Machado, hoje referência no Estado do Rio, atendendo pacientes com quadros de tuberculose, meningite, Aids e entre outras. É membro-fundador da Sociedade Brasileira de Imunização e professor de várias cadeiras da Faculdades de Medicina de Campos – além de outras atividades do segmento médico onde empresta sua valiosa colaboração.
te seguiu sua orientação. O próprio ex-ministro Mandetta repetiu diversas vezes que só os profissionais que estavam na linha de frente contra a doença deveriam usar máscara. Depois, realinhou, recomendando o uso de máscaras em aglomerações. Agora, todos estão obrigados a usá-la. Também foi dito que o pico da pandemia seria abril. Depois maio. Agora ninguém sabe. Na Europa, já se fala em dois anos. E o lockdown, antes descartado, passou a ser considerado, com Campos adotando a medida a partir de segunda-feira, dia 18. Assim, diante de tantas controvérsias e ajustes, vamos ao que é possível analisar, considerando que nada é seguro diante do desconhecido.
Eu penso que a Secretaria de Saúde estava atenta a isso e avaliou o lockdown como necessário. Ao adotar o fechamento total – cujo preço é alto e eleva sobremaneira o sacrifício econômico – como fica a questão de algumas cidades vizinhas que sequer cobram rigor ao isolamento? O resultado não pode ser comprometido em função do deslocamento frequente entre pessoas daqui e de municípios próximos? Isso infelizmente acontece. O nosso município sempre abraçou as cidades de seu entorno. Os hospitais daqui passaram a ser referência e atendemos pacientes de toda região. Agora, quanto ao isolamento, se aqui a gente adota um tipo de procedimento e outros não fazem, isso traz repercussões negativas. O ideal é que fosse combinado com a região. O fechamento é uma questão difícil, tendo em vista os danos econômicos. Enfim, é uma atitude racional, de bom senso e de observar a relação possibilidade x necessidade, porque as pessoas precisam trabalhar e a fome também mata. UM MILHÃO DE MORTES? Estimativas sobre vários aspectos relacionados à Covid-19 tem sido frequentemente divulgadas. Recentemente, estudo levantado por um desses grupos especializados em cálculos admite que 1% da população brasileira seja contaminada e, desse percentual, 50% iria a óbito. Estaríamos, então, a falar de algo nas fronteiras de 1 milhão de mortes no Brasil. O sr. considera a possibilidade de que tenhamos números tão drásticos? (No início de março, o The NY Times publicou matéria com a mesma projeção em relação aos EUA). Essa matemática de estimativa é sempre muito especulativa. E tudo é relativo. A realidade de países da
Falas muito técnicas e pouco unificadas deixa população sem norte
Europa é bem diferente da nossa. Se considerar, por exemplo, Itália, França, Espanha... a pirâmide populacional desses países é distinta da nossa. Lá vemos um predomínio de pessoas idosas, enquanto o Brasil é um país mais jovem. Aqui, a faixa etária mais acometida está em torno de 30/60 anos, que ainda não é a pessoa mais idosa, e justamente os idosos é que acabam morrendo mais, infelizmente. Em qualquer epidemia, para que a curva chegue ao ápice, precisa alcançar 40% a 60% da população, configurando-se o que se chama ‘imunidade de rebanho’. Então, se dessa fatia entre 40% a 60%, você considerar que 80% não sente nada ou tem um quadro muito simples, e que 15% vá precisar de cuidado hospitalar, e os restantes 5% evoluam para uma forma mais grave, precisando de CTI, – verifica-se que é muito difícil fazer uma projeção. Numa avaliação genérica, o que se pode estimar é uma mortalidade, no pior cenário, de 3% (não da população, mas de 40% da população, mas eu acredito que seja menos). Então, vamos lá: em cima de uma população comprometida (40%), poderíamos ter 3% de óbitos – uma projeção caótica, complicada e que remete a um quantitativo enorme que viria a óbito. Mas como tudo é muito novo, é uma estatística complexa. GRIPE ESPANHOLA De acordo com especialistas, há 100 anos a Gripe Espanhola infectou 500 milhões de pessoas em todos os continentes (27% da população mundial) podendo ter matado entre 1% e 6% de pessoas no planeta. No Brasil, cuja população0 era de 30 milhões, morreram 35 mil pessoas, o que corresponde a 0,1.1% da população da época: cerca de 10% de 1% – para explicar melhor. Só que o mesmo percentual, trazido para hoje, daria algo em torno de 220/230 mil óbitos. Sobre essa ótica, não estaríamos a constatar que a ciência
involuiu; ou, então, que as doenças estão cada vez mais difíceis de combater? Não soa como paradoxo para um século 21 altamente tecnológico? Enquanto a Gripe Espanhola (1918) perdurou por alguns anos, matando muita gente, agora, em relação à Covid – uma doença nova – de 4 a 5 meses de existência, já foi possível fazer pesquisa de diagnóstico, colocar em desenvolvimento estudos de medicamentos bastante promissores e, principalmente, a vacina, com perspectiva ainda para este ano – o que seria um recorde absurdo se isso realmente acontecer –, talvez dezembro. Isso faz um diferencial enorme. Vale lembrar que este vírus morre com sabão. Então ele é bem frágil fora do corpo, só que ele usa uma inteligência biológica impressionante. O vírus é um conjunto de proteína que precisa de uma célula para viver. Ele depende de um ser humano para se multiplicar, passando para outro ser humano. Então, se você consegue uma dificuldade para essa transmissão, ele não vai adiante. Por outro lado, quando o indivíduo fala, espirra, tosse – principalmente a pessoa gripada – ele se aproveita disso para sobreviver, inclusive desafiando o aparato tecnológico que o homem usa para combatê-lo. Enfim, é um inimigo para se respeitar, que vem se beneficiando, ainda, de interferências políticas inapropriadas. Nossa parte é promover o isolamento de forma técnica, correta e o setor público abrandar o prejuízo econômico. Temos que entender que a abertura, que o retorno das atividades, precisa de regras. O vírus se transmite por gotículas, ele não fica no ar muito tempo. Ele não se multiplica no ar. Inclusive a evidência mais concreta é que se transmite pela ponta do dedo e pela respiração muito próxima. No mais, uso de máscara e lavar a mão a todo momento. A gente precisa parar de ouvir fake-news, parar de inventar medicamento ou tratamento e nos basear nas evidência.
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Setores mais afetados na pandemi
Com seus negócios interrompidos, e sem saber quando e como poderão retornar à antiga normalidade, pro
Mariane Pessanha / Ocinei Trindade / Ulli Marques Priscilla Alves / Bernardo Rust (estagiário) Desde que a pandemia do novo coronavírus se espalhou pelo mundo, quase todos os setores da economia paralisaram suas atividades, parcial ou totalmente. É um período de enfrentamentos à doença Covid-19, além das dificuldades financeiras que acometem grande parte da população do planeta. Em Campos, os reflexos da crise sanitária, do desemprego e da falta de dinheiro para suprir necessidades básicas podem ser conferidos nas filas
de agências bancárias ou nos depoimentos de pessoas que se manifestam em redes sociais. A equipe de reportagem do Jornal Terceira Via se dividiu para ouvir trabalhadores e empreendedores de diferentes segmentos. Eles relatam a realidade que vivem neste período de quarentena e distanciamento social. Com seus negócios interrompidos, e sem saber quando e como poderão retornar à antiga normalidade, profissionais das áreas de turismo, entretenimento, festas, arte e cultura, alimentação, atividade física e beleza de Campos arriscam projeções sobre suas atividades.
Projeção de negócios para um futuro próximo sem muito otimismo
Infectologista | Nélio Artiles defende retomada com regras
Em entrevista ao Sistema Terceira Via, o médico infectologista Nélio Artiles cogita que, quando as atividades econômicas forem liberadas pelos governantes, uma série de regras deve ser adotada. Ele defende atitudes de prevenção pela população. "O distanciamento social é aconselhável. Quando for permitida a volta ao trabalho, a higienização de mãos e uso de máscaras serão indispensáveis", acredita.
Higiene | Diogo Martins acredita que as academias voltam com medidas mais rígidas
Novos hábitos nas academias
Coisa de cinema A pandemia de Covid-19 parece um filme de terror ou suspense. Ainda não se sabe sobre o futuro das salas de cinema de todo o país. Segundo a Agência Nacional de Cinema (Ancine), o Brasil conta com cerca de 3.500 salas de exibição. Por causa da aglomeração, estima-se que o público vai demorar a sentir confiança para voltar a frequentar os
cinemas. Na China, por exemplo, algumas salas reabriram em março, mas o público não se animou e não compareceu. Campos conta com dez salas de projeção, além de três cineclubes. Foram programadas para até junho estreias de títulos de sucesso como "Velozes & Furiosos 9", "Mulan" e "Mulher Maravilha", além de filmes
brasileiros. Administradores das salas de cinema não sabem mais quando serão lançados. A equipe do Terceira Via procurou pelas gerências dos cinemas de Campos, mas não obteve retorno. Nos sites das redes Kinoplex e Cine Araújo nenhum filme é mencionado. Há estreias programadas para julho, porém, é preciso aguardar confirmação.
Aparelhos instalados a uma distância de 1,5 metros, álcool 70, que deverá ser utilizado na higienização do ambiente e no uso pessoal dos alunos, limite de pessoas por metro quadrado, e uso de máscara. De acordo com o empresário Diogo Martins, essas são algumas das medidas que os donos de academia deverão adotar na volta das atividades pós pandemia. As orientações são do Conselho Regional de Educação Física (Cref). Para Diogo, as aulas on line, modalidade que surgiu durante o isolamento social, não devem continuar. “As pes-
soas gostam de interação, socialização e precisam ser motivadas a fazer atividade física, por isso, não acredito na continuidade desse mercado”, diz Diogo Martins tem academia há nove anos e emprega diretamente 17 famílias direta e indiretamente. Ainda não houve demissão porque o empresário suspendeu os contratos de trabalho dos funcionários. Dessa forma, os salários têm sido pagos integralmente pelo Governo Federal. “Caso continue o isolamento social e a Medida Provisória chegue ao fim e não seja renovada, infelizmente, terei que demitir”, explica.
Beleza, decreto, portas fechadas Mesmo após a publicação do decreto do presidente da República que inclui academias e o setor de beleza na lista de “serviços essenciais”, o que prevalece na prática é o entendimento dos estados e dos municípios que, no caso do Rio de Janeiro e de Campos, ainda determinam o fechamento desses estabelecimentos. Enquanto isso, empresários do
Consultoria | salão investe no digital
ramo, como de muitos outros, têm tido de se reinventar para se manter no mercado e na cabeça das pessoas. Alguns preveem mudanças após o fim da pandemia. A empresária Priscila Nogueira tem feito consultorias online durante o isolamento social. Entrega produtos nas casas dos clientes e investe no marketing digital para que a marca do salão não seja esquecida. “Para os clientes que já faziam procedimentos como coloração continuamente, fornecemos os produtos e orientações para que consigam aplicar em casa. Fazemos vídeos nas nossas redes sociais com dicas de hidratação, penteado. O objetivo é continuarmos presentes nas vidas das pessoas", disse. Quanto às perspectivas para o futuro, Priscila acredita que “as coisas não voltarão ao ‘normal’" ----porque as práticas rotineiras passarão por transformações. "Sempre prezamos pela higiene e pelo cuidado, mas quando o salão reabrir, vamos contratar um profissional da área da saúde para que nos ensine como proceder com a higienização e méto-
Teatro | O diretor do Teatro de Bolso, Fernando Rossi, dirigiu único espetáculo exibido
Apoio aos artistas Empresária | Priscila Nogueira
dos de proteção ainda mais eficazes. Afinal, os estabelecimentos voltarão a funcionar antes da vacina e o vírus continuará circulando. Precisaremos nos prevenir”, explicou. A empresária também pretende fazer um rodízio de profissionais para evitar a aglomeração no salão. “Entendemos que as pessoas, quando voltarem para as ruas, estarão estressadas, assustadas e exaustas. Então a experiência no salão tem que ser única, especial e, sobretudo, segura”, afirmou.
Artistas em geral estão de mãos atadas em suas ocupações. As atividades culturais devem ser as últimas a serem retomadas após o fim da pandemia do novo coronavírus. Em Campos, a superintendência de Entretenimento e Lazer diz que busca viabilizar parceria público-privada para incentivar o segmento, mas não há condições financeiras para a realização. "Mesmo durante a pandemia trabalhamos para agilizar os processos existentes para pagamento dos cachês a profissionais que ainda não receberam. Este processo é acompanhado pela Secretaria de Fazenda", afirma Fabiano Gomes. Para Cristina Lima, presidente da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima, toda crise traz algum aspecto
positivo em seu bojo. "No caso da pandemia, constatamos como a cultura e as artes, em geral, nos salvam do tédio, do vazio, além de amenizar nossa melancolia", destaca. Ela acredita que o setor vai sofrer, pois dependerá da retomada da economia para obter investimentos. Ela arrisca sobre o futuro das atividades. "Vai ser uma vivência nova para todos nós: artistas, produtores, gestores e público. Os espaços culturais estão inseridos neste grande processo de mudança que o mundo está vivendo e sua utilização está vinculada à adequação a uma nova realidade. É bastante preocupante. O Conselho Municipal de Cultura mantém diálogo com a classe para buscar alternativas que amenizem o problema", diz Cristina.
Especial
ia sem saber como será o amanhã
ofissionais de diversas áreas da economia de Campos arriscam projeções e mudanças sobre suas atividades Fotos: Carlos Grevi
Lives permanecem Mesmo após a liberação dos shows, as lives devem durar. Pelo menos essa é a opinião do jornalista e produtor de eventos Cláudio Amaral. Ele ressalta que todos os grandes artistas têm lucrado muito com esses shows feitos ao vivo, mesmo com o intuito de ajudar o próximo e pode ser uma alternativa para os artistas que tiveram a renda reduzida ao máximo nos meses de pandemia. “Os artistas e suas equipes precisam sobreviver. A realidade é que hoje ninguém mais vende CD´s ou DVD’s, e o YouTube paga muito bem de acordo com o número de visualizações. Dessa forma, certamente, as lives irão permanecer". Para Cláudio o retorno de eventos, como shows, deve acontecer de forma gradual, de acordo com a capacidade do local. Ele acredita que a liberação deve ocorrer primeiro para os locais de capacidade menor, em seguida os médios e, por último, os de grande capacidade.
Claudinho Amaral | Promotor acredita que shows devem retornar aos poucos
Antes do isolamento social, Cláudio Amaral produzia cerca de 150 shows por ano. Agora, os que já estavam marcados foram adiados e sua renda reduzida. Para continuar trabalhando, ele
faz assessoria de marketing e vendas on-line. “Um evento nacional gera, em média, 200 empregos, diretos e indiretos. Foi uma perda muito brusca para vários profissionais”, afirma o produtor.
À espera de comemoração
Única vez| Katiana Rodrigues estava em cartaz quando decreto proibiu salas abertas
Último espetáculo A atriz Katiana Rodrigues foi a primeira e última artista campista a se apresentar no Teatro de Bolso este ano. O espetáculo "Traídas e traidoras: somos todas Capitu", de Arlete Sendra, estava em cartaz de 12 a 15 de março quando o decreto estadual proibiu o funcionamento de cinemas e teatros por conta da aglomeração. "Não tínhamos ideia do que realmente estava acontecendo. Informações desencontradas. Recebi mensagens de pessoas que não foram por medo. E recebi também mensagem de uma médica amiga pedindo para eu ficar quietinha em casa porque era tudo muito perigoso. Tantos projetos suspensos,
nenhuma perspectiva de retorno. O mais importante agora é ficarmos seguros. Cada artista encontra uma forma de extravasar e exercitar sua arte, como vem acontecendo com as "lives", comenta. Para o diretor do espetáculo e também do Teatro de Bolso, Fernando Rossi, há uma mutação em curso na cultura, pautada em objetivos financeiros e emergenciais ou no mero gesto criativo. "No momento, não temos a dimensão onde o giro viral das artes da cena nos levará provocado pelo Coronavírus. Há uma potência de reinvenção, de criatividade, de inovação, que estamos longe de prever", explica.
Conselho de Cultura | Gestores municipais tentam encontrar soluções com artistas
Jacqueline Aiex Abdu Neme é sócia do Buffet Abdu Neme, junto com a irmã, Faride. São 20 anos no mercado de festas e eventos. Para a empresária, serão necessárias várias mudanças para a volta dos eventos. “Todas as festas foram adiadas para o final do ano ou para 2021. A gente vai sair disso tudo um pouco despedaçado, o país todo vai sofrer, mas temos esperança. Acredito que a volta será aos poucos e com algumas restrições. Quem trabalha com alimentação já tem uma série de hábitos de higiene, mas acho que isso vai ser ainda mais reforçado. Teremos que nos adaptar às máscaras e luvas. Acredito que até os garçons trabalharão assim. Estamos pensando nisso”. A supervisora de vendas Ane Silva, da Casa de Vidro Supreme, um dos maiores espaços de festas de Campos, espera que os eventos voltem ainda este ano. Mas, segundo ela, os locais dos eventos também deverão se adequar, principalmente em relação ao distanciamento. “Acredito que após a pandemia terão algumas restrições. Como a Casa de Vidro tem um espaço interno muito grande, com pista de dança e tam-
Buffet | Jacqueline e Faride Abdu Neme
bém mesas grandes, poderemos fazer os eventos com um distanciamento maior. Acredito em pessoas mais conscientes. Estou esperançosa que todas essas restrições não vão se estender até o final do ano. Creio que os eventos voltarão com menos pessoas. Nos resta esperar para ver o que vai acontecer. Estamos todos na mesma situação, ninguém tem controle”.
Filmmaker | Max Farias, da Maximus Films, acredita que setor será mais valorizado
Festas | Ane supervisiona a Casa de Vidro
Outra área impactada nos eventos sociais é a de filmagem. Sem festas e shows, trabalhos foram interrompidos. Porém, a expectativa do filmmaker Max Farias, diretor de criação da Maximus Films, é que a área de vídeo seja ainda mais requisitada após a volta dos eventos. “No próximo ano, acredito que a gente ainda vá passar por muitas lutas, mas a expectativa é que será um novo começo. Pessoas não deixarão de dar valor ao que precisam. Neste período todos estão mais sensíveis, mais próximos dos seus familiares. Isso pode fazer do vídeo uma lembrança para sempre, acabará valorizando ainda mais a área”, conclui.
Malas desfeitas O empresário e agente de viagens, Rildo Junior, afirma que a Covid-19 colocou o turismo em seu pior momento na história. No Brasil, o setor do lazer basicamente zerou a demanda por viagens, e o turismo de negócios, diminuiu cerca de 85%. "Nunca, antes, nenhuma situação causou tanta insegurança aos passageiros, nem mesmo guerras e atentados terroristas chegaram próximo ao momento que vivemos. É um momento de incertezas e desmotivação", explica. Rildo Junior salienta que o setor do turismo é o único que movimenta todos os outros setores, além dos agentes de viagens, hoteleiros, empresas aéreas, receptivos, atrações turísticas, o setor impulsiona os restaurantes, padarias,
bares, lojas, táxis, construção civil. "Todos estão sendo afetados, sem dúvida. As empresas aéreas, hotéis e agências de viagens são as que estão sentindo mais intensamente nesse momento", destaca. De acordo com o empresário, a maior expectativa é que surja o quanto antes um tratamento eficaz ou uma vacina que imunize a população contra o vírus. "Viajar é uma necessidade para muitas pessoas, eficaz em tratamentos até em questões psicológicas. As pessoas não vão deixar de viajar. Nesse primeiro instante, terão que adotar medidas protetivas como máscaras e álcool em gel, além dos hábitos higiênicos como a lavagem das mãos", defende.
Viagem cancelada| Empresário Rildo Jr.
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Campos
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Rede social apela pelo comércio local O objetivo é incentivar e apoiar a compra nas empresas da cidade durante a pandemia do coronavírus
Fotos: Carlos Grevi
Roberta Barcelos Mesmo quando a CDL (Câmara de Dirigente Lojistas) previu no fim do mês de abril, que 70% dos empresários campistas poderiam demitir seus funcionários por conta da crise financeira provocada pela covid – 19, uma luz no fim do túnel parece surgir em meio à tecnologia. Em sua página na internet, a entidade está cadastrando empresas no serviço, “Delivery Campos”e uma lista com centenas de serviços e telefones já está à disposição do cliente. Em tempos de pandemia, a rede social Instagram viu sua popularidade crescer ainda mais e o aumento foi de 40%, só na segunda quinzena de março, segundo dados levantados pela consultoria Kantar. Os usuários do aplicativo agora têm mais uma novidade. A opção “Compra Local”, permite marcar comerciantes e pequenas empresas, com objetivo de incentivar e apoiar microempreendedores durante a pandemia no novo coronavírus. Eles também já estão utilizando a ferramenta para divulgar seus produtos. Em Campos, a nova opção já
está rolando pelos stories, seja de pessoas públicas ou dos usuários em geral, que marcam as lojas favoritas, a fim de conquistar mais clientes e engajamento. A empresária Bia Azeredo, proprietária de uma loja de roupas, aprovou a iniciativa da rede social. “Eu achei a ideia excelente! Tudo que vem para agregar nesse momento difícil ajuda muito”, contou a comerciante. Para indicar aos seguidores à empresa local, basta criar um novo storie e clicar no ícone “Compra Local”, selecionar o arroba que deseja marcar, com isso, o aplicativo cria um ícone com o nome da empresa e três fotos, quando o seguidor vir o story ele poderá clicar no ícone e será direcionado para o perfil da empresa.
Filipe Figueira | Proprietário de hortifruti aposta na web
Centro | Devido ao decreto de fechamento do comércio, empresários aproveitam as redes sociais para divulgar produtos e serviços
Os setores que estão utilizando a nova ferramenta variam e muito. De lojas de roupas a hortifrutis e lojas de móveis e eletrodomésticos. As vendas do Hortifruti Pelinca dispa-
raram através do serviço de tele-entrega durante o período de pandemia. Segundo o proprietário do estabelecimento, Filipe Figueira, a nova opção do instagram ainda não teve
José Orlando Queiroz | importante fortalecer a economia
muito resultado na prática, mas ele acredita que é só uma questão de tempo. “Aos poucos, as pessoas vão marcando e repostando. Ainda não deu pra sentir um resultado
Bia Azeredo | excelente a ideia do story "Compra local"
Morte de morador de rua ainda não é investigada
efetivo, mas com certeza tudo que vem para nos ajudar nesse momento de crise é positivo”, lembrou Filipe. Quem conseguiu manter o estabelecimento comercial aberto, dentro da categoria de serviço essencial, também está aderindo às plataformas digitais. José Orlando Queiroz, proprietário de uma loja de rações conta que conseguiu manter o quadro de funcionários e acha importante fortalecer a economia local. “Por um lado houve uma queda de vendas no geral e, por outro a questão do delivery ajudou bastante e está nos ajudando a manter nossas atividades. Fotos: Carlos Grevi
Bruno foi espancado na avenida Pelinca, levado ao hospital, mas morreu de tuberculose dois dias depois no Ferreira Machado Letícia Nunes O mistério continua no caso do morador de rua, identificado como Bruno, de idade aproximada de 25 anos, que deu entrada no Hospital Ferreira Machado (HFM), em Campos, no Dia das Mães (10 de maio), vítima de espancamento. Apesar de ter sido agredido, ele morreu dois dias depois, na unidade de saúde. O que mais chamou a atenção foi o fato da causa da morte ter sido tuberculose, segundo informações do hospital. Outro fato misterioso é o motivo desse espancamento não ter sido comunicado à polícia para uma investigação para identificar o autor das agressões. O Jornal Terceira Via publicou a primeira reportagem sobre esse caso, na quinta-feira (14), depois que o promotor de justiça de Campos, José Luiz Pimentel, postou em suas redes sociais o espancamento de Bruno. O promotor conhecia a vítima. “Ele era morador de rua e todos conheciam a minha luta com esses moradores, pois diariamente urinavam e defecavam na porta da minha casa. Não era uma rotina fácil. Então, um taxista comentou comigo que esse rapaz tinha sido espancado por um
Bruno | foi vítima de espancamento
Avenida Pelinca | região onde Bruno costumava andar e pedir esmolas foi também o cenário para ser agredido no domingo de Dia das Mães
homem usando tornozeleira de monitoramento eletrônico e morreu no hospital. Foi um choque pra mim, porque apesar dos problemas que tínhamos, a última coisa que eu
queria na vida era que ele morresse”, contou o promotor. Nas redes sociais, Pimentel postou: “Eu nunca quis seu mal. Só queria que não fizesse xixi na minha porta. Brutal-
Hospital Ferreira Machado | Bruno morreu de tuberculose na unidade
mente espancado, veio a óbito no Hospital Ferreira Machado. Que Deus o tenha”. A publicação recebeu várias curtidas e comentários. O Jornal Terceira Via entrou em contato com órgãos de segurança de Campos para buscar informações sobre o crime. O 5º Grupamento de Bombeiros Militar (GBM), informou que foi acionado por um popular e socorreu Bruno com sinais de agressão, na avenida Pelinca, próximo a uma rede de drogarias. A vítima recebeu o atendimento pré-hospitalar, foi classificado como fora de risco de morte e foi, então, le-
vado para o Hospital Ferreira Machado. A reportagem teve grande repercussão nas redes sociais do Sistema de Comunicação Terceira Via. Internautas lamentaram a morte. “Estou muito triste. Eu lhe dei um colchonete no inverno passado, tinha muita pena dele. Muito magrinho, dormia no chão debaixo da marquise da farmácia. Quando começou a pandemia, ele sempre vinha a minha memória, eu o colocava nas minhas preces. Muita maldade! Eu moro nas imediações e nunca vi ou ouvi que ele tivesse faltado com res-
peito ou agredido alguém. Ultimamente, pouco ele levantava e andava, ficava a maior parte do dia dormindo ou sentado, devido à magreza extrema. A realidade brasileira é drástica e covarde para os menos favorecidos. Que Deus, nosso senhor, possa o receber no reino do céu, assim seja”, disse Conceição Baptista. Outros internautas questionam a ausência de investigação e sugerem que a polícia busque imagens de câmeras de segurança da região para identificar o autor do crime. Outros internautas relataram que presenciavam a vítima tossindo com frequência. Apesar de apresentar sinais de espancamento, o hospital informou que Bruno morreu dois dias depois, vítima de tuberculose. O crime de espancamento não foi informado às autoridades policiais para dar início a uma investigação. Como a causa da morte foi natural e não em decorrência da agressão, o corpo não foi levado para o Instituto Médico Legal (IML) para uma constatação mais precisa e descarte da hipótese de morte violenta.
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Shows virtuais com solidariedade
Fotos: Divulgação
Destaque
Em meio à pandemia, artistas locais conscientizam, divertem fãs em lives e arrecadam toneladas de alimentos Taysa Assis Com o isolamento social, a internet passou a ser, para muitos, o único meio de comunicação e melhor forma para atingir multidões. Essa foi a alternativa para muitos artistas nacionais, se manterem em evidência e obter patrocínios nesses tempos de economia retraída. Com a internet e as redes sociais ganhando cada dia mais força, ferramentas de transmissão ao vivo se tornaram lugar de destaque na rotina musical dos artistas e fãs. Dessa forma, artistas de Campos também resolveram abraçar a causa, fazer o público de casa feliz e ainda arrecadar alimentos e material de higiene e limpeza para doação. As lives, produzidas aqui no município, tiveram a intenção de colher fundos para trabalhadores informais da classe de entretenimento. Com um pontapé nesse novo modelo de apresentação, o Grupo Promessa do Samba e o cantor Léo Manhães, prepararam um fim de tarde para embalar o público de casa. Foram 5h de show através da transmissão ao vivo, com mais de mil pessoas assistindo. As
Arrecadação | Integrantes do Promessa do Samba e Léo Manhães fizeram a distribuição das doações
Produção | A banda contou com um cenário e transmissão de alto nível
visualizações pelo youtube passaram de seis mil. Os meninos conseguiram distribuir oito toneladas de alimentos,
além de dinheiro e produtos de limpeza e higiene. Os itens arrecadados foram entregues aos músicos, produtores, téc-
Sertanejo | o cantor Léo Manhães deu um show no estilo que arrasta multidões
nicos, roolds, porteiros, bilheteiros e demais profissionais que atuam nesse meio. Além disso, com o grande número de doações, eles conseguiram ajudar às instituições e comunidades carentes da cidade. “Todo valor e produtos arrecadados foram encaminhados para pessoas com dificuldades financeiras devido ao impacto do novo coronavírus. A gente conseguiu atender a toda essa galera. Com a nossa primeira live, esperamos que outros artistas daqui de Campos possam fazer e ajudar. Esse é o intuito. A gente não tinha noção que alcançaria tantas pessoas, o discurso agora mudou, o que antes era dinheiro, agora se pede em alimento. Se cada um fizer sua parte, tudo vai dar certo. No final, é o que a gente deseja”, informou Diogo Tavares, integrante da Banda Promessa do Samba. Sucesso de audiência Relembrar boas histórias e momentos vividos, foi o que
Acessos | Quase 5 mil pessoas assistiram a transmissão ao vivo no YouTube
aconteceu na live do cantor Pc. A sua apresentação teve interação de artistas nacionais, como o cantor Bruno do Sorriso Maroto, o cantor Suel, além de amigos, familiares, ex-integrantes do Grupo Zona Sul, onde ele fez parte por muitos anos, e até jogadores do Flamengo, homenageando o cantor. Na transmissão ao vivo, foram 4.768 dispositivos conectados durante a apresentação e mais de dez mil visualizações em seu canal do youtu-
be. Ele conseguiu arrecadar mais de quinze toneladas de alimentos, mil máscaras e 280 kits de higiene. Durante as Lives solidárias, o público pode contribuir com depósito bancário, cestas básicas, alimentos não perecíveis e produtos de limpeza e higiene. A intenção é ajudar e com isso quem está assistindo se diverte sem precisar sair de dentro de casa. Nos próximos dias, mais artistas estarão fazendo o mesmo trabalho.
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VIAsaúde
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@rodrigovianarodrigoviana
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O circo da Fórmula 1 dentro de casa
dalberto Campos é contabilista e reside na cidade de São Paulo. Apaixonado por Fórmula 1, criou um amplo espaço para abrigar uma grande coleção de mais de 1.000 miniaturas de automobilismo, um verdadeiro fascínio para os amantes do esporte a motor. Adalberto convidou este colunista para conhecer a sua coleção e também concedeu esta entrevista exclusiva:
Adalberto, como começou o seu interesse pela Fórmula 1? A minha admiração pela Fórmula 1 começou quando trabalhei no GP Brasil de 1991, como segurança. Este grande prêmio foi mágico, pois Ayrton Senna conquistou a sua primeira vitória no Brasil e cruzou a linha de chegada exausto devido o seu carro apresentar problemas no câmbio e, algumas marchas não estariam engatando. Ele teve que ser retirado do carro pela equipe médica, tamanha fadiga muscular. O autódromo estava lotado e os torcedores brasileiros vibravam numa grande euforia. Aquele dia foi muito emocionante!
Uma coleção de Formula 1 a perder de vista
Com Adalberto Campos
Como começou o seu interesse pelas miniaturas e a sua coleção? A minha coleção comecei em meados de 2005, quando adquiri o meu primeiro exemplar, um McLaren MP4/4 de 1988, do 1º título de Ayrton Senna na Fórmula 1, na escala 1:12. Pronto, daí para frente é o que você está vendo agora. (rs) Carros miniaturas são brinquedos? Definitivamente não. Carros miniaturas não são brinquedos, são réplicas colecionáveis, em escala bem menor que o tamanho real, com riquezas de detalhes para se manter fiel ao desenho original do carro. Como funcionam as escalas em relação ao tamanho original do carro? As escalas podem variar entre vários tamanhos, como exemplo, a mais comum é a 1:12. Quanto menor a escala, maior e mais detalhado será o carro. A escala 1:12 significa que a miniatura é 12 vezes menor do que o tamanho real do carro, a escala 1:18 significa que a miniatura é 18 vezes menor do que o tamanho normal do carro, e assim, essa lógica é seguida sucessivamente. Quantas miniaturas você tem? Devo ter mais de 1.000. Mas não conto. Não me prendo à quantidade, estou voltado para a qualidade da coleção, corro atrás de modelos específicos que tem as suas respectivas relevâncias, as suas significâncias. É assim que funciona para os colecionadores do meu perfil. Entre os carrinhos, quais são as suas principais coleções ligadas à Fórmula 1? Em relação aos carros da Fórmula 1, tenho: Dos brasileiros que competiram na categoria, desde
Parte dos Formulas 1 que foram campeões do mundo
Ayrton Senna, na pose que o consagrou
Parte dos 70 carros que foram campeões mundiais da Formula 1, desde o seu inicio, em 1950 até 2019
goria de Turismo alemã, tenho os carros campeões da competição e os carros de todos os brasileiros que correram na categoria. Ambos, também, na escala 1:43. Por fim, na Stock Car nacional, tenho todos os carros desde o início da categoria, em 1979, até 2016, na escala 1:43.
Lewis Hamilton, na sua pose de consagração, junto com alguns Mercedes que ele foi campeão do mundo
o seu início em 1950, tanto na escala 1:43 quanto na 1:18. Todos dos pilotos campeões do mundial de Fórmula 1 nos seus 70 anos de existência, também nas escalas 1:43 e 1:18. Grid completo com todos os carros da temporada de 1991, primeiro ano que assisti no autódromo uma corrida da categoria máxima do automobilismo mundial, e das temporadas de 2016, 2017, 2018 e 2019, na escala 1:43. Todos da Ferrari, já que a Ferrari é a única equipe a participar de todas as temporadas da Fórmula 1 desde a criação da categoria e é a escuderia com o maior número de conquistas, até o encerramento da temporada de 2019, foram: 990 GPs (largadas),
237 vitórias, 761 pódios, 16 campeonatos mundiais de construtores, 15 campeonatos mundiais de pilotos e o piloto com mais títulos mundiais da história, Michael Schumacher, com 7 conquistas. Todos da McLaren na categoria, por ser a equipe pela qual Ayrton Senna conquistou todos os seus três títulos de campeão mundial, na escala 1:43. Tenho todos os carros utilizados por Ayrton Senna na sua carreira, tanto na escala 1:43 quanto na 1:18, assim como também os carros da carreira do Lewis Hamilton na escala 1:43. Nas outras categorias automobilísticas, tem alguma coleção relevante também? Na Fórmula E, a categoria dos carros elétricos, tenho os brasileiros que correram na competição que teve início em 2014: Lucas Di Grassi, Bruno Senna, Nelson Piquet Jr., Felipe Massa e Felipe Nasr. Todos na escala 1:43. Na categoria Le Mans, das tradicionais provas de resistência “24 Horas de Le Mans”, tenho os carros campeões da prova e, também, os carros de todos os brasileiros que participaram da competição. Ambos na escala 1:43. Na DTM, a disputada cate-
Tirando os carrinhos, você coleciona outros itens voltados ao automobilismo? Sim, também coleciono capacetes. Tenho os 17 capacetes da carreira de Ayrton Senna, desde a época que ele começou no kart até o último do acidente fatídico. Também tenho os capacetes de outros campeões mundiais: Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet, Nigel Mansell, James Hunt, Damon Hill, Jacques Villeneuve, Jenson Button, Fernando Alonso, Nico Rosberg, Sebastian Vettel, Michael Schumacher e Lewis Hamilton, todos no tamanho 1:2. Quanto investiu na sua coleção? Quanto vale? Não faço ideia, as miniaturas fo-
Michael Schumacher e alguns Ferraris que ele pilotou nos campeonatos que venceu
ram compradas ao longo do tempo, em épocas diferentes, valores diferentes... É difícil mensurar. Você conhece ou tem relacionamento com outros colecionadores iguais a você? Sim, ao invés de criarmos competição, pelo contrário, nós, colecionadores, acabamos tendo interesse em nos conhecermos, então nos aproximamos. Pois é um assunto relevante e em comum para todos os colecionadores. Assim, juntos, nós trocamos informações, buscamos novos fornecedores, conhecemos novas criações, compramos em conjunto para
Em cima, mais carros da Stock Car. Embaixo, mais carros do Ayrton Senna
baratear o preço dos produtos e dos fretes, trocamos, vendemos e compramos, por exemplo. Aliás, muitas amizades gostosas se iniciaram através do colecionismo. Tenho uma página para interação no Facebook e Instragram: Minimodelscar. Algum piloto já esteve aqui conhecendo a sua coleção? Sim, recentemente o Ricardo Zonta, piloto da Stock Car e ex-piloto da Fórmula 1. Ele também se amarra neste tipo de coleção e quer reunir as miniaturas de todos os carros que ele já pilotou na carreira, dentro de casa.
Adalberto com o Piloto da Stock Car e ex-Formula 1, Ricardo Zonta, mostrando a sua coleção
@alquimiabartenderss (22) 99606-6967 (22) 99761-4049
(22) 9985-02331 @salgado_gostoso
Fotos: Arquivo do Colunista
COVID I
Novos estudos científicos mostram que a Covid-19 se espalhou pelo mundo antes do que se pensava, no fim de 2019. Mas agora que nosso país avança em número de casos, infelizmente precisamos admitir, corremos o risco de virar o próximo epicentro global da doença, nossos vizinhos estão preocupados que o Brasil coloque a América do Sul em risco. Uma pessoa nunca é só um número... Todo cuidado é pouco, minha gente!
COVID II
Família linda e muito querida! Maria Luiza e Guilherme Correa festejando o Dia das mães #emcasa com os filhos: Rafael, Gustavo, Fernandinha e Vinícius
Na segunda que passou estive em Itaperuna, município a 110 km de Campos dos Goytacazes, meu espanto foi ver o comércio funcionando normalmente e pouquíssimas pessoas usando máscara. O mesmo pude perceber passando por Italva e Cardoso Moreira. Minha pergunta é: adianta mesmo barreira sanitária, se o cidadão não está tendo o devido cuidado? O uso das máscaras, evitar aglomeração, higiene constante das mãos, acima de tudo é um ato de amor.
MD Codes
MD Codes é a denominação da técnica de preenchimento desenvolvida pelo Maurício de Maio, cirurgião plástico, com o objetivo principal reestruturar regiões específicas da face, de maneira sutil, solucionando queixas frequentes de pacientes, não é só e simplesmente criar volume.⠀O estudo do rosto é realizado individualmente, respeitando cada variação e seus pontos fortes, reforçando áreas que perderam suporte e promovendo contornos mais definidos. Codificando cada parte da face, o que resulta instantaneamente em um efeito lifting, com marcas de expressão suavizadas, inclusive desagradável “bigode chinês”. Quer saber mais? Ligue no número que se encontra no anúncio da Botoclinc, referência em harmonização facial no Brasil no rodapé desta página e os sigam nas redes sociais.
Tecnologia Nossa Juju Sallimeni campista, minha Paparazzi gatíssima Millena Martins na área! Foto: Binho Dutra
Aniversariante de ontem a querida Laura Sueth Raeli com o maridão André
Amigão Iago Duarte comemorando com a mamãe linda Márcia
A partir do próximo ano, em função dos constantes avanços tecnológicos, as mídias físicas (CDs e DVDs) serão extintos do mercado. Os carros atuais já não mais possuem kit multimídia, em seu lugar estão às entradas USB ou online via Bluetooth nas plataformas streaming. Acompanhando a tendência de mercado, todas as emissoras de rádio, tem seus próprios aplicativos, disponível gratuitamente para todas as plataformas. #ofuturoélogoali
Flexitarianismo
Já ouviu o termo? Trata-se de adeptos de uma nova dieta, a flexitariana, também conhecida como semi-vegetariana. Como o nome indica, é uma versão mais flexível da dieta vegetariana. De modo geral, no flexitarianismo a proteína animal é liberada, mas de maneira reduzida, sendo consumida aproximadamente duas ou três vezes por semana. A prioridade de consumo são os alimentos de origem vegetal. Será que esta moda pega?
Efeito Quarentena Aniversariante da semana, ela que é MUITO especial: Mônica Chacar
#emcasa a querida Cynthia Rodrigues em Sampa #teampaparazzi
Calmaria no olhar: Alex Siqueira no R #emcasa
Na malhação: Sandro Moura mandando ver!
Não há duvidas de que o primeiro impacto da pandemia é a crise, mas e a quarentena, o isolamento? Segundo especialistas, estamos começando a sentir na pele que essa é uma fase, do ponto de vista emocional, bastante difícil. Embora a saúde física seja o principal objetivo do resguardo, fica a pergunta: qual o impacto psicológico sofrido por nós ao termos que nos afastarmos de tudo e de todos? A saúde mental está sendo subestimada, e digo isso por mim mesmo, tenho sentindo na pele os efeitos do distanciamento social, perda de liberdade, incerteza sobre a doença e tédio. Fiquem atentos e não se privem de procurar ajuda, você não está sozinho nessa. Empatia, mais do que nunca!
Mais lives
Pelo natureza o camarada José Bainha
New look: Camilla Carvalho #teampaparazzi
“Queimando o bacon” #emcasa o brother Bebeto Araújo #teampaparazzi
Entre as lives que ainda virão por aí durante esse período de quarentena estão as apresentações de Sandy & Júnior(Show Nossa História), Bon Jovi, Post Malone e, obviamente, o festival One World: Together At Home, que reuniu, à distância, artistas como Lady Gaga, Billie Eilish e Paul McCartney. Desde o começo da pandemia do coronavírus, várias áreas do entretenimento foram afetadas com o adiamento de estreias, paralisação de produções e cancelamento de grandes eventos, inclusive gravações de filmes e programas de auditório. Todas que citei acima estarão respectivamente nos canais dos artistas via You Tube.
Baile do nego veio Vol. 2
O projeto, que carrega no nome a forma como Alexandre Pires é carinhosamente chamado, traz ao todo 19 faixas. O trabalho traz o título do show que o cantor tem levado para todo Brasil, em que passeia não só pela discografia do Só Pra Contrariar, mas também por outros hits do samba, axé, pagode, funk e sertanejo dos anos 90. Segundo Alexandre Pires, a ideia de reviver as músicas antigas é trazer à tona esses grandes sucessos que marcaram a vida de tantos brasileiros. Já disponível em todas as plataformas digitais e em DVD como mídia física.
Cole gato da nossa Paparazzi Ingrid Jacinto
Uma “porrada” de tão gata: Raphaela Caldas, nossa eterna Gata Manda Ver
Até #emcasa o camarada é cheio de estilo: Luis Felipe Ribeiro
Sempre linda! Gisela Sarmet #teampaparazzi #emcasa
Pensa num cara bacana? Multiplica por mil: Thiago Madalena
Festejando novo tempo Antônio Filho e sua fiel escudeira a mãe Isaura comemorando
Relax #emcasa: Pedro Bernardez #teampaparazzi
Deus nos abençoe
Jesus sabe o quanto ficamos perturbados, o quanto é difícil lidarmos com as contrariedades! E se não sabemos lidar com elas, geram ansiedade dentro de nós. O coração ansioso, a alma ansiosa vive inquietações profundas que perturbam, tiram a paz, o sono e a tranquilidade, gerando dentro de nós impaciências e respostas agressivas para os outros. Quando nos encontramos num estado de agressividade conosco e com os outros, é porque a paz está longe de nós. Quando nos inquietamos com pouca coisa ou transformamos pouca coisa em muita coisa, é porque a paz de Deus não está em nós. Não perturbe, não mergulhe o seu coração nas inquietações do mundo, mas mergulhe o seu coração na paz que vem de Cristo. Deus abençoe a semana e a vida de todos vocês, queridos leitores.
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Registros históricos da
pandemia Associação de Imprensa Campista está com inscrições abertas para mostra fotográfica que irá documentar transformações sociais em Campos por conta do coronavírus
Foto: Victor Paiva Ulli Marques O isolamento e distanciamento social em decorrência da pandemia do coronavírus vêm provocando mudanças significativas na organização social. Estabelecimentos fechados, ruas vazias (ainda que nem tanto) e pessoas usando máscaras compõem esse novo e assustador cenário e marcam um período histórico da humanidade. Com o intuito de documentá-lo em imagens e, assim, incitar a reflexão, a Associação de Imprensa Campista (AIC) decidiu montar um “painel fotográfico virtual” com registros da população que retratam essas transformações recentes. As inscrições estão abertas para toda a comunidade de Campos até o dia 30 de maio de 2020. Segundo o presidente da AIC, Wellington Cordeiro, a fotografia é capaz de enxergar esse vazio das cidades, o medo nos olhos das pessoas e as iniciativas de enfrentamento ao isolamento forçado. “Os fotógrafos têm o poder de contar histórias através
Foto: Wellington Cordeiro
Foto: João Pimentel de imagens e essas imagens nos ajudarão a refletir o futuro”. A proposta da Associação é selecionar as fotografias que ilustram a pandemia por um viés artístico e subjetivo, amador ou profissional. O resultado desses olhares será apresentado em uma mostra virtual que estará disponível em um site a ser divulgado posteriormente. A psicóloga e fotógrafa amadora, Ana Paula Bessa, está participando da mostra. Ela encaminhou as fotografias que fez
de seu apartamento em que registra a solidão e a angústia causada pelo isolamento social. “Trago minha câmera como companheira nos momentos importantes da minha vida. E diante dessa pandemia, não poderia ser diferente. Acredito que é possível encontrar beleza em todos os lugares, ainda que em meio à tristeza”, disse. Ana Paula começou a fazer os registros no mês de abril, quando, sozinha, percebeu que o isolamento lhe proporcionou um contato com a paisagem urbana e com a natureza que não tinha antes. “Isolamento significa recolhimento, mas não nos impede de registrar, ainda que somente da varanda, o Universo nos apresenta. A câmera me aproxima e me conecta com esse belíssimo espetáculo diário, trazendo a energia que preciso para seguir acreditando que tudo isso vai passar”, concluiu.
registros feitos no município de Campos dos Goytacazes. Cada um poderá enviar até 6 fotografias em boa resolução para o endereço eletrônico do projeto: aic. projetosculturais@gmail.com. O material será recebido até o dia 30 de maio. No e-mail, é importante que o fotógrafo faça uma pequena apresentação pessoal, além de informar seus contatos e relatar a data e o local em que a fotografia foi feita. A seleção das imagens ficará a
Como participar Fotógrafos profissionais e amadores podem encaminhar seus Foto: Carlos Grevi
cargo de curadoria convidada pela AIC, sendo composta por especialistas na área. Os selecionados receberão um certificado de participação na mostra e terão a chance de concorrer a diversos livros em um sorteio que ocorrerá durante o período da exposição. É importante lembrar que o envio das fotos já presume que o fotógrafo cede os direitos autorais para a mostra. Quanto ao direito de imagem, a organização pede que cada um tenha cuidado na captação de cenas que identifiquem as pessoas e, se caso acontecer, que seja solicitada autorização das mesmas para a exposição. “Por estarmos em um momento de isolamento social, chamamos atenção para que cada participante tome as medidas necessárias de proteção para atuar nas ruas”, informou o Wellington Cordeiro.
e Esportivas, também lançou Concurso de Fotografia e de Vídeo Digital “Ócio Criativo – em tempos de Coronavírus, um isolamento produtivo”. O objetivo é semelhante ao da AIC: registrar os efeitos sociais e subjetivos da pandemia. As inscrições também são gratuitas e podem ser feitas até o dia 30 de maio. Ao todo, serão 60 produções — 45 fotografias e 15 vídeos digitais — classificadas pelo Júri Popular, por meio de votação online no perfil do Facebook do IFF. Essas produções selecionadas farão parte de uma Exposição que percorrerá todos os campi do Instituto. Todas as informações sobre o Concurso estão disponíveis no Portal de Seleções do IFF.
Concurso do IFF O Instituto Federal Fluminense (IFF), por meio da Diretoria de Políticas Estudantis, Culturais
Foto: Tathiana Gonçalves
@crisales_
Um novo
OLHAR É tempo de empatia e solidariedade
É
meus amores, parece que estamos vivendo realmente aquilo que estão chamando de “o novo normal” não é mesmo?! Tudo mudou, o que antes eram simples atitudes dentro da nossa mais absoluta normalidade, hoje muitas delas podem ser vistas como algo perigoso. Muito triste isso... De repente uma nova realidade se impôs. Uma ida ao mar nem pensar, um passeio nos shoppings idem, visitar amigos ou comer uma comida que amamos sentados num restaurante saíram de nossas rotinas, participar de um culto em nossas igrejas ou fazer aquela viagem dos sonhos só se forem em modo virtual, e simplesmente ir às ruas sem usar uma máscaras ficou proibido.
Diante de tudo isso só nos resta uma coisa, decidirmos qual atitude teremos nesse período. Já que todos estamos no mesmo barco, que possamos então atravessar esse mar revolto com o melhor de nós, sem excessos, com empatia, solidariedade e com a leveza e o amor que o momento pede. Porque sim, é sempre possível promover o belo em meio ao caos. Se não podemos fazer tudo como antes, podemos experimentar o novo com um olhar diferente. Até porque, em tempos de máscaras, o que sobressai são nossos olhos, que revelam sempre a grandeza de nossas almas. Pois mesmo com tantas restrições, nunca haverá uma lei que nos proíba de amar...
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@priscylabezerra
TENDÊNCIA
TIE DYE
Print dos anos 70 que voltou com força total e vem conquistando cada vez mais adeptas, veio foi pra FICAR
Mesmo remetendo ao movimento hippie, a estampa se mostrou super democrática e provou que é possível ser chic na medida certa, em versões mais discretas e atuais. Mas se mesmo assim você ainda está pensando se vale a pena investir na trend ou não, preciso te dizer que é hora de olhar com outros olhos para a estampa que já conquistou seu espaço no street style das semanas de moda e vai conquistar seu closet também.
RESPIGADO FASHION
CHIQUE | Das passarelas para as Ruas
CURTI
DE OLHO NELA | @mariabbraz COMBINADO | Em duas peças
SAIA | com camisa
ENERGIA | manhã longa e cores vibrantes
AMPLO | Chique de Doer
A charmosa MARIA VITÓRIA BUSSADE BRAZ, estudante de direito, super politizada e apaixonada por moda, anda mostrando naturalmente seus talentos e ganhando cada vez mais seguidores no seu Instagram. Seguindo os passos da mãe, a elegante Silvia Braz - Maria Vitória mostra muita personalidade, inclusive na criação de looks e peças, como este moletom que ela mesmo personalizou. Eu disse ! RS
MIX PERFEITO | xadrez + TIE DYE
PRONTINHO | só posar para a foto
STAY HOME | COM A BELÍSSIMA @fernandapicanco
QUARENTENA E DOENÇAS DE PELE: CRISES DE DERMATITE ATÓPICA E PSORÍASE PODEM AGRAVAR-SE COM A FALTA DE SOL? Se você sofre com os sintomas da dermatite atópica ou da psoríase, certamente já deve ter ouvido falar que é preciso evitar ao máximo a exposição solar. Mas será que é realmente necessário fugir completamente do sol? Conhecido como o “vilão” das doenças de pele, é comum que os seus benefícios passem desapercebidos. Na verdade, expor-se ao sol diariamente e com moderação, pode ajudar a regular o sistema imunológico e dificultar a formação da dermatite atópica e da psoríase. De uma maneira geral,os sol pode, sim, melhorar a psoríase e a dermatite atópica, devido ao efeito anti-inflamatório e imunomodulador da radiação solar. As duas doenças são mediadas por nosso sistema imunológico. Por isso, ao tomarmos um banho de sol, alguns mediadores imunológicos podem ter sua ação reduzida e, consequentemente, aliviar os sintomas da dermatite atópica e psoríase. Mas, ainda assim, essa exposição deve ser feita de maneira controlada e sempre com o uso de filtro solar. O sol que mais produz a vitamina Paula Marsicano D é desencadeado pelo raio UVB-ultravioleta B, que está em alta às 12 horas. Cerca de 10 a 15 minutos de banho de sol nas áreas fotos expostas, como braços e pernas, três vezes por semana já é o suficiente para a estimulação da UVB. Entretanto, Dermatologia Integrada é importante tomar alguns cuidados com a pele durante e após a exposição solar: Reserve um filtro solar específico para Rua Voluntários da Pátria 500 sala 108 Ed. Platinum Tel: 22 3026-1819 o rosto durante o banho de sol. Depois disso, é preciso hidratar bem a pele, fazer uma alimentação balanceada e beber @paulamarsicano bastante líquido.
CRM 52-815861
BELEZA
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Reviver... Reviver Desavisados que passavam pela BR 356 em direção às praias sanjoanenses, ao verem a linda casa 27 como passou a ser tratada, de propriedade de Cecília Ribeiro Gomes, presente do pai Heli, poderiam jurar que ali acontecia um casamento. Se enganaram. Tratava-se da festa de 30 anos de Cecília e a inauguração da casa que congestionou a rodovia naquele trecho. De longe já dava para observar a ciranda dos holofotes em tons fortes e vibrantes indicando que a noite ia ser longa. Os convidados, empresários, usineiros e o clã da sociedade campista se misturavam às mesas, varandas, a grande área da piscina, salão de jogos e pista de dança – dava para ouvir o som ecoando por alguns quilômetros de distância. Cecília, incansável nas atenções, ajudada pelo marido Sergio Bainha, recebia todos que chegavam no endereço mais concorrido daquela noite, no salão principal, e eram convidados a dirigirem para a área de lazer da mansão.
Cecília com o irmão Jorginho Ribeiro Gomes
Recebendo o carinho da mãe Leda
Geraldo Coutinho, Heli Ribeiro Gomes, Cecília, Rockfeller Felisberto de Lima e Sergio Bainha
Leny Canela, Leda Ribeiro Gomes e Helena Bousquet
candinhovasconcellos@gmail.com
Cecília Lysandro Ribeiro Gomes é anfitriã de uma das festas mais sensacionais oferecidas pela sociedade campista
Na pista ela dava seus passinhos e mandava beijos para todo mundo. Ela conseguiu tratar cada convidado como se fosse o único no mundo – e isso não é tarefa das mais fáceis. Também pode se dizer que foi um dos eventos mais documentados pelo jornalismo campista. Equipe de fotógrafos a postos comandada por Dib’s e Vilson Correa, registrava cada momento para posteriormente ser fornecido aos colunistas, José Carlos Pereira Campos (Caquinho), Maria Ester Balbi e Marcia Ângela Arêas. A aniversariante estava muito elegante. Vestia modelo vermelho de estilista paulista. A mansão ricamente decorada por Clecia Braga Soares. Ela abusou de velas trazendo uma atmosfera romântica aos diversos ambientes criados especialmente para a noite. Convidados trajando passeio completo desfilavam charme e elegância. Buffet impecável servindo coquetel farto seguido de jantar. Bebidas honestas. Na época, precisamente em 22 de novembro de 1986, a moda era servir whisky mas, com a mesma fartura, podia-se degustar a champanhe Moet Chandon e o vinho Romanée-Conti, o mais refinado da época. A música ficou por conta de Osvaldo Américo, o nosso Dom Américo, lá no iniciozinho da sua carreira. Esbanjando simpatia, ele cantou New York New York na abertura da pista de dança para a tão esperada valsa de Cecília com o marido Sergio, o pai Heli e os irmãos, sob forte e reluzente queima de fogos. Um colírio aos olhos! É impossível citar nomes dos presentes, eram cerca de 300 convidados. O que posso afirmar é que a nata da sociedade estava lá. Cecília tomada pela emoção, declara: “Foi a realização de um sonho!’
Clecia Braga
O grandioso Buffet de delícias
New York New York para a valsa dos 30 anos Cecília e Sergio Bainha Silvinha Salgado e Carlinhos Aquino
Cecília e Sergio Parabéns pra você.
Com os pais Leda e Heli Ribeiro Gomes
Leny Canela, Cecília, Leda, Ledinha Lysandro e Antônio Maris
Vale destacar que Cecília foi morar no Rio de Janeiro muito nova para cumprir seus estudos e com isso não desfrutou da tradicional festa de 15 anos. Na cidade maravilhosa casou-se com Sergio e depois de algum tempo veio morar em Campos, precisamente na Usina Cambaíba, de propriedade da família.
Lia Mirian Aquino Cruz, Cecília Bainha, Soninha Ferreira, Nilza Pereira Nunes e Tânia Terra
Alegre Bainha
Valeria e Jorginho Ribeiro Gomes.
No mais, foi mais uma festa brilhante oferecida pelos Ribeiro Gomes: melhor comida, melhor bebida, melhor carinho. Quem foi guarda um só comentário que me fez lembrar o famoso bordão de Frederico Gonçalves Ribeiro Neto (Meu Nobre): “Festa Grande”!
Magda Gomes
Renê Siqueira, Elias Assed, Carlos Alberto Faria Gomes e Ediberto Elias
A sinuca não poderia faltar Humberto Fernandes, Heli Ribeiro Gomes e Geraldo Coutinho
A impactante mesa do bolo
@ Tia Patty & Você @ Próximo dia 24 de maio é dia de Nossa Senhora Auxiliadora, nossa Mãezinha do Céu, como devota e apaixonada que sou, peço que tirem um minutinho do seu tempo e peçam a Ela a cura para o mundo, para que possamos seguir nossas vidas com saúde. Que Ela abençoe todas as mães, nos dê forças e sabedoria para conduzir nossa missão, proteja nossos filhos e nos ajude a caminhar. Estrelinhas estudem bastante, ajudem os pais nas tarefas de casa e logo logo tudo isso vai passar... A Tia Patty tá morrendo de saudades de vocês! A todos o meu beijo carinhoso e o desejo de uma semana de paz.
CHARMINHO da Antonella de Oliveira bastos
Nic Borges e a mamãe Juliana
Betina e Maria Lannes Bicudo com a mamãe NIna e a vovó Regina
ANIVERSARIANTE Antonella Lannes
Cinco aninhos da Isabela Gomes
Helena Tavares
João Vitor Menezes e a mamãe Alinne
BLOGUEIRINHA Maria Clara Silvano
IRMÃOS Arthur e Mariah Naked Crespo
João, Malu e a mamãe Verônia Cruz
COMEMORANDO Raphael crespo
Gabriel e a mamãe Flavia Aquino
Lucca e Théo Crespo Damiano, a vovó Gisela, a mamãe Nathalye e a tia Marcella
Miss Baby Laura Machado Barreto
Matheus e a mamãe Luiza Castro
Água com limão ajuda a perder peso?
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oa semana, hoje falaremos desse assunto tão falado porém que diverge opiniões. Água com Limão em jejum realmente ajuda na perda de peso? Como em tudo na Nutricão, DEPENDE, sejamos razoáveis, vamos imaginar uma pessoa que em sua rotina alimentar no período da manhã come 1 pão francês recheado com presunto, queijo e para acompanhar um copo de achocolatado. É óbvio que se ela trocar essa mistura calórica por água e limão terá impacto positivo no emagrecimento em pouco tempo. PORÉM se nosso personagem manter os hábitos ruins e resolve incluir água e limão em jejum e logo em seguida comer de forma ina-
Rafael Carneiro
Claudia Patricia
dequada NÃO terá resultados satisfatórios. O limão tem muitos benefícios para saúde, destacarei alguns: diurético,antisséptico, melhora a digestão, aumenta a defesa do organismo e por aí vai. Prescrevo desde 2013, porém temos que entender que saúde é consequência de vários fatores não apenas colocar determinado alimento. Procure seu nutricionista! Fiquem com Deus “Os grandes feitos são conseguidos não pela força, mas pela perseverança” Samuel Johnson
Casal: vivendo bem Betinho e Lidia Dauaire
Claudia Eleonora
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Juliana Ribeiro @ju_ribeiros
É FESTA!
sempre muito bacana ver o crescimento de uma marca, principalmente quando ela se Éalimentação mantém atrelada ao seu propósito desde o início. A Naturalmente Bom, empresa séria de saudável, nasceu há 2 anos atrás na cozinha da casa da Alessandra Louzada, e hoje, colhe grandes frutos pela sua busca incansável pela qualidade e sabor.
Produtos altamente nutritivos sem glúten, sem lactose, sem açúcar e até veganos, mas com muito sabor e afeto.
Céu azul: Júlia Abud, que reside na Califórnia, comemora a reabertura das praias.
Parabéns pela linda trajetória, Naturalmente Bom! Que venham muitos anos de vida promovendo a saúde e o bem estar, porque hoje mais do que nunca, vemos como isso é fundamental. Siga no Instagram @naturalmente_bom_ | (22) 99819-1589
O super cool e aniversariante da semana, Carlos Fernando Monteiro, comemorou seu niver numa live badalada. Happy bday, queridão!
Stephany Bastos, linda e cheia de atitude em seu último ensaio. Foto André Lucas.
Pedro Ramos, pessoa iluminada demais, exibe estilo até com o acessório indispensável do momento.
CORRENTE DO BEM F
ico feliz em ver pessoas queridas participando com caridade, principalmente nesse momento. Moacir Sales, agitou uma corrente do bem que visa ajudar pessoas que moram nas ruas e vivem sob condições péssimas. Comprando uma cesta básica você ganha um código para o sorteio (a realizar no dia 8 de setembro) de um ensaio fotográfico. Achei a ação tão bacana que além de badalar, vou assinar a maquiagem do ensaio também. Ah, ele mesmo busca as cestas, portanto quem quiser fazer parte é só ligar 22 99957-1038. A única maneira de sairmos melhores disso tudo é juntos!
Bianca lysandro sabe viver e mesmo em tempos difíceis mantém a energia no alto.
Sabe quando você curte tudo de uma pessoa? O astral, o jeito de ser, o trabalho.. tudo! É assim que eu me sinto em relação Cleita Vicente e sua luz! à Roberta Carvalho. Pessoa de luz!