Jornal Terceira Via 189

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CAMPOS DOS GOYTACAZES, RIO DE JANEIRO • 07 A 13 DE JUNHO DE 2020

Nas bancas por R$ 1,50

NÚMERO 189 Fotos: Carlos Grevi

Andrea Menezes | Médica

Gisela Silva | Técnica de Enfermagem

Mayan Muniz | Enfermeira

Profissão perigo

A dura realidade e o drama de quem trabalha na Saúde e está todos os dias diante do coronavírus

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AloysioBalbi 18º Andar

A tradicional quadra de tênis Voleio que ficava no Bairro Flamboyant e já não existe, vai se transformar em um prédio de 18 andares, com 70 apartamentos e seis lojas comerciais. PÁGINA 04

Cala-se a vida noturna

Em Campos, a intensa vida noturna dos fins de semana – o incessante ir e vir de carros e pedestres – deu lugar a um assustador silêncio. O frenesi recolheu-se e a excitação calou-se. PÁGINA 05

Junho Vermelho pelo Hemocentro Campanha leva ônibus de coleta a diversos pontos da cidade

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Esio Paravidino | vítima de mentiras em rede social

Solange Sant'Anna | Surpreendida com boatos maldosos

Crescente onda de fake news afeta empresários campistas Notícias falsas que circulam na internet prejudicam pessoas e negócios

Gastronomia em momento de crise Empresários do setor começam a demitir e a suspender contratos ´PÁGINA 10

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Casais à distância no

Breno Romano | Forçado a reduzir a equipe

Juliana Ribeiro

Dia dos Namorados Em tempos de pandemia e isolamento social, o desafio é driblar a saudade CAPA

Solidariedade | doação mesmo durante pandemia

AMOR&ESSÊNCIA PÁGINA 07

PRECISAMOS RESPIRAR! Por Tamillys Lirio

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Especial

07 A 13 DE JUNHO DE 2020

Diante do extremo risco

Profissionais da Saúde relatam a tensão, o estresse e até a incompreensão de alguns pacientes na luta contra o vírus Mariane Pessanha e Ulli Marques Mais de 250 mil pessoas já se recuperaram da Covid-19 no Brasil. 300 somente em Campos. Esses números são o resultado dos esforços de milhares de profissionais da saúde que se dedi-

cam a uma jornada de trabalho cada vez mais intensa e desgastante, deixam de estar com suas famílias e se colocam em risco diariamente para vencer um vírus tão misterioso quanto letal. Nesse empenho para recuperar aqueles que se contaminaram, são muitos os que acabam trocando de

posição e tornam-se também pacientes: dados do Ministério da Saúde divulgados em maio mostram que o Brasil registrou um total de 31.790 profissionais de saúde contaminados pela Covid-19. Nesta reportagem, a equipe do Jornal Terceira Via ouviu uma médica, uma enfermeira e uma técnica

de enfermagem. As três atuam na linha de frente contra o coronavírus em unidades hospitalares públicas e privadas do município de Campos e contam como andam suas rotinas marcadas pela coragem que se sobressai apesar de todo o medo.

MÉDICA – ANDREA DE MENEZES RANGEL (Centro de Controle e Combate ao Coronavírus)

Família | Andrea Menezes com seus filhos Bernardo, Davi e Pedro

Quando se formou em medicina, Andrea de Menezes Rangel não imaginava que teria de ajudar a combater uma pandemia, afinal, nenhum médico que conhecia havia passado por uma situação semelhante. Quando escolheu se especializar em otorrinolaringologia, ela não pensou que poderia, um dia, estar em uma situação de extremo risco devido ao contato direto com as mucosas das cavidades úmidas do corpo de

TÉCNICA DE ENFERMAGEM – GISELA SILVA (Laboratório XY) Todas as manhãs, quando veste os paramentos que utiliza para atuar no setor de Emergência do Hospital Dr. Beda e Laboratório XY, a técnica de enfermagem Gisela Silva sente-se como se estivesse se preparando para uma batalha; e cada final de expediente é comemorado como uma vitória. Vitória não somente contra o vírus, mas contra o medo e o cansaço que a encaram implacavelmente dia após dia. “Estar diante de uma doença contagiosa e letal como a Covid-19 e saber que posso me contaminar por qualquer deslize em relação à proteção, abala minha estrutura física e emocional e me leva a uma entrega espiritual cada vez mais intensa para conseguir me sustentar. Todas as manhãs, antes de ir para o trabalho, eu faço minhas orações carregadas de gratidão e sinto que Deus está comigo em todo tempo. É Ele quem me ilumina, abençoa e protege”, disse ela que escolheu a área da saúde porque queria ajudar o próximo, mas agora, para se dedicar a essa tarefa, precisou deixar a própria filha de 14 anos na casa da irmã, como medida de precaução. “Para segurança dela, achei melhor assim, mesmo ficando triste por estar longe, sei que lá ela está bem, tem todo amor, cuidado, carinho e está protegida, que é o mais importante”, disse. Além da preocupação e dos riscos, Gisela ainda enfrenta outros desafios no dia a dia como o desrespeito de alguns pacientes. “Alguns poucos nos destratam, talvez por nervosismo ou falta de compreensão. Mas eu entendo e sei que tenho que ser forte, atenta, mesmo estando muitas das vezes cansada e insegura. Quem está ali do outro lado também está angustiado,

seus pacientes. Quando passou no concurso para a Prefeitura de Campos, a médica não cogitou a possibilidade de ser convocada para atuar na linha de frente de um hospital especializado no atendimento a uma grave doença ainda desconhecida pela comunidade médica. Andrea não imaginava, não pensava, não cogitava encarar os desafios a que tem sido submetida há três meses. Andrea, que trabalhava no ambulatório do HGG, é responsável, hoje, pela triagem dos pacientes no Centro de Controle e Combate ao Coronavírus. É ela quem delibera quais são os casos suspeitos, quem deve ser

testado, quem pode voltar para casa, quem precisa ser internado etc. Ela tem, portanto, contato direto com todos os pacientes que buscam atendimento na unidade hospitalar montada pela prefeitura nos seus dias de plantão. A responsabilidade é imensa. Não somente porque esse trabalho de triagem é fundamental para evitar que os pacientes confirmados “evoluam mal” e venham a óbito, mas também porque ela acaba se tornando um vetor da doença. Por isso, os cuidados têm de ser minuciosos. “Minha rotina é bastante rigorosa. Só entro no hospital com pijama cirúrgico, o sapato que uso no trabalho fica no porta-malas do meu carro e tudo o que visto é higienizado com lysoform, separadamente das outras roupas da casa. Além disso, todos que atuamos no Centro do Controle cooperamos uns com os outros, fomos muito bem treinados e recebemos toda assistência e orientação por parte da coordenação, bem como equipamentos de proteção. Tanto que o índice de contaminação dos profissionais de saúde da unidade é muito baixa”, explicou a médica que mora com o marido e os três filhos e, até momento, nenhum dos cinco teve o diagnóstico da Covid-19.

Questionada sobre o medo de contrair a doença, Andrea disse que, no início, sentia pavor, mas essa apreensão foi diminuindo conforme adquiria experiência. “Embora o número de casos hoje seja muito maior e o volume de trabalho seja cada vez mais desgastante física, mental e psicologicamente, antes o medo era agravado pelo fato de tudo ser muito novo. Agora já temos alguma noção de como agir, principalmente diante dos casos mais graves. Contudo, sabemos que essa doença é uma caixinha de surpresas, temos consciência de que os casos vão aumentar ainda mais nas próximas semanas e já estamos nos preparando para o pior cenário”, afirmou. Andrea enxerga sua atuação na linha de frente do combate ao coronavírus como “um dever”. Assim como ela, outros milhares de médicos no Brasil e no mundo enfrentam o apavoramento e as incertezas ao lidar com uma doença nova. “Mas, se não formos nós, quem fará esse trabalho? Afinal de contas, estudamos para isso. Se saio de casa, deixo meus filhos, saio com o propósito de fazer o melhor que eu posso. E tenho muito orgulho de falar que participo dessa missão. Quero contar essa história para meus netos, dizer que ajudei efetivamente a combater uma pandemia”, declarou.

ENFERMEIRA – MAYAN MUNIZ ROCHA (Hospital Dr. Beda)

Gisela Silva e sua filha Mel | A Rotina do trabalho obrigou a se afastarem

afinal estamos todos vulneráveis ao desconhecido”, contou a técnica. Apesar disso, Gisela se diz apaixonada por sua profissão e acredita que estar em uma unidade de emergência em meio a uma pandemia é a missão de sua vida. “Às vezes fico triste, me deixo cair em

desespero, mas tento sempre dar o meu melhor, oferecer o meu sorriso e me manter firme durante os meus turnos de trabalho. Tenho certeza que é Deus que me capacita, que me cobre debaixo de suas asas, e me sinto honrada por poder estar fazendo um trabalho tão importante nesse momento histórico que estamos vivendo. São dias difíceis, mas tudo isso vai passar e sairemos ainda mais fortes”, concluiu.

“Chegar ao fim do dia, tirar as máscaras e respirar um ar limpo e renovado é algo tão simples e fisiológico que nunca foi dado tanto valor”. O relato é da enfermeira diarista Mayan Muniz Rocha, que aos 31 anos e 10 de profissão, jamais imaginou estar no meio de uma epidemia. Ela é supervisora de enfermagem da emergência e, no momento, tem duas emergências sob sua supervisão. Para conseguir suportar o dia a dia sempre pesado, acorda às 6h da manhã e, enquanto faz o café, olha pela janela para ver o dia amanhecer e mentaliza pensamentos positivos. Às 7h já está no setor e é hora de começar a rotina. Mayan conta que começa na emergência clínica, onde conversa com os plantonistas, revisa todo material, equipamentos, que devem estar dispostos em uma emergência, checa seus funcionamentos, e enfatiza a importância da limpeza e organização do setor, conversa sobre as mudanças de rotinas e condutas

a cada plantão. “Vestimo-nos de proteção em duplo sentido, Equipamento de Proteção Individual (EPI) e mais a proteção divina. Mantemos o setor preparado para receber aqueles Enfermeira Mayan | com a mãe Dolyca Rocha que necessitam. Direciono-me a emergência respiratória, área o que mais mudou na rotina da isolada apenas para profissio- Mayan? Ela conta que mudaram nais do setor, troco minha rou- os gestos, hábitos e costumes pa, termino de completar todo no trabalho. “Tudo tem que ser aparato de proteção e daqui a pensado e raciocinado antes de diante as mudanças aparecem. executá-los. E, isso numa emerSurge certo temor, angústia de gência, e numa constância é como será mais um novo dia. Li- desgastante. Mudou a forma de mitada, cheia de incômodos dos nos relacionarmos como seres huequipamentos de proteção, pri- manos e profissionais, mudaram vações de coisas simples como nossos movimentos que se tornabeber água e ir ao banheiro, que ram limitados. Mudaram nossos em meio à correria da rotina nos gestos e comportamentos, a foresquecemos, ou simplesmente ma de nos relacionarmos com os pacientes e colegas de profissão”, não dá tempo”, exemplifica. Mas, além do reforço nos EPIs finaliza.


AloysioBalbi Com Girlane Rodrigues

18º andar Conforme essa coluna anunciou há três meses, a tradicional quadra de tênis Voleio que ficava no Bairro Flamboyant e já não existe, vai se transformar em um prédio de 18 andares, com 70 apartamentos, seis lojas comerciais e 134 vagas de estacionamento. Cada vez mais, o bairro, considerado nobre e altamente residencial, vai ganhando ares comerciais. A licença ambiental foi dada pela prefeitura. Atafona azul Não só a praia de Botafogo no Rio que retomou suas águas azuis. A de Atafona, em São João da Barra, ao longo de toda semana, mais lembrava a praia de Ipanema, com um mar azul de alegrar os olhos. No caso de Atafona, onde o mar barrento é consequência do Rio Paraíba do Sul, a mudança de cor é temporária e transitória, sendo atribuída a mudanças de correntes marítimas. Uma pena. Financeiro Online O Sicoob Fluminense, com sede em Campos, está engajado no projeto “Atendimento Financeiro Online”, oferecido à comunidade pelo Instituto Sicoob, no estado do Rio de Janeiro. A iniciativa disponibiliza gratuitamente ao público orientação financeira por videoconferência, das 9h às 17h, todas quartas, quintas e sextas-feiras. Voluntários especialistas em Educação Financeira orientam sobre como organizar orçamento pessoal e familiar em momento de crise, negociar dívidas e fazer investimentos. Hora errada A semana começa com as torcidas organizadas nas ruas, a exemplo de domingo passado. Está prevista uma grande concentração na Praça Varnhagen, no bairro da Tijuca, do Flamengo Democrático. Essas manifestações estão ganhando fôlego e ao mesmo tempo complicando o controle da circulação do vírus corona, que continua contaminando e matando em larga escala. O querido Flamengo deveria pensar duas vezes antes de aglomerar a massa nas ruas. Preço do açúcar reage O contrato futuro de açúcar negociado na ICE com vencimento em julho registrou seu maior fechamento desde março. Na semana passada ele atingiu 11,62 centavos de dólar por libra, peso após uma alta que começou em 29 de maio motivada pelo fortalecimento do real em relação ao dólar americano e pelo aumento nos pre-

Opinião

ços do petróleo. Na verdade, o mercado de commodities como um todo aumentou com as perspectivas de uma recuperação econômica global, apesar da pandemia. Malandragem das ruas Existem muitas modalidades de pedir esmola, algumas são sinceras, outras são cercadas de malandragens. No Centro de Campos, alguns pedintes estão abordando as pessoas e pedindo R$ 5,00 para comprar uma máscara e assim se proteger do vírus. Um leitor desta coluna relatou que foi abordado e passou a andar com uma máscara embalada. Um novo pedido de esmola foi feito e ele deu a máscara e não o dinheiro. A máscara, ele comprara por R$ 3,00 em uma banca de jornal. O pedinte acabou botando a máscara. O leitor observou que logo em seguida o pedinte a retirou e voltou a abordar outras pessoas, pedindo R$ 5,00 para comprar máscara. Cara de pau? Acho que não. É a malandragem que a vida da rua impõe. O Meio Ambiente não agradece A Engelmig, que presta serviço à concessionária de energia elétrica Enel, está autorizada pela Secretaria de Desenvolvimento Ambiental a podar árvores por toda a cidade. O detalhe é que embora preste serviço à Enel, a empresa poderá fazer podas mesmo que a árvore não esteja próxima à rede, atrapalhando a fiação. A autorização foi dada na semana em que se comemora o Dia Mundial do Meio Ambiente.

Opinião O Terceira Via, em sua versão on-line, vai ganhar mais uma dupla de articulista, e de peso. Graziela Escocard, diretora do Museu Histórico de Campos é uma delas e vai estrear nos próximos dias, tocando no assunto cultural tão pertinente em tempos de coronavírus. A outra é a Cláudia Cunha, cronista de primeira linha que vem com a coluna “Tempero do texto”, uma gracinha ela.

Prova de coragem diante do medo

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ualquer pessoa com o mínimo de entendimento sabe que a expressão “Linha de Frente”, que aflorou na pandemia do coronavírus, se refere aos múltiplos profissionais da área de Saúde, embora existam outros como os da área de Segurança Pública, empregados de supermercados, farmácias, enfim, todos que trabalham para que a imensa maioria possa cumprir o isolamento social. Porém, os que mais salvam vidas e, paradoxalmente, os que mais perdem as suas são os profissionais da Saúde. O assunto tem sido recorrente nas reportagens especiais do Terceira Via, exatamente por ser inesgotável, existindo a necessidade de valorizar sempre esses profissionais. As jornalistas Ulli Marques e Mariane Pessanha brilhantemente desenharam a rotina que a manchete deste jornal definiu como“Profissão Perigo”. Em Campos, 300 pessoas se recuperaram de Covid-19. Números expressi-

vos, alcançados graças aos esforços destes profissionais da Saúde que se dedicam a uma jornada de trabalho cada vez mais intensa e desgastante, para salvar vidas, colocando as suas e as de seus familiares em uma zona de risco. A reportagem mostra o empenho e a dedicação para recuperar àqueles que se contaminaram. Em uma guerra que ainda não vencemos, esses profissionais já podem ser definidos como verdadeiros heróis. Eles certamente têm sido tão importantes, quanto os respiradores e os leitos de UTIs cada vez mais escassos. A reportagem acompanhou a rotina de uma médica, uma enfermeira e uma técnica de enfermagem. As três estão na boca do leito dos infectados e mostram como transformar o medo em coragem e desta forma enfrentar o maior inimigo público de várias gerações.

A caixa de Pandora

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em-se a impressão que, em 2020, a caixa de Pandora foi aberta. Não só os horrores da pandemia com milhares e milhares de mortos no mundo, mais de trinta mil só no Brasil até o momento, como também os males da alma afligem as pessoas: incerteza, desconfiança, medo, tristeza, pânico, angústia... Convivemos também, nos dias atuais, com uma escalada vertiginosa da violência, da intolerância, do nacionalismo às avessas, do ódio, do racismo, da homofobia, da xenofobia e, ainda do desconhecimento. Entendo que essas tenebrosas mazelas advém da ignorância (ato de ignorar, desconhecer), da carência de educação (com exceções), de uma visão míope da religiosidade e de uma certa vaidade em permanecer com suas crenças tolas e infundadas, apenas por não querer “dar o braço a torcer”. Que triste! Todos nós estamos condenados a evoluir, modificar, refazer e a não ser mais do mesmo. Precisamos nos abrir ao novo, ventilar as idéias, olhar por outro ângulo, comparar informações, pesquisar, rezar com fervor, sonhando e nos trabalhando para sermos maiores e melhores. Ou é isso ou o mofo. O tempo revela um ou outro. Não há escapatória. E o que havia na caixa que foi aberta? Conta a mitologia grega que Prometeu criou os homens comuns e queria dar a eles o fogo. Porém, Zeus, o rei dos deuses gregos, não deixou, afirmando que o fogo era exclusivo das divindades. Prometeu não obedeceu seu chefe. Zeus, então, castigou Prometeu amarrando-o numa pedra e enviando uma águia para comer o seu fígado todos os dias. Zeus também castigou os humanos, criando a primeira mulher chamada Pandora. Ela recebeu muitas qualidades como graça, beleza, meiguice, paciência e habilidades para trabalhos manuais e dança. Antes de mandar Pandora para a Terra, o deus maior do Monte Olimpo, entregou-lhe uma caixa que jamais deveria ser aberta. Dentro dela, foram colocadas grande quantidade de desgraças para os homens: dor, inveja, discórdia, guerra e também todas as doenças da alma e do corpo. Mas, embaixo de tudo isso, lá no fundo, havia um dom escondido: a esperança. Contudo, Pandora não recebeu só qualidades de Zeus. Curiosa e desobediente, Pandora acabou abrindo a caixa e todos os males foram liberados, menos o dom da esperança. Ela fechou a caixa, antes que a esperança pudesse sair. O mito da caixa de Pandora, além de explicar, a seu modo, a origem dos males do mundo e as características da mulher, evidenciando que a imprudência e a falta de previsão possuem consequências danosas. Mas, por fim, precisamos voltar à caixa e soltar o dom oculto: a esperança de que tudo isso que passamos hoje vai passar. Tem que passar!

Lula diminuiu de tamanho Cláudio Andrade - Vereador de Campos dos Goytacazes

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ex-presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva parece que após cumprir parte de sua pena perdeu o prazer pelas lutas sociais. Chefe da nação por dois mandatos, responsável pelo aumento do poder aquisitivo da classe média e réu em vários processos de corrupção, o metalúrgico do ABC diminuiu de tamanho. O momento atual é de divisão gritante. Os agentes políticos se preocupam cada vez menos com as mais de 33 mil mortes por Covid e estão organizando o país como um estádio de futebol. O lado A aqui e o B, ali. Independente do lado que possamos estar, é claro que todos esperavam uma posição de Lula que pudesse acrescentar algo a esse debate que mistura ideologia, negacionismo em relação ao Covid, racismo, fake News, manobras contra o STF, corrupção, robôs, dentre outras questões delicadas. Convidado a formar fileiras e por óbvio, uma posição afirmativa nesse cenário tão obscuro que o Brasil vivencia, Lula preferiu não estar o lado de ninguém, se colocou à margem das discussões, como se fosse um mero cidadão em início de carreira.

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O grande lance é saber os motivos pelo quais esse importante político da América latina optou pelo anonimato. Seria pelas manchas cada vez maiores contidas na sua biografia? A perda pelo gosto da política? O prazer pela reclusão, agora residencial? Prefiro acreditar que o problema de Lula foi o manjado ego. Sim, Luiz Inácio, ao perceber que não seria o ator principal dos que pensam contrário ao governo Bolsonaro, preferiu fingir-se de morto a ter que dividir espaço com outros expoentes da política nacional. No atual momento não há um microfone somente para ele, as câmeras e os sindicatos também não seguem somente as suas linhas políticas. Agora, Lula tem que aguardar para falar, precisa passar o microfone adiante e não esquecer que não é um homem livre e, sim, em liberdade, pelo menos, por enquanto. Lula sente falta de ser o centro das atenções, o mestre de ce-

rimônia, o astro das massas. Continua sendo uma peça importante no contexto nacional, mas não se mostra preocupado com os rumos do país, parece introspectivo, como se tivesse feito um pacto com o silêncio. Verdade que a população brasileira não precisa de ídolos, apesar de demasiadamente carente de construtores sociais responsáveis, mas assistir Lula optar pelo ostracismo? Deixar o ego ultrapassar os limites do razoável, a ponto de deixá-lo na obscuridade, fora de um momento importante que ainda vai ser motivo de centenas de mobilizações? Lula pode até ser ainda uma estrela, mas em queda, pois quando opta pelo egocentrismo, em detrimento ao coletivo, deixa páginas de sua história em aberto e seus liderados meio órfãos de um comando reto e preciso.

Expediente: Fundador Herbert Sidney Neves - Direção Executiva Martha Henriques - Diretor Geral Fábio Paes Diretor de Jornalismo Aloysio Balbi Chefes de Reportagem Girlane Rodrigues e Roberta Barcelos - Projeto Gráfico Estúdio Ideia Diagramação Elton Nunes - Departamento Comercial (22) 2738-2700 Rua Gov. Theotonio Ferreira de Araújo, 36 - Centro - Campos dos Goytacazes - RJ Impressão: Parque Gráfico do Jornal O Globo. Tel: (21) 2534-9579/ comercialpg@infoglobo.com.br


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LUCAS SOARES | Um dos quase mil motoboys que cortam as ruas da cidade. Há seis anos no ramo, atualmente faz cerca de 30 entregas no período da noite

‘SEU’ JORGE | Há mais de 10 anos vigia da Manoel Teodoro esquina com Pelinca. Com as ruas desertas, coragem para encarar o risco constante

RAFAEL BARRETO | Taxista há mais de 20 anos, viu o movimento cair 70%. Depois de certa hora, ‘apanhar’ passageiro na rua é complicado. Só pelo aplicativo

Em três meses o mundo mudou, curvando-se à Covid-19 como nunca se viu em tempos contemporâneos. O Brasil, um dos países mais afetados pelo novo coronavírus, sequer encontrou uma linha de ação efetiva de combate à doença, tendo em conta que se vê mergulhado em grave instabilidade política. A pandemia mudou o comportamento, a rotina, os hábitos e os costumes das pessoas, – transformação que se mostra mais radical e sombria de noite: a ‘vida noturna’ virou ‘cemitério noturno’. Campos, a exemplo das médias

Antes de tráfego intenso, na Arthur Bernardes só os galhos se movem

Ao lado do Palácio da Cultura, o andarilho solitário quebra a monotonia

e grandes cidades brasileiras, não exibe mais a paisagem intensa e frenética do ir e vir de carros e pedestres; das ruas congestionadas, dos bares e restaurantes lotados; das calçadas repletas de mesas e cadeiras e do som peculiar da vida noturna. Barulho? Só dos canos de descarga dos motoboys. Movimentação? Um ou outro taxi ou uber. Gente? Basicamente os corajosos vigias. Tudo mudou. O frenesi recolheuse; a excitação calou-se. Por ora, só o silêncio irrompe.

Beira Valão, deserta até nas proximidades da rodoviária

Rua dos Goytacazes com 28 de Março. Na imagem ao fundo, o taxi à espera do passageiro improvável

Na Treze de Maio, um único carro num ‘mar’ de vagas

Quem diria! Pelinca, centro gastronômico de Campos, zero de movimento

A longa Avenida Dr. Beda rigorosamente vazia

Conselheiro Otaviano com 13 de Maio, – do costumeiro movimento à inércia


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Destaque

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Fake news afetam campistas Mentiras espalhadas em redes sociais causam estrago e advogada orienta sobre direitos Priscilla Alves Foi em 2016 que o termo “Fake News” ganhou força e até hoje muitas pessoas ainda compartilham as notícias falsas em redes sociais. Com grande poder de alcance, esse conteúdo muitas vezes é espalhado por muitos que agem de má fé ou até mesmo por quem não têm consciência da gravidade do ato de espalhar uma mentira e dos impactos que isso pode causar para as vítimas. Em Campos, o cantor Dom Américo, que morreu no dia 25 de maio, teve a morte anunciada dias antes por meio destas fake news. E não para por aí, o dono de um supermercado, um idoso de 70 anos, viu as vendas caírem por três dias após pessoas divulgarem nas redes sociais que ele, um funcionário e familiares estariam trabalhando mesmo com Covid-19. Outro caso, também relacionado ao novo coronavírus aconteceu quando pessoas repassaram uma mensagem falsa afirmando que todos os clientes da padaria Pontual poderiam estar infectados pelo novo coronavírus. “Nossa maior preocupação com a notícia falsa é o que poderia acarretar em relação à credibilidade que temos. Nós fomos para as mídias desmentir o caso e também ganhamos espaço

na imprensa, então a situação foi revertida e recebemos muito apoio das pessoas”, contou a empresária Solange Sant'Anna, da padaria Pontual. O comerciante Esio Paravidino, de 70 anos, também foi vítima destas notícias falsas. No caso dele, que é dono do supermercado Paravidino, no bairro IPS, o impacto foi maior. Ele, um funcionário e familiares foram acusados nas redes sociais de estarem trabalhando mesmo infectados com coronavírus. Até imagens do supermercado foram feitas e expostas em vídeos nas redes sociais. Mesmo o empresário dizendo que não estava com a doença, as pessoas deixaram de frequentar o supermercado e ele precisou fazer e mostrar um exame com resultado negativo para a Covid-19 para provar que estava falando a verdade. “Cuido do supermercado desde a década de 60 e nunca havíamos passado por isso. No início, eu levei até na brincadeira, mas depois eu vi que o assunto ficou sério. Filmaram o supermercado e falaram para outras pessoas não virem aqui, falaram que eu estava doente e fingindo que estava saudável. Os fregueses ficaram com medo e nos primeiros dias nosso movimento caiu muito”, lamentou o idoso. Com a grande repercussão do caso, ele e o filho se viram obrigados a fazer o exame para provar que não estavam infectados pelo novo coronavírus. “Agora que provamos que não estamos com a doença, tudo voltou à normalidade. Muitas pessoas nos ajudaram divulgando os resultados dos nossos exames. Ainda não fomos à delegacia, mas meu filho está em conversa com o advogado para analisar como agir”, explicou.

Fotos: Divulgação

Esio Paravidino | foi acusado falsamente de estar trabalhando com covid-19

Advogada | Maria Elisabete de Castro

Quando é crime? Segundo a advogada Maria Elisabete de Castro José, conselheira da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Campos, a disseminação de notícias falsas pode ou não configurar crime, o que varia de acordo com o conteúdo disseminado. Ainda assim, quando não constituir crime, o autor ou quem espalha pode ser responsabilizado de

forma civil ou administrativa. “É considerada ofensa quando o autor atribui à vítima a autoria de um crime sabendo que a vítima é inocente; um fato que ofenda a reputação ou a boa fama da vítima no meio social em que ela vive (mesmo se o fato for verdadeiro); qualificações negativas ou defeitos da vítima. Os tipos de ofensas mais comuns postados na internet e que possuem amparo no Código Penal são ameaça, calúnia, difamação, injúria e falsa identidade”, explicou. Ainda segundo a advogada, em caso de sofrer ataques de fake news, a vítima, antes de tomar alguma atitude, deve ter o entendimento de qual tipo de ofensa corresponde ao conteúdo compartilhado. “Comentários grosseiros, posts contrários a determinadas opiniões, embora possam causar indignação, podem não ser entendidos pelas autoridades como passíveis de alguma ação prevista na lei”, concluiu.

Solange Sant'Anna | Empresária teve que desmentir os boatos maldosos

O que é preciso para denunciar Na hora de fazer uma denúncia é importante que a vítima reúna todo o tipo de provas que tiver. É recomendável salvar os links das páginas, imprimir as postagens e, se possível, salvar uma cópia da tela, pois o conteúdo pode ser removido pelo autor. “Após reunir todo o material que comprove as ofensas, é preciso apresentar e registrar um boletim de ocorrência na delegacia mais próxima.

É preciso identificar onde o conteúdo está publicado e, se for possível, entrar em contato com o provedor do conteúdo e solicitar a remoção da publicação ofensiva, por meio de carta de solicitação”, explicou. Além das responsabilidades civis e administrativas, podem ser responsabilizados criminalmente tanto quem divulga como quem compartilha a notícia falsa sem checar a fonte.

Regulamentação de redes sociais contra fake news Uma pesquisa feita pelo Ibope, por telefone, no final de maio, apontou que 90% dos eleitores brasileiros apoiam a regulamentação de redes sociais para combater as 'fake news'. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%. Foram entrevistadas cerca de mil pessoas com mais de 16 anos de idade, em todos os estados e no Distrito Federal. A pesquisa aponta ainda que 76% dos entrevistados dizem estar muito preocupados ou um pouco preocupados com relação a notícias falsas e desinformação na internet e em redes sociais.

Americano comemora seus 106 anos Fundado em 1914, o clube se firmou como um dos principais times de futebol do Estado do Rio de Janeiro Bernardo Rust - Estagiário O Americano completou no último dia 1º de junho, 106 anos de história. O alvinegro do Parque Tamandaré, entra em uma nova fase de sua história, que passou por grandes mudanças nos últimos anos. Fundado no ano de 1914, o Cano possui diversos títulos ao longo dos séculos. Um dos principais é o Campeonato Brasileiro módulo azul de 1987, que correspondia na época à terceira divisão nacional. Também faz parte do currículo a Taça Guanabara de 2002 e a Taça Rio do mesmo ano. Seguido sempre por torcedores apaixonados, o Americano é um dos clubes de maior torcida do futebol carioca. Um dos seus fiéis seguidores é Thiago Rangel, de 22 anos. Apaixonado pelo alvinegro, o torcedor conta com carinho como foi a sua primeira partida acompanhando o glorioso campista. “Comecei a torcer pelo Americano em 2004. Meu tio me levou a uma partida no antigo Estádio Godofredo Cruz, entre Americano e Flamengo. O jogo terminou empatado em 2 a 2 e dali não parei mais de frequentar o campo. Foi amor à primeira vista”, declarou o atendente. Thiago também lembra com carinho dos momentos de glória que acompanhou do seu clube do coração. “A partida que eu mais tenho carinho é da Copa do Brasil de 2009, em

Torcedor | Wagner Lemos coleciona inúmeras camisas do "Cano"

Em festa | Clube comemorou em 2018 o título da Taça Santos Dumont

que o Americano eliminou o Botafogo no Engenhão lotado. Na primeira partida, aqui, vencemos por 2 a 1. Na volta, o resultado se repetiu e conquistamos a vitória nos pênaltis. Foi uma das partidas memoráveis que acompanhei”, lembrou Thiago. O comentarista esportivo, Arnaldo Garcia, acredita que o maior desafio que o alvinegro terá pela frente, gira em torno do mundo do futebol pós pandemia. “O Americano que já foi dos usineiros, agora é o Americano dos empresários. Acredito que o futuro do clube será decretado após a pandemia que estamos enfrentando. No momento, é incerto afirmar algo

que ninguém sabe como ficará”, declarou. Na visão de Arnaldo Garcia, Vagner Xavier, que assumiu a presidência do cano no mês de maio, saberá como administrar o clube pelos próximos três anos. “O Vagner é empresário e foi patrocinador do clube nas últimas temporadas. Com certeza sabe todos os caminhos necessários para conseguir atrair recursos para o alvinegro. Mas, repito, poderá se tornar extremamente difícil dependendo do que irá acontecer após essa pandemia que estamos vivendo”, enfatizou Arnaldo. O torcedor e colecionador de camisas do clube Wagner Lemos, explicou de onde surgiu

a ideia de colecionar as camisas do seu time de coração. “A minha paixão pelo Americano surgiu nos anos 90 quando eu frequentava a escolinha do clube, ficava vendo os treinos dos profissionais. Fui ficando mais velho e pensei em preservar a história do glorioso em camisas, daí veio essa loucura sadia em colecionar as camisas do meu time”, contou. Dentre as camisas, a que o colecionador mais sente carinho é a do ano de 1980. “A camisa em si não tem nenhuma história. Porém, pela raridade, sou fascinado nela. Também gosto muito da de 1987, que foi o ano em que fomos campeões brasileiros do módulo azul. A camisa

Tiago Rangel | Apaixonado pelo alvinegro desde o primeiro jogo

tem até a marca de sangue do jogador que a utilizou, o Marcinho, que posteriormente jogou no Cruzeiro”, lembrou. Mesmo com o alvinegro do Parque Tamandaré já mantido na

série A do Campeonato Carioca, ainda resta um jogo nesta temporada. Sem a Copa Rio, que foi cancelada, a única partida será contra o América, ainda sem data definida.



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Saúde

07 A 13 DE JUNHO DE 2020

Junho Vermelho incentiva solidariedade Com a pandemia, campanha que visa equilibrar o estoque de sangue teve que se reinventar

Fotos: Carlos Grevi

Letícia Nunes O Dia Mundial do Doador de Sangue, lembrado em 14 de junho, é uma das razões do surgimento da campanha Junho Vermelho, de incentivo e valorização a este ato que salva pelo menos três vidas. Com a pandemia, os bancos de sangue e hemocentros no país tiveram uma redução significativa no número de doadores novos e até mesmo daqueles que mantinham uma regularidade nas doações. A maioria se ausentou por medo do contágio, para evitar aglomerações e o ambiente hospitalar. Logo, com o aumento do número de casos de Covid-19, mais pessoas também adquiriram restrições para doação. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o ideal é que 3% a 5% da população doe sangue, no entanto, por muitas vezes, este índice ficou abaixo de 2%. A hematologista, Dra. Yonnara Escáfura Cherene, explica que não só neste momento de pandemia, mas de uma forma geral, é extremamente importante manter níveis adequados de hemocomponentes nos bancos de sangue. "As doenças continuam presentes. Pacientes seguem tratamento oncológico e necessitam da realização de cirurgias. Causas externas, como traumas, e acidentes também continuam acontecendo. Este momento atual, com uma nova doença, somente aumentou o número de pessoas que precisam de doações para salvar as suas vidas. Especificamente, pacientes diagnosticados com o vírus, são pacientes

Solidariedade | Moradores de condomínios de Campos abraçaram a causa e se uniram para doar sangue

Hematologista | Yonnara Cherene diz que estoques estão baixos

potencialmente graves. Estudos mostram que a infecção pelo coronavírus pode trazer desde um quadro brando com pouca sintomatologia, até casos extremamente delicados, com pacientes necessitando assistência em leitos de terapia intensiva. Para estes pacientes, as alterações hematológicas ocorrem com maior frequência. Sendo assim, ter um estoque adequado de sangue garante a segurança desses pacientes, caso haja necessidade de hemotransfusão para controle e tratamento clínico", comenta. Mesmo com o medo causado pela presença do novo coronavírus, que trouxe um cenário mundial atípico para a população, a especialista ressalta que além dos benefícios relacionados a saúde em si, a doação de sangue é um ato solidário, de amor ao próximo.

ções no mês de junho como nos anos anteriores, estamos procurando dar à campanha a visibilidade que ela merece", conta. Para ser um doador, o Ministério da Saúde orienta levar documento de identificação com foto; ter idade entre 16 e 69 anos, estar em boas condições de saúde, estar descansado e não ter ingerido bebidas alcoólicas nas 12h antes da doação; pesar no mínimo 50 kg. Para menores de 18 anos, é necessário o consentimento dos responsáveis; “Sou doador de sangue há muito tempo e quando vi a iniciativa da unidade móvel nos condomínios da cidade abracei a causa. É uma ótima oportunidade de ajudar o próximo, pois o ônibus do hemocentro está onde você mora e não tem o contato com o ambiente hospitalar. Dá mais esperança as

"Toda a mudança sofrida em nossas vidas neste contexto de pandemia, nos faz repensar sobre os nossos valores como pessoas, sobre o que é realmente importante, e principalmente, como é válido sermos solidários com os que mais precisam. Como profissional da saúde, vejo que cada vez mais, os pacientes precisam da nossa colaboração e solidariedade. Vale destacar que os locais de doação estão adaptados para receber os doadores com segurança, atendendo com agendamento prévio, garantindo condições adequadas de higiene e proteção individual", garante. Hemocentro teve que se reinventar Em Campos, para tentar obter índice de doações equilibrado, a unidade regional, que funciona

no Hospital Ferreira Machado, após apelo da população, decidiu ir até os condomínios residências da cidade para fazer a captação de sangue. Até o momento, mais de trezentas bolsas de sangue já foram coletadas. Só na primeira semana deste mês, dois residenciais da cidade receberam a unidade móvel. A assistente social do Hemocentro Regional, Maria Gonçalves, destaca que nesse novo modelo, as captações acontecem das 8h às 14h, com reforço dos cuidados durante todo o processo, para evitar os riscos de contaminação do novo coronavírus. "Começamos há dois meses esse trabalho nos condomínios e ele vem ganhando uma ótima adesão. Para este mês, estão listados oito condomínios, além de captações programadas em igrejas. Mesmo não podendo realizar comemora-

pessoas que estão internadas”, frisou o professor Henrique da Hora. Calendário de doações de sangue de junho Dia 9 - Igreja Universal do Reino de Deus - Centro Dia 11 - Condomínio Vert - Rua Baronesa da Lagoa Dourada (em frente ao Orquestrando a Vida) Dia 16 - Condomínio Goytacazes - Bairro Jóquei Clube Dia 18 - Condomínio Fit Vivai Parque São Caetano Dia 23 - Condomínio Athenas Parque Rodoviário (próximo ao Boulevard Shopping) Dia 25 - Residencial Primavera - Goitacazes (próximo à entrada para Poço Gordo) Dia 30 - Condomínio Constelações - Bairro Jóquei Clube


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Campos

07 A 13 DE JUNHO DE 2020

Setor gastronômico em crise Restaurantes da cidade demitem funcionários e suspendem contratos numa tentativa de sobrevivência

Marcos Curvello Alguns dos negócios mais impactados economicamente pela pandemia do novo coronavírus, bares e restaurantes de todo o país vêm apostando em gestão rigorosa para se manterem viáveis durante os já quase três meses de isolamento. Em Campos, estabelecimentos precisaram rescindir e suspender contratos de trabalho como parte de estratégias mais amplas de sobrevivência. As demissões atingem, em média, 20% dos funcionários, enquanto as suspensões podem chegar até a totalidade dos trabalhadores. A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) estima que um quinto das empresas do setor não reabrirão. Para evitar o fechamento permanente, empresários campistas se debruçam sobre as contas e redimensionam negócios e se reposicionam no mercado para absorverem a redução da demanda e se adaptarem às particularidades de serviços não presenciais, como delivery e take away. Breno Romano de Almeida é proprietário dos restaurantes Speciale e Romano. Ele conta que montou cardápios compactos para entrega em domicílio, reduziu a equipe de trabalho e concentrou as atividades de ambos os estabelecimentos em um único local para reduzir custos de operação. No processo, deixou de efetivar 10 funcionários que cumpriam contrato de experiência. Dos 34 que permaneceram, somente seis estão trabalhando com jornadas e salários reduzidos. Os contratos dos demais foram suspensos de acordo com a Medida Provisória (MP) 936/2020. "Esses seis estão trabalhando de acordo com a MP, com carga horária reduzida em 70%. Todos os demais, estão com suspensão de 100%. Estamos no segundo mês.

Breno Romano | Montou cardápios compactos e reduziu equipe Vamos entrar no terceiro, quando todos eles vão entrar com carga horária reduzida de 70%", diz Breno, que também é dono do Empório Romano, que optou por manter fechado durante a vigência das medidas de isolamento. Movimento e retorno O impacto, avalia Breno, é "gigantesco". "Nesse setor, necessitamos dessa demanda presencial, além do delivery. Porque é no atendimento, no estabelecimento, que se consegue agregar valor ao ticket médio, vendendo uma entrada, uma água, um vinho, um café, uma sobremesa etc. Quando o cliente pede entrega, ele geralmente quer apenas a pizza ou o prato. Então, o faturamento cai bastante. Se ele gastaria R$ 300 no restaurante, vai gastar R$ 60 ou R$ 70", calcula. Para o empresário Marcelo Azevedo, o movimento de bares e restaurantes permanece fraco e há pouca "perspectiva de crescimento" para o setor enquanto perdurar a pandemia do novo coronavírus. Proprietário dos restaurantes Sagritos, Antônio e Mexicano, ele não revela o tama-

nho de sua equipe, mas afirma que precisou demitir 20% dos seus funcionários e que mantém somente metade dos contratados em atividade. "Desde que começou a pandemia, tive que demitir uma parte dos funcionários, porque fiquei com o funcionamento bem restrito. Demiti 20% dos funcionários, suspendi os contratos de outros 30% e mantive os demais 50% trabalhando", explica. Quem não demitiu, pode ter que fazê-lo Proprietária do Dom, a empresária Eliana Araújo optou por uma estratégia diferente. Assim que as medidas de isolamento social foram anunciadas, ela decidiu suspender as atividades no restaurante e deu férias coletivas aos seus 20 funcionários. Com a renovação dos decretos municipais que mantém fechado o comércio de Campos, ela recorreu à MP e suspendeu os contratos de trabalho de toda a equipe. "Inicialmente, ainda sem entendermos exatamente o que iria acontecer e quanto tempo durariam as medidas de isolamento

social, sendo muito otimistas e achando que seria uma coisa rápida, demos férias, pois precisávamos fechar as casas para atender ao decreto. Quando saiu a MP, suspendemos os contratos de trabalho do pessoal por dois meses. É o que nos dá uma estabilidade nesses 60 dias", revela. Embora ainda não tenha dispensado ninguém, Eliana reconhece o impacto do gasto com pessoal sobre seu custo operacional e teme precisar rescindir contratos de trabalho em breve. "Atualmente, nossa maior despesa é com a folha de pagamentos. Até agora, não demiti ninguém, mas estou acreditando que, em um futuro bem próximo, eu tenha que fazê-lo". Retomada restrita De forma geral, empresários tratam com cautela a possibilidade de reabertura de bares e restaurantes e dizem que uma recuperação depende das restrições que serão impostas pelo Poder Público e da forma como os clientes vão se comportar no pós-pandemia, já que o setor sobrevive de atividades essencialmente sociais.

"Acho que o ramo vai demorar muito a voltar à normalidade. Acredito que será um dos últimos, para que os frequentadores tenham segurança. E ainda vamos ter que lidar com uma série de limitações na ocupação e no horário de funcionamento. Vai ser um período bem difícil", prevê Marcelo. Breno e Eliana afirmam que os restaurantes devem ter a operação presencial reduzida a um terço da capacidade normal e demonstram preocupação em como manter os negócios funcionando com um fluxo de caixa que encolherá proporcionalmente. “Pelo que estamos vendo do desenho dessa retomada, haverá restrições a 30% da capacidade de lotação. Então, como absorver todos encargos e custos operacionais fixos com o máximo de faturamento de 30%, mais o delivery? Teremos que viver para ver”, reflete Breno. “Se eu tenho nove mesas, só vou poder trabalhar com três”, ilustra Eliana. “Aí você entende que, a princípio, isso é um fato. Você vai ter seu faturamento reduzido a 30% e terá que adequar as despe-

Marcelo Azevedo | Demitiu 20% dos funcionários e suspendeu contratos

sas na mesma medida”. A empresária qualifica a reabertura como uma “incógnita” e vê os clientes potencialmente divididos entre o temor de sair de casa e o desejo de retomar uma rotina de normalidade em suas vidas. “As pessoas ficam receosas, a mídia tem apavorado as pessoas. É uma incógnita. Por outro lado, quando a gente vê os países que estão reabrindo, parece que as pessoas estão bem loucas para sair de casa, querendo voltar à vida normal. Não sei se, em função de não ter esse terrorismo todo lá fora, as pessoas estão com vontade de sair”, opina. Novo normal Entre as expectativas e incertezas de uma abertura, resta aos empresários a certeza de que as coisas serão diferentes, no que já é chamado de “novo normal”. "Tomaremos todos os cuidados de higiene e segurança alimentar, que já são preocupações nossas. E temos uma grande área aberta, que vamos aproveitar bastante. Estamos ansiosos para voltar a encontrar pessoas e ver a cidade com aquela alegria, bares e restaurantes cheios, todo mundo confraternizando e feliz", antecipa. Breno concorda: “Seguiremos as diretrizes dos órgãos de saúde e da Prefeitura, vamos adequar as mesas ao distanciamento, manter o álcool 70% em espuma e sabonetes bactericidas e bacteriológicos, que já tínhamos antes da pandemia. E vamos esperar que seja positivo, que as pessoas saiam e consumam, que exista uma demanda reprimida de todos esses meses. Até para que a gente não precise demitir funcionários, pois esse nunca é o intuito do empregador, contratar para demitir. A gente sempre contrata para expandir, para crescer, para melhorar”, encerra.

Ajuda ao Asilo do Carmo Dia Livre de Impostos é A instituição precisa da contribuição da população para lembrado pela CDL Jovem se manter e cria campanha “Seja Sócio Contribuinte” Taysa Assis Não é de hoje que o Asilo Nossa Senhora do Carmo, em Campos dos Goytacazes, pede ajuda à população e sociedade civil para se manter. O local acolhe atualmente 47 idosos que recebem cuidado multidisciplinar e atenção de profissionais especializados. Com apoio da comunidade, a instituição, luta contra a falta de verbas, ainda mais nesse tempo de pandemia, para proporcionar uma vida digna aos residentes. Diante do problema, a tradicional, festa junina do asilo não poderá acontecer, assim como outras atividades que a instituição realiza para adquirir recursos. “Com desfalque no orçamento não estamos conseguindo fazer nossas tradicionais festas que já fazem parte da história do asilo. A instituição todo ano, abre o circuito junino da cidade, isso não poderá acontecer. Até eventos do final de ano já estão comprometidos, pois não sabemos quando tudo isso irá acabar. Essas festas nos deixavam renda extra, para assim continuarmos a manter a estrutura. Estamos vivendo dia após dia e com a certeza de que conseguiremos sobreviver”, relata.

vedo, durante este período de enfrentamento à Covid-19 o local teve que investir na proteção dos idosos, o que se torna mais um motivo para agravar os custos que mensalmente ficam entre oitenta a cem mil reais. “Era com a arrecadação desses eventos que a gente pagava a folha do décimo terceiro dos funcionários e também outras dívidas mensais da instituição. Não estaPresidente do Asilo | Marcelo Azevedo mos tendo renda extra. Através do Sócio Contribuinte estamos acreHistória ditando que a população abrace a Um lugar repleto de história. De causa, como todas as vezes, e nos um lado o Solar Santo Antônio, ajude. A população já faz muito construído na fase áurea do ciclo por nós, mas mesmo assim pedida cultura do açúcar, de arquite- mos mais este ato de solidariedatura colonial, construído em 1846 de, até porque, o local funciona e tombado desde 1946. Na outra 24 horas por dia, e não queremos parte, histórias de vida, de idosos fechar as portas”, finaliza Marcelo que trazem com eles, alegrias, Azevedo, presidente do Asilo do tristezas e saudade. Tanto o Solar Carmo. quanto o Asilo do Carmo passaram recentemente por obras de Seja Sócio Contribuinte restauração. Luta e resistência, Para conseguir arrecadações fiessas são palavras frequentes nanceiras, a secretaria do Asilo do dos que vivem a rotina do asilo. Carmo criou a campanha “Seja Em julho deste ano, a instituição Sócio Contribuinte” com um vacelebra 116 anos, uma batalha lor mínimo de R$10,00 a pessoa árdua para continuar sobreviven- já pode ajudar. Quem quiser ser do. Com o peso da vida, nesses um contribuinte do Asilo Nossa longos anos, os funcionários e di- Senhora do Carmo basta entrar retoria buscam alternativas para em contato com a instituição que seguirem em frente. De acordo envia o carnê para o contribuinte com o presidente, Marcelo Aze- ou se preferir, se dirigir até o local.

Conscientização contra alta carga tributária aconteceu na última quintafeira, em Campos Da Redação A alta carga tributária do Brasil que inviabiliza a operação das empresas, a geração e manutenção de empregos, e prejudica o poder de compra das famílias e consumidores é tema do movimento nacional de conscientização Dia Livre de Impostos (DLI), que foi realizado em 04 de junho. O presidente da CDL Jovem de Campos, Ralph Pereira, destaca a importância da campanha promovida em todo o País: “As CDLs fazem em todo o Brasil, anualmente, a campanha Dia Livre de Impostos, como forma conscientizar comerciantes e consumidores da alta carga tributária que impacta negativamente o avanço das empresas e o orçamento do consumidor.

Ralph Pereira | Presidente da CDL Jovem destacou o alto custo/Brasil

E a gente não vê esses impostos retornarem à sociedade na forma de serviços. Em Campos, a campanha Dia Livre de Impostos tem a missão de promover o debate sobre o tema e alertar a sociedade sobre a necessidade de reformas fiscal e tributária. “Vamos fazer como um grito de liberdade, de independência, mostrando esses feitos negativos da carga tributária. Como presidente da CDL Jovem de Campos, nós estamos encampando esse movimento nacional com o objetivo de conscientização”, enfatiza o presidente da CDL Jovem de Campos, Ralph Pereira.

Ralph Pereira cita dados do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) que mostram que o brasileiro trabalha em média 153 dias por ano, o que corresponde a cinco meses, só para pagar impostos. E, continua o presidente da CDL Jovem de Campos, o retorno é muito baixo em serviços públicos essenciais oferecidos pelo estado brasileiro na saúde, na educação, na infraestrutura. “Em um ranking de 30 países, o Brasil é o 14º que mais arrecada imposto e o último que melhor retorna o dinheiro para a população”, finaliza Ralph Pereira.


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@rodrigovianarodrigoviana

Fomos conhecer o Rolls-Royce, o SUV mais caro do mundo A preferência por SUV é uma tendência mundial Ao longo dos últimos anos, percebemos que a categoria de automóvel que mais cresce, não só no Brasil, mas no mundo todo, é a SUV (do inglês Sport Utility Vehicle), que significa “Veículo Utilitário Esportivo”. Este tipo de automóvel reúne características dos carros de passeio com características dos carros para todo o terreno, antigamente chamado popularmente de “jipão”, e é uma proposta de automóvel para a família, por oferecer amplo espaço para uma boa acomodação de todos, além do conforto, da praticidade e de um bom porta-malas. Logo foi “eleito” o queridinho das mulheres, cada vez mais presentes ao volante e “donas da palavra” na decisão de compra, por oferecer uma posição mais alta para dirigir e também elevada em relação à maioria dos carros das outras categorias, o que lhe confere bem estar devido a um maior domínio nas situações de trânsito. O mercado percebeu este movimento de preferência por parte dos consumidores e, este comportamento que virou tendência, foi logo assimilada pela indústria automobilística do mundo inteiro. Assim, este nicho de mercado emergente e crescente, foi logo explorado por todas as montadoras que passaram a ter pelo menos um SUV no seu portfólio de produtos. Hoje, todas as grandes marcas, como Honda, Toyota, General Motors, Volkswagen e Ford, inclusive marcas Premium, como Mercedes-Benz, BMW, Audi, Jaguar, Volvo, Cadillac e Maserati, e até marcas de superesportivos, como Lamborghini e Porsche, renderam-se a este segmento. Só para ilustrar, os SUVs da Porsche vendem mais que os tradicionais modelos da marca, os superesportivos 911. A Rolls-Royce aderiu ao SUV A Rolls-Royce, marca símbolo da nobreza britânica, referência em sofisticação e alto luxo, pertencente ao patamar mais elevado do status de um automóvel no planeta, também não poderia ficar de fora e lançou em maio de 2018 o seu modelo, considerado o SUV mais caro do mundo, denominado Cullinan. A saber, “Cullinan” foi o nome dado ao maior diamante do mundo, descoberto em 1905, na África do Sul, que pesava cerca de 3.106 quilates (aproximadamente 621 gramas). Recebeu este nome em homenagem ao Thomas Cullinan, dono da mina. Este diamante foi dividido em 11 grandes gemas que hoje estão expostas na Torre de Londres e fazem parte das joias da coroa britânica. Convidado pela Via Itália, importadora oficial da marca Rolls-Royce para o Brasil, além das marcas

Algumas curiosidades •

Há um guarda-chuva embutido em cada porta traseira, com um compartimento próprio para guardá-lo com um sistema de ventilação para não deixá-lo úmido.

Os cubos das rodas de 22” são fixos, assim, a logomarca da Rolls-Royce nunca ficará torta ou de cabeça para baixo.

O carpete e os tapetes são felpudos, feitos com lã de cordeiro.

As portas traseiras, como já mencionadas, abrem no sentido inverso.

Todas as portas abrem e fecham apertando botão, não precisando batê-las, eliminando de uma vez por todas com o inconveniente de alguém bater forte com a porta.

No painel de instrumentos, há um marcador que informa a reserva de potência do motor.

A Rolls-Royce oferece a disponibilidade de 32 cores para o Cullinan, fora os diversos tons de acabamento, do couro e da madeira no seu interior, oferecendo assim inúmeras combinações e possibilidades de personalização.

A estatueta em cima da grade dianteira que representa “O Espírito do Êxtase” (The Spirit of Ecstasy) é tradicional nos Rolls-Royces desde 1911. Se um malandro tentar puxar ou se ela sofrer um grande impacto, a peça é recolhida para dentro da grade automaticamente, como segurança.

A versão com assentos lounge, para 3 pessoas no banco traseiro, não está disponível para o Brasil, pois a Rolls-Royce não fornece o terceiro encosto de cabeça para o passageiro que vai no meio do banco de trás, o que não é permitido pela legislação brasileira.

Apesar do design conservador, ele chama a atenção

Características técnicas do Cullinan • • • • • • • • • • • •

Tamanho extravagante para o máximo conforto

Mesmo do lado de fora, dar para perceber que e um carro suntuoso e elegante

O carro possui linhas sóbrias, mas não passa despercebido

Acabamento em madeira, carpete de lã de cordeiro, tudo e muito primoroso

Ferrari, Lamborghini e Maserati, este colunista foi conhecer de perto este exclusivo modelo que chegou ao país em novembro de 2018. Dos 22 Rolls-Royce já vendidos no Brasil pela importadora oficial, 1 foi o Cullinan, demonstrando ainda mais a exclusividade deste modelo que está custando hoje no Brasil R$ 4,6 milhões. Para retirar da concessionária, o felizardo deve separar mais uma grana para pagar o IPVA, o seu valor anual está em R$ 184 mil (estado do RJ), além do seguro.

Motor: 6.7, V12 biturbo Potência máxima: 571 cavalos a 5.000 rpm Torque máximo: 86,7 kgfm a 1.600 rpm Câmbio: Automático de 8 marchas Tração: Integral nas 4 rodas Peso: 2.660 kg. Comprimento: 5.341 mm Largura: 2.164 mm Altura: 1.835 mm Velocidade máxima: 250 km/h (limitada eletronicamente) Aceleração de 0 a 100km/h: 5,2 segundos. Preço: R$ 4,6 milhões em maio/2020.

O luxo e a sofisticação estão em todos os detalhes

Conhecendo o Cullinan O Cullinan utiliza o novo chassis de alumínio da marca e, segundo a Rolls-Royce, é o SUV de luxo mais avançado tecnologicamente e exclusivo do mundo, seguindo os padrões impostos pelo Sr. Henry Royce, um dos dois fundadores da marca: “Esforce-se pela perfeição em tudo que faz. Pegue o melhor que existe e faça ainda melhor. Quando não existe, projete-o”. Müller-Ötvös, CEO da Rolls-Royce Motor Cars, complementa: “Sabíamos que tínhamos de oferecer aos nossos clientes o que eles não conseguiam encontrar no mercado de SUVs”. O compartimento traseiro do passageiro da Cullinan foi projetado para oferecer o melhor assento da casa para as necessidades específicas do proprietário. Duas configurações traseiras são oferecidas: assentos lounge (5 lugares) ou assentos individuais (4 lugares), a qual conheci. A configuração do assento individual é para aqueles que valo-

rizam o máximo de luxo que um SUV pode oferecer, com praticidade. Os dois assentos traseiros individuais são separados por um console central traseiro fixo que incorpora um gabinete de bebidas com copos de uísque e um decanter Rolls-Royce, taças de champagne e um refrigerador. Os assentos também se movem em vários planos para oferecer o maior conforto possível enquanto viajam na traseira, ao simples toque de botões, eles podem inclinar, deitar, inflar, aquecer, ventilar e até surgir um suporte para as pernas, assim como fazer correr o banco da frente do carona, para se ganhar mais espaço. Ali também controlam o ar condicionado individual e o multimídia com 18 alto-falantes, a tela e a mesinha ficam atrás dos bancos dianteiros. Novas tecnologias Um recurso inédito traz o nível de luxo da Rolls-Royce para essa configuração, criando o primei-

Nei T., Diretor de Marketing da Via Italia, importadora oficial da Rolls-Royce, Ferrari, Lamborghini e Maserati para o Brasil.

ro SUV realmente de “três compartimentos” independentes. Assim como o motor logicamente é isolado da cabine, neste SUV, o porta-malas também é, há uma divisória de vidro que isola a cabine de passageiros do compartimento de bagagem, criando um ecossistema interno para os ocupantes proporcionando mais silêncio e conforto climático, já que a cabine selada criada pela parede divisória de vidro, não deixa entrar ar quente ou frio do ambiente quando o porta-malas estiver aberto. Neste, o compartimento de bagagem tem capacidade de 560 litros, podendo chegar aos 600 litros com a remoção da tampa divisória. Um fato interessante no Cullinan é que, com a chave no bolso, ao tocar na maçaneta de aço inoxidável, as portas se abrem automaticamente num ângulo aproximado de 90º. As portas traseiras abrem no mesmo ângulo, porém, no sentido contrário, favorecendo

muito o acesso através de um amplo vão que é formado. Na ocasião, o carro desce 40 mm para facilitar ainda mais a entrada no veículo. Todos embarcados, aperta-se outro botão e as portas se fecham de forma automática, definitivamente acabou aquela terrível prática de bater forte a porta do carro. Um toque no botão de partida e, o carro sobe os 40 mm para chegar a sua altura normal. As tecnologias de ponta também estão disponíveis em equipamentos como: visão noturna e assistência à visão, incluindo aviso de vida selvagem e pedestre diurno e noturno; assistente de prontidão; um sistema de 4 câmeras com vista e visibilidade panorâmica e vista de helicóptero; controle ativo de cruzeiro; aviso de colisão; aviso de tráfego cruzado; partida na faixa e aviso de mudança de faixa; um head-up display 7x3 de alta resolução; WI-FI hotspot e claro, os mais recentes sistemas de navegação e entretenimento.


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Reviver... Reviver Vamos reviver os tempos áureos da Fundação Rural de Campos. Idealizada por Olympio Pinto, a Associação Rural de Campos começou em 1954 a esboçar o que é hoje. Particularmente, retorno aos anos de 1976 e 1978 quando a cidade acolheu Zezé Barbosa e Raul Linhares no poder executivo. Naquela época o Parque de Exposições se transformava em uma legítima cidade rural. Quando entrava junho, que traz consigo o inverno, a reboque, o frio se faz presente, e logo, os casacos e roupas típicas da estação iam deixando espaços vazios nos guarda-roupas. Sim, a Exposição Agropecuária ditava moda. Nos anos 70, 80, essa rotina era rigorosamente seguida. Botas, roupas de couro, chapéus e cintos com suas fivelas personalizadas, faziam seu desfile pelas ruas e stands do parque. Abertura da Exposição em 1976: O prefeito Zezé Barbosa, o presidente da Fundação Rural, Rubens Venâncio, o secretário de agricultura estadual, José Resende Peres, Aluízio de Castro, Alair Ferreira e Jota Costa

O prefeito Raul Linhares, José Carlos Menezes, o ministro Mário Andreazza e João Sobral

candinhovasconcellos@gmail.com

De anos para cá, independente do propósito com que cada um visita o parque de exposições, é impossível deixar de notar as mudanças que ocorreram. Naquela época, se alguém quisesse sair de lá com uma casa projetada, luxuosa ou simples, poderia fazê-lo perfeitamente. Arquitetos, lojas de materiais de construção, móveis, cozinhas planejadas, piscina e automóveis de diversas marcas, inclusive importadas, estavam lá expostas à disposição, e ainda, os bancos e seus gerentes a postos para garantirem um financiamento caso necessário. Também poderiam comemorar aquisições em restaurantes. O visitante contava com um leque de opções que ia do cachorro quente ao tradicional e obrigatório churrasco.

Toda beleza da primeira-dama da Fundação Rural: Beatriz Venâncio

Paulo Carneiro e Odila e a primeira dama do município Zaira Paes Barbosa

No espaço da fundação acontecia concursos leiteiros, leilões concorridos com matrizes e novilhas premiadas, sem falar na comercialização de cavalos. Expositores

vinham de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Minas Gerais e Espirito Santo. João Sobral dizia que Campos tinha tradição de amor ao cavalo. Na época, as mais bonitas e caprichadas fazendas encontravam-se em Campos. A criação de cavalos tornava-se a segunda indústria de empregos no país e uma das mais rentáveis da região.

O prefeito Zezé Barbosa no desfile de abertura levando a bandeira do município de Campos

Shows com nomes consagrados da MPB marcavam presença no parque de exposições. Ainda contávamos com artistas consagrados da dramaturgia brasileira. Aqui destaco a apresentação de Chacrinha (o Velho Guerreiro) com suas chacretes. O povo ia ao delírio! Durante sete dias, os campistas e turistas viviam dois mundos diferentes, mas integrados entre si. Por cada produto que procurasse, havia sempre um grande negócio em potencial, envolvendo números que, muitas vezes, poderiam vir acompanhados de uma substancial quantidade de zeros. No final, o que sobressaía mesmo era o ambiente de festa que envolvia o espaço. Bons tempos!

Tito Miranda e Valeria Veloso na plateia do rodeio

Layse Cardoso, Valeria e Jorge Lysandro Ribeiro Gomes, valeria e Luiz Alberto Pupe, Telma Lúcia e Sergio Frederico

Geraldo Coutinho e João Sobral

Severino Veloso entregando o troféu a Carlinhos Aguiar

Raul Linhares, Rubens Venâncio e o secretário de agricultura José Resende Peres

Sônia e advertindo Veloso recebendo troféus pela premiação dos seus cavalos campeões

Hugo Linhares, Moacir Fonseca, Rubens Venâncio e Raul Linhares

Emilce Venâncio, Emilce Bacelar da Silva e Beatriz Venâncio. A criança é Leonardo Bacelar


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Fotos: Divulgação

Casais à distância no

Dia dos Namorados Em tempos de pandemia e isolamento social, o desafio é driblar a saudade Roberta Barcelos

Camille e João | Ela no Canadá, ele no Brasil

O ano de 2020 tinha tudo para ser especial para os casais apaixonados que costumam comemorar o Dia dos Namorados. A data vai ser comemorada numa sexta-feira e tem na véspera o feriado de Corpus Christ. Ou seja, se não estivéssemos no meio de uma pandemia, certamente teríamos viagens programadas, motéis, hotéis, restaurantes lotados e muitos casais passeando por aí. Para não deixar a data passar em branco, será necessário usar a criatividade para criar o clima romântico em tempos de isolamento social. O casal Mariana Ribeiro e Mateus Tavares namoram há 4 anos e 9 meses e esta será a primeira vez que eles vão passar a data distantes. Os estudantes de Direito, estão há 3 meses cumprindo isolamento social à risca. A decisão foi em comum acordo já que os dois têm pessoas do grupo de risco na família e não quiseram expor os parentes. Sendo assim, estão planejando comemorar a data em outra oportunidade quando tudo voltar à normalidade. “Atualmente, nos falamos o tempo inteiro, mas por mensagens, além disso, sempre estamos cozinhando na quarentena, é uma coisa que amamos, já ensinei várias receitas a ele, assistimos a nossas aulas on-line da faculdade normalmente e ficamos todo tempo em casa, só saímos para o necessário”, conta Mariana. O maior desafio para os casais que estão em casas separadas e já somam meses convivendo com a distância é conseguir driblar a saudade. “Esses dias assistimos um filme juntos (mas separados) e combinamos um horário para darmos o play no mesmo instante” lembrou Mariana. Além dos namorados, tem casais já casados que também vão experimentar um Dia dos Namorados diferente este ano. É o caso da pedagoga Camille Auatt de 28 anos e do engenheiro João Machado de 30. Foram namorados por 10 anos e há quase 4 anos estão casados. O João trabalha embarcado, e a Camille, em janeiro deste ano, decidiu aproveitar a oportunidade de uma bolsa para doutorado na cidade de Winnipeg, no Canadá e só retorna em Julho. Em fevereiro, o João foi visitá-la e passou uma semana com a esposa. Em março, o casal se viu pela última vez em Toronto e de lá pra cá, com a pandemia do coronavírus o casal agora só se vê por vídeo chamada. “A gente se fala todo dia para tentar amenizar a distância, mas no geral, estamos levando bem. Com saudade, claro, porém levando com leveza o período afastado”, revela Camille. O companheirismo é um dos princípios básicos para um relacionamento duradouro e para o casal que já experimenta a vida de dividir o mesmo teto, enfrentar uma situação tão atípica como essa ficou mais fácil. “Quando eu quis tentar essa bolsa, João foi meu maior incentivador, então acho que isso ajuda bastante. Ele sabe que isso é importante pra mim. Na verdade, por sermos companheiros, é importante para nós” lembrou Camille.

Mariana e Mateus | na mesma cidade, mas distandes um do outro

Dicas para os Namorados

- Presentes personalizados – colocar a criatividade em ação e personalizar itens como: agenda, um caderno, uma almofada ou até mesmo uma camiseta com uma linda foto do casal. - Kit SPA – montar um Kit contendo sabonetes cheirosos, óleo de massagem, uma pantufa e uma toalha personalizada. - Kit Zen – para quem a cara metade anda um pouco estressada, vale montar um kit contendo incenso, velas aromáticas ou um bom livro ou filme inspirador. - Por que não montar um álbum com fotografias do casal ou escolher uma em especial e colocar em um lindo porta-retrato? - Um pendrive com as músicas que marcaram o namoro pode ser um presente emocionante. Vale caprichar na playlist. - Um jantar romântico preparado em casa e mandar entregar. Para melhorar a surpresa, é preciso caprichar no prato predileto, comprar os ingredientes e cozinhar. Na hora do jantar, arrumar e mesa e fazer uma live.


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MÍNIMO DE 25 UNIDADES

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@priscylabezerra Foto: Igor Gomes

INSPIRAÇÃO

AMOR&ESSÊNCIA deFATO

Há mais de 25 anos, a DeFato nasceu do sonho de empoderar mulheres, em uma época onde o assunto ainda era muito pouco falado. Hoje, vejo o quanto a moda é uma poderosa ferramenta de posicionamento feminino e, se bem trabalhada, pode sim, expressar nossa real essência. Tenho grande admiração pela família @defato que exala estilo, beleza, status e segurança, através de peças extremamente femininas. Não foi à toa que me tornei cliente e fã de carteirinha desta equipe de mulheres comandada pela belíssima e inteligente, Fátima Vasconcelos.

“Criar uma história junto com nossas clientes, de fato, é o que realmente importa para nós.” afirma Fátima. E assim, de forma orgânica e natural a de fato está levando até a sua casa, através do delivery, um pouco do que você encontrava dentro da loja física, sempre com muito afeto. Eu sinto essência e amor, @defato. E vocês?! IG: @defato | EM CASA - De Fato centro (22) 99979.6339 - De fato Parquecentro (22) 99979.6341 - De fato Shopping 28 (22) 99979.6340

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MODA X ESTILO Realmente, O ESSENCIAL , livro da brilhante Costanza Pascolato, é aquela leiturinha suave para ficar na cabeceira da cama, sendo apreciado aos poucos, com sutileza e elegância. Para a vida.

BELEZA

COMO ALIVIAR A COCEIRA NO COURO CABELUDO

Coçar a cabeça já virou um costume para você? Ao contrário do que muitos pensam, sentir esse incômodo no couro cabeludo pode significar muitos problemas além da “caspa”. O ato de coçar, acaba ferindo a região, permitindo a entrada de bactérias presentes no couro cabeludo e nas unhas. Isso pode causar foliculite, piora da dermatite seborreica, entre outras complicações. Para aliviar a coceira, vamos seguir uma rotina de cuidados capazes de controlar o desconforto no cabelo. As causas mais comuns são a dermatite seborreica, psoríase, eczema por algum contactante, tinea capitis (“micose”) e foliculite. Três dicas podem aliviar o incômodo: 1- Lavar o cabelo regularmente. 2- Usar shampoo sem parabeno e outras substâncias irritantes. 3- Aplicar o condicionador no comprimento do fio, evitando o couro cabeludo, para evitar o desenvolvimento da caspa ou irritações no Paula Marsicano Dermatologia Integrada couro cabeludo. Não existe uma regra para a higiene capilar. Tudo vai depender do tipo de cabelo. Pacientes com couro cabeludo oleoso, que Rua Voluntários da Pátria 500 sala 108 não lavam com a frequência ideal, possuem uma maior tendência ao surgimento da dermatite seborreica. Agora, pacientes com Ed. Platinum Tel: 22 3026-1819 @paulamarsicano cabelos secos que lavam com uma maior frequência, a tendência é que fiquem mais ressecados, com efeito frizz.

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26 DE ABRIL A 02 DE MAIO DE 2020

GENTE BACANA VALE UM QI DO DI E QUEM INDICA (QI) são os DIGITAIS INFLUENCERS (DI) que dominam o universo on-line e andam trabalhando mais que nunca. Com a pandemia da Covid 19, trancafiando todo mundo em casa e lacrando o comércio local, a saída foi intensificar a comunicação virtual. São agências de publicidade criando, sem cessar, anúncios, campanhas criativas e fórmulas para agradar ao público que não descola mais do celular. Os aplicativos de rede social também está ofertando novas ferramentas para seus usuários para serem usadas com criatividade e por aí vai. Nunca se deu tanta importância àqueles que têm seus fiéis seguidores de rede social que passaram a valer à peso de ouro. Fiquem ligados, pois o poder está com eles!

QUARENTENA

VIP

Amanda Coutinho

Viny Soares

Cris Sales

TINA YOUNG, COM JOÃO RENATO, PEDRO E MARIANA

Priscyla Bezerra

Juliana Ribeiro

Fabio Abud

Ingrid Coutinho

"Oi querido! Minha vida está parte do lar, parte rural. Eu com Pedro, Mariana e João Renato, meus filhos, demos continuidade a nossa união de sempre, sendo que com mais intensidade. Ficamos em casa, curtimos jogar baralho, e como Pedro é chef de cozinha e dos bons, sempre temos delícias à mesa, com tempero apurado. Saímos de casa para curtir a fazenda, respirar o ar puro do campo, andar a cavalo e organizar um churrasco por lá mesmo, isso quando não treinamos no Nashville Country, pois a paixão por cavalos já é de família. No mais, são poucas idas ao supermercado para abastecer a casa e cumprir esta quarentena com boa saúde mental."

PAPAI OFF-LINE

Moisés Frade com Enrico

Alegria total da gurizada!!! Os papais, em casa, de quarentena, têm a oportunidade maior de curtir os filhos de forma intensa. Eles, que têm dado show de presença e carinho armando mil programas em família, dedicando bom tempo a estes que não abrem mão neste momento com o pai que é todo deles. E na hora do dengo, basta as palavrinhas para entrar em ação. Papai, cuida de mim?

Wagner Rizzi com Helena

LUIZ FERNANDO GONÇALVES Em minha casa na melhor companhia, da família, uma boa leitura , chopp de vinho, cuidando das plantas, da boa alimentação e do astral. Aproveitei a ocasião para fazer uma manutenção da casa, obras simples e necessárias e no mais são madrugadas assistindo minhas séries na Netflix, que eu amo. Quando eu quero um pouco de ar puro, longe de casa, é a fazenda da família na Baixada Campista que é o local de fuga.

Ciro Neves com Bento

TODO CUIDADO...

Lauro Santos com José Eduardo e Ana Laura

Rogério Seabra com Roger

Jayme Juncá com Lourenzo

Celebrado em 3 de junho, o Dia da Conscientização Contra a Obesidade Mórbida Infantil tem o objetivo de, como o próprio nome sugere, conscientizar a população sobre os cuidados necessários para combater esta doença que pode ser causada por componentes genéticos, metabólicos, nutricionais e ambientais. Dados do Ministério da Saúde mostram que, no Brasil, 15,9% das crianças menores de cinco anos e 29,3% das crianças de 5 a 9 anos estão com excesso de peso. São 4,4 milhões de crianças acima do peso no país, sendo que mais de 2 milhões têm sobrepeso, cerca de 1 milhão tem obesidade e, aproximadamente, 750 mil crianças tem obesidade infantil grave. Neste período de isolamento social, o alerta deve ser ainda maior.



@ Tia Patty e Vocês@ Ei... Que saudade! Como vocês estão? Daqui desejo que estejam todos bem, com saúde em dia e felizes! Mês de junho chegou, com ele as festas juninas. Desta vez não vão ser bem do jeito que aconteciam em anos anteriores, mas podem acontecer no conforto dos lares. Já pensaram nisso? Então segue uma ideia: que todos estejam à caráter para garantir a diversão, as brincadeiras podem ser feitas simples, utilizando materias que temos em casa e a dança, trate de afastar o sofá e convocar todos que estão em casa, no you tube tem diversas coreografias e músicas temáticas e quanto as guloseimas, tem muita gente oferecendo kits de festa junina com direito a paçoca, bolos, bandeirinhas, brindes e quentão. Bora? Fiquem com Deus, a todos um otimo domingo e uma santa semana. Beijos da Tia Patty!

CHEGOU Lorenzo Schitine de Oliveira Dutra para os papais Dalila e Vinícius

FOFURICE Maitê Oliveira

Miguel e a mamãe Jalline Acruche

GATÃO Carlos Palmeira Filho

D. CEGONHA trouxe Maria para Carol e Miguel Hadade

DUPLINHA Júlia e Alice Almeida

FÉ e devoção se aprende desde pequeno Davi Bonfá

O FOFO Lorenzo Viana

Aniversariantes da quarentena

HIDRATAÇÃO na QUARENTENA Mariah Naked Crespo

AJUDANTE da mamãe Bia Rafaela Carvalho Mérida

Rento e a vovó Verônica Tavares

Alice de Almeida Carvalho

João Viana Goulart Garcia

UM BEIJO pra vocês da Valentina da Silva Pessanha Pereira

João Victor Menezes


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proveitando o momento que o mundo parou para dar luz a um assunto frequentemente tão velado, não poderia deixar de abrir o espaço aqui para quem de fato tem lugar de fala. Reconheço meus privilégios e entendo que o mínimo que eu posso fazer é dar visibilidade para essas vozes e fortalecer o movimento.

@ju_ribeiros

PRECISAMOS RESPIRAR! A

pandemia da COVID-19 tem sido um golpe profundo nas nossas formas de lidar com a sociedade, de lidar com nossas rotinas e principalmente lidar com as pessoas. Conhecidos por sermos um povo que beija e abraça desconhecidos, muitos de nós estamos sendo privados de contato físico e afeto, muitas vezes com as pessoas que mais amamos. Para proteção: máscaras que dificultam a respiração; na rua: desconforto e muito medo. E no meio desse "novo vírus" e das novas formas de interagir, precisamos lidar com problemas antigos que geraram feridas sociais, físicas e psicológicas. Estou falando do processo social mais longo vivenciado em nosso país: por quase 400 anos a escravidão era legalizada no Brasil, período em que pessoas eram raptadas de seus lares do outro lado do Atlântico, traficadas, desumanizadas, escravizadas e mortas apenas por terem pele escura. Laurentino Gomes (historiador e escritor do livro "Escravidão") ressalta que o Brasil foi o maior território escravista da América, com quase 5 milhões de africanos em situação de escravização, o que dá 40% do total de africanos escravizados no mundo, estimado em Essa é a Tamillys, uma mulher preta engajada e cheia de 12,5 milhões. Fomos o país que mais tempo conteúdo. Foto: Otávio Pessanha. demorou para acabar com o tráfico negreiro Para cada um de nós é importante saber que pessoas negras (com a Lei Eusébio de Queirós, em 1850) e o último a acabar com a própria escravidão em si (em 1888). sofrem consequências físicas e psicológicas fruto do racismo O livro ainda ressalta que para cada 100 habitantes do Bra- (mesmo que muitas das vezes não as reconheçam por conta sil durante a escravidão, 86 eram escravizados e 14 colonos de suas construções sociais – convido-os a lerem o livro “Pele brancos. As consequências desse processo racial estão gri- Negra Máscaras Brancas”, de Franz Fanon), pois racismo é tando nos noticiários e eclodindo em protestos nos EUA, aqui violento (é crime previsto na Lei 7.716 de 1989), matando e no Brasil e ao redor do mundo ao longo da última semana, causando traumas, portanto, não devemos diminuir ou desentretanto, o racismo é uma questão muito mais antiga, que cartar a dor de ninguém, muito menos a dor fruto de um crié constantemente invisibilizada, deslegitimada e tratada de me. Enquanto psicóloga, recebo diariamente pessoas negras lidando com traumas, dores e suas consequências, e norteforma injusta. ada pela “ciência da alma” busco encontrar ferramentas de Desigualdades baseadas na cor da pele foram perpetuadas fortalecimento diante de dores indizíveis. na nossa história e precisamos encarar com honestidade que Agora, para aqueles e aquelas que se têm se incomodado negros e negras recebem tratamento diferente em diversas com os últimos fatos e que desejam tonificar o clamor por situações cotidianas: um homem negro asfixiado, numa cena uma sociedade antiracista, reitero que ações coletivas e de dolorosa e repetida diversas vezes em vídeos nas redes so- toda sociedade se fazem necessárias para buscar reduzir ciais e noticiários; um menino negro de 14 anos tendo sua os danos históricos que o racismo causou. A Assembléia vida arrancada dentro de sua própria casa enquanto brinca- Geral da ONU, declarou que o período entre 2015 e 2021 é va, sendo que, durante a quarentena, nossos lares deveriam considerado a Década dos Afrodescendentes das Nações ser os lugares mais seguros para estarmos. Episódios como Unidas, período em que países devem buscar políticas e estes que tanto chocaram o mundo nos últimos dias, são situ- formas de reconhecimento, justiça e desenvolvimento ações que trazem sentimentos bem conhecidos para muitos para populações cujos ancestrais foram escravizados. Para de nós, negras e negros. A angústia e o choro dessas famílias além deste tratado internacional, o Estado brasileiro precisa reduzir os altos índices de homicídios contra jovens são os medos diários de muitos de nós. negros, entre outras muitas políticas para proteger e auxiPorém, o racismo não se condensa nesses casos, não se liar no crescimento pleno de meninos e meninas negros e resume aos terríveis nomes que a estudante negra e filha negras. de Senegaleses, Nday Fatou Nday, foi chamada num grupo de estudantes no colégio Franco Brasileiro (Rio de Ja- Acredito que todos que me leem nesse momento, de alneiro, capital), ou em outros horrores que vivenciamos e guma forma já estiveram com falta de ar, e se lembram da testemunhamos constantemente, mesmo aqui, em nossa sensação, da angústia, afinal, precisamos de ar para viver. E cidade. O racismo também está presente na falta de pes- nós, negros e negras, nos sentimos sufocados pelo racismo soas negras em lugares considerados de poder (empresas, há muito tempo. Mudar esse quadro é um dever social, um universidades, política, mídia) e no expressivo número de compromisso de todos que desejam uma sociedade melhor pessoas negras vivendo em situações de vulnerabilidade e mais justa para seus filhos e filhas. As últimas palavras do (tendo nascido em condições de extrema precariedade no George Floyd, homem, negro, cidadão americano, morto acesso à saúde, moradia, saneamento básico, educação, cruelmente numa abordagem truculenta e descabida (como lazer, segurança – dignidade social) ou mesmo no fato de explicitaram as imagens que circularam mundo afora), não homicídios contra mulheres negras terem aumentado 54%, poderiam ser mais representativas: “I CAN’T BREATH”, ou, enquanto, no mesmo período (de 2003 a 2013), houve uma ‘NÃO CONSIGO RESPIRAR’, em tradução livre, e essa frase redução de 9,8% nos homicídios contra mulheres não ne- tem sido o grito unificado de todos e todas que marcham gras (Dados da ONU mulheres/Atlas da Violência de 2015). mundo afora nesse novo momento, imbuídos da esperança Por mais indigesto que seja (e de fato é) a realidade por trás de que a sociedade há de vencer, tanto a pandemia, quanto de todos esses dados e fatos, acredito que o mais importan- o racismo. te nesse momento é entendermos nosso papel diante de algo tão antigo, desigual e danoso para a nossa sociedade. Tamillys Lirio, psicóloga, membro da ONG NAÇÃO BASQUETE Precisamos aprender que nossas experiências, nosso olhar DE RUA (NBR), entidade de Campos que atua desde 2006 no é sempre limitado a nossas vivências, quando comparado a fortalecimento da autonomia de jovens de favelas e periferias algo que chegou antes de nós e que provável e infelizmente através do esporte, da cultura, da educação e da saúde. Forvai permanecer quando partimos. Se faz necessário entender mada pelo curso de Jovens Lideranças do Ministério da Saúde que o racismo que estruturou nossa sociedade, pode e deve e da ONU, desde 2015 atua na construção de documentos e ser desconstruído com ações pessoais, políticas e coletivas, campanhas que norteiam políticas públicas ao redor do país. afinal, já paramos para refletir sobre como foi ‘o dia após’ a Agradeço o carinho e a disponibilidade da Juliana Ri‘abolição’? Sem qualificação formal, num cenário de tensão beiro, em propor a cessão desse espaço tão importanque originou a ‘libertação’ e sem nenhuma garantia por par- te em sua coluna para colocar em pauta o tema racial. te do Estado no que tangia a direitos de cidadania assegura- Aos que desejarem conhecer mais sobre nosso trabalho dos, o que fizeram os recentes ‘libertados’? Para onde foram? junto a ONG NBR, estamos no instagram @ong_nbr e no Como se alimentaram? Como estruturaram suas famílias? facebook.con/nbrstreetball. Convido-os a reflexão.

Aproveito o ensejo para destacar algumas pessoas admiráveis e que lutam de verdade por direitos iguais.

Simone Pedro tem vários talentos e é uma grande inspiração: escritora, cantora e pesquisadora. Simone é uma mulher admirável!

Fred Nicácio é médico e também luta pelas causas sociais. Acompanho a trajetória do Fred faz um tempo e morro de orgulho do meu amigo.

Rogério Siqueira é Embaixador do Conselho Pan-Africano no Brasil, músico e produtor de eventos culturais. Esse cara é fantástico!


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