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O sistema de Comunicação Terceira Via está ampliando sua programação no formato VideoCast. O carro-chefe foi o Vox PopCast e a partir desta se- mana o Vox Nerd e o Vox Sport estreiam na grade. PÁGINA
PÁGINA 07 16 A 22 DE OUTUBRO DE 2022
Destaque
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Ação do MP para pessoas em situação de rua será lançado em novembro
Foto: Silvana Rust
Iniciativa conta com entidades de classe, poder público, igrejas e universidades
Aloysio Balbi
Um projeto que une vários segmentos da sociedade organizada para um passo decisivo na minimização do problema de pessoas em situação de rua, em Campos, acontecerá nos dias 3 e 4 de novembro. Idealizado pelo Capelão do Ministério Público do Rio de Janeiro, padre Lázaro, advogado de formação e especialista em políticas públicas de pessoas excluídas, sua implantação na cidade foi antecedida de uma série de reuniões ao longo dos últimos três meses. A última reunião ocorreu no início de outubro, na Câmara de Dirigentes Lojistas de Campos (CDL), quando foi aprovada a criação de um Comitê do qual participarão os poderes públicos, igrejas, entidades de classe e o chamado terceiro setor de empresas, como o Grupo Barcelos, uma das maiores do município. Esse projeto tem a chancela do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro e vem sendo desenvolvido também no centro da capital. Padre Lázaro acumula experiências com trabalhos sociais, minimizando o problema das pessoas em situação de rua também em Salvador (BA), a terceira maior metrópole do país. “Com o selo do Ministério Público, que é austero, temos certeza de que esse projeto vai ajudar muito Campos e nossos irmãos nessa situação. Por isso, estamos somando forças com a CDL, o Bispado, igrejas de todos os segmentos religiosos e também com o empresariado, sem falar na Prefeitura, com todos os seus equipamentos de rede social”, disse o capelão do Ministério Público. No dia 3 haverá uma reunião de trabalho em dois turnos no auditório da CDL, quando todos os atores reunidos neste comitê discutirão ações a serem realizadas.
Em andamento | Programa tem a chancela do Ministério Público e une forças para minimizar o problema da população em situação de rua
Um documento será redigido e, no dia seguinte, 4 de novembro, ocorrerá uma grande manifestação no centro da cidade, tendo como ponto de partida o Restaurante Popular, na rua Lacerda Sobrinho. “O objetivo dessa manifestação é dar visibilidade não só ao problema das pessoas em situação de rua, mas também o que estamos fazendo na tentativa de atender essa demanda que é de toda a sociedade”, disse o presidente da CDL, Edvar de Freitas Chagas Júnior.
Prefeitura vai participar
O secretário municipal de Desenvolvimento Humano e Social, Rodrigo Carvalho, participou da reunião preparatória deste evento, e disse que a Prefeitura de Campos vai somar todos os esforços neste programa. “É notório que a Prefeitura já age e tem alcançado bons resultados, mas admitimos que esse é um problema crônico e agudo. Realmente é preciso a união de todos a partir da constatação de que essa é uma responsabilidade de toda a sociedade e não apenas do poder público”, disse o secretário.
Iniciativa também participa
Um dos maiores grupos privados de Campos, o Barcelos, controlador da rede Superbom, é um dos muitos do chamado terceiro setor que abraçou a causa, e tem participado efetivamente do projeto. O grupo foi representado na última reunião por Alexandre Andrade Albuquerque, que também é coordenador de Recursos Humanos da Associação de Distribuidores e Atacadista do Estado do Rio de Janeiro (Aderj), outra entidade que está participando da ação. “Desde o início do ano, estamos colocando no topo da nossa agenda essa questão. Fizemos várias reuniões, inclusive uma no Ministério Público, onde tivemos como resposta o projeto do padre Lázaro. Estamos tendo o apoio do Bispado, de igrejas evangélicas, da Ordem dos Advogados do Brasil e, principalmente, da Prefeitura, além das entidades de classe e universidades”, disse o presidente da CDL, Edvar Júnior.
Novos VideoCasts estreiam esta semana
Vox Sport e Vox Nerd, que mesclam informação em áudio e vídeo, serão apresentados por Rhyann Souza e Pedro Paes
Girlane Rodrigues
O sistema de Comunicação Terceira Via está ampliando sua programação no formato VideoCast, que mescla informação em áudio e vídeo. O carro-chefe foi o Vox PopCast, lançado em agosto de 2022. A partir desta semana, estão sendo lançados outros dois VideoCasts: o Vox Nerd e o Vox Sport. O gerente técnico do Sistema de Comunicação Terceira Via, Attyla Leite, explica que esta ampliação tem a ver com o sucesso de público alcançado nas plataformas digitais do sistema. “Este é um dos programas mais vistos nas redes sociais e mostra o interesse do público sobre este modelo de informação e também sobre os assuntos discutidos. Por isso, decidimos abrir o leque e trazer para a casa os assuntos esportivos com o apresentador Rhyann Souza e os da área Nerd, com Pedro Paes, que já apresenta o Vox PopCast. Com esta ampliação, o Vox PopCast vai focar em assuntos diversos como política, economia, arte, cultura, entre outros”, afirma Leite.
Vox Sport
O jornalista Rhyann Souza tem 29 anos e está na expectativa pela estreia do Vox Sport. “Estrearemos na terça-feira (18), das 19h às 20h. A edição de lançamento está sendo produzida e terá como convidados o jornalista esportivo Granger Ferreira
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e o presidente da embaixada do Flamengo, em Campos, Thiago Correa. Essa estreia será um dia antes da grande final da Copa do Brasil, com a disputa entre Flamengo e Corinthians, e vamos trazer tudo sobre os bastidores do jogo e a expectativa”, garante Rhyann. Sobre os próximos programas, Rhyann contou o que o público pode esperar. “No geral, o que eu penso é destacar o esporte local, que é carente de informação. Temos quatro times centenários de futebol e muito atleta bom sem visibilidade. Terei um convidado ou dois por cada programa e contarei com a participação de dois co-apresentadores, o Everton Gama, que é professor de geografia e amante
Fotos: Divulgação
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Novidades | Rhyann Souza comanda um dos novos videocasts na programação do Terceira Via
de futebol, e a Thamires Muniz, conhecedora de futebol e comentarista esportiva. Sem contar que não temos na região um programa esportivo com uma hora de duração”, conta. maior paixão: o Vox Nerd, programa voltado exclusivamente para assuntos nerds. “Nós destacamos este tema que eu tanto gosto do programa inicial e estamos trazendo esse assunto para um programa exclusivo. Nele abordo a cultura pop, comentamos, curiosidades, notícias, fatos, análises, teorias, histórias e muita informação para qualquer um se divertir e aprender mais sobre o universo nerd”, garante Pedro. Além dele, o Vox Nerd será apresentado pelo editor de quadrinhos e artista Rapha Pinheiro e da criadora de conteúdo Luara Evangelista. O Vox Nerd vai ao ar toda segunda-feira, ao vivo, das 19h às 20h, na 3ª Via TV para mais de 60 cidades e nas plataformas digitais: Instagram, Facebook e Youtube.
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Deputada Estadual eleita
Marina do MST Marina do MST e agora da política
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A militante que morou em Campos por 15 anos estreia na Alerj e quer se dedicar ao combate à fome
Ocinei Trindade
A assistente social Lúcia Marina dos Santos é conhecida como Marina do MST. Nascida no Paraná, em Guaraniaçu, ela se mudou para Campos dos Goytacazes em 1996. Atuou em diversas ações no município e região, e se tornou dirigente nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. Já representou a América do Sul no conselho político da Via Campesina Internacional até 2017. Marina estudou Direito na Universidade Cândido Mendes, em Campos, mas não concluiu. Ela se formou em Serviço Social pela UFRJ e se tornou mestra em Desenvolvimento Territorial pela UNESP. Com mais de 25 anos no MST, ela conseguiu um feito inédito: eleger-se como representante do movimento para uma cadeira na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). Alcançou 46.422 votos em todo o Estado, e 1.364 votos foram de Campos, sua cidade de muitos afetos. Marina do MST chegou a Campos dos Goytacazes como boia-fria para contribuir com a ocupação das terras na Usina São João, maior extensão de terra ocupada pelo MST no Estado do Rio de Janeiro, chamado atualmente de Assentamento Zumbi dos Palmares. Em 2001, com a ocupação das terras da Usina Cambaíba, ela se tornou uma acampada do Acampamento Oziel Alves, se mantendo Coordenadora do MST na região. Marina já foi coordenadora estadual do MST. Saiu de Campos em 2004 para cumprir agendas do MST na Coordenação Nacional e Secretaria Internacional do MST.
Como avalia a conquista da eleição?
Foi uma grande vitória dos movimentos populares organizados e, sobretudo, um reconhecimento aos mais de 38 anos de lutas do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Foram mais de 46 mil homens e mulheres em praticamente todos os municípios do Estado do Rio de Janeiro que depositaram um voto de reconhecimento e confiança nesta trajetória coletiva e também na minha trajetória de vida e de luta. A situação de calamidade pela qual passa grande número de famílias no Rio de Janeiro, com aumento na fome (cerca de 2,8 milhões de pessoas diariamente) e do desemprego, é também um ponto de ressonância com nossas propostas. Trazemos para a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro o legado do MST no combate à fome e às desigualdades, com a Reforma Agrária Popular como agenda prioritária para trazer oportunidade de tra-
balho e colocar comida na mesa de quem mais precisa. Além disso tudo, devo especialmente à militância aguerrida do MST, do conjunto dos movimentos populares e do Partido das Trabalhadoras e dos Trabalhadores (PT), que abraçou este processo eleitoral e foi às ruas disputar mentes e corações para um futuro de esperança e dignidade para o povo.
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A que você atribui a confiança do eleitor em sua candidatura? Como disse, há um reconhecimento cada vez maior da população com a luta e as ações do MST no combate à fome, nas ações de solidariedade que executamos durante a pandemia de Covid-19, e na capacidade política de nossos quadros em articulações para dentro e para fora das institucionalidades. Mas, além disso, há um sentimento de novidade na política com a chegada das candidaturas do MST em todo país e os números finais expressam isso: elegemos sete deputadas e deputados pelo Brasil, entre estaduais e federais. Também ajudou muito a referência de Lula e do PT em nossa eleição. Nossas candidaturas estão diretamente ligadas ao processo de resistência que promovemos
Há um sentimento de novidade na política com a chegada das candidaturas do MST qeq q e qe qwe q qeq
junto ao partido desde o Golpe de 2016, e com a prisão ilegal e injusta do Lula pela Lava-Jato e, quando finalmente ele reconquistou a liberdade, nos provocou a ocupar de mais este espaço na política, com toda legitimidade de uma trajetória que já vínhamos traçando. Outro fator decisivo foi a capacidade de diálogo popular sobre os problemas reais da população, promovido por nossa campanha em todos os rincões do RJ. Tivemos uma militância que abraçou esta missão dia a dia e, coletivamente, promoveu um processo de amplo trabalho de base sobre as questões que afligem o povo e sobre as possibilidades de solução a partir de experiências con-
Foto: Divulgação
cretas que o MST já desenvolve país afora, como a cooperação, a agricultura de base agroecológica, as ações de solidariedade, a comercialização de alimentos com venda direta e a luta por políticas públicas nestes marcos. Por fim, a pauta que apresentamos para chegar à Alerj responde a estes anseios reais da população. O povo não aguenta mais passar fome, ter que escolher se vai almoçar ou jantar, com o cenário de degradação de direitos e aumento do desemprego. Então, quando anunciamos que vamos lutar para que toda família possa, pelo menos, comer três vezes ao dia, ou quando dizemos que seguiremos lutando para reconquistar os direitos sociais perdidos e defender nossa democracia, com maior participação das mulheres na política, isso é uma resposta palpável para a situação que hoje vive as famílias em todo Estado do Rio de Janeiro.
Quais suas expectativas para o novo mandato?
Queremos estabelecer um mandato popular na Alerj, representando o conjunto dos movimentos populares e abrindo a casa do povo para os diferentes segmentos sociais da nossa população. O povo deve se sentir parte do processo político e legislativo e as portas da Alerj serão abertas para isso. Sabemos que isso não será fácil e que há uma série de desafios para dar conta, entendendo o cenário complexo da representação legislativa no Rio de Janeiro, com grande lobby dos interesses empresariais e das milícias ali dentro. Por sorte, poderemos estabelecer um forte arco de aliança com uma bancada de esquerda que sai vitoriosa e ampliada deste processo eleitoral. Como função elementar do parlamento, vamos propor projetos de lei que atendam às demandas reais da população, além de garantir a fiscalização do Poder Executivo e a destinação de emendas para ações que transformem, na prática, a vida das pessoas. E, como sempre tenho dito desde a campanha, nosso mandato será um motor de fortalecimento também das lutas fora do parlamento, nas ruas. A todo tempo, verão uma deputada estadual no meio do povo, encampando marchas, encarando as desigualdades e injustiças de frente.
Temos uma série de propostas que serão levadas ao Legislativo para virarem leis. Seja para combater a fome com alimentação saudável e barata, seja para resgatar direitos corroídos, para afirmar o combate às opressões e a defesa da democracia e para contemplar mais políticas públicas para as mulheres. Uma das principais proposições que logo iremos fazer é garantir que os recursos de R$ 1 bilhão do Fundo Estadual de Combate à Pobreza (FECP) sejam direcionados para seu fim, de modo a ser efetivo instrumento de combate à pobreza que contemple a produção de alimentos, distribuição e geração de renda das famílias em situação de vulnerabilidade. Ainda neste campo, também queremos assegurar, com formas participativas de gestão e controle social, a elaboração de um Plano Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional e a execução do Plano Estadual de Produção Orgânica e Agroecológica – PEAPO (Lei Estadual 8625/2019), com seu financiamento de R$ 20 milhões oriundos do FECAM (Fundo Estadual De Conservação Ambiental E Desenvolvimento Urbano), da Política Estadual de Agricultura Urbana (Lei Estadual 836/2019) e do Plano Estadual de Economia Solidária e do PAA Familiar (Lei Estadual n. 7923/2019). Como tenho dito, ter mais mulheres na política deve significar mais políticas para mulheres. Por isso, vamos apresentar um projeto de programa de incentivo ao primeiro emprego formal de mulheres negras de até 30 anos que nunca tenham trabalhado no regime CLT. São alguns exemplos, dentre as de-
zenas de projetos que pretendemos implementar na Alerj.
O que considera importante destacar após essa vitória nas urnas?
Quero trazer aqui minha gratidão. Foi uma jornada de 45 dias intensos de campanha e temos muito a agradecer. Agradeço a todas aquelas e todos aqueles que me estimularam e provocaram o MST a entrar neste desafio de estar pela primeira vez numa eleição parlamentar. Agradeço a toda companheirada, do MST e de todos os movimentos populares, que assumimos juntos esta empreitada de debater ideias e sonhos, de estar dia a dia trabalhando para construir este futuro de esperança. A todo mundo que se dispôs a ampliar esta aliança e levar às ruas nossas ideias, de combate à fome com alimentos saudáveis, de mais direitos para quem mais precisa, de defesa da democracia e por mais mulheres na política, conquistando, dia a dia, os votos necessários para chegarmos a uma cadeira da Alerj. Nós estaremos trilhando nosso mandato da primeira mulher sem terra deputada da Assembleia Legislativa.