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Geriatria e Nutrologia juntas

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Dr. Emanuel Oliveira fala da importância de procurar um geriatra a partir dos 30 anos

Excesso de telas afeta a saúde das crianças

Alerta para acidentes com queimaduras

Melatonina: mitos e verdades

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UBS Digital: teleatendimento médico será oferecido em 323 municípios Primeiras beneficiadas são cidades na modalidade rural remoto; Campos não está inclusa

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o início de junho, o Ministério da Saúde publicou a Portaria GM/ MS nº 1.355, que institui o projeto Unidade Básica de Saúde Digital (UBS Digital) no âmbito da Atenção Primária à Saúde. O serviço de teleatendimento médico digital será oferecido em 323 municípios brasileiros. Questionada pela reportagem, a Prefeitura informou que Campos não está entre eles.

liberado para Campos.

Por meio de nota oficial, a secretaria municipal de Saúde (SMS) de Campos dos Goytacazes afirmou que o município “não está apto para fazer a adesão à portaria”. Segundo a secretaria, a portaria publicada pelo Ministério da Saúde contempla apenas municípios na modalidade rural remoto. Diante disso, o painel de adesão à portaria não foi nem

Segundo o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, foram investidos cerca de R$ 15 milhões em um programa-piloto que deverá durar 18 meses. Depois desse período, o governo estudará uma forma de ampliar para todos os outros municípios. O ministro afirmou, em entrevista ao programa A Voz do Brasil, da Empresa Brasil de Comunicação, que “é um caminho natural para o Sistema Único de Saúde (SUS), que passará, também, pela transformação digital promovida pelo governo federal”, mas reforça: “A estratégia de saúde digital, ou de telessaúde, não substitui a medicina presencial. Ela é mais uma

ferramenta, uma forma de tornar mais eficiente a atenção à saúde”. Os serviços de atendimento on-line serão realizados nas UBSs (unidades básicas de saúde) e o contato entre pacientes e médicos será mediado por um profissional de saúde local. Os municípios serão equipados com conexão 5G para permitir a realização das consultas e o acompanhamento de procedimentos como, por exemplo, exames à distância. Com a iniciativa, pessoas que necessitam de atendimento médico especializado pelo SUS não precisarão concorrer mais com os atendimentos gerais, que agora passarão a ser realizados via teleconsulta (forma de atendimento clínico utilizado por meios virtuais). Desta forma, pacientes que precisam de cuidados especiais serão mais facilmente direcionados.


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Reforçar cuidados com a saúde após diagnóstico de Covid é necessário Especialistas orientam pacientes para manter acompanhamento médico

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m pouco mais de dois anos de pandemia de Covid-19, somente em Campos dos Goytacazes, 1.831 pessoas morreram por causa da doença, de acordo com o último boletim da Secretaria de Saúde, divulgado no dia 10 de junho. No mesmo relatório, foram confirmados quase 60 mil casos da doença no município. Destes, constam cerca de 50 mil casos de pessoas que se recuperaram dos efeitos do Coronavírus. Especialistas da área de saúde acompanham o comportamento dos pacientes que foram afetados pela doença. Muitos ainda enfrentam seqüelas da Covid e necessitam redobrar os cuidados com o corpo. De acordo com pesquisas desde o início da pandemia do novo coronavírus, os sintomas mais comuns, observados principalmente em pacientes que tiveram quadros graves, e que precisaram de internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) são: fadiga, cansaço, fraqueza, mal-estar, falta

de ar, fibrose nos pulmões e/ou rins; perda de paladar e olfato temporária ou duradoura; dores de cabeça, dores e/ ou fraqueza musculares; dificuldades de linguagem, raciocínio/concentração e memória; distúrbios do sono; depressão e ansiedade; agravamento de doenças preexistentes; complicações mais graves ou muito persistentes após contraírem a Covid-19. Médicos e pesquisadores da área de infectologia alegam que, devido ao processo inflamatório exacerbado provocado pelo Novo Coronavírus, para cada caso é necessário promover junto aos pacientes reabilitação específica para que a recuperação das condições de saúde seja considerada satisfatória. Possíveis sequelas permanentes da Covid-19 ainda são estudadas e investigadas, por se tratar de uma nova doença, e, que, até o momento, só pode ser minimizada e combatida apenas com o uso de vacinas.

Cuidados essenciais Em Campos, por exemplo, de acordo com o mais recente boletim epidemiológico (10/06), o número de pessoas vacinadas com a primeira dose contra a Covid-19 é de 408.373; receberam a segunda dose 355.302 pessoas; a terceira dose 190.659; a quarta dose (imunocomprometidos e idosos 60 anos ou mais) 26.810; e dose única 10.650 pessoas. A cobertura vacinal precisa ser ampliada, pois as doses de reforço garantem mais segurança para quem teve ou não a doença, segundo especialistas. A maior parte dos quadros de sequelas pós-Covid pode ser resolvida com ajuda médica. Pacientes recuperados devem ficar atentar para condições gerais de saúde; incômodos e sintomas intensos e prolongados; e o cuidados após alta hospitalar para que a recuperação seja plena.

Manter uma alimentação saudável é fundamental no quadro pós-Covid. São indispensáveis alimentos como feijão, rico em ferro ele auxilia na recuperação do sistema imunológico. Peixes são ricos em ômega 3, o que reduz processos inflamatórios. Frutas cítricas são ricas em vitamina C, e ajudam na recuperação e manutenção da saúde física. É preciso redobrar o consumo de água e sucos. Organismo bem hidratado ajuda a amenizar dores de cabeça e a eliminar toxinas, além de melhorar as vias nasais, boca e pulmão. Cuidar da saúde emocional também é importante para quem foi acometido pela Covid-19. Buscar apoio de um profissional terapêutico, além de estar em contato com um médico de confiança, reforçam a melhora do aspecto físico e espiritual, a fim de ter mais saúde e qualidade de vida.


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Os perigos do excesso de telas para a saúde das crianças Especialistas alertam para os prejuízos físicos, psíquicos e sociais que celulares, computadores, videogames e afins podem causar

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pandemia do novo coronavírus acelerou a adoção de mediação tecnológica para tarefas do cotidiano, como assistir a aulas, participar de reuniões e fazer apresentações ou mesmo se relacionar com parentes e amigos. Também estimulou a ampliação do acesso ao entretenimento digital, colocando televisões, computadores e celulares no centro da rotina diária não só de adultos, mas também de crianças. Os efeitos dessas mudanças são objeto de debate entre pediatras, psicólogos e outros profissionais que recomendam atenção ao uso excessivo de telas. A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) orienta pais e responsáveis a promover a saúde e o bem-estar de crianças e adolescentes em contato constante com tecnologias digitais. Segundo a entidade, pesquisas têm demonstrado a urgência do tema para a sociedade e a amplitude dos riscos envolvidos, especialmente para o desenvolvimento de transtornos de saúde mental e problemas comportamentais, segundo os atuais critérios do CID-11 sobre dependência digital. A multiplicação do acesso aos vários aplicativos, redes sociais e jogos online direcionados à população de zero a 19 anos requer atenção de todos que têm como responsabilidade lutar em defesa dos direitos da infância e adolescência. Recomendações As novas mídias preenchem vácuos – ócio,

tédio, necessidade de entretenimento, abandono afetivo ou mesmo pais "ultraocupados", muitas vezes, com seus próprios celulares. As consequências, tanto do acesso a conteúdo inadequado quanto do uso excessivo, têm sido constatadas nos relatos de acidentes, abusos de privacidade, distúrbios de aprendizado, baixo desempenho escolar, atrasos no desenvolvimento, entre outros. “Decidimos auxiliar pediatras, pais, responsáveis e educadores a evitar os principais agravos advindos da utilização inadequada das tecnologias digitais e, ao mesmo tempo, estimular práticas saudáveis”, destaca a SBP. Orientações: l Evitar a exposição de crianças menores de dois anos às telas, mesmo que passivamente; l Limitar o tempo de telas ao máximo de uma hora por dia, sempre com supervisão para crianças entre dois e cinco anos; l Limitar o tempo de telas ao máximo de uma ou duas horas por dia, com supervisão para crianças entre seis e 10 anos; l Limitar o tempo de telas e jogos de videogames a duas ou três horas por dia, sempre com supervisão; nunca “virar a noite” jogando para adolescentes com idades entre 11 e 18 anos; l Para todas as idades: nada de telas durante as refeições e desconectar uma a duas horas antes de dormir; l Oferecer como alternativas: atividades esportivas, exercícios ao ar livre ou em

contato direto com a natureza, sempre com supervisão responsável; l Criar regras saudáveis para o uso de equipamentos e aplicativos digitais, além das regras de segurança, senhas e filtros apropriados para toda família, incluindo momentos de desconexão e mais convivência familiar; l Encontros com desconhecidos online ou off-line devem ser evitados; saber com quem e onde seu filho está, e o que está jogando ou sobre conteúdos de risco transmitidos (mensagens, vídeos ou webcam), é responsabilidade legal dos pais/cuidadores; l Conteúdos ou vídeos com teor de violência, abusos, exploração sexual, nudez, pornografia ou produções inadequadas e danosas ao desenvolvimento cerebral e mental de crianças e adolescentes, postados por cyber criminosos devem ser denunciados e retirados pelas empresas de entretenimento ou publicidade. Problemas para a saúde Para a SBP, as experiências adquiridas por crianças e adolescentes por meio das telas — como a aprendizagem da agressividade e intolerância manifesta nos jogos e redes —, se não forem melhor reguladas, terão impacto no comportamento e estilo de vida até a fase adulta. Entre os principais

problemas médicos que podem afetar a saúde da população pediátrica, constam: l Dependência Digital e Uso Problemático das Mídias Interativas; l Problemas de saúde mental: irritabilidade, ansiedade e depressão; l Transtornos do déficit de atenção e hiperatividade; l Transtornos do sono; l Transtornos de alimentação: sobrepeso/ obesidade e anorexia/bulimia; l Sedentarismo e falta da prática de exercícios; l Bullying & cyberbullying; l Transtornos da imagem corporal e da autoestima; l Riscos da sexualidade, nudez, sexting, sextorsão, abuso sexual, estupro virtual; l Comportamentos autolesivos, indução e riscos de suicídio; l Aumento da violência, abusos e fatalidades; l Problemas visuais, miopia e síndrome visual do computador; l Problemas auditivos e PAIR, perda auditiva induzida pelo ruído; l Transtornos posturais e músculoesqueléticos; l Uso de nicotina, vaping, bebidas alcoólicas, maconha, anabolizantes e outras drogas. Crianças pequenas A SBP traz também ressalvas sobre o hábito cada vez mais frequente de oferecer para a criança o smartphone ou celular utilizado pelos pais, como forma de distrair a atenção do bebê. Denominada de distração passiva, a prática é resultado da pressão pelo consumismo dos “joguinhos” e vídeos nas telas, algo prejudicial e frontalmente diferente de brincar ativamente, um direito universal e temporal de todas as crianças em fase do desenvolvimento cerebral e mental.


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Junho laranja alerta para acidentes com queimaduras Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, estima-se um milhão de vítimas por ano no Brasil

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Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) promove, ao longo do mês, a campanha Junho Laranja, que alerta para a ocorrência de acidentes com queimaduras. O objetivo da entidade é propagar orientações para prevenir e reduzir os acidentes com queimaduras, especialmente no ambiente doméstico e com crianças. A proximidade das festas de São João, quando o número de ocorrências cresce devido à exposição a fogueiras e fogos de artifício, também pede cuidado redobrado. Mais de um milhão de vítimas No Brasil, estima-se que por ano cerca de um milhão de pessoas são vítimas de acidentes com queimaduras. De acordo

com os dados do Ministério da Saúde, 77% dos casos acontecem em casa e 40% com crianças de até 10 anos. Na última década, mais de 3 mil crianças, de 0 a 14 anos, morreram em decorrência de acidentes com queimaduras e quase 221 mil foram hospitalizadas. Tratamentos e agravantes As sequelas, quando tratadas inadequadamente, podem limitar e comprometer seriamente a qualidade de vida da vítima. Nos casos de queimaduras mais extensas e profundas, os primeiros socorros e a condução do tratamento são essenciais para garantir a saúde do acidentado. Pacientes que sofreram queimaduras mais profundas só

abandonam o risco de morte quando são submetidos a cirurgias plásticas que reparam as lesões e evitam infecções severas que podem resultar em problemas de saúde ainda mais comprometedores. Álcool líquido — uma ameaça Importante ressaltar que em várias unidades de atendimento, o principal agente causador das queimaduras é o líquido inflamável, em especial o álcool líquido, responsável por até 45% das causas de queimadura. A informação é especialmente importante uma vez que a liberação da venda de álcool líquido foi excepcionalmente autorizada no Brasil, devido à covid-19, aumentando os riscos de acidente. Diante do fato, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica reforça seu apoio ao Junho Laranja e reitera a importância propagar informações corretas sobre a prevenção e a condução do tratamento. A seguir, mais informações sobre como prevenir, o que fazer em caso

de queimaduras e um espectro da dimensão do problema. Números das incidências no Brasil 40,7% dos casos ocorreram com homens 67,7% dos acidentes ocorrem no ambiente doméstico 52% das queimadoras acontecem em decorrência do uso de substâncias quentes 92% dos acidentes domésticos envolvem crianças e adolescentes de 0 a 15 anos * Sobre a SBCP A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica é uma entidade sem fins lucrativos que representa 6.800 cirurgiões plásticos brasileiros e é composta por uma diretoria nacional e por 21 Regionais distribuídas por 20 capitais brasileiras. Há 73 anos por meio do foco no viés científico, promove e aprimora o estudo da cirurgia plástica no Brasil.


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Geriatria e Nutrologia juntas para o envelhecimento saudável Dr. Emanuel Oliveira é especialista nas duas áreas

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esde os anos 40, a humanidade vem vivendo um processo de envelhecimento populacional. Se nesta época a expectativa era de 40 a 45 anos, hoje passa dos 80. A evolução na medicina, tanto em diagnósticos, como em tratamentos e prevenção a doenças, é um dos fatores que contribuem para essa nova realidade, assim como a consciência da importância da prática de atividades físicas. O médico Emanuel Oliveira, geriatra e nutrólogo, explica que, além disso, saneamento básico, água tratada e vacinação em massa também foram fatores fundamentais para a longevidade. “Nos anos 90, a dita geração saúde, que pregava atividade física regular, alimentação saudável, diminuição do tabagismo, também contribuiu para esse processo de envelhecimento”, diz o médico. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), as mulheres vivem mais que os homens. "Elas se cuidam mais, vão ao ginecologista regularmente, se preocupam mais com a saúde. Já o homem tem um desleixo maior. Por isso, acaba vivendo um pouco menos. Nós podemos dizer que o mundo dos muito idosos é o mundo das mulheres”, diz Emanuel. Um mito em que as pessoas acreditam é o de que a genética é fator preponderante para a longevidade, mas, segundo o médico, ela representa apenas de 20 a 30% dos fatores que levam uma pessoa a chegar à terceira idade. “Não é porque você tem um centenário na família que vai viver 100 anos também. Entre 70% e 80% vai depender dos seus hábitos. Alimentação saudável, se manter dentro do peso adequado, a diminuição da bebida alcoólica e do tabagismo, a prática de atividades físicas. Resumindo, é a forma como você vai escolher viver que vai repercutir no seu envelhecimento”, pondera.

Com que idade devo procurar um geriatra? Ao contrário do que geralmente se pensa, é importante procurar um geriatra por volta dos 30 anos, porque o processo de envelhecimento começa muito antes da chegada da terceira idade. “É importante planejar o seu envelhecimento, porque envelhecer nós conseguimos. Nós precisamos é agregar qualidade de vida a esse envelhecimento e a geriatria e a nutrologia podem agregar essa qualidade de vida, fazendo uma avaliação clínica e laboratorial minuciosa do paciente, avaliando a necessidade de reposição de vitaminas, de hormônios, necessidade de alimentação balanceada, do controle adequado do peso, e outras questões”, ressalta o médico.

Composição corporal

O médico Emanuel Oliveira explica que a nutrologia está muito atenta à composição corporal do indivíduo. “Não é ver apenas quantos quilos você tem, mas a qualidade desse peso. Se é formado por massa magra, massa muscular, se é formado por gordura. Às vezes, a pessoa se pesa e acha que está tudo bem. Quando vai ver a composição, percebe que não é exatamente assim”, explica. Para chegar a esse resultado, o exame utilizado é a Bioimpedância, que mede, por meio de uma leve corrente elétrica, a composição corporal, dando resultados referentes à massa muscular esquelética, taxa de metabolismo basal, além de outros resultados. Dr. Emmanuel Oliveira Médico Geriatra | CRM /RJ 52.62931-6

(22) 99996.4137 / 3056.2914 Rua Saldanha Marinho, 458 | Sala 208 | Centro

Ed. Connect Campos dos Goytacazes


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Sensibilidade para tratar Quebra de preconceitos tem levado todos os públicos a cuidar da Saúde Mental

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écadas de estudo e experiência aperfeiçoaram o olhar, a escuta e o entendimento da psiquiatra Lana Maria para diagnosticar e tratar as doenças da mente. O avanço da psiquiatria, associado a um trabalho multidisciplinar e à tecnologia dos medicamentos, tem levado resultados de sucesso aos pacientes. A rotina de atendimentos de Lana é intensa. A médica se divide entre o Hospital Dia (HD) Vila Verde, a Residência Terapêutica voltada para dependentes químicos, seu consultório particular, no Edifício Lumina, e a coordenação do Programa de Saúde Mental do Município Campos dos Goytacazes. A pandemia do coronavírus, decretada em 2020, e suas consequências na saúde da população agravaram o estado emocional de muitos e despertaram o desejo de buscar ajuda profissional. “Hoje, a gente define o tratamento com o paciente e a família. Estar em um ambiente em que ele pode ter um tratamento eficiente e qualidade de vida pode contribuir positivamente para sua saúde. Após a pandemia, tem surgido muito adolescente com transtorno de ansiedade e crises de pânico”, explicou Lana. Ela afirma, ainda, que saúde mental é tratada por pilares. “Não há milagre. A medicação é um dos pilares de tratamento da psiquiatria. A saúde mental é tratada, ainda, com alimentação, exercício físico, psicoterapia, música e espiritualidade. Quando digo espiritualidade é a capacidade de se conectar com o positivo, independente de religião. Isto é um fator protetor de suicídio. A família é outro. O medicamento é coadjuvante, pois ele trata a doença e não a raiz do problema ou conflito, por isso é necessário esta rede de apoio com multidisciplinas”, afirma. Apesar de o psiquiatra não tratar sozinho as doenças da mente, é ele quem tem a prerrogativa de diagnóstico e de tratamento medicamentoso. “O diagnóstico é difícil porque a psiquiatria não tem exames para diagnóstico. É preciso anamnese (entrevista técnica), conversa com paciente, com o familiar, com professores e cuidadores, quando é o caso, e ter em mente que não tem milagres, mas muito trabalho. O diagnóstico é feito a partir de critérios usados no mundo inteiro, com base no Código Internacional de Doenças (CID) e no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), usado para pesquisa".

Lana alerta para a necessidade de desfazer o estigma em torno do profissional. “E isto não é só por parte do paciente. Muitos profissionais de saúde deixam de dar o direcionamento correto ao paciente para procurar o psiquiatra exatamente porque existe este estigma.

Muitas pessoas costumam procurar neurologistas ou somente psicólogos quando precisam de ajuda, mas a psiquiatria evoluiu muito e as doenças da mente são diagnosticadas por nós. Não cabe mais espaço para este tipo de preconceito no Século XXI”, conclui. Sobre a médica Lana Maria mora em Campos há 23 anos. É psiquiatra há 15 anos, titulada pela Associação Brasileira de Psiquiatria e Associação Médica Brasileira. Ela tem especialização em Psicogeriatria, atuando no tratamento das doenças psiquiátricas no idoso. Possui também especialização em Dependência Química, tem MBA em gestão e especialização em Perícia Médica. Lana atua na área da psiquiatria geriátrica, de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), de dependência química e é diretora clínica da Vila Verde, um Hospital Dia de Campos. Além disso, Lana é gerente de Saúde Mental do Município, além de preceptora de Saúde Mental da Faculdade Redentor e mãe de um estudante de medicina. Endereço A Clínica Vila Verde está localizada na Avenida Alberto Torres, 382, no Centro de Campos, e funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. O telefone de contato é (22) 3026-4848 e (22) 99888-1071.


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Melatonina: mitos e verdades sobre o hormônio do sono Substância é responsável por regular o relógio biológico e influencia no bom funcionamento do metabolismo

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organismo humano é regulado principalmente pelos hormônios. Eles são responsáveis pelo funcionamento de órgãos, pela manutenção de funções do corpo e atuam em todos os momentos do dia e da noite. O hormônio responsável pelo sono se chama melatonina. Ele é produzido na glândula pineal, durante o período noturno, e influencia o ritmo de sono-vigília, tendo funções tanto durante o tempo de descanso quanto de atividade. A melatonina atua para nos manter acordados 1. O corpo produz melatonina naturalmente Verdade. O cérebro produz melatonina durante o sono pela glândula pineal. Assim, a melatonina consegue equilibrar os batimentos cardíacos e a pressão arterial, impulsionar a produção do hormônio do crescimento, cuidar de tecidos e músculos, ajudar a liberar radicais livres e relaxar as retinas. O conjunto de todas essas coisas resulta em uma boa noite de sono, que pode ser desfrutada por pessoas que produzem um bom nível de melatonina. Alguns fatores externos podem prejudicar esse nível de produção, como estresse, má alimentação, falta de exercícios físicos e muita exposição a luzes artificiais. Quando o corpo não produz melatonina suficiente, a insônia e outros distúrbios do sono começam a aparecer. 2. Esse tipo de hormônio é mais produzido na parte da noite Verdade. Fechar os olhos, o cair da noite e a diminuição ou ausência de luz ajudam na produção da melatonina. Por isso, gostamos de dormir com pouca ou nenhuma luz acesa. Isso influencia na nossa noite de sono e na reparação das células do corpo.

e dormindo nos períodos certos, o que tem interferência direta no funcionamento do metabolismo e na regulagem do sistema imunológico. Contudo, sua produção pelo próprio organismo diminui com o passar do tempo, principalmente devido à exposição a estímulos luminosos e visuais. Além disso, é comum que pessoas apresentem deficiência na produção natural do hormônio. Por isso, quando algo não vai bem, acredita-se que

seu consumo na forma sintética pode funcionar como tratamento para problemas variados, como insônia, enxaquecas, estresse, ansiedade, irritabilidade, baixa produtividade, obesidade, doenças cardiovasculares e até certos tumores. Contudo, especialistas recomendam cautela no consumo. Abaixo, reunimos alguns mitos e verdades sobre a melatonina para quem busca na prescrição da versão sintética do hormônio tratamento para problemas não relacionados ao sono. Confira:

3. Qualquer pessoa pode consumir melatonina sintética Mito. O hormônio sintético é recomendado para pessoas que sofrem de insônia, pois, assim como a melatonina natural, o medicamento também regula o sono e dá disposição durante o dia. Pessoas que costumam fazer muitas viagens internacionais também podem consumir melatonina sintética durante esse período. Essa exceção à regra é liberada por causa do jet lag, que têm efeitos mais severos em algumas pessoas. O remédio auxilia na adaptação do fuso horário local.

Aqui, deixamos um alerta: nunca tome medicamentos sem prescrição médica.

4. O consumo do hormônio não causa efeitos colaterais Mito. O consumo excessivo pode causar uma série de problemas, como dores de cabeça, fadiga, confusão mental, sonolência de manhã, irritabilidade e modificação na produção de outros hormônios essenciais para o funcionamento do corpo. Também é comum que alguns pacientes relatem o aumento de sonhos durante a noite. Crianças são mais propensas a terem pesadelos, o que pode ter o efeito contrário na qualidade do sono.

5. Existem várias versões de melatonina sintética Verdade. A ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) permitiu o comércio de melatonina sintética em comprimidos, gotas, cápsulas e spray nasal. Quem irá indicar a melhor versão para o seu problema é um médico especializado. Ele saberá qual tipo é mais indicado para você, qual horário é melhor tomar e a quantidade de vezes ao dia, com base no seu diagnóstico e estilo de vida. 6. A melatonina é eficaz em outras doenças, além da insônia e distúrbios do sono Mito. A ciência ainda não conseguiu provar a eficácia da melatonina sintética no tratamento de outras doenças.

Por fim, especialistas lembram que o melhor caminho é sempre buscar ajuda de um profissional da medicina devidamente capacitado.


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As diferenças entre vacinas da rede pública e vacinas da rede privada Entenda por que algumas vacinas são disponibilizadas apenas em clínicas particulares e se elas necessárias

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ntre as primeiras horas de vida e os 10 anos de idade, crianças devem receber pelo menos 12 vacinas, divididas entre 25 doses principais e de reforço. Esses imunizantes são oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e administrados em idades pré-estabelecidas. Porém, é possível que pediatras prescrevam vacinas adicionais, que podem ser encontradas apenas em clínicas particulares. Quando isso acontece, pais e responsáveis podem ter dúvidas a respeito da real necessidade desses imunizantes, já que eles não compõem o calendário básico de vacinação do SUS. Há também aqueles que questionam sua eficácia e a possibilidade de apresentarem menos reações.

Calendário de Vacinação No Brasil, a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) é o órgão responsável por criar os Calendários de Vacinação. O trabalho é feito com base em evidências científicas de estudos realizados em todo o mundo e em conjunto com outros órgãos públicos. Nessa tarefa, os seguintes fatores são considerados: l Capacidade de a criança responder à vacina; l Incidência da doença (por região); l Custo. Vacinação pública versus vacinação privada Quanto à eficácia e necessidade — A maior parte dos pais tem dúvidas quanto à eficácia das vacinas da rede privada. Será que ela sãos mesmo necessárias? O Calendário de Vacinação pública enfrenta um

grande desafio: o custo. E isso não só no Brasil, mas no mundo todo, por isso as vacinas da rede pública são disponibilizadas de acordo com a incidência das doenças. Se uma doença for considerada de baixo risco, sua imunização será descartada. Um exemplo é a vacina pneumocócica. A versão da rede pública oferece proteção contra dez doenças; já nas clínicas é possível encontrar versões com até 30% mais proteção. Nesse caso, o governo opta por uma opção mais barata, que cobre 70% dos tipos de pneumonia, enquanto a rede privada cobra mais caro por uma possibilidade mais completa. Uma situação parecida ocorre com a vacina contra a gripe: a dose dos postos de saúde é trivalente; já a da rede privada é quadrivalente. Fica a cargo dos pais escolher qual vacina o filho vai receber, considerando, é claro, sua condição financeira. Seguindo esse mesmo aspecto a respeito da eficácia, há outras vacinas com diferenças semelhantes. Entre elas, podemos citar as contra o rotavírus e a meningite. O que os pais devem saber é que a SBIm não deixará a imunização de determinada doença de fora do Calendário se ela for considerada necessária. Outro ponto a ser observado é que, mesmo nos casos das vacinas que protegem contra doenças de menor incidência, não significa que essas enfermidades

nunca vão aparecer e fazer vítimas. Por isso, é de extrema importância seguir as recomendações dos pediatras, pois a necessidade de algumas vacinas pode variar de acordo com a região e até mesmo com a época. Reações — Há vacinas fabricadas com agentes atenuados (vivos) ou inativados (mortos) e há as conjugadas (com partes do agente). Em alguns casos, as opções oferecidas pela rede pública são feitas com agentes atenuados, que geram mais reações nas crianças. Como as vacinas da rede privada costumam ser conjugadas ou feitas com agentes inativos, produzem menos reações. Pode-se presumir, dessa forma, que as vacinas das clínicas particulares sempre terão efeitos mais brandos. Isso não é uma regra, pois, como vimos, elas oferecem imunização para mais doenças, o que significa que o sistema imunológico da criança tem que lidar com mais agentes de uma única vez. Como sempre, o ideal é consultar a opinião de um pediatra.


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E a parte que não serve para o seu organismo? O que acontece? É fundamental eliminar as toxinas consumidas e produzidas no dia a dia. Alguns nutrientes em excesso, outros em deficiência, muitos aditivos químicos, emoções desequilibradas, poluição ambiental, entre outros aspectos da vida moderna são fatores de ataque e agressão ao seu organismo. Assim, seu corpo passa a necessitar de maior quantidade dos nutrientes que defendem suas células (antioxidantes) e de outros nutrientes que ajudam na eliminação das toxinas. O desequilíbrio entre “ataques demais” e “defesa de menos” pode acumular essas toxinas no seu corpo, já que sua eliminação está ineficiente, e isso tudo acaba levando a um esgotamento do seu sistema de defesa, enfraquecendo-o muito. Deste enfraquecimento, podem surgir reações alérgicas, reações de auto-agressão (autoimunidade) ou ainda processos inflamatórios por todo o corpo que causam várias doenças como: OBESIDADE, HIPERTENSÃO, GASTRITE, ÚLCERAS, ALERGIAS, DIABETES, CÂNCER, ALZHEIMER.

Alimento: um poderoso agente de saúde Você sabe equilibrar o pH do seu corpo? Você já sabe que depois de comer, ocorre um processo dentro do seu corpo que se chama metabolismo. Alguns alimentos, durante esse processamento interno contribuem com resíduos alcalinos, influenciando diretamente o pH do seu sangue. O ideal é você manter um equilíbrio entre ácidos e alcalinos de modo a ter um balanço final com pH mais próximo do neutro, levemente alcalino. A alimentação moderna rica em alimentos refinados, refrigerante, café, carne e queijos

em excesso, e com poucos alimentos naturais e integrais promove uma acidificação excessiva do corpo, desequilibrando todo o funcionamento das células e gerando muitas doenças. Por isso é tão importante você aumentar o consumo de frutas, verduras e legumes, que em geral, produzem resíduos mais alcalinos, favorecendo assim seu equilíbrio orgânico.

Como melhorar a eficiência de eliminação dessas toxinas? Todas as suas células tem a capacidade de eliminar toxinas, entretanto, os principais órgãos que assumem essa tarefa são: FÍGADO E INTESTINO, pois são eles que passam a maior quantidade de toxinas todos os dias e, por isso, eles têm uma alta concentração de enzimas específicas para este fim. Esse processo é uma BIOTRANSFORMAÇÃO de substâncias tóxicas em outras substâncias menos tóxicas. E essa transformação biológica depende da presença de diversas vitaminas, minerais, aminoácidos e outros compostos bioativos, que devem ser fornecidos através de sua alimentação diária, como por exemplo: l Verduras como acelga, agrião,

couve e brócolis;

l Raízes como mandioca, inhame,

cará, cenoura e mandioquinha;

l Abóboras, frutas, ervas,

sementes e água.


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