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ENTREVISTA
Primeira-dama de Campos dos Goytacazes
Tassiana Oliveira Família em primeiro lugar
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Acostumada à vida política de seu marido Wladimir Garotinho, sabe de seu papel público, mas quer discrição
Girlane Rodrigues
Ela é loura e tem uma beleza típica brasileira. Tassiana Carvalho Eraldes Matheus de Oliveira talvez seja a primeira-dama mais jovem da história de Campos, mas isso não quer dizer inexperiente ou imatura. Aos 38 anos, é mãe de um casal de filhos — Gabriela e Anthony Neto —, já foi empresária e, atualmente, se dedica à educação das crianças e à gestão da vida pessoal e da família. Isso não é pouco ou tudo. Ao lado do marido, o prefeito Wladimir Garotinho, de secretários e assistentes técnicos, Tassiana percorreu as ruas de Campos, em uma abordagem social a pessoas em situação de rua. Nesta entrevista, ela conta como sua história mudou de rumo desde que Wladimir resolveu entrar para a política. Antes, ele atuava apenas nos bastidores, já que os pais, Rosinha e Anthony Garotinho, foram prefeitos de Campos e governadores do estado do Rio de Janeiro. Cristã, Tassiana diz se espelhar na vida feliz e unida dos pais e dos sogros, e tem Deus como sua maior referência. Mas, apesar da vida pública de Wladimir, diz que terá participação discreta no seu papel de primeira-dama, e que não pretende entrar oficialmente na política partidária, acompanhando os passos do marido, como fez sua sogra, ao se tornar a primeira governadora eleita como cabeça de chapa no Estado do Rio, e, depois, ser eleita a primeira prefeita da história de Campos. Já em relação aos filhos, disse não fazer objeção ao futuro que eles decidirem trilhar. Na semana em que borbulham as comemorações pelo Dia Internacional da Mulher, Tassiana fala em sociedade machista e diz que elas ainda têm muito o que conquistar.
No último final de semana, fomos surpreendidos por sua atuação em Campos, numa abordagem social aos moradores de rua. Foi, de fato, seu primeiro ato público desde que seu marido, Wladimir Garotinho, se tornou prefeito?
Na verdade, a surpreendida fui eu. Afinal, eu nunca fui uma pessoa, institucionalmente, pública. Sempre acompanhei o meu marido, na medida do possível, em ações nas quais sinto que posso ser útil. Como esposa do prefeito, é natural que estas ocasiões tenham mais visibilidade.
E nos bastidores da política, de que forma tem atuado?
Nossa vida sempre foi cheia de muitas emoções por conta da política (distância, vida exposta, ausências, ataques, injustiças etc.). Sempre prezo por manter a nossa união. Estar ao lado do povo nos proporciona experiências incríveis e momentos inesquecíveis. Mas, de nada adiantaria vitórias na vida pública e fracassos na vida pessoal. É preciso um olhar atento para manter a estabilidade familiar. Peço muita sabedoria a Deus na condução da minha casa. Temos dois filhos, eles se sentem honrados e sabem que o pai deles tem pouco tempo de descanso e lazer porque trabalha em prol de toda cidade. Quando o Wlad não pode vir em casa, em virtude da agenda muito cheia, o que fazemos? Nós vamos até a prefeitura, nem que seja rapidinho, tempo de um abraço e um “eu te amo”. Assim é minha atuação, estou sempre pronta para lutar junto, sonhar junto, cuidar da nossa casa e da nossa família.
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Quem você tem buscado como referência nessa nova etapa da sua vida? Por quê?
Meus pais vivem uma união linda e inspiradora, assim como os meus sogros. Conduzir uma família unida, verdadeira, de princípios e valores sólidos, em meio às turbulências, é um exemplo a se seguir. Tenho a palavra de Deus como o meu norte. Estas são as minhas maiores referências, Deus e a minha experiência familiar.
Talvez você seja a mais nova primeira-dama da história de Campos. Ocupar essa função já tinha passado por sua cabeça alguma vez?
Não, nunca. Quando começamos a namorar, ser político era uma possibilidade tão distante quanto quase impossível, pois não era um desejo dele. Porém, na campanha de 2008, quando Wlad veio acompanhar a mãe, candidata à prefeita, houve um despertar para a vida política no coração dele. Mas, nem passava pela minha cabeça que um dia ele seria o prefeito. A vida vai se desenrolando de uma maneira, Deus vai nos capacitando para realizar os planos Dele, e as coisas acontecem. Aprovar essa decisão não foi fácil. Mas, compreendi que era uma missão e que o nosso propósito era muiO meu papel como primeira-dama é orientá-lo, dar conselhos, participar e apoiá-lo em seus projetos e ações. Já a minha união, querer estar junto, manter a família unida e estruturada é mais uma questão pessoal e cristã, não tem nada a ver com a política, mesmo sabendo que a soma disso tudo compõe a minha atuação.
Qual o seu maior desafio como primeira-dama de Campos dos Goytacazes?
O primeiro, e maior, desafio é exatamente me ver como primeira-dama. Não se assimila rápido. Entender o estereótipo e tentar exercer a função da forma mais leve possível é o segundo desafio. Vejo mais como a possibilidade de ajudar Wlad, já que estamos mais perto um do outro. Brasília era muito distante.
to maior. A nossa cidade precisa ser cuidada, precisa de uma mudança verdadeira e precisa de uma nova história.
Historicamente, a imagem da primeira-dama ficou marcada no Brasil por meio da Legião Brasileira de Assistência (LBA), implantada em 1942 por Darcy Vargas. Na história de Campos, sua sogra,
Nossa vida sempre foi cheia Rosinha Garotinho, de muitas emoções por conta foi uma das primei ras-damas a se enga da política (distância, vida jar na política. Tanto exposta, ausências, ataques, que alcançou o posto mais alto do estado do injustiças, etc). Sempre prezo Rio de Janeiro, sendo por manter a nossa união. governadora e depois prefeita de Campos
por dois mandatos consecutivos. Como é a relação de vocês? Você também pretende, algum dia, suceder seu marido e ser prefeita de nossa cidade?
Minha sogra é um exemplo para tantas mulheres deste país, imagine para mim. Ela é minha sogra, minha amiga, uma segunda mãe. Quanto a ingressar na política e suceder ao meu marido, jamais. Minha vontade de ajudar as pessoas não tem relação com a atuação político-partidária.
Foto: Arquivo Pessoal Foto: JTV
Você concilia a função de mãe dos seus dois filhos, esposa e ainda encontra tempo para trabalhar, cuidar da saúde e fazer atividade física, como a maioria das mulheres brasileiras. Isso não é mais novidade. Pensa que falta alguma coisa, ainda, para nós mulheres conquistarmos?
Tenho certeza que falta muita coisa para conquistarmos como mulheres. Avançamos muito, mas ainda vivemos em uma sociedade extremamente machista. Quanto a ser multifunção, é a realidade de muitas brasileiras. Conheço mulheres que são verdadeiras escolas de superação de limites.
Almeja para seus filhos que eles se tornem futuros políticos, perpetuando a vocação da sua família, que começou por meio dos seus sogros e depois teve continuidade com seu marido e sua cunhada Clarissa? Aliás, sua sogra foi a primeira prefeita de Campos e primeira governadora (eleita majoritariamente) do Estado do Rio.
Isso só o tempo pode dizer. O coração do hoCampos teve, ainda Marivalda, Ilsan Viana – mem faz planos, mas quem concretiza é Deus. além de Rosinha Garotinho – primeiras-da- Mostrarei para eles todas as opções para o fumas de Campos. Essas foram as que atuaram turo, e o que eles decidirem, apoiarei. A deciativamente na função. Antes delas, outras são é deles.
não eram consideradas engajadas politicamente. Você chegou a cogitar ficar no anoni- E os seus planos para o futuro?
mato? O que espero para o fuMinha sogra é um ex- turo é poder contribuir poente da política na- no aqui e agora, de forcional e eu a admiro. ma discreta, no desenMas, a minha atuação volvimento social da não passa por inge- Não terei função na prefeitura, nossa cidade, junto ao rência administrativa. Não terei função na não terei cargo, não é meu meu marido, além de voltar a me dedicar a alprefeitura, não terei objetivo. Porém, qualquer guns projetos de estudo cargo, não é meu objetivo. Porém, qualquer secretaria que me convidar (...) pessoais. secretaria que me se eu puder ajudar de alguma Nesta Dia Internacioconvidar para participar de alguma ação, e forma, estarei presente nal da Mulher, o que você falaria para as se eu puder ajudar de mulheres tendo em alguma forma positiva e que acrescente, estarei vista sua posição hoje de primeira-dama? presente. Principalmente quando o prefeito me Deixe-nos uma reflexão. convidar (risos). Gostaria de dizer para todas as mulheres que somos capazes de tudo! Quando nos deparaPara o historiador José Fernando Rodrigues, mos com situações difíceis, nos sentimos fraa imagem da primeira-dama é relevante na cas e até paralisadas, mas, com fé e determipolítica tradicional por criar no imaginário nação, conseguimos nos erguer, nos recompor popular a ideia de par, conjunto e família bem e conquistar aquilo que temos em mente e no estruturada. Você concorda com essa afirma- coração. Seja o seu sucesso, faça o bem e semção? Comente. pre tenha Deus como o seu maior conselheiro.
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