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Especial Crise faz doações despencarem

Entidades que prestam auxílios assistenciais não têm recebido ajuda suficiente para atender aos que mais precisam

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Priscilla Alves

Fotos: Divulgação

Desde o início da pandemia do coronavírus, o mundo se viu diante de muitas mudanças. Além da nova rotina de cuidados e isolamento social, a crise financeira também impactou uma grande parcela da população. Um dos efeitos dessa nova realidade é que as instituições e grupos que fazem trabalhos voluntários registraram queda no recebimento de donativos em comparação ao início da pandemia, em 2020. Por este motivo, a ajuda tem deixado de chegar a quem mais precisa. Por outro lado, houve também quem, percebendo as dificuldades financeiras do coletivo, começou a praticar atos solidários isolados durante a pandemia. Felipe Bicudo é um dos exemplos de quem não se acomodou e decidiu contribuir com o próximo. Ele é idealizador do projeto De Coração Aberto que foi criado no ano passado, já durante a pandemia, e doa cestas básicas para famílias necessitadas. “Nós queremos levar solidariedade em forma de alimento para o máximo de famílias necessitadas da nossa cidade. Tivemos essa ideia logo após o início da pandemia, justamente porque percebemos que existiam muitas famílias que ficaram em situação ainda mais difícil nos últimos meses. Sobrevivemos de doações avulsas de amigos e pessoas que tomam conhecimento do projeto e se identificam com a vontade de ajudar”, contou o idealizador do projeto. Desde abril de 2020, o 'De Coração Aberto' já entregou oito toneladas de alimentos para famílias carentes de mais de 15 localidades diferentes de Campos. E para ajudar o projeto a continuar alimentando famílias necessitadas não é preciso muito, afirma Bicudo. “Uma simples ajuda, seja através da doação de uma cesta básica ou até mesmo da divulgação do projeto, é suficiente para propagar o bem e amenizar, mesmo que por um momento, a fome de famílias inteiras”.

Como ajudar o De Coração Aberto

O instagram do projeto é o @de.coracao.aberto e o telefone é o (22) 99944-6414 para quem quiser conhecer mais o trabalho e ajudar o grupo.

Ajuda para pets abandonados diminuiu na pandemia

O autônomo Hugo Teixeira acumula uma dívida de R$ 15 mil contraída nos últimos meses por causa do trabalho voluntário que promove ao resgatar e acolher animais abandonados e vítimas de maus tratos nas ruas de Campos. Ele faz campanhas nas redes sociais para receber doações e conseguir pagar às clínicas veterinárias onde os animais são tratados. Além disso, o projeto social dele, Conservis Resgate, necessita do básico para os pets: alimentos, produtos de higiene, medicamentos para tratamento de saúde dos bichos, além de tempo e carinho para dispensar aos animais. “No início da pandemia, muitas pessoas ajudavam com doações ou oferecendo mão de obra para mutirões de limpeza no nosso espaço, por exemplo. No entanto, nos últimos meses,

De coração aberto | Grupo de apoio assistencial registra baixa na arrecadação de alimentos

Eliete Rosário|Presidente da Liga Espírita que mantém hospital psiquiátrico defende constância nas doações

as doações caíram em 60%”, afirma Hugo acrescentando, ainda que, atualmente, enfrenta dificuldades para manter o trabalho funcionando. “Antes, a gente conseguia desenvolver nossas ações com a ajuda que recebíamos, mas quando as pessoas começaram a sentir as dificuldades econômicas trazidas pela pandemia, aí realmente as doações reduziram muito. Por aqui temos, hoje, 13 animais e, só com ração, a gente gasta em média 30 quilos por semana”, explicou. Além do custo com alimentação, há ainda uma grande demanda por medicamentos para tratar da saúde dos animais vítimas de maus tratos. “Temos uma cadelinha aqui com sarna, que deve ficar até cinco meses em tratamento. Com a falta de doações, a gente está tendo que tirar do nosso bolso, eu e minha esposa porque o animal quando precisa de veterinário, precisa na hora, não dá para esperar. Sem contar que todo medicamento pet é muito caro e ainda temos os custos em clínicas veterinárias com serviços de internação, cirurgias e outros cuidados. Por causa dessas demandas, atualmente, a gente está com uma dívida de cerca de R$ 15 mil”, contou.

Como ajudar a Conservis Resgate O instagram @conservisresgate traz mais informações sobre o trabalho e também o telefone de contato. Doações também podem ser feitas pelas contas: Itaú

Despensa vazia| Após vídeo de apelo viralizar, sociedade de sensibilizou

(Agência 1628, conta corrente 37264-9) e Santander (Agência 1471, conta corrente 010656502). Ambas em nome de Victor Hugo Teixeira Ferreira.

Corrente do bem no João Viana

No início de março de 2021, viralizou nas redes sociais um vídeo em que uma profissional do Hospital Psiquiátrico João Viana mostra a despensa vazia e pede ajuda. O apelo surtiu efeito e, poucos dias depois, a direção da instituição veio a público agradecer pelas doações. Mas um novo alerta foi feito: a necessidade constante por alimentos e outros produtos. Procurada pela reportagem, Eliete Rosário, presidente da Liga Espírita mantenedora do Hospital Psiquiátrico João Viana, informou que as doações foram reduzidas em cerca de 70% durante a pandemia. “Estávamos enfrentando uma situação difícil com essa diminuição da ajuda”, lamentou. A presidente da Liga Espírita lembrou ainda que na ocasião da campanha por alimentos, como a instituição recebeu muitas doações, doou parte para outras instituições filantrópicas “Temos esse hábito de quando a gente recebe muita coisa que a gente sabe que não vai consumir em tempo adequado, a gente logo doa para ajudar mais pessoas”. Apesar de também poder dar continuidade à corrente do bem, Eliete destaca a importância da constância nas doações. “A nossa gratidão é muito grande pela aceitação da comunidade com os nossos apelos, mas eu gostaria de pedir que as pessoas se lembrem das entidades que sobrevivem com muita dificuldade. Nosso consumo diário é muito grande. Só de arroz são 15 quilos por dia, sem contar outros alimentos. São cinco refeições diárias que oferecemos para uma média de 70 pacientes, por isso pedimos para as pessoas não pararem”.

Foto: Silvana Rust

Como ajudar o João Viana

Os interessados em ajudar podem fazer contato pelas redes sociais do hospital (Facebook e Instagram) e no próprio abrigo, que fica na Rua Machado de Assis, 49, no Parque Rosário. O telefone da instituição é (22) 2723-5629.

AloysioBalbi

Com Girlane Rodrigues

Porto do Açu exporta espodumênio pela primeira vez

O Porto do Açu tem, para este mês, a previsão de mais uma operação inédita para exportação através do Terminal Multicargas (T-MULT). O carregamento de 11 mil toneladas do minério espodumênio seguirá para a China. Com esta carga, o portfólio crescente do T-MULT chega a 38 clientes e 14 produtos. Em operação desde 2016, o terminal já movimentou quase 3 milhões de toneladas. Em 2020, inseriu o estado do Rio no agronegócio brasileiro, com algumas operações de fertilizantes e, neste ano, estará na rota para o mercado de grãos, especialmente trigo e milho, que também equilibram a matriz de cargas do terminal (exportação-importação) e otimizam o fluxo logístico já existente como carga de retorno. Para os próximos anos, há a previsão de expansão do Terminal Multicargas, com a ampliação da capacidade de estocagem coberta e expansão do pátio já existente.

Aumenta o número de lojas virtuais em Campos

Aumentou consideravelmente o número de lojas físicas de Campos que apostaram na versão virtual de vendas. Para alguns desses empresários, esse é um caminho sem volta, embora frisem que a loja física vai sempre existir. Mais de 100 empresas de Campos estão operando por meio de canais digitais, segundo estimativa do empresário Ralph Pereira.

É necessário

O atendimento on-line também deslanchou na área da psicologia em Campos. A procura por terapias já vinha crescendo no Brasil e aumentou com os conflitos gerados pela pandemia, como ansiedade, depressão e necessidade de adaptação ao novo. Apesar do atendimento presencial estar permitido por meio de hora marcada, as sessões virtuais estão sendo mais procuradas para evitar a circulação de pessoas nas ruas e aglomerações em consultórios e o resultado é o mesmo, garante a categoria.

Itapemirim poderá patrocinar o Flamengo

Se está difícil para o Flamengo imagine para os outros. O rubro-negro tenta renovar sua cota de patrocinadores. Até agora o que mais avançou foi o diálogo com a Itapemirim Aérea, que pretende fazer voos entre Vitória, Campos e Rio de Janeiro. O presidente do Mengo, Rodolfo Landin, está mais que animado.

Campos deve ganhar duas choperias classe A

Os dois projetos são de empreendedores locais. Uma das choperias deverá ser instalada na BR 101, no perímetro urbano. A outra, bem no Centro de Campos, próximo à Beira-Rio. Tudo para depois que a pandemia passar.

Expectativa de alta no preço do açúcar para a próxima safra.

No ano passado, as duas usinas de Campos produziram R$ 500 milhões com a venda de etanol. Só produziram açúcar para poucas demandas. Mas o açúcar, que é uma commodity, está reagindo. O etanol mantém um excelente preço. Essa tem tudo para ser a safra dos sonhos com uma oferta maior de cana.

Campos poderá ganhar uma faculdade de veterinária

Sobre uma nota publicada há um mês por essa coluna, de que Campos poderia ganhar uma nova faculdade, não se revelou de que. Na verdade, é de Veterinária e a sede é no interior de São Paulo com investidores de Goiás. Mas o local do empreendimento ainda não foi definido.

A bela arte deixada pelo craque Gilberto Assad

O artista plástico e desenhista Gilberto Assad, que morreu na semana passada vítima da Covid-19, deixa um legado artístico para a história. São muitos os trabalhos inéditos que ele produziu nos últimos anos com seus traços peculiares. Figuraça adorável que já faz falta.

Procura-se uma área de mil metros quadrados no Centro de Campos

Os corretores de imóveis estão em polvorosa. Uma rede de atacado de roupas quer aportar no Centro de Campos. O que está pegando é a área. O grupo exige uma de mil metros quadrados, o que é uma coisa rara. É esperar para ver.

'Barca' no Sebrae/RJ levou quase todos os coordenadores

Não foi só Gilberto que foi demitido do Sebrae. Outros coordenadores do órgão, na região, também foram alcançados pela 'barca'. Uma pena, porque o trabalho era bem coordenado.

Opinião Nunca foi tão necessário

Nunca foi tão necessário ser solidário. Como se diz na gíria, se não está fácil para quase ninguém, imagine para aqueles para os quais as coisas sempre foram difíceis? A reportagem Especial desta edição mostra que as despensas das instituições que cuidam e abrigam vulneráveis nunca estiveram tão vazias. Muitos atribuem isso à pandemia implicando nas dificuldades de fazer essas doações quer seja em logística ou na queda do poder de renda das pessoas que antes doavam. Fato é que a pandemia deveria ser uma motivação para essas doações serem intensificadas, porque o leque de vulneráveis se abriu. A jornalista Priscilla Alves mostra esse drama e propõe uma reflexão de toda a sociedade, pois temos uma cultura solidária, uma empatia natural que está apática no momento, talvez pelo estresse a que todos estamos sendo submetidos. Mais do que nunca é preciso doar. Torna-se necessário repartir um pouco do que se tem, com aqueles que nada têm. Não há como ficar apático diante de tanta necessidade. Precisamos ser mais voluntários, mesmo que remotamente, e mais solidários porque, repetindo, nunca foi tão necessário.

Fernando da Silveira - Cronista, advogado e professor universitário

“Se me der na telha, só por gozação vou entrar de smoking no Trianon”. - Dego Areias.

O Teatro Municipal Trianon, inaugurado como Cineteatro, em 25 de maio de 1921 e demolido loucamente em 1975, me deleitava grandemente, quer na minha meninice, quer no meu tempo de rapaz. Tendo também me deliciado com as suas manifestações artísticas, nos meus primeiros anos de chefe de família (como se dizia na época) aqui em Campos. Deveria também lembrar que, quando criança, o meu Pai chegava a me levar ao Trianon até para assistir cantores da estatura de Tito Schipa, porque eu era muito comportado, sem o que seríamos expulsos do maravilhoso local de exibições cinematográficas e teatrais. Sendo pertinente esclarecer que, naquele tempo, para entrar no Trianon, em momentos de exibições fulgurantes, não bastava comprar o bilhete de ingresso ou de meio ingresso, pois éramos examinados cordialmente para verificar se estávamos compatíveis com que íamos assistir. Daí, só possibilitaram a minha entrada no magnífico Cineteatro, porque o chefe dos que tinham esta incumbência era cliente e amigo do meu Pai. Mas, mesmo assim, nos levaram para ficar num local das frisas, em que seríamos vigiados por pessoas prontas para nos expulsar, se eu como criança não me comportasse adequadamente. Anos depois, me tornei assíduo frequentador das matinês cinematográficas do Trianon. E ao fazer o curso clássico no Liceu de Humanidades de Campos, eu e os liceistas Nelson Lontra Costa, Osório Peixoto e Rui de Almeida Nogueira, estimulados por Everaldo Martins, estudante de Direito, que passava as férias em nossa Cidade, criamos o Clube dos Malucos que, no seu auge, procurou brincar com certas pessoas de nariz em pé que frequentavam o Trianon. Resolvemos então, inspirados em Dego Areias, comparecer de smoking (requintado terno de gala com paletó preto e com lapelas) e usando gravata borboleta, a um dos grandes momentos do magnífico Cineteatro. Mas, tendo nos pés tamancos e na cabeça chapéus de palha. Não preciso dizer que não nos deixaram entrar no local em que fulgurava a nossa elite. Tentamos então penetrar, mas sem sucesso, pena Torrinha, isto é, pela Galeria (local de ingresso módico, na parte mais alta do recinto usado) onde os com pouco dinheiro podiam desfrutar dos momentos encantadores propiciados a todos de baixa renda pela genialidade e altruísmo do Dr. Francisco de Paula Carneiro. Sem dúvida, um dos maiores homens de nossa Terra. O que nos levou, já que não podíamos entrar, a ficar na frente do Trianon sentados na sarjeta, meio fio da calçada a acompanhar a rua que passava pelo magnífico Cineteatro, tudo com o propósito de aplaudir as lindas moçoilas que dele iam sair. Apesar da indignação de muitos frequentadores do Trianon, não fomos presos, mas festejados com boas gargalhadas até por policiais. Mas, tendo adiante por pura ousadia passado a viver por conta própria no Rio de Janeiro, atuando como foca (iniciante tentando demonstrar a sua aptidão para o exercício do jornalismo), em alguns jornais da então Capital do Brasil, me distanciei de Campos e do Clube dos Malucos. Foi quando ao longe tomei conhecimento de que o Clube dos Malucos se esfacelara, porque Everaldo Martins, retornando à sua Terra como advogado, tentou usar o grupo de brincalhões como instrumento do Comunismo Internacional. Tendo pelo despropósito, chegado a quase ser agredido por Rui de Almeida Nogueira. Devo lembrar ainda que, ao voltar para Campos, em 1961 e me casar, vez por outra encontrava com os velhos companheiros do Clube dos Malucos. E ríamos muito recordando as nossas maluquices. Algo totalmente oposto ao que vivi como marido e pai afetuoso de família ao me encontrar com o amigo Rui de Almeida Nogueira, exatamente no mesmo dia em que levei o meu primeiro filho para assistir a última matinê do Cineteatro Trianon. Momento de profunda tristeza, que fez com que eu e Rui escondêssemos as lágrimas.

Três meses de Wladimir no poder!

Cláudio Andrade - Cronista, advogado e professor universitário

Eleito com 121.174 votos, o herdeiro dos ex-governadores Garotinho e Rosinha manteve acesa a chama do ‘Garotismo’. Campos dos Goytacazes é hoje a única cidade do Estado do Rio de Janeiro que mantém viva a forma assistencialista de governança, onde o povo é mantido a doses homeopáticas de sobrevida. A diferença de Wladimir para o segundo colocado, Caio Vianna foi de apenas onze mil e oitenta votos o que demonstra, de forma clara, que nem o desgaste do ex-prefeito Rafael Diniz foi capaz de alavancar a candidatura do empresário Wladimir Matheus a ponto de uma vitória arrasadora. A sua gestão completa três meses e há muito pouco para ser comemorado. Isso se deve a uma série de fatores e um deles é a falta de arrecadação. A queda nos repasses dos Royalties e das participações especiais dificulta qualquer planejamento, mesmo tendo Wladimir usado, na campanha, do lema ‘dinheiro tem, falta gestão’. Além disso, a pandemia trouxe consigo mortes, desemprego e desgaste político, quando Lockdown e outras medidas restritivas são tomadas através de decretos municipais. Outro ponto que não avançou um centímetro sequer é a saúde. Tanto as UBSs e os Postos de Saúde continuam sem condições que cumprir o seu papel principal que é o atendimento preventivo para que os hospitais não sejam sobrecarregados. Esse trabalho iniciado na ponta, que deveria ser feito pelo ESF (Estratégia Saúde da Família) ainda engatinha e faz com que algumas doenças avancem, quando se monitoradas no nascedouro, poderiam ser freadas através da atenção básica. O lado bom da gestão é, com certeza, a limpeza pública. Pelas redes sociais é nítido que esse trabalho tem avançado, principalmente no lado de Guarus, área que vem recebendo investimento maciço da Secretaria de Limpeza Pública. Além disso, a abertura do restaurante Popular Romilton Bárbara é outro ponto positivo. Em parceria com o Super Bom e a empresa Águas do Paraíba a abertura desse local de alimentação é de suma relevância, desde que a sua função seja, realmente, dar comida a quem precisa, coisa que não acontecia até 2016, último ano de funcionamento. Também precisa fazer parte do planejamento de gestão, o resgate de dinheiro em locais desconhecidos e não sabidos. Nesse ponto é necessário lembrar que o TCE (Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro) reconheceu a importância da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Previcampos que identificou mais de trezentos milhões de reais desaparecidos e que pertencem integralmente ao servidor público municipal. Necessário também que esteja no planejamento administrativo de Wladimir a continuação do resgate dos empréstimos feito pelo Fundecam (iniciado na gestão de Rafael Diniz), muitos deles, segundo CPI feita na Câmara de Campos, irregulares. Dinheiro esse que também faz parte do erário municipal. São tempos difíceis que requerem muita calma e inteligência ao governar. Aquela cidade de Campos dos Goytacazes, que nos governos dos pais de Wladimir, de Arnaldo Vianna e Mocaiber, onde dinheiro brotava do chão, acabou! Que o atual prefeito possa ter sabedoria para enfrentar com maestria o pesado fardo que optou por abraçar, afinal, que é a cadeira do executivo municipal. Sinônimo de poder e, sim, um acento repleto de muros a serem ultrapassados. Sorte ao prefeito, fé ao povo de Campos! Boa Páscoa!

Para não começar falando de desgra- Evidente que no quadro geral o Brasil já pode-

ças, a boa notícia é que o percentual ria estar bem mais avançado. Mas, considerande vacinados no Brasil vai chegando à do os atrasos nos protocolos de compra de imumarca de 10% da população que rece- nizantes e até mesmo as dúvidas lançadas sobre beram a primeira dose. Fechou março as vacinas – enfi m, a série de erros que retardou com quase 18 milhões – número que a chegada das doses e, consequentemente, o certamente deverá alcançar 20 milhões em me- início do programa de imunização – o Brasil vai ados desta semana. recuperando terreno e, se não faltarem insumos

Ao completar um ano, a Covid bateu todos os recordes e fez de março o pior mês desde o início da pandemia. No fechamento do mês, dia 31, o maior número mortes: 3.960. Considerando o mês inteiro, outro dado aterrorizante: 66.868 vidas perdidas, o que signifi ca mais que o dobro de óbitos registrado em julho de 2020, até então o pior mês da pandemia, quando 32.912 vítimas da doença morreram. Este texto foi escrito na quinta-feira, dia 1º, com advertência de uma corrente de especialistas de que os primeiros dias de abril poderiam ser ainda piores. Outros, entretanto, acreditam que as medidas restritivas adotadas na semana passada – antecipação dos feriados – poderão surtir efeito nesta. Enfi m, vivemos sob uma tempestade de informações desencontradas, medidas e contramedidas, e uma série interminável de projeções – boas e más – que não se confi rmam. Logo, mostra-se como evidência irrefutável que só o avanço da vacinação trará freio à pandemia. Isso, considerando que os imunizantes se mantenham efi cazes às variantes e mutações dos vírus, como acreditam os infectologistas, epidemiologistas, microbiologistas e outros especialistas de diferentes áreas. Campos – A despeito das medidas restritivas mais duras, que associaram lockdown ao período de feriados antecipados, até o fechamento desta edição, na 5ª-feira (1º), a iniciativa visando principalmente tirar a pressão sobre os leitos hospitalares não havia surtido o efeito esperado. Curioso é que mesmo com relativa restrição à circulação de pessoas, ainda se via muita gente e carros nas ruas. Espera-se, entretanto, que a partir da sexta-feira Santa e do fi m de semana haja uma reversão de curva e a taxa de ocupação nas UTIs baixe. É bater em ferro frio, mas não foi por acaso que se chegou a essa situação de infortúnio. Os números assustadores de março revelam a soma de todos os erros, desde incompetência à má fé, que fi zeram que a pandemia se agigantasse acima do suportável. Mandetta errou; Teich nem errou porque sequer falou; e Pazuello foi um desastre completo. Witzel roubou, Dória mirou na próxima eleição e Bolsonaro simplesmente negou e não quis enxergar o tamanho da gravidade da pandemia. Brasil afora, o que se viu foram medidas adotadas, derrubadas por liminares e novamente adotadas. Um fecha e abre sem fi m, desarticulação completa entre estados e municípios e ambos desconectados da União. E grande fatia da população simplesmente dando seu pior, com desprezo as mais elementares medidas restritivas e, até acima do que se via em tempos de normalidade, promovendo aglomerações. Como seria de se esperar, as consequências vieram. Março devastador Narrativa de erros VacinaçãoSÓ ELA PODE VENCER A PANDEMIA Pode parecer pouco, mas equivale a mais que o dobro de pessoas que foram vacinadas em fevereiro, lembrando que a imunização no País começou de forma lenta e desorganizada, em 18 de janeiro. para produção ou vacinas prontas, o País, mantendo a curva de aceleração de março, poderá atingir, antes do previsto, um expressivo percentual de pessoas protegidas e começar a vencer a pandemia.

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