Assunto
Ciência Sempre edição
ISSN 1808 - 8007
Revista da FAPERN - Ano 11 - 2016/2017
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ciência alimentando o brasil Semana Nacional de Ciência e Tecnologia promovida pelo MCTIC/FAPERN realizou diversas ações de popularização da ciência em todo o Rio Grande do Norte Um mundo de pesquisa, cultura e ciência|
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Assunto DIREÇÃO GOVERNO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE Governador Robinson Mesquita de Faria
Fala do Presidente
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Artigos Pesquisadores
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Semana Nacional de Ciência e Tecnologia de 2016
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Coordenadora da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia 2016 FAPERN Lucia Helena Costa de Góis
Artigos dos Alunos
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Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Norte FAPERN
Textos FAPERN
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Secretário de Desenvolvimento Econômico Flávio Azevedo Secretária de Educação e Cultura Claudia Sueli Rodrigues Santa Rosa FAPERN Diretor Presidente Uílame Umbelino Gomes Diretor Científico Laurence Bittencourt Leite Diretor Administrativo-Financeiro Paulo Waldemiro Soares Cunha Diretor de Desenvolvimento Tecnológico e de Inovação Julio Francisco Dantas de Rezende
Centro Administrativo do Estado - Av. Senador Salgado Filho, s/n, Lagoa Nova - Natal/RN. CEP: 59064-901 Telefone: (84) 3232-1728/1729 www.fapern.rn.gov.br acifapern@gmail.com CIÊNCIA SEMPRE 30 Edição Laurence Bittencourt Leite Textos Leandro Menezes e Mônica Costa Fotos Leandro Menezes Lucia Helena Nossa Ciência Julio Rezende Prefeitura de Parnamirim Shirley Feitosa Emerson Nunes Colaboração Leandro Menezes, Júlio Dantas e Rafael Araújo Diagramação Tercerize Editora www.terceirize.com Editorial Editorial - Laurence Bittencourt Leite
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Ciência Sempre
Lucia Helena Costa de Góis Edgard Morya Julio Rezende Nednaldo Dantas Vanessa Matoso Iara Guedes Samuel Gabbay
Editorial
Por que divulgar
a CIÊNCIA?
O interesse pela ciência e o fazer científico não é algo especificamente contemporâneo. Do ponto vista histórico podemos situar na aurora da Era Moderna o seu início. No entanto, na nossa contemporaneidade é visível a diferença entre a produção científica e o pensamento científico ocorrido nos países do chamado primeiro mundo e os que não fazem parte do mesmo. Entendo que o nosso país, mesmo com a globalização, ainda se encontra distante do destaque, do interesse, da proliferação e divulgação da ciência. Como consequência cada ato, gesto, incentivo e recurso que possam levantar e promover a bandeira da ciência em nosso país é mais do que bem-vindo. E foi exatamente o que ocorreu com mais uma edição, na verdade, a 13ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia organizada pelo Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações (MCTIC) do Governo Federal e que no nosso Rio Grande do Norte, entre outras Instituições, contou com o apoio e participação decisiva da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Norte (FAPERN). Com vários eventos realizados a partir de outubro de 2016, a FAPERN por meio da 13ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, deu uma viva demonstração do que se pode fazer para popularizar a ciência e a tecnologia em nosso estado, entre jovens e adultos, entre alunos ainda se iniciando no processo científico e professores já experimentados no campo da pesquisa.
O resultado desses eventos, cujo objetivo principal é o de divulgar e consolidar a importância da ciência e tecnologia pode ser visto agora através dessa edição da Revista Ciência Sempre. Compõe a Revista não só artigos de jovens alunos que começam a dar os primeiros passos no campo do pensamento e produção científico, como artigos produzidos por pesquisadores e cientistas já iniciados. O resultado é altamente promissor. Mas a Revista traz mais. Mostra as ações desenvolvidas, através de fotos e matérias, sobre os fóruns, colóquios, debates e exibições de vídeos, além de visitas as escolas, envolvendo e congregando crianças, adolescentes e adultos nesse universo rico que é a produção de conhecimento e sua divulgação. A ciência e a tecnologia estão presentes no nosso dia-a-dia. O desenvolvimento de qualquer país não se faz sem os aportes que a ciência e a tecnologia promovem. E os benefícios que ambas já trouxeram ao mundo são incalculáveis e inegáveis. Resta cada vez mais a sua popularização. É com esse espírito que a Revista Ciência Sempre foi produzida e está sendo entregue. Cabe a você leitor agora, também, fazer a sua parte, isto é, levar o mais longe essa aventura humana pela busca e divulgação do conhecimento científico. Laurence Bittencourt Leite Um mundo de pesquisa, cultura e ciência|
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palavra do presidente
Uílame Umbelino Gomes, diretor-presidente da FAPERN
A IMPORTÂNCIA DA POPULARIZAÇÃO
DA CIÊNCIA Nos últimos 500 anos da história a humanidade conheceu a revolução científica e tecnológica que conquistou avanços até então inimagináveis Do ponto de vista histórico, este processo começou nos séculos XVI ao XVII, partindo de Nicolau Copérnico, com a explicação das órbitas dos planetas, até Isaac Newton com a teoria da gravitação universal neste ínterim viveram gigantes da ciência como Galileu Galilei na Itália, René Descarte na França e Francis Bacon na Inglaterra que fundamentaram a Metodologia da Pesquisa Científica, decisiva para o progresso da Ciência nos séculos subsequentes. Nos séculos XVIII e XIX ocorreu a industrialização. Com o avanço da química, da termodinâmica e do eletromagnetismo, nasceram às ciências sociais e no Século XX com o advento da Física Quântica, o mundo veio a conhecer a era da eletrônica,da energia nuclear, da informática e da automação, da conquista espacial, da biotecnologia, dos novos materiais, etc. O Brasil ficou fora deste processo porque seu parque de pesquisa e desenvolvimento científico e tecnológico só veio a consolidar-se a partir dos anos de 1950, portanto muito tardio. Na década de 1980 foi decretado o fim da era moderna e começou a surgir o que foi hoje chamado “Sociedade do Conhecimento”. Então, o conhecimento é a grande fonte de riqueza da 4|
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humanidade atual. Por isso, as universidades e os centros de pesquisa são os grandes motores do desenvolvimento da sociedade do conhecimento. No mundo atual o maior fator da geração de riqueza de uma nação é sua capacidade de produzir ciência e tecnologia. A riqueza não é mais basicamente gerada pelo capital estatal, mas pela distribuição do conhecimento gerado através da P&D. Daí a importância da criação de estruturas de apoio e suporte a ciência e tecnologia. O grande mal que assolou o caminho da humanidade, conhecido pela história, foi a guerra, a fome e as doenças. Hoje em dia, a menos a guerra, se morre mais por efeitos de excesso de peso do que pela falta de alimento. Com as doenças praticamente controladas com diagnósticos precoces e mecanismos de prevenção a elas, a longevidade está sendo alcançada. Aí vale a preocupação dos países quando organizam marchas em defesa da ciência, criam-se instituições e leis específicas para proteção da ciência. O Brasil em particular deu um salto muito grande a partir de 1950 quando nossa participação na produção científica mundial era irrisória, chegando hoje a um pouco mais de 3% dessa participação, ainda muito distante de países de-
senvolvidos como Estados Unidos, China, Alemanha, Japão, Inglaterra e França entre outros. Marcamos nossa presença nesta edição da Revista Ciência Sempre, comemorativa a “Semana Nacional de Ciência e Tecnologia”, quando completamos 6 meses a frente da gestão da Fundação de Apoio a Pesquisa do Rio Grande do Norte (FAPERN). Neste período, parte de nosso trabalho tem sido dedicada à solução de pendências da FAPERN junto aos órgãos nacionais de fomento a pesquisa como a Coordenadoria de Apoio ao Pessoal de Ensino Superior (Capes), Ministério da Educação e Cultura
(MEC), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) ambos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações e Comunicações (MCTIC). Outro projeto de envergadura que a FAPERN está participando, é o projeto de implantação do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte (Potypark), liderado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado do Rio Grande do Norte, financiado com recursos do Banco Mundial através do programa RN Sustentável.
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Pesquisadores Artigos
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SNCT/FAPERN-2016 a serviço do Cidadão e da Cidadania Lucia Helena Costa de Góis* Sob à Coordenação Nacional do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), a Fundação de Apoio à Pesquisa do Rio Grande do Norte (FAPERN), em parceria com a Secretaria da Educação e da Cultura do Rio Grande do Norte (SEEC) realizou-se a 13ª edição da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) 8|
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intitulada “Ciência Alimentado o Brasil”. Foram realizados, no período de seis meses, sete eventos que trabalharam na difusão e popularização da ciência, como colóquio, palestras, seminário, feira de ciência, Mostras de Vídeo VerCiência FAPERN e Visitas técnicas orientadas denominadas Portas Abertas. O evento em sua edição SNCT/FAPERN contemplou 2680 pessoas na faixa etária de 01 ano a 75 anos, dentre
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professores e alunos dos três níveis (fundamental, médio e superior) das redes pública, municipal, estadual e privada; gestores de escolas, e instituições de pesquisa como o Instituto Internacional de Neurociência Edmond e Lily Safra/Instituto Santos Dumont (ISD) e o Núcleo de Pesquisa em Engenharia, Ciência e Sustentabilidade do Semiárido (Nupecs). O projeto SNCT/FAPERN-2016 possui potencial de inovação e/ou serviços quando solicitou à Secretaria de Estado de Trabalho, da Habitação e da Assistência Social do Rio Grande do Norte (Sethas) a inclusão de 1200 pessoas da Comunidade do Jiqui/Nova Parnamirim, no Programa Vila Cidadã. Esta iniciativa foi possível devido à participação do Instituto de Assistência Social e Educação (AMAR), organização não governamental, situado no Parque do Jiqui em Nova Parnamirim, município de Parnamirim, nos eventos da semana nacional. Desta forma, a SNCT/FAPERN-2016 tende a ampliar o número de 2680 pessoas participantes para 3880 entre crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos. Em síntese, o Programa Vila Cidadã desenvolve atividades direcionadas à população em situação de vulnerabilidade social ou de extrema pobreza ao propiciar ações de cidadania, lazer, educação e saúde com a participação das demais secretarias do governo do estado. Além dos serviços de emissão de carteiras de identidade (ITEP) e de CPF (Via Central do Cidadão) há atendimento odontológico, de defensoria pública e orientação sobre programas habitacionais. O projeto inicial, SNCT/FAPERN-2016, contemplava somente dois municípios (Natal e Parnamirim); mas a flexibilidade de sua execução,
com o aval do Departamento de Popularização e Difusão da Ciência e Tecnologia/MCTIC, nos permitiu adequações de acordo com as necessidades do público e da estrutura local, quando mais cinco municípios foram inseridos na programação: Macaíba, Mossoró, Caiçara do Rio dos Ventos, Goianinha e Santa Cruz. Para cada município, o evento Portas Abertas: viagens de sensibilização à iniciação científica tinha uma instituição previamente selecionada. O Museu de Minérios, localizado no Campus Natal-Central do Instituto Federal do Rio Grande do Norte, por exemplo, cujo espaço conta com amostra de 1800 peças como argila, ferro e pedras preciosas; recebeu quatro visitações. A Usina Estivas, responsável pelo setor sucroalcooleiro, localizada no município de Goianinha recebeu alunos do ensino médio que acompanharam todo o processo da produção do açúcar que chega a nossas casas. O Instituto Santos Dumont (ISD), localizado no município de Macaíba, desenvolve diversas pesquisas no âmbito internacional e atua no desenvolvimento humano e tecnológico da região; recebeu seis visitações de professores e estudantes do ensino médio. A 13ª edição da SNCT/FAPERN não serviu apenas para ampliar o conhecimento e popularizar a ciência, mas tornou possível a extensão de sua missão quando propiciou a inclusão de uma população estudantil, extremamente vulnerável, o acesso a um mundo de possibilidades, mas também preenchendo as lacunas sociais e de cidadania extensivos às suas famílias. *Coordenadora da SNCT 2016 FAPERN
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BRASIL TEM fome DE QUE? Edgard Morya1 Reginaldo Freitas2 Dora Montenegro3 Resumo O Brasil é uma das maiores economias mundiais, mas ainda enfrenta com dificuldade as desigualdades sociais, educacionais e insegurança alimentar. A Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) promovida pelo Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação (MCTIC) com o tema “Ciência Alimentando o Brasil” foi uma importante oportunidade para promover a divulgação da ciência para o desenvolvimento do Brasil. Durante a SNCT, o Instituto Santos Dumont (ISD) realizou mais de 50 entrevistas com gestores, profissionais de diversas áreas e jovens com o mote “o Brasil tem fome de quê?”. A diversificação de regiões, idade e escolaridade não influencia no interesse comum da sociedade. Um tema fundamental e onipresente em todos os relatos permeia a educação com suas ramificações em diversas áreas para promoção de uma sociedade justa e igualitária. Quando a fome da sociedade se reflete não mais apenas pela necessidade de suprir de alimentos para manutenção fisiológica da vida, há um claro reconhecimento que as condições sociais básicas (educação, segurança, saúde) estão desequilibradas. Não basta apenas saciar a fome do Brasil, é preciso restaurar áreas cronicamente desnutridas antes que atinja um nível irreversível e leve a falência múltipla do Pais. Palavras chave: SNCT, Brasil, educação, cidadania, desenvolvimento. O Brasil está presente entre as dez maiores economias mundiais e desponta como o segundo maior exportador agrícola. Entretanto, isso não impede, infelizmente, que o País enfrente desafios internos para a erradicação da fome e 10 |
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do analfabetismo. De acordo com uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2013), 52 milhões de pessoas apresentaram alguma restrição alimentar ou insuficiência de alimento, e aproximadamente 7.2 milhões de pessoas (adultos e crianças) apresentaram insuficiência alimentar grave ou privação de alimento. A fome, é a expressão mais grave da insegurança alimentar e nutricional. As regiões Norte e Nordeste apresentaram o maior número de domicílios com pessoas em situação de insegurança alimentar (36,1% e 38,1%, respectivamente), enquanto nas demais regiões esse número não passou de 20% (Sudeste teve o menor índice, 14,5%). Norte e Nordeste também apresentaram os maiores percentuais de domicílios com pessoas em situação de insegurança alimentar grave (6,7% e 5,6%, em contradição ao Sul e Sudeste, com 1,9% e 2,3%, respectivamente). Durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) de 2016, as unidades do Instituto Santos Dumont realizaram diversas ações conjuntas em Macaíba/RN e Natal/RN, e uma das atividades realizadas para instigar reflexões foi o questionamento “O Brasil tem fome de quê?”. Esta questão tem vínculo com a alimentação de maneira literal, mas também simbólica, levando os participantes ao questionamento e a reflexão das necessidades fisiológicas do Brasil para suprir suas necessidades básicas e em áreas cronicamente desnutridas que podem entrar em colapso. Mosaico com 50 participantes de diversas áreas de atuação profissional em relatos breves respondendo a questão: “o Brasil tem fome de quê?”. Este vídeo pode ser acessado no endereço https://youtu.be/oeVVcZBOsBE É fundamental garantir o acesso regular e permanente a alimentos de qualidade e em quantidade suficiente para todos os brasileiros, sobretudo em regiões com maior insegurança alimentar,
Artigo como o Norte e o Nordeste do Brasil. Esse é um desafio imediato interdisciplinar que exige disseminação de conhecimento acessível a todos, de modo a estimular o interesse e motivar ações inovadoras eficazes. Para disseminar o conhecimento há necessidade de investimento em educação de qualidade em todos os níveis. A educação é um tema fundamental presente em todos os relatos, suporta e interliga toda sequência de saberes e conhecimentos para promoção de uma
sociedade justa e igualitária. Quando a sociedade exalta que a fome não é apenas por necessidade alimentar básica para manutenção da vida, isto evidencia que as condições sociais básicas (tais como justiça social, educação, segurança, saúde, economia, política, ética) necessitam de atenção imediata . Não basta apenas saciar a fome do Brasil, é preciso restaurar áreas cronicamente desnutridas antes que atinjam um nível irreversível e conduzam à falência múltipla do País.
Referência bibliográfica Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios. 2013. Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura OCDE-FAO Perspectivas agrícolas 2015-2024. 2015. Agradecimentos Ministério da Educação (MEC). Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). FAPERN.
Educação para a vida: ciência como agente de transformação social Edgard Morya1 Reginaldo Freitas2 Dora Montenegro3 Resumo Cada ser humano constrói sua própria história a partir do desenvolvimento de diversas interações com o ambiente. A educação tem um destaque primordial que permeia e sustenta a formação de um cidadão participativo no desenvolvimento da sociedade. A educação para transformação social considera o ser humano não apenas como acumulador de informação, mas sim como um agente ativo que aprende e cons-
trói a partir do próprio conhecimento, e desenvolve soluções para os desafios do ambiente. O Instituto Santos Dumont (ISD) apresentou, na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia promovida pelo MCTIC 2016 com o tema “Ciência Alimentando o Brasil”, diversas atividades de educação e divulgação científica que fazem parte da missão: ciência como agente de transformação social. Estas atividades de divulgação científica na região Nordeste do Brasil são iniciativas importantes, não para transferir conhecimento, mas sim, para possibilitar sua própria construção. Palavras chave: SNCT, Brasil, educação, cidadania, Nordeste Um mundo de pesquisa, cultura e ciência|
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“Enquanto ensino continuo buscando, reprocurando. Ensino porque busco, porque indaguei, porque indago e me indago. Pesquiso para constatar, constatando, intervenho, intervindo educo e me educo. Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e comunicar ou anunciar a novidade” (FREIRE, 1996). Este processo dinâmico entre ensino e pesquisa é fundamental para o ser humano construir permanentemente seu conhecimento. O Brasil apresenta um baixo desempenho no ranking global de qualidade de educação, embora faça parte do grupo das principais economias do mundo. De acordo com o levantamento do IBGE (2013), o rendimento mensal familiar per capita nas regiões Norte e Nordeste é quase a metade do valor comparado com as regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste. Essa diferença ressalta o desequilíbrio sócio-econômico brasileiro que tem implicações no desempenho educacional. A educação é fundamental para diminuir o desequilíbrio sócio-econômico de um País. Entretanto, a educação sozinha não transforma a sociedade, e sem ela tampouco a sociedade muda (PAULO FREIRE). O Instituto Santos Dumont (ISD) desenvolve diversas atividade de educação, nos centros educacionais, na formação de profissionais de saúde e no mestrado em neuroengenharia. Durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia promovida pelo MCTIC 2016, com o tema “Ciência
Alimentando o Brasil”, o ISD divulgou diversas atividades de educação relacionada com o tema “Ciência Alimentando o Brasil”. Entre as inúmeras atividades apresentadas, destacamos algumas: Alunos e professores do Centro de Educação Científica Escola Alfredo J. Monteverde apresentaram estratégias de desenvolvimento de horta com responsabilidade sócio-ambiental, como o corpo transforma o alimento em energia, a construção coletiva de cardápios. O Centro de Educação e Pesquisa em Saúde Anita Garibaldi demonstrou como aproveitar materiais descartáveis do dia-a-dia para cultivar hortaliças. O Instituto Internacional de Neurociência Edmond e Lily Safra possibilitou viajar pelo sistema digestório com realidade virtual de imersão, além de outras formas de conhecer na prática o funcionamento e algumas estruturas. Estas atividades integradas das unidades do ISD são parte da missão de fazer da ciência um agente de transformação social. Estas atividades de divulgação científica na região de Macaíba e Natal/RN são iniciativas para estimular a busca pelo conhecimento, não pelo simples ato de transferir informação, mas por meio da discussão, do desafio para possibilitar a própria construção do conhecimento individual respeitando os diferentes saberes para uma edução para a vida.
Referência bibliográfica Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios. 2013. FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo, SP: Paz e Terra, 1996. Agradecimentos Ministério da Educação (MEC). Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). FAPERN.FAPERN.
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 1 Instituto Internacional de NeuroCiência Edmond e Lily Safra. Instituto Santos Dumont. Macaíba/RN 2 Centro de Educação e Pesquisa em Saúde Anita Garibaldi. Instituto Santos Dumont. Macaíba/RN 3 Centro de Educação Científica Escola Alfredo J. Monteverde. Instituto Santos Dumont. Macaíba e Natal/RN
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O Papel da FAPERN para o desenvolvimento do Rio Grande do Norte Julio Francisco Dantas de Rezende* A Fundação de Apoio à Pesquisa do Rio Grande do Norte (FAPERN) deve assumir um papel de liderança no sentido da popularização e interiorização da ciência, promovendo debates e a aproximação da sociedade dessas temáticas, fazendo-a perceber como a geração de novos conhecimentos pode ser estratégico para o desenvolvimento social, ambiental e econômico. A Semana Nacional de Ciência e Tecnologia 2016 foi uma excelente oportunidade para gerar a aproximação da ciência e tecnologia da solução de problemas sociais, aproximando-se em especial de crianças e jovens, ajudando-se assim
a fomentar uma nova geração de pesquisadores que contribuam para o progresso do país. Nesse sentido, ciência, tecnologia e inovação apresentam como ferramentas de inclusão de crianças, jovens e adultos, trazendo uma mensagem positiva quanto ao nosso futuro. Enfatizamos o papel estratégico do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia realizada no Rio Grande do Norte e desejamos o fortalecimento da educação, ciência, tecnologia e inovação no estado do Rio Grande do Norte. * Diretor de Inovação da FAPERN Um mundo de pesquisa, cultura e ciência|
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A INICIAÇÃO CIENTÍFICA COMO
FERRAMENTA DE INOVAÇÃO PEDAGÓGICA Maurício Lima de Alcântara¹ Liédja Lira da Silva Cunha2 Nednaldo Dantas dos Santos3 No processo de descoberta do adolescente no ambiente escolar surgem inúmeras dúvidas e questionamentos que, ao tentar elaborar respostas e soluções, estes são conduzidos a compreensão de si e do mundo. É necessário que, inserida nesse contexto, a ciência possa ser integrada ao cotidiano da escola e, antes de tudo, transformar o conhecimento em algo não reprodutivo, mas criativo, inovador e original, bem como melhorar as condições de permanente aprendizagem, es14 |
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timulando a aplicação prática de reflexões teóricas por meio de intervenções efetivas na sala de aula. Para tanto, a curiosidade natural e a criatividade do (a) aluno (a) devem ser estimuladas. É importante que este compreenda os fenômenos que ocorrem ao seu redor, possibilitando, assim, a produção de novos conhecimentos, sob condições de permanente aprendizagem. Com o objetivo de discutir neste texto a importância de evidenciar a iniciação científica como ferramenta de inovação pedagógica, defendemos que o docente adote uma postura de professor pesquisador, em seu ambiente escolar, pois desta forma buscará as melhores maneiras
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de atingir os alunos no processo de ensino-aprendizagem. É fundamental que a metodologia científica adotada por este professor esteja integrada ao currículo escolar como princípio educativo e processo em formação, tanto para os professores orientadores/pesquisadores como para os alunos. Entendemos com isso que o método científico se materializa não só pelo saber, mas pelo fazer ciência. Nessa perspectiva da construção do fazer ciência no cotidiano escolar, a abordagem dos conhecimentos de forma interdisciplinar/multidisciplinar é uma possibilidade de ultrapassar os limites que as disciplinas apresentam isoladamente e tornar possível o entendimento entre as áreas do conhecimento, nas quais os temas se complementam e se integram criando sentido. A prática da iniciação científica possibilita a integração entre as várias áreas do conhecimento e garante uma formação completa do educando/pesquisador, pois acreditamos que uma única disciplina dificilmente dará conta de responder a um objeto de pesquisa na sua totalidade. O movimento interativo entre os conhecimentos fortalece a pesquisa e fundamenta teoricamente a investigação. Por essa razão, é de suma importância que os professores dialoguem entre si quando estão orientando os projetos de iniciação científica dos alunos, de forma a buscar fundamentação para as propostas nos saberes do dia a dia, no contexto do aluno, nos quais estes aprendem, constroem e utilizam o próprio conhecimento, construindo o próprio pensamento (CACHAPUZ, 2011; DEMO,1993). No âmbito das escolas públicas estaduais do Rio Grande do Norte, inúmeras ações pontuais dos últimos anos têm se tornado sistêmicas e estimulado inúmeras escolas a participar de eventos de pesquisa. Com a criação da Feira de Ciência, Tecnologia e Cultura, da Secretaria do Estado do Rio Grande do Norte (FECITEC/SEEC), busca-se consolidar, desde 2015, por meio uma equipe de professores, a prática da pesquisa em instituições de ensino superior em parceria com outras instituições que possuem reconhecido trabalho no estado. Estas parcerias são essenciais para que eventos científicos possam ocorrer de forma exitosa.
A FECITEC/SEEC, como uma semente que germina no ceio da rede estadual, assume o desafio de se tornar um grande evento da rede pública de educação básica do estado, que oportunizará aos envolvidos apresentar os produtos do macro campo de iniciação científica e as produções culturais presentes no currículo das escolas do Rio Grande do Norte. O uso da metodologia científica como parte integrante do currículo incentiva a busca do conhecimento por meio da elaboração e execução de projetos, tornando o aprendizado mais efetivo e estimulando a inovação das metodologias de ensino. A aplicação da metodologia científica como diretriz na condução de processos de ensino permite a construção de projetos em diversas áreas disciplinares e multidisciplinares, proporcionando a construção de conhecimentos a partir de problemas identificados no cotidiano, além disso, a iniciação científica estimula a proatividade e o protagonismo dos estudantes, estimulando-os e fazendo-os comprometer-se com suas próprias conquistas intelectuais. O uso da metodologia científica no cotidiano e no contexto do currículo deve ser feito de forma simples e contextualizada, alinhando a estratégia de trabalho com a base curricular proposta pelo Plano Estadual de Educação do Rio Grande do Norte e orientações da Coordenadoria de Ensino da SEEC/RN (Codese). Nesse sentido, o uso da metodologia científica não se caracteriza como superposição de conteúdo ou ações no ambiente escolar. Pelo contrário, por meio do desenvolvimento de projetos de iniciação científica, ela se apresenta como uma ferramenta que potencializa as ações já previstas no currículo da escola, investindo-as de significado, qualidade e dinâmica. Iniciativas de iniciação científica no ensino básico oportunizam jovens a desenvolverem o interesse pela ciência, estimulam o protagonismo intelectual, contribuem para a emancipação e senso de responsabilidade dos jovens e permitem conhecer e desejar oportunidades de acesso ao ensino superior. Em suma, colaboram para a criação de projetos de vida e estimulam o interesse por carreiras, realidade frequentemente distante do horizonte de estudantes de escolas públicas.
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________ * [1] Doutorando do Curso de Pós-graduação em Ciências Climáticas - PPGCC/UFRN [2] Mestra em Estudos da Linguagem - UFRN - e Coordenadora de Pós-Graduação do Instituto de Educação Superior Presidente Kennedy - IFESP [3] Doutor em Nanotecnologia e Coordenador de Pesquisa do Instituto de Educação Superior Presidente Kennedy - IFESP.
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A PUBLICIDADE DE ALIMENTOS:
UMA ANÁLISE ACERCA DA INFORMAÇÃO PRESTADA AO CONSUMIDOR
Vanessa de Azevedo Matoso* RESUMO No mercado alimentício a publicidade se insere como uma forma de repasse de informações e uma técnica de estimulação do consumo. Foi realizado um estudo acerca da publicidade de alimentos, em especial a veiculada por meio dos rótulos e das embalagens de produtos alimentícios, que constituem a primeira impressão transmitida para o consumidor. Foram analisados públicos-alvo específicos desse tipo de publicidade e as suas carências, como também a necessidade da realização de uma publicidade fiel ao produto vendido. Diante disso, foi constatado que a publicidade presente em rótulos e embalagens de alimentos deve ser encarada como um veículo de informação, e por isso deve observar as balizas legislativas para a sua prática, respeitando o Direito à Informação e a normativa consumerista. Quando o fornecedor não atende aos preceitos dispostos no Código de Defesa do Consumidor e nas leis esparsas, ele pratica uma publicidade enganosa ou abusiva, considerado crime contra as relações de consumo. Esse tipo de prática nociva, no âmbito alimentício pode ocasionar danos 16 |
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à saúde e segurança dos consumidores, devendo então o fornecedor ser responsabilizado. Diante disso, a prática da publicidade, que busca orientar o consumo, criar necessidades e ampliar a demanda, deve ser exercida com cautela. Ficando então, evidenciada a necessidade dos fornecedores veicularem uma publicidade que apresente as informações necessárias, de forma clara e ostensiva, como também a importância dos consumidores fiscalizarem. Palavras-chave: Publicidade de Alimentos; Rótulos e Embalagens; Direito à informação. Alimentação é uma necessidade diária dos seres humanos que vivem em sociedade. Nos dias atuais são encontrados cada vez mais produtos industrializados, comprados prontos, onde o consumidor nem sempre consegue de forma lógica interpretar os ingredientes que nele estão presentes, necessitando de um número maior de informações. Juntamente com isso, cresce a cada dia o número de enfermidades associadas com a alimentação, aumentando assim a necessidade de informação, pois envolvem riscos à saúde dos consumidores. Assim, cabe ao direito contribuir para promover a segurança no comércio de alimentos. Os rótulos e a embalagens constituem o primeiro elo entre os consumidores e o produto a ser adquirido, a rotulagem dos produtos alimentícios se configura como uma ferramenta de grande relevância na decisão de compra por parte do consumidor. Desse modo, quando não são prestadas as devidas informações, ou mesmo quando estas são falsas, por não condizerem
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com a realidade, o consumidor se torna suscetível a riscos que podem atingir a sua saúde. Para que se fale em publicidade nas relações de consumeristas é necessária existência de uma relação de consumo, e para isso deve existir a presença dos três elementos caracterizadores dessa relação jurídica, ou seja, o consumidor, o fornecedor e o produto/serviço. A publicidade tem cunho comercial e pode ser considerada uma forma de comunicação, que almeja promover o fornecimento de bens e/ ou serviços, e tem como objetivo ampliar a demanda, orientar o consumo e criar necessidades. Acerca da publicidade, cabe destacar dois tipos de práticas que interferem diretamente no exercício da vontade do consumidor e constituem crime de acordo com o Código de Defesa do Consumidor: a enganosa (a prática dos fornecedores de uma publicidade que visa ludibriar e persuadir os consumidores) e a abusiva (apresenta em sua mensagem uma deturpação dos valores sociais). É importante mencionar a existência do Direito à Informação, onde o consumidor possui o direito de ser informado, assim como o fornecedor tem o dever de informar. Nesse sentido, deve o fornecedor (detentor da informação) apresentar informações verdadeiras e de fácil acesso acerca do produto que está sendo posto à venda, de forma clara e precisa, e isso, engloba a publicidade que está presente nos rótulos e embalagens dos produtos alimentícios. É papel dos rótulos e das embalagens dos produtos informar o consumidor. Para tanto, eles devem conter diversas especificações estabelecidas pela legislação, dentre elas a denominação do produto (identificação do produto); a origem do alimento (identificação do fabricante, com razão social e CNPJ, local de fabricação e SAC); a quantidade do produto (em gramas e quilos ou mililitros e litros); o lote (número presente na embalagem que representa o controle da produção do determinado alimento); o prazo de validade; as condições de armazenamento e uso; e se o
produto é light (redução do valor energético ou de algum nutriente de um alimento em comparação com o original) ou diet (aqueles especialmente formulados ou processados, tendo seu conteúdo modificado para atender às necessidades nutricionais de pessoas em condições metabólicas e fisiológicas específicas). Além disso deve conter a da rotulagem nutricional, que é toda descrição que visa informar o consumidor acerca das propriedades nutricionais de um alimento, e compreende tanto a declaração de valor energético, como de nutrientes (estes devem ser apresentados em ordem decrescente de acordo com a quantidade presente no produto). Alguns consumidores fazem parte de grupos específicos que possuem restrições alimentares, portanto não podem ingerir certos alimentos sob o risco de sofrerem graves consequências, e necessitam de informações específicas de fácil acesso. Alguns exemplos são: os celíacos (possuem intolerância ao glúten); intolerantes a lactose (possuem intolerância ao leite de vaca e seus derivados, assim como outros produtos lácteos, pois não conseguem digerir tal alimento). Visto que o consumidor é a parte vulnerável nessa relação de consumo, tais medidas são tomadas com o intuito de resguardar a saúde e integridade física do dele, assim como respeitar o direito à informação. Estas medidas são de suma importância quando se trata da comercialização de produtos alimentícios, uma vez que quando feita de forma incorreta ou insuficiente, causa danos à saúde e integridade física do consumidor. Assim, o presente estudo mostra-se como um instrumento para conscientizar os consumidores, no que se refere à publicidade alimentícia, trazendo noções básicas de responsabilização pela publicidade veiculada nos rótulos e embalagens dos alimentos, para que seja possível cobrar dos fornecedores o cumprimento das normas dispostas nas normativas consumeristas. É fundamental a fiscalização por parte do consumidor para que os seus direitos de informação sejam asseguradas.
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________ * Vanessa de Azevedo Matoso. Advogada; Bacharel em Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN; Formada em Gastronomia pela Universidade Potiguar - UNP. Esse artigo constitui um resumo da monografia apresentada à UFRN, sob o título: A publicidade de alimentos: uma análise acerca da informação prestada ao consumidor.
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PROCESSO HISTÓRICO DE CONSTITUIÇÃO DO CONESAN/RN DESTACANDO A CONSTRUÇÃO DO MARCO LEGAL (LEIS) E IMPLICAÇÃO COM A CONSTRUÇÃO DO SISAN Iara Lúcia Vaz Guedes* RESUMO A constituição de um Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional, a nível local, tem enorme relevância, pois constitui um dos marcos iniciais que instaura a política de segurança alimentar e nutricional tão necessária no combate à pobreza, contribuindo de maneira decisiva na redução das desigualdades e da exclusão. O Conselho de Segurança Alimentar pode contribuir decisivamente, através de sua atuação na formulação de políticas públicas focadas na resolução dos problemas existentes, além é claro, da aplicação eficiente dos recursos destinados a essa área, especificamente. Dessa maneira pretendemos aqui expor de maneira objetiva o processo histórico de construção do Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional do Estado do Rio Grande do Norte – CONESAN/RN, que tem atualmente a importante missão de fomentar a política nacional de segurança alimentar no âmbito estadual, bem como assessorar a implantação dos conselhos municipais locais. O trabalho tem início através da conceituação dos aspectos que permeiam a discussão de SAN e DHAA, como pobreza, fome, nutrição, renda e insegurança alimentar. Trata-se um pouco da história da criação do CONSEA Nacional e seus desdobramentos, até desembocarmos na criação do CONESAN/ RN, atual CONSEA/RN. Palavras-chaves: Segurança. Alimentar. Nutricional. CONSEA. CONESAN.
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A alimentação é o primeiro degrau constitutivo da dignidade humana. Ela é um direito elementar e sagrado. Sem se alimentar adequadamente nenhuma pessoa é capaz de produzir, de sonhar direitos mais elevados, de se desenvolver. Sem alimentar seu povo nenhuma nação se põe de pé. Só se forma como pátria a nação que acolhe todos os seus cidadãos nos direitos elementares e estimula o desenvolvimento coletivo e inclusivo (ANANIAS, 2008). Para que se possa entender a importância das políticas públicas relacionadas à segurança alimentar e nutricional, é necessário antes de qualquer coisa, compreender os conceitos que abrangem essa discussão: A pobreza constitui-se na falta ou na insuficiência de renda que pode privar as pessoas do acesso à alimentação, saúde, moradia, educação, vestuário, lazer, segurança, ou seja, são privados dos meios capazes de lhes dar uma vida digna. A fome pode ser definida como um conjunto de sensações provocadas pela privação de nutrientes que incitam a pessoa a procurar alimentos e que cessam com a sua ingestão. Ela ocorre quando as pessoas não conseguem obter alimentação diária em quantidade suficiente para suprir as necessidades de energia requeridas para a manutenção de seu organismo, considerando suas várias atividades físicas normais (CONTI, 2009). A desnutrição decorre ou da insuficiência de nutrientes (subnutrição) ou da ingestão inadequada de nutrientes (má nutrição). Dados do PNAD mostram que nas regiões Norte e Nordeste do Brasil são elevados os índices de desnutri-
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ção, enquanto que no Sul e Sudeste imperam os casos de má nutrição com muitos casos de obesidades e consequentemente doenças correlacionadas a eles como diabetes e hipertensão arterial, por exemplo. A insuficiência de renda em conjunto com os baixos índices de escolaridade ainda é o fator preponderante que leva a falta de acesso aos alimentos por parte de uma grande parte da população brasileira que vive em situação de fome e pobreza extrema, logo perfazem os índices de desnutrição ou de subnutrição do País. A insegurança alimentar pode acontecer de três formas: quando a família se preocupa não conseguir a alimentação no futuro, quando a família necessita ir reduzindo a quantidade e a variedade de alimentos para que não venham a faltar na mesa, ou ainda quando a pessoa ou a família passam fome. Com base nestes conceitos é possível percebermos que a questão da segurança alimentar e nutricional é bastante ampla e complexa, envolvendo questões de cunho econômico e social. Podemos afirmar também que as causas de fome e de pobreza no Brasil não têm como causa a definição preconceituosa que por muito tempo se alimentou no ideário popular de que quem passava fome era preguiçoso e não queria trabalhar. Ao contrário disso ele remete ao problema da desigualdade estrutural e da má distribuição de riquezas e de renda. Partindo desse entendimento podemos compreender que é preciso uma política nacional séria de segurança alimentar e nutricional. Uma ação de governo com apoio da sociedade civil organizada, que busque a redistribuição de terra (reforma agrária), geração e distribuição de renda, fortalecimento da agricultura familiar e acesso aos recursos produtivos e acesso aos recursos hídricos. A nível mundial temos como marco inicial na questão da segurança alimentar a emergência dos direitos humanos econômicos, sociais e culturais, contemplada na Declaração Universal dos Direitos Humanos, onde surgiu a noção de Direito Humano à Alimentação (DUDH, art. 25). Outra iniciativa importante foi a criação da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO).
Em 1970 a FAO promoveu a I Conferência Mundial de Segurança Alimentar que acentuou a importância do estímulo à produção agrícola para aumentar os estoques e a disponibilidade de alimentos diante da crise mundial de alimentos e do crescimento populacional mundial. O efeito decorrente dessa iniciativa ficou conhecido como revolução Verde, onde se estimulava a mecanização agrícola e o uso intensivo de produtos químicos e agrotóxicos, prática que se expandiu nas décadas subsequentes. O Governo Brasileiro tem investido bastante nesse sentido e um importante marco foi à criação do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional - CONSEA em 1993, que apesar de desativado durante algum tempo ressurgiu em 2004 com a tarefa de introduzir a SAN na agenda pública de nacional e nas políticas públicas a serem implementadas pelo Governo Federal. Acompanhando a tendência a nível federal, o Governo do Estado do RN, em 26 de março de 2003, através do Decreto Estadual n.º 16.799, cria o Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional do Rio Grande do Norte (CONESAN – RN). Em 25 de agosto de 2010, através do Decreto nº 7.272, foi regulamentada a Lei nº 11.346, de 15 de setembro de 2006, que cria o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional – SISAN com vistas a assegurar o direito humano a alimentação adequada, institui a Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional – PNSAN e estabelece os parâmetros para a elaboração do Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional. O CONSEA – RN, Órgão Público Colegiado, de caráter deliberativo e integrante da estrutura desconcentrada da Secretaria de Estado do Trabalho, da Habitação e da Assistência Social (SETHAS) até pela própria constituição e natureza de suas ações tem estreita ligação com o Governo do Estado do RN, e dele depende até financeiramente para o desenvolvimento de suas atividades, já que não possui nem orçamento e nem dotação própria. A maior luta do Conselho é a concretização das ações delimitadas no Decreto nº 22.416 e na proposta de Regimento Interno, que conUm mundo de pesquisa, cultura e ciência|
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duzirá ao objetivo maior que é a erradicação da fome e da miséria no Estado do RN, tarefa essa que será possibilitada quando da criação dos Conselhos Municipais. Pode-se apontar como resultados positivos da gestão do Conselho principalmente o fortalecimento das ações de controle social das políticas públicas de SAN no Estado do RN, a melhoria do
nível de conhecimento da realidade do Rio Grande do Norte no tocante à construção do SISAN por parte do Conselho Estadual e a qualificação de centenas de pessoas sobre o SISAN no estado, ampliando o conhecimento sobre políticas públicas de segurança alimentar. Porém, ainda tem como principal desafio a Aprovação do Marco Legal no RN – LOSAN E CAISAN.
Referência bibliográfica CONTI, Irio Luiz. Segurança Alimentar e Nutricional: Noções Básicas. Passo Fundo: IFIBE, 2009. DECRETO ESTADUAL Nº 16.799, de 23 de março de 2003. Diário Oficial do Estado – 27/03/2003. DECRETO ESTADUAL Nº 22.416, de 01 de novembro de 2011. Diário Oficial do Estado – 02/11/2011. Relatório da III Conferência Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional do Rio Grande do Norte. Natal, 2011. Segurança Alimentar e Nutricional: Trajetória e Relatos da Construção de uma Política Nacional. Brasília/DF: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, 2008. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________ * Possui graduação em PSICOLOGIA pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (1996). Atuou como administradora de Projetos no Núcleo de Estudos de Brasileiros-NEB e Agência Brasileira de Desenvolvimento Sócio Ambiental-ABDA (2005/2010). Tem experiência com Projetos, especialmente com ênfase em Educação, Economia Solidária, Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente. Conselheira Suplente do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional do RN-CONESAN/RN no período de 2012 a 2014. Graduação em DIREITO (2013) pela Faculdade Maurício de Nassau, onde foi Monitora da disciplina FILOSOFIA DO DIREITO (2009). Consultora CERNE da ANPROTEC para atuação em Incubadoras de Empresas desde 2012, atuando na Incubadora de Cooperativas e Empreendimentos Populares – INCOPE, na Incubadora Tecnológica do Campus Natal Central do IFRN – ITNC e na Incubadora Tecnológica de Mossoró – ITMO.
DO DIREITO NATURAL SIMBÓLICO EM NUREMBERG A SUA VIOLAÇÃO NO PÓS-GUERRA CONTRA OS SOBREVIVENTES DO HOLOCAUSTO Samuel Max Gabbay* AApós a segunda guerra mundial, todos saímos menos humanos, mais animais. Mas, da profundeza das trevas, é quando a luz se torna mais forte. Foi, a partir destes acontecimentos que 20 |
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construímos nossos conceitos de direitos humanos, de respeito à vida, de igualdade. Neste contexto, no período, a Conferência de Postdam, resolveu julgar os principais criminosos de guerra nazistas, no “Tribunal de Nuremberg”. Julgamento este que teve um embate legal, uma
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vez que as atitudes criminosas contra a humanidade, eram consideradas legais pelo ordenamento jurídico alemão. O promotor Robert Jackson, apresentou a acusação, em 1945, proclamando o que era esperado pela civilização com aquele julgamento, colocando as forças do direito internacional, seus preceitos, suas proibições e, acima de tudo, suas sanções ao lado da paz, para que homens e mulheres de boa vontade, em todos os países, possam ter “a liberdade de viver, sem depender da permissão de ninguém, sob a proteção da lei”. Ou seja, para punir – a meu ver, devidamente – os criminosos de guerra, a Conferência de Postdam, bem como, a promotoria do Tribunal de Nuremberg – fizeram um discurso, proclamando um marco civilizatório mínimo, com respeito à dignidade da pessoa humana, do direito natural, da moral, e até mesmo, de um mínimo existencial. O que foi louvável, e permitiu que, a partir daí se reforçasse as bases dos denominados “Direitos Humanos” que estavam surgindo no mundo. Assim, baseados no Direito Natural, na Moral, se estabeleceu um padrão para julgar os criminosos de guerra, se estabelecer uma ruptura ao sistema de perpetração de violações a dignidade humana. Este, então, simbolicamente, seria o novo patamar civilizatório alcançado e estabeleceria um novo padrão de conduta, correto? Errado. A verdade é que, o pós-guerra, foi sofrível aos sobreviventes dos campos de concentração. Os Aliados, ou seja, aqueles que estavam na Conferência de Potsdam, ou se omitiram na restauração do direito destas pessoas, ou, ainda, permitiram novas violações aos direitos destes indivíduos, os colocando em novos campos de concentração. Agora, e o pós-guerra para estes prisioneiros? Como foi? Qual a preocupação do mundo para com eles? Eis o ponto que se demonstra, que a preocupação com os crimes perpetrados pelos nazistas, era meramente simbólico em Nuremberg, já que nada se fez para restaurar os mesmos e, se continuou cometendo delitos similares.
Os presos ao serem liberados dos campos de concentração estavam em condições de subnutrição, com corpos esqueléticos. Desta forma, acreditem, as pessoas que saíram dos campos de concentração nazistas, foram enviadas para novos campos de concentração como apátridas. Desta vez, em condições melhores, mas, mesmo assim, campos, onde não teriam liberdade de ir e vir, e não poderiam sair. Em nome da ordem, e de uma soberania, se mantinha os sobreviventes presos, sem documentos, sem poder descobrir se teriam familiares vivos ainda. Ademais, os bens confiscados destes sobreviventes não era devolvido. Os aliados, tão preocupados com a justiça simbólica do julgamento de Nuremberg, esqueceram, de garantir o direito mínimo dos sobreviventes de retomarem os seus bens. Muitas vezes, os próprios governos nacionais estavam com a posse de bens que, sabidamente, pertenciam a vítimas vivas dos campos de concentração, e se recusavam a devolver os mesmos.Esqueceram, de permitir que eles reconstruíssem a vida, com condições mínimas. Assim, como se pode perceber de todo o exposto, o Tribunal de Nuremberg foi sim um passo importante, no estabelecimento dos Direitos Humanos e, utilizar o Direito Natural e a moral foi excelente caminho utilizado para legitimar as punições aos criminosos de guerra. Contudo, foi um mecanismo simbólico, e esqueceram de efetivar materialmente os direitos mínimos dos sobreviventes do Holocausto, ao deixar eles presos em campos de concentração e ao não devolver os bens apreendidos ilegalmente deles, ou, sequer, indenizar os mesmos naquele momento histórico. Ao contrário, criaram dificuldades para devolver os bens, mesmo com provas de propriedade do mesmo. Afinal, a noção de humanidade, seria melhor aplicada ao “inimigo vencido”, e não, as vítimas dos quais agora os aliados eram responsáveis, ou, aos bens que eles teriam de devolver. O estabelecimento dos Direitos Humanos, baseado na moral, no Direito Natural, foi apenas simbólica para um julgamento, não efetiva para quem mais dele precisava, as vítimas.
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________ * Doutorando em Ciências Jurídico-Económicas na Faculdade de Direito da Universidade Clássica de Lisboa. Mestre em Direito Constitucional na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (2012).
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Atividades da Semana Nacional
movimentaram diversas regiões do Estado
Com a missão de popularizar a ciência e mostrar a sua importância para o desenvolvimento do Brasil, a Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Norte (FAPERN) que foi uma das instituições contempladas com recursos do Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), organizou a 13ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) de 2016, cujo tema desta edição foi: “Ciência Alimentando do Brasil”. Dentre as ações que foram realizadas ocorreram palestras, fóruns, colóquio, mesas redondas, exibição de vídeos e visitas técnicas das escolas estaduais a diversos locais que trabalham com a temática de alimentação, como: indústrias, engenhos, plantações e outros locais. Ao todo a Semana atingiu 2680 entre profes22 |
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sores, gestores de escolas, alunos e sociedade em geral. As ações foram realizadas em sete municípios do Rio Grande do Norte (Natal, Macaíba, Mossoró, Parnamirim, Caiçara do Rio do Vento, Goianinha e Santa Cruz), sempre com parcerias enriquecedoras tanto para os estudantes, quanto para a nossa equipe.
Evento
A Semana Criada em 2004 pelo Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovação (MCTI), a SNCT tem por finalidade de promover e difundir a ciência no Brasil e estimular a participação popular no
Cláudia Santa Rosa, Secretária de Educação e da Cultura do RN
Abertura
que remete às ações ligadas à Ciência, Tecnologia e Inovação (CTI). Em 2016, a Semana aconteceu em todo o Brasil entre os dias 17 à 23 de outubro.
Uílame Umbelino Gomes, Diretor-presidente da FAPERN
A cerimônia de Abertura da SNCT promovida pela FAPERN, teve como tema: “Ciência Alimentando do Brasil”, o evento que contou com a participação da secretária de Educação e da Cultura do Estado do Rio Grande do Norte (SEEC), Cláudia Santa Rosa, dos diretores da FAPERN, Uílame Umbelino Gomes (presidente); Laurence Bittencourt (científico) e Julio Rezende (inovação) e da coordenadora da SNCT pela FAPERN, Lucia Helena Costa de Góis. No evento o diretor presidente da Fundação falou sobre a importância da dedicação aos estudos para o público que era composto em sua maioria por alunos e professores da rede pública de ensino: “A educação é um fator primordial para o desenvolvimento de uma sociedade”, afirmou Umbelino. Sobre a importância desse tipo de ação em prol da sociedade, o presidente da FAPERN afirmou: “Precisamos investir em políticas e ações de Ciência, Tecnologia e Inovação (CTI), pois essas ações é que valoriza o ser humano e as grandes nações”. Já a secretária da SEEC falou sobre a Se-
Professor Luiz Carlos Guilherme, da Embrapa
mana e os seus benefícios: “A importância da SNCT faz com a sociedade acredite e trabalhe em favor das políticas de CTI, acreditando no aprimoramento das inovações e na busca de soluções para os dilemas do cotidiano”. Após a fala das autoridades ocorreram duas palestras. A primeira foi proferida pelo professor do Instituto de Neurociência de Natal (INN), Edgard Morya, que falou sobre: “Neurociência do paladar: da psicofísica ao comportamento” e mostrou ao público como ocorre as interações no paladar no ato da alimentação. A segunda palestra foi proferida pelo pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Luiz Carlos Guilherme, e sua palestra teve como tema: “Ciência Alimentando o Brasil: 1000 Sisteminhas e o empreendedorismo como ferramenta de combate a fome e a pobreza”. O pesquisador abordou a temática sobre o método conhecido por “Sisteminha”, que auxilia o pequeno produtor e seus familiares a sempre obterem sustento e renda de acordo com as culturas produzidas.
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Entrevista
Método de combate à fome é apresentado em evento da FAPERN Pesquisador da Embrapa falou do Sistema criado para o combate à fome e incentivo ao empreendedorismo para agricultores familiares
Esteve presente na abertura da Semana promovida pela FAPERN, o pesquisador Luiz Carlos Guilherme, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), responsável pelo Sistema Integrado de Produção de Alimentos (Sisteminha). Com a palestra intitulada, “1000 Sisteminhas e o empreendedorismo como ferramenta de combate à fome e à pobreza”, o pesquisador falou da importância desse método, para combater a fome no Brasil e principalmente na região Nordeste. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a insegurança alimentar grave, ou seja, a falta de disponibilidade e/ou acesso das pessoas aos alimentos, afeta cerca de 7,2 milhões de brasileiros. O sistema desen-
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volvido pelo pesquisador da Embrapa em 2011, consiste na produção integrada de alimentos, através de rodízio de produção de frutas, hortaliças, aves e peixes. Guilherme aponta como grande vantagem do Sisteminha, o baixo custo de capital inicial, que gira em torno de R$ 500, utilizado principalmente na confecção do tanque para a criação dos peixes e para irrigar a plantação. Outra grande vantagem do método elencada pelo pesquisador é o potencial de produção de excedente além do consumo familiar, como garante o pesquisador: “A principal vantagem do Sisteminha é que ele proporciona uma produção sempre acima do que a família consegue consumir e esse excedente, que surge já a partir do primeiro mês, poderá ser comercializado”. Na perspectiva comercial, o Sisteminha tem a capacidade de transformar o agricultor familiar em Microempreendedor Individual (MEI). “O agricultor tem um contato inicial com poucos produtos e com o mercado, e assim ele vai se familiarizando sem ter um comprometimento com atravessadores, o que lhe permite desenvolver um perfil de empreendedor. Ao se tornar um MEI, o produtor obtém maior facilidade para obtenção de microcrédito, possibilitando que a família se torne independente com seus investimentos”, disse o Pesquisador, que é lotado na Unidade de Parnaíba (PI), da Embrapa Meio Norte. A necessidade de criação de linhas de crédito específicas para agricultores que usam o Sisteminha por parte das instituições financeiras é uma das maiores dificuldades enfrentadas para implantação do método. O pesquisador relatou ainda a dificuldade da Embrapa fazer o acompanhamento do desenvolvimento do sistema pelas famílias na zona rural.
SST
Diversas ações movimentaram a SNCT A SNCT 2016 promovida pela FAPERN movimentou diversas localidades no Estado do Rio Grande do Norte. No projeto “Portas Abertas”, que consiste em levar alunos de escolas públicas, privadas e organizações não-governamentais (ONG’s) para terem acesso às diversas instituições de trabalham com ciência, tecnologia e inovação. No total foram 11 escolas/ ONG’s atendidas, que realizaram 22 visitas técnicas a diversas organizações. As visitas técnicas ocorreram nas seguintes instituições: Foram parceiras da Snct promovida pela fapern as seguintes instituições: Instituto Santos Dumont (ISD); Núcleo de Pesquisa em Engenharia, Ciência e Sustentabilidade do Semiárido (Nupecs); Museu do Minério do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN); Usinas Estivas e Centro de Lançamento Barreira do Inferno (CLBI). Ao todo essa ação movimentou cerca de 1200 participantes entre alunos, professores e representantes das instituições visitadas. Um mundo de pesquisa, cultura e ciência|
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Educação
Mostra de Vídeo Visando promover e incentivar a disseminação da cultura científica por meio da televisão, da internet e por outras tecnologias audiovisuais, o Projeto VerCiência, atua no fornecimento de vídeos sobre a temática presente no ano da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia para a exibição aos participantes da SNCT. Com temas ligados à alimentação, as exibições ocorreram em diversos espaços e momentos durante a Semana. Foram realizadas duas
exibições em locais fixos, uma durante a Abertura da SNCT e outra no auditório da Secretaria do Estado de Planejamento e Finanças (Seplan). No entanto, nesta edição tivemos uma inovação na Mostra de Vídeo. Os vídeos foram exibidos os vídeos e debatidos durante o trajeto dentro dos ônibus que levavam os alunos aos locais das visitas técnicas. Dessa forma, a abrangência da Mostra foi expandida. Atingindo ao todo 1810 participantes.
Aula de campo trabalha Sustentabilidade no RN A FAPERN, juntamente com o Departamento de Engenharia de Produção (DEP) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), realizou em fevereiro de 2017, no Núcleo de Pesquisa em Engenharia, Ciência e Sustentabilidade do Semiárido (Nupecs), localizado no município de Caiçara do Rio do Vento/ RN, uma aula de campo sobre Tecnologias Sociais e Sustentabilidade. A aula consistiu em quatro momentos: curso teórico-prático sobre tecnologias sociais e sustentabilidade; visita às instalações do Nupecs com
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o objetivo de conhecer experiências práticas desenvolvidas; e participação em experiência prática de desenvolvimento de tecnologias sociais e momento de integração entre os participantes. De acordo com a gestora ambiental, Elaine Amaral: “A aula foi muito enriquecedora no sentido de aumentar o meu conhecimento e de vivenciar o que a gente ver pela mídia sobre as construções sustentáveis”. A aula contou com a participação de cerca de 25 pessoas das mais diversas áreas do conhecimento.
PRÊMIO
Fecitec Outra ação que aconteceu durante SNCT 2016, foi a 2ª Feira de Ciência, Tecnologia e Cultura do Rio Grande do Norte (Fecitec), que foi promovida pela Secretaria de Educação do RN, parceira da Semana. Reunindo mais de 150 trabalhos, a feira representa a culminância de uma série de atividades científicas realizadas na Rede Estadual de Ensino. Os melhores experimentos serão levados para eventos nacionais e internacionais de ciências. O evento que aconteceu no mês de dezembro na Escola de Governo, localizada no Centro Administrativo do Estado, em Natal/RN, contou com, as mesas de discussão e apresentação de banners. Ao todo o evento contou com a participação de cerca de 800 participantes, entre gestores, professores e alunos da rede pública estadual. A 2ª Fecitec rendeu 12 artigos de alunos de diversas localidades do Estado. Além disso, mais 12 artigos oriundos das visitas técnicas promovidas pela FAPERN, por meio da Semana Nacional 2016. Revista da INDÚSTRIA DO RN
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AUTORES Natan Rawy Pontes de Araújo Natan Cavalcante Brandão Juliana Rayssa Silva Costa Fernando Moreira da Silva
COORDENADOR Silenildo Rafael Lopes INSTITUIÇÃO Escola Estadual Maurício Freire
CARACTERIZAÇÃO DA MATA CILIAR E SUSCEPTIBILIDADE DE EUTROFIZAÇÃO EM TRECHOS DO RIO POTENGI, MUNICÍPIO DE SÃO PAULO DO POTENGI/RN INTRODUÇÃO As atividades antrópicas apresentam bastante influência no ambiente aquático desde os primórdios. O rio Potengi, durante o percurso que segue no estado do Rio Grande do Norte, sofre com vários impactos, desde a destruição de suas matas ciliares sem a devida reposição, assoreamento de seu leito, lançamento de esgotos in natura, ocupação irregular do solo dentre outros (BRASIL, 2010). MÉTODO O presente estudo ocorreu em quatro áreas do rio Potengi, localizadas no município de São Paulo do Potengi/RN. Foram realizadas duas visitas de campo, entre janeiro e abril de 2016 nos seguintes locais: comunidade rural de Curicaca, margem urbana da barragem Campo Grande, Novo Juremal e na comunidade rural de Boa vista. Além da observação, nos períodos e pontos supracitados foi preenchido uma planilha com critérios de classificação da vegetação ripária e nível de algas por oito alunos da E. E. Maurício Freire, conforme a concepção de cada um sobre as variáveis em questão, seguindo a proposta de Branco (2004). RESULTADOS Foram identificadas durante a pesquisa diver-
sas causas e consequências provocadas pela alteração da vegetação ripária e aumento dos níveis de algas nas quatro áreas estudadas. Quanto a mata ciliar, verificou-se que a maior densidade presente é do tipo herbácea-arbustiva e arbustiva-arbórea é a menor em todos os trechos a arbórea-herbácea. Ao analisar a presença de algas, averiguou-se que, segundo concepção dos alunos em ordem decrescente foi no bairro Juremal, Comunidade de Boa Vista, Comunidade de Curicaca e barragem Campo Grande. Tais resultados demonstram a relação dos mesmos com diversas atividades antropogênicas que foram visualizadas in loco, tais como: agricultura, pecuária, uso e ocupação irregular do solo, despejo de descargas orgânicas proveniente de esgotos domésticos e comerciais sem tratamento. CONCLUSÃO O fato da diminuição ou ausência da vegetação ripária e o recebimento constante de matéria orgânica na forma de esgotos, eleva a possibilidade de surgimento ou agravamento de outras problemáticas, dentre as quais estão a erosão do solo, o assoreamento, a eutrofização, aumento da temperatura da água e a consequente redução da biodiversidade local.
REFERÊNCIAS
BRANCO, S. M. Guia de avaliação da qualidade das águas. In: RIBEIRO, Maria Luisa Borges (Org.). Observando o Tietê. São Paulo, 2004. BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Agrário. Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Potengi-RN. Brasília, 2010
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AUTORES Helena Moura Revoredo Leandro da Silva Nascimento Samuel da Silva Santos Maarani Karla Soares Pereira de Lucena Ricardo Braga dos Santos Mauricio Lima de Alcântara Astíages Rodrigues Siqueira
COORDENADOR Nednaldo Dantas dos Santos INSTITUIÇÃO Escola Estadual Peregrino Júnior
A IMPORTÂNCIA DO CULTIVO DE PLANTAS MEDICINAIS EM UMA PERSPECTIVA ESCOLAR INTRODUÇÃO As plantas medicinais, em diversos grupos étnicos, são tidas como única ferramenta de tratamento e prevenção de doenças (SILVEIRA, 2005). O uso de plantas, no cotidiano de inúmeros grupos, é relatado desde as primeiras organizações sociais no tratamento e na cura de enfermidades (LAKATOS, 1991). Porém, a falta de conhecimento sobre o poder medicinal de vegetais pode acarretar consequências graves quando feito seu uso de forma equivocada (CORDEIRO et al., 2005). Apesar disso, diversas pesquisas têm demonstrado que o uso de plantas medicinais no tratamento de doenças do sistema digestório, dores de cabeça, entre outras, é eficiente (LIMA et al., 2012). Pesquisas demonstram que, em muitas unidades de ensino, a biologia ministrada meramente com ênfase nos conteúdos previstos para concursos e no ensino de botânica causa perceptível falta de interesse dos estudantes pela temática por não apresentar pontos de associação com o cotidiano (PINTO, 2009). Como consequência, as temáticas trabalhadas em botânica, muitas vezes, são abordadas dentro de uma metodologia tra-
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dicional, de forma a não estabelecer uma ponte entre o que está sendo trabalhado em sala com a realidade dos estudantes, o que impossibilita a conexão do conteúdo escolar à dinâmica da natureza (BITENCOURT, 2013). Entretanto, é possível buscar, na escola, alternativas que auxiliem no aprendizado dessa temática. Uma horta medicinal, por exemplo, pode colaborar neste contexto. Ao utilizar aulas teórico-práticas, o professor pode contribuir no processo de ensino-aprendizagem. Essas ações proporcionam aprendizado mais eficiente e motivador do que as tradicionais aulas meramente expositivas. Nessa perspectiva, a 13ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) lançou a proposta de que as escolas pudessem aderir a atividades que demonstrassem ações de estímulo à pesquisa e iniciação científica abordando o tema: alimentação e a contribuição do conhecimento científico e tecnológico para tornar a nossa alimentação diária cada vez melhor. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi mostrar a importância do cultivo de plantas medicinais em um ambiente escolar como ferramenta multidisciplinar de ensino-aprendizagem.
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RESULTADOS Durante o período de estudo foi observado que as mudas se adaptaram bem ao solo e cresceram normalmente. Isso se deve a um bom preparo do solo, a manutenção diária do solo úmido e o uso de adubos. Na observação semanal foi constatado que a grande maioria das mudas tinham cores bem vivas, somente uma muda de alecrim não se desenvolveu. Os dados preliminares indicam que é possível cultivar esses vegetais em uma área de pequena extensão (3m2). O dados demonstram que os vegetais possuem uma
grande potencial para o trabalho com química (extração de compostos para produção de chá e lambedor), matemática (estudo de unidades de medidas), biologia (características morfológicas e físicas das plantas). CONCLUSÃO É possível a partir dos dados preliminares sugerir o uso de plantas medicinais como ferramentas de resgate a cultura local dentro do ambiente escolar associado a diversas disciplinas de formação.
REFERÊNCIAS
BITENCOURT, I.M. A botânica no ensino médio: análise de uma proposta didática baseada na abordagem CTS. 2013. 152 f. Dissertação (Mestrado em Educação Científica e Formação de Professores). Universidade do Sudoeste da Bahia, Bahia, 2013. CAPRA, F. et al. Alfabetização ecológica: a educação das crianças para um mundo sustentável. São Paulo: Editora Pensamento/Cultrix, 2005. CORDEIRO, C.H.G; CHUNG, M.C; SACRAMENTO, L.V.S. Interações medicamentosas de fitoterápicos e fármacos: Hypericum perforatum e Piper methysticum. Rev Bras Farmacogn 15:272-278. 2005. LAKATOS, E. M. Metodologia Científica. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1991. LIMA, S.C.S.; ARRUDA, G.O.; RENOVATO, R.D.; ALVARENGA, M.R.M. Representações e usos de plantas medicinais por homens idosos. Rev Latino-Americana de Enfermagem. 20(4), 2012. PINTO, T.V.; MARTINS, I.M.; MOREIRA, J.W. A construção do conhecimento em botânica através do ensino experimental. In: XIII Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e IX Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba, Anais do Congresso, São José dos Campos (2009). SILVEIRA, I. M. M. O conhecimento popular sobre o papel curador das plantas e suas possibilidades para a educação e a escola. 2005. 55f. Monografia (Pós-graduação em gestão educacional) – Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2005. TAVARES, B.V.; FERNANDES, L.; MOREIRA, L.M.; RODRIGUES E SILVA, F.A. Horta medicinal como uma proposta interdisciplinar de ensino de Etnobotânica para alunos da educação básica. XXI Seminário de Iniciação Científica da UFOP - Encontro de Saberes. Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, Brasil. 2013.
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AUTORES Maria Karolayne Santos da Silva Silvanio Pereira Marcio Lemos do Nascimento COORDENADOR Robson da Silva Oliveira INSTITUIÇÃO 01ª DIRED – Natal
DESSALINIZADOR SOLAR CASEIRO OBJETIVO Considerando a atual falta de água potável, este trabalho propõe uma maneira simples e de baixo custo financeiro, como alternativa para o tratamento de água insalubre extraída de poços artesianos, que é um problema enfrentado em diversas regiões do sertão nordestino. Um dessalinizador solar caseiro funciona da seguinte forma: coloca-se água salgada num recipiente dentro da estrutura, com o aquecimento de água através de energia solar o vapor sobe e ao tocar na superfície do plástico se condensa e escorre pelo próprio plástico até cair na calha feita e escolar até recipiente onde se acumula a água potável. RESULTADO O dessalinizador caseiro mostrou-se viável, REFERÊNCIAS
com uma produção diretamente proporcional à área da superfície da cobertura, como também a incidência dos raios solares. Nos testes que realizamos nosso dessalinizador operou com uma produção de 100ml de água por m² de cobertura de água. CONCLUSÃO Considerando a atual falta de água potável, este trabalho propõe uma maneira simples e de baixo custo financeiro, como alternativa para o tratamento de água insalubre extraída de poços artesianos, que é um problema enfrentado em diversas regiões do sertão nordestino. Um dessalinizador solar caseiro, feito com matérias recicláveis tem sido uma boa solução para suprir, em parte, as carências de água atuais.
Inverno, Armando. DESSALINIZAÇÃO DA ÁGUA DO MAR ATRAVÉS DA ENERGIA SOLAR. Diss. Universidade do Algarve, 2012.
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AUTORES Elson Lúcio Batista. Laryssa Grislayne Silva de Oliveira Maria Soares de Lima COORDENADOR Emerson Nunes de Almeida INSTITUIÇÃO Escola Estadual Ana Júlia de Carvalho Mousinho
SUSTENTABILIDADE E EDUCAÇÃO: PROJETO PLANTANDO VIDAS INTRODUÇÃO No auditório da Secretaria de Planejamento do Rio Grande do Norte, tivemos um momento de construção de conhecimento com a exibição de vídeo e palestra,cujos temas abordados foram “Locavorismo” e “Marketing na Área da Alimentação”,com a Dra. Vanessa Matoso. Segundo o vídeo o locavorismo é um costume que ficou muito conhecido pelo mundo a fora e consiste em consumir apenas alimentos produzidos próximo ao lugar onde você está, e não aos produtos dos supermercados. Na palestra foi abordado o marketing utilizado nas embalagens dos produtos comercializados e a importância da observação dos rótulos. MÉTODO Exibição de vídeo, palestra e debates. RESULTADOS Consumir alimentos locais é uma atitude consciente, sustentável e saudável, visto que o transporte que os alimentos fazem para chegar
até você prejudica o meio ambiente (pela emissão de gases).No caso de frutas e legumes, eles tendem a perder nutrientes.Em geral,os produtos locais, são produzidos por pequenos produtores que utilizam menos agrotóxicos. Quanto às embalagens,elas transmitem muitas mensagens e devem sempre agregar beleza com qualidade, praticidade e criatividade,e ainda impressionar e incentivar a compra. Já o rótulo, trazem informações importantes sobre ingredientes ou composição,finalidade do produto e o seu modo de uso. CONCLUSÃO: Locavorismo, é uma ação saudável para quem come, é menos agressivo ao meio ambiente,estimula a economia local, tendo as feirinhas orgânicas como um bom começo. Quanto ao marketing não se deixe enganar.O belo da embalagem é essencial, mas nada supera a importância do rótulo, além do aspecto informacional,ele também agrega valores estéticos ao produto.
REFERÊNCIAS
Vídeo- Locavorismo- CNCT
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AUTORES Pedro Paulo Ferreira Trindade Emanoel Augusto da Silva Teófilo Bezerra da Silva Neto
COORDENADOR Marcio Lemos do Nascimento INSTITUIÇÃO Escola Estadual Professor Luís Antônio - 01ª DIRED - Natal
Sistema de controle de irrigação da horta escolar via celular INTRODUÇÃO O tema deste trabalho tem como base as inovações tecnológicas e sua utilização em irrigação de hortaliças. A proposta deste trabalho é a elaboração de um sistema de irrigação com acionamento remoto para hora escolar da Escola Estadual Professor Luís Antônio, com a comunicação entre o usuário e o sistema controlado através de ligações utilizando o serviço GPRS (Serviço de Rádio de Pacote Real) disponível em operadoras
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de telefonia. O objetivo é irrigar a horta escolar à distância principalmente nos dias em que não há ninguém na escola, utilizando materiais recicláveis como sucata de aparelho de DVD, celular, válvula de descarga, etc. Este trabalho oferece a possibilidade de realizar um serviço de automação em uma horta, com baixo custo e contribuindo para a sustentabilidade e a preservação do meio ambiente, adaptando-se a um serviço de comunicação de fácil acesso.
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A implantação de um sistema de automação exige investimentos financeiros e estes valores costumam ser elevados devido ao alto custo das tecnologias empregadas. Esforços são realizados na área para que as tecnologias se tornem mais acessíveis e assim, possam estar presentes no campo comercial, residencial, rural e outros. Marcuzzo (2008, p.43), o fornecimento artificial de água às plantas é uma das práticas tecnológicas mais seguras para garantir as condições de solo, a produção agrícola. No caso da automação, houve o desenvolvimento de tecnologias que possibilitam, por exemplo, a sua utilização para abrir e fechar portas, portões, controles de iluminação, controle de consumo de energia, controle de temperatura de ar condicionado, controle de irrigação, de limpeza automática de piscinas, e tantas outras soluções de automação residencial. A partir disso tivemos a idéia de criar um sistema de automação similar aos já existentes, porém com um problema que era a falta de recursos financeiros, porém com criatividade superamos esse obstáculo utilizando sucatas de material tecnológicos no desenvolvimento do referido projeto. Neste projeto é proposta aplicação para um sistema semi-automático cujo objetivo é o controle a distância em cuja função é automatizar um sistema de irrigação de uma horta localizada em uma escola onde frequentemente há períodos em que não há funcionários, como em fins de semana e tempos de férias escolares, como também maneira de contribuir para a preservação do meio ambiente reciclando materiais tecnológicos altamente poluentes para o solo. MÉTODO A proposta metodológica é adaptar uma tecnologia existente e disponibilizada pelas companhias de telefonia móvel, para resolver um problema específico, no caso, um sistema de irrigação remoto com sistema de comunicação via GPRS para a horta escolar da Escola Estadual Professor Luís Antônio.
RESULTADO Depois de várias chegamos a um protótipo do sistema de irrigação de baixo custo e que contribui para a manutenção do meio ambiente, visto que, na confecção do protótipo usamos exclusivamente materiais tecnológicos recicláveis, que após testes práticos o mesmo mostrou-se capaz de suprir a necessidade da cultura tecnológica da escola no ano de 2015. CONCLUSÃO A implantação de um sistema de automação exige investimentos financeiros e estes valores costumam serem elevados devido ao alto custo das tecnologias empregadas. Esforços são realizados na área para que as tecnologias se tornem mais acessíveis e assim, possam estar presente no campo comercial, residencial, rural e outros. Marcuzzo (2008, p.43), o fornecimento artificial de água às plantas é uma das práticas tecnológicas mais seguras para garantir as condições de solo, a produção agrícola. No caso da automação, houve o desenvolvimento de tecnologias que possibilitam, por exemplo, a sua utilização para abrir e fechar portas, portões, controles de iluminação, controle de consumo de energia, controle de temperatura de ar condicionado, controle de irrigação, de limpeza automática de piscinas, e tantas outras soluções de automação residencial. A partir disso tivemos a idéia de criar um sistema de automação similar aos já existentes, porém com um problema que era a falta de recursos financeiros, porém com criatividade superamos esse obstáculo utilizando sucatas de material tecnológicos no desenvolvimento do referido projeto. Neste projeto é proposta aplicação para um sistema semi-automático cujo objetivo é o controle a distância em cuja função é automatizar um sistema de irrigação de uma horta localizada em uma escola onde frequentemente há períodos em que não há funcionários, como em fins de semana e tempos de férias escolares, como também maneira de contribuir para a preservação do meio ambiente reciclando materiais tecnológicos altamente poluentes para o solo.
REFERÊNCIAS
MARCUZZO, Francisco Noronha. Sistema de otimização hidráulica de irrigação localizado usando algoritmos genéticos. Tese de Doutorado, Escola de Engenharia de São Carlos, USP, São Paulo, 2008 AS.
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AUTORES Álvaro Vinícius Costa de Lima Iure Alexsander de Melo Souza Jonathan Willian Silva e Souza Maarani Karla Soares Pereira de Lucena Ricardo Braga dos Santos Mauricio Lima de Alcântara Astíages Rodrigues Siqueira
COORDENADOR Nednaldo Dantas dos Santos INSTITUIÇÃO Escola Estadual Peregrino Júnior
IMPLANTAÇÃO DE HORTA ESCOLAR: POSSIBILIDADES E POTENCIALIDADES INTRODUÇÃO A A agricultura urbana vem despertando cada vez mais interesse das pessoas que buscam viver de maneira profícua. Essa busca está associada a uma alimentação saudável e que atenda às demandas de gasto energético dos indivíduos. Contudo, o aumento da população mundial, que poderá atingir cerca de 9,5 bilhões de habitantes em 2050, poderá comprometer a disponibilidade de alimentos, chegando a uma redução de 25% em proporção à população (FAO, 2009). O cultivo de hortas em casa é garantia de hortaliças, frutas e verduras totalmente livres de agrotóxicos e poluentes do solo, sendo assim, uma alternativa para o aumento da disponibilidade de alimento em quantidade e livre de prováveis contaminantes, o que é sinônimo de saúde. Essa iniciativa, no Brasil, parece estar se tornando 38 |
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algo cada vez mais comum, chegando a alcançar uma contribuição de 80% dentre os produtores agrícolas brasileiros (FLORENCE, 2011). A importância de cultivar e consumir alimentos saudáveis na escola é fundamental para a saúde dos alunos e conscientização sobre os riscos dos produtos cultivados com agrotóxicos. Nessa perspectiva, a 13ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) propôs que as escolas pudessem aderir a atividades que demonstrassem ações de estímulo à pesquisa e iniciação científica, abordando o tema: alimentação e a contribuição do conhecimento científico e tecnológico para tornar a nossa alimentação diária cada vez melhor. Assim, o objetivo deste trabalho foi análise do processo de implantação de ações com hortas na Escola Estadual Peregrino Júnior e estudo de seus benefícios.
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RESULTADOS Os dados iniciais coletados demonstram que a ferramenta multidisciplinar permitiu o desenvolvimento de habilidades associadas ao trabalho em grupo no que se refere a estruturar área de cultivo, manuseio de sementes e obtenção de mudas obtidas partir destas. Os resultados preliminares da pesquisa demonstram que atividades com hortas possuem grande potencial acadêmico a partir do momento que tivemos que associar inúmeros conhecimentos das disciplinas para desenvolver a pesquisa: misturas químicas, percentual e composição de solos diferentes entre outros. Com base nesses conceitos tivemos que justificar quais os solos seriam mais adequados aos vegetais previamente selecionados. Após essa etapa, foi observado que o gengibre não se desenvolveu corretamente, devido ao solo não apresentar as características mais adequadas à planta (porosidade do solo, exposição a grande quantidade de raios solares entre outras). A presença de formigas e insetos reduziu as condições de crescimento normais das plantas e as mesmas tiveram redução no número de folhas.
O coentro, demonstrou uma maior fragilidade em sua estrutura. Com relação à batata doce, a planta resistiu à ação de formigas e seu desenvolvimento foi considerável. Apesar do não desenvolvimento do gengibre, a planta não foi afetada pelas pragas. O alho teve todas as folhas cortadas e, o sobressalente sofreu ressecamento. Com isso, observa-se que o solo precisa de alguma correção em seu PH e uma maior quantidade de matéria orgânica. CONCLUSÃO Os dados coletados até o presente momento permitiram o desenvolvimento de habilidades inter e multidisciplinares dos alunos do ensino médio o que indica que uma ação orientada com o uso de vegetais pode ultrapassar meros conceitos técnicos. Além, disso a implantação de hortas nas escolas possibilita aos alunos refeições com redução considerável dos agrotóxicos e agros poluentes presentes em alimentos produzidos em larga escala, além do aprendizado sobre valores sociais e humanitários necessários para a construção do caráter e da formação de pessoas e da sociedade.
REFERÊNCIAS
BOMBANA, M. C. B.; CZAPSKI, S. Hortas na educação ambiental: na escola, na comunidade, em casa. São Paulo: Editora Peirópolis, 2011. FAO. High Level Expert Forum How to Feed the World in 2050. Executive Summary. Roma: FAO, 2009. FLORENCE, A. A organização da economia na agricultura familiar. 2011. Disponível em:<http://www.oim.tmunicipal.org. br/?pagina=detalhe_noticia&noticia_id3 0691>. Acesso em: 15 maio 2017. FRANCISCO, W.C. O solo. Equipe Escola Kids. Disponível em: http://www.escolakids.com/o-solo.htm. Acesso em: 25 de abril de 2017. SETTI DE LIZ, R. Etapas para o planejamento e implantação de horta urbana. Comunicado Técnico. Brasília, 2006.
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AUTORES Ana Karolina de Melo Figueredo Davi Amaro da Silva Jonathan Fernandes de Morais
COORDENADOR Anderson Gomes da Silva INSTITUIÇÃO Escola Estadual Professor Antônio Basílio Filho - 2ª DIRED - Parnamirim
Cidade Sustentável INTRODUÇÃO Neste projeto, apresentamos a construção de um experimento envolvendo um tipo de energia limpa e renovável – e Energia Eólica. Acreditamos que esse tipo de energia é considerado uma fonte limpa de energia, pois, diferentemente de outros recursos energéticos, não emite poluentes para o ar, evitando, portanto, o agravamento dos problemas ambientais em nível local e global. Outra vantagem da energia eólica e que os ventos são fontes renováveis de energia, ou seja, eles não se esgotam com sua utilização, podendo ser sempre aproveitados. Sendo assim, este texto está dividido em sete partes: o primeiro tópico está pautado nesta introdução, onde foi apresentado o nosso trabalho desenvolvido, isto é, nosso experimento da cidade sustentável, com iluminação pública através do sistema de energia eólica, como também a importância desse sistema para asseguramos menos poluição à sociedade e mais segurança. A segunda, intitulada Materiais e Métodos, no qual esboçaremos a que se propôs o experimento, e como foi constituído este modelo de sistema de iluminação, além de todos materiais utilizados e as etapas de construção. Ainda neste capítulo, evidenciamos os critérios de avaliação envolvidos neste processo rumo à aprendizagem. No capítulo seguinte, apresentamos os resultados, em que comprovamos um momento muito significativo dos experimentos físicos, o gosto e as habilidades dos alunos envolvidos neste processo de descoberta científica. As discussões, apresentadas no capítulo posterior, fomentaram ainda mais nossas hipóteses levantadas em sala de aula com alunos, com relação à eficiência do sistema de iluminação pública por meio da energia eólica como a melhor solução por um planeta mais sustentável e mais seguro, nos dias de hoje. A seguir, tecemos as 40 |
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conclusões, onde compreendemos a importância da Física para as nossas vidas e o que aluno traz de conhecimento prévio. Percebemos, portanto, que sua habilidades na área, podem contribuir muito a nossa disciplina e gerar muitas discussões, e , conseqüentemente, soluções. Por fim, vêm os agradecimentos e as referências, na qual agradecemos às pessoas envolvida no projeto e citamos as fontes que ajudaram nos esclarecimentos de dúvidas e que embasaram na construção deste texto. MÉTODO A escola Estadual Professor Antônio Basílio Filho, em parceria com os professores, promoveu uma feira de Ciência no dia 27 de setembro de 2016, com as disciplinas de química, física, matemática e Ciência biológicas. O professor orientador da disciplina que está inserido neste projeto, mobilizou todas as turmas, mas ficou responsável apenas pela turma de 1º série “A” do turno matutino, onde coordenou as atividades e selecionou o melhor trabalho para participar de prováveis eventos de iniciação científica que viessem a ocorrer. O trabalho escolhido, foi uma maquete de iluminação pública abastecida por energia eólica (Cidade Sustentável) que, com a oportunidade surgida, irá participar da II Fecitec SEEC-RN/2016. Para realizar o experimento, os alunos utilizaram um ventilador para simular o efeito do vento, girando assim a ventoinha contida no gerador eólico feito com um motor de impressora, que foi fixado com duas cantoneiras de 15 cm. Todo sistema elétrico foi ligado a partir desse sistema, que alimentou os postes, as casas e os jardins (lâmpada de led) que estavam na maquete. Os postes foram feitos de canos de PVC de 20mm de diâmetro e de parafusos de 1,7 cm. As casas, de madeira de compensado, com o teto
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feito de cartolina. Também foram usados um capacitor e um diodo para suportar a quantidade de leds (aproximadamente 16) usada na maquete. A base do experimento foi feita com PVC. Na parte estética, foram utilizadas tintas para artesanato e alguns objetos do dia-a-dia urbano, como bonecos e carrinhos de brinquedo para simular pessoas e automóveis. Os jardins confeccionados de retalhos de árvores de natal e flores para artesanato. Os fios foram os usados em sistemas de comunicação, com pequeno diâmetro, e também fios de cobre flexível comprados em loja de material de construção. A construção do experimento, como qualquer outro, seguiu algumas etapas, iniciando pela coleta de matérias mencionados no parágrafo anterior. Primeiramente os alunos construíram as casas e os postes para, então, fixar na base da maquete. Em seguida, pintaram-nos de modo que simule um cenário urbano. Feito isso, colocaram os objetos de simulação urbana, como os carros, as pessoas e os jardins. Por fim, fixaram o gerador eólico (motor de impressora) e fizeram todo o sistema de iluminação. Todas as atividades desenvolvidas pelos estudantes foram avaliadas no processo de aprendizagem: pesquisas, estética do experimento, cumprimento dos prazos estabelecidos, além da capacidade de argumentação no momento da apresentação do projeto. A composição da nota bimestral dos alunos envolvidos levou em conta as habilidades de cada aluno, a assiduidade, a pontualidade nas tarefas propostas e comprimento nas etapas do processo de participação do evento. Logo, o processo de avaliação foi realizado de forma contínua, na perspectiva de observar o desenvolvimento cognitivo e também artesanal dos discentes e, assim, procurar estratégias para sanar os problemas encontrados durante as etapas do processo do ensino-aprendizagem. RESULTADO Com o trabalho concluído, podemos tecer alguns resultados. O primeiro é que o uso da experimentação ajuda o aluno a tomar gosto pelo
estudo da disciplina, que, geralmente, não é muito atrativo, facilitando assim, a compreensão da teoria. Percebemos que uma grande parte dos alunos está se empenhando nos experimentos científicos e se descobrimos como autores desse processo significativo e inovador de descobertas. Outro resultado e a junção do conhecimento prévio adquirido pelo aluno com teoria da disciplina. Um dos alunos, inclusive envolvido neste processo, demonstra habilidades na área da eletricidade, já que o mesmo já se inteirava do tema, antes mesmos de ser estudado em sala de aula. Além disso, estimula-se a criatividade do aluno na convecção do experimento, resultado prévio, aliás já mencionado anteriormente sobre as habilidades que um dos alunos dispunha sobre eletricidade. Por fim, verificou-se que os alunos compreenderam como funciona a conservação da energia, assunto atual estudado por eles no ano letivo, com a observação que um tipo de energia pode ser transformada em outra, havendo sempre a sua conservação. CONCLUSÃO Uma problemática que enfrentamos nos dias de hoje é o sistema de energia elétrica ineficiente em muitas rodovias em áreas rurais e até mesmo rodovias públicas. Por isso, algumas hipóteses foram levantadas em discussão, com relação ao modo de como os resistores são conectados; em série, conforme descreve a primeira situação; ou se em paralelo. Surgiram dúvidas dos alunos de como as lâmpadas funcionavam simultaneamente, ou seja, quais cuidados devem se tomar para que o sistema não parasse de funcionar. Através da pesquisa e orientações do professor, algumas, hipóteses foram alavancadas: se uma das lâmpadas queimasse ou fosse desenroscada, o circuito continua aberto e a outra lâmpada apaga-se; as lâmpadas funcionam de forma independente uma da outra, ou seja, se uma das lâmpadas queima ou é desenroscada, a outra lâmpada continua a brilhar; caso falte a energia elétrica, a rodovia continuara iluminada, proporcionando segurança a nossa sociedade.
REFERÊNCIAS
FERRARO, Nicolau Gilberto. Fisica, volume único / Nicolau Gilberto Ferraro, Carlos Magno A. Torres, Paulo Cesar M. Penteado. 1 Ed. – São Paulo: Moderna, 2012. RAMALHO JÚNIOR, Francisco. 1940 -. Os Fundamentos da Física: Mecânica volume 1 / Francisco Ramalho Júnior, Nicolau Gilberto Ferraro, Paulo Antôni de Toleto Soares. – 9. Ed. Re. E ampl. – São Paulo: Moderna 2007. NUSSENZVEIG, Herch Moysés. Curso de física básica: Mecânica, volime 1. 4ª edição – São Paulo: Edgar Blucher, 2002. ENERGIAS RENOVÁVEIS. Energia Eólica. Disponível:. Acesso em: 28 de setembro de 2016.
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AUTORES Geniffer Catarina Levi Lucas Thalia Imêlda Maarani Karla Soares Pereira de Lucena Ricardo Braga dos Santos Mauricio Lima de Alcântara Taciana da Silva Lopes
COORDENADOR Nednaldo Dantas dos Santos INSTITUIÇÃO Escola Estadual Peregrino Júnior
APRENDENDO COM A AGRICULTURA ESCOLAR INTRODUÇÃO A alimentação escolar corresponde, atualmente, em muitas instituições públicas, a uma parcela extremamente importante da nutrição de crianças e adolescentes (ZOTTI, 2005). Essa iniciativa surgiu de forma isolada por ações da sociedade civil e posteriormente por Programa de abrangência nacional, coordenado pelo Governo Federal (SILVA, 2007). O uso de hortaliças na alimentação escolar enriquece a base nutritiva da alimentação dos alunos, além disso, possui um grande potencial que pode vir a constituir um embrião de apoio
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à pequena produção local familiar (FONSECA, 1953). As hortas escolares permitem o cultivo de vegetais sem o uso de agrotóxicos, o que pode gerar uma nova cultura entre os alunos. O uso de produtos agrotóxicos pode levar a uma redução do valor do produto agrícola. Apesar dessa questão, é um excelente meio para potencializar o aprendizado do aluno e despertar seu interesse para a alimentação mais saudável. Nessa perspectiva, a 13ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) fez propositura de que as escolas pudessem aderir a atividades que demonstrassem ações de estímulo à pesquisa e
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iniciação cientifica abordando o tema: alimentação e a contribuição do conhecimento científico e tecnológico para tornar a nossa alimentação diária cada vez melhor. Sabendo que o contato com a natureza é uma experiência muito válida para crianças e adolescentes, as ações desenvolvidas com base na iniciação científica deste trabalho tiveram como objetivo a criação de uma horta orgânica como forma de aprendizado dos alunos da Escola Peregrino Júnior. RESULTADOS Os resultados iniciais obtidos no projeto estão associados aos conhecimentos adquiridos no que está associado as habilidades e competências adquiridas no manejo e manutenção do solo e vegetais do projeto. Os dados coletados e analisados permitiram observar que as hortaliças se desenvolveram normalmente no que se refere a germinação e crescimento na primeira semana. Esse resultado obtido acreditamos está associado a metodologia escolhida por nosso grupo para o
cuidado e tratamento do solo, através do processo de potencializar os nutrientes com o uso de adubo orgânico e irrigação em intervalos sistematizados. Durante o período da pesquisa, observamos que as plantas já apresentavam características que as diferenciavam uma das outras morfologicamente e no seu crescimento de maneira saudável e livre de qualquer tipo de agrotóxico. O trabalho permitiu uma assimilação sobre os conceitos de agricultura sustentável e os requisitos para manutenção de uma cultura vegetal. CONCLUSÃO Com a implantação da horta na escola é possível aproximar o aluno à realidade da produção agrológica de nossa região e seu potencial como ferramenta de descoberta de novos conhecimentos não regulares do ensino médio. Além disso, o grupo pode adquirir conhecimentos sobre técnicas de plantio, manejo do solo, cuidado com as plantas, assim como técnicas de proteção da estrutura do solo.
REFERÊNCIAS
BOMBANA, M. C. B.; CZAPSKI, S. Hortas na educação ambiental: na escola, na comunidade, em casa. São Paulo: Editora Peirópolis, 2011. FONSECA, W.S. Bases da Alimentação do Escolar. Coleção Ensaio e Debate Alimentar, Rio de Janeiro, Vol. 1, Série Gigante, SAPS, 1953. SETTI DE LIZ, R. Etapas para o planejamento e implantação de horta urbana. Comunicado Técnico. Brasília, 2006. SILVA, R.; V.E.; FREITAS, A.C.; SILVA, E.M.G. Saúde Pública Nutricional: o programa nacional de alimentação escolar (novos paradigmas). In: ANGELIS, R.C.; TIRAPEGUI, J. Fisiologia da nutrição humana: aspectos básicos, aplicados e funcionais. São Paulo: Atheneu, 2007. p. 275310. ZOTTI, T. Hábitos alimentares de estudantes da rede pública e privada de sete a dezessete anos da região do alto Uruguai catarinense. Revista Primeiros Passos. nº I, Vol I- Setembro de 2005.
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AUTORES Italia Thyfany Souza Pimentel Hiorrany Beatriz dos Santos Silva Jayne Silva Cardoso
COORDENADOR Ercilia Juliana Marciano de Oliveira INSTITUIÇÃO 09ª DIRED – Currais Novos
Tônico capilar: O uso de produtos naturais a reconstrução dos fios INTRODUÇÃO O cabelo é uma da poucas características físicas que pode ser alterada sem muitos esforços, seu comprimento, cor e forma podem ser alterados gerando um estilo totalmente diferente, ou seja ele é o único tecido estrutural que é totalmente renovável sendo possível submetê-lo a procedimentos que não poderia ser suportado por outro órgão do nosso corpo. 44 |
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Na atualidade, os cabelos vêm exercendo um importante papel na busca da autoestima ele age diretamente como uma expressão de personalidade ou como uma diferença cultural, indicando status, além de demonstrar uma apelo estético e a busca incessante desde uso de xampus até tinturas e alisamentos. No entanto, essa transformação pode gerar muitos danos ao cabelo, entre eles algo que é muito comum é a queda dos
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cabelos bem como o ressecamento dos mesmo. Pensando nisso, surgiu a proposta da fabricação de um produto natural que ajude na reconstrução dos fios e que seja de fácil acesso e baixo custo para minimizar os problemas de queda e ressecamento, para isso foi pesquisado e estudado benefícios do Aloe vera, mais conhecido como Babosa, esse eu possui 95% de água além de ser uma fonte de vitaminas A,C e D, e os benefícios da folha de goiabeira uma árvore tropical e com muitas utilidades medicinais. Com base nesses produtos está sendo desenvolvidos um tônico capilar que será testado nos alunos do 2º do ensino médio da Escola Estadual. MÉTODO O trabalho foi desenvolvido através de artigos e pesquisas bibliográficas sobre o assunto em questão, bem como experimentos para a produção do tônico que possui em sua composição o Aloe e Vera, popularmente conhecidas como Babosa e o chá da folha de goiabeira. A idéia é juntar os benefícios desses ricos componentes para ajudar na recuperação dos fios, inclusive os que não são quimicamente tratados. Sabemos que o fio de cabelo é composto basicamente por Carbono, Hidrogênio, Nitrogênio, Oxigênio e Enxofre que unidos, formam uma proteína chamada queratina que representa 85% da composição do cabelo, completado por 12% de água e 3% de lipídios. O fio de cabelo se divide em três partes: cutícula, córtex e medula. Alguns fatores que podem influenciar na queda de cabelo são: - A má alimentação/deficiência de nutrientes;- A pouca ingestão de alimentos ricos em proteínas; - O uso de determinados medicamentos; -Penteados, como tranças muito presas ao couro cabeludo; -Gravidez, pós-parto ou amamentação; -Menopausa na mulher ou andropausa no homem; -Bem como o estresse. Para que o cabelo
seja saudável são necessários vários nutrientes, como: a vitamina A (retinol), vitamina B3 (niacina), B5 (ácido pantotênico), vitamina B6 (piridoxina), vitamina B12 (cobalamina), Ácido fólico, (Ácido para aminobenzóico), inositol, vitamina C (Ácido ascórbico), vitamina E. Segundo pesquisa, a babosa (Aloe Vera) é uma boa fonte de vitamina A, vitamina C, vitamina D, vitamina B1 e vitamina B2. Além dos minerais que atuam como eletrólitos no corpo. Dentro os seus benefícios para o cabelo podemos elencar que a babosa mostrou-se ser eficaz na diminuição da queda do cabelo. Também pode ser aplicada para evitar a secura, ajudando no condicionamento, e ainda amenizando a presença de caspas no couro cabeludo. A sua composição é um pouco semelhante à queratina, que um dos nutrientes que servem para construção do cabelo. Vários aminoácidos de Aloe Vera também nutriram a qualidade do cabelo e o crescimento. Na folha da goiabeira encontra-se as seguintes: folatos, niacina, ácido pantotênico, piridoxina, riboflavina, tiamina, vitamina A, vitamina C, vitamina E, vitamina K. Esta é uma aliada no combate a perda do cabelo, bem como promove o seu crescimento de forma saudável, e pode ser considerada um tônico capilar. RESULTADOS Espera-se que o tônico ajuda no fortalecimento dos fios e sua hidratação, minimizando a sua queda, bem como tratando as agressões geradas pelos tratamentos químicos. CONCLUSÃO Após as primeiras aplicações do produto, foi relatado que houve uma pequena redução na queda de cabelos. Acompanhado isso, também notou-se que o cabelo ficou mais hidratado, apresentando maciez e mais brilho. Algumas pessoas ainda notaram uma redução na caspa.
REFERÊNCIAS
TAMBOSETTI, Franciele; RODRIGUES, Vâni; ET AL. Máscaras de Hidratação Capilar Usadas em um salão de Balneário Camboriú. (2008). MELLO, Mariana dos Santos. A evolução dos tratamentos capilares para ondulações e alisamentos permanentes. (2010). PLANTAS PARA FORTALECER SEUS CABELOS, disponível em: <http://emagrecercomvidaesaude.com.br/crescer-o-cabelo-rapidamente> acesso em 22 de julho de 2016. ACABE COM A QUEDA DE CABELOS USANDO CHÁS!, disponível em: <http:// www.remedio-caseiro.com/acabe-com-a-queda-de-cabelos-usando-chas> acesso em: 21 de agosto de 2016. TRATAMENTO PARA QUEDA DE CABELO EM CASA, disponível em: http://www.superdicasdebeleza.com.br/3-tratamento-para-queda-de-cabelo> acesso em: 22 de agosto de 2016.
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AUTORES Angêlyta Jussiana da Costa Martins Gishaellynton Gomes Rocha Keyverson Caio Maarani Karla Soares Pereira de Lucena Ricardo Braga dos Santos Mauricio Lima de Alcântara Taciana da Silva Lopes
COORDENADOR Nednaldo Dantas dos Santos INSTITUIÇÃO Escola Estadual Peregrino Júnior
HORTA ORGÂNICA ESCOLAR INTRODUÇÃO O uso de hortas comunitárias em ambiente escolar criadas e mantidas pela comunidade escolar, serve como fonte de estudos e de alimentação para as crianças e os adolescentes (VALLE, 2015). A horta orgânica tem sido desenvolvida no ambiente escolar em terreno não muito extenso, onde são cultivadas plantas que servem de alimento ao homem (MEDEIROS, 2014). Em alguns estados brasileiros, projetos de alimentação orgânica buscam promover a for46 |
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mação de bons hábitos alimentares, elevando a qualidade das refeições servidas através da introdução de alimentos orgânicos nos cardápios (SEECT, 2003). A criação dos espaços com horta possui como requisito uma área delimitada, com o espaço definido para a planta ocupar quando adulta, de forma a não sufocar umas às outras. Produtos orgânicos são os procedentes de cultivos ou da criação de plantas. Na produção orgânica não é permitido variedades transgêni-
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cas. Nessa perspectiva, a 13ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) propôs que as escolas pudessem aderir a atividades que demonstrassem ações de estímulo à pesquisa e iniciação científica abordando o tema: alimentação e a contribuição do conhecimento científico e tecnológico para tornar a nossa alimentação diária cada vez melhor. O objetivo deste estudo foi desenvolver o cultivo de hortaliças a partir de sementes na horta orgânica da Escola Estadual Peregrino Júnior. RESULTADOS Os dados iniciais coletados na pesquisa documental demonstraram que hortas possuem um grande potencial apesar de exigir inúmeros conceitos de cultivo e manutenção do solo. A pesquisa também permitiu identificar que a sociedade tem aderido a uma postura maior de uso dos alimentos de origem orgânica e familiar. Em relação aos resultados do cultivo das hortaliças observamos que após quinze dias do início do cultivo ocorreu a germinação das sementes. Posteriormente, com alguns dias foi possível perceber que as raízes das plantas demonstraram um aspecto de firmeza, alongadas, bem dispersas e profundas no solo, fazendo com que as plantas provavelmente tivessem uma maior chance de desenvolvimento. Esses resultados mostram a
REFERÊNCIAS
importância do preparo da terra com adubo orgânico adequado, além disso, o local escolhido e a manutenção diária da horta são fundamentais. No decorrer da pesquisa observamos inúmeras pragas que poderiam ter causado maiores danos ao trabalho se não tivéssemos realizando um trabalho de acompanhamento a cada dois dias. Os tamanhos registrados nesse período para os vegetais foram, nessa etapa, bem expressivos: pimentão 1mm de espessura do caule e 1cm nas folhas, pimenta malagueta: 1mm de espessura do caule e 1,5 cm nas folhas, repolho: 1mm de espessura do caule e 1,3 cm nas folhas e a couve: 1mm de espessura do caule e 3,0 cm nas folhas o que indica as folhas como estruturas ideias para diferenciação entre as espécies nessa etapa. CONCLUSÃO Apesar das dificuldades encontradas na criação e manutenção de uma horta, acreditamos que este trabalho foi fundamental para entender a importância do trabalho agrícola e ampliar o conhecimento nas técnicas utilizadas no cultivo de plantas, que é uma prática realizada desde a antiguidade e, este estudo, nos possibilitou desenvolver na prática. Com os métodos certos de plantação, adubo, escolha das plantas e solo é possível desenvolver uma boa horta orgânica e ter uma boa colheita livre de agrotóxicos.
COELHO, F.C. Composto Orgânico. Rio de Janeiro, 2008 Disponível em: br/2013/05/composto-organico.html. Acessado em: 28 de maio de 2017.
http://cultivehortaorganica.blogspot.com.
Manual de Operacionalização do Programa de Alimentação Escolar Orgânica. Florianópolis: SED/Gerência de Merenda Escolar; 2003. SILVA, C. Projeto de escola estadual ensina estudantes a transformarem resíduos em adubo orgânico. Disponível em: http:// acritica.uol.com.br/noticias/Projeto-estadual-estudantes-transformaremorganico_0_620937957.html. Acesso em: 14 de abril de 2017. VALLE, J. Horta escolar incentiva educação ambiental no DF. JOEVALLE, 2015a. Disponivel em: <http://www.joevalle.com. br/dia-a-dia-do-deputado/24-noticias-5/855horta-escolar-incentiva-educacao-ambiental-no-df>. Acesso em: 29 maio 2017. Secretaria de Estado da Educação, Ciência e Tecnologia/Gerência de Merenda Escolar.
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AUTORES Alberi Lourenço de Morais Filho Maria da Cruz Campos de Luna Anailda Lopes de Mendonça
COORDENADOR Silenildo Rafael Lopes INSTITUIÇÃO Escola Estadual Maurício Freire
DIÁLOGOS AMBIENTAIS: INTEGRAÇÃO DOS SABERES COMO FERRAMENTA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL INTRODUÇÃO O mundo contemporâneo apresenta mecanismos variados resultantes de diversos processos em que o homem surge como um ser controlador, quer seja na economia, na ciência, na tecnologia, na sociedade e na cultura. No entanto, esse controle, nem sempre controlado, não possibilita a reflexão a cerca de seus maiores beneficiados, seus impactos positivos e negativos, ou seja, quase sempre desconsidera a complexidade sistêmica desses processos, provocando diferentes tipos de crises (ambiental, social, econômica, política, moral...). A crise ambiental, portanto, é uma crise da razão, do pensamento e do conhecimento. A complexidade ambiental se traduz numa reapropriação do conhecimento desde o ser do mundo e do ser no mundo a partir do saber e da identidade que se incorporam aos indivíduos e suas culturas. A construção do processo de complexidade ambiental, ocorre a partir do diálogo de saberes, da hibridização da ciência, da tecnologia e dos saberes populares. Portanto, a educação ambiental se constitui como processo dialógico capaz de fertilizar e abrir possibilidades para que se chegue a ser o que ainda não se é (LEFF, 2009). Os objetivos da educação ambiental não se alcançam com o ensino de métodos sistêmicos, com a prática pedagógica interdisciplinar ou com uma matéria de caráter integrador. A educação ambiental exige a criação de um saber ambiental 48 |
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e sua assimilação transformadora às disciplinas que deverão gerar os conteúdos concretos de novas temáticas ambientais (LEFF, 2015). O projeto Diálogos Ambientais configura-se como um espaço destinado à discussões e análises de variadas questões ambientais e socioeconômicas, através de abordagens interdisciplinares. Surge da eminente necessidade de criar dentro da escola ambientes abertos aos estudantes e a comunidade para pensar e discutir sobre diversas situações, contando com a participação ativa de alunos, professores, direção, coordenação pedagógica, funcionários e profissionais externos convidados. Contudo, a proposta deve assumir um papel fomentador de diálogos que leve em consideração o saber ambiental adquirido e os aspectos regionais e locais, ou seja, que resgate a cultura, a história, as tradições e a importância do espaço natural para a sociedade contemporânea. MÉTODO As atividades foram realizadas entre os dias 16 e 18 de junho de 2016 na Biblioteca Aluízio Azevedo da Escola Estadual Maurício Freire, localizada no município de São Paulo do Potengi/RN. Considera-se como público-alvo todos os alunos da escola. No entanto, todas as atividades devem ser abertas à comunidade escolar e demais instituições de ensino, que devem ser inscritas previamente, observando o limite máximo de participantes.
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Para a primeira etapa do projeto, foram discutidos diversos temas a partir de palestras, mesas redondas (mesa de diálogos), apresentações culturais (diálogos culturais), mostra de vídeos, debates, caminhadas interpretativas e dinâmicas. RESULTADOS Constatou-se a sensibilização dos alunos envolvidos a partir da discussão de situações pro-
blemas vivenciados, levando em consideração o saber popular e ambiental da comunidade e dos convidados. Em todos os momentos procurou-se reconhecer a realidade local através de dois olhares, do passado e do contemporâneo. Assim, o projeto favoreceu a percepção da qualidade do espaço de vivência e da relação homem-natureza a partir das atividades apresentadas conforme a tabela 1.
Tabela 1: Atividades desenvolvidas Atividades Mostra de vídeos (água, solo e ar) e debates
Resultados Conhecimento e discussão de diferentes temas.
Palestra (Desafios ambientais no mundo contemporâneo)
Sensibilização sobre a contribuição do individuo nos problemas ambientais e como sujeito de mudança.
Mesa de diálogos I (Momentos de vida em paisagens naturais)
Compartilhamento de experiências de vida em diferentes épocas. Construção de novos saberes ambientais
Vivência em projetos ambientais e caminhada interpretativa
Compartilhamento de vivências em projeto de pesquisa no rio Potengi. Reconhecimento de causas e consequências da poluição do rio Potengi, São Paulo do Potengi/RN.
Diálogos culturais (teatro e músicas)
Apresentações culturais voltadas as questões ambientais.
CONCLUSÃO O Diálogos Ambientais fomentou a integração e o compartilhamento de diferentes conhecimentos e realidades, buscando a manutenção e o surgimento de novos saberes ambientais.
Contudo, percebe-se a necessidade de continuidade do projeto para que as experiências sejam vivenciadas e a partir delas se possa resgata-las e aprimora-las.
REFERÊNCIAS
LEFF, Enrique. Complexidade, racionalidade ambiental e diálogo de saberes. Educação e Realidade. v. 34, n. 3, 2009. ______. Saber ambiental: sustentabilidade, racionalidade, complexidade, poder. Petrópolis: Vozes, 2015.
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AUTORES Ariane Xavier de Souza Gomes Mirelly Natalya de Medeiros Maarani Karla Soares Pereira de Lucena Ricardo Braga dos Santos Mauricio Lima de Alcântara Ana Maria Cordeiro do Nascimento
COORDENADOR Nednaldo Dantas dos Santos INSTITUIÇÃO Escola Estadual Peregrino Júnior
BENEFÍCIOS DA HORTA ORGÂNICA NO APRENDIZADO INTRODUÇÃO O uso de hortas como ferramenta multidisciplinar no processo de aprendizagem é fundamental no processo de inovação pedagógica (CARVALHO, 1998). O uso dessa ferramenta permite a consolidação de conceitos de agricultura autossustentável e menos agressiva à natureza. Esses conceitos de agricultura ecológica possi50 |
Ciência Sempre
bilitam a construção de conceitos que permitem amplos benefícios para o estabelecimento da agricultura familiar a partir do ambiente escolar (RUSCHEINSKY,2002). Por que uma horta na escola? Ela serve de ponto de partida para que o aluno possa aprender, na prática, toda a parte teórica das aulas de botânica aprendida em sala de aula fazendo com
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que o docente consiga mediar e difundir os princípios e valores das diferentes visões e propostas sobre sustentabilidade (LEFF, 2001). As hortas possuem grande importância socioambiental, pois não se utilizam agrotóxicos durante o processo, diminuindo os riscos para a saúde e conscientizando os alunos da importância de se cultivar e consumir alimentos saudáveis (OLIVEIRA, 2004). Nessa perspectiva, a 13ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) propôs que as escolas pudessem aderir a atividades que demonstrassem ações de estímulo à pesquisa e iniciação científica, abordando o tema: alimentação e a contribuição do conhecimento científico e tecnológico para tornar a nossa alimentação diária cada vez melhor. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi verificar os benefícios que uma horta pode trazer para a Escola Estadual Peregrino Júnior. RESULTADOS Inicialmente o desafio encontrado na pesquisa estava na forma como iriamos acompanhar a germinação das sementes. Optamos por realizar essa etapa em nossas casas em recipientes disponíveis e reutilizáveis. Observamos que o número de sementes colocados em cada recipiente poderia influenciar com base nos conhecimentos adquiridos na pesquisa documental. Após uma semana do início do processo de germinação foram observadas as primeiras estruturas saindo das pequenas sementes. Depois desse primeiro
momento levamos os pequenos vegetais para os canteiros preparados na escola. Com base nos conhecimentos adquiridos a partir das pesquisas em sites e livros conseguimos organizar o solo, os tipos de adubos que poderiam vir a ser utilizados e a quantidade de água que iriamos utilizar. Esses conhecimentos foram fundamentais para melhor assimilação dos estudos teóricos já aprendidos em sala de aula no decorrer do ano de 2016. O solo, de certa forma exposto a formigas, acabou permitindo que estas comessem algumas pequenas mudas, atrapalhando o desenvolvimento das plantas. Além disso, a falta de água na escola durante alguns dias também atrapalhou no desenvolvimento das plantas o que acabou impedindo obtenção de dados mais específicos. CONCLUSÃO Por se tratar de dados iniciais e do espaço reservado ter sofrido com a ataque de pragas não foi possível analisar o crescimento das hortaliças. Porém os conceitos e habilidades adquiridos no processo possibilitarem o desenvolvimento de competências que permitiram articular disciplinas como biologia, matemática e física. Acreditamos que as aulas práticas são fundamentais para o entendimento das matérias que aprendemos dentro da sala de aula. Aprender como preparar o solo e plantar é muito importante, tanto para o aprendizado dos alunos quanto para uma maior consciência socioambiental.
REFERÊNCIAS
CAPRA, F. et al. Alfabetização ecológica: a educação das crianças para um mundo sustentável. São Paulo: Editora Pensamento/Cultrix, 2005. CARVALHO, I.C.M. Em direção ao mundo da vida: interdisciplinaridade e educação ambiental/ conceitos para se fazer educação ambiental. Brasília, DF: IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas, 1998. LEFF, H. Saber ambiental: sustentabilidade, racionalidade, complexidade, poder. Petrópolis, RJ: vozes, 2001. OLIVEIRA, I. B. (Org.). Alternativas emancipatórias em currículo. São Paulo: Cortez Editora, 2004. Série Cultura, Memória e Currículo; vol. 4. RUSCHEINSKY, A. Educação ambiental: abordagens múltiplas. Porto Alegre: Artmed, 2002.
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AUTORES Bruno Alexandre Gomes Leandro Cassimiro Pereira da Silva Wlaudiane Priscila dos Santos da Costa Maarani Karla Soares Pereira de Lucena Ricardo Braga dos Santos Mauricio Lima de Alcântara Ana Maria Cordeiro do Nascimento
COORDENADOR Nednaldo Dantas dos Santos INSTITUIÇÃO Escola Estadual Peregrino Júnior
ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL ATRAVÉS DE HORTA ORGÂNICA INTRODUÇÃO Consumir uma dieta rica em legumes, verduras e frutas, como parte de uma dieta saudável, pode reduzir o risco de diversas doenças hoje conhecidas (MONTEIRO e COSTA, 2004). Hoje em dia sabemos que praticamente todos vegetais que conhecemos e consumimos, podem ser um remédio totalmente caseiro e natural (DAR52 |
Ciência Sempre
TORA, et al, 2006). Pela sua importância, os vegetais devem ser consumidos em nossa alimentação diariamente, com eles podemos ter tudo o que o organismo precisa para se nutrir, como proteínas, carboidratos, lipídios, vitaminas de diferentes classes e sais minerais (SALGADO, 2005). Através da horta orgânica, podemos obter
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todos esses alimentos de forma saudável e livre dos agrotóxicos, que tanto prejudicam o ser humano. Nessa perspectiva, a 13ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) propôs que as escolas pudessem aderir a atividades que demonstrassem ações de estímulo à pesquisa e iniciação cientifica abordando o tema: alimentação e a contribuição do conhecimento científico e tecnológico para tornar a nossa alimentação diária cada vez melhor. Assim, o objetivo deste estudo foi mostrar a importância que a horta orgânica tem em uma alimentação saudável. RESULTADOS O cultivo das sementes para realização do trabalho foi feito em um copo descartável pequeno com areia, adubo e irrigação constante. Obtivemos após uma semana os primeiros sinais de germinação das sementes com o aparecimento de uma estrutura verde clara (raiz e caule primitivo). Com esse resultado demos prosseguimento com a transferências das sementes germinadas para o solo destinado e preparado previamente. Em um momento inicial com a falta de irrigação por dois dias foi possível perceber que o solo da escola, por ser muito arenoso,
demonstrou-se ineficaz para se instalar uma cultura de hortaliças. Os dados demonstram que para manutenção dos vegetais selecionados pelo grupo no solo disponível seria necessária uma estrutura para irrigação maior que a planejado pelo nosso grupo. Com a perda inicial das primeiras mudas obtidas pela indisponibilidade de água foi feito o replantio com as devidas correções que a experiencia inicial nos forneceu. Esse problema permitiu uma maior fixação dos conceitos pesquisador e consolidação das habilidades no uso do solo e cultivo de vegetais. Com o transcorrer das semanas observamos um crescimento lento o que poderia está associado as condições de grande exposição a radiação solar e pragas (formigas). CONCLUSÃO Observamos que para ter sucesso no cultivo é preciso a teoria e prática juntas, desde o início do processo de construção até a colheita das plantas. Agindo de forma correta na manutenção das hortas, certamente ela nos dará uma alimentação saudável. Além de fornecer inúmeros conhecimentos que podem ser adquiridos como uma ferramenta multidisciplinar.
REFERÊNCIAS
DARTORA, N., VALDUGA, A.T., VENQUIARUTO, L. Alimentos e saúde: uma questão de educação. Vivências, Erechim. V. 01, ano 2, nº. 3 p.201-212. 2006 MONTEIRO, P.H.N., COSTA, R.B.L. Alimentação saudável e Escolas: possibilidades e incoerências. In: Qualidade de vida - Boletim do Instituto de Saúde. P. 22. Nº 32, 2004. SALGADO, J. M. Alimentos Inteligentes: Saiba como obter mais saúde por meio da alimentação. São Paulo: Prestígio, 2005. SETTI DE LIZ, R. Etapas para o planejamento e implantação de horta urbana. Comunicado Técnico. Brasília, 2006. SILVA, C. Projeto de escola estadual ensina estudantes a transformarem resíduos em adubo orgânico. Disponível em: http://acritica.uol.com.br/noticias/Projeto-estadual-estudantes-transformaremorganico_0_620937957.html. Acesso em: 14 de abril de 2017.
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AUTORES Elizeu Vanderson da Silva Pereira Gabriela Costa Lima de Oliveira Islayne Rodrigues Linhares
COORDENADOR Raimundo Cesar de Lima INSTITUIÇÃO Escola Estadual Professor Francisco de Assis Ribeiro
PRATICANDO Ciência. FONTE TRANSFORMADORA DE ENERGIA. CARRO EÓLICO INTRODUÇÃO Desenvolvimento o método científico com experiências, pesquisa e produção, para a montagem de um laboratório com materiais recicláveis e de reuso, arborização e pintura do muro da escola, incluindo apresentação e exposição para a busca e interação do conhecimento, aprendizagem e o fazer científico. O presente trabalho visa demonstrar no campo das Ciência e da Tecnologia, formas teóricas e práticas sobre como utilizar no dia a dia, o processo de energia elétrica e mecânica, através dos
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Ciência Sempre
dispositivos que permitam a pesquisa e estudo para entender como é o funcionamento de um carro confeccionado com material reciclado que se utiliza da força mecânica das hélices. A outra vertente deste trabalho é explorar o funcionamento de uma fonte que transforma energia elétrica em outras formas ou reduz a tensão elétrica de 220 V para 4,5 V. Como estas duas ações podem ser viabilizadas na prática? É possível que o aluno aprenda as noções de Eletricidade, Mecânica, Óptica praticando Ciência fazendo, isto é, “colocando a mão na massa”?
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MÉTODO Carro Eólico O carro eólico quando ligado, acionará o motor que em funcionamento juntamente com a hélice, farão com que o mesmo se locomova em consequência da 3ª Lei de Newton, utilizando as hélices quando em movimento ela reduz a tensão elétrica para 4,5 V, assim é possível conectar um rádio de pilhas, sem estas, por exemplo, o mesmo funcionará, bem como qualquer dispositivo que funcione através desta tensão e que possa adaptar um conector. Ainda é possível utilizar um CD (com as cores do espectro de luz) acoplado sobre o motor fará com que as cores do mesmo seja visualizada na cor branca. RESULTADOS Após análise de alguns temas apresentados na sala de aula, viu-se a necessidade de expor o tema Praticando Ciência. Neste presente Projeto, inseriu-se duas ações: Carro Eólico e Fonte Transformadora de Energia. O referido projeto explora alguns conceitos físicos como: Mecânica através da energia cinética e potencial ; Leis de Newton; Propulsão; Velocidade. Para desenvolver o projeto, os alunos foram estimulados a desenvolver movimento explorando a Mecânica. Para desenvolver o projeto, os alunos foram estimulados a desenvolver tal projeto para compreender as Leis de Newton e as formas de Energia Mecânica e, como eles poderia aplicar a teoria na prática. A outra ação, foi a Fonte Transformadora de Energia Mecânica e, que aplica os conceitos de Eletrodinâmica e breves conhecimentos de Tensão, Resistência e Corrente Elétrica. Portanto, o resultado obtido foi conseguir reduzir a Tensão elétrica de 220 V para 4,5 V. Com isso o aluno dinamiza o seu conhecimento e explora novas formas de produzir conhecimento através da pesquisa e do fazer científico. Com o desenvolvimento desse projeto foi possível fazer um rádio que naturalmente foi fabricado para funcionar a pilha, funcionar com
energia elétrica. Pois, a Tensão foi reduzida e comparada a 3 pilhas de 1,5 V. No entanto, o projeto se estendeu e permitiu que explorasse o campo da Óptica, pois a fonte dava suporte para usar o experimento do Disco de Newton. CONCLUSÃO Praticando Ciência foi um Projeto elaborado a partir do Macro campo de Iniciação Científica, no entanto, estes conceitos estavam sendo aplicadas na sala de aula. O Projeto desperta nos discentes a necessidade de explorar novos conceitos fazendo, criando, e, sendo incentivado a pesquisar, onde o aluno, às vezes, não compreende a didática apresentada para a resolução ou incentivado a pesquisar, onde o aluno, às vezes, não compreende a didática apresentada para a resolução ou compreensão do mesmo ou não consegue associar a situação problema com o seu dia a dia. O Carro Eólico faz os alunos explorar de forma lúdica e criativa, noções de Energia Cinética, Potencial e a 3ª Lei de Newton, onde o mesmo levanta hipóteses sobra a melhor forma do carrinho se deslocar. Com esse projeto, percebeu-se que alunos adquirem os conceitos básicos sobre os temas físicos aplicados com ludicidade, pois os mesmos são apreciados de forma prazerosa e ajuda no desenvolvimento científico. Para a outra ação, a Fonte Transformadora de Energia, observou-se que os discentes alinham o prazer do fazer científico ao entendimento dos conceitos de Eletrodinâmica e Óptica, assim a capacidade de raciocínio lógico e científico é de suma importância para que os alunos resolvam as questões encontradas ao longo dos conceitos físicos. Com este projeto, os alunos de Iniciação Científica aprendem conceitos nas tais áreas desenvolvendo instrumentos que sintetizam a teoria mencionada em sala de aula e adquirem o prazer para a criação de instrumentos que auxiliam nos seus estudos.
REFERÊNCIAS
Construindo o disco de Newton. Disponível em: http://educador.brasilescola.uol.com.br/estrategias-ensino/construindo-disco-newton.htm Gerador de energia eólica. Disponível em: http:// www.comofazerascoisas.com.br/como-fazer-um-mini-gerador-de-energia-aeolica-versão-2.html Fontes de alimentaçãoe dispositivos de proteção. Disponível em: http://www.hardware. com.br/guias/fontes-proteção/como-fontes-funcionam.html Parâmetros Curriculares Nacional. MAtemática. 2. Física: Ensino Médio I. Título.
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AUTORES Juliana de Almeida Batista Ana Beatriz dos Santos Dionizio Julia Araújo Maarani Karla Soares Pereira de Lucena Ricardo Braga dos Santos Mauricio Lima de Alcântara Marília Campos Sabino
COORDENADOR Nednaldo Dantas dos Santos INSTITUIÇÃO Escola Estadual Peregrino Júnior
PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL DE HORTALIÇAS INTRODUÇÃO A busca por alternativas que venham a garantir alimentação, proteção, transporte, saúde, diversão e outras funções e bens de consumo do ser humano tem sido uma meta essencial de inúmeras instituições (FERRARO JÚNIOR,1999). A
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questão ambiental apresenta-se frente a movimentos que surgem nas escolas e instituições de ensino, gerados, principalmente, por uma juventude que deseja e luta por transformações sociais mais significativas (SANTOS, 2005). Em uma perspectiva global, os objetivos de
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bem-estar pessoal, realização pessoal, saúde, viver mais e melhor, preservação ambiental e bem-estar da humanidade são comuns entre os jovens que buscam um ambiente mais sustentável (PIMENTA; VILAS BOAS, 2008). Diante disso, o trabalho de conscientização do uso do solo no processo de produção de alimentos torna-se ferramenta inconteste para o processo de ensino aprendizagem. Em um processo no qual os vegetais são a base de produção alimentar de nosso país, os questionamentos são, em grande parte, ocasionados por tratos agrícolas inadequados. O uso de águas contaminadas para a irrigação é um dos principais fatores de contaminação. Outro fator importante é o uso excessivo ou incorreto de agrotóxicos (ARAÚJO & BORGES, 2012). Horta é o local onde são cultivadas hortaliças e outras plantas, como ervas condimentares e aromáticas. As hortas, em geral, são feitas nos quintais e terrenos próximos de casas e cidades, mas também podem ser instaladas em terrenos maiores ou, ainda, em vasos e caixotes. Nessa perspectiva, a 13ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) propôs que as escolas pudessem aderir a atividades que demonstrassem ações de estímulo à pesquisa e iniciação científica abordando o tema: alimentação e a contribuição do conhecimento científico e tecnológico para tornar a nossa alimentação diária cada vez melhor. Assim, o objetivo deste estudo foi observar, recolher e analisar o comportamento de desenvolvimento da cultura de hortaliças através de práticas orgânicas, como forma de produção sustentável no ambiente escolar
RESULTADOS As observações iniciais permitiram detectar que o solo da escola se tratava de um solo arenoso e que provavelmente rico em muitos nutrientes. Essa hipótese se baseia no fato do solo anteriormente ao começo do trabalho apresentar inúmeras gramíneas. Os dados coletados inicialmente permitiram identificar que apesar das características do solo os vegetais tiveram um bom desenvolvimento com exceção da cenoura. Possivelmente, o fato das raízes do alface, coentro, pimentão e tomate não armazenarem amido desenvolveram melhor que a cenoura que se trata de uma raiz de reserva. Após dois meses do cultivo, o coentro foi o primeiro que alcançou o momento de colheita quando relacionado às demais hortaliças. Com exceção da cenoura os demais vegetais alcançaram a idade reprodutiva. O uso desse recurso de aprendizagem suscitou entre os componentes a proposta de criação de grupos familiares de cultivo de hortaliças. CONCLUSÃO De acordo com os resultados obtidos, acreditamos que a produção de hortaliças nas escolas gera benefícios, tanto financeiros quanto para a saúde, pois os investimentos com a alimentação tendem a diminuir sem uma redução na qualidade do alimento ofertado. Assim, o cultivo de hortaliças nas escolas pode se tornar um projeto de produção sustentável.
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, K.C.S.; BORGES, J.R.P. Condições de vida e qualidade do saneamento ambiental rural como fator para o desenvolvimento de práticas agroecológicas. Revista Brasileira de Agroecologia, [S.l.], v. 7, n. 1, mar. 2012. FERRARO JÚNIOR, L.A. Proposição de método de avaliação de sistemas de produção e de sustentabilidade. São Paulo: USPESALQ. 131 p. 1999. PIMENTA, M. L.; VILAS BOAS, L. H. de B. Percepções de consumidores de alimentos orgânicos na cidade de Uberlândia na perspectiva de valores: uma aplicação da laddering e cadeia de meios e fins. In: Encontro de Marketing, 3. Anais… Curitiba: Anpad, 2008. SANTOS, T. C. S. S. As diferentes dimensões da sustentabilidade em uma organização da sociedade civil brasileira: o caso do Gapa-Bahia. Dissertação (Mestrado em Administração). Escola de Administração - UFBA. Salvador: 2005.
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AUTORES Carla Michelle Alex Soares Matheus Tomaz Maarani Karla Soares Pereira de Lucena Ricardo Braga dos Santos Mauricio Lima de Alcântara Marília Campos Sabino
COORDENADOR Nednaldo Dantas dos Santos INSTITUIÇÃO Escola Estadual Peregrino Júnior
PROJETO “AMOR PELO VERDE”: HORTA ORGÂNICA INTRODUÇÃO A Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) na sua 13ª versão propõe que as escolas possam aderir a atividades que demonstrem ações de estímulo à pesquisa e iniciação científica abordando o tema: alimentação e a contribuição do conhecimento científico e tecnológico para tornar a nossa alimentação diária cada vez melhor. A escola é um espaço importante para a for58 |
Ciência Sempre
mação de indivíduos responsáveis e aptos a colaborar e decidir sobre questões sociais, restabelecendo suas relações com o meio onde vive (AMARAL et al., 2009). A educação ambiental torna-se então uma prática necessária para fortalecer as relações homem–ambiente (SILVEIRA-FILHO et al., 2011). Com o intuito de proporcionar uma maior proximidade dos alunos com a natureza e uma maior conscientização social, a
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proposta do projeto é que, ainda este ano, sejam produzidas hortaliças e ervas medicinais, no interior da Escola Estadual Peregrino Júnior. A fim de fornecer orientações sobre uma alimentação mais saudável para a comunidade acadêmica através de uma reeducação alimentar rica em nutrientes, através do contato direto dos alunos com a natureza, o trabalho teve como objetivo construir uma horta orgânica na Escola Estadual Peregrino Júnior. RESULTADOS Os dados iniciais da pesquisa documental permitiram informações fundamentais para distribuição e organização dos vegetais no canteiro com base no comprimento, largura e comprimento do organismo adulto. Dessa forma as sementes foram distribuídas diretamente no solo de forma que todas as plantas fiquem um tamanho e espaçamento proporcionais, desde o estágio inicial até o seu desenvolvimento. A pesquisa durou quinze dias e todos os dias a horta foi irrigada. Nos finais de semana foram utilizadas garrafas de plástico furadas, como conta gotas, para manter a horta regada. Essa proposta de uso de garrafas no trabalho permitiu um desenho de uma proposta em substituição de irrigação por manguei-
ras no qual o desperdício é maior de água. Das quatros vegetais, apenas uma obteve um crescimento visível. Provavelmente o crescimento insatisfatório dos outros vegetais esteja associado o número de vezes que as plantas receberam água na semana (duas vezes) e ao solo extremante poroso. A planta que mais se desenvolveu foi o quiabo, com comprimento médio entre 3 e 5 cm no final de quinze dias de acompanhamento. Já as outras plantas não tiveram nenhum crescimento aparente. As hortaliças escolhidas são ricas em vitaminas A, que trazem diversos benefícios para nossa saúde, ajudando na visão, metabolismo ósseo e são fundamentais para as crianças, pelo fato de contribuir diretamente no aprendizado delas e manter o peso equilibrado. CONCLUSÃO Acreditamos que esse projeto é de total importância, pois tem como objetivo beneficiar a própria comunidade escolar. Esperamos que, com a execução do nosso projeto, possamos contribuir para que futuros alunos deem continuidade na busca de uma alimentação mais saudável para os nossos colegas e em uma maior aproximação com a natureza, através da criação de hortas orgânicas.
REFERÊNCIAS
AMARAL, A.Q.; JUNIOR, É.J.H.; SADRAQUE, C.; MIGUEL, K.; LARA, J.G. A implantação de horta orgânica como instrumento para a formação de alunos participativos. In: Seminário Internacional “Experiências de Agendas 21: os desafios do nosso tempo”. Ponta Grossa, PR, 2009. CAPRA, F. et al. Alfabetização ecológica: a educação das crianças para um mundo sustentável. São Paulo: Editora Pensamento/Cultrix, 2005. MEDINA, N.M. A formação dos professores em Educação Ambiental. In: Panorama da educação ambiental no ensino fundamental / Secretaria de Educação Fundamental – Brasília: ME; SEF, 2001. SILVEIRA-FILHO, J.; SILVA, A.R.F.; OLIVEIRA, A.L.T.; BARROS, J.M.V.; PINHEIRO, J.V.; SEGUNDO, V.C.V. A horta orgânica escolar como alternativa de educação ambiental e de consumo de alimentos saudáveis para alunos das escolas municipais de Fortaleza, Ceará, Brasil. Cadernos de Agroecologia, v.6, n.2, 2011.
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AUTORES Natanael de Macedo Azevedo Gisele Cabral da Silva Maria das Dores Lopes Fernandes
COORDENADOR Celíza Flávia Pereira Da Silva INSTITUIÇÃO 09ª DIRED – Currais Novos
O DESPERDÍCIO DE ALIMENTO NO BRASIL INTRODUÇÃO Apesar do Brasil ter uma produção de alimento suficiente para sua população, mas a desigualdade de renda e o desperdício fazem com que parte da população passe fome. “A produção nacional de alimentos é suficiente para os mais de 204 milhões de brasileiros, 60 |
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mas a desigualdade de renda e o desperdício ainda fazem com que 7,2 milhões de pessoas sejam afetadas pelo problema no país, revela estudo conduzido pelo professor Danilo Rolim Dias de Aguiar, pesquisador do Departamento de Economia do Campus Sorocaba da Universidade Federal de São Carlos”.
Assunto
Diante de tal situação vamos desenvolver trabalhos que envolva a conscientização dos alunos quanto ao desperdício de alimento gerado no Brasil e propor Solução que visem diminuir o desperdício de alimento em nossa escola, família e levar soluções para diminuir a fome em nosso município, fazendo nossa parte para que diminua a fome no Brasil. MÉTODO Pesquisas sobre a fome no mundo e no Brasil; Pesquisa sobre desperdício de alimentos na escola e nas suas residências; Textos sobre o desperdício de alimento no Brasil; Documentário a Estrada da fome no Brasil; Leitura de rótulos de alimentos industrializados; Apresentação de seminário; Preparação e degustação de receitas saudáveis. RESULTADO Vistos os resultados obtidos em debates, produção de textos, seminário, mostra que aulas diferenciadas despertam um aprendizagem significativa, a grande participação dos alunos mostrou a necessidade destes em aprender e adquirir hábitos alimentares mais saudáveis, mostrando uma a vontade de adquirir conceitos cientÍficos e habilidade de compreender uma alimentação saudável. Com relação ao desperdício de alimento foi percebido um ponto interessante a preocupação
dos mesmos com o desperdício de alimento em casa, apesar de seres de baixa renda, havia uma grande desperdício de alimento devido a fatores culturais como fazer muito alimento em relação ao números de pessoas, armazenar alimentos de forma inadequada, foi visível a preocupação dos mesmo em evitar o desperdício do alimento em casa, como temos alunos que vivem na zona rural e o nosso município passa por uma grande seca e vivem da agricultura familiar foi observado que o desperdício na colheita até consumidor final é pequeno, comprando com os grandes produtores. CONCLUSÃO A análise dos debates, seminários, produção de textos, a participação e debates, verifica-se que o desperdício de alimento é uma prática deste a colheita até o destino final e uma grande parte da população não tem uma alimentação adequada, percebe-se também que o desperdício e a fome estão nos grandes centros urbanos, onde deveria ter projetos ou cooperativas que fizessem uma integração entre as partes. Um fator interessante foi observado em pesquisas realizadas pelos alunos que a fome no Brasil reduziu devido o bolsa família, outro fato observado que a alimentação de grande parte dos alunos é inadequada, fazendo com que os mesmos adquirisse hábitos mais saudáveis.
REFERÊNCIAS
Mendonça, Vivian L. Biologia; os seres vivos: volume 2: ensino médio/ Vivian L. Mendonça. - 2.ed. - São Paulo/SP: Editora AJS, 2013. http://agenciabrasil.ebc.br/economia/noticia/2016-06/brasil-desperdica-40-mil-toneladas-de-alimentos-por-dia-diz-entidade http://alimentacaoemfoco.com.br/o-caminho-do-desperdicio-de-alimento http://www.researhgate.net.net/ figure/301640158_fig2_Figura-2-O-caminho-do-desperdicio-no-Brasil http://www.ecodesenvolvimento.org/posts/2013/junho/ manuseio-correto-durante-o-transporte-pode-reduzir
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AUTORES Juliana de Almeida Batista Ana Beatriz dos Santos Dionizio Julia Araújo Maarani Karla Soares Pereira de Lucena Ricardo Braga dos Santos Mauricio Lima de Alcântara Marília Campos Sabino
COORDENADOR Nednaldo Dantas dos Santos INSTITUIÇÃO Escola Estadual Peregrino Júnior
CONSTRUINDO UMA HORTA NA ESCOLA INTRODUÇÃO A construção dos conceitos sobre a melhoria da qualidade de vida no ambiente escolar deve promover a saúde por meio do espaço social onde muitas pessoas convivem, aprendem, trabalham, passando, assim, grande parte de seu tempo (OMS, 2000). 62 |
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A escola é um ambiente propício para o desenvolvimento de atividades que venham a promover a educação em saúde, envolvendo os vários aspectos a ela relacionados como a alimentação e o cultivo de conceitos de sustentabilidade. (FERNANDES, ROCHA & SOUZA, 2005), O uso de forma equilibrada dos recursos na-
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turais requer uma mudança de postura em ações essenciais como a produção de alimentos, que pelo acréscimo em suas atividades provoca degeneração do meio físico natural (CHRISTOFIDIS, 1997). Cada vez mais, a agricultura precisa ser compreendida de forma sustentável, o que deve ser uma meta das unidades de ensino das gerações futuras. Diante de tal fato, foi observada a necessidade de integrar o contato dos jovens com a natureza, como forma de potencializar o aprendizado do aluno e despertar seu interesse para esse tema, bem como sugestionar a importância da alimentação saudável. Nessa perspectiva, a 13ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) propôs que as escolas pudessem aderir a atividades que demonstrassem ações de estímulo à pesquisa e iniciação científica, abordando o tema: alimentação e a contribuição do conhecimento científico e tecnológico para tornar a nossa alimentação diária cada vez melhor. Dessa forma, o objetivo do trabalho foi entender como funciona o cultivo de hortas, assim como planejar e construir uma horta, além de analisar a influência de tal fato na vida do aluno.
RESULTADOS Foram observados, ao longo do desenvolvimento do trabalho, alguns percalços com relação ao crescimento das plantas e aos cuidados necessários para que os vegetais da horta frutificassem. Os dados iniciais demonstram que as sementes selecionadas possuem uma grande fragilidade no tocante a disponibilidade de água e exposição a pragas (formigas). No processo de desenho da pesquisa a distribuição nos intervalos de irrigação pode ter influenciado diretamente a redução no crescimento dos vegetais. A pesquisa possibilitou ao grupo o desenvolvimento de conceitos científicos no tocante a extrair dados até mesmo quando os objetivos iniciais não são alcançados. CONCLUSÃO O uso de hortas como ferramentas multidisciplinares demonstra que estas possuem grande potencial mais requer um trabalho mais acentuado por parte da comunidade acadêmica no processo de construção dos resultados.
REFERÊNCIAS
CHRISTOFIDIS, D. A água e a crise alimentar. Disponivel em : <h tt p:// www.iica.org.br/Aguatrab/ Demetrios%20Christofidis/P2TB01.htm>Acesso em 20 Janeiro 2003. FERNANDES, M.H.; ROCHA, V.M.; SOUZA, D.B. A concepção sobre saúde do escolar entre professores do ensino fundamental (1ª a 4ª séries). Hist. Cienc. Saúde - Manguinhos, Rio de Janeiro, V.12, n.2, 2005. FRANCISCO, W.C. O solo. Equipe Escola Kids. Disponível em: http://www.escolakids.com/o-solo.htm. Acesso em: 25 de maio de 2017. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Local Action: creating health promoting schools, 2000. Disponivel em : <h tt p:// www.who.int/school_youth_health/resources/information_series/en/i ndex.html>Acesso em 20 março de 2017. SETTI DE LIZ, R. Etapas para o planejamento e implantação de horta urbana. Comunicado Técnico. Brasília, 2006.
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AUTORES Laís Freires Teixeira de Morais Ilana Chaga Ribeiro Santana Aércio Matheus Nascimento Maarani Karla Soares Pereira de Lucena Ricardo Braga dos Santos Mauricio Lima de Alcântara Marília Campos Sabino
COORDENADOR Nednaldo Dantas dos Santos INSTITUIÇÃO Escola Estadual Peregrino Júnior
PEQUENO GUIA PARA UMA GRANDE HORTA INTRODUÇÃO Os conhecimentos transmitidos pela tradição oral remontam os cenários de que o homem, desde os primórdios, extrai seu sustento do meio ambiente, estabelecendo uma relação homem-natureza, pois, ele depende dela para a sua so64 |
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brevivência (FRISK, 2008). Os primeiros sistemas de cultivo e de criação apareceram em algumas regiões pouco numerosas e relativamente pouco extensas do planeta. As primeiras formas de agricultura eram certamente praticadas perto de moradias, rios, ou seja,
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terras já fertilizadas que não exigiam, portanto, desmatamento, o que se tornou eficaz até os dias de hoje. É necessário que professores resgatem este contato, possibilitando as experiências com a produção de alimentos de forma sustentável, e, desta forma as hortas nas escolas possuem um papel importantíssimo (FETTER E MULLER, 2008). O conjunto de práticas de agricultura cresceu muito e está sendo incluído nas escolas como ferramenta de aprendizagem e conscientização. Nessa perspectiva, a 13ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) propôs que as escolas pudessem aderir a atividades que demonstrassem ações de estímulo à pesquisa e iniciação científica abordando o tema: alimentação e a contribuição do conhecimento científico e tecnológico para tornar a nossa alimentação diária cada vez melhor. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi verificar o impacto e os benefícios que o cultivo de hortas pode trazer para o aluno e toda a sua comunidade. RESULTADOS Os dados coletados e observados demonstra-
ram que a proposta além de estimular o aluno na disciplina que estuda os vegetais, possibilitou a interação com outras disciplinas, estimulando o aluno na leitura e na escrita. Permitiu e possibilitou o uso de métodos de transformação de unidades de medidas provocando a curiosidade de entender melhor como culturalmente surgiu o processo sistematizado de cultivo de vegetais incentivando a buscar uma alimentação saudável, bem como a praticar esportes. A prática da horta na escola se caracterizou como processo de mediação, viabilizando o ensino e as situações concretas vividas no cotidiano, tanto na escola quanto em casa. CONCLUSÃO Com a implantação da horta, a escola pôde proporcionar ao aluno novas experiências e formas de conhecimento mais amplas, incentivando a busca por uma alimentação saudável e mostrando que o ensino transcende a sala de aula e que a aprendizagem ocorre também por meio de aulas práticas. Assim, concluiu-se que o projeto sensibilizou o aluno a observar que, enquanto cidadão, ele tem o dever de respeitar a natureza.
REFERÊNCIAS
BOMBANA, M. C. B.; CZAPSKI, S. Hortas na educação ambiental: na escola, na comunidade, em casa. São Paulo: Editora Peirópolis, 2011. 93p. CAPRA, F. et al. Alfabetização ecológica: a educação das crianças para um mundo sustentável. São Paulo: Editora Pensamento/Cultrix, 2005. FETTER, I. S; MULLER, J. Agroecologia Merenda Escolar e Ervam Medicinais Resgatando Valores no Ambiente escolar. 2008. Disponível em:< http://www6.ufrgs.br/seeragroecologia/ojs/sitemap. php> Acesso em 20 de março 2017. FRISK, P. R. Horta na Escola. 2008. Disponível em: <http://www.guiadeitupeva.com.br/noticias/ver. php?cit=18> Acesso em 25 de maio 2017. SETTI DE LIZ, R. Etapas para o planejamento e implantação de horta urbana. Comunicado Técnico. Brasília, 2006.
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AUTORES Maíra Cíntia Lucena Melo Vicente Carlos Costa da Silva Maria Eduarda Holanda Costa Melo
COORDENADOR Maíra Cíntia Lucena Melo INSTITUIÇÃO 13ª Direc - Apodi
A utilização do produto “Bemisia’s” nas Plantas da Região de Severiano Melo que são Afetadas pela Mosca Branca (Bemisia Tabaci) INTRODUÇÃO No ano de 2015, a região do Rio Grande do Norte - Nordeste do Brasil - foi grandemente afetada por uma população de pragas conhecidas como Mosca Branca. Períodos secos e quentes favorecem o desenvolvimento e a dispersão da Bemisia Tabaci, sendo por isso, observados maiores picos populacionais na estação seca. Os adultos da mosca-branca são de coloração amarelo-pálida. Medem de 1 a 2 mm, sendo a fêmea maior que o macho. Quando em repouso, as asas são mantidas levemente separadas, com os lados paralelos, deixando o abdome visível. A longevidade do inseto depende da alimentação e da temperatura. Do estágio de ovo de adulto o inseto pode levar de 18 a 19 dias ( com temperatura médias de 32°C). O ovo, de coloração amarela, apresenta formato de pêra e mede cerca de 0,2 a 0,3 mm. São depositados pelas fêmeas, de maneira irregular, na parte inferior da folha. A duração dessa fase é de seis a quinze dias, dependendo da temperatura. A mesma (Bemisia tabaci) ataca inúmeras plantações fazendo um estrago exorbitante impedindo que as plantas proliferem e interfererin-
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do na produção dos frutos. Seu hospedeiro mais frequente é o cajueiro. O cajueiro pertence à família Anacardiaceae, Dicotyledoneae, gênero Anacardium, espécies Anacardium occidentale, L (cajueiro comum) e supostamente - Anacardium occidentale, L var, nanun (cajueiro precoce). As características do cajueiro anão precoce é que ela é uma planta de porte baixo(2 a 4m), copa compacta (em torno de 7 metros de envergadura), ereta; propagado por enxertia, estaquia ou cajueiro comum, floração que dura 7 a 9 meses. O peso do fruto varia de 3g a 13g, peso do pedúnculo varia de 40g a 198g. A cidade de Severiano Melo é conhecida como “ A terra do Caju”, pois a sua principal fonte de renda é o caju e com a chegada dessa praga muitos produtores perderam sua única fonte de renda. Surgiu a necessidade de fazer um levantamento se na região outra plantas estavam sendo atacadas pela mosca branca (Bemisia tabaci), fazendo assim um levantamento se a mesma está atacando e impedindo que as plantas proliferem e interferindo na produção dos frutos. Segundo Haji et al., (2004) A mosca-branca Bemisia Tabaci biótico B (Hemiptera: Aleyrodidae)
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é praga de diversas culturas, sendo capaz de se alimentar de mais de 500 espécies de vegetais, principalmente algumas das famílias cucurbitáceas, solanáceas, brássicas, fabáceas, euforbiáceas, malváceas e plantas ornamentais. Algodão, brássicas (brócolos, couve-flor, repolho), cucurbitáceas (abobrinha, melão, chuchu, melancia, pepino), leguminosas (feijão, feijão-de-vagem, soja), solanáceas o bico-de-papagaio ( Euphorbia pulcherrima). Tem sido detectada também em plantas daninhas como o picão, joá-de-capote, amendoim-bravo e datura. Segundo RISTORI et al. (2002) o Brasil é o segundo maior produtor de pimenta no mundo e centro da diversidade do gênero Capsicum (REIFSCHNEIDER, 2000). Essa hortaliça está difundida em todas as regiões do Brasil, sendo que as principais áreas de cultivo são as regiões Sudeste e Centro Oeste. São comercializadas do produto industrializado (WAGNER, 2003). Sendo assim na pesquisa realizada na região foi detectado um pé detectado um pé de pimenta gênero Capsicum. MÉTODO Com base numa pesquisa realizada com o cajueiro na região de Severiano Melo, utilizado um produto que seria uma mistura utilizando o produto natural: óleo de algodão (250 ml), juntamente com detergente neutro (150 ml) e água, visto que no cajueiro surtiu um bom desempenho, surgiu à necessidade de comprovamos se esse mesmo produto teria um mesmo resultado no pé de pimenta de cheiro (Capiscum spp), foram utilizados para a aplicação de pimenteiras da espécie Capsicum spp uma mistura na proporção de 4:2, 4 ml de óleo de algodão, 2 ml de detergente neutro para 10 ml de água. Na foto a seguir ilustra a planta infectada pela mosca branca (Be-
misia tabaci), antes da aplicação do produto. Depois de feita a mistura foi colocada dentro de um pulverizador foi aplicado na planta de modo a se confirma se o antídoto que antes havia sido aplicado nos cajueiros também teria os mesmos resultados com o pé de pimenta e se o mesmo iria ter um resultado satisfatório atingindo as pragas que no caso era a mosca branca Bemisia tabaci. RESULTADO Ao final da aplicação do produto foi possível constatarmos que foi dada como certa a eficácia no combate da mosca branca, nas pimenteiras, pois tiveram uma melhor qualidade na produção dos seus derivados, levando assim a melhoria na produção e na qualidade do seu produto, visto que o antídoto é de origem natural e não traz nenhum dano ambiental nem bem como na saúde, de que consome. Como ilustrado na figura 04 é notório a eficácia do antídoto nas Pimentas contra, visto que logo após a aplicação é possível observar a mudança na aparência da planta, e pode-se notar uma melhor aparência da folha. CONCLUSÃO Ao final da aplicação do produto foi possível constatamos que foi dada como certa e eficácia no combate da mosca branca, nas pimenteiras, pois tiveram uma melhor qualidade na produção dos seus derivados, levando assim a melhoria na produção e na qualidade do seu produto, visto que o antídoto é de origem natural e não traz nenhum dano ambiental nem bem como na saúde, de que consome. Como ilustrado na figura 04 é notório a eficácia do antídoto nas Pimentas contra, visto que logo após a aplicação é possível observar a mudança nas aparências da planta, pode-se notar uma melhor aparência da folha.
REFERÊNCIAS
Cajueiro anão precoce disponível em: http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/Repositorio/Cultivo_cajueiro_Crisostomo_00 0fyipkypr02wx5okpvo4k36o1xo1h.pdf Acesso 12 de julho de 2016 Mosca branca (bemisia tabaci) disponível em https://www. google.com.br/search?q=mosca+branca+bemisia+tabaci acesso 22 de julho de 2016. Óleo de algodão (Gossypium hirsutum) disponível em: http://www.campestre.com.br/especificação_algodao.shtml acesso 02 de Junho de 2016.-cabelo> acesso em: 22 de agosto de 2016.
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AUTORES Luana Neves Yasmin Rakel Maarani Karla Soares Pereira de Lucena Ricardo Braga dos Santos Mauricio Lima de Alcântara Taciana da Silva Lopes
COORDENADOR Nednaldo Dantas dos Santos INSTITUIÇÃO Escola Estadual Peregrino Júnior
CULTIVANDO EDUCAÇÃO INTRODUÇÃO A educação ambiental nos últimos anos passou a ter uma relevante importância para a sociedade. As instituições de ensino devem assumir o papel de colaborar na transmissão de conceitos e valores a crianças e jovens, auxiliando, na formação de uma comunidade escolar responsável pelo meio social e buscando restabelecer a har-
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monia entre o ser humano e o ambiente (RIBEIRO E RAMOS, 1999). O processo de formação da comunidade escolar requer um processo amplo de educação, no qual, é importante conhecer e utilizar as técnicas ecológicas, em prol de uma melhor qualidade de vida e da conservação ambiental (KNORST, 2010). É interessante que sejam realizadas dinâmicas em
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espaço alternativo, como a horta escolar, assim, estimular a curiosidade do educando (AlBIEIRO & ALVES 2007). Dentro da proposta de respeito e valorização do indivíduo como responsável pelo meio em que vive a 13ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) propôs que as escolas pudessem aderir a atividades que demonstrassem ações de estímulo à pesquisa e iniciação científica abordando o tema: alimentação e a contribuição do conhecimento científico e tecnológico para tornar a nossa alimentação diária cada vez melhor. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi mostrar a importância do cultivo de plantas medicinais em um ambiente escolar como ferramenta multidisciplinar de ensino-aprendizagem. Uma das etapas deste trabalho foi a criação de uma horta comunitária pelos alunos de uma escola na Zona Norte de Natal/RN, visualizando o efeito de tal experiência na vida dos discentes. O projeto foi desenvolvido com o foco principal de integrar as diversas fontes de recursos e aprendizagem, além de observar o crescimento
diversificado de variados tipos de plantas em um espaço escolar que era inutilizado. Foram utilizados saberes da disciplina de biologia, principalmente na área voltada para botânica, permitindo assimilar, assim, teoria e prática. RESULTADOS Foi observado que, apesar de todo o trabalho e cuidado, não houve um resultado positivo quanto ao crescimento das mudas. Nenhum dos vegetais plantados resistiu ao tempo, à temperatura e à falta de umidade do solo. Nesse sentido, foi importante constatar que é necessário um cuidado amplo para que haja êxito no projeto, o que envolve constante observação das plantas, exposição diária ao sol, regá-las e também detalhamento na escrita do diário do pesquisador. CONCLUSÃO Conclui-se que esse projeto tem um caráter educativo com enfoque em ajudar os alunos a entenderem melhor sobre botânica e se interessarem pelo assunto.
REFERÊNCIAS
ALBIEIRO, K. A.; ALVES, F. S. Formação e desenvolvimento de hábitos alimentares em crianças pela educação nutricional. Revista Nutrição em Pauta, São Paulo, n. 82, p. 17-21, 2007. BRASIL. Alimentação Escolar. MEC/FNDE. Disponível em: http://www.fnde. gov. br. Acesso em: 21 de abril de 2017. CAPRA, F. et al. Alfabetização ecológica: a educação das crianças para um mundo sustentável. São Paulo: Editora Pensamento/Cultrix, 2005. KNORST, P.A.R. Educação Ambiental: um desafio para as unidades escolares. Unoesc & Ciência – ACHS, Joaçaba, v. 1, n. 2, p. 131-138, jul./dez. 2010. RIBEIRO, M. R. C.; RAMOS, F. A. G. Educação Ambiental no Cotidiano Escolar: estudo de caso etnográfico. Caderno de Pesquisa: São Luís. v. 10, n.2, p. 9-21, jul./dez. 1999.
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AUTORES Maria Soares de Lima Emerson Nunes de Almeida
INSTITUIÇÃO Escola Estadual Ana Júlia de Carvalho Mousinho
SUSTENTABILIDADE E EDUCAÇÃO: PROJETO PLANTANDO VIDAS INTRODUÇÃO O trabalho de educação sócio ambiental Plantando Vidas é um projeto multidisciplinar que tem objetivo construir em nossos educandos uma consciência ecológica e cidadã no sentido de preservar os nossos ambientes sociais, por meio de várias ações que sejam relevantes para a preservação dos nossos biomas. Percebemos que com as rápidas transformações no mundo do trabalho, no avanço tecnológico, na sociedade virtual e nos meios de informação e comunicação a escola passa inserir outros desafios para torná-la uma conquista democrática. Desenvolver e acompanhar a educação ambiental na escola envolvendo a comunidade escolar para pensar nas soluções para os problemas atuais e na construção de um futuro desejado por todos,tem sido nosso grande desafio. MÉTODO A implantação do projeto deu-se a partir da sensibilização da comunidade escolar por meio de uma nova percepção socioambiental. Para isso REFERÊNCIAS
fez-se necessário trabalhos de pesquisa a cerca dos principais problemas detectados. A partir desse levantamento promovemos palestras de motivação e conscientização em torno da importância do Meio Ambiente, Qualidade de Vida, Consumo Consciente, aulas de campo e a construção de um mini-horto contendo espécies dos biomas brasileiros da Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga. RESULTADOS O horto implantado há três anos encontra-se em desenvolvimento de forma satisfatória, tendo em vista a boa adaptação das espécies, dos avanços no que diz respeito à consciência ambiental,da realização de duas edições da semana de meio ambiente e das parcerias firmadas. CONCLUSÃO Esperamos termos um bosque com espécies em extinção dos principais biomas, de árvores frutíferas e que as ações realizadas em nossa instituição não se restrinjam aos muros da escola resultando em ações positivas em toda comunidade.
Carvalho,Isabel Cristina de Moura Educação ambiental: a formação do sujeito ecológico.São Paulo:Cortez,2004
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COORDENADOR Silenildo Rafael Lopes
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AUTORES Márcia Eduarda Gonçalves de Moura André Macaulay Mendes Campos Alana Gleise Dantas da Silva de Moura Adalfran Herbert de Melo Silveira Fernando Moreira da Silva
INSTITUIÇÃO Escola Estadual Mauricio Freire
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DO RIO POTENGI E IMPACTOS AMBIENTAIS COMO FERRAMENTA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL INTRODUÇÃO A água apresenta recursos ricos em minerais e vivos onde são necessários para humanidade. Contudo, em relação aos recursos hídricos os principais problemas estão associados a utilização de corpos d’água inadequados, como despejo de esgotos domésticos, lixo, rejeitos industriais e agrícolas acarretando uma contaminação imensa aquele ambiente (CPRM, 2008). MÉTODO O presente trabalho consiste na análise da qualidade das águas no Rio Potengi, no município de São Paulo do Potengi, por alunos da E.E Maurício Freire em prol de uma questão ambiental e social. Diante essa situação, fez-se mister analisar as variáveis presença de espuma e o grau de turbidez em quatro locais selecionados. Como metodologia utilizou-se a aplicação de questionários com critérios de classificação do parâmetro conforme a percepção de cada aluno sobre o nível de espumas, adaptada a partir da proposta de Branco, 2004. RESULTADOS Os resultados mostraram que as águas do rio
apresentaram turbidez muito elevada e alta concentração de espumas nos locais onde a urbanização é proeminente, o que está relacionada a baixa produtividade primária do sistema aquático. Isso implica dizer que há uma presença de agentes que influenciam a ocorrência desse fato, sendo eles, o uso e ocupação do solo para a agricultura no qual apresenta presença de agrotóxicos que são lançados nas plantações, poluindo o solo até a chuva fazer o transporte até chegar ao rio causando a contaminação da água, morte de alguns seres vivos como os peixes e a formação de espumas. CONCLUSÃO Ao longo de um ano, foram realizadas duas coletas em campo com a intenção de determinar a atual situação da qualidade da água do Rio Potengi, no município de São Paulo do Potengi, quanto aos níveis de poluição e degradação do meio. Com base nesses resultados constatou-se grandes impactos ocasionados pelas diversas atividades antrópicas, principalmente nos locais onde possuem a presença de matéria orgânica. Portanto, é necessária a utilização da educação ambiental para sensibilização da sociedade para amenizar o problema.
REFERÊNCIAS
Silva, C. R. Geodiversidade do Brasil: conhecer o passado, para entender o presente e prever o futuro / editor: Cassio Roberto da Silva. Rio de Janeiro: CPRM, 2008. BRANCO, S. M. Guia de avaliação da qualidade das águas. In: RIBEIRO, Maria Luisa Borges (Org.). Observando o Tietê. São Paulo, 2004. Um mundo de pesquisa, cultura e ciência|
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AUTORES José Roberto Jefferson Fernandes Jeferson Cleyton Maarani Karla Soares Pereira de Lucena Ricardo Braga dos Santos Mauricio Lima de Alcântara Astíages Rodrigues Siqueira
COORDENADOR Nednaldo Dantas dos Santos INSTITUIÇÃO Escola Estadual Peregrino Júnior
HORTA NA ESCOLA: CONSTRUÇÃO DE UM DIÁRIO INTRODUÇÃO Uma alimentação saudável está associada a bons resultados no processo de aprendizagem, sendo que os estudantes com defiCiência nutricionais não apresentam bons resultados nas atividades escolares como deveriam se estivessem bem alimentados (SALGADO, 2009). Uma alimentação desequilibrada pode ser a causa de várias doenças fruto de seus hábitos alimentares inadequados que podem potencializar fatores de risco para doenças crônicas na fase adulta (LEVY et al., 2009). As instituições, frente a 72 |
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essa realidade, devem criar condições e facilitar a ocorrência dessa aprendizagem transformando-as em hábitos saudáveis (SCHNETZLER,1992) Na busca de atender os encaminhamentos da sociedade buscamos incentivar os alunos da Escola Estadual Peregrino Júnior, no bairro de Santa Catarina, em Natal RN a uma alimentação saudável, foi proposta a construção de uma horta, para que os mesmos pudessem participar de todo o processo. Nessa perspectiva, a 13ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) propôs que as es-
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colas pudessem aderir a atividades que demonstrassem ações de estímulo à pesquisa e iniciação científica abordando o tema: alimentação e a contribuição do conhecimento científico e tecnológico para tornar a nossa alimentação diária cada vez melhor. Dessa forma, o objetivo do trabalho é observar o comportamento das diversas espécies de hortaliças e também verificar seus pontos básicos que são os valores nutricionais, como ela se desenvolve no decorrer dos dias, bem como fazer um Diário do Pesquisador para que sejam feitas as anotações desse período. RESULTADO Ao longo dos dias pode-se observar o crescimento das plantas e a necessidade da umidade do solo. Os dados foram coletados e descritos no Diário do Pesquisador atentamente como forma de registrar o crescimento das plantas e as dificuldades encontradas pelo grupo. Foi visto através da observação que cada planta tem seu tempo certo de crescimento e algumas não corresponderam ao que o grupo inicialmente es-
perava, porém foi visto que tal fato é próprio de cada vegetal. Outro dado importante observado foi que o projeto possibilitou o desenvolvimento da postura de envolvimento e responsabilidade. Os resultados ultrapassaram unicamente o crescimento dos vegetais e alcançou o desenvolvimento de habilidades não tão comuns na escola: manuseio do solo, preocupação com a origem e processo de produção de alimentos. CONCLUSÃO Ao longo de dois meses foi observado várias experiências em relação a horta. Houve pesquisa, debate sobre o assunto entre alunos e professores, trazendo muito aprendizado. Concluí-se então, que o projeto levou os alunos mais além do que uma simples plantação, com ele pode-se ver a relação entre alimento, alguns problemas de saúde, o incentivo a prática de plantio, levando ao entendimento dos pontos bases de cada planta, como por exemplo seus nutrientes e potencial alimentício, mostrando que pequenas ideias podem gerar grandes aprendizados.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Alimentação Escolar. MEC/FNDE. Disponível em: http://www.fnde. gov. br. Acesso em: 21 de abril de 2017.
LEVY, R. B.; CASTRO, I. R. de.; CARDOSO, L, de, O.; TAVARES, L, F.; SARDINHA, L. M. V. ; GOMES, F. da. S. ; COSTA, A. W. N. da. Consumo e comportamento alimentar entre 16 adolescentes brasileiros: pesquisa nacional de saúde do escolar (PENSE), 2009. Brasília: Ciênc. saúde coletiva, 2010. Disponível em:< http://www.scielo.com.br/>. Acesso em: 10 set. SALGADO, J. M. Capacidade intelectual da criança e a boa alimentação. Rio de Janeiro, 2009. Disponível em: . Acesso em: 14 set. SCHNETZLER, R. P. Construção do conhecimento e ensino de Ciência. Brasília, 1992.
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Notas
FAPERN se aproxima de instituições promotoras de empreendedorismo e inovação Mônica Costa A Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Norte (FAPERN) esteve presente na 26ª Conferência da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec), que aconteceu entre os dias 17 a 20 de outubro, Fortaleza (CE). O diretor de Inovação da FAPERN, Júlio Rezende, foi um dos 650 participantes do evento, que reuniu empreendedores, gestores de ambientes de inovação, representantes do governo e do setor privado, estudantes e especialistas de todos os Estados brasileiros e de outros países. Durante a Conferência, Júlio Rezende reuniu-se com o presidente da Anprotec, Jorge Audy. No encontro, foram discutidas orientações para as incubadoras serem mais sustentáveis e estimularem a sustentabilidade nas empresas incubadas e startups. O desenvolvimento de tecnologias limpas também esteve na pauta da conversa. Segundo o diretor da FAPERN, na reunião também foi ressaltada a importância da dis74 |
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cussão sobre as incubadoras no Brasil. “Foi discutido a importância da atuação das redes das incubadoras e a interface com as fundações estaduais de amparo à pesquisa (FAPs) nos diferentes estados, assim como o desenvolvimento de estratégias para o fortalecimento das incubadoras de empresas e o empreendedorismo no Brasil.” Além da discussão sobre a temática, houve troca de conhecimento entre os participantes de outros estados. “A Conferência gerou importantes aprendizados sobre as metodologias e novas percepções sobre a atuação das incubadoras de empresas, além do relacionamento que estabelecemos com os representantes das fundações de amparo à pesquisa do Rio de Janeiro (Faperj) e de Alagoas (Fapeal)”, reconheceu. Na condição de integrante da Incubadora Tecnológica Natal Central (ITNC), do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN), a assessora técnica da FAPERN, Iara Guedes, também participou da Conferência. Na oportunidade a ITNC foi certificada pela Anprotec.
Notas
FAPERN participa de abertura da Jornada Pedagógica em Santa Cruz/RN Leandro Menezes A No dia 1º de fevereiro, o diretor-presidente da FAPERN, Uílame Umbelino Gomes ministrou a palestra de abertura da Jornada Pedagógica da sétima Diretoria Regional de Ensino e Cultura (Direc), no município Santa Cruz/RN. Com a presença de professores e gestores das escolas da região, o presidente trabalhou o tema “Interfaces das Linguagens: tecer gestão e inovação para uma escola curiosa, prazerosa e apreendente - Incentivo à Pesquisa científica”. Em sua fala, Umbelino fez um panorama sobre o desenvolvimento das ações de Ciência, Tecnologia e Inovação (CTI) no mundo e também no Brasil. Dentre as suas ponderações, o presidente falou sobre as ações do país na área de CTI, “ o Brasil precisa de estrutura para desenvolver a Ciência e inovar em CTI depende da escola e de
investimentos”. Durante a sua palestra, ele enfatizou a importância do conhecimento para o convívio social. “Vivemos na sociedade do conhecimento que é o bem mais importante da nossa vida hoje e aonde conseguimos esse conhecimento é na escola”, disse Umbelino. O diretor da Direc, Dinamérico Augusto falou sobre a participação do diretor da FAPERN no evento. “ A palestra dele é vista com grande ansiedade pelos presentes por se tratar de uma grande autoridade e toda Direc e a regional de Santa Cruz só teve a ganhar com a presença dele”, afirmou o diretor da Direc. Também foi acordado futuras parcerias entre a sétima Direc e a FAPERN. “A nossa parceria com a FAPERN será consistente e bastante objetiva e a nossa sociedade só tem a ganhar”, disse Dinamérico.
Fórum do Confap Leandro Menezes A FAPERN se mostra atuante nos fóruns do Conselho Nacional de Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap). Em 2017 já ocorreram duas edições: a primeira em fevereiro na cidade de São Paulo/SP e a segunda em maio em Aracaju/SE. A Fundação esteve presente nas duas edições. O diretor-presidente Uílame Umbelino Gomes falou sobre a participação durante os eventos. Segundo o diretor-presidente da FAPERN: “Os Fóruns do Confap serviram para ajudar na regularização da Fundação frente aos órgãos de fomento, como a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), que tinham representação lá no evento”. Uílame Umbelino ainda falou sobre a experiência vivida dentro do Fórum: “Nesse tipo de evento
a gente nota a importância das Fundações e o seu papel de fortalecer a pesquisa e o pesquisador. É isso que mantém a pesquisa do Estado forte, pois o conhecimento gera desenvolvimento, e conhecimento é desenvolvido pela pesquisa”, afirmou. De acordo com o diretor-presidente: “As pendências aos órgãos de fomento federal, já estão sendo sanadas e em breve voltaremos a realizar o principal papel da FAPERN, que é fomentar a pesquisa no Estado do Rio Grande do Norte, pois, esse fomento é realizado mediante o apoio desses órgãos.” Futuras parcerias No último Fórum do Confap, realizado em Aracaju/SE, foi assinado uma parceria entre algumas universidades francesas, juntamente com as Fundações de Amparo à Pesquisa (FAP’s) da região Nordeste, que irá resultar em intercâmbio entre pesquisadores do Brasil e da França. O Edital de lançamento deve ser divulgado ainda em 2017.
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FAPERN realiza diversas ações em Mossoró/RN Leandro Menezes Dentre as diversas ações promovidas em 2017, a FAPERN realizou diversas ações na cidade de Mossoró/RN visando a interiorização da Fundação e levando as atividades e projetos para outras localidade do Rio Grande do Norte. O diretor de Inovação da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Norte (FAPERN) Julio Rezende participou no dia 31 de janeiro, da solenidade de inauguração da usina solar da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa). De acordo com o diretor: “A FAPERN tem interesse e está formatando um programa de apoio às empresas atuantes no segmento de
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tecnologias limpas. A usina solar da Ufersa é uma iniciativa que gera oportunidades de pesquisa e ensino na instituição”. Após a inauguração, ocorreu uma reunião entre o diretor da Fundação com os pró-reitores de Pesquisa e Pós-Graduação da Ufersa, Jean Berg Alves (pró-reitor) e Vander Mendonça (pró-reitor adjunto), respectivamente. Segundo Julio Rezende: “Na reunião foram apresentadas as novas ações da FAPERN e as perspectivas para 2017/2018 e definiram a realização de um seminário de avaliação das pesquisas de mestrado e doutorado desenvolvidos por bolsistas da CAPES/FAPERN que deve ocorrer na primeira quinzena de março”.
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Seminário promovido pela FAPERN mostra todo o potencial das pesquisas locais Com a finalidade de promover as pesquisas realizadas e interiorizar as ações da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Norte (FAPERN), foi realizado no dia 30 de março, no Campus Central da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) em Mossoró/RN, o I Seminário de Avaliação de Pesquisa da Região Oeste do RN. O evento contou com a apresentação de nove projetos referentes ao Edital N° 013/2014 - FAPERN/Capes - Bolsas de Mestrado e Doutorado, onde mostrou o potencial local nas pesquisas e a importância do fomento para que elas sejam desenvolvidas. A doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Bioquímica e Biologia Celular (PMBqBM) da UERN, Jéssica Costa relatou a necessidade do apoio oferecido pela FAPERN durante o seu curso: “Esse apoio é importante, pois além de impulsionar a minha pesquisa, o Programa também foi beneficiado e se não fosse por esse apoio muitos alunos estariam sem bolsa e teriam dificuldades para desenvolver suas atividades”. Já o chefe do departamento de Apoio ao Pesquisador da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propeg) da UERN, Kleberson Porpino, falou sobre a qualidade dos projetos apresentados durante o Seminário: “Gostei muito dos projeto que vi e percebi que todos têm objetivos e metodologias bem sólidas, além disso podemos ver as nossas parcerias com as outras Instituições de Ensino Superior aqui de Mossoró, como, a Ufersa e o IFRN e isso fortalece a Ciência no Rio Grande do Norte”. O representante da UERN ainda relatou a importância da FAPERN em relação ao fomento às pesquisas e a parceria entre os dois órgãos estaduais: “ Acho o papel da FAPERN fundamental para o desenvolvimento do Estado, pois quando pegamos essa questão das bolsas, os Programas de Pós-graduação têm acesso limitado às bolsas dos órgãos de fomentos federais (Capes e CNPq) e essa complementação de bolsas que a Fundação promove é fundamental para o desenvolvimento das pesquisas dos alunos. Já a iniciativa
da Fapern em criar esse Seminário e a participação da sua diretoria mostrar que ela quer tomar conhecimento sobre o que está acontecendo e sendo realizado com os recursos destinados e a qualidade do que está sendo produzido é de extrema importância”, afirmou Kleberson. Já o diretor de Inovação da FAPERN, Julio Rezende falou sobre os objetivos desse Seminário: “O evento atingiu os nossos objetivos no sentido de proporcionar uma maior aproximação da FAPERN com os bolsistas de mestrado e doutorado. O Seminário também foi importante para identificar estratégias e dar maior publicidade às pesquisas desenvolvidas verificando-se também os impactos sociais. Além disso, foi muito importante para a FAPERN gerar também uma aproximação com a UERN e Ufersa”. Ao todo foram avaliados nove projetos das seguintes áreas: Bioquímica e Biologia Celular; Ciência Animal; Ciência da Computação; Serviço Social e Direitos Sociais; Sistemas de Comunicação e Automação e Física.
o edital Foram avaliados os projetos do Edital N° 013/2014 - FAPERN/Capes - Bolsas de Mestrado e Doutorado, onde foram implantadas 42 (quarenta e duas) quotas de Bolsas de Mestrado e 28 (vinte e oito) de Doutorado, com o valor total de R$ 4.468.800,00 (quatro milhões quatrocentos e sessenta e oito mil e oitocentos reais), que contemplou as seguintes instituições: Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN); Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN); Universidade Federal Rural do Semi-Àrido (Ufersa) e o Instituto Internacional de NeuroCiência de Natal Edmond e Lily Safra (IINN-ELS).
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Marcha Pela Ciência acontece pela primeira vez em Natal/RN Leandro Menezes A Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Norte (FAPERN), juntamente com o Departamento de Engenharia da Produção da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e o Parque da Cidade Dom Nivaldo Monte, realizaram a primeira edição da Marcha Pela Ciência Natal (March For Science Natal). O evento, que aconteceu no 22 de abril, movimentou a cidade com diversas atividades durante todo o dia. Pela manhã, foi realizada a primeira competição da América do Sul sobre o planeta Marte, denominada a Mars Hackathon. Durante a competição os participantes tiveram orientações para o funcionamento de uma estação em Marte. Também houve uma Performance de Arte, no Departamento de Artes da UFRN. Já no período da tarde, as atividades ficaram 78 |
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concentradas no Parque da Cidade Dom Nivaldo Monte. Onde ocorreu um debate sobre os investimentos e ações em Ciência, Tecnologia e Inovação no Rio Grande do Norte. O evento contou com a participação dos diretores da FAPERN, Laurence Bittencourt (científico) e Julio Rezende (inovação); da reitora da UFRN, Ângela Paiva; do diretor do Campus/Natal da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), Francisco Dantas; da representante da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Maria Bernardete Cordeiro de Sousa, além de diversas autoridades ligadas a pesquisa no Rio Grande do Norte. Após o debate, aconteceu uma marcha percorrendo o Parque pedindo mais apoio e atenção aos órgãos de fomento e pesquisa do Estado. Ao todo o evento contou com a participação de cerca de 500 pessoas durante todo o dia.
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FAPERN participa de evento sobre empreendedorismo Leandro Menezes “O empreendedorismo é a arte da inovação, é o mecanismo de ação e gestão”, afirmou Uílame Umbelino no XIV Simpósio do Centro de BioCiência da UFRN. Dentre os evento que a FAPERN participou, o diretor-presidente da Fundação, Uílame Umbelino Gomes, esteve presente em uma mesa redonda sobre “Bioeconomia: Impactos da biotecnologia no desenvolvimento regional”, durante o XIV Simpósio do Centro de BioCiência da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (CB-UFRN). Com o público composto por alunos e docentes, o presidente da FAPERN falou aos presentes sobre a história e a importância da cultura do empreendedorismo no Brasil: “No Brasil, não temos a cultura da universidade-empresa, então precisamos fortalecer um
ambiente empreendedor nas universidades”, afirmou. O presidente definiu o empreendedorismo como a arte da inovação e gestão. Na condição de detentor de grande número de patentes de produtos desenvolvidos em suas pesquisas, Uílame Umbelino citou a criação e manutenção de incubadoras de empresas como uma das importantes ações para o fortalecimento do empreendedorismo: “Gerar um negócio é algo complicado, por isso, as incubadoras são importantes, pois auxiliam aqueles que estão saindo das universidades e querem desenvolver algo novo”, destacou. A mesa de discussão contou ainda com as participações do representante da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (Fiern), Bhaskara Canan, do professor do Departamento de Bioquímica da UFRN, Daniel Lanza e do diretor do CB-UFRN e mediador da mesa, Graco Aurélio.
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Pesquisadores
Artigo
O Núcleo de Pesquisa em Engenharia, Ciência e Sustentabilidade do Semiárido (NUPECS) Prof. Julio Francisco Dantas de Rezende* O Núcleo de Pesquisa em Engenharia, Ciência e Sustentabilidade do Semiárido (NUPECS) funciona na zona rural de Caiçara do Rio do Vento (RN) na BR 304 a 100 km da cidade de Natal. No local há infraestrutura de suporte como auditório, refeitório e hospedagem. O NUPECS é uma iniciativa em desenvolvimento em uma propriedade rural onde são desenvolvidos projetos de pesquisa e extensão do Departamento de Engenharia da Produção da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) nas áreas de sustentabilidade, tecnologias sociais e espaço voltadas ao convívio com a mudança climática no semiárido nordestino. A aproximação com o sertão envolve organizações e pesquisadores identificarem o que pode ser pesquisado de modo a se promover uma maior sustentabilidade ambiental, econômica e social no sertão. No campo da engenharia, busca-se dar suporte às pesquisas e experimentos voltados à resiliência humana perante fenômenos climáticos severos e adversos da Mudança Climática. Alguns projetos em desenvolvimento no NUPECS são: Casa com PET; Casa com long neck; Casa com pneu; Habitat Marte; Centro de Educação e Cultura Sustentável; Museu de Susten-
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tabilidade do Semiárido; Tecnologias de armazenamento de água; Tecnologias sustentáveis de layout do espaço físico; Tecnologia de combate a processos erosivos e o Mirante do carcará. Todos os referidos tópicos são de grande importância de aprendizado para estudantes, pesquisadores e professores que possuem interesse no tema da SUSTENTABILIDADE. No local já foram recebidos vários grupos de estudantes e pesquisadores. Em 2016 foram recebidos em torno de 200 estudantes do ensino fundamental, médio e superior. Entre os elementos de exposição, o Museu de Sustentabilidade do Semiárido tem o papel de interiorização da Ciência e Tecnologia associado à sustentabilidade. O Museu foi concebido pelo professor Julio Francisco Dantas de Rezende do Departamento de Engenharia da Produção e funciona a partir do uso de recursos pessoais. O Museu funciona a partir da demanda de escolas e instituições que programam visitas, em horários específicos. Já existem em funcionamento no NUPECS uma grande variedade de atividades de interesse educacional, científico e tecnológico, caracterizando-se esse como um espaço inovador único no estado do Rio Grande do Norte, podendo se tornar em um lugar irradiador de novos conhecimentos e práticas de sustentabilidade. Mais recentemente encontra-se em opera-
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cionalização o funcionamento do Habitat Marte, que se trata de uma estação de pesquisa análoga à Marte, que procura reproduzir as condições encontradas em Marte. Na instalação busca-se desenvolver tecnologias relacionadas com o abastecimento e tratamento de água, comida, abrigo e roupas aplicadas à Marte e regiões áridas do planeta Terra. Busca-se na estação de pesquisa identificar possíveis resultados / tecnologias desenvolvidas nas Estações de Investigação de Marte que seriam transferíveis para comunidades afetadas pelas mudanças climáticas (secas e temperaturas severas). No local, pesquisadores
desenvolveram missões de pesquisa em regime de imersão, simulando as condições encontradas no planeta vermelho, demando reflexões sobre o planejamento e operacionalização das missões. Considera-se que através das visitas técnicas realizadas nos espaços de exposição do NUPECS que grupos de visitantes encontrarão diferentes objetos e experimentos úteis ao desenvolvimento do interesse pela ciência, tecnologia, inovação e sustentabilidade. Mais informações sobre o Núcleo de Pesquisa em Economia Cultural e Sustentabilidade do Semiárido (NUPECS) podem ser obtidas em: http://www.nupecsufrn.blogspot.com.
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________ * Diretor de Desenvolvimento Tecnológico e de Inovação da Fundação de Apoio à Pesquisa do Rio Grande do Norte – FAPERN
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Registro
A importância das Patentes para o desenvolvimento do Brasil Leandro Menezes O registro de uma patente é um processo que envolve diversos fatores. No caso dos projetos desenvolvidos dentro das universidades, ele atua com alunos, professores e gestores das instituições, sempre em prol do desenvolvimento de técnicas e/ou materiais que auxiliam a sociedade em vários aspectos. De acordo com o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), a patente é um título concedido pelo Estado a um autor, inventor ou detentor de direito sobre uma criação original — que, em decorrência do título, tem seus segredos de criação revelados. O diretor-presidente da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Norte (FAPERN), Uílame Umbelino Gomes que também atua no Grupo de Pesquisa de Materiais e Tecnologia do Pó, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) obteve recentemente uma Carta de Patente do processo para obtenção de sintetizados de MMCS a partir do Aço Inox 316L, reforçado com NBC, que é técnica que uniu o aço ao carbeto de nióbio. Essa carta resultou na terceira patente da UFRN, que atualmente tem 166 pedidos de registros de patentes, 98 registros de programas de computador aprovados e 112 solicitados, além de oito marcas registradas e 33 solicitadas junto ao INPI. Para o presidente, o trabalho necessário para a conquista de uma patente é muito árduo e longo: “Esse trabalho foi registrado em 2005 e contou com a participação de 82 |
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cerca de 20 pessoas”. Já a professora da UFRN, Tereza Neuma integrante de um grupo de pesquisa com duas cartas e mais 13 pedidos de patentes, também falou sobre o seu trabalho: “O grupo atuou muito bem para à obtenção das condições necessárias visando resultados inovadores e patenteáveis”. Além do trabalho de pesquisa, os pesquisadores envolvidos também devem atuar visando a comercialização do resultado obtido. Dentre as maneiras existentes para a negociação das patentes, duas formas são destacadas pelo presidente da FAPERN: “Todos nós que desenvolvemos pesquisas, infelizmente pecamos pela falta de grandes empresas que invistam nas pesquisas e auxiliem na troca de conhecimento. Dessa forma, a comercialização por meio de uma empresa incubada é mais viável para o pesquisador e para a universidade”. Outra questão levantada pela professora Tereza, refere-se a falta de tempo dos pesquisadores em promover e vender suas patentes: ”Infelizmente não há tempo disponível para cumprir as obrigações acadêmicas e vender os possíveis serviços. Mas, há também uma certa acomodação da nossa parte no sentido de buscar essa comercialização. Acho que se o Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) pudesse dispor de grupos de marketing e vendas teríamos um avanço semelhante à sua criação e daí muitas comercializações de patentes seriam possíveis”. Uma das principais questões sobre as
patentes é a troca de conhecimento. Isso ambos os pesquisadores concordam sobre a importância desse incentivo à inovação no Brasil. Uílame Umbelino se mostrou preocupado com a falta de iniciativa para a promoção dessa troca de conhecimento: “Hoje o Brasil tem cerca de 3% da produção científica do Mundo, no entanto estamos perdendo na tecnologia e na competitividade em inovação frente aos outros países. Podemos reverter isso, criando um ambiente de negócio mais interativo entre as universidades e a sociedade, gerando assim um ambiente mais tecnológico com investimento em parques tecnológicos e incubadoras. Nesse sentido o Rio Grande do Norte deu um grande passo com a criação do Parque Tecnológico do Estado (PotyPark) e irá proporcionar um grande desenvolvimento para o Estado”. Além da questão sobre a troca de conhecimento, a professora destacou a importância de otimizar o processo para a concessão de patentes no RN: “Precisamos de mais agilidade na concessão das cartas patentes. No Rio Grande do Norte temos que constituir um portfólio de patentes por setor, com a finalidade de promover e vender aos possíveis investidores. Isso evitaria a compra de tecnologias externas de inovações, visto que muitos grupos já possuem a capacidade de
desenvolver certas tecnologias”. O investimento em inovação tecnológica auxilia no crescimento de um país e em seu desenvolvimento, como relata o diretor da FAPERN: “O Brasil ainda não se deu conta da importância do conhecimento científico para o desenvolvimento econômico e social.” Dessa forma, com mais incentivos nas ações de Ciência, Tecnologia e Inovação, bem como uma maior interação das universidades com o setor produtivo e a sociedade, as pesquisas realizadas no país, poderão mudar a realidade de toda uma sociedade e fazê-la se desenvolver diante de outras nações. Um mundo de pesquisa, cultura e ciência|
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