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CACIM
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AUTORAS Marilene Paiva e Rafaella Costa
PROJETO GRÁFICO, CAPA E DIAGRAMAÇÃO Terceirize Editora - (84) 3211.5075 GRÁFICA Unigráfica
Catalogação da Publicação na Fonte. Érica Simony F. de Melo Guerra – Bibliotecário CRB/15-296
P149t
Paiva, Marilene. Talvez eu seja a solução. / Marilene Paiva; Rafaella Costa. – 1. ed. – . Mossoró: Terceirize, 2019. 229 p.: il. ISBN: 978-85-68722-28-2 1. Biografia – Homens – Rio Grande do Norte. 2. Cultura – Rio Grande do Norte. I. Título.
CDU 92(813.2)-055.1
Composto e Impresso no Brasil – Printed in Brasil
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APRESENTAÇÃO Recorremos ao conceito de Edgar Morin quando ele fala do “Humano do Humano” no livro “Os sete saberes necessários à educação do futuro”, consequentemente da realização humana, para apresentarmos a presente obra: “O homem é, portanto, um ser plenamente biológico, mas, se não dispusesse plenamente de cultura, seria um primata do mais baixo nível. A cultura acumula em si o que é conservado, transmitido, aprendido, e comporta normas e princípios de aquisição. O homem somente se realiza plenamente como ser humano pela cultura e na cultura. Não há cultura sem cérebro humano.” Sintam-se à vontade para conhecer 50 histórias, de diferentes idades e perfis, de homens que nasceram em variadas paisagens. Narrativas de perseverança, conquistas, inspirações.
Rafaella Costa
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Marilene Paiva
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SUMÁRIO Prefácio...................................................................................................................................... 7 Adolpho Pedro Medeiros ......................................................................................... 10 Alan Queiroz ...................................................................................................................... 14 Alex Soares de Souza .................................................................................................. 18 Alexandre Magno de Negreiros Diógenes ................................................24 André Luís Gomes de Oliveira .............................................................................28 Antônio Romário Soares de Morais ................................................................ 32 Artur Henrique Moura da Silva .........................................................................36 Caio Victor Rodrigues de Lima............................................................................42 Canindé Maia ................................................................................................................... 48 Carlos Antônio de Figueiredo.............................................................................. 54 Carlos Augusto Araújo ...............................................................................................58 Pe. Charles Lamartine de Sousa Freitas ......................................................62 Ciro Tenório de Azevedo ..........................................................................................66 Cleciano Galdino Martins da Silva ................................................................. 72 Edvaldo Ferreira Santos ...........................................................................................76 Elder Heronildes da Silva ....................................................................................... 80 Flávio Roberto Gonçalves de Vasconcelos................................................ 84 Francisco Diego Costa Dantas .............................................................................88 Francisco Eudson Lacerda de Medeiros .....................................................92 Francisco Tiano Vasconcelos ...............................................................................96 Francisco Xavier de Oliveira Filho ...............................................................100 Galileu Galilei Serafim de Oliveira ...............................................................104 Getúlio de Freitas Vale ............................................................................................108
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Igor Allamo de Oliveira ...........................................................................................112 João Paulo Gurgel de Medeiros ........................................................................116 João Sabino de Moura............................................................................................. 122 José Lázaro de Paiva................................................................................................. 126 José Morais de Noronha ........................................................................................ 130 José Orley Oliveira Sampaio .............................................................................. 134 José Ronaldo Bezerra de Medeiros ............................................................... 138 José Walter da Fonseca...........................................................................................142 José Walter da Fonsêca Júnior..........................................................................146 Josivan Pereira Dantas ...........................................................................................150 Lindocastro Nogueira de Morais....................................................................154 Luiz Nogueira da Costa .......................................................................................... 158 Pe. Manoel Vieira Guimarães Neto .............................................................. 162 Nilo Amâncio da Silva .............................................................................................168 Paulo de Tarso da Costa Júnior .........................................................................172 Paulo José Benevides.................................................................................................176 Petras Vinicius de Sousa ........................................................................................178 Raphael Martins Machado Gonçalves......................................................184 Ricardo Jorge Alves Figueiredo .......................................................................188 Ricartte Bettson ............................................................................................................ 192 Rogério Nonato de Oliveira.................................................................................196 Sidnei Ragazzi .............................................................................................................. 200 Terêncio Barros de Souza .................................................................................... 204 Thales Negreiros ........................................................................................................ 208 Urias Cardoso de Sousa.......................................................................................... 212 Valdemir da Silva Ferreira .................................................................................. 216 Vicente Holanda...........................................................................................................222 Célio Duarte (Homenagem) .................................................................................226
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PREFÁCIO Nestas últimas décadas a cultura mossoroense tem sido enriquecida pela presença de novos autores e autoras registrando fatos, empreendimentos e pessoas que se tornaram pedras vivas da história desta terra. A exemplo da “Coleção Mossoroense” e a trajetória dos jornais realizam dessa forma, a máxima historiográfica “Pas des
documents, pas d’Histoiry”, sem documentos não há História. Coube-me a honra, porque não dizer a alegria, do convite das autoras Rafaella Costa e Marilene Paiva para prefaciar o presente livro: “TALVEZ EU SEJA A SOLUÇÃO” uma coletânea com a história de 50 homens que lutaram, venceram e não desistem dos seus sonhos. As autoras, com sucesso, editaram há pouco tempo, o livro: “Por isso não Provoque!” que conta a história de 50 mulheres do Rio Grande do Norte e regiões, destacando as atividades que revelaram sua contribuição à nossa terra. Com sorriso, sem sarcasmo, gostei da escolha efetuada pelas autoras, um feminismo sadio. Como o objetivo do prefácio, no seu conceito etimológico, é anteceder a linha dos assuntos analisados na dita obra, preparando os leitores para sua informação, “Praefactio”, aquilo que é dito (feito) antes (prae), diante da variedade das Mensagens, apenas advirto os leitores para a agradável sensação provocada pelas mesmas numa linha de seriedade, otimismo e espirito público. Analisá-las seria tirar do leitor o seu juízo subjetivo, além disso cansativo para apenas o curto espaço reservado ao Prefácio. Mas, 7
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não me escuso de opinar, embora reconhecendo meus limites literários, sobre a grande oportunidade que a obra oferece aos leitores, conhecer valores de homens desta terra que até então estavam ocultos na sua humildade e falta de oportunidade. A “Polis”, criação da civilização grega, oportuniza e facilita esta transparência. Acho também, que encoraja a outros a manifestar o seu pensamento: “TALVEZ EU SEJA A SOLUÇÃO”. O homem político de Aristóteles “Zoon Politikon”, por natureza e educação, procura sempre realizar suas tendências e vocação. Finalizando, com aplausos e agradecido, abraço as autoras, desejando-lhes sucesso em continuidade desta linha de produção. Com carinho Pe. Sátiro Cavalcanti Dantas
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Nosso agradecimento ao amigo Marcos Araújo
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Habner Weiner
Adolpho Pedro Medeiros
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asci na Terra dos Poetas, Capital do Vale do Açu, na “cidade do São João mais antigo do mundo” chamada Assú. Tenho antepassados seridoenses e varzeanos que fundaram e escreveram
a história daquele lugar. Iniciei a vida escolar na minha cidade, no saudoso colégio das freiras, depois estudei no CEFET, atual IFRN, em Mossoró, de onde migrei para Natal, indo estudar no Salesiano. Tive uma vida escolar rica e a terminei da melhor forma possível – uma satisfação pessoal e retribuição ao esforço dos meus pais, que nunca economizaram para oferecer o melhor aos seus filhos. Meu pai sempre foi um homem visionário e trabalhador, mas passou por altos e baixos, todos superados com sabedoria. Formei-me em Medicina pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), e em Clínica Médica e Reumatologia pelo Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco, quinto filho de João Leônidas de Medeiros Júnior e Expedita de Melo Medeiros. Venho de uma família grande e afetuosa, meus pais sempre gostaram de grandes reuniões familiares, aliás, meus pais sempre muito receptivos, apesar desse contexto, sempre fui muito independente. Por ser o caçula, anos de diferença dos meus irmãos e por sentir na pele o declínio financeiro, sempre tive a ideia de caminhar com meus próprios pés, em busca pela autonomia. O “ser médico” era algo admirável: aquele que cuida dos outros, a pessoa que entende muito do corpo, da saúde, estuda o ser humano, o ser mais incrível desse planeta. Além de ser profissional liberal, de ter uma certa independência, isso também me cativou bastante na escolha. Sempre acreditei que iria me identificar com a medicina, mas quando ingressei no curso, tive a certeza. Na escolha da especialidade, a mesma sensação. Com o passar do tempo, entendi que a Reumatologia tinha vários aspectos de identificação: interface enorme entre as várias especialidades da medicina interna, a questão de estudar e tratar o sistema locomotor, aliviar a dor e 11
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ADOLPHO PEDRO MEDEIROS
o sofrimento, além do principal, restaurar o movimento dos pacientes, o ganho da independência e mobilidade... Eu que sempre gostei de estar em movimento, de viajar, de fazer esportes... isso me inspirou!! Aos 29 anos, comecei a projetar a vida que eu queria ter; nessa época morando em Recife, bem ambientado, vida profissional bem encaminhada, oficial médico da polícia militar, tudo no seu lugar, entretanto, deu aquela vontade de sair por aí, fugir da cidade grande e de todos os seus problemas; me sentia – desde que sai de casa aos 15 anos, um verdadeiro forasteiro. Apesar de ter morado em várias cidades, nunca consegui me sentir em casa, daí comecei a pensar em cidades de médio porte para uma possível mudança: Petrolina (PE)? Campina Grande (PB)? Mossoró? Essa última me despertou profundo interesse pela proximidade de casa e do mar, o auge do desenvolvimento econômico, social e cultural. Além das relações pessoais e laços afetivos construídos na infância e adolescência. De férias, em 2013, vim à Mossoró avaliar as possibilidades, confirmei o que havia previsto: encontrei gente da minha época da CEFET e Millennium, das minhas idas aos veraneios de Tibau, colegas da faculdade... me senti verdadeiramente em casa. Então minha escolha foi tanto profissional quanto afetiva: perto de Assú, perto dos meus pais, da minha família e poder atender pessoas que fazem parte da minha história, retribuir o bem que essas pessoas me fizeram durante a minha trajetória. Saí de casa aos 15 anos, muitas pessoas me ajudaram pelo caminho, e eu precisava estar mais próximo para recompensar de alguma forma o zelo que tiveram comigo, enfrentando dificuldades, ralação típica de quem não tem uma boa estrutura financeira. Em Mossoró, pude de certa forma devolver, em forma de cuidado, esse bem que me fizeram. Enquanto em Recife, eu cuidava de pessoas totalmente desconhecidas, aqui passei a cuidar de familiares, de amigos, de parentes de amigos, isso é bacana demais, inspirador. Nessa perspectiva, voltei com a missão de ser médico do interior, 12
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me aprimorei em alguns aspectos, a fim de me preparar em todos os sentidos e, apesar de todas as críticas de algumas pessoas de que eu estava retrocedendo, sou feliz com a minha escolha. Escolhi definitivamente a coisa certa, já que para se viver, é preciso ter coragem! Segui dando visibilidade e exercendo a reumatologia no meu trabalho para que as pessoas saibam que no interior tem medicina de qualidade, basta que você seja bem preparado, cuidadoso com os pacientes, dedicado, e que também não viva apenas para o trabalho, pois quem cuida dos outros tem que primeiro cuidar de si mesmo. Nesse intuito, diminui a minha carga de trabalho, sem exaustivos plantões, direcionei minha meta a me aperfeiçoar na minha área... No intuito de evoluir como pessoa, iniciei a prática do kitesurf, antiga e grande paixão, um dos motivos da escolha por Mossoró também, que me desenvolveu em vários aspectos, me reconectou com a natureza e principalmente com o mar. Refletindo com Platão:
“Existem três tipos de homens: os vivos, os mortos e os que andam para o mar.” Outra grande dívida com Mossoró é meu filho João Arthur, mossoroense, e também já um homem do mar. É fantástico ser pai, transmitir o que você é para uma pessoa, para uma próxima geração, cuidar e amar com responsabilidade. Não tem nada igual. No meu currículo, dois grandes orgulhos: médico reumatologista de Assú, bem como professor do curso de medicina da UERN, para mim, dois marcos na minha carreira. Quando trabalho como médico, eu ajudo pessoa a pessoa; quando dou aula sou professor de medicina, posso multiplicar esse cuidado, transmitir informações, experiências, conselhos para uma infinidade de profissionais, e eu torço que eles levem essa mensagem, transmitam essa ideia, essa corrente de zelo por aí. O mundo parece grande, mas a lei do retorno não falha, prefiro sempre fazer o bem. 13
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Alan Queiroz
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Destaque na Odontologia mossoroense, abraçou uma profissão que reestabelece a autoestima e a saúde. Com foco e devotamento, vem sempre buscando novas técnicas e soluções. Disponibiliza seu trabalho a todos, indistintamente, além de repassar seus conhecimentos a outros profissionais da região. Uma sociedade sem saúde é uma sociedade doente, e Mossoró o tem como alguém que faz a diferença e transforma a vida das pessoas. No campo pessoal, é exemplo de pai, filho, esposo, amigo...
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ascido em Natal, em 09 de abril de 1989, mudou-se para Mossoró ainda criança onde estudou no extinto Colégio Geo. Em 2004, foi cursar o ensino médio em Fortaleza-CE, no Colégio Ari de Sá
Cavalcanti. Foi aprovado no vestibular de Odontologia na UFPB em João Pessoa-PB, onde cursou por cinco anos e lá conheceu sua esposa, a médica ultrassonografista Germana Granja Bezerra. Em 2012, formou-se, voltou a Mossoró e inseriu-se no mercado de trabalho. Cursou especialização em implantodontia pelo COESP-PB, e, em 2015, realizou Curso Avançado em Implantodontia pela Flórida University – EUA, sendo pioneiro no Nordeste em enxertos com células tronco e utilização de derivados sanguíneos em cirurgias reconstrutivas. Em 2016, iniciou Mestrado em Periodontia pela Faculdade São Leopoldo Mandic – Campinas SP, onde expandiu seus contatos a nível nacional. É ex-professor da disciplina de Anatomia de Cabeça e Pescoço da Faculdade de Ciências Médicas – FACENE, em Mossoró, podendo contribuir na formação dos futuros odontólogos da região. Atualmente, é Diretor Clínico da Implantare Mossoró, uma clínica de excelência em Odontologia, que promove mais de 2 mil atendimentos/ ano. Além dos atendimentos, a Implantare vem se firmando na promoção 15
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ALAN QUEIROZ
de cursos de atualização em odontologia, trazendo professores reconhecidos de todo o Brasil para ministrá-los. É filho de José Nildo de Sá Fernandes, economista, conhecido por “Zé Nildo” da Caixa Econômica, onde trabalhou como gerente durante 41 anos, entre agências de Mossoró, Natal e Caraúbas. Sua mãe, Aurinete Bessa de Queiroz, cearense, nascida na cidade de Quixadá – CE, é professora aposentada pelo ensino público de Mossoró e poetisa em seus tempos livres. Alan tem duas irmãs, Ingrid e Maria Isabel. A primeira é Farmacêutica Bioquímica, professora universitária, e a caçula cursa Medicina em Araguaína-TO. Em 2015, casou-se, com a médica Germana Granja Bezerra de Queiroz, com quem teve sua primeira filha Liz Granja Fernandes. Ao entrar na Faculdade de Odontologia, sentiu-se feliz por estar na saúde e poder, através de seu estado humanizado, ajudar outras pessoas. Com humildade, sempre buscou ir além, foi pesquisador e bolsista, mas foi na Monitoria da disciplina de Cirurgia que conheceu o Professor Danilo Martins Barbosa, mestre e amigo que o incentivou e proporcionou momentos de grande aprendizado. Em meados de sua formatura, ouviu por vezes queixas alheias sobre a Odontologia e seu mercado de trabalho. Porém, o jovem dentista tinha espírito empreendedor nato e acreditava que poderia chegar longe. Pautado na ética e seriedade profissional, investiu em formação profissional, e percorreu todo o Brasil a fim de se especializar. Não demorou muito e os frutos de seus esforços começaram a ser colhidos. O reconhecimento de pacientes e colegas profissionais logo chegou. O primeiro empreendimento foi lançado em 2014, na cidade de Tibau-RN - Clínica Mais Sorriso, que em menos de um ano foi ampliada devido à alta demanda, tornando-se a Policlínica de Tibau. Em parceria com médicos de várias especialidades e com o Laboratório Cacim, foi possível levar saúde de qualidade para Costa Branca do Estado. 16
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Em 2016, na cidade de Mossoró, foi consolidado seu maior sonho, a construção de uma clínica de alto padrão, com a missão de ser a maior e melhor Clínica de Implantodondia da Região Oeste Potiguar. O projeto ousado foi concluído em 2018, e sua realização foi possível devido à confiança e credibilidade depositadas por seus pacientes. A Clínica Implantare Mossoró conta com modernas instalações, laboratório de prótese próprio que permite realização de implantes e próteses em menos de 24 horas. Durante esse mesmo período, Alan teve a necessidade de aprofundar os conhecimentos científicos, decidindo cursar Mestrado em Campinas-SP. As viagens mensais ao Sudeste durante 2 anos foram engrandecedoras, pois trouxe para Mossoró uma odontologia de altíssimo nível, com o que existe de mais moderno em técnicas e materiais. O mestrado determinou o ingresso à Faculdade como Professor, onde lecionou por 2 anos. Sua trajetória, ainda curta, mas de relevante impacto, sempre foi motivo de incentivo para os alunos e futuros dentistas. Em suas aulas e palestras, a motivação sempre foi seu âmago. Atualmente, Dr. Alan Queiroz dedica-se à Clínica Privada e aos Cursos de Atualização em Cirurgia-Perio-Implante, que promove como palestrante. São mais de 1,5 mil cirurgias executas em sete anos, com a certeza do tratamento baseado em ciência e com previsibilidade. “Essa é minha história, uma trajetória ainda em andamento, com muitos sonhos e metas, mas se puder inspirar alguém, direi sempre: tudo é possível se você quiser. O esforço e o tempo são os companheiros dessa jornada, afinal não dá pra conquistar tudo do dia pra noite, mas com esforço se consegue SIM! Com 20 anos, nunca imaginei as viagens que faria, os lugares e pessoas incríveis que a vida me deu, eu apenas queria ser bom, queria vencer. Com 30 anos, tenho uma linda Família, uma Profissão que amo e que me proporcionou conhecer vários países e todo o Brasil. Sim, eu superei minhas expectativas, superei as expectativas dos meus pais, tios e amigos. Quer ter sucesso? O segredo é: Seja Humanizado, trabalhe com amor.” 17
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CÉLIO DUARTE
Alex Soares de Souza
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“Não espere por oportunidades extraordinárias. Agarre ocasiões comuns e torne-as grandes! Homens fracos esperam por oportunidades, homens fortes criam-nas” (Orison Swett Marden)
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ecordar alguns momentos que marcaram nossa vida, produzindo uma narrativa sincera e esquivando-se das amarras da vaidade, é uma forma de fortalecimento interior e uma ma-
neira eficaz de contribuir com o desenvolvimento pessoal de outrem. Mesmo que sobre o narrador de suas próprias memórias pese o ônus da parcialidade, ninguém tem mais autoridade para contar a história de sua vida do que aquele que as vivenciou. Mamãe (dona Marluce Soares) ainda mantém viva na mente as dores que sentiu no dia onze de maio, na cidade de Areia, interior da paraíba. E olha que a jornada já tinha sido longa: ela e seu Antônio de Souza (papai) moravam em um sítio bem distante daquela cidade no município de Remígio/PB. E foi naquele sítio pobre, em uma casa de chão batido, que dei meus primeiros passos. Papai era um homem de poucas posses, trabalhador rural que levantava muito antes do sol nascer e que só deitava bem depois do sol ter posto. Mesmo sendo pouco letrados, meus pais nunca tiveram dúvida sobre o valor da educação. Aos 5 anos de idade iniciei na escola pública municipal do sítio onde morávamos. Ao ingressar na quinta série, passei a estudar na cidade, percorrendo a pé, diariamente 12 km para ir e voltar da 19
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ALEX SOARES DE SOUZA
escola. Nesta época não existia transporte público e papai só dispunha de um cavalo no qual transportava os suínos que vendia na feira livre. Eu caminhava esses 12km de bom grado, nunca encarei como um grande obstáculo. Com a situação financeira um pouco melhor, fomos morar na cidade e papai enveredou pelo comércio (vendendo alho). Moramos 3 anos em Remígio, até que na transição para o plano real, com a nova moeda, o comércio desandou e tivermos que procurar novos horizontes em busca da sobrevivência. Foi aí que aos 14 anos de idade cheguei a Pau dos Ferros/RN. Que meus pacientes com doença de Alzheimer fechem os ouvidos, mas eu queria apagar da minha memória aquela viagem na carroceria daquele velho caminhão debaixo daquela lona tendo por companhia minha irmã. Recomeçar do zero em Pau dos Ferros era preciso. Foi lá que, como conta a lenda da ave fénix, renascemos das cinzas à custa de muito trabalho e perseverança. Eu ajudava meu pai na feira livre pela manhã e estudava á tarde. Meus grandes ídolos são meus pais. Tenho uma profunda admiração por eles. Meu pai sempre trabalhou de sol a sol e eu nunca o vi reclamando de nada. Amo incondicionalmente minha mãe, ela sempre foi nosso sustentáculo. Eles sempre fizeram o impossível pelos seus 3 filhos. Minha família sempre foi o grande pilar de sustentação, tínhamos muito: tínhamos uns aos outros. Meu saudoso irmão Denis, eterna saudade. Minha amada irmã Alécia, sempre junto e ajudando, tenho muito orgulho dela e nosso afeto é eterno. Findo o fundamental ingressei no ensino médio onde conheci o professor Medeiros a quem sou eternamente grato pelos ensinamentos e por sua preciosa ajuda. Ele me adiantou o conteúdo de matemática do segundo ano quando eu ainda estava no primeiro, o que me possibilitou dar aulas particulares de matemática o que muito me ajudou com a compra de meus livros. 20
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Terminado o segundo grau, vislumbrava fazer vestibular para medicina, mas a ausência de proventos para me sustentar em outra cidade foi o grande empecilho daquele momento. Ingressei então no vestibular da UERN em Pau dos Ferros para o curso de letras e ao mesmo tempo estudava sozinho para o sonhado vestibular, dava aulas particulares, trabalhava como professor temporário de matemática na escola em que conclui o ensino médio e aos sábados ajudava meus pais na feira livre de Pau dos Ferros. Após dois anos de autodidatismo e um ano de cursinho, fui aprovado no primeiro vestibular do recém-criado curso de medicina da UERN/Mossoró. A acolhida do mossoroense foi fundamental, contava com a ajuda de todos: funcionários da faculdade, moradores do bairro, professores, mototaxistas, assim como cantinas e pequenos restaurantes próximos, nos quais, às vezes, precisávamos colocar um fiado quando o dinheiro do mês já tinha acabado. No final do terceiro ano do curso perdi meu querido irmão (Denis) em um acidente de motocicleta: Cheguei ao hospital, entrei na sala de emergência e ele já não tinha mais vida. Aquela cena me traumatizou por anos. Foi em Mossoró que conheci o amor da minha vida, minha esposa Virna Lobo. Nos afinamos desde o primeiro encontro. Cedo já sabíamos que o destino nos reservaria assentos lado a lado. Temos levado uma vida modesta e muito feliz. Não tenho palavras para expressar o sentimento que nos uniu, mas, fico com a ideia do filósofo Martin Buber de que o amor é tão indescritível que se alguém souber explicar porque ama o outro é porque não o ama verdadeiramente. Em setembro de 2017 passamos por um momento de angústia: nossa primeira filha, nosso sonho, Sofia, nasceu extremamente prematura ficando em estado grave na UTI. Lutou pela vida por 11 dias. Ciente da nossa impotência diante dos fatos buscamos conforto na palavra 21
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ALEX SOARES DE SOUZA
de Deus: “Pai, se queres afasta de mim este cálice; todavia não se faça a minha vontade, mas a tua”. E como Deus é sempre fiel e afirma que “Os que semeiam em lágrimas segarão com alegria” no dia 25 de dezembro de 2018 Ele nos presenteou com nossa pequena Eva que hoje tem seis meses de idade e que faz transbordar alegria em nossas vidas. Egresso da primeira turma (“o sonho, a luta e a vitória”) cursei residência médica em neurologia no Recife/PE e na sequência retornei a Mossoró, onde exerço minhas atividades como médico neurologista. A travessia da vida é permeada por desafios. Cada vivente com sua história peculiar de luta e superação. Na verdade, eu acredito na ação humana. Como exemplificou o padre Antônio Vieira no sermão da sexagésima: há grande diferença entre o semeador e o que semeia, uma coisa é o pregador e outra o que prega, ou seja, não confunda o nome com a ação. E a ação humana depende do ângulo de visão que você consegue enxergar de sua própria vida, do seu horizonte de consciência, o que pode ser vislumbrado na frase de Einstein: “Tudo aquilo que o homem ignora, não existe para ele. Por isso o universo de cada um, se resume no tamanho de seu saber.
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“Hoje me sinto mais forte Mais feliz, quem sabe Só levo a certeza De que muito pouco sei Ou nada sei” (Almir Sater / Renato Teixeira)
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DJOW PEREIRA FOTOGRAFIA
Nome do autor
Alexandre Magno de Negreiros Diรณgenes
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Graduado em Odontologia pela UFRN, Especialista em Ortodontia / ABO-RN, Pós-graduado em Ortodontia e Ortopedia Facial-SP, Mestrando em Ortodontia – SP, Autor de Artigos em Publicações Científicas, Proprietário da Clínica Alexandre Diógenes / Odontologia e Medicina.
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ou muito grato a Deus por ter nascido numa família onde as palavras educação, respeito, gratidão e paixão pelo trabalho foram transmitidas de maneira muito forte na minha formação. Filho
de José Lindomar Diógenes Bezerra (cirurgião-dentista) e Maria Regina Coele de Negreiros Bezerra (professora universitária) aprendi junto com minhas três irmãs (advogada, cirurgiã-dentista e publicitária) que deveríamos trilhar nosso caminho pautado nos ensinamentos que nos foram dados. Minha mãe, com muito carinho e sabedoria, nos orientou que é através da educação que podemos transformar vidas e o mundo. Meus avós também tiveram presença marcante na minha infância e adolescência. Pergentino, avô paterno, exerceu a profissão de dentista na década de 30 nos estados do CE e RN cujas cidades eram circunvizinhas das fazendas que era proprietário. Com certeza, dele surgiu no DNA a paixão pela Odontologia que influenciou meu pai, a mim e minha irmã. Enéas Negreiros, avô materno, foi um empresário visionário, fazendeiro e acima de tudo um homem de fé. Com ele, ainda criança, tive a oportunidade nas idas à Fazenda Nova Olinda ver as belezas do Sertão, assim como as dificuldades do sertanejo nos períodos de seca e sua força/fé para superação. Ficava encantado de ver, no auge dos seus 94 anos, o entusiasmo como se fosse um jovem de 20 anos e a paciência de ensinar suas experiências de vida a um garoto como eu. Nas conversas diárias que tinha com meu avô, ele fazia o papel de coach onde me passava suas ideias sobre empreendedorismo, pensamento positivo e fé 25
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ALEXANDRE MAGNO DE NEGREIROS DIÓGENES
(lia diariamente a Bíblia). A Odontologia fez parte da minha vida desde a mais tenra idade e foi se fortalecendo a partir do momento que via meu pai falar com entusiasmo sobre as novas tecnologias que estava implementando no consultório assim como os resultados obtidos nos seus clientes. Movido por essa paixão, ingressei em 1992 na Faculdade de Odontologia da UFRN e em agosto de 1996 me graduei. Em janeiro de 1997 fiz meu primeiro Curso de Ortodontia em SP com Prof. Interlandi (in memoriam), grande ícone da Ortodontia brasileira. Diga-se de passagem que esse curso foi patrocinado com muito esforço pelos meus pais, já que eu, recém-formado, não tinha recursos financeiros para bancá-lo. Essa busca incessante, desde 1997, pela ampliação de conhecimento e paixão pela Odontologia fez com que nunca passasse 01 ano sequer sem fazer Cursos com grandes nomes da Odontologia do Brasil e exterior. Assim que me formei, tive o prazer de trabalhar com meu pai durante 05 anos no seu consultório, quando ele se aposentou. Com o tempo, a clientela aumentava e surgiu o sonho de mudar para uma Clínica Odontológica maior, melhor localizada, com profissionais de alto nível. Posteriormente, incluímos a área da Medicina. Um sonho ousado que se concretizou após 6 anos de muito trabalho e planejamento. Nesse período de realização de Cursos, publicação de artigos científicos e projeto de edificar a nova Clínica reencontrei a amiga de infância e paixão da adolescência Carolina Diógenes, na época, estudante de Medicina. Dessa união nasceram nossas duas paixões: Alexandre Filho e Pedrinho. Em 2011 passei a me dedicar com o Prof. Ertty Silva em Brasília ao estudo do diagnóstico em 3D na Odontologia e suas repercussões no planejamento e tratamento. Em 2017 tive a grata surpresa de ser convidado em SP pelo Prof. Ertty para palestrar na grade principal em seu Congresso junto com grandes nomes da Odontologia do Brasil e exterior. Confesso que pensei em recusar, mas decidi enfrentar mais um desafio! Passei 6 meses me preparando para o evento. Subi no palco 26
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nervoso, sabendo da responsabilidade de um desconhecido mossoroense falar após três palestrantes renomados que foram impecáveis nas suas apresentações (um brasileiro, um português e um colombiano). No entanto, ao sentir a vibração positiva da família, amigos e do Prof. Ertty senti a confiança necessária para a apresentação. Ao finalizá-la tive uma das maiores emoções da minha vida: ver a plateia inteira levantar-se e aplaudir. Não consegui conter as lágrimas... Após esse evento tem surgido convites para outros Congressos e Seminários onde tenho a oportunidade de fazer uma das coisas de que mais gosto: compartilhar conhecimento. Como disse Pablo Picasso: “O sentido da vida é encontrar o seu dom. O propósito da vida é compartilhá-lo.” Muitas vezes sou questionado de como posso ao mesmo tempo comandar a equipe odontológica, administrar a Clínica e me dedicar tanto à qualificação profissional. Acredito muito que quando nos planejamos adequadamente é possível dividir a nossa vida pessoal e profissional de forma equilibrada. Este ano estou finalizando com muita satisfação mais um ciclo da minha vida que é a conclusão do mestrado em Ortodontia realizado em Campinas-SP. Sinto-me realizado e grato a Deus por ter me dado o dom da vida, uma família maravilhosa e um ofício que realizo com paixão.
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CÉLIO DUARTE
NOME DO AUTOR
André Luís Gomes de Oliveira
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Além da alegria e lisonja de receber - e aceitar - o convite para contribuir literariamente com este louvável projeto abraçado por minhas diletas amigas Rafaella Costa e Marilene Paiva, sobreveiome o desejo de, no “livro dos homens”, declinar de pretensa autobiografia, e, homenagear a minha maior referência masculina, cuja passagem para a pátria celeste, alcança um biênio exatamente no período de lançamento desta coletânea de textos formidáveis. Entre eles, com um pedido antecipado de licença às idealizadoras, aos autores e leitore(a)s, ouso limitarme ao testemunho sobre um momento que reputo especialíssimo, integrante do inventário das memórias que guardo sobre quem, durante toda a sua vida, sempre soube ser “a solução dos meus problemas”.
MARESIA Para o meu pai, Antônio Nonato de Oliveira
(In memoriam)
A
quele instante significava para ele bem mais que um pontual encontro... Se pudesse, sobrestaria o tempo e contemplaria ali, es-
tático, na areia da praia, a beleza do final da tarde que já se anunciava, quando as vagas mais afastadas de sua vista, começavam a engolir o sol na linha do horizonte. 29
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ANDRÉ LUÍS GOMES DE OLIVEIRA
No olhar, o lance contemplativo, quase em hipnose, como se acompanhasse na preamar, a chegada de uma nau em cujos porões encontravam-se as memórias mais felizes de sua vida, descortinadas uma a uma, sob o testemunho do fluxo e refluxo da maré. Finalmente, revia o mar... O mesmíssimo e azulado espelho d´água, daquele pedaço de paraíso em que nascera, onde cresceu em meio a banhos plácidos, cata de mariscos, céu de cruzeiro, luaus de prata, relatos de naufrágios, contos de sereias à luz da piraca, e, para o qual retornava - mesmo em rápida passagem -, temendo que a saudade do lugar-mãe, não abreviasse o pouco tempo de vida que desconfiava ainda lhe restar. Somou às lembranças fagueiras, os saltos arriscados do menino serelepe, buscando equilíbrio na popa das jangadas que traziam à terra firme os heróis do mar e também fartura ao povoado, traduzida em ciobas, garoupas, ariacós, tainhas, arabaianas, galos do alto e tantos outros pescados. A choça à beira-mar e sua janela aberta para um cenário de beleza nativa e extasiante, como esquecer? Procissões: a religiosidade marcante, anunciando os mistérios da fé e das águas... Têmporas ao vento no esforço do tresmalho... Espetáculos das rebentações... Pastoris... Enfim, estava completamente envolto por essas reminiscências... Audaz, naquela sua ânsia de ver, de querer e de sentir o mar, nada, absolutamente nada, o detinha. Relegou as limitações físicas que o destino lhe trouxera e arriscou com dificuldade alguns passos em direção ao oceano, cessando a marcha trôpega quando as espumas das ondas já findas, lamberam-lhe os pés. 30
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Àquela atitude, a explicação providente de François Silvestre, em seu “Lirismo Torto”: “Quem nasceu na praia do mar, e depois en-
trou no mar, e depois nadou no mar, tem por destino certo enfrentar a força das ondas”. Encheu os pulmões ao máximo, e, na medida em que aspirava maresia, sorriu, relembrando aquele inconfundível aroma d´água e sal impregnado à sua vida e que lhe serviu de bálsamo para tantas dores da alma: “Um homem pode ser destruído, mas não derrotado”. Conhecia bem, pelas circunstâncias, essa exortação de Hemingway, em “O Velho e o Mar”. Depois, chorou... Lágrimas de resignação, de quem estava em paz, como se realizando uma prestação de contas com a vida. Afinal, muito antes desse providencial encontro, não era raro lhe ouvir dizer: “Quero morrer vendo o mar, o mar da minha gênese, sob as
bênçãos de São Cristóvão”. No retorno para casa, o olhar fixo – desta vez no retrovisor do automóvel – que após unir, impunha gradualmente a redução das cores e das dimensões do sol, do céu e do oceano. Este último, resistindo em maior escala, antes de também desaparecer por completo da lente. Foi assim, a última vez que ele olhou para o seu mar... E partiu, realizado. André Luís Gomes de Oliveira é advogado.
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célio duarte
NOME DO AUTOR
Antônio Romário Soares de Morais
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TEMPO E CIRCUNSTÂNCIA PODEM MUDAR A QUALQUER MINUTO
T
enho nome de santo e de jogador de futebol, talvez por isso tenha vindo ao mundo com um pé, um não, com os dois pés hábeis à multiface, sempre me transformando, sempre me adequando, sempre me reconstruindo. Sou Antônio Romário Soares de Morais, nasci num 5 de agosto, mais precisamente no ano de 1985, no “país de Mossoró”, Rio Grande do Norte. Cabelereiro, artista, sonhador. Criado pelos avós maternos - Maria de Lourdes Filgueira e Expedito Soares Filgueira – tenho a graça de ter duas mães, pois, Regina Célia Soares, regressou do Rio de Janeiro quando eu tinha sete anos e passou a se dedicar à minha educação. “Diferente”, era assim que me sentia em relação aos meninos da minha idade quando criança. Gostava de brincar com as meninas, dançando e fingindo ser cabelereiro - não sabia eu que tinha nascido com um dom. Nessa época, o auge eram as bandas de axé music com coreografias que viralizavam, e eu sempre empolgado, era o primeiro a pegar o passo. Era do tipo muito ativo, não parava quieto, quando não estava na esquina de casa com as amigas dançando, estava na casa de vizinhas mexendo nos cabelos delas, pegando o que elas tinham de maquiagens, e de maneira inexperiente pintando o rosto delas. Apaixonado pela arte e pela cultura popular, me aproximei das quadrilhas juninas, logo era integrante da “Pingo de Gente”, e, espevitado como poucos, passei a ocupar posição de destaque, “dançar na frente”, fui rei, noivo... passando inclusive por outra quadrilha, a “Zé Matuto”, e assim fui ficando cada vez mais conhecido, fazendo o que gostava. Na “Escola Municipal Joaquim da Silveira Borges”, onde eu estudava, surgiu a oportunidade de fazer parte do grupo de teatro, dança, artes plásticas, tudo o que tinha a ver com o que mais apreciava: dançar, contracenar, pintar, maquiar, mexer em cabelos, enfim... Como sempre chamava muita atenção dançando na escola e no grupo de teatro, fui escolhido para participar 33
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ANTÔNIO ROMÁRIO SOARES DE MORAIS
de um grande espetáculo, o qual representava a libertação dos escravos em nossa cidade, o “Auto da Liberdade”, foi aí que na minha cabeça, os sonhos começaram a tomar forma, e também quando conheci pessoas que me ajudaram a tornar os sonhos realidade. Fiz parte desses espetáculos teatrais por anos, e em um deles conheci uma moça chamada Edneide, que mudaria minha vida inteira. Minha amiga logo tornou-se namorada, foi apresentada à família, inclusive àqueles que me julgavam por eu gostar apenas de coisas de meninas – cheguei a sofrer tortura psicológica por isso. Essa namorada era tudo para mim, pois, além de nos darmos super bem, tínhamos um vínculo que fazia com que eu sofresse menos preconceito em relação à minha sexualidade. Meses depois, descobrimos que ela estava grávida, o que foi um susto para mim e uma alegria para minha família. Eu era tão imaturo! Mas, aquela notícia mudaria minha vida por completo. Nesse período, fui convidado a participar de um grupo de dança da academia Clézia Barreto, que era a mais famosa academia de dança da cidade, eu não conseguia acreditar, tudo estava acontecendo tão rápido: estudar, dançar quadrilhas, fazer teatro, namorada, gravidez. A notícia de que eu seria pai se espalhou rápido pela cidade, fui alvo de muitas críticas por ser pai ainda muito jovem e ainda por cima, e principalmente, por ser homossexual. O questionamento vinha de toda forma, mas, o principal deles era: “Como ele é homossexual e se relacionou com uma mulher?”, porém, não paravam para analisar que eu era apenas um jovem em busca da realização dos meus sonhos, sem maturidade o suficiente para assumir minha sexualidade diante de todos. Nunca me arrependi desse relacionamento, ele me trouxe o que existe de mais sagrado na minha vida: o meu filho. Com a chegada de Lucas Kauã, em 20 de fevereiro de 2004, tive que “crescer”. Sem emprego, comecei a buscar oportunidades, deixei um pouco de lado o sonho de ser bailarino. Ganhei a confiança de uma prefeita eleita, que me oportunizou o primeiro emprego na Secretaria de Cultura do município, onde passei um longo período. Esse emprego era 34
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tudo na vida, eu trabalhava e ainda podia me envolver com a cultura da cidade, que abrangia tudo que mais gostava. Fiz escolhas muito duras na época. Saí da dança, do teatro e passei a ser apenas da produção. O tempo foi passando e as circunstâncias mudando. Novos sonhos: voltar aos palcos, dançar. Passei um tempo tentando voltar e não conseguia. Nesse período, fiz vários cursos na área da beleza, fui me profissionalizando, e para melhorar a renda, atendia clientes que me procuravam para produzi-las nos finais de semana e horários vagos. Sempre com o mesmo pensamento de voltar aos palcos. Assinei cabelo e maquiagem de grandes espetáculos como o Chuva de Bala, Auto da Liberdade. De novo, o tempo... e o que achava impossível tornou-se realidade: Recebi convite do amigo Júnior Félix para participar de mais um grande espetáculo, o “Oratório de Santa Luzia”, quase não acreditei. Essa foi a porta que se abriu para eu voltar aos palcos e continuar dançando e assinando a beleza dos grandes espetáculos da cidade. Foi árduo, mas, foi divino. Tudo passou muito rápido, e de repente, o cargo comissionado havia chegado ao fim. Mais uma vez tive que começar a traçar novos sonhos, novos objetivos. Precisava trabalhar para me manter. Voltei a atender em domicílio, tive ainda a oportunidade de trabalhar em um empreendimento novo na cidade, mas, não durou muito tempo. Pouco tempo depois, um amigo convidou para fazer parte da equipe do seu renomado salão, onde fiquei por um período - que me serviu de grande aprendizado. Atualmente, estou no meu próprio espaço, o Studio de Beleza Romário Moraes – atendendo clientes antigos e novos, que fiz ao longo da caminhada e que conquisto todos os dias. Feliz, realizado, trabalhando com o que amo fazer e com muitos projetos em mente. Mas, como é engraçado o tempo e as circunstâncias, elas podem mudar a qualquer minuto. Apesar de a estrada ainda ser longa, sempre estarei pronto para trilhar meus caminhos. Coragem jamais vai me faltar. Sou grato por estar entre os 50 homens dessa coletânea narrando a minha trajetória, ela pode servir de inspiração, principalmente para quem tem sonhos. 35
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CÉLIO DUARTE
NOME DO AUTOR
Artur Henrique Moura da Silva
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Filho de Luiz Moura e Maria Sirlene. Formado em 2012 no curso de Engenharia Elétrica com ênfase em Eletrotécnica e Automação pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Especialista em Automação de Processos Industriais em 2016, também pela UFRN. Hoje, Sócio Diretor da SOLLS, um sonho concretizado.
N
atural de Mossoró-RN, porém posso dizer que parte de mim é de São Miguel do Oeste, também no Rio Grande do Norte. Meu pai nasceu e se criou na cidade de Mossoró, mas minha mãe, nascida
em São Miguel, só veio morar aqui depois de adolescente, onde se casou com meu pai. Tenho dois irmãos, um deles é meu irmão gêmeo, que por coincidência do destino seguiu também a carreira de engenheiro eletricista, se formando na UFRN na mesma turma que eu. Minha vida é um aprendizado, as dificuldades me ensinaram a viver. Sem exageros, não cheguei ao extremo de passar necessidades, mas, o que possuímos hoje, afirmo de toda certeza: foi fruto de muito trabalho. Meu pai é tecnico de contabilidade, minha mãe foi sacoleira, hoje possui uma loja onde vende roupas no atacado. A veia empreendedora da minha mãe está presente em mim como herança. Para empreender, me espelhei numa pessoa que começou com sacolas de roupas vendendo a conhecidos e amigos, até que um dia não havia mais espaço pra guardar as mercadorias nos cantos da casa, precisou fazer um “quartinho” e hoje possui uma loja, a qual oportunizou o custeio de moradia e alimentação, dos três filhos em Natal-RN, na época em que estávamos estudando engenharia, durante quatro anos e meio. 37
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ARTUR HENRIQUE MOURA DA SILVA
Por que a escolha pela Engenharia Elétrica? Na verdade veio por acaso. Meus pais sempre se esforçaram ao máximo para que estudássemos nas melhores escolas da cidade. Enquanto criança e adolescente, eles primaram pra que eu tivesse a cultura de estudar, mostrando a importância disso pra ser alguém na vida. Este foi um dos aprendizados que tive e que enfatizo neste texto: O estudo e o aprendizado contínuo nos fazem crescer na vida pessoal e profissional. Voltando ao motivo da escolha pela engenharia elétrica, aconteceu após cursar Automação Industrial no SENAI - Ítalo Bologna, de Mossoró, curso que meu pai pediu para que eu me inscrevesse no processo seletivo, com o intuito de me qualificar para quem sabe atuar na área, mesmo eu não sabendo, na época, o que significava Automação Industrial, mas, atendi ao pedido. Tomei gosto pela área, e antes mesmo de terminar o curso, no primeiro semestre de 2008, após passar no vestibular para Engenharia Elétrica na UFRN decidi alavancar a carreira profissional a qual hoje me orgulho e amo atuar, e então fui morar em Natal. Na capital potiguar foram quatro anos e meio de muitas experiências, amizades que trago até hoje e, pra variar, muito aprendizado de vida. Passei a morar com meus irmãos e primos, na maior parte do curso. As condições da família eram boas, mas nada a ponto de custear meus lazeres como festas e baladas. Andávamos de ônibus, pois não havia condição de comprar carro para nos locomover. Não há problemas nisso, pois o principal sempre tivemos, que foi família e as necessidades básicas atendidas, mas enfatizo este detalhe pra mostrar que a dificuldade pode, e há uma tendência forte, a fazer homens mais fortes. Apenas 6 meses após iniciar o curso de graduação em Engenharia Elétrica, depois de muita procura e empenho, consegui uma bolsa em um laboratório novo na universidade, me trazendo aquilo que eu queria, que era eu mesmo poder custear meus lazeres. E daí me orgu38
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lho de alguns ensinamentos que meus pais já vinham me dando por muito tempo: trabalhar, estudar e correr atrás para conseguir fazer o próprio destino. É algo simples, mas que tem um significado enorme. Ao final do curso, no 7º semestre, consegui outra bolsa, o que me deu ainda mais folga no sentido financeiro. Não precisei trabalhar para me sustentar no tempo em que estive em Natal cursando engenharia, pois meus pais já o faziam, então o estudo era obrigação, e consegui terminar o curso em nove semestres. Me formei em uma época na qual o desemprego começava a crescer, e somente após 7 meses de formado consegui meu primeiro emprego, Engenheiro Eletricista Trainee na Nassau. A partir daí iniciava-se minha carreira na área de manutenção elétrica industrial. Começando por uma fábrica de cimento do grupo Nassau que fica no Pernambuco, e morando só, adquiri a experiência que tem me ajudado até hoje na SOLLS®. Passei somente 9 meses trabalhando na cidade de Goiana-PE, então fui transferido para a unidade fabril da Nassau em Mossoró, a Itapetinga. Com dedicação e afinco, em três meses de trabalho na Itapetinga consegui ser promovido para Engenheiro Eletricista Junior. Na Itapetinga foram quatro anos de liderança de equipes, novos conhecimentos adquiridos e um amadurecimento enorme, dado o nível de responsabilidade a mim investido nesse período. No período em que estive como engenheiro eletricista na Itapetinga, em paralelo cheguei a me especializar em Automação Industrial, pela UFRN. Mesmo trabalhando, nunca saiu da minha cabeça a ideia de ter a própria empresa, porém não esperava que a SOLLS® viesse tão cedo, aos 27 anos. Após um certo tempo, o grupo Nassau passou por uma crise, assim como o país, e percebi que havia um “teto” na minha carreira profissional caso eu continuasse ali. Sou de uma geração que não gosta de limites, quero crescer sempre até onde for capaz, e isso me motivava a pensar de que forma o poderia fazer. Cheguei a pensar em concursos, 39
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ARTUR HENRIQUE MOURA DA SILVA
mas já quase não havia provas, então pensei em abrir uma empresa, e comecei a estudar em qual ramo atuar, encontrando a energia solar fotovoltaica. Entretanto o capital limitado me impedia de fazer isso e passei a diminuir meu padrão de vida para tentar acumular a quantia necessária até o dia em que fosse possível sair para abrir a empresa. Nesse tempo em que estava trabalhando e juntando o capital necessário, minha colega de trabalho, que também era engenheira eletricista na mesma fábrica, lançou para mim a ideia de abrir em conjunto uma empresa de energia solar fotovoltaica. Era somente o que faltava para colocar em prática o maior desafio da minha vida: a SOLLS®. Foi uma decisão tomada depois de muito tempo estudando, mas difícil de ser feita em uma época na qual o desemprego imperava, então, estando empregado, convencer as pessoas que estavam do meu lado que queria enfrentar esse desafio, sair de um emprego para abrir a própria empresa, não foi tarefa fácil. Mesmo assim meus pais e minha namorada, Natália, desde o início da SOLLS® até hoje, me deram apoio incondicional e ajudaram bastante. No dia seguinte em que Cassandra sugeriu abrirmos uma empresa de energia solar, a qual concordei no mesmo segundo, pagamos um treinamento em São Paulo, que foi realizado em janeiro de 2016, e é aí onde começa a SOLLS®. Entre várias reuniões, normalmente uma a cada 15 dias, na residência de Cassandra, para fazer o plano de negócios da empresa, e treinamentos (ainda fizemos outro treinamento em Natal-RN na metade do ano de 2017) foi um ano de planejamento até concretizarmos esse sonho que se tornou realidade. De forma bastante humilde, começamos em setembro de 2017 com apenas os dois sócios trabalhando em toda a parte administrativa da empresa, ou seja, éramos o setor de vendas, de administração, o financeiro e a engenharia. Além de nós dois existia apenas a equipe de instalação, até então pequena, na qual me incluía e fui até a nossa sexta 40
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instalação, a partir da qual me vi na necessidade de “sair dos telhados” para ficar somente na supervisão das instalações e voltar para alavancar as vendas, que só aumentavam. A empresa começou a crescer e com o tempo vimos a necessidade de contratações para o administrativo, vendas e para a equipe de instalação. Chegando perto dos 2 anos de empresa, conto hoje com 14 trabalhadores, todos com carteira assinada, almejando aumentar a nossa necessidade de mão de obra ainda em 2019. Pra quem começou com capital limitado e pequeno, posso dizer que a SOLLS® hoje é um orgulho, pois em tão pouco tempo conseguimos fechar negócios estratégicos dentro de Mossoró e região, além de ganhar visibilidade, principalmente pelo bom trabalho feito com nossos clientes, os quais são um dos principais motivos de ser quem somos hoje. Desde o início, tanto eu como Cassandra, tivemos sempre o objetivo de reinvestir na empresa praticamente todo o lucro gerado, pois nosso objetivo sempre foi tornar a SOLLS® uma empresa grande e renomada, e têm dado certo. Com a devida dedicação e fugindo sempre da zona de conforto, cada vez mais nossos serviços aumentam, e esperamos ainda abranger nosso portfólio, pois juntos, eu e Cassandra somamos 19 anos de experiência com manutenção elétrica industrial, automação industrial, distribuição elétrica, subestações etc. Então o céu é o limite para mim e para a SOLLS®.
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CÉLIO DUARTE
NOME DO AUTOR
Caio Victor Rodrigues de Lima
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A ESCOLHA QUE DEU CERTO Mossoroense, Fonoaudiólogo, Mestre em Saúde e Sociedade pela UERN. Fundador da Life Aparelhos Auditivos. Escultor de sonhos. Nas asas da coragem, da determinação e da ousadia, um eterno viajante.
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ilho de Mossoró e apaixonado por essa terra, sempre tive como primeira opção profissional o curso de jornalismo, porém cursei administração de empresas. Em 2009 a vida me exige fazer uma
escolha que mudaria completamente o rumo que eu já tinha traçado na minha cabeça. Aprovado em fonoaudiologia, eu precisaria escolher que profissão eu realmente iria seguir. Confesso que possuía pouco conhecimento sobre o curso e sobre a atuação de um fonoaudiólogo, mas como o curso era em Fortaleza vi uma oportunidade de respirar novos ares e uma possibilidade de amadurecimento. O curso de fonoaudiologia foi a surpresa mais incrível e apaixonante que aconteceu, marcou minha vida e meu coração. Conheci mestres e colegas dedicados ao cuidado com o outro, nos quais me inspiro até hoje. Eu não sabia que no meu interior existia a vontade de cuidar e proporcionar bem estar às pessoas. A área da saúde nunca esteve nos meus planos, por isso acredito que podemos nos apaixonar por coisas novas e improváveis a qualquer momento. Em 2012 conclui meu curso e regressei a Mossoró, mesmo que com um pouco de resistência, entendi que os caminhos estavam apontando para um futuro promissor na minha terra. Acredito que em todos os contextos da nossa vida precisamos estar atentos aos sinais que surgem, eles sempre estarão lá. 43
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CAIO VICTOR RODRIGUES DE LIMA
Na minha vida profissional vivenciei situações e conheci pessoas que foram bastante importantes para o meu amadurecimento profissional e pessoal. A experiência mais marcante vivi em 2013, quando Deus colocou no meu caminho uma família que me ensinaria o verdadeiro significado da palavra “motivação”. Precisei atender um paciente que havia sofrido um acidente de moto resultando em um traumatismo cranioencefálico e perda de todos os movimentos corporais e da capacidade de falar e se alimentar. Todos os profissionais já haviam desistido e deixado claro para a família que não havia o que fazer, apenas esperar o dia em que ele não resistiria. Lembrando de toda formação que recebi, não poderia seguir a linha de pensamento dos outros colegas, eu precisava plantar alguma semente de confiança e esperança naquelas pessoas tão angustiadas e abaladas. Olhei nos olhos do paciente, que mesmo com movimentos limitados conseguia movimentar suas pálpebras e fiz duas perguntas: Você quer voltar a falar? Você deseja voltar a comer pela boca? Recebi como resposta aquele movimento lento e tímido dos olhos se fechando juntamente com uma lágrima que escorreu no canto dos seus olhos. Retribui com um simples: Se você quer, você vai conseguir! O caminho até a minha casa naquela noite foi o mais longo de todos, eu ainda não conseguia entender se minha atitude tinha sido correta em alimentar esperança em uma família enquanto todos os outros profissionais haviam dito exatamente o contrário. Senti-me um louco. Mas ao mesmo tempo me senti motivado a dar o melhor de mim para que conseguíssemos evoluir juntos. Foram meses intensos e com resultados lentos, mas sim, os resultados começaram a surgir. Quando você entende que pode lutar por algo que deseja, os obstáculos diminuem consideravelmente. Hoje, 6 anos depois, esse paciente consegue falar, se movimentar e sentar à mesa com a família se alimentando normalmente. Pergun44
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tei-me por bastante tempo como esse milagre aconteceu. Hoje tenho convicção que motivar o outro a acreditar em si e na sua capacidade de evolução foi o diferencial daquela situação, superando inclusive as técnicas que seriam usadas nos atendimentos. Esta e algumas outras experiências me proporcionaram um grande amadurecimento profissional e pessoal. Saber que você tem a possibilidade de mudar vidas e trazer bem estar e alegria para as pessoas é algo extremamente gratificante. Anos depois a vida mais uma vez coloca novos desafios na minha frente. Comecei a trabalhar com aparelho auditivo, vendendo e reabilitando pessoas que sofriam com perda auditiva. No início, o fato de ter que “vender” um produto me causava muito desconforto, sempre tive medo de passar a ter um olhar comercial mais forte que o olhar humano. Por isso, minha atuação nessa área foi feita com muita cautela. À medida que comecei a realizar os atendimentos, vi que eu estava conseguindo devolver àquelas pessoas o prazer de ouvir uma simples conversa e todos os sons ao seu redor. Cada sorriso, lágrimas e agradecimentos dos pacientes, enchiam meu peito de alegria e, a cada dia, eu me motivava mais ainda a mudar a vida das pessoas que sofriam por conta de isolamento social que a perda auditiva causava. Trabalhei durante 2 anos para uma empresa de aparelho auditivo, mas sempre tinha no meu coração a vontade de fazer algo mais, ter um atendimento cada vez mais acolhedor e ter maior autonomia em relação à venda e negociação com meus pacientes, uma vez que muitos tinham necessidade, mas eram impossibilitados financeiramente. Algumas situações me angustiavam e começou a surgir no meu coração, um desejo de montar o meu negócio, onde eu pudesse ajudar as pessoas sem precisar da permissão de algum superior. O processo de nascimento desse novo negócio durou cerca de 5 meses, desde a criação da marca até a reforma e inauguração. Em 45
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CAIO VICTOR RODRIGUES DE LIMA
fevereiro de 2019, aos meus 27 anos, consegui realizar o sonho de abrir uma empresa com foco em reabilitar pessoas para o mundo dos sons e devolvê-las a motivação, confiança e independência para viveram melhor em sociedade. Hoje, tenho a convicção que todas as pessoas que chegam à nossa frente não chegam por acaso. Elas sempre têm algo a contribuir, assim como nós temos algo para fazer por elas. Pensando nisso, procuro sempre um equilíbrio entre o comercial e o social, muitas vezes até trocando o lucro pelo sorriso que o “ouvir” causa no rosto das pessoas. Tenho certeza que estou apenas no começo da minha jornada, meu maior sonho é crescer com minha proposta de cuidado e zelo com os que precisam. Não consigo enxergar nenhum tipo de fronteira à minha frente. Tenho muita confiança no tipo de trabalho que escolhi desenvolver e na quantidade de vidas que ainda podemos transformar daqui pra frente! Replico por onde passo que precisamos descobrir nosso sonho, acreditar nele e seguir em frente sem medo. Lembre-se sempre: “Deus não coloca no nosso coração um sonho ou desejo que nós não temos capacidade de alcançar.”
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“Deus não coloca no nosso coração um sonho ou desejo que nós não temos capacidade de alcançar.”
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CÉLIO DUARTE
canindé maia
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UM DESAFIO DE VIDA, CRESCENDO ATRAVÉS DA EDUCAÇÃO Nascido em Mossoró, Estado do Rio Grande do Norte, em outubro do ano de 1967, na região do bairro Santo Antônio próximo ao “apara bala”, filho dos martinenses Zacarias e Francisca, ele pedreiro, ela do lar. Irmão de Zacalves, Oficial de Farmácia (in memoriam) e José Maria, Advogado. Casado Com Dilzenice Maia e pai de Yunare e Yure.
M
inha infância foi toda no Conjunto Walfredo Gurgel, a conhecida COHAB, onde cheguei em 1975 com apenas 7 anos de idade, brincando e correndo pelas ruas, lembro
bem o início da pavimentação das ruas, por volta de 1977, quando brincávamos nos morros de areia do calçamento, ficando até minha mãe Francisca me colocar pra casa aos gritos “você não quer ser gen-
te” (risos e lágrimas). No início, a escola para mim era uma brincadeira, mas já no ensino ginasial, ouvi de um parente próximo e próspero: “esse menino
não vai prestar para nada”, e isso mudou minha vida, provei para ele e para todos que estavam errados. Comecei a entender que poderia mudar meu destino através da educação. De família pobre, somente Deus poderia me iluminar a trilhar um bom caminho, escolhi os estudos como escapatória para o futuro, “vou ter um diploma”. Iniciei os estudos na Escola Municipal Senador Duarte Filho, em 1975, e, graças a uma bolsa de estudos do exército Brasileiro, ofertada aos filhos dos ex-combatentes da 2ª Guerra, tive a oportunidade 49
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CANINDÉ MAIA
de estudar no Ginásio Sagrado Coração de Maria, a partir do ano de 1978, onde fui cursar a 4ª série e fiquei até a 8ª concluindo em 1982. De 1983 a 1985, estudei no Centro de Educação Integrada Professor Eliseu Viana (CEIPEV), cursando o ensino médio, tendo optado já no 2º ano, em 1984, pelo Técnico em Contabilidade, onde conclui no final de 1985, tendo me registrado como Técnico em contabilidade no CRC/RN logo no ano de 1986. Em 1987 inicie o Curso de Ciências Contábeis na FURRN, hoje UERN, tendo concluído em abril de 1992, em 2001 cursei uma Especialização em Auditória e Perícia Contábil na UERN. Formado em Direito no ano de 2007, com pós-graduação em Direito e Processo Tributário e também em Direito Administrativo e Gestão Pública pela UnP Natal. Doutorando em Direito pela UMSA – Universidade Museu Social da Argentina. Este é Resumo de minha vida acadêmica, trilhei o caminho dos estudos como forma de me educar e ter uma vida melhor e mais digna, seguindo o exemplo de meus pais, que saíram do conforto de uma cidade como Martins, para dar melhores condições aos filhos. A vida profissional teve início primeiro como ajudante, na então A Predileta, loja de aviamentos, depois passei pela Elite Calçados, Dinel Participações, empresa do grupo J. Macêdo de Fortaleza(CE), em 1988 já na função de faturista como era na Elite Calçados em 1986. No mesmo ano de 1986, passei a trabalhar na Tesouraria da 2ª Regional de Saúde de Mossoró, ficando até abril de 1987, neste mesmo ano iniciei uma jornada que venho até hoje, abri o escritório de contabilidade com um amigo de nome Domingos, o mesmo saiu no ano seguinte, ficando o escritório comigo, neste intervalo no ano de 1992, trilhei pelo ramo de farmácia incentivado pelo meu irmão Zacalves, ficando até 1994, quando passei a me dedicar somente à contabilidade, e já se vão 33 anos dedicados a contabilidade, desde o início como técnico e estagiário da empresa Paula Irmãos e Cia Ltda. 50
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Em junho de 2002, na gestão da prefeita Rosalba Ciarlini, tive a oportunidade de servir ao município de Mossoró, na Secretaria de Cidadania. Em 2005, atendendo ao convite da prefeita eleita Fafá Rosado, assumi a Gerência Financeira do Município e em 2008 até dezembro de 2010, assumi a Secretaria Municipal de Planejamento, Orçamento e Finanças, de onde me afastei para cuidar do Escritório. Ainda em 2012 participei da equipe de transição da prefeita eleita Cláudia Regina. De 2009 a 2013, desenvolvi a docência na Faculdade de Ciências e Tecnologia Mater Christi, tanto no Curso de Direito quanto no de Ciências Contábeis, passando pela pós-graduação em Direito Eleitoral. Na Universidade Potiguar - campus Mossoró, venho lecionando as disciplinas relacionadas ao Direito Tributário, tanto na Especialização quanto MBA Executivo. Na Faculdade Diocesana de Mossoró, hoje Faculdade Católica do Rio Grande do Norte, lecionei na Pós-Graduação em Direito Constitucional e Tributário com a cadeira de Tributos em Espécie – Municipais, Estaduais e Federais. Em agosto de 2018, lancei o livro “A função Social da Propriedade Pública”, na semana da Advocacia que aconteceu na Subseção da OAB Mossoró Militante na vida institucional da OAB-RN, tendo sido membro de Comissões Estaduais de Direito Tributário e também da Comissão de Sociedade de Advogados. Na OAB Mossoró, Presidente da Comissão de Sociedade de Advogados, e em 2015, eleito Presidente da Subseção para o triênio 2016/2018. Hoje, atual Conselheiro Federal da OAB, eleito em 2016 com mandato até 31 de janeiro de 2022. Atualmente mantenho um escritório de contabilidade com carteira de clientes de diversos ramos econômicos, além de um escritório de advocacia com atuação em vários ramos do direito, com outros advogados associados. 51
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CANINDÉ MAIA
Além das funções de Contador, Advogado, Professor e Escritor, em 2016, passei a ser Imortal da Academia de Ciências Jurídicas e Sociais de Mossoró (ACJUS) - que tem como patrono, o inolvidável Rui Barbosa. Ocupo a cadeira 39, seu patrono é Jerônimo Dix-Sept Rosado Maia. Lembro quando comecei a cursar Ciências Contábeis na UERN em 1987, ficava muitas vezes no trevo de Areia Branca (tradicional local de pegar carona) esperando para ir à aula, pois o ônibus era mais difícil, pensando no dia em que possuiria meu carro próprio para não depender de carona, às vezes do trabalho já pegava o coletivo para a UERN, pois era mais fácil e prático. Já formado em Ciências Contábeis em 1992, saindo do bairro Alto de São Manoel, para o bairro Alto da Conceição com meus pais, logo casei e voltei a residir próximo ao “apara bala” onde permaneço até hoje, Abolição I. Sou orgulhoso dos meus filho, Yunare, com 24 anos, casado, advogado e Yure, aos 20 anos, concluindo o curso de Ciências Contábeis. Costumo brincar com os amigos “Deus me deu a benção dos
meus filhos dividirem minhas duas profissões”, profissões que abracei com amor e dedicação. Confúcio já dizia: “Escolha um serviço que
você ama e você nunca terá que trabalhar um dia sequer na vida”. Minha história de vida é pautada na educação e no crescimento como pessoa, todos os projetos de vida que tracei até hoje e fui vencedor, não seria possível, primeiro sem Deus, depois com os ensinamentos de meus pais, de poucos estudos, mas, de muito caráter, e por último os “estudos” essa soma de fatores me fizeram um homem, sempre digo aos que me conhecem, não seria nada sem a educação, ela me transformou, transformou minha vida e de minha família.
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“Escolha um serviço que você ama e você nunca terá que trabalhar um dia sequer na vida”. (Confúcio)
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RICARDO LOPES
NOME DO AUTOR
Carlos Antônio de Figueiredo
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Diz um conhecido provérbio que, se a vida não ficar mais fácil, trate de ficar mais forte. Eis o resumo e norte de minha vida, representada na palavra “superação”.
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asci Carlos Antônio de Figueiredo, sou natural de Mossoró/RN, filho caçula, dentro seis irmãos, do casal José Damásio de Figueiredo e Maria Andrade de Figueiredo. Desde os primeiros momentos de existência, ganhei o apelido de Careca, dado por minha própria mãe, porque sempre os cabelos me foram poucos. Graduado em Educação Física pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) e em Arquitetura pela Universidade Potiguar (UnP), tornei-me conhecido pelo trabalho nas artes plásticas, área em que me desenvolvi de forma autodidata. Atualmente exerço os cargos de diretor e professor de artes visuais da Escola de Artes de Mossoró. Casado com Lúcia Helena Nogueira de Sousa Figueiredo, sou pai do advogado e jornalista Carlos Nathan de Sousa Figueiredo, de Nayara Lourdes de Sousa Figueiredo (um ser de luz que nos deixou ensinamentos para uma vida inteira) e da médica Nastassja Morgana de Sousa Figueiredo. Em 2010, a vida me presentou ainda, por meio de Nathan, com a minha primeira, e até agora única, netinha, chamada Bárbara Nayara Belarmino de Figueiredo. Para completar a família, temos ainda a esposa de Nathan, minha nora, a batalhadora Maria Alice Belarmino da Costa. Quanto aos meus primeiros anos de vida, tenho a dizer que passei a infância na Rua Ferreira Itajubá, Bairro Santo Antônio, sendo um período de muita felicidade. Minha mãe era mulher do lar e meu pai, carpinteiro, morreu quando eu tinha apenas 10 anos de idade. Por isso, eu e meus irmãos passamos muito cedo a trabalhar, no sentido de ajudar na manutenção da casa e da alimentação da família. Foi, então, que comecei a fazer desenhos, pinturas, camisas e quadros, sempre no propósito de vender com o fim de ajudar nas despesas da casa. 55
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CARLOS ANTÔNIO DE FIGUEIREDO
Cursei todo o período de ensino básico (antes conhecido como primário, ginásio e científico) na Escola Estadual Jerônimo Rosado. Desde essa época, sempre demonstrei o talento nas artes e a disposição para o empreendedorismo. Naturalmente, eu era uma pessoa ativa e percebia em mim esse conhecimento espontâneo das artes. Na passagem do tempo, a memória me traz mais fortemente os períodos em que, ainda criança, morei em Natal-RN, e, adolescente, em Salvador-BA. São lembranças muito fortes, que me fizeram o homem que sou hoje, capaz de grandes superações, com muita coragem e determinação. Meu primeiro emprego foi como cartazista, ou seja, artista de pôster, no antigo Supermercado Minipreço. Em seguida, fui secretário da AABB, onde também ministrei aulas por um período de seis anos. Foi na AABB que conheci Lucinha, minha esposa há mais de 30 anos. Namoramos por três anos antes do casamento. Na época, Lucinha era uma moça já formada em Educação Física e, assim como eu, dava aulas de natação no clube onde nos conhecemos. Ela também ministrava lições de reforço para os filhos dos sócios da AABB. Casamos em dezembro de 1985, e logo depois, em junho de 1986, veio nosso primeiro filho, Nathan. Foi o tempo em que as dificuldades aumentavam. Fui aprovado na UERN para cursar Educação Física e, enquanto batalhava para manter os estudos, manter a casa e cuidar do filho, fui demitido da AABB. Fiquei desempregado. Nesse momento, tive a ideia de fazer do meu dom a minha profissão: comecei com decorações de festas infantis, logo passei a pintar quadros, a desenhar e pintar propagandas comerciais nos muros das ruas, placas, fachadas de lojas. Passei, em seguida, à escultura, À restauração de móveis, aos vitrais de igrejas. A arte passou a ser a minha renda e a minha referência de vida, como ser humano e como profissional. Com o êxito, continuei nas artes plásticas, mesmo depois de formado em Educação Física. Em dezembro de 1987, nasceu nossa segunda filha, Nayara, e, apenas um ano e quatro meses depois, a terceira, Nastassja. Três filhos e nenhum 56
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emprego formal. Contudo, a vontade de vencer e a garra de viver deram forças a mim e a Lucinha, enfrentamos as dificuldades, trabalhando dia e noite para dar o melhor possível para eles. Nos anos 1990, fiz parte da primeira equipe da Fundação Cultural. Como se diz popularmente, “fui de metido” e voltei a fazer artes. Foi um período de muito aprendizado. Tornei-me uma espécie de artista que se passou a denominar de “comercial”, porque, tendo em vista a necessidade do retorno financeiro, fazia aquilo que desejava o cliente, sem distinção de forma, conteúdo ou estilo. A versatilidade virou a minha marca, da qual muito me orgulho. Acredito que é um talento dado por Deus e ao qual sou muito grato. Nessa fase, aprendi que o maior desafio de uma pessoa é vencer a si mesmo, superar-se. Eu não podia fazer as minhas escolhas baseado no meu próprio subjetivismo, urgia a necessidade remuneratória, para pagar as despesas da casa e alimentar os filhos. Assim, minha arte, além de renda principal da família, se transformou em moeda de troca: permutava trabalhos artísticos por tudo de que necessitasse, comida, vestuário, atendimento médico e educação para as crianças. Assim me mantive até meus filhos terminarem o Ensino Médio. Cada dia era uma nova batalha. Sem escolher a função ou o trabalho, fazia o que me aparecia à frente, laborando algumas vezes 14 horas seguidas por dia. Foram muitos obstáculos vencidos, muitos desafios superados. Formei uma família linda, realizei o sonho de ver meus filhos terminando o Ensino Superior. Junto com Lucinha, que também nunca fugiu dos desafios, sendo uma mulher de muita garra, conseguimos vencer. Para completar meus objetivos de vida, passei, aos 49 anos, no vestibular para cursar Arquitetura e Urbanismo na Universidade Potiguar – UnP. Tinha tentando ingresso nesse curso aos 17 anos, sem sucesso. Agora, porém, além de artista e professor de Educação Física, sou arquiteto e urbanista formado, com muito orgulho. Eis minha história de vida.
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EDUARDO KENNEDY
NOME DO AUTOR
CARLOS AUGUSTO ARAÚJO
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H
SONHAR SONHAR, SUBIR SUBIR
á tempos atrás, quando eu ainda era criança pequena lá em Coremas, na Paraíba, já sonhava com um mundo diferente pra mim... Como assim?! Tudo ali era muito do interior, as possibi-
lidades eram as mínimas possíveis. Lembro-me que na minha cidade, a grande sacada da semana, era ir ao cinema todos os sábados. A música “Jesus Cristo” de Roberto Carlos, gritada num alto falante, alertava a todos que a película já iria iniciar. E ficava me questionando, porque tocar “Jesus Cristo” se aquilo não era um aviso de missa, mas sim de um filme? Hoje, pensando bem, eu compreendo: tinha que se rezar muito para entrar ali; o ambiente era muito pequeno, fazia calor como no inferno, os bancos eram coletivos para dez pessoas que se acomodavam desconfortavelmente. O barulho dentro do cinema era enorme, e imagine que bolinhas de papel e gomas de chiclete disputavam, tapa a tapa, a atenção das pessoas com as projeções. Certo dia, pude assistir meu primeiro filme num cinema de verdade, dessa vez na capital João Pessoa, no Cine Municipal, a película foi um incrível musical: “Grease, nos tempos da Brilhantina”. Saí do cinema extasiado. Ali descobri que meu mundo e nada mais, era outro. Aquele mundinho pequeno de cidade do interior, não me pertencia, não mesmo. Não cabia nos meus anseios... Mas e então? O que fazer? A resposta: sem posses para realizar o sonho, o caminho era estudar. E assim fiz. Mantive o foco e, certo de que um dia iria realizar meu sonho, meti a cara e estudei, muito, horas a fio, dias e noites. E assim fui crescendo, cada vez mais ciente de que teria que correr atrás de meus sonhos; só eu conseguiria fazê-los acontecer, porque ninguém acreditava que aquele garoto que queria mudar o seu mundo, 59
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CARLOS AUGUSTO ARAÚJO
mudar o mundo, frequentava agora um curso de inglês na cidade vizinha. Olha só, os caminhos começavam definitivamente a serem abertos e as possibilidades outrora escassas, sim, se tornavam reais... Em 1995, finalmente embarquei num avião da VASP com direção à terra do Tio Sam. Da aeronave, olhando pela janela, copiei e dei a mesma banana que Reginaldo Farias deu no último capítulo da novela “Vale Tudo”, da Rede Globo. Só que dessa vez a banana não era para o Brasil, era para os incrédulos que faziam bullying comigo, quando eu, sonhador, comentava que um dia estaria desbravando o mundo. Hoje, posso dizer que consegui realizar muitos dos meus sonhos. Já viajei inúmeras vezes pelo Brasil e para o exterior. Fui além EUA, a trabalho ou a lazer. Já vivi experiências incríveis nesses países de culturas e comportamentos diferentes dos nossos. Já presenciei um ataque terrorista em Londres, cantei parabéns pra você no aniversário do Mickey, no Magic Kingdom, participei várias vezes dos festejos da queda da Bastilha, em Paris, já fiz boneco de neve, em Toronto no Canadá. Atravessei o canal da mancha de trem bala, visitei os museus do Louvre, em Paris e os De Annie Frank e Van Gogh, esses últimos em Amsterdã, assisti missas na Catedral de Notre Dame, já visitei o Vaticano e vi o Papa. Ainda tenho sonhos e acredito que conseguirei realizá-los. Não perderei o foco, nem a fé, sabe por que? Porque assim como o Mestre Gilberto Gil, creio que “andar com fé eu vou que a fé não costuma falhar...”. If you can dream it, you can do it. Walt Disney
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“Andar com fé eu vou que a fé não costuma falhar...”. (Gilberto Gil)
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NOME DO AUTOR
Pe. Charles Lamartine de Sousa Freitas
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Nascido no dia 9 de setembro de 1982, na Maternidade Santa Luiza de Marilac, município de Pau dos Ferros. É filho de Martinho Gomes de Freitas e Maria Veralucia de Sousa Freitas. Com nove meses de vida, em 25 de junho de 1983, foi batizado em sua cidade natal, na Matriz de Nossa Senhora da Conceição, pelo Cônego Manoel Carminha F. de Andrade.
S
ua vida estudantil teve início no Patronato Alfredo Fernandes, onde permaneceu durante a Educação Infantil. Cursou o Ensino Fundamental no Educandário Imaculada Conceição, concluin-
do, em seguida o Ensino Médio no Colégio e Curso Evolução. Despertou para o engajamento pastoral na Igreja, ainda em sua juventude, por meio da Renovação Carismática Católica da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição de Pau dos Ferros. Foi neste ambiente também que recebeu o primeiro chamado de Deus na sua vida: o serviço. Posteriormente, ao estudar em Natal-RN, sentiu arder no coração o desejo de ser padre e corresponder à vontade divina. Motivado pelo início de sua vida acadêmica na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), passou a residir na cidade de Mossoró em 2002. Concluiu o curso superior em 2005, mesmo ano de seu ingresso no Seminário Santa Teresinha de Mossoró, seguindo orientação vocacional dos padres Eliseu Wilton e Flávio Augusto, no dia 5 de fevereiro. Em 2007 seguiu para Roma, Itália, para cursar o Bacharelado em Teologia (2007-2010) no Ateneo Pontifício Regina Apostolorum e, posteriormente, o Mestrado em Teologia Dogmática (2010-2012) na Pontifícia Universidade Gregoriana. 63
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PE. CHARLES LAMARTINE DE SOUSA FREITAS
Foi ordenado diácono no dia 27 de agosto de 2010 (Festa de Santa Mônica), na Catedral de Santa Luzia, Mossoró-RN, e presbítero no dia 4 de agosto de 2011 (Festa de São João Maria Vianney – patrono dos sacerdotes), na Matriz de Nossa Senhora da Conceição, Pau dos Ferros-RN, pela imposição das mãos e oração consecratória de Dom Mariano Manzana, bispo diocesano. O retorno definitivo de Roma ocorreu em 24 de junho de 2012 e, no dia 28 de julho do mesmo ano, assumiu a função de vice-diretor do Colégio Diocesano Santa Luzia. Em 9 de junho de 2016, passou a ocupar o cargo de diretor da escola, em sucessão a Padre Sátiro Cavalcanti Dantas. Na Faculdade Diocesana de Mossoró, atual Faculdade Católica do Rio Grande do Norte, compõe o quadro docente e foi coordenador do curso de Teologia, de 6 de agosto de 2012 até 23 de fevereiro de 2015, mesma data em que foi nomeado Diretor Geral da referida Instituição de Ensino Superior. É Capelão da Igreja de São Vicente desde 1º de setembro de 2012, na qualidade de Vigário da Paróquia de Santa Luzia. Em junho de 2016, assumiu a Presidência da Associação dos Colégios Diocesanos do Nordeste (ACODINE), com mandato em vigência até junho de 2020. É especialista em Metodologia e Docência do Ensino Superior pela Faculdade do Vale do Jaguaribe (FVJ). Em 2018, obteve o título de Mestre em Educação pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte e, atualmente, é doutorando em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), onde é membro do Grupo de Estudos e Pesquisas Paideia. Tem desenvolvido atividades acadêmicas nas áreas de Teologia, Filosofia e Educação, com atuação, principalmente, nos seguintes temas: Teologia Sistemática, História da Literatura Cristã Antiga, Filosofia e História da Educação, Metodologia da História Oral e Pesquisa (Auto) Biográfica. 64
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Acadêmico da ACJUS – Academia de Ciências Jurídicas e Sociais de Mossoró – Cadeira 50 – tendo como Patrono: Cônego Estevão José Ribeiro Dantas e, como Padrinho, Pe. Sátiro Cavalcanti Dantas.
“O caminho carece ser inventado É preciso partejar o verbo esperançar É tempo de semeadura É tempo de des-velar”
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NOME DO AUTOR
Ciro Tenรณrio de Azevedo
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SONHAR É PRECISO Prazer, sou Ciro Tenório de Azevedo, filho de Emerson Azevedo e Maria Auxiliadora Tenório Pinto de Azevedo. De quem herdei valores incríveis como ética, honestidade, responsabilidade, humildade e principalmente, senso de protagonismo.
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mpreendedorismo sempre esteve no DNA da família. Meus pais desenvolveram carreiras brilhantes em suas respectivas áreas de atuação e quando decidiram fazer algo juntos, criaram este pro-
jeto vanguardista e a frente de sua época, que hoje o conhecemos como Colégio Mater Christi. Em 2019, completamos 30 anos deste sonho. Me graduei em Administração de Empresas pela Faculdade de Ciências e Tecnologia Mater Christi, com MBA em Administração Acadêmica e Universitária pelo Instituto CONSAE / Carta Consulta. Sou casado com Priscila Figueiredo Brito de Azevedo, o grande amor da minha vida. Uma mulher determinada, resiliente, corajosa e principalmente apaixonada por tudo que faz. Do momento que iniciamos nossa jornada, tem sido minha maior incentivadora e parceira nos projetos que trilhamos. Dessa união, tenho acompanhado o desenvolvimento de Ana Lara e principalmente de Ana Luiza, afinal, a missão de educar é vitalícia e vocês são minha melhor escolha, amo vocês! Sou Diretor Administrativo do Colégio Mater Christi, Fundador e Diretor do Vírus Cursinho, Vírus Viagens, Vírus Comunicação, Vírus Filmes; e Co-Fundador e Diretor do La Vie Café e da Oficina Educacional – Consultoria e Treinamento. 67
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CIRO TENÓRIO DE AZEVEDO
Apresentações a parte, sou um Empreendedor apaixonado pelo poder transformador da educação. Desenvolver uma consciência empreendedora é a chave para o desenvolvimento do cidadão global, pautado nas chamadas soft skills, habilidades socioemocionais e de relacionamento interpessoal.
‘‘Empreender não é somente desenvolver negócios, o mais importante é desenvolver pessoas, os sonhos das pessoas.’’ UM POUCO DA MINHA TRAJETÓRIA... Costumamos dizer que o Mater Christi nunca foi uma empresa em nossas vidas, mas um irmão mais novo. Sempre me recordo de refeições rotineiras onde meus pais discutiam os rumos e projetos que estavam desenvolvendo e sempre que possível, perguntavam minha opinião ou permitiam que eu ponderasse. E olha que eu estava perto de completar 10 anos quando comecei a ter voz no processo. Alguns anos mais tarde, aos 17, dava início à minha vida profissional. Num domingo à noite, mais precisamente no 2 de janeiro de 2005, fazia poucos dias que estava em Tibau para curtir o último veraneio com a turma de amigos do colégio, como recém-formados. Estávamos (eu e meus pais) em casa assistindo TV quando meu pai fez aquela pergunta cabal: - “Ciro, você deseja iniciar sua experiência profissional?” Logo respondi: claro Pai, após o veraneio estarei à disposição. Ele deu uma risada alta e me disse: “Filho, se for no seu prazo, você estará por conta própria. Caso deseje trabalhar comigo, arrume suas coisas e vá dormir cedo, que nossa jornada inicia amanhã cedo.” 68
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Passei alguns minutos vislumbrando os cenários e logo fui arrumar minhas coisas, afinal, perder essa oportunidade não era uma opção. E foi assim que iniciei minhas atividades no Colégio Mater Christi em 3 de janeiro de 2005 como Auxiliar Administrativo. De lá para cá, são 14 anos de muita luta, perseverança e aprendizado. Como a grande maioria dos brasileiros, trabalhava durante o dia e fazia minha graduação em Administração a noite. Durante 4 anos, vivenciei cada segmento da empresa como liderado, o maior objetivo dos meus pais era o meu desenvolvimento e conhecimento integral do funcionamento da empresa. Em 2009, assumi a Direção Administrativa e os desafios foram aumentando cada vez mais. Como minha mãe costuma dizer: ‘‘Filho, quando humildade e boa educação não forem suficientes para resolver uma situação, se dedique mais’’. Os anos foram passando e uma inquietude permanecia, seria eu capaz de desenvolver um negócio diferente? Sem apoio dos meus pais? Encontrar o meu ‘‘oceano azul’’? Indico um livro que sempre tive como guia para prospectar negócios: A Estratégia do Oceano Azul, escrito por W. Chan Kim e Renée Mauborgne. Em 2013, comecei a diagnosticar o cenário da cidade de Mossoró para perceber quais oportunidades existiam que pudessem ser exploradas, afinal, o mercado educacional é bastante amplo. Idealizei o Vírus Cursinho. Trazer uma proposta diferenciada de Preparatório para Concursos Públicos, IFRN, ENEM e Reforço Escolar. Com muito orgulho, hoje eu percebo o desenvolvimento que o Vírus Cursinho teve ao longo dos anos. Com uma identidade robusta, uma proposta disruptiva e um corpo docente espetacular, tivemos um crescimento vertiginoso nos últimos 5 anos e conseguimos nos posicionar como referência em resultados e realização dos sonhos de nossos alunos. 69
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CIRO TENÓRIO DE AZEVEDO
Em 2014 comecei a idealizar a Vírus Viagens. No Mater Christi, sempre sonhei em ter uma agência de viagens parceira que tivesse um olhar pedagógico. Como não encontrei, resolvi apostar neste sonho e 6 meses depois surgia a Vírus Viagens. Com uma equipe comprometida com a realização dos sonhos dos nossos clientes. Focada no turismo convencional, corporativo – como também – no turismo pedagógico e estudos do meio, para atender as demandas de instituições de ensino básico e superior. Em outubro de 2016, iniciei as atividades da Vírus Comunicação e posteriormente da Vírus Filmes. Tínhamos uma demanda enorme de atividades que envolviam publicidade e marketing e não conseguíamos atingir nossas expectativas. Portanto, resolvemos abrir nossa própria Agência de Publicidade e Produtora de Conteúdos Digitais e para TV. Em janeiro de 2018, minha amada Priscila, que já tinha o desejo de inovar no segmento de alimentação, trouxe a proposta vanguardista do La Vie Café, com o objetivo de fornecer uma alimentação saudável e balanceada, adequada ao completo desenvolvimento dos nossos alunos, familiares e colaboradores. Todos os alimentos são desenvolvidos em estrutura própria preceituados na excelência da segurança alimentar e qualidade de nossa matéria-prima com uma equipe atenciosa e amorosa. Em maio de 2019, entendendo o cenário educacional do Brasil, e o ritmo disruptivo de transformações educacionais que estamos vivenciando, iniciamos as atividades da Oficina Educacional – Consultoria e Treinamento. Somos uma consultoria que trabalha principalmente com as necessidades das instituições de ensino básico e superior, em cima das suas lacunas. Hoje em dia há uma necessidade muito grande de se entender algumas técnicas, principalmente sobre as metodologias ativas, potencializando a formação continuada do corpo docente das instituições de ensino no 70
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Brasil. No ensino básico, a Base Nacional Comum Curricular – BNCC, tem um potencial transformador imenso para o futuro dos nossos jovens e nós estamos presentes para auxiliar as instituições nesta transição.
‘‘Cada sonho que você deixa pra trás, é um pedaço do seu futuro que deixa de existir’’. (Steve Jobs) Ao longo desses 14 anos de jornada, pude perceber que oportunidades estão sempre ao nosso redor, precisamos acreditar e perseverar os nossos sonhos para vencer os inúmeros obstáculos impostos. Ser capaz de criar uma empresa e crescer com sustentabilidade só é possível com uma equipe alinhada e comprometida, que tenha senso de protagonismo (senso de dono). Por isso compreendo que humildade e conhecimento das nossas limitações são valores primordiais para unir pessoas e juntos sermos capazes de criar um legado.
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CLÁUDIO ROBERTO
NOME DO AUTOR
CLECIANO GALDINO MARTINS DA SILVA
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Empresário, Natural de Mossoró/RN, nascido em 17 de Fevereiro de 1981. Filho do potiguar José Galdino da Silva e da cearense Dalila Martins Ribeiro da Silva. Casado com Sheila Ranielly Franco de O. Martins, pai de Letícia e de Pedro Henrique. Irmão de Dallyanne Cristina e Paulo Henrique. “Enquanto eu persistir, meus sonhos continuarão vivos.”
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arrar minha trajetória de vida me faz rememorar cada episódio do percurso, como também cada situação e eventos que sucederam-se até aqui. Nasci em um lar humilde, com uma infância
simples e vivendo com recursos limitados, conforme os anos iam passando, crescia comigo propósitos e sonhos que me levaram a acreditar no alcance de uma vida com mais comodidade. Minha aptidão para os negócios é de longa data, aos 14 anos, um saudoso amigo e vizinho me convidou para meu primeiro trabalho, em uma oficina de conserto de eletrodomésticos, logo percebi que não era o que realmente desejava fazer; bastante jovem, tinha em mente muitos desejos a realizar. Tentei de tudo um pouco: vendedor de leite, engraxate, limpador de carro, várias experiências ao longo do caminho, e através delas percebi uma aptidão para o comércio, mas, foi como vendedor de queijo mussarela, trabalhando para Eduardo Porto, um grande amigo o qual considero o meu mentor, que tudo começou a mudar. Apesar de trabalhar apenas com este produto, isso não se tornou uma limitação, sempre me doei além do que podia, buscando oferecer aos meus clientes um atendimento com qualidade e eficiência, aliás, atender bem é praticamente um lema de vida. 73
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CLECIANO GALDINO MARTINS DA SILVA
Com certa perspicácia e olhar visionário, enxerguei uma lacuna no mercado, além de uma possível oportunidade de empreender neste segmento, percebi que eu poderia acolher meus clientes, agregando outros produtos além do queijo. Assim, comecei a comprar meus próprios equipamentos de trabalho, tudo ainda informal, iniciamos no quintal da casa dos meus pais. Comprei uma balança e um freezer, e meu pai junto com a minha mãe, me ajudavam fatiando e pesando os produtos. Minha rotina diária era trabalhar para Eduardo durante o dia, e à noite ao chegar em casa, eu saía oferecendo meus produtos nas pizzarias e restaurantes de Mossoró. As vendas intensificaram-se, a casa dos meus pais já não comportava a grande demanda de pedidos, decidimos alugar um espaço, as finanças ainda não eram suficientes para nos permitir pagar o aluguel sozinhos, e, mais uma vez Eduardo mostrou-se um autêntico amigo, disponibilizando-se a nos ajudar. Outra importante etapa da minha vida era iniciada, juntamente com minha esposa, minha irmã, nossos pais e alguns amigos próximos. A ideia inicial era ter um lugar como depósito, para que pudéssemos guardar os freezers, a balança e atender aos pedidos dos clientes. O local era improvisado, entretanto o desejo de crescer era maior e nos motivava a continuar. A nossa clientela expandiu-se, começou a ganhar espaço no mercado, e logo tivemos que nos adaptar a uma nova realidade que surgia, os clientes - alguns em especial - sentiram a necessidade de ter uma loja física, onde eles mesmos pudessem realizar suas compras no balcão de vendas, fazendo suas escolhas e solicitações necessárias... E foi assim que nasceu em 2011, a Casa do Pizzaiolo, uma das pioneiras no ramo de Food Service em Mossoró. Durante esse período de crescimento da loja, simultaneamente vivi alguns momentos marcantes, que até então eram inimagináveis e me pegaram despreparado para tamanha dor, o maior deles: o falecimento da 74
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minha amada mãe, Dalila Martins, uma mulher guerreira, que batalhou dia após dia para criar seus filhos. Infelizmente não pude realizar meu maior sonho, que era lhe proporcionar uma vida com mais tranquilidade e conforto. Mas, ganhei uma estrela permanente no céu, seu brilho resplandece a cada conquista alcançada. O itinerário da vida é sem dúvida um aprendizado constante, apesar desses contratempos continuamos a nossa caminhada em direção ao alcance dos objetivos traçados. Sinto-me realizado em poder ver a Casa do Pizzaiolo se firmar no mercado no decorrer dos anos. Atualmente temos pouco mais que 600 clientes ativos, já expandimos nossas vendas para mais de 60 cidades do Rio Grande do Norte e aos poucos estamos também chegando ao Ceará. Gerenciamos outras duas empresas, uma na área de logística e outra no segmento de carnes e laticínios, ao todo contamos com mais de 60 colaboradores. Sinto orgulho em estar aqui compartilhando um pouco dessa trajetória de crescimento pessoal e profissional. Sou muito grato primeiramente a Deus, em segundo a minha esposa que sempre esteve comigo, a minha família e aos meus amigos. Finalizo com essa mensagem: se você está começando seu próprio negócio, sonha em ser uma pessoa de sucesso, ser reconhecido, tenha foco, acredite em você, vá em frente. Não trabalhe pensando em quanto você vai ganhar, e sim em quais objetivos você almeja alcançar.
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CÉLIO DUARTE
NOME DO AUTOR
EDVALDO FERREIRA SANTOS
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Pernambucano de Água Preta, localizada na região da mata sul do estado, o Engenheiro Agrônomo Edvaldo Ferreira Santos, é o primeiro de sete filhos do comerciante Otávio Ferreira dos Santos e da dona de casa Maria do Carmo de Souza Santos. Casado com Maria da Glória Fernandes Moreira Santos, é pai de Otávio Domingos Moreira Santos e Leonardo Cesar Moreira Santos. O renomado professor Mestre na Universidade Rural do Semiárido -UFERSA, venceu de forma brilhante e fez carreira de sucesso na cidade de Mossoró.
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onhar não custa nada, assim diz a canção, mas para Edvaldo o sonho custou cada passo para sua realização. O menino que nasceu numa cidade canavieira a 120/km da capital Recife, saiu de casa logo cedo para conquistar o universo a sua volta, foi com esse pensamento que as estrelas começaram a brilhar no seu caminho. Aos 14 anos de idade, o menino prodígio foi aprovado no exame de admissão para estudar na Escola Agrotécnica João Coimbra que fica na cidade vizinha de Barreiros. Era uma espécie de vestibular na época para dar continuidade no colegial ou curso profissionalizante, o ensino médio nos dias de hoje. Estudantes de toda a parte do Norte e Nordeste do Brasil participavam da prova. O resultado não poderia ser outro, para surpresa da família, Edvaldo era um dos 58 aprovados para estudar em regime internato na renomada escola. Cada passo no compasso seguia a canção, pois o desafio era grande para um adolescente que não tinha experiência com a vida longe da família, e enfrentou a barreira da saudade vencendo cada dia a solidão. Foram sete anos de caminhada para conclusão do curso profissionali77
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EDVALDO FERREIRA SANTOS
zante Técnico Agrícola, pois a coragem e perseverança fez de Edvaldo o senhor dos seus sonhos, emocionado, ele relembra com satisfação a noite da formatura, onde festejou com familiares e amigos sua realização, e disse para ele mesmo que estava apenas começando. Se sonhar não custa nada e todo sonho é possível realizar, o jovem recém formado foi contratado pela então Associação Nordestina de Crédito e Extensão Rural ANCAR-PE, hoje EMATER, para dar Assistência Técnica-Agropecuária no meio rural em Vitória de Santo Antão, que fica aproximadamente a quarenta quilômetros da capital pernambucana, e depois de um ano foi convidado pelo Instituto de Pesquisas Agronômicas de Pernambuco-IPA para exercer o trabalho de pesquisa na fazenda experimental de Serra Talhada, cidade geograficamente localizada no Alto Sertão de Pernambuco. Foi lá que Edvaldo encontrou seu grande amor, pois a pequena cidade lhe presenteou com mais uma estrela no universo, sendo essa a Glória da sua vida, e com ela a felicidade abraçou mais sonhos. O grande desafio agora era fazer o curso superior de Engenharia Agronômica, as dificuldades eram muitas, pois Edvaldo desejava cursar em Recife, mas as condições não eram favoráveis para sua remoção da empresa à capital do Frevo, e ultrapassando mais um obstáculo ele foi cursar na Universidade Mayor de San Simon, na cidade de Cocha Bamba, Bolívia, onde permaneceu durante um ano e meio. De volta ao Brasil em 1970, o rapaz veio para capital do Oeste Potiguar se matricular na então Escola Superior de Agricultura de Mossoró - ESAM. Depois da mudança para Mossoró, Edvaldo foi a Pernambuco trocar alianças com sua amada Glorinha, as juras de amor aconteceram no dia 4 de agosto de 1971, tendo o pôr do sol como testemunha na Igreja Matriz de Nossa Senhora do Livramento. Depois de alguns anos residindo em Mossoró, nasceu o primeiro filho, Otávio, e logo depois veio Leonardo, com o passar do tempo foram presenteados com a chegada os netos, Ohara, Guilherme, Yasmim, Leonardo e Enzo Gabriel. Após a conclusão do curso em dezembro de 1973, o recém-formado pela então Escola Superior de Agricultura de Mossoró (ESAM), hoje 78
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Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA), foi convidado pela direção da instituição para fazer parte do corpo docente da universidade, onde lecionou a cadeira de Agricultura Especial II, e participou de projetos importantes na Pesquisa do Algodão em toda Região Oeste do Estado, que teve convênio com a SUDENE, que participou de forma coletiva para a melhoria e qualidade do ensino, onde orientou estudantes e desenvolveu vários trabalhos de extensão e pesquisa. Depois de 5 anos ele decidiu ampliar seus conhecimentos e se matriculou no Mestrado em Fitotecnia pela Escola Superior de Agricultura de Lavas-ESAL, em Minas Gerais, e defendeu sua tese sobre “a cultura do algodão“ sendo aprovado com louvor. De volta à cidade, Edvaldo retornou suas atividades como professor na instituição, e foi empossado como primeiro Prefeito do Campus na ESAM, onde empreendeu de forma coletiva atividades para melhoria da universidade. Em 1981, foi aceito na Loja Maçônica Jerônimo Rosado, e no ano de 1999 se elegeu Venerável Mestre para o mandato de dois anos, sendo reconhecido pelo grande trabalho em sua gestão, Edvaldo exerceu também o mandato de Deputado Federal Maçônico da Soberana Assembleia Federal Legislativa. Foi condecorado com o título Honorífico de Estrela da Distinção Maçônica do GOB, e, é Grande Inspetor Geral do Grau 33. Como membro efetivo do Lions Clube Mossoró-Centro, ele exerceu dois mandatos como presidente da instituição, durante os anos de 1986 e em 1996. Depois de aposentado como professor universitário, foi eleito para o cargo de Presidente da Associação dos Docentes da UFERSA-ADUFERSA, onde construiu a sede durante sua gestão. Depois de 40 anos residindo em Mossoró, e contribuindo de forma empreendedora com a educação sociocultural e o meio ambiente, ressaltando o trabalho humanitário nas instituições filantrópicas. O pernambucano Edvaldo Ferreira Santos, recebeu em novembro de 2005, o título de Cidadão Mossorosense, proposta do então vereador Benjamim Machado, Câmara Municipal de Mossoró, pelo decreto Legislativo Nº 995 05.
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CÉLIO DUARTE
NOME DO AUTOR
Elder Heronildes da Silva
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Nascido aos 9 de setembro de 1933, no bairro Doze Anos, em Mossoró, Rio Grande do Norte, é filho de Francisco José da Silva, o Velho Darico e Francisca Laura da Silva, Dona Tita. Casado com Zélia Macêdo Lopes Heronildes da Silva, é pai de George Macêdo Heronildes e Silva - que é casado com Andrea Régis Leite Holanda Macedo Heronildes - e de Disraeli Macêdo Heronildes e Silva. Avô de Thales Dourado Lemos Macêdo Heronildes e Valentino Nascimento Macêdo Heronildes.
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lder Heronildes da Silva é um dos mais ilustres filhos de Mossoró, figura que muito orgulha a terra de Santa Luzia, tem relevantes serviços prestados à sociedade mossoroense e potiguar, ao
lado de sua companheira de décadas, Zélia Macedo. De formação irretocável, seus estudos tiveram início no Grupo Escolar “30 de Setembro”, em 1945, quando cursou o ensino primário, tendo concluído em 1949; sua formação secundária e técnica veio em 1958, na Escola Técnica de Comércio “União Caixeiral”. Graduou-se em Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), tendo grau conferido em 17 de dezembro de 1968 e inscrição definitiva na OAB/RN nº 465 em março de 1969. É membro de diversos clubes de serviços, e em cada um deles, sua presença se solidifica e torna-se indispensável pela seriedade que conduz cada pauta discutida no intuito de elevar as obras que beneficiam o todo. No Lions Club International Foundation é companheiro de Melvin Jones, e vem fazendo história desde a década de 1970, coleciona acontecimentos e aprendizados ao lado de muitos outros sócios de 81
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ELDER HERONILDES DA SILVA
igual importância, não por acaso, já recebeu Placa de Honra ao Mérito, Menção Honrosa, Comenda, entre outras honrarias. E por falar em honraria, é sócio honorário do Rotary Club Mossoró, pela relevância de suas atividades em prol da instituição. Enquanto maçom, é unanimamente respeitado pela maçonaria de sua cidade natal, do Rio Grande do Norte e por onde quer que tenha andando. Seu currículo maçônico revela que seu caminhar entre irmãos e cunhadas é exemplar, segue à risca os ensinamentos do “Grande Arquiteto do Universo”. As deferências conferidas a ele são muitas, já não é mais possível contar, todas em gratidão ao seu apreço e reverência pelas obras pensadas, planejadas e colocadas em prática. Na maçonaria, foi Venerável da Loja Maçônica Jerônimo Rosado – 1977/1979; membro fundador das Lojas Maçônicas Amâncio Dantas e Sebastião Vasconcelos dos Santos em Mossoró; Grão Mestre Adjunto do Grande Oriente do Estado do Rio Grande do Norte – GOERN – (GOB) 2003/2006 e 2007/2010; Grande Inspetor Geral da Maçonaria – Grau 33 do Supremo Conselho do Brasil para o Rito Escocês Antigo e Aceito. Elder Heronildes da Silva é ovacionado por instituições distintas, as quais ele sempre chega junto no intuito de ajudar, e consequentemente acrescenta, pelo seu enorme valor humano e intelectual. As centenas de certificados também evidenciam seu extenso currículo: participações em eventos científicos e sociais, em que segue agregando valor com seu imenso prestígio no alto das suas oito décadas e meia de vida intelectual. Foi Reitor da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), de 19 de janeiro de 1977 a janeiro de 1981. Entre outros cargos que ocupou estão: Despachante, concursado, lotado na Recebedoria de Rendas de Mossoró – 1971; Chefe de Gabinete da Câmara Municipal – janeiro de 1965; Assessor Jurídico da COMENSA, com início em 1968, incorporada à COSERN. Aposentado em 1996. 82
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É Sócio fundador da Associação dos Escritores Mossoroenses – ASCRIM; foi um dos fundadores, em 1957, e presidente por mais de 10 anos do Instituto Cultural do Oeste Potiguar – ICOP; foi também um dos fundadores, em 1988, e atualmente é presidente da Academia Mossoroense de Letras – AMOL; membro do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte – IHGN, a mais antiga entidade cultural do nosso Estado, com sede em Natal – 1991; Titular da Cadeira nº 37 da Academia Norte-rio-grandense de Letras, com sede em Natal, fundada em 1936; integrante fundador da Academia Maçônica de Letras do Rio Grande do Norte; sócio correspondente da Academia Apodiense de Letras; Diploma de Personalidade Cultural do Nordeste da Academia de Letras de Campina Grande – (sócio correspondente) 1991; Titular da Cadeira Nº 38 da Academia de Ciências Jurídicas e Sociais de Mossoró – ACJUS. Tem os seguintes trabalhos publicados: O Casamento; Fatos e Vidas que são presenças; Gente do Oeste Potiguar na “Província Submersa”; Uma data e dois homens; Raimundo Rubira da Luz; A Rua de Jaime e outros temas; Pedro Batista. Ao lado de sua companheira de mais de meio século, Zélia Macedo, Elder Heronildes da Silva circula nas mais elegantes rodas de Mossoró e do Rio Grande do Norte. Elder e Zélia são presenças ilustres nos mais diversos eventos, tê-los em uma reunião é sinal de prestígio e influência, é sinal de bom relacionamento. O casal é ainda reconhecido pelo seu imenso trato, zelo em suas amizades, crendo que devem trabalhar e desejar o bem da humanidade, por isso, os dois seguem dando exemplo de caridade. Aqueles que conhecem, admiradores de longa data, de Elder e Zélia, são plenamente conscientes e felizes da importância de compartilhar com eles a história de suas vidas.
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NOME DO AUTOR
FLÁVIO ROBERTO GONÇALVES DE VASCONCELOS
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esde garoto, 8 anos em diante, eu acompanhei meu pai Francisco Leal de Vasconcelos (Chico de Café do Bom) nos negócios que ele fazia. Compra e venda de sítios, carros usados
(muito usados, rsrs) e via toda a dificuldade que ele tinha para manter os oito filhos. Isso me fez amadurecer muito com tudo que via. Então, ainda criança, quando estudava, queria realmente aprender, tirar notas boas, para passar de ano. Ficando sempre entre os primeiros de classe. Estudei o último ano do ginásio; 8ª série no Agnes em Recife, mas estudei e me preparei para fazer Escola Técnica Federal de Pernambuco, (meu sonho); ensino muito bom; profissionalmente e gratuito. Passei no vigésimo terceiro lugar. Senti muito orgulho. Cursei três anos e meio de escola técnica e mais 6 meses de estágio. Estagiei na Chesf; na Açonorte e Sotil (Instaladora Elétrica). No ano de 1986, apareceu a oportunidade de prestar concurso para a Petrobras, de onde mais de 1.328 concorrentes nos quatro estados PE, PB, RN e CE, tive a satisfação de lograr êxito e ser aprovado em 4° lugar, sendo convocado em abril de 1987. Foi neste momento que tive de escolher, a faculdade de Engenharia Civil que já estava cursando (Politécnica) ou ir para o RN; fiz a segunda escolha, vim para esta terra maravilhosa. No ano seguinte (1988), noivei e me casei com Maria do Carmo Adour Vasconcelos (Mima Adour), que me acompanha desde os 16 anos de idade. Em março de 1989 vim transferido para Mossoró. Já residindo em Mossoró, iniciei uma nova graduação, agora um novo curso: Administração, na UERN; e a partir daí, como minha esposa era formada na área de Educação Física, inicialmente alugávamos piscinas para ela atuar, durante 6 anos, até partirmos para um sonho maior: montar uma academia de ginástica na cidade. Com muito esforço e planejamento, escolhemos o bairro onde deveríamos 85
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FLÁVIO ROBERTO GONÇALVES DE VASCONCELOS
montar e depois o local - próximo à praça do Rotary - e partimos para procurar terrenos, com recursos bastante limitados. No ano de 1997 encontramos o terreno e conseguimos negociar a compra, para então iniciarmos o empreendimento. Vendemos a casa em que residíamos e fomos morar de aluguel, numa casa bem pequena, que não cabia os móveis que tínhamos; mas conseguimos em um ano construir e inaugurar ainda incompleta, a Academia Atividade em um lote, e no ano seguinte concluir os 100%. Neste período da construção tive de fazer demasiados esforços para que o empreendimento saísse, e graças ao meu bom Deus, conseguimos o objetivo. Não foi nada fácil; não tive ajuda financeira de ninguém, tudo foi com esforço e vontade nossa. Tínhamos um objetivo em comum. Na minha visão, o caminho do resultado está em uma série de atividades, entre elas: - Foco; - Planejamento; - Pé no chão; - Entender o que significa uma PJ; - Nas horas difíceis; lembrar do bem que o seu negócio faz à sociedade que está inserida; - Ser humano no tratamento com clientes e funcionários. Nada disso me tornou uma pessoa diferente em relação aos valores que acredito.
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“A diferença entre os seres humanos não está na sua condição financeira e sim o quanto ele conhece a Deus”.
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CÉLIO DUARTE
NOME DO AUTOR
FRANCISCO DIEGO COSTA DANTAS
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A ESCOLHA DA MEDICINA
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ra um adolescente, numa bela e ensolarada tarde da capital espacial, encontrava-me numa das encruzilhadas da vida. Qual profissão seguir? Após profunda reflexão, decidi ser médico.
Mas não se pode apontar um único motivo para essa decisão, pois o assunto, até então indefinido, revolvia-se desde quando criança. Lembro-me de haver sido impedido de visitar meu avô materno que veio a nos deixar num leito hospitalar. Decididamente, teria eu que trabalhar na área de saúde para que pudesse acompanhar as pessoas que amava quando estivessem em similar situação. Se fosse possível, esforçar-me -ia para mudar aquela infausta norma. Como poderia alguém impedir um neto de visitar um avô muito doente?! Tenho convicção que esse ocorrido pesou na escolha da profissão pois, mesmo sem saber bem em que gostaria de trabalhar, tinha absoluta certeza que essa situação haveria de ser corrigida. Noutro ângulo, sempre observei que minha mãe dava guarida em nossa casa aos parentes, especialmente os enfermos. Ela cuidava desses nossos familiares de forma que lembrava muito a maneira como cuidava de mim. Certamente esse alvissareiro exemplo materno animou-me também na decisão que haveria de tomar. Antes daquela decisão, apesar da falta de convicção a respeito de qual carreira seguir, tinha absoluta certeza de que não iria ser comerciante. A enorme instabilidade financeira familiar e uma jornada de trabalho que remetia aos tempos da escravidão afastavam-me desse ramo familiar. Tia Vitória é Psiquiatra e seria uma espécie de porto seguro das idéias e grande conselheira. Pessoa de coração enorme e com disposição de ajudar a todos, destacava-se aos meus olhos também como grande exemplo a ser seguido, o que influenciou sobremaneira na mi89
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FRANCISCO DIEGO COSTA DANTAS
nha decisão. Maior alegria a minha quando morei por dois anos em sua casa e pude desfrutar de sua companhia e enorme sabedoria. No campo dos esportes, o exemplo de obstinação demonstrado pela TV quando das performances do grande piloto, tri-campeão de Formula 1, Ayrton Senna da Silva era para mim evidente. O herói brasileiro sempre empunhava uma bandeira ao final vitorioso de cada batalha na qual ele empenhava máximo esforço e ao final sagrava-se vencedor. Não havia dúvidas de que o curso de Medicina representava maior desafio dentre os que prestavam no Vestibular. Portanto, haveria de ser o momento para que demonstrasse a minha capacidade de superação. Observando mais atentamente os dados daquela época, havia 2065 inscritos para o vestibular de medicina, sendo que havia apenas 90 vagas. Logo, haveria de superar 1975 pessoas. Sabia que para atingir o objetivo, teria que passar numa porta quase tão estreita quanto aquela que o rico deveria percorrer para atingir o reino dos céus, segundo a Bíblia. Arrimado em excelente desempenho acadêmico, alimentei, em todos que me rodeavam, grandes expectativas de que eu passaria no vestibular. Aliás todos sabiam que eu iria passar, à exceção do Professor que corrigiu a minha prova discursiva e reprovou-me. Pela primeira vez na vida experimentei uma grande decepção. Aliás eu tinha absoluta convicção que aquilo seria a própria infelicidade. Lembro-me da minha querida tia e madrinha Fátima, que dirigiu-se incontinente à sede da COMPERVE para informar o grande erro que eles haviam cometido. Minha sábia mãe, em contraposição a todos, chamou-me e lembrou que eu seria inteligente (todos sabem como as mães são parciais), mas que haveria sido incompetente e certamente o fui por não ter estudado suficientemente. Disse ela que se eu me dedicasse mais haveria de conseguir. 90
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Segui seus conselhos e determinei-me a fazer todos os exercícios de todos os livros disponíveis, ao menos nas áreas afetas. Produzia uma redação por semana e entregava cópias aos professores para que pudesse examinar qual o modus operandi da correção de uma redação e me profissionalizei em ler artigos e revistas norte-americanas e nacionais. Enfim, tornei-me uma máquina de estudo, um ser invisível que não tratava de outro assunto que não fosse os estudos atinentes ao Vestibular. A fúria era tal que decidi acabar o namoro com a mulher com quem sou casado e tenho quatro filhos hoje. Mas haveria eu de passar naquele vestibular de Medicina, pois além de tudo, certamente ali eu encontraria a felicidade. Diante de tanto esforço, superei todos os senões cognitivos e comportamentais para finalmente transpassar o estreito funil, ser aprovado em todos os vestibulares que realizei no final do ano. Sorte a minha de ter recebido o perdão de todos aqueles de quem me afastei, principalmente da minha querida esposa, mãe dos meus quatro filhos e arrimo principal da minha família. Já médico, pude comprovar a precisão da avaliação de quando criança e agradeço a Deus a escolha que me permitiu acompanhar e empreender todos os esforços nos extremos da vida de tantos queridos pacientes, especialmente dos meus queridos Pais.
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CÉLIO DUARTE
NOME DO AUTOR
Francisco Eudson Lacerda de Medeiros
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UM ESCULTOR DE AMIZADES, FELIZ E GRATO!
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u sou “Pachico”, mas não me venha perguntar o que é ou de onde saiu esse tal de Pachico. Investiguei e não consegui saber exatamente a origem desse apelido de infância que trago até hoje. Bem que eu perguntei ao meu pai, seu João Félix de Medeiros, agricultor. Minha mãe, dona Maria da Salete Lacerda de Medeiros, dona de casa, tentou esclarecer também. Na verdade eu guardo com carinho essa forma de tratamento que muitos amigos e familiares preservam até hoje. Nasci no Sítio Arraial no município de Carnaubais/RN, em 16 de fevereiro de 1961. Sou de família pobre, pais muito humildes, mas que me deixaram lições para sempre, que repasso pros meus filhos. Os primeiros estudos foram em escolinhas acanhadas, onde a criançada mesmo assim se esbaldava. Grupo Escolar do Sítio Timbaúba, Grupo Rural de Carnaubais, foram essas escolas das primeiras letras, amizades, brincadeiras inocentes. Era o que eu podia ter e não deixo de agradecer por isso, pelos estudos, mesmo que simples, com tanta precariedade. De Carnaubais, eu fui morar com parentes em Assu. Lembro do Instituto Padre Ibiapino (Assu), das amizades, da vida simples, sem maiores sonhos ou ambições. Dessa época, não posso esquecer a oportunidade que surgiu pelo esporte e que terminou sendo frustrada pelo amor e saudades dos meus velhos. Eu jogava futebol, como lateral-esquerdo. Fui observado por um desses olheiros de time e acabei indo para o ABC em Natal ainda muito jovem, meninote. Mas cadê que eu aguentei a distância e a saudade de seu João e de dona Salete? Tive que voltar e fiz muito bem, pois voltei obedecendo meu coração. Areia Branca também foi meu endereço na juventude, acolhido por tios, antes de chegar a Mossoró. Estudei na Escola Técnica de Comércio de Areia Branca e depois na Escola Técnica de Comércio União Caixeiral em Mossoró. Essa cidade foi o começo de grandes mudanças na minha 93
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FRANCISCO EUDSON LACERDA DE MEDEIROS
vida e de nossa família. Mas, eu não posso deixar de lembrar que nossa família aumentou com a chegada de minha irmã Maria Salésia Lacerda de Medeiros Costa, algo que a gente nem esperava. Eu era adolescente, filho único, quando ela chegou já muito amada. Em Mossoró, morávamos numa casinha minúscula, de chão batido, paredes nuas, tudo muito contado, medido, mas mesmo assim a gente era feliz. Foi em Mossoró que tive meu primeiro emprego na Sociedade Oeste Ltda. (SOCEL), ficando por lá entre 1979 e 1985. Comecei pesando sal, trabalhador braçal, mas ao sair era encarregado de setor pessoal, o que hoje corresponde ao setor de Recursos Humanos (RH). Sentindo-me desestimulado, querendo outras oportunidades, resolvi pedir demissão Mesmo com apelos de amigos e dirigentes para continuar, não mudei de opinião. O interessante é que foi na própria Socel que recebi do advogado Genildinho Miranda uma luz para o futuro. Ele me chamou à sala dele e foi direto, sem eu lhe pedir nada. Recebi uma carta de apresentação para ser entregue diretamente ao prefeito Dix-huit Rosado, em 1985. No mesmo dia eu estava diante daquele homem, daquela autoridade de vozeirão grave e muito sisudo, sério. O prefeito nem me deixou falar muito e a carta de Genildinho parecia dizer tudo. Dix-huit falou: “Vá buscar seus documentos.” Eu estava com a garantia de outro emprego, com outra oportunidade para a vida. Recordo bem o que ele me disse: “Zele por esse emprego. Fora prefeito e vice, eu estou lhe dando o melhor emprego da prefeitura”. Antes que eu fosse saindo ele ainda falou o seguinte: “Melhor do que prefeito e vice que tem tempo para acabar. Você aí só sai se quiser”. Foram 34 anos contínuos trabalhando na Tributação. Cheguei a receber convites para ocupar cargos de chefia na própria repartição e até convidado para ser secretário. Foi uma escola, uma escola de vida, em que aprendi muito. Com curso técnico de Contabilidade na União Caixeiral, Letras e Administração inconclusos e formação em Gestão Empresarial, eu sou Francisco Eudson Lacerda de Medeiros, Pachico ou Eudson mesmo, 94
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auditor fiscal aposentado. Integrante do Movimento de Cursilhos de Cristandade do Brasil (MCC), amigo dos amigos, sou pai de Ingryd Leite Lacerda de Medeiros e do pequeno João Arthur Mendes Lacerda de Medeiros, o “Jão”, companheiro de Ana Raquel. Lembro da música imortalizada por Zeca Pagodinho, para demonstrar minha gratidão: “Deixa a vida me levar, vida leva eu/ Sou feliz e agradeço, por tudo que Deus me deu”. Eu sou muito grato, grato demais. Muita gente me conhece pelas gargalhadas, pela voz alta, por uma alegria que parece que nunca se acaba, mas eu também choro e choro muito. Sofro por perdas que não tenho como recuperar, como dos meus pais que já se foram. Principalmente pelo sofrimento de seu João Félix, que enfrentou com sorriso as dores e o fim que o câncer impôs a ele. Isso mudou definitivamente minha vida. Beijo no coração.
DEPOIMENTOS Ingryd Lacerda (Filha): Painho e eu temos um elo tão sublime que
qualquer tentativa de descrevê-lo transbordaria essas páginas. Ele junto à minha mãe - forma meu exemplo maior de altruísmo e benevolência. Impossível não sentir orgulho de ser sua filha. Impossível não sentir felicidade ao saber que consigo lhe orgulhar. O senhor “se sobressai entre os pais do universo”. Carlos Santos (Amigo): Conheci-o “Pachico”. Éramos jovens, sem gran-
des sonhos. Diferentes. Uma gente magricela e ainda sem rumo. Sobre uma moto, com o miolo do escapamento vazado e a cabeça, também, fazíamos barulho em nossa “Rota 66” - como se fôssemos Peter Fonda e Dennis Hopper. Sobrevivemos por estradas próprias, muitas vezes distantes um do outro, para mesmo assim continuarmos juntos. Ele, o cara da risada mais estrepitosa da cidade; eu, menos, bem menos. Pachico virou Eudson, meu irmão para o que der e vier. Deus proteja-o (mais ainda) 95
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NOME DO AUTOR
FRANCISCO TIANO VASCONCELOS
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Nasci no dia 14 de novembro de 1967, na cidade de Sobral, zona norte do Ceará. Sou o sexto de oito filhos do casal Francisco Adauto Vasconcelos e Maria Ione Vasconcelos. Meu pai caixeiro viajante e minha mãe professora. Somos todos Franciscos e Marias. Minhas irmãs, Maria Anita Vasconcelos, Maria Maeve Vasconcelos e Maria Iona Vasconcelos. Meus irmãos, Francisco Airton Vasconcelos, Francisco Massilon Vasconcelos, Francisco Jânio Vasconcelos, Francisco Adauto Vasconcelos Filho e eu, Francisco Tiano Vasconcelos.
T
emos uma característica ímpar. Somos uma família de visão ampla. Literalmente. Optamos pela Medicina. E, em especial, pela Oftalmologia. A nossa missão é fazer as pessoas enxer-
garem o mundo com clareza e nitidez. Vou explicar melhor. Dos oito irmãos, somos sete médicos oftalmologistas. Estudei no Colégio Marista do Ceará. Quando tinha 15 anos, o meu irmão mais velho já havia terminado a residência. Claro que isso influenciou muito a decisão de ser médico. Cursei Medicina na Universidade Federal do Ceará. Também aos 15 anos conheci a minha esposa Návila, em Fortaleza.. Ficamos amigos. Aos 19 anos, resolvemos namorar. Namoramos por 6 anos e casamos. Temos dois filhos, frutos de muito amor. O primogênito, Lucas Tiano, hoje já em fase de conclusão do Curso de Medicina e, para o meu orgulho, será oftalmologista, trilhando o nosso caminho. Ele é casado com Ingrid Saldanha. 97
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FRANCISCO TIANO VASCONCELOS
Tenho uma particularidade para relatar, os filhos dos meus irmãos e irmãs, são, em sua grande maioria, médicos oftalmologistas. Eles, meus irmãos, por sua vez, casaram com oftalmologistas. A Návila, minha esposa, é graduada em Letras pela Universidade Estadual do Ceará. Creio eu que o bom exemplo, associado à realização profissional, tornam-se nosso legado. Espelhos que refletem nos filhos o desejo de continuidade. E eles seguem construindo suas vidas em torno da família que é o grande alicerce de uma sociedade. O segundo filho, Tiago, é a nossa grande estrela. Nasceu com Síndrome de Down. Quero dizer a vocês que ser pai de Tiago é um presente, uma dádiva divina. Ele é a alegria da nossa casa. É uma pessoa maravilhosa. Ter uma criança especial nos torna pais especiais. Aprendemos a superar preconceitos. Comprovamos que somos pessoas diferentes, e, que essa diferença nos torna únicos. Do Ceará ao Rio Grande do Norte, como aconteceu? Nada é por acaso. Tudo tem seu tempo e acontece exatamente dentro do que é para acontecer. Para se ter uma ideia, meu pai realizava o comércio dele entre o Piauí e o Maranhão. Nunca veio para o lado do Rio Grande do Norte. Certa vez, escutei de uns amigos que em Mossoró não havia nenhuma clínica credenciada pelo Sistema Único de Saúde. Vislumbrei a oportunidade quando percebemos que muita gente viajava de Mossoró para se operar pelo SUS em Fortaleza. E cá estamos, há 23 anos em Mossoró. Realizando cirurgias de catarata e pterígeo pelo SUS, convênios e particular. A primeira clínica foi na Alberto Maranhão. Depois instalamos o HGO - Hospital Geral de Oftalmologia, que está em funcionamento há 15 anos, no mesmo endereço. Hoje, o HGO tem suas clínicas em Mossoró, a sede, Assu e Pau dos Ferros. Atuo ao lado do Dr. Vanderlânio Carolino, que é meu sócio, compadre e amigo. Temos orgulho de nossa equipe, dos colegas médicos que colaboram com a excelência do HGO. 98
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Sou maçom. Integro a Loja Maçônica Liberdade 33. Conhecer a Maçonaria foi um momento de evolução e crescimento. Grandes transformações históricas foram realizadas pela maçonaria. Onde houver uma maçonaria no mundo existe filantropia. É o encontro das diferenças, dos Homens de bem. Um somos nós! A palavra de ordem é Gratidão. Sou um homem grato. Grato à minha família. Minha esposa, meus filhos. Aos meus pacientes, amigos e colaboradores. Meu sorriso é compartilhado. Minha alegria é fruto das minhas escolhas. E, eu escolhi ser feliz! “Com alegria seguimos adiante. Quando olhamos para trás, é para valorizar tudo o que temos e o que somos. Acreditem, temos tudo e somos maravilhosos.” Esta é frase de Marcelo Nadur Vasconcelos, impressa na contracapa do livro Síndrome de Down Relato de um pai apaixonado.
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CÉLIO DUARTE
NOME DO AUTOR
Francisco Xavier de Oliveira Filho
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Natural de Antônio Martins, RN, Filho de Francisco Xavier de Oliveira e Francisca Jácome de Oliveira. Casado com Maria do Socorro Estrela de Oliveira. Pai de Iuri Estrela de Oliveira e Iago Estrela de Oliveira. Engenheiro Civil e Professor Universitário Até quando, não sei. Até existir na minha alma, a energia para dizer EU VIVO!
S
ou franco. Na verdade, tenho orgulho de ser filho da sílica potiguar, e ser natural desse semiárido quente do município de Antônio Martins/RN. No mais, minha história é minha luta, conduzida na sólida e in-
quebrantável educação moral do meu inesquecível pai Francisco Xavier de Oliveira, o Sr. Chico Domingos. Um Agente Fiscal que, inobstante o seu dedicado trabalho por vários municípios do nosso Rio Grande do Norte, soube, com maestria, ética, inteligência e equilíbrio, ser altivo pai, que mesmo viúvo, não permitiu que seus filhos e filhas: José Xavier, Maria, Messias, Zélia, Francisco e Vanda, fossem afetados pelas carências de um lar maternal. Sim. Pois minha querida e amada mãe, Francisca Jácome de Oliveira, partiu para a companhia de Deus quando eu tinha a tenra idade de sete anos. E com sua precoce partida e também pelo passar dos anos, perderam-se na distância do tempo os meus enredos e as lembranças da minha infância maternal. Mas guardo no meu tesouro de orgulho e sensibilidade, como um registro que o tempo não pode apagar, as histórias e as notícias sobre uma mãe amorosa, extremamente dedicada aos seus filhos, e esposa exemplar. 101
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FRANCISCO XAVIER DE OLIVEIRA FILHO
E se hoje, no colo celestial, já se abrigam também meu caridoso irmão Messias e a minha terna irmã Vanda, registro como louvor e doce recordação, que eles deixaram marcado para sempre em mim a saudável convicção de que a vida é feita somente de amor, de ternura e de bondade. Mas o tempo não para, e assim, movido pela conquista dos estudos e sempre em busca de melhores dias, e tendo como espelho essa sólida educação familiar, aos dez anos de idade, conduzido pela luz do meu destino, vim residir na bela e acolhedora cidade de Mossoró. Nessa cidade que é berço do desenvolvimento, da educação e das boas oportunidades. Aqui, fiz o ensino primário, o ginasial e iniciei o científico. Este concluído em Natal. Daí, primando pela capacitação intelectual e profissional, conquistei a minha graduação em engenharia civil. Em seguida, procurei aprimorar a minha formação acadêmica com especialização, mestrado e doutorado. Mas, nessa minha escalada profissional, não podemos olvidar os bons tempos como engenheiro fiscal da Prefeitura Municipal de Mossoró e ainda como professor da Escola Técnica União Caixeiral e do Colégio Estadual Lavoisier Maia. E hoje, envaidecido pela oportunidade de ser útil na transmissão do conhecimento, componho com orgulho o quadro acadêmico da UFERSA, onde ingressei como um dos professores com menor idade. E para minha satisfação e, acredito, também como prova de reconhecimento tenho, ao longo dessa minha trajetória acadêmica, composto como presidente, a Comissão Geral do Vestibular; Coordenador de Ensino, além de Pró-Reitor de Assuntos Estudantis e, na qualidade de Vice-reitor, orgulha-me ter participado ativamente na transformação da ESAM, como escola isolada, para UFERSA (Universidade). 102
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Assim, faço a minha caminhada, sempre acompanhado pela minha amada e dedicada esposa, companheira e, também, mãe maravilhosa, a exemplo de minha sogra D. Aldelídia, a médica Socorro Estrela, que sempre juntos, estamos lembrando e comemorando a felicidade de termos dois maravilhosos e amados filhos, Iuri e Iago a quem dedico o melhor de mim: O verdadeiro amor de pai. Até quando, não sei. Até existir na minha alma, a energia para dizer EU VIVO!
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CÉLIO DUARTE
NOME DO AUTOR
Galileu Galilei Serafim de Oliveira
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Brasileiro, mossoroense, atualmente concluindo o curso de Medicina na Slovak Medical University in Bratislava. Com experiências nos Sistemas de Saúde Russo e Português. Têm interesse e pesquisa acadêmica na área de Ginecologia e Obstetrícia e grupos vulneráveis. Filho do Engenheiro Agrônomo Francisco de Oliveira e da Professora Dra. Ludimilla Oliveira.
E
CONVIDO-OS PARA UMA MESA REDONDA
m meados de julho de 2011, eu já estava em processo de exaustão das tentativas e viagens para realizar o vestibular de medicina. Tive a oportunidade de conseguir alcançar pontuações altas e entrar em cursos também almejados por grande parcela dos estudantes, contudo o sonho de cursar medicina permanecia intacto e, como um prelúdio que de uma maneira peculiar tudo seria realizado, apesar das extenuantes frustradas tentativas, uma força interior me impulsava a não desistir. Estava sentado a mesa da sala da minha casa, cabisbaixo, quando minha mãe se aproximou e proferiu a seguinte assertiva predestinada: -Meu filho, há vagas em todos os lugares do mundo e Deus sabe o lugar certo da sua realização. Comparável a uma brisa que refresca em tempos de escaldante calor, aquela assertiva deu-me esperança para buscar alternativas para realizar o meu chamado. Na primeira mesa redonda, tive a oportunidade de aprender a perseverar, a cerrar os olhos para o desânimo e a plantar a semente da conquista no, muitas vezes, árido terreno da alma, quando a motivação precisa ser substituída pela disciplina. Realizei uma busca na internet e encontrei a oportunidade de estudar na Rússia. Na primeira conversa que tive com meus pais, houve es105
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GALILEU GALILEI SERAFIM DE OLIVEIRA
panto e temor, mas o sonho falava mais alto, então realizei os trâmites e exames de entrada necessários com sucesso. Entre muitas palavras de ânimo e outras de desprezo, escolhi ouvir a sabedoria da fé. Eu cri que a vontade de Deus suplanta todas as coisas e o poder que se aperfeiçoa nas nossas fraquezas iria dar-me forças para superar o frio, a cultura distinta e a fornecer-me a abertura de mente necessária para absorver as inesquecíveis lições da gigantesca Rússia. Além disso, sempre acreditei que oportunidades são privilégios, e não poderia deixar esse privilégio escorrer pelas minhas mãos devido ao medo do novo universo desconhecido. Em seis de fevereiro de 2012 embarquei para a Rússia juntamente com minha mãe e com o grupo de outros brasileiros selecionados, hoje os considero como amigos mais achegados que irmãos. Chegando em Moscou, lembro-me do frio negativo de -25 graus celcius e uma sensação térmica que talvez a geladeira fosse mais quente. Eu e minha mãe fomos tomados pela emoção da imponente arquitetura estalinista, é uma beleza ímpar que as fotografias são insuficientes para descrever. Durante os dois anos e quatro meses que estudei na Rússia vivi incontáveis experiências, mas ressaltarei duas que me marcaram. A primeira foi o contato com as vivências de um povo marcado pela guerra e o quanto isso ainda afetava a nação de maneira corriqueira; a segunda foi uma caminhada pela larga avenida Lenina com uma amiga que hoje em dia mora nos Estados Unidos da América. Ela relatava sobre a importância de não desistir dos nossos objetivos diante das situações periclitantes colocadas pela vida. Lembro-me claramente do vento gelado tocando nossos rostos naquela bela tarde de outono e ela dizendo-me que os nossos destinos são como esse vento, isto é, sem direções certas, porém sempre com propósitos sábios. Alguns meses após aquela conversa, devido a algumas circunstâncias, retornei ao Brasil por um tempo de quatro meses. Continuei a buscar outras universidades dentro da União Europeia durante a minha estadia no Brasil. Certo dia estava a conversar com uma professora francesa amiga da minha família, então ela sugeriu-me a Universidade Médica Eslovaca em Bratislava. Encantou-me a oportunidade voltar a estudar e regressar a 106
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Europa para concluir meu curso. Entretanto, por questões burocráticas, eu teria que refazer os exames de entrada e os meus créditos da universidade russa não seriam válidos. A implicação de tudo isso foi o meu recomeço no curso de medicina. Meus pais viajaram comigo para realização dos exames de entrada em Bratislava, apoiaram-me imensamente e obtive sucesso no meu ingresso pela segunda vez na universidade de medicina. Através do meu recomeço tive oportunidades importantes que me mostraram que nada acontece sem a sabedoria divina e suas justificativas, como, por exemplo, o estágio realizado durante um mês na Universidade do Porto, o melhoramento do meu networking no meio médico, o ingresso na pesquisa acadêmica e a oportunidade de comparecer em congressos renomados mundialmente de maneira facilitada. Todavia a gratidão e memórias afetivas deixadas pela minha primeira Alma Mater na Rússia permanecem em meu coração. Hoje, estou a concluir minha graduação em medicina e o sentimento de gratidão inunda-me ao pensar em todo o trajeto para chegar a esse ponto. Em janeiro de 2019, tive a oportunidade de juntamente com minha mãe realizar uma viagem de férias para Israel. Nos dias que passamos em Jerusalém, eu tive o segundo convite para uma mesa redonda. Desta vez, a mesa redonda era metafórica e foi no Muro das Lamentações, onde Deus pela segunda vez tocou em minha alma ao falar sobre a importância da perseverança, e assim como o povo Judeu durantes os anos de perseguições, devemos permanecer corajosos e sempre prontos a lutar pelos nossos objetivos. Em Jeremias capítulo 33 e versículo 16 é dito a seguinte assertiva: ‘’Naqueles dias, Judá será salvo, e Jerusalém habitará seguramente; e este é o nome que lhe chamarão: O Senhor é nossa Justiça’’. De acordo com o médico português Abel de Lima Salazar, o médico que só sabe medicina, nem medicina sabe. Portanto, durante essa minha jovem trajetória tenho aprendido a ter cada dia mais empatia, a abrir cada vez mais minha mente para novas culturas e a continuar sonhando mesmo diante das agruras, porque além de ser médico, eu sempre almejei desfrutar a vida em todas as nuances, até mesmo em meio aos recomeços. 107
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CÉLIO DUARTE
NOME DO AUTOR
GETÚLIO DE FREITAS VALE
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asceu no dia 27 de março de 1951 na Fazenda Jerusalém, mais conhecida por Serrote Verde, no município de Patu/RN. É o 12º dos vinte filhos do casal Joaquim Francelino Sobrinho e Alba-
nisa de Freitas Vale, embora apenas quinze tenham sobrevivido. Sua família chegou a Mossoró em 1960, indo morar no bairro Barrocas, em frente à Barragem de Baixo do Rio Mossoró. Às margens do rio, seus pais plantavam hortaliças que eram vendidas pelos filhos, nas imediações, para a sobrevivência de toda a família. Getúlio viveu uma infância difícil, onde desde cedo ajudou os pais no sustento da casa. Com apenas 12 anos, saia numa bicicleta com um grande bagageiro na frente para vender pão. Mal conseguia manejar o transporte, todavia o trabalho, mesmo nessa idade, não o impediu de estudar e tornar-se um cidadão responsável. Ainda na adolescência, Getúlio foi agricultor junto aos demais irmãos mais velhos e o pai, no Sítio Santo Antônio. Também vendeu sabão nas mercearias da cidade, trabalhou como eletricista na Casa Centelha, estabelecimento do seu tio Amadeu Vale, e foi office-boy do tio Mário Vale, fazendo os mandados, cobranças, pagamentos etc. Foi na Escola Estadual Antônio Gomes que Getúlio concluiu o Curso Primário, local onde sua mãe era merendeira, no bairro Paredões, perto da casa em que moravam. Ainda em Mossoró, fez o curso ginasial, no Colégio Estadual Jerônimo Rosado. Cursou o Científico no Atheneu Norte-Riograndense em Natal/RN. Quando residia na capital potiguar, trabalhou como motorista de ônibus na UFRN. Logo após, serviu ao Exército no 17º Batalhão de Regimento de Obuses, o 17º GAC. No período de 1975 a 1978, ainda em Natal, cursou a Faculdade de Farmácia e, em 1979, passou o ano no Rio de Janeiro, fazendo um estágio no Hospital dos Servidores. Retornando ao Estado, em 1980, veio trabalhar como analista, em Mossoró, na Policlínica Médica do tio Mário Vale, onde fora office-boy. 109
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GETÚLIO DE FREITAS VALE
Sempre lutador e corajoso, Getúlio convidou o irmão Juarez, também Farmacêutico, para montarem um laboratório de Análises Clínicas, fato concretizado em 31 de março de 1989, quando foi entregue à população mossoroense o CACIM - Centro de Análises Clínicas e Imunológicas de Mossoró, sendo hoje referência no segmento em todo o RN. A luta não parou por aqui. Em 2002, Getúlio juntamente aos irmãos Juarez e Genivan Vale, e a cunhada Bethy Gleide, todos farmacêuticos, abriram mais um empreendimento na cidade, a Farmafórmula de Mossoró, visando oferecer outra alternativa para a saúde da população mossoroense. Além da coragem, outros traços marcantes na personalidade de Getúlio são a solidariedade e o amor aos irmãos e ao próximo, características herdadas de seus genitores. Como cidadão, não se omite diante das responsabilidades. Está sempre disposto a colaborar, no qual veio exercendo diferentes funções sociais, tais como: - Presidente do Rotary Club Mossoró Oeste por duas vezes: 1991/1992 e 1995/1996; - Governador Assistente da Área 25 (Mossoró e região) do Rotary Internacional, no período de 1997/1998; - Funcionário público municipal, na profissão de Farmacêutico Bioquímico desde 1989 e Auditor Fiscal do SIA/SUS desde 1997, funções que exerce com dedicação e responsabilidade, sua marca registrada; - Representante do conselho curador da UERN - Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (num período de 1 ano); - Vice-Presidente da CDL Mossoró de 2008 a 2014; - Presidente da CDL Mossoró de 2015 a 2017; - Diretor Administrativo da Sicredi Mossoró de 2017/2018. Getúlio possui o título de Especialista em Análises Clínicas e Hematologia pela UFC - Universidade Federal do Ceará. 110
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Ao longo de sua trajetória, criou laços afetivos que hoje dão continuidade às novas gerações. É casado com Regina Helena Leite Duarte Vale, de quem tem muito orgulho, filha de Wilson Duarte e D. Vilma, por quem tem profunda admiração e respeito. Completam sua família: os dois filhos Breno Leite Duarte Vale, Advogado e Bruna Helena Leite Duarte Vale, que seguiu seus passos na carreira profissional, também Bioquímica, e o agraciou com o melhor título, avô da pequena Júlia Helena, sua maior paixão. Hoje, aos 68 anos, reconhece a grande importância da educação herdada de seus pais, o maior legado deixado para todos que fazem parte da família Freitas Vale. Foi por meio de todos os ensinamentos recebidos ao longo da vida que conseguiu construir e fortalecer, ao lado do irmão Juarez Vale, os serviços de excelência do CACIM para toda a população de Mossoró. Atualmente, com três décadas de atuação, a empresa expandiu suas unidades para outras cidades (Tibau, Areia Branca e Baraúna) e até o estado vizinho do Ceará (Icapuí). Em breve, o laboratório irá abrir sua 15ª unidade, localizada no bairro Santo Antônio. Esse é Getúlio de Freitas Vale, um patuense de nascimento, e mossoroense de CORAÇÃO.
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CÉLIO DUARTE
NOME DO AUTOR
IGOR ALLAMO DE OLIVEIRA
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“SEJAMOS A INSPIRAÇÃO” Ele é nascido em Mossoró em Maio de 1980, filho mais velho de José Ilo de Oliveira e Maria Lúcia de Fátima Leão de Medeiros, casado com Natacha Vasconcelos Mendes, pai do príncipe Arthur Igor Mendes de Oliveira, irmão de Isabelle Aline de Oliveira e Indira Andressa de Oliveira e tio de João Saldanha Duarte Filho e Pedro Augusto Leão de Oliveira Duarte. Estudou no Colégio Diocesano Santa Luzia concluindo seus estudos no Anglo Colégio e Curso em 1997. Aprovado no vestibular para Medicina, concluiu o curso na Universidade Federal do Maranhão, em São Luís. Residiu por três anos em Fortaleza, após aprovação para Residência Médica, em Oftalmologia, no Hospital de Olhos Leiria de Andrade. Exerce suas atividades profissionais na Secretaria Estadual de Saúde, Secretaria Municipal de Saúde, no consultório na Clínica Sommos e na Nossa Clínica Médica, tendo atuado ainda em municípios como Pau dos Ferros e Apodi. Em 2010 teve seu ingresso como sócio do Rotary Club de Mossoró, foi Presidente do mesmo na gestão 2018/2019, recém encerrada, onde pode desenvolver diversas ações em benefício daqueles que mais precisam – clube de serviço cujo lema é dar de si sem pensar em si. É membro da diretoria da Unimed Mossoró. Foi sócio do Lions Club Abolição e é maçom no grau de companheiro da Augusta e Respeitável Loja Simbólica Liberdade 33.
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IGOR ALLAMO DE OLIVEIRA
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asci numa família humilde, sem muitas posses. Meu pai era caminhoneiro, minha mãe professora de escola pública. Nossa família era pequena, sou o mais velho de 3 filhos. Tive uma
infância feliz, morávamos no Conjunto Inocoop na Nova Betânia, região pacata, na época mais afastada da cidade onde tinha muitos amigos, vivíamos em intensa harmonia, nunca nos faltando o necessário. Muito estudioso, era o exemplo da família, com notas sempre boas, fui destaque nos estudos, um aluno muito dedicado. Frequentei por quase toda a vida o velho “Dió”. Lá fui alfabetizado, batizado, recebi minha primeira eucaristia, me crismei e recebi o sacramento do matrimônio. Foi lá onde se construiu o alicerce da minha educação social e religiosa, sempre aos cuidados do nosso eterno diretor Pe. Sátiro. Ainda convivo com minhas “Tias”! Tia Heleneide, Tia Márcia, Tia Vânia, Tia Míriam, hoje, todas minhas pacientes. Nas férias escolares nos mudávamos para a praia, na velha Vila de Tibau, na época não emancipada. Nossa casa em cima dos morros de areias coloridas, lugar em que brincávamos, enchíamos garrafas, nos propiciava uma linda vista do mar - onde tomávamos banhos diários - das jangadas velejando e do Porto Ilha ao fundo. Tempos maravilhosos dos quais sinto saudades, uma infância ingênua e feliz. Do Diocesano, fui para o Anglo Colégio e Curso, capitaneado pelo querido e hoje atleta Seu Castro, onde conclui os dois últimos anos do meu segundo grau. Já adolescente, em 1997 prestei meu primeiro vestibular para Medicina, fui reprovado, o que me motivou a uma dedicação ainda maior. Sempre almejei ser Médico. Na verdade sempre quis ser Oftalmologista. Quantas consultas me submeti ao Dr. Lucas Benjamim, meu padrinho – iniciei o uso de óculos aos 11 anos – onde me encantei com aquele ambiente de consultório e pensava: um dia trabalharei assim! Consegui! Embora ainda tenha enfrentado mais dois vestibulares até a tão sonhada conquista da aprovação na UFMA no ano de 1999. Neste momento, já adolescen114
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te, chegou a hora de sair de casa, morar fora, sozinho, sem a proteção da família. Sabia que não seria fácil, fui morar em São Luís/MA, uma cidade de formato e costumes peculiares. Quanta mudança, novos e desafiadores ares. Enfrentei. Morei em um pensionato, onde lavava meu banheiro e minhas roupas, cozinhava, pegava ônibus, enfim enfrentava a vida. Não foi fácil, foram seis anos de sacrifício e dedicação. Valeu a pena! Formado em 2005, virei “doutor”. Mas ainda faltava uma etapa, queria se Oftalmologista e tive a grata satisfação de ser aprovado para a Residência Médica em Fortaleza/CE, conquistando assim a possibilidade de cursar Oftalmologia e vir para bem próximo de casa. Agora mais maduro, a vida na capital cearense foi mais fácil. Foram três anos que rapidamente se passaram e logo estava de volta a minha terra, com a sensação de missão cumprida e pronto para por em prática o aprendizado de anos de labuta. Considero estar na melhor fase da minha vida, tanto pessoal como profissional. Tenho orgulho da minha trajetória e celebro minhas diversas conquistas. Hoje procuro me dedicar aos prazeres do lar - à família - e ao hobby que tanto me satisfaz que é pedalar. Só tenho a agradecer à Deus, meus familiares e amigos. Sinto-me realizado e feliz. Hoje pai, espero pode servir de exemplo a ele, mostrando-lhe o caminho do bem sempre e peço que nunca nos falte fé e determinação para seguirmos em frente no caminho da retidão e do amor ao próximo.
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NOME DO AUTOR
JOÃO PAULO GURGEL DE MEDEIROS
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anto chorava! Caminhava, de posse do celular, sobre a calçada de pedra em que, longe nos seus pensamentos, ia rememorando os tempos de infância. O seu pai, o senhor João
Medeiros Neto (nomeado depois de seu avô, um farmacêutico que atuava a corrigir os agravos de saúde em outra era), natural de Pau dos Ferros e a maior das inspirações de sua vida, está a lhe ensinar a conduzir uma bicicleta com rodinhas; outro dia era o skate; tarde da noite, está a lhe balançar na rede do corredor para que dormisse enquanto cantarolava, afinado, Mucuripe, de Belchior. Ainda com a mesma textura de outrora, aquele chão diante da lanchonete em sua casa recebia as pisadas de Dr. João Paulo, então com 37 anos de idade, cardiologista, casado e com dois filhos. O passo desesperado de alguém que tentava ajudar um enfermo à beira do abismo: o seu pai. Dois dias antes, no início de um fim de semana, ele começou a se queixar de náuseas e dor abdominal. ‘Foi o caldo! Certeza! Diga algum remédio que eu possa tomar, meu filho, pra ver se melhoro disso aqui.’ Na manhã do domingo, uma mensagem atestava que tinha procurado o hospital durante a madrugada para ser medicado. Após alguns sintomáticos, preferiu ir para casa - certamente melhoraria. A sua esposa, a senhora Maria do Socorro, natural de Janduís, encontrava-se na sua terra natal ao lado do seu pai, o avô de João Paulo: o senhor Pedro Gurgel, no alto dos seus 98 anos e ainda despistando o cadafalso. Aquelas palavras ainda o angustiavam. ‘O que houve, papai?’. ‘Meu filho, tô mal! Veja o que você pode fazer pra me ajudar que eu realmente não tô bem.’ A menor distância entre dois pontos foi aquela viagem de volta que o médico fez de Natal para Mossoró no dia 3 de fevereiro de 2019. Já tinha escutado tantas pessoas no consultório; tantas... Muitas agonias. Guardava todas em suas memórias e, assim, desenvolvia-se em sua alma o sabor de um fruto agridoce recheado de cândida aquiescência: cada vez mais 117
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JOÃO PAULO GURGEL DE MEDEIROS
amadurecia. Durante a viagem, imagens recorriam em sua mente. Sua avó materna, Geni Lopes, professora e também filha de Janduís, já nem se lembrava dele quando retornou da residência médica em São Paulo no ano de 2013. Tendo habitado a capital paulistana por 6 anos, após buscar o máximo em sua formação médica (fez residência de Clínica Médica na Universidade Federal de São Paulo e de Cardiologia, clínica e intervencionista, na Universidade de São Paulo), algo a que se dedicou com tanto esmero, retornou para Mossoró – esta foi uma promessa que ele jamais desfez. ‘Retornarei pra Mossoró!’, sempre dissera. Ainda chegou a cuidar de sua avó até o dia de seu falecimento, aos 89 anos, exatamente uma semana antes do nascimento do seu Théo. Quando se encontravam, ela apenas retesava os lábios em mavioso sorriso, e eles se compreendiam. Em algum lugar da ladeira da memória dela, a constatação dos laços de sangue que os aproximava e os definia: em paz ficava durante todo o resto do dia. Sua avó paterna, Eliza, falecera, antes ainda de ele nascer, por complicações relacionadas à asma. Já o seu avô paterno, Chico Medeiros, ajudava mensalmente o neto com uma pequena, e tão importante, quantia financeira durante a faculdade de medicina, na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, em Natal. O neto ainda se lembrava bem: estava um dia ajudando na lanchonete dos pais quando, no horário do almoço, onde nenhum cliente havia, apareceu seu avô. Ficaram a conversar – era o ano de 1995. Em um determinado momento, seu Chico perguntou sobre o futuro: ‘Já sabe o que quer ser, meu filho? O que vai fazer no vestibular?’. ‘Quero fazer Medicina, vovô.’, respondeu. Percebeu uma alegria sincera no semblante de seu avô (“Muito bem! Medicina!’) talvez por lembrar do pai dele, o farmacêutico que muito ajudava a resolver problemas de saúde por Marcelino Vieira em algum momento do século XX. Ainda estava na metade do caminho entre as duas cidades 118
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quando avaliou que muita coisa precisou dar errado para que aquela promessa (pode-se colocar assim) que fizera ao avô pudesse jamais ser desfeita. Em um momento de sua vida, ainda no primário, viveu um encanto com a arte nos chocolates Surpresa, da Nestlé. Adorava conhecer coisas novas e logo se inebriou da arte que vinha estampada no chocolate e em forma de figuras colecionáveis. Quando conheceu o mundo dos dinossauros, especialmente influenciado pela beleza daqueles desenhos, pensou seriamente em ser paleontólogo (pelo menos com a seriedade que uma criança pode despender). Depois, foi seduzido pelo azul do planeta Netuno e avaliou que ser um cosmonauta não seria tão ruim assim. Esses seus sonhos foram evanescendo com o tempo, e o convívio com alguns médicos que frequentavam a lanchonete dos seus pais foi moldando nele o desejo de se tornar um daqueles – talvez um dia. Adorava ouvir sobre a superação do sofrimento por meio do auxílio dos discípulos de Hipócrates. Mas foi especialmente em um dia no ano de 1995 que firmara sua convicção sobre se tornar médico: pela primeira vez, viu alguém num leito de morte – o seu tio Inácio Pereira Vale Neto (o Neto Vale). O mais animado e espontâneo dos seus parentes fora acometido de um grave problema cardíaco (tempos depois, o sobrinho esteve convicto de que fora Insuficiência Cardíaca) e, certa noite, foi levado às pressas para o hospital. Na sua infância, algumas vezes tinha ouvido falar de internações de seu tio, mas só se recordava dos momentos em que era vítima, ao lado de seu primo Aureliano, de algumas de suas brincadeiras. Aquela fora a última noite de Neto Vale... Foi permitido aos familiares que entrassem para vê-lo no pronto socorro – guarnecido de uma sutil inocência, o sobrinho correu em direção ao tio: lá estava ele, da cor de um jaleco limpo, mas sem o brilho, e com os lábios azuis. Chamou a atenção que ele sorria – e foi assim que no primeiro contato com a morte o futuro médico avaliou que morrer 119
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JOÃO PAULO GURGEL DE MEDEIROS
não devia doer tanto assim. Já em Natal, durante a faculdade, guardava uma foto em sua carteira de seu tio, sua tia, Arminda, e seu primo – os três de branco. Sempre gostou da ideia de eternidade estampada numa foto, a paralização do efêmero... Uma espécie de feitiçaria. As suas aspirações mais sinceras iam-se lapidando. Antes do curso médico, sempre se lembrou do esforço de seu pai para que ele pudesse ter acesso à instrução – concluiu o inglês no Fisk cedo na vida, frequentou o conservatório de música (à época, na escola Prof. Epílogo de Campos) e foi apresentado ao mundo da informática, chegando a trabalhar no jornal Gazeta do Oeste na manutenção dos computadores. Aquele foi um período de ouro em sua formação. Mas muita coisa deu errado para que ele acabasse na medicina. A realidade dos fatos logo lhe retornou, e aquele homem a quem tudo devia, o mesmo que deixara lágrimas cair do rosto quando, na colação de grau do curso médico, viu o filho receber a láurea de mérito acadêmico (concedida ao estudante com o maior IRA – Índice de Rendimento Acadêmico) diante dos seus colegas de turma, de todos os familiares, de seus professores e das autoridades no dia do evento, estava morrendo ao seu lado. Logo que chegou a Mossoró, voou para a casa de seus pais. João Medeiros estava deitado, com o abdome muito distendido, sinais de irritação peritoneal e com a frequência cardíaca aumentada – uma hérnia inguinal encarcerada que caminhava a passos largos para o estrangulamento. Ligações sem sucesso, telefones fora de área e o coração se apertando. Tentou mais uma vez. ‘João, estou chegando à cidade. Leve-o ao hospital que vou lá avaliá-lo agora.’ E foi assim que Dr. Alexandre Nonato, ao lado de Dr. Martins e Dr. João Marcelo, serenaram os padecimentos do pai e do filho. Logo foi operado e, em alguns dias, estava completamente curado. Naquela noite, refletiu sobre a ordem das coisas – muito desviou-se do planejado para que, João Paulo, o filho e médico, pudesse, 120
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então, estar ali, reconstruído pelo universo, sem ideal e nem esperança, mas apenas como uma dissimulação do destino. Asseverou: o verdadeiro sentido de sua existência muito provavelmente residia em ter tido a possibilidade de estar, naqueles momento e circunstância, ao lado de seu pai. Mas tudo isto se deu num tempo muito distante, no passado, e naquela tardinha de outubro, João Paulo, balançando-se numa cadeira na varanda, em paz, vestido apenas com um livro em suas mãos e com todas as lembranças de sua vida na mente, fragmentou-se à brisa em pequeninas partículas, tais como os átomos, e logo desapareceu.
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ricardo lopes
NOME DO AUTOR
JOÃO SABINO DE MOURA
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SUPERAÇÃO: PALAVRA QUE DEFINE JOÃO SABINO DE MOURA
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uem ouve o senhor João Sabino falar pausadamente das suas memórias de infância, juventude e de como construiu uma rede de hotéis na região oeste potiguar, se pergunta: de onde
vem tanta força e amor pela vida? Aos 73 anos, João Sabino de Moura sofreu um grave Acidente Vascular Cerebral (AVC) que assustou toda a família e amigos. Depois de sair da Unidade de Tratamento Intensivo, ainda sem poder andar e sem falar começou mais uma das batalhas entre tantas já vencidas ao longo de sua vida, mas desta vez, um novo combate para recompor a saúde. Como tudo em sua trajetória de vida, João Sabino vem vencendo com força, fé e dedicação. A rotina é composta de sessões de fisioterapias, muitos cuidados médicos. Surpreendente além da evolução na saúde é a alegria com que conta para todos sobre como tem sido seus dias e sobre o futuro. Nascido em 07 de março de 1944 sítio São José a 18km da cidade de São Rafael, filho de Manoel Sabino de Moura e Francisca Cavalcante de Moura, ambos agricultores, João Sabino Moura é o quarto de um total de oito filhos. Aos cinco anos já trabalhava com os pais na lavoura e aos seis já usava a enxada na lida diária. Sua primeira professora foi sua mãe, dona Francisca. Em 1957, a família se deslocou para uma terra em Governador com umas criações, que ele lembra que junto com mais dois irmãos fez o trajeto a pé conduzindo as 100 criações de bode, até chegar a Mossoró. Era também carregador de lenha pesada. Um dia disse a um irmão e um tio enquanto juntavam madeira para o caminhão carregar, que iria para Mossoró, trabalhar, estudar, fazer uma casa na rua e outra na praia e comprar um carro. 123
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JOÃO SABINO DE MOURA
Aos 14 anos, João Sabino passou a morar em Mossoró com os pais e irmãos numa casa simples na avenida Presidente Dutra, próximo da Igreja e estudava na escola Padre Dehon, onde cursou do 2º ao 4º ano primário, em seguida, fez o técnico de contabilidade na União Caixeral. Aos 17 anos, João Sabino de Moura estudava e trabalhava de ajudante de pedreiro, aprendeu a profissão acompanhando o pai. Aos 18 anos, já era pedreiro profissional. Depois de atuar como técnico de contabilidade João Sabino ingressou no curso de Economia na antiga Fundação Universidade atualmente UERN. Formou-se na segunda turma do curso. Depois, sempre ávido por novos desafios, ingressou e concluiu a formação no curso de Administração de Empresas. Por último após o crescimento da universidade, ingressou e concluiu o curso de Ciências Contábeis e em seguida foi convidado a ser professor, pois tinha os três cursos da área da Faculdade Ciências Econômicas – FACEM. Foram 16 anos ensinando, de 1982 a 1998. João Sabino passou 30 anos sendo ‘contador’, com escritório próprio, 16 anos como professor na universidade e suas atividades profissionais o levavam a viajar pelo país em congressos e convenções. Aos poucos, ele conta que foi despertado a investir numa nova atividade: “Sempre gostei de participar de congressos e eventos no Brasil e no exterior. Onde me hospedava eu ficava olhando os hotéis, admirando as estruturas e tentando entender como se administrava. Comecei a esboçar no papel a ideia de construir o meu primeiro hotel. A primeira casinha onde residi, foi a primeira que derrubei para construir onde está hoje o hotel Sabino. Em abril de 1990, o Hotel Novo Mundo hoje Sabino Palace, iniciou as atividades, sem nenhuma inauguração. É que antecipei em 90 dias a abertura do hotel, para atender a procura de funcionários da Petrobrás. Esses primeiros clientes me incentivaram e foram educadores, pois eles só se hospedavam em hotéis no Brasil todo, exigiam muito, em qualidade e com isso nos ensinavam muito”, reconhece. 124
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Não demorou, João Sabino passou a empreender na região com novos hotéis. Por participar de associações que reunia empreendedores na hotelaria, sempre viajava e numa oportunidade com o então secretário de Turismo do Estado, à época Ivanaldo Bezerra, João Sabino falou do interesse por outros hotéis. O Hotel Serrano em Martins e o de Areia Branca, eram do Estado e quando o governo resolveu privatizar, João Sabino concorreu e venceu. Hoje os hotéis da Rede Sabino são gerenciados pelos filhos: Ciro, Sara e Rosilda estes à frente do Sabino Palace Mossoró; o filho Dário gerencia o Hotel Lajedo do Apodi, e a esposa de João Sabino, Maria Aparecida, mãe da sua filha caçula de nove anos, Sabryna Vitória Nunes, gerencia os hotéis Sabino de Areia Branca e Hotel Serrano em Martins. O Hotel Serrano foi inaugurado em 1997 e era o único da cidade, na época. A estrutura antiga do Estado, de apenas 36 apartamentos sob a gestão de João Sabino foi ampliada, reformada e modernizada e hoje conta com 91 apartamentos com excelente estrutura de hospedagem e alimentação, atraindo hóspedes de todo o país, especialmente vindos de Natal. Como critério em toda a rede está a de manter a qualidade e bom atendimento. Em semanas alternadas João Sabino continua indo para os hotéis em Areia Branca e Martins com a esposa. Se pudesse dar um conselho a alguém que está empreendendo em tempos tão difíceis, seu João Sabino não demora e responde: “Primeiro eu digo que estude bastante, não deixe de estudar. Todos os dias, mesmo formado tem de estudar, é o caminho para empreender, colocar as ideias em ordem ter uma base para quer implementar uma ideia nova”, afirma. E o conselho é fruto de sua vivência. João Sabino de Moura está entre as personalidades que os jovens empreendedores devem se inspirar, pois sua história de vida é composta, sobretudo, de uma grade e rara qualidade nesses tempos: a de ser superação. 125
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mônica paiva
NOME DO AUTOR
JOSÉ LÁZARO DE PAIVA
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F
oi no ano de 1941, no dia 4 de Fevereiro, em Caraúbas, interior do Rio Grande do Norte que nasceu José Lázaro de Paiva. Filho do agricultor e comerciante Francisco Petronílio Filho e da costureira Branca de Oliveira Paiva, Lázaro Paiva é o quarto dos nove filhos do casal. Teve sua infância marcada pela mudança da família para a cidade de Areia Branca em 1942. O final da Segunda Guerra Mundial em 1945, deixou em sua memória o registro do Zepelim, o dirigível que fiscalizava a costa do Brasil, que para a garotada tinha ganhado o nome de charuto de alumínio por conta da fumaça que soltava no ar. Ele também se recorda que no final da guerra, as pessoas foram para as ruas comemorar, se abraçando, sorrindo e chorando, sinos da igreja tocando, barcos e reboques apitando, além dos foguetões na praça principal. Um alvoroço só. Foi uma infância simples e feliz. O que ele não esperava era que, aos 14 anos de idade, fosse perder o seu pai. Seu Petronílio faleceu aos 40 anos de idade deixando Dona Branca viúva com nove filhos para cuidar e educar apenas com o sustento oriundo de suas costuras. Lázaro viu-se na responsabilidade de ajudar a mãe. Sendo assim, ele tomou a iniciativa de aprender a costurar. Contou emocionado, dizendo que nunca começou algo para não terminar. O menino que iniciou a vida estudantil na escola 30 de setembro, em Areia Branca, que teve como sua professora Maria Brasil, que ainda é viva, além da renomada educadora Dona Natinha; um dia ao chegar em casa, contou para Dona Branca que iria estudar em Natal. Mas, logo tratou de tranquilizar o coração de sua mãe. A sua intenção era poder levar toda a família e realizar o sonho de sua mãe que era morar na capital. Em 1958, Lázaro partiu para Natal. Mas, os dias na cidade do sol não seriam tão fáceis. Ao chegar na Casa do Estudante, após conhecer o local, foi dito que não havia vaga para morar. Ainda assim, ele insistiu com o presidente da instituição que aceitasse fazer um quartinho de compensado num espaço que tinha no porão, que ficava embaixo do refeitório. Proposta aceita, foi assim que Lázaro iniciou sua vida como estudante do último ano do ginasial do Colégio Atheneu, sendo um dos alunos da primeira sala mista da renomada escola. Dona Branca todo mês tentava mandar um ajuda com o máximo que podia. Ele sabendo das dificuldades, em um mês que foi passar férias em casa, resolveu trazer na sua bagagem, uma máquina de costura para trabalhar. Assim, passou a confeccionar cue127
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JOSÉ LÁZARO DE PAIVA
cas samba canção, shorts, calças, camisas e pijamas que eram vendidos aos estudantes e amigos. Na Casa do Estudante havia uma placa com os dizeres “Faz Camisa”. Suas manhãs eram dedicadas aos estudos e a tarde e a noite, as costuras. A clientela foi aumentando e logo ele já estava vendendo calças e camisas a grosso. Com o negócio crescendo, Lázaro começou a enviar dinheiro para a sua mãe lá em Areia Branca e dois anos após, ele conseguiu realizar o sonho de trazer a sua mãe para a capital. Mas, Dona Branca pouco aproveitaria o seu sonho. Seis meses depois da mudança, ela faleceu em consequência do tétano. Mais uma vez, tudo recomeçaria. Agora assumiria o papel de pai e mãe dos oito irmãos. Durante o dia ele trabalhava em confecção e durante a noite na sua camisaria que já contava com quatro funcionários. Foi assim durante 8 anos. Nessa época, ele conheceu sua esposa Sônia Paiva, que trabalhava em uma loja de roupas e calçados masculinos no centro da cidade. Ao ver aquela jovem, se encantou e sempre dava um jeitinho de passar pela loja. Após cinco anos de namoro, casou em 1967, aos 26 anos de idade. E quando tudo parecia correr bem, com apenas um mês e quinze dias de casados, a camisaria pegou fogo. Com o desastre, Lázaro se viu partindo do zero. Trabalhou como taxista, fazia propagandas de bingo e lojas da cidade em uma rural, trabalhou na sociedade Cabral Fagundes como representante de pinho sol e produtos L`Oreal, e também foi vendedor de seguros. Até que foi aprovado no concurso da Polícia Rodoviária Federal. Lázaro pediu para ser transferido para Mossoró, a fim de dar um novo rumo na sua vida e da sua família, que já contava com os filhos Charles Carrel e Raniere Paiva. Era maio de 1972, a cidade fervia com a campanha de Dix-Huit e Canindé para prefeito. O locutor de uma carreata teve um problema e Lázaro foi convidado para substituí-lo. Timidez não era problema, fez sucesso na descida do bairro Alto de São Manoel. Mas foi na parada em frente à Catedral de Santa Luzia, com o mote “quem o povo quer é Dix-Huit e Canindé, Canindé e Dix-Huit”, que a multidão vibrou e acompanhou a carreata até o dia amanhecer. Depois da vitoriosa campanha, Lázaro foi convidado por Vingt-un Rosado, então deputado federal, para ser candidato a vereador pela cidade de Mossoró. Para grande surpresa, pois residia há pouco tempo naquele lugar, foi eleito com quase 800 votos, ficando em nono lugar. Quatro anos depois, foi 128
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reeleito para seu segundo mandato. Como parlamentar, fez parte do projeto de lei para linhas norte-sul e leste-oeste de transportes, que ia do bairro de Santa Delmira até o Alto de São Manoel, pagando somente uma passagem. Projeto para adquirir máquinas de costuras para os centros comunitários oferecerem cursos nas comunidades. Junto com o amigo, vereador Herbert Mota, apresentou um projeto importante, onde o idoso tinha prioridade para entrar pela porta da frente do coletivo sem pagar passagem. Lázaro lembra com o semblante de felicidade, que sua paixão pela política nasceu quando tinha 11 anos de idade, época que morou em Areia Branca e já participava de carreatas. Sempre destemido e com espírito público, Lázaro possuía um carisma e popularidade que surpreendia a todos. O ex-vereador relata com satisfação que foi pioneiro em vários trabalhos sociais em Mossoró, como a chegada do Papai Noel no trio Lazarão pelos bairros, fazendo a distribuição de presentes para a garotada. Ah, o trio Lazarão, até quem não é de Mossoró conhece o trio Lazarão, responsável por fazer grandes festas em vários estados do Nordeste, os trios Lazarão eram sucesso por onde passavam. Fez carnavais históricos na cidade de Aracati, no Ceará. Era impossível não levantar o dedo e sair pulando ao som da música “Você agora vai ver, você agora vai ter, alegria e muita emoção, ouvindo o trio elétrico Lazarão”. Em campanhas políticas lendárias e festejos marcantes, nada mais forte está na memória das pessoas do que as vezes que o trio Lazarão desceu o famoso Alto de São Manoel. A Banda Show Lazarão também foi criação de sua mente inquieta e deixou muitas saudades e são com elas as principais lembranças de seu saudoso filho Raniere Paiva. O trio Lazarão também fez história junto com Lázaro nos grandes bingos que ele realizou na cidade. Até hoje, as pessoas lembram seus bordões como “de rombo”. A história de Lázaro Paiva daria para escrever um livro inteiro. É grande assim como sua família, formada por sua esposa Sônia, seus quatro filhos, Charles, Raniere (in memoriam), Patrícia e Paula. Dois genros, duas noras e sete netos. São eles que rodeiam hoje os seus dias. Além dos muitos agregados de coração. Hoje, busca sossego ao lado da família, mas sem deixar de lado uma boa prosa com os amigos, sempre regada a assuntos como política, batalhas, negócios e experiências de vida, claro, porque aqui, é um exemplo vivo de que quem acredita, sempre alcança. 129
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célio duarte
NOME DO AUTOR
José Morais de Noronha
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É PRECISO LUTAR PELOS NOSSOS SONHOS
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e eu voltasse no tempo e contasse ao menino que cresceu em Caraúbas, no interior do Rio Grande do Norte, numa família humilde, que ele alcançaria tantos sonhos, e viveria tantas alegrias no
futuro, talvez ele não acreditasse de imediato. Foi preciso que o tempo cumprisse seu papel e fosse permitindo, por meio de batalhas, esforços e perseverança que eu construísse a vida e família que tenho hoje. Meus pais, Altiva e Antônio (in memoriam), almejando um futuro melhor, trouxeram os filhos: eu e meus irmãos para Mossoró, quando eu tinha 6 anos, e desde então essa cidade que me acolheu e que eu adotei, me permitiu viver experiências inestimáveis, me concedendo inclusive o título de Cidadão Mossoroense. Sempre estudei em escolas públicas, sonhava ser engenheiro civil, profissão que me daria um bom retorno financeiro, mas tive que interromper esse sonho quando ingressei aos 15 anos como bolsista em uma instituição pública financeira, onde ganhei meu primeiro salário e apesar de ser uma pequena quantia, foi uma grande realização pra mim, uma conquista que me fez querer ir além. Após dois anos, fui aprovado em Economia na Fundação Regional do Rio Grande do Norte (FURRN), hoje UERN, e esse momento foi uma das maiores alegrias para mim e para os meus pais, visto que fui o primeiro da família a ingressar no ensino superior, e isso me abriria muitas oportunidades. Posteriormente, ao ser aprovado no concurso público destinado à mesma instituição financeira que iniciei como bolsista, tive que deixar o curso de Economia em segundo plano, já que estava sendo implantado o sistema computacional da empresa e eu atuaria como auxiliar de serviços técnicos, um dos melhores empregos da cidade na época. 131
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JOSÉ MORAIS DE NORONHA
Atualmente, sou graduado em Administração de Empresas, concluindo MBA em Gestão Bancária pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e também faço parte do maior Clube de Serviço do mundo, Lions International, que me proporciona muitos aprendizados e a oportunidade de “servir” aos mais necessitados. Aos dezoito anos, comprei meu primeiro carro, um fusca vermelho. Naquela época, os carros equipados tinham mais prestígio, então além de modificar a estrutura do veículo, instalar luzes, substituir as rodas normais por rodas “gaúchas”, alterar o painel, coloquei também um “toca-fitas roadster”, com equalizador tão potente que parecia um paredão, só quem viveu nos anos 1980 sabe a emoção que era ter um desses. Pouco depois de conhecer Irlanda Carlos, um dia à noite, fui à casa dela, e logo quando cheguei os vizinhos apareceram para ver o carro, todos ficaram comentando na rua e já que eu era a atração, abri logo as portas, coloquei Legião Urbana para tocar e todos ficaram deslumbrados. Para minha surpresa e vergonha, quando fui ligar o carro para ir embora, a bateria não respondeu e a única solução foi chamar os vizinhos e o irmão de Irlanda para empurrar o carro, uma história que hoje rende muita risada e que marcou o início do nosso namoro. O namoro se transformou em casamento, Irlanda sempre esteve ao meu lado, me apoiando, e com ela tive dois filhos, Danilo, engenheiro civil e Daniel que também segue o mesmo caminho, ambos pela Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA) e que me dão muito orgulho. Apesar das dificuldades vividas, das lutas, é muito gratificante ver a trajetória que fiz até aqui, ver a trajetória dos meus pais, que foram casados por 62 anos, numa relação de muito amor e companheirismo, e honrar tudo o que eles fizeram para que tivéssemos uma vida melhor. Ao olhar para esse caminho, para os objetivos que conquistei, para a família que construí, para as marcas que me cons132
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tituem, sei que é preciso ter sonhos, acreditar que somos capazes e lutar por aquilo que verdadeiramente importa para nós. Sou José Morais de Noronha, e além do que esse pequeno relato descreve, sou também apreciador de um bom vinho com a família e amigos, que sempre proporcionam bons encontros e que fazem parte dessa história que venho escrevendo ao longo dos anos.
“O namoro se transformou em casamento, Irlanda sempre esteve ao meu lado, me apoiando, e com ela tive dois filhos, Danilo e Daniel”
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célio duarte
NOME DO AUTOR
JOSÉ ORLEY OLIVEIRA SAMPAIO
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Filho dos cearenses Raimundo Firmino Sampaio e Neuza Oliveira Sampaio, da cidade do Crato, sou o segundo, dos sete irmãos, sendo quatro homens e três mulheres, nascido na cidade de Gandu, no Estado da Bahia. Já com 71 anos e casado com Maria de Lourdes Leite Mendonça, potiguar da cidade de Patu. Dois filhos, do primeiro relacionamento, Bruno Sampaio, advogado tributarista atuando em Salvador e João Marcelo, Administrador de Empresas e empresário atuando em Orlando, nos Estados Unidos. Duas netas lindas e maravilhosas além de mais cinco netas lindas das filhas da minha atual mulher, Lourdinha Mendonça.
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inha formação acadêmica teve início em minha cidade natal, no Colégio Estadual Castro Alves e, com a fixação de residência em Salvador, conclui o segundo grau no
Colégio Estadual Roberto Santos e o nível superior de Administrador de Empresas com especialização em finanças na FABAC - Faculdade Baiana de Ciências. Aos 13 anos já desenvolvia atividades laborais e aos 16 anos ingressei no BANEB - Banco do Estado da Bahia S/A, onde me aposentei, atuando como Gerente de agências, Auditor Interno, Chefe do DERHU - Departamento de Recursos Humanos, com um quadro de oito mil e quinhentos empregados. Gerente Financeiro na empresa Poupança BANEB. Colocado à disposição do Governo do Estado da Bahia, atuei como Chefe de Gabinete do Diretor de Planejamento da SEFAZ - Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia, posteriormente 135
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JOSÉ ORLEY OLIVEIRA SAMPAIO
trabalhe na SAEB - Secretaria de Administração do Estado da Bahia, exerci atividades em diversos órgãos tais como AUDIT - Auditoria Geral do Estado da Bahia, SESAB - Secretaria da Saúde do Estado da Bahia, Gerente Financeiro na BAHIAFARMA - fábrica de medicamentos do Estado da Bahia e Presidente da Comissão de Licitação no BANEB - Banco do Estado da Bahia S/A, SEFAZ - Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia, SESAB - Secretaria de Saúde do Estado da Bahia e SAEB - Secretaria de Administração do Estado da Bahia. Conclui também o curso de Especialização em Consultoria Contábil Financeira, ministrado pela ABES - Associação Baiana de Ensino Superior em parceria com a FABAC - Faculdade Baiana de Ciências. Participei ainda do primeiro, segundo e terceiro Encontro Nacional de Centrais de Negócios, organizado pelo SEBRAE BAHIA e coordenados pelo SEBRAE Nacional. Faço parte da comunidade mossoroense há 16 anos, onde desenvolvi atividades, em parceria com o SEBRAE, como Fundador e Diretor da CONSTRURN - Associação dos Comerciantes Varejistas de Materiais para Construção e, também, como Diretor do Fórum de Redes do Rio Grande do Norte, a qual tinha como atividades orientar e fortalecer os diversos segmentos dentro da cultura do cooperativismo. Também desenvolvi atividades como empresário, em sociedade com a esposa, fundando a ORLU cuja atividade era de locação de máquinas pesadas para a Petrobrás e terceiros. Nosso hobby atual é viajar pelo mundo afora, com visitas já realizadas ao Japão, Emirados Árabes Unidos, Canadá, Estados Unidos, Espanha, Portugal, Inglaterra, França, Itália, Alemanha e Suíça. Tenho registrado como grandes perdas em minha trajetória de vida, os meus pais. O tempo não volta, o que volta é a vontade de voltar no tempo, e por isso faço valer cada minuto em busca da felicidade, paz e tranquilidade. 136
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“O tempo não volta, o que volta é a vontade de voltar no tempo”.
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NOME DO AUTOR
José Ronaldo Bezerra de Medeiros
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Por Naide Bessa
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Espanha faz parte de nossas vidas desde junho de 1982, muito significativamente. Foi na Copa do Mundo de Futebol daquele ano que nos conhecemos – eu e Ronaldo. Infelizmente,
não exatamente na Espanha, mas em Mossoró, mesmo. (Era que, à época, após os jogos em que a seleção brasileira vencia, por aqui tínhamos o costume de sair pelas ruas a comemorar cada nova fase que a favorita seleção de Telê Santana ultrapassava.). Em meio a muita animação, sim, nos conhecemos. E lá se vão trinta e sete anos de convivência. Naquele ano da Copa, recém-chegado à cidade, e após ser aprovado em concurso público para a Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (CAERN), o engenheiro civil José Ronaldo Bezerra de Medeiros aqui se estabeleceu, me conheceu e constituiu sua nova família, quando casamos em dezembro de 1983. São nossos filhos: Luís Henrique - casado com Talita Araújo Medeiros e que nos deram, Lívia, nossa primeira neta; e Luís Filipe – casado com Jéssica Lobato Bessa. Nascido em Caicó/RN, em setembro de 1954, é o primeiro dos sete filhos de Manoel Ageu de Medeiros (in memoriam) e de Darcy Dalva Bezerra de Medeiros. Na segunda infância partiu de mudança com a família para Campina Grande/PB onde morou por toda adolescência e juventude. Prestou exame vestibular com sucesso para o curso de engenharia civil, em Natal/RN, na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) fato que fez com que nova mudança de cidade fosse enfrentada pela família, agora de Campina Grande/PB para Natal/RN, e em definitivo. Concluiu o curso de engenharia em julho de 1978. Exerceu a profissão de engenheiro civil em empresas privadas do estado até prestar concurso para CAERN, tendo sido contratado em 1982 e lotado em Mossoró - cidade que não conhecia, mas que adotou. Aqui trabalha 139
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JOSÉ RONALDO BEZERRA DE MEDEIROS
desde que foi contratado, exceto quando, em 2000 foi designado para Gerência da Regional da CAERN, em Assú. Naquela cidade trabalhou até 2004. À época, foi agraciado com o título de cidadão honorário de Assú, indicado pelo vereador “Carlinhos de Ewerton” (in memoriam) o que muito honra a todos de sua família. Trabalhando na CAERN Mossoró, foi Chefe do Escritório de Mossoró, Gerente Regional (em duas oportunidades), além de desempenhar os cargos de Chefe da Divisão de Operação e Coordenador Comercial da Regional Mossoró. Participou de diversos Congressos e Simpósios nacionais da ABES (Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental) e continua a atuar como engenheiro civil na CAERN Mossoró. Desde que aqui chegou, inúmeros profissionais da sua área de atuação para nossa cidade foram designados. Todos passaram algum tempo e, depois, voltaram para Natal, cidade de onde vieram. Ele não, aqui chegou para ficar. Se pensa em sair de Mossoró?! Vez ou outra, quando dá, a Espanha passa pelo roteiro turístico de imenso valor sentimental desde 1982. Simples, assim, este é Ronaldo, meu marido! Este é José Ronaldo Bezerra de Medeiros.
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“Amo como ama o amor. Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar. Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo?” Fernando Pessoa
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NOME DO AUTOR
JOSÉ WALTER DA FONSECA
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Nascido aos 15 dias do mês de agosto do Ano da Graça de 1952, filho de Valdir Martins da Fonseca e Heloisa Soares da Fonsêca, no Povoado de São Romão, hoje Cidade de Fernando Pedrosa. Ainda com a tenra idade de oito meses mudou-se para Mossoró, cidade que adotou como sua terra natal e por ela foi adotado, pois nela cresceu, estudou, profissionalizou-se, casou e construiu família.
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lfabetizado aos 4 anos de idade por sua primeira professora, D. Alaíde Rêgo, teve como primeira escola formal o então Grupo Escolar Antônio Gomes (até a 4ª série do curso primário). Concluiu a 5ª e última série do então curso primário, aos 10 anos de idade, o que foi inusitado para a época, na Escola de Aplicação “30 de Setembro” a qual funcionava junto ao então Instituto de Educação, depois batizado com o nome de Colégio Estadual de Mossoró e hoje Centro Educacional Jerônimo Rosado. No mês fevereiro de 1963, portanto ainda com 10 anos de idade - por uma concessão especial do então Diretor do Instituto de Educação, Dr. José Augusto Rodrigues – obteve direito à inscrição no Exame de Admissão (à época, única forma de ser aceito no curso ginasial, mas lhe tendo sido concedida apenas com uma chance, na segunda época por ser menor de 11 anos e esta era a idade mínima para acesso, não a perdeu) e foi aprovado em 1º lugar, tornando-se o primeiro aluno a iniciar o curso ginasial com a idade de 10 anos. Concluiu o ginasial aos 14 anos e o então curso científico aos 17 anos, idade que também tinha quando foi aprovado no vestibular da Escola Superior de Agricultura de Mossoró (ESAM) para a sua terceira turma. Ainda aos 17 anos, apos receber em cartório uma Carta de Emancipação, tornou-se professor de Química no Colégio Estadual de Mossoró e em cursinho pré-vestibular. Ainda no Colégio Estadual foi vice-diretor no turno noturno de 1973 a 1975. Concluiu o curso superior de Engenharia Agronômica em 1973, portanto aos 21 anos, 143
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JOSÉ WALTER DA FONSECA
tornando-se o aluno mais jovem a ingressar e formar-se na graduação daquela casa de ensino superior. Uma curiosidade que merece destaque, é que foi professor-substituto de Literatura Brasileira para os seus colegas de 3º ano colegial e também deu aulas na disciplina de Tecnologia de Produtos Agropecuários aos seus colegas de turma do último período letivo da graduação em Agronomia. Em 1º de fevereiro de 1974, ainda com 21 anos, tornou-se o mais jovem professor da ESAM e em 1º de março aconteceu o mesmo na então FURRN (Fundação Universidade Regional do RN) e hoje UERN (Universidade do Estado do RN) quando ingressou, também, no seu corpo docente. No ano de 1974 cursou pós-graduação na Universidade Federal do Ceará (UFC), obtendo o título de Especialista em Metodologia do Ensino Superior e da Pesquisa. Em 05 de julho de 1975, aos 22 anos de idade casou com Eva Maria Dantas da Fonsêca. Em 1977, aos 25 anos, foi pai de um menino que leva seu nome, José Walter da Fosêca Junior, ao qual se somaram posteriormente Ana Carolina, Maria Isadora e Carlos Eduardo. Também no ano de 1977 concluiu sua pós-graduação obtendo o título de Master of Science pela Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” da Universidade de São Paulo. Na ESAM, além do cargo de Professor Assistente IV exerceu as funções de chefe de departamento, conselheiro do Conselho Departamental, do Conselho Técnico Administrativo e do Conselho de Curadores (neste tendo sido seu presidente), coordenador de pesquisa e pós-graduação e de Planejamento, diretor administrativo, coordenador administrativo da Unidade ESAM/BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), chefe de gabinete do Diretor e Diretor Substituto. Entre os anos de 1977 e 1986 foi assessor regional da CAPES (Coordenadoria do Aperfeiçoamento do Pessoal de Nível Superior) e assessor técnico do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico). Em 1982, ainda aos 29 anos de idade, foi nomeado para dirigir a então FURRN (hoje UERN) tornando-se o mais jovem Reitor de Universidade no Brasil. Em 1987 assumiu a Presidência da EMATER (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural) e também como membro do SIBRATER (Sistema Brasileiro de As144
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sistência Técnica e Extensão Rural), condições nas quais fez sua primeira viagem técnica aos Estados Unidos. Em 1988 assumiu a função de secretário especial de articulação política do RN no governo Geraldo Melo. Em 1989 retornou à UERN para assumir a sua Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação onde permaneceu até 1991 quando assumiu até 1993 a Pró-Reitoria de Administração. Em 1993 foi eleito como vice-reitor da UERN na chapa da reitora Maria das Neves de Oliveira Castro, a quem sucedeu como reitor em 1997 e foi reconduzido ao cargo em 2001, permanecendo nessa função até o termino do seu segundo mandato e aposentadoria em 2005. Na condição de reitor da UERN foi eleito vice-presidente da Associação Brasileira dos Reitores das Universidades Estaduais e Municipais (ABRUEM) no biênio 2001 - 2003 e depois seu presidente no biênio 2003 -2005. Em 2003 integrou a Delegação do Governo Brasileiro que compareceu ao PARIS +5, evento que sequenciou a reunião Tendências da Educação Superior para o Século XXI, realizada pela UNESCO, também em Paris, em 1998. Entre 2001 e 2005 foi membro dos Conselhos Estaduais de Ciência e Tecnologia e de Educação do RN. Como reitor da UERN criou dezenas de cursos superiores com destaque para o de Medicina em Mossoró, dois Campi Avançados nas cidades de Natal e Caicó, além de 11 Núcleos de Educação Superior. À época, nenhuma cidade do RN estava distante mais de 60km de um curso superior da UERN. Ao longo da sua vida foi homenageado com o título de Cidadão Honorário de dezenas de cidades do RN (inclusive de Fernando Pedrosa, onde nasceu para a vida, Mossoró onde nasceu para o mundo e Natal onde escolheu viver depois da aposentadoria). Em 2006, criou um arrojado projeto de um veículo de comunicação e escola de cidadania sem limites de paredes e alunos, o jornal CORREIO DA TARDE – escrito, impresso através da internet e distribuído simultaneamente em Mossoró e Natal. Em 2011, pai de mais uma filha, Gabielle Araújo da Fonsêca, assumiu a Secretaria Municipal de Educação do Município de Natal, onde permaneceu até 31 de dezembro de 2012. Atualmente exerce a função de Diretor da Escola Potiguar de Gestão da Federação dos Municípios do RN. 145
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NOME DO AUTOR
JOSÉ WALTER DA FONSÊCA JÚNIOR
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Nascido em Mossoró em Março de 1977, filho de professores e sempre orgulhoso da terra em que nasceu. Desde pequeno, como diz padre Sátiro, fui “menino homem” pelo jeito com quem sempre levava a sério minhas “responsabilidades”. Sim, desde pequeno, sempre fui focado em tudo que me metia a fazer; me enquadrando literalmente como um “CDF” como diziam à época... mas nunca deixando de aproveitar o que de bom existia na infância e adolescência!
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mais normal, sendo filho de professores e admirando muito a inteligência e competência dos meus pais, seria que desde sempre quisesse ser também professor; mas a primeira coisa
que lembro sonhar em um dia ser, foi piloto de avião! Paixão pela aviação herdada de meu pai e que teve início ainda com meu primeiro velocípede: um aviãozinho amarelo! Lembro quando meu pai me levava, ainda com uns 4 anos de idade, para voar sentado em seu colo, em um avião de um amigo, e eu já me achava piloto! Entretanto, sempre tive na cabeça que se eu era realmente inteligente como muitos ressaltavam, esta só adiantaria de alguma coisa, se pudesse ser usada fazendo diferença na vida das pessoas de alguma forma; algo em que pudesse, de algum jeito, ajudar as pessoas que precisassem de mim... ah, então foi aí que surgiu o desejo de ser médico? Na verdade, ainda não! Sabia o que queria, mas ainda não sabia como. Essa certeza, de ser médico, somente viria acompanhando a doença de minha irmã Carol; menina guerreira que não se deixava abater, 147
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JOSÉ WALTER DA FONSÊCA JÚNIOR
mesmo em uma luta desigual com um tumor cerebral que teimava em persistir! Ela sempre dizia que seria médica quando crescesse; que iria tratar de crianças doentes e retirá-las do sofrimento da dor! Aquilo mexeu comigo de tal forma, que passou a ser um compromisso meu com ela. Ali, tive a certeza do que queria fazer e concentrei todos os meus esforços nesse desejo! Esse exemplo dela, também viria a incentivar, mais tarde, a criação do curso de Medicina na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte: foi imbuído desse exemplo que o reitor da UERN, Walter Fonseca, teve a obstinação de lutar, e muito, para que a cidade tivesse a condição de formar bons médicos; e de que outras crianças e demais pacientes não tivessem que se locomover para outros centros para um tratamento ideal! Aos 17 anos, comecei a pavimentar esse caminho ingressando na faculdade de Medicina da UFRN; foram seis anos de muito esforço e estudo para galgar mais um importante passo na minha caminhada: me formar médico! Período em que aproveitei todas as oportunidades a mim dadas para aprender; até mesmo além dos limites da própria universidade; onde tive o privilégio de ser estagiário na Liga Norte Riograndense contra o Câncer; aprendi muito! Mas, somente era mais um passo; a partir daí foram mais quatro anos de pós-graduação em uma das instituições mais renomadas da otorrinolaringologia brasileira; sob a batuta de um dos ícones da especialidade: Dr. Pedro Cavalcanti! Nesse período, uma das fases mais difíceis da minha vida; onde, como médico e como filho, vi minha mãe travar uma batalha desigual contra o câncer. Vi pela pior face que a medicina não podia tudo; que como médicos, somos limitados; e que a medicina não vence todas as batalhas! Não que não tivesse visto casos assim durante minha formação, mas estava vendo como médico e filho ao mesmo tempo; tendo o conflito de saber o que estava acontecendo e acreditar que não iria acontecer outra partida precoce na família! Na dor, aprendi ainda mais ser 148
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humano; me aproximei mais e mais dos meus pacientes; e aprendi a dividir, de certa forma, a alegria e a dor; o êxito e fracasso com eles... obrigado minha mãe, guerreira, derradeira e talvez a mais importante lição que me destes. Finda a pós-graduação, aos 27 anos, me vi como otorrinolaringologista com título de especialista conquistado e pertencente ao corpo clínico da maior clínica da capital; casado e com um promissor futuro pela frente em Natal! Todavia, faltava algo! Vi que teria que levar de volta para minha terra um pouco do que ela tanto me proporcionou. Inicialmente, foi difícil convencer minha esposa Angélica, já professora da UFRN e já com forte consultório em Natal, a me acompanhar para recomeçar do zero em Mossoró, cidade que ela pouco conhecia; hoje até cidadã mossoroense ela já é! Depois, já estabelecidos no setor privado, percebi que ainda faltava algo: teria que retornar à sociedade o investimento feito em mim! Sim, fui formado em instituição federal, paga com impostos de todos! Então, fiz concurso para o Hospital Tarcísio Maia, sendo aprovado em 1º lugar à época (nunca que chamaram os demais aprovados), onde até hoje atuo como único otorrino da instituição no serviço de urgência e emergência; local em que tiro o maior prazer de ser médico! Lá, como único profissional da minha área, certamente faço aquela diferença que sempre almejei! Hoje, sou realizado profissionalmente e como cidadão; ainda mais, tendo o prazer de fazer parte de uma equipe profissional que honra a medicina potiguar e mossoroense no setor privado! Não que metas e objetivos novos não existam; sempre estou atrás deles; porém, já experimentando um pouco da sensação de dever sendo cumprido; com a certeza de que todo o esforço valeu a pena; com o pensamento que minha irmã Carol deve estar feliz com o irmão; e que minha mãe se alegra em saber que eu a escutei (e sempre escuto!) no percorrer do caminho que escolhemos! 149
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NOME DO AUTOR
JOSIVAN PEREIRA DANTAS
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Quando convidado por Marilene Paiva e Rafaela Costa para compor esse trabalho, pensei na dimensão da ousadia do convite para tamanha exposição, o que realmente não me seduzia ou motivava. Posteriormente, avaliando com mais carinho e lucidez, pensei quão honroso seria atender o chamamento de duas amigas queridas, o que passou a me fomentar o espírito escritor, bem mais operante e capaz em passado recente.
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ou potiguar, médico, músico, motociclista, maçom, espiritualista, pai de Pedro e Bruno, marido de Adriana e sinceramente feliz. Desde criança, seduzido pela sublime arte de curar, aliviar
ou pelo menos consolar a dor e o sofrimento alheio, direcionei meus instintos e esforços à medicina. Após a graduação busquei a oftalmologia, certamente a mais bela e sincera manifestação da arte médica. Sou membro titular das mais importantes sociedades e conselhos de oftalmologia em nosso país e no mundo. Tenho subespecializarão em catarata e cirurgia refrativa e junto com meus filhos também oftalmologistas Drs. Pedro e Bruno Dantas compomos o staff do Hospital de Olhos de Mossoró. Creio na poderosa união do conhecimento à alta tecnologia, porém incapazes sozinhos na prática médica, sem a luz promovida pela humanização, que nos faz crer e ver que tratamos pessoas (doentes ou não) e não apenas doenças. Desde que percebi ser a música muito mais nobre, rica e eficaz na prevenção das moléstias do corpo e da alma do que qualquer ansiolítico, a ela busquei como hobby. Tive a oportunidade de gravar dois CDs, “Quase Nada” e “Pleasure” e hoje me divirto verdadeiramente cantando com amigos em diversos barzinhos da cidade nas sextas à noite. 151
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JOSIVAN PEREIRA DANTAS
O motociclismo veio naturalmente por osmose, porque acredito na liberdade como direito divino de todos os que fazem por ela merecer, e sobre duas rodas posso vivenciar esse aporte gratuito de endorfinas que me é oferecido generosamente pela vida. Dentre tantas outras experiências, fiz a histórica e lendária Rota 66 em seus completos 4.520 km, de Chicago a Los Angeles, além da romântica e sedutora travessia da Costa Amalfitana, no inesquecível litoral sul italiano. Acredito, como Lobão, que mais vale viver dez anos a mil que mil anos a dez. Mossoroense por adoção, fruto da inigualável capacidade que essa cidade tem de receber aos que aqui aportam, fui por ela escolhido e acolhido. Lembro que há exatos 21 anos, na inauguração do Hospital de Olhos de Mossoró, discursando emocionado, falava que nossa cidade precisava ser por nós mais amada. Essa relação de amor, perene e espontânea, maturou-se por ocasião do recebimento do honroso titulo de cidadão mossoroense. Conheci a maçonaria há pouco mais de uma década e logo na minha iniciação, fui apresentado à mais poderosa escola de ética, esta como ciência que estuda a moral, dedicada à boa prática dos costumes. Fiz verdadeira imersão em seu simbolismo e em pouco tempo e com muito esforço, galguei o grau 33, zênite do filosofismo maçônico. Tenho a honra de ser imortal da Academia Maçônica de Letras do RN, nela ocupando a cadeira número 24. Apesar de conviver rotineiramente com a ciência em minha prática profissional, sinto-me completamente incapaz de exercê-la dissociada Daquele que considero ser a razão primária de todas as coisas, meu único Deus, Senhor e Pai. Fonte de todo o conhecimento e misericórdia, onipotente, onipresente e onisciente, tem como seus principais atributos sua justeza e amor infinitos. Se no passado acreditávamos ser o temor a Deus o caminho à salvação, felizmente nos foi ensinado há 2.000 anos que a prática espontânea e recíproca do amor é e será 152
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inexoravelmente o único caminho. Não se pode servir em plenitude a quem se teme, mas sim a quem se ama. Não precisávamos mais da dureza do Decálogo Mosaico (justo e necessário em sua época), mas da suavidade e leveza da prática do amor cristão. Creio na multiplicidade das vidas, na palingenesia carnal, na reencarnação como manifestação da justeza e do amor divino. Durante minha prática espírita, tive a oportunidade de lançar o livro “Evidências Científicas e Bíblicas da Reencarnação”, quando manifestei minha crença na necessidade que temos de evoluir sempre, através do nosso esforço próprio, do nosso autoconhecimento e da nossa reforma moral. Entendo ser a religião um caminho justo e necessário que nos leva de volta a ELE e por todas elas, tenho todo o respeito. No entanto, creio que precisamos de mais religiosidade e menos religião, precisamos ser mais crentes, justos e bons e acreditarmos ser o amor, a única ferramenta eficaz em nossa senda evolutiva. Acima de tudo, precisamos ser gratos pelo dom da vida, por termos tanto, por cada manhã, por cada oportunidade e benesse recebidas, por termos todos, sem exceção, uma destinação final, a angelitude e a verdadeira felicidade. Bom, este é o perfil de alguém que viveu o suficiente para aprender depois de acertos e tantos erros (sim, tantos), que existem múltiplos caminhos e crenças a seguir. Hoje, prefiro a sabedoria do saudoso poeta cearense, quando afirmava com convicção que “amar e mudar as coisas me interessa mais...”. Sem dúvida!
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célio duarte
NOME DO AUTOR
LINDOCASTRO NOGUEIRA DE MORAIS
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Nascido no Sítio Carrilho, Zona Rural do Município de Apodi/RN, teve uma infância simples, humilde, mas feliz. Filho de Ozenira de Morais Nogueira e Leôncio Nogueira de Morais, cujos exemplos moldaram seu caráter. Desde a infância percebeu que a busca pelo conhecimento seria a verdadeira essência da vida.
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e início, em lembrança escolar, na época não se iniciava no jardim de infância, devido às dificuldades do campo, entre as secas e enchentes, cuja família sempre se sustentou da
agricultura na outrora “Baixa de João de Tatão”, seu avô paterno, viviam às margens da passagem das cheias da lagoa de Apanha Peixe. Para se alfabetizar precisava se deslocar diariamente a pé ou em canoa, juntamente com seus irmãos, para chegar à Escola Municipal Sítio Guaxinim, no Sítio Paulista, zona rural de Apodi/RN. Sem muitos recursos, a escola funcionava em horário reduzido, sob os cuidados da professora Marlene Bezerra, de dedicação imensurável, que conciliava não apenas a função da docência, mas cozinheira, mãe e psicóloga, escutando os anseios de cada criança. Apesar da ausência de recursos físicos, sem energia elétrica, sendo uma única turma composta de várias séries, com apenas um quadro negro e um banco de madeira que atravessava a sala, onde os alunos ficavam de joelho para se apoiar e escrever, não há o que lamentar, pois os valores e virtudes foram ministrados e estavam presentes em abundância. Desde a infância demonstrou interesse pelo conhecimento, quando não estava estudando, estava pastorando as ovelhas ou gado, se destacando entre os amigos pela vontade de aprender, o que certamente 155
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LINDOCASTRO NOGUEIRA DE MORAIS
seria uma prenuncia do que estava por vir. Estudou da 5ª a 8ª série na Escola Municipal Gregório Batista de Morais, localizada na comunidade rural de Apanha-Peixe em Caraúbas/RN e o segundo grau na Escola Estadual Sebastião Gurgel, localizada na cidade de Caraúbas/RN. Com o advento da televisão, surgiu uma oportunidade outrora desconhecida, que possibilitou ampliar seus conhecimentos, acompanhando os “Telecursos” e afins, o que inclusive ajudou a nos anos meridianos, conseguir a tão sonhada aprovação no vestibular. Em Mossoró os sonhos começaram a se tornar realidade, conseguindo se formar em Agronomia pela Escola Superior de Agricultura de Mossoró – ESAM e em Direito pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN, onde posteriormente se tornou professor efetivo da Faculdade de Direito – FAD/UERN, exercendo a docência como forma de retribuição ao conhecimento adquirido. Na vida acadêmica além do mister da docência, é doutorando em Direito pela Universidade de Coimbra em Portugal, recém-aprovado no Doutorado em Direito na Universidade Federal do Paraná, em convênio com a UERN, e especialista e mestre em Direito Constitucional pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN. Na labuta advocatícia, que exerce ininterruptamente desde a sua formação jurídica, sempre pautou sua atuação com ética e responsabilidade, que além da participação em conselhos e diretorias, chegou ao posto de Vice-Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil na Subseção de Mossoró/RN. É Sócio Administrador do escritório de advocacia Lindocastro Nogueira Sociedade de Advogados, contando atualmente com mais de 20 colaboradores, possuindo sede em Mossoró/RN e filial em Natal/RN, com atuação em quase 50 cidades do Estado do Rio Grande do Norte, mas sobremaneira Mossoró e Região Oeste, prestando assessoria trabalhista, previdenciária e sindical. Chega a trabalhar mais de 12 horas por dia, para cumprir prazos e 156
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demais compromissos, o que lhe tira às vezes até do convívio familiar, mas, sempre recompensado com muito amor e dedicação. É casado com Ana Luzia Gurgel Dantas, sempre apoiadora dos seus objetivos, dessa união tornou-se pai de Guilherme Gurgel Nogueira – hoje com 16 anos e com pretensões de seguir a carreira do pai - e da pequena e encantadora Ana Clara Gurgel Nogueira. A família construída é sem dúvidas o seu maior tesouro, um grande orgulho, afinal de contas, ser pai é, acima de tudo, poder repassar valores, ensinamentos e viver o encantamento de acompanhar o crescimento daqueles que serão sua representação nas gerações futuras. Diante de sua trajetória, é indissociável a atuação profissional dos valores adquiridos ao longo da jornada da vida, tendo como prioridade o atendimento àqueles que mais precisam da tutela jurisdicional, principalmente servidores públicos, empregados e pensionistas, ratificando a importância social do trabalho prestado.
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NOME DO AUTOR
LUIZ NOGUEIRA DA COSTA
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Sorriso acolhedor, gestos simples e aquela habilidade de bem receber que qualquer um sempre “Chega Mais”! Falar de Luiz Nogueira da Costa, é falar da maior barraca de Canoa Quebrada (CE), um paraíso à beira-mar que nasceu há 24 anos, graças à persistência e desenvoltura de um filho de pescador e uma rendeira de labirinto, do povoado Córrego, bem próximo das dunas e falésias da famosa praia.
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e família numerosa, 13 irmãos no total, Luiz desbravou cedo as possibilidades que a vida poderia lhe oferecer, aos 12 anos de idade, foi cumim e depois garçom de uma barraca de praia. Morou um tempo na capital cearense e lá trabalhou como office-boy de uma farmácia, até aí, ninguém imaginava – nem ele próprio, que futuramente estaria ocupando o lugar de proprietário de um complexo de entretenimento que se tornou uma das atrações turísticas da costa leste cearense: a Chega Mais Beach. Mas, para comemorar 24 anos com premiações diversas e reconhecidos méritos, vale salientar que a caminhada foi longa. Quando retornou da temporada em Fortaleza, o ainda adolescente aracatiense de pouco estudo, mas cheio de vontade de aprender, viu a oportunidade de abrir uma pequena barraca com um amigo que seria seu sócio por um tempo e depois deixara o negócio. Aos 18 anos, sem experiência e pouca informação, nascia um grande empresário, utilizando a principal arma que possuía: confiança em si. O diferencial naquele pequeno negócio: o serviço. Atendimento de excelência para quem ali chegasse, naquela estrutura extremamente acanhada que a maré ameaçava levar toda vez que avançava. Porém, foi esse o segredo que levou Luiz a diante, diferenciando a Chega Mais Beach das outras barracas da região. Na pequena estrutura trabalhavam três funcionários, um cozinheiro, o encarregado da limpeza, além do próprio Luiz, que fazia o atendimento. 159
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LUIZ NOGUEIRA DA COSTA
O cardápio possuía uma única folha: de um lado, a lista de comidas, do outro, as opções de bebidas. Os clientes foram atraídos pela culinária que, apesar de simples, sempre foi autenticamente saborosa, preparadas no dia e com insumos frescos, tudo muito simples. As falhas na estrutura sempre foram compensadas pela simpatia, agilidade, bom tempero e preços modestos. Na base da garra e da boa vontade, o cearense que era um menino, viu seu negócio evoluir a passos lentos, mas, a barraca foi ficando conhecida e melhorando em vários aspectos. Contudo, após dois anos de funcionamento, recebeu um cliente que era funcionário do SEBRAE, o qual trabalhava na elaboração de projetos. Até então, tudo era novidade, porém, a chegada do SEBRAE até o empreendimento melhorou, e muito, o lugar, ajudou a clarear as ideias daquele que não conhecia nada do mundo dos negócios e enfrentou tudo com perseverança. Desde que aderiu à parceria com o SEBRAE, Luiz e a sua Chega Mais Beach têm acumulado prêmios. A vontade de acertar deu certo e todo ano estão lá, entre os agraciados. A veia empreendedora, o conhecimento, a experiência e certeza de que pelo caminho certo se anda melhor, fizeram com que a Chega Mais mudasse de endereço atendendo às exigências do Ministério Público do Ceará, que requereu a interdição de barracas próximas ao mar e às falésias, alegando risco aos frequentadores e trabalhadores, incluindo o de morte. Houve processo na justiça e Luiz esclarece que não saiu porque quis, e sim foram retirados à força, porém reconhece que foi algo bom, já que hoje trabalha sem se preocupar com a maré, que levou a barraca duas vezes na estrutura anterior. Assim como faz com seus colegas. A mudança para a nova estrutura aconteceu em 2015, o complexo ficou pronto em um ano e meio, e agora conta com restaurantes, loja, piscina de borda infinita, miniparque aquático com brinquedos infantis e um auditório para eventos. Consegue receber ao todo até 1500 pessoas. E o jovem sempre sorridente que faz por onde sempre chegar mais gente, disponibiliza gratuitamente serviço de bugue para buscar e deixar os clientes nos hotéis e pousadas de Canoa Quebrada. Os funcionários da equipe 160
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Chega Mais atualmente somam aproximadamente 60 pessoas, entre eles estão as irmãs de Luiz, Maria do Socorro, que é chefe de cozinha, Mírian, trabalhando no bar, Marivânia tomando conta da loja e um dos irmãos, Wando, assume a gerência da barraca. Outra aposta de Luiz na Chega Mais Beach são os eventos de pequeno, médio e grande porte, que vão desde festas de formatura, aniversários, confraternizações e casamentos, até shows com atrações de renome nacional como Wesley Safadão, Cláudia Leite, Natiruts, Biquíni Cavadão, Thiaguinho, Léo Santana, Gabriel Diniz, Aviões do Forró, Chicabana, É o Tchan, Durval Lelys, Nando Reis, Samira Show, Dorgival Dantas e Jorge & Matheus. Muito ativo e visionário, esse é o gestor Luiz, que foca também na sustentabilidade ambiental e no ecologicamente correto, não à toa, a Chega Mais é referência no Nordeste, produzindo sua própria energia com placas solares, utilizando madeira de reflorestamento na estrutura certificada por lei e, mais de 100 coqueiros foram plantados no complexo, possui ainda um sistema de reaproveitamento de água que o índice chega a 80%. O tratamento de esgoto utilizado também é um diferencial, a tecnologia utilizada é a Bacia de Evapotranspiração (BET), conhecida como “fossa de bananeiras”, ela não utiliza produto químico e não gera nenhum efluente, evitando a poluição do solo, das águas superficiais e do lençol freático. Os resíduos humanos se transformam em nutrientes para plantas e a água só sai por evaporação, portanto completamente limpa. A boa circulação, disposição para ajudar e buscar melhorias para o local, tornaram Luiz Nogueira uma figura muito querida e de excelente engajamento no Estado do Ceará inteiro, e consequentemente na praia de Canoa Quebrada, isso é bem notório e exemplar, ele é visto como o “boa praça”, já foi sondado por diversas vezes sobre um possível ingresso na política, porém afirma não ter essa ambição. O espírito empreendedor e hospitaleiro desse cearense de raízes litorâneas tem transformado Canoa Quebrada, realizando um excelente trabalho, construindo resultados inimagináveis para o desenvolvimento do turismo, e a Chega Mais Beach é parte dessa história. 161
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célio duarte
NOME DO AUTOR
Pe. MAnOEL VIEIRA Guimarães Neto
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T
odos nós, seres humanos, somos nós mesmos e nossas circunstâncias: espaço, tempo e pessoas. Olhando pra trás e vendo tudo o que eu passei me lembro do título de um Livro de Pablo Neru-
da: “Confesso que vivi”. Eu vim ao mundo numa segunda-feira, dia 14 de janeiro de 1952, por volta das 8 horas da manhã, pelas mãos das parteiras d. Noeme e d. Júlia Borges. Ainda me segurando pelos tornozelos e me mantendo de cabeça pra baixo, uma delas anunciou para papai enquanto eu dava meu primeiro berro: - É homem, Zé de Néo... e já vem fazendo sacanagem. É que, acompanhando o grito, eu dei uma bela urinada. Papai não cabia em si de alegria porque esperava um filho homem há uns nove anos. Antes tinham nascido minhas duas irmãs Lourdinha e Zélia. Minha família, dos dois lados (paterno e materno), era tradicionalmente católica: minha bisavó, D. Deolinda, era uma mística, devota das almas do Purgatório que, ao ficar cega na velhice, viveu uma experiência de cinestesia, trazendo de volta um rosário que havia perdido num banho de rio. A casa de sua filha e minha avó Rachel (que a gente chamava de Mãe Outa) era conhecida como a Casa da Caridade, é que ela recebia todas as pessoas que não tinham para onde ir, mesmo contrariando marido e filhos. Foi ela que enfrentou uma multidão enfurecida em frente à Cadeia Pública, onde hoje é o Museu Histórico Municipal Lauro da Escóssia, para dar um copo de leite ao cangaceiro Jararaca. Meu bisavô paterno, Professor de meninos pobres e conhecido como Pai Vobis, foi quem construiu a primeira Capela onde hoje é a linda Matriz da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, aqui em Mossoró. Sua filha, D. Lúcia, também se tornou Professora e deu continuidade ao trabalho do pai. Ela era aquele tipo de avó que todo mundo quer ter: linda, boa, meiga e generosa. 163
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PE. MANOEL VIEIRA GUIMARÃES NETO
Fui, então, criado numa atmosfera religiosa que moldou a fé que mantenho até hoje. Minha mãe me contava que quando estava grávida me esperando, uma amiga a convidou para receber uma bênção especial dada por um Padre que estava de passagem pela cidade. Ela dizia que quando ele pronunciou a fórmula da bênção sobre a sua barriga, ela ofereceu a Deus aquela criança que esperava e, neste momento, eu estremeci no seu ventre. Quando me perguntam sobre a origem da minha vocação eu costumo dizer que foi nesse momento. Por isso que desde cedo comecei a participar das coisas da Igreja, tendo sido coroinha do Mons. Huberto Brüenning durante algum tempo. Ele foi a minha primeira referência de Padre e foi justamente ele quem me encaminhou para o Seminário de Santa Teresinha, onde passei quatro anos. No fim dos quais senti necessidade de sair para responder a mil questionamentos que começaram a povoar minha cabeça de adolescente. Aos 19 anos fui para o Rio de Janeiro tentar uma carreira de Ator. Como a minha família não gostava muito do meu envolvimento com o Teatro, saí dizendo que Mossoró estava pequena demais pra mim e que eu iria tentar a vida numa cidade grande e iria fazer jornalismo, já que sempre gostei de escrever. Na verdade, eu não queria ser apenas um simples Ator... eu queria fazer e brilhar no Teatro, Televisão e Cinema. Eu queria depois ir para Hollywood contracenar com Marlon Brando e Anthony Quinn e ganhar o Oscar. Afinal de contas sempre achei que pra sonhar tem que ser alto. Mas Deus tinha outros planos para mim, e quando a carreira começou a deslanchar e começaram a aparecer as primeiras oportunidades, Ele me “arrancou” do Rio (foi assim que me senti) e me fez voltar para o Seminário. Como este espaço é curto não posso contar os detalhes, que são muitos e interessantes... Mas estou preparando um Livro onde os contarei. Fiz o Curso de Filosofia em Fortaleza e o de Teologia no Recife. Final de 1979 voltei à Mossoró para cumprir o Estágio Pastoral. D. Frei164
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re, meu Pai Espiritual, me convidou para participar da Equipe de Coordenação Diocesana e durante seus 30 anos de Episcopado eu estive sempre perto dele auxiliando-o. Me ordenei no dia 7 de junho de 1981, numa Solenidade de Pentecostes. Quando completei 20 anos de Ministério Presbiteral resolvi fazer um Retiro Espiritual e escolhi a Serra de Baturité (CE), para os Exercícios Espirituais de Sto. Inácio de Loyola. Queria fazer a experiência de 30 dias de silêncio, mas os jesuítas me aconselharam a fazer o de uma semana apenas. No final cheguei às seguintes conclusões: Ser Padre era uma coisa muito boa para mim, fonte de muitas alegrias e realizações, mas sentia falta de duas coisas: vida de silêncio e vida comunitária, difícil de acontecer como Padre Diocesano. Aí comecei a pensar num antigo sonho: a vida monástica. Mas como, se em Mossoró não havia Mosteiro e eu não queria ir para outra cidade? Então eu teria que fundar um Mosteiro aqui? A ideia me pareceu tão absurda que eu comecei a rezar a Deus pedindo que se aquilo fosse coisa da minha cabeça que Ele fechasse todas as portas... mas que se fosse um projeto dEle as abrisse. E assim aconteceu. De cara recebi todo apoio do Pe. Sátiro, do Mons. Américo e de D. Freire. Este me disse que o problema é que ele estava renunciando ao governo da Diocese por causa da idade e que eu teria que esperar o novo Bispo. Quando D. Mariano chegou, conversei com ele que também me apoiou e comecei a procurar um Mosteiro para receber a Tradição Beneditina. Mas eu sozinho não poderia continuar e aí pedi a Deus um companheiro para levar adiante este sonho. E ele me mandou um, depois outro... começamos a nos encontrar, mas aí uma coisa estranha me passou pela cabeça: estava tudo caminhando muito bem, sem cruz. Comecei a desconfiar. E aí pedi a eles que começássemos a rezar pedindo Cruz, porque sem Cruz aquele Projeto não seria de Jesus. Eles acharam estranho mas me obedeceram e logo depois Deus nos atendeu. Abundantemente. 165
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PE. MANOEL VIEIRA GUIMARÃES NETO
Nesta época conheci Bezerrinha, um vidente paranormal muito conhecido e respeitado aqui em Mossoró e resolvi lhe perguntar sobre este Projeto. Ele fechou os olhos, se concentrou e depois, me olhando seriamente, me disse: - Vá em frente, Padre. Porque é de Deus... e não é um Projeto pequeno. Algum tempo depois o Abade do Mosteiro da Ressurreição em Ponta Grossa (PR), me telefonou dizendo que o Conselho tinha aceito a minha ida para lá, com dois companheiros onde faríamos o nosso Noviciado. Lá passei um ano e meio, recebi o hábito e em 2008 voltei à Mossoró para começar a experiência, depois de ter conversado com o Arquiabade da Bahia, D. Emanuel. Aqui encontrei o apoio de toda a cidade que tem sido de uma generosidade extraordinária para comigo e com o Projeto. Durante um certo tempo eu tive que colocar este sonho em segundo plano para cuidar da minha mãe que, por vários anos, foi minha prioridade absoluta. Cuidei dela até o fim... até o dia em que Deus veio buscá-la. Impressionante é que agora as coisas voltam a fluir neste sentido. Porque a hora de Deus não é a nossa e tudo só acontece na hora que Ele determina. Agora me encontro na expectativa da realização deste sonho... sem pressa. Tudo no seu tempo... na sua hora... Como diria Clarice Lispector: “Plenitude sem fulminação” Pe. Guimarães Neto (No Mosteiro Ir. Manoel)
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“Estava tudo caminhando muito bem, sem cruz. Comecei a desconfiar. E aí pedi a eles que começássemos a rezar pedindo Cruz, porque sem Cruz aquele Projeto não seria de Jesus. Eles acharam estranho mas me obedeceram e logo depois Deus nos atendeu. Abundantemente.”
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célio duarte
NOME DO AUTOR
Nilo Amâncio da Silva
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Ninguém sabe pelo que passamos, para estar onde estamos
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atural de Jucurutu (RN), nascido em 2 de outubro de 1952, sou filho dos saudosos Severino Amâncio da Silva – agricultor e salineiro - e Severina Severa da Conceição – do lar, casal que, alicerçado pelo respeito, carinho e admiração mútuos, fez brotar a semente do amor e deu vida à sete filhos, além de mim, foram eles: João Severino da Silva, Pedro Amâncio Neto (in memoriam), Francisco das Chagas Silva, Josefa Maria da Conceição, Maria Severa de Assis (in memoriam), Francisca Figueiredo da Silva. Relembro com zelo de uma infância de 67 anos atrás, na pacata Jucurutu, lugar onde iniciei meus estudos na Escola Estadual Antônio Batista. Após a primeira década de vida, meu destino foi dar continuidade ao aprendizado formal em Mossoró, tendo passado pelas Escolas: Estadual Jerônimo Rosado, Eliseu Viana, Abel Coelho e por último na União Caixeiral, para cursar o técnico de Contabilidade, tendo concluído mais tarde a graduação em Ciências Contábeis na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), que a época – nos idos 1984 - se chamava Fundação Universidade Regional do Rio Grande do Norte (FURRN). De lá para cá, comecei a exercer a profissão de Contador ao lado do meu irmão Francisco das Chagas, trabalhamos 26 anos, no andar superior da sapataria Ferreira, e conforme o ensinamento de São Francisco de Assis: “Ninguém é suficientemente perfeito, que não possa aprender com o outro e, ninguém é totalmente estruído de valores que não possa ensinar algo ao seu irmão.”, há 14 anos montei meu próprio escritório, atualmente sou autônomo. Quando iniciei meu escritório, eu já tinha de certa forma uma boa clientela, fruto do meu bom relacionamento enquanto sócio-colaborador do escritório do meu irmão. Somando a experiência de antes e a atual, já se vão quatro décadas de estrada como profissional dos números, é uma trajetória e tanto, de idas e vindas, de altos e baixos e 169
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NILO AMÂNCIO DA SILVA
acima de tudo, de aprendizados contínuos, porque, se tem uma coisa na vida que levo sempre comigo, são os ensinamento do dia a dia. Comecei a trabalhar em Mossoró como vendedor do comércio, tendo sido funcionário do Armazém Narciso. O emprego no Narciso – onde passei dois anos e seis meses - eu consegui através do meu irmão João, que comprava retalhos lá, para revender em feiras pelo interior; depois do primeiro emprego fica mais fácil o segundo, já tendo assinatura na carteira, aí dava certo com os demais; o segundo emprego foi com o senhor Renato Andrade, que era proprietário de um frigorífico ao lado do Mercado Central, anos depois, quando a família Andrade inaugurou o Maison Buffet, passei anos sendo o contador da casa de festas deles, sempre mantendo o vínculo. Trabalhei também no Supermercado 2001, onde hoje é a padaria com o mesmo nome. Vivi por um bom tempo tendo como renda apenas um salário mínimo - fui o que chamam de “assalariado”, tendo que suportar algumas dores, porém, as mesmas me fizeram mais forte, mais tolerante e até um tanto mais sábio. Nessa época, possuía apenas uma simples bicicleta para andar, mesmo assim, almejava por algo melhor, em que eu pudesse crescer, porque eu estudava e sempre carregava comigo a certeza de que quem estuda um dia “chega lá”; lecionei no Colégio Estadual, nem tinha vocação para contador, fui influenciado mesmo, devido ao período em que trabalhei com meu irmão, que era contador, e quando comecei a trabalhar com ele, fui pegando gosto. Eu aprecio muito o belo, o criativo, me espelho no que é bom, o que é ruim e negativo, a gente deleta, tenho um gosto por roupas, acessórios, eventos; sempre gostei de andar em festas, desde jovem. Inclusive nas décadas de 1970, 1980, o único clube social que existia era a ACDP, e mesmo com todas as minhas dificuldades financeiras, eu economizava daqui e dali para ser sócio da ACDP, e todo mundo se admirava por eu estar sempre frequentando aquele ambiente; lá, vivi excelentes carnavais, lindos carnavais, em todo carnaval eu fazia uma fantasia diferente para cada um dos quatro dias, e isso me acompanha até os dias atuais, quando participo de Bailes de 170
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Máscaras, como os que Marilene Paiva promove, e sempre ganho os concursos de máscaras, criadas com a ajuda do artista Carlos Careca. Sobre minha relação familiar, eu sempre fui muito família, e sigo à risca as palavras de Santo Agostinho quando ele fala que “a medida do amor é amar sem medida”. Tenho uma sobrinha que é um anjo da guarda e mora comigo - Gorete -, e os descendentes dela, que são meus sobrinhos também, são verdadeiros presentes na minha vida, primeiro Bruno, que é filho dela, e hoje tem 33 anos, e mais recentemente veio Gabriel – de 5 anos - para a nossa companhia, filho de Bruno. Nossa família é a nossa base; e é bíblico, todo filho que é bom para pai e mãe, consegue ser bom em qualquer coisa, a exemplo disso, cito o amigo Walterlin Lopes. A nossa família é tudo na vida! Sempre gostei de me relacionar com pessoas bacanas, e tem mais, conhecer eu conheço todo mundo, mas para ser amigo, a gente “peneira”. Por isso, meus vínculos são sempre marcados pela longevidade, tenho amizades de longa data, como também outras que fiz recentemente, porém, construídas à base de muita consideração e apreço. Sou católico, e acredito que sempre procurar seguir os ensinamentos de Deus em especial de amor ao próximo, tratar bem a todos, fazendo o bem ao máximo de pessoas possível, é a melhor maneira de viver a vida. Não basta se dizer cristão, é essencial praticar a bondade, como forma de agradecer ao nosso criador pelo dom da vida que nos é concedido todos os dias ao despertar, em cada amanhecer. Gratidão é o sentimento que define meu estado de espírito atual, por tudo que passei, por ter chegado até aqui, por ter alcançado até mais do que eu desejei lá no início de tudo, por ter sido abençoado em todos os aspectos da minha vida pessoal e profissional, por hoje poder contar a minha história e eternizá-la neste documento histórico entre outros 49 homens que estão deixando seu legado nessa terra acolhedora chamada Mossoró.
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célio duarte
NOME DO AUTOR
Paulo de Tarso da Costa Júnior
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Paulinho para a família e amigos ou Paulo Comodoro para a população que frequenta o meu comércio. É assim que me chamam. Sou uma pessoa simples, preocupado com o próximo, empresário e administrador de empresas.
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ascido em Mossoró-RN, filho de Paulo Costa e Nazaré Medeiros Costa, tenho mais três irmãos: Henrique, Patrick e Kaliana. Sou casado com Nara Costa, em 33 anos de casados, tivemos
3 filhos maravilhosos, formados e com suas vidas encaminhadas, Ana Rachel (33 anos), Pedro Henrique (29 anos) e Lia Carolina (25 anos). Tentarei aqui falar um pouco de minha trajetória de vida, a qual foi marcada por muitas batalhas, conquistas e aprendizado. Tive uma infância muito feliz, bons momentos vividos em Mossoró, Martins e Tibau. Meus estudos foram iniciados no Instituto Alvorada e concluídos no Colégio Diocesano Santa Luzia. Dois colégios de tradição na cidade. Minha vida começou a mudar de verdade quando cheguei à casa dos 16 anos, ano em que o destino começou a traçar meus caminhos. Fazia apenas um ano que meu pai tinha aberto seu negócio, (1982) a Lojas COMODORO na Praça Rodolfo Fernandes, e um trágico acidente tirou sua vida precocemente. Foi aí que tive de deixar de ser apenas estudante, e me dedicar também ao trabalho. Mudei do turno vespertino para o noturno, para assim poder ajudar minha mãe a administrar a loja. Não foi fácil! Abdiquei de muitas coisas de minha adolescência para cumprir o papel que meu pai havia deixado, mas, tive que me adaptar. Deu certo. 173
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PAULO DE TARSO DA COSTA JÚNIOR
No último ano de Diocesano conheci Nara, o amor da minha vida. Levamos muitos puxões de orelha de Padre Sátiro debaixo daquela mangueira, para voltarmos para a sala de aula. Nos casamos em dezembro de 1985, e logo no primeiro ano de casados tivemos nossa primeira filha, era uma correria, trabalhávamos os dois expedientes, Nara fazia faculdade à noite, mas assim seguimos nossas vidas. Não bastasse já todas as dificuldades que a vida nos concedeu, o destino pregou mais uma peça com a nossa família: quatro anos após o falecimento de meu pai, minha mãe em uma viagem sofre um acidente também fatal. Parecia que tudo ia desmoronar, eu com apenas 19 anos, casado, com uma filha e mais 3 irmãos, Henrique mais próximo com 17 anos, Kaliana com 9 e Patrick com 7. Havíamos perdido nossos dois maiores pilares, nossos pais. Mas Deus não havia de nos deixar desamparados, nossa avó Aura, mãe de meu pai, morava conosco praticamente desde que meus pais se casaram, e mesmo ela com muita idade, 70 anos, cumpriu o papel de mãe e pai para com meus irmãos mais novos. Foi a partir desse momento, que vi o tamanho da responsabilidade que o destino havia me determinado. A loja era nova, estava no mercado há apenas 5 anos, tínhamos um sócio que acabou se desvinculando da sociedade. Ficamos apenas eu e meu irmão Henrique para tocar o negócio, e não foi fácil. Nesse meio tempo tivemos que vender alguns poucos patrimônios que nossos pais haviam nos deixado para poder continuar com a empresa, seguir nossas vidas e dar condições de estudo para nossos irmãos. Nossa família continuou aumentando. Quatro anos após o nascimento de Ana, minha primogênita, chegou nosso segundo filho, Pedro e três anos depois, nossa filha caçula Lia. Foram muitos momentos de altos e baixos, até conseguir educar e formar todos, exceto eu, que mesmo nas dificuldades vim me formar 174
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depois, já com 44 anos, em Administração de Empresas. Nesse meio tempo a loja deixada por nossos pais teve de ser fechada. Mas não paramos! Ao longo dos anos, com a ajuda e suporte de meus filhos já crescidos e da minha esposa, colocamos a Comodoro Colchões e Comodoro Store, especializadas em móveis, colchões e decorações. Sou Cursilhista, sócio ativo do Rotary Club de Mossoró desde 1998, com 21 anos dedicados a essa instituição, passando por todos os cargos administrativos, sendo inclusive presidente por duas oportunidades, sempre buscando e conseguindo realizar várias ações. Em tudo que faço me dedico ao máximo, não fugindo dos obstáculos, procurando sempre enfrentá-los, tentando resolver da melhor forma e mais ágil possível. Hoje, sinto-me um homem realizado, vejo meus irmãos com suas famílias, meus filhos formados e encaminhados e a minha esposa, pessoa a qual sempre esteve ao meu lado, em todos os momentos. Por isso, sou muito grato a Deus pela família que tenho.
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www.fabiomeireles.com.br
NOME DO AUTOR
PAULO JOSÉ BENEVIDES
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“P
aulo José Benevides surgiu no meio da música aos cinco anos, quando cantou a Serenata, de Schubert. Aos 10, conheceu, aprendeu e apaixonou-se pelas canções e baladas
de Elvis Presley e Frank Sinatra, aos 13 anos já era um profissional da música, cantando em diversos eventos sociais em Fortaleza. Aos 17 anos dedicou-se ao seu estudo teórico na Universidade Estadual do Ceará. Passou a interpretar, também, árias de óperas famosas, tendo cantado como barítono: “Deh Vieni alla Finestra” da ópera “Dom Giovani” de Mozart, “Pari Siamo” de Giuseppe Verdi e “Vision Fugitive” da ópera “Herodiade” (respectivamente); Apresentação (exclusiva), dia 19 de novembro de 2002, no Teatro da Embaixada Russa (Vienna-Áustria), interpretando da música lírica ao tango; Ultrapassou as 100.000 (cem mil) cópias vendidas, somando a publicação de seus 6 CD’s. e 3 DVD’s. Um cantor na verdadeira acepção do termo - com voz e interpretação que, certamente, encherão de orgulho os cearenses”. (Egídio Serpa, na apresentação do CD Romance e Louvor, 1998) Foi atração musical de mais de 3 mil cerimônias e recepções pelo Nordeste e até fora do país... em Houston (2002), Paris (2009), Vienna (2003), Jerusalém (2009). Em 2017 gravou um DVD em Nova Iorque, denominado “Paulo José IN New York”, com a Terra Symphony Orchestra, sob a regência do maestro Arthur Barbosa, onde presenteia seus fãs com o melhor da sua voz. Logo em seguida sendo convidado pela Rede Globo para participar de um quadro no Programa Domingão do Faustão, onde dá mais show com seu talento e voz. Foi o primeiro a ser agraciado com a Medalha Humberto Teixeira, principal comenda cultural do Estado do Ceará. Segue uma agenda de shows bem intensa hoje no Brasil e nos Estados Unidos, onde tem se apresentado em clássicas casas de Jazz na Big Apple.
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ricardo lopes
NOME DO AUTOR
Petras Vinicius de Sousa
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asci em 23 de agosto de 1985, no seio de família pobre da Rua Joaquim Nabuco, bairro Belo Horizonte, o famoso BH, em Mossoró, Rio Grande do Norte, onde permaneço até hoje e, à época,
era bem mais simples do que agora – mesmo que de lá para cá, muito pouco tenha mudado. Minha mãe, Ana Maria (Aninha), solteira, vivia sob o teto dos meus avós e me fez vê-los também como pai e mãe. Enquanto ela trabalhava, numa busca incessante para que eu pudesse ser “bem-criado e educado”, meus avós assumiram a base da formação humana que me fez ser quem eu sou. Papai, Pedro Cardoso, extremamente católico, dava tudo de si por aqueles que, ao seu olhar, tivessem menos condições de uma vida digna do que nós. Fosse um amigo ou desconhecido, rapidamente ele se mobilizava para ajudar. Mamãe, Albecina Cardoso (Dona Cininha), uma dona de casa de personalidade forte e muito protetora dos seus, se ocupava da família e do cuidado com os filhos e netos. Aos 7 anos, descobri que não seria mais o único xodó da casa, Aninha estava gestando um irmão pra mim, Higor, e todas as atenções se voltaram para aquela barriga que não parava de crescer. Uma mulher, solteira, com as dificuldades próprias dessa realidade, agora seria mãe de dois filhos. Minha mentalidade de criança não tinha suporte emocional para entender tudo o que estava acontecendo. Mamãe, ao seu modo, passou a me cuidar mais, rapidamente aprendi a cuidar da casa com ela, enquanto Papai se doava a Higor. Entre ciúmes e amores, sentia que Higor também era responsabilidade minha – e acabou se tornando o filho que nasceu do útero da minha mãe. Minha adolescência tinha gosto de infância. Tudo que uma criança não poderia fazer naquele tempo, eu queria fazer depois dos 10 anos. Meus amigos também eram meus vizinhos, minha liberdade se limitava a poucos quarteirões, ao ver de Mamãe, era muito, ao meu, quase nada. Eu tinha ânsia de ser dono de mim. Desconhecia totalmente a 179
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PETRAS VINICIUS DE SOUSA
palavra utopia, menos ainda que ela significava a minha vontade de ganhar meu próprio dinheiro. Se ela não existia, eu poderia fazer alguma coisa e ser pago por isso. Comecei a trabalhar, sem deixar de estudar. Um dos principais cruzamentos da cidade, entre as avenidas Alberto Maranhão e Augusto Severo, de intenso trânsito de gente, carroças, carros e motos indo e vindo em todas as direções merecia um bom vendedor de jornal que poderia ser eu. Fui lá e comecei, ultrapassei a limitação territorial criada por Mamãe. Dinheiro pouco, mas num bolso que antes só tinha vento e costura... Durante as férias da escola dava pra encaixar mais empreendimento: “pastorar” bicicletas. O lugar escolhido foi o Mercantil São Francisco, atual Supermercado Queiroz da av. Alberto Maranhão, no BH. Os clientes que chegavam para fazer as compras de casa podiam ficar despreocupados com as suas magrelas, eu estava lá cuidado de todas, e esperando deles as moedas dadas como troco pelo mercado. Esse dinheiro, literalmente suado, servia pra comprar tudo que um adolescente quer e não pede aos pais, porque provavelmente vai escutar um sonoro não. Não estava entre as minhas opções esperar pela vontade deles de me darem uns trocados. Se me dessem, ótimo. Se não, eu já os tinha ganhado honestamente e de forma muito mais atrativa. Nesse período, um dos compradores de jornal me ofereceu uma bolsa de estudos na escola dos meus sonhos, o Colégio Diocesano Santa Luzia. O cliente era, ninguém menos que, Padre Sátiro Cavalcanti Dantas. Ganhei mais que uma bolsa, ganhei um amigo, um exemplo, um mestre e um orientador. Papai, meu avô, era cambista do jogo do bicho – só adulto descobri que a legislação penal não permite a prática, o que parece um mito, visto a quantidade de famílias da nossa região que, nos dias de hoje, ainda comem em virtude das apostas de 001 a 25, entre avestruzes e vacas. De tanto vê-lo anotando jogos, me tornei um especialista no assunto, e não tem um número que eu não saiba que bicho é. Quem sonha 180
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com animal e me disser, eu digo em qual o palpite a ser feito. Se papai adoecia, eu assumia o negócio, fazia as rotas e vendia exatamente como ele. Os clientes fieis, que se juntavam na porta da Padaria Progresso, Alto da Conceição, do memorável Zeca de Belo, era o meu destino certo pra não voltar pra casa de mãos vazias. Também trabalhei nessa padaria melando os pães pra assar e vendendo no balcão. Vale dizer que a política já me fascinava. Sempre gostei de assistir aos comícios e discursos que fazem saltar a veia do pescoço. O conselho comunitário do Alto da Conceição foi o meu primeiro contato com o engajamento social e os desafios de se representar os interesses da comunidade. Através dele fiz amizades e consegui com o empresário Nilson Brasil, uma oportunidade para trabalhar na Feira Industrial e Comercial da Região Oeste (FICRO) como panfleteiro. O conselho também me apresentou a então Secretária Municipal de Ação Social de Mossoró, Cláudia Regina, e foi admiração na certa. Eu nunca tinha visto alguém que mesmo ocupando um cargo no mais alto escalão no município agisse com tanta humildade com as pessoas comuns. Cláudia me reconhecia todas as vezes em que nos encontrávamos e sempre me chamou pelo nome. Descobri que a gente é o nome que tem, e pra ela, eu existia como Petras. Muitas vezes a procurava na secretaria que ela chefiava e, entre os despistes da secretária e a minha insistência, de repente a porta do seu gabinete se abria seguida de um “Petras, tudo bem?”. Isso me cativou. Faz a diferença sentir que quem admiramos nos olha com respeito e faz a gente se sentir único entre tantos. Em pouco tempo, me vi pedindo votos para a chapa onde Cláudia Regina era candidata a vice-prefeita de Mossoró/RN. A vontade de ter um dinheirinho no bolso deu lugar ao desejo de ver uma pessoa que eu admirava tanto, como a segunda mulher na linha sucessória do Poder Executivo da minha cidade. Me voluntariei por puro bem-querer. Eleita, Cláudia me convidou para compor a sua equipe de trabalho como, 181
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PETRAS VINICIUS DE SOUSA
formalmente, servidor especializado. Digitador, pra ser mais específico. Uma honra. Éramos colegas de trabalho. Logo, passei a atender as pessoas que procuravam por ela no seu escritório de trabalho. Notei que as pessoas, acima de dinheiro ou qualquer tipo de ajuda que se possa esperar de alguém, queriam estar com Cláudia. O Orkut abria a era das redes sociais. Criei o Orkut dela. Alimentava a página com todos os conteúdos que pudessem aproximá-la deles, como ela havia se aproximado de mim. Tudo o que eu pudesse fazer para ajudar Cláudia a ser mais presente na vida do povo, eu fazia. Por ela. O seu trabalho a fez a vereadora mais votada daquela eleição, em 2008. O nosso trabalho me fez assessor da vereadora. Nesse período troquei a moto por um carro usado. Pode até parecer pouco, mas para quem sempre lutou pra construir as próprias coisas, era muito. A assessoria me mostrou o poder transformador da política na vida dos cidadãos. Ser assessor de Cláudia me fez enxergar possibilidades de transformar vidas através da maneira preocupada e comprometida que ela tinha de propor leis e tirá-las do papel. Letra morta em papel branco não garante direitos ou responsabiliza ninguém. Eu sentia que ela me preparava para algo maior, algo que as pessoas pudessem ser parte do trabalho que nós fazíamos. Estávamos nos preparando para dar à população uma opção, um futuro construído com a participação de todos: homens, mulheres, crianças, pessoas com deficiência, estudantes, trabalhadores, empresários… Entendi que a política era uma atividade comunitária. Se feita por alguém isoladamente, não faz sentido nem dá sentido a nada. Em 2012, a cidade a elegeu prefeita e ela me fez seu ajudador para assuntos institucionais e relações públicas. Fez surpresa pra me dizer que eu faria o que sempre foi reservado a grandes nomes da sociedade mossoroense. Percebi que ela acreditava em mim e era preciso honrar a missão dela através do trabalho que eu iria fazer. Que desafio enorme. 182
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Que sala de aula incrível. Eu, com autonomia pra agir, sem perder a humildade de continuar aprendendo. Há anos eu estava aprendendo com ela. Era hora de mostrar que valia a pena toda a preparação de quase 15 anos. Quis o destino que fizéssemos em 11 meses o planejado para quatro anos. Com mais de 1500 votos, a cidade me elegeu vereador. Estamos trabalhando no terceiro ano do nosso mandato. Em 2018 recebemos a honrosa titulação de Vereador do Ano. Em junho deste ano, fomos pela segunda vez consecutiva, premiados como Destaque Nacional por projetos de protagonismo juvenil e inclusão social, com a mesma humildade que guardava os jornais que seriam vendidos na esquina do Colégio das Irmãs Hospitaleiras. O poeta diz que “o caminho se faz caminhando”. Repito. Hoje, estou representante do povo a quem pertenço. O amanhã pertence a Deus. Eu sou Petras Vinicius de Sousa e essa é a minha história.
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JEFFERSON FERNANDES
NOME DO AUTOR
Raphael Martins Machado Gonรงalves
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orria o ano de 1983... No campo da tecnologia surgiam os “mouses” de computador, as “câmeras de vídeo em VHS,” os “caixas eletrônicos” e os “Compact Discs.” Nelson Piquet, se
consagrava campeão mundial de Fórmula 1. Evandro Mesquita (líder da Blitz, uma das bandas de rock mais populares dos anos 80) fazia muito sucesso no Cenário Musical. Na TV, estreavam os programas “Bom Dia Brasil,” “Vídeo Show” e “Balão Mágico,” pela Rede Globo. Fortes chuvas castigavam o Sul do Brasil, especialmente Santa Catarina, enquanto o Nordeste sofria com uma das piores secas da sua história. A seca iniciada em 1979, chegava ao auge, deixando milhares de famílias desabrigadas, sem água. O milagre econômico da década de 1970 dava lugar a uma recessão brutal. O Brasil sofria com o baixo crescimento econômico, a inflação alta e o elevado custo de vida. O CRUZEIRO era a unidade monetária do País. Na pacata cidade do Assu/RN, um casal: Benvenuto Gonçalves Neto e Maria das Graças Martins Machado Gonçalves, pais de 2 filhos, sonhava e aguardava com muita ansiedade o nascimento do terceiro filho, que na Pia Batismal receberia o nome de Raphael. Foi numa primeira sexta feira do mês, em 05/08/1983, que nasci, sob os cuidados do Dr. Ivis Bezerra, na Maternidade Januário Cicco, em Natal. Meu Pai, um homem sério, responsável, comprometido com a sua profissão – Cirurgião Dentista – também era apaixonado por Educação e contribuiu significativamente para a criação de um Campus Universitário em Assu, assumindo com muita dedicação a primeira coordenação daquela Unidade da Fundação Universidade Regional do RN, que abria novas perspectivas para a cidade e para todo o Vale do Assu. Minha Mãe, Maria das Graças Martins Machado Gonçalves, tem formação superior em Pedagogia e foi aluna da primeira turma daquele Campus Universitário, que o meu Pai ajudou a criar, nos idos de 1974. 185
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RAPHAEL MARTINS MACHADO GONÇALVES
Tenho dois irmãos biológicos (Benvenuto Gonçalves Neto e Cássio Alexandre) e um terceiro (Thiago Martins) que os meus pais adotaram, quando os três filhos já estavam adultos. Tive uma infância feliz, uma adolescência tranquila e sempre me senti muito amado pelos meus pais, meus familiares e meus amigos. Iniciei minha vida escolar, em Assu/RN, no Educandário Nossa Senhora das Vitórias, onde cursei até o 5º ano. Conclui o Ensino Fundamental em Natal, na CAP, onde também cursei o Ensino Médio. Sou oriundo da Escola Privada. Os meus Pais sempre se preocuparam em me oferecer as melhores escolas do lugar onde morávamos. Estava com 19 anos, quando fui morar em João Pessoa, onde Cursei Medicina, na Faculdade de Ciências Médicas. Sempre desejei trabalhar na área de saúde, porque me sentia feliz cuidando das pessoas. Nos primeiros anos da Faculdade, pensei que seria Cardiologista, mas fiz Residência Médica em Ortopedia. Hoje tenho certeza de que fiz a escolha certa. Terminei o Curso de Medicina em 2010 e antes de iniciar a residência médica, tive a oportunidade de trabalhar como Clínico Geral em Macau/RN, Assu/RN, São José de Campestre/RN e Natal/RN. Foi um período de muito aprendizado e de contato direto com carências e fragilidades do Sistema público de saúde. Sempre procurei dar o melhor de mim aos que buscavam os meus serviços, convicto de que a cura do paciente começa na consulta e na relação de confiança que ele estabelece com o seu médico. Em 2011, fui para Arapiraca/AL e lá, cursei Residência Médica em Ortopedia. Cheguei a Mossoró/RN em 2014, cheio de sonhos e de esperança, estimulado pelo meu tio Vavá da Mata. Poderia ter ficado em Natal, onde meus pais e muitos familiares residiam... Poderia ter voltado pra João Pessoa, onde tinha um grande círculo de amigos e muitos 186
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familiares, mas decidi viver os meus primeiros anos “Pós-Residência” Médica, em Mossoró. Trabalhei no Hospital Tarcísio Maia, em Clínicas Médicas Particulares, até que me somei a quatro amigos, com quem tinha muita afinidade, e, juntos tornamos realidade o sonho de criar o Instituto de Ortopedia e Traumatologia–IOT, inaugurado em fevereiro de 2018. Nosso propósito: prestar os melhores serviços de atendimento clínico, com diversas especialidades ortopédicas, em atendimento contínuo, todos os dias da semana. Também trabalho como Cirurgião, e presto serviços médicos no Hospital Wilson Rosado. Fiz da Medicina a minha profissão e ao mesmo tempo a minha melhor forma de “servir”. Sou um homem simples, preocupado com o Bem Comum, temente a Deus e acredito que todo Bem que fazemos ao nosso semelhante, se reverte em benefício para nós mesmos. Amo e respeito a minha família, os meus amigos e faço tudo que está ao meu alcance para não frustrar as pessoas que acreditam em mim. Sou cumpridor dos meus deveres e faço aos outros, aquilo que gostaria que fizessem por mim. Gosto de viajar, de conhecer pessoas e lugares diferentes e sinto que me enriqueço, sempre que me permito viver novas experiências, conhecendo novos lugares e diferentes culturas. Acredito nas pessoas, mesmo que muitas vezes me sinta decepcionado. Hoje sei, que quando isso acontece, sou um tanto quanto responsável, porque costumo criar expectativas, e as pessoas não têm que ser como eu gostaria que elas fossem. Gosto de rezar. Acredito muito na força da oração e sei que Deus só nos permite os desafios que temos forças para superar. Sou muito grato aos mossoroenses porque aqui me sinto amado, respeitado e valorizado. Aqui, pretendo criar mais raízes, casar com Waléria Feitosa, ter filhos e continuar retribuindo, com o meu trabalho, todo carinho que tenho recebido nesta cidade.
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JEFFERSON FERNANDES
NOME DO AUTOR
Ricardo Jorge Alves Figueiredo
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Cirurgião-dentista graduado pela Universidade Federal da Paraíba, especialista em Dentística Restauradora pela Faculdade São Leopoldo Mandic, mestrando em clínicas odontológicas pela Universidade de Fortaleza, professor de dentística pré-clínica e clínica do curso de odontologia da Faculdade Nova Esperança-RN DEVANEIOS DE UMA CRIANÇA
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esde a infância sempre fui preocupado com “o que quero ser quando crescer”. Algumas opções me encantavam: ser da área da saúde e ser professor. Certo dia, por volta dos 7 anos de
idade, na sala de espera do consultório da minha dentista, Dra. Graça Lopes, nossa eterna “Gagaça”, fonte de minha inspiração maior, parei e olhei para a placa de identificação na porta do consultório da mesma. Lembro-me que o fascínio tomou conta da minha cabeça e minha imaginação viajou. Naquele momento olhei para minha mãe e disse: “Um dia vou ser dentista e vou ter meu nome assim, na porta de um consultório”. Poderiam ser palavras soltas ao vento por uma criança, mas isso marcou. Não só marcou a memória da minha mãe, como a partir daquele momento tinha escolhido a “profissão dos meus sonhos”. Lembro-me que isso passou a fazer parte das minhas metas: estudar para passar no vestibular de odontologia. Naquela época - meados do final da década 1990, não era tão fácil e acessível fazer uma faculdade, tendo que deslocar-se para outra cidade, estudar em instituição pública. E isso fazia com que algumas vezes pensasse em desistir do curso de odontologia e seguir a carreira de professor, mas não conseguia identificar qual área docente seguir. 189
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RICARDO JORGE ALVES FIGUEIREDO
Foi então, durante a feira de ciências do Colégio Diocesano Santa Luzia, que eu decidi fazer um projeto sobre odontologia, com toda ajuda e apoio da doce ternura “Gagaça”. Ali decisivamente me encantei pelo curso, pela profissão. Já não me via fazendo “outra coisa quando crescesse”. Em 2001, passei no primeiro vestibular que concorri para odontologia na Universidade Federal da Paraíba (UFPB) em João Pessoa, casa essa que sou eternamente grato pela formação técnica, humana e social a mim dispensada. Lembro-me como se fosse hoje da alegria do meu pai Geovan Figueiredo de Sá (in memoriam) nesse dia, ao qual dedico todo meu sucesso intelectual até hoje. Seus olhos transbordavam de alegria e a partir dali ele faria todo possível e impossível para tornar meu sonho realidade... Junto com a faculdade vierem lutas, obstáculos, noites em claro, saudades, tristezas, perdas familiares, motivos que muitas vezes colocariam meu sonho em jogo. Mas o meu amor pelo curso e o sonho da formação acadêmica que já não era só meu e sim de toda família, falava mais alto: Continue, sempre! Na vida acadêmica, não posso esquecer dos mestres que tive, mas, uma foi especial: Dra. Ana Karina Maciel Andrade, uma mestra que fez reacender dentro de mim a paixão pela docência e mostrar que eu poderia aliar as duas profissões que me encantavam quando criança: Ser dentista-professor ou professor-dentista. Karina, minha eterna “mãezinha”, era carinhosamente assim que a chamava, me ensinou muito além da dentística (especialização que escolhi para minha vida), ela me ensinou a ser uma pessoa melhor, me ensinou a ser amigo, a saber a hora certa de cada coisa. Me ensinou sobre vida! À você, minha eterna gratidão! Hoje, só posso dizer que sou realizado profissionalmente: sou dentista e professor. Exerço a profissão de cirurgião-dentista com atu190
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ação na área de odontologia estética, onde me encanto por cada sorriso que posso melhorar, por cada oportunidade de devolver o melhor da vida que é sorrir, e sou professor universitário do curso de odontologia da Facene-RN com muito amor, orgulho e dedicação, onde aprendo e cresço a cada dia com as trocas de experiências compartilhadas. Por isso, caro leitor, nunca duvide dos sonhos de uma criança, pois pode ser que você amanhã esteja no palco, aplaudindo a realização do sonho dela.
“O meu amor pelo curso e o sonho da formação acadêmica que já não era só meu e sim de toda família, falava mais alto: Continue, sempre!”
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ricardo lopes
NOME DO AUTOR
RICARTTE BETTSON
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Nasci em Mossoró, sou o segundo de três filhos. A minha mãe se chama Raimunda Fernandes do Nascimento e o meu pai é José Maria do Nascimento. As minhas irmãs são Sheila Kalina Fernandes do Nascimento e Savitça Kelly Fernandes do Nascimento. A minha esposa se chama Mishelângela Medeiros Dantas Fernandes, com quem temos dois filhos: Mateus Medeiros Fernandes e Maria Clara Medeiros Fernandes.
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resci até os 13 anos no Bairro Boa Vista. Meus pais tinham uma casa na Rua Francisco Solon, vizinho a vários tios e tias, e, com muito carinho lembro da minha avó materna Hilda e do meu avô paterno Seu Zumba. Ela era a minha vozinha, com quem convivi muito próximo até os 7 anos e com quem aprendi que a felicidade da vida está nas coisas simples. Já com Seu Zumba, um mestre de obras de mão cheia, me lembro de subir várias vezes na nossa casa durante o período da construção e ele me ensinava a fazer tudo de forma correta e com qualidade. Os dois, com certeza, junto com os meus pais, me ensinaram ainda pequeno que o caráter de uma pessoa é construído todos os dias e que é importante não desistir nunca daquilo que realmente acreditamos. Me lembro de ainda pequeno muitas vezes ir andando para a escola, o Instituto Alvorada. Vida tranquila aquela, hein? Gostava de ir por ruas diferentes para ir conhecendo os moradores que ficavam na calçada e assim fui ganhando muitos amigos. Deixei o Instituto Alvorada e fui para o Colégio das Irmãs (como gostávamos de chamar), depois de uma concorrida disputa de vaga - algo bem difícil naquele tempo. Lá estudei muitos anos e é de lá também que mantenho amizades até hoje do período escolar. Ainda passei pelo Diocesano e Anglo até chegar à Universidade. Conclui o curso de Jornalismo na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Eu sempre gostei muito de escrever, então a escolha do curso em si veio naturalmente. Aproveitei 100% o período da universi193
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RICARTTE BETTSON
dade, me aprofundando no crescimento intelectual e pessoal. Participei de grandes projetos envolvendo a TVU e Agência de Comunicação da UFRN (foi aí que descobri a minha vocação para a publicidade). Logo cedo também passei a conviver com grandes nomes do jornalismo potiguar, com os quais aprendi a importância da ética nessa profissão, motivo que me faz defender de forma rigorosa a importância do diploma no Jornalismo. Morava com amigos em Natal e isso fez com que eu crescesse mais rápido. Dividíamos tudo, das tarefas cotidianas às compras e também os problemas. Éramos jovens demais, então ficávamos planejando o futuro. Hoje percebo como esse período foi importante para eu aprender a valorizar tudo. Em uma época específica, quando já trabalhava e estudava, saía de casa às 7h da manhã e chegava às 23h, todos os dias da semana, andando de ônibus. Quer saber? Isso sempre me deixou cheio de orgulho, principalmente por, tão novo, já ter a minha independência financeira. Tinha 18 anos nessa época, acho que foi aí também que descobri a minha outra vocação, essa para o empreendedorismo. Ainda como estudante universitário, passei pela Assembleia Legislativa, Revista RN Econômico e Diário de Natal, mas foi na Oficina da Notícia que mais me identifiquei, onde também colecionei mais amigos de profissão em Natal. Sempre achei que somos o produto do que fazemos todos os dias, então eu saía de estagiário para gerente da empresa ou para repórter das matérias de capa de forma muito rápida, até o momento em que percebi que eu deveria ser dono do meu próprio negócio. Mas não foi exatamente assim que surgiu a Zumba Comunicação. Eu estava resolvendo se iria mudar para Fortaleza depois que pedi demissão dos locais que trabalhava em Natal. A ideia era passar 1 ano morando em Mossoró, para deixar meu filho mais velho em contato com os avós. Nesse período, passei numa seleção de uma grande empresa de Fortaleza, hoje com atuação nacional, e trabalhava em Mossoró dando consultoria de marketing para algumas empresas. Foi na produção de um trabalho específico que surgiu a Zumba, e tudo aconteceu de forma muito natural. Quando me dei conta já estava numa sala pequena alugada, 194
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já tinha comprado alguns móveis com um dinheiro emprestado de um cunhado e já tinha dois funcionários. Era a Zumba começando e já se vão 13 anos. Tenho muito orgulho do que fizemos em tão pouco tempo. Fomos a primeira empresa de Mossoró a conseguir incluir peças publicitárias no Clube de Criação de São Paulo, somos a única empresa da região com certificado de normas técnicas há mais de 10 anos e já emplacamos até campanha nacional em TVs de aviões. Hoje me dedico a área de qualidade e novos investimentos da empresa. Foi assim que surgiu a Escola Flamengo e a parceria com um grupo de comunicação da cidade. Mas a cabeça não para, está vindo mais um produto para o mercado, fruto de uma nova parceria com um grupo de Natal, voltado para a área de comércio eletrônico. Se tenho tempo para a família? Com certeza. Nessa semana tirei dois dias para assistir o meu filho jogar bola. Antes de escrever esse texto fui com a minha esposa e filha fazer algo que adoramos no domingo à tarde: comer em padaria e depois passar numa sorveteria. A família é a base de tudo e adoro a minha. Adoro a preocupação de Maria Clara com a apresentação que vai fazer na escola, as encrencas de Mateus com a irmã, os almoços de domingo com meus pais e irmãs, e sentar na calçada da família da minha esposa, pois além de brincar com a minha sogra isso me faz lembrar os tempos da calçada da minha vozinha. Já estou na casa dos 40 anos e sinto que estou no meu melhor momento. Meus melhores amigos são amigos de infância. Tenho uma esposa, filhos e familiares que me amam. Tenho empresas que me motivam todos os dias a trabalhar e aprender mais. E meu filho olhou para mim, alguns dias atrás, para dizer que vai estudar para ser publicitário. Agora já tenho até como me aposentar mais cedo (brincadeira). Disse a ele o que repito para qualquer jovem com quem converso hoje em dia: ganhe o mundo primeiro, filho. Viva novas experiências, seja o melhor no que faz e depois você volta para Mossoró, pois o melhor lugar do mundo é a nossa casa, é onde nascemos.
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NOME DO AUTOR
Rogério Nonato de Oliveira
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De origem humilde, o Arquiteto e Empresário da D’Cazza Planejados e Off7 Arquitetura, Rogério Nonato de Oliveira, nasceu no dia 7 de setembro de 1980. É o primeiro de quatro filhos da união do marceneiro, Raimundo Nonato de Oliveira com a dona de casa, Lindalva Bezerra de Oliveira.
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ogério, ou Roger como é mais conhecido, iniciou a vida ajudando seu pai na serraria São Domingos, empresa do seu avô paterno, nas horas vagas, vendeu balas, flores de papel crepom e
cachorro quente, sempre acompanhando seu pai nas festas. Trabalhou também com lixo reciclável para ajudar a família nas despesas de casa. Com esse espírito empreendedor e determinado, o menino contribuía de forma coletiva com o sustento e união da família, ajudando os pais na educação dos seus irmãos mais novos, que moravam numa casa humilde do nobre bairro Nova Betânia. Roger não se intimidava por morar no bairro dos ricos da cidade e nem pertencer à mesma classe social que seus vizinhos. Muito pelo contrário, ele encontrou nos estudos, o caminho e a força para direcionar seu ideal, e decidiu escrever sua própria história vencendo toda e qualquer adversidade. Eram muitas, por diversas vezes não tinha dinheiro sequer para o lanche na escola, mas nem por isso temia o futuro. Sua vida estudantil iniciou na Escola Municipal Professor Antônio Fagundes, onde cursou o primário e o ginásio. Depois foi para o Centro de Educação Integrado Professor Eliseu Viana, e, por lá, terminou o curso Técnico de Contabilidade. Como não tinha condições de cursar Arquitetura em Natal, Roger optou por Matemática, sendo aprovado na Universidade 197
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ROGÉRIO NONATO DE OLIVEIRA
do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). Concluiu o curso em 2009, era apenas mais uma etapa que o futuro arquiteto vencia com louvor. Com a chegada da Universidade Potiguar (UnP), em Mossoró, Roger finalmente realizou o sonho de cursar Arquitetura. Em 2015, o filho do marceneiro seu Raimundo e dona Lindalva, colou grau no Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo. Vale registrar que ele passou um produtivo período, 17 anos para ser mais exato, trabalhando na Viação Nordeste como auxiliar de vendas de passagens, e, foi promovido na empresa, com todos os méritos, nos cinco últimos anos, a Gerente; função essa que exerceu com maestria e competência, mesmo depois de formado, com duas graduações: Matemática e Arquitetura. Passando a limpo as lembranças, até parece que foi ontem que o vendedor de balas nas festas era o menino que rabiscava nas folhas em branco desenhos de casas; fazia maquetes com cartolina, confeccionava barcos de papel e carrinhos de lata de sardinha para brincar com seus primos. Já para as meninas, ele fazia brinquedos de madeira, ou seja, cama para as bonecas, armários, abajur e penteadeiras. A renda familiar só dava para as despesas de casa. Os brinquedos das propagandas na televisão da vizinha eram algo que não fazia parte da sua realidade. E nem por isso deixou de ter uma infância feliz. Sua criatividade nascia nos brinquedos que construía. E é assim que hoje em dia, o menino sonhador se destaca com seu lugar ao sol. Tornou-se empresário no universo da arquitetura. Atende Mossoró e região, além da capital do estado. Investe no conhecimento diário, participa de feiras, exposições e congressos realizados no Brasil inteiro. Foi apresentador do Presença Decor - programa Presença com Marilene Paiva, gravou na CASA COR Paraíba. Roger diz que não vai parar e deseja voltar para a sala de aula. O pai, seu Raimundo, gerencia os trabalhos com oito funcionários na 198
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empresa. Foi espelho para o irmão caçula Rodrigo Oliveira, que terminou Arquitetura e faz parte da equipe D’Cazza e Off7 Arquitetura. Olhar para o passado é lembrar com gratidão de todos os momentos. E ver com tanto orgulho e emoção, o pai, que antes de tudo, foi exemplo de ser humano, amigo e esposo. Rogério acredita que a família é o maior tesouro que se pode conquistar. Dedica suas vitórias à presença da grande mulher que é sua mãe. Compartilha carinho pelos irmãos e sobrinhos.
Roger é o cidadão de suas realizações. E, em seu pensamento, o melhor ainda estar por vir.
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NOME DO AUTOR
Sidnei Ragazzi
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asci em Monte Santo de Minas (MG), no dia 31 de janeiro de 1950. Filho mais velho de Melchiades Ragazzi e Anésia Alves Ragazzi. Meus avós paternos eram italianos e chegaram
ao Brasil no ano de 1906, mais precisamente. Venho de uma origem humilde, meu pai era açougueiro e minha mãe costureira e dava aulas de costura. Estudei no Grupo Escolar Wenceslau Braz, de Monte Santo de Minas (MG), onde fiz os quatro anos do grupo (como eram chamados os quatro primeiros anos do ensino básico) concluídos no final de 1960. Em janeiro de 1961, mudamos para a cidade de Americana (SP), conhecida com a “Princesa Tecelã”, pois concentrava um grande número de empresas da área têxtil, um verdadeiro polo industrial produzindo tecido para todo o Brasil e vários países. Ao chegar nessa cidade, o meu pai comprou um açougue em sociedade com um irmão. Nossa vida mudou para melhor. Para continuar os estudos, isto é, cursar o ginásio (como eram chamados os quatro anos seguintes do ensino básico), era preciso fazer um teste chamado Exame de Admissão. Por causa da mudança de cidade, perdi o exame e então fiz um ano de curso preparatório para prestar o exame do ano seguinte. Foi, sem dúvida, um dos melhores anos da minha vida. O curso foi no Colégio Salesiano Dom Bosco de Americana. Os meus professores eram dois padres, que muito contribuíram para a minha formação. Naquela época, o colégio cumpria à risca os princípios cânones da filosofia salesiana criados por São João Bosco, no século 19. Essa escola era aberta a toda a população. Foi um ano de muito aprendizado e crescimento. Havia um sistema de premiação com medalhas pelo desempenho dos alunos durante o ano. Tive a felicidade de ter sido agraciado com a medalha de melhor desempenho não só da minha classe como de todo o colégio. Ao final do curso, em dezembro de 1961, prestei o tal exame de admissão e fui aprovado para cursar o ginásio na única escola pública 201
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SIDNEI RAGAZZI
da cidade de Americana naquela época, o Instituto de Educação Presidente Kennedy. Em meio à grandes mudanças e ebulição dos anos 60, e trabalhando com meu pai no açougue, fiz o ginásio e o científico (uma de três opções que havia para o curso colegial na época: o Clássico com forte ênfase para Ciências Humanas e Área de Letras, o Normal para o Magistério, e o Científico para quem quisesse seguir estudo nas Ciências Exatas e Naturais). No término do ano de 1969 e início de 1970, prestei vestibular em várias faculdades para o curso de Engenharia Civil e passei em algumas, mas preferi ficar na Universidade Estadual de Campinas-UNICAMP por vários motivos, entre eles, a proximidade de casa, minha residência. Como a universidade funcionava em período integral e eu precisava ter alguma renda para custear os gastos resolvi vender roupas. Nessa época, não havia muitas lojas de confecção como hoje, então eu ia às revendas de confecções em São Paulo, trazia as novidades para Americana e vendia nos fins de semana para amigas e amigos. Assim, vivi por quatro anos e ainda consegui ajudar em casa. Em março de 1970, quando iniciei meus estudos na universidade, havia o sistema de curso básico para Ciências Exatas. Foi aí que conheci a Estatística, curso no qual me graduei em 1974. Fiz graduação e mestrado em Estatística na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas – SP. Logo que terminei a graduação, fui convidado para fazer parte do corpo docente do Departamento de Estatística, do Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica (IMECC) da UNICAMP. Fui professor por 35 anos, onde me aposentei. Participei de vários projetos de ensino, pesquisa e extensão dentro e fora da universidade. Um desses projetos, parceria da Unicamp com a Embrapa, era para estudar a incidência de pesticida em melões e avaliar um método rápido de verificação que estava sendo desenvolvido. Foi assim que conheci Mossoró e suas plantações de melão, 202
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no ano de 1999. Passei uma semana nessa bela cidade, planejando e executando planos de amostragem de coleta de melões. Fiquei muito impressionado pelo tamanho e qualidade de alguns investimentos, na época. Mais tarde, num curso de especialização em Qualidade em Serviços, que eu atuava como instrutor, conheci uma aluna, mossoroense da gema: Neófita Maria de Oliveira Ragazzi, minha esposa. Atuei também em diversos projetos de consultoria, através de parcerias com empresas privadas na área de Melhoria da Qualidade e Produtividade, em indústrias dos mais variados ramos, tais como automobilística, farmacêutica, alimentícia, serviços, etc., não só no estado de São Paulo, mas em vários estados do Brasil. De fato, ensinei muitas pessoas, mas aprendi muito com todas as minhas atividades. Talvez, por isso tudo, eu seja uma solução!
“Talvez, por isso tudo, eu seja uma solução!”
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célio duarte
NOME DO AUTOR
TERÊNCIO BARROS DE SOUZA
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Das criações, das invenções, das viagens, dos sonhos, das possibilidades. Natalense residindo em Mossoró. É médico psiquiatra. Quero primeiro deixar definido algumas coisas: Afeto - vem de afetar, então ele pode ser positivo ou negativo; Loucura - atitude cometida por um louco, seja ela boa ou ruim; Louco - aquele que comete loucuras, que não se adequa às convenções socioculturais da época.
I
nfância vivida criança questionadora que gostava de andar na contramão das doutrinações sociais (andava à noite pelas ruas da minha cidade sem camisa, não queria dar meu paradeiro. Minha literatu-
ra, além dos livros didáticos, eram os jornais, escalar paredes, árvores e coisas perigosas). Eu procurava não seguir alguns ditames sociais. Meus pais tentavam me dizer o que eu podia e não podia fazer, o que era certo e errado, na visão doutrinada e doutrinadora deles.
ADOLESCÊNCIA OFUSCADA Aos 10 anos queria seguir o sacerdócio, entendi na época que queria ser padre, mas desisti, pois não nasci para o celibato, apenas para a caridade, aos 12 anos pedi a minha mãe que me levasse a um psicanalista por achar que minhas ideias divergiam muito das ideias vigentes, aos 13, quis entrar para o PCdoB e conhecer a URSS, meu pai era militar, ou seja, um grande problema...
ADOLESCÊNCIA /ADULTO REALIZADAS O sacerdócio não me saía da cabeça, foi aí que me vi, não como reverendo e sim médico, pois poderia ser caridoso sem ser celibatário. 205
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TERÊNCIO BARROS DE SOUZA
Engana-se quem acha que a medicina é apenas uma profissão que vai lhe trazer dinheiro e status, estes aí citados, até quem nunca estudou tem, dependendo do que saiba fazer. Existe um padrão de comportamento social que somos doutrinados a seguir desde criança, pelos nossos pais, tios, avós e mestres – são regras estabelecidas, e a maioria das pessoas nem se questionam de onde elas vieram, como surgiram, quem as criou, apenas seguem e passam para as outras gerações, como se fossem robôs, inserindo dados em outros robôs, então pergunto: nós somos seres humanos ou máquinas? Dizem por aí, que sou apontado como louco, por pensar assim. Na verdade,voltando ao estigma de loucura: O que é ser louco? É pensar e agir diferente da maioria. Já pararam para pensar que o seu conceito de sanidade difere do de outras pessoas? Muitos dizem que sou louco por pensar assim. Assim como? Dizem que sou louco, por ser e agir assim. Assim como? Assim, diferente de tantos, diferente de muitos, diferente dos normais. Ser louco - que os loucos me ouçam ou me leiam -, é uma virtude, em meio a este caos de ideias que querem nos padronizar, achando que com isto seremos eternamente felizes. Os sãos não entendem, nem entenderão nunca, pois eles têm preconceito com a loucura, têm medo dela, que só é feliz quem é liberto dentro de seu espaço. Sempre disse que viemos ao mundo para sermos felizes, parece insano diante de tanta tristeza e dureza, mas estas são criadas pelos ditos sãos, e que bom que os loucos não estão nem aí para elas, eles são libertos. O conselho que dou é: liberte-se, aceite quem você é, se livre delas, sem desrespeitar os outros, pois eles também querem ter o direito de viver a loucura deles, isto é o que nos faz felizes. E digo mais, parodiando a famosa canção: “louco é quem me diz, que não é feliz, eu sou feliz”. Somos à imagem e semelhança do criador, então, qual o motivo de não sermos felizes?
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“Louco é quem me diz, que não é feliz, eu sou feliz”.
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ricardo lopes
NOME DO AUTOR
THALES NEGREIROS
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N
ão me recordo com quantos anos exatamente brotou o desejo de ser médico. Uma pergunta recorrente na interação com os adultos na infância. O que você quer ser quando CRESCER?
A resposta surgia sempre meio que automática: MÉDICO! Falava com uma certeza e uma firmeza incomuns para uma criança! Muito interessante ver memórias de outrora brotarem em sua mente, nas horas mais inesperadas e você se ver ali, mas, pelos olhos do adulto, sob uma outra perspectiva e tentar entender o que se perdeu daquela criança que todo mundo já foi um dia! Aliada a essa lembrança, está a imagem do meu primeiro estetoscópio. Aos 3 anos de idade, já andava com um estetoscópio pela casa. SIM! Junto aos carrinhos e bonecos, havia um estetoscópio “de verdade”, inseparável! Um verdadeiro amuleto, mais que um brinquedo! A criança logo se destacou no colégio, passou para a adolescência e foi degrau a degrau chegando mais próximo da realização daquele que se tornou o sonho de uma vida! De uma família! Não só os de casa, mas de tios, primos! Nem tudo pelo caminho dessa criança e adolescente foram flores. Soube desde cedo lidar com os NÃOS da vida e que nem sempre as coisas ocorrem conforme o idealizado! Aos 15 anos iniciando o último ano do Ensino Médio, me mudei para Natal para cursar o Pré-vestibular e me preparar para aquele que seria o maior desafio da minha vida até ali. O menino que foi embora de Mossoró nunca achou que seria fácil, mas também não imaginou a jornada que ali se iniciaria. Noites e noites a fio estudando, uma vida social renunciada. O CDF dos tempos de colégio foi dando lugar a um adolescente obstinado em conseguir atingir a sua meta maior: Ingressar no Ensino Superior! Após quatro anos de cursinho, 13 vestibulares depois, muitos realizados nos estados vizinhos, recebo a notícia da aprovação do meu vestibular. O dia mais feliz de minha vida! Chegava ao fim uma jornada para se iniciar outra, rumo à vida de adulto! RECOMEÇAR! Esse foi o verbo que 209
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THALES NEGREIROS
permeou minha vida em diversos momentos! LEVANTAR! REERGUER-ME! Esse foi sem dúvida, o maior legado que os anos dedicados a ingressar na UFRN me deixaram: o de nunca desistir! Nunca tive medo de cair porque sempre soube que teria suporte na minha família! Incondicional! Pensar no sonho de um dia honrar o JURAMENTO DE HIPÓCRATES e lembrar dos meus pais parece clichê, lugar-comum, em especial, minha mãe! Não bastasse a dádiva de poder aprender diariamente com seus conselhos e ensinamentos, pude crescer com seu amor e apoio incondicionais! Fui agraciado duplamente, por ver na realização do meu sonho, o da minha mãe que sempre desejou ser médica, mas precisou ingressar em um curso universitário que a permitisse trabalhar e estudar simultaneamente, para poder ajudar minha avó a criar meus tios e fazê-los pessoas de bem! Ao concluir o Ensino Superior, ainda embalado pela inquietude de sempre querer mais, saber mais, crescer profissionalmente e como ser humano, decidi ir embora e começar do zero em outra cidade. Sem família, sem amigos! Descobrir o mundo fora da redoma que os nossos pais nos criam, tentando nos proteger das intempéries da vida! Mas o que ninguém ensina é que essas intempéries, cedo ou tarde sempre aparecem. O que muda com o tempo é a forma como você lida com ela: Aprendizado ou uma sucessão de reclamações que poderão azedar o seu dia, quiçá uma vida! Foi interessante sair, conhecer mais do mundo fora do círculo que me criei e que sempre foi e será a minha zona de conforto! Mais interessante e lindo, é voltar e perceber que todos os que você mais ama, sua família, permaneceram do seu lado, de braços abertos para te receber e vibrar com você nas suas vitórias e chorar abraçado nas suas derrotas! Como todo geminiano, sempre fui multifacetado, podendo ir de uma timidez que só me faz observar tudo em silêncio, ou tagarelar sem parar quando me sinto à vontade com os demais a minha volta! Escolhi 210
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justo a profissão que mais precisa ouvir. Talvez seja exatamente por isso que fora do meu ambiente de trabalho falo tanto! Tem sido incrível depois de anos de profissão entender realmente qual o meu papel na vida! Entender a responsabilidade e a empatia que devemos ter com o outro, em especial daqueles que nos procuram em nossos consultórios. Saber ouvir! E aconselhar com ética e responsabilidade! Ser médico é entender que, muitas vezes o remédio que o paciente precisa é de alguém que esteja disposto a ouvir! É tentar, não esquecendo a semiologia, tocar de forma verdadeira a vida e a alma do outro, sanando os problemas! A arte de cuidar do outro, é dom! É vocação! E por falar em Arte, essa sempre foi uma outra marca presente desde criança: a habilidade nos trabalhos manuais, o teatro... O verdadeiro artista é aquele que entende que pode canalizar o seu senso estético no que quer que ele decida fazer de sua vida como profissional! Eu escolhi expressar a minha arte, a minha verdade, através da Dermatologia, melhorando a autoestima das pessoas tentando através de pequenas intervenções, mudar o olhar do indivíduo para si mesmo. Passados quase 12 anos de formado, sinto orgulho da minha trajetória e percebo que até as coisas que parecem ter dado errado, na verdade eram obstáculos necessários para que eu me encontrasse onde estou hoje: realizado com minha profissão, feliz por ter o privilégio de ter o meu sustento através daquilo que nasci para ser: MÉDICO! Levantar todos os dias de manhã enxergando o novo dia, como uma nova chance de corrigir os desacertos do dia anterior, na tentativa de oferecer ao outro o meu melhor, sem esperar nada em troca. Desejo poder continuar trilhando meu caminho tendo como referência sempre os valores passados com muita sabedoria pelos meus pais, nunca esquecendo que existe um Ser maior nos guiando e nos dando o livre arbítrio para sermos sempre a melhor versão de nós mesmos. Basta acreditar e saber pedir! Com fé e perseverança se chega aonde quisermos, basta querer com VERDADE! 211
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célio duarte
NOME DO AUTOR
URIAS CARDOSO DE SOUSA
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Nascido em Mossoró, Rio Grande do Norte, sou um dos seis filhos da dona de casa Ana Cardoso de Sousa e do aposentado Bernardo José de Sousa; graduado em Administração de Empresas, pela Universidade Potiguar, proprietário da Urivel Veículos. “Um passo à frente, e você não está mais no mesmo lugar”
C
om intuição para os negócios, desde cedo iniciei a vida profissional, sem nem mesmo entender direito o verdadeiro sentido do que seria profissionalismo. Na escola da vida, o aprendizado é uma constante e passei por todas as etapas, sempre acreditando que uma grande caminhada é iniciada com o primeiro passo, e para chegar ao topo, precisamos subir o primeiro degrau; no meu currículo consta experiência como vendedor de cavaco chinês, vendedor de picolé e garçom – um dos estágios em que pude vivenciar e aprender sobre a importância de bem servir ao próximo. Nas recordações de uma infância-adolescência em que precisei substituir as brincadeiras por disposição para sair às ruas de Mossoró, vendendo cavaco chinês, paro, olho para trás e às vezes me pergunto de onde eu tirava forças para aguentar tanto, mesmo tão miúdo, mas, já tendo que ser tão forte, já sendo obrigado a criar o hábito de enfrentar a vida em busca de não apenas ser útil, mas, de poder ajudar no sustento da família. A memória não falha ao lembrar que eu soube discernir, mesmo ainda muito jovem, que o cavaco chinês me rendia pouco lucro e na hora de almejar algo que me rendesse um faturamento maior, passei a vender picolé: mudei o produto e aumentei a rota, não deu outra, logo aumentaram os tostões no bolso e o sorriso ficou mais largo. Conforme fui amadurecendo, outras oportunidades surgiram, e então passei a ser garçom na antiga rodoviária da cidade, trabalhando incansavelmente no período noturno por longos três anos. 213
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URIAS CARDOSO DE SOUSA
O conhecimento adquirido nas noites da rodoviária me trouxe outras oportunidades em bares da cidade, passei por alguns, mas, cansado do ritmo noturno e buscando outros horizontes, seguia de olho em novas situações que pudessem me favorecer, em outros ambientes. Como quem acredita, empenha-se e esforça-se, sempre alcança, criou-se o cenário oportuno para que eu fosse cursar Mecânica Geral no SENAI; concluído o curso, consegui empego numa prestadora de serviços da Petrobras e logo após numa outra, ambas na função de torneiro mecânico. Ainda não estava satisfeito e a veia do empreendedorismo sempre pulsando e me puxando para os negócios, decidi que iria investir em algo para chamar de meu e ser o meu próprio patrão. Pedi demissão da empresa em que estava e fui para um dos centros comerciais mais conhecidos de Mossoró, o mercado do “Vuco-Vuco”, à época, ainda visto com muito preconceito pela sociedade como um todo, pois havia uma ideia de que muitos produtos vendidos lá, eram de origem duvidosa, mesmo assim enfrentei, pois tinha consciência do que queria; fui vender bicicletas e motos naquele movimentado metro quadrado. Dados os primeiros passos, vi que poderia ir mais longe e passei a vender carros, ali mesmo no “Vuco-Vuco”, onde construí muitas amizades e ganhei credibilidade. Tempos depois, veio a necessidade de alugar um ponto comercial, com visibilidade e conforto para a clientela que começava a aumentar, surge então a URIVEL; e eu estava na avenida Alberto Maranhão – agora, instalado numa das avenidas mais movimentadas e conhecidas da cidade. Quando me estabeleci no primeiro ponto comercial, realizei em paralelo outro grande sonho, o de ter um curso de nível superior. Fui da primeira turma da graduação em Administração de Empresas da Universidade Potiguar – Campus Mossoró, recém-chegada por aqui, funcionando no prédio do Colégio Diocesano Santa Luzia. Conclui o curso enfrentando vários obstáculos, entre eles o desafio de retomar os estudos após um longo tempo longe da sala de aula, mas os quatro anos de faculdade foi um período bastante prazeroso. 214
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Quando o Show Auto Mall esteve em Mossoró, a URIVEL fez parte do conjunto de lojas de carros que formaram esse complexo; hoje, estamos localizados em outra grande e movimentada avenida da terra de Santa Luzia, a avenida Presidente Dutra, comprando, vendendo, trocando e negociando veículos multimarcas. A caminhada segue, o menino com veia empreendedora, agora amadurecido – e bem mais experiência, continua sonhando, assim, vê novos horizontes se abrindo e cria oportunidades. Agosto de 2019 será marcado pela inauguração da UriTur – agência de viagens que tem como proposta a realização de sonhos de sua clientela, levando cada um que lá chegar, ao destino que desejar; em 12 meses, outro projeto será posto em prática, também com a nossa marca e o nosso desejo de crescimento e ampliação de negócios. O zelo, a dedicação e o amor pelos bons resultados me impulsionaram, e continuam me conduzindo pelos caminhos do progresso, do desenvolvimento e da evolução. E por falar em evoluir, venho ao longo dos anos, procurando conviver com pessoas em quem posso me inspirar no convívio diário, sejam familiares, sejam amigos, sejam clientes, com os quais acabo construindo uma relação de amizade e assim, colhendo bons frutos de crescimento pessoal. Entre amadurecimento e transformações, vieram ao mundo para me chamar de pai e fazer com que eu tivesse ainda mais consciência de que eu havia ‘crescido’, os meus filhos: George Wesley, Laís Hully, Wendel Gurgel, Lucas Daniel e Lorena Targino. E tem ainda um “carinha” super do bem, chamado Arthurzinho, que é um xodó. Sou grato. A jornada foi, e por vezes ainda é árdua, mas, acima de tudo, é repleta de aprendizados. Cheguei até aqui, conquistando o espaço e podendo inspirar outras pessoas a não desistirem dos seus objetivos mesmo diante de dificuldades, a seguirem em busca dos seus propósitos, porque eu fiz dessa forma. Eu persisti, com humildade e sem perder a fé. “As pessoas felizes lembram o passado com gratidão, alegram-se com o presente e encaram o futuro sem medo.” (Epicuro, filósofo grego) 215
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NOME DO AUTOR
VALDEMIR DA SILVA FERREIRA
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Nascido em Cajazeiras, interior no sertão da Paraíba, em 30 de junho de 1978, filho de Valdir Ferreira de Souza, cabo da polícia militar e Maria Nely da Silva Ferreira, agricultora e do lar. Tenho três irmãs: Valdilene, Valdileide e Valdicleia. Sou casado com Juliana e tenho meus maiores tesouros, Valentina, Heitor e Bianca.
V
ivi na minha terra até os 14 anos, tive a infância de uma criança oriunda de uma família de poucos recursos financeiros, que se resumiu aos estudos e aos jogos de futebol na rua. Ain-
da bem jovem, me apaixonei pela música, pelo sax, tendo a oportunidade de aprimorar meu conhecimento. Não pensava em ser médico, não tinha nenhum médico na minha família, sonhava ser jogador de futebol, ou mesmo músico; almejava ainda a carreira militar. Aos 15 anos tive que tomar uma difícil decisão: morar em João Pessoa ou permanecer em Cajazeiras e entrar no seminário, porque eu era muito envolvido com a igreja católica. Decisão tomada, fui morar na capital paraibana, na casa de uma tia. Tempos difíceis, porém, o acolhimento da família sempre foi fundamental. Mesmo com todos os obstáculos que as finanças colocavam pelo caminho, conclui o ensino médio em colégio particular; os professores, perceberam minha carência e muitos começaram a me ajudar, ganhei muitos livros de química, física, biologia. Nessa fase, me esquivava de praticamente tudo que envolvesse o social, como lanches, saída com amigos, pois o dinheiro era para o essencial e de certa forma, tinha a
“pressãozinha” da família, porque eles estavam investindo o que não tinham em mim. Focava nos estudos. Quando fui começar a ir para uma festinha ou outra, foi por volta dos 23, 24 anos. 217
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VALDEMIR DA SILVA FERREIRA
Ingressei na Universidade Federal da Paraíba, para cursar Medicina, conclui o curso em 2005. Numa turma de 50 alunos, à medida que o tempo vai passando, os nichos de amizade são criados, eu sempre me relacionei com todos, mas, na minha turma, uns quatro ou cinco tinham origens parecidas com a minha, e a gente terminou tendo essa proximidade maior. Eu passei os seis anos de curso praticamente sem livros, era só xerox, sempre xerox; para estudar pelo atlas de anatomia que não dava para tirar xerox e também era muito caro, a gente ficava revezando entre dois colegas, a cada 15 dias um pegava esse livro na biblioteca, a gente não podia comprar e aí estudávamos juntos na própria biblioteca. Entre altos e baixos, morei num pensionato de estrutura muito modesta, onde meu quarto, que dividia com mais 3 pessoas, ficava localizado no quintal, depois, aluguei um apartamento simples e dividi com uns colegas o aluguel e os afazeres domésticos de uma forma geral, aprendi a fazer o básico na cozinha, a lavar minha própria roupa e mais uma vez focar nos estudos. Quem sempre me deu a mão, na hora em que eu pude, não pensei duas vezes, dei o retorno, assim aconteceu com meus pais, tive que dar o suporte na situação financeira caótica quando me formei. Diploma em mãos, fui para um PSF, plantões -, sem dar ouvidos aos que diziam que eu estaria estacionando a minha carreira. Comecei a trabalhar em Patu, interior do Rio Grande do Norte, onde passei um ano. Praticamente trabalhava o mês inteiro, vivia dentro de um hospital e ainda pegava plantões em cidades próximas; meu guarda roupa era a mala do meu carro. Um dia, uma colega de trabalho acessava o Orkut, rede social da época, e eu vi uma foto de uma linda mulher que passava na tela, falei que me casaria com ela, sem saber nem de que parte do mundo aquela mulher era, de fato, hoje essa mulher é minha esposa; após enviar um e-mail, fomos nos relacionando à distância, pela tela do 218
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computador, até que nos conhecemos no dia do meu baile de formatura, começamos a namorar nesse dia. Depois disso, continuei trabalhando em Patu e passava pelo menos um final de semana em Natal, logo passei em um concurso na prefeitura da capital, e me mudei para uma cidade mais próxima que se chama Japi, vizinho à Santa Cruz, porque também trabalhava lá; depois desses dois anos entre Patu, Japi e Natal, decidi que iria estudar para fazer residência médica; por praticamente viver nos hospitais de plantão, convivendo com muitos cirurgiões, acabei escolhendo a cirurgia. Fui aprovado em São Paulo, mas depois fui chamado para Natal, e fiz minha residência em cirurgia geral no Hospital Walfredo Gurgel, e a segunda especialidade na Liga Norte Riograndense Contra o Câncer, somando 11 anos entre o curso de medicina e as duas residências. Tive a oportunidade de escolher entre a Liga e o Hospital do Coração, em Natal, mas também fui convidado pelo saudoso Dr. Ivan Brasil - um grande amigo, irmão e companheiro - e pelo Dr. Edilson Pinto, cirurgião oncológico que hoje mora em Natal, mas estava em Mossoró na época, os dois foram responsáveis pela minha vinda para cá, em fevereiro de 2013. Nos mudamos com a cara e a coragem, sem conhecidos na cidade, éramos apenas eu, minha esposa e minha filha mais velha, na época com um ano. Durante a residência médica de cirurgião oncológico em Natal, passei no concurso do Estado para ser cirurgião geral e trabalhar em Parnamirim, no Hospital Deoclécio Marques, fiquei um período ainda dividido entre a capital potiguar e a capital do semiárido, eram cirurgias durante a semana, e exaustivos plantões de finais de semana por lá, até conseguir transferência para o Hospital Tarcísio Maia, onde atualmente eu sou cirurgião geral e trabalho como plantonista. Recentemente fui aprovado para exercer a docência na Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA). 219
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VALDEMIR DA SILVA FERREIRA
Aqui em Mossoró, atuo na área de cirurgia geral e de cirurgia oncológica, estou no serviço público e privado. É um trabalho muito intenso, muito árduo, muito cansativo, de muitas responsabilidades, mas, sou extremamente apaixonado pelo que faço. Minha dedicação e bom relacionamento com meus pacientes são frutos do amadurecimento e aprendizado no decorrer da vida, do enfrentamento das adversidades desde cedo. Amo Mossoró, gosto muito desse estilo interiorano, com uma população de bom relacionamento, amorosa, acolhedora. Mossoró é uma cidade grande, que tem muita coisa de cidade pequena, mas você consegue ainda ter qualidade de vida. Poder vivenciar a família, estar sempre em casa com facilidade e aproveitar bem meu curto espaço de tempo livre com eles. Sou só gratidão à Deus e a minha família, por todas as dificuldades superadas juntos, nossa união foi imprescindível para que eu pudesse me tornar o profissional e ser humano que sou hoje.
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“É a sede é a fome É um sertanejo sem nome Que há muito tempo não come Mas de fraqueza não morre Ele é que nem aveloz Que sobrevive sem voz Mostrando sempre pra nós Que um valente não corre”
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NOME DO AUTOR
VICENTE HOLANDA
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J
á parou para se perguntar quanto custa seu sonho? Até que ponto você está disposto a lutar e passar por cima de muita coisa para se sentir realizado? Então vou contar um pouco para vocês como eu
consegui me tornar uma pessoa melhor e realizada. Não gosto de ser uma inspiração para ninguém, mas de certa forma gosto de servir de espelho pela garra e determinação. O ano era 2011, estava no 3° período cursando Direito pela UnP - Universidade Potiguar, pra mim e para minha família eu teria uma carreira grandiosa e com muitos frutos a serem colhidos, mas tinha um detalhe, eu não estava me sentindo feliz com o que eu fazia, não via ânimo em nada de minha carreira ou algo que me relacionasse ao Direito. Então, depois de pensar muito no que eu queria, eu descobri que eu precisava sair pro mundo, desbravar novas rotas, conhecer novas culturas, aprender novos idiomas, o porém era não saber como começar e qual o ponta pé inicial para desbravar esse novo mundo, só tinha certeza de uma coisa: precisava sair de minha zona de conforto para descobrir o que me esperava pela frente. Minha trajetória começou saindo de minha casa com poucos recursos e me mudar para a vila de Jericoacoara/CE, onde consegui no primeiro dia, um bom emprego na recepção de uma Pousada e uma vaga para numa Taverna Italiana. Ali, naquele lugar, foi minha primeira oportunidade de desenvolver os idiomas que eu tinha muita vontade de aprender, foi onde fui iniciado no inglês, espanhol e italiano. Após uma longa estada na Vila, através de uma amiga, consegui uma oportunidade de aplicar para uma vaga de emprego em um navio de cruzeiro de uma companhia italiana, a Costa Crociere, após embarcar com proficiência nos idiomas bem abaixo do normal, sofri bastante nos dois primeiros meses para começar a me comunicar realmente com companheiros de trabalho. Como diz aquele ditado antigo: “A dor ensina a gemer”. E como ela me ensinou! Mas, só essa escala de tempo não foi suficiente para desenvolver meus idiomas, e em 6 meses de contrato trabalhando de “Barboy” 223
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VICENTE HOLANDA
(espécie de um auxiliar de serviços gerais no bar), conseguindo visitar e conhecer sete países entre Europa, Ásia, África e América do Sul. Retornando ao Brasil, decidi empreender no ramo do turismo trabalhando com esportes de aventura, foi aonde veio à ideia de explorar o potencial turístico da Costa Branca Potiguar. Após 2 anos empreendendo e com as barreiras culturais, estruturais e a falta de estrutura para trabalhar e incrementar uma coisa nova naquele ambiente, deixei em
stand-by e fui me aventurar nos Lençóis Maranhenses, onde encontrei apoio numa família de nativos e me tornei guia de veículos 4x4 e tradutor, pois a mão de obra com conhecimento em línguas estrangeiras é bastante escassa em nosso país. Em um momento insano de pensamentos solitários, decidi que iria atravessar o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses caminhando, sozinho e sem ajuda de nenhum equipamento de GPS, pois era um desafio que gostaria de enfrentar e cumprir sozinho. Após quase enfartar meus familiares com a notícia que iria fazer isso, comecei minha travessia que durou 3 dias, 70 km de distância desde Atins até Santo Amaro/MA, o que me rendeu 10kg a menos. Mas, não consigo explicar em palavras os momentos de paz, reflexão, crescimento pessoal e espiritual que aquela travessia me trouxe. Paisagens inexplicáveis, em alguns momentos não tinha mais vontade de sair do deserto, com todas aquelas dunas móveis, lagoas cristalinas, animais endêmicos da região. Após a aventura eu tinha um destino incerto que era sair viajando de mochila a América do Sul ou entrar pro Caribe, mas felizmente ou infelizmente fui convocado para retomar a vida dos navios de cruzeiro, dessa vez indo trabalhar como Shop Seller para a MSC Boutique nos navios italianos da MSC Crociere. Aí começa mais uma saga pelos mares, dessa vez conhecendo mais 11 países, sendo a quarta vez que fazia a travessia do Oceano Atlântico, navegando o Mar Mediterrâneo, Mar do Norte, chegando até a Noruega, vivenciando desde comer uma boa pizza tradicional em Nápoles/Itália até andar de 224
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bicicleta entre as ruas e vielas de Amsterdã, levei comigo meus equipamentos de parapente para praticar voo livre, dentre essas experiências voar desde Punta Del Este, falésias na Normandia da França e Fiordes Noruegueses, momentos que nenhum dinheiro no mundo paga a experiências de vida e amizades feitas para o resto da vida. Após 7 meses a bordo nesse contrato e já dominando bem o inglês e espanhol, fui convocado para mais um contrato nos mares, dessa vez trabalhando para uma companhia israelense com produtos derivados do Mar Morto, assim, em 8 meses de contrato desbravando o Mediterrâneo e América do Sul, fui convidado para um novo desafio, trabalhar no Caribe Francês, com a dificuldade da linguagem, mas com a oportunidade de desenvolver a língua francesa, e foi isso que aconteceu, mais 8 países para a conta e em 3 meses a iniciação no idioma francês, não me tornando fluente mas, conseguindo me comunicar e trabalhar com esse público. Todas as menções nesse texto foram um resumo geral de 9 anos de estrada, essenciais para minha vida, onde aprendi o meu lugar no universo, a entender o próximo, a ver a insignificância do homem e nosso tamanho no universo, todas essas experiências e vivências me ensinaram a ser muito mais humilde, chorar de forma certa, sorrir verdadeiramente, dizer não para o que fosse necessário, pedir perdão na hora que fosse preciso e mais ainda ver o quanto a felicidade na maioria das vezes está nas coisas mais simples da terra, e que não precisamos de muito para viver intensamente, só precisamos do nosso ponta pé inicial para mudar o mundo. E antes que me esqueça, percebi que mesmo com sua grandiosidade o mundo cabe na palma de nossas mãos, que nosso Brasil é mais lindo do que imaginava, que nosso povo é o mais caloroso e hospitaleiro do mundo, que nossa culinária principalmente a nordestina, ao meu paladar é a melhor do mundo. Quanto vale o seu sonho? Você está disposto a arriscar uma vida estável para realizar seus sonhos e ter experiências que jamais imaginou ter? 225
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NOME DO AUTOR
Célio Duarte
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HOMENAGEM
É um grande profissional e parceiro nosso. Entre grandes histórias, ele resume a sua com linhas que vão da superação à inspiração. A vida é isso: idas e vindas, altos e baixos. E o melhor de tudo é que estamos aqui, contando histórias, as nossas e as dos outros. (Rafaella Costa)
N
ascido no município de Alexandria, no Rio Grande do Norte, no dia 22 de março de 1975, sou o filho mais velho de três irmãos criados apenas pela mãe, dona Joana Duarte, que encarou sozi-
nha a missão de criar e educar os filhos. Ainda bebê, nos mudamos para o município de Brejo Santo, no Ceará, onde moramos por quatro anos. Vivíamos da agricultura local, plantando feijão, milho e batata. Quando eu tinha 4 anos de idade o meu pai deixou a nossa família e a partir daí a responsabilidade da casa ficou com a minha mãe. Depois da separação, tivemos que voltar para Alexandria, dessa vez fomos morar no Sitio Panati junto com meus avós maternos. Ainda vivíamos da agricultura, e eu sempre ajudando na lavoura mesmo sendo criança. Eu e meus irmãos frequentávamos uma escola pública na comunidade e o nosso tempo era dividido entre estudar e depois ajudar a nossa mãe na roça. Aos 11 anos, minha mãe nos trouxe para Mossoró, onde tive que continuar a trabalhar mesmo tão pequeno, para ajudar no sustento da casa. Aqui, morávamos de favor na casa de uma tia, irmã da 227
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CÉLIO DUARTE
minha mãe. Nesse tempo fui “pastorador” de carro em frente ao antigo supermercado Pague Menos do Centro, e também vendedor de picolé. Para sustentar os filhos, minha mãe conseguiu um emprego de empregada doméstica e passava o dia fora, enquanto nós três ficávamos aos cuidados da nossa tia. Morávamos no bairro Santo Antônio, na área conhecida como ‘Baixinha’. Com 12 anos vivi uma das fases mais difíceis da minha vida, mas que contribuiu para me moldar e abrir os olhos para o que era certo e errado. Nessa época me envolvi com pessoas de má índole. Tive contato com drogas e fui preso e levado para o Centro de Recuperação de Menores (CRM), em Natal, onde passei oito meses e saí fugido. De volta a Mossoró, a primeira pessoa que encontrei foi um jovem que me ofereceu novamente drogas. Minha mãe tomou conhecimento da minha fuga e não queria que eu voltasse para casa, pois sabia que tudo voltaria a acontecer. Após nova prisão por tentativa de agressão a um policial civil, depois de três dias preso, minha mãe me resgatou e levou para casa. Naquele dia, lhe prometi que nunca mais voltaria a praticar nenhum ato ilícito. E, mesmo convivendo com muita gente que era do “meio”, consegui honrar a promessa que fiz a ela. Como havia fugido do CRM, decidimos ir até o juizado da infância para me apresentar e acertar a situação. O juiz me deu uma nova chance sob pena de ser preso novamente, caso voltasse a praticar qualquer ato criminoso. Aos 15 anos aceitei Jesus, mudança total na minha vida. Logo em seguida conheci e me apaixonei pela Fotografia, onde descobri a minha vocação. Comecei fazendo fotos 3x4 de pessoas conhecidas e depois fui expandindo a clientela. Um dia conheci Chrystian de Saboya em um evento, foi ele quem me apresentou à sociedade. Nessa mesma ocasião eu ainda não tinha uma assinatura profissional e ele sugeriu que eu passasse a assinar “Célio Duarte”, marca que uso até hoje em meus trabalhos. 228
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Passei a frequentar eventos sociais aqui em Mossoró e cidades vizinhas, em um desses trabalhos, cobrindo um desfile da Tráfego Look, para o produtor George Azevedo, em Areia Branca, ocorreu um homicídio nas proximidades. Foi o meu primeiro trabalho jornalístico: Fiz as fotos do ocorrido e vendi para o jornal Gazeta do Oeste e para o Tribuna do Norte. Nessa época, o meu colega e também repórter fotográfico, Cezar Alves, me apresentou a dona da Gazeta, Maria Emília, e comecei a fazer trabalhos freelancer para o jornal. Depois de 2 anos fui contratado pelo diário. Trabalhei 15 anos no extinto Jornal, onde exerci a função de repórter fotográfico e também editor de Fotografia. Também escrevi a coluna Cidade Interativa, que posteriormente passou a levar o meu nome no título. Tenho quatro filhos, sendo três meninas e um menino. As duas mais velhas, Sthephanny e Sarauanny, são fruto de um relacionamento anterior. Mariana e Gael são os dois mais novos, filhos da minha atual esposa, Kalidja Sibéria, a qual conheci sendo jornalista na Gazeta do Oeste. Costumo dizer que o maior presente que a Gazeta do Oeste me deu foi a minha esposa, que além de tudo é minha amiga e companheira. Hoje fotografo os grandes eventos de nossa cidade, casamentos, aniversários, ensaios em geral. Sigo na minha missão de eternizar os melhores momentos da vida dos meus clientes.
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