Newsletter Agromais Trimestral | 1ª Edição • 2015
Editorial
Sumário
AS PERSPETIVAS AGRÍCOLAS PARA 2015
Culturas
Neste início de ano, e apesar de já termos sabido que o PDR 2020 português acaba de ser aprovado em Bruxelas, muitas dúvidas ainda perduram. Vamos esperar que o bom senso prevaleça e que este ano seja o tal ano de transição para a nova PAC. Na minha opinião nem a anterior Comissão, nem a atual, se aperceberam bem da dimensão dos ajustes que o greening vai provocar a todos os níveis. Como calculámos, impor rotações á força não é fácil e muito menos se não houver informação disponível para a respetiva análise.
Ensaios de milho Balanço geral da campanha de milho 2014 Notícias Agrotejo
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Valha-nos o nosso emparcelamento que verá os seus dias nos próximos meses… Que o ano de 2015 seja o melhor possível e que os nossos agricultores consigam aumentar as suas produtividades por forma a combaterem eicazmente as condições de mercado. PS – Também estamos de parabéns porque já temos 22 jovens a frequentar o curso de Agricultura na Escola Mestre Martins Correia na Golegã
Luís Azevedo Vasconcellos e Souza Presidente da Direção
Zona Industrial de Riachos – Apartado 24 2354-908 RIACHOS Tel: +351 249 830 170 Fax: +351 249 830 179 - agromais@agromais.pt
Newsletter Agromais Trimestral | 3.ª Edição • 2014 CULTURAS CEBOLA A cebola nas últimas duas campanhas não teve os resultados que se esperavam. Tem sido das culturas mais fustigadas a nível de condições climatéricas. Na campanha passada grande parte da área só se conseguiu semear na terceira semana de Abril (quando o indicado é até inais de Março) e esta campanha apesar de se ter conseguido semear tudo até inais de Março, após as sementeiras, em inais de Março/inícios de Abril choveram nalguns sítios 100 mm num curto espaço de tempo.
uma visão mais optimista e segura que os demais. Finalizo com um facto incontestável: a Agromais já é há algum tempo o maior operador de mercado a trabalhar cebola Nacional, sendo a única que a consegue fornecer o ano inteiro aos seus clientes. Porque será? Respondo com um título dum livro: “Não há coincidências…!”. Bruno Estêvão (bruno.estevao@agromais.pt) Coordenador Técnico Hortoindustriais
Resumindo existiram 3 factores que marcaram esta campanha pela negativa a nível produtivo: 1 – Elevada precipitação após as sementeiras o que ocasionou elevada perda de planta, quer por alagamento, quer pelo efeito nocivo da pendimetalina; 2 – Baixas temperaturas na fase inicial da bolbação o que levou a que nalguns campos a cebola não tivesse bolbado devidamente; 3 – Precipitação durante a fase da colheita, levando a que só se terminasse a colheita a 23.Outubro com consequente diminuição da qualidade dos campos colhidos após as chuvas. Este último ponto afectará a vida útil da cebola em armazém. A nível de mercado também 3 factores estão a inluenciar os preços: a) Aumento generalizado da área de cebola produzida na Europa, levando a um excesso de oferta (muita cebola em stock). b) Embargo russo às importações de produtos da UE;
TRIGO E CEVADA
c) Qualidade duvidosa de muita cebola armazenada. Aliado ao referido em a) existe também um fenómeno que se tem vindo a acentuar nos últimos 3 anos: a baixa procura. Com este cenário porventura pergunta-se porquê produzir cebola. Também aqui lhe irei dar 3 razões:
Nas nossas condições é benéico semear trigo em Novembro e primeira quinzena de Dezembro, para poder-se ter um bom ailhamento o que se traduz em mais produção. As chuvas de Novembro não permitiram que o trigo fosse semeado no seu período mais favorável.
i) Apesar do baixo preço de mercado, mais uma vez a Agromais irá pagar acima do preço de mercado. De referir que o primeiro adiantamento de pagamento (dos três previstos) realizado aos produtores da Agromais, representa o que muitos produtores em Espanha receberam na totalidade. ii) Não há duas campanhas iguais. Apesar de as últimas duas campanhas não terem sido boas a nível produtivo, por motivos diferentes, não iremos cair no erro de assumir que será sempre assim. iii) A estrutura montada a nível de cultura da cebola tem como principal objectivo o de defender os produtores de piores anos de produção ou de preço. A valorização do produto nacional, o armazenamento, a exportação, a pelagem para a indústria são alguns dos factores que nos permitem olhar o futuro desta cultura com
Assim, quando entramos em meados de Dezembro é mais vantajoso semear cevada, já que esta cultura, mesmo semeada no tarde ailha sempre. Costumo dizer:” que mesmo no tarde uma semente de cevada dá sempre várias espigas”. É importante ter alguns cuidados na sementeira. Sempre que possível colocar um adubo com mais fósforo á linha para um maior aproveitamento dos nutrientes. A quantidade de semente/ha varia consoante o tipo de solo e a data de sementeira. Susana Covão (susana.covao@agromais.pt) Coordenadora Técnica de Cereais
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www.agromais.pt
BALANÇO DA CAMPANHA TOMATE DE INDÚSTRIA A campanha este ano iniciou-se mais cedo do que anos anteriores, decorreu a muito bom ritmo com boas produções, qualidade e brix acima da média até 6 de Setembro. A partir dessa data devido as chuvas intensas a situação complicou-se provocando uma grande diiculdade nas colheitas e como consequência originou grandes perdas na produção. A campanha teve como aspetos positivos:
• Pouco tempo de espera na fábrica; • Industrias a laborarem a muito bom ritmo; • Bom escoamento do tomate muito devido ao facto de trabalharmos com mais duas indústrias; • Grau brix alto, levando ao preço do tomate mais elevado; • A produtividade obtida. Quanto aos aspetos negativos desta campanha destacam-se:
• Quebra das produções a partir do início do mês de Setembro devido à precipitação veriicada; • 74 ha de tomate que icaram por colher; • Colheitas mais prolongadas do que era expectável devido às fortes precipitações do mês de Setembro. Bruno Moura (bruno.moura@agromais.pt) Departamento Técnico
RESULTADO DOS CAMPOS COMPARATIVOS DE VARIEDADES DE MILHO 2014 Tal como em anos anteriores realizaram-se ensaios de variedades de milho em três locais diferentes, com as mesmas variedades dos ciclos FAO 500 e 600 e o mesmo esquema de campo, em que se comparam as novas variedades propostas pelas empresas com as testemunhas que são as variedades mais comercializadas e com resultados anteriormente comprovados. Desta forma é possível avaliar a mesma variedade em diferentes condições. A continuidade destes ensaios, mantendo algumas variedades comuns, permite igualmente apreciar as diferenças de ano para ano. ESPARGAL GOLEGÃ ÁREA APROXIMADA (m²)
CAMPO PINHEIRO GRANDE
BARRO ERVIDEL
1500
1400
1000
CICLO FAO
EMPRESA
PRODUÇÃO Kg/ha 14%
HUMIDADE COLHEITA (%)
PRODUÇÃO Kg/ha 14%
HUMIDADE COLHEITA (%)
PRODUÇÃO Kg/ha 14%
HUMIDADE COLHEITA (%)
500
Monsanto
22250*
19,1
17774
18,3
14388
18,7
P0933
500
Pioneer
18855
19,1
16967
19,8
14490
18,8
P1114 (testemunha)
500
Pioneer
18310
19,9
18020
19,4
14765
18,8
DECISO
500
Pioneer
18758
20,8
17044
20,0
14308
19,6
MIAMI
600
Pioneer
20670*
21,5
17942
19,2
14983
20,8
PR33Y74 (testemunha)
Pioneer
18290
21,7
18462
20,1
15704
21,7
DKC 6815
600 600
Monsanto
19826
21,5
17734
21,2
15252
21,3
DKC 6630
600
Monsanto
19990
22,2
19226
20,9
14555
21,7
P 1574
600
Pioneer
18894
22,9
18442
20,7
15514
22,2
P 1535
600
Pioneer
19292
22,9
18971
22,9
16784
21,9
19514
21,2
18058
20,3
15074
20,6
VARIEDADES
DKC 6031
MÉDIA DO CAMPO DATA SEMENTEIRA
15-Abr.
05-mai
16-Mai.
DATA COLHEITA
03-out
27-Out.
10-Nov.
TIPO DE REGA ADUBAÇÃO (Fundo+Localizada+Cobertura)
ASPERSÃO
FITA
FITA
N - 265 P - 130 K - 110
N - 250 P - 60 K - 120
N - 325 P - 145 K - 72
* Pelo facto de se tratar dum cam po em cobertura total, estas variedades, ficaram com quatro linhas de cada lado dos aspersores, com m ais espaço entre elas, perm itindo m ais entrada de luz, m enor concorrência, ou seja em condições m ais favoráveis.
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NOTICIAS AGROTEJO “CAMPANHA DE MILHO 2014 – UM BALANÇO POSITIVO” Sobre a campanha de milho de 2014, podemos airmar que o balanço globalmente foi positivo, apesar de alguns fatores menos propícios e de alguns necessários ajustamentos: • Desde logo uma perspetiva de preços de mercado inferiores aos de 2013, devido à incidência de condições favoráveis de produção, primeiro no hemisfério sul, depois no hemisfério norte, aliada à manutenção de áreas semeadas recordes nos Estados Unidos da América, e que deram origem, este ano, à maior produção mundial de sempre e ao mais elevado nível de stocks dos últimos 15 anos; • A ocorrência de importações extemporâneas de milho em pleno período de campanha de colheitas provocou graves perturbações na cadeia logística de abastecimento das indústrias, com relexos imediatos no ritmo de saídas de milho dos nossos centros de armazenagem e, consequentemente, na nossa capacidade de receção, afetando a programação das colheitas; • O signiicativo aumento de capacidade de colheita a que vimos assistindo ao longo dos últimos anos tem sido bastante superior aos progressivos ajustamentos de capacidade de receção e de secagem que têm vindo a ser realizados pela AGROMAIS. No futuro imediato, há que criar os equilíbrios necessários por forma a harmonizar estas capacidades, críticas para o êxito das operações, sem colocar em causa os timings razoáveis de uma campanha de colheitas; • O grande desaio colocado no início da campanha de sementeiras pela AGROMAIS aos produtores de milho foi de melhorar as produtividades e otimizar os custos, numa perspetiva de enquadramento de preços menos favorável. Apesar de uma ligeira redução de área semeada, uma produtividade média cerca de 9% superior à da campanha anterior permitiu-nos ultrapassar as 128.000 toneladas de milho rececionado. O desaio foi claramente ganho! Uma última referência ao êxito da produção de milho para pipocas. Cumprimos, conjuntamente com os produtores, os objetivos de produtividades e de produções a que nos tínhamos proposto. A produção obtida será integralmente comercializada em 2015 para a NOS Lusomundo Cinemas que, por sua vez, se aprovisionará exclusivamente deste milho. Jorge Durão Neves Diretor Geral da Agromais
PAC 2014 – 2020 Novas regras chegam às explorações agrícolas em 2015, Das orientações nacionais e europeias existem varias interpretações internas, todavia, face à necessidade da preparação atempada, quer das rotações/culturas a instalar, quer da planiicação administrativa, importa dar a conhecer, com os riscos inerentes, alguns dos aspetos que se vão conhecendo. Uma das questões que maiores impactos pode trazer às explorações agrícolas é o chamado GREENING. Greening, é um pagamento para apoiar as três práticas agrícolas benéicas para o clima e o ambiente de forma a promover a melhoria do desempenho ambiental da nova Política Agrícola Comum (PAC). Este pagamento tem por base a obrigatoriedade do cumprimento das práticas agrícolas benéicas para o clima e o ambiente em toda a superfície elegível da exploração e não apenas na superfície elegível utilizada para ativação de direitos do Regime de Pagamento Base (RPB). O pagamento Greening é constituído por três práticas: Diversiicação das culturas, Superfície de interesse ecológico e Manutenção dos prados permanentes. A diversiicação de culturas visa a melhoria do desempenho ambiental através da melhoria da qualidade dos solos pela prática de rotação de culturas na mesma terra arável. Assim, numa exploração com 10 a 30 hectares de terras aráveis deve haver, pelo menos, duas culturas diferentes nessas terras aráveis. A cultura principal pode cobrir no máximo 75% dessas terras aráveis. Numa exploração com mais de 30 hectares de terras aráveis deve haver, pelo menos, três culturas diferentes nessas terras aráveis. A cultura principal pode cobrir no máximo 75% dessas terras aráveis e as duas culturas principais podem cobrir, em conjunto, no máximo 95% das terras aráveis. A prática da Diversiicação de Culturas não se aplica em algumas explorações agrícolas de características especiais. A prática da Superfície de Interesse Ecológico têm como principal objetivo salvaguardar e melhorar a biodiversidade nas terras aráveis das explorações agrícolas. Assim, numa exploração com mais de 15 hectares de terras aráveis, pelo menos, 5% da área de terras aráveis declaradas pelo agricultor devem ser constituídas por Superfícies deste tipo. A manutenção de prados permanentes é uma prática que tem como objetivo o benefício ambiental positivo que estas superfícies representam em particular na ixação do carbono. A im de assegurar uma proteção eiciente dos prados permanentes, a prática de manutenção dos mesmos consiste na obrigação, a nível nacional, de assegurar que a proporção de superfície de prados permanentes em relação à superfície agrícola total declarada pelos agricultores não diminua.
Ficha Técnica: Propriedade: AGROMAIS, CRL Coordenação: Departamento de Comunicação Textos: Departamento Técnico / Departamento Comercial / Agrotejo
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Face à especiicidade das novas regras, adaptáveis consoante cada exploração agrícola, recomendamos a consulta dos serviços técnicos da AGROTEJO. Mário Antunes Diretor Geral da Agrotejo
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