Podemos falar sobre tudo o que gostamos e criticar o que não gostamos. Liberdade! Mostraremos a arte que merece espaço e não tem. Fazer com que conheçam os artistas que ainda não são reconhecidos. Vamos produzir sem obrigação, sem amarras, sem limites... Fazer por prazer.
Idealização: Mirton Realização: Mirton e Pecê Lopes Colaborações: Aline Neves, Antonio Cardoso, Bernardo Aurélio, Daniel Herculano, Flávio Nogueira, Fraga, Gualberto Costa, Igor Drey, Joniel Veras, Luciano Klaus, Sanatiel Costa, Tati Cesso, Thiago E, Willame Figueredo. Diagramação: Sanatiel Costa Revisão: Thiago E Quer participar? Envie um email com sugestões para: terezona.revista@gmail.com @revistaterezona Gostou? Então curta nossa página no FACEBOOK.
Foi assim, com esses preceitos, que nasceu a Terezona em agosto de 2011. E com uma repercussão que, avaliamos,foi muito boa. Todos que participaram e que leram a revista gostaram – pelo menos os que tiveram a disposição de opinar. E assim ela continuou por mais duas edições. Entretanto, como a revista é nosso “hobby” (porém, levado muito a sério), outras obrigações foram tirando nossa atenção da revista. Mas, nunca nosso desejo de mais uma edição. O que antes tratávamos como algo que poderíamos fazer ou não, – uma por trimestre, semestre, ou até por ano – se mostrou como indispensável em nossos desejos de realização. E aqui estamos mais uma vez! Para apresentar novamente achados culturais na música, artes visuais em geral – como os quadrinhos, que dão o clima geral da edição, cinema, poesia, e muito mais... Espalhadas em contribuições que vem de toda a parte. E esse continua (e permanecerá) sendo o diferencial da TZ: as várias, diversificadas e saborosas colaborações! O que era antes nossa zona de liberdade, zona de prazer, hoje é a Terezona, ou simplesmente TZ. Estamos presos a ela. E aproveitamos para agradecer todas as contribuições, de todos os colegas de cela, da primeira à última edição. Sem mentir, pensamos em parar – ao menos por tempo indeterminado. Mas, aqui estamos. E podemos voltar para a questão inicial, agora provocando todos os parceiros:
# Pronto_Falei Por Igor D.
Redes Sociais Virtuais e a Ciberdemocracia Em tempos de campanha eleitoral somos bombardeados por mensagens de candidatos a cargos políticos. Seja na rua, na chuva ou na fazenda, a possibilidade de desviar da comunicação produzida por essas “marcas” é cada vez menor. E uma questão que ganha cada vez mais atenção dentro das estratégias de comunicação política, é uso das redes sociais virtuais. Com a popularização da internet, e do chamado “Efeito Obama”, percebemos a grande presença de políticos na rede. A partir da campanha presidencial de Barack Obama, temos sob os holofotes o uso comunicacional-político do ambiente digital de maneira mais forte e orgânica. Isso não significa dizer que antes disso não houvesse políticos na rede. Pelo contrário, mas esse momento é crucial para notarmos uma tendência massiva de políticos “entrando” nas redes sociais. A partir dessa participação crescente dos políticos nas redes, uma importante questão surge: qual a relevância dessa movimentação nas redes sociais virtuais? Estaríamos caminhando para uma ciberdemocracia como nos coloca Pierre Levy e André Lemos, no livro: “O Futuro da Internet – Em direção a uma ciberdemocracia planetária”? Em que com a virtualização e o alargamento do espaço público, principalmente pelo caráter pósmassivo dainternet e das redes sociais virtuais, estaríamos mais próximos de uma cidadania plena, em que os indivíduos a partir dessa proximidade – eleitor e agente político – no ambiente virtual, poderiam de maneira mais direta participar das questões políticas. Ou temos apenas políticos usando o ambiente virtual de sociabilidade como palanque? Para usar o jargão, “são questões que apenas o tempo dirá”, o fato é: vivemos um momento único – com o perdão do anacronismo – em que o polo de emissão
da informação há tempos fora descentralizado.Pois, hoje a mídia de massa não detém mais o poder central de único produtor e disseminador da informação. Com a pulverização da produção e emissão da informação e a revolução do “Homo Media”, quando cada indivíduo pode ser um produtor de conteúdo, pode ser um “canal de informação”. Para deixar claro basta percebemos os blogs, os indivíduos fazendo cobertura dos jogos olímpicos no Twitter ou os milhares de videocasts e podcasts que temos espalhados pela rede. Ou seja, a participação dos candidatos a cargos políticos no ambiente digital, mais especificamente nas redes sociais virtuais, deve ser notada como positiva. Temos a oportunidade de criar uma proximidade, de trazer para o centro da discussão as questões políticas, sociais e econômicas. Abre-se uma possibilidade de desburocratizar as instâncias políticas.Podemos comentar em uma página de um político sobre determinado problema, sugerir melhorias, entrar nos seus sites e termos contatos com planos de governos, com suas propostas, sua história. Partindo disso, a discussão política e a presença desses agentes políticos no ambiente das redes sociais virtuais, deveria ser “vista” como “natural”. Em um momento que caminhamos para um imbricamento cada vez maior da vida online e da vida off-line– com smartphones e tabletslevamos a “internet” em nosso bolsos – e o espaço público se confunde com o privado, é natural também que a política seja pauta da grande rede. Igor D. Publicitário, Especialista em Comunicação Digital e Redes Sociais, Estudante de História e Pai da Sophia.
Tulipa: raiz cada vez mais forte no canteiro da nova música brasileira O negócio dela era desenhar. “Eu sempre curti música, mas nunca pensei que seria minha profissão”, disse Tulipa Ruiz. Hoje sem dúvida nenhuma ela é cantora de profissão, de coração. E é dona da voz mais comentada do momento no país das grandes cantoras. Seu disco de estreia, “Efêmera” – de 2010 e que de efêmero não tem nada, rendeu à Tulipa o reconhecimento como uma das maiores revelações da música brasileira, premiações e centenas de shows pelo Brasil, América do Sul, EUA e Europa. Hoje está iniciando a turnê de lançamento do segundo álbum, “Tudo Tanto”, novamente produzido por
Gustavo Ruiz. O guitarrista e irmão de Tulipa é parte importantíssima em sua música. E novamente conduz com muito bom gosto o trabalho. Falando do refinamento da produção musical, vale ressaltar o encaixe perfeito e inspirado dos arranjos de cordas de Jaques Mathias. Além das participações especiais de Lulu Santos, Kassin, Luiz Chagas – pai da cantora que tocava com Itamar Assumpção, e Criolo. Em entrevista, Tulipa fala do cotidiano com a família de músicos/colegas, a escolha/criação do gênero Pop Florestal e do uso da internet pelos músicos de hoje. Aproveite!
Fotos: Aline Neves Entrevista: Pecê Lopes
Clique para fazer download grรกtis do cd
TZ - Vê algum aspecto ruim nela? Como desenhista, mais de uma vez vi você falar que tem paixão por capas de disco. Acredita que a internet atrapalha um pouco esse lado dos álbuns, por exemplo?
TZ - A produção de seu disco, Efêmera, é de seu irmão Gustavo Ruiz – que também toca guitarra em sua banda, assim como seu pai, o guitarrista Luiz Chagas. Que ainda tem participação nas composições. Como é esse trabalho em família? Foi ela que a levou à música? TR - É uma coisa natural porque eles sempre foram músicos, sempre foram os músicos da casa. Meu irmão optou pela música desde pequenininho, ele já sabia que ia ser a profissão dele. E meu pai, desde que me entendo por gente, é músico. Então sempre foi o departamento deles. Eu sempre curti música, mas nunca pensei que seria minha profissão. Depois quando virou minha profissão eles me apoiaram super. E a gente é do tipo que quando compra um disco legal um mostra pro outro a gente curte junto. Então fazer som junto acaba sendo uma conseqüência. E essa coisa do dia-a-dia da estrada é tranqüilo, é como se fosse extensão da casa! TZ - Nos últimos anos alguns nomes me chamaram a atenção – assim como de muita gente – revigorando a música brasileira, tais como Jeneci, Pélico, Criolo... Todos com forte uso da internet. Estes dois últimos inclusive com disco grátis na web. E você, qual sua visão do uso da internet? TR - Eu pintei na internet, minha música foi pulverizada na internet. Acho a internet uma grande aliada. E download de disco é a nova relação artista-público. Acho que se a pessoa baixa seu disco, ela pode vir a ouvir ele, se gostar vai ouvir de novo, ela vai querer ir a seu show e então ela vai comprar seu disco. Então é um começo de uma relação, é o primeiro passo do contato com o artista.
TR - Eu adoro capa de disco, adoro o projeto gráfico. Gosto de folhear, de ler a ficha técnica, de ver quem tocou, quem fez o coro... Isso pra mim é importante! Quando eu fiz o meu disco, fiz por puro romantismo. Eu fiz um encarte grande! Mas, eu achei que era pra alimentar esse meu lado, de gostar desse tipo de coisa. Mas, eu fui cada vez mais surpreendida com a venda, meus discos acabaram. As pessoas compraram meu disco! E depois eu prensei vinil – mais um romantismo! E acabou também, rapidinho. Então, tem o publico assim, que gosta de pegar no disco. Agora, essa coisa da fragmentação, da dispersão que a internet causa é um drama contemporâneo, né? E não é só pro disco, é com texto, equipamento... TZ – E a definição para sua música? Fiquei curioso: o que é exatamente o “pop florestal”? TR - Cara, isso na verdade é uma brincadeira. Quando você vai cadastrar o seu disco tem que adicionar o gênero, porque quando você coloca no computador, no som... Ele aparece lá. E ali a gente ficou muito indecisa por que era MPB, era pop, era rock... Isso é muito limitador, sabe? Ter que colocar o gênero. Pode ser tantos gêneros em um disco só! Então a gente descobriu um maravilhoso botão ali: adicionar gênero. E a gente colocou pop florestal pra brincar com tudo isso. E acabou virando um gênero. O disco novo da Vanessa da Mata é Pop Florestal.
TZ - Isso te preocupa de alguma forma? Faz algo pensando em um gênero ou outro? TR - Não. Eu vou pensar nisso depois... É tipo: puxa, me aconteceu um rock... Me aconteceu um pop... TZ - Voltando a falar dessa geração de músicos que vem se destacando, é notável como vocês participam uns dos discos dos outros. Citam-se, gravam-se. Acredita que isso ajuda na divulgação e desenvolvimento dessa geração? TR - Eu acho que sim. Acho que só vem pra somar essa troca de figurinhas. Eu tenho isso por natureza, antes da música, assim, de andar em bandos, sabe? Então eu passeio pelo lado profissional, lado da amizade, eu misturo muito essas coisas assim. TZ - Por fim, me diz o que devemos ouvir de seus colegas da música genuinamente brasileira e que ainda não apareceu como deveria ou que ainda aparecerá... TR - Rafael Castro. É só procurar Rafael Castro e os Monumentais no Google. É paulista e vai lançar disco novo agora. Ele tem dez discos virtuais e vai lançar o primeiro disco físico agora. Ótimo letrista e ótimo músico.
Moço de alma descalça, recolhe no chão uns cacos de estrelas para contar suas histórias. Lavrador das raridades escondidas em sulcos e sorrisos, sabe as artes de tirar dos seixos uns brilhos de perólas. Pescador de paisagens e caçador de sóis, matuta a costura do tempo com uns fios do sonhar.
Uma vez vi um roteirista indicar um exercício usado para desamarrar um ponto da narração ou mesmo melhorar uma cena importante. Ele chamava de técnica do “E se...”. Em uma ação-chave da narrativa o roteirista pode recorrer à imaginação sempre diferente de co-roteiristas ou mesmo de amigos em que confia. Tipo, o exemplo: o rapaz vê sua noiva o traindo com seu melhor amigo... Mas, o que acontece depois? Daí começa o exercício: um diz “e se ele sair correndo chorando...”, o outro diz “e se ele matar os dois...”, e por aí vai até se chegar à ação mais orgânica e original. Foi exatamente dessa técnica que lembrei quando me deparei com o projeto “Jam Session”, idealizado por Gualberto Costa e Daniela Baptista. Mais conhecido como Gual, o cartunista e sua parceira Daniela são responsáveis por uma das melhores lojas de quadrinhos do Brasil – a HQMIX. Como também pela maior premiação do setor de quadrinhos no país: o Troféu HQMIX. E agora esse baita projeto também os referenciam.
Matéria: Pecê Lopes
Fotos: divulgação
Mas vamos ao que mais interessa aqui: em que consiste o “Jam Session”? “É, antes de tudo, um grande trabalho de mapeamento e registro de toda uma geração de quadrinhistas e artistas gráficos”, diz Gual. E isso é feito de uma forma muito criativa e inusitada. O próprio Gual iniciou uma história em quadrinhos, onde escreveu e desenhou a primeira página. E a partir daí a história foi continuada por vários artistas, sendo que cada um faz apenas uma página. Intrigante, não? A ideia não é inédita, mas está em um nível que nenhuma outra alcançou. No momento a revista já está com o impressionante marca de 479 páginas! E ainda mais artistas que isso, já que por vezes o roteiro de uma determinada página é de uma pessoa e a ilustração de outra. O certo é que está chegando a 500 paginas e ainda não tem fim programado. “Chegará ao fim a hora que perceber que toda uma geração de artistas, quadrinhistas, terem passado por ela”, revela Gual. Nomes mais experientes do quadrinho nacional estão juntos com novos expoentes da arte sequencial. Entre os artistas, podemos citar o Jal, Laerte, Angeli, passando por Fábio Moon, Gabriel Bá, Grampá, até Lelis, Ricardo Soares, João Montanaro... E, claro, muitos, muitos outros. E isso é isso que fascina no projeto. Cada página conta com um traço diferente, uma nova forma de narrativa, um etilo diferenciado e o inesperado que pode vir (e vem) a cada página. Ao que tudo indica a Editora Devir começará a publicar a obra em edições com cerca de 150 páginas, cada. Daí todos poderemos conferir toda essa miscelânea de criatividade e estilos de narrativa e desenho. Por essas e outras, a série tem tudo para virar, inclusive, objeto de estudo por reunir os vários autores e facetas do quadrinho brasileiro. E pode mais ainda, de acordo com Gual, “o grande diferencial é a oportunidade de bater o recorde com o maior número de artistas assinando uma só obra”.
No início, Gual criou a primeira página com duas coisas muito importantes: o título da história e sua protagonista. O título da aventura é “O Crime do Teishouko Preto". E sim, Teishouko é uma palavra estranha e foi criada por Gual. E a protagonista foi batizada de Fumiko. Ela, jovem e oriental, acabou presenciando um crime e BOOOM! É dada a largada à sua aventura, que a partir daí não estava mais nas mãos de quem a começou. E a cada página tem um novo criador.
E Fumiko tem passado por muita coisa nas mãos de tantas – e criativas – pessoas! A jovem já cresceu, namorou, casou, teve filhos e morreu mais de uma vez! Claro, ressuscitando em seguida. Tudo motivado pela fantasia de quem está ali para escrever apenas uma página em sua história. Sem pensar no que pode vir depois. E muito ainda está por vir!
Willame Figueredo Administrador por formação, curioso por opção.
Música, cinema, cultura, história, poker e todas as coisas boas do mundo. Twitter: @willameee
Essa relação Quadrinhos x Cinema não é nova e muito menos se resume às versões de super-heróis na sétima arte. Hoje, algumas boas adaptações acabam transformando muitos filmes – por vezes nem tão bons assim – em rentáveis investimentos. Mas – em tempos de sucesso de Vingadores e do Batman de Nolan – viemos aqui lembrar que existem outras produções baseadas em histórias em quadrinhos que ficam bem longe de todo esse estardalhaço. Porém, são obras dignas de estarem nas listas de melhores adaptações dos quadrinhos. E até mesmo em destaque na história do cinema, cada um em seu gênero.
por Pecê Lopes | o n a c ri e m A i O Anti-Heró Robert Pulcini @pc_lopes e n a rm e B r e g n pri r Direção: Shari S atti, Hope Davis, Harvey Peka m ia G Elenco: Paul p0 Ano: 2003 tu.be/g19nAE_ih u o /y :/ p tt h r: e il Tra Também com inspiração autobiográfica, o AntiHerói Americano é baseado nos quadrinhos underground “American Splendor” e no seu próprio autor Harvey Pekar. O longa conta com o teor politicamente incorreto e malhumorado dos quadrinhos de Pekar. Com os desabafos sobre a rotina e as frustrações íntimas do autor. E o ponto alto é a forma que o filme é construído: com metalinguagem e brincadeiras entre o que é “real” e o que é “ficção”. A história acompanha o dia-a-dia do autor. E seu personagem (que é ele mesmo) é feito pelo excelente ator Paul Giamatti e narrado pelo próprio autor do quadrinho. Que também aparece em animação e é interpretado por outro ator em uma peça teatral dentro do filme... Parece confuso, mas é uma ótima narrativa. Na verdade é uma obra genuína e que se destaca pela qualidade da representação da personagem – curiosa e intrigante. Quase inevitável a vontade de conhecer os quadrinhos depois de ver o filme!
no r Daniel Hercula Persépolis | po o n @DanielHercula Satrapi e Vincent Paronnaud e Direção: Marjan astroianni, Catherine M Elenco: Chiara Darrieux lle ie Deneuve, Dan s Ano: 2007 tu.be/JV-jifKndU u o /y :/ p tt h r: e il Tra Adaptação dos quadrinhos homônimos da iraniana Marjane Satrapi, Persépolis é uma animação que conta histórias autobiográficas vividas por ela durante a Revolução Islâmica. Apesar de trazer uma protagonista de idade infanto-juvenil, a trama levanta questões complexas, apresentando conflitos de diferentes naturezas: políticas, sociais, familiares e até existenciais. Uma obra cheia de delicadeza e que usa o preto e branco para simbolizar as lembranças, tornando a experiência ainda mais imersiva. O filme concorreu ao Oscar de Melhor Animação e a Palma de Ouro em Cannes, onde ganhou o Grande Prêmio do Júri.
l reto | por Danie c e S o d n u M o Coraline e nielHerculano Herculano @Da elick S Direção: Henry anning, Teri Hatcher, F ta Elenco: Dako rs Jennifer Saunde Ano: 2009 /Js7wxoqeVK0 e .b tu u o /y :/ p tt h Trailer: Coraline e o Mundo Secreto é baseado em uma Graphic Novel infanto-juvenil de Neil Gaiman. O filme é dirigido por Henry Selick, o mesmo de O Estranho Mundo de Jack. E claro, também é em StopMotion. Nossa protagonista acha tudo muito sem graça, e sua família não ajuda, até que ela descobre uma porta mágica, que a leva ao mundo mágico (ou paralelo) da imaginação (ou seria real?). Visual estonteante, história muito bem costurada e com canções (e personagens) bizarramente bem divertidos (ou seriam assustadores?).
Old Boy ook Park Direção: Chan-w wang, Chun-hyeong Lim, H Elenco: Jo-yun Joon-hyung Lim Ano: 2003 YegQ utu.be/6Gd1JcT Trailer: http://yo Cruel e violento. Dramático e extenuante. Mas, é extenuante em um bom sentido. No sentido de conseguir alcançar um nível de imersão que coloca o espectador na pele do sofrido protagonista. Medos, angústias e drama que parecem não ter fim. Se coloque em sua pele: sem saber por que e por quem o cara é seqüestrado e colocado em cativeiro por longos 15 anos. Apenas uma TV é colocada como sua companhia. E ela acaba se tornando seu relógio, seu mestre, sua amiga e tudo mais que ele necessita. Castigado pela solidão de tanto tempo de cativeiro, ele torna-se um individuo quase que completamente selvagem. E quando ele volta a ver a luz do sol, só um objetivo martela em sua cabeça: vingança. Ótima direção e roteiro instigante!
Em busca de seu próprio estilo, Antonio Cardosopassou a brincar com o traço de grandes quadrinhistas. Isso levou a mais gente reconhecer o que sua professora descobriu quando ele ainda era criança: o cara tem talento! E o lance dele não é só desenhar. Cardoso colore, faz argumentos e roteiros para quadrinhos. E a obra que apresentamos aqui é uma espécie de síntese de seu trabalho. “Resiliências para um Quadrinho” é desenhado, colorido e roteirizado por Cardoso. Com humor, ironia e metalinguagem; esta história em quadrinhos é a própria história do autor. Onde ele – quadrinhista ainda à procura de identidade – busca mostrar seu talento e é aconselhado a buscar seu estilo próprio. A partir daí a divertida fantasia começa a ser desenvolvida, passando por estilos de traço e narrativa de grandes artistas das HQs. Onde o mostro é – claro – o maior inimigo do herói. Em uma inteligente metáfora do “problema” real: a busca pelo traço original. Entretanto, esse monstro parece ser o grande poder ou grande aliado deste mais novo herói dos quadrinhos.
Vocês sabem quem é Alan Moore? Pois ele é considerado um dos maiores escritores de quadrinhos de todos os tempos. Autor de obras como Watchmen, V de Vingança, Do Inferno, Lost Girls e Liga Extraordinária. Recentemente, Moore ganhou mais notoriedade por suas afirmações polêmicas contra a editora onde lançou seus primeiros grandes sucessos. E até mesmo contra seus próprios fãs.
A polêmica gira em torno de questões delicadas envolvendo direitos autorais, a editora DC e Watchmen – produzida na metade da década de 80. Quando, segundo Moore, teria sido muito ingênuo ao assinar um “contrato completamente abusivo”. Rezava o acordo que Moore e Dave Gibbons (o desenhista) teriam os direitos autorais da obra quando ela saísse do catálogo de vendas da editora. Mas o fato é que Watchmen se tornou um grande sucesso que sempre volta às prateleiras e vende muito bem, obrigado. O sucesso foi tanto que há dez anos, segundo o próprio Moore, surgiu uma proposta da DC para que ele escrevesse uma continuação. E que teria sido feita se ele recebesse em troca todos os direitos autorais. O que nunca aconteceu. Desde então, Moore se coloca completamente contra a possibilidade de escrever a desejada continuação.
ema. meça sua briga com o cin Nesse mesmo período co de A ão rrorizado com a adaptaç Moore deve ter ficado ho e e realmente foi um grand qu ), 02 (20 ria iná ord tra Ex Liga isso É importante entendermos insulto para a obra original. , os dit de Moore aparece nos cré me no o ” ga “Li em e rqu po 2001. Do Inferno, adaptado em da mesma forma que em Moore agradou de modo geral, e o ern Inf Do e qu e tec on Ac pois de indústria do cinema. Só de não ficou intrigado com a atrás pé o Moore teria ficado com "Liga", que saiu mal feita, da Vingança, que na opinião e começou a birrar. V de lo pe o lente filme, foi destruíd grande maioria é um exce ida ter visto sua obra corromp “anarquista” Moore. Ele diz e qu ato ntr já que exigiu por co desde antes da produção, da ado nos créditos do filme, seu nome não fosse divulg o filme de Watchmen. mesma forma que fez com
ou ando o trem descarril No meu entender, qu da oc emburrado. Na ép a em “Liga”, Moore ficou o ele dizia para os produção de Do Infern “Eu fiz minha parte. produtores de cinema cês façam o filme que vo Agora, vocês vão lá e as r re sabia separa quiserem”. Antes, Moo um filme ruim não coisas, inclusive que a obra que ele já havia mancharia, de fato, um tar e ele não podia acredi qu ce re pa as M . ito cr es Vingança seriam bons que Watchmen e V de sde o princípio. filmes e os negou de
Da mesma forma como aconteceu nessas adaptações de obras suas para o cinema, Moore parece ter (por obrigação!) que manter sua opinião devastadora contra as novas séries de quadrinhos: o Before Watchmen. O que incomoda é que Moore foi chamado há 10 anos pra escrever uma continuação e ela só não aconteceu porque ele exigiu todos os direitos sobre a obra original. Ano passado a DC quis renegociar e até ofereceu o que ele pedia: os malditos direitos autorias. Mas o que Moore disse sobre isso? “Tenho pensado nisso, e várias coisas me ocorreram. Devo imaginar que se a Warner-DC está me oferecendo de volta os direitos já usados e presumivelmente bem gastos de Watchmen (...) então isso indicaria que sim, Watchmen, como propriedade intelectual, do ponto de vista deles tenha chegado ao fim de sua vida natural”. Então, o Sir Moore não quis mais os direitos porque acha que o “produto” Watchmen, e suas possíveis franquias, já estão desgastadas ao extremo.
Moore se justifica dizendo que Watchmen é um clássico fechado e que clássicos não precisam de continuações, que não existe Moby Dick 2, ou Before Moby Dick. Mas ele se esquece que ele próprio já usou personagens de outros clássicos pra contar histórias, ou vocês não sabem o que é Lost Girls ou Liga Extraordinária? Ele pode ganhar dinheiro com os personagens dos outros só porque são de domínio público? O Senhor Hyde de “O médico e o monstro” precisava que o “deus Moore” escrevesse com seu toque de Midas a Liga Extraordinária? Porque outros autores não devem escrever sobre o Rorschach?
Moore não quer dá o braço a torcer e produzir o que a maioria absoluta de seus fãs quer. Quando outros escritores, desenhistas e novos editores da DC – todos tão fãs confessos do Moore quanto ele deve ser de Bram Stoker – resolvem escrever outras histórias baseadas no clássico Watchmen, ele se mantém protegido por um muro de falsa ética, ironia e insulta a todos envolvidos com o projeto. Ele chegou a dizer que os melhores escritores da DC nunca irão produzir algo comparável ao original. Simplesmente porque
eles nunca serão tão bons quanto o próprio Moore. Ele dispara para todos os lados. Nem o Dave Gibbons das críticas, porque ele nunca ligou agradecendo por receber todos os créditos e grana envolvidos na adaptação para o cinema da obra dos dois. Disse que nunca assistiu ao filme, mas que com certeza é ruim e prefere “criticar na ignorância” (é de rachar de rir). Disparou até contra os fãs, dizendo que tem desprezo total por todos aqueles que se tornarem leitores de Before Watchmen. Infelizmente, Before Watchmen não terá uma vírgula escrita por Moore, que mesmo junto com todos os "Vs" do mundo, só irão estrebuchar muito. A DC agradece.
Tatiana Cesso Jornalista @wonderbeans
ROY LITCHENSTEIN NO ARTINSTITUTE Vir para Chicago e não visitar o Art Institute é o mesmo que ir a Nova York e não conhecer o Metropolitan ou desembarcar em Paris sem visitar o Louvre. Quem gosta de arte sabe que isso não se faz! Fundado em 1879, o AIC é um dos museus mais conceituados do país, abrigando importantes obras de artistas americanos, caso de John Singer Sargent e Edward Hopper. Reúne também clássicos do impressionismo assinados por Monet e Renoir. Mas não é sobre o seu precioso acervo permanente que vou escrever hoje. A ideia agora é chamar a atenção para a
exposição “Roy Lichtenstein: A Retrospective”, a maior retrospectiva já feita com o trabalho do artista americano, um dos precursores da Pop Art. São 50 anos de trajetória do americano no mundo das artes. Estão lá todos os ensaios de Lichtenstein sobre o que viria a se transformar em um gênero artístico. Parodiando elementos da cultura pop, seus quadros chegaram ao patamar dos mais bem cotados do mundo – no inicio desse ano, a pintura Sleeping Girl, de 1964, foi vendida por 45 milhões de dólares, negociação mais alta da história. Na atual exibição consta a maioria de suas obras famosas, caso de Whaam!, imagem que reproduz
uma cena de comic book. São mais de 160 obras, entre esboços inéditos, esculturas e pinturas. Para ver tudo com a atenção merecida, vale a pena dedicar, pelo menos, duas horas só para ela. Embora eu já conhecesse o trabalho de Lichtenstein, acompanhar sua trajetória quadro a quadro foi a experiência mais inspiradora que já tive com a Pop Art. Confesso que passei semanas sonhando bolinhas. Especialmente com a obra que fecha a expo, Landscape in Fog, que Lichtenstein finalizou um pouco antes de morrer, em 1997, aos 73 anos.
Engraçado que um dos pontos mais legais da exposição é também o mais incômodo. Boa parte do acervo está liberada para fotografar, e muitas das obras são mesmo irresistíveis. Eu tirei varias fotos. Por outro lado, há quem banalize toda a experiência, passando de uma obra a outra com o celular em punho, fazendo poses em frente aos quadros e atrapalhando quem está ali para curtir a obra ao vivo. O negócio é encarar com bom humor e lembrar que Pop Art tem dessas coisas.
Quando eu tinha 15 anos foi lançado o CD Circuladô Ao Vivo, do Caetano, no distante ano de 1992. O registro marcava a turnê de comemoração de 50 anos do baiano.
Flávio Stambowsky
Músico / Guitarrista
@Fstambowsky
Lembro que no home-video ele ressaltava que também chegava àquela idade Gil e Paulinho da Viola. Foi um disco que me marcou muito, bem como virou mania no colégio Geo, onde eu estudava em Fortaleza. Todo mundo tinha, todo mundo ouvia e todo mundo pirava na versão épica de Jokerman, do Dylan. A banda de Caê tinha sido alterada especialmente para a tour comemorativa. Saía Tony Costa e entrava Luiz Brasil na guitarra; Dadi foi “furtado” do Barão Vermelho para assumir os baixos e Jacques Morelembaum chegava para só sair recentemente, na fase roqueira de Caetano. O álbum duplo até hoje é tratado como um dos seus melhores “ao vivo”, à altura de "Transa", por exemplo. Talvez o que me levou a falar deste disco foi o marco dos 20 anos de seu lançamento, junto com os 70 que o leonino Caetano fará neste mês de agosto. Acho que nenhum baixista no mundo consegue ficar desatento ao serviço de Dadi em "Leãozinho". Nem nenhuma memória deixa barato a delicadeza de "Debaixo dos caracóis dos seus cabelos". Fora a porrada sonora na homenagem aos Doces Bárbaros no final. Fico me lembrando deste disco, lembrando dos meus 15 anos e me lembrando do contexto roqueiro da época. E facilmente se explica em mim porque eu não tinha tempo para Nirvana ou Pearl Jam. Ah, não queria me despedir sem saudar a vinda de Ron Carter ao Brasil! Já passou, mas que foi joia isso foi! E queria agradecer também ao convite de Terezona para virar colunista fixo. Até a próxima. Quer matar a saudade ou conhecer mais a obra de Caê? Clique aqui!
Pecê Lopes • @pc_lopes
Um país sem educação como o Brasil não valoriza apropriadamente sua produção cultural. Ou, se valoriza, não tem (pelo mesmo motivo) grana para pagar por produtos culturais. Comprar um livro, ir a um show, ou mesmo simplesmente ir ao cinema. Uma situação difícil! Por essas e outras, que precisamos sim de leis de incentivo à cultura. Entretanto, me recuso a aceitar artistas ricos e cercados de grandes produções, ou até mesmo corporações milionárias recebendo recursos de leis de incentivo. Ora, o incentivo é para quem não tem recursos suficientes ou para quem não quer gastar os seus em cultura? Já pensou sobre isso? Pois faça, analise bem essa questão! Eu credito, inclusive, a insipidez de muita produção nacional a este sistema. Afinal, um filme –por exemplo – pode estrear completamente pago. Então, para que se importar tanto com a qualidade. O trabalho está feito e bem pago! Perde um tanto aquela preocupação de ter que conquistar o público para que renda em bilheteria e os investimentos retornem. Claro, tem o outro lado, que citei no início: o povo não quer consumir e quando quer não tem o dinheiro. Contudo, o fato de alguém que pode bancar uma produção e é beneficiada, em detrimento de outrem que não pode, é – no mínimo – injusto! Esta questão voltou a mexer comigo depois que vi uma entrevista de Caio Blat sobre cinema em um evento da Prefeitura de Suzano (SP). Segundo o ator, o problema não é só na produção como penso aqui – é na distribuição. E parece ser ainda pior do que pensava! Ele disse que, depois que descobriu como a coisa funciona, ficou “enojado” e “horrorizado”.
Ele não poupou críticas à Globo Filmes: “Ia sempre na Globo pra divulgar os filmes que estava fazendo. Ia no Vídeo Show, no programa do Serginho Groisman para falar do filme, mostrar o trailer e tal. E achava que isso era um trabalho natural de divulgação. Aí eu descobri que essas coisas são pagas. Que, quando vou no programa do Jô Soares fazer uma entrevista em que ele mostra um trecho do filme, isso é considerado uma ação de merchandising, e não jornalismo”. Caio Blat afirma que, quando a Globo Filmes propõe fazer a distribuição de um filme, na verdade, põe em prática um engenhoso esquema para “sugar” tudo do filme de uma “forma predatória”. Dentro da lógica apresentada por ele, “a TV Globo faz uma ação de merchandising do filme e apresenta um custo, uma fatura, pra Globo Filmes pagar. Ela cobra dela mesmo”. E com um pequeno detalhe contratual, tudo que entrar de retorno para o filme deverá ir primeiro para pagar as contas com a Globo. O vídeo em que o ator fala tudo isso logo gerou certa polêmica e não demorou a sair do ar. Apenas trechos resistiram até agora pela web, como este que você pode ver AQUI. Mas qual será o motivo dele ter saído do ar? Uns dizem que foi por pressão jurídica, outros que foi por decisão espontânea da prefeitura. E Caio Blat, hoje, pede desculpas a toda poderosa Globo e ainda põe culpa em quem publicou o vídeo e blá, blá, blá...
Nossa, como isso me incomoda! E Quanto a você? Comente no twitter com as hastags #MeioCheio e #CaioBlatDetonaaGlobo