agronegócios ano 3 | edição 13 | Maio /Junho 2014
25
anos
Girolando
o sucesso da seleção genética
Leilões Os novos recordes do Senepol
Cafeicultura Os lucros e prejuízos causados pela seca
Consultoria Shoppingen, nova forma de comercialização
Parceiros e Colaboradores O olhar e as lentes de nossos parceiros se traduzem em cor, emoção e informação, nas páginas da Revista Terra Boa Agronegócios. É através dessa arte que nossas páginas encantam e informam os leitores. Assim, mais do que merecido que, nesta edição, nesta seção, o destaque fique com eles, que registram a beleza da agropecuária, do agronegócio brasileiro.
Zezinho Peres - Agrônomo e Fotógrafo A fotografia e a agronomia sempre fizeram parte da vida de Zezinho Peres. Natural do Rio de Janeiro, dividiu sua vida entre o Rio e as montanhas de Minas Gerais, quando estudante. A primeira profissão escolhida foi a agronomia. Anos depois, optou pela fotografia e direcionou o seu trabalho para o agronegócio. Hoje fotografa a produção de grãos e a pecuária em todo Brasil.
José Maria Matos - Fotógrafo Trabalha com fotografia há 17 anos. Sempre atuou na área da pecuária, do agronegócio. É na capital do zebu, em Uberaba/MG, que ele mantém o seu estúdio e registra os muitos e belos animais que circulam por lá. Para ele uma boa fotografia se resume ao fato de estar no lugar certo, na hora certa. Como profissional da imagem, é colaborador em várias revistas segmentadas do agronegócio.
Daniela Venturini - Fotógrafa A descoberta da profissão aconteceu depois de passar por três transplantes de córnea e recuperar a visão. Ela considera uma graça alcançada poder eternizar momentos em uma fotografia, pois correu o risco de perder a visão. Há 10 anos trabalha como fotógrafa no Estado de São Paulo, registrando provas de team penning e de tambor. Especializou-se em cavalos, após acompanhar algumas provas com o seu irmão.
Rúbio Marra - Empresário e Fotógrafo Ele começou vendendo filmes e câmeras, mas logo comprou a sua primeira câmera e começou a fotografar eventos sociais. Passou para o fotojornalismo, segmento em que atuou por 8 anos. Na política, atuou em campanhas e em assessorias em Brasília. Em 2005, criou o seu próprio estúdio, no centro de Uberaba/MG e passou a atender empresas entre elas a ABCZ, Girolando, Ma Shou Tão, Duratex, Valmont.
André Silva - Jornalista e Fotógrafo André Luiz da Silva é paulista de Sorocaba/SP. Podemos dizer que é um profissional de muitos talentos. Fotógrafo, jornalista e engenheiro da computação. Em 1997 foi rendido pela fotografia ao ganhar uma câmera Sony Mavica FD 97. Começou registrando baladas para o site Arrastão Country e dessa experiência seguiu para o universo de animais, especialmente o mundo dos cavalos. Para ele a fotografia é 70% de estudo e 30% de prática.
Reginaldo Faria - Designer e Fotógrafo Com 16 anos ele já se aventurava no segmento do design e da fotografia, além disso, as revistas o encantavam. Com tanto envolvimento no segmento, acabou investindo em uma publicação direcionada aos jovens, que circulou por um ano, em Passos/MG. Conheceu o universo do agronegócio ao integrar a equipe da Revista Terra Boa. A partir desse contato, começou a fotografar animais e o mundo do agronegócio.
Fábio Fatori - Publicitário e Fotógrafo As paixões pela fotografia e pela veterinária sempre o acompanharam. No entanto, sua aptidão para a comunicação o levou também para o segmento da criação e do designer, destacando-se na Central de Inseminação Pecplan e na Publique, agência de comunicação voltada para o agronegócio. Depois dessas experiências, criou a Fato Rural, empresa pela qual comercializa suas fotos e campanhas.
Pitty - Fotógrafo Josimar Donizete Alexandre é conhecido como Pitty. Natural de Veríssimo/MG, é fotógrafo em Uberaba e atua nesse mercado há 25 anos. Começou atuando no Parque Fernando Costa produzindo fotos 3 x 4 para credenciais. Destaca o trabalho de Rubens Sales e Maurício Farias, profissionais que o ensinaram a arte e o ofício. Para ele a fotografia é a eternização do momento, tornando-o história.
Leia na Terra Boa a ga rgor no en ge óg có icoi so s
EXPEDIENTE EXPEDIENTE Terra Boa Agronegócios é uma publicação bimestral da Editora Doce Mar ano 3 | edição 13 | maio/junho 2014 Direção executiva Bolivar Filho Conselho editorial Bolivar Filho Denise Bueno Edição Bolivar Filho Denise Bueno Projeto gráfico Edição de imagens e DTP Multimarketing Comunicação Dalton Filho / Thiago Ometto contato@multimarketing.ppg.br daltonfilho@multimarketing.ppg.br Jornalista Responsável Denise Bueno – DRT/MG 6173 terraboaminas@hotmail.com Redação Denise Bueno Marcela Muzzeti Mônica Cussi Atendimento Isis Oliveira Revisão Ruller Rodrigues rullerrodrigues@hotmail.com Fotos Reginaldo Faria reginaldofaria@outlook.com Impressão 3 Pinti Editora e Gráfica Tiragem 10 mil exemplares A Revista Terra Boa Agronegócios não tem responsabilidade editorial pelos conceitos emitidos nos artigos assinados e informes publicitários. Revista Terra Boa Agronegócios Av. Com. Francisco Avelino Maia, 3866 Passos/MG - 37902-138 - Fone: (35) 3522-6252 www.facebook.com/terraboa.agro www.issuu.com/terraboa Publicidade: terraboaminas@hotmail.com Envie a sua história ou curiosidade relacionada ao campo para a Terra Boa Agronegócios!
12 CAPA Girolando raça genuinamente brasileira
18 LEILÃO Leilão Santa Luzia
24 CONSULTORIA Uma nova proposta de comercialização
26 CURTAS O que acontece
32 ARTIGO Funcionário ruim ou mal treinado
34 ARTIGO Milho geneticamente modificado
36 ARTIGO Cafeicultura processamento e beneficiamento
38 ARTIGO Lucros e prejuízos da seca de 2014
40 PECUÁRIA DE CORTE Senepol é destaque
44 LEILÃO Leilão Elite Senepol
46 LEILÃO Leilão Senepol 3G
50 ARTIGO Senepol de responsabilidade
52 GENÉTICA A genética e as facilidades de reprodução
Leitores da TB
O mês de maio foi marcado por exposições e muitos leilões. Durante esses momentos, a equipe da Revista Terra Boa Agronegócios tem a oportunidade de divulgar o seu trabalho para novos leitores. Entre um flash e outro, encontrou com criadores já consagrados da raça Nelore, como o cantor Zé Di Carmargo, do Nelore é o Amor, durante o leilão Noite dos Campeões, na Expozebu. No leilão Estrelas do Senepol 3G, realizado em Barretos, o encontro foi com o também cantor e criador da raça Senepol, Almir Sater, já entrevistado pela revista. No mesmo leilão, o novo criador de Senepol, o escritor Augusto Cury também recebeu um exemplar da Terra Boa Agronegócios. Na festa de abertura da Expozebu, no Parque Fernando Costa, o nosso encontro foi com o Sr. Paulo Lemgruber, nosso entrevistado da última edição, e sua filha Claudia, também criadora. Em Ibiritiba Mirim, durante prova de marcha, o criador José Carlos Teixeira, Jotta, e sua filha Kaliza, que também é cavaleira.
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Ao leitor
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A Pecuária Brasileira A pecuária nacional está em foco nesta edição da Revista Terra Boa Agronegócios, nas suas mais variadas formas. A começar pela grande festa do Zebu, realizada pela ABCZ (Associação Brasileira dos Criadores de Zebu), que comemorou seus bem vividos 80 anos de exposição em grande evento, reunindo zebuzeiros de todo País. A festa foi também especial para a equipe da Terra Boa Agronegócios, que, juntamente com toda a cadeia que apoia o fomento do crescimento das raças zebuínas, foi homenageada na festa de abertura. Esse é um grande momento e só temos a agradecer a ABCZ pelo reconhecimento do nosso trabalho. Para retratar os muitos momentos da Exposição, criamos um caderno especial sobre a Expozebu, onde mostramos a nossa leitura da festa, das raças, do mercado internacional, dos leilões. Enfim, os vários elos da cadeia que se entrelaçam durante a Expozebu. Impossível registrar todos os acontecimentos, mas a Terra Boa se une as outras mídias para deixar parte desse legado para as futuras gerações. E continuando nessa missão de registrar os projetos de sucesso do agronegócio brasileiro, trazemos para esta edição o Projeto Adir e Parceiros, desenvolvido na Fazenda Nova Piratininga, com a assinatura de Adir Leonel; criador da raça Nelore, juiz de pista da ABCZ, uma grande referência para o setor, que agora doa seu tempo e experiência para a pecuária extensiva. Ainda com foco no Zebu, mostramos o crescimento da raça Sindi, que conquista cada vez mais novos investidores e pecuaristas de todo País e, a partir desta edição, ganha novo espaço em nossa publicação. Como vivemos um tempo de comemorações, registramos também a grande festa que se aproxima, desta vez da família Girolando, que comemorará durante a Megaleite, em julho, os 25 anos da Associação que fomenta a raça genuinamente brasileira. O tempo é de comemorações pelo trabalho dos pecuaristas. Parabéns a todos vocês.
Grande Abraço e boa leitura! Bolivar Filho
Você sabia que a Terra Boa também pode ser acessada na internet para leitura virtual? É no endereço abaixo:
Nas capas desta edição, rebanho Nelore por Fábio Fatori e montagem com fotos de Girolando
http://issuu.com/terraboa Tenha uma boa leitura!
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anos
Girolando uma raça genuinamente brasileira A Associação comemora seu Jubileu de Prata na Megaleite e mostra a evolução
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da pecuária leiteira nacional
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arquivo /Gustavo Ribeiro
Em julho, o Parque Fernando Costa recebe a 11ª Exposição do Agronegócio do Leite, a Megaleite, promovida pela Associação Brasileira dos Criadores de Girolando, e que como o próprio nome já enfatiza, reúne as raças focadas na alta produção leiteira que movimentam a economia e projetam para o exterior o melhor da genética brasileira. No caso da raça Girolando, o evento é mais que especial, pois a associação comemora o Jubileu de Prata, resgatando o trabalho de gerações, a fim de fomentar a excelência da raça. O presidente da Associação Brasileira de Criadores de Girolando, Jônadan Hsuan Min Ma, detalhou com exclusividade à Revista Terra Boa Agronegócios, como a raça vem se desenvolvendo ao longo dos 25 anos e quais os principais projetos para a agropecuária de leite brasileira, que circulam desde ações específicas de marketing, articulações políticas e exportação. Confira abaixo a entrevista e o bom momento vivido por aqueles que acreditaram nessa raça brasileira. TB - Para comemorar os 25 anos da Associação, a Girolando terá como parceiras várias empresas e instituições. Como acontecerá esta festa? JM - Queremos homenagear todos os membros da diretoria e quem fez história, resgatando na solenidade do dia 15, a importância do passo que foi dado 25 anos atrás. Queremos mostrar que comemoramos 25 anos, construídos com o trabalho de pequenos produtores, tiradores de leite, apaixonados, que se sacrificaram pela raça. O Ministério da Agricultura aceitou um cruzamento e, hoje, o Girolando é uma raça consolidada no Brasil e no mundo, com destaque tanto de produção quanto de qualidade. Vamos fazer na Megaleite muitas alusões, comemorações, lembranças a esses momentos. Quando se pode fazer 25 anos? Quando uma raça é comparada a uma raça holandesa que tem mais de 200 anos. Vai ser bom mostrar ao Governo, ao Ministério, à Embrapa, à Epamig e à pró-
pria ABCZ, nossos parceiros, como é importante dar as mãos e trabalharmos juntos. Esse trabalho conjunto é que gerou resultado tão rápido, mas tão consistente. TB - Como será a programação da Megaleite? JM - A programação é de oito dias, com intensa agenda entre 15 e 19. Dia 15 será a abertura e de 16 a 19 os julgamentos, não só do Girolando, como também das outras raças: Sindi, Gir leiteiro, Holandês, Pardo Suíço e Guzerá. Esperamos a participação de 1800 animais, e se somado com os leilões, serão dois mil. Teremos um trabalho muito especial esse ano, a Feira de Animais, voltada para o pequeno produtor, onde ele vai poder
comprar e vender a preço de mercado, sem comissão de venda. Será uma negociação como se fosse realizada na porteira da fazenda, no curral. Tem apenas a inscrição de R$ 47,50. Estamos organizando caravanas de pequenos produtores, com parcerias da Emater, Sindicatos Rurais, cooperativas regionais e prefeituras para que possam vir conhecer as tecnologias e participar da feira. Todos os dias à tarde, de quarta a sexta-feira, teremos palestras com nossa equipe técnica, que abordará assuntos como o programa de melhoramento, manejo de rebanho, sanidade, controle leiteiro. Enfim, informações úteis e práticas para o produtor de leite. Será uma Megaleite comemorativa voltada para o pequeno produtor. Des-
Jônadan Ma
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poderes deliberativos sobre o leite. Já temos o assento na CNA, na Comissão de Pecuária e Leite e já temos, também, uma participação na Comissão de Leite das Cooperativas. Faltava um assento permanente na Câmara Setorial do Leite e Derivados e estamos em vias de ter essa aprovação.
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tacaria ainda que, como a ABCZ fez, vamos nos adequar às exigências do Ministério Público, da segurança, do Ministério do Trabalho. A ABCZ deixou o caminho pronto para nós e daremos continuidade.
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TB - Qual a responsabilidade da Associação ao reunir as raças leiteiras em evento nacional que mostra o potencial do Brasil em produzir leite de qualidade? JM - Nossa responsabilidade é mostrar que o Girolando é apenas uma das raças, embora ela detenha quase 80% do leite no Brasil. É o leite que temos que trabalhar. Nós temos que trazer ao palco a discussão para a comunidade ver onde e como esse leite é produzido, desde o produtor até o supermercado. Ele tem que entender que cada elemento, seja o produtor, laticínio, distribuidor, máquinas e equipamentos, todos são importantes e, por isso, existe a Megaleite. Ninguém hoje vive isolado, pertencemos a uma corrente de muitos elos, se tiver uma parte da corrente fraca, ela perde sua força. Temos que ser um elo forte do produtor até o consumidor final.
TB - Nesse mês de maio, o senhor vivenciou extensa agenda em Brasília em busca de novos recursos para a pecuária leiteira. E tem buscado parcerias com o Governo de Minas também. O que vem por aí? JM - Estivemos em Brasília e Belo Horizonte acertando projetos na área de melhoramento genético, principalmente, para desenvolver o rebanho e a disponibilização de animais melhoradores, sejam fêmeas ou machos. Estamos trabalhando com o Ministério da Agricultura, com a Secretaria de Agricultura de Minas Gerais e com a Emater, porque queremos melhorar o Pró-Genética, com foco forte no leite, não só em cima do macho, mas para as fêmeas leiteiras. Acreditamos que o acesso do produtor às feiras tem impacto imediato na produção de leite. No dia 15, vamos renovar o nosso Termo de Cooperação Técnica com a Emater, Ima, Governo do Estado, para acertar essa nova etapa do Pró-Genética Fêmea. Esse modelo intermediado é focado no pequeno produtor. E outra coisa importante, em Brasília, queremos conquistar nossa inserção em todos os segmentos onde existe debate de
TB - A Girolando tem algum projeto direcionado aos produtos derivados do leite? JM - Teremos um projeto durante a Megaleite em que mostraremos o trabalho com o queijo. O Girolando é um grande produtor de leite, mas também de sólidos, tem mais gordura e proteína do que a maioria das raças leiteiras. Então nosso leite é um excelente produto para produzir derivados, é uma alternativa para o pequeno produtor. Queremos mais parcerias para que consigamos fortalecer o leite e a marca Leite Girolando, como se fosse um chamativo de marketing para mostrar a qualidade desse produto. Outro dia, autorizei uma pequena indústria de queijo artesanal a colocar na embalagem de seus produtos os dizeres: “Leite oriundo de gado Girolando”. Dá peso, qualidade e aceitabilidade maior da marca. O Concurso de Queijos está prometido para o ano que vem. Este ano teremos uma Mostra Regional de Queijos. TB - A comunicação é um dos elementos fortes da sua gestão. Entre as ações de comunicação estão os Canais Masters de Comunicação, que integram várias redes de televisão. Como será o desenvolvimento desse programa? JM - Criamos um projeto muito interessante, além dos 10 parceiros temos mais três canais masters, formados pelas três principais empresas de televisão do agronegócio, o Canal Rural, o SBA e o Terra Viva. São parceiros da Girolando para que, não somente eles sejam divulgados nas nossas ações, mas, principalmente, para que a Girolando seja divulgada na programação, por meio de inserções e reportagens para fomentar, mo-
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tivar e informar sobre a importância de se criar e se usar touros e vacas Girolando na produção de leite. Essa parceria vai ocorrer ao longo de 2014 e 2015. Quem ligar a televisão verá uma comunicação mais massiva por parte da Girolando. O projeto já está começando. Além dos canais masters, temos dez empresas de nutrição e saúde animal, educação dirigida, biotecnologia, que estão atuando fortemente com o Girolando. São parceiros no dia a dia e vão oferecer condições melhores de mercado para o associado da Girolando. Em contrapartida apostam no marketing da Girolando. TB - Novas parcerias foram firmadas pela Girolando durante a Expozebu. Uma delas com a ASOCEBU para a venda de material genético e animais vivos para a Bolívia. Como se dará esta parceria? JM - Estamos dando os primeiros passos para consolidar essas parcerias internacionais. A primeira foi a Asocebu e temos outra engatilhada na República Dominicana e outras em vista para o México, Venezuela e Equador. Estamos dando passo a passo para que realmente o know how do Girolando seja passado para esses países, para que eles possam criar e produzir. E claro, no Brasil, teremos uma demanda pela nossa genética, seja por meio de animais com a liberação da questão sanitária, seja de embriões ou sê-
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men. Temos um mercado muito grande esperando pela gente. TB - Na prática como vai ser? JM – Em agosto nossos técnicos irão para a Bolívia. Vão dar palestras, levantar a demanda. Em setembro, a diretoria irá analisar em que nível essa demanda pode ser estruturada para formação de um Termo de Cooperação Técnica, que seria a terceira etapa. Teremos, a partir desta fase, etapas de trabalhos específicos como a viabilidade de ter um escritório internacional, para ajudar o país a se desenvolver. E, é claro, isso será custeado pelo país anfitrião, porque nós estamos passando uma tecnologia e, em contrapartida, eles irão pagar os custos e royalties para nós. Depois, é claro que estarão desenvolvendo o Girolando nesses países para atender a demanda reprimida que enfrentam e para produzir mais terão que adquirir material genético do Brasil. É um trabalho que tem que ser construído passo a passo. E faremos assim com os demais países. TB - Os criadores brasileiros estão preparados para a exportação de material genético e de animais? JM - É claro que o Brasil hoje tem uma demanda interna muito grande. E é claro que vamos mostrar que o Brasil tem condições de suprir. Genética não é um produto de indústria, leva um tempo
para ser concretizada, mas com certeza o Brasil, pela sua dimensão territorial e o tamanho da raça Girolando no país, vai conseguir suprir sim! TB - A raça Girolando é comercializada para quais países? O sêmen, principalmente, é exportado para alguns países. Alguns recebem animais, como a Venezuela e a Bolívia, onde já existe Girolando. Somente esse ano, serão embarcados 20 mil animais para a Bolívia. Há países em que os protocolos ainda não foram liberados, mas estão começando a liberar. Temos um grande mercado emergente se abrindo para a África, Angola, Moçambique, com a Agro Export. A Girolando não vai exportar, não é função dela. O que a Associação está fazendo é fomentar e desenvolver condições para promover estratégias mercadológicas para abrir mercado. TB - O que mais dificulta as exportações de material genético e de animais? JM - Primeiro a barreira sanitária e segundo as condições da nossa Associação, que tem uma equipe enxuta. Temos que estruturar agora para dar um passo internacional. Há uma demanda grande para o trabalho no País. Vivenciamos um período de crescimento e temos que estruturar a casa para que possamos realmente estar em outros países.
A raça está presente na América do Sul e América do Norte. Para o continente africano, as negociações possibilitarão a exportação para a África, Angola e Moçambique
TB- Quais outros países se interessam pela raça? JM - Estados Unidos e Canadá têm interesse e já estão usando Girolando registrado. Para a Inglaterra e Europa, estamos em prospecção. Acredito muito fortemente na América do Sul, América do Norte e Sudeste Asiático. A produção de leite no país ainda está sendo insuficiente para exportar. Temos muito para crescer interna e externamente.
TB - O que é importante destacar nesse momento em que a Associação comemora seus 25 anos? JM - Vinte e cinco anos de uma historia construída de geração para geração, de diretoria para diretoria, equipe após equipe. Uma raça que vem crescendo exponencialmente em nível de aceitação e de solidez do Programa de Melhoramento Genético. É um programa sólido de alta confiabilidade, principalmente porque é amparado por um trabalho de pesquisa muito forte, com
Epamig, Embrapa, Ministério da Agricultura e instituições de pesquisa, responsáveis por oferecer toda base tecnológica. Nos 25 anos, vemos como a raça se desenvolveu e evoluiu em aumento de produção, lactação, teor de sólidos, conformação animal e longevidade, todas as características desejáveis para animais de leite, no mesmo nível de animais especializados. Falo especializado, porque Girolando é um cruzamento, mas está com uma condição idêntica a um animal especializado em leite.
foto ZZn Peres
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Leilão
A força da raça Girolando
no Leilão Santa Luzia O 4º Leilão Noite de Gala e o 13º Anual Girolando Santa Luzia, do Grupo Cabo Verde, realizados no final de semana de 25 e 27 de abril, reuniu pecuaristas de todo Brasil in loco, na Fazenda, em Passos/MG; e a distância, pela transmissão do canal Terra Viva.
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Toda a qualidade da raça Girolando foi colocada à venda em dois dias do tradicional evento, que registrou o melhor remate da raça em 2014, entre os leilões realizados de janeiro a abril. O Grupo Cabo Verde celebra 100% de vendas e recorde de faturamento. Neste ano, os leilões da Fazenda Santa Luzia, marcados pela qualidade dos animais ofertados, conseguiram ser ainda melhores e surpreender a todos os participantes. O Noite de Gala, que teve liquidez total, registrou faturamento de R$ 890.405,00 e média geral de R$ 24.065,00. Para o coordenador de leilões da Embral, Agnaldo Lellis, este evento é o marco do ano para os pecuaristas. “Tudo o que é feito aqui, os acasalamentos, os touros usados, é um espelho para todo Brasil. Os compradores ganham anos
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de trabalho ao adquirirem animais com 30 e 40 anos de seleção genética”, ressaltou. O destaque foi a comercialização de 50% das cotas de Opinante Eshof Santa Luzia, doadora Girolando ½ sangue, vendida por parcelas de R$ 4.300,00, para o empresário Márcio Francisco Lopes da Silva, proprietário da ITA Alimentos, de Itabirito/MG, que inicia projeto na sua área de atuação em busca de maior qualidade e quantidade de leite. Maurício Silveira Coelho, diretor da Fazenda Santa Luzia, destaca a importância dessa parceria. “É o início de um trabalho promissor, no qual nos sentimos honrados em poder fornecer genética para uma grande indústria alimentícia. Por outro lado, a ITA Alimentos poderá difundir esse material entre os
seus parceiros, melhorando a qualidade e quantidade de leite recebido.” Segundo Tatiane Tetzner, Gerente de Produto na CRV Lagoa, a genética consagrada da Fazenda Santa Luzia contribui com toda a pecuária nacional. “A disseminação acontece através das matrizes (oócitos) e dos touros (sêmen). Esta é a genética do futuro. Não só para o Brasil, mas para o mundo”, afirmou. Durante o Leilão Anual Girolando Santa Luzia foram ofertados 240 fêmeas, sendo que mais de 70% das novilhas estavam prenhes de embriões que, segundo Maurício, “representam uma geração à frente das mães no melhoramento genético”. As 240 fêmeas foram comercializadas pela média geral de R$ 9.050,00, gerando um faturamento de mais de R$2,1 milhões.
Galeria Leil茫o Santa Luzia agroneg贸cios
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Embral leilões, 33 anos dedicados ao leite
Aconteceu Na primeira quinzena de junho, cinco leilões proporcionaram condições de investir na pecuária leiteira Dia 5 – 3º Leilão Braço do Norte. Durante a Feagro, ofertou 60 animais entre bezerras, novilhas, vacas e prenhezes 100% Jersey PO. Dia 6 – 4° Leilão do Núcleo dos Criadores de Carmo de Minas, capital nacional do Girolando, ofertou 50 lotes altamente selecionados.
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Dia 7 – 5º Leilão Anual “O Rio do Leite e Convidados Especiais”, Capetinga/MG, vendeu 180 fêmeas, sendo 150 Girolando livro fechado, 20 Gir Leiteiro e 10 Holandesas. A Assessoria do evento foi de Boi/BeefMilk. Durante o leilão foi comercializada prenhez de macho da Candeia Wildman F. Congonhas, atual recordista mundial de produção - Fêmea Jovem - Girolando 1/2 sangue, a mais valorizada da história da raça Girolando. A prenhez teve 33% de suas cotas comercializadas para a ABS PE-
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CPLAN por parcelas de R$1.100,00, sendo o valor total da prenhez de R$99.000,00. A matriz proporcionou outro recorde do leilão pela comercialização de 50% de suas cotas no valor de R$ 138.000,00 Dia 8 – Leilão Virtual Especial Gado Jovem. Ponto do Leite Embral ofertou 100 novilhas amojando de sêmen convencional e sexado e 20 vacas recém-paridas, 3/4 e 7/8 HPB e Girolando. Dia 9 – Leilão Virtual Minas de Leite ofertou 50 lotes entre vacas, novilhas prenhas e bezerras. Dia 14/6 – Leilão Virtual Anual de Girolando Fazenda Santa Tereza, de Tapira/ MG, promovido por Anna Maria Borges,
Cunha Campos e convidada especial Ana Cristina Magalhães. Foram vendidas 250 fêmeas Girolando e Gir Leiteiro sendo: 100 novilhas 1/2 sangue e 5/8 livro fechado, prenhas, 80 bezerras ½ sangue e 5/8 livro fechado de 10 a 14 meses, 20 vacas ½ sangue e 5/8 de 1ª cria, 30 vacas Gir Leiteiro e 20 bezerras e novilhas Gir Leiteiro. Rebanho formado por mais de 700 cabeças com 30 anos de rigorosa seleção com controle leiteiro e 100% de inseminação artificial. Dia 15/6 – 1º Leilão Anual Fazenda São Bento da Extrema, em Goiás, ofertou 200 fêmeas Holandesas registradas de alta produtividade.
EAPIC e Marajoara
Ponto do Leite é na Embral
Duas ótimas oportunidades para você comprar bem e com lucratividade. Dia 3/7, no Recinto de Exposição São João da Boa Vista, acontece o Leilão Eapic 2014 Girolando com oferta de 45 lotes Girolando - Livro Fechado e transmissão ao vivo pelo Agrocanal, a partir das 19 horas. Outro show de ofertas está marcado para o dia 19/7, em Lorena/SP no 4º Leilão Marajoara que disponibiliza para o mercado 200 fêmeas das raças Girolando, Holandesa, Jersey e Jersolando. Transmissão: Novo Canal, 14 horas.
Inovando sempre, a Embral Leilões criou o Ponto do Leite, o encontro dos grandes negócios virtuais da pecuária de leite brasileira. Com transmissões exclusivas pelo canal Terraviva, nos horários de 10 às 14 horas, este espaço proporciona segurança, conforto e alta liquidez para seus negócios. Venha para o Ponto do Leite Embral. Consulte nosso catálogo de serviços e faça sua reserva já (11) 3864-5533.
Prepare-se que as Divas estão chegando! Uma das atrações mais esperadas da Megaleite será, sem dúvida, o Leilão Divas do Girolando, que está em sua 3ª edição e acontece no dia 17 de julho, quinta-feira, às 20 horas. As joias da pecuária leiteira nacional estarão desfilando no tartesall de Uberaba, com transmissão ao vivo pelo canal Terraviva. Este é mais um evento de sucesso que marca o Jubileu de Prata da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando, que, em 2014, completa 25 anos, e aumenta ainda mais a responsabilidade das promotoras para o evento desse ano.
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Consultoria
Uma nova proposta de
comercialização A venda permanente de animais e material genético, as taxas reduzidas e a proximidade com o produtor podem revolucionar o mercado em um novo modelo de comercialização. A modalidade vem ao encontro de um novo momento da pecuária, em que cresce a oferta de animais, conforme dados de consultores.
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Esta proposta de comercialização é da Shoppingen, empresa criada há quatro meses por três experientes profissionais da pecuária leiteira: o zootecnista Celso Menezes e os veterinários, Luiz Ronaldo de Paula e Davi Oliveira, proprietários da Beef Milk Brasil, Leite Gir e Boi Assessoria, onde trabalham com consultoria e assessoria em leilões das raças Gir e Girolando. As experiências adquiridas em vários estados do País os levaram a um novo nicho de comercialização. “A Shoppingen surgiu de uma necessidade do mercado, observada em nossas atividades de campo. Há um grande volume de animais a ser colocado no mercado e somente os leilões
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não absorvem essa demanda”, explicou Celso Menezes. Para atender esse mercado em crescimento, que busca animais de qualidade, eles irão até o produtor. Seja através da tecnologia com o site www.shoppingen.com.br, que estará no ar a partir do mês de junho, ou presencialmente em shoppings de animais, que serão realizados juntamente com feiras e exposições em várias regiões do País. Celso enfatiza que a proposta é somar esforços em uma modalidade alternativa de comercialização, segura, facilitadora e com custos mais reduzidos. “Nós não queremos competir com os leilões, eles continuam em crescimento. Não há competição.
Oferecemos apenas uma nova modalidade de comercialização para os produtores”, ressaltou. Embora focados na pecuária leiteira, a Shoppingen terá espaço para outros segmentos como a pecuária de corte, material genético e outros animais.
Venda permanente Além de manter uma venda permanente de animais através do site que trará também notícias do setor, a Shoppingen viajará para outras regiões do País promovendo e organizando a venda de animais. A proposta é estar cada vez mais perto dos produtores, em sua área de atuação, disponibilizando animais e material gené-
tico de qualidade em promoções conjuntas com feiras e exposições, como ocorreu no mês de maio, durante a Expozebu, no primeiro evento da empresa. O próximo shopping já está programado para o período da Megaleite, que acontece em julho. A disseminação de genética de qualidade que impactará a produção leiteira com a melhoria do rebanho e, consequentemente, a produtividade dos animais é a grande missão dos sócios. A empresa busca também apoio junto aos agentes financeiros para facilitar a aquisição dos animais, o que beneficiará pequenos e médios produtores. A Shoppingen terá como gerente Diego Idaló, técnico com grande experiência no mercado da pecuária.
Inovação O primeiro evento da Shoppingen em parceria com as Fazendas do Basa foi um sucesso. Realizado durante a Expozebu, na Leilopec, em Uberaba/MG, os primeiros cinco dias do evento registraram a venda de 50% dos animais. “Organizamos esse primeiro evento sem muita divulgação para criarmos um conceito. As Fazendas do Basa e seus parceiros foram também nossos parceiros nesse projeto, pois já tinham animais preparados tanto para o shopping como para o leilão realizado”, disse Celso. O Leilão Melhor que a Encomenda, promovido durante o Shopping, atraiu compradores do Brasil e do exterior. Na análise de Davi Oliveira, o Boi, o evento, mesmo sendo o primeiro da
empresa, foi um sucesso com grande aceitação tanto por parte dos vendedores, como por parte dos compradores. “Os 250 animais selecionados para o shopping foram comercializados por bons preços. No leilão tivemos uma liquidez alta. Somados a estes resultados, os contatos efetuados após o evento nos mostram o interesse de ambas as partes, compradores e vendedores”, ressaltou Davi. A proposta comercial do Shopping manteve preço fixo para os animais, conforme avaliação genética, e taxas menores, facilitando a aquisição para pequenos produtores e democratizando a genética de qualidade de criatórios já consagrados que disponibilizaram animais de alta produção.
da esquerda para a direita Davi Oliveira, Luiz Ronaldo Paula e Celso Menezes foto Gustavo Miguel
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Curtas
1º Turno Associação dos Criadores de Guzerá A Associação dos Criadores de Guzerá do Brasil (ACGB) tem novo presidente. Adriano Varela Galvão foi eleito no dia 02 de maio para o biênio 2014/2016. A Assembleia aconteceu em Uberaba/MG, durante a Expozebu. Integram a diretoria os criadores: Luiz Guilherme Soares Rodrigues, Paulo Roberto Menicucci, Camilo Collier Neto, Lincoln Dias Janota Antunes, Geraldo José da Câmara Ferreira de Melo Filho, Antônio Augusto de Souza Coelho e Marcelo Garcua Lack. Para o Conselho Fiscal foram eleitos: Ana Cláudia Mendes Souza, Fellipe Moreira de Paula Gomes, Roberto Neszlinger, Marco Aurélio Grillo de Brito, Marcus Jacinto Santo de Brito, Rodrigo Diniz de Mello.
do Ranking
O primeiro Turno do Ranking Nacional Nelore foi encerrado no dia 10 de maio. Promovido pela Associação dos Criadores de Nelore do Brasil, tem como objetivo fomentar a raça Nelore e beneficiar os criadores e expositores pelo esforço e trabalho desenvolvido ao longo dos anos. Com início no dia 1º de outubro de 2013, o ranking apresentou crescimento, o que mostra que com as mudanças no regulamento, o ano-calendário de 2013/2014 veio com força total para aperfeiçoar os campeonatos e os animais da raça Nelore. O campeonato contabiliza as pontuações obtidas através das competições de animais e criatórios nas exposições oficializadas pela ACNB. Os dez primeiros colocados no primeiro turno, nos campeonatos de Melhor Expositor e Melhor Criador, passarão a disputar, no Segundo Turno, a Liga dos Campeões do Ranking Nacional. Os demais participantes, disputarão no Segundo Turno a Super Copa do Ranking Nacional.
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Amigos do Guzerá
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Durante a ExpoZebu, criadores da raça Guzerá se reuniram para lançar a Pedra Fundamental do movimento em prol da raça denominado Amigos do Guzerá. Com o movimento, a raça passa a ter um grupo de criadores com orientação eficiente a respeito do que se deve buscar para a obtenção de um rebanho de qualidade baseado no tripé que orienta a raça Guzerá: precocidade, fertilidade e dupla aptidão.
O Leilão Virtual Liquidação Senepol BFNT, realizado no final de março, em Uberlândia, deu a largada do calendário oficial de leilões Senepol. Os criadores da raça esperam mais um ano de crescimento na oferta de animais, no volume de animais registrados, na entrada de novos sócios na ABCBS e, consequentemente, na produção de carne do país. A média dos machos alcançou R$11,6 mil. Segundo Gustavo Vieira, titular da marca Tufubarina Senepol, o resultado é reflexo da necessidade de quem trabalha com a pecuária de corte trocar de touro para aumentar a produtividade e encurtar o ciclo do boi gordo. O presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Bovinos Senepol (ABCB Senepol), Gilmar Goudard, destacou a valorização da raça.
Novos Enfoques Em sua décima oitava edição, o curso “Novos Enfoques na Produção e Reprodução de Bovinos” contou com a presença de 1,5 mil participantes entre pecuaristas, médicos-veterinários, estudantes e profissionais do setor. O tradicional encontro reuniu palestrantes nacionais e internacionais no mês de março em Uberlândia/MG, que apresentaram resultados da aplicação de técnicas de IATF, imunocastração em bovinos de corte, utilização de BST na fertilidade de vacas de leite em lactação, além de temas correlacionados. Patrícia Lorenzo, representando a Zoetis, durante evento em Uberlândia.
Com foco em promover a educação continuada, o evento apresentou as tendências de mercado e permitiu a troca de experiências entre pecuaristas e profissionais do setor. “O curso é uma ótima oportunidade para os pecuaristas brasileiros interagirem e trocarem experiências com profissionais de universidades ao redor do mundo. Além disso, as apresentações dos dados nacionais mostram como os produtores aplicaram técnicas inovadoras em suas fazendas e tiveram sucesso”, afirma Elcio Inhe, diretor da Unidade de Negócios Bovinos Zoetis.
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Terras devolutas
CURSO DE LAÇO NOS EUA
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O competidor brasileiro Frederico Werneck abre as portas do Werneck Ranch, na cidade de Burleson, no Texas, para receber os amantes do laço, treinadores e competidores interessados em treinar a técnica do Laço em Dupla ou Laço de Bezerro, com ele. O curso tem duração de uma semana e o participante escolhe a data do embarque. O pacote dá direito ao curso, translado e hospedagem. O embarque é por conta da Yes Viagens. A agência é parceira na realização do intercâmbio e dá todo o suporte e assessoria na retirada de passaporte e visto caso necessário. Informações (11) 4521-1227
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A fim de incentivar a produção e exportação de grãos do Noroeste mineiro, o Governo de Minas lançou o Programa Pró-Noroeste com a assinatura de termo de cooperação técnica e financeira entre o Governo de Minas, a VLI, holding de logística que controla a Ferrovia Centro-Atlântica e o Banco do Brasil. O Pró-Noroeste viabilizará o acesso dos produtores ao crédito rural, a ampliação do escoamento da produção e a exportação da safra de grãos do Noroeste, por meio do Terminal Integrador de Pirapora, até o porto de Tubarão, em Vitória/ES.
A Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), em parceria com a Fundação Rural Mineira (Ruralminas) e o Instituto Estadual de Florestas (IEF), criou um grupo de trabalho especial, que vai coordenar as ações de regularização fundiária de terras devolutas localizadas no interior de dez Unidades de Conservação do Estado. Terras devolutas são terrenos públicos, ou seja, propriedades públicas que nunca pertenceram a um particular, mesmo estando ocupadas. O relatório final vai indicar o plano de trabalho, os instrumentos jurídicos adequados para a regularização e as ações a serem desenvolvidas. As unidades de Conservação que terão suas áreas analisadas são o Parque Estadual Serra Nova (Norte de Minas), Parque Estadual Grão Mogol (Norte de Minas), Parque Estadual Biribiri (Jequitinhonha), Parque Estadual Serra Negra (Jequitinhonha), Parque Estadual Caminho das Gerais (Norte de Minas), Parque Estadual Montezuma (Norte de Minas), Parque Estadual Serra do Intendente (Jequitinhonha), Parque Estadual Boa Esperança (Sul de Minas), Parque Estadual Mata dos Ausentes (Jequitinhonha), Parque Estadual Monumento Natural Serra do Raio e Várzea da Lapa (Central).
Leite no MS As Fazendas do Basa e o produtor Aylon David Neves, criador de gado de corte em Cuiabá/MS, firmaram parceria e criaram o Condomínio Basa Pantanal, que tem como foco o aumento da produção leiteira no Estado do Mato Grosso. Apaixonado pela pecuária leiteira, Aylon passa a investir no fomento da produção para suprir uma demanda do seu Estado, que compra leite de outras regiões. O projeto prevê o nascimento de 1.000 fêmeas Gir Leiteiro ao longo de um ano. As primeiras crias nascem no mês de junho.
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Cafeicultura A Emater/MG e parceiros: Universidade Federal de Lavras, Seapa e Prefeitura de Passos/MG, realizaram no Parque Adolpho Coelho Lemos, em Passos/ MG, no dia 09 de abril, mais uma etapa do Circuito Mineiro de Cafeicultura. O evento reuniu mais de 200 cafeicultores da região para discutir sobre gestão da propriedade cafeeira, novo conceito no manejo da produção de café e a comercialização de cafés de qualidade através do cooperativismo. Em destaque, as causas e consequências das altas temperaturas registradas em 2014 e as possíveis doenças que as lavouras poderão enfrentar.
A Expo Londrina foi palco da 1ª Etapa da Copa PR-SP. Realizada de 03 a 13 de abril reuniu 44 criadores e 161 animais avaliados por Arnaldo Manuel S. Machado Borges. Os títulos de Melhor Expositor e Melhor Criador ficaram com Beatriz C. Garcia Cid e Filhos-cond. A Grande Campeã foi KAIANA DOMA de Beatriz C. Garcia Cid e Filho-cond., e o Grande Campeão RBB ILARO FIV de José Pedro de Souza Budib. As próximas etapas da Copa PR-SP serão: Maringá, em maio; Campo Mourão, em julho; Ituverava e Bauru, em agosto e Presidente Prudente, em setembro.
ACNB elege nova diretoria
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A eleição para escolha da nova diretoria da Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB) aconteceu no dia 20 de maio, no restaurante Varanda Grill, Jardim Paulista, em São Paulo/SP. O criador Pedro Gustavo Novis, apoiado pelos conselheiros e diretores, foi reeleito por unanimidade para o cargo de presidente. A nova diretoria da entidade é composta por presidente, três vice-presidentes e oito diretores. Três novos diretores assumem a associação: André Ribeiro Bartocci, Bento Abreu Sodré de Carvalho Mineiro e Bruno Bello Vicintin. Ainda integram a diretoria: Pedro Gustavo de Britto Novis, José Luiz Niemeyer dos Santos, Maurício Bahia Odebrecht, Frederico Henriques Lima e Silva, Fabio Porto Rodrigues da Cunha, Gabriel Garcia Cid, Leda Jorge de Souza Contar, Renato Diniz Barcellos Correa, Roberto Alves Mendes.
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Artigo
Funcionário ruim ou mal treinado?
Os produtores ou administradores relatam falta de mão de obra capacitada e comprometida com a atividade na propriedade, mas será que essa falta existe ou os administradores não estão sabendo envolver
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os seus funcionários nas suas respectivas atividades?
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Alguns produtores confundem o funcionário ruim com o mal treinado. Este último, não realiza suas atividades corretamente porque não sabe como fazê-las, e a fiscalização por parte do superior não resolve o problema. Assim como o produtor, o funcionário possui interesse pela fazenda. No entanto, suas necessidades são diferentes, e cabe ao administrador conhecê-las e atendê-las. É necessário que o funcionário tenha um salário compatível com o mercado, uma boa alimentação e moradia, segurança financeira e estabilidade no emprego, boa socialização com os demais colegas de trabalho, autoconfiança e se realize profissionalmente.
Um funcionário dotado de conhecimento, raciocínio e proatividade colabora com a fazenda. E por que não tratá-lo como um colaborador? É isso que algumas fazendas têm feito. Os funcionários são os ditos colaboradores do negócio. Isso desperta o sentimento de autoconfiança e responsabilidade, atendendo parte de suas necessidades. O administrador da propriedade precisa estar ciente da heterogeneidade dos seus colaboradores, os quais possuem habilidades e perfis psicológicos distintos, por isso é errado todos os colaboradores receberem o mesmo tratamento. Um administrador que conhece os seus colaboradores e sabe a melhor maneira de tratar cada um, não é apenas um bom gestor, e sim um bom líder.
Para alcançar excelentes resultados na propriedade, todos os colaboradores precisam de treinamento constante. Leve-os a cursos, palestras, eventos rurais e visitas em outras propriedades. Além do treinamento técnico-profissional do colaborador, o produtor pode, por exemplo, promover uma palestra na propriedade sobre gestão financeira pessoal, fazendo isso, o produtor mostra-se preocupado com a situação financeira dos seus colaboradores e ensina-os a administrar seus gastos pessoais, evitando dívidas desnecessárias. Possuir atividades definidas, ter responsabilidades, responder somente a um superior, ter acesso aos indicadores relacionados à sua atividade, ter metas estabelecidas, ser recompensado quando suas metas são alcançadas, ter bom relacionamento com os demais colegas, participar da elaboração dos protocolos operacionais, possuir a liberdade de expor ideias e ter algum beneficio (plano de saúde, plano odontológico, educação, etc), são fatores que motivam e envolvem os colaboradores nas suas atividades dentro da propriedade. Atualmente, poucas fazendas preocupam-se e põem em prática a gestão de pessoas. Tem-se visto uma alta rotatividade de pessoas na propriedade, não sendo bom nem para os produtores e nem para os colaboradores. O produtor que trata a sua fazenda como uma empresa, compreende a importância de implantar um plano de recursos humanos para definir a estrutura operacional da empresa. O produtor que ainda não enxerga o seu negócio como uma empresa, provavelmente passará por dificuldades no mercado leiteiro. Lembre-se das seguintes frases: “O seu negócio é tão bom quanto são os seus funcionários” e “Os seus funcionários são tão bons quanto é o seu gerenciamento”. Por conseguinte, “O seu negócio é tão bom quanto é o seu gerenciamento”.
Débora Silveira Santos Médica Veterinária e pós-graduanda em MBA Gestão Estratégica de Negócios debora.vetusp@gmail.com
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Artigo
Plantas de milho geneticamente modificadas O milho Bt é obtido por meio da transformação genética de plantas de milho com genes da bactéria Bacillus thuringiensis. Estes genes são responsáveis pela produção de proteínas que possuem ação inseticida
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sobre alguns tipos de insetos
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Os principais benefícios da tecnologia Bt são o controle dos principais insetos, pragas, proteção do potencial produtivo da lavoura e maior estabilidade de produção; preservação de organismos não-alvo, redução da quantidade de tipos de inseticida químicos aplicados a cultura do milho. Tudo isso proporciona mais tranquilidade, facilidade e flexibilidade no manejo da lavoura para o agricultor. Toda tática de controle, incluindo o plantio de lavoura Bt, assim como a aplicação de inseticidas químicos, exerce pressão de seleção sobre as populações de insetos-praga, possibilitando o aumento da frequência dos insetos resistentes na população original, podendo ocasionar a perda da eficácia dessas medidas de controle. Porém, se há duas ou mais proteínas BTs sendo expressas pela planta, existe mais de uma forma de agir contra esses insetos, eventualmente resistentes a um dos mecanismos de ação de uma das proteínas, permitindo retardar a evolução da resistência nas populações de praga alvo da tecnologia. Dessa forma, as diferentes proteínas inseticidas expressas pela planta Bt piramidado devem ser bioquimicamente diferentes, ou seja, cada uma das proteínas expressas pela planta deve atuar em receptores distintos do inseto-praga. Algumas plantas Bt apresentam uma estrutura com dois ou mais eventos de resistência a insetos, produzindo, portanto, mais de uma proteína ativa contra insetos-praga. Esses produtos são denominados estaqueados ou piramidados, e constituem uma ferramenta extremamente importante para o Manejo de Resistência de Insetos (MRI). A tecnologia Bt, deve ser considerada mais uma prática no Manejo Integrado de Pragas (MIP). Quando o uso dessa tecnologia é acompanhado de boas práticas de manejo, permite
ao agricultor usufruir, por um longo período, de todos os benefícios dessa biotecnologia. É por isso que a adoção de práticas como Áreas de Refúgio, Dessecação Antecipada, Controle de Plantas Daninhas e Voluntárias, Tratamento de Sementes, Monitoramento de Pragas, uso de Controle Químico quando necessário e Rotação de Culturas é essencial, e nenhuma delas deve ser deixada de lado para se alcançar os melhores resultados. O Manejo Integrado de Pragas – MIP, é uma ferramenta indispensável dentro do sistema de condução das lavouras, associando o ambiente, quantificando as populações de espécies que causam danos nas lavouras, e utilizando todas as técnicas e métodos apropriados, conseguimos manter as populações de pragas em níveis abaixo daqueles que ocasionam dano econômico. O manejo correto é fundamental para que o produtor tenha o resultado desejado com a sua lavoura, entre muitos manejos podemos destacar a dessecação antecipada da planta. As culturas antecessoras, assim como as plantas daninhas e voluntárias presentes no ambiente, funcionam como plantas hospedeiras para as principais pragas que atacam a cultura na fase inicial. A Dessecação Antecipada da cobertura vegetal tem como objetivo disponibilizar palhada seca sobre o solo, facilitar a operação do plantio, promover a proteção ao solo e eliminar o ataque de pragas na cultura implantada. O tratamento de sementes é uma prática que tem como finalidade o controle de pragas subterrâneas e iniciais da cultura, período de grande suscetibilidade às pragas. As Áreas de Refúgio são práticas eficientes para a preservação da eficácia dos produtos derivados de Bt para o contro-
le de insetos-praga. Consistem em áreas cultivadas com milho não Bt, nas proximidades da lavoura de milho Bt, que servem como fornecedoras de insetos suscetíveis que irão se acasalar com os possíveis insetos resistentes oriundos da área Bt. O resultado desse cruzamento serão insetos suscetíveis e, portanto, controlados pela tecnologia Bt. Desta forma, a suscetibilidade poderá ser transmitida para as gerações futuras, garantindo a sustentabilidade da eficácia de controle. Algumas plantas daninhas podem ser importantes hospedeiras para insetos-praga das culturas subsequentes, permitindo que uma quantidade significativa de insetos sobreviva nas áreas de cultivo no período de entressafra. Entre as práticas empregadas para o seu controle é preciso não deixar área de pousio; usar a área limpa e utilizar o manejo pós-colheita. O monitoramento de pragas é fundamental, bem como a rotação de culturas. Atualmente, estima-se que mais de 80% da área cultivada com milho constitui-se de híbridos transgênicos (Agrolink). Manter a sustentabilidade e eficiência dessa tecnologia é, portanto, uma ação crítica à produtividade de milho no Brasil e ao Agronegócio do país. Nesse sentido, é importante reforçar a adoção de todas as boas práticas agrícolas citadas, garantir a adoção do manejo integrado de pragas, permitindo que essa importante tecnologia mantenha sua durabilidade e eficácia nas lavouras de milho.
Anderson Versari Engenheiro agrônomo da Dow AgroSciences Fonte de Pesquisa: Plante Refúgio. acversari@dow.com
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Artigo
Cafeicultura Processamento
e Beneficiamento
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por Patrick Figueiredo apreciador de cafés gourmet
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VIA SECA
VIA ÚMIDA
A maior parte da produção brasileira utiliza este sistema, no qual o café é colocado em terreiros para secar. Os grãos são espalhados em finas camadas e revolvidos várias vezes ao dia para uma secagem mais rápida e uniforme e, à noite, são juntados e cobertos com lonas para proteção. O ideal é que o terreiro seja de cimento ou asfalto, mas a maioria das fazendas ainda usa o terreiro de terra sem importar com a qualidade da bebida final na qual o gosto de terra pode ser sentido. A partir do terreiro os grãos vão para os secadores até que a umidade alcance de 11 a 12 %. Este café é denominado em coco (natural) ou em pergaminho (descascado ou despolpado). Nas fazendas que investem em qualidade, o café passa antes pelo lavador antes de ser deixado no terreiro ou secadores, assim os grãos se separam por densidade e os cafés cereja e verde se separam do ‘café boia’ o que contribui para o controle de qualidade do café.
Neste sistema, após a colheita e a limpeza, os grãos vão para o lavador e são separados em ‘boia’, e cerejas, e verdes; estes últimos são despolpados em máquinas, assim, sem cascas, o café pode ser levado ao terreiro para a secagem. Desta maneira, pode-se obter o café cereja descascado ou eliminar a mucilagem, que está aderida ao pergaminho, por fermentação, agentes químicos ou mecanicamente. Este café tem grande aceitação no mercado mundial. Após o desprendimento da mucilagem, o fruto pode ser lavado e levado ao terreiro para a secagem que deve ser mais cuidadosa, pois o grão já não está em coco. Recomenda-se o uso de tela suspensa no terreiro para evitar o contato do café com o chão, com isso a ventilação é melhor e não há ataque de microrganismos. Os cafés ficam mais suaves, com menos doçura e corpo, apresentando maior acidez. Assim são processados os cafés colombianos.
CLASSIFICAÇÃO Nos classificadores (máquinas com peneiras e colunas de ventilação) várias peneiras separam os cafés em diferentes tamanhos e as colunas de ar retiram as impurezas.
ARMAZENAMENTO
BENEFICIAMENTO É o processo, após a secagem, no qual se eliminam os grãos defeituosos.
LIMPEZA Retirada das impurezas leves, torrões, terra e pedras.
DESCASCAMENTO Nos descascadores a casca é retirada por atrito entre os grãos e eliminada por ventiladores. Há uma peneira circular que separa o já descascado do não descascado, que volta ao descascador.
Em geral o café é armazenado em sacos de juta. Os lotes devem ser empilhados separadamente, segundo origem e qualidade. Os armazéns devem ter pé direito de 6 metros de altura, e as pilhas não devem ultrapassar 4,5 metros. Cada m² de armazém comporta 35 sacos. O armazenamento em tulhas (grandes caixas de alvenaria revestida de madeira ou totalmente de madeira) também é utilizado. Devem ser construídas em locais seco e ventilado para evitar umidade e o fundo deve ser parcial ou totalmente inclinado. Como regra geral o piso deve ser isolado do chão, o telhado tem que ser perfeito para evitar goteiras, a luminosidade direta do sol deve ser evitada e a temperatura de armazenamento deve
ser em torno de 20° C. Uma dica é preservar os grãos com pergaminho e beneficiá-los dias antes de ser entregues ao exigente mercado internacional.
SELEÇÃO A maneira mais comum para a seleção dos grãos é separá-los por tamanho com peneiras. O café chato tem peneira de 19 a 13 cm. O café moca é selecionado em peneiras de 12 a 8 cm. No fundo ficam grãos miúdos, chochos e quebrados. Atualmente existem catadeiras eletrônicas onde os grãos são examinados por células fotoelétricas. Os que não correspondem ao padrão de cor preestabelecido na máquina são rejeitados. O acompanhamento e aconselhamento de provadores experientes nas etapas de processamento melhoram a qualidade e a lucratividade do produtor.
Referência: Guia do Barista: da origem do café ao espresso perfeito; Edgard Bressani São Paulo: Café Editora, 2011 www.noticiasagricolas.com.br
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Artigo
Lucros e Prejuízos da seca brasileira de 2014 O excesso de chuva em algumas regiões produtoras e a seca em outras, são alguns dos fatores que impactarão a safra 2014/2015 de café. A perda será definida quando tivermos a colheita processada em mais de 30%, o que só acontecerá em
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meados de junho.
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O excesso de chuvas em algumas regiões brasileiras no final de 2013, do Espirito Santo para o Norte do país, ofuscou, por algum tempo, a severa estiagem em importantes áreas produtoras de café do sul do Estado de Minas Gerais ao longo dos meses de janeiro a março de 2014, exatamente no momento em que o grão de café passa por importante fase em seu ciclo de desenvolvimento. A normalização dos índices pluviométricos interrompeu o que poderia ser uma seca ainda mais grave, mas foi o suficiente para quebrar o potencial rendimento da safra brasileira de 2014/15 em vasta
área do sul mineiro, quebra que irá se somar à perda do Paraná, em consequência da geada ocorrida no ano passado, e da substancial redução natural do volume de produção da Zona da Mata em função do seu particular ciclo bienal. O conjunto desses impactos reduzirá a produção brasileira de 2014/15 em algo em torno da ordem dez milhões de sacas, perda que só ficará definida quando tivermos a colheita processada em mais de 30%, o que só acontecerá em meados de junho. Temos ainda que destacar que o fenômeno climático observado em todo o Brasil, de elevadas temperaturas, com regime pluviométrico irregular em todas as regiões cafeeiras, de alguma forma afetou o desenvolvimento dos ramos, comprometendo o potencial da produção de café da safra de 2015/16, situação que só conheceremos de forma definitiva ao longo dos próximos meses, com desfecho em 80% do seu potencial, quando da principal florada brasileira, por volta de setembro. Dessa forma, a participação da produção brasileira no conjunto da oferta mundial deverá apresentar substancial redução no ano cafeeiro de 2014/15 podendo se estender para o ano seguinte. Muitos produtores, particularmente, aqueles que já sabem que vão sofrer de queda de produção, estão desorientados quanto a que comportamento devem ter diante do mercado. A eles, sempre lembro que a quebra de 20% do volume esperado de produção no Brasil já elevou o preço do café no mercado mundial em mais de 100%. Diferentemente do manuseio de lavouras afetadas por geadas, com custos e ciclo de recuperação mais elevada, os produtores que sofreram de perda substancial de produção por força da seca vão se defrontar com a combinação de quebra de volume e de peneira. A alta participação de café de peneira miúda na produção do Sul de Minas para a safra de 2014/15 já é esperado pelo mercado, o que, por contrapartida, vem gerando um prêmio para cafés graúdos. Resumindo, além de o Brasil perder volume de produção, teremos uma oferta mais que proporcional de cafés miúdos a oferecer ao mercado, perturbando de forma significativa a demanda mundial dos últimos dez anos.
Não podemos deixar de destacar nesse quadro, olhando o mercado pela perspectiva do produtor do Sul de Minas, que o Brasil terá uma importante safra de café Conillon, o que deverá deslocar o interesse da indústria local para esse produto, quer pelo seu preço relativo,quer pelo seu rendimento industrial. É importante ressaltar aos nossos produtores de café que a quebra da produção brasileira cria um problema para o cafeicultor atingido e para a indústria, que irá
a política brasileira para o café tem que responder rapidamente aos desafios repor de alguma forma o abastecimento perdido, seja em volume ou em qualidade. Para o conjunto dos outros atores, como produtores não atingidos pela quebra de produção, no Brasil e nas dezenas de outros países produtores, a elevação do preço internacional do café mundial associada ao deslocamento da demanda da indústria por mais volume em substituição à perda brasileira de produção, irá representar um expressivo benefício, em termos de margem econômica líquida como quanto à elevação do faturamento, o que, evidentemente, representará estímulo a melhores tratos culturais e ao avanço de planos de expansão de produção. Desta feita, a política brasileira para o café tem que responder rapidamente aos desafios que estão dados, isto é, auxílio aos produtores atingidos, revisão do preço mínimo absorvendo a evidente elevação dos custos de produção, alocação de linhas de comercialização de café aos agentes do mercado brasileiro, buscando a consolidação dos atuais preços internacionais e a organização do fluxo de vendas ao mercado mundial mediante a alocação de linhas de financiamento para operações correntes e futuras de venda de café, de forma a dar ao produtor uma ferramenta para que ele possa tirar proveito dos preços correntes antecipando a comercialização de café dos próximos três anos-safras. Considerando que nenhum novo evento climático ocorra no Brasil ou em outro país produtor, o mercado mundial de café deverá ser defrontado daqui a dois anos com potenciais de produção signifi-
cativamente elevados pelo atual estimulo de preço. Por outro lado, a demanda mundial, que vem se expandido na razão de três milhões de sacas ao ano, será capaz de absorver somente parcela da expansão esperada na produção mundial de café. Além das políticas pontuais elencadas anteriormente, considerando o ambiente de mercado competitivo que iremos enfrentar em alguns anos, a política brasileira para o café deve contemplar um ambiente estruturante para os próximos três anos-safras consolidando o atual patamar de preços do mercado com um programa de opções de venda ao governo federal. Para o presente ano-safra essa ferramenta seria de fundamental importância para balizar e retirar, se for necessário, cafés de peneira miúda do mercado, cujo efeito será defender uma renda global aos produtores de café atingidos pela seca. Termos a cotação do café no patamar de R$ 500,00 a saca, para um padrão de café que tende a ser escasso, isso nos obriga a formarmos uma política de defesa do produto de padrão inferior no aspecto de peneira, preservando o quesito defeitos, flexibilizado para o tipo 3/4, e a bebida compatível com a safra. Nesse cenário, é fundamental a criação de linhas especiais de financiamento para que as indústrias nacionais de café torrado e de solúvel sejam estimuladas a ter em seus blends café arábica em padrões compatíveis com a safra de 2014/15. O Fundo de Defesa da Cafeicultura (Funcafé) foi criado exatamente para responder a desafios e para a defesa do setor cafeeiro brasileiro. Linhas usuais de financiamento do sistema de crédito privado do Brasil tem porte e dá conta do recado.
Francisco Ourique Economista e estruturador de operações de café e corretagem na XFO Ltda fourique7@gmail.com
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Pecuária de Corte | maio/junho 2014
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Senepol
é destaque na pecuária de corte brasileira por Gustavo Ribeiro
Raça é considerada um investimento que garante o crescimento do plantel com qualidade genética e aumento de produtividade
De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (ABIEC), a carne bovina brasileira alcançou um faturamento de US$ 2,2 bilhões no primeiro quadrimestre de 2014, apresentando um aumento de 10%, se comparado ao mesmo período do ano anterior, quando foram exportados US$ 1,9 bilhão. O volume de exportação também cresceu nesse período: aproximadamente 13,6%, já que anteriormente apresentava a marca de 444 mil toneladas no ano, crescendo para 504 mil toneladas em 2014. O Brasil possui o maior rebanho bovino comercial do mundo, e isso se reflete na sua importância como exportador de carne bovina. Nesse contexto, a nação brasileira possui o mais amplo rebanho de Senepol do planeta, com 32 mil animais puros registrados. O país conta com 220 criadores associados à Associação Brasileira dos Criadores de Bovinos Senepol (ABCB) e está presente em
17 Estados e no Distrito Federal. “A raça está provando que veio realmente mudar a cara da pecuária brasileira”, afirma o presidente da ABCB Senepol, Gilmar Goudard. Atualmente, o Senepol é considerado uma raça que contribui para a melhoria da produtividade dos rebanhos e no aumento da qualidade da carne que é destinada ao mercado. O taurino alcança importância no cenário da pecuária brasileira porque apresenta características que se adaptam bem às condições de criação extensiva no país de características tropicais, como: precocidade, docilidade, ampla fertilidade, entre outras. A rusticidade do Senepol também é considerada uma característica importante, que auxilia a manutenção e expansão da raça. O fato de o animal ser rústico implica uma maior resistência às condições climáticas tropicais do Brasil, sendo resistente a carrapatos e
outros parasitas, o que possibilita ao gado ir ao pasto buscar o próprio alimento e não ser necessário receber cuidados especiais. Logo, há uma facilidade no manejo.
Origem Embora seja recente na história da pecuária brasileira, o Senepol já pasta por aqui há quinze anos e já ganhou espaço, fazendo com que se firme no mercado e desperte o interesse de criadores de gado de diversas localidades do país. Uma das pessoas que auxiliaram na efetivação da chegada da raça em solo brasileiro foi o paraguaio José Pereira, da Ganedera 63. O criador explica que “o gado Senepol surgiu nas Ilhas Virgens do Caribe. O grupo genético era muito pequeno e o rebanho estava muito concentrado. A raça se formou a partir do gado D’ama, que vinha do Oeste Africano, nos barcos de escravos, e serviam de alimento du-
Foto Berrante Comunicação
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rante a travessia. Quando eles chegavam ao destino, os animais que sobravam eram descarregados. Por 200 anos, esse gado ficou nas Ilhas e foi cruzado com o Red Poll. Como a Ilha era muito pequena, essa influência do Red Poll acabou uniformizando todo o gado em mocho e vermelho. Na verdade, foi muita pressão de seleção. Animais que não eram bons foram abatidos e, há aproximadamente 100 anos, estabilizou-se um tipo de animal muito específico. Como o D’ama era tropicalizado, totalmente adaptado, a influência Red Poll se deu na parte fenotípica. Na parte genotípica, o novo animal era um D’ama muito resistente ao calor”, declara Pereira.
Mercado em Alta
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Mensalmente acontecem leilões em distintas partes do território nacional, que colocam à disposição do mercado o melhor da genética Senepol. Esses eventos, geralmente de grande porte e alcance, revelam como a raça se destaca quando a comparamos com as outras que fazem parte da pecuária de corte. A alta produtividade do animal relaciona-se diretamen-
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te com as boas vendas geradas através dos leilões (presenciais ou virtuais). É tanto o crescimento da raça que os criadores de gado de corte já veem os leilões de Senepol como um acontecimento obrigatório. No primeiro semestre do ano, diversos arremates da raça faturaram além do previsto. Os ótimos resultados justificam-se pelos atributos do gado, que desperta a atenção e alcança, a cada evento, novos investidores e associados da ABCB Senepol. No Leilão Elite Senepol Goud & Luar e Convidados, por exemplo, a média alcançada foi de R$50 mil, com faturamento total de R$1,8 milhão. Outro leilão de destaque foi o Leilão da San, que apresentou a média dos animais de R$ 22 mil, com um crescimento de 24% em relação ao leilão do ano passado. O Leilão Virtual Craques do Senepol também foi sucesso de vendas: os animais ofertados foram negociados por aproximadamente R$12 mil, para 18 compradores de diferentes Estados (GO, MG, MS, MT, PR e SP). Já o Leilão Senepol 3G atingiu a média recorde da raça, de R$ 55.000,00 por animal, com uma liquidez de 100% dos animais ofertados.
Evento Inédito Para efetivar o sucesso e o crescimento da raça no país, a ABCB Senepol realizará o 1º Congresso Internacional da Raça Senepol, entre os dias 01 e 05 de setembro, no Parque de Exposição do Camaru, em Uberlândia/MG. No evento, estão programadas palestras sobre diversos assuntos relevantes, como: a evolução da raça no Brasil e no mundo; programas de melhoramento genético da raça; perspectivas de crescimento da raça no mundo, visão da atividade agropecuária nacional e internacional, entre outros. Além das palestras, a programação contará com 04 leilões: Leilão Presencial Parceiros do Senepol, Leilão Divertido da SCBA, Leilão Presencial Nova Vida e Convidados e Leilão Presencial 3G e Convidados, além de uma exposição com mais de 300 animais puros da raça.
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O touro Senepol é considerado a mais eficaz ferramenta para produção de carne de qualidade a pasto, de forma simples e lucrativa, por ser o único taurino puro dotado de precocidade de acabamento com qualidade de carcaça e de carne, totalmente adaptado ao clima tropical. Por ser portador destes atributos conjugados, o touro Senepol consegue acompanhar e cobrir à campo as fêmeas zebuinas gerando a chamada Heterose máxima, capaz de incrementar em até 30% a produtividade do rebanho de corte. Utilize touros Senepol e se beneficie da verdadeira Heterose a pasto, simples e lucrativa.
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Leilão
Leilão Elite Senepol
mostra a valorização da raça Oferta exclusiva das principais linhagens da raça Senepol. Assim se resume a primeira edição do Leilão Elite Senepol Goud & Luar e Convidados, realizado no dia 29 de abril, em Campo Grande/MS – durante a Expogrande 2014 –, que ofertou 37 lotes entre novilhas e bezerras puras da raça.
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Apesar de estar apenas há 15 anos no Brasil, o Senepol chama a atenção por sua rusticidade e adaptabilidade. Por ser uma raça taurina, possui grande capacidade de empregar características como precocidade no ganho de peso e melhoria de carcaça na produção, fundamental para sistemas que têm como foco a produção frigorífica. Tais atributos despertam a atenção de criadores de todo o Brasil, que cada vez mais, estão investindo na
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raça. A média alcançada no Leilão Elite Senepol Goud & Luar e Convidados, por exemplo, chegou ao marco histórico de 50 mil reais e um faturamento total de 1,8 milhão de reais. “A raça está provando que veio para realmente mudar a cara da pecuária brasileira e esse leilão foi a demonstração de que, cada vez mais, os criadores brasileiros estão apostando no Senepol; e o melhor, querem investir no melhoramento genético da raça adquirindo animais puros e que garan-
tirão essa evolução”, explica o presidente da Associação Brasileira de Criadores de Bovinos Senepol e promotor do leilão, Gilmar Goudard. Um dos destaques do evento foi o lote ofertado pelo cantor – e também criador – Leonardo Chaves, da dupla Vitor & Leo. A venda de 50% da bezerra Accacia saiu por 75 mil reais. Outra compra que chamou a atenção foi a do também criador e cantor Almir Sater, que adquiriu a doadora Goud 80 por 138 mil reais.
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Leilão
Leilão Senepol 3G
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inova e surpreende criadores A qualidade dos animais, a organização do evento e a inovação foram as marcas do Leilão Estrelas do Senepol, uma promoção do Senepol 3 G, realizado nos dias 15 e 16 de maio, em Barretos/SP. O evento reuniu criadores de todo País na venda pela TV, no dia 15 de maio, quando foram comercializados 450 embriões da melhor genética do criatório, com média no arremate de R$ 2.000,00. No leilão presencial, realizado no dia 16, foram ofertados 33 lotes entre animais da 3G e de convidados. A média recorde da raça foi de R$ 55.000,00 e liquidez total nos dois eventos. A comercialização de embriões vitrificados marcou a história da raça. “Nunca houve nenhum outro leilão de embriões com essa quantidade e com o uso dessa tecnologia que é a vitrificação”, disse Neto Garcia, organizador do evento.
A família Garcia pensou em cada detalhe da noite do dia 16 e encantou os convidados pela organização, receptividade, qualidade e resultado do remate. As novilhas colocadas à venda foram criteriosamente selecionadas pelo Senepol 3 G e pelos convidados do leilão. A noite foi palco de comemoração para a raça que contabilizou a entrada de 12 novos investidores, fato inédito no País. Entre eles estavam a família Cury representada no leilão pelo escritor Augusto Cury. Com duas fazendas, uma em Minas Gerais e outra em São Paulo, os Cury escolheram o Senepol pela rusticidade e adaptabilidade e foram os maiores investidores do leilão de embriões. Alexandre Pina, da Fazenda Esplanada de Corumbaíba, do Estado de Goiás, foi o maior investidor. Vários músicos integram o time de criadores da raça, entre eles Almir Sater, que
participou do evento comprando e vendendo, Michel Teló, parceiro do criador Aníbal Paula de Souza, do Senepol Taquari, com sede no Mato Grosso do Sul, e Leo Chaves, da dupla Vitor & Leo. A doadora 3G 0158 foi o animal mais valorizado da noite, chegou aos R$ 98.400,00. O touro Scot da 3G que foi comercializado em 50% é recorde mundial em preço com avaliação de R$ 156.600,00. Ambos arrematados pela Senepol Liberdade. “Quando se faz o que se gosta, aliado a uma raça excepcional, com genética de qualidade, com segurança e transparência, o mercado reconhece e fica tranquilo em investir no que realmente é bom. É isso o que nós buscamos em nosso trabalho, produzir muita qualidade e oferecer ao mercado o que se tem de melhor dentro da raça Senepol”, disse Neto.
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Senepol de Responsabilidade
Quando resolvi trocar o gado comercial da fazenda e me aventurar na criação de gado puro, no mercado de genética, busquei ouvir muitos criadores, entendedores do negócio, para que errasse o menos possível. E foi de um deles que ouvi a frase que me acompanha até hoje: “Gustavo, se vai criar uma raça pura aprenda que para ter sucesso, sua criação, seu negócio, precisa basear-se em três R’s: Raça, Ração e Relacionamento. Raça, você escolhe entre qualquer uma das que existem; Ração, o bicho é o que o bicho come: invista em alimentação. E o último e mais importante R, Relacionamento; você precisa se relacionar bem para que acreditem no seu produto”. Há oito anos na raça Senepol, não há um dia sequer que não me lembro
desta frase. E, exatamente porque me lembro dessa lição todos os dias, decidi que os três R’s do velho pecuarista poderiam ser incrementados, para que eu também possa repassar o que aprendi nessa trajetória. Com humildade e buscando sempre aprender com quem sabe mais do que eu, decidi incluir outros dois R’s na frase do meu professor. O primeiro é o R de resultado. O amigo que investe na genética da Tufubarina procura exatamente isso. O Senepol é uma baita ferramenta para se fazer cruzamento industrial de qualidade, e a sua principal característica, que é a adaptação, faz dele a ferramenta perfeita para a realidade da pecuária no Brasil. O que o investidor procura em um touro Senepol é fazer
bezerro mais precoce, mais pesado, melhor, e que, sem dúvida, trará melhor resultado no bolso. Vejo como minha obrigação garantir esse resultado. O segundo R que incluí foi o da responsabilidade, que considero um dos mais importantes. Como criador de raça pura, tenho a responsabilidade de zelar por ela, contribuir para o seu desenvolvimento, para o seu melhoramento genético. Mas, além disso, tenho a responsabilidade de contribuir também com a pecuária nacional. Uma raça em franca expansão como o Senepol, atrai muita gente em busca dos resultados que ela oferece; aí mora o perigo. Não acredito que todo macho seja touro e muito menos que toda fêmea seja doadora de embriões. A responsabilidade está na avaliação dos animais, investindo em tecnologias, provas de ganho de peso, avaliação genética, tudo isso para ter uma apartação exata do fundo e da cabeceira, para entregar o que se produz de melhor. Responsabilidade com a raça e com o investidor da raça. Que outras lições sejam aprendidas. Muito obrigado!
Gustavo Rezende Vieira Criador de Senepol na Fazenda Tufubarina gustavorezendevieira@hotmail.com
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Genética
A genética
e as facilidades de reprodução
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A comercialização de genética tem sido uma grande aliada para os criadores de gado de corte que procuram realizar o melhoramento genético em seu rebanho. O aumento expressivo da produtividade é o alicerce do projeto, garantindo o melhor custo-benefício para o produtor. Outro fator que tem atraído a atenção dos criadores é a possibilidade de produzir tourinhos dentro da própria fazenda, através da compra de embriões sexados de machos vindos de criatórios tradicionais de diferentes raças. Para facilitar o acesso a essa genética, o grupo IVB fez parcerias com os melhores criadores de gado de corte de diferentes regiões do Brasil. Por outro lado, em gado de leite, a comercialização de genética tem se solidificado cada vez mais entre cooperativas e laticínios que realizam a compra das prenhezes e revendem aos produtores, com opções de pagamento facilitado, o mesmo
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ocorre em projetos do governo, porém estes, repassam as prenhezes aos pequenos produtores com o objetivo de suprir as demandas por produção e incentivar a fixação do homem no campo. Recentemente o governo federal lançou o “Plano Mais Pecuária” que prevê a restituição de um percentual dos impostos pagos por estabelecimentos rurais que investirem em melhoramento genético para o seu rebanho. A In Vitro Brasil, empresa provedora do projeto Venda de Genética, está inserida e adequada às exigências do “Plano Mais Pecuária” e devido aos seus excelentes resultados com a fertilização in vitro e a dominação da técnica de congelamento de embriões, aparece como principal opção para a execução dos trabalhos, a estrutura extensa e disseminada de seus laboratórios, permite atender em todos os estados do Brasil.
Biotecnologias
avançam rapidamente na reprodução de equinos A ampla utilização das biotecnologias na “indústria” equina trouxe, ao longo dos anos, benefícios aos criadores de cavalos de diversas raças. O principal benefício é a possibilidade de aumentar o número de produtos obtidos por ano de animais de genética superior. Em relação à reprodução equina, várias tecnologias se tornaram difundidas e comuns tais como a inseminação artificial, a transferência de embriões e a manipulação de sêmen (refrigeração e congelação). A transferência de embriões (TE) em equinos tem crescido muito nos últimos anos, sendo Brasil, EUA e Argentina, os países que mais realizam esta biotecnologia no mundo. Inúmeras são as vantagens da utilização da técnica de TE em equinos, porém, quando analisamos as éguas doadoras podemos observar que há uma significativa redução na taxa de recuperação embrionária quando estas
apresentam idade avançada ou histórico de problemas reprodutivos. O manejo de éguas idosas ou com fertilidade reduzida se torna um dos maiores custos da TE e pode ser responsável pelo insucesso na reprodução equina. No entanto, em algumas situações, o cliente deseja descendentes dessas éguas não se importando com o custo, mas simplesmente por acreditar no potencial genético e zootécnico desses animais. A injeção intracitoplasmática de espermatozóides (ICSI) é uma biotecnologia avançada já muito utilizada na reprodução humana assistida que visa, na espécie equina, a estabelecer gestações de óvulos recuperados de éguas doadoras que não respondem mais à tradicional técnica de transferência de embriões (TE), conseguindo desta forma contornar problemas reprodutivos adquiridos.
Na ICSI, cada óvulo é injetado com um único espermatozóide oriundo de sêmen fresco ou congelado, e os embriões resultantes são desenvolvidos em laboratório durante aproximadamente uma semana. Após cultivo in vitro estes embriões são, então, transferidos para uma égua receptora. Esta biotecnologia é apropriada para as éguas com incapacidade de produzir embriões por problemas crônicos do útero, alterações anatômicas do trato reprodutivo por causa do parto como lacerações do colo do útero, problemas em tuba, ou outros danos ao aparelho reprodutor, que impossibilitem a égua de conceber ou manter a gestação por alguns dias. Outra possibilidade de utilizar a ICSI seria conseguir gestação de uma égua de genética superior que venha a óbito. Isto é possível com o envio dos ovários para o laboratório e a partir daí os óvulos são recuperados para reali-
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zação da ICSI com posterior transferência do embrião ou embriões obtidos in vitro. A maior vantagem desta técnica se dá quando o sêmen a ser utilizado tem baixa qualidade espermática ou ainda pouca disponibilidade, como no caso de sêmen congelado de baixa qualidade ou sêmen de garanhões que já morreram. A reprodução assistida em equinos tem evoluído enormemente nos últimos 10 anos. Assim, a produção de embriões in vitro já é uma realidade que está disponível aos criadores, seja para produzir embriões por ICSI, ou ainda para produzir embriões de clones. Para a realização da clonagem é necessário fazer uma biópsia de pele (normalmente na região do pescoço ou na base da cauda) do animal a ser clonado. A biópsia é processada no laboratório para produzir uma linha celular. As células podem ser utilizadas diretamente para clonagem ou podem ser congeladas mantidas crio-
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-preservadas em nitrogênio liquido até o momento da geração de embriões. As linhas celulares congeladas tornam-se uma excelente alternativa e garantia de preservação do material genético de animais de alto valor com baixo custo para os criadores. Os 3 primeiros clones equinos nascidos no Brasil foram produzidos pela In Vitro Brasil Clonagem Animal SA, sediada em Mogi Mirim SP. Os potros clonados têm sido saudáveis e se desenvolvem normalmente após o nascimento. Os recentes resultados obtidos no aperfeiçoamento destas tecnologias tem sido muito promissores e oferecem mais um subsídio biotecnológico de ponta aos criadores para um melhor aproveitamento e difusão da genética equina no Brasil.
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agronegócios Edição especial capa dupla!
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Leia aqui também a edição especial primeira capa disponível no Issuu.
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