A CARPA

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Ministério da Cultura e Petrobras apresentam

A CARPA De Denise Crispun e Melanie Dimantas Direção de Ary Coslov Com Ivone Hoffmann e Anna Cotrim “... as rezas, o cheiro do guefilte fish na panela... a tradição que todos estão esquecendo, e a travessia de Moisés, Quarenta anos no deserto... e agora, pra onde nós estamos indo? “- Você sabe a diferença entre uma carpa e... Deixa pra lá. A culpa é minha. Eu nunca te ensinei direito, mas a minha mãe me ensinou... - Então fala o que eu posso fazer. - Pega aquela panela grande. Mas não mexe em nada”. “A gente se adapta, Avrum. A gente se adapta a tudo. Se você não existisse, eu falaria sozinha... Graças a Deus, você ainda me escuta”.

Este projeto foi selecionado pelo Programa Petrobras Distribuidora de Cultura 2011/2012

A partir de um texto inédito, premiado em concurso promovido pela FUNARTE, em 2004, o espetáculo “A Carpa” tem estréia marcada no dia 23 de março, no Teatro Plínio Marcos - FUNARTE. Com texto de Denise Crispun e Melanie Dimantas, direção de Ary Coslov, que recebeu os Prêmios Shell e APTR em 2008 na categoria Melhor Direção pela peça “Traição” e com Ivone Hoffmann (Prêmio Shell, em 95, com “Como diria Montaigne) e Anna Cotrim no elenco, a peça coloca em questão uma geração que rompeu com a tradição e está em crise. Ivone Hoffmann e Anna Cotrim se revezam em quatro papéis, em duas épocas e em países diferentes, Brasil e Rússia. Uma mãe que ainda carrega dentro de si o seu país e as tradições dos guetos e uma filha aculturada, que se casou com um “não judeu”. A ação transcorre em um único dia, véspera de Pessach, a páscoa judaica. Em torno da feitura do peixe tradicional, mãe e filha confrontam com humor amargo suas visões de mundo. Nos limites geográficos de uma cozinha, a mãe, cheia de certezas e valores imutáveis, e a filha, na corda bamba entre o que lhe foi legado e o mundo em que vive, têm que descobrir um afeto que, apesar de todas as diferenças, existe adormecido entre as duas. Uma peça que poderia acontecer em qualquer cidade onde houvesse uma pequena comunidade ídiche: com o sabor do Violinista no Telhado, na trilha dos irmãos Coen, e com o humor inteligente de um filme de Woody Allen... A Carpa é mais do que um peixe, é um olhar enternecido e irônico sobre a tradição de um povo. “Escrevemos essa peça assim de um fôlego só, imbuídas de um desejo, talvez a princípio inconsciente, de falarmos de uma questão que parecia adormecida, nossa identidade judaica. Sempre nos intrigou o que ainda carregávamos da Europa e das tradições em nossas vidas tão laicas. E chegou uma idade em que viramos mães e


vimos no espelho os rostos de nossas mães. E pensamos: será que isso sempre foi assim? Filhas viram mães e têm filhas que viram mães e assim por diante... E o que se repete nesse processo? O que se carrega de uma geração para outra? Quando falamos de quem é a voz que ecoa? Quando nos encontramos nunca imaginamos que escreveríamos algo assim tão próximo de nossas identidades. Em nossas conversas, as raízes em comum tornaram se cada vez mais presentes quando nos lembrávamos da nossa infância, dos nossos pais e avós que vieram fugidos da Europa em busca de um recomeço num país livre. Eles vinham com esperança, mas traziam em suas malas a Rússia, a Polônia e a Bessarábia. Queriam acima de tudo ser brasileiros, mas não queriam ser góis. Nós, as crianças, podíamos nos misturar mas não muito. E em Pessach, tínhamos que saber cantar o “Manishtaná”, afirmam as autoras. De acordo com Ary Coslov, o espetáculo aborda as diferenças de gerações, através da relação de uma mãe e uma filha que confrontam suas visões do judaísmo e, mais que isso, suas relações afetivas. “Poderiam ser cristãs, muçulmanas, budistas, não importa. O que importa é a resistência do amor, mesmo com a diferença de pontos de vista, das leis da religião e da vida. O Pessach celebra a libertação e, por extensão, a busca por um mundo melhor. É isso o que fazem essas mulheres judias da peça, cada uma a seu modo”, afirma o diretor. Uma celebração de Pessach, a Páscoa judaica, representa um momento de muita alegria para o povo judeu porque relembra a fuga do Egito, onde os judeus eram escravos. Comandados por Moisés, caminharam quarenta anos pelo deserto. Toda uma geração ficou pelo caminho e uma outra, nova, sem as lembranças da escravidão, chegou à Terra Prometida.

Serviço: De 23 a 25 de março de 2012 Local: Teatro Plínio Marcos – FUNARTE – Eixo Monumental SDC, lote 2 Telefones (61) 3322.2025 / 3322.2019 Horário: Sexta e sábado, às 21h, e Domingo às 18h. Ingressos: R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia) Duração: 80 minutos Classificação indicativa: 10 anos

Ficha Técnica: Autor: Denise Crispun e Melanie Dimantas Direção: Ary Coslov Elenco: Ivone Hoffmann e Anna Cotrim Direção de Produção: Celso Lemos Produção Executiva: Lílian Bertin


Currículos: Denise Crispun e Melanie Dimantas – autora As duas autoras escrevem há mais de 25 anos para cinema, teatro e TV. Apesar de trajetórias diferentes, “A Carpa” surgiu de um encontro e de uma vontade de refletir sobre a questão judaica. Denise nasceu no Rio de Janeiro e é formada em história e tem seu trabalho mais voltado para teatro infantil e adulto, literatura, roteiros educativos e é também colaboradora de novelas. Melanie nasceu em São Paulo, é socióloga, escreve roteiros para cinema e leciona na Faculdade de Comunicação da PUC. É consultora do Laboratório SESC de Roteiros. Juntas escreveram também “Acorda, Amanda”, ainda inédita. Ary Coslov – diretor Nasceu no Rio de Janeiro e começou sua carreira profissional como ator em 1963 com a peça “Aonde vais, Isabel?” de Maria Inês de Almeida, no Teatro Jovem. Até 1980, participou de mais de 20 peças, tendo atuações destacadas em “A Tempestade” de W.Shakespeare (1964), “Mortos sem sepultura” de Jean--‐Paul Sartre (1965), “A Bossa da conquista” de Ann Jellicoe (1966), “Pequenos burgueses” de Maksim Gorki (1967), “Juventude em crise” de G. Bruckner (1968), “Tango” de S.Mrozeck (1972), “Titus Andronicus” de W.Shakespeare (1975) e “A Fila” Israel Horowitz (1979). Como diretor, estreou em 1977 com “Palácio do tango” de M.Irene Fornès e até hoje dirigiu mais de 15 peças, entre elas “Pedra, a tragédia” de Mauro Rasi, Vicente Pereira e Miguel Falabella (1986), “Dona Rosita a solteira” de Garcia Lorca (1986), “A Bossa da conquista” e Ann Jellicoe (1996), “O Irresistível sr.Sloane” de Joe Orton (2001), “Polaroides explícitas” de Mark Ravenhill (2002) e “Traição” de Harold Pinter (2008), tendo recebido por essa última os prêmios Shell e APTR, Associação dos Produtores de Teatro do Rio de Janeiro, ambos como melhor diretor de teatro de 2008. Atuou na televisão como ator em diversos programas e novelas desde 1963 e como diretor à partir de 1979, tendo dirigido até hoje mais de 50 produções, entre novelas, minisséries, seriados, musicais etc, sendo a mais recente, “Caras e Bocas”, na TV Globo. Ivone Hoffmann – atriz Atriz e diretora de teatro. É também professora de interpretação e diretora geral na Casa de Arte Laranjeiras – CAL. Seus principais trabalhos como atriz são: Hedda Gabler, de Henrik Ibsen, direção de Walter Lima Jr; O Rim, de Patrícia Mello, direção de Elias Andreatto; Velhas Raposas, de Lillian Hellman, direção de Naum Alves de Souza; Medéia, de Eurípedes, direção Bia Lessa; Como Aprendi à dirigir um carro, de Paula Vogel, direção Felipe Hirsch; A Visita da velha senhora, de Friedrich Durrenmatt; Tango, Bolero e Chá Chá Chá, de Eloy Araújo, direção Bibi Ferreira, O Jardim das Cerejeiras, de Anton Tchekov, direção de Ivan de Albuquerque, entre muitos outros. Por sua interpretação em Como Diria Montaigne, de Wilson Sayão, direção de Luiz Arthur Nunes, recebeu o Prêmio Shell de 1995. Pelo conjunto de seus trabalhos como atriz de teatro foi agraciada em Curitiba com o Prêmio de Melhor Atriz de teatro em 1981.


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