Jornada Literária reúne escritores, ilustradores e leitores de 14 a 17 de agosto no Sesc Ceilândia Em sua terceira edição, projeto de literatura aposta na relação entre autores e público, formação de mediadores de leitura e aproximação com as escolas, para estimular novos leitores e escritores; promovido com recursos do Fundo de Apoio à Cultura, FAC, da Secretaria de Cultural do GDF, é correalizado pelo SESC-DF
De 14 a 17 de agosto, a 3a Jornada Literária do Distrito Federal faz à comunidade de Ceilândia e de toda Brasília, um convite à literatura. Com cerca de 20 convidados locais e de renome nacional, o projeto de quatro dias realiza mais de 40 atividades gratuitas, entre palestras, debates, espetáculos de literatura, narração de histórias, rodas de poesia, oficinas e feiras de troca de livros, colocando leitores, escritores e ilustradores frente a frente. Uma programação de acolhida e encanto. Entre os convidados, a poeta Cristiane Sobral; também Alexandre Pilati, professor da UnB e participante da Jornada desde sua primeira edição; e o escritor Caio Riter, autor de dezenas de obras para crianças e também de livros para adolescentes. Quem abre a programação é Cristiane Sobral, com o espetáculo Só por hoje, vou deixar meu cabelo em paz (14 de agosto, às 9h45), no Teatro Newton Rossi. “Consideramos sua participação um grande ganho para nós, pois ela se firma cada vez mais como uma voz potente da poesia brasileira. É admirável a maneira como já é conhecida na comunidade da Ceilândia. Muitos professores e alunos já trabalharam as obras da poeta. Esse é um ponto de destaque”, afirma João Bosco Bezerra Bonfim, curador do evento e também autor participante. A escritora carioca, que vive em Brasília, tem também mais um encontro marcado com o público. No dia 16 de agosto, quinta-feira, às 19h30, ela apresenta a palestra Só por hoje, a poesia fala mais alto! Já o escritor Caio Riter, traz a rica experiência do Rio Grande do Sul, “que é de onde tiramos inspiração para a Jornada, pois eles têm programas com mais de 60 anos, com esse mesmo teor”, lembra João Bosco. Também do Rio Grande do Sul, mas com uma experiência em todo o Brasil, vem S. Lobo, quadrinistas que já esteve à frente dos projetos editoriais mais premiados do país. Nos dias 15 e 16, ele oferece a Oficina de roteiro e linguagem dos quadrinhos na Biblioteca Pública de Ceilândia. Também na biblioteca, os professores Alexandre Pilati e Eloisa Pilati realizam a Oficina: Poemática – Poesia e gramática em sala de aula. A expectativa dos organizadores é superar a marca dos 12 mil alunos e 500 professores que estiveram presentes na Jornada de 2017, realizada no Gama. Para isso, contam com o apoio do SESC-DF. “Acertamos desde o ano passado essa parceria, para a realização do evento no Teatro do Sesc Newton Rossi, que consegue ser ainda mais acolhedor do que o do Gama, com um auditório mais amplo e mais salas para atividades, além do hall, para a exposição de livros”, explica João. A Jornada vem ao encontro dos propósitos da instituição, que já tem concursos locais e nacionais, que incentivam a leitura e a criação literária. “É um presente podermos contar com essa estrutura tão valiosa para a cultura”, completa E a exemplo das edições anteriores, a Jornada já começou suas ações mobilizando as comunidades escolares de Ceilândia. No mês de junho, foram realizadas 10 oficinas de Mediação de Leitura com a participação de mais de 300 professores da região. Além de abordar de uma nova forma os livros presentes no
conteúdo programático de ensino, os professores puderam, a partir das oficinas, levar para seus alunos os livros e autores que serão trabalhados no programa, garantindo assim que, no encontro com os autores, os estudantes possam compartilhar sentimentos e reflexões a respeito das obras lidas. A prática já acumulada nas experiências de 2016 e 2017, no Paranoá, São Sebastião, Gama, Recanto das Emas e Santa Maria tem mostrado a necessidade de mediadores de leitura literária. “A leitura literária é a mais acessível de todas. Qualquer adulto, jovem ou criança pode – quando há disponibilidade – ler, sozinho, um bom livro de histórias ou de poemas. Mas será tão simples assim? Na nossa prática, temos visto a necessidade de um mediador. Por isso, o primeiro passo do projeto é a realização das oficinas de mediação de leitura”, afirma João Bosco. Em seu terceiro ano de atuação, a Jornada Literária, por meio de suas ações, vem rendendo ótimos frutos, pois o incentivo da leitura só acontece com algo muito importante, a perseverança. O melhor que vejo é que a literatura sai de uma visão de obrigação escolar para o espaço da brincadeira, do jogo, da atividade prazerosa. Temos visto isso no Paranoá, São Sebastiao, Gama, enfim, em todas as cidades em que atuamos”, conclui o escritor e curador da Jornada Literária. Serviço: 3a Jornada Literária do Distrito Federal – Edição Ceilândia 2018 De 14 a 17 de agosto de 2018 Atividades pela manhã e à tarde Teatro Newton Rossi, SESC Ceilândia (QNN 27 Área Especial S/N - Ceilândia Norte, Brasília - DF) Mais informações, programação e biografia dos participantes: www.jornadaliterariadf.com.br/edicao2018
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https://www.publishnews.com.br/materias/2018/08/14/jornada-literaria-do-df-reuneescritores-ilustradores-e-leitores https://aquitemdiversao.com.br/jornada-literaria/ http://www.curtamais.com.br/brasilia/escritores-ilustradores-e-leitores-se-reunem-emevento-literario-na-ceilandia https://www.azartes.com.br/noticia/503/jornada-literaria-do-df-promove-atividadespara-mais-de-12-mil-alunos-e-500-professores https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2018/08/07/interna_cidadesd f,699469/sete-escritoras-do-df-se-inspiram-pelo-que-veem-e-vivem-na-capital.shtml http://tvbrasil.ebc.com.br/noticia-df/2018/08/distrito-federal-recebe-terceira-jornadaliteraria http://www.nossadica.com/jornada-literaria-reune-escritores-ilustradores-e-leitores-de14-a-17-de-agosto-no-sesc-ceilandia/ https://globoplay.globo.com/v/6943422/programa/ (aos 23 min) https://brasiliaagora.com.br/2018/08/09/jornada-literaria-reune-escritores-ilustradorese-leitores-em-ceilandia/
A atriz e escritora Cristiane Sobral terá duas participações na 3ª edição da Jornada Literária do Distrito Federal, evento que ocorrerá entre 14 e 17 de agosto no Teatro Sesc Newton Rossi, em Ceilândia (Confira a programação).
A primeira participação será logo na abertura do evento, realizado com apoio do Fundo de Apoio à Cultura, o FAC. Sobral levará ao público formado pela comunidade das escolas públicas o espetáculo Só por hoje, vou deixar meu cabelo em paz. Além do nome do espetáculo, a artista só revela que haverá a participação do músico Ricardo Costa. “Faço questão de me despreparar, porque os encontros com as pessoas sempre precisam respeitar o inédito, o inesperado, o que poderá vir. Gosto dos ensaios, repouso, da alimentação leve, de tudo o que possa me esvaziar para depois me encher com a maravilha do encontro com o outro. Não quero revelar as novidades”, comenta, enigmática, Cristiane Sobral. Com participações anteriores na Jornada, Sobral conta que o evento lhe trouxe motivação para escrever e a alegria em identificar jovens que são movidos pelas lutas de suas mães em defesa, por exemplo, da escola pública, mas também de outras bandeiras. Ela se lembra bem do depoimento de uma aluna. “(ela) Subiu ao palco para falar sobre como a descoberta da sua negritude e a aceitação dos seus cabelos crespos trouxeram um impacto positivo em sua vida, inclusive na relação com a família, amigos e a escola. Passou a se aceitar e a lidar melhor com o mundo a seu redor, mas ao mesmo tempo reconheceu que o racismo é real, teve que se fortalecer para lidar com ele diariamente”, recorda a poeta, autora de Eu não vou mais lavar os pratos (Poema e Dulcina Editora, 2010), livro de poemas que alcançou projeção nacional no programa Encontro com Fátima Bernardes. O ativismo, marca do trabalho e da vida de Cristiane Sobral, não passará – e nem poderia ou deveria – ao largo da Jornada Literária, porque, segundo ela, estamos muito longe de uma sociedade igualitária. “130 anos depois da abolição do ponto de vista legal, o país segue em um sistema racista estruturante, estatisticamente discriminatório do ponto de vista de raça, de gênero, de classe social, tantas são as questões. Precisamos agir, pensar, valorizar os saberes e a diversidade cultural do nosso Brasil”, conclama a autora, atualmente levando aos palcos do DF o espetáculo Esperando Zumbi.
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http://www.blogueirasnegras.org/events/a-atriz-e-escritora-cristiane-sobral-tera-duasparticipacoes-na-3a-edicao-da-jornada-literaria-do-distrito-federal/ http://www.nossadica.com/poesia-ativista-na-iii-jornada-literaria/ http://www.overmundo.com.br/overblog/poesia-ativista-na-iii-jornada-literaria
Presença da poesia “italiana” na Jornada Literária traz prêmios e livro para lançar em Brasília A terceira edição da Jornada Literária do Distrito Federal terá uma participação digamos “internacional”. A poeta e professora Vera Lúcia de Oliveira, paulista de Cândido Mota e criada em Assis, também em São Paulo, conversará com estudantes e professores no dia 18 de agosto no Teatro Newton Rossi, do Sesc, em Ceilândia, sobre o tema Poesia e a arte de resistir no mundo (confira aqui a programação). Vera Lúcia mora há cerca de 25 anos na Itália, onde leciona Literatura Portuguesa e Brasileira em Perugia. Recebeu, em 2005, o Prêmio de Poesia da Academia Brasileira de Letras com o livro A Chuva nos Ruídos (Escrituras). No ano seguinte, outro livro seu, Entre as junturas dos ossos, recebeu do Ministério da Educação o "Prêmio Literatura para Todos" e foi publicado pelo MEC em 110 mil exemplares e distribuído nas bibliotecas de todo o país. A autora acha “que nunca se ouviu falar de um livro de poemas publicado com esse número de exemplares. O fato é que ele é lido e trabalhado nas escolas e encontro textos e páginas Facebook de alunos, e alguns inclusive me escrevem”, conta, gratificada pela experiência. A obra pode ser acessada neste link do Ministério da Educação. Foi para receber este prêmio que Vera Lúcia esteve em Brasília pela primeira vez. Retornou à cidade no ano passado por causa de um convênio que a universidade onde leciona mantém com a UnB e a Federal de Goiás, e, agora em agosto, paralelamente à Jornada Literária estará no II Congresso Internacional de Línguas, Culturas e Literaturas em Diálogo. A autora chega para a Jornada com uma expectativa que carrega da experiência de professora. “É difícil falar sobre poesia nas escolas, pelo menos na Itália é assim, os alunos associam poesia a texto chato, que serve para ler e fazer trabalho. Não vão mais a fundo, talvez por culpa também nossa, dos professores e educadores. Aparentemente é mais fácil trabalhar com a narrativa, então, um pouco por comodidade, se deixa a poesia de lado. Mas isto nos empobrece, porque a poesia é muito mais profunda, é um tipo de linguagem e de arte da palavra que escava na alma e na consciência das pessoas”, explica Vera, que mesmo assim acredita que o encontro será válido para os alunos e para ela. Vera conta que eventos como as Jornada Literária não são muito comuns na Itália, a não ser no âmbito universitário. “Não é tão comum que escritores visitem as escolas na Itália. Muitas vezes é a escola que vai aos encontros, são os professores que se organizam e proporcionam aos alunos participação em feiras de livro, ou eventos onde estão presentes os escritores”. No coração da boca (São Paulo, Escrituras, 2006) e A poesia é um estado de transe (São Paulo, Portal Editora, 2010) são outros dois livros de Vera Lúcia de Oliveira, que por causa do convívio com a língua de Dante Alighieri escreve tanto em português quanto em italiano. “As duas línguas são importantes, há coisas que parece que escolhem, elas mesmas, a língua, conteúdos que entram nas palavras e grudam nelas”, justifica, Vera, a produção nos dois idiomas. Aproveitando a vinda a Brasília, lançará por aqui mais um livro: Minha língua roça o mundo, pela Editora Patuá e convida a todos os leitores da capital brasileira. Portanto, vamos aproveitar! Duas ótimas oportunidades para quem não conhece o
trabalho de Vera Lúcia de Oliveira. Quem já conhece, pode comprovar a beleza do trabalho da autora, como nos dois poemas abaixo. * Rua de Comércio Sou poeta da cidade magra da cidade que não caminha sou dessa planicidade sou da violência das vidas poeta da cidade que afunda casas e pessoas sou da puta da cidade que só tem superfície amanheço todo dia nua e estreita como uma rua de comércio * Andorinhas Estou de bem com o mundo até um tanque de guerra se cansa da guerra até um pássaro pára para repousar e depois o céu hoje é de um azul que faz mal aos olhos agudo que a gente fica ali barriga pro ar admirando as andorinhas que volteiam matutando no que pensam lá no alto no que sabem se sabem que estou de bem com o mundo que volteiam lá em cima também para mim Vera Lúcia de Oliveira Poeta e professora de literatura brasileira da Università degli Studi di Perugia (Itália). Entre suas obras, destacam-se A porta range no fim do corredor (1983), Geografia d'ombra (1989), Pedaços/Pezzi (1992), Tempo de doer/Tempo di soffrire (1998), La guarigíone (2000), Uccellí convulsí (2000), No coração da boca/Nel cuore delia parola (2003), A chuva nos ruídos (2004). Sua obra Entre as junturas dos ossos venceu o Prêmio Literatura para todos, do MEC, em 2006
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http://www.agendaculturalbrasilia.com.br/agenda/2688/presenca-da-poesia-ldquoitaliana-rdquo-na-jornada-literaria.html http://www.overmundo.com.br/agenda/presenca-da-poesia-italiana-na-jornada-literaria