A CAIXA Cultural Brasília abre as cortinas de seu teatro para a estreia nacional de
O VIOLEIRO Espetáculo cênico-musical de Roberto Corrêa canta e conta as crenças, amores, alegrias e lamentos da vida de um violeiro. Com direção de João Antônio e texto entremeado por versos puros do cancioneiro interiorano, o espetáculo faz um passeio através do imaginário, das danças e dos gêneros musicais sertanejos. A estreia de “O Violeiro”, de Roberto Corrêa, com temporada de 24 a 26 de agosto no Teatro da CAIXA Cultural Brasília, marca um novo momento na carreira do artista, ao voltar-se inteiramente à sua arte após concluir o doutorado e seu ciclo como professor da Escola de Música de Brasília. “Estou muito feliz com esta oportunidade de encontros e reencontros com novos e antigos parceiros. Sem contar os desafios de ter que criar novas canções e de subir ao palco para representar um personagem, pela primeira vez na minha carreira”, diz Roberto Corrêa. No espetáculo, Roberto Corrêa e João Antônio se aliaram a outros “pioneiros” da cultura de Brasília para contar esta estória que passa por aspectos referencias da formação da cidade como o cerrado e as práticas tradicionais anteriores à construção da nova capital. Rômulo Andrade assina a cenografia, e o repertório conta com uma parceria com Climério Ferreira, especialmente composta para o espetáculo, além de uma composição inédita de Clodo Ferreira. O repertório conta ainda com cantigas do cancioneiro tradicional e composições de Corrêa em parcerias com Túlio Borges, Siba e Néviton Ferreira além de clássicos da música caipira. Recheado de elementos da cultura caipira e interiorana, de encantamentos e memórias ancestrais, O Violeiro narra a vida de um homem caipira, desde o despertar como violeiro, suas crenças e religiosidade, a relação com a natureza e o cerrado, seus amores e dissabores, alegrias e tristezas, até a velhice e morte. “É um espetáculo de essências, onde, na trajetória deste violeiro, assiste-se também a história recente da viola no Brasil”, comenta Roberto Corrêa, autor do roteiro juntamente com João Antônio e Juliana Saenger. Para compor a dramaturgia do espetáculo, Roberto pinçou tradições e simpatias do imaginário interiorano. “Reza a tradição que para ser bom violeiro tem que ter o dom de Deus, e quem não nasceu com esse dom precisa fazer um pacto com Diabo, que pode ter vários nomes como Romãozinho, Tinhoso, Diacho, Cramunhão, Bode-Sujo, Bruxo-dos-inferno, Pé-de-Pato, Coisa-ruim, Rabudo, Cão Tisnado, Demo, Cujo, Sem-Feição”, conta Roberto. Há também as simpatias, como passar uma Cobra-Coral, viva, entre os dedos para torná-los ágeis e desembaraçados. Tem a do Cemitério, onde o pretendente a violeiro, ao pé da cova de um grande mestre falecido, pede à sua alma que o ensine a tocar. Típica do Brasil central, é a do Chocalho de Cascavel para a proteção da viola. Muitos levam um chocalho de cascavel dentro do instrumento, cujo poder e magia do guizo anula qualquer mau-olhado.
Enriquecendo a narrativa da montagem, Roberto convidou Badia Medeiros, mestre da viola e guia de folia do Divino, Hérik Sousa, seu parceiro de dupla caipira, e o Grupo de Catira Irmãos Vieira. Segundo João Antônio “o espetáculo é uma aula sobre o Brasil profundo, enredado de danças, religiosidade, imaginário e gêneros caipiras”. Dos gêneros apresentados no espetáculo, estão: Guarânia e Rasqueado, oriundos da fronteira com o Paraguai; do Catira tem o Recortado e a Moda-de-Viola, entoados em dueto; Baião, encontrada em várias práticas tradicionais como o caboclinho; Modinha, canção de amor dos tempos antigos; Cantos de Trabalho; Incelenças, entoadas nos velórios; e o Cateretê. A religiosidade é representada pela Festa do Divino, função de cantos devocionais, ou cantorios, e de brincadeiras ligadas à divindade como o Catira e o Lundu. Característica do centro sul do país, o Catira é dança coletiva passada de geração a geração e preservada dentro do núcleo familiar. Já o Lundu, é dança de desafio, na qual cada ‘dançador’ procura se expressar de forma única com sapateados e meneios (balanços) do corpo. A prosa do texto ganha contornos de poesia no vocabulário caipira de termos como: Enlerar (organizar em fila, dar sequência); Fulorado (cheio de flor); Poribia (proibir); Parpitava (palpitava); Repicoa (ecoa várias vezes); Rebomboa (ato de bombear com vigor); Vênia (gestual de reverência); Guapo (bonito, habilidoso); Diferençar (mudar); Trem mais mió de bão (coisa muito boa); Esbrangir (espalhar); Mais erado (mais velho); Embaço dos óio (perda de visão); Antiquera (relativo a coisas antigas); e Envem (lá vem). Natural de Campina Verde (Minas Gerais), e residente em Brasília desde 1975, Roberto Corrêa, um dos violeiros mais respeitados do Brasil, é figura imprescindível quando o assunto é viola brasileira. Autor de 19 álbuns lançados, o compositor já rodou o Brasil e fez as suas violas caipira e de cocho conhecidas em 29 países, onde se apresentou em importantes salas de concerto. Doutor em musicologia pela USP e professor, Corrêa contribuiu, em seus mais de 40 anos de carreira, na formação de instrumentistas e na ampliação do repertório da viola, especialmente solista. No dia 21, terça-feira, Roberto Corrêa convida artistas, pesquisadores e estudantes de arte e de música para falar sobre: a História da Viola Caipira no Brasil; o imaginário ligado ao instrumento; e os caminhos que transformaram a viola ibérica de cinco ordens de cordas dedilhadas em instrumento brasileiro. O bate-papo, com entrada franca, acontece na Sala Multimídia da CAIXA Cultural e tem início às 19h30. Vídeos: Moreninha se eu te pedisse (tradicional), com Roberto Corrêa Nos Gerais (de Roberto Corrêa e Néviton Ferreira), com Roberto Corrêa Antiquera (de Roberto Corrêa), com Roberto Corrêa Um pedaço de minha vida (de Raul Torres), com Roberto Corrêa e Hérik Sousa Vídeo para agenda cultural: youtube.com/watch?v=t5owG79P6q4&feature=youtu.be Sites na internet: robertocorrea.com.br open.spotify.com/artist/3l4QQrehqssBkUgfMRdYqC?si=0vEpAFmJRiupapPH2-1kgQ facebook.com/robertocorrearc instagram.com/robertocorrearc/
twitter.com/RobertoCorreaRC Incentivo à cultura: A CAIXA investiu mais de R$ 385 milhões em cultura nos últimos cinco anos. Em 2018, nas unidades da CAIXA Cultural em Brasília, Curitiba, Fortaleza, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo, está prevista a realização de 244 projetos de Artes Visuais, Cinema, Dança, Música, Teatro e Vivências. A Caixa Cultural Brasília, inaugurada em 1980, foi o primeiro espaço cultural instituído pela CAIXA. Localizada na região central de Brasília, perto da estação Galeria do metrô e da rodoviária do Plano Piloto, possui cinco galerias, teatro, sala multimídia e Jardim das Esculturas. Em 2018, está prevista a realização de 60 projetos e o retorno do Programa Educativo CAIXA Gente Arteira. Contatos para entrevistas: Roberto Corrêa - (61) 9.9214-2864 João Antônio (Diretor) - (61) 9.8145-6666 Juliana Saenger (Produtora e coautora) - (61) 9.9214-3051 Serviço: Show: “O Violeiro”, de Roberto Corrêa Local: CAIXA Cultural Brasília - Teatro da CAIXA (SBS Quadra 4 Lotes 3/4 – Edifício anexo à Matriz da Caixa). Temporada: dias 24, 25 e 26 de agosto de 2018. Horário: sexta e sábado, às 20h, e domingo, às 19h. Informações: (61) 3206-6456. Ingressos: R$ 30,00 e 15,00 (meia entrada para estudantes, professores, maiores de 60 anos, funcionários e clientes CAIXA e doadores de agasalho). Duração: 80 minutos. Classificação indicativa: Livre para todos os públicos. Capacidade: 406 lugares (8 para cadeirantes). Acesso para pessoas com deficiência. Patrocínio: CAIXA
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http://brasilia.deboa.com/assunto/o-violeiro-de-roberto-correa-na-caixa-cultural http://brasilia.deboa.com/cultura-esporte/o-violeiro-de-roberto-correa http://clubedoassinante.correiobraziliense.com.br/app/estabelecimentos/2018/07/31/int erna-estabelecimentos,4657/roberto-correa-o-violeiro.shtml http://curtamais.com.br/brasilia/espetaculo-em-brasilia-divulga-a-culturasertaneja-e-caipira http://df.divirtasemais.com.br/app/noticia/programese/2018/08/24/noticia_programese,160482/roberto-correa-o-violeiro.shtml http://submarinobrasilia.com.br/pt/agenda-eu-amo-brasilia-agosto-e-setembro-2018/ http://ultradicas.com.br/fundador-da-1a-turma-de-viola-do-brasil-roberto-correa-fazshow-no-df/ http://www.caixacultural.com.br/SitePages/evento-detalhe.aspx?uid=1&eid=2038 http://www.curtamais.com.br/brasilia/espetaculo-em-brasilia-divulga-a-culturasertaneja-e-caipira http://www.esportecultura.com.br/2018/08/roberto-correa-estreia-novo-projeto-na.html http://www20.caixa.gov.br/Paginas/Noticias/Noticia/Default.aspx?newsID=6482 https://aquitemdiversao.com.br/o-violeiro/ https://barulhodeagua.com/2018/08/20/1097-roberto-correa-estreia-novo-projeto-noteatro-da-caixa-em-brasilia-df/ https://g1.globo.com/df/distrito-federal/o-que-fazer-no-distritofederal/noticia/2018/08/24/fundador-da-1a-turma-de-viola-do-brasil-robertocorrea-faz-show-no-df.ghtml https://issuu.com/ticorocha/docs/revista_713._df_web https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/diversao-earte/2018/08/20/interna_diversao_arte,700862/eventos-em-brasilia.shtml https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/diversao-earte/2018/08/23/interna_diversao_arte,701362/em-show-com-elementos-cenicosroberto-correa-conta-historia-da-viola.shtml http://www.ricardopato.com.br/fundador-da-1a-turma-de-viola-do-brasil-roberto-correafaz-show-no-df/ https://www.facebook.com/correiobraziliense/videos/708257866193739/?hc_ref= ARTlm3zzHGt81BTPtUrjd9BE6-HL7mvjdSMhznOOodcsReH5K2ythzkMJCyXXrTL7s&__xts__[0]=68.ARDV52Tjd0 KsxP9mEq29NEZoFxrgZnxIkxDetWnGGpWMIlK0YM03A2qF84KYjMWPyZIIrUKIyxg7m05YN9rnbJ5rHn3kmFjb-enbWrp7rjOzFIHjvVCIMytQgnmuEZALpTXpbggvBX&__tn__=FC-R https://globoplay.globo.com/v/6969022/programa/ (Bom Dia DF, da TV Globo, agenda cultural aos 45min30) https://globoplay.globo.com/v/6972278/programa/ (DFTV 1ª Edição, da TV Globo, entrevista ao vivo aos 25min e agenda cultural aos 40min40)
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O VIOLEIRO Roberto Corrêa apresenta a sua criação cênico-musical - O Violeiro - na UnB e de graça. Com direção de João Antônio, o espetáculo, em formato de aula, canta e conta as crenças, alegrias e lamentos da vida de um violeiro, num passeio através da história da viola caipira no Brasil. “O Violeiro”, de Roberto Corrêa, tem apresentação marcada para o dia 3 de outubro, quarta-feira, às 12h, no Auditório do Dep. de Música da UnB. A aulaespetáculo faz parte do projeto “Pesquisa e arte na invenção da viola caipira contemporânea”, realizado com apoio do FAC, no qual Corrêa alia sua experiência como violeiro e pesquisador. A aula-espetáculo nasceu da intenção de levar ao público a emoção da arte da viola caipira e o conhecimento do seu contexto cultural. Na construção do roteiro, sob a direção de João Antônio, a criação ganhou formas de espetáculo – com texto, poesia, música e dança – e trouxe para Corrêa novos desafios. Sobre a montagem, o artista se diz “muito feliz com a oportunidade de encontros e reencontros com novos e antigos parceiros. Sem contar os desafios de ter que criar novas canções e de subir ao palco para representar um personagem, pela primeira vez na minha carreira”. Roberto destaca a alegria de levar esta aula-espetáculo para a Universidade de Brasília, “foi na UnB que iniciei minha pesquisa sobre a viola caipira, ainda como estudante de física, há mais de 40 anos. Ainda não sabia onde este trabalho iria me levar. Estou muito feliz em retornar com “O Violeiro” que é uma síntese dos muitos caminhos que trilhei a partir de então.” Para o espetáculo, Roberto Corrêa e João Antônio se aliaram a outros “pioneiros” da cultura brasiliense na construção dessa estória que passa por aspectos referencias da cidade como o cerrado e as práticas tradicionais anteriores à construção da nova capital. Rômulo Andrade assina a cenografia, e o repertório conta com uma parceria com Climério Ferreira, especialmente composta para o espetáculo, além de uma composição inédita de Clodo Ferreira. Recheado de elementos da cultura caipira e interiorana, de encantamentos e memórias ancestrais, O Violeiro narra a vida de um homem caipira, desde o despertar como violeiro até a velhice e morte. “É um espetáculo de essências, onde, na trajetória deste violeiro, assiste-se também a história recente da viola no Brasil”, comenta Roberto, autor do roteiro juntamente com João Antônio e Juliana Saenger. Para compor a dramaturgia, Roberto foi buscar as referências de seus quarenta anos como pesquisador da viola caipira, pinçou tradições e simpatias do imaginário interiorano. “Reza a tradição que para ser bom violeiro tem que ter o dom de Deus, e quem não nasceu com esse dom precisa fazer um pacto com Diabo”, conta Roberto. Há também as simpatias, como passar uma Cobra-Coral, viva, entre os dedos para torná-los ágeis. Tem a do Cemitério, onde o pretendente a violeiro, ao pé da cova de um grande mestre falecido, pede à sua alma que o ensine a tocar. Típica do Brasil central, é a do Chocalho de Cascavel para a proteção da viola. Muitos levam um chocalho de cascavel dentro do instrumento, cujo poder e magia do guizo anula qualquer mau-olhado.
Enriquecendo a narrativa da montagem, Roberto convidou Badia Medeiros, mestre da viola e guia de folia do Divino, e Hérik Sousa, seu parceiro de dupla caipira. Segundo João Antônio “o espetáculo é uma aula sobre o Brasil profundo, enredado de danças, religiosidade e gêneros caipiras”. Dos gêneros apresentados no espetáculo, estão: Guarânia e Rasqueado, oriundos da fronteira com o Paraguai; do Catira vem o Recortado e a Moda-de-Viola, entoados em dueto; Baião, encontrado em várias práticas tradicionais; Modinha, canção de amor dos tempos antigos; Cantos de Trabalho; Incelenças, entoadas nos velórios; e o Cateretê. A religiosidade é representada pela Festa do Divino, função de cantos devocionais, ou cantorios, e de brincadeiras ligadas à divindade como o Catira e o Lundu. Característica do centro sul do país, o Catira é dança coletiva passada de geração a geração e preservada dentro do núcleo familiar. Já o Lundu, é dança de desafio, na qual cada ‘dançador’ procura se expressar de forma única com sapateados e meneios (balanços) do corpo. A prosa do texto ganha contornos de poesia no vocabulário caipira de termos como: Enlerar (organizar em fila, dar sequência); Fulorado (cheio de flor); Poribia (proibir); Parpitava (palpitava); Repicoa (ecoa várias vezes); Rebomboa (ato de bombear com vigor); Vênia (gestual de reverência); Guapo (bonito, habilidoso); Diferençar (mudar); Trem mais mió de bão (coisa muito boa); Esbrangir (espalhar); Mais erado (mais velho); Embaço dos óio (perda de visão); Antiquera (relativo a coisas antigas); e Envem (lá vem). De referência em referência, de causo em causo, “O Violeiro” é uma aula que emociona e um espetáculo que ensina – e aviva a memória para um passado rural recente. Natural de Campina Verde (Minas Gerais), e residente em Brasília desde 1975, Roberto Corrêa, um dos violeiros mais respeitados do Brasil, é figura imprescindível quando o assunto é viola brasileira. Autor de 19 álbuns lançados, o compositor já rodou o Brasil e fez as suas violas caipira e de cocho conhecidas em 29 países, onde se apresentou em importantes salas de concerto. Doutor em musicologia pela USP e professor, Corrêa contribuiu, em seus mais de 40 anos de carreira, na formação de instrumentistas e na ampliação do repertório da viola, especialmente solista. Serviço: Show: “O Violeiro”, de Roberto Corrêa Local: Auditório do Departamento de Música da UnB. Apresentação: dia 03 de Outubro de 2018. Horário: Quarta-feira, às 12h. Ingressos: Entrada fraca. Duração: 70 minutos. Classificação indicativa: Livre para todos os públicos.
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https://aquitemdiversao.com.br/o-violeiro-2/ https://noticias.unb.br/component/agenda/agenda/2073 http://www.achabrasilia.com/o-violeiro/ https://g1.globo.com/df/distrito-federal/o-que-fazer-no-distritofederal/noticia/2018/10/03/roberto-correa-mostra-espetaculo-o-violeiro-naunb.ghtml https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/diversao-earte/2018/10/03/interna_diversao_arte,709747/roberto-correa-apresentaespetaculo-cenico-com-direcao-de-joao-antoni.shtml http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/radio/materias/BRASILINSTRUMENTAL/564137-ROBERTO-CORREA-%E2%80%93-ESPECIALVIOLAS-BLOCO-1.html
O VIOLEIRO Roberto Corrêa faz nova temporada de sua criação cênica-musical – O Violeiro – neste final de semana, de graça. Com direção de João Antônio, a aula-espetáculo canta e conta as crenças, alegrias e lamentos da vida de um violeiro num passeio através da história da viola caipira no Brasil. “O Violeiro”, de Roberto Corrêa, tem apresentação marcada para os dias 24 e 25 de novembro, sábado às 20h e domingo às 18h, no Teatro da Escola de Música de Brasília. A aula-espetáculo faz parte do projeto “Pesquisa e arte na invenção da viola caipira contemporânea”, realizado com apoio do FAC, no qual Corrêa alia sua experiência como violeiro e pesquisador. A aula-espetáculo nasceu da intenção de levar ao público a emoção da arte da viola caipira e o conhecimento do seu contexto cultural. Na construção do roteiro, sob a direção de João Antônio, a criação ganhou formas de espetáculo – com texto, poesia, música e dança – e trouxe para Corrêa novos desafios. Sobre a montagem, o artista se diz “muito feliz com a oportunidade de encontros e reencontros com novos e antigos parceiros. Sem contar os desafios de ter que criar novas canções e de subir ao palco para representar um personagem, pela primeira vez na minha carreira”. Para as apresentações deste final de semana, Roberto volta à Escola de Música onde foi professor por mais de três décadas. Roberto destaca o simbolismo deste momento: “A Escola de Música foi pioneira em adotar o ensino da viola caipira no Brasil, e eu fui o seu primeiro professor. Em todos estes anos a cena da viola se desenvolveu muito em Brasília e no Brasil. A aula-espetáculo O Violeiro é uma síntese da minha atuação como artista, professor e pesquisador. Foi na Escola de Música que desenvolvi grande parte deste trabalho e é essencial para mim estar ali com esta aulaespetáculo”. Para o espetáculo, Roberto Corrêa e João Antônio se aliaram a outros “pioneiros” da cultura brasiliense na construção dessa estória que passa por aspectos referencias da cidade como o cerrado e as práticas tradicionais anteriores à construção da nova capital. Rômulo Andrade assina a cenografia, e o repertório conta com uma parceria com Climério Ferreira, especialmente composta para o espetáculo, além de uma composição inédita de Clodo Ferreira. Recheado de elementos da cultura caipira e interiorana, de encantamentos e memórias ancestrais, O Violeiro narra a vida de um homem caipira, desde o despertar como violeiro até a velhice e morte. “É um espetáculo de essências, onde, na trajetória deste violeiro, assiste-se também a história recente da viola no Brasil”, comenta Roberto, autor do roteiro juntamente com João Antônio e Juliana Saenger. Para compor a dramaturgia, Roberto foi buscar as referências de seus quarenta anos como pesquisador da viola caipira, pinçou tradições e simpatias do imaginário interiorano. “Reza a tradição que para ser bom violeiro tem que ter o dom de Deus, e quem não nasceu com esse dom precisa fazer um pacto com Diabo”, conta Roberto. Há também as simpatias, como passar uma Cobra-Coral, viva, entre os dedos para torná-los ágeis. Tem a do Cemitério, onde o pretendente a violeiro, ao pé da cova de um grande mestre falecido, pede à sua alma que o ensine a tocar. Típica do Brasil central, é a do Chocalho de Cascavel para a proteção da viola. Muitos levam
um chocalho de cascavel dentro do instrumento, cujo poder e magia do guizo anula qualquer mau-olhado. Enriquecendo a narrativa da montagem, Roberto convidou Hérik Sousa, seu parceiro de dupla caipira, José Nucias, violeiro e guia de folia, e os catireiros Irmãos Vieira. Segundo João Antônio “o espetáculo é uma aula sobre o Brasil profundo, enredado de danças, religiosidade e gêneros caipiras”. Dos gêneros apresentados no espetáculo, estão: Guarânia e Rasqueado, oriundos da fronteira com o Paraguai; do Catira vem o Recortado e a Moda-de-Viola, entoados em dueto; Baião, encontrado em várias práticas tradicionais; Modinha, canção de amor dos tempos antigos; Cantos de Trabalho; Incelenças, entoadas nos velórios; e o Cateretê. A religiosidade é representada pela Festa do Divino, função de cantos devocionais, ou cantorios, e de brincadeiras ligadas à divindade como o Catira. Característica do centro sul do país, o Catira é dança coletiva passada de geração a geração e preservada dentro do núcleo familiar. A prosa do texto ganha contornos de poesia no vocabulário caipira de termos como: Enlerar (organizar em fila, dar sequência); Fulorado (cheio de flor); Poribia (proibir); Parpitava (palpitava); Repicoa (ecoa várias vezes); Rebomboa (ato de bombear com vigor); Vênia (gestual de reverência); Guapo (bonito, habilidoso); Diferençar (mudar); Trem mais mió de bão (coisa muito boa); Esbrangir (espalhar); Mais erado (mais velho); Embaço dos óio (perda de visão); Antiquera (relativo a coisas antigas); e Envem (lá vem). De referência em referência, de causo em causo, “O Violeiro” é uma aula que emociona e um espetáculo que ensina – e aviva a memória para um passado rural recente. Natural de Campina Verde (Minas Gerais), e residente em Brasília desde 1975, Roberto Corrêa, um dos violeiros mais respeitados do Brasil, é figura imprescindível quando o assunto é viola brasileira. Autor de 19 álbuns lançados, o compositor já rodou o Brasil e fez as suas violas caipira e de cocho conhecidas em 29 países, onde se apresentou em importantes salas de concerto. Doutor em musicologia pela USP e professor, Corrêa contribuiu, em seus mais de 40 anos de carreira, na formação de instrumentistas e na ampliação do repertório da viola, especialmente solista. Serviço: Show: “O Violeiro”, de Roberto Corrêa Local: Teatro da Escola de Música de Brasília - TEMB. Apresentação: dias 24 e 25 de novembro de 2018. Horário: Sábado, às 20h; Domingo, às 18h. Ingressos: Entrada franca. Os ingressos começam a ser distribuídos no teatro uma hora antes da apresentação. Duração: 70 minutos. Classificação indicativa: Livre para todos os públicos.
Clipping de mĂdia estimulada
http://brasilia.deboa.com/cultura-esporte/show-o-violeiro-de-roberto-correa https://radarsantamaria.com.br/roberto-correa-se-apresenta-na-escola-demusica/ https://globoplay.globo.com/v/7181869/programa/ http://www.cadebrasilia.com/2018/11/roberto-correa-se-apresenta-noteatro.html