QUANTO CUSTA?

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Quanto Custa? Chega ao Teatro I do CCBB Brasília, depois de dois meses de sucesso de crítica e de público em São Paulo, a temporada, de 14 de novembro a 1º de dezembro, do espetáculo Quanto Custa?, uma adaptação de dois textos complementares de Bertolt Brecht, ainda inéditos no Brasil.

Quanto custa o seu trabalho? Quanto custam seus valores? Até onde as pessoas vão por dinheiro? Estas são algumas das provocações do espetáculo Quanto Custa?, montagem do diretor Pedro Granato para os textos Quanto Custa o Ferro? e Dansen, do dramaturgo, poeta e encenador alemão Bertolt Brecht (1898 - 1956). A peça estreia em Brasília dia 14 de novembro, quinta-feira, às 20h, no Teatro I do Centro Cultural Banco do Brasil. A direção de arte é de Marinês Mencio e a trilha sonora original é assinada por Rafael Castro. O resultado da adaptação de Pedro Granato é um espetáculo permeado de suspense que une a dramaturgia própria de Brecht, um dos pensadores de teatro mais influentes do século 20, a referências estéticas cinematográficas. Serviram como base para a peça filmes do diretor Quentin Tarantino; Dogville, de Lars Von Trier; O Iluminado, de Stanley Kubrick; Delicatessen, de Jean-Pierre Jeunet, e o documentário canadense The Corporation (A Corporação), de Mark Achbar e Jennifer Abbott.

Com direção e concepção de Pedro Granato (diretor de Il Viaggio, sobre roteiro de Federico Fellini, e Navalha Na Carne, sobre texto de Plínio Marcos), o elenco reúne experientes atores ligados ao teatro de grupo: Luís Mármora (da Mundana Cia., Cia. São Jorge de Variedades e Cia. do Latão), Pedro Felício (do IVO 60) e Ernani Sanchez (do Jogando no Quintal e IVO 60). O cotidiano de três comerciantes, que convivem harmoniosamente em uma pequena rua, é interrompido pela notícia de um cruel assassinato. A morte se deu no entorno das lojas e o principal suspeito é um empresário forasteiro, que propôs contratos de sociedade com os três: o açougueiro Sr. Dansen, o vendedor de ferro Svenson e a jornaleira Sra. Norsen. Percebendo que estes contratos podem levar a novos assassinatos, os vizinhos criam uma relação de intriga, suspeita e tensão, que dão o tom do enredo. “A trama de assassinatos, dúvidas, traições e interesses comerciais servem de pano de fundo para retratar e questionar valores da sociedade contemporânea, por meio de um suspense ininterrupto criando expectativas do que vai acontecer durante toda a peça”, afirma o diretor Pedro Granato. "Abordamos a violência do comércio, quando negociantes, muitas vezes, pensam que se estiverem ganhando podem fazer coisas absolutamente injustas e absurdas", explica Granato.


A montagem propõe inovações estéticas ao mesmo tempo em que se mantém fiel aos preceitos dramatúrgicos de Bertolt Brecht, responsável pela criação de uma dramaturgia própria, em que política, reflexão e entretenimento se misturam, a música é trazida para o centro da cena e a separação entre palco e plateia é rompida. “Trabalhamos, também, outra característica muito brechtiana, a fábula. Ainda que estejamos falando de uma rua de comércio e da vida de comerciantes, essa questão se situa em um ambiente fantástico”, diz Pedro. “Brecht teve uma influência grande na forma de fazer teatro no mundo, porque seus textos fazem críticas sobre os problemas da sociedade. Estudei suas peças e descobri que duas delas tinham características muito interessantes, bastante sombrias. Elas contavam a mesma história, mas com dois pontos de vista diferentes. Gostei e tive vontade de explorar esse tom soturno", explica Granato, que propõe, nesta montagem, um novo olhar sobre os textos. “O texto original servia como uma parábola irônica para o contexto da Segunda Guerra Mundial. Nossa montagem se concentra no tom soturno dos personagens e nas mazelas e mecanismos da lógica mercantil. Buscamos conferir um peso que é específico e atual ao mesmo tempo a esse texto”, comenta Pedro. A trilha sonora e narração são assinadas por Rafael Castro, expoente de uma nova geração de compositores. A direção de arte de Marinês Mencio cria uma atmosfera de tom fantástico: sombria e rica em detalhes. Fugindo do realismo, o trabalho esmiuçado de atuação se soma à inventividade do cenário e figurino, que mescla as lojas aos comerciantes, cada um caracterizado com um tipo diferente de material. A iluminação cria jogos de luz e sombra, instaurando o suspense das situações.

Os atores e seus personagens Luís Mármora – Dansen, o açougueiro, e Sr. Brit “Os personagens estão em uma situação limite e não conseguem desapegar de seus valores, lucros, seus modos individualistas de pensar. Faço com que essa história me atravesse, que o Dansen apareça em cheque, que isso seja visível. O Dansen tem um apelo cômico muito interessante, do parvo, do ingênuo. Ele é totalmente corrompido e corruptível, só que ele é movido pelo afeto, de alguma maneira. Como seu negócio não vai tão bem quanto do Svenson, há um ciúme, uma inveja, uma disputa. E eles se negam a ver que existe um poder de transformação, de inversão nas mãos deles. O comportamento deles é um ato contínuo que vai gerar sempre a violência”. Ernani Sanchez – Svenson, o vendedor de ferro “A minha construção do Svenson partiu fisicamente de um homem que trabalha nesses serviços braçais, ferreiro, mecânico, bruto, muito individualista, pensa nele e só, e tem essa ‘tampa quente’, é de cabeça quente. O Pedro Granato me deu essa indicação de torná-lo um cara que por muito pouco já está explosivo, febril. Acho que para o público, o Dansen é mais fácil de enganar, já o Svenson nem tanto, porque ele


também se acha esperto, não se passa para trás assim tão fácil. O Svenson não deixa de vender o ferro mesmo sabendo que ele está fornecendo as armas para que a violência se sustente. Ele não tem nenhum problema com isso. Mas, ao mesmo tempo, acaba sendo ingênuo, porque uma hora isso pode se voltar contra ele. Esta é sua falha trágica.” Pedro Felício - Sra. Norsen, a jornaleira; Austin, o vendedor de tabaco, e cliente “O cliente vai desvelando máscaras, ele transforma os outros não a si próprio. Temos trabalhado uma construção épica, mas, ao mesmo tempo, que deixe que os atores se atravessem pela história. É uma interpretação quase identificada, que é quebrada por uma movimentação nada naturalista.” FICHA TÉCNICA: Texto: Bertolt Brecht Tradução: Christine Röhrig e Marcos Americo Renaux Coordenação geral e direção: Pedro Granato Assistente de direção: Diego Dac Elenco: Luís Mármora, Pedro Felício e Ernani Sanchez Direção de arte: Marinês Mencio Iluminação: Uirá Freitas Trilha sonora original: Rafael Castro Direção de produção: Carla Estefan Assistente de produção: Ariane Cuminale Operação de som: Igor Sane Operação de luz: Uirá de Freitas Fotos: Ding Musa Design gráfico: Anna Turra Vídeo: Beto de Faria SERVIÇO: Teatro I De 14 de novembro a 1º de dezembro De quinta a domingo às 20h. Ingressos: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia-entrada para estudantes, maiores de 65 anos e clientes e funcionários do BB) Duração: 60 min Classificação indicativa: a partir de 12 anos Vídeo com trechos: http://vimeo.com/70535549 Os ingressos começam a ser vendidos dois domingos antes para os eventos da semana e podem ser adquiridos na bilheteria do CCBB de terça a domingo, das 9h às 21h, ou pelo site www.ingresso.com.br ou pelo televendas 4003-2330, das 9h às 21h, de segunda a segunda. Informações para imprensa Território Cultural Rodrigo Machado – (61) 3349-4113 / 9.8654-2569 drigo.machado@gmail.com www.facebook.com/territorio.comunicacao


Assessoria de imprensa CCBB: Maria Lopes – (61) 3108-7629 / 7630 marialopes@bb.com.br O CCBB disponibiliza ônibus gratuito, identificado com a marca do Centro Cultural. O transporte funciona de terça a domingo. Consulte todos os locais e horários de saída no site e no Facebook. CCBB Brasília Aberto de terça-feira a domingo das 9h às 21h SCES Trecho 2 – Brasília/DF Tel: 61 3108-7600 E-mail: ccbbdf@bb.com.br Site: bb.com.br/cultura Redes sociais: facebook.com/ccbb.brasilia e twitter.com/CCBB_DF


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