Projeto organiza e produz conteúdos sobre criações artísticas das áreas técnicas das artes cênicas, que passaram a ser utilizados em ambientes acadêmicos, e servem de fonte de pesquisa e mapeamento do setor no Brasil
da ideia à luz
(Super Live do Alok, por Rodrigo Rocca)
Horas de entrevistas e debates com mais de duas centenas de especialistas e técnicos nas diferentes áreas - de todo o país e alguns do exterior - investigam os processos de criação
para iluminação cênica, figurino, maquiagem, cenografia, sonoplastia e iluminação arquitetural A iniciativa surgiu em meio à Pandemia de Covid-19 como forma de manter ativos os profissionais de iluminação para espetáculos. Projeto que ganhou a simpatia de pesquisadores e trabalhadores de luz para teatro, dança, shows e eventos de outras áreas. “Encontros entre profissionais dessa área, para debater e conversar sobre como pensam os seus trabalhos, quais equipamentos utilizam e as novas tecnologias empregadas, eram raros e restritos a festivais, oficinas e seminários nos grandes centros, talvez essa tenha sido a razão do interesse da classe em nosso projeto num primeiro momento”, avalia Marcelo Augusto, iluminador e idealizador de da ideia à luz. A proposta, como dito, partiu de Marcelo, morador de Brasília, que levou a ideia para o iluminador cearense de Fortaleza Wallace Rios, no início de 2020. Juntos passaram a formatar os objetivos do projeto e a organizar as entrevistas. Surgiu, então, a primeira série de programas chamada Criação e pouco tempo depois vieram as Pesquisa, Debate e Mundo. No início de 2021, Marcelo e Wallace convidam a iluminadora uberlandense Camila Tiago para integrar ao projeto e juntos conceberam as séries Férias, Livro, Tecnologia e Laboratórios. À época, veiculavam programas todas as segundas e terças-feiras. Atualmente está restrito às terças, às 19h. Em julho de 2022, Wallace deixou o projeto e Camila e Marcelo deram continuidade. Os programas produzidos nos primeiros anos do canal foram dedicados à iluminação cênica, “quando trouxemos, por exemplo, todos os doutores da área, para falarem sobre suas teses, e as pessoas responsáveis por Laboratórios de Iluminação das Universidades Públicas”, recorda Marcelo. Em 2022, outras áreas do conhecimento dos bastidores foram agregadas, “incluímos, então, Cenografia, Maquiagem e Visagismo, Figurino, Sonoplastia, e abrimos espaço para arquitetura no escopo da criação da luz para ambientes”, conta.
O tamanho do projeto Nestes quatro anos de projeto, já foram ao ar 265 programas, sendo 144 sobre Criação, 23 sobre Pesquisa, 12 sobre Mundo, 18 sobre Livros, 15 sobre Laboratórios, 5 sobre Tecnologia, 34 especiais de Férias, além de 15 Debates. Conteúdo que está chegando a 46 mil visualizações, de uma audiência qualificada residente em todo o território nacional e noutros países, e o Canal - www.youtube.com/@daideiaaluz – está próximo a alcançar 3 mil inscritos, de forma orgânica.
A curadoria
Quanto à escolha dos convidados, Marcelo comenta a atenção em trazer representantes de todas as regiões do país. E com relação à bagagem profissional, “buscamos mesclar profissionais novos, profissionais com trajetória mais longeva, professores e professoras das áreas assim como pesquisadores e pesquisadoras, e, dentro dessas escolhas, tentamos equilibrar, durante o mês, representatividade entre homens e mulheres”, detalha. Entre os convidados estão técnicos e técnicas da cena, artistas criadores, pesquisadores dos bastidores, doutores e doutoras que discorrem sobre suas teses. “Nos chama a atenção a diferença da dinâmica do programa quando a pessoa convidada está desenvolvendo algum tipo de pesquisa, comparada àquela que está na prática do dia a dia. Com a primeira, as conversas são mais reflexivas e caminham para temas filosóficos de percepção da arte, do teatro, da sociedade, da profissão. Já no segundo estilo de convidado, a conversa é mais pontual sobre o trabalho envolvendo principalmente o seu fazer artístico e técnico”, comenta Marcelo.
Inserção no meio acadêmico A qualificação dos convidados e a qualidade das entrevistas e debates roteirizados atraiu a atenção de centros acadêmicos que passaram a apoiar o projeto. A exemplo do Laboratório de Iluminação Cênica da Universidade do Estado do Paraná, coordenado pela Professora Doutora Nadia Luciani; do Grupo de Pesquisa em História, Política e Cena da Universidade Federal de São João del Rei, liderado pelo Professor Doutor Berilo Nosella; e de Chico Turbiani, professor da Escola SP de Teatro e doutorando na USP. Mais que ampliar os campos de debate e fazer chegar os conteúdos gerados a mais pessoas, as contribuições dos docentes vieram como sugestões de entrevistados, desenvolvimento de pesquisa, catalogação e registro e coordenação de série de entrevistas dentro do projeto. A Dra. Nadia Luciani (Unespar) trouxe novos nomes do mercado vindos do exterior. Com o Dr. Berilo Nosella (UFSJ), iniciaram um mapeamento dos e das profissionais da área em todo o Brasil e vêm fazendo um levantamento de como os profissionais da área de iluminação registram e catalogam seus trabalhos, essa com a contribuição da Dr. Fabiana Fontana (UFSM). E Chico Turbiani, em razão de ser um pesquisador sobre o tema iluminação cênica, passou a coordenar a série de programas Pesquisa do projeto. Como desdobramento dessas parcerias, outros centros acadêmicos passaram a utilizar os vídeos como material didático em aulas sobre visualidades da cena - iluminação, cenografia, maquiagem, visagismo, figurino, sonoplastia. “Cada vídeo, além investigar a fundo o tema da entrevista, traz a visão que cada pessoa entrevistada tem sobre as artes, além de debates sobre conceitos, visões de mundo e referências transdisciplinares. Elementos que tornam os conteúdos do canal uma fonte de estudo a quem tem interesse em aprimorar seus fazeres dentro das artes”, pondera Camila.
Mapeamento do setor no Brasil Tratando-se de um projeto de abrangência nacional, cuja curadoria preza pela pluralidade de seus entrevistados e pela diversidade dos conteúdos, é possível traçar um mapeamento a partir do que já se tem catalogado. “Principalmente na área da iluminação cênica, como os profissionais de uma determinada região do Brasil trabalham e como eles se qualificam dentro da área”, diz Camila. Segundo Marcelo, “ficou nítido que esses profissionais estão mais presentes nas capitais e quando saímos para o interior é quase inexistente ou nula. O que faz a diferença nas regiões distantes do centro é a presença de um teatro, e, aqui, cabe ressaltar a importância da Rede de Teatros Sesc, que, em uma cidade do interior, é o suficiente para fazer mover as linguagens da cena e seus profissionais”. Outro ponto que foi possível identificar é a precariedade das condições de trabalho destes profissionais nas regiões Centro-Oeste, Nordeste e, principalmente, Norte. “Nessas regiões é quase impossível viver somente da profissão, a formação técnica se dá no dia a dia e são profissionais invisíveis para a cena nacional”, aponta Marcelo, que demarca, “nosso trabalho com o da ideia à luz vem dando protagonismo e foco a esses e essas profissionais e seus projetos”. A criação de um website Com esse volumoso conteúdo que trata, com profundidade, de temas pertinentes às artes e elenca profissionais de todo o país, os criadores do da ideia à luz vêm trabalhando na construção de um site. “A ideia é que seja um hub, um ponto de encontro virtual entre esses trabalhadores e mais, que se torne uma ferramenta de pesquisa sobre o fazer artístico no campo da técnica”. Debates em São Paulo, Alagoas e Brasília Para dar continuidade e aprofundar o mapeamento sobre o trabalho, a coordenação de da ideia à luz promove debates com profissionais do setor. Os bate-papos têm por objetivo compartilhar conhecimento acerca das oportunidades de trabalho, aprendizagem e aprimoramento profissional, formalização da profissão, anseios e demais temas pertinentes. O primeiro ocorrerá em São Paulo, dia 16 de janeiro, depois será a vez de em Alagoas, no dia 23, e por fim em Brasília, no dia 30, também deste mês. Os encontros acontecem nos formatos presencial e online. Em São Paulo, com início às 19h, contará com as participações de Michel Mika Masson, de Ribeirão Preto; Francisco Berganian e Maristela Mota, ambos de Campinas; e Karen Mezza, da Capital. Link da transmissão: www.youtube.com/watch?v=2tVcK4uJd6g. Do Alagoas, as participações ainda estão para serem confirmadas. E em Brasília, ocorrerá na Escola CED 01, do Cruzeiro Velho, a partir das 19h, com as participações de Aldo Bellingrodt, Lemar Resende, Ana Quintas e Raoni. Link da transmissão: www.youtube.com/watch?v=z7VA18egd_g.
Entrevistas e bate-papos em destaque Professora Dra. Nadia Luciane, sobre sua pesquisa de doutorado intitulada “Performatividade da Luz”, realizada no Programa de Pós-graduação em Artes Cênicas da USP. Atua desde 1989 como iluminadora profissional, operadora de luz, diretora de palco e tradutora técnica para diversas companhias e espetáculos nacionais e internacionais. Suas pesquisas abrangem os temas da pedagogia da iluminação cênica e a performatividade da luz. Atualmente mora em Curitiba, no sul do Brasil. https://www.youtube.com/watch?v=vb79jLMN8NM&list=PLofF6TJO0VLNlu8tLuTs6YwwVIN 58tKAJ&index=7
Ivo Godois, sobre o L U Z Laboratório - Laboratório de Iluminação, da UDESC, onde acontece o maior encontro das artes cenográficas do Brasil que teve a sua 11ª edição em agosto de 2023 com a parceria do canal Da Ideia à Luz nas transmissões de parte da sua programação. Ivo Godois é Doutorando em Teatro - Iluminação cênica, pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). Fundador, editor e conselheiro da Revista on-line A Luz em Cena. Organizador do Evento A Luz em Cena (9 edições). Coordenador técnico do LUZ Laboratório de iluminação no DAC – UDESC. https://www.youtube.com/watch?v=Y5sgGsuCeuE&list=PLofF6TJO0VLMRP80wlxqTLLh0jQvFHGk&index=8 De Brasília, o Professor Aldo Bellingrodt falou sobre o processo de criação de luz dentro da Escola de Música de Brasília. Aldo Bellingrodt, um dos primeiros iluminadores cênicos em Brasília, é professor de iluminação da Escola de Música de Brasília. Assinou sua primeira iluminação em 1977 e desde então ministrou diversas oficinas na área e trabalhou em espetáculos de teatro, dança e música. Possui especialização em Iluminação e Design de Interiores, pelo IPOG – Instituto de Pós-graduação e graduação em Licenciatura em Artes-Cênicas pela Faculdade de Artes Dulcina de Moraes. https://www.youtube.com/watch?v=BiSItjy2qao&list=PLofF6TJO0VLPp5hyX4KZxWeWtU7i9Y4C&index=73 De Belém do Pará, Iara Souza falou sobre criação da iluminação para a peça "Opus Lux" Iara Souza é iluminadora e diretora. Como artista da luz se movimenta por dentro das poéticas inventivas, tem um apreço particular pelas gambiarras - das quais extrai seus procedimentos de criação - assim como pela cena teatral que acontece fora da caixa preta. É colaboradora no programa de Pós-Graduação em Artes e Professora da Escola de Teatro e Dança da Universidade Federal do Pará. Doutora em Estudos Culturais pelas Universidades de Aveiro/Minho em Portugal. https://www.youtube.com/watch?v=J1bbDIUAf2U&list=PLofF6TJO0VLPp5hyX4KZxWeWtU7i9Y4C&index=44&t=159s Chico Turbiani, pesquisador e professor de iluminação da SP Escola de Teatro, é parceiro do canal, na condução e coordenação do programa Pesquisa. Sua primeira participação no canal foi para falar da sua dissertação de mestrado, no Programa de Pós-graduação em Artes Cênicas da USP, com o título “A luz em processo: um mergulho na criação de Guilherme Bonfanti na Trilogia Bíblica no Vertigem” https://www.youtube.com/watch?v=oW4YivBhjBI&list=PLofF6TJO0VLNlu8tLuTs6YwwVIN58 tKAJ&index=10&t=1617s Rodrigo Roca, desde 2014 tem uma parceria de criação artística e direção de arte dos shows e lives do DJ Alok. Para o canal, ele contou como foi o processo de criação do projeto “ALIVE” falando como foi processo de pesquisa até a execução do projeto e mostrando todos os softwares utilizados. https://www.youtube.com/watch?v=R80f_6jm0kc&list=PLofF6TJO0VLPp5hyX4KZxWeWtU7i9Y4C&index=56&t=5394s A paulistana Ligia Chaim, responsável pela iluminação da banda soteropolitana Baiana System, falou sobre o casamento entre projeções utilizadas pela banda e a iluminação no show “Duas Cidades”. Ligia Chaim, formada em Audiovisual, é iluminadora cênica desde 2002. Assina projetos de luz em teatro, dança e show, sendo uma das áreas em que mais atua como Light Designer e programadora, destacando-se nas luzes da banda Baiana System, Maria Gadú, Mariana Aydar, entre muitos outros. Tem propriedade em trabalhar com a técnica de improvisação utilizando a luz. https://www.youtube.com/watch?v=wTwD2JdLqag&list=PLofF6TJO0VLPp5hyX4KZxWeWtU7i9Y4C&index=28&t=951s
Imagens de divulgação: https://bit.ly/projetodaideiaaluz
Presente em plataformas virtuais, onde estão publicadas centenas de horas de conteúdo sobre o fazer técnico artístico, projeto realiza bate-papo presencial com técnicos de Brasília
da ideia à luz Projeto organiza conteúdos sobre processo criativo, pesquisa e mapeia o setor técnico das artes cênicas no Brasil, por meio de entrevistas, debates e bate-papos
A coordenação do da ideia à luz, há mais de 2 anos, vem investigando a profissão da iluminação cênica no Brasil. Essa ação acontece por meio de debates com profissionais do setor em cada estado do território nacional, sejam eles das capitais ou municípios do interior. Esse mapeamento tem como objetivo entender, através da análise e experiência dos participantes, as oportunidades e condições de trabalho, aprendizagem e aprimoramento profissional, formalização da profissão, políticas públicas voltadas ao setor, anseios e demais temas pertinentes.
No mês de janeiro, serão três debates em três estados brasileiros. O primeiro em São Paulo, no dia 16, depois será a vez de Alagoas, no dia 23, e por fim em Brasília, no dia 30. Esse último, pela primeira vez, em formato presencial. De São Paulo, no dia 16 de janeiro, participaram Michel Mika Masson, de Ribeirão Preto; Francisco Berganian e Maristela Mota, ambos de Campinas; e Karen Mezza, da Capital. Link para assistir: www.youtube.com/watch?v=2tVcK4uJd6g. Do Alagoas participam, no dia 23, Edner Careca, Fátima Farias, Millena Brandão e Claudemir Santos, todos de Maceió. Link para assistir: https://www.youtube.com/live/M5Ru0Q-cSuA. E em Brasília, na terça-feira (30), a partir das 19h, o debate aberto ao público ocorrerá na Escola CED 01, do Cruzeiro Velho. Esse encontro vai contar com as participações de Aldo Bellingrodt, professor de iluminação da Escola de Música de Brasília, Lemar Resende, técnico de cena e iluminador, Ana Quintas, iluminadora, e Raoni, montador. Link da transmissão: www.youtube.com/watch?v=z7VA18egd_g. As mediações são conduzidas por Marcelo Augusto e Camila Tiago, coordenador e coordenadora do da ideia à luz. Iluminador desde 2001, Marcelo é graduado em Artes Cênicas, pela UnB, lançou o Manual de Iluminação Cênica - Haja Luz!, em 2015, já acompanhou companhia em turnê pela Europa e foi vencedor do prêmio SESC do Teatro Candango por quatro anos consecutivos, entre 2015 e 2018. Camila Tiago, iluminadora, atriz e palhaça, é pós graduada em Artes Cênicas, pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, e atualmente é diretora de iluminação do curso de Teatro da UFU, desde 2010.
Serviço:
Debate: da ideia à luz Local: CED 01, do Cruzeiro Velho (SRES Lote G) Dia e horário: terça-feira (30), a partir das 19h Entrada franca, sem retirada de ingresso Informações: https://www.instagram.com/daideiaaluz/ Livre para todos os públicos Duração: 120 min.
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