V Latinidades Festival da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha De 23 a 29 de julho, a quinta edição do Latinidades, com realização da Griô Produções e da Ossos do Ofício, promove ações afirmativas no sentido de dar visibilidade e voz à mulher negra.
O Latinidades promove debates, feira, shows, intervenções culturais, lançamentos literários, oficinas, exibição de documentário, seminário e rodas de conversa sobre o tema Juventude Negra, foco desta quinta edição do Festival, que, desde 2008, traz temas como machismo, racismo e a superação de desigualdades, com recorte de gênero e raça, sempre acompanhado de uma programação cultural gratuita. O Festival da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha propõe uma programação rica e diversificada, a cada edição anual, construída a partir da necessidade de reparação do prejuízo histórico vivido pelas mulheres negras. Neste sentido, em 2012, o tema será Juventude Negra, por ser a principal vítima da violência urbana. “No Brasil, os dados que nos levaram a realização do Latinidades sob esse tema são impactantes. A juventude negra encabeça a lista dos desempregados e dos que têm maior defasagem escolar.” Justifica Jaqueline Fernandes, coordenadora geral. Nosso país conta com cerca de 11,5 milhões de jovens negros entre 18 e 24 anos de idade, o que representa 6,6% da população. A taxa de analfabetismo é de 5,8%. Em média, os jovens negros têm dois anos a menos de estudo do que os brancos da mesma faixa etária: 7,5 anos e 9,4 anos, respectivamente. A comparação das taxas de escolarização é um indicador de como o sistema educacional brasileiro ainda tem muito o que fazer para combater as desigualdades raciais: a proporção de crianças no ensino fundamental é de 92,7% para negros e de 95% para brancos; no entanto, somente 4,4% dos negros, de 18 a 24 anos, chegam ao ensino superior; entre os brancos, esse percentual é de 16,6%*. A equação perversa de diversos fatores tais como racismo, pobreza, discriminação institucional e impunidade, contribui para a falência do sistema de segurança e justiça em relação à população negra. Essa relação não é fruto do acaso: distorções como a “presunção de culpabilidade” em relação aos negros resulta em ações que promovem a eliminação pura e simples dos suspeitos, violando os direitos humanos e constitucionais desses jovens. Ações que de tão recorrentes e banalizadas denunciam um processo silencioso de eliminação desse grupo da população.* *Do artigo Juventude negra e exclusão radical, de Maria Aparecida Bento e Nathalie Beghin.
“Realizar o Festival da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha, para nós, significa refletir o lugar da mulher afro-descendente no Brasil e os desafios da luta contra a pobreza e o racismo, aumentando, assim, as possibilidades de dar visibilidade as mulheres negras da América Latina e Caribe.” Comenta Jaqueline.
Ações realizadas durante o Festival: Shows: Complexo Cultural da República, no ponto de encontro do Festival de Teatro Cena Contemporânea: 25/7, a partir das 20h: Cabelaço | Bloco Afro Ilê Aiyê | Paula Lima | Cris Sobral (DF) | Sistema Criolina Cabelaço é uma ação político-cultural, promovida pelo coletivo Pretas Candangas, que agrega samba de roda, intervenção poética, com Cris Sobral, demonstração de tranças afro e confecção de turbantes. O dia 25 de julho, desde 1992, foi instituído como o Dia Internacional da Mulher Afro Latino Americana e Caribenha. Nesta data foi realizado o I Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-caribenhas, em Santo Domingos, na República Dominicana. É um dia para ampliar parcerias, dar visibilidade à luta, às ações, promoção, valorização e debate sobre identidade negra em todo o continente. Latinidades vem reafirmar a importância de dar visibilidade ao 25 de julho como marco de lutas em todo o continente. 26/7, a partir das 21h: Calango Pensante - batalha de rimas (DF) | GOG | Sistema Criolina Dia para lançamento do décimo disco do GOG - Iso 9000 do Gueto. Será no palco do ponto de encontro do Cena Contemporânea, que GOG vai estrear seu mais novo show, com a apresentação de danças afro-contemporâneas, intervenções audiovisual e capoeira. A noite começa com a “Batalha de Rimas”, comandada pelo MC Ahoto Skrew, como temas a África e a América Latina, a igualdade racial e a cultura afro. Para esquentar e instigar a criatividade dos MC’s, um júri vai escolher o mestre que melhor trouxer rimas improvisadas. 27/7, a partir das 21h: Puerto Candelaria (Colômbia) | Sistema Criolina Puerto Candelaria, criador de novos ritmos através do encontro entre Cumbia Underground e o Jazz, é o grupo que incluiu a Colômbia no mercado mundial do Jazz, da música experimental e da World Music. Atualmente, Puerto Candelaria traz à cena musical da de seu país de origem, uma proposta musical mais desafiadora, controversa e inovadora dos últimos tempos. A banda tem como base de sua sonoridade os ritmos populares, recriando propostas inovadoras cheias de imaginação, provocando os sentimentos e suscitando as emoções de seu público por onde passa. 28/7, a partir das 14h: Feira Preta | Gaby Amarantos (PA) | Sistema Criolina Feira Preta, criada em São Paulo, é hoje um dos maiores eventos de cultura negra do país. Em Brasília, o Latinidades promove uma feira com 20 stands de roupas, artesanato, bijuterias e muito mais, reforçando empreendimentos étnicos.
Gaby Amarantos, nascida e criada na periferia de Belém, canta desde seus 15 anos de idade influenciada por cantoras como Clara Nunes, Ella Fitzgerald e Billie Holiday e pelos bregas Francis Dalva e Reginaldo Rossi, mas deixa claro que a sua maior influência está no bairro em que nasceu, onde tudo toca ao mesmo tempo. Deu início a sua carreira solo em 2010 e logo foi corada como a rainha do tecnobrega. Gaby está entre as 100 pessoas mais influentes do ano de 2011, pela Revista Época. Novidades, fotos, biografia e download de músicas no site oficial www.gabyamarantos.com 29/7, a partir das 17h: Quarteto Marakamundi (DF) | Ellen Oléria (DF) | Yusa (Cuba) A música instrumental do Quarteto Marakamundi tem como proposta apresentar a riqueza da reunindo bossa nova, samba, rumba e o montuno, associada ao improviso do jazz. O quarteto já tem 13 anos de estrada. Yusa, uma artista cubana que renova a música latino-americana no mundo com traços das canções tradicionais de trova. A musicista representa a nova onda de músicos da ilha caribenha de Cuba, que condensa a tradição de seu país com a música de todo o resto do mundo. Guitarrista desde os seis anos, Yusa tem graduação em guitarra clássica. Desde 2001 ela excursiona pela Europa e Ásia e esta será sua primeira vez no Brasil. Seminário – Com a realização de oito mesas, duas oficinas e três rodas de conversa sobre temas relacionados à Juventude Negra, trazendo dados de toda a América Latina à mesa. O Seminário vai acontecer nas Regiões Administrativas do Itapuã, Paranoá, Varjão, no Presídio Feminino Colméia e na Universidade de Brasília. Ao final desta série de ações, todas as falar comporão um publicação, com o propósito de construir um documento com os posicionamentos de mulheres negras, artistas, políticas, pesquisadoras, membras de entidades e movimentos, que compuseram as mesas do Seminário. Publicação que será distribuída às entidades em sintonia com os temas, em toda América Latina. Os temas do seminário incluem políticas públicas, emprego e renda, saúde, identidade e comunicação, orientação sexual e racismos. Ao final, todos os participantes do Seminário receberão uma declaração com a carga horária cumprida e os temas discutidos. 23/7 às 16h - Políticas Públicas para a Juventude Negra 24/7 às 10h - Educação 24/7 às 14h - Emprego e Renda 24/7 às 16h - Saúde da População Negra 25/4 às 10h - Cultura 25/4 às 14h - Genocídio da juventude afro-latina 25/5 às 16h - Novas perspectivas para a militância feminista e os rumos do feminismo negro na América Latina 26/7 às 10h - Identidade e comunicação 26/7 às 14h - Orientação sexual e identidade de gênero 27/7 às 16h - Racismo Ambiental na América Latina O Seminário acontece no Auditório da Biblioteca Nacional, com 90 vagas para cada tema discutido. Para se inscrever basta enviar e-mail, informando a mesa de interesse, para latinidades2012@grioproducoes.mus.br. Mais informações: www.afrolatinas.com.br/novo
Intervenções Urbanas – Intervenções artísticas sobre identidade negra, em áreas públicas, como na Rodoviária do Plano-piloto, em estações de metrô e na Praça do Complexo Cultural da República, com a apresentação de músicos e artistas plásticos, tanto de Brasília quanto de outros Estados e também uma convidada internacional. Lançamento de obras literárias – Publicações que trazem temas políticos e culturais acerca da rica e vasta cultura negra, produzidos no Brasil e no exterior. Dando mais visibilidade mais oportunidade a autoras e autores negros da América Latina e Caribe, como forma de disseminar conhecimento sobre ações afirmativas e políticas de reparação, bem como a cultura e a religião. Entre os autores convidados estão Cris Sobral, Renata Felinto e Cidinha Silva. Setembro Presídio Feminino Colméia – Região Administrativa do Gama – DF Oficina de Comunicação | Roda de conversa: Lei Maria da Penha | Palestra Saúde Integral da Mulher | Rádio Afrolatina Cidade Estrutural – DF Palestra Saúde Integral da Mulher | Roda de Conversa Racismo Ambiental | Rádio Afrolatina Outubro Varjão, Paranoá e Itapuã – DF Rodas de conversa com debate e apresentação do documentário Afrobrasilienses “Acreditamos que ao final do Festival, nós teremos conseguido dar mais voz e mais visibilidade à mulher negra. Com a circulação de artistas, geração empregos, mesmo que temporários, o intercâmbio e interação entre negras e não-negras, capacitação pessoas e elevando a auto-estima destas lindas mulheres americanas e caribenhas.” Afirma Jaqueline Fernandes. E acrescenta: “Só reforçando que, com a realização do Latinidades nos esperamos chegar a mais de 30.000 mil pessoas em toda América Latina e Caribe.”
Latinidades 2012 De 25 a 29 de julho os festivais Latinidades e Cena Contemporânea irão sacudir as noites da Praça do Museu Nacional com shows, gratuitos, de artistas de Brasília, Bahia, Pará, República do Congo, Cuba e Colômbia.
A abertura será no Dia 25 de julho, Dia da Mulher Afro Latino Americana e Caribenha, com show do bloco baiano Ilê Ayiê, Sistema Criolina e Paula Lima. Também neste dia, o coletivo Pretas Candangas fará uma edição do Cabelaço, ato político-cultural de afirmação da estética e cultura negra, que tem como slogan “Meu cabelo é bom, ruim é o racismo”, acompanhado de roda de capoeira angola e intervenções poéticas de Cris Sobral. No dia 26 é a vez de GOG, que lança seu mais novo show, que reúne as linguagens audiovisual, dança e capoeira e faz referência à sua trajetória de trinta anos de músico e poeta. A noite terá abertura com a Batalha de Rimas Calango Pensante, batalha de conhecimento com temas relacionados à igualdade racial e de gênero. A América Latina virá forte no dia 27 com o grupo colombiano Puerto Candelária, que apresentará ritmos populares com música instrumental. É a vez de muita cumbia, música popular colombiana e jazz. Dia 28 a terra vai tremer com a sensação da música pop paraense Gaby Amarantos e Sistema Criolina. O Caribe negro chega com o talento da cantora e multi-instrumentista Yusa, que encerra os festivais, no dia 29, juntamente com Quarteto Marakamundi e Ellen Oléria. Yusa teve grande visibilidade durante os jogos pan-americanos, quando se apresentou ao lado de Jorge Drexler, Lenine e Ramiro Musotto. A programação cultural do Festival Latinidades 2012 é possível graças às parcerias com o Festival Cena Contemporânea, o projeto Todos os Sons, do CCBB, e a Feira Preta, de São Paulo.
A maior Feira Étnica da América Latina – Feira Preta O Instituto Feira Preta fecha uma parceria com a Griô Produções de Brasília para realização da primeira Feira Preta fora do Estado de São Paulo. A iniciativa será desenvolvida, dentro da programação do Festival Latinidades 2012, nos dias 28 e 29 de julho.
Para a Feira Preta, a Griô convida expositores de todo Brasil a trazerem artes, acessórios, moda, penteado-afros e turbantes reunindo, num só espaço, criadores de diversas vertentes da produção afro-cultural. A união dos esforços em prol da comunidade negra e da população em geral, no Latinidades, tem o intuito de valorizar o trabalho e o talento dos negros e não negros da região do Distrito Federal e do Brasil na realização da maior Feira Étnica da América Latina – a Feira Preta, existente há 10 anos valorizando o empreendedorismo afrocultural. Em 2012 o Latinidades trará debates em torno da Juventude Negra. “A escolha do tema vem da necessidade de discutir os desafios enfrentados por esta parcela vulnerabilizada da sociedade que, infelizmente, constitui a principal vítima da violência urbana e tem sido alvo de homicídios e de excessos policiais.”, justifica Jaqueline Fernandes, coordenação geral do Festival. O Festival Latinidades, criado em 2008, é um espaço de celebração, debate e visibilidade para a cultura afro. Tem como foco a questão racial, com recorte de gênero, buscando trazer à tona assuntos relacionados aos desafios atuais e ao resgate histórico de lutas da mulher negra na América Latina e Caribe. De junho a novembro, serão realizadas ações em São Paulo, em Brasília, no Complexo Cultural da República de 23 a 29/07, nas Regiões Administrativas do Paranoá, Varjão, Itapuã, Cidade Estrutural e no Presídio Feminino Colméia.
ISO 9000 DO GUETO Três ensaios abertos no Espaço Cultural Mosaico, mostra o que GOG está preparando para o show de lançamento de seu 10º álbum Isso 9000 do Gueto, um show que traz música, projeções e dança a acontecer no dia 26 de julho na Praça do Museu da República, ponto de encontro do Cena Contemporânea, dentro da programação do V Latinidades. Depois do sucesso do CD ao vivo Cartão Postal Bomba, que reuniu grandes nomes da MPB e do rap nacional, Genival Oliveira Gonçalves, GOG, lança Iso 9000 do Gueto, com músicas inéditas e autorais. Este 10º álbum traz toda a bagagem conquistada ao longo de seus mais de 20 anos como músico e poeta, aliada ao audiovisual, à dança e a elementos da capoeira. A dança e as imagens em vídeo estarão presentes no show como forma de trazer mais realidade e intensidade às letras fortes e ao ritmo da boa música. O show de lançamento deste novo trabalho vem sendo elaborado e pensado por um time de parceiros desde a idealização do projeto. “Isso está mexendo muito comigo e com Samuel Mota, Richelmy Oliveira, Dj A, Rafael Cruz e Junior Dutra, integrantes da Banda MPB Black. Os ensaios têm sido intensos, estamos vivemos um momento de diálogo, simbiose com o universo musical, o que tem enriquecido o texto e o ritmo.” Comenta GOG, e acrescenta “Mais do que um show, será uma celebração, um grande encontro." GOG tem ainda como participantes e parceiros neste trabalho, além da MPB Black, Hamilton de Holanda, Dhy Ribeiro, Fenando Anitelli, Kalyne Lima, Zé Brown e um time de 12 produtores musicais, todos comprometidos com a realização de um disco que busca captar com maior nitidez possível o que se vê e o que se ouve nas ruas e das pessoas. “Estamos trazendo vivências, leituras e principalmente a energia. Meu trabalho é um reflexo, um resultado dessas relações.” Explica GOG. O show, idealizado pela Griô Produções, tem direção artística de Alexandra Capone, imagens do artista plástico João Angelini, performance de Sabrina Faria e movimentação de palco a partir da linguagem da capoeira proposta por mestre Lelo, do grupo Nzinga. Ensaios abertos Espaço Cultural Mosaico Dias e horários: de 20 a 22/07, sexta e sábado às 20h e domingo às 17h. Evento Gratuito Classificação Indicativa: Livre. Show de lançamento Praça do Museu da República Dia e horário: 26 de julho, a partir das 21h Evento Gratuito Classificação Indicativa: Livre.
O show tem apoios do FAC, Secretaria de Cultura e Espaço Mosaico.
Clipping de impressos