Cinema Experimental e a Produção do Espaco

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Cinema Experimental e a Produção do Espaço

Oficina Culltural Oswald de Andrade_2019

Ж

Still Seu Biu, Meu Atlas. SSS ( South Small Sister), 2017


Encontro 1

Da lógica do espaço à lógica do lugar


Espaço

Não é um percepto _____________________

construção/ produção do espaço

No cinema narrativo o espaço é fragmentado pela natureza temporal da montagem. Sua rearticulação se dá no sentido da totalização do espaço fragmentado.


Paisagem sĂŠculo I d.c, Pintura Mural Vila Albani-Roma


Paisagem - Discurso

Paisagem grega ___________________________Logos ________________________Discurso

Ordem do Mundo _________________________ Perfeição Harmonia ____________________Drama _____________________________Evocação do mito


Cinema Pluriverso

“Espaço de configuração do desejo coletivo” Paul Beatriz Preciado


Convenções na articulação do espaço

Perspectiva_________ Brunelleschi & Albert________perspectiva artificiallis _ Da Pintura (1435) Ideologema do Sujeito Centrado

Linhas de contornos dos objetos Iluminação de cima (naturalista) A narrativa pretende informar o espaço. .


Tosa Mitsonobu (1434-1535)


Modos de produção do espaço

Representação Naturalista

manutenção da realidade aparente do mundo físico

Decupagem Clássica

relação do espaço e do tempo é continua no espaço no tempo .

Mecanismo de identificação recíproca efeito de realidade


Forma

Plano X Contraplano - Espectador é tirado do espaço e lançado no diálogo. “ Primeiro existia um espaço que era filmado pela câmera num plano geral, parecido com o teatro. Com o plano-contra-plano, se dividiu o espaço, se transformou um cenário em dois como quando a indústria introduziu o segundo turno de trabalho.” ou “ O plano- contra-plano oferece a melhor opção para manipular o tempo do relato mediante a alternância que propõe se desvia tanto a atencão do espectador que se pode desaparecer o tempo real entre os cortes: quase sem nos darmos conta, uma viagem de quinze minutos se transforma em um minuto e meio”.

Harun Farocki


Mise en Scene: “Algo que seria o desejo profundo da mise en scene ocupar o espaço, apropriar-se dele e mais precisamente dissimular a incapacidade do visual em tratar o espaço reinjetando neles fantasticamente a presença de um corpo.” J. Aumont Quadro: Garante que o espaço não seja infinito. Fora de Campo: Definição do espaço cinemático (interior e exterior do enquadramento) Acontecimento e causalidade: Justifcativa das ações/reações Raccord: se refere ao “tipo de montagem na qual as mudanças de plano são, tanto quanto possível, apagadas como tais, de maneira que o espectador possa concentrar toda a sua atenção na continuidade da narrativa visual” J. Aumont Som: Determinação entre o espaço e o som___ som sincrônico _efeito realista


Som Direto

“ Quando se filma em som direto não se pode enganar o espaço, deve -se respeitá-lo, e ao respeita-lo nós oferecemos ao espectador a possibilidade de reconstruir. Porque um filme é feito de fragmentos de tempo e de espaços. É possível não respeitar o espaço em que se filma mas neste caso é preciso oferecer ao espectador a possibilidade de compreender porque ele não foi respeitado”

J.M Straub


Emanuell de Witt The eavesdropper, 1656


Plano sequência

“ Todos os diferentes momentos que compõe uma sequência são incluidos em um só enquadramento “ Alicia Romero e Marcelo Gimenez

Stills Crônicas de Anna Magdalena Bach. Daniele Hulliet e J.M Straub


Espacialização da Memória

Jogo com o espectador em relação ao que ele sabe/conhece por ter visto.

Construção do espaço semelhante ao real - respeito ao equilíbrio e a compatibilidade. Movimentos e olhares dos personagens servem de referências para o espectador.


Montagem de Ligação

“Se você tem uma idéia-frase uma partícula do argumento, um elo da cadeia dramática total, então a ideia deve ser expressada e acumulada a partir de cada menor plano, exatamente como tijolos” Lev Kulechov

Still Van Gogh, Alain Resnais


Espaço ausente

Choque do presente da imagem com o passado do relato.

som___________________relato _______________espaço

Montagem de evidência “ organiza as imagens de forma a orientar um argumento único” Bill Nicholson


Still: Vilas Volantes, Alexandre Veras

Still: I Live in Fear- Record of a Live being after March 11, Nina Ficher & Maoron el Sani


Montagem paralela

“ Acontecimentos simultâneos em espaços diferentes, numa mesma unidade temporal” Ismail Xavier


Still: Third Body, Peggy Awesh


Jonas Mekas

Roteiro: In Between Jonas Mekas


Stills: In Between, Jonas Mekas


Montagem intuitiva

Alguns dizem: “Ei vocês, cineastas de vanguarda, vocês não montam mais seus filmes; voltem para a escola, rapazes, e aprendam a montar seus filmes” ... O que aconteceu durante os últimos dez anos é que o cinema amadureceu. A montagem se tornou um processo intuitivo. como por exemplo, quando alguém pinta ( há montagem em toda arte), o pintor não pensa “ agora vou movimentar meu pincel para cima, agora para a esquerda, agora para cima de novo, agora para baixo,etc”. Nada acontece assim (...) Mas no cinema, dizem que há uma coisa certa para ser feia, que existe uma regra! O cineasta de vanguarda faz sua “montagem” da mesma maneira que o poeta e o pintor o fazem: intuitivamente, automaticamente,durante o processo de filmagem(criando). Jonas Mekas


Stills Bed In ,Jonas Mekas

“caminho da vida como montagem” Béla Balázans, 1930


Jonas _____________ momentos _________sensação

“ De acordo com as palavras de Válery, a sensação é o que transmite diretamente, evitando rodeios e o tédio de uma história que contar” Gilles Delleuze

Jonas - Cartógrafo “O que ele (o cartógrafo) quer é mergulhar na geografia dos afetos, e ao mesmo tempo, inventar pontes para fazer sua travessia: pontes de linguagem.” Suely Rolnik


Helio Oiticica

“ - Roma começou pelo roubo; New York, rouba a nunca acabar, O Rio, antropófago; = Ofiófago Newark... tudo pernas pro ar...” Trecho O Guesa. Verso 71 O Inferno de Wall Street de Sousândrade 1887


Colagem- Agripina ĂŠ Roma Manhattan- Helio Oiticica


Trecho O Guesa- Verso 129 - O Inferno de Wall Street de Sousândrade 1887


Documento- Apresentação Neurotyka - Helio Oiticica


Neyrรณtika- Helio Oiticica


Neyrรณtika- Helio Oiticica


Stills Agripina ĂŠ Roma Manhattan - Helio Oiticica


Stills Agripina ĂŠ Roma Manhattan - Helio Oiticica


Totalidade do Espaço X Apreensão vivencial do Lugar

Mapeamento cognitivo Experiência fragmentada e aleatória

A contrução da cidade segundo seus princípios artísticos - Kevin Lynch


Cinema

narrativo/comercial ______ Espaço e Tempo

Cinema não narrativo/underground __ Lugar e Ocasião “ O espaço na imagem do homem é lugar e o tempo na imagem do homem é ocasião” Team X, 1962


Otterloo Circles- Aldo Van Eyck


“(um urbanismo) baseado na realidade física do lugar e da ocasião, em vez da abstração do espaço e do tempo” Aldo Van Eyck


Lares e Penates

Arquitetura Clássica____________________________imutabilidade e repouso

Arquitetura Moderna___________________________ mudança e movimento

Arquitetura Ancestral _________________________

vernáculo do coração


“Pois o cotidiano, identificado à banalidade, é o que importa, segundo Blanchot, por reenviar a existência a seu movimento circular, à espontaneidade própria do que se vive, a sua experiência- limite, enfim.” Cecilia Cotrim


Bibliografia consultada

Gilles Delleuze. Cinema 1. A imagem-movimento. São Paulo: Brasiliense, 1983. Trad. Stella Senra . Rennó, Raquel. Espaços Residuais: Análise dos Dejetos como Elementos comunicacionais. Tese Doutoramento. Comunicação e Semiótica -PUC-SP. David Toop. Resonancia Siniestra. El oyente como médium. Buenos Aires: Caja Negra, 2014. Manuel De landa. A Thousand Years of Nonlinear History. New York: Swerve Editions, 2000. Stan Brakhage. Por un arte de la visión. Buenos Aires: Ed. Untref, 2014. Bernardo Voborow e Carlos Adriano. Peter Kubelka. A Essência do Cinema. São Paulo: Babuska Edições, 2002. Hélio Oiticica. Héliotape 1974. p.284 visitado en 07/09/11 en: http://www.itaucultural.org. br/aplicexternas/enciclopedia/ho Ylia Prigogine. Do Ser ao Devier Coleção Nomes de Deuses - Entrevistas a Edmond Blattchen São Paulo, Editora Unesp,2002. Julieta, Gonzáles. A arquitetura de Playgrounds: Da lógica do espaço à lógica do lugar. atálogo Playground 2016, MASP, São Paulo, 2016 team10online.org (consultado em 2016)


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