Sobre o Limite de Franquia de Internet

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Como o limite da internet vai mudar sua vida! #InternetJusta Todos já estão acostumados com as franquias móveis de internet, onde contratamos uma certa quantidade de gigas por mês, e quando atingimos esse limite sua internet é reduzida ou cortada. No mês de abril desse ano a Vivo e a GVT, que agora são uma única empresa, resolveram que esse mesmo modelo de franquia será aplicado na internet fixa, aquela que utilizamos em nossas casas. Para piorar a situação a própria Anatel, que devia ser a agencia que pressionaria essas empresas e defenderia o consumidor, apoiou a decisão. Uma boa galera se mobilizou por uma internet justa, youtubers, pessoas públicas, e em meio a toda a polemica o então presidente da Anatel, João Batista de Rezende deu uma declaração dizendo que a culpa do limite da internet era dos que jogavam games online, gastando muitos megas diariamente. Como tudo no Brasil vira piada, uma enxurrada de memes caiu sobre nós ironizando essa declaração do presidente.


Tudo que fazemos na internet consome certa quantia dessa franquia, desde as mensagens nas redes sociais aos vídeos da nossa tão amada Netflix. Um único episódio daquela sua serie favorita gasta em média 3 gigas, imagina naquelas dias de maratona em que você quer chegar na sesson finale, o quanto você não gastaria? Essas empresas fizeram uma espécie de pesquisa completamente alienada e chegaram a uma média de consumo mínimo mensal de 130 gigas, ou seja, o plano mais “barato” teria 130 gigas de limite, e o maior de 300 gigas, custaria mais de 300 reais. Estamos num ano de crise, será que todo mundo tem condição de pagar valores tão altos para ter acesso a internet? Teríamos de viver restringindo o consumo e após atingir esse limite seriamos privados da internet ou teríamos de pagar mais.


Como desculpa as empresas dizem que o modelo é uma tendência mundial, usando como exemplo países como Estados Unidos. Mas nesses países os planos são bem maiores, por preços realistas de acordo o salário mínimo vigente, além de oferecerem um serviço com qualidade extremamente superior. O que elas não revelam, é o verdadeiro motivo para toda essa mudança, que é o fato da maioria dessas empresas estarem perdendo dinheiro exatamente por causa de serviços como Netflix, o próprio youtube, entre outros que oferecem entretenimento quando o usuário quiser e da forma que ele quiser, caindo consideravelmente o consumo da tv a cabo e tv aberta. Então ao invés de oferecer um serviço melhor, as empresas resolveram limitar nossa liberdade de escolha de que tipo de conteúdo vamos consumir.


Como saldo final teríamos a população com renda baixa privada ao acesso a informação, e os que ainda possuíssem condições seriam obrigados a pagar preços altíssimos por pouquíssimos megas. Imaginem aqueles que trabalham com internet e tiram dela seu sustento? Não foi a toa que youtubers como Castanhari do Nostalgia, Felipe Neto, Cauê Moura, Milho Wonka, entre outros entraram na briga e estão com campanhas contra esses modelos de franquia. A vivo e GVT pretendem colocar em vigor esses modelos a partir do fim do ano, mas existem outras, como a Live Tim, que se pronunciaram dizendo que não irão adotar o modelo. A Anatel após a imensa mobilização da população também proibiu provisoriamente o limite a internet, mas o processo ainda estava sendo julgado e nada havia sido decisivo. Em 16 de julho, o site TELESINTESE publicou uma nota informando que o projeto não havia sido votado pois tinha perdido a urgência e seria levado para a onde tantos outros processos esperam para serem julgados. E que continue por lá, apodrecendo.


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