INTERVENÇÕES URBANAS Interagir e Apropriar
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INTERVENÇÕES URBANAS Interagir e Apropriar Thaís Gomes da Silva Tiago Rego Jediel Oliveira da Silva Alex Costa Trabalho acadêmico apresentado junto ao Curso de Licenciatura em Artes Visuais da Pontifícia Universidade Católica de Campinas como requisito parcial para obtenção do Grau de Licenciado em Artes Visuais. Orientadora Profª Me. Andréia Cristina Dulianel 2015 , Campinas - SP
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AGRADECIMENTOS Agradecemos aos professores e funcionários da PUC-Campinas, em especial nossa professora orientadora do projeto final de Licenciatura, Prof. Me. Andréia Cristina Dulianel que durante os semetres de licenciatura nos mostrou com propriedade a capacidade que cada um de nós temos em nos tornar um agente transformador, nos conduzindo pelas esferas da arte educação e nos motivando a pensar meios de transformá-lo.
After Jean-Michel Basquiat Untitled Ernok, 2001.
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.APRESENTAÇÃO
mundial e o livreto Mistura Urbana, que através de imagens e ilustrações será um apoio para que você crie propostas novas e as possibilidades de
Caro professor, Você tem em mãos um material que foi desenvolvido para aproximar, interagir e transformar o espaço a sua volta. Você tem o poder de mediar esse acontecimento e, para isso, precisamos que mergulhe no universo de possibilidades que a intervenção urbana nos oferece. Já imaginou seus alunos motivados a encontrar
uso de diversos materiais e ferramentas – como giz, spray e látex até programas de edição de imagem, como o photoshop – associados a procedimentos artísticos específicos. Disponibilizamos 3 pôsteres com obras que o ajudarão a contextualizar em sala alguns dos principais movimentos da arte urbana.
soluções criativas e colaborativas que transformarão o espaço no qual estão inseridos em busca de contextos sociais e políticos que sabemos que a arte urbana tem de sobra? Você terá nesse material educativo, abertura para criar novas possibilidades, buscar a interdisciplinaridade com as outras áreas do conhecimento ou direcionar temas de acordo com a necessidade e demanda da escola. O material desenvolvido, assim como as atividades propostas no CADERNO DO PROFESSOR, é extremamente maleável e passível de adaptação. Como foco, utilizaremos aqui o Ensino Fundamental II (9º ano) e 1º, 2º e 3º anos do Ensino Médio, onde poderemos aprofundar contextos sociais de forma mais ampla. Você encontrará também neste materia, CARDS que o ajudará a localizar obras e artistas do cenário 10
Crânio, São Paulo, Brasil
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SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO......................................................................................10 2. CADERNO DO PROFESSOR a. Ritual de Iniciação prática ao professor.........................................16 b. Introdução......................................................................................18 c. Pontos a considerar - Desenho e registro......................................20 d. Mídias Sociais - Um grande espaço público...................................23 3. CADERNO DE ATIVIDADES a. I - O olhar como ferramenta.................................…………...…......27 b. II - Rompimento da anestesia do cotidiano....................................29 c. III - Processo e produção do aluno .................................................30 d. IV - Intervenções da teoria à prática ...............................................30 e. V - Organizar e Registrar as ações do olhar.....................................32 f) VI - Intervenções Registros Permanentes........................................33 g) Atividade extra - Como Brassai e Leminski.....................................34 4. MATERIAL DE APOIO a. Conteúdo Pôster.............................................................................38 b. Conteúdo dos Cards ......................................................................42 5. REFERÊNCIAS................................................................................48
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CADERNO DO PROFESSOR
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INTERAGIR E APROPRIAR Ritual de Iniciação Prática ao Professor
har duas vezes para um mesmo lugar e a pensar sempre novas possibilidades para ele.
Que tal sair da teoria e buscar um pouco de ação nessas práticas artísticas? Como professores de Artes e consequentemente artistas, podemos nos apropriar desses movimentos e trazer uma experiência ainda mais rica para a sala de aula. A vivência prática por parte do professor será um diferencial que o ajudará a entender melhor as questões que permeiam a arte urbana e oferecerá maior propriedade nas falas e discussões com os alunos. Conversar com grupos ativos nessas práticas artísticas pode lhe ajudar a tirar muitas dúvidas a respeito dessa vivência que transforma os espaços. Você também pode questionar a respeito de Depredação do Patrimônio Público e como esses grupos lidam com isso. Sugerimos que procure grafiteiros na sua cidade, participe de algum encontro e faça sua própria pesquisa de campo. O que há na sua cidade que precisa de um toque de intervenção? Aprenda a ol16
FAÇA VOCÊ MESMO! • Organize uma caixa com diferentes materiais como os que você pode encontrar no livreto, há vários bem acessíveis. • Procure um espaço que você queira transformar. Peça autorização se necessário. Vale o muro de um amigo ou parente. • Pense em como você quer modificar esse espaço, faça esboços e defina o que você pretende fazer. • Escolha uma das técnicas trabalhadas no livreto. Registre e veja o resultado, se a intervenção for realizada na rua, perceba como as pessoas interagem com a vivência. Pode ser que haja reações significativas.
Pedro Sangeon, Brasília, Brasil
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nominaram essas ações como registros históricos,
INTRODUÇÃO
outros como arte. Essas duas concepções andam juntas de uma forma ou de outra e advém desse antigo impulso hu-
Professor, quando o aprendizado se torna uma mano de registrar sua passagem, de modificar o experiência significativa?
O que o nosso meio tem a ver com isso e como podemos utilizá-lo para falar de arte contemporânea? Transformar os espaços cotidianos em locais de vivência artística e social proporciona estímulos na forma de pensar o meio em que o aluno é inserido, interagindo e transformando não só o espaço, mas a forma de lidar com ele. A arte vem com o papel de conduzir o aluno a pensar, desenvolver sua criatividade e ter um olhar mais crítico e reflexivo. Nós, como professores, devemos ser mediadores, conduzindo o aluno para uma outra esfera, mais abrangente, onde possa se apropriar do seu espaço e pensar em meios de transformá-lo. Por meio de sinais gráficos, a necessidade de se tornar visível, fixar sua marca, falar, interferir no espaço, antecede as civilizações. Sinais em objetos, em pedras, paredes de rochas, grutas e cavernas são datados desde o período paleolítico e existem em todos os continentes. Alguns pesquisadores de18
espaço. Através das linguagens artísticas contemporâneas, você professor entrará em um processo contínuo de interação com os seus alunos e participará ativamente das descobertas, dos conflitos, resultados e do processo, enriquecendo as relações e reafirmando o espaço do aluno. Esse material será usado para avaliação final e também para a produção de um livro/portfólio desenvolvido por você e/ou pelos alunos, contendo esses registros, fotografias do espaço antes e depois, depoimentos e uma resenha do que foi desenvolvido, para que o processo de trabalho esteja disponível na biblioteca da escola para futuras consultas. Parece muita coisa, não é? Mas imagine o trabalho tomando forma!
Figura. Sem título Alex Vallauri, 1980
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DESENHO E REGISTRO Pontos a considerar
Sem título - PAULO ITO Av. Alcântara Machado - Brás -São Paulo - 2015
O desenho é uma parte essencial para o desenvolvimento do projeto, pois apartir dele é que as ideias serão registradas e teremos noção do que os alunos estarão planejando para o espaço. Um croqui é essencial para conseguirmos visualizar a intervenção. Muitas pessoas são extremamente exigentes com seus desenhos e a não ser que atendam a uma expectativa perfeccionista moldada pelo sistema tradicional das artes, se frustram se o nariz não está como deveria, se o cabelo ou a árvore não ficaram idênticos ao real ou até mesmo se o sapo foi pintado corretamente de verde. Porque, é claro, sabemos que só existem sapos verdes. Não!? Professor, você se identificou com alguma dessas questões? Porque nós já! Essas questões estão bem enraizadas e aparecem tanto na hora de fazer um trabalho artístico quanto na hora de orientar um aluno e é aí que temos que nos moldar, para que isso não se torne uma exigência que definirá o quanto o aluno se destacou com o desenvolvimen 20
to do seu trabalho. Não estamos dizendo que esse
são tendenciosos a criticar seus próprios trabalhos,
aspecto deve ser completamente ignorado, mas é
vale ressaltar que não há um jeito certo de se de-
uma exigência secundária e não se aplica tanto à senhar e que na arte urbana, principalmente, a arte urbana e contemporânea, afinal, padrões es-
liberdade é ainda maior, o artista usa os “erros” e
téticos se transformam todos os dias.
as “imperfeições” para criar seu próprio trabalho,
O artista urbano, consciente de que ao longo do
sua própria poética pessoal.
tempo sua intervenção pode desaparecer, tem uma É interessante que cada aluno tenha um sketch menor preocupação em tornar o trabalho minucio
(um livrinho de “rascunhos”) onde ele poderá deix-
samente “perfeito” e experimenta certa liberdade.
ar organizadas as suas ideias e as do grupo. Os
O prazer reside no aspecto comunitário e social de
próprios alunos podem produzir seus sketches,
expor para o público do cotidiano, ignorando o
mais
sistema de aceitação dos críticos e galeristas, simples, com sulfite, papel cartão e grampeador, convive com o real e seu público não se refere à
ou a um mais incrementado, vai depender do que
ideia de audiência, mas a participação autônoma
você e eles acharem melhor para o projeto.
no território “de todos”. este sentido, é importante
Pensando na importância do registro no processo
salientar, que mais do que se preocupar em en-
do desenvolvimento dos grupos, é importante que
sinar tradicionalmente a linguagem dos padrões
você professor incentive e fiscalize os seus alunos
estéticos do desenho, o que conta, para a vivência
a registrarem tudo o que puderem, seja no sketch
do aluno, é o processo artístico do olhar reflexivo,
com ideias, escritos, desenhos, seja na forma de
do trabalho em grupo, da busca por referências e vídeos e fotografias (uso de câmeras e celulares). possibilidades no es paço, do fazer e se apropriar do meio e de como ele faz isso. Muito desses projetos, desenhos e ideias serão reproduzidos e ampliados no espaço escolhido, portanto, o ideal é que os alunos disponham de meios como o stencil, cartazes, adesivos, jornais, retroprojetor entre outros. Sabendo que os alunos Intervenções Urbanas : Interagir e Apropriar
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“Nobody likes me”, Stanley Park. Vancouver, Canadá.
MÍDIAS SOCIAIS Um grande espaço público
O uso das tecnologias digitais vem sendo incorpo-
uma arte que em alguns casos é efêmera e sofrerá
rado cada vez mais no dia a dia dos alunos, não as degradações do tempo. há como negar. Estamos lidando com uma geração
Você professor, poderá usar dessa ferramenta para
que já nasce com acesso à tecnologia e o uso des- estimular o uso do tempo sas novas ferramentas pode ser interessante como
online dos alunos para que continuem pensando
um modo de ampliar a experiência do aprendiz
em formas de prosseguir o projeto fora da sala de
também no âmbito digital.
aula. Pode-se, inclusive, estipular um número de
Sabemos da interação que existe pelas redes so-
publicações por grupo sobre determinado assunto
ciais e a grande quantidade de informações e visi-
relacionado ao projeto, como por exemplo: artistas
bilidade que podemos adquirir. De certa forma, tais
de referência, intervenções no espaço e principal-
redes podem ser ferramentas usadas pelo profes-
mente registros fotográficos dos espaços da cidade
sor, criando-se um espaço público virtual para a
que tenham intervenções urbanas, desde pixação,
interação, aproximação e discussão das ideias tra-
graffiti, lambelambe, entre outros. É importante que
balhadas por cada grupo. Os alunos poderão pub-
se faça um registro seguido de legenda, identifican-
licar suas ideias, o processo de suas pesquisas e
do o lugar e o artista (quando possível).
referências.
Midias sociais pode também se tornar uma das for-
Muitos artistas de arte urbana usam essas ferra-
mas de avaliação, pois você terá acesso ao que os
mentas como meio de divulgar o seu trabalho, ou
alunos estarão publicando e comentando e poderá
seja, o que já é democrático por estar à disposição assim mediar grupos menos ativos incitando o indos nossos olhos nas ruas, é potencializada com
teresse e delegando ações para que todos partici-
as divulgações nas mídias sociais que registram pem ativamente. Intervenções Urbanas : Interagir e Apropriar
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CADERNO DE ATIVIDADES
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I - O Olhar
Como ferramenta
ca e artística. Para isso você pode iniciar a aula com uma dinâmica de reconhecimento dos objetos e do espaço. Dizemos sempre que a primeira impressão é a que fica, certo? Então não esqueça de se preparar. Que tal a aula ocorrer do lado de
Defina o conteúdo e as questões a serem abordadas nessa primeira aula. Sugerimos que você conduza o aluno a olhar, questionar e pensar possibilidades no espaço, mas sem trabalhar os conceitos sobre arte urbana de forma aprofundada. Ou seja, trata-se de abordar questões iniciais referentes à intervenção urbana, provocando o olhar do aluno para seu espaço, deixando para o final uma abordagem sobre conceitos mais específicos. Sequência Didática 1. Leve os alunos para fora da sala e oriente para que levem objetos para registro.
fora? Afinal, falar de arte urbana é sair de quatro paredes e lidar com o espaço do mundo. Nessa transição da sala para fora o aluno ficará mais confortável e mais aberto a olhar, reconhecer o espaço e pensar possibilidades para ele. Trata-se de uma pesquisa de campo onde o olhar será nossa principal ferramenta. A ideia é que os alunos caminhem em grupo, dentro ou fora da escola, observando elementos da arquitetura, como paredes, colunas, ou ainda objetos como cadeiras, bancos, vasos de plantas etc. Lembrando da importância do registro do que chama a atenção do olhar (anotações escritas, desenhos, fotografias feitas com o celular ou câmera). Num segundo momento é interessante
2. Divida-os en grupos e oriente sobre a dinâmi-
preparar perguntas instigadoras para os grupos,
ca de reconhecimento dos objetos e do espaço.
questões importantes sobre
3. Roda de compartilhamento das pesquisas e debates
“O que é arte?” “O que é espaço urbano?” “O Eu nesse espaço”, “Apropriações”, “Depre-
Professor, essa é sua primeira aula, o dia em que,
dação de patrimônio” são alguns tópicos que
diante de nossas expectativas, iniciará um movi-
podem ser discutidos, desenvolvendo através de-
mento sutil, transformador e instigante nos seus
les um olhar mais reflexivo sobre o papel do artis-
alunos, movimento que pretende levá-los a pensar
ta urbano.Em arte contemporânea, o lugar muitas
e contestar o espaço de uma forma lúdica, dinâmi-
vezes é Em arte contemporânea, o lugar muitas Intervenções Urbanas : Interagir e Apropriar
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vezes é o centro do interesse dos artistas na concepção de seus trabalhos. Misturam-se, então, aspectos do espaço físico propriamente dito e outros significados atribuídos pelos artistas e pelo público em situações de interação. Essas obras, também denominadas de Arte Urbana, costumam ser chamadas de instalações, site specifics, intervenções urbanas ou até mesmo esculturas (ou monumentos), obras que nos fazem pensar a interação entre o espaço e o corpo do observador. Este aprendizado de olhar estudioso, curioso, questionador, pesquisador, envolve ações exercitadas do pensar, devendo o professor orientar seus alunos a classificar, selecionar, ordenar, para assim poder interpretar os significados percebidos. Neste sentido o olhar envolve uma ação reflexiva, que levará a constatações, descobertas, reparos, aprofundamento, levando-nos a transformar algo em nós, nos outros, na realidade. Essas questões podem ser debatidas tanto dentro dos próprios grupos ou com todos reunidos em roda. É importante que durante a investigação dos alunos o professor comunique os resultados da experiência, convidando todos a olhar o que cada grupo pesquisou. Abaixo segue uma sugestão de atividade extra-classe, que contribuirá para o enriquecimento na elaboração dos projetos dos alunos nas aulas subsequentes. 28
II - O Rompimento da Anestesia do Cotidiano
das técnicas apresentadas. Oriente os grupos a iniciarem as pesquisas que fundamentarão o projeto de cada grupo. Pode ser interessante
Sequência didática
estabelecer um roteiro para a escrita/desenho de
1. Orientação dos grupos
um projeto. É importante que cada projeto espe-
2.Roteiro do projeto
cifique a necessidade da intervenção, artistas e
3.Continuidade das investigações nos grupos
referências pesquisadas. O livreto Mistura Urbana será de grande ajuda nesse momento, pois você conseguirá auxiliar cada aluno com suas dúvidas
Professor, você já trabalhou o olhar dos alunos e
a respeito de como realizar alguns procedimentos
já deu um start no contexto de intervenções ur-
artísticos. O professor deve ser receptivo às falas
banas. Agora, para que possamos dar subsídios
dos alunos, às suas interpretações e colocações
aos alunos, vamos contextualizar mais detalhada-
com as produções, estabelecendo um diálogo,
mente sobre Arte urbana e suas manifestações no
acompanhando e ouvindo suas ideias colaboran-
espaço. Você poderá utilizar os materiais contidos
do e questionando suas ações, auxiliando-os a
na caixa de ferramentas, que contém um pôster
explicitar suas intenções enquanto elaboram os
com um resumo de cada manifestação e um artis-
projetos, levantando os aspectos relativos à real-
ta representante, mostrando para os alunos como
ização do que pretendem e procurando ajudá-los
cada um deles desenvolveu seus modos de criar
na sua viabilização.
arte, com técnicas específicas. O objetivo da contextualização é levar os grupos a compreender as manifestações artísticas e sociais que estão por trás de cada movimento da arte urbana e a identificar materiais, técnicas e artistas que poderão ser utilizados como referência na produção do projeto de intervenção de cada grupo, ampliando o repertório dos alunos e incitando-os a criarem novas possibilidades a partir
Figura. Alex Vallauri Forma de estêncil Intervenções Urbanas : Interagir e Apropriar
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III - O Processo e a produção do aluno
Chegou o momento esperado! Aqui o aluno é solicitado a realizar, em grupo, o projeto de ocupação
Sequência didática
de um espaço, dentro ou fora da escola de acordo
1.Orientação
com o projeto apresentado, essa ocupação pode
2.Produção
se tornar um evento que poderá mobilizar a escola
3. Apresentação e discussão dos projetos
toda. Você pode buscar a parceria com as diversas áreas que contribuem para a formação dos alunos
Mesmo fazendo parte da disciplina é importante
e fazer do processo de intervenção no espaço, algo
que os projetos sejam aprovados em conjunto com
ainda mais comunitário, democrático e contem-
a direção da escola, o que ajudará os alunos a
porâneo. Tal projeto pode gerar inclusive um even-
desenvolverem autonomia e a defenderem a im-
to final, como uma programação de Saraus, feiras
portância de cada projeto para o espaço da esco- expositivas, enfim, ações que mobilizam a escola la, tornando algo ainda mais substancial para cada toda e muitas vezes são abertos a participação da aluno. Organize uma apresentação onde os grupos
comunidade. A experiência dos alunos funciona
possam falar sobre o desenvolvimento do projeto,
como uma ponte favorável para reflexões sobre in-
a motivação e importância que agregará para a co- tervenções no espaço, aproximando-os da poética dos trabalhos dos artistas diversos. As obras em munidade escolar. que ocorre a ocupação de um espaço, transfor-
IV - Intervenções Da teoria à prática
Sequência didática 1. Orientação dos grupos e continuidade do desenvolvimento dos projetos. 2. Entrega e apresentação dos projetos dos grupos 30
mando seus significados ou agregando outros, estão associados também a termos como Land Art, Arte ambiental, Minimalismo, Arte pública, Muralismo e Graffiti. Dessa forma o professor e o aluno podem aprofundar suas investigações sobre arte contemporânea, no qual encontrará informações que o ajudarão a apoiar seus alunos na ocupação de espaços dentro e fora da escola.
Figura.Coletivo SHn projeto livro infantil Intervençþes Urbanas : Interagir e Apropriar
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V - Organizar e Registrar as ações do olhar
Sequência didática 1. Pré-Avaliação 2. Debate, Depoimentos e Conclusão 3. Ensaio Processo Reflexivo
que viram o resultado para abrir um debate sobre as impressões que cada trabalho motivou (como funcionários da escola, a coordenação, alunos representantes, pais e demais pessoas que possam enriquecer a discussão). Por fim, cada aluno deve avaliar o que foi proposto em um texto crítico em forma de depoimento para enriquecer o material final. Peça aos alunos para reunirem todo o mate-
Professor, agora que você mediou um processo rial produzido para o projeto, sketches, rascunhos, de busca, de interação e transformação, hoje você fotos, desenhos, imagens de referências para que poderá visualizar o resultado dessa trajetória. É in-
possam ser utilizados na produção do livro, junto
teressante fazer esse percurso, caminhando pelos com o depoimento dos mesmos. locais que ocorreram as intervenções como forma de enriquecer a conversa. Seus alunos foram levados a pensar e agir na intervenção de um espaço
VI - Intervenções Registros permanentes
usual, significativo e cotidiano da vida de cada um deles, levados a pensar meios de expressão
Sequência didática
artística diante a gama de possibilidades que a arte
1. Produção do livro/portfólio
urbana tem nos oferecido se apropriando dela. É
2. Debate, Depoimentos e Conclusão
hora do pré-processo de avaliação. Aqui é interessante que você e seus alunos conversem sobre
Arte urbana é caracterizada por sua efemeridade,
o que foi todo o processo construtivo, como cada ela surge em locais inusitados com temas variados grupo tomou suas decisões, quais foram suas prin-
e de várias formas, nosso único meio de assegurar
cipais motivações e suas impressões finais. Para
que continue viva, é colocá-la em meio a registros.
que os alunos enxerguem as proporções do tra- As produções artísticas feitas por alunos podem balho feito, você pode considerar chamar algumas
ganhar mais visibilidade e importância quando pub-
pessoas que não participaram do processo, mas
licadas, mesmo não oficialmente, dentro da escola
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e ficar disponível para consulta na biblioteca, por exemplo. Dependendo dos recursos, cada aluno poderá ter um exemplar. É uma forma de reafirmar a importância do olhar lúdico, da participação e apropriação do espaço que é do aluno, demonstrando que o evento que trouxe essas experiências é carregado de valor. Forma também de assegurar uma continuação do projeto para outras turmas de alunos, gerando sempre renovação nos processos de intervenção na escola. Tendo os alunos reunido todos os materiais, você pode ajudá-los a produzir o livro. Há várias formas de se pensar nele e em seus desdobramentos. Ele pode ser pensado como um fichário, onde é possível deslocar e acrescentar registros o tempo todo, como uma caixa organizada por partes. Dentro dessa caixa/fichário/livro, poderão ser armazenados registros de todas as espécies, não se deve limitar a textos e imagens, afinal, falando de arte urbana e de experiências artísticas, você e seus alunos poderão “deslocar” o espaço para dentro desse registro com qualquer material que possa expressar o que foi desenvolvido. Você poderá usar folhas dos mais diversos ta-
Sem título - Feral. São Francisco, agosto de 2009.
manhos e gramaturas e adequálos no material, em conjunto com os alunos.
Intervenções Urbanas : Interagir e Apropriar
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ATIVIDADE EXTRA CLASSE Como Brassai e Leminski
para melhor compreenderem os movimentos urbanos que o cercam, trazendo também a noção social do espaço e a relação entre o artista (grafiteiro), o espaço urbano e o observador. O fotógrafo rom-
● Mapeamento e registro de intervenções na cidade.
eno-húngaro conhecido como Brassaï, no início da década de 1930, começou a fotografar com in-
● Identificar estilos variados e modificações no
teresse os graffitis nos bairros afastados de Paris,
● Fotografia como forma de registro documen-
de cada ocorrência, pretendendo acompanhar seu
espaço dentro de uma região, identificando gru- que seriam mapeados em pequenos cadernos nos quais fazia esboços e anotava a localização exata pos ou artistas (quando possível). tal dos espaços visitados.
desenvolvimento ou desaparecimento. Entre os apreciadores dessas fotos, segundo segundo o próprio fotógrafo, estavam Paul Claudel, Georges
Numa palestra realizada no final da década de 80 Bracque e Picasso em um dos anfiteatros do Edifício Dom Pedro I, na reitoria da UFPR, Paulo Leminski disse que “A rua é daqueles que passam, e o graffiti é daqueles que passam”. As paredes, postes, trens, placas e tantos outros locais do nosso rotineiro mundo são alvos de transformações, de linguagens que são exploradas ricamente por esses artistas e é essencial que os alunos percebam essas transformações e possibilidades a sua volta, para que as informações que eles estão absorvendo se tornem conhecimentos agregadores. É importante instigar os alunos a levantarem questões sobre o contexto espacial em que vivem 34
Brassai
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MATERIAL DE APOIO
Intervenções Urbanas : Interagir e Apropriar
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MATERIAL DE APOIO Conteúdo dos Pôsteres
Professor, aqui você encontrará o conteúdo dos
pôsteres. Eles serão um
auxílio a mais durante suas contextualizações. Um deles contará com uma breve introdução sobre o que é intervenção urbana junto com imagens de obras e artistas reconhecidos. Nos demais você terá uma breve introdução ao Graffitti e ao Lambe-lambe.
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Intervençþes Urbanas : Interagir e Apropriar
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Pôster I – Intervenção e zona urbana
nalizadas no circuito artístico, apesar da dualidade legal do graffiti, ganhando destaque pelos críticos
INTERVENÇÃO | Substantivo feminino, ato ou em todo mundo, precipitando-se num espaço amefeito de intervir. Indica uma intercessão ou me-
pliado de reflexão para o pensamento contemporâ-
diação em alguma situação adversa. Intervenção
neo. As intervenções urbanas no campo das artes
Urbana é o termo utilizado para designar os mov-
visuais fazem uma mediação entre a obra de arte e
imentos artísticos relacionados às intervenções vi-
o expectador, muitas precisam desse contato justa-
suais realizadas em espaços públicos. No contexto
mente para que sejam validadas. Trazem um diálo-
artístico é a ação de expressar, de modo escrito go e questionam alguns valores paradigmáticos ou artístico, um ponto de vista, acrescentando ar- das relações de arte tradicional, conceito de galeria gumentos ou ideias através de técnicas artísticas
e espaço físico/geográfico.
variadas. Pôster II - GRAFFITI ZONA URBANA | É o espaço ocupado por uma cidade, caracterizado pela edificação contínua e
Expressão artística que utiliza a rua, trens, metrôs,
pela existência de infraestrutura urbana, que com-
o muro e a cidade como suporte. É considerado
preende um conjunto de serviços públicos que pos-
uma arte transgressora e vem ocupando espaços
sibilitam a vida da população. Partindo da premissa
públicos e privados com uso frequente de sprays e
de que toda arte urbana é uma intervenção no es- tintas coloridas (não há regras definidas para poétipaço, justamente pela apropriação e transformação
cas pessoais). Dentro do campo do graffiti pode-
que ocorre no meio, pois ela particulariza lugares e,
se identificar muitas técnicas e estilos que foram
por decupagem, recria paisagens indo de pequenas
desenvolvidos com o passar do tempo. Nossa civili-
inserções através de adesivos (stickers) até
zação hoje é marcada pela mesma necessidade de
grandes instalações artísticas, lembrando que cada
permanência, através de manifestações artísticas
uma possui suas particularidades associadas aos
que ficaram sinalizadas nas rochas, nas cavernas
termos, Graffiti, Lambe-lambe, Instalação, Perfor- e em objetos. Cidades como São Paulo, Paris, Ber mance, Site Specific. São as formas já institucio40
lin, Nova York, Dakar, são grandes agendas e suas
arquiteturas são depositórios desse impulso an-
(CDR). Vem disseminando a cultura do sticker, do
cestral, ou necessidade vital de assinalar, marcar a
lambe-lambe e do pôster, inspirados na pela cultura
paisagem, de se fazer notar.
punk “Faça você Mesmo”. Ao longo de quase 20
Banksy e obra
anos de atuação, eles se tornaram conhecidos por suas ações de rua e projetos multimídia. O SHn tra-
Pôster III - lambe-lambe
balha com apropriação do espaço e transformação de imagem, assim como a transposição para diver-
LAMBE-LAMBE | É uma extensão do grafite, são
sas mídias.
cartazes de tamanhos variados colados em espaços públicos. Podem ser pintados individualmente com tinta látex, spray ou guache. Usam muito de tipografia e frases, desenhos que estão ocupando espaços semelhantes aos do graffiti. Ampliando como técnica o uso de fotografia, desenhos, pintura, apropriação e releituras de imagens digitais, enfim inúmeras possibilidades do uso no lambe-lambe. Coletivo SHn O SHn começou a fazer tiragens em serigrafia expor nos muros da cidade de são Paulo, justamente por usar desenhos simples, fortaleceram seus traços, cores e símbolos icônicos ( caveira, copo americano, tridente, flor e dinamite), que fazem que seus trabalhos possa ser identificados onde estiver. O coletivo de arte urbana é formado por André Ortega, Daniel Cucatti, Eduardo Saretta, Haroldo Paranhos, Marcelo Fazzolin e Rogério Fernandes Intervenções Urbanas : Interagir e Apropriar
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MATERIAL DE APOIO II
em grandes publicações, propagandas, marcas e
Conteúdo dos Cards Artistas
Zezão José Augusto Amaro Capela começou a
Professor, aqui você encontrará os CARDS com
O Zezão, como é conhecido, começou a fazer graf-
exposições.
pintar nas ruas na década de 90, motivado pela arte neo-expressionistas de Jean-Michel Basquiat.
artistas selecionados do meio urbano que poderão
fitis em 1995 e conquistou notoriedade em meios
pode usar esses cartões para instigar os alunos a
râneos, abandonando as vias tradicionais, o levou
compor os estudos em sala. Cada cartão conterá aos grafiteiros da cidade de São Paulo. A procura uma breve biografia do artista e uma obra. Você de lugares inusitados, graffitis em espaços subterse identificarem com alguns dos artistas e usá-los
a trabalhar em paredes de canais de esgoto e de
como referência na elaboração doS projetos.
galerias de águas pluviais, casas abandonadas,
Marcelo Ment
arte é diferenciada nas ruas. Além de criar um es-
Marcelo Ment, nascido em
em becos desertos e debaixo de viadutos. A sua
Nova Iguaçu e criado na Vila da Penha, é um dos pi-
tilo próprio, sua caligrafia vai se transformando em
com a técnica, hoje seus trabalhos são referências.
Seu trabalho também tem um caráter político-so-
oneiros do graffiti no Rio de Janeiro. No início suas arte abstrata. As formas arredondadas lembram pinturas eram mais intuitivas, sem se preocupar letras, mas de uma língua desconhecida, surreal. Ment acredita que seu trabalho amadureceu, e nos dias atuais tenta desenhar como criança, simplesmente deixando a imaginação fluir. O estilo próprio
cial, denuncia a existências de tal miséria e lixos das cidades, através das fotos para documentar seus trabalhos.
com desenho e cores vibrantes e acompanhados
de tipografias encanta facilmente. Suas artes po- Galo José Cordeiro de Melo Neto, mais conhecidem ser vistas nos muros das cidades nas quais, do como Galo, cresceu entre as áreas periféricas segundo o artista, estas ganham mais expressiv- de Recife. Seu primeiro envolvimento com o graffiti idade. Seus trabalhos podem ser vistos também foi aos 16 anos, e depois disso espalhou sua arte pelos muros de Recife. Hoje é um dos grafiteiros Intervenções Urbanas : Interagir e Apropriar
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mais conhecidos no Pernambuco em outras ci-
fresco e inspiração para quem anda pelas ruas
dades do Brasil e em outros países, tais como Sué- das grandes cidades. Em uma entrevista dada em cia, Dinamarca, Áustria, Holanda, Portugal e Peru.
novembro de 2014 para o blog Conexão Cultural,
Segundo Galo, sua arte esta ligada à vida de mil- Pedro Sangeon cita que “A arte é um grande instruhares de pessoas: “sou um complemento cultural
mento de educação e formação. Enquanto o pú-
pra quem está entediado com a mesmice da cultura
blico espontâneo tiver pouca oportunidade de en-
acomodada, eu vim pra dividir o lixo, para dar sen-
riquecer seu universo cultural e os empresários e
tido à palavra arte”.
investidores tiverem mais interesse em gerar lucro em lugar de contribuir para a formação de pessoas
Clet Abraham Seu trabalho consiste em se
culturalmente inteligentes, estaremos limitados.”
apropriar de placas de transito nos grandes centros
Educação cultural é um passo fundamental que
urbanos. Suas obras fazem diálogo com os pedes-
contribui para a formação de um ser humano mais
tres com humor e muita criatividade, além de ques-
inteligente e sensível.
tionar/pensar padrões e mensagens, as quais são obedecidas sem levantar questionamentos.
Mag Magrela Paulistana do bairro da Vila Ma-
Por se tratar de uma prática ilegal, seu trabalho já
dalena, Mag sempre teve contato com as artes
lhe causou alguns problemas. Abraham diz que a
plásticas através de seu pai, que pintava telas, mas
ideia não é desrespeitar a legitimidade dos sinais
somente em 2007 as ruas de São Paulo passaram
de trânsito, fato é que o artista tem realizado suas a servir de base para os desenhos acumulados em obras por grande parte da Europa, propiciando as
seus cadernos. Desde então seus trabalhos podem
pessoas diferentes experiências ao se deslocar pe-
ser encontrados nas ruas principalmente de São
las ruas do centro.
Paulo, mas também no Rio de janeiro, Portugal e Londres.
Pedro Sangeon Você conhece o Gurulino? Representando o estilo do graffiti brasileiro, que Ele é o personagem criado pelo grafiteiro Pedro usa da intuição e intensa criatividade, Mag se en Sangeon, que o fez para sintetizar pensamentos simples e, ao mesmo tempo otimistas, confrontando-os com o cotidiano urbano e servindo de re44
controu também em telas, esculturas, assembla-
gens, bordados, azulejos e gravuras com aquare- artistas surrealistas, como Salvador Dali, mas sem la e nanquim. Inspira-se na euforia urbana de São perder o estilo próprio, e é expressado com clarePaulo para transitar por temas que falam sobre a za. Seus personagens sempre passam uma menmistura da cultura brasileira: a fé, o sagrado, o an- sagem e um conceito importante. cestral, a batalha do dia-dia, a resistência, a busca pelo ganha-pão, o feminino.
ALEX VALLAURI (Asmara / Etiópia, 1949 – São Paulo, 27 de março de 1987), grafiteiro, artista
BASQUIAT Jean-Micahel Basquiat nasceu 22 de
gráfico, pintor, desenhista, cenógrafo e gravador.
dezembro de 1960 e foi um artista americano, Mesmo tendo nascido no continente africano tem músico e produtor. Ele primeiro alcançou notorie-
nacionalidade italiana. Fazia grafites em espaços
dade como parte se SAMO, um grupo informal de
públicos nos muros de São Paulo, registros gráfi-
graffiti que escreveu enigmáticas no berço cultural
cos de alto contraste, cujos temas são personagens
de Lower East Side de Manhattan durante a déca-
do porto, como estivadores e prostitutas, ao mes-
da de 1970, onde o hip hop, pós-punk e arte de rua mo tempo estudou novas maneiras de aplicações os movimentos se fundiram. Na década de 1980
de gravura, como a xerografia, apropriou-se tam-
estava exibindo seus neo - expressionistas e prim-
bém de imagens das histórias em quadrinhos e da
itivas pinturas em galerias e museus a nível inter-
história das artes. Pioneiro na arte do grafite no
nacional.
Brasil, Alex usou outros suportes além dos muros urbanos; estampou camisetas, bottons e adesivos.
CRÂNIO Fabio Oliveira nasceu em 1982 e cres-
Para ele, o grafite é a forma de comunicação que
ceu na Cidade de São Paulo. Cranio, como é con-
mais se aproxima do seu ideário de arte para todos.
hecido no mundo do graffiti, começou a pintar nas
As imagens apresentadas em seus trabalhos eram
ruas em 1998. Seus personagens, os índios de cor
de simples e rápido entendimento, pois ele acred-
azul, e uma linha marcante representam a figura
itava que uma vez expostas em meio ao caos da
brasileira em seus trabalhos. O artista sempre traz
cidade, as imagens deveriam ser de imediata com-
uma mensagem de protesto, que faz o observador preensão. pensar sobre questões contemporâneas. A arte de
Seu interesse por objetos kitsch fez com que, em
Cranio tem referências nos desenhos animados e
meados dos anos 70, passasse a fotografar painéis Intervenções Urbanas : Interagir e Apropriar
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de azulejos, pintados nos anos 50 e colados nas paredes de restaurantes de São Paulo. Seus registros fotográficos resultaram no vídeo Arte para Todos, mostrado na Bienal Internacional de São Paulo em 1977. Iniciou uma coleção de carimbos de uma fábrica com desenhos da década de 50. Totalizando uma coletânea de 400 carimbos, Vallauri compôs suas obras utilizando esses carimbos em outras novas técnicas experimentadas por ele. As grandes características do trabalho de Alex Vallauri é o interesse de resgatar o passado, o apropriar-se das imagens, a recontextualização dos significados e as intervenções no cenário urbano.
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Mascara de Estencil Alex Vaullari
Intervençþes Urbanas : Interagir e Apropriar
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23
março 2015 GUIA DA SEMANA. Conheça os maiores grafiteiros do mundo. Disponível em: www.guiadasemana. com.br/artes-e-teatro/noticia/conheca-os-maioresIntervenções Urbanas : Interagir e Apropriar
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OSGEMEOS E BANKSY Painel. EUA, 2013 Intervenção independente realizada embaixo do Highline, na W 24th Street, Manhattan, com duas obras realizadas em colaboração com o artista inglês Banksy. 50
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