Revista de Economia Fluminense

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Estação de São Cristóvão, RJ Foto: Jorge Marinho


Como exemplo, citamos o Artigo Científico dessa edição, extrato de tese de mestrado submetida à banca na UNICAMP, onde o autor retrata a evolução da economia fluminense nas décadas de 80 e 90, pesquisando exaustivamente o setor industrial dimensionando e demonstrando suas dificuldades, transformações e a fase de recuperação com o advento do petróleo.

Editorial

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ste terceiro número da Revista de Economia Fluminense referenda sua proposta inicial no sentido de caracterizar-se como um veículo aberto e disponível a quem pesquisa, reflete, analisa e interage com a realidade econômica desse estado, oferecendo ao leitor matérias de exemplar conteúdo técnico recebidos da Academia, da administração pública e do universo privado.

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A cada dia que passa a realidade moderna nos impõe e fica mais nítida a necessidade do investimento no conhecimento dos fenômenos que atuam sobre o território e a população do Estado do Rio de Janeiro. Modestamente, a nossa Revista de Economia Fluminense procura cumprir seu papel como estimuladora e difusora do pensamento de quem efetivamente tem o que contribuir para a solução dos problemas de nossa terra. Ranulfo Vidigal Diretor-Presidente da Fundação CIDE

Revista de Economia Fluminense

Destacamos, ainda, uma alentada entrevista com o Senador Sérgio Cabral Filho que, apesar de salientar os altos investimentos realizados no estado, mostra-se bastante preocupado com a geração de empregos e a qualidade de vida da população, com o desenvolvimento equilibrado do estado e, especialmente, com os problemas que afligem a Região Metropolitana e sua administração. Ele revela e expõe suas idéias ao debate num momento em que a questão Fusão X Desfusão atinge seu mais alto grau de efervescência.


A Revista de Economia Fluminense é um espaço de divulgação de informações e análises sobre a realidade econômica e social do Estado.

Governo do Estado do Rio de Janeiro Governadora: Rosinha Garotinho SEPCI - Secretaria de Estado de Planejamento e Coordenação Institucional Secretário: Tito Ryff Fundação CIDE - Centro de Informações e Dados do Rio de Janeiro Diretor Executivo: Ranulfo Vidigal UFF - Universidade Federal Fluminense Faculdade de Economia Diretora: Ruth Helena Dweck

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Conselho Editorial Sérgio Besserman, Luiz Roberto Cunha, Renata La Rovere, Jorge Brito, Inês Patrício e Angela Fontes

Coordenação Técnica Henrique Gurvitz Equipe Técnica Ana C. Andrade, Armando de Souza Filho, Ricardo Willye e Seráfita Azeredo Jornalista Responsável Franklin Campos Revisão ajdlajsdlajsdl alsdasd

Editorial

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3

Indicadores ambientais de qualidade do ar para transporte urbano Aplicação para as emissões de NO x do óleo diesel

Por Neise Ribeiro

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Projeto Gráfico e Diagramação Sandra Fioretti Ilustração João Semeraro Apoio Editorial fjlsdlsjdflsjlfjlf Capa Polo Gás Químico - Caxias - RJ Foto: çfkskfsçkfçsfs

Fundação CIDE Centro de Informações e Dados do Rio de Janeiro informação, a chave de sua decisão Foto: Divulgação SERLA

Dragagem da Lagoa de Marapendi - Jacarepaguá - RJ

Revista de Economia Fluminense

UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro Faculdade de Economia Diretor: sjdflsjfjslfs

Editores Executivos Adolfo Freire e Eduardo Duprat

Palácio Guanabara, Anexo, Rua Pinheiro Machado, s/nº, Laranjeiras, 22231-901 Rio de Janeiro, RJ Tels: (21) 2299-5362 / 5363 Fax: (21) 2552-5381 e-mail: correio@cide.rj.gov.br homepage: http://www.cide.rj.gov.br

Economia do século 21: exportar não basta Por Fernando Peregrino

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Ciência, tecnologia e inovação como instrumentos para o desenvolvimento do Estado do Rio de Janeiro Por Wanderley de Souza

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Sumário Envelhecimento ativo Por Marco Antonio Lucidi

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Rio: negócios decolam a partir do aeroporto indústria Por Eduardo Duprat F. de Mello

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Por Marta Franco Lahtermaher e Flávia Costa

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Cuidado: o BRASIL está envelhecendo !

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Os pequenos municípios interioranos e o desenvolvimento do Rio de Janeiro

Por Arlindo Lopes Corrêa

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Investimentos no Estado do Rio de Janeiro: perspectivas para o período 2005-2007

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Por René de Carvalho e Karina Kato

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Por Franklin Campos

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O microcrédito e o empreendedorismo Perfil da população idosa no Brasil

Por Tereza Cristina Nascimento Araujo e Maria Isabel Coelho Alves

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Por Marco Antonio Lucidi e Alberto Brunner

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Perfil Econômico do Consumidor

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Panorama da Economia Fluminense Indicadores Econômicos Industriais Índices de Preços Comércio Transporte e de Comunicações Finanças Públicas Nível de Emprego Formal 1999 - 2005

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Estado da economia fluminense no primeiro semestre de 2005

Por Henrique Gurvitz

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O Pólo Gás-Químico consolida novos empregos

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Estudo Científico 66

Indicadores ambientais de qualidade do ar para transporte urbano Aplicação para as emissões de NOx do óleo diesel Por Neise Ribeiro

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M. Sc. em Engenharia de transporte 1. Introdução A partir de 1992, com a realização da Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento – RIO-92, no Rio de Janeiro, ecoou em um grande número de países as questões de ambiente e desenvolvimento, tendo levado à divulgação, em âmbito internacional, do conceito de desenvolvimento sustentável do relatório da Comissão Mundial para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (mais conhecido como relatório Brundtland e publicado como “O Nosso Futuro Comum,): “um modelo de desenvolvimento que permite às gerações presentes satisfazer as suas necessidades sem que com isso ponham em risco a possibilidade das gerações futuras virem a satisfazer as suas próprias necessidades”.


Distribuição do número de veículos automotores por estados brasileiros, em 2002

Estudo Científico

rência, a frota de veículos também é uma das principais fontes de contribuição para a poluição do ar (figura1.1).

7 Fonte: ANFAVEA, 2004

Figura 1.1 O transporte requer grande quantidade de energia, utiliza principalmente o petróleo sendo a principal atividade que consome petróleo, internacionalmente. Segundo a Agência Internacional de Energia (Internacional Energy Agency-IEA) comparando-se os anos de 1973 e 2001 o setor de transporte aumentou de 42,2 para 57,3 % o consumo de derivados de petróleo (figura 1.2).

Consumo de derivados de petróleo no mundo por setor, em % Derivados de petróleo (%) 60 50 40 30 20 10 0

Indústria

Fonte: IEA, 2001

Figura1.2

Transporte

Outros setores Uso não energético

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1973

Para avaliar o desempenho dos países em atingir o desenvolvimento sustentável, um dos documentos produzidos na RIO-92, a Agenda 21, orienta a construção de indicadores de desenvolvimento sustentável (IDS), provocando em todo o mundo o início do processo de elaboração de metodologias que atendam este objetivo, uniformemente. Tomadores de decisão e o público estão interessados em informações confiáveis e sucintas sobre o meio ambiente e os Indicadores de desenvolvimento sustentável (IDS) permitem conhecer o estado do meio ambiente em escala nacional e como o meio ambiente está se modificando. Os IDS permitem a descrição de como uma nação está progredindo em relação às metas de desenvolvimento sustentável. Uma das atividades em discussão internacional, 2001que preocupa os países, para atingir metas de desenvolvimento sustentável, é o transporte. Um dos pontos de discussão é que o transporte, sob a ótica social e econômica, é atividade de melhoria da qualidade de vida, mas sob o ponto da questão ambiental é uma atividade que degrada o meio ambiente, interferindo nas condições de saúde pública. Se a principal fonte de preocupação é a poluição atmosférica nas zonas urbanas, onde se concentram circulação rodoviária e congestionamentos, o transporte rodoviário é também responsável, em escala regional e global, por problemas de poluição, tais como: a acidificação e a mudança climática. O transporte rodoviário tem significativa incidência no desempenho ambiental de um país e sobre a sua estratégia de desenvolvimento sustentável (CRA, 2000). No Brasil, o modal de transporte rodoviário predomina, historicamente, sobre os outros modais e, em decor-


Estudo Científico Revista de de Economia Economia Fluminense Fluminense Revista

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No Brasil, o Balanço energético nacional (BEN) (MME, 2004) indica que o setor de transporte, em 2003, consumiu mais de 43 mi-

lhões de toneladas de petróleo, sendo o óleo diesel o combustível de maior consumo pelo setor (figura 1.3).

Composição do consumo do óleo diesel (%)

Fonte: MME, 2004 Figura 1.3

No Brasil, as metas estabelecidas para controle da qualidade do ar estão vinculadas aos problemas mais críticos, relacionados com os impactos locais da poluição do ar (o transporte rodoviário é um deles) e são regulamentadas pela Resolução CONAMA n0 03, de 28 de junho de 1990, que estabelece os padrões de qualidade para poluentes do ar. A qualidade do ar nas regiões metropolitanas em todo o mundo, apresenta uma tendência de melhoria, (EPA, 2004; EEA, 2003 , IBGE, 2004, FEEMA, 2004; CETESB, 2004), principalmente no que se refere às concentrações de dióxido de enxofre (SO2); mas o ozônio troposférico (O3), as concentrações de óxidos de nitrogênio (NOx), os poluentes atmosféricos tóxicos e seus efeitos sobre a saúde humana, suscitam uma crescente inquietação aliada em grande parte à concentração de fontes de poluição nas zonas urbanas e ao uso igualmente crescente dos veículos nos deslocamentos urbanos.

Os óxidos de nitrogênio são o óxido nítrico (NO), o dióxido de nitrogênio (NO 2), o óxido nitroso (N2O), o trióxido de nitrogênio (N2O3) e o pentóxido de nitrogênio (N3O5). A representação NOx se refere ao NO e ao NO2, os demais óxidos de nitrogênio não estão incluídos nesta representação. O NO e o NO2 são referidos juntos porque as emissões antropogênicas de NO2 são devidas, principalmente, às emissões de NO. As reações de transformação de NO a NO2 acontecem muito rapidamente na atmosfera, em conseqüência, as diretrizes, os padrões de qualidade, os riscos a saúde humana são geralmente expressos em NO2, e não em NOx. O NO2 tem odor acre e é o único poluente que tem cor, laranja amarronzado, que produz uma camada de coloração amarronzada visível em muitos centros urbanos. O NO é produzido no motor dos veículos pela combustão do nitrogênio a altas temperaturas e, transformado em NO2 pela oxidação com o oxigênio, quando é

emitido para a atmosfera. A oxidação atmosférica do NO a NO2 ocorre na presença de ozônio (O3), um gás incolor e um forte agente oxidante, encontrado em duas camadas diferentes da atmosfera, troposfera e estratosfera. Na troposfera, encontra-se o ozônio produto das reações de compostos orgânicos voláteis e os NOx com o oxigênio do ar, na presença de radiação solar. Este ozônio, ao nível do solo, é um poluente secundário, não é emitido diretamente por nenhuma fonte de poluição e um dos poluentes que compõem o smog fotoquímico. Em relação aos impactos na saúde, exposições curtas ao NO2 estão associadas à redução da função pulmonar e ao aumento à reatividade a alérgenos naturais. As exposições prolongadas estão associadas ao aumento do risco de infecções respiratórias em crianças. A exposição a períodos de poucos dias a altas concentrações de ozônio pode provocar efeitos adversos na saúde e, em particular, redução da função pulmonar e problemas inflamatórios. A exposição a concentrações moderadas por períodos longos pode reduzir a função pulmonar em crianças (EEA, 2003 e PARKHURST, 2004). Os óxidos de nitrogênio, também, são responsáveis por significativos problemas ambientais (acidificação, eutroficação e smog fotoquímico) (EEA, 2003). A figura 1.4 ilustra a importância do NOx e sua contribuição em todos os problemas de poluição do ar, desde locais, regionais até globais. Um poluente de efeitos tão diversos deve ter sua atenção redobrada na elaboração de uma estratégia de controle da qualidade do ar e estratégias de transporte e no acompanhamento das estratégias implantadas.


Impactos ambientais e na saúde das emissões de óxidos de nitrogênio

Fonte: EPA, 1998

Figura 1.2 sões de óxidos de nitrogênio por veículos é o realizado por PARKHURST (2004). Conforme estudado por PARKHURST, para a cidade de Oxford, na Inglaterra, as emissões de óxidos de nitrogênio do escapamento dos veículos a diesel, principalmente de ônibus, identifica que está surgindo um problema específico de saúde pública, pelo aumento excessivo das concentrações de NO2 e, conclui que problemas similares podem estar afetando estratégias de transporte cen-

tradas em ônibus a diesel em outros centros urbanos no mundo e confirma a importância da integração de políticas ambientais e de transporte. Em seu trabalho, PARKHURST analisa a estratégia de transporte adotada para a cidade de Oxford (Oxford Transport Strategy-OTS) em relação a estratégia nacional de controle da qualidade do ar (Air Quality Strategy – AQS) para o Reino Unido, utilizando duas abordagens: que o problema de poluição do ar não foi bem compreendido por ocasião da elaboração da OTS e que o problema da poluição do ar foi bem compreendido mas outras considerações, incluindo fatores econômicos e outros fatores ambientais tiveram maior peso na decisão. PARKHURST se fundamenta em estudos epidemiológicos e evidências experimentais (Nyberg et al., 2000; Venn et al., 2001 in: PARKHURST) que o NO2 é responsável pelo aumento de danos a saúde entre a população exposta. As conclusões do trabalho são de que a estratégia da OTS de optar por ruas de tráfego preferenciais para ônibus a diesel demonstrou que a combustão do diesel, na ausência de tecnologia de controle adequada das emissões do escapamento dos ônibus, é uma contribuição significante da poluição do ar urbana, principalmente pelos óxidos de nitrogênio. O trabalho de PARKHURST permite a observação de que não foram adotados indicadores como ferramenta de gestão nem na elaboração da política pública e, tampouco, em sua avaliação para comprovar que a meta de melhor qualidade do ar urbano e da saúde da população estava sendo alcançada pela estratégia de transporte (OTS). Considerando os estudos internacionais que estão focalizando a

Estudo Científico

ponto de vista da redução dos gases do efeito estufa, descobertas científicas recentes sugerem que as emissões dos veículos a diesel provocam mais danos à saúde pública do que as emissões dos outros combustíveis. E analisam que a adequabilidade do diesel em não contribuir as emissões dos veículos está agora em questão. Outro estudo internacional que reforça a preocupação com as emis-

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2. As preocupações com as emissões de NO x do óleo diesel no mundo e no Brasil As preocupações com os óxidos de nitrogênio são internacionais. Desde 1970, a Agência de Proteção Ambiental dos EUA (Environmental Protection Agency EPA) acompanha os seis principais poluentes do ar: monóxido de carbono, chumbo, óxidos de nitrogênio, material particulado, dióxido de enxofre e compostos orgânicos voláteis, e informa que as emissões de todos esses poluentes têm diminuído significativamente, exceto para o NOx que aumentaram, aproximadamente, dez por cento entre 1970 e 1998 (EPA, 1998). A Agência Ambiental Européia (European Environmental Agency – EEA) apresenta que o transporte rodoviário é a mais importante fonte de emissão de NOx, nos principais centros urbanos na Europa. A análise dos dados de estações direcionadas para o tráfego de cidades européias selecionadas, embora variem de cidade para cidade, indicam que as emissões do tráfego contribuem significativamente para as concentrações de NO2 em áreas urbanas. As preocupações não param nas emissões dos NOx mas continuam pela contribuição do NOx para a formação do ozônio troposférico (O3nível do solo) (EEA, 2003). A EEA (2003) informa que nos últimos anos, o transporte rodoviário tem sido responsabilizado pelas emissões de óxidos de nitrogênio, considerando que as ações de controle priorizaram a qualidade do combustível, com impacto significativo na redução de dióxido de enxofre. KOJIAM e LOVEI (2001), do Banco Mundial, alertaram que o óleo diesel embora seja um combustível eficiente e muito favorável sob o


Estudo Científico Revista de Economia Fluminense

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importância dos NO x , leia-se, dióxido e monóxido de nitrogênio (NO e NO 2 ), e a contribuição do transporte rodoviário, torna-se significativa a análise dos dados das emissões de poluentes e de qualidade do ar referentes às duas principais regiões metropolitanas do país, Rio de Janeiro e São Paulo. Estas informações são disponibilizadas, rotineiramente, pelos dois órgãos estaduais de meio ambiente, CETESB e FEEMA. São Paulo O Relatório de Qualidade do Ar no Estado de São Paulo-2003 da CETESB (2004) é a fonte de informação. Da análise da esti-

mativa das emissões das fontes móveis de poluição do ar na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), na Região Metropolitana de Campinas, e, também nos municípios de Sorocaba e Votorantim (juntos) e São José dos Campos, em 2003, (CETESB, 2004), observa-se que as emissões de óxidos de nitrogênio relativas ao óleo diesel são mais significativas do que as da gasolina C e do álcool (tabela 4.1). Para melhor compreensão são apresentados os dados em 1000 t / ano e em porcentagem.

Tabela 2.1 Estimativa de emissões do escapamento de veículos a óleo diesel, em 1.000 t/ano e porcentagem, para o ano de 2003

1 - Gasolina C: gasolina contendo 22% de álcool anidro e 700ppm de enxofre (massa) 2 - Diesel: tipo metropolitano com 1100 ppm de enxofre (massa) Fonte: Elaborada a partir de CETESB, 2004

A análise dos dados da tabela 2.1 permite observar que a contribuição dos NOx é significativa porque representa, na RMSP e nas outras três áreas estudadas, mais do que 50% das emissões provenientes de uma única fonte, o escapamento de veículos a óleo diesel. Esta observação não pode passar despercebida e os indicadores ambientais, são um instrumento de gestão que podem sinalizar as ações de controle a serem implantadas. Em relação à qualidade do ar para São Paulo, a CETESB (2004) informa que os padrões de qualidade do ar são violados, principalmente, pelos gases provenientes dos veículos, motivo pelo

qual tem se dada grande ênfase ao controle das emissões veiculares. No caso do ozônio, o quadro reinante conduz à necessidade do controle dos compostos orgânicos e óxidos de nitrogênio, que são os formadores desse poluente por processos fotoquímicos. Os dados de NO2 mostram que o padrão horário (320 µg/m³) é algumas vezes ultrapassado. em 2003, houve três ultrapassagens do padrão em duas estações na RMSP, destacando-se Parque D. Pedro II com um valor máximo de 391 µg/m³, (CETESB, 2004). A figura 2.1 ilustra a evolução das concentrações médias de NO2, no período de 1998 a 2003.

Fonte: CETESB, 2004 Figura 2. 1- Evolução das concentrações médias de NO2 na RMSP, Cubatão e Interior


Rio de Janeiro O Inventário de fontes emissoras de poluentes atmosféricos da Região Metropolitana do Rio de Janeiro da FEEMA (2004) é a fonte de informação. Na Região Metropolitana do Rio de Janeiro (RMRJ), a FEEMA (2004) apresenta a contribuição das fontes fixas e móveis e informa que os óxidos de nitrogênio são provenientes da queima de combustíveis fósseis, evidenciando a maior parcela de contribuição por fontes móveis. O inventário da FEEMA (2004) para as fontes móveis contabilizou as vias significativas quanto ao volume de tráfego, na RMRJ, e avaliadas como principais contribuintes para as emissões veiculares. As vias escolhidas são representativas de tráfego de veículos automotores, de veículos pesados, com situações de congestionamentos e fluxo de veículos nas 24 horas do dia. A Avenida Brasil, ainda uma importante via de interligação de bairros e de saída e

Estudo Científico Fonte: FEEMA, 2004 Figura 2.2 - Contribuição de NOx por tipo de via

entrada da cidade do Rio de Janeiro, comprova a importância da contribuição das emissões de óxidos de nitrogênio (figura 2.2) 2.2). A analise das concentrações horárias de NO 2 registradas nas estações de monitoramento, mostra que

o padrão de uma hora ( 320 µg/m3) fixado pelo CONAMA foi ultrapassado oito vezes na estação do Centro e cinco na estação de Nova Iguaçu, conforme a figura 2.3 (FEEMA, 2004).

Fonte: FEEMA, 2004 Figura 2.3 – Concentração máxima horária de NO2, por estação de medição.

Em relação ao O3, a FEEMA evidencia que quando as concentrações máximas horárias do poluente são comparadas ao padrão de uma hora -

160 µg/m3, à exceção da estação do Centro, todas registraram valores de concentração acima do limite fixado pela legislação ambiental (figura 2.4) 2.4).

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No caso dos óxidos de nitrogênio, as médias anuais de NO X (NO e NO 2 ), no período de 1998 a 2003, mostram que não há qualquer tendência nas concentrações do NO x. Apesar da medida de NOX não possuir padrão legal, é importante pois auxilia na interpretação dos dados de qualidade do ar, (CETESB, 2004). Em relação ao O 3, este poluente secundário, ultrapassou o padrão de qualidade do ar em 72 dias no ano de 2003, na RMSP, representando cerca de 20 % dos dias do ano (CETESB, 2004).


Estudo Científico

Fonte: FEEMA, 2004 Figura 2.4 - Concentração máxima de uma hora de O3, por estação de medição.

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A CETESB e a FEEMA são unânimes em observar que as emissões dos veículos são o principal problema de poluição do ar urbano (CETESB, 2004 e FEEMA, 2004). O outro ponto significativo a ser considerado é a contribuição do aumento das concentrações de NOx em relação ao aumento do consumo do óleo diesel. No Brasil, cerca de 42 milhões de toneladas de petróleo se destinaram aos transportes, representando cerca de 48,5% do consumo nacional dessa fonte de energia (MME, 2002). Este

Figura 2.5 Evolução do consumo do óleo diesel e gasolina pelo transporte rodoviário no Brasil, entre 1989 e 2004

percentual apresentou um crescimento de 0,6% no período de 1990 a 2000. No ano de 2001, de toda a energia consumida no setor de transportes brasileiro, 88% foram derivados de petróleo, dos quais a gasolina e o óleo diesel representam respectivamente 31,1% e 59,6% (MME, 2002). A figura 2.5 apresenta a evolução do consumo de óleo diesel e gasolina pelo transporte rodoviário entre 1989 e 2004, demonstrando que o consumo do óleo diesel é superior ao da gasolina.

Configura-se que o óleo diesel deve merecer atenção nas estratégias de controle da poluição do ar e nas estratégias de transporte não só porque seu consumo é superior dentro dos outros combustíveis automotivos e pelo transporte rodoviário (BEN, 2004) como também pelas emissões de NOX. É, exatamente, neste ponto que se deve aplicar um instrumento de gestão, no caso os indicadores ambientais, para sinalizar as tomadas de decisões, tais como: uma política de controle de poluição por veículos a diesel, alternativas tecnológicas dos veículos e melhorias no combustível. Reforçando as conclusões da FEEMA e da CETESB, o IBGE (2004) apresenta a dimensão ambiental dos IDS e informa que, em âmbito nacional, a concentração da maioria dos poluentes atmosféricos – partículas inaláveis, dióxido de enxofre e monóxido de carbono – apresenta-se estacionária ou em declínio, na maior parte das regiões metropolitanas do país, com suas concentrações máximas diminuindo ao longo do tempo; e que a única exceção é para o ozônio, que está aumentando.


3 Metodologia e Figura 3.1 - Fluxograma construção de “estado” naturais (“estado” “estado”); a sociedade indicadores ambientais de qua- responde a estas mudanças adotanlidade do ar para o transporte do políticas ambientais, econômicas urbano e setoriais, tomando consciência das Os indicadores ambientais são uma mudanças ocorridas e a elas adaptanferramenta de gestão ambiental que está do o seu comportamento (““respossendo aplicada, internacionalmente, na tas da sociedade” sociedade”). elaboração e na avaliação de políticas e No Brasil, as metas estabelecidas programas ambientais públicos. As inpara controle da qualidade do ar estão formações contidas nos indicadores vinculadas aos problemas mais críticos, ambientais também permitem responrelacionados com os impactos locais

da poluição do ar (o transporte rodoviário é um deles) e regulamentados pela Resolução CONAMA n0 03, 28 de junho de 1990, que estabelece padrões de qualidade para poluentes do ar. O processo de seleção dos indicadores deve seguir um conjunto de critérios objetivos, exeqüíveis e verificáveis que fundamente e justifiquem a escolha. Os indicadores escolhidos devem refletir o significado dos dados na forma original, satisfazendo, por um lado, a conveniência da escolha e, por outro, a precisão e relevância dos resultados. Alguns critérios são: existência de base de dados; possibilidade de interelação; possibilidade de comparação com normas legais ou metas e padrões existentes; facilidade e rapidez de determinação e interpretação; grau de importância e validação científica; compreensão e sensibilidade do público alvo; custo de implementação e possibilidade de ser rapidamente revisto e atualizado (DGA, 2000). Neste trabalho, desenvolvemos o marco conceitual para indicadores ambientais para o transporte urbano, aplicando o modelo PER, desenvolvemos uma ficha técnica para ser adotada para a construção de indicadores ambientais para o transporte. Estes procedimentos podem ser, de imediato, aplicados como instrumento de gestão ambiental para monitorar e avaliar programas de transporte com foco na qualidade do ar, integrando transporte e meio ambiente.

Estudo Científico

der às perguntas da sociedade sobre as condições da qualidade do ar e seu potencial dano à saúde pública. Como as iniciativas internacionais na construção de indicadores se fundamentam no modelo Pressão-EstadoResposta (PER) e suas adaptações (NU, 1996; EPA, 2003; OECD, 2004), o fluxograma (figura 3.1) resume, praticamente, a construção dos indicadores propostos. O modelo PRESSÃO-ESTADO -RESPOSTA (PER) se baseia no conceito de que as atividades humanas exercem pressões sobre o meio ambiente e afetam a sua qualidade e a quantidade de recursos

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A redução das emissões de óxidos de nitrogênio torna-se um ponto relevante nas estratégias de controle das emissões de poluentes do ar para atingir as metas de se alcançar uma qualidade do ar satisfatória nos centros urbanos. Os alertas da EPA (1998), da EEA (2003), do Banco Mundial (2001) e de PARKHURST (2004) convergem sobre o mesmo ponto: as emissões dos óxidos de nitrogênio dos veículos a diesel e a sua importante contribuição para a degradação da qualidade do ar, nos centros urbanos e adoção de estratégias de transporte, sem a comprovação por um instrumento de gestão, de que as metas de transporte serão alcançadas sem impactos na qualidade do ar e na saúde da população. Podemos recomendar, que indicadores ambientais são instrumentos de gestão perfeitamente aplicáveis na elaboração, monitoramento e avaliação de estratégias de transporte e seu impacto na qualidade do ar de centros urbanos.


Estudo Científico

Tabela 4.1 Marco conceitual para indicadores ambientais de qualidade do para o transporte urbano INDICADORES DE TRANSPORTE E QUALIDADE DO AR N.º

Questão

1

Minimização dos impactos na qualidade do ar de projetos de desenvolvimento urbano (shopping centers, estádios, etc) e de infra-estrutura de transporte rodoviário.

Número de Relatórios de Impacto Ambiental aprovados para empreendimentos de desenvolvimento urbano e de infra-estrutura de transporte rodoviário, num período de três anos.

2

Quantas pessoas estão vivendo em áreas com violação dos padrões de qualidade do ar?

Número de pessoas que está vivendo em áreas com violação dos padrões de qualidade do ar.

Estado

3

Quais são as concentrações de alguns poluentes primários - NO, NO2 e NOx ?

Concentrações na atmosfera de NO, NO2 e NOx.

Estado

4

Quais são as concentrações de um poluente secundário, ozônio?

Concentrações na atmosfera de ozônio.

5

Quais as emissões de veículos a diesel que contribuem para a poluição do ar?

Emissões de NOX

6

Qual a frota de veículos a óleo diesel nos centros urbanos?

Percentagem da frota de veículos a diesel nos centros urbanos.

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5. Considerações finais No Brasil, a iniciativa de emprego de indicadores ambientais para monitorar e avaliar políticas públicas está começando e, para integrar transporte e qualidade do ar este trabalho é pioneiro. Há em âmbito internacional iniciativas de vários países para avaliar seu desempenho em relação às metas do desenvolvimento sustentável. A orientação metodológica adaptada e aplicada mundialmente é a recomendada pela Comissão de desenvolvimento sustentável (CDS) da Organização das Nações Unidas, que é baseada na primeira proposta internacional, desenvolvida pela Organi-

Nome do Indicador

Tipo Resposta

Estado

zação de Cooperação para o Desenvolvimento Econômico (OCDE). O Brasil, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, segue a orientação metodológica da ONU, e apresentou os indicadores de desenvolvimento sustentável, em 2002 e 2004, de âmbito nacional. A utilização de indicadores cresce, internacionalmente, em importância entre as metodologias para resumir informação de caráter técnico e científico. Permite transmitir as informações de forma sintética, preservando os dados originais, utilizando apenas variáveis que melhor atendam aos objetivos determi-

Estado

Pressão

nados e não, todas as variáveis que podem ser medidas ou analisadas. A informação, sob a forma de indicador, torna-se um instrumento de gestão útil para tomadores de decisão, gestores, políticos, grupos de interesse e o público em geral. Outro ponto positivo é que o uso abrangente de indicadores obriga a crescente organização de d a d o s a m b i e n t a i s e d e transporte; do aperfeiçoamento da amostragem de poluentes do ar e de pesquisas de transporte e, no ordenamento das bases de informações disponíveis nos órgãos ambientais e de transporte.


de nitrogênio. Mas, alertas internacionais estão identificando o óleo diesel como um importante contribuinte para as emissões de poluentes do ar em centros urbanos.

Referências bibliográficas ANFAVEA. ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS FABRICANTES DE VEÍCULOS AUTOMOTORES. (2004). Anuário estatístico –2004 In: www.anfavea.com.br acessado em janeiro de 2005.

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Neise Ribeiro Engenheira química e ambiental M. Sc. em Engenharia de transporte

Estudo Científico

vos para a degradação da qualidade do ar pelo aumento das concentrações de dióxido de enxofre e partículas na atmosfera dos centros urbanos, com menor ênfase para as emissões de óxidos

IEA. INTERNATIONAL ENERGY AGENCY. (2001) Key world energy statistics from the IEA. In: www.iea.org. acessado em dezembro de 2004. KOJIMA, M. e LOVEI, M. (2001). Urban air quality management. Coordinating transport, environment and energie policies in developing countries. World Bank Technical Paper n 508. Washigton, DC. 56 p. il.

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Revista de Economia Fluminense

As ações de controle nacionais executadas, até hoje, em relação ao óleo diesel são a redução do teor de enxofre e a redução de fumaça preta, considerados os poluentes mais significati-


Setor em foco 16

Cais do Porto do Rio de Janeiro

Economia do século 21: exportar não basta

Fotos de JM Soares

Por Fernando Peregrino

E

nquanto o Brasil ainda tem sua economia dependente da exportação de produtos primários, a exemplo da soja ou do minério de ferro, o Estado do Rio de Janeiro arrancou para a chamada economia do conhecimento, construindo e instalando indústrias que usam cada vez mais tecnologia, e consolidou importantes vantagens comparativas, como os setores siderúrgico, o gás-químico e o automobilístico, entre outros.

Revista de Economia Fluminense

Economia do século 21: exportar não basta


Um Estado que tem a oferecer um modelo de desenvolvimento voltado à inclusão social e à redução das desigualdades. Temos certeza de que o Rio será, muito em breve, um grande espelho para o Brasil do país, a força de trabalho mais escolarizada, uma grande rede de escolas técnicas, mercado interno e externo a explorar, infra-estrutura de transporte e vontade política. Não é por coincidência que o Estado do Rio foi o primeiro a construir computadores e onde foi desenvolvido o primeiro software; dominou a exploração de petróleo em águas profundas; iniciou o programa de

biodiesel; as primeiras experiências com células-tronco em pacientes cardíacos; a internet regional mais veloz; o primeiro sistema com tecnologia com voz sobre IP, o Power Line Comunication; as melhores experiências de uso da internet em educação a distância; o uso da internet em municípios; o uso do DNA na investigação criminal; a tecnologia aplicada na segurança pública. Há poucos anos, iniciou-se no estado uma reestruturação da economia com a recuperação de indústrias usuárias de tecnologia, como a naval, a expansão de outras, como a siderúrgica, e a criação de outras de alto conteúdo tecnológico, como as de tecnologia da informação e de biotecnologia. Além disso, o estado tem empreendido um grande esforço no sentido de proteger a indústria local, concedendo-lhe incentivos fiscais com o objetivo de melhorar as condições de competição interna e externa das empresas locais. Essas mudanças estão ocorrendo e gradativamente transformando o estado num pólo industrial do século 21. Um estado inteligente, dotado de conhecimento e informação capazes de produzir, gerar riquezas e oferecer oportunidades à população. Um estado que tem a oferecer um modelo de desenvolvimento voltado para a inclusão social e a redução das desigualdades. Temos certeza de que o Estado do Rio será, muito em breve, um grande espelho para o Brasil.

F e r n a n d o PPe eregrino – Secretário Chefe de Gabinete da Governadora

Setor em foco

10% de toda a nossa exportação anual desse produto agrário. O ambiente e as condições para desenvolver essa nova indústria estão todos dados em nosso estado. Temos o segundo parque cientifico

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Revista de Economia Fluminense

Com o Pólo Gás-Químico estamos manufaturando uma de nossas principais matérias-primas, o gás natural. Com a conquista da nova petroquímica, anunciada pela Petrobras em 11 de setembro de 2005, vamos manufaturar nossa maior riqueza natural, o petróleo. Em vez de exportar óleo bruto, vamos agregar valor e gerar maiores rendimentos para nossa economia. Como é sabido, a tecnologia é o principal insumo das economias deste milênio. É ela que mais influi na capacidade de uma empresa sobreviver ou não no mercado, o país ser mais ou menos remunerado em suas relações com o mundo globalizado. Infelizmente, o Brasil não tem trilhado esse caminho. Basta ver que participamos com menos de 1,5 % do comércio internacional. Os sucessivos governos federais propagam com orgulho que o Brasil tem a soja como um de seus principais produtos de exportação, 20 milhões de toneladas por ano. Se observarmos o preço da soja no mercado internacional, gira em torno de US$ 0,20 por quilo, enquanto um quilo de um computador laptop custa em média US$ 600. O produto eletrônico tem peso relativamente pequeno em relação ao valor porque embute algo que não pesa materialmente, mas é de grande valor: o conhecimento. Se, por exemplo, o Estado do Rio de Janeiro quisesse adquirir 150 mil computadores para instalar em 1.500 escolas, ou dez unidades por escola, necessitaria exportar, em 50 navios graneleiros de soja, quase 1,5 milhão de toneladas ou pouco mais de


Especial 18

Fachada Uerj. Divulgação/ Uerj

Ciência, tecnologia e iinovação novação como instrumentos para o desenvolvimento do Estado do Rio de Janeiro Por Wanderley de Souza

Revista de Economia Fluminense

C

iência, tecnologia e inovação são consideradas imprescindíveis para o desenvolvimento econômico e social sustentável de qualquer nação. Por isso, as nações que almejam manter uma posição de liderança ou que desejam alcançar tal posição investem de forma crescente nessa área.

Tecnologia Ciência, T ecnologia e Inovação como instrumentos para o Desenvolvimento do Estado do Rio de Janeiro Ciência, Tecnologia e Inovação são consideradas imprescindíveis para o desenvolvimento econômico e social sustentável de qualquer nação. Por isso, as nações que almejam manter uma posição de liderança ou que desejam alcançar tal posição investem de forma crescente nessa área.


Em 1993, a UFRJ contava com 930 pesquisadores, sendo 624 com o título de doutor, correspondendo a 5,4% dos doutores brasileiros. Em 2004, a UFRJ conta com 3.400 pesquisadores, sendo 2.813 doutores, o que representa 4,7% dos doutores existentes. que abrange uma comunidade de C,T&I estimada em cerca de 300 mil pessoas, entre alunos, professores, pesquisadores e servidores, se situa neste contexto? No plano geral, o governo do estado desenvolve políticas de ciência, tecnologia e inovação focadas em seis grandes áreas: fomento à pesquisa e inovação tecnológica: tecnologia da informação; fortalecimento da educação profissional; expansão do ensino superior; atualização de professores que atuam nas diferentes áreas da ciência e na difusão científica. Essas diretrizes básicas foram traçadas em 1999 no início do governo lidera-

do por Anthony Garotinho e atualizadas em 2003, no governo atual, liderado por Rosinha Garotinho. Ao assumirmos a coordenação da área de ciência, tecnologia e inovação no estado, a convite dos governadores Anthony Garotinho, de janeiro de 1999 a março de 2002, e Rosinha Garotinho, de janeiro de 2004 até o presente momento, o fizemos com base em alguns pressupostos. O primeiro é de que o desenvolvimento tecnológico ou ciência aplicada e a inovação são decorrentes de uma intensa e maciça atividade e investimento em ciência básica que se origina da demanda espontânea e de apoio a projetos individuais, sem uma vinculação direta com os problemas econômicos e sociais imediatos. No entanto, é também necessário identificar áreas prioritárias, e nesses casos atuar de forma indutora. O segundo pressuposto é o de que há uma clara correlação entre o desenvolvimento econômico de uma região e a densidade do sistema científico e tecnológico existente, sendo uma das maneiras de corrigir as disparidades regionais o fortalecimento da infra-estrutura técnico-científica local, através de uma política integradora envolvendo as agências de fomento estaduais e federais. A fixação de novos grupos no interior, a nucleação de grupos, a criação de redes de pesquisa e a concentração de esforços em áreas estratégicas para o Estado do Rio de Janeiro são essenciais para o desenvolvimento fluminense, sobretudo nesta fase dinâmica de crescimento econômico e produtividade em curso no estado. O terceiro pressuposto é o de que cada vez mais os grandes complexos industriais decidem a localização de suas fábricas, que incorporam avanços tecnológicos em locais próximos a centros formadores de mão-de-

Especial

marcante. Cito as ciências agrárias em que o percentual de doutores passou de 46%, em 1993, para 71%, em 2004. Tal fato explica o sucesso do agronegócio brasileiro, que vem a cada ano exportando mais e produtos de melhor qualidade. As ciências exatas e da terra e as ciências biológicas apresentam hoje os mais elevados percentuais de doutores, com 81% e 76%, respectivamente. E como o Estado do rio de Janeiro,

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Revista de Economia Fluminense

O Brasil, nos últimos dez anos, vem melhorando sua posição no ranking da ciência e tecnologia mundial. A Plataforma Lattes, introduzida pelo CNPq em 1999, tem sido um dos mais importantes elementos para se avaliar a evolução quantitativa da ciência no Brasil, sobretudo da ciência fundamental. Recentemente, os dados foram atualizados para 2004, o que nos permite avaliar o desempenho do sistema nacional de ciência e tecnologia nos últimos dez anos utilizando vários parâmetros. Comentarei aqueles que me parecem ser mais relevantes, lembrando que os dados de anos anteriores certamente estão subestimados, já que não havia a tradição de se manter um banco de dados atualizados e com credibilidade, tal como existe hoje. Houve um significativo acréscimo no número de instituições científicas no país, passando de 99, em 1993, para 335, em 2004. Em conseqüência, o número de grupos de pesquisa passou de 4.402 para 19.470, o número de pesquisadores de 21.541 para 77.649 e o número de doutores de 10.994 para 47.973, no mesmo período. Esses números são auto-explicativos. Como seria bom se as taxas de crescimento de outros indicadores nacionais fossem semelhantes. Cabe registrar que em relação a esses parâmetros vamos continuar crescendo, pois estamos chegando perto de formar nove mil doutores ao ano. O percentual de doutores tem variado entre as diferentes áreas. Surpreendentemente, não houve variação significativa nas ciências humanas e ciências sociais aplicadas, que passaram de 51% e 50%, em 1993, para 55% e 52%, em 2004, respectivamente. No entanto, em outras áreas a evolução positiva foi


Especial Revista de Economia Fluminense

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obra qualificada em diferentes níveis. Como centro cultural, sede de importantes instituições de ensino e pesquisa e produtor de bens culturais e artísticos, o Estado do Rio tem uma posição privilegiada, mas precisa estar sempre atento à necessidade de preparação de pessoal qualificado. A atividade científica no Estado do Rio Os dados da plataforma Lattes acima mencionada também oferecem uma excelente visão sobre a evolução da ciência fluminense ao longo dos últimos dez anos. Inicialmente, cabe registrar um elevado crescimento no número de instituições científicas. Contávamos em 1993 com 99 instituições, nas quais atuavam 4.402 grupos de pesquisa com 21.541 pesquisadores, sendo 10.994 doutores. Hoje, contamos com 335 instituições onde atuam 19.470 grupos de pesquisa com 77.649 pesquisadores, sendo 47.973 com o título de doutor. Como o Estado do Rio evoluiu ao longo desses anos? Já em 1993 ocupávamos a segunda posição nacional, tendo São Paulo à frente e seguido por Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Em 1993, o Estado do Rio contava com 3.361 pesquisadores, sendo 1.725 com o título de doutor, representando 16 % dos doutores do país. Nessa mesma época, São Paulo contava com 50% dos pesquisadores brasileiros. Os dados de 2004 apontam para a existência de 10.537 pesquisadores atuando no Estado do Rio, sendo 7.597 com o título de doutor, o que representa 14,1% dos doutores brasileiros. Nesse mesmo ano, São Paulo passou a contar com 31,5% dos doutores. Seguindo o Estado do Rio vamos encontrar Minas Gerais e Rio Grande do Sul, com 9,2 e 8,8% dos doutores, respectivamente. Cabe registrar que o decréscimo

no percentual total em São Paulo e noEstado do Rio foi fruto de uma ampliação ocorrida em outros estados, mostrando, assim, que, gradativamente, vai havendo uma melhor distribuição dos pesquisadores no país. Por outro lado, foram os cursos de pós-graduação existentes nas instituições paulistas e fluminenses as responsáveis pela formação de parte significativa dos doutores, hoje distribuídos por todo o país. Quais instituições do Estado do Rio têm se destacado? Entre as 30

res brasileiros. Em 2004, a UFRJ contava com 3.400 pesquisadores, sendo 2.813 doutores, o que representa 4,7% dos doutores existentes. O pequeno decréscimo no percentual é fruto da melhor distribuição pelo país. A título de comparação enquanto que em 1993 a Universidade de São Paulo (USP) contava com 23,8% dos doutores brasileiros, hoje conta apenas 10,8%. A segunda instituição fluminense que se destaca, ocupando a 11ª posição no ranking nacional, é a Universi-

Figura 1 Distribuição de Grupos de Pesquisa por Instituição UNIRIO

OUTROS

UENF UFRR

FIOCRUZ

UFRJ

PUC

UERJ

UFF

Figura 1. Cinco instituições têm 81% dos grupos de pesquisas: UFRJ, UFF, UERJ, PUC e FIOCRUZ.

principais instituições nacionais, quatro estão localizadas no Estado do Rio de Janeiro. Inicialmente, cabe destacar uma posição de liderança assumida pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Ela ocupa a segunda posição no plano nacional, sendo a Universidade de São Paulo (USP) a primeira colocada. Em 1993, a UFRJ contava com 930 pesquisadores, sendo 624 com o título de doutor, correspondendo a 5,4% dos douto-

dade Federal Fluminense (UFF). Em 1993 ela contava com 523 pesquisadores, sendo 244 doutores, correspondendo a 2,1% do total de doutores. Em 2004 ela contava com 1.511 pesquisadores, sendo 1.133 doutores, o que corresponde a 1,9% dos doutores brasileiros. A terceira universidade em destaque, ocupando a 14ª posição, é a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Em 1993 ela contava com 331 pesquisa-


Grupos de Pesquisa por Grandes Áreas (2.111 grupos cadastrados no Estado do Rio de Janeiro) Lingüística letras e artes

Ciências Agrárias

Engenharias

Especial

Figura 2

Ciências Sociais

Ciências Biológicas Ciências Humanas

Ciências Exatas

Ciências da Saúde

Figura 2. Embora o cadastro de grupos de pesquisa do CNPq possa ter uma série de inconsistências por não estabelecer parâmetros que definam um verdadeiro Grupo de Pesquisa ativo, serve como amostragem para dar uma idéia de como está a pesquisa científica do Estado do Rio de Janeiro - 53% dos grupos declarados estão concentrados nas áreas das Ciências Biológicas, Ciências Exatas e Engenharias.

Outras instituições fluminenses também se destacam não tanto pelo número, mas pela qualidade do seu corpo de pesquisadores e dos cursos de pós-graduação que ministram. Esse conjunto de instituições confere ao Estado Rio de Janeiro uma posição de destaque crescente na atividade científica brasileira. A figura 2 mostra a distribuição da força de trabalho científica fluminense nas diferentes áreas do conhecimento. Inicialmente, cabe destacar as áreas das ciências biológicas e das ciências exatas seguidas das engenharias, ciências da saúde e ciências humanas. A política de fomento à atividade científica No que se refere ao investimento, o sistema de C,T&I do Estado do Rio é constituído por dois componentes. O primeiro é o apoio financeiro a projetos de pesquisa e concessão de bolsas de pesquisa para as instituições lo-

calizadas no estado, inclusive as federais e privadas. Esse apoio é dado pela Faperj. Em 2004, a agência de fomento a pesquisa executou um orçamento de R$ 131 milhões, quase seis vezes superior aos R$ 22,8 milhões executados em 1998. A figura 3 mostra a evolução no orçamento executado pela Faperj de 1997 a 2004, incluindo o apoio às áreas de bolsas, auxílios, Rede Rio e outros projetos. A partir de 2002 tem início o programa de descentralização financeira no qual a Faperj apóia, de forma institucional, vários centros científicos e tecnológicos pertencentes ao governo do estado, com destaque para as duas universidades estaduais, a Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec) e o Programa Infovia, coordenado pelo Centro de Tecnologia da Informação e da Comunicação (Proderj), todos vinculados à Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti-RJ).

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Revista de Economia Fluminense

dores, sendo 153 com o título de doutor, correspondendo a 1,3% dos doutores brasileiros. Em 2004, a Uerj contava com 1.379 pesquisadores, sendo 1.037 com o título de doutor, o que representava 1,7% dos doutores brasileiros. Tal desempenho é fruto de significativo apoio que a instituição vem recebendo do governo do estado por meio de dois programas. O primeiro, conhecido como Prociência, acresce em 70% o salário básico de 300 professores, criando condições para que exerçam atividade em tempo integral na universidade. Os recursos para essa complementação são transferidos à Uerj pela Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa (Faperj). O segundo é o Programa de Apoio à Pesquisa em Entidades Estaduais, que vem financiando projetos de diferentes modalidades e que são conduzidos pelos pesquisadores da Uerj. A quarta instituição que se destaca, ocupando a 15ª posição nacional, é a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que tem sede no Rio de Janeiro, mas conta com unidades de pesquisa em outros estados. Em 1993, a Fiocruz contava com 174 pesquisadores, sendo 53 doutores, correspondendo a 0,5% do total de doutores brasileiros. Em 2004, a instituição contava com 1.298 pesquisadores, sendo 892 doutores, correspondendo a 1,5% dos doutores existentes no Brasil. A quinta instituição em destaque, ocupando a 24ª posição, é a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), que contava, em 1993, com 357 pesquisadores, sendo 300 doutores, correspondendo a 2,6% dos doutores brasileiros. Em 2004, a instituição conta com 766 pesquisadores, sendo 632 doutores, o que representava 1,1% dos doutores brasileiros.


Especial Revista de Economia Fluminense

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Figura 3

Para que o Estado do Rio continue a manter posição de liderança em várias áreas do conhecimento, contamos com um conjunto de programas especiais, entre os quais se destacam os chamados programas estratégicos. Trata-se de um conjunto de programas cujo objetivo é fortalecer áreas consideradas estratégicas para o desenvolvimento científico e tecnológico do Estado do Rio. A identificação dessas áreas resulta de ampla discussão com a comunidade acadêmica e científica, norteadas pelas definições das prioridades governamentais. Dentre os programas estratégicos em execução, atualmente destacam-se os de pesquisas na área de saúde, definidos a partir de consulta à comunidade científica, com o objetivo de apoiar atividades de pesquisa sobre temas relevantes na área médica que promovam o desenvolvimento científico, tecnológico e de inovação e a integração entre as ciências fundamentais e as aplicadas. O programa Mata Atlântica, desenvolvido em parceria com o Jardim Botânico, está estimulando a formação de uma rede de pesqui-

sas para mapear e caracterizar toda a biodiversidade – fauna, flora e microorganismos –, no trecho de mata nativa existente no estado, visando à conservação de espécies animais em vias de extinção e ao incentivo à preservação e ao desenvolvimento econômico sustentável. Na área de ciências do mar, o objetivo é desenvolver pesquisas, sobretudo nas áreas da bioincrustação e de biocidas e toxinas, para a produção de medicamentos, em parceria com o Instituto do Mar Paulo Moreira, em Arraial do Cabo. Esse programa conta com a participação do Ministério da Defesa e do Ministério da Ciência e Tecnologia Outro programa estrategicamente importante é o de biotecnologia, idealizado para desenvolver duas redes de pesquisas – a Rede Genômica e a Rede Proteômica – com o objetivo de compartilhar recursos e facilitar o estudo de genoma e de proteoma pelos pesquisadores das instituições associadas à rede. Também a área de nanotecnologia está sendo organizada em várias sub-redes de

pesquisa, sob a forma de Instituto Virtual. Merece destaque o Programa de Nanotecnologia, área fundamental no desenvolvimento científico e tecnológico contemporâneo e que vem sendo apoiada pelo Programa de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (PADCT-Rio), sobretudo na obtenção de equipamentos especializados. Na área de energia, o programa RioBiodiesel foi idealizado para introduzir experimentalmente o ciclo completo de produção, venda e uso do biodiesel no Estado do Rio. Além de incentivar o desenvolvimento de um combustível alternativo, limpo, inovador e renovável, outro objetivo do programa é promover a inclusão social, incentivando a fixação de mãode-obra no campo com o plantio de mamona, girassol e outras oleaginosas destinadas à produção do biodiesel, gerando emprego e renda, especialmente nas regiões mais carentes do estado. O Rio Inovação é outro programa pioneiro e de vanguarda, criado para promover o desenvolvimento


operação entre o parque científico localizado no estado e as instituições ligadas à segurança no uso das mais modernas abordagens nessa área. Criamos, também, o Programa de Apoio às Entidades Estaduais de C&T, para apoiar projetos que reforcem a infra-estrutura científica e a capacitação tecnológica das instituições estaduais de ensino e pesquisa; o de Políticas Públicas, voltado para a identificação de problemas e de apoio financeiro a grupos de pesquisa de saneamento; e o de Desenvolvimento Científico Regional, com o objetivo de fixar novos grupos de pesquisa no interior do estado. Isoladamente ou em parceria com o Ministério de Ciência e Tecnologia, contamos com uma série de programas, entre os quais destacamos: o de Núcleos de Excelência (Pronex), que apóia projetos multidisciplinares e multiinstitucionais nas mais diferentes áreas do conhecimento; o Primeiros Projetos, que visa a apoiar 300 pesquisadores na fase inicial da carreira,

criando condições básicas para que possam se estabelecer nas instituições de origem; e o Cientistas do Nosso Estado, que apóia com uma bolsa mensal de R$ 2 mil, para atendimento a despesas básicas, 300 dos mais importantes pesquisadores fluminenses. Formação de recursos humanos na pós-graduação Um componente importante da política estadual de C&T é a concessão de bolsas de várias modalidades visando à manutenção do parque científico fluminense. A figura 4 mostra o conjunto de bolsas hoje concedidas pela Faperj. Por outro lado, cabe destacar a importante participação do CNPq e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), vinculada ao Ministério da Educação, na concessão de milhares de bolsas de pós-graduação e que fazem com que o Estado do Rio ocupe uma posição de destaque na pós-graduação brasileira.

Especial

tecnológico das empresas fluminenses, induzindo-as a se aproximar das instituições de pesquisa com o objetivo de gerar inovações tecnológicas que tragam benefícios para a população e para a economia do estado. Lançado em 2003, em parceria com o Ministério da Ciência e Tecnologia, por meio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), a primeira edição do Rio Inovação beneficiou 20 empresas com R$ 7 milhões. A segunda edição, lançada em setembro deste ano, vai destinar R$ 13 milhões para projetos inovadores. Na segurança, temos feito esforços para o desenvolvimento de um programa de pesquisas voltado para dotar as instituições ligadas à área, sobretudo o Instituto de Criminalística Carlos Éboli e o Instituto Médico-Legal, de moderna infra-estrutura técnico-científica que auxilie a investigação policial e o combate ao crime. Esse programa também visa a incentivar a co-

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Revista de Economia Fluminense

Figura 4


Especial Revista de Economia Fluminense

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Um bom indicador do efeito no Brasil esse percentual é menor desse apoio no que se refere a bol- do que 10%. Na tentativa de mesas, aliado ao apoio aos projetos de lhorar esse cenário no Estado do pesquisa no sistema de C,T&I, é a Rio, o governo decidiu ampliar a oferanálise dos cursos de pós-gradua- ta de vagas no sistema de ensino sução reconhecidos pela Capes. Em perior público, criando o Centro de 1998, o Estado do Rio contava com Educação a Distância do Estado do 183 cursos de pós-graduação, sen- Rio de Janeiro (Cederj). Instalado do cinco avaliados com o mais ele- em 21 pólos, a maioria em municívado conceito da Capes (atualmen- pios do interior do estado, o Conte nota 7). Em 2004, passamos a sórcio Cederj é fruto de uma articucontar com 255 cursos, Figura 5 sendo que 15 deles receberam a nota máxima. Triplicar o número de cursos com conceito 7 da Capes é certamente fruto de um apoio financeiro substancial. Não por acaso esses grupos foram os principais beneficiados com os auxílios da Faperj. O Estado do Rio conta atualmente com 14% de todos os cursos de pós-graduação existentes no país. No entanto, concentra 26% dos cursos considerados como de excelência. A ampliação dos cursos de pós-graduação reflete uma melhoria nas melhores condições lação que permitiu unir todas as unide trabalho existente nas instituições versidades públicas localizadas no Estado do Rio - Uerj, Uenf, UFRJ, científicas. UFRRJ, UniRio e UFF - num proFormação de recursos huma- grama de ampliação da ofertas de nos na graduação vagas no ensino público, sobretudo Os dados mostrados na figura 5 visando à formação de professores deixam claro o que vem sendo feito para o Ensino Médio. Hoje, é recopelo governo no campo da oferta nhecido como o principal programa do ensino superior no Estado do de ensino superior a distância no país Rio. Além dos cursos tradicionais e vem recebendo significativo apoio oferecidos pela Uerj, Faetec e Uni- da governadora Rosinha Garotinho versidade do Norte Fluminense para sua ampliação, com a abertura Darcy Ribeiro (Uenf), contamos de cursos e de pólos, levando o com um pioneiro programa de edu- ensino superior de qualidade e gracação a distância. Nos países desen- tuito ao interior do estado. volvidos, o índice de jovens entre O Cederj oferece seis mil va18 e 24 que freqüentam a universi- gas, em média, por ano, nos cursos dade é superior a 45%, enquanto de graduação em biologia, física,

informática, matemática e pedagogia. A previsão é que em 2006 o Cederj tenha 17 mil alunos de graduação. Visando a ampliar a participação do governo do estado no ensino superior, está sendo criado o Centro Universitário Estadual da Zona Oeste (Uezo). Instalado em Campo Grande, no coração da Zona Oeste do Rio, o novo centro universitário pú-

blico representa o reconhecimento do governo do estado a uma região onde vivem 2,2 milhões de cariocas e onde 70 mil jovens concluem anualmente o Ensino Médio. A eles será dada agora uma chance real de acesso a um ensino superior gratuito e de qualidade. Inicialmente a Uezo vai oferecer, já no começo do próximo ano, sete cursos de nível superior de tecnólogo, em diversas áreas, idealizados para atender à demanda por mão-de-obra qualificada nos pólos industriais que estão se instalando na região. Para promover o conjunto de instituições de ensino superior, o governo do estado vem ampliando o investimento nas instituições de


Vestibular Social Outra iniciativa pioneira do governo do estado é o Pré-Vestibular Social, administrado pelo Cecierj e dirigido aos alunos que concluíram ou estão no 3º ano do Ensino Médio e desejam concorrer ao vestibular, mas que não têm condições de arcar com os custos dos cursos particulares. Aproveitando a estrutura do Cecierj, o estado oferece um curso preparatório gratuito, com critério de acesso baseado no mérito escolar e na condição socioeconômica. Com isso, mais e mais alunos carentes têm tido acesso ao curso preparatório. Em 2003, 4.818 alunos freqüentaram o Pré-Vestibular Social em 18 municípios. Esse número aumentou em 2004, quando foram atendidos 7.218 alunos em 19 municípios. Este ano, o curso foi oferecido em 23 municípios, onde 7.230 alunos se preparam para prestar o vestibular estudando língua portuguesa, matemática, física, química, biologia e geografia, em instalações confortáveis, usando modernos laboratórios e recebendo todo o material didático gratuitamente. Cotas Democratizar o acesso ao ensino superior foi o objetivo do governo do estado ao instituir o sistema de cotas nas universidades públicas estaduais. Pioneiro na adoção dessas políticas afirmativas, o

Educação profissional Uma maneira de se avaliar como um estado tem cuidado do seu futuro é analisar o investimento que vem fazendo no setor da educação profissional. Durante muitos anos, o Estado do Rio manteve um conjunto de cursos técnicos na Secretaria de Educação. Data de 1997 a criação da Faetec, como sucessora da Fundação de Apoio à Educação (Faep). Em dezembro de 1998, esse conjunto educacional contava com 50 mil alunos. Ao assumir a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Informação, em janeiro de 1999, percebi a importância da Faetec e levei ao governador Anthony Garotinho um conjunto de propostas que visavam a ampliar as atividades dessa instituição. O governador apoiou entusiasticamente as ações, que foram implementadas gradualmente, fazendo com que a Faetec tivesse orçamento crescente nos anos seguintes. Atitude semelhante vem tendo a governadora Rosinha Garotinho. Assim, o orçamento da Faetec, que era de R$ 42 milhões em 1999, passou a R$ 56 milhões em 2000, R$ 70 milhões em 2001, R$ 101 milhões em 2002, R$ 185 milhões em 2003 e R$ 207 milhões em 2004. A previsão para 2005 é de R$ 250 milhões. Esse significativo aumento orçamentário, possivelmente o maior ocorrido entre as instituições estaduais, permitiu uma grande ampliação do número de alunos. Hoje a Faetec oferece 200 mil vagas, ocupadas anualmente 400 mil jovens, em uma centena de cursos, estando presente em 31 municípios. Ampliou sua atividade no ensino superior, transformando-se em centro universitário, e conta no momento com sete Institutos Superiores de Educação e quatro Institutos Superiores de Tecnologia, que atendem a 3.600 alunos.

Especial

Estado do Rio atua na defesa do cumprimento de duas leis criadas em 2001 e aperfeiçoadas em 2003, após acolher mudanças sugeridas pela Uerj e Uenf, estudantes e movimentos sociais. Com isso, o governo do estado desenvolve, de forma pioneira no Brasil, uma política pública voltada para superar os efeitos da exclusão social e do acesso restrito à educação superior. Vai além ao destinar recursos para que a Uerj e a Uenf criem mais laboratórios de informática e bibliotecas para reforçar o ensino de graduação e atender os que não têm computador em casa e nem podem comprar livros. Até hoje, 4.868 estudantes ingressaram nas duas universidades do estado pelo sistema de cotas e foram concedidas 2.880 bolsas. Vale destacar, ainda, o Programa de Apoio à Infra-Estrutura Técnico-Científica dos Cursos de Graduação da Uerj e da Uenf, criado com o objetivo de melhorar a capacitação científica e o aproveitamento nas aulas práticas dos alunos das duas universidades e estimular sua iniciação científica. Nosso objetivo, ao criar o programa, é intensificar os investimentos na Uerj e na Uenf, dando condições para que os alunos possam melhorar seu rendimento acadêmico. O programa vai destinar recursos da Faperj para projetos de implantação, melhoria e ampliação de laboratórios de ensino de graduação, de informática e bibliotecas das duas universidades. Os projetos apresentados serão submetidos a uma comissão de pré-seleção para avaliação do mérito e adequação orçamentária. Nessa primeira fase foram destinados aos projetos selecionados R$ 1,5 milhão.

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ensino vinculadas à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação. Em 2004, a Uerj, a Uenf, a Faetec e a Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância (Cecierj) receberam do governo do estado R$ 510 milhões, 38% superior aos R$ 370 milhões investidos em 1998.


Especial

Figura 3

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O estado e a Tecnologia da Informação Para fazer face à era da Tecnologia da Informação e da Comunicação (TIC), o governo do estado transformou o tradicional Centro de Processamento de Dados (Proderj), em Centro de Tecnologia da Informação e Comunicação do Estado do Rio de Janeiro, que recebeu da Faperj R$ 30,4 milhões no biênio 2004-2005, para fortalecer seu componente técnico-científico, visando ao desenvolvimento de vários projetos. Alguns merecem destaque especial. Primeiro, o Infovia-RJ, projeto que está implementando uma nova infra-estrutura de rede de alta velocidade distribuída por todo o estado, usando tecnologias como wireless (redes sem fio), MPLS (Multiprotocol Label Switching) e Gigabit Ethernet, que provê capacidade de banda de até 1 Gigabit por segundo (Gbps). O projeto tam-

bém prevê a implantação de tecnologia DWDM (Dense Wave Division Multiplexing), que permitirá o tráfego de dados, voz e vídeo em até 40 Gbps. A Rede Governo, que interliga os órgãos governamentais, será integrada à Rede Rio, rede acadêmica que conecta as universidades e centros de pesquisa, através de uma conexão segura e de alto desempenho. Com a oferta de Internet de banda larga, o Infovia.RJ alcançará os 92 municípios do estado, com elevado impacto em programas de educação a distância e telemedicina, entre outros. Toda essa tecnologia possibilita ao estado irradiar o conhecimento tecnológico e promover a chamada inclusão digital, disseminando a informática e a Internet, sobretudo para os segmentos menos favorecidos da população fluminense. Em 2004, 23 centros de Internet Comunitária foram inaugurados, sendo 15 na Região Metropolitana e Baixada

Fluminense e oito no interior. O uso intensivo da Tecnologia da Informação e da Comunicação permitiu ao estado implementar o Governo Eletrônico, que leva informações e serviços ao cidadão, atuando como elemento de transparência, desburocratização e economia de tempo. A análise dessas informações mostra um significativo crescimento das atividades de ciência, tecnologia e inovação no estado, ficando claro que, simultaneamente a um amplo programa social, voltado para atender emergencialmente a população menos favorecida, o Governo do Estado do Rio de Janeiro vem investindo na consolidação de importante pólo científico e tecnológico, assegurando, assim, uma posição de destaque no desenvolvimento nacional. Wanderley de Souza - Secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação do Rio de Janeiro


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Secretaria de Ação Social promove o Baile da Terceira Idade no dia do aposentado, no Scala Rio.

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Foto Marcelo Horn

Envelhecimento ativo Por Marco Antonio Lucidi

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ados de pesquisa feita pela Organização das Nações Unidas (ONU) dão conta de que até o fim do século passado a expectativa de vida da população aumentou em pelo menos 20 anos. Esse aumento da longevidade, que pode ser considerado uma das grandes conquistas do século 20, aliado à queda da natalidade, vem resultando num forte processo de envelhecimento da população mundial, principalmente nos países mais desenvolvidos.


Gov. Rosinha recebe no Palácio Laranjeiras, grupo de 45 idosos do Retiro dos Artistas e da Vila dos Idosos do Conjunto Habitacional Nova Sepetiba para Reabertura à visitação pública. Foto de JM Soares

Prof. Marco Antonio Lucidi Secretário de Estado de Trabalho e Renda

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Gerontologia Ocupacional No Estado do Rio de Janeiro, onde está concentrada a segunda população de idosos do país (as estatísticas já apontam mais de 1,5 milhão de pessoas acima de 60 anos), criamos pioneiramente, em 2003, o programa Gerontologia Ocupacional, com ações de capacitação profissional, intermediação de mão-de-obra e palestras voltadas para a reinserção dessa população no mercado de trabalho. Inicialmente, seguindo orientação da governadora Rosinha Garotinho de olhar com atenção especial o público da terceira idade, o programa contemplaria pessoas acima de 50 anos. No entanto, ao analisar a fundo as estatísticas na época, logo vimos a necessidade de reduzir a faixa etária mínima e contemplar pessoas com mais de 40 anos, que também estavam sendo atingidas em cheio pela mazela do desemprego. De dois anos para cá, os números da empregabilidade nessa faixa etária (40 a 49 anos) até que melhoraram. Basta consultar os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que, de maio de 2002 a maio de 2003, apontavam um saldo negativo (admissões menos de-

missões) de seis mil postos de trabalho. Já de janeiro a julho deste ano, a situação mudou, com um saldo positivo de quatro mil postos de trabalho para essa faixa etária. O mesmo não podemos dizer da faixa entre 50 e 64 anos, que, naquele período, registrava, pelo Caged, uma perda de 13 mil postos de trabalho anuais e, atualmente, de janeiro a julho de 2005, continua apresentando saldo negativo de 6,5 mil postos de trabalho. Entretanto, boas notícias: desde a criação do programa Gerontologia Ocupacional, de outubro de 2003 até julho de 2005 já conseguimos atender 14.370 pessoas com mais de 40 anos, sendo que mais da metade (7.206) conseguiu ser recolocada no mercado formal de trabalho. A título de comparação e análise da eficácia dos serviços, antes da criação do programa o sistema público de emprego do Estado do Rio de Janeiro (Sine-RJ) recolocava em média três mil pessoas/ano nessa faixa etária no mercado de trabalho e, já no primeiro ano de trabalho, conseguimos atingir a marca de quatro mil recolocações, ou seja, um aumento de 30% na produtividade. Além disso, por meio de palestras com temas que vão desde a preparação para uma entrevista de emprego, passando pelo marketing pessoal, até os direitos dos idosos, já foram orientadas mais de 2,5 mil pessoas. Dentro do programa, também já promovemos cursos de qualificação profissional em diversas áreas, totalizando a certificação de 4.816 trabalhadores de meia e terceira idades até o momento. Iniciativas como essas deveriam ser reproduzidas em nível nacional, pois só oferecendo cada vez mais oportunidades de emprego e geração de renda poderemos garantir um futuro digno com tranqüilidade financeira e qualidade de vida para os nossos idosos.

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voltadas para a elevação da escolaridade e a qualificação profissional, que potencializem as oportunidades de geração de emprego e renda. Assim, os milhões de brasileiros poderão desfrutar de um mínimo de dignidade no fim da vida, ao lado da família.

Opinião

No Brasil, apesar de ainda existirem poucos estudos e pesquisas sobre o assunto, já se sabe que o processo de envelhecimento da população é irreversível. Enquanto a população com menos de 20 anos cresceu 12% de 1980 a 1999, a população idosa cresceu 70% nesse mesmo período, passando de 7,2 milhões de idosos para 12,6 milhões, ou seja, um acréscimo de 5,4 milhões. Diante desse crescimento vertiginoso, é fundamental repensar o que será da população idosa em relação ao mundo do trabalho daqui em diante? Esta é uma pergunta que preocupa os adultos de hoje, que logo estarão na faixa dos 50 anos com expectativa de vida de pelo menos mais 30. Sabemos que, para se ter qualidade de vida, em qualquer faixa etária, é preciso contar com uma renda familiar capaz de suprir as necessidades básicas, como saúde, educação, alimentação e lazer. Isso não ocorre com a maior parte dos idosos deste país, que acabam penando em filas intermináveis de atendimento público, seja na rede de saúde ou da previdência, e recebem um salário mínimo insuficiente para alimentação e medicamentos, quanto mais para o lazer. Outro grave problema é a falta de escolaridade e/ou qualificação profissional dessa população, um dos maiores entraves para se conseguir trabalho e gerar renda. Mudar esse quadro, a meu ver, só com políticas públicas instrumentalizadas,


Cuidado: o o BRASIL BRASIL Cuidado: está envelhecendo envelhecendo !! está Espaçoaberto aberto Espaço

Por Arlindo Lopes Corrêa

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25o. Congresso Internacional sobre a População, realizado na França, em julho de 2005, tocou o alarme: a principal causa de preocupação acerca do futuro demográfico mundial é o envelhecimento das populações dos países em desenvolvimento – como o Brasil – previsto para as próximas décadas. Em 2040, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), 21% da população mundial terão 60 e mais anos – hoje são apenas 10% nessa faixa etária. Segundo os dois mil especialistas reunidos em Tours, o envelhecimento global “será uma das mudanças mais importantes do século 21”, pois afetará os sistemas de aposentadoria, a estrutura da força de trabalho, a estabilidade familiar e o exercício do poder e ocorrerá em todos os quadrantes, mas será mais rápido nas nações em desenvolvimento. Os países do Sul, menos ricos, vão ser mais afetados e não estão se preparando adequadamente. Reflexo assustador, em nosso país, no campo médico, foi mostrado em reportagem no número 1.920 da revista “Veja”, de 31 de agosto de 2005, com o sugestivo título de “Perigo no hospital”, com os resultados de pesquisa feita pela Universidade de São Paulo sobre o tratamento de idosos nos hospitais da rede pública do ABC. Constatou-se que 67% dos internados receberam medicação imprópria para idosos; 62% tiveram reações adversas aos medicamentos; 21% foram mantidos no hospital ou voltaram a ser internados devido aos efeitos colaterais; 3% morreram por causa da medicação errada. No Brasil, há realmente muitos motivos de inquietação com nosso futuro demográfico. Ao contrário do ocorrido na Europa, em que o envelhecimento ocorreu gradativamente, ao longo de 50 anos, o pro-

cesso no Brasil será rápido, dramático mesmo, intensificando-se principalmente nos próximos 20 anos. É patente, também, que não dispomos de condições mínimas necessárias, em vários setores, para arcar com as novas responsabilidades inerentes ao aumento do tamanho e do peso proporcional da população idosa prevista. O sistema público de saúde está sobrecarregado. Os déficits da previdência são vultosos e a informalidade crescente ameaça sua arrecadação. Há poucos cientistas, profissionais e técnicos trabalhando nas áreas de atendimento às demandas decorrentes do envelhecimento populacional. Resta-nos, porém, a possibilidade de imediatamente tomar as medidas cabíveis para enfrentar esse novo desafio. Há um enorme esforço a realizar (a) no tocante às reformas estruturais indispensáveis; (b) na construção das instituições para sustentálas; (c) na formação dos recursos humanos para atender a população idosa; (d) na realização de estudos, pesquisas e o correspondente desenvolvimento tecnológico de processos e produtos de interesse para o atendimento a esse grupo etário, dentro das peculiaridades brasileiras. Recurso do qual se deveria lançar mão seria a realização de intercâmbio intenso com países que envelheceram há mais tempo e que têm muito a nos transmitir, permitindo-nos queimar etapas e economizar preciosos recursos financeiros e humanos. Adotando o conceito europeu do “envelhecimento ativo” devemos começar por encarar o trabalho dos idosos como algo desejável, praticando desde agora as alterações que se impõem para torná-los parte do esforço nacional em favor do desenvolvimento. Com o aumento da vida média e as conquistas médicas, o retardamento da

aposentadoria é inevitável. E seria muito aconselhável fazê-lo por meio de uma transição ainda no emprego para essa condição de aposentado - uma contribuição excelente para preparar a continuidade da participação dos idosos na construção da sociedade brasileira. Pois este é o ponto de maior importância: mesmo depois de aposentado pela legislação em vigor, o idoso pode contribuir com sua experiência, de várias formas, no desenvolvimento de sua comunidade, município, estado e país. Como voluntário, semivoluntário ou mesmo profissionalmente, o idoso, desde que disponha das condições requeridas, poderá continuar a exercer uma ocupação útil. Talvez, apenas, com algumas adaptações funcionais. O trabalho no próprio lar, jornadas em dias alternados, meio expediente ou férias mais prolongadas podem ser caminhos interessantes. Normalmente, embora isso não seja ressaltado, já há um efetivo engajamento dos idosos em tarefas simples, mas de grande utilidade social, econômica e cultural. Como cuidadores de crianças, de doentes ou de outros idosos ou ainda ajudando filhos e netos em empreendimentos familiares, os idosos já prestam serviços meritórios. Mas seria preciso que o próprio poder público lhes pedisse mais, incentivando-os a visitar e auxiliar em asilos e orfanatos; a fazer palestras nas escolas sobre o passado do bairro ou do município; a ensinar certas habilidades artesanais que os mais antigos ainda dominam e que estão desaparecendo; a fazer a transmissão de conhecimentos em perigo de desaparecimento (receitas de ervas e plantas medicinais; receitas culinárias; lendas e mitos populares etc).


P Perfil erfil da da população população idosa idosa no no Brasil Brasil

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põe a página do Census Este trabalho teve Bureau/US na Internet, a como objetivo traçar um saber: Profile of Older perfil da população idoAmericans - 1997. sa no Brasil por intermédio de dimensões conA População Idosa sideradas importantes Segundo projeção a para descrever a situapartir dos dados do Cenção demográfica e so Demográfico de 1980, socioeconômica desse a população idosa, comgrupo. Foram construíposta por pessoas de 60 dos indicadores sobre as anos ou mais, alcança seguintes dimensões: 12.674 milhões em 1999 e demográfica (sexo, idarepresenta 7,7% da pode, cor, situação conjupulação brasileira, assim gal e região de residêndistribuída pelos seguincia); saúde (morbidade tes grupos de idade: e acesso aos serviços de Em 1999, existiam saúde); trabalho; renda Por Tereza Cristina Nascimento Araujo* 6,9 milhões de mulheres e pobreza; educação; paridosas e 5,7 milhões de e Maria Isabel Coelho Alves** ticipação social; e relahomens idosos, ou uma ções de convivência. Os indicadores foram (Programa para Preparação e Come- razão de sexo de 120 mulheres para cada construídos a partir de fontes de informa- moração do Ano Internacional do Ido- 100 homens. A razão de sexo aumenta com ção produzidas pelo IBGE, tais como a so - Nações Unidas, 1999) a idade, variando de 118 para o grupo de Cada vez mais o tema do envelhecimento 65-69 até 141 no grupo de 80 anos ou mais. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, de 1995 a 1997, a Pesquisa sobre vem sendo abordado, tanto nos países desenDesde 1940, a percentagem de brasiPadrões de Vida, de 1996/97 e a Pesquisa volvidos quanto nos países do terceiro mun- leiros com 60 anos ou mais quase duplicou do. No Brasil, o envelhecimento da popula- (4,1% em 1940 para 7,7% em 1999), e o Mensal de Emprego, de 1996. ção é um fenômeno relativamente recente e número aumentou 24 vezes (de 528,1 mil Palavras-Chave: análise os estudos sobre o tema não são numerosos. para 12,7 milhões). demográfica, análise socioe- Entretanto, os poucos estudos brasileiros têm Em 1999, as mulheres que alcançavam a conômica, idoso, envelheci- apontado, de forma recorrente, que o proces- idade de 60 anos ou mais tinham uma expecmento da população, indica- so de envelhecimento da população brasileira tativa média de mais 19,3 anos de vida. Os é considerado irreversível – diante do com- homens idosos contavam com um adicional dores biodemográficos. portamento da fecundidade e da mortalidade de vida menor, em torno de 16,8 anos. registrado nas últimas décadas e do esperado Introdução Até o fim deste século, a expectativa de para as próximas – e enfatizado a impor- Distribuição Geográfica Em 1997, 75% das pessoas com 60 anos vida da população terá aumentado em 20 tância dos estudos sobre a população idosa. O objetivo principal deste trabalho é apre- ou mais viviam em oito estados. São Paulo anos. A longevidade é uma das grandes conquistas do século 20 e, com a queda da nata- sentar um perfil dos idosos no Brasil a partir tinha mais de três milhões, Rio de Janeiro e lidade, vem ocasionando um drástico enve- de indicadores construídos com as informa- Minas Gerais tinham 1,5 milhão cada um e lhecimento da população mundial. O enve- ções de fontes produzidas pelo IBGE. Selecio- Rio Grande do Sul e Bahia tinham, cada lhecimento das populações começou em épo- naram-se dados existentes publicados, to- um, um milhão de idosos. As pessoas idosas representavam mais cas diferentes, em países diferentes e vem mando-se como referência algumas dimenevoluindo em proporções variáveis. Geral- sões consideradas importantes para caracte- de 10% da população total em dois estados mente, entretanto, no curso de algumas ge- rizar as condições de vida dos idosos brasi- (Figura 9): Rio de Janeiro (11,2%) e Paraíba rações, a proporção de idosos, com 60 anos ou leiros. Para a seleção dessas dimensões, usou- (10,6%). mais, está aumentando de 1 em 14 para 1 em 4. se como referência básica um texto que com- Fonte: Estimativas e Projeções Depis/IBGE

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Resumo


Estado do Rio de Janeiro

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Aeroporto Internacional Tom Jobim Fotos JM Soares

Rio: negócios decolam a partir do aeroporto indústria Por Eduardo Duprat F. de Mello

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m novo conceito de espaço aeroportuário Tudo indica que fará parte do passado a noção dos aeroportos internacionais como locais destinados, essencialmente, ao embarque e desembarque de passageiros dispostos, quando muito, a saborear um café ou comprar alguma pequena lembrança de última hora. Rio: negócios decolam a partir do aeroporto indústria

Um novo conceito de espaço aeroportuário Tudo indica que fará parte do passado a noção dos aeroportos internacionais como locais destinados, essencialmente, ao embarque e desembarque de passageiros dispostos a, quando muito, saborear um café ou comprar alguma pequena lembrança de última hora.


na base de impostos, o aumento do fluxo de visitantes à região, o estímulo à construção civil e o desenvolvimento do comércio e dos serviços locais, além da incorporação conceitos e processos tecnológicos.

O Galeão possui um dos terminais de cargas mais modernos do país, sendo o quarto em arrecadação. De janeiro a junho de 2005, o volume de cargas importadas alcançou 11,8 mil toneladas, representando um crescimento de 5,79 % em relação ao mesmo período do ano anterior. Aerotrópole nas redondezas do Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão). Para tanto, diversas questões precisam ser analisadas e solucionadas: acessibilidade, intermodalidade, segurança e articulação institucional, dentre outras. Isso requer amplo planejamento urbano e estratégico. Contudo, uma realidade que já acena com perspectivas de ótimos negócios é o aeroporto-indústria no Galeão. O projeto aeroporto-indústria, hoje totalmente regulamentado, foi concebi-

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do entre 2000 e 2001 pela Infraero, juntamente com a Receita Federal, a Câmara de Comércio e Exterior (CAMEX) e o Ministério do Desenvolvimento, da Indústria e do Comércio Exterior, a partir da experiência americana de uso por grandes empresas de bases desativadas nos aeroportos . O objetivo imediato é a redução de custos com armazenagem, transporte, impostos e segurança, mas, em caráter mais amplo, funcionam como verdadeiros instrumentos de desenvolvimento regional. O projeto visou, de início, a instalação de aeroportos-indústria nos aeroportos internacionais do Galeão e Tancredo Neves (MG), em São José dos Campos, em São Paulo, e de Petrolina (Pernambuco). O Rio de Janeiro tende a ser o grande beneficiado, de vez que o projeto representa, desde logo, a revitalização de um aeroporto que já gerou cerca de 15 mil empregos na década de 70 e foi perdendo importância ao longo dos anos, principalmente para os aeroportos localizados em Vitória e São Paulo. O Galeão chegou a receber mais de 8,5 milhões de passageiros/ano, em 1990, quantidade essa que caiu para apenas 5,2 milhões em 2004. Porém, uma primeira medida na reversão desse panorama foi a retomada dos vôos domésticos de longa distância, que vinham sendo operados no aeroporto Santos Dumont. Por outro lado, o Galeão tem um

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Galeão, aeroporto-indústria Ainda é cedo para se determinar se ou quando será possível viabilizar uma

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A exemplo dos projetos já implantados ou em fase de planejamento nos aeroportos de Paris (França), HongKong, Seul (Coréia), Texas, Ontário e Michigan (EUA) e Campinas (Brasil), cresce no mundo de negócios o conceito das “Aerotrópoles”. O termo foi criado por John Kasarda, diretor do Kenan Institute of Private Enterprise, Universidade da Carolina do Norte, para caracterizar novos centros residenciais e comerciais que irradiados a partir dos terminais aeroportuários. Configuram espaços urbanos aptos a abrigar escritórios, comércio varejista, restaurantes, hotéis, centros de convenções, espaços culturais e até parques de entretenimento. O aeroporto transforma-se, assim, no distrito central dos negócios (Central Business District), fornecendo emprego e clientes e a ambientação para o entretenimento e para os contatos empresariais. Kasarda compara a função prevista para os aeroportos no século 21 à que tiveram as estradas no século 20, as ferrovias no século 19 e os portos marítimos no século 18, sendo que a agilidade e a acessibilidade representam, mais do que nunca, poderosos diferencias logísticos. As empresas dependem cada vez mais do transporte aéreo para mover rapidamente pessoas e bens numa economia globalizada. Os aeroportos constituem escritórios provisórios para milhares de viajantes a cada dia e locais de trabalho permanentes para outros tantos. Chicago O’Hare, por exemplo, emprega mais de 50 mil pessoas, suficientes para povoar uma cidade de pequeno porte, enquanto empresários do mundo inteiro transitam pelos centros de conferência nas cercanias do aeroporto. Os benefícios previstos para a comunidade com o desenvolvimento de uma Aerotrópole incluem a presença internacional dos negócios, o aumento


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dos terminais de cargas mais modernos do país, sendo o quarto em arrecadação. De janeiro a junho de 2005, o volume de cargas importadas alcançou 11,8 mil toneladas, representando um crescimento de 5,79 % em relação ao mesmo período do ano anterior. A expectativa de crescimento para 2005, em relação a 2004, é de 12 %. O fato de já abrigar as empresas VARIG Engenharia e Manutenção e GE Celma credencia o Galeão como futuro aeroporto-indústria. A Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) prepara licitação para selecionar empresas interessadas em se instalar na área, que abrange um total de aproximadamente 55 mil m 2 . Numa segunda fase, o terreno será dobrado, para abrigar mais empreendimentos. As empresas selecionadas terão isenção de imposto de importação na compra de itens que agreguem valor às suas próprias exportações. A experiência trouxe bons resultados nos Estados Unidos, na Europa e na Ásia. Em Los Angeles, o distrito industrial anexo ao aeroporto responde por cerca de 400 mil empregos, diretos e indiretos. Em torno do DallasFort Worth International, instalaram-se duas mil empresas. O Aeroporto de Schiphol, na Holanda, movimenta o equivalente a 1,9 % do PIB do país. Nesse sentido, a instituição do Regime Aduaneiro Especial de Entreposto Industrial Aeronáutico sob Controle Informatizado do Estado (Recof Aeronáutico

– RJ) e a decisão do governo estadual de isentar do pagamento de ICMS as empresas de manutenção aeronáutica podem ser consideradas essenciais para a consolidação do projeto no Galeão. A ação de fomento do governo do estado se dará, também, por intermédio dos seguintes programas de incentivo financeiro no âmbito do Fundo de Desenvolvimento Econômico e Social (FUNDES), operado pela Companhia de Desenvolvimento Industrial do Estado do Rio de Janeiro (Codin): eças – para quaisquer inRioPeças RioP vestimentos no setor aeronáutico RioInvest – para investimentos com impacto estruturante sobre a economia do Estado. Embora a isenção tributária se aplique no momento apenas para o setor de manutenção aeronáutica, a idéia é que possa ser estendida a outros segmentos com maior viabilidade de operar no aeroporto-indústria, como jóias e gemas, química fina, componentes eletrônicos e equipamentos de telecomunicações. As ações entre os órgãos diretamente envolvidos, entre eles o Governo do Estado do Rio de Janeiro, a Prefeitura Municipal, a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN), o Centro Industrial do Rio de Janeiro (CIRJ) e a Infraero, estão sendo agilizadas para se definirem os detalhes do projeto e a melhor relação por setores e áreas de instalação. A legislação vigente não permite a instalação das indústrias de fumo e de armas e munição e a implantação de atividades que comprometam o meio ambiente ou prejudiquem a segurança das operações aeroportuárias. De qualquer forma, o elevado custo das áreas sugere que, a priori, indústrias e serviços de alto valor agregado serão os principais ocupantes desses espaços. (*) Eduardo Duprat F. Mello é Superintendente de Planejamento e Gestão da Secretaria de Estado de Planejamento e Coordenação Institucional


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O Pólo Gás-Químico consolida novos empregos

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Por Franklin Campos

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Pólo Gás-Químico da Baixada Fluminense, inaugurado em junho, já está rendendo frutos. Em 12 de setembro, a governadora Rosinha Garotinho anunciou a instalação no Estado de 15 empresas de transformação de plástico, atraídas pelo pólo. Com investimento de R$ 130 milhões, os empreendimentos vão gerar 1.830 empregos diretos e 5.500 indiretos, a maioria em Guapimirim, onde ficarão oito empresas. As ou tras serão instaladas em Duque de Caxias, sede do pólo (três), Sapucaia, na Região Centro-Sul (duas), São João de Meriti, também na Baixada Fluminense, e Bom Jardim, na Região Serrana.

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O Pólo Gás-Químico consolida novos empregos

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De acordo com a Petrobras, o Estado do Rio vai receber investimentos de R$ 20,7 bilhões (US$ 9 bilhões). O projeto, que terá a parceria de empresas privadas, vai garantir um crescimento econômico nunca registrado na história do estado, conforme avaliação da Petrobras e do governo fluminense. As obras, que deverão ser iniciadas em 2007, com previsão de término entre 2010 e 2011, vão gerar 75 mil empregos diretos e indiretos. Quando o pólo estiver em operação, a estimativa é que sejam criados 15 mil empregos diretos e 30 mil indiretos. Os investimentos, segundo o diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, equivalem à construção de três refinarias do porte da Reduc ou a sete ou oito projetos de grande magnitude. O pólo será o quinto no país, mas o primeiro a usar como matéria-prima básica o óleo pesado produzido em Campos. O projeto de construção da refinaria está sendo detalhado por técnicos da Petrobras. A unidade, que receberá investimentos de US$ 3 bilhões (R$ 6,9 bilhões), resultado de uma parceria com o grupo Ultra e o BNDESPar, será responsável pela produção de matéria-prima para as indústrias petroquímicas (chamadas indústrias de segunda geração), como eteno e propeno, a partir de uma tecnologia inédita desenvolvida pelo Cenpes (Centro de Pesquisa da Petrobras). A construção das unidades petroquímicas, que produzirão os insumos para as indústrias de plásticos (como polipropileno, polietileno e estireno), será paralela à da refinaria. Serão aplicados nessas unidades US$ 3 bilhões. A expectativa é que o pólo atraia um grande número de indústrias de plástico e já são fortes candidatas a Unipar, a Suzano e a DowQuímica. Franklin Campos é jornalista

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sinaram em agosto protocolo de intenções para a implantação do Anel Rodoviário do Complexo Industrial de Campos Elíseos. A rodovia servirá como opção para o escoamento ágil e seguro da produção do pólo e das empresas, assim como da Reduc (Refinaria Duque de Caxias), da Petrobras. Também em agosto, o governo do estado criou o Programa de Incentivos para Ampliação do Pólo Gás-Químico, para viabilizar os investimentos e ampliar a capacidade de produção do pólo, passando de 515 mil toneladas anuais de polietileno para 700 mil. Com o objetivo de preparar mãode-obra qualificada para o pólo, o governo criou a Universidade Estadual da Zona Oeste (Uezo), que funcionará em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio. A universidade, administrada pela Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec), da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação, vai oferecer inicialmente 560 vagas em sete cursos: Tecnologia de Produção em Siderurgia; Polímeros; Gestão de Construção Naval e Offshore; Sistemas da Informação; Produção de Fármacos; Biotecnologia; e Normal Superior. Os cursos foram selecionados de acordo com as oportunidades de emprego vinculadas não só ao pólo gás-químico, mas também ao incremento das atividades do Porto de Sepetiba e ao pólo siderúrgico de Itaguaí - em franca expansão, com a ampliação da Cosigua, a construção de outra usina do grupo Gerdau e a instalação da Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA). Itaguaí também pode se transformar num pólo petroquímico, com a construção, anunciada pela Petrobras, da refinaria para processar 150 mil barris diários de petróleo pesado da Bacia de Campos. O local ainda está sendo escolhido em conjunto pela estatal e por técnicos do governo do estado.

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Revista de Economia Fluminense

Incluídas no Programa de Incentivos Fiscais para o Setor de Transformação de Plástico do governo do estado, as indústrias vão usar o polietileno (matéria-prima produzida no pólo) e o polipropileno (produzido pela Polibrasil, empresa-mãe do pólo) para a produção de sacolas, luvas descartáveis, garrafas PET e outras embalagens flexíveis.Guapimirim passará a ser o principal pólo de transformação de plástico do estado, com investimentos de R$ 68 milhões e a abertura de 1.100 postos de trabalho diretos e 3.300 indiretos. Lá ficarão Ecoplast, Lorenpet, Valfilm, Tecno Bag, Valplast, Tecnoval, Rioplastic e Cosplastic. Outras indústrias já estão se instalando na Baixada Fluminense ou ampliando sua produção por causa dos incentivos fiscais concedidos pelo governo do estado. Com investimentos de mais de R$ 42 milhões, estão gerando quatro mil empregos diretos e indiretos. Entre elas estão a Poly, em Japeri; a Recycling e a Finoplastic, em Paracambi; a Raízes e a Vibraço, em Duque de Caxias; e a Hermatek, em Belford Roxo. Os projetos de mais 20 empresas estão sendo analisados para inscrição no programa de incentivos. O pólo é resultado de uma luta que começou na administração Anthony Garotinho e foi viabilizado pelos incentivos fiscais concedidos pelo governo do estado. O consórcio que deu origem à empresa Rio Polímeros investiu US$ 1,08 bilhão. O pólo é considerado inovador no Brasil por usar etano e propano, provenientes do gás natural da Bacia de Campos, como matéria-prima. Os da Bahia, do Rio Grande do Sul e de São Paulo usam a nafta, um produto importado, derivado do petróleo. Para garantir a infra-estrutura nas redondezas do pólo, a governadora, o prefeito de Caxias, Washington Reis, e representantes da iniciativa privada as-


SETRAB

SEBRAE 38

O microcrédito e o empreendedorismo Por Marco Antonio Lucidi e Alberto Brunner

S

Revista de Economia Fluminense

egundo dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o número de empresas formais em atividade no Brasil, em 2001, alcançava 4,63 milhões de unidades nos setores de indústria, comércio e serviços, sendo que as microempresas representavam 93,9% desse universo. O conjunto das micro e pequenas empresas chegava a 99,2%. No entanto, este não é o segmento que busca crédito nos programas governamentais de microcrédito. A verdade é que microempreendedores e microempresários são públicos distintos.


tribuídos por 78 bairros do Rio, o que demonstra a grande capilaridade da iniciativa, encontrando-se em fase de negociação a expansão para outros municípios do estado. Diante dessas informações, confirma-se o entendimento de que o microcrédito é uma excelente ferramenta para auxiliar na melhoria dos níveis de ocupação e renda da população menos assistida, exibindo uma relação muito boa entre investimento e benefício. Para melhor acompanhar os números sobre o Banco Social, segue, abaixo, parte do resultado das pesquisas já feitas. Os números do Banco Social O Banco Social do Estado do Rio de Janeiro emprestou, até junho de 2005, R$ 466.802,81, em 596 operações de crédito. Em relação aos negócios, a pesquisa revela que 75% não mantinham qualquer tipo de empregado, sendo o empreendimento tocado apenas pelo tomador; 20,13% mantinham um

empregado; 2,85%, dois empregados; 1,17%, três empregados; 0,17%, quatro empregados; 0,34%, cinco empregados; 0,17%, oito empregados; e 0,17%, nove empregados. O somatório total de empregados em todos os estabelecimento é de 206.

SEBRAE

da diferença, que é o bônus, para ser aplicado no próprio negócio. Sobre os microempreendedores atendidos até junho de 2005 nas agências do Banco Social (596 operações de crédito no valor total de R$ 466.802,81), já sabemos que em sua maioria (51%) atuam no setor do comércio e que a faixa de valores com maior número de empréstimos (72,51%) é de R$ 751 até R$ 1.000. Predomina, entre os tomadores, o sexo feminino (57,55%) e a faixa etária com maior concentração (28,36%) situa-se entre 40 e 49 anos. O destino do crédito é, principalmente, para capital de giro (88,62%) e o tempo de vida dos empreendimentos muito variado, mas os negócios com seis anos de vida são predominantes (28,36%). Também já se sabe que 24% dos microempreendimentos, além do próprio empreendedor, mantêm algum empregado (destes, 20,13% com um só empregado). Deve-se, ainda, ressaltar que as duas agências que mais fizeram operações de empréstimos são as da Rocinha e da Maré. As pesquisas ainda estão em andamento e novas informações serão agregadas aos dados já existentes. Contudo, pode-se notar claramente que os benefícios do programa são enormes. Verificouse, nos empreendimentos atendidos, a existência de 206* empregados, que, quando somados ao total de 596 empreendedores, chegam a mais de 800 beneficiados diretos. Além disso, a taxa de inadimplência é de apenas 2%, o que traz uma enorme segurança para quem opera os créditos. Deve-se destacar, também, que os empreendimentos estão dis-

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Revista de Economia Fluminense

Entretanto, se desejarmos retratar o universo dos microempreendedores, que buscam crédito em programas governamentais ou no mercado bancário, esbarramos na insuficiência de informações. Buscando aumentar o conhecimento sobre esse segmento, parecenos que as análises deveriam ser feitas a partir dos empréstimos efetuados, verificando-se cada negócio financiado. A partir daí, teríamos a atividade desenvolvida e a razão da procura por pequenos empréstimos. Esse é o enfoque adotado na elaboração das pesquisas feitas sobre o Banco Social – Programa de Microcrédito do Estado do Rio de Janeiro – gerido pela Secretaria de Trabalho e Renda. Por meio do banco de dados de que dispõe, a secretaria tem consolidado alguns elementos que revelam tanto o perfil do negócio quanto o perfil do tomador do microcrédito. O Banco Social foi criado pelo Decreto 33.576, de 16 de julho de 2003, no âmbito do Programa de Microcrédito do Estado do Rio de Janeiro. Seu objetivo maior é promover a inclusão social e a geração de ocupação e renda por intermédio da concessão de financiamentos a micro e pequenos empreendedores, formais ou informais, em áreas de baixa renda e baixo índice de desenvolvimento humano. Os financiamentos são de até R$ 1.000, para pagamento em até 12 parcelas mensais, à taxa de 3,9% ao mês. Como inovação, o Banco Social traz a concessão de um bônus aos que pagarem com pontualidade as parcelas do empréstimo obtido. O mecanismo do bônus permite reduzir a taxa de juros mensais cobrada para 0,33% ao mês. Se todas as parcelas forem pagas em dia, no fim do contrato o cálculo é refeito com o índice de 0,33% ao mês, restituindo-se o valor


SEBRAE Revista de Economia Fluminense

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Já estão em funcionamento seis agências do Banco Social, nos bairros Rocinha, Glória, Maré, Rio das Pedras, Santa Cruz e Campo Grande. A agência da Rocinha acumulou o maior número de créditos concedidos (205), respondendo por 34,40% do total, seguida por Maré, 23,15% (138 empréstimos), Glória, 17,45% (104), Rio das Pedras, 11,07% (66) e Santa Cruz, 13,93% (83). Em valores financiados, e não o número absoluto de créditos, a participação da Rocinha cai para 33,64% (R$ 157.023,35), Maré fica com 23,37% (R$ 109.105,43), Glória com 18,25% (R$ 85.200,10), Rio das Pedras com 11,90% (R$ 55.526,41) e Santa Cruz com 12,84% (R$ 59.947,52). Os dados de Campo Grande são recentes e foram computados com os de Santa Cruz. Dos valores concedidos (R$ 466.802,81), 88,62% foram usados para capital de giro. Para capital fixo foram 8,18%, para reforma, 2,15%, para capital fixo/giro, 0,29%, para capital fixo/reforma, 0,64% e para capital giro/reforma, 0,11%. Em números absolutos, verifica-se que, dos 596 créditos concedidos, 88,59% foram usados para capital de giro, 8,39% para capital fixo, 2,01% para reformas, 0,34% para capital fixo/giro, 0,50% para capital fixo/reforma e 0,17% para capital giro/reforma. Em termos setoriais, 51,80% dos R$ 466.802,81 emprestados destinaram-se a atividades do setor de comércio, 44,01% do setor de serviços e 4,18% do setor de indústria. Em números absolutos, os setores ficaram com comércio 50,67%, serviço 45,13% e indústria 4,19%. Se divididos por faixas de empréstimos (até R$ 500; de R$ 501

até R$ 750; de R$ 751 até R$ 1.000), considerando-se que o valor mínimo de empréstimo é de R$ 300, a faixa que tomou mais recursos foi a de R$ 751 até R$ 1.000, respondendo por 72,51% do total. Em seguida vem a R$ 501 até R$ 750, com 22,65%, e, por último, a faixa de até R$ 500, com 4,83%. Uma pesquisa sobre cadastro do Banco Social revela que, dos 596 tomadores de crédito, 38% são ca-

Fontes: SORC/SETRAB

sados, 6,38% divorciados, 40,44% solteiros, 3,52% viúvos e 9,23% vivem com companheiro (a). Não informaram 2,01%. No tocante ao gênero, o sexo feminino respondeu por 57,55% dos créditos tomados, contra 42,45 % do masculino. A faixa etária que mais recorreu ao Banco Social foi a de 40 a 49 anos, respondendo por 28,36% dos créditos tomados. Empreendedores entre 30 e 39 anos ficaram em


SEBRAE Fonte: SORC/SETRAB

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Fonte: SORC/SETRAB

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23,99%; entre 50 e 64 anos, 21%; de 25 a 29 anos, 10,74%; de 18 a 24 anos; 6,54%; e com 65 anos ou mais, 7,55% (1,18% não pôde ser identificado). Apesar de só existirem, até o momento, seis agências em operação, verifica-se uma enorme capilaridade no alcance do programa, detalhando-se por bairro do negócio as operações de empréstimos. Segundo os dados, negócios em 78 bairros obtiveram recursos do Banco Social. A localidade que concentrou o maior número de negócios foi a Rocinha, com 174 créditos concedidos para R$ 134.121,74 investidos. Em seguida aparece a Maré, com 60 créditos e R$ 45.157,97 investidos. Confira abaixo os bairros onde estão os negócios que receberam os créditos e os recursos emprestados. Os resultados referem-se à soma dos créditos, bem como à de recursos concedidos. Para cada crédito deve-se creditar um empreendedor. O total de créditos é igual à soma do total de créditos para cada localidade.


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SEBRAE


SEBRAE Marco Antonio Lucidi Secretário de Estado de Trabalho e Renda

Alberto Brunner Superintendente de Ocupação, Renda e Crédito

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FECOMERCIO 44

Fotos Fred Abrantes

Perfil Econômico do Consumidor Por

Revista de Economia Fluminense

O

O Instituto Fecomércio-RJ fez uma pesquisa para saber como anda o bolso do consumidor – se fez compras nos últimos meses, se as contas estão em dia, se está economizando e se planeja consumir.


Faturamento do comércio Os comerciantes do Estado do Rio de Janeiro têm motivos de sobra para comemorar. A economia tem dado sinais de otimismo com a expansão do crédito, a queda do desemprego e do dólar, o reajuste do salário mínimo e a desaceleração da inflação. Nos primeiros seis meses deste ano, o faturamento do comércio aumentou 1% em comparação com o mesmo período de 2004, um ano de recuperação da economia. Esse crescimento observado no primeiro semestre é bastante positivo, tendo em vista que é sobre uma base forte. O destaque no semestre ficou por conta dos bens não-duráveis, que faturaram 3,7% a mais do que o mesmo período do ano passado, puxados principalmente pelos supermercados, com variação positiva de 4,4%. Esse setor, por depender mais da renda, foi o que mais cresceu por causa da queda do desemprego e pela entrada em vigor no novo salário mínimo, que subiu mais de 15% em relação ao ano anterior. Com a expansão do crédito, os bens duráveis encerraram os primeiros seis meses estáveis em relação ao mesmo período do ano passado, quando tiveram um desempenho positivo. Vale lembrar que o crédito consignado entrou em vigor em 2003, sendo natural a maior procura por esse tipo de bens nos meses seguintes. Dentro desse

grupo, o segmento de móveis e utilidades domésticas teve um crescimento de 2,3%. O adiamento da chegada do inverno prejudicou o setor de semiduráveis, que registrou uma queda de 0,2% no primeiro semestre do ano. Para a projeção do próximo semestre, os dados acumulados dos dois últimos meses (maio e junho com ajuste sazonal) sinalizam resultados promissores, principalmente a médio prazo. No acumulado do comércio em geral nesses meses, o crescimento do faturamento foi de 7,9%. O setor de bens semiduráveis, estimulado pelas liquidações de inverno antecipadas, fa-

FECOMERCIO

27,85%, contra 17,39% em maio, responderam que pretendem guardar para consumir. Analisando os números do Perfil Econômico do Consumidor Consumidor, fica claro que no segundo semestre o consumo vai se manter de forma sustentada, pois os percentuais de inadimplência são favoráveis. Além disso, esse resultado mostra claramente, com a propensão à poupança, o potencial do consumidor.

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turou 12% mais, contra uma perda de 15% até abril, demonstrando sinais de recuperação desse setor. Já o faturamento dos bens não- duráveis cresceu 6,2% e o de duráveis 5,6%, mostrando que os consumidores estão recorrendo ao financiamento. Com a expressiva desaceleração da inflação e o ganho real no salário, acreditamos que haja espaço para uma queda dos juros, que alavanca nossas boas expectativas para o restante do ano. sdfsdfsdfs- sdfsdfsdf

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O resultado do levantamento foi positivo, com o primeiro semestre de 2005 beneficiado pelo consumo. Resultados como a queda de dois pontos percentuais no desemprego de maio de 2005 em relação ao mesmo mês de 2004, como mostrou o IBGE, e o crescimento acumulado das operações de crédito, que, segundo o Banco Central, avançaram 18,4% nos últimos 12 meses encerrados em maio, deram segurança e recursos para os consumidores irem às compras. Em junho, o percentual das famílias que compraram algum tipo de produto nos últimos seis meses foi 50,05% superior ao observado em maio (48,43%) e bem acima do apurado no mesmo mês de 2004 (38,56%). Mais importante do que saber se há consumo é entender se esse perfil de consumo é sustentado ou não. A pesquisa revela que o consumidor assumiu mais parcelas e pagou em dia. Em junho, 47,89% das famílias estavam pagando algum tipo de financiamento. Esse percentual foi de 44,65%. Em relação a junho de 2004 (32,66%), houve um crescimento acima de 15 pontos percentuais. Mas a parcela de famílias com prestação atrasada diminuiu de 36,30%, em maio, para 31,53%, em junho. No mesmo período do ano passado, 33,96% não estavam honrando os compromissos. A expectativa para o restante do ano também é favorável. O resultado do orçamento familiar mostrou que, depois do pagamento de todas as despesas, sobrou dinheiro. Dos entrevistados, 27,17% afirmaram que houve dinheiro extra no fim do mês, seis pontos percentuais acima do observado em maio (21,13%) e melhor do que o resultado de junho de 2004 (26,71%). O destaque ficou por conta de como essa verba será gasta:


FIRJAN 46

Investimentos no Estado do Rio de Janeiro: perspectivas para o período 2005-2007 Por Marta Franco Lahtermaher e Flávia Costa

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evantamentos feitos pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), por meio da Assessoria de Infra-Estrutura e Novos Investimentos, apontam para uma expectativa de investimentos para o Estado do Rio de Janeiro de R$ 51 bilhões entre 2005 e 2007, que resultarão na criação de 120 mil postos de trabalho, conforme o Quadro 1 ao lado.


FIRJAN

Quadro 1 Valor (R$ Milhões)

%

Transformação

19.776,5

38,95%

52.167

Naval & Offshore

15.133,1

29,81%

9.400

Empregos

Energia

6.793,7

13,38%

7.860

Infra-Estrutura (*)

8.225,6

15,30%

24.920

Construção Civil

844,5

1,66%

23.000

Total

50.773, 4

117.347

(*)Inclui investimentos Privados e Governamentais de transformação, estima-se que a região concentre 72% do total, isto é, R$ 14,3 bilhões, com destaque para o Pólo Gás-Químico, os investimentos da Polibrasil para aumentar a produção de polipropileno, a modernização da Reduc (Refinaria Duque de Caxias), a implantação de indústrias de plástico que estão investindo na região e os investimentos na região de influência do Porto de Sepetiba. Além dos investimentos na Baixada, merece destaque a expectativa de investimentos para Rio: R$ 14,4 bilhões, ou seja, 28,3% do total previsto para o estado. A perspectiva é que os investimentos na indústria de trans-

formação no município, de R$ 2,8 bilhões, se concentrem sobretudo na indústria siderúrgica, que deverá atrair R$ 1,4 bilhão, o que corresponde a 51% das inversões. Outros destaques no município ficarão por conta dos investimentos previstos em infraestrutura (12,7%), na indústria naval & offshore (8,2%) e energia (6,7%). O Rio e a Baixada Fluminense respondem por 74% dos investimentos previstos no estado entre 2005 e 2007, seguido dos investimentos no Sul Fluminense (13,25%), de acordo com o Quadro 2 abaixo. Dado o volume significativo de recursos a serem investidos

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Quadro 2

Sul Serrana Norte Noroeste Metropolitana Leste Centro Norte Baixada Fluminense Total

Valor (R$ Milhões) 6.726,38 216,40 4.035,47 40,00 14.389,63 2.020,00 81,00 23.264,55 50.773,43

% 13,25 0,43 7,95 0,08 28,34 3,98 0,16 45,82 100,00

Estima-se que o Rio de Janeiro possa absorver até 80% das encomendas da Transpetro.

1

Revista de Economia Fluminense

A indústria de transformação lidera os investimentos no estado, respondendo por 69% das intenções registradas e por 52,5% dos empregos gerados, considerando-se os recursos destinados à indústria naval e offshore. Do total a ser investido na indústria de transformação, 84% deverão ser aplicados na indústria siderúrgica e na química e petroquímica. Só nesta última serão gerados 45,7 mil postos de trabalho e a indústria siderúrgica deverá criar 1,1 mil empregos diretos e mais de cinco mil indiretos em toda a cadeia produtiva. As perspectivas para a indústria naval também se mostram bastante favoráveis, uma vez que deverá receber R$ 15 bilhões. Parcela importante desses recursos tem origem não apenas nas encomendas dos armadores, inclusive da Transpetro, mas em investimentos na expansão e modernização das instalações dos estaleiros para atender ao aumento da demanda. 1 Ao analisarmos a distribuição dos investimentos pelas regiões do estado, verificamos que a Baixada Fluminense receberá 46% do total, isto é, R$ 23 bilhões. Das inversões totais na indústria


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na Baixada Fluminense, estimase um forte impacto na economia da região, com a geração de 52 mil postos de trabalho. Apesar dos resultados positivos sobre a geração de emprego e conseqüentemente sobre a renda, merecem atenção especial algumas questões relacionadas diretamente à infra-estrutura básica para que a região venha a se preparar adequadamente para receber o grande volume de investimentos previstos. Habitação, transportes, saneamento e segurança devem ser pensados no sentido de alavancar a infra-estrutura, evitando, assim, um problema comum às regiões metropolitanas do país, ou seja, um crescimento desordenado, sem o devido planejamento. Vale mencionar que até 1950 apenas 36,2% da popula-

ção brasileira encontrava-se nas cidades, passando a concentrar 81,2% da população em 2000, com saldo pouco positivo para o desenvolvimento econômico.

Ao analisarmos a distribuição dos investimentos pelas regiões do Estado, verificamos que a Baixada Fluminense receberá 46% do total, isto é, R$ 23 bilhões. Das inversões totais na indústria de transformação, estima-se que a região concentre 72% do total, isto é R$ 14,3 bilhões, com destaque para o Pólo Gás-Químico. Nossa pesquisa revela ainda algumas transformações importantes no que diz respeito ao perfil dos investimentos no Estado do Rio de Janeiro quando comparada à pesquisa feita para o período 2003-2005. Em primeiro lugar, cabe destacar que a indústria de transformação respondia por apenas 12,4% das inversões, incluindo-se aí os investimentos da indústria da construção naval. O maior peso ficava por conta das obras de infra-estrutura (50%), que englobam tanto recursos privados como governamentais, e da Petrobras, cujos recursos somavam 35% do total. Observa-se que, além de uma maior concentração dos

investimentos na indústria de transformação, esses foram impulsionados principalmente por novos projetos de implantação, que representam 80% do total, enquanto no período anterior esses respondiam por apenas 46%. Outra transformação importante diz respeito à localização industrial. A Baixada Fluminense, responsável por 46% das intenções de investimentos no estado, concentrava menos de 3% no período anterior. A partir de nossos levantamentos, podemos concluir que as perspectivas de investimentos para o estado são bastante favoráveis até 2007. A maior diversificação dos investimentos nos setores da indústria de transformação, com volumes significativos destinados à siderurgia, à química e à petroquímica, aliada ao maior volume de investimentos voltados para projetos de implantação, indica um novo ciclo de investimentos no estado. O volume de recursos alocados na indústria naval e offshore consolida o processo de revitalização do setor, com efeitos importantes sobre a geração de emprego, por se tratar de uma indústria intensiva em trabalho. Além disso, a Baixada Fluminense surge como o novo pólo do estado de atração de investimentos, representando, dessa forma, uma oportunidade concreta de impulsionar os índices de crescimento econômico do estado.

Marta Franco Lahtermaher - Chefe da Assessoria de Infra-Estrutura e Novos Investimentos da Firjan. Flávia Costa - Especialista da Assessoria de Infra-Estrutura e Novos Investimentos da Firjan.


Pólo Gás-Químico Rio de Janeiro Fotos fgfghghh

Revista de Economia Fluminense

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sdasdasdasdasa Rio de Janeiro Fotos fgfghghh

Os pequenos municípios interioranos e o desenvolvimento do Rio de Janeiro Por René de Carvalho e Karina Kato

A

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economia fluminense tem apresentado, nos últimos dez anos, uma evolução extremamente positiva. A produção estadual voltou a crescer a taxas elevadas, rompendo uma longa trajetória de estagnação, e o acentuado desenvolvimento de algumas regiões interioranas permite pensar na redução da macrocefalia metropolitana que tem caracterizado estruturalmente a economia estadual.


O Interior do Rio de Janeiro: um espaço heterogêneo O Interior do estado é freqüentemente visto como um espaço homogêneo. Trata-se, no entanto, de um espaço diferenciado e atravessado por dinâmicas econômicas e sociais contrastadas, que alternam estagnação e dinamismo.

Essa diversidade solicita políticas e instrumentos de apoio ao desenvolvimento diferenciados, adaptadas a suas diversas características. Buscaremos apreender as diferentes dinâmicas que atravessam o interior do estado a partir de dois grandes eixos: i) a articulação das diferentes regiões interioranas à capital e aos eixos de comunicação que cortam o estado, e ii) as características diferenciadas de sua rede urbana. As regiões que compõem o interior fluminense se articulam de forma diferenciada à região metropolitana e aos principais eixos de comunicação que cortam o estado. A proximidade da capital e a articulação aos eixos rodoviários caracterizam os pólos de dinamismo econômico e as principais manchas de crescimento demográfico que reorganizam hoje o espaço interiorano. Da mesma forma, como podemos ver no mapa 1, os espaços interioranos mais distantes da capital e não articulados por esses eixos constituem as principais áreas de estagnação e baixo dinamismo do estado. As características da rede urbana constituem um segundo fator determinante de diferenciação do espaço interiorano. O Interior fluminense como a combinação de uma rede pouco densa e articulada de cidades médias e de uma massa de municípios caracterizados por sua pequena população e baixa densidade demográfica. A rede de cidades médias 1 do interior fluminense é composta por dez núcleos urbanos que apresentam população e densidade demográfica significativamente inferior aos das cidades médias da região metropolitana (CIDE, 2005). A rede Núcleos urbanos com mais de cem mil habitantes.

1

urbana interiorana apresenta, também baixa densidade e, sobretudo, não articula integralmente seu território. Algumas regiões interioranas, o Centro sul e o Noroeste, em particular, e parte substancial da região centro-norte, não possuem cidades médias, mas apenas centros urbanos menos expressivos. Elas se articulam assim de forma mais limitada à rede urbana estadual. A dimensão urbana do desenvolvimento do interior. O desenvolvimento regional possui uma incontornável dimensão urbana. Esta decorre essencialmente da capacidade dos centros urbanos de atrair e desenvolver atividades econômicas complexas e diversificadas, capazes de imprimirem dinâmicas auto-sustentadas de crescimento. Á medida em que as atividades econômicas se intensificam vão se criando economias de aglomeração e outras externalidades positivas que ampliam a eficiência das atividades localizadas nesse espaço. Daí decorre, também, sua capacidade de dinamizar seu entorno econômico, através da oferta de serviços de apoio e do exercício de sua demanda efetiva. A evolução recente da economia brasileira reforça essa observação. A expansão e o dinamismo da moderna fronteira agrícola – apesar de sua dimensão social fortemente excludente – desempenhou um papel estratégico no reforço e adensamento da rede urbana da região centro-sul (Campolina, 2002). Num segundo momento, muitos dos novos núcleos urbanos dinâmicos criados nesse processo desenvolveram trajetórias industriais dinâmicas. A densidade econômica dos núcleos urbanos guarda uma forte re-

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Esses movimentos, ainda recentes, encontram-se em processo de consolidação. O crescimento da indústria estadual permanece centrado na indústria extrativa mineral, não tendo ainda se difundido ao conjunto da produção industrial. E, em termos espaciais, o dinamismo econômico permanece centrado no entorno metropolitano e nas regiões do Médio Paraíba e Bacia de Campos. A finalidade deste artigo é buscar contribuir para o debate sobre as políticas e mecanismos voltados para o processo de revitalização econômica do Interior de estado. Sua principal proposição é de que o melhor conhecimento do interior do estado, de sua diversidade e de suas principais dinâmicas é uma condição indispensável para o aperfeiçoamento das ações e políticas voltadas à desconcentração da economia estadual. O artigo se compõe de três partes. Na primeira é feita uma caracterização do interior do estado, colocando em evidência a importância dos municípios de pequena densidade demográfica. Discutemse, a seguir, as características desses municípios e o papel que podem desempenhar no desenvolvimento do Interior fluminense. O artigo termina fazendo sugestões de políticas voltadas à consolidação da interiorização do desenvolvimento.


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lação com o dinamismo de seu entorno econômico. Não é impossível encontrar núcleos urbanos dinâmicos cercados por espaços estagnados. Mas a tendência dominante é que o dinamismo econômico do entorno urbano desempenhe um papel estratégico para o sucesso das atividades urbanas. Entornos econômicos de subsistência ou pouco dinâmicos dificultam significativamente o processo de construção de externalidades e economias de aglomeração, e de instituições públicas e societárias. O grau de centralidade dos serviços sediados no núcleo urbano, o grau de diversificação da atividade econômica, a possibilidade de desenvolver atividades mais complexas, bem como a competitividade e o potencial de expansão de muitas atividades guardam uma forte relação com a dinâmica produtiva e a capacidade de compra do hinterland urbano. Os municípios de baixa densidade demográfica no Rio de Janeiro. Se as reflexões acima estão corretas, os municípios de baixa densidade demográfica desempenham um papel importante nas estratégias de desenvolvimento do interior. A dinamização desses territórios é, muitas vezes, uma condição necessária ao fortalecimento dos centros urbanos interioranos e à busca de um desenvolvimento espacialmente mais equilibrado. Os municípios de baixa densidade demográfica (menos de 50 habitantes por quilometro quadrado) são extremamente numerosos e constituem a base da estrutura urbana de várias regiões interioranas do estado. Mais da metade (53%) dos 72 municípios que compõe o

Interior fluminense é constituída por municípios com baixa densidade demográfica (CIDE, 2005). Sua importância numérica e sua concentração no espaço interiorano justificariam por si só a importância de políticas adaptadas às possibilidades e potencialidades desses municípios. Os municípios de baixa densidade demográfica situam-se, entretanto, entre os que apresentam os piores indicadores sociais do estado. Eles constituem a maioria (26 em 40) dos municípios que apresentam elevado índice de carências do estado (CIDE, 2004). São também largamente majoritários entre os municípios de baixo índice de qualidade municipal (25 em 30). Esses indicadores refletem, em primeiro lugar, as importantes carências de infra-estrutura básica e social desses municípios, que resultam de um longo processo de marginalização. Refletem, também, níveis de renda per capita relativamente baixos. Apesar disso, entretanto, seria incorreto pensar os municípios de baixa densidade demográfica como espaços despossuídos de dinâmicas próprias, cujo desenvolvimento dependeria exclusivamente do dinamismo dos pólos urbanos aos quais eles estão ligados. Muitos desses municípios têm demonstrado um elevado potencial de crescimento. A análise da evolução demográfica e econômica desses municípios indica que, apesar da existência de bolsões de estagnação e declínio demográfico, a maioria deles segue uma evolução próxima à média do estado. A maioria dos municípios de menor densidade demográfica

(60%) vem apresentando taxas de crescimento demográfico próximas à média estadual. Uma parcela dos mesmos (30%) atingiu inclusive taxas de crescimento demográfico acima da média estadual. Os municípios de pouca densidade também não constituem apenas uma mancha homogênea estagnada. Tampouco se trata de territórios exclusivamente voltados a atividades tradicionais em crise ou atividades rurais de caráter difuso ou de subsistência. Muitos desses municípios apresentam um tecido econômico relativamente variado e taxas de crescimento relativamente elevadas. Apenas um terço deles tem uma economia essencialmente centrada nas atividades agrícolas. Outros têm seu dinamismo centrado em atividades turísticas. Mas a maioria desses municípios apresenta uma economia relativamente diversificada. Em metade desses municípios o produto industrial (principalmente agroindústria) alcança valores superiores a 25% do PIB municipal. Conclusão. Os municípios de baixa densidade demográfica são numerosos no Interior do estado e amplamente majoritários em várias de suas regiões. Pensar o desenvolvimento desses municípios é, assim, uma condição necessária da dinamização econômica do interior do estado. O escopo do presente artigo não permite mais do que algumas sugestões. Políticas de apoio ao desenvolvimento apropriadas a esses municípios necessitam, como vimos, estar diretamente voltadas para suas potencialidades e fragilidades. A análise dos indicadores sócio-econômicos mostra que a realização


de investimentos sistemáticos em comunicação, saneamento, saúde e particularmente em educação e capacitação são uma ação indispensável a seu desenvolvimento. Elas necessitam, também, de um horizonte de apoio temporalmente mais longo, que reduza incertezas e permita a mobilização dos recursos e potencialidades locais e a capacitação dos atores. O porte reduzido desses municípios solicita, também, o reforço de novas institucionalidades, voltadas em particular para a exploração das complementaridades entre municípios. René de Carvalho é Professor do IE- UFRJ Karina Kato é Economista pela UFRJ e Mestranda do CPDA.

Municípios DE BAIXA DENSIDADE DEMOGRÁFICA do interior fluminense segundo seu comportamento demográfico na última década Regiões de Governo e municípios Estado Bom Jesus do Itabapoana Cambuci Italva Itaocara Laje do Muriaé Natividade Porciúncula Santo Antônio de Pádua São José de Ubá Varre-Sai Carapebus Cardoso Moreira Conceição de Macabu Quissamã São Fidélis S. Franc. de Itabapoana São João da Barra Bom Jardim Cantagalo Carmo Duas Barras Macuco Santa Maria Madalena São Sebastião do Alto Sumidouro Trajano de Morais Cachoeiras de Macacu Casimiro de Abreu Silva Jardim Piraí Quatis Rio Claro Rio das Flores Comen. Levy Gasparian Miguel Pereira Paraíba do Sul Paty do Alferes Sapucaia Vassouras Parati

1991

2000

Evolução

12 807 706 14 367083

12%

33 632 14 617 12 612 22 999 7 897 15 119 15 941 38 693 6 424 7 851 8 651 12 579 18 706 13 668 36 774 41 046 27 503 22 634 19 809 15 288 10 310 4 879 10 336 8 400 14 168 10 030 48 460 22 052 21 239 22 079 10 699 16 232 7 615 7 922 23 889 37 376 25 565 17 147 31 402 29 521

13% -2% -1% 0% 6% 3% 9% 16% 6% 10% 20% -2% 10% 31% 6% 6% 32% 10% 1% 5% 4% 9% -5% 4% 9% -6% 21% 41% 17% 9% 22% 19% 18% 12% 23% 10% 21% 11% 10% 23%

29 873 14 954 12 764 22 933 7 464 14 642 14 561 33 291 6 057 7 123 7 238 12 819 16 963 10 467 34 581 38 714 20 847 20 630 19 672 14 509 9 875 4 460 10 850 8 108 12 977 10 640 40 208 15 650 18 141 20 297 8 798 13 665 6 451 7 059 19 446 33 922 21 095 15 429 28 649 23 928

Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, Censos Demográficos

Classificação

Letárgico Esvaente Esvaente Esvaente Esvaente Esvaente Letárgico Atraente Esvaente Letárgico Atraente Esvaente Letárgico Atraente Esvaente Esvaente Atraente Letárgico Esvaente Esvaente Esvaente Letárgico Esvaente Esvaente Letárgico Esvaente Atraente Atraente Atraente Letárgico Atraente Atraente Atraente Letárgico Atraente Letárgico Atraente Letárgico Letárgico Atraente

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Revista de Economia Fluminense

Bibliografia Fauré, Y e Hasenclever, L. – O desenvolvimento econômico local no estado do Rio de Janeiro. E-papers. Rio de Janeiro. 2005. Fundação CIDE – Índice de qualidade dos municípios – IQM Rio de Janeiro. CIDE. 2000. La Rovere, R. e Carvalho, R. A construção de um sistema local de inovação: o caso de Campos dos Goytacazes. Revista de Economia Fluminense. No.1. Rio de Janeiro. 2004. Limonad, E. – Novas redes urbanas. O caso do Interior do Rio de Janeiro. Anais do sétimo congresso da ANPUR. Recife. 1997. Natal, Jorge - O estado do Rio de Janeiro pós 95. Rio de Janeiro. FAPERJ/PUBLICATI. 2005. Osório da Silva – Rio de Janeiro. Tese de Doutorado. IPPURUFRJ. 2004. Penalva, A M. – Rio de Janeiro, estudos sobre dinâmica econômica e espacial. Coletânea de artigos.


Participação dos municípios de baixa densidade demográfica no PIB estadual e decomposição setorial dos mesmos Municípios com participação irrisória (menor que 0,029%): Regiões de Gov. Participação Primário no Estado e municípios Laje do Muriaé Duas Barras Rio das Flores

0.02% 0.02%

49% 51%

0.02%

47%

Secundário

Terciário

14% 14% 12%

37% 35% 41%

Municípios que apresentam base puramente agropecuária e aqueles que possuem base agropecuária mas também apresentam serviços desenvolvidos. São considerados essencialmente agrícolas:

54

Regiões de Gov. Participação e municípios no Estado Primário S. Maria Madalena S. Sebastião do Alto Sumidouro Silva Jardim Cambuci Natividade Trajano de Morais Porciúncula Bom Jardim Rio Claro

0.04% 0.03% 0.04% 0.05% 0.06% 0.07% 0.03% 0.03% 0.07% 0.04%

50% 56% 62% 50% 49% 35% 41% 32% 32% 32%

Secundário 10% 6% 5% 15% 9% 14% 13% 14% 22% 24%

Terciário 40% 38% 33% 35% 42% 51% 46% 54% 46% 43%

Municípios que apresentam como setor predominante, o secundário:

Participação Regiões de Gov. no Estado Primário Secundário Terciário e municípios 37% 50% 14% 0.1% Conceição de Macabu 26% 62% 12% 0.2% Cantagalo 26% 69% 4% 0.2% Piraí 34% 35% 31% 0.2% São João da Barra 39% 39% 22% 0.1% Carmo 51% 37% 12% 0.11% Casimiro de Abreu

Revista de Economia Fluminense

Municípios com a participação mais semelhante dos três setores:

Regiões de Gov. e municípios S.to Antônio de Pádua Sapucaia Vassouras Itaocara São Fidélis Paraíba do Sul

Participação no Estado Primário Secundário Terciário 54% 23% 23% 0.13% 48% 24% 28% 0.06% 51% 22% 27% 0.16% 46% 25% 29% 0.07% 45% 26% 28% 0.12% 54% 29% 17% 0.10%

Fonte: Fundação CIDE - Anuário Estaístico 2003


Classificação dos municípios segundo o Índice de Qualidade dos Municípios da Fundação CIDE

Fonte: Fundação CIDE

IQM 1 0,694 0,5701 0,4686 0,453 0,4284 0,4228 0,395 0,3747 0,3695 0,3626 0,36 0,3559 0,3484 0,3439 0,3362 0,3357 0,3329 0,3295 0,3209 0,3187 0,3035 0,3025 0,2955 0,2907 0,2803 0,2791 0,2789 0,2777 0,2776 0,2704 0,2636 0,2539 0,2525 0,2434 0,2381 0,232 0,2295 0,2293 0,2241 0,2231 0,222 0,2163 0,215 0,2147

46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91

Estados e Municípios

IQM

Pinheiral Arraial do Cabo Paraíba do Sul Cordeiro Magé Areal Maricá Quissamã Cantagalo São Pedro da Aldeia Porciúncula Engenheiro Paulo de Frontin Conceição de Macabu Guapimirim Saquarema Rio Claro Itaboraí Parati Carmo Natividade Cambuci Quatis Italva Macuco São João da Barra São Fidélis Sapucaia Seropédica Carapebus Cachoeiras de Macacu Paty do Alferes Bom Jardim Laje do Muriaé Silva Jardim Japeri Cardoso Moreira Duas Barras São José do Vale do Rio Preto Tanguá Trajano de Morais Santa Maria Madalena Varre-Sai São Sebastião do Alto São José de Ubá Sumidouro São Francisco de Itabapoana

0,2103 0,2101 0,2099 0,2084 0,207 0,2043 0,1976 0,1921 0,189 0,1886 0,188 0,1827 0,1824 0,1768 0,1748 0,1726 0,1714 0,1691 0,1669 0,1667 0,1656 0,1619 0,1606 0,1599 0,1545 0,1537 0,1529 0,1501 0,1474 0,139 0,1368 0,1239 0,1088 0,1052 0,1051 0,0942 0,0856 0,0797 0,0732 0,0699 0,0693 0,0588 0,0453 0,0256 0,0146 0

55

Revista de Economia Fluminense

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45

Estados e Municípios Rio de Janeiro Niterói Resende Macaé Volta Redonda Petrópolis Casimiro de Abreu Três Rios Miguel Pereira Campos dos Goytacazes Itatiaia Cabo Frio Barra Mansa Santo Antônio de Pádua Teresópolis Itaguaí Angra dos Reis Piraí Duque de Caxias Rio das Ostras Araruama Bom Jesus do Itabapoana Nova Iguaçu Vassouras Nova Friburgo Valença Miracema Mangaratiba Barra do Piraí Armação dos Búzios Mendes Iguaba Grande Rio Bonito Itaperuna Nilópolis São Gonçalo Paracambi Queimados Rio das Flores Com. Levy Gasparian Itaocara São João de Meriti Porto Real Belford Roxo Aperibé


Pesquisa FECOMÉRCIO

Panorama da Economia Fluminense 56

Indicadores Econômicos Industriais Índices de Preços Comércio Transporte e de Comunicações Finanças Públicas Nível de Emprego Formal 1999 - 2005

Por Ana Cristina Andrade, Armando de Souza Filho, Henrique Gurvitz

Revista de Economia Fluminense

e Seráfita Azeredo Ávila


Panorama da Economia Fluminense

Panorama da Economia

57

Estado da economia fluminense no primeiro semestre de 2005 Por Henrique Gurvitz omparativamente ao 1º semestre de 2004, a economia fluminense cresceu a uma taxa de 2,4%. Por outro lado, considerando a variação nominal, no 1º semestre, do PIB nacional dividida pela variação real no mesmo período, como uma estimativa do deflator implícito do PIB nacional e utilizando este valor como estimativa do deflator implícito do PIB fluminense, podemos estimar que o mesmo, em 2005, alcançará o valor de R$ 276.666.000. Os setores da atividade econômica que mais se destacaram no período foram: Produtos de Minerais não Metálicos (34,4%) e têxteis (24,3%). Porém, se abordarmos a questão sob a ótica da contribuição para o crescimento, os destaques são: extração de Petróleo (12%) e Indústria Automobilística (3%).

Revista de Economia Fluminense

C


Indicadores Econômicos

Indicadores Industriais Estado do Rio de Janeiro - 2000-2005

Tabela

Serviços industriais Construção Civil (r) de utilidade pública Consumo Consumo Consumo Consumo de gás aparente de energia de água encanado de cimento elétrica 3 (mil m3) (mil m ) (Gwh) r (mil t)

Indústria extrativa mineral e de transformação Índice da produção física (2) (r) Período

Produtos selecionados

(Base : média de 2002=100)

Indústria Indústria Geral Extrativa Indústria de Aço bruto Petróleo (ponderação Geral matriz 3 (ponderação produtoinsumo CIDE) Mineral Transformação (mil t) (mil m ) (3) IBGE) 131,95 2000 101,06 87,62 82,66 6.484 57.037

58 58

1

Gás natural (106 m3) (4) 5.721

3.642

31.734

1.636.554

757.180

2001

89,00

141,42

87,35

98,07

5.484

60.489

5.968

3.550

28.127

2.076.206

732.935

2002

100,00

156,26

100,00

100,00

6.459

69.683

6.886

3.447

26.819

2.714.238

719.652

2003

98,89

149,12

100,31

2004 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

101,38 92,25 91,91 102,69 98,16 103,85 104,35 103,22 106,28 105,18 106,83 101,84 99,96

102,39 91,14 92,23 103,65 99,06 106,39 106,61 103,89 107,75 106,65 108,03 103,59 99,74

96,66 97,37 90,46 98,26 94,02 92,06 93,91 100,13 99,43 98,35 101,24 93,73 101,01

98,68 90,49 93,44 95,62 99,72 99,36 100,06 101,87 99,33 103,05 107,30 98,85 95,01

6.836 560 500 567 566 576 562 573 613 560 585 581 594

70.946 6.083 5.639 6.119 5.982 6.009 5.296 6.036 6.195 5.897 5.991 5.752 5.946

6.660 578 529 578 573 566 511 561 572 545 570 532 545

3.020 254 253 229 243 257 241 270 243 266 269 247 248

25.871 2.396 2.408 2.394 2.128 2.148 2.044 1.932 2.004 1.926 2.115 2.106 2.270

2.623,460 237.678 203.884 216,037 220.217 207.611 223.411 213.155 221.581 209.058 210.364 221.005 239.459

715,113 62.102 59.470 56.667 63.378 57.673 60.244 60.404 58.360 58.434 59.931 58.549 59.922

96,63 88,37 104,38 103,27 105,40 102,76 101,55

95,61 87,93 104,58 101,46 102,62 100,13 97,98

102,39 91,14 92,23 103,65 99,06 106,39 106,61 103,89 107,75 106,65 108,03 103,59 99,74

7.398 620 560 587 592 619 623 636 646 630 654 627 606

70.456 5.928 5.525 6.035 5.673 5.655 5.728 6.086 6.048 5.967 6.102 5.654 6.055

6.779 549 514 570 554 530 544 592 581 569 602 551 623

3.093 256 215 274 238 255 279 249 281 280 249 266 249

25.423 2.214 2.241 2.189 2.206 2.115 1.947 1.999 1.962 2.060 2.108 2.136 2.246

3.185.240 243.530 238.626 261.677 271.026 251.729 246.320 263.823 279.930 299.231 296.716 260.628 272.003

639.965 59.212 57.212 59.185 60.459 57.020 59.189 57.429 58.472 41.763 42.243 42.947 44.833

96,00 88,40

512 573

6.077 5.474

622 549

244 233

-7,9

11,9

-9,9

-11,7

-4,5

5,2

-13,9

4,4

-4,2 0,6

2,4 -8,0

-0,9 0,9

6,8 10,1

8,4 1,2

-1,1 -1,7

2,6 9,7

-25,2 -10,5

2005

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Variações (%) No mês No mês/mês do ano ant. Acumulada

101,38 90,40 103,50 111,62 118,26 114,97 118,11

-1,2

-2,1 2,7

-1,6 0,9

-5,7 13,8 -1,8

18,0

284.220 244.753

Revista de Economia Fluminense

Fontes: IBGE/DPE/Departamento de Indústria, IBS e Petrobrás, ANP - Boletim Mensal de Produção submetido a ANP , Sind.Nac. Indústria de Cimento, LIGHT, AMPLA, CENF, CEG-Rio e CEDAE. Notas:

Variações percentuais

(1) Quando se tratar de índices os valores anuais são médios. (2) Dados sujeitos a retificações (3) Petróleo: óleo e condensado. Não inclui LGN (GLP e C5+). (4) O valor total da produção inclui os volumes de rejeição, queimas e perdas, e consumo próprio de gás natural. (r) dados retificados

No mês = mês de referência/mês anterior No mês/mês do ano anterior = mês de referência/mesmo mês do ano anterior Acumulada = janeiro até o mês de referência/igual período do ano anterior


Período

1998 (1)

Índice Geral de Preços disponibilidade interna BR Base: ago 94 146,330 =100

1999 (1)

Tabela

Índices de preços Índice do custo da construção - RJ Base: ago, 94 =100

165,901

Mão-deObra 191,505

Materiais de Construção 145,189

162,894

173,025

198,404

2000

185,325

188,371

2001

204,528

2002

Média

2

Preços ao Consumidor IPC Total(2)

IPCA Total(3)

170,786

1.461,158

152,960

180,204

1.538,749

214,524

168,249

194,529

1.657,334

201,616

230,743

179,572

208,012

1.788,856

232,149

222,278

257,497

195,667

225,096

1.956,060

2003 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

285,074 276,578 280,984 285,640 286,815 284,900 282,913 282,349 284,105 287,081 288,337 289,718 291,462

260,548 238,431 240,557 258,055 260,234 260,725 261,327 261,468 268,609 268,882 269,237 269,484 269,571

297,123 261,547 261,547 296,653 296,653 296,653 296,653 296,653 311,824 311,824 311,824 311,824 311,824

232,860 220,800 224,504 228,867 232,663 233,518 234,567 234,812 235,965 236,440 237,059 237,489 237,640

258,386 248,276 252,447 255,081 258,092 259,119 258,759 259,037 258,902 260,886 261,065 263,788 265,179

2.258,337 2.158,494 2.196,052 2.218,891 2.249,067 2.265,036 2.264,356 2.264,809 2.276,360 2.285,010 2.289,580 2.309,730 2.322,660

2004 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

311,876 293,793 296,976 299,746 303,184 307,616 311,576 315,113 319,244 320,788 322,492 325,148 326,833

290,839 270,778 272,368 286,398 287,898 289,725 290,536 292,936 295,975 297,907 299,900 302,242 303,404

335,986 311,824 311,824 340,818 340,818 340,818 340,818 340,818 340,818 340,818 340,818 340,818 340,818

256,721 239,744 242,514 245,383 247,986 251,178 252,591 256,772 262,066 265,432 268,904 272,984 275,099

274,794 268,424 268,835 269,597 270,256 272,157 273,968 275,523 278,921 278,848 279,136 279,730 282,130

2.405,793 2.342,640 2.357,400 2.359,990 2.361,410 2.372,030 2.387,210 2.409,650 2.435,920 2.444,930 2.451,040 2.463,300 2.483,990

2005 Jan Fev

327,915 329,241

304,984 305,700

340,818 340,818

277,761 279,009

284,927 286,336

2.502,870 2.515,380

Variações (%) No mês 12 meses No ano

0,40 10,86 0,74

0,23 12,24 0,76

0,00 9,30 0,00

0,45 15,05 1,42

0,49 6,51 1,49

0,50 6,70 1,26

Indicadores Econômicos

Índices de Preços Brasil e Estado do Rio de Janeiro - 1998 - 2005

59

(1) Média anual (2) Base agost, 94=100 (3) Base dez, 93=100

Revista de Economia Fluminense

Fontes: FGV - Fundação Getúlio Vargas e IBGE


Indicadores Econômicos

Indicadores do Comércio Estado do Rio de Janeiro - 1999 - 2005 Comércio Varejista (r)

Período

60 60

Índice de Índice de volume de receita nominal vendas no de vendas varejo RJ no varejo RJ (Base fixa 2003=100)

Tabela Comércio Atacadista

Comércio Exterior

3

Registro de empresas na Junta Comercial

Arrecadação Comercialização de Arrecadação do Exportações Importações Constituição Extinção do ICMS do hortigranjeiros cereais ICMS do comércio e pescado na CEASA atacadista comércio Gr. Rio varejista (Em unidades) Em mil reais (Em mil t) (r) Em mil reais (FOB - 1000 US$)

1999 (1)

74,85

...

681.546

1.763

758.007

1.640.554

4.357.485

29.000

3.617

2000

80,23

108,35

781.566

1.850

980.093

1.842.119

4.766.431

27.286

5.560

2001

84,26

107,04

818.907

1.743

1.017.861

2.403.626

5.306.465

29.797

5.480

2002

91,38

107,38

888.867

1.729

1.171.947

3.655.835

5.346.947

27.530

7.972

2003 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

100,76 90,90 92,84 92,92 94,60 97,71 94,18 99,67 98,02 95,94 102,28 104,53 145,54

100,00 93,78 94,60 92,45 92,63 95,77 92,72 99,02 96,97 94,68 100,74 102,97 143,69

830.901 110.841 64.868 68.305 59.017 62.409 68.858 67.789 69.033 68.559 63.565 59.272 68.383

1.756 140 136 137 150 149 141 151 142 146 154 141 169

1.755.834 148.907 139.247 144.292 144.965 143.035 140.622 156.191 147.726 142.324 143.781 151.090 153.652

4.844.113 257.568 384.796 483.754 342.167 336.551 349.198 417.626 304.912 501.345 567.142 427.538 471.516

4.896.005 387.991 436.531 306.238 408.677 351.560 351.072 400.926 316.197 470.322 698.428 370.032 398.031

30.135 1.760 1.809 1.690 1.947 2.282 4.252 6.793 2.225 2.590 2.521 2.266

6.499 586 440 435 463 535 774 1.171 335 514 614 632

2004 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

110,77 100,55 95,00 102,04 101,40 109,71 103,81 109,79 110,70 105,24 113,26 111,16 166,52

106,84 99,05 93,48 101,20 100,86 108,00 101,26 105,89 105,31 100,11 107,37 104,72 154,85

941.650 122.387 70.764 66.805 68.606 70.789 83.632 77.485 81.847 77.517 70.374 78.434 73.010

1.697 134 121 150 144 137 136 145 134 141 138 146 172

2.267.427 165.978 143.043 137.361 183.112 183.763 193.369 242.947 246.566 185.016 197.304 196.737 192.230

7.025.172 399.593 390.971 491.171 351.307 550.774 543.269 491.448 677.774 401.117 1.094.302 603.045 1.030.401

6.321.265 391.623 353.320 489.440 386.238 576.524 607.160 536.288 605.154 535.935 672.377 591.048 576.158

25.276 1.824 1.563 2.159 1.752 2.160 2.304 2.386 2.393 2.008 2.299 2.285 2.143

7.158 645 409 557 439 521 600 649 646 561 582 584 965

2005 Jan Fev

107,78 100,74

100,34 93,74

146.908 90.011

136 123

197.908 151.053

507.743 458.317

574.153 544.627

1.921 1.702

535 433

-6,5

-6,6

-38,7

-9,8

-23,7

-9,7

-5,1

-11,4

-19,1

6,0 6,6

0,3 0,8

27,2 22,7

1,4 1,7

5,6 12,9

17,2 22,2

54,1 50,2

8,9 7,0

5,9 -8,2

Variações(%) No mês No mês/ mês do ano anterior Acumulada

Revista de Economia Fluminense

Fontes: IBGE/Diretoria de Pesquisa/Departamento de Comércio e Serviços, CEASA - Central de Abastecimento, SECEX - Secretaria de Comércio Exterior, JUCERJA - Junta Comercial do Estado do Rio de Janeiro e SEF - Secretaria de Estado de Fazenda e Controle e tratar de índices os valores anuais são médios. De 1998 A 1999 O IBGE divulgava dados do faturamento do comercio varejista com base fixa = 100, a partir de 2000 os novos indices passaram a ser o Indice Nominal de Vendas do Varejo e Índice de Volume de Vendas do Varejo. Este último resulta do deflacionamento dos valores nominais correntes por índices de preços para cada grupo de atividade com base fixa 2000= 100.(r) Dados retificados


Transporte Marítimo (2) Período

Carga Transportada (mil t) Total

Tabela

Transporte Ferroviário(3)

Transporte Urbano

Carga Transportada (mil TU)

Passageiros Transportados(r)

Total (mil) Trens sub. Metrô (mil) (4) (mil) (5)

Exportada Importada

Transporte Aéreo (r)

4

Transporte Comunicações Rodoviário

Passageiros Consumo de Pulsos Transportados Óleo diesel Telefônicos 3 (mil) Registrados (1) (m ) (milhões)

Barcas Ônibus Mun. (mil) (6) RJ (mil)

1999 (1) (9) 39.049

17.816

21.233

30.889

1.314.739

67.528 106.890

21.718

1.118.603

10.082

2.102.186

9.052

2000 (1) 45.850

23.478

22.372

55.713

1.252.720

80.862 113.021

22.173

1.036.665

10.605

2.047.149

9.627

2001 (1) 50.881

25.782

25.099

56.164

1.176.644

80.236 109.918

17.796

968.693

11.268

2.216.106

11.107

2002 (1) 38.452

18.211

20.241

64.005

1.128.041

87.682 110.841

18.867

910.650

11.239

2.340.398

13.313

2.345 2.295 1.939 1.925 2.340 2.381 2.169 2.141 2.072

1.790 1.307 1.944 797 1.564 1.401 1.386 888 692

67.114 4.735 4.473 5.363 5.378 5.755 5.771 5.955 6.181 6.187 5.806 5.615 5.895

1.053.002 87.587 87.171 85.119 85.542 91.045 87.419 92.121 88.103 80.119 94.003 84.727 90.046

95.135 113.380 6.880 8.612 6.605 8.883 6.426 9.211 7.188 8.935 8.289 9.755 8.171 9.291 8.980 9.945 8.477 9.547 8.779 10.122 9.102 10.363 8.112 9.182 8.126 9.535

18.093 1.680 1.566 1.494 1.563 1.655 1.492 1.508 1.347 1.393 1.557 1.393 1.445

826.394 70.415 70.116 67.989 67.857 71.346 68.465 71.687 68.732 59.824 72.982 66.039 70.941

10.372 901 840 897 923 810 791 908 873 828 883 850 8701

2.188.102 178.065 181.664 169.484 180.620 188.491 176.433 190.519 180.897 187.257 192.413 172.038 190.222

12.958 1.065 1.109 1.072 1.085 61 1.061 1.063 1.054 1.076 1.057 1.088 1.163 1.065

1.487 1.360 1.540 1.347 1.395 1.364 1.431 1.376 1.448

63.964 60.194 70.382 63.934 66.377 65.285 63.606 64.398 60.448

11.247 910 873 903 907 893 866 1.029 990 923 982 966 1.006

2.117.129 172.566 160.272 186.336 177.259 169.593 175.415 177.615 181.779 177.612 173.579 174.975 190.129

12.814 984 1.001 993 1.093 1.079 1.069 1.071 1.096 1.058 1.154 1.096 1.120

1.063 933 1.034

159.199 149.045

2003 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

4.135 3.602 3.882 2.722 3.905 3.782 3.556 3.029 2.763

2004 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

76.767 6.185 5.727 5.388 6.035 6.606 6.337 6.727 6.620 6.496 6.902 6.806 6.937

2005 Jan Fev Mar

6.507 6.078 7.009

Variações (%) No mês No mês/mês do ano anterior Acumulada

8,8

3,3

-

77,3

81.020 76.155 91.121 81.983 85.971 85.073 83.712 85.403 80.789

94.987 7.198 6.410 8.246 7.347 7.933 8.219 8.432 8.868 8.396 8.016 7.816 8.106

120.405 8.372 8.192 10.954 9.354 10.266 10.205 10.243 10.761 10.497 10.251 10.434 10.876 9.434 9.191

-22,1

15,3

-5,4

3,7

26,7

5,3

-6,1

4,1

-6,4

-72,2 -28,0

30,1 13,3

0,8 -4,2

-0,2 -0,2

6,3 10,0

3,9 -7,0

1,0 -6,1

15,6 8,4

-0,7 -7,4

2,2 5,2 -1,1 Revista de Economia Fluminense

24,5 de Produção 39,8 submetido a ANP em 30/07/04, INFRAERO, Companhia Docas, MRS Logística S A, RFFSA - Rede Ferroviária Federal S.A, Ferrovia Fontes: ANP - Boletim Mensal 3,3 Centro Atlântica - FCA, SUPERVIA, FLUMITRENS, Opportrans, Barcas S.A, SMTU e TELEMAR Notas: (1) Total anual; (2) Abrangência: Portos de Sepetiba, Forno, Niterói, Angra dos Reis e Rio de Janeiro. Em 1999 o Porto de Forno foi municipalizado. Dados de 2003 preliminares. (3) Abrangência: Movimentação de Cargas com origem e destino no Estado do Rio de Janeiro. Em 2000 e 2001 a FCA mostra movimentação só na origem. Até setembro de 1989 os dados eram enviados pela RFFSA, a partir de 2000 os dados são enviados pela MRS e FCA. (4) Abrangência: Ramais - Deodoro, Santa Cruz, Japeri, Belford Roxo, Gramacho e Vila Inhomirim. (5) Abrangência: Município do Rio de Janeiro (6) Abrangência: Linhas Rio-Niterói, Rio-Paquetá, Rio-Ribeira, Mangaratiba-Abraão e Abraão-Angra (7) Inclui o consumo próprio das cias distribuidoras. (8) Total de passageiros, embarcados e desembarcados, nos aeroportos do Rio de Janeiro administrados pela INFRAERO. (9) A partir de 2003 são apresentados apenas os dados da MRS Logística S.A. (r) dados retificados

Indicadores Econômicos

Indicadores de Transporte e de Comunicações Estado do Rio de Janeiro - 1999-2005

61


Indicadores Econômicos 62

Indicadores de Finanças Públicas Estado do Rio de Janeiro - 1999-2005

Tabela

5

(R$ 1.000) Transferências

Período ICMS (1)

FPM (2)

FPE (2)

IPI-EXP (2)

FUNDEF (3)

1999

7.191.172

354.582

157.055

70.345

1.191.535

2000

8.080.318

387.684

186.112

83.629

1.355.544

2001

9.252.080

455.233

219.019

82.562

1.549.626

2002

10.273.461

551.639

271.055

101.399

1.728.255

2003 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

11.105.389 989.794 943.776 986.853 929.797 997.914 831.388 915.427 900.802 884.692 883.124 919.405 922.417

570.467 51.179 53.879 46.691 44.455 62.354 43.789 36.715 48.166 41.793 43.193 48.100 50.153

281.980 25.275 26.614 23.084 21.979 30.828 21.649 18.152 23.813 20.663 21.348 23.781 24.794

118.793 10.586 10.517 9.740 10.859 8.402 9.391 8.875 9.465 8.553 10.330 10.641 11.434

1.883.379 169.596 154.071 160.204 174.210 159.828 137.238 160.725 151.244 150.725 144.920 148.172 172.446

2004 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

12.867.900 1.630.876 951.250 884.560 953.221 947.739 1.045.581 1.082.571 1.101.102 1.035.183 1.009.312 1.075.348 1.151.157

630.001 55.160 60.240 48.752 53.702 62.544 40.601 42.222 54.930 47.567 50.904 50.746 62.633

310.820 27.214 29.720 24.053 26.495 30.857 20.031 20.831 27.100 23.468 25.114 25.036 30.901

188.630 12.699 13.972 12.993 15.990 15.655 15.315 16.421 17.216 16.505 17.310 17.118 17.436

2.161.834 240.453 171.016 163.953 154.693 163.795 183.129 170.675 191.955 157.785 187.723 182.831 193.826

2005 Jan Fev

1.287.878 1.080.412

34.745 30.415

18.415 15.680

Variações(%) No mês No mês/ mês do ano anterior Acumulada

-16,1

23,4

-12,5

-14,9

6,0

13,6 -8,3

24,9 10,4

2,3 14,4

12,2 27,8

12,4 14,8

Revista de Economia Fluminense

Fontes: Secretaria do Tesouro Nacional - STN e Secretaria de Estado da Receita Variações percentuais No mês = mês de referência/mês anterior No mês/mês do ano anterior = mês de referência/mesmo mês do ano anterior Acumulada = janeiro até o mês de referência/igual período do ano anterior (1) Valores apurados com base na data do recolhimento e não na do repasse financeiro. (2) Deduzidos 15% para o FUNDEF. (3) Inclui recursos do FPM/FPE/IPI-EXP./LC87/96, Complementação da União e ICMS.Valores do Estado e Municípios.


Período

Total

Tabela

Construção Civil

Indústria

Comércio

Serviços

6

Outros Desligado

Admitido Desligado Admitido Desligado Admitido Desligado

Admitido Desligado

Admitido

Desligado

Admitido

956.801 921.648 136.492 136.938 90.998

96.444

265.967 246.029

449.408

432.308

13.936

9.929

2000 (1) 1.034.868 931.816 142.095 137.561 98.323

91.521

280.977 252.884

499.301

438.264

14.172

11.586

2001 1.009.454 950.034 122.181 122.757 99.500

96.025

267.951 248.529

509.567

470.858

10.255

11.865

2002

890.500

8178.54 106.982

98.131 84.800

86.213

250.670 220.746

437.092

403.167

10.956

9.597

2003 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

863.169 804.725 100.828 74.020 79.372 9.054 76.191 66.703 8.184 64.034 67.713 7.734 71.682 64.521 7.923 73.149 71.804 9.860 72.017 62.624 9.518 73.712 70.545 8.356 74.670 67.145 8.756 74.841 61.642 8.877 75.174 63.998 8.933 73.795 60.900 7.917 59.884 67.758 5.716

94.916 77.996 8.537 7.022 8.331 6.805 7.997 5.217 7.759 6.667 8.411 6.147 7.620 7.582 8.404 7.496 7.343 6.911 7.539 7.091 7.303 7.053 8.231 6.068 7.441 3.937

78.256 7.176 5.760 6.568 5.746 6.300 5.803 6.969 7.378 5.962 6.802 6.818 6.974

242.805 225.600 20.670 25.583 20.104 18.954 16.370 18.636 19.531 17.827 19.405 20.516 19.138 18.107 20.238 19.065 19.901 17.819 20.415 17.007 21.187 17.537 24.443 15.666 21.403 18.883

430.501 36.595 40.526 34.008 36.127 35.996 34.033 36.787 38.344 37.728 37.152 34.699 28.506

395.228 37.265 33.056 33.915 32.485 35.665 30.311 35.474 33.835 30.171 31.784 28.476 32.791

11.039 679 572 705 1.434 1.741 1.746 835 758 730 849 668 322

10.725 811 602 597 704 912 783 633 770 963 572 1.709 1.669

2004 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

930.432 822.785 113.631 73.942 72.240 8.694 71.158 63.223 7.900 83.080 78.942 11.113 77.987 63.536 11.565 83.553 64.876 10.549 78.005 69.154 9.874 81.684 69.288 9.562 84.146 67.110 10.189 74.612 64.984 9.821 72.326 63.996 9.306 80.035 67.920 8.638 69.904 77.516 6.420

94.646 83.007 8.135 7.901 6.899 6.625 8.634 7.263 7.638 6.685 7.783 7.731 8.549 7.606 7.885 9.109 7.600 7.494 6.746 5.917 7.611 5.914 7.672 5.575 9.494 5.187

83.658 6.351 5.770 6.919 5.881 6.649 6.542 7.688 6.892 7.012 7.311 9.228 7.415

271.762 235.230 20.712 23.374 20.395 17.393 22.674 22.497 20.948 17.239 21.938 19.054 21.245 20.568 22.500 19.467 23.999 18.608 22.014 18.750 21.763 17.779 27.887 18.416 25.687 22.085

447.819 35.812 35.277 41.299 37.454 39.203 37.745 39.313 41.508 36.117 34.698 37.195 32.198

399.153 33.652 32.635 40.216 31.904 30.807 32.816 33.336 33.133 31.579 30.500 31.806 36.769

14.213 823 961 731 1.335 4.132 1.535 1.200 956 743 645 740 412

10.098 728 526 676 874 583 679 912 877 897 795 798 1.753

1999 (1)

2005 Jan Fev Variações(%) No mês No mês/mês ano. ant. Acumulada

78.851 74.089

80.153 68.635

8.712 8.349

9.229 7.808

7.354 5.372

6.307 6.053

21.181 19.907

25.137 20.440

40.686 39.575

37.791 33.573

918 886

1.689 761

-6,0

-14,4

-4,2

-15,4

-27,0

-4,0

-6,0

-18,7

-2,7

-11,2

-3,5

-54,9

4,1 5,4

8,6 9,8

5,7 2,8

13,2 13,3

-18,9 -12,4

4,9 2,0

-2,4 0,0

17,5 11,8

12,2 12,9

2,9 7,7

-7,8 1,1

44,7 95,4

Indicadores Econômicos

Indicadores do Nível de Emprego Formal Estado do Rio de Janeiro - 1999 - 2005

63

Variações percentuais No mês = mês de referência/mês anterior No mês/mês do ano anterior = mês de referência/mesmo mês do ano anterior Acumulada = janeiro até o mês de referência/igual período do ano anterior

Revista de Economia Fluminense

Fontes: Ministério do Trabalho e Emprego. Notas: (r) Dados retificados (1) Média anual


Revista de Economia Fluminense

64

Colheita da cana de açúcar Campo dos Goytacazes Rio de Janeiro Foto:


Revista de Economia Fluminense

65


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