2 minute read

n cos do Bam alalão Thais Matarazzo

Next Article
Arti o

Arti o

Te Ch de In ânci ro de Bonecos do B m l lão

Por Thais Matarazzo

Advertisement

Mexendo no baú das lembranças infantis, sai catando momentos que gravei na memória dos programas que assistia na telinha da TV Cultura de São Paulo.

Ah, o Teatro de Bonecos do Bambalalão, que delícia!

Nesse exercício de saudade, brotam nos ouvidos as vozes dos bonecos (na verdade dos animadores) do programa: Maria Balinha, João Balão, Sapo Agapito, os macacos Chiquinho e Chiquinha, Pato lero-lero, Beleléu, Bambaleão, João Leno, Abobrinha, Wandernusa, dentre outros personagens do grande e respeitável elenco!

E quem eram os animadores?

Memélia de Carvalho, Chiquinho Brandão, Fernando Gomes, Gerson de Abreu, Carla Masumoto e diversos artistas, verdadeiros mestres da arte bonequeira, fizeram a alegria da garotada dos anos 1980/90.

As apresentadoras e os palhaços interagiam com os bonecos. Lembro que a Gigi falava ao final da contação: “essa história entrou por uma porta e saiu pela outra. Quem quiser que conte outra”.

A criadora do Teatro de Bonecos do Bambalalão foi Maria Amélia de Carvalho, mais conhecida como Memélia de Carvalho. Esse e outros momentos da sua trajetória artística, ela publicou no seu livro Cabeça de Bronze (Scortecci, 2016), ilustrado por sua mãe, Hebe de Carvalho, artista-plástica e arte-educadora, e prefaciado pelo dramaturgo Naum Alves de Souza.

Na obra, Memélia compartilha suas memórias com o leitor em 60 crônicas e contos, trata de temas variados com bom humor. São vivências familiares, experiências profissionais, viagens e observações do cotidiano.

Com seus três irmãos, foi criada em um rico ambiente regado

▲ Os bonecos Maria Balinha e João Balão. Foto: reprodução

com todas as Artes. Por isso, Memélia não podia fugir do destino de se tornar artista, como seus pais. Aliás, Cabeça de Bronze é dedicado à sua mãe.

Na crônica Curta Pedro Xisto, notas de um roteiro, Memélia aponta que seu trabalho com Teatro de Bonecos pode ter raiz nas brincadeiras do seu pai, Pedro Xisto: quando menino, em Pernambuco, ele costumava brincar de teatro de Mamulengos talhados em madeira mulungu.

Na TV Cultura, antes do Bambalalão, Memélia trabalhou juntamente com Naum Alves de Souza no programa Vila Sésamo, em 1973.

Já no “Bamba” foi diretora nos primeiros anos do infantil, produziu, atuou como atriz e animava os bonecos. Em seguida, participou de outros programas.

A autora narra sobre o seu trabalho pioneiro do Teatro de Bonecos na TV, do surgimento dos bonecos Maria Balinha e João Balão nas crônicas Dar vida a um boneco e Do baú da Vila Sésamo ao palco do Bambalalão, nessa última promete que um dia escreverá a um livro intitulado Nascem duas Estrelas com as histórias da Balinha e Balão. Vamos aguardar ansiosos!

É possível assistir no Youtube alguns vídeos com trechos do Bambalalão, depois de ver os vídeos é incrível como as memórias vem à tona. Fragmentos juntam-se e como mágica aquele sentimento puro e de alegria renasce na nossa alma e faz um bem danado.

Que fabuloso é poder tomar um chá de infância!

Viva o Teatro de Bonecos!

Viva Memélia de Carvalho!

Brincando de Bambalalão, Clictv, 2010: Gigi, Memélia de Carvalho, Xyss, Perereca e Dudu Coelho. Acervo Gigi Anhelli ▼

This article is from: