THAIS NAGATA
PORTFÓLIO DE ARQUITETURA E URBANISMO
“Tudo em mim é a tendência para ser a seguir outra coisa; uma impaciência da alma consigo mesma, como com uma criança inoportuna; um desassossego sempre crescente e sempre igual. Tudo me interessa e nada me prende. Atendo a tudo sonhando sempre [...]”
Fernando Pessoa
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carta - cláudio manetti
currículo
brumadinho: a legitimação dos interesses na construção do espaço urnano - tfg final
artcidade244
a construção da transitoriedade permanente parque ecológico guará vermelho
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p.4 p.5 p.6 p.22 p.34 p.44
ÍNDICE
Carta de Apresentação
(12) 99740-1624
nagatathais@gmail.com
Campo Belo, São Paulo, SP.
THAIS NAGATA
FORMAÇÃO
Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo – Universidade Anhembi Morumbi 2017 – 2021
Colégio Metodista – Bertioga.
EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL
Levisky Arquitetos | Estratégia Urbana – Arquiteta – desde 2022
Departamento de Legislação Urbana e Licenciamento - Desenvolvimento de pareceres técnicos, consultoria em estratégia jurídico-urbanística, defesas técnicas para aprovação, mapeamento de informações e suporte em projeto legal
Barbieri + Gorski Arquitetos Associados – Estágio – 2019 à 2021
Colaboração em projetos executivos de áreas lúdicas, paisagismo e layout corporativo; modelagem 3D e tratamento de imagem; contato com fornecedores e formatação de apresentação aos clientes
PUBLICAÇÕES E APRESENTAÇÕES
XVIII Semana de Análise Regional e Urbana – UNIFACS – 24 à 26 11 21 Publicação nos anais do evento e apresentação do artigo intitulado: O proveito da precarização de gestões ambientais para sobrepor os interesses privados às necessidades coletivas: estudo de caso em Brumadinho – MG.
Revista Arquitetura e Urbanismo – nº 307.2021
Publicação do projeto realizado no Colégio Renascença, Barra Funda, SP. Estagiária do projeto na Barbieri + Gorski Arquitetos Associados.
IDIOMAS
Inglês – Certificado de Proficiência FFLCH - USP 2021
Português – Nativo
EXTRACURRICULARES
Projeto de Extensão Universitária – UAM e UFMG – 08/2019 à 07/2020
Elaboração de materiais de apoio para fortalecimento da gestão democrática para a formulação e implementação de planos territoriais
Expedição Brumadinho – 23 05 à 27 05 19 Visita à bairros periféricos, povoados quilombolas e movimentos sociais
Monitoria na Disciplina de Planejamento Urbano III – 2019.01
Assessoria aos grupos do terceiro semestre na disciplina ministrada pelo prof. dr. Cláudio Manetti e pelo prof. dr. José Rollemberg.
CURSOS COMPLEMENTARES
ATHIS para o direito à moradia – Instituto Pólis – 2021 20 horas
BIM prático: archicad para arquitetura – HUB Prática Criativa – 2020 20 horas
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SOFTWARES ArchiCad AutoCad Photoshop QGis
SketchUp V-Ray Illustrator InDesign
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brumadinho a
legitimação dos interesses na construção do
espaço
urbanos
Trabalho Final de Graduação I 2021
Nos últimos anos, os rompimentos das barragens em Mariana e Brumadinho trouxeram, mesmo que por um curto período de tempo, a pauta da mineração para debate. Os crimes cometidos tiveram punições ínfimas comparadas com os estragos ambientais e ao desrespeito à vida que causaram. Mas, para além dos processos intrínsecos ao extrativismo mineral, esses locais nos demonstram, mais explicitamente, como os interesses de certas classes, grupos ou corporações se sobressaem às necessidades coletivas.
Mais que isso, esses agentes se aproveitam da falta de informação das populações, suprimindo sempre que conseguem, o direito de reivindicar um desenho urbano que seja condizente com
as suas necessidades e suas vidas. Dessa forma, conseguem perpetuar a legitimação desses interesses dentro do espaço urbano e fazer com que os habitantes participem cada vez menos das decisões a respeito dela.
Todavia, os processos por trás desse fenômeno são mais complexos do que transparecem e assim, são pouco conhecidos e estudados. Se por uma face, essa atividade desenvolve inúmeros prejuízos para a paisagem e para as estruturas naturais, por outra prejudica as estruturas sociais dos locais que se inserem, se misturando e confundindo com políticas públicas, usando desde narrativas sociológicas até instrumentos de poder para a manipulação da sociedade.
Orientação: Hulda Erna Wehmann
Convidado interno: Geraldo Calmon de Moura
Convidado externo: Cláudio Manetti
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Alcance da dispersão dos rejeitos pelo território de minas gerais.
Legenda
dispersão de lama Quadrilátero Ferrífero
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Rio São Francisco
Brumadinho
Fonte: Instituto Prístino, 2017; IDE-Sisema, 2020. Produzido pela autora, 2021.
Áreas de logística, equipamentos e mineração em Brumadinho.
a legitimação dos interesses na construção do espaço urbano
Fonte: IDE-Sisema, 2020; PDE, 2020. Produzido pela autora, 2021.
Legenda
áreas mineradas
perímetros urbanos
comunidades quilombolas
Macrozona de Preservação Ambiental Quadrilátero Ferrífero
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Na América Latina dos anos 1960, a Teoria da Dependência é formulada a partir da tentativa em interpretar o desenvolvimento socioeconômico da região, que se deu entre 1930 e 1945, com processos e características bem distintas da maior parte das nações do mundo. Uma de suas acepções foi o entendimento que o desenvolvimento do capitalismo era um sistema mundial que produzia, concomitantemente, o desenvolvimento e o subdesenvolvimento (SANTOS, T., 1998, p.18). Um dos maiores contribuidores para a Teoria da Dependência, Theotônio dos Santos, define a estrutura da dependência como situação em que a economia de certos países se torna condicionada pelo desenvolvimento e expansão de outra economia à qual está subordinada (2011). Portanto, a relação de dependência ocorre quando a região ou o Estado dependente tem a sua flutuação econômica como consequência da variação, da necessidade, ou do interesse de uma economia maior, podendo ser de um Estado ou setor dominante.
Assim, se o resultado da progressão do capitalismo é o desenvolvimento e o subdesenvolvimento de países, regiões, ou localidades, a condição de dependente ocorre exclusivamente em lugares subdesenvolvidos, já que nessas, as estruturas produtivas possuem relações internacionais assimétricas. Inferindo-se do mesmo modo, o vínculo de dependência pode-se dar entre regiões de um mesmo país, pois a essência dessas relações está entre classes sociais localizadas em diferentes espaços geográficos (COELHO, 2018, p. 253).
O alcance desses processos se dá pela constante necessidade do capitalismo em produzir excedentes e reinvesti-los, buscando sempre expandir o seu mercado consumidor para a absorção da produção, que, caso não haja poder de consumo em uma determinada localidade, novos mercados devem ser encontrados através da sua ampliação ao mercado exterior, e, como resultado, é feita a expansão da produção de excedente cada vez mais (HARVEY, 2014, p. 32).
Como observa-se ocorrendo em áreas mineradas, uma das principais complicações dessa conexão para o território subordinado, é que os planejamentos para as futuras estruturas locais passam a ser delineadas e desenhadas por centros decisórios externos. Conforme pontua Tádzio Coelho (2018, p 254), essas centralidades podem dar-se tanto pelo mercado de commodities minerais sendo representado por empresas multinacionais, quanto pelos centros consumidores com a demanda em escala internacional.
Independente da forma como a política externa impositiva se apresenta, as consequências para a região dependente são as mesmas: os interesses e as carências dos moradores dessas áreas, assim como dos trabalhadores desse setor, não são considerados. Esses então, são os espaços que obedecem, que, pela definição de Milton Santos, o espaço, como conjunto indissociável de sistemas de objetos e sistemas de ações, e, enquanto um espaço obediente, o é por efeito de circunstâncias complexas (SANTOS, M.; SILVEIRA, 2001, p.264).
a legitimação dos interesses na construção do espaço urbano
a construção do espaço urbano a partir das necessidades capitalistas
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rio paraopeba, na porção que cruza a entrada para o centro da cidade. fonte: autora, 2019.
a legitimação dos interesses na construção do espaço urbano
Fonte: IDE-Sisema, 2020; PDE, 2020. Produzido pela autora, 2021.
Leitura urbana para a proposição de diretrizes.
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Tem-se que o poder do uso do território pode ser traduzido pela capacidade de uma empresa em manejar os recursos necessários para a sua atuação, assim como os recursos necessários à seus competidores (TAYLOR; THRIFT, 1982, p. 1.604 apud SANTOS, M.; SILVEIRA, 2001, p. 294-295), e, dessa forma, torna a competição pelos espaços um resultado hierárquico das corporações que podem dispor de maior viabilidade para utilizar dos mesmos recursos espaciais. Logo, as empresas que ganham esses privilégios de utilização, alcançam maiores lucros e tendem a pressionar as autoridades dos governos a realizarem obras de logística das quais necessitam. Quando realizadas, os processos de produção são favorecidos e o espaço corporativo construído se consolida cada vez mais.
Por conseguinte, o extrativismo mineral impõe sobre a paisagem que ocupa, um novo ordenamento, totalmente diferente. A prática de extrair minerais do subsolo requer a ocupação de grandes glebas de terras pelas mineradoras, alterando as dinâmicas naturais tanto superficiais - como a emissão de poluentes no ar e nos rios - quanto de seu âmago - como o rebaixamento de lençóis freáticos -, afetando o exercício de outras atividades econômicas, principalmente a agricultura e a pesca, comuns nas regiões mineradas. Vemos em Brumadinho - e em tantas outras cidades mineradas - , um potencial enorme em outras práticas econômicas, como o turismo e a agricultura, mas que possuem dificuldades em se desenvolverem e ampliarem, já que a mineração ocorre e se alastra em detrimento à essas, demandando cada vez maiores áreas de paisagem natural (COELHO, 2018, p. 265). Mesmo depois de um rompimento de barragem, são justamente essas as atividades majoritariamente afetadas.
Observa-se, segundo Milton Santos (1988, p. 96), que qualquer ação humana é trabalho e qualquer trabalho é geográfico, sobre a natureza. Assim, a relação entre Homem e Natureza é recíproca e permanente, alterando tanto um quanto o outro. Mas nesse processo de humanização que o homem impõe ao meio natural durante o procedimento de extração mineral em larga escala, a equação não se mantém balanceada, nunca se encontra o equilíbrio. Ainda como Harvey (2014, p. 32) descreve, o capitalismo carece de procurar formas de superar barreiras para manter a sua produção expandindo de forma ininterrupta. Para isso, é necessário encontrar novos meios de produção e novos recursos naturais, o que pressiona o ambiente natural progressivamente para a extração de matériaprima e para absorver os esperdícios irremediáveis ao processo de extração ou produção. Essa inércia em que o processo de expansão predatória que o extrativismo mineral entra, só é modificado quando as reservas naturais de minérios tornam-se escassas ou quando o processo produtivo antes lucrativo, se converte em um processo inviável economicamente (COELHO, 2018, p 265).
Segundo Doris Fuchs (2005, p.13), o uso de instrumentos de poder pelas empresas se desenvolveu conforme o aumento dos interesses competitivos, com o objetivo de proporcionar o prospecto das suas atividades no sentido de manterem-se em nível de disputa para com a concorrência. Logo, evidencia que grandes corporações se utilizam de 3 principais meios para impor suas necessidades dentro do espaço urbano e consolidar seus privilégios cada vez mais. Esses métodos vão desde narrativas de dimensões ideológicas até a manipulação direta de agentes públicos.
a legitimação dos interesses na construção do espaço urbano
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muro próximo à entrada da cidade. fonte: autora, 2019.
a legitimação dos interesses na construção do espaço urbano uso de acesso exitente macrozona de preservação ambiental - pde 04 07 10 linha férrea estrada de acesso mineral do brasil 15 15 15 02 02 01 01 01 01 03 06 05 12 11 08 14 13 16 10 09 09 09 09 09 Zoneamento e programa do parque proposto.
Fonte: IDE-Sisema, 2020; PDE, 2020. Produzido pela autora, 2021.
17 área de recureparação ambiental área de preservação ambiental viveiro de plantas centro ecoeducativo trilhas educativas trilha elevada para montain bike área de eventos aberta área de eventos fechada equipamentos lúdicos bicicletário mirante galeria de exposição quiosques de alimentação feira de produtores locais banheiros administração acesso público acesso restrito carga-descarga 05 04 03 02 01 10 09 08 07 06 15 14 13 12 11 16 eixo sustentar eixo prover eixo comerciar acesso exitente preservação pde 2020 02 02 01
mirante, galeria de exposição e área de eventos
viveiro de plantas bicicletário
centro ecoeducativo
acesso público
anfiteatro
acesso restrito área comercial
feira de produtores locais
acesso público - principal administrativo e bicicletário
Implantação.
a legitimação
dos interesses na construção do espaço urbano
Fonte: Autora, 2021.
Diagrama da vista do mirante.
Diagrama da transposição do rio.
Diagrama do centro ecoeducativo. Fonte: Autora, 2021.
Fonte: Autora, 2021.
Fonte: Autora, 2021.
19 100 0 100 200 m implantaçãozinea Documento Escal 1 100
o
através de que revezamentos e até que instâncias, frequentemente ínfimas, de controle, de vigilância, de proibições, de coerções. Onde há poder, ele se exerce. Ninguém é, propriamente falando, seu titular; e, no entanto, ele sempre se exerce em determinada direção, com uns de um lado e outros do outro; não se sabe ao certo quem o detém; mas se sabe quem não o possui.”
a legitimação dos interesses na construção do espaço urbano
“Além disso, seria necessário saber até onde se exerce
poder,
Foucault
morador da comunidade dos pires mostrando queimada em área de app, de interesse da Vale. fonte: autora, 2019.
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Artcidade244
Equipamento de Cultura Urbana
Projeto de Arquitetura VI 2019
O projeto apresentado trata-se de um equipamento de cultura urbana em um terreno situado entre a Penha de França e Cangaíba, na Zona Leste de São Paulo. Em um quadro de clara segregação espacial promovido pelo processo histórico de formação e perpetuado por políticas públicas que reforçam o padrão desigual de mobilidade e acessibilidade urbana, a área em questão abriga uma grande diversidade de povos e culturas, além de apresentarem alta vulnerabilidade social. Assim, os habitantes são privados do acesso à grande parte dos recursos da Cidade, sendo consequentemente, privados de participar da vida na Cidade. Para o filósofo Michel de Certeau, o “lugar” é o espeço praticado e discorre sobre a importância do habitante como compositor do lugar, na medida em que
interfere física e perceptivamente. É possível observar na história das cidades, que, desde os primórdios da civilização, o espaço é usado de acordo com a necessidade daqueles que o habitam e dos “objetos e coisas” (SANTOS, 2006).
Assim, conforme a apropriação do espaço muda, sua dinâmica também muda e mudanças nas dinâmicas sociais alteram constantemente as dinâmicas urbanas. Não sendo um conceito sólido e imutável, a Cultura Urbana é uma concepção complexa e inquieta, na medida em que se transforma constantemente junto à sociedade. O ideal de Cultura Urbana serve de base para o projeto com o intuito de receber a variedade de público que a região compreende, sendo bem-vindo as diferenças, desde étnicas-raciais até sociopolíticas e de faixa etárias.
Orientação: Vitor Delpizzo e Nayara Pires.
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SOCIOLOGIA URBANA
APROPRIAÇÃO DOS ESPAÇOS PÚBLICOS
ARTE INDEPENDENTE COSMOPOLITISMO
AMPLIAÇÃO DAS RELAÇÕES HUMANAS EXPRESSÃO ARTÍSTICA HUMANIZAÇÃO DA METRÓPOLE INSERÇÃO SOCIAL QUEBRA DE PRECONCEITOS
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artcidade244 implantação AVENIDA 735 11% 0 1 10 20 5
BY AN AUTODESK
PRODUCED
STUDENT VERSION
25 seção a seção b
elevação av. carvalho pinto
elevação rua puruá
artcidade244
27
artcidade244
planta pav. térreo +733.64 planta primeiro pav. +738.14
29
+738.14
planta segundo pav. +742.64
artcidade244
seção a seção b
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artcidade244
“Uma sociedade não é constituída meramente pela massa de indivíduos que a compõem, o território que ocupam, as coisas que usam e os movimentos que executam, mas acima de tudo está a ideia que ela forma de si mesma.”
Emile Durkheim
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A Construção da Transitoriedade Permanente
Intervenção Urbana no Guarujá
A partir da presença portuguesa, outras nações europeias viram no Brasil potenciais a serem explorados e extraídos, e foi então que a Coroa Portuguesa se vê obrigada a ocupar o território de forma efetiva a fim de garantir o monopólio sobre essas terras. Assim se inicia o processo de escolha - pelos grupos dominantesdas localizações mais convenientes para com as atividades desejadas. Se, porventura, os locais escolhidos estivessem ocupados, as populações desses lugares eram expulsas e obrigadas a ocuparem áreas em que não houvesse oposições pelo poder então instituído. São, em geral, áreas menos estruturadas, em posição desfavorável com relação à topografia, ou à drenagem natural (SAKAMOTO, 2017). Em 1976, com a construção da Rodovia dos Imigrantes, dá-se o início ao denso processo de ocupação do território por loteamentos destinados ao mercado imobiliário para atender à elite
cafeeira paulistana e então, à classe média, gerando o desmatamento de grandes áreas. Dessa forma, os grupos economicamente dominantes ocupam as áreas providas de infraestrutura e de relativo planejamento, enquanto a maior parcela da população não possui alcance financeiro sobre as terras do território formal e assim, obrigadas a recorrer à informalidade, aos territórios precários e irregulares, distantes da infraestrutura e do direito de participar da vida na Cidade. Assim, além da segregação social clara determinada pela proximidade com o mar e o privilégio da paisagem, um dos maiores obstáculos para se alcançar uma socialização territorial efetiva é a própria legislação. Vemos então, que o ambiente construído é mais que um reflexo da economia ou da sua política; para além dessas condições, as formas do ambiente construído são resultado de uma vontade (SENNETT, 2018).
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Projeto de Urbanismo e Paisagismo VII 2020
Orientação: José Rollemberg e Larissa Soares.
Trabalho desenvolvido com Gabriela Batistela, Jaqueline Zullino, Luana Mariani e Mariana Barros.
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a construção da transitoriedade permanente
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a situação
“[…] Uma lei do silêncio determinava claramente que a cidade e o mundo terminavam nas portas do povoado de casebres e interessava aos dois lados manter aquela fronteira invisível. Armando sabia que, do outro lado, muita gente rezava, aberta ou secretamente, para que um dia a tempestade varresse para sempre a cidade dos pobres, mas enquanto esse dia não chegasse, todos preferiam olhar para o outro lado, dar as costas ao mar e àquelas pessoas que sofriam entre a água e a selva de fábricas de Pueblo Nuevo.”
(ZAFÓN,
a construção da transitoriedade permanente
2011)
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a proposta
área parque + equipamentos área parque + his
ZONAS 4 E 5 DO ZEE-BS
RESTRIÇÃO DA OCUPAÇÃO PARA ATÉ 60% DO TERRENO
DESENVOLVIM ENTO RESPEITANDO OS RECURSOS NATURAIS
TROCA DO ZONEAMENTO PARA ÁREAS DE FORMAÇÕES AMBIENTAIS
PLANO METROPOLITA -NO DE DESENVOLVI MENTO
ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO
PLANO DIRETOR PARTICIPATIVO
PROTEÇÃO EFETIVA DA PAISAGEM E REMANESCENTES NATURAIS
DESENVOLVIMENTO ORDENADO E REAFIRMADO PELAS INSTÂNCIAS
MELHORIA NA QUALIDADE DE VIDA DA POPULAÇÃO
a construção da transitoriedade permanente
COTA DE SOLIDARIEDADE: 20% DA ÁREA COMPUTADA DESTINADA À HIS
área his
GRANDES EMPREENDIMENTOS FECHADOS PARA A CIDADE
FRUIÇÃO PÚBLICA
TERRITÓRIOS DA CIDADE SOCIALIZADOS
MALHA URBANA ININTERRUPTA
COEFICIENTE DE APROVEITAMENTO BÁSICO = 1
PAGAMENTO AO FUNDO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO
URBANO PARA CA’S > 1
RETENÇÃO DA VERTICALIZAÇÃO DA CIDADE REPASSES PARA O INVESTIMENTO EM MELHORIAS URBANAS
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a construção da transitoriedade permanente
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Parque Ecológico Guará Vermelho
Parque Metropolitano da Baixada Santista
O objetivo central do Parque Ecológico Guará Vermelho é garantir a preservação e a valorização dos ecossistemas significativos da Região Metropolitana da Baixada Santista, definidos principalmente pela Mata Atlância e pelos manguezais, que sofrem constantes ameaças antrópicas, assim como recuperar áreas já degradadas. Dessa forma, a implantação do Parque auxiliará no cumprimento da preservação ambiental, prevista através das Unidades de Conservação Estaduais e Federais, além de evitar que a área, de enorme importância ambiental, sofra maiores efeitos da ocupação humana através do avanço da malha urbana.
Sendo assim, o intuito é, também, diminuir os impactos da expansão portuária, prevista pela Z5 do Zoneamento Ecológico Econômico da Baixadada Santista, e da expansão urbana na região, prevista pelo Plano Metropolitano de Desenvolvimento Estratégico. Ao mesmo tempo em que se pretende preservar os ecossitemas, o Parque Guará Vermelho também pretende proporcionar usos públicos e de lazer, e deverá exercer o papel de um grande laboratório de conhecimentos, promovendo através da educação ambiental, a conscientização da sociedade para a preservação dos recursos naturais.
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Projeto de Urbanismo e Paisagismo VIII 2020
Trabalho desenvolvido com Caroline Mascarenhas, Gabriela Batistela, Jaqueline Zullino, Luana Mariani e Mariana Barros.
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perímetro do parque cubatão
- Área de solos contaminados;
- Área de mangue antropizada;
- Pouca oferta de equipamentos de saúde, educação, cultura e lazer;
- Habitações em condições subnormais;
- Predominância de Gleissolos;
- Predominância de formação arbórea/arbustiva em região de várzea e formação arbórea arbustiva/herbácea em terrenos marinhos lodosos. santos
- Predominância de formação arbórea/arbustiva em região de várzea e formação arbórea arbustiva/herbácea em terrenos marinhos lodosos;
- Área de expansão portuária;
- Área antropizada de mangue e restinga;
- Área de Z5EP;
- Área permeada pelo estuário;
- Gleissolo e Cambissolo;
- Piores índices de coleta e tratabilidade de esgoto
guarujá
- Predominância de floresta ombrófila densa;
- Espodossolo;
- Área de interesse retroportuário;
- Áreas degradadas de restinga e mangue;
- Área de Desenvolvimento Compatível;
- Piores índices de coleta e tratabilidade de esgoto. são vicente
- Formação arbórea/arbustiva-herbácea de terrenos marinhos lodosos e floresta ombrófila densa
- Latossolo, cambissolo e espodossolo
- Áreas de mangue antropizadas
- Piores índices de coleta e tratabilidade de esgoto
- Intensa concentração de habitações em palafitas e áreas inundáveis
- Grandes áreas de Z1T
- Áreas de solos contaminados
- Alta densidade urbana
- Área de expansão urbana em direção às áreas de mangue
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proposta geral
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recorte escolhido
ampliações do recorte
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ampliação 1: setor de encontro
ampliação 2: setor permita-se
ampliação 3: setor envolva-se
ampliação 4: setor renove-se
ampliação 5: setor contemple
ampliação 6: setor zele
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56 THAIS NAGATA (12) 99740-1624 nagatathais@gmail.com