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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS Programa de Pós-Graduação em Processos Criativos em Palavra e Imagem
REVISTA CERVEJARIAS DE NOVA LIMA: Divulgação do Pólo Cervejeiro Artesanal de Nova Lima, MG.
Thales Mendes dos Reis
Belo Horizonte 2015
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Thales Mendes dos Reis
REVISTA CERVEJARIAS DE NOVA LIMA: Valorização do Pólo Cervejeiro Artesanal de Nova Lima, MG
Trabalho de conclusão de curso apresentado à Pós-Graduação lato sensu Processos Criativos em Palavra e Imagem da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.
Belo Horizonte 2015
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RESUMO Este trabalho tem como iniciativa valorizar as marcas das cervejarias instaladas em Nova Lima na região metropolitana de Belo Horizonte através da concepção de uma revista de distribuição gratuita.
PALAVRAS-CHAVES: Cerveja Artesanal; Revista; Marca; Storytelling
ABSTRACT This work has the initiative to value brands of beer installed in Nova Lima in the metropolitan region of Belo Horizonte by designing a free distribution magazine.
KEYWORDS: Craft beers ; Magazine ; Brand ; Storytelling
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1. INTRODUÇÃO Nova Lima é o maior polo cervejeiro de Minas Gerais e um dos maiores do Brasil, concentrando-se no município nove cervejarias artesanais. Devido a esse grande potencial, foi criado um projeto piloto da Revista Cervejarias de Nova Lima de distribuição gratuita para a divulgação e valorização das marcas das cervejarias, seguindo a metodologia do storytelling, em contar histórias em forma de narrativa gerando conteúdo autentico fazendo conexão emocional com o público.
2. Fundamentos Teóricos 2.1. Jornalismo de Revista Na visão de Scalzo (2013), uma revista é mais do que uma publicação periódica, é um encontro entre editor e leitor. Este veículo de comunicação agrega características importantes, tais como confiança, credibilidade e expectativas. Para o editor espanhol Juan Caño, uma revista pode ser definida como uma história de amor com o leitor, que busca não apenas informação, mas histórias, análises, reflexões e experiências. Justamente por falar diretamente com o leitor, a revista, que é muito mais do que uma simples transmissão de notícias, conhece o rosto de seu leitor e garante uma aproximação real. Tais características fazem com que a revista seja o meio de comunicação mais adequado para a divulgação de cervejas artesanais, que possuem um público singular. 2.2.Storytelling no contexto das marcas Apreciadores de cervejas artesanais são exigentes e buscam mais do que degustação, buscam história, tradição, sabor e qualidade. A fabricação da cerveja é uma arte complicada. Para Oliver (2012), se a cerveja não fica boa, a safra ruim não pode ser culpada. A qualidade da cerveja reflete diretamente na posição de sua marca no mercado.
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Na atual conjuntura social, o consumidor está cada vez mais consciente e exigente, o que, para Pinho (1996), faz com que as empresas tenham que se preocupar cada vez mais com a qualidade. Pinho (1996) considera a marca o principal fator de diferenciação e a mesma é certamente preponderante na escolha de um determinado produto. A escolha do consumidor por cervejas artesanais é também ligada à tradição da marca. O turismo cervejeiro tem sido difundido em diversas culturas e alia degustação e harmonização das cervejas, bem como a culinária adequada a cada tipo de cerveja. Cultura e tradição são fatores preponderantes para a disseminação da marca de cervejas artesanais no mercado. Cervejarias artesanais instalaram suas fábricas, em Nova Lima, formando um pólo cervejeiro na região. A tradição dessas grandes marcas favoreceu a economia e o turismo local. São nove cervejarias na cidade. A história das cervejas é tão importante para o turista e apreciador, quanto o sabor das mesmas. Capaz de estabelecer confiança, inspirar, motivar, engajar e mobilizar, o storytelling é uma ferramenta de comunicação escolhida para gerar aprendizagem sobre a cultura cervejeira, conectando conteúdo e experiência. Para atingir o público exigente de apreciadores de cervejas artesanais, a marca precisa ser memorável e contar histórias eficazes para criar uma rápida e efetiva conexão com este público. Mcsill (2013) afirma que entender o storytelling e conseguir realizar uma análise de uma estória é algo essencial para conservá-la por meio do conhecimento de estrutura. Para Mcsill (2013) “ao escolher determinadas técnicas de construção de texto e alinhá-las, de uma forma ou de outra, você estará gerando a estrutura”. A ideia, neste trabalho, é utilizar a revista como meio para se contar histórias nas práticas do storytelling, com histórias autênticas e criativas fazendo conexão emocional e inspirando o público a uma viagem à marca, convidando-o com um
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título forte e levando a conhecer a personagem da história (a cervejaria). Dessa forma, propõe-se tornar a marca admirável por suas tentativas de sucesso, criando uma identificação do receptor com a história contada. Para Mcsill (2013, p. 356), “A nossa ‘alfabetização emocional’ (emotional liberty) vem através da estória. Ao trabalharmos as nossas estórias pessoais exploramos quem somos e o que sentimos, dentro de um mundo não muito diferente do da ficção, protegido e imaginário. Falamos tanto em estória como entretenimento, como usada na educação de líderes, para informar as massas, que nos passa desapercebido que estória tem sido utilizada ao longo dos séculos como um meio para dar sentido à nossa experiência de vida.”
Para se contar boas histórias, precisa-se de estrutura organizada para essa construção e o que dá sentido àquilo que se quer contar. Para se fazer sentido, a história deve basicamente ter começo meio e fim; tempo, espaço, enredo, personagens tudo contado através de um narrador. Mcsill (2013, p. 239) afirma que: “A reflexão sobre a estrutura subjacente é mais do que uma reflexão sobre solução. Uma vez que você tenha definido o problema, terá criando um objetivo que vislumbrará o futuro, isso levará você em direção a solução de uma maneira estruturada. E, como você já pensou nos recursos, os obstáculos serão realisticamente enfrentados como ferramentas que você sabe que possui.”
Muitas cervejarias estrangeiras tem utilizado a prática de storytelling para contar a história de suas marcas e produção de suas cervejas. Seguindo esta tendência mundial, a divulgação das cervejarias do bairro Jardim Canadá será feita através de uma revista cuja prática de storytelling será utilizada. 2. METODOLOGIA 2.1. O Segmento da Cerveja Artesanal O Brasil é um dos maiores consumidores e produtores de cerveja no mundo, ficando atrás somente dos Estados Unidos e China, respectivamente, e ficando à frente de países como Alemanha e Rússia, segundo pesquisa divulgada pelo SEBRAE em 2014. Uma outra pesquisa realizada pelo IBOPE em 2013 diz que 64% da população brasileira, ou seja 2/3 dos brasileiros, preferem a cerveja como a bebida
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para comemorações. Todo esse cenário se torna favorável para as mais de 300 empresas de cerveja no Brasil que já faturam cerca de R$ 2 bilhões por ano segunda a Associação Brasileira de Cerveja Artesanal (Abracerva). Legalmente, no Brasil, para ser reconhecida como cerveja, a bebida tem que possuir no mínimo em sua composição 55% de cereais malteados. As cervejas feitas artesanalmente usam 100% de cereais malteados, além de outros ingredientes como lúpulo e leveduras importadas e respeitam o tempo e o processo de produção artesanal, podendo assim oferecer uma cerveja de qualidade. Diferente das grandes fabricantes que, para baratear e reduzir o processo de produção, usam cereais de milho e arroz, o que resulta em uma cerveja de menor qualidade. O brasileiro vem aumentando o consumo de cervejas artesanais e começa a compreender o significado do ditado “beber menos e beber com mais qualidade”. Mesmo com algumas barreiras de diferença de preço entre as cervejas de produção em massa e as artesanais, o mercado está em alta ganhando novos consumidores. 2.2. Apresentação da Revista Cervejarias de Nova Lima O objetivo da Revista é divulgar as cervejarias de Nova Lima, contanto suas histórias, além disso, o desenvolvimento desta revista objetiva levar ao público admirador de cervejas artesanais, informações sobre as cervejarias, entre outros serviços prestados pelas cervejarias. Foi elaborado um projeto gráfico de formas livres onde foram usados boxes de formas não retilíneas e com uma padronização da forma livre onde se mantem a identidade de usar formas livre mas sem sair da linha do seu formato que foge dos ângulos de noventa graus e proporciona boxes de textos com ângulos maiores ou menores conforme o conteúdo de texto aplicado, sempre procurando manter um ritmo de leitura no sentido horário onde o posicionamento das imagens e textos estão próximos mas sem tornar a leitura um obstáculo mas uma forma de interação entre imagem e texto. Foram usadas duas tipografias diferentes na revista, para os textos corridos foi escolhida a tipografia Rockwell uma fonte adequada para a leitura por ser serifada contribuindo para a facilitação da leitura e seus traços que fazem uma junção entre o
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moderno e o contemporâneo, e para às chamadas foi escolhida a tipografia Rhayder uma fonte sem serifa contribuindo para a visualização dos títulos transmitindo a sensação de clareza e organização. Todas as capas deveram das edições futuras deverão seguir o grid, é projeto gráfico aplicado mudando somente a imagem de fundo que sempre deve ser uma pintura digital relacionada ao tema ou conceito que move a cervejaria, no caso deste projeto piloto a cervejaria comtemplada foi a Taberna do Vale, foi usada de fundo uma pintura digital levando o receptor a uma viagem no tempo da idade média nas antigas tabernas onde as guerreiros e camponeses se reuniam para fazer o consumo de cerveja. Usar a pintura digital agrega valor a revista e atrai ao receptor a sua atenção e curiosidade de se conhecer o conteúdo da revista. Para a produção gráfica deste material foi escolhido o formato A4 (210mmx297mm) um formato padrão e econômico para a impressão em grandes quantidades, além de ser uma formato de fácil manuseio. Para a impressão da capa foi utilizado o couchê fosco 170 gramas com laminação fosca dos dois lados para tornar a capa mais resistente a futuros incidentes aumentando a sua durabilidade e tirando todo o brilho da impressão transmitindo assim seriedade, para o miolo foi utilizado o couchê fosco 145 gramas de fácil manuseio e com maior resistência a futuros amaçados e se trata de um papel fosco o que diminui incidência de reflexos da luminosidade ambiente no papel tornando assim uma leitura mais confortável. Foi usado neste projeto piloto o acabamento e grampo para unir as páginas mas como se trata de um projeto piloto as futuras edições poderão levar lombada quadrada caso o miolo ultrapasse a quantidade de 40 páginas. A periodicidade da revista será semestral e em cada publicação terá a mesma diagramação, tipografia, o formato, tipo de papel, impressão e quantidades de cores preservadas, devera ser impressa no processo de impressão offset sempre preservando a identidade de publição.
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4. ANÁLISE O projeto de desenvolvimento da Revista Cervejarias de Nova Lima possui grande viabilidade e condições de sucesso. A entrevista realizada com o fundador de uma das cervejarias de Nova Lima foi ilustrada na revista, através do storytelling, contando a história de forma emocionante, onde o receptor pode se identificar com o enredo. Esta pesquisa, trouxe informações da historia da cervejaria e como foi sua evolução ao longo dos anos. Esta estratégia irá agregar valor à cervejaria contemplada, ao passo que proporcionará sua divulgação, visando despertar o interesse do público cervejeiro em conhecer e degustar de suas cervejas. 5. CONCLUSÃO Podemos concluir que a Revista Cervejarias de Nova Lima irá contribuir com o crescimento das marcas das cervejarias instaladas em Nova Lima, oferecendo a elas a oportunidade de contar sua história, valorizar suas marcas, sua localização, e proporcionar avaliações das cervejas e divulgação de seus serviços. Dessa forma, a revista contribui com leitor e fornecedor, criando assim um laço entre ambos. O storytelling possibilita uma aproximação maior com o leitor e permite causar o envolvimento do mesmo com a história de uma forma mais profunda, despertando emoções e permitindo que o leitor se identifique com o enredo.
REFERÊNCIAS COUTO, Renata. A Potencialidade turística do município de Nova Lima-MG. Disponível em <http://followscience.com/content/515481/souza-renata-couto-de-apotencialidade-turistica-do>, Acesso em 30 nov. 2014 OLIVER, Garrett. A mesa do Mestre-Cervejeiro: Descobrindo os prazeres das cervejas e das comidas verdadeiras. São Paulo: Senac, 2012. 546 p. MCSILL, James. Lições de Storytelling: Fatos, ficção e fantasia. São Paulo: DVS, 2013. 364 p. SCALZO, Marília. Jornalismo de Revista. 4. ed. São Paulo: Contexto, 2013. 112 p. PINHO, José Benedito. O Poder das Marcas. 3. ed. São Paulo: Summus, 1996. 143p.