Literatura Policial - Litermais #1 - Nov 2014

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LITER+ Edição 1 - Novembro de 2014

Entrevista com Felipe Colbert Confira a entrevista com Felipe Colbert, e descubra boas histórias sobre sua carreira e o que o inspira a escrever.

AS HISTÓRIAS DE MISTÉRIO CONTINUAM OCUPANDO LUGAR DE DESTAQUE NO MERCADO EDITORIAL MUNDIAL



Editorial Editorial

Inicialmente pensei em focar no tema principal, mas começar o editorial da primeira edição de uma revista falando dos desafios encontrados durante a produção é um clichê que vou aproveitar. Especialmente porque a simples criação de uma revista que trate de literatura não é algo tão simples quanto possa parecer. São tantos os percalços atualmente no caminho de quem decide atuar no campo literário, que em contrapartida são poucas as pessoas que se arriscam no meio. Criar a Liter+ foi uma missão que tomei como a de importância majoritária por quase um ano, fazendo todo o planejamento, desde a definição do tema da edição número um, até a edição, diagramação e finalização dos materiais. Agora, ao olhar e ver o que resultou de todo o trabalho, as horas passadas na frente do computador pesquisando sobre o tema principal, almejando fazer algo que fosse ca-

paz não apenas de transmitir informações, mas também emoções variadas, enquanto o leitor folheia a revista, é incrivelmente gratificante. Para começar decidiu-se falar sobre literatura policial, um gênero que tem arrecadado inúmeros entusiastas e admiradores mundo afora ao longo dos anos. No Brasil, apesar de ainda existir uma produção escassa deste estilo, os autores que se arriscam exibem uma produção de qualidade elevada, com trabalhos que podem ser comparados e colocados em um mesmo patamar que grandes nomes estrangeiros. Nas páginas a seguir você poderá desfrutar de um conhecimento especial, adquirido através de pessoas por dentro do assunto.

Boa leitura!

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Thales Oliveira Editor

LITER+

REVISTA LITERMAIS

ANO I - EDIÇÃO 1 - MÊS: NOVEMBRO/2014

Editor e Redator Thales Oliveira Projeto Gráfico Thales Oliveira

Colaboração André Lee Gabriela Wegner Hypia Sanches Priscila Fernandes

ENVIE SUA OPINIÃO!

Você pode participar da Liter+ escrevendo para o e-mail revistalitermais@gmail.com. envie sua opinião sobre algum livro que leu, sugestões de pautas, críticas e elogios.


Índice Índice

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Opinião

Entrevista com

Adriana Vargas

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Novidades Capa

Mistérios Entre Linhas

18 Resenhas

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Entrevista com

Felipe Colbert

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Blogs Top + Vendidos

30 Nas Telas

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Opinião Opinião

Hypia Sanches - Bebedouro/SP Eu me lembro como se fosse agora do momento em que meu pai me trouxe o primeiro livro de Harry Potter para que eu lesse, quando eu estava na quinta série do Fundamental. Descrevo com uma palavra o que senti enquanto lia: MAGIA. Eu acredito no que dizem sobre livros serem a prova de que seres humanos normais (ou não) são capazes de fazer mágica. Desde então, teve fases em que li mais, outras em que li menos, mas hoje meu gosto pela leitura é indestrutível. Sou do tipo de pessoa que não confia em gente que não lê e, apesar de adorar conhecer fatos como realmente são, entendo que sem imaginação ninguém sairia do lugar. E nada melhor que livros com histórias sobre pessoas e lugares nascidos da fantasia para ajudar a explorar nossos sonhos - outras formas de arte também ajudam nisso, mas livros permitem criar mundos de um jeito único. Um escritor que me fez acreditar em bonecas que falam disse que “um país se faz com homens e livros” e eu acho que a tal boneca poderia dizer que é mais complexo que isso mas que ele tem razão. Mas, infelizmente a gente não consegue encontrar nenhuma boneca que fala. É quando a gente aprende também que a vida real não é tão colorida assim. A gente volta pros livros para imaginar outras possibilidades e vem pra realidade de novo e muda o mundo um pouquinho - nem que seja só o nosso mundinho.

André Lee - Curitiba/PR Desde pequeno sempre me interessei por histórias, não tive muito incentivo à leitura em casa, mas às vezes revistas em quadrinhos e ficava horas mergulhado no universo de Maurício de Sousa, Homem-Aranha entre outros. Entre a terceira e a quarta série tive um bom incentivo da escola pública que eu estudava, que deu uma coleção de livros com clássicos da literatura mundial para todos os alunos, a partir daí fui pegando mais gosto pela leitura. Mas o livro que realmente me fez despertar para a leitura foi Assassinato no Expresso do Oriente da eterna Rainha do Crime Agatha Christie, que recomendo a todos.

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Novidades Novidades

Um cruel assassinato na escuridão Dentro de um estacionamento em Georgetown, uma mulher é esfaqueada e trancada no porta-malas do próprio carro. Como assinatura, o criminoso corta os cabelos louros da vítima e os deixa espalhados pelo corpo. Designado para o caso, o detetive Alex Cross nem imagina que esse é apenas o primeiro de uma série de pesadelos.

Alex Cross, Corra James Patterson Editora Arqueiro 224 pág.

Uma mulher é morta e um bebê desaparece No mesmo dia, Alex Cross é chamado para uma segunda cena de crime: uma jovem enforcada do lado de fora do sexto andar de um edifício. Assim que a legista responsável descarta a possibilidade de suicídio e informa que a vítima deu à luz recentemente, Cross descobre que não está lidando apenas com um homicídio, mas também com um caso de sequestro. Alex Cross precisa deter três assassinos Três dias depois, o corpo de um rapaz é descoberto em uma doca, baleado e com meia dúzia de perfurações ao redor da área genital. Quando os rumores de três assassinos em série se alastram pela cidade de Washington e novas vítimas são encontradas a cada dia, a pressão recai nos ombros de Cross. Uma pressão tão forte que pode afetar sua concentração a ponto de ele não conseguir evitar um perigo mortal que se aproxima de sua família.

Claire Randall guardou um segredo por vinte anos. Ao voltar para as majestosas Terras Altas da Escócia, envoltas em brumas e mistério, está disposta a revelar à sua filha Brianna a surpreendente história do seu nascimento. É chegada a hora de contar a verdade sobre um antigo círculo de pedras, sobre um amor que transcende as fronteiras do tempo... e sobre o guerreiro escocês que a levou da segurança do século XX para os perigos do século XVIII. O legado de sangue e desejo que envolve Brianna finalmente vem à tona quando Claire relembra a sua jornada em uma corte parisiense cheia de intrigas e conflitos, correndo contra o tempo para evitar o destino trágico da revolta dos escoceses. Com tudo o que conhece sobre o futuro, será que ela conseguirá salvar a vida de James Fraser e da criança que carrega no ventre?

A Libélula no Âmbar Diane Galbadon Saída de Emergência Brasil 944 pág.

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E n t r e v i s ta E n t r e v i s ta

ADRIANA VARGAS

Foto: Acervo pessoal

Modo Editora LITER+: Você acha que o mercado para um autor iniciante é melhor com a publicação do livro físico ou em e-book? ADRIANA VARGAS: Na minha visão, os autores iniciantes podem ter boas chances em ambos os formatos. Arrisco-me a dizer até mesmo que o formato em que o livro é lançado não tem tanta importância, mas sim a história que o escritor tem para oferecer, que indenpendente de ser um e-book ou livro físico, deve conquistar o leitor. No que concerne os custos de publicação, o livro digital pode sair um pouco mais em conta que o físico, posto que alguns processos pelos quais passa o segundo tipo não acontecem no primeiro. Por exemplo, obviamente um e-book não necessita ser enviado para a gráfica, porém precisa passar por outro tipo de finalização, no caso a transformação

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do arquivo nos diversos formatos hoje comercializados no mundo. L+: Os blogs literários já são conhecidos como fator de divulgação de livros, autores e eventos. Qual o impacto dos blogs e blogueiros na literatura atual? AV: Eles são atores de grande importância atualmente, através de diversos blogueiros conseguimos atingir um sem número de possíveis leitores, sem contar que ter a opinião de alguém que não é de dentro da editora sobre um determinado livro ou autor ajuda imensamente nas escolhas posteriores. Outro ponto é que, visto o que já foi citado de não estar ligado com a editora profissionalmente, a palavra dos blogueiros é tida com maior credibilidade e imparcialidade no julgamento de uma obra.


E n t r e v i s ta Foto: Acervo pessoal

L+: O Brasil é um país de grande extensão e dividido por regiões. Sabe que o foco anteriormente eram as grandes capitais e hoje as editoras estão querendo conquistar as regiões Norte e Nordeste. Na sua concepção, como a editora pode abordar essas regiões, que a cada dia apresentam um número maior de leitores? AV: O melhor modo de conquista territorial é através de eventos. O público não quer apenas ler o livro nacional, ele quer conhecer o autor, escutar suas histórias. Creio que muito se deseja e pouco se faz no mio literário. A região Norte, principalmente, é carente desta via de mão dupla literária na área de eventos. Seria uma boa ideia esta atenção voltada para esta região.

A palavra dos blogueiros é tida com maior credibilidade e imparcialidade no julgamento de uma obra.

L+: Você acha que o autor deve se caracterizar para chamar a atenção ao seu livro? Qualquer divulgação é válida ou dependendo da divulgação o auto pode estar atrapalhando as vendas? NA: Divulgação não é apenas sair gritando aos quatro cantos do mundo o nome de seu livro. O autor precisa se fazer duas perguntas – quem sou e o que estou fazendo aqui. Tudo que for feito

deve ter um estudo por trás, uma pesquisa de mercado, um conhecimento acerca do público. Não basta apenas se fantasiar do gênero ou personagens do livro, isso deve ser feito no local certo para as pessoas certas. Não basta apenas escancarar de quotes as redes sociais, isso deve ser feito de forma favorável e, não, prejudicial, pois tudo que é demais, cansa e se torna chato.

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E n t r e v i s ta

L+: A literatura policial, apesar de já ser antiga, ainda não conquistou os leitores com os YAs. Na sua opinião, como essa literatura deveria ser abordada para aumentar o quantitativo de leitores? AV: Deve incorporar mais os aspectos característicos do grupo que quer atingir, caso queira atingir o público Y.A. o autor deve fazer pesquisas em relação ao que este público espera deste gênero literária, quais são os elementos que poderia abordar, tangendo para este público. Caso queira o público adulto, está muito em modo a abordagem mais hot mesclada à investigação, mas tudo isso com dedicação ao estudo dos elementos.

Foto: Acervo pessoal

L+: O que você acha de sites/blogs/perfis que informam demonstrar os bastidores da literatura nacional? Essa atitude é válida como um “PROCON literário” ou pode ser vista como um ciberbullying gratuito? AV: Depende da abordagem, há pessoas que usam esta ferramenta para querer ganhar ibope e a torna um pseudo reality show. Já vi pessoas usando disso para prejudicar nomes, marcas ou editoras, enfim... Continuo insistindo nas duas perguntas que jamais me enganam antes de começar a fazer qualquer algo na vida: – quem sou e o que estou

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fazendo aqui. Não creio que pessoas comprometidas com a ascensão literária se ocupam de maledicência ou algo deste tipo, pois existem mil e uma formas de ajudar alguém que quer subir o degrau, começando por ajuda-la a divulgar seu livro, ou comprar um exemplar para resenhar. Meter o pau, levantar suspeitas, armar, se vingar, falar para conseguir olhares e seguidores além de ser uma falta de respeito com quem trabalha, é uma ocupação medíocre e desperdiçada.


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Eventos Eventos

Aconteceu Curitiba - PR Sessão de autógrafos com Felipe Colbert e Maurício Gomyde No dia 20 de setembro, os autores Maurício Gomyde e Felipe Colbert estiveram em Curitiba para a sessão de autógrafos de seus novos livros, respectivamente “A Máquina de Contar Histórias” e “Belleville”. O evento aconteceu na Livraria Cultura, do Shopping Curitiba, e os fãs puderam bater um papo legal com os dois, que responderam a todas as perguntas e na sequência abriram a sessão de autógrafos, finalizando com o sorteio de vários brindes, inclusive exemplares dos lançamentos.

Curitiba - PR Bate-papo com Pedro Bandeira Aconteceu no dia 1º de outubro, na Livraria Cultura do Shopping Curitiba, o lançamento da tão esperada sequência da série Os Karas, A Droga da Amizade, de Pedro Bandeira. O autor participou de uma palestra e bate-papo com leitores, e para encerrar a noite uma sessão de autógrafos em que assinou tanto o novo livro quanto os outros volumes da coleção.

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Eventos

Agenda Foto: Divulgação

Curitiba - PR Lançamento do livro “República Paradiso”

Foto: Divulgação

Curitiba - PR Raphael Draccon e Carolina Munhóz em Curitiba

O autor Sérgio Lang vem a Curitiba para o lançamento e sessão de autógrafos de seu novo livro. Sob o título “República Paradiso”, o romance tem como ponto central o assassinato de um garoto e o linxamento de um padre, que ocorreu há 25 anos, em Ouro Preto.

Raphael Draccon e Carolina Munhóz marcarão presença na Livraria da Vila, do Shopping Pátio Batel, para o lançamento de seus livros, respectivamente “Cemitério de Dragões” e “O Reino das Vozes Que Não Se Calam”. Os fãs poderão conversar, tirar fotos e autografar seus livros.

Anote aí! 13 de novembro - 19h30 Livrarias Curitiba (ParkShopping Barigui)

Anote aí! 09 de novembro - 14h30 Livrarias da Vila (Shopping Pátio Batel)

Curitiba - PR Encontro de Fãs de Outlander A Editora Saída de Emergência Brasil e a Livrarias Curitiba realizam, no dia 24 de novembro, às 14h, na loja do Shopping Curitiba, o Encontro de Fãs da série Outlander. O evento terá sorteio de brindes.

Foto: Divulgação

Anote aí! 24 de novembro - 14h Livrarias Curitiba (Shopping Curitiba)

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Resenhas Resenhas

Inferno, de Dan Brown

Em Inferno, Dan Brown instiga o leitor em cada página, para que ele continue lendo, e, como sempre, consegue manter um ritmo constante, que atiça a curiosidade, revelando fatos do mundo no qual Langdon se envolve desta vez. A leitura de Inferno, além de criar a vontade de se aprofundar em tecnologias e estudos genéticos, também faz com que o leitor procure mais sobre A Divina Comédia, de Dante, outra base para o livro, que se faz presente em cada página, com referências principalmente ao primeiro volume da saga de poemas escritos pelo autor florentino, e se mescla com aspectos da própria vida do escritor. Em suma, o livro não deixa muito a desejar nas informações que fornece ao leitor, que muitas vezes, ao abrir um li-

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vro de Dan Brown, está ávido não só pela história que se desenrolará, mas também pela pesquisa do autor. O tema principal tratado neste novo livro é a superpopulação do mundo, um fenômeno que se agrava ano após ano, e que atualmente não tem uma solução muito agradável aos olhos, segundo um dos personagens de Brown, o famoso geneticista Bertrand Zobrist; para ele, o único modo de resolver o problema seria se uma peste ou epidemia acontecesse, fazendo com que a população diminuísse drasticamente. Ainda que Brown exponha em seus livros fatos que podem parecer indiscutíveis e totalmente confiáveis, é importante lembrar que ele os utiliza de forma ficcional, e que podem ocorrer algumas adaptações, sendo assim, o melhor é que o leitor se importante o suficiente para pesquisar o que é colocado no papel, antes de acreditar piamente em tudo o que lhe é mostrado.


Resenhas

Assassinato no Expresso Orient, de Agatha Christie por Priscila Fernandes Considerado um dos maiores sucessos da autora, Assassinato no Expresso Oriente tornou-se referência e inspiração para muitos filmes e peças teatrais do gênero. Publicado em 1934, o 22º livro de Agatha Christie narra o assassinato misterioso de um dos passageiros do luxuoso trem que liga Paris a Constantinopla: o Expresso Oriente. A partir dessa premissa, desenvolve-se uma trama envolvente que deixa o leitor na expectativa até o momento que a solução do mistério se revela. Embora tenha sido escrito há 80 anos, é um texto de fácil compreensão. Pistas falsas são deixadas para o detetive Hércule Poirot, o que deixa a todos com a ‘pulga atrás da orelha’. Dividida em três partes e sem os clichês estruturais – descrições

excessivas, capítulos curtos, alternância de pontos de vista e cliffhangers –, prende o leitor em sua trama, conduzindo-o de um suspeito a outro com excelência. Esse estilo envolvente leva o próprio leitor a querer solucionar esse imbróglio. A Dama do Crime desenvolve uma narrativa fora dos padrões, criativa, engenhosa, criando conflitos e diálogos inteligentes, que mesmo em pleno século 21, surpreende e hipnotiza os novos leitores. Seus cenários nada comuns seguem o estilo mise-en-scène – quando um grupo de pessoas é confinado em um local temporariamente inacessível onde ocorre o crime –, bem como a solução, são reaproveitadas exaustivamente por outros autores e roteiristas. Considerado o maior caso da carreira do detetive belga, o magnum-opus da escritora, a obra possui um final dramático e um enredo diferente, revolucionando os romances policiais.

Priscila Fernandes é formada em Letras Português (por acidente de percurso), pela UFPR. A paixão pela leitura foi cultivada em casa, com os contos de fadas passando para os quadrinhos, e alguns anos depois para romances policiais. Atualmente é orientadora de atividades na área de letramento com alunos dos anos iniciais do Fundamental II.

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MISTÉRIOS E N T R E L I N H A S

Sejam os clássicos como Sherlock Holmes e Hercule Poirot, ou os contemporâneos Alex Cross e Gabriel Allon, os romances policiais ainda tem lugar garantido nas estantes de leitores do mundo todo.

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C a pa Um crime, inúmeros suspeitos e apenas uma pessoa que pode efetivamente desvendar os mistérios por trás de toda uma trama. Todos estes elementos são a base para os populares romances policiais. Com origem remetendo às histórias publicadas por Edgar Allan Poe no início dos anos 1840, a literatura policial ganhou fora ao longo dos anos, principalmente pelos nomes que surgiram, como Agatha Christie, Sir Arthur Conan Doyle, Georges Simenon e Raymond Chandler, e alguns de seus personagens históricos mais marcantes como Sherlock Holmes, Hercule Poirot e Jules Maigret. Mesmo que a estrutura das narrativas se repita ainda nos dias atuais, a literatura po-

licial continua conquistando um público cada vez maior, sem nunca sair de moda. “É um gênero que provoca a curiosidade e atiça tanto a imaginação quanto a inteligência do leitor. Disto vem um prazer especial que é difícil encontrar em livros de outros tipos”, explica Felipe Colbert, autor que iniciou a carreira publicando obras policiais como “A Entrevista Ininterrupta” e “Ponto Cego”. Para alguns especialistas no assunto, estes livros também fazem sucesso por trabalhar com o cotidiano, algumas vezes até mesmo surgindo de situações reais, assim criando uma identificação entre os personagens e quem lê.

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C a pa Um pouco de história... A ficção policial só foi reconhecida como um gênero literário distinto no início do século XIX, com o surgimento de escritores especializados e um número considerável de leitores devotados ao estilo. No entanto, o exemplo mais antigo conhecido de uma história de mistério é o conto “As Três Maçãs”, um dos relatados por Xerazade em “As Mil e Uma Noites”, no qual um pescador descobre um baú pesado e totalmente trancado ao longo do rio Tigre e vende ao califa Harun al-Rashid, que quando manda abrir a peça encontra o corpo de uma mulher cortada em pedaços. Harun então ordena que seu vizir Ja’far ibn Yahya resolva o crime e encontre o assassino em

três dias, caso contrário será executado. O suspense neste caso é gerado pelas inúmeras reviravoltas que acontecem ao longo da narrativa. Mas foi apenas com o passar do tempo que as histórias foram ganhando mais forma, um estilo único. No início do século XIX, com o surgimento de alguns dos autores e personagens que ainda hoje são sinônimo de bons contos policiais, como Sherlock Holmes e Hercule Poirot. “Poirot é uma herança do período que ficou conhecido como “Era de Ouro” da literatura de mistério, a qual teve uma predominância de escritores britânicos, e mesmo os poucos americanos presentes possuíam um toque inglês”, explica a professora de

literatura, Elisangela Márcia. Atualmente, como explica a professora, os romances policiais estão se dividindo em nichos cada vez mais específicos, alguns até mesmo fugindo do foco no enigma e da investigação. “Alguns autores modernos mostram interesse bem maior pelo fazer criminoso do que

DETETIVES DE PAPEL E TINTA

O residente de Baker Street, 221B, é sem igual quando se fala em detetives. Com um quadro quase científico aplicado aos seus casos, Holmes deu para a literatura investigativa uma espinha dorsal moral e um norte inteligente. Sua primeira aparição foi no romance “Um Estudo em Vermelho”.

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Taciturno, esperto e nem um pouco avesso ao trabalho manual quando necessário, Marlowe é um dos principais detetives de todos os tempos na literatura. O personagem foi criado por Raymond Chandler e apareceu pela primeira vez em “O Sono Eterno”.

Como Holmes, Hercule Poirot tem uma inabalável em suas habilidades. Hoje suas peculiaridades – constituição delicada, natureza enfadonha e seu modo de vestir afetado – parecem notavelmente singulares. Poirot surgiu em 1920, com “O Misterioso Caso de Styles”.


C a pa pelo esclarecimento do crime em si. O ponto principal é o passo a passo do antagonista e não descobrir quem ele é efetivamente. Como exemplos desta linha narrativa podemos citar Jeff Lindsay, criador da série Dexter, e Jô Soares, em As Esganadas”, diz ela. Segundo ela, esta fuga do conhecido relato policial, que apresenta um cadáver nas páginas iniciais e o assassino no final da história é devido a uma busca quase incessante por chamar a atenção dos leitores de alguma forma, no caso seria a apresentação de um ponto de vista considerado inusitado. “Uma obra interessante é aquela que mostra inovação na maneira de escrever,” acrescenta Elisangela.

Fãs do gênero

Apesar de não ser um detetive como Holmes e Poirot, Jack Reacher resolve enigmas com uma espontaneidade alarmante. Um ex-major do exército americano, ele viaja por seu país, se encontrando com os problemas. O personagem foi criado por Lee Child, em “Dinheiro Sujo”.

Miss Marple é o estereótipo da boa velhinha, pequena, gentil e calma. Esta fachada serve bem para esconder a mente detetivesca de Marple, que pode ser igualada a qualquer outro grande detetive da história. Mais uma criação de Christie, ela apareceu primeiro em “Assassinato na Casa do Pastor”.

Além dos escritores, leitores ávidos por literatura policial ajudam a manter a popularidade do gênero. A estudante de Engenharia Anna Luiza Breda é fã de Agatha Christie desde os 13 anos e explica por que não conseguiu

mais se desprender da leitura. “A estrutura do mistério e da investigação me deixam fascinada. O livro te prende e faz com que queira ler mais”, conta ela. Já para o blogueiro Allan de Souza, leitor assíduo de romances policiais, o que atrai são as diferentes formas de cada autor tratar o crime. “Gosto do modo sutil como Agatha Christie lida com a violência. Já Chandler atrai de um modo inverso. Seu universo violento é mais pesado, sem aquele toque aristocrático”, comenta. Para a felicidade completa dos fãs, as editoras continuam apostando cada vez mais neste estilo, e mensalmente novos títulos chegam ao mercado brasileiro.

Um homem de meia-idade, um pouco acima do peso, com predileção pelo álcool, Jules Maigret é outro investigador que exibe poucas escolhas de vida saudáveis. Ele é, no entanto, um detetive excelente, criado por Simenon e figura em 75 romances e 28 contos.

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C a pa

AS FACETAS DO ROMANCE POLICIAL Whodunnit? Abreviação de “Who Done It?” (“Quem Fez Isso?”, em inglês), os romances policiais deste tipo apresentam vários suspeitos para um crime, podendo ele ser roubo, assassinato, sequestro, entre outros. A identidade do culpado só é revelada nas últimas páginas do livro. Neste gênero destacam-se Agatha Christie, Arthur Conan Doyle e Edgar Allan Poe.

Noir Os romances Noir (“preto”, em francês) são aqueles onde os personagens são mais humanizados, nesse tipo de história os detetives têm o costume de beber, brigar, se envolver em romances e sexo. Também existem outras tramas paralelas, a história portanto não gira em torno de apenas um fato. Um dos mais conhecidos autores do estilo é Raymond Chandler, além de A.A. Fair com o detetive Donald Lam.

dos, promotores, policiais, entre outros envolvidos não somente em investigar, como também em provar a inocência ou culpa de algum personagem que contrata seus serviços, esses livros também mantém mistério em todo o seu enredo e a solução só é revelada perante o juiz. Erle Stanley Gardner e John Grisham são dois dos mais conhecidos autores da categoria, tendo ambos vendido vários milhões de cópias e publicado inúmeros livros.

Espionagem

Geralmente envolvem investigações de grandes criminosos internacionais, mafiosos, crimes diplomáticos, etc. Um dos personagens mais famosos nesta categoria é o espião James Bond, criado pelo britânico Ian Fleming. O personagem tem inspirado filmes oficiais e não-oficiais por mais de cinco décadas. Outro grande nome atual no estilo é o do português radicado nos EUA, Daniel Silva, que já emplacou muitos romances de Thriller jurídico Romances protagoniza- seu agente Gabriel Allon na lista de best dos por advoga- sellers do The New York Times.

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Fonte: The Top 100 Mystery Novels of All Time

MELHORES L I V R O S POLICIAIS

Estes são os melhores livros de literatura policial de todos os tempos, segundo o site Mystery Writers of America. Sherlock Holmes - Completo Sir Arthur Conan Doyle

O Falcão Maltês Dashiell Hammett

The Daughter of Time Josephine Tey

The Moonstone Wilkie Collins

The Big Sleep Raymond Chandler

Innocent Scott Turow

Rebecca Daphne Du Maurier

Histórias de Mistério e Imaginação Edgar Allan Poe

The Spy Who Came in From The Cold John Le Carré

10º

O Caso dos Dez Negrinhos Agatha Christie

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E n t r e v i s ta E n t r e v i s ta

F E L I P E c o l b e r t “Escrever um livro, como em qualquer outra profissão,

Foto: Priscila Vieira

requer que você se especialize,

LITERMAIS: Sua busca por solucionar crimes através dos livros está ligada a um desejo inconsciente de que os crimes da vida real também possam ser solucionados? FELIPE COLBERT: Uma coisa que a gente aprende quando escreve um livro é que nem toda história tem um final feliz. O problema do final infeliz, eu até prefiro usar o termo “final não-feliz”, é que o leitor pode não gostar. Então, quando a gente coloca um final não-feliz no livro, nós temos que passar uma boa mensagem por trás. Mesmo que o personagem morra. E no romance policial nós temos casos onde o crime é solucionado e tem outros onde não acontece

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então é sempre estudar pra ser um profissional cada vez melhor”.

isso, mas é importante de dizer que tudo o que eu me baseei para escrever o livro é real, até mesmo o que pode parecer imensamente absurdo. L+: Para produzir tais livros você precisou fazer uma pesquisa prévia sobre o que ia precisar durante a história? FC: No caso de Ponto Cego, ele nasceu quando eu visitei Veneza, viajando pela Europa. Quando eu pisei na cidade, e vi o que era aquele lugar, meu primeiro pensamento foi: O melhor lugar para se esconder um corpo. Porque tem água para todos os lados, é cheio de becos. Então fi-


E n t r e v i s ta quei com isso na cabeça. Eu sei que existe aquela linha de que “autor tem sempre que escrever sobre o país onde vive”, mas o Ponto Cego de certa forma começa e termina no Brasil, só o foco central se passa fora. Optei por escrever em Veneza apenas pela inspiração, e quando eu voltei pro Brasil, já com a ideia de escrever sobre a cidade, eu comprei sete livros sobre Veneza, porque eu não queria errar na hora de descrever um cenário, pois fiquei pouco tempo por lá. E como o livro falar sobre simbologia, às vezes tinha algum símbolo de Veneza que eu precisava estudar e não dá pra confira em tudo que está na internet, então comprei todos esses livros, até mesmo alguns internacionais para poder fazer algo mais verossímil. No caso das investigações policiais, elas são muito parecidas, o que muda mesmo é o cenário e o tipo de crime que foi cometido, o que o antagonista está propondo dentro do livro

de ele não conseguir fechar a história, e então inventa um personagem para fazer isso. Mas nós temos que fazer o contrário, usar o mínimo possível de personagens dentro do romance, porque quem tem que resolver a trama é o protagonista, principalmente se ele estiver dentro do universo policial. No caso dos meus alunos, quando ele vai começar a escrever, já é montada toda a trama do livro, com começo, meio e fim, então esse tipo de problema não acontece. Isso pode acontecer quando o autor é iniciante, porque ele simplesmente abre o editor de textos e começa a escrever, aí ela não faz planejamento, mas quando já é algo mais estruturado, não acontece.

L+: Qual sua influência para começar a escrever livros neste gênero? FC: Eu comecei a escrever porque quando tinha 15 anos ganhei do meu pai uma coleção da Agatha Christie, de quem li todos os livros, e isso ficou meio incuba, e quando decidi que começaria a escrever, eu trouxe essa carga de mistério junto, embora eu tenha muda muito, pois meus dois últimos romances não tem uma pegada tão policial como os primeiros. Até meu gosto por leitura veio um pouco tarde, já que hoje em dia com Harry Potter e outras obras semelhantes as crianças começam a gostar um pouco mais cedo, com 8 ou 9 anos. L+: Você já chegou a escrever um rascunho onde o crime não pudesse ser resolvido no final, que não tivesse uma solução plausível? FC: Como eu escrevi apenas dois romances policiais, eu acredito que não tenha este problema, mas além de autor, eu também sou coaching de autores iniciantes, e algumas vezes acontece

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E n t r e v i s ta

L+: Qual o personagem que você mais gostou de escrever? Por quê? E com qual você mais se identifica? FC: Com o Belleville, meu último livro, eu tenho um grande carinho, e o sentimento é tão grande que eu fico até com receio pensando se meu próximo lançamento vai chegar no mesmo patamar. Porque é um romance que está fazendo um relativo sucesso, ficou entre os três mais vendidos da Bienal de São Paulo. Se tem o personagem que eu mais gostei ou não, eu não sei, mas num contexto geral, é o que estou mais apegado. Eu tive um desafio muito grande porque a história é contada sob o ponto de vista de dois personagens, um masculino e um feminino, então foi muito difícil escrever sob uma ótica feminina. Mas realmente é o que mais tenho afinidade. Apesar de cada um ter um lugar especial; A Entrevista Ininterrupta porque foi o que me lançou, o Ponto Cego foi o que eu mais pesquisei, que precisei trabalhar muito; A Última Nota porque foi o terceiro romance e chegou a entrar na lista de mais vendidos. O carinho que tenho por cada um deles é especial. Quanto a personagem, cada um leva um pouquinho de nós, então não tem como escolher um preferido. Até o antagonista acaba com um pedacinho do autor, porque quando estamos escrevendo a história, somos um pouco Deus daquilo ali, a gente mata, faz casar, ter filhos. Mas identificar mesmo, não.

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L+: Qual o conselho que você daria para quem pretende um dia começar a escrever um livro? FC: Tem vários, mas eu acho que a primeira coisa é ser um bom leitor; se a pessoa quer escrever alguma coisa, ela tem que ler muito. Segundo, ser um bom observador, tem que observar as coisas que acontecem a sua volta, até mesmo os diálogos, que também é importante, porque você acaba captando as formas de pensar de cada pessoa. O livro tem que ter conflito, porque é disso que ele é feito, e se você perceber as pessoas a nossa volta estão constantemente conflitando. Em terceiro

lugar, você tem que ir atrás da informação, tem que conversar com quem já publicou, tem que estar em uma bienal, conversando com gente do mercado, talvez até contratar um coaching, participar de workshops. O bom é que hoje em dia nós temos uma gama maior de serviços na área. Então, a informação está por aí, basta você querer estudar. Escrever um livro, como em qualquer outra profissão, requer que você se especialize, então é sempre estudar pra ser um profissional cada vez melhor.

Para terminar a entrevista, um bate-bola rápido. Um filme: Meia-noite em Paris. Um livro: O Menino do Pijama Listrado. Uma cor: Roxo. Uma comida/cozinha: Bife de fígado acebolado. Uma música: Qualquer uma clássica. Pessoas especiais: Minha esposa e meu filho, que sempre estão do meu lado quando preciso.


B lo g s B lo g s

Confira a dica da blogueira Gabi Wegner

Gabi Wegner é blogueira desde 2011, quando criou o blog Livros e Meninas, o qual mantém ainda hoje, com a postagem de resenhas e novidades do mundo literário.

A adolescência é uma fase de muitas transformações. É um período de formação de conceitos, de amizades que parecem ser eternas, de momentos que parecem ser infinitos e, é claro, de muitos conflitos. E é baseada nessa fase tão importante de nossas vidas, que se passa a história de Charlie, um adolescente com medos, paixões e que vive na adolescência um momento de muitas descobertas. “As Vantagens de Ser Invisível”, de Stephen Chbosky é um livro que nos apresenta as cartas de Charlie a um amigo anônimo, onde podemos conhecer mais sobre o mundo do garoto de quinze anos, bem como seus relacionamentos e desabafos. Um romance que consegue nos envolver do início ao fim, e que nos transporta para dentro da história, fazendo com que não vejamos o Charlie apenas como um personagem qualquer, mas como um amigo com quem compartilhamos angústias e alegrias. Assim que terminei a leitura de meu exemplar, assisti ao filme para comparar, e a minha surpresa foi perceber que ficara apaixonada tanto pelo livro, quanto pelo filme. Em minha opinião, um dos motivos da adaptação para o filme ter ficado excelente, foi o fato de que o diretor do filme foi o próprio autor, o que fez com que a história ficasse bem próxima e, de certa forma, um meio completasse o outro. “As Vantagens de Ser Invisível” se tornou, com toda a segurança, um de meus livros (e filmes!) favoritos. Recomendo a todos que um dia foram adolescentes ou para aqueles que estão vivendo essa fase de suas vidas.

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Nas

Telas

Foto: BBC Films

Grandes Esperanças - 13/11 Graças a um misterioso benfeitor, o órfão Pip (Jeremy Irvine) sobe na escala social e passa a viver entre a elite da sociedade londrina. Portando-se como um legítimo cavalheiro, ele usa seu novo status para impressionar a jovem Estella (Holliday Grainger), a quem sempre amou. Porém, a fortuna recém-adquirida de Pip tem origens obscuras poderá trazer consequências devastadoras para as pessoas ao seu redor. O filme é baseado na obra de mesmo nome escrita por Charles Dickens.

Dark Places - 13/11 Adaptado da obra de Gillian Flynn, Dark Places segue Libby Day (Charlize Theron), a única testemunha sobrevivente de um massacre horrível que lhe tirou a mãe e irmãs quando ainda era uma criança. Acreditando que tudo tinha sido parte de um ritual satânico, Libby testemunha contra seu irmão. 25 anos depois ela ainda está traumatizada quando encontra um grupo de investigadores amadores que decide provar a inocência do irmão dela, mas para isso, Libby terá que desenterrar memórias dolorosas do acontecido.

Foto: Lionsgate

A Esperança Parte 1 - 19/11

Foto: Exclusive Media Group

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Na primeira parte da conclusão da série que conquistou inúmeros fãs, Katniss Everdeen (Jennifer Lawrence) acaba no Distrito 13 depois de destruir os Jogos para sempre. Sob a liderança da Presidente Coin (Julianne Moore) e com os conselhos de seus mais confiáveis amigos, ela abre suas asas enquanto luta para salvar Peeta (Josh Hutcherson) e uma nação movida por sua coragem.


Nas Telas 007 - Operação Skyfall Desde a criação de 007, em 1953, já foram lançados 15 romances de Ian Fleming, uma gama extensa de spin-offs, quadrinhos, desenhos e jogos, e agora os filmes completam 50 anos. A saga já extraordinários 23 filmes oficiais, mas poucos tanto quanto Skyfall. Após uma missão que dá errado em Istambul, o MI6 perde o disco rígido contendo uma lista de todos os agentes NATO dentro de células terroristas, e James Bond (Daniel Craig) é dado como Morto em Ação. A competência de M (Judie Dench) é questionada e o Presidente do Comitê de Inteligência e Segurança, Gareth Mallory (Ralph Fiennes) planeja substituí-la. Para piorar a situação, um ciberterrorista tem o MI6 e M como alvos, se apoderando da lista e causando uma explosão dentro do quartel general da agência. É então que um Bond mais velho e danificado retorna para servir a Rainha e seu País, tendo que provar que está em forma antes de sair em busca do terrorista. Ao longo do caminho somos presenteados com várias sequências de ação eletrizante, personagens que se desenvolvem de forma excep-

Foto: MGM Films

cional, cenas de humor e referências a clássicos da franquia. Q, ausente nos últimos dois filmes, volta como um gênio dos computadores cool ao invés de um cientista maluco. Quem também retorna é o carro preferido de Bond, um Aston Martin. E mesmo que o filme tenha uma duração extensa, o ritmo é constante, e não existem momentos enfadonhos. Daniel Craig continua mostrando que é um ótimo 007, provavelmente o melhor depois de Connery, e a performance de Javier Bardem como o ex-agente Silva faz dele possivelmente o melhor vilão na história da série. Skyfall é um grande marco para celebrar os 50 anos dos filmes da franquia, e os easter eggs não são arrogantes, mas sim toques sutis. O filme anterior em comemoração a um aniversário da série, Um Novo Dia Para Morrer, foi um início de desastre e talvez um dos piores já lançados, que forçava as referências a obras anteriores, o que não acontece nesta nova película, com alusões que o espectador fica verdadeiramente feliz em ver. O filme parece muito como o fim de um capítulo e começo de um novo. Mendes e os roteiristas foram capazes de reintroduzir muitas alegorias da franquia de 007 e ainda dar uma revolta moderna e plausível para elas. Se você é um fã de James Bond, definitivamente não pode deixar de assistir a este.

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Top + Vendidos Top + Vendidos

Se Eu Ficar Gayle Forman - Intrínseca

A Menina Que Roubava Livros Markus Zusak - Intrínseca

50 Tons de Cinza E. L. James - Intrínseca

Seis Anos Depois Harlan Coben - Arqueiro

O Teorema Katherine John Green - Intrínseca

Felicidade Roubada Augusto Cury - Sextante

A Culpa É Das Estrelas John Green - Intrínseca

Cidades de Papel John Green - Intrínseca

Bem-casados Nora Roberts - Arqueiro Fonte: Publish News

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