Contos de escola (miolo)

CONTOS DE ESCOLA

Este livro foi composto nas fontes Sassoon Primary e Delius Unicase Bold; e paginado por Thalles Felipe de Salles e Souza. Curitiba, fevereiro de 2015

Caro estudante,

Esta coletânea de textos será sua parceira durante o ano letivo. Ela complementará várias atividades que a professora irá propor para o seu aprendizado. Fique atento ao título dos textos.

Cuide do material! Não deixe que ele fique sujo, amassado ou rasgado. Use-o com carinho e sinta-se a vontade para ler a hora que quiser!

Bons estudos!

Sumário Problemas para Rodrigo .......... 7 Zilda .......... 9 As abelhas .......... 11 O desaparecimento de Liloca .......... 13 Trocadilho .......... 15 Salada de frutas .......... 17 A cegonha e a raposa .......... 19 Ninguém é igual a ninguém .......... 21 Pizza de mentira .......... 23 A rã e o boi .......... 25 Festa na testa da vaca .......... 27 O caso da galinha Magriça .......... 28 Conversa de heróis .......... 30 O lume da formiga .......... 33 O menino lobo .......... 35 O percevejo cinza .......... 37 A primeira letrucagem .......... 38 Inho, não! .......... 40 Procura-se Nina .......... 42 A primavera da lagarta .......... 44 Casa com quintal .......... 46 Vitor e seu irmão .......... 48 5

UM CONVITE À INTERAÇÃO Caro aluno, começamos escrevendo este livro e ilustrando algumas histórias, mas você é o nosso grande convidado. Sinta-se a vontade para ilustrar, escrever, pintar, criar colagens e o que mais sua imaginação permitir! Cuide bem do seu livro e nos ajude a contar histórias com carinho. Divirta-se!

PROBLEMAS PARA RODRIGO

Rodrigo veio do sítio para a escola, veio doidinho para aprender a descobrir os segredos que havia no encontro das letras.

De cara, levou um susto com a professora. Dona Marisa era grandona, feia, sabichona como ninguém. Azeda, sem sal nem açúcar. Ninguém podia errar que ela virava galinha choca. E os meninos e meninas, sabichões e bem vestidinhos, estavam sempre prontos para tirar o sarro da cara do Rodrigo. ___ Rodrigo, trouxe os exercícios da semana passada? perguntou ela. ___ Eu truce, mas di onti eu num consegui...

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Nem acabou a frase e dona Marisa berrou: ___ Repita: eu trouxe, mas o de ontem não consegui.

Rodrigo repetiu certinho, mas tremendo, vermelho e gaguejando. A sala morria de rir. Rodrigo queria morrer, sumir, virar inseto e voar.

Tudo era tão chato e duro, pior do que dobrar a língua para falar problema.

Elias José Vamos começar ilustrando? Oba!

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ZILDA

Eu não me lembro direito, mas sei que comecei num ovinho.

Como tudo é mudança, logo virei uma larva.

Três semanas depois, quem diria? Já era uma abelhinha das mais simpáticas. Simpática e trabalhadeira: fazia faxina na colmeia, limpando os quartos alvéolos, o assoalho e as paredes.

Trabalhei na cozinha, fazendo geleia real, cera e mel. Construí muitos favos também. Quer dizer, antes mesmo de voar fui faxineira, cozinheira, pedreira e engenheira.

Agora estou ainda mais feliz da vida: saio todos os dias 9

pelos campos para pegar água, néctar, pólen e resinas. Sou uma abelha campeira! Ah, já ia me esquecendo: meu nome é ZILDA. Chico Alencar Como você imaginou a Zilda? Que tal desenhar e compor o livro?!

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AS ABELHAS

A AAAAAAAbelha mestra E aaaaaaas abelhinhas Estão tooooooodas prontinhas Pra iiiiiiir para a festa.

Num zune que zune Lá vão para o jardim Brincar com a cravina Valsar com o jasmim.

Da rosa pro cravo 11

Do cravo pra rosa Da rosa pro favo Volta pro cravo.

Venham ver como dão mel As abelhinhas do céu.

Vinícius de Moraes

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O DESAPARECIMENTO DE LILOCA

Todos os dias, logo de manhã, ouvia-se a vozinha de Liloca na cozinha. Liloca cantava enquanto fazia o café.

Mas, naquele dia, ninguém ouviu Liloca cantar. Quem percebeu primeiro a falta de Liloca foi o vovô. Ele procurou Liloca no quintal, no jardim e no porão. E então ele teve uma certeza: LILOCA GATONA SUMIU! A notícia do desaparecimento de Liloca logo se espalhou e causou uma grande confusão: Julinho queria saber onde ela estava. Vovó andava de um lado para o outro, preocupada.

Já era quase hora do almoço quando Julinho teve uma ideia: Quem sabe Liloca teria fugido de casa? Quem sabe, não tinha 13

deixado um bilhete explicando o motivo?

Vov么 disse assim: ___ Mas porque Liloca ia fugir de casa? Todo mundo gosta dela.

Mesmo assim Julinho resolveu procurar alguma pista do desaparecimento de Liloca. E a铆 foi a sorte! Em cima da cama de Liloca tinha um bilhete, bem dobradinho.

Liloca tinha sido sequestrada. Vov么 leu e releu o bilhete.

Quem teria sequestrado a Lilica?

Autor desconhecido

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TROCADILHO

Precisando telefonar, Diz o elefante a pensar: __ Será isto um telefane?

Eu posso verificar, Pode ser um elefone.

Já sei! Pode ser um telefante;; Qual nada, é um telefonte.

Santo Deus! Que confusão!

Hoje não acerto,não.

Alô! Aqui fala o elefinque.

Perdão, quero dizer telefanque.

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Oh! Maçada! É o teletunte.

Não, senhor! Elefante... Já falei...

Ufa!!! Até que enfim acertei ...

Autor desconhecido

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SALADA DE FRUTAS

Descasque a maçã bem rente.

Da pinha tire a semente, Abra toda a tangerina.

Não esqueça a banana, que tem muita vitamina

Corte o mamão em pedaços, Laranja sem bagaços.

Pera, melão, abacaxi.

Não se esqueça da doçura da uva e do sapoti.

E depois da manga-espada 17

Já está pronta a salada.

Agora, é mexer com jeito.

Quando estiver bem gelada, me convide, que eu aceito!

Gláucia Lemos A Yasmim Isabelle Diógenes Baêta Carvalho desenhou essa salada de frutas. Que tal completar do seu jeito? Sugestão: uma mesa para apoiar a salada de frutas seria bem legal!

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A CEGONHA E A RAPOSA

Um certo dia, a Raposa convidou a Cegonha para jantar.

Como ela tinha uma rixa com a Cegonha, resolveu pregar-lhe uma peça.

A Raposa serviu como jantar uma deliciosa sopa, mas em prato raso. A Raposa não teve dificuldade em tomar sua sopa, mas a coitada da Cegonha, com seu bico comprido, nada pode tomar.

A Raposa fingindo-se preocupada perguntou se ela não havia gostado da sopa, mas a Cegonha, educadamente, disse que estava sem fome e voltou para casa morrendo de fome.

Passados alguns dias, a Cegonha foi até a casa da Raposa 19

convidá-la para jantar, retribuindo a sua gentileza. No dia marcado, a Raposa chegou à casa da Cegonha, sentou à mesa lambendo os beiços de fome curiosa pra saber o que a Cegonha havia preparado para o jantar.

Como jantar, a Cegonha colocou na mesa uma sopa ainda mais deliciosa do que a servida pela Raposa, mas dessa vez ela veio dentro de um jarro longo e de gargalo estreito, próprio para quem, como a Cegonha, tem bico comprido.

A Raposa, sem escolha, só pode lamber em volta do gargalo e acabou voltando para casa com fome.

Chegando em casa ela pensou: “ Não posso reclamar da Cegonha, ela me tratou mal, mas eu a tratei da mesma forma primeiro.”

MORAL DA HISTÓRIA: Trate os outros como deseja ser tratado.

Autor desconhecido

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NINGUÉM É IGUAL A NINGUÉM

Moro em uma rua que não é grande nem pequena e tem jeito de todo jeito.

Paulinho, meu vizinho da esquerda, é gorducho. Joana, a vizinha da direita, é negra e sempre diz que queria ser branca.

Eu sou magrelo porque é assim que sou. Antes não gostava que ninguém mexesse comigo. Já tive apelido de palito, vareta, linguiça.

Agora não dou nem bola mais pros apelidos, pois não sou linguiça, nem palito, nem vareta. Sou um menino chamado Danilo que não é gordo, nem médio, sou magro e bom das pernas. Não perco uma corrida.

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Tenho outro amigo que queria ser o mais inteligente de todos. Ficava nervoso quando alguém aparecia com as notas maiores que a dele. Ora, cada um tem a nota que tem, a casa que tem, a cor que tem.

Já pensou se todos fossem iguais? Acho que as pessoas teriam que andar com o nome escrito na testa para não serem confundidas com as outras.

Regina Otero

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PIZZA DE MENTIRA

Ingredientes: 1 fatia de p達o de forma 1 fatia de queijo 1 rodela de tomate 1 colher de sobremesa de margarina 1 pitada de sal 1 pitada de or辿gano

Como preparar: Passe a margarina no p達o. Coloque a fatia de queijo sobre o p達o. Coloque a rodela de tomate sobre o queijo. Tempere 23

o tomate com uma pitada de sal e polvilhe com orégano.

Coloque o pão em um tabuleiro e peça um adulto que o leve no forno. Retire sua pizza de mentira quando o queijo estiver derretido e delicie-se.

Autor desconhecido Que tal preparar uma pizza diferente? Conte aqui em baixo a receita que vai usar!

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A RÃ E O BOI

Uma rã e uma cobra jiboia estavam tomando sol à beira de um rio. Nisso chegou um boi para beber água. ___ Vou ficar do tamanho desse animal – disse a rã. ___ Duvido, rãzinha. Cada um é do jeito que Deus fez – argumentou a jiboia. ___ Pois vou estufar, estufar... Não estou quase do tamanho dele, dona jiboia? ___ Falta muito, rãzinha... – disse a jiboia.

A rãzinha foi estufando... estufando... cada vez mais. ___ E agora, dona jiboia? ___ Chii! Falta muito...

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A rã estufou tanto que, plaft! Rebentou como um balão.

O boi acabou de beber a água e nem percebeu o que havia acontecido.

Autor desconhecido

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FESTA NA TESTA DA VACA

Julieta, a vaquinha, pastava contente Um capim verdinho, muito atraente.

Mas veio uma mosca, pousou na sua testa E chamou o mosquito, para fazerem juntos uma festa.

O zumbido atraiu dona Borboleta, Eos três perturbavam a pobre Julieta.

Chateada, a vaquinha decidiu de uma vez: Deu uma testada e... esmagou os três.

Maria Célia Bueno

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O CASO DA GALINHA MAGRIÇA

Donana era muito cuidadosa com os animais e aves da sua chácara.

Logo que o sol nascia, levantava-se e punha a chaleira no fogo para fazer café.

Enquanto a água fervia, Donana pegava a peneira de milho e canjiquinha e dirigia para o galinheiro, chamando: ___ Pru-u-u! Ti-ti-ti... Venham todos!

Um mar de galinhas, galos, frangos e pininhos rodeavam Donana, cada um querendo comida. As galinhas de pescoço pelado eram as mais gulosas.

Um dia, Donana se levantou e colocou um vestido de algodão, 28

fechado na frente por uma fileira de botões amarelos, e foi fazer seu serviço.

Mal abriu o portão do galinheiro, Magriça, uma galinha muito esfomeada, voou para cima dela e foi bicando um a um os botões do vestido de Donana.

O susto de Donana foi tão grande, mas depois ela até se divertiu contando os fatos para as vizinhas.

Maria Célia Bueno Você já viu uma galinha magricela? Sim?! Não?! Vamos tentar desenhar? Oba!

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CONVERSA DE HERÓIS

___ Paiêêê, vamos brincar? ___ Brincar de quê, filho? ___ De super-herói! ___ Ah, então vamos. Eu sou o herói! ___ Não, pai! Eu é que sou o herói. ___ Tá bem, tá bem. Eu sou o bandido, então! ___ Não sei... Pensando bem... Ser bandido é que é divertido.

Ele pode usar máscaras horríveis! E não tem que usar a cueca pra forra da calça, né pai? ___ Tá bom, tá bom. Então eu sou o herói de novo. ___ Hum... Pensando bem, acho que pé melhor eu ser o herói.

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O herói sempre salva as pessoas. Ele é bonzinho. Ele tem paciência com os bichos medrosos que sobem nas árvores e não conseguem descer. Ele ajuda as velhinhas a atravessar a rua. A mulherada admira o herói, né, pai? ___ É, filho, é... Tá bom, eu sou o bandido outra vez. ___ Hum... ___ Já sei, agora você quer ser o bandido! ___ Pois é. Tá difícil de escolher. O bandido joga torta na cara do herói, pode fazer mil estripulias, pode fingir que é bonzinho e passar a perna em todo mundo... Já resolvi.

Quero ser bandido... ___ O.K.! Você é quem manda... Mas que cara é essa, filho? Já sei, você quer mudar de novo. ___ Não quero mais brincar de herói e bandido. ___ Ué, por que não? Você gosta tanto! ___ Tava pensando... Quero brincar de pai e filho. ___ De pai e filho?! ___ É. Você é legal, né, pai! Já me ensinou tanta coisa: jogar bola, empinar pipa, andar de bicicleta, pescar na lagoa... Pai, 31

acho que você é que é meu herói. Por isso hoje eu quero brincar de pai e filho. Eu sou o pai! Vem cá, moleque, me dá um abraço! O quê?! Aumento de mesada? Nem pensar! Tá achando que dinheiro dá em árvore?

Tereza Yamashitaa

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O LUME DA FORMIGA

Todas as noites, a formiguinha ficava olhando uma luz piscar.

E descobriu que o vaga-lume gostava dela.

Xii a formiguinha n達o tem luzinha que pisca!

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O que ela fez?

Mais que depressa ela se arrumou.

Com uma lanterna piscou, piscou e o vaga-lume ela namorou!

Autor desconhecido

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O MENINO E O LOBO

Um menino, pastor de ovelhas, havia ganho um apito para que soprasse em caso de perigo. Como ele passava grande parte do dia no campo com seu rebanho de ovelhas, era necessário um meio de comunicação, numa emergência.

Num dia calmo de sol, enquanto as ovelhas pastavam tranquilamente, o menino resolveu soprar o apito só para verificar o que aconteceria.

Ao ouvir o alarme, toda a aldeia correu para salvá-lo do perigo iminente. Mas não havia perigo. Estava tudo no mais completo sossego. Só se ouviam os risos do pastorzinho, que achou aquela correria toda muito engraçada.

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Passados alguns dias, o menino soprou de novo o apito. E, de novo, a aldeia toda veio em seu socorro. Mas só encontraram o pastorzinho rindo às gargalhadas do susto que pregara.

Aconteceu, porém, de um enorme lobo faminto aparecer por aquela pastagem. E antes de atacar o rebanho, resolveu perseguir o menino. Este, mais do que rápido, soprou o apito. Como ninguém apareceu em seu socorro, soprou mais uma vez. E outra mais. Em vão. Apesar de ouvirem o apito desesperado, todos pensaram ser outra brincadeira de pastorzinho.

Correndo para salvar sua vida, o menino ainda teve tempo de perceber que, na boca de um mentiroso, até a mais pura verdade parece mentira.

A verdade é sempre o melhor caminho.

Autor desconhecido

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O PERCEVEJO CINZA

Cecílio, o percevejo cinza, montou uma oficina, longe da cidade.

Lá ele faz de tudo: conserta bicicleta, faz bacias, cinzeiros e outros objetos de cerâmica.

Suas melhores freguesas são: a cigarra Celeste e a filha da cegonha Celina, que é uma mocinha prendada e muito paciente.

Elas dão preferência para o Cecílio, porque ele é muito eficiente e sempre dá recibo pelos serviços que faz.

Graça Batituci

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A PRIMEIRA LETRUCAGEM

Bel e Zuza sentaram pra jantar e mamãe pôs os pratos diante deles. ___ Eu não quero sopa – Zuza falou. ___ É de letrinha, daquela que você gosta – mamãe mostrou. ___ Mas eu gosto da letrinha sem sopa, aí dentro ela fica mole, olha só – resmungou Zuza.

Bel começou a tomar o caldo devagar, separando as letras na beira do prato, pra formar palavras.

Zuza esticou o pescoço para ler o que estava escrito, Bel falou baixinho: ___ Não olha que é “palavrão”! – e tapou com as mãos.

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Zuza dedou a irmã. ___ Mãe, a Bel escreveu um palavrão com as letrinhas da sopa.

A mãe olhou espantada, Bel tirou as mãos de cima a estava lá escrito na beira do prato: PALAVRÃO. Bel rachou de rir, tinha pegado o irmão.

Por isso não acreditou quando Zuza falou afobado. ___ Mãe, as letras estão se mexendo dentro da sopa!

Bel nem olhou, que ela não ia cair nessa.

Estava 1 a 0, o Zuza queria empatar. É que todo dia eles apostavam pra ver quem pregava mais peças no outro.

Mamãe deu aquele risinho de boca fechada, como gente grande faz quando não acredita em criança.

Stella Carr

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INHO, NÃO!

Andrezinho tem três anos E já se acha bem grandão, É por isso que não gosta De diminutivo, então.

Não suporta que lhe digam: “Dá a mãozinha” ( em vez de mão ), Ou que mandem: “ A boquinha Abre e come, coração!”

“Inho”, “inha”, “ito”, “ita” 40

São para ele humilhação, O diminutivo o irrita O “Andrezim” prefere um “ão”!

Autor desconhecido Vamos desenhar "Andrezim"?

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PROCURA-SE NINA

Para tristeza de sua dona, Nina se tornou fujona.

Onde estará?... Onde estará?

Essa cadelinha dengosinha.

Você nem esquentou lugar!

Parece que não gostou Da almofada aconchegante, Do seu novo lar!

Gratifica-se a quem achar Volte, Nina! Volte!

Volte logo pra cá!

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S贸 assim voc锚 vai conseguir Que esses olhos parem de chorar.

Gra莽a Batituci Que tal criar um novo final pra essa hist贸ria? Use bastante a sua criatividade!

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A PRIMAVERA DA LAGARTA

Os passarinhos cantavam...

E as borboletas – quantas borboletas! – de todas as cores, de todos os tamanhos, borboleteavam pela mata.

E os caçadores procuravam pela lagarta.

Um, dois, um, dois... feijão com arroz...

E perguntavam às borboletas que passavam: ___ Vocês viram a Lagarta que morava na amoreira?

As borboletas riam, riam... Iam passando e não respondiam.

Até que veio chegando uma linda borboleta: ___ Estão procurando a Lagarta da amoreira? ___ Estamos, sim! Aquela horrorosa! Comilona!

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E a borboleta bateu as asas e falou: ___ Pois sou eu... ___ Não é possível, não pode ser verdade! Você é linda!

E a borboleta, sorrindo, explicou: ___ Toda lagarta tem seu dia de borboleta. É só esperar pela primavera...

Dona formiga ficou muito espantada: ___ Não é possível! Só acredito vendo!

E a linda borboleta falou: ___ Venha ver. Isto acontece com todas as lagartas. Eu tenho uma irmã que está acabando de virar borboleta.

E todos correram pra ver. Eles ficaram quietinhos espiando...

E a lagarta foi se transformando... foi se transformando...

Até que, de dentro do casulo, nasceu uma borboleta.

Os inimigos da lagarta ficaram admirados. ___ É um milagre! – disse a Formiga, envergonhada.

Ruth Rocha

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CASA COM QUINTAL

Cristiano é mesmo muito bonitinho. Tem três anos e meio mas ele sozinho é capaz de virar a casa de pernas pro ar. A casa, não, o apartamento. Ele quer uma casa com quintal bem grande, com cachorro, gatinho, tartaruga, pé de laranja e de goiaba igualzinho o da casa da vovó.

Uma noite dessas ele catou seu travesseiro e foi pedir um cantinho na cama dos pais. Falou: ___ Papai, sabe uma casa grandona?

E o pai disse: ___ Sei. E ele continuou: 46

___ Sabe um quintalzão bem grandão?

E o pai disse: ___ Sei, meu filho.

E ele todo animado ___ É joia, não é? ___ Ô se é – respondeu o pai.

Então Cristiano falou: ___ Você quer ir morar lá comigo?

E o pai, que já tinha ouvido esta cantilena mil vezes, concordou e disse assim: ___ Quero, mas amanhã, tá bem? Hoje nós vamos morar aqui mesmo, filhinho...

Cristiano não quis saber mais de prosa com o pai. Catou o travesseiro outra vez, desceu da cama resmungando e avisou bem alto: ___ Pois então eu vou morar lá sozinho!

E saiu correndo, arrastando o travesseirinho pelo corredor.

Martha Azevedo Pannunzio

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VÍTOR E SEU IRMÃO

Não era prevenção. A professora tinha o cuidado de tratar todos os seus alunos da mesma maneira. Pelo menos, se esforçava para isso. Mas, com o Vítor, ela sempre estava com o pé atrás. O Vitinho era um caso à parte. ___ Qual é a população do Brasil?

Um aluno levantou a mão e leu a resposta que estava no livro. ___ Cento e vinte milhões.

O Vítor levantou a mão. A professora sentiu um vazio na barriga. Lá vinha ele. ___ O que é, Vitinho?

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___ Cento e vinte e um milhões. ___ Por quê, Vitinho? ___ Minha mãe teve um filho semana passada.

Uma risadinha correu pela sala, mas o Vítor ficou sério.

Estava sempre sério. ___ Quantos filhos sua mãe teve, Vítor? ___ Até agora? ___ Não, desta vez. ___ Um. Mas dos grandes.

Outra risadinha, como marola na superfície de um lago. ___ Então não são cento e vinte e um milhões. São cento e vinte milhões e um.

E a professora escreveu o número no quadro-negro. Depois apontou para o um no fim do número e disse: ___ Este aqui é seu irmãozinho, Vítor.

Depois, antes mesmo de Vítor falar, ela se deu conta de como aquele um parecia solitário no fim de tantos zeros. ___ Coitadinho do meu irmão. ___ Irmão, Vítor. E é claro que este número não é exato. Tem 49

gente nascendo e morrendo a todo momento... ___ Lá no hospital tava cheio de crianças. Será que já contaram? ___ Não sei, Vítor, eu... ___ Bota mais uns dois ou três para acompanhar meu irmão, tia.

Ela teve que rir junto com os outros. ___ Você, hein, Vitinho? Com você eu tenho que ficar com um pé atrás. ___ Cuidado pra não caí pra frente, tia. ___ Chega, Vítor!

Luis Fernando Veríssimo

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