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THAYANA BARBARA BANDEIRA MIRANDA
CENTRO DE ACOLHIMENTO E SAÚDE PARA ANIMAIS ABANDONADOS (CASA)
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário IBMR Laureate como requisito parcial à obtenção do Grau de Arquitetura e Urbanismo. Orientador: Prof. Mª. Núbia Nemézio e Prof. Mª. Aline Rodrigues.
RIO DE JANEIRO 2020
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THAYANA BARBARA BANDEIRA MIRANDA
CENTRO DE ACOLHIMENTO E SAÚDE PARA ANIMAIS ABANDONADOS (CASA)
Apresenta o Trabalho de Conclusão de Curso para a obtenção do Grau de Arquitetura e Urbanismo. Área de concentração: Arquitetura e Urbanismo. 12 de junho de 2020
BANCA EXAMINADORA
________________________________________ Orientador M.Sc. Aline Cordeiro Rodrigues Centro Universitário IBMR Laureate ________________________________________ Orientador M.Sc. Núbia Nemézio Centro Universitário IBMR Laureate ________________________________________ Professor Convidado M.Sc. Ticianne Ribeiro Centro Universitário IBMEC
3
Eu
sei
o
preço
do
sucesso:
dedicação, trabalho duro, e uma incessante devoção as coisas que você quer ver acontecer. Frank Lloyd Wright.
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AGRADECIMENTO
Venho primeiramente agradecer a Deus por permitir a realização de um sonho, sempre me auxiliando a construir meus próprios passos para o sucesso, com saúde, força, garra e dedicação. Segundo à toda minha família, em especial minha mãe, Bianca Gameiro, que se empenhou em me ajudar sempre que possível, seja com apoio financeiro ou moral. Ao meu noivo Tell Mendes por estar ao meu lado nos momentos de ira e revolta que eu enfrentava com todo o novo mundo que me cercava. Aos meus amigos que puderam acompanhar de perto meu trajeto e se dispor a ajudar e incentivar essa nova fase. Às professoras Aline Rodrigues e Núbia Nemézio, que desde sempre se mostraram solícitas e empenhadas a me auxiliar e a orientar esse projeto em desenvolvimento, sempre me guiando para o êxito da melhor forma possível. E aos demais que de alguma forma tornaram a minha vitória e conclusão mais gratificante e fervorosa.
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RESUMO
No presente trabalho será apresentado todo o desenvolvimento do projeto para a implantação do Centro de Acolhimento e Saúde para Animais Abandonados, visando a inserção de forma legal e cabível. Para isso foi estudada e avaliada diversas circunstâncias, como, levantamento fotográfico do local, análise de clima, fluxos viários, conforto acústico, uso do solo, gabaritos de altura, vegetação, afluentes, entre outros, além de pesquisas através de questionários online que possibilitassem uma visão da população em relação a essa inserção. Ademais cabe ressaltar que as soluções para a aplicação do centro de acolhimento e saúde no local foram tomadas com base em artigos, teses, mestrados, leis, livros e dissertações que propuseram uma melhor adequação da proposta. Palavras-chaves: Centro de Acolhimento. Projeto. Animais. Saúde. Levantamento.
ABSTRACT
In the present work, the entire development of the project for the implantation of the Reception and Health Center for Abandoned Animals will be presented, aiming at inserting it legally and appropriately. For this, several circumstances were studied and evaluated, such as photographic survey of the place, climate analysis, road flows, acoustic comfort, land use, height gauges, vegetation, tributaries, among others, in addition to research through online questionnaires that enabled a view of the population in relation to this insertion. Furthermore, it should be noted that the solutions for the application of the reception and health center in the place were taken based on articles, theses, master's degrees, laws, books and dissertations that proposed a better adaptation of the proposal. Keywords: Reception Center. Project. Animals. Health. Survey.
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Cães e Gatos abandonados no Brasil. ....................................................... 6 Figura 2 – Localização geral do Bairro com terreno marcado com círculo. ............... 14 Figura 3 – Localização geral do Terreno....................................................................15 Figura 4 – Estrutura da metodologia ......................................................................... 19 Figura 5 – Paróquia Nossa Sra. Do Desterro ............................................................ 31 Figura 6 – Linha ferroviária de Campo Grande ......................................................... 31 Figura 7 – Monumento simbolizando a laranja no centro de Campo Grande ........... 31 Figura 8 – Perfil de elevação do terreno ................................................................... 35 Figura 9 – Perfil da via .............................................................................................. 36 Figura 10 – Mapa de cheios e vazios ........................................................................ 36 Figura 11 – Mapa de uso do solo .............................................................................. 37 Figura 12 – Mapa de sistemas de circulação ............................................................ 38 Figura 13 – Mapa macro da situação do terreno ....................................................... 39 Figura 14 – Dados da população .............................................................................. 40 Figura 15 – Mapa hipsométrico ................................................................................. 41 Figura 16 – Mapa de conforto ambiental ................................................................... 42 Figura 17 – Estudo das sombras............................................................................... 42 Figura 18 – Mapa com Marcações das Imagens....................................................... 43 Figura 19 – Imagem 1 no mapa ................................................................................ 43 Figura 20 – Imagem 2 no mapa ................................................................................ 43 Figura 21 – Imagem 3 no mapa ................................................................................ 44 Figura 22 – Imagem 4 no mapa ................................................................................ 44 Figura 23 – Imagem 5 no mapa ................................................................................ 44 Figura 24 – Imagem 6 no mapa ................................................................................ 45 Figura 25 – Imagem 7 no mapa ................................................................................ 45 Figura 26 – Imagem 8 no mapa (rua fechada, que possui acesso ao terreno) ......... 45 Figura 27 – Fachada para Dom Helder Câmara - Benfica ........................................ 51 Figura 28 – Entrada do SUIPA, área da adoção e entrada para administração e clínica .................................................................................................................................. 53 Figura 29 – Bancadas de medicação ........................................................................ 54 Figura 30 – Módulo com 10 canis coletivos............................................................... 54
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Figura 31 – Gatil ........................................................................................................ 55 Figura 32 – Gatil (porta de entrada) .......................................................................... 55 Figura 33 – Implantação ............................................................................................ 56 Figura 34 – Design interno ........................................................................................ 57 Figura 35 – Perspectiva ............................................................................................ 57 Figura 36 – Loja Apple Miami .................................................................................... 58 Figura 37 – Loja Apple Singapura ............................................................................. 58 Figura 38 – Loja Apple Chicago ................................................................................ 59 Figura 39 – Loja Apple Macau................................................................................... 59 Figura 40 – Loja Apple Dubai .................................................................................... 59 Figura 41 – Loja Apple NY ............................................................................................ Figura 42 – Fachada principal ................................................................................... 60 Figura 43 – Fachada com espelhos, vidros e adoção felina exposta ........................ 61 Figura 44 – Parede com resina epóxi, teto com absorção de calor e ruídos ............. 62 Figura 45 – Implantação com Térreo ........................................................................ 62 Figura 47 - Canil ........................................................................................................ 63 Figura 46 – Térreo setorizado ................................................................................... 63 Figura 48 – Adoção pública canina ........................................................................... 64 Figura 49 – Adoção pública felina ............................................................................. 64 Figura 50 – Fachada ................................................................................................. 65 Figura 51 – Canil com vegetação frontal....................................................................66 Figura 52 – Painéis pré-fabricados.............................................................................66 Figura 53 – Planta.......................................................................................................67 Figura 54 – Planta.......................................................................................................67 Figura 55 – Estacionamento Público..........................................................................68 Figura 56 – Galeria interligando as áreas...................................................................68 Figura 57 – Inserção dos Blocos no Terreno..............................................................70 Figura 58 – Estudos iniciais – Perspectiva com Ventilação Natural...........................71 Figura 59 – Estudos iniciais – Perspectiva com Trajetória Solar................................71 Figura 60 – Estudos iniciais – Fachada com painel ripado de eucalipto....................71 Figura 61 – Fluxograma Geral (Acesso Principal) .....................................................80 Figura 62 – Fluxograma Geral (Acesso Serviço) .......................................................80
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Figura 63 – Fluxograma Externo...............................................................................80 Figura 64 – Fluxograma: Bloco Abrigo......................................................................80 Figura 65 – Fluxograma: Bloco Recepção................................................................81 Figura 66 – Fluxograma: Bloco Clínica ....................................................................81 Figura 67 – Fluxograma: Bloco Serviço ...................................................................82 Figura 68 – Fluxograma: Bloco Manutenção ...........................................................82 Figura 69 – Volumetria Superior Frontal ..................................................................83 Figura 70 – Volumetria Superior Posterior ...............................................................83 Figura 71 – Volumetria Fachada ..............................................................................83
LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Atividades TFG 1 ..................................................................................... 21 Tabela 2 – Atividades TFG 2 ..................................................................................... 21 Tabela 3 – Comparação da quantidade de animais que entram e saem da organização .................................................................................................................................. 52 Tabela 4 – Programa de Necessidades .................................................................... 74
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7 – Questionário elaborado pela autora através do Google Forms, 2019 .............................................................................................................. 32
SUMÁRIO
1
JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 12
2
OBJETIVOS........................................................................................................ 13
3
RELAÇÕES ENTRE PROGRAMA, SÍTIO E TECIDO URBANO ........................ 14
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4
DEFINIÇÃO DOS NÍVEIS E PADRÕES DE DESENVOLVIMENTO
PRETENDIDO ........................................................................................................... 17 5
METODOLOGIA ................................................................................................. 19
6
CRONOGRAMA ................................................................................................. 21
7
REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................. 22
7.1
Inserção da Proposta no Terreno ................................................................ 22
7.2
Relação Homem x Animal x Abandono ....................................................... 23
7.3
Bem-Estar Animal e Doenças ....................................................................... 25
7.4
Biofilia e Sustentabilidade ............................................................................ 27
8
DIAGNÓSTICO DA ÁREA .................................................................................. 30
8.1
Localização e Histórico ................................................................................. 30
8.2
Potenciais e Limitações ................................................................................ 32
8.3
Morfologia Urbana ......................................................................................... 35
8.4
Uso do Solo e Edificações Existentes ......................................................... 37
8.5
Sistemas de Circulação ................................................................................ 38
8.6
Redes de Infraestrutura ................................................................................ 39
8.7
População Residente e Usuária ................................................................... 40
8.8
Levantamento Planialtimétrico..................................................................... 40
8.9
Aspectos de Conforto Ambiental ................................................................. 41
8.10 9
Levantamento Fotográfico ........................................................................ 43
CONDICIONANTES LEGAIS ............................................................................. 46
9.1
Plano Diretor e Lei Complementar nº 72 e Decreto nº 25700 ..................... 46
9.2
Código de Proteção Contra Incêndio .......................................................... 47
9.3
Norma de Proteção Ambiental ..................................................................... 48
9.4
Normas de Acessibilidade Universal (NBR9050) ........................................ 48
10 ESTUDOS E REFERÊNCIAS ............................................................................. 50 10.1
Visita Técnica ............................................................................................. 50
10
10.2
Referências Conceituais............................................................................ 56
10.3
Referências de Partido Arquitetônico ...................................................... 60
10.4
Conceito ...................................................................................................... 69
10.5
Partido Arquitetônico................................................................................. 70
11 SISTEMAS E FUNÇÕES PROJETUAIS ............................................................ 74 11.1
Programa de Necessidades ...................................................................... 74
11.2
Fluxograma ................................................................................................. 80
11.3
Volumetria................................................................................................... 83
12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 85 APÊNDICE – ENTREVISTA SUIPA .......................................................................... 92
11
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1 JUSTIFICATIVA Segundo a Organização Mundial de Saúde - OMS, aproximadamente 30 milhões de animais estão em situação de rua, destes, 20 milhões de cães e 10 milhões de gatos, portanto fica perceptível o alto índice de abandono de animais no Brasil, como é possível verificar na figura 1. Já no Rio de Janeiro existem cerca de 1 milhão e meio de animais abandonados, segundo a Defensoria Pública do Rio de janeiro, e com isso ocorre o aumento desenfreado de doenças, como a raiva, leishmaniose, cinomose e a esporotricose. Através de pesquisas e estudos percebe-se uma visível escassez de ambientes próprios para o acolhimento desses animais no estado do Rio de Janeiro, mas especificamente na Zona Oeste e por conta disso este trabalho propõe a diminuição dos mesmos nas ruas, elaborando uma proposta de abrigo e clínica de iniciativa público privada que permita que os animais sejam cuidados e amparados com dignidade para possíveis adoções. Ademais, o presente trabalho conta com a ideia de unir o viés social do abrigo e clínica com o grande crescimento de tecnologias e conceitos sustentáveis, como a Biofilia que permite a inserção da natureza à ambientes, proporcionando diversos benefícios aos seres humanos, além de possibilitar que o empreendimento seja durável, com desperdício reduzido e utilização racional dos recursos, visando não só o menor impacto ambiental, mas também uma preocupação com as gerações futuras. Figura 1 – Cães e Gatos abandonados no Brasil.
Fonte 1 – Criado pela autora com base nas informações do IBGE, 2020
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2 OBJETIVOS
O vigente trabalho propõe o desenvolvimento de um Centro de Acolhimento e Saúde para Animais Abandonados, onde cães e gatos possam ser acolhidos e abrigados, com a finalidade de garantir seu bem-estar e posteriormente uma qualidade de vida elevada em seus futuros lares. Além desse propósito a proposta em progresso visa aplicar da melhor forma possível os métodos sustentáveis encontrados no mercado atual da construção civil, pretendendo sempre o menor impacto ambiental para as gerações futuras. Em relação aos objetivos específicos a serem seguidos no presente trabalho, podemos citar: a apresentação de estudos e pesquisas que expressem o quão importante é a retirada dos animais das ruas, para o território como um todo; a busca do máximo uso de sistemas sustentáveis e ecológicos, para possibilitar uma arquitetura não apenas útil, mas bem feitora ao meio ambiente; a sugestão de um espaço onde os animais em situação de rua encontrem um ambiente estruturado e protetivo que conceda sua reabilitação de forma eficaz e suficiente para sua futura adoção; a recomendação de soluções através de propostas projetuais para os problemas encontrados em clinicas e enfermarias destinadas a animais abandonados, visando eficiência e funcionalidade e finalmente apresentar como a Biofilia pode e deve ser inserida em ambientes de abrigo animal.
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3 RELAÇÕES ENTRE PROGRAMA, SÍTIO E TECIDO URBANO
O terreno selecionado para a inserção da proposta é de propriedade privada e encontra-se sem uso, porém dentro do mesmo estão contidos galpões precários e inutilizados faceados com a lateral direita. O espaço está situado na Estrada do Cabuçú, 1208 - Campo Grande, Rio de Janeiro - RJ, como visto na figura 2 e 3 e possui aproximadamente 15225,66 m².
No que se refere à relação com o tecido urbano, entendemos como conexa e adequada, pois o mesmo está locado a frente de uma estrada bastante movimentada, tem proximidade do Terminal Rodoviário de Campo Grande e imediação de serviços, como mercados, hospitais e instituições de ensino.
Figura 2 – Localização geral do Bairro com terreno marcado com círculo.
Figura 3 - Implantação
Fonte 2 – Criado a partir do Google Earth, 2020.
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Figura 3 – Localização Geral do Terreno
Fonte 3 – Criado a partir do Google Earth, 2020
Além disso a escolha do mesmo não se deu apenas pela boa localização, mas também pela sua superfície plana e área, pois a extensão necessária para o programa de necessidades proposto varia de 3000 a 7000m², porém muitas referências pesquisadas contam apenas um dos itens tratados na presente proposta (clínica ou abrigo) ou permitem uma pequena capacidade de animais.
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4 DEFINIÇÃO DOS NÍVEIS E PADRÕES DE DESENVOLVIMENTO PRETENDIDO
Antes que a proposta seja avançada para a parte projetual, fez-se necessária a pesquisa de diversos temas que permitissem que um abrigo com clínica seja inserido no terreno proposto, como por exemplo, livros, leis, teses, dissertações, e etc., além da visita in loco e do levantamento do sítio e entorno. A partir das pesquisas foi possível construir um conceito para o projeto e o mesmo derivou do modernismo, mais precisamente do estilo orgânico, que permite visualizar a interação do ser humano com a natureza visando sempre a funcionalidade e o bem-estar. E para que esse conceito seja inserido da forma correta, é preciso aderir 6 conceitos básicos que Frank Lloyd Wright expôs em seu Livro “The Natural House” (1954), que são: •
Integridade,
•
Continuidade,
•
Plasticidade,
•
Simplicidade,
•
Gramática e
•
Natureza dos Materiais.
Dando uma breve explicação sobre os mesmos, Integridade é quando todos os elementos se tornam um, seja dos elementos internos e externos, seja o edifício em relação ao entorno. Continuidade vem da ideia de unir elementos estéticos e estruturais, propondo, principalmente na fachada, uma unidade. Já a Plasticidade funciona como a combinação da integridade e continuidade, permitindo toda uma mescla dos elementos e que apresente para quem o vislumbra, um sentido de constância. A Simplicidade advém da utilização apenas do que convém ao estilo do projeto, focando sempre na função e na sustentabilidade. A Gramática está nos conceitos que o projeto passa com a ideia que todos os elementos conversam entre si. E a Natureza dos Materiais seria o uso racional da matéria prima, sempre visando a valorização dos produtos. Após todo o embasamento definido foi possível iniciar o desenvolvimento da proposta projetual que contará com a inserção de um abrigo e um clínica em nível de
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anteprojeto arquitetônico no terreno designado e terá como aspecto comportar o programa de necessidades apropriado para a função da proposta, relacionar com a edificação, o paisagismo das áreas circundantes, elaborar espaços que proporcione não só aos animais, mas também aos funcionários e ao público, conforto e bem-estar e abordar de forma eficaz a sustentabilidade. E para que a proposta seja avaliada e entendida da forma correta, será necessária a representação de componentes essenciais no anteprojeto, que seriam: •
Fluxogramas;
•
Situação
•
Locação
•
Implantação
•
Plantas Baixas do Pavimentos
•
Cobertura
•
Cortes
•
Fachadas/Vistas
•
Detalhes
•
Perspectivas
•
Maquete física
•
Cálculos (Lixo e Reservatórios)
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5 METODOLOGIA
A presente proposta visa a análise, a avaliação das necessidades e pendências possíveis e a inserção de um abrigo com clínica destinado a animais em situação de rua no terreno descrito abaixo. Fundamentado no levantamento do terreno, situado na Estrada do Cabuçú, 1208 - Campo Grande, Rio de Janeiro - RJ, e estudos de artigos, manuais, teses, leis e dissertações, tornou-se possível a verificação dos requisitos pertinentes à tipologia do projeto, as questões ambientais e aos métodos que permitam a implantação do empreendimento no local. Para que a proposta do projeto fosse realizada, foi necessária a elaboração de atividades, as quais foram divididas em três etapas, onde a primeira seria toda a busca por materiais teóricos, como teses, monografias, dissertações, leis, resoluções, artigos e diretrizes, onde compunham o referencial teórico, a segunda consiste nas referências diretas (visitas técnicas) ou indiretas (referências projetuais) vinculadas ao tema selecionado e a terceira refere-se ao diagnóstico da área, executada através da coleta de dados realizada no site do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Prefeitura do Rio de Janeiro, mais o levantamento fotográfico in loco e via Google Earth, como mostra a figura 4.
Figura 4 – Estrutura da metodologia
Fonte 4 – Autora via Photoshop, 2020
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Para encontrar todo o material descrito a cima, foram acessados sites como IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Scielo, Google Acadêmico, Google Maps, Google Earth, Issuu, Behance, PEU Campo Grande e diversos outros sites e arquivos que permitissem uma boa base de pesquisa. Além disso para a elaboração de tabelas e gráficos foi utilizado o programa Excel da Microsoft e para edição de mapas e imagens o Adobe Photoshop. Já para a construção do projeto foi feito uso dos softwares, Autocad, Sketchup, Revit, Lumion e V-ray. A presente proposta visa a análise, avaliação das necessidades e pendências possíveis e a inserção de um abrigo com clínica destinado a animais em situação de rua no terreno descrito a baixo.
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6 CRONOGRAMA
Tabela 1 – Atividades TFG 1
ATIVIDADES
JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
SET
OUT
NOV
DEZ
Definição do tema Referencial Teórico (parte 1) Agradecimentos Metodologia Escolha do Terreno Justificativa Objetivos Referencial Teórico (parte 2) Cronograma Levantamento do terreno e entorno (mapas) Referências Projetuais e Visitas de Campo Programa de Necessidades Croquis/Estudos Iniciais – Construção do Partido Resumo, Introdução e Conclusão Referências Bibliográficas Revisão Entrega Final Fonte 5 – Autora, 2020
Tabela 2 – Atividades TFG 2
ATIVIDADES
JUL
AGO
Ajuste de Mapas Revisão da Monografia Implantação/Paisagismo Projeto (plantas baixas, cortes, fachadas...) Perspectivas Apresentação Maquete Volumétrica Pré Banca Ajustes do Projeto Maquete Física Perspectivas para apresentação Apresentação (slides) Banca Final Fonte 6 – Autora, 2020
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7 REFERENCIAL TEÓRICO
7.1
Inserção da Proposta no Terreno
Para o referente trabalho, será necessária análise e pesquisa do terreno adotado, à vista disso deve-se lembrar que o conceito de pesquisa segundo Cervo, Bervian,e Silva, (2007, p.57) é: “A pesquisa é uma atividade voltada para a investigação de problemas teóricos ou práticos por meio do emprego de processos científicos. Ela parte, pois, de uma dúvida ou problema e, com o uso do método científico, busca uma resposta ou solução. ”
Portanto no presente caso é imprescindível o levantamento e diagnóstico do espaço para que assim ocorra uma adequada implantação. Sendo assim cabe se atentar que para inserção de um empreendimento em um lote é de extrema importância verificar sua legislação pertinente, além de analisar as resoluções, guias e manuais que permitam o tipo de projeto naquele ambiente. Com isso o respectivo empreendimento se refere a um abrigo com clínica para animais em situação de rua e segundo a Resolução Nº 670, 2000, Art. 1º: “A instalação, equipamentos e o funcionamento de estabelecimentos médicos veterinários ficam subordinados às condições e especificações da presente Resolução e demais dispositivos legais pertinentes. ”
Consequentemente, além disso, é necessária a verificação por parte das Leis e decretos de zoneamento e parcelamento do solo, que permitam e apresentam as delimitações das zonas, como o Decreto 322, que determina “Este Regulamento estabelece as modalidades, a intensidade e a localização dos usos do solo e das atividades permitidos no Município do Rio de Janeiro.”, (Decreto 322, de 3 de março de 1976, Capítulo I, Art. 1º) e o Plano Diretor do Rio de Janeiro constatado na Lei Complementar Nº 111 de 1º de fevereiro de 2011, Capítulo II, Art. 31, que estipula: “O Município fica subdividido em Macrozonas de Ocupação, definidas a partir da avaliação de fatores espaciais, culturais, econômicos, sociais,
23
ambientais e de infraestrutura urbana em função das grandes áreas diferenciadas da Cidade, [...]. ”
Seguindo esse contexto é primordial a retirada da CI (Certidão de Informação) que pré-estabelece todas as permissões e dados do terreno proposto. No presente caso a CI define, “[...] Zona Residencial 3, AP: 5, Gabarito Máximo de 4 pavimentos e IAT de 2,5 [...]”. Após essa visualização encontra-se suas permissões de uso e atividades e demais informações dentro da Lei complementar 72, no ANEXO IV, onde discorre que nessa Zona é possível o Serviço III, e no Decreto 25700, ANEXO 1 – Uso Serviços III – S III, que estabelece a permissão de Serviços Veterinários, além disso no Decreto 322, Capítulo IV, Art. 44, está contido: “Clínica e hospital veterinário e consultório médico-veterinário são: I Adequados em CB e ZIC, em edificação de uso exclusivo. II - Tolerados em ZR-3, ZR-4, ZR-5 e ZR-6, e, edificações de uso exclusivo. [...].”
Desse modo fica evidente que a tipologia do empreendimento é permitida no local escolhido perante a legislação cabível e pelo plano diretor do estado, porém é necessário se atentar às predefinições para a implantação do abrigo e clínica no local, pois de acordo com a Resolução Nº 1015, 9 de novembro de 2012, Capítulo II, Art. 4º: “Clínicas
Veterinárias
são
estabelecimentos
destinados
ao
atendimento de animais para consultas e tratamentos clínico-cirúrgicos, podendo ou não ter cirurgia e internações, sob a responsabilidade técnica e presença de médico veterinário. §1º No caso de haver internações, é obrigatório o funcionamento por 24 horas, ainda que não haja atendimento ao público, e um profissional médico veterinário em período integral. §2º Havendo internação apenas no período diurno, a clínica deverá manter médico veterinário e auxiliar durante todo o período de funcionamento do estabelecimento. §3º A opção de internação em período diurno ou integral e de atendimento cirúrgico deverá ser expressamente declarada por ocasião de seu registro no Sistema CFMV/CRMVs. ”
7.2
Relação entre Homem, Animal e o Abandono
Segundo Berzins (2000), desde os primórdios da civilização existe a domesticação animal, pois foram encontrados sítios arqueológicos em que o animal
24
era encontrado enterrado ao lado do seu possível dono. Sendo mais preciso nas datas, entre os anos 10.000 e 20.000 a.C. os cães foram domesticados pelos seres humanos (Uyehara, 2004). Para Fuchs (1987, apud Bellinghini, 2003) acredita-se que se deu através do contato com os lobos de características mais mansas, e a partir desse contato criou-se a intenção de utilizá-los para auxiliar nas atividades diárias, como agricultura, transporte e pastagem. Já em relação aos gatos, segundo pesquisadores da Universidade de Oxford (2007), a domesticação ocorreu entre os 5.000 a 15.000 anos atrás no Antigo Egito, tendo como seu ancestral a espécie Felis silvestres lybica (gato selvagem), os mesmos eram considerados membros da família pelos egípcios, já que os felinos cuidavam das casas controlando as pragas, como ratos. Entretanto, com o passar dos anos, essa ligação começou a se estreitar e surgir a dependência tanto por parte do animal quanto por parte do ser humano, o que pode resultar em dois fatores distintos, um sendo positivo e um negativo. Em relação ao fator positivo da dependência, o estudo dos psicólogos das universidades de St. Louis e Miami constaram que a presença de animais no ambiente aumenta a autoestima e deixam os seres humanos mais sociáveis. Além disso a pesquisa realizada pelo Departamento de Psicologia Experimental da USP relatou que o convívio com animais fortalece o sistema imunológico e diminui o estresse. Em relação ao fato negativo, por conta da alta dependência que os animais possuem aos humanos, fica evidente o aumento dos maus tratos e abandono por parte dos donos, segundo Shultz, 2016: “Estima-se que, de 10 animais abandonados, 8 já tiveram um lar. São animais que, por um motivo ou outro, foram rejeitados, não superaram as expectativas de seus “donos” e por isso, foram descartados. Cresceram demais, adoeceram, não foram educados o suficiente, geraram gastos e aborrecimentos. ”
Segundo Cesarini (2016), a maior causa de abandono é a reprodução descontrolada, em média as cadelas dão à luz a 15 filhotes por ano e as gatas a 45 filhotes, portanto a melhor solução para reduzir o abandono, que atualmente são marcados por em média 30 milhões de animais no Brasil, seria a castração, que em muitos estados/municípios podem ser realizadas de forma gratuita. Cabe lembrar que
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uma consequência do abandono seria o aumento da incidência de doenças transmissíveis entre os animais e para os humanos, além disso, também ocorrem acidentes no trânsito e agressões causadas e sofridas pelos animais. 7.3
Bem-Estar Animal e Doenças
Pode-se entender resumidamente que o bem-estar é advindo do refúgio seguro e o cuidado dos animais, mas para compreender do que realmente se trata é necessário interpretar diversos pontos de vistas, e para isso alguns autores expressaram suas definições, para Calderón, N. (2009) bem-estar é: “A condição fisiológica e psicológica na qual o animal de companhia é capaz de adaptar-se comodamente ao entorno, podendo satisfazer suas necessidades básicas e desenvolver suas capacidades conforme a sua natureza biológica. ”
Já segundo Mellor et al. (2009), conforme citado no Anexo da Orientação Técnica Nº 12/CONCEA, bem-estar “é um estado próprio do animal em um dado momento, representado pela somatória de todas as experiências emocionais ou afetivas vivenciadas pelo animal a partir de fatores internos e externos aos quais ele está sujeito. ”, porém independente dos conceitos tratados pelos autores, o Projeto de Lei Nº 215, 2007, Parte Geral, Art. 4º, comenta: “Os animais devem ser mantidos em ambiente que garanta cada fase de seu desenvolvimento, considerando idade e tamanho das espécies, devendo ser consideradas as condições sanitárias e ambientais, de temperatura, umidade relativa, quantidade e qualidade do ar, níveis de luminosidade,
exposição
solar,
ruído,
espaço
físico,
alimentação,
enriquecimento ambiental e segurança, conforme as necessidades físicas, mentais e naturais dos animais. “
A partir das definições de bem-estar, pode-se citar um item que vincula não só o animal como também os seres humanos, que é o caso do ruído causado, principalmente pelos cães, e para surpresa, os ruídos dos latidos não afetam apenas os seres humanos, mas também os outros animais que estão vivendo no mesmo espaço. Segundo Coppola (2009):
26
“Os níveis sonoros em abrigos de animais excedem regularmente 100 dB. O ruído é um estressor físico em animais que pode levar a respostas comportamentais, fisiológicas e anatômicas[...]. Os níveis de ruído em um abrigo para animais recém-construído foram medidos usando um dosímetro de ruído em todas as áreas internas de criação de cães. Essas áreas de espera incluíam cães grandes adotáveis, cães grandes perdidos, cães pequenos adotáveis, cães pequenos perdidos e entrada frontal. O nível de ruído foi mais alto na grande área adotável. O som da grande área adotável afetou algumas das medições de ruído nas outras salas. Os níveis máximos de ruído excederam regularmente a capacidade de medição do dosímetro (118,9 dBA). Frequentemente, no projeto de novas instalações, pouca atenção é dada à redução do ruído, apesar das evidências de que o ruído causa estresse físico e psicológico nos cães. Para atender às suas necessidades comportamentais e físicas, o design do canil também deve abordar a faixa de som ideal. ”
Portando, fica evidente que um abrigo quebra a Lei Nº 126, 10 de maio de 1977 que discorre, “[...] consideram-se prejudiciais à saúde, à segurança ou ao sossego público, quaisquer ruídos que: atinjam, no ambiente exterior ao recinto em que têm origem, nível sonoro superior a 85 (oitenta e cinco) decibéis [...] “ E devido a toda a situação envolvendo ruídos, se torna imprescindível toda a busca sobre o local ideal para a implantação do abrigo para animais. Porém não é apenas de adversidades que a implantação do empreendimento se encontra. Por conta do alto índice de animais doentes nas ruas, a criação de um abrigo se torna necessário nesses ambientes com alta taxa de animais. E como relata Andrade, W. (2011, p.7): “A importância do controle de animais em situação de abandono remete além da questão humanitária, a uma questão de saúde pública; já que resolver este problema é importante para o controle de zoonoses, que são doenças transmitidas pelos animais para os seres humanos; uma vez que os animais de rua não têm nenhum controle de vacinação e tratamento de doenças. ”
Além disso os Centros de Zoonoses visam a redução de doenças como por exemplo as citadas no Manual de Vigilância, Prevenção e Controle de Zoonoses, (2016):
27
“A execução das ações, das atividades e das estratégias de vigilância, prevenção e controle de zoonoses de relevância para a saúde pública, além de raiva e leishmanioses, estende-se para outras doenças [...] toxoplasmose, esporotricose, ancilostomíase, toxocaríase (larva migrans cutânea e visceral), histoplasmose, criptococose, complexo equinococose – hidatidose, entre outras. “
Argumentando algumas das doenças citadas acima e iniciando com a Leishmaniose, o Manual de Vigilância e Controle da Leishmaniose Visceral, cita que “na área urbana, o cão (Canis familiaris) é a principal fonte de infecção. A enzootia canina tem precedido a ocorrência de casos humanos e a infecção em cães tem sido mais prevalente do que no homem. ” Ademais, temos a Esporotricose, que segundo o Projeto de Lei 3200/2017, “[...] é uma micose causada pelo fungo Sporothrix schenckii, que pode afetar animais e humanos. [...] especialmente em gatos. ” A Raiva, como relata o Ministério da Saúde, “[...] é transmitida ao homem pela saliva de animais infectados, principalmente por meio da mordedura, podendo ser transmitida também pela arranhadura e/ou lambedura desses animais. “ E a Cinomose, doença exclusiva dos cães, como dito por Norris et al. (2006): “É uma doença viral altamente contagiosa que afeta o sistema respiratório, o sistema gastrintestinal e o sistema nervoso central (SNC). É causada pelo vírus
da
cinomose
canina
(VCC),
um Morbillivirus da
família
Paramyxoviridae. Além de cães domésticos, ocorre em outros carnívoros como dingos, raposas, furões, leões, leopardos, guepardos e tigres. ”
Com isso é visível a necessidade da implantação de um abrigo em bairros com alto quadro de animais abandonados, como é o caso do terreno proposto.
7.4
Biofilia e Sustentabilidade
O termo Biofilia foi popularizado pelo biólogo americano Edward O. Wilson com o livro “Biofilia” em 1984. Nele, inicialmente, é destrinchada a palavra grega em, Bios que significa vida e Philia que significa amor, sendo na tradução literal, “Amor a Vida”, além disso, o autor alcança o conceito do termo após constatar que o ser humano é geneticamente atraído pela natureza, concluindo assim que o indivíduo
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possui a necessidade de permanecer, ter contato e interagir com o meio ambiente como um todo, por conta da sensação de bem-estar e relaxamento que o proporciona. Em razão disso a arquitetura e o design de interiores desenvolvem um papel importante nesse caso. De acordo com o livro 14 Padrões do Design Biofílico, existem técnicas divididas em três grupos que possibilitam essas sensações, são elas, Padrões da natureza no espaço, Padrões de analogias naturais e Padrões da natureza que proporciona o espaço. Dentro desses grupos podemos encontrar a inserção de vegetação, a utilização materiais naturais, melhoria na qualidade do ar, espelhos d’água, vistas da natureza e iluminação natural. Com a inserção desses elementos os ambientes irão proporcionar segundo o relatório Human Spaces no Impacto Global de Design Biofílico no Local de Trabalho, 15% de crescimento no bem-estar e criatividade e 6% de aumento da produtividade dos funcionários, em relação aos ambientes sem os elementos naturais. Ademais, outro termo que caminha junto da Biofilia é a Sustentabilidade, que teve seu surgimento em Estocolmo – Suécia, na primeira conferência realizada pela ONU (Organização das Nações Unidas), sendo ela a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente no ano de 1972. Em relação a palavra, a mesma deriva do vocábulo sustentável, que advém do grego sustentare, significando sustentar, defender, apoiar, conservar, favorecer e/ou cuidar. Após essa e outras conferências, debates e congressos o termo foi sendo consolidado com o conceito de preservar recursos naturais visando atender as necessidades humanas, sem comprometer a qualidade de vida das futuras gerações. Para que isso ocorra, a arquitetura conta com algumas práticas sustentáveis que permitem conservar os recursos, algumas delas são a racionalização, recolhimento e reutilização de água, o aproveitamento da luz solar, trazendo a diminuição do uso de ar condicionado, aplicação de placas solares, reciclagem e coleta seletiva dos resíduos, uso de madeiras de reflorestamento, utilização de materiais que reduzam a manutenção e os custos de desenvolvimento do projeto, entre outros.
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PESQUISANDO
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8 DIAGNÓSTICO DA ÁREA
8.1
Localização e Histórico
O terreno escolhido está localizado no Bairro de Campo Grande, mais precisamente na Estrada do Cabuçú, que é considerado o maior bairro e o que possui um maior número de habitantes do estado do Rio de Janeiro, fruto de uma trajetória. Antes da fundação de Campo Grande, o local era habitado por índios da tribo Picinguaba e após 1673 o território ficou como propriedade de Barcelos Domingos (nesse mesmo ano foi construída a Paróquia Nossa Senhora do Desterro, muito conhecida da região) (figura 5), tendo como principal função o cultivo de cana de açúcar e criação de gado. Durante um longo tempo, Campo Grande se manteve rural até que no final do séc. XVIII o bairro começou a ter um grande crescimento populacional decorrente da chegada da água (o poço que a paróquia possuía foi muito importante para a distribuição de água daquela região). Mesmo com o aumento populacional, Campo Grande continuava rural, e apenas na metade do séc. XIX a urbanização chegou até o bairro, pois em 1878 foi implantada a estrada de ferro D. Pedro II que permitiu ligação até o centro da cidade o que acarretou não só a melhoria do acesso, como ao aumento da população (figura 6). Além disso a inserção da estrada também possibilitou a criação do alto comércio em Campo Grande, que se estende até os dias atuais. Ademais, Campo Grande é conhecido como Império da Laranja, pois durante a segunda guerra mundial o bairro foi um grande produtor da fruta e isso fez com o Rio de Janeiro enfrentasse esse momento crítico mundial e para representar isso, foram espalhados monumentos que lembram laranjas em todo o centro (figura 7). Além dessa curiosidade, por volta de 1968 o atual governador do Estado, Francisco Negrão, nomeou Campo Grande como cidade do Rio de Janeiro, pois o mesmo crescia de forma individual, entretanto, mesmo com essa nomeação, Campo Grande continuou sendo considerado bairro pelos seus moradores.
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Figura 5 – Paróquia Nossa Sra. Do Desterro
Fonte 7 – Google Maps, 2019
Figura 5 – Linha ferroviária de Campo Grande
Fonte 8 - Fotografia de Guilherme Alves, 2017
Figura 7 – Monumento simbolizando a laranja no centro de Campo Grande
Fonte 3 – Criado a partir do Google Earth, 2020
Fonte 9 - Diário do Rio, 2016
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8.2
Potenciais e Limitações
Para que a proposta fosse inserida num terreno que necessitasse do programa escolhido, foram realizadas pesquisas através de um questionário virtual, disponibilizado em link - por meio de formulário elaborado a partir do Google Forms, aplicativo do Google que permite a criação, compartilhamento e disponibilização de formulário virtual - direcionado aos moradores da cidade do Rio de Janeiro como um todo. Além do questionário foram feitas visitas in loco que possibilitaram uma avaliação mais precisa do local e referências retiradas de sites como o IBGE, Legislação Bairro a Bairro e Data Rio. O questionário abaixo (Gráficos 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7) retrata com precisão a opinião de 126 indivíduos, de 15 anos em diante, de todos os gêneros e bairros do Rio de Janeiro, sobre a inserção do abrigo de animais em situação de rua e se isso melhoraria alguns aspectos em seus respectivos bairros. Gráfico 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7
33
34
Fonte 10 - Elaborado pela autora através do Google Forms, 2019
A partir dessa pesquisa foi possível definir o local e em seguida desenvolver toda a pesquisa de potenciais e fragilidades, para que assim tenha a certeza da escolha do terreno e que seja executável a tipologia da proposta. Portando abaixo
Proximidade de pontos de ônibus, menos de 10 m;
Localização privilegiada por conta dos serviços e comércio ao redor do terreno;
Terreno plano e com grande dimensionamento na área central do bairro;
Terminal rodoviário e menos de 15 minutos;
Gabaritos baixos do entorno, permitindo alta luz solar.
FRAGILIDADES
POTENCIALIDADES
estarão dispostos os tópicos sobre o local e entorno.
Terreno com apenas uma testada (fachada direcionada para a rua); Calçadas sem acessibilidade (rampas e pisos táteis), sem manutenção e qualidade precária; Necessidade de transplantes de árvores; Terreno com muro faceado a um condomínio residencial.
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8.3
Morfologia Urbana
O terreno escolhido para a proposta de inserção do abrigo está localizado na Estrada do Cabuçú, Número 1208 – Campo Grande. O mesmo é de incumbência privada e está inserido na ZR3 – Zona Residencial 3, que possibilita consultas à decretos e leis, como o Decreto 25700, Lei Complementar 72, Decreto 322, Decreto 1918 e Lei complementar 111, para seu melhor entendimento. Além disso o terreno possui aproximadamente 15225,66m² com topografia parcialmente plana, apenas com uma pequena saliência na parte central do terreno, como mostra a figura 8. Conta também com fácil acesso à transportes, como o BRT Transoeste, ônibus, moto táxis, transportes alternativos e infraestrutura eficaz no entorno, como iluminação satisfatória, comércios e serviços adjacentes. Figura 6 – Perfil de elevação do terreno
Fonte 11 – Google Earth, mais edição via Photoshop pela autora, 2020
Para que a proposta seja inserida de forma legal e viável, é imprescindível estudo dos cheios e vazios (mapa com 500 metros de raio) e do perfil da via principal presente no local, pois os mesmos permitem reconhecer a área que a proposta será aplicada. Portando nas figuras 9 e 10 é possível visualizá-los.
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Figura 7 – Perfil da via
Fonte 12 – Perfil desenvolvido pela autora através do streemix, 2020 Figura 8 – Mapa de cheios e vazios
Fonte 13 – Mapa desenvolvido pela autora, 2020
Além disso seu entorno tem predominância de edificações com gabaritos baixos (entre 2 e 3 pavimentos), que não prejudicam nem impossibilitam a inserção do projeto em desenvolvimento.
37
8.4
Uso do Solo e Edificações Existentes
Como visto no mapa da figura 11, o entorno do terreno é bastante diversificado, porém
existe
uma
abundante
quantidade
de
residências
unifamiliares
e
multifamiliares. Contudo, Campo Grande, como dito no tópico 9.1, possui um intenso comércio, serviços e instituições, podemos citar escolas, hospitais, igrejas, padarias, materiais de construção e comércios menores. Figura 9 – Mapa de uso do solo
Fonte 14 - Mapa desenvolvido pela autora, 2020
Além disso fora desse raio de 500 metros, encontra-se o Hospital Oeste Dor (Privado) e o Hospital Rocha Faria (Público), além de clínicas e consultórios diversos. Importante lembrar que existe 1 clínica veterinária privada dentro do raio.
38
8.5
Sistemas de Circulação
No mapa a seguir (figura 12) estão marcadas as hierarquias das vias, seus fluxos e sentidos. Porém é importante destacar que a Estrada do Cabuçú é o único acesso veicular, registrado legalmente, que existe no terreno atualmente. Além da estrada, na lateral no terreno, existe uma rua/caminho que funciona como acesso ao terreno, porém foi murada por motivo desconhecido. Já em relação a circulação de pedestres, as calçadas possuem larguras suficientes e acessíveis (figura 9), porém são precárias de pavimentação e em alguns trechos não existem meios fios e rampas. Figura 10 – Mapa de sistemas de circulação
Fonte 15 – Mapa desenvolvido pela autora, 2020
39
Ademais, a Estrada do Cabuçú interliga o terreno ao Centro de Campo Grande, onde existe um alto comércio e modais diversos, como BRT, trem e ônibus intermunicipais e interestaduais, além de transportes auxiliares, como vans. No mapa da figura 13 é possível visualizar a proximidade do terreno a esses modais. Figura 11 – Mapa macro da situação do terreno
Fonte 16 – Mapa desenvolvido pela autora, 2020
8.6
Redes de Infraestrutura
Em relação à infraestrutura do terreno e entorno, de acordo com pesquisas, a área recebe abastecimento de água potável da Cedae, distribuição de energia elétrica da Light, coleta de lixo 3 vezes na semana pela Comlurb, tratamento de esgoto
40
sanitário e pluvial pela Cedae, rede telefônica e de internet, pelas operadoras OI, Claro, Vivo, Tim, Net, GVT e Nextel. Além de Corpo de bombeiros nas proximidades.
8.7
População Residente e Usuária
De acordo com dados do Data.Rio e IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), no censo de 2010 (último censo), o bairro de Campo Grande possuía um total de 328370 habitantes, e isso equivale a aproximadamente 5,19% da população da cidade do Rio de Janeiro. Como vemos nas figuras abaixo, essa quantidade é bastante diversificada, sendo sua maior parte pessoas de 20 a 59 anos.
Figura 12 – Dados da população
Fonte 17 – Desenvolvido pela autora com dados do Data Rio, 2020
8.8
Levantamento Planialtimétrico
Como visto no mapa da figura 15, a topografia do terreno e entorno é predominantemente plana, com apenas alguns desníveis leves, o que facilita bastante a inserção da edificação durante o desenvolvimento do projeto. Além disso no tópico 9.1 é possível verificar os desníveis pontuais ao longo do terreno, onde essa variação é de 1 m apenas.
41
Figura 13 – Mapa hipsométrico
Fonte 18 – Mapa retirado do site topografic map e editado pela autora, 2020
8.9
Aspectos de Conforto Ambiental
Através de pesquisas aos sites Clima Tempo e Weather Spark, foi possível identificar itens como, a posição dos ventos predominantes, que estão na posição Leste e duram cerca de 10 meses por ano (30 de julho a 1 de junho) e a orientação solar, onde o sol nasce no Leste e se põe à Oeste. Além disso no mapa abaixo (figura 16) é possível visualizar a grande densidade de vegetação no terreno e entorno (grande variedade de mata e árvores), os dois cursos d’água perpendiculares ao terreno e os ruídos causados pelas vias, empreendimentos e residências ao redor. E na figura 17 verificamos o estudo bioclimático com suas sombras.
42
Figura 14 – Mapa de conforto ambiental
Fonte 19 – Desenvolvido pela autora, 2020 Figura 15 – Estudo das sombras
Fonte 20 – Mapa desenvolvido pela autora, 2020
43
8.10 Levantamento Fotográfico Figura 16 – Mapa com Marcações das Imagens
Fonte 21 – Mapa desenvolvido pela autora, 2020 Figura 19 – Imagem 1 no mapa
1
Fonte 22 – Imagem retirada do Google. 2020 Figura 20 – Imagem 2 no mapa
Fonte 23 – Imagem retirada do Google. 2020
44
Figura 21 – Imagem 3 no mapa
Fonte 24 – Imagem retirada do Google. 2020 Figura 22 – Imagem 4 no mapa
Fonte 25 – Imagem retirada do Google. 2020
Figura 23 – Imagem 5 no mapa
Fonte 26 – Imagem retirada do Google. 2020
45
Figura 24 – Imagem 6 no mapa
Fonte 27 – Imagem retirada do Google. 2020 Figura 25 – Imagem 7 no mapa
Fonte 28 – Imagem retirada do Google. 2020 Figura 2617 – Imagem 8 no mapa (rua fechada, que possui acesso ao terreno)
Fonte 29 – Imagem retirada do Google. 2020
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9 CONDICIONANTES LEGAIS
9.1
Plano Diretor e Lei Complementar nº 72 e Decreto nº 25700
PLANO DIRETOR - LC – 111 ANEXO 1 Macrozona – Assistida Região de Planejamento – AP 5.2 – Campo Grande Região Administrativa – XVIII – Campo Grande
LEI COMPLEMENTAR Nº 72 CAPÍTULO II - DA ORDENAÇÃO TERRITORIAL Seção VI - Dos usos do solo Art. 10. Os usos do solo e das edificações estabelecidos por esta Lei Complementar são os seguintes: VI - Uso de Serviços I: serviços de atendimento cotidiano ou vicinal; VII -Uso de Serviços II: serviços de atendimento esporádico à população em geral; VIII - Uso de Serviços III: serviços que exijam planejamento específico para sua implantação;
CAPÍTULO III - DAS DISPOSIÇÕES PARA AS ZONAS Seção II - Das Zonas Art. 68. Os parâmetros de ocupação e parcelamento estabelecidos para as zonas são os seguintes: III - ZONA RESIDENCIAL 3 (ZR 3): a) Índice de Aproveitamento do Terreno (IAT): 2,5; b) Gabarito (G): quatro pavimentos; c) Taxa de Ocupação (TO): não será exigida; d) Lote Mínimo: 125m2 (cento e vinte cinco metros quadrados); e) Testada mínima: 8,00m (oito metros); f) Afastamento frontal: 3,00m (três metros);
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g) Taxa de Permeabilidade (TP): 10% (dez por cento); h) Coeficiente de Adensamento (Q): 125 (cento e vinte e cinco); i) Usos e atividades: ver Quadros 1 e 2 do Anexo IV desta Lei Complementar; j) Índice de Uso Comercial e de Serviços (ICS): 0,40;
ANEXO IV - USOS E ATIVIDADES Quadro 2 - Condições de implantação dos usos do solo urbano ZR3 – Serviços I, II e III - adequado com restrições ao porte, restrições às situações de impacto I.a), I.b), I.c), II.a) e II.c) e a algumas atividades. Vedada a situação de impacto II.b).
DECRETO Nº 25700 ANEXO 1 - Uso Serviços III: S III Serviços que exijam planejamento específico para sua implantação: ATIVIDADES - Serviços veterinários - Somente com alojamento; sem alojamento, ver Uso S-II.
9.2
Código de Proteção Contra Incêndio
O Código de Proteção Contra Incêndio do Estado do Rio de Janeiro qualifica as atividades nos respectivos grupos: A - Residencial, B – Serviços de Hospedagem, C - Comercial, D – Serviço Profissional e Institucional, E – Escolar e Cultura Física, F – Local de Reunião de Público, G – Serviço Automotivo e Assemelhado, H – Serviços de Saúde, I - Industrial, J - Depósitos, L – Explosivos e Munições e M – Especial, e dentro deles existem subdivisões de acordo com a ocupação. Portanto o grupo que a tipologia da proposta se enquadra é o Grupo H-1 Hospital Veterinário e Assemelhados e suas exigências são: extintores de incêndio, hidrantes e mangotinhos, sinalização de segurança, iluminação de emergência, alarme de incêndio, saídas de emergência, hidrante urbano, acesso de viaturas em edificações, segurança estrutural contra incêndio e controle de materiais de acabamento.
48
9.3
Norma de Proteção Ambiental
De acordo com o Decreto nº 29881 que Consolida as Posturas da Cidade do Rio de Janeiro e dá outras providências, o ANEXO II relata que atividades veterinárias com internação estão sujeitas a licenciamento ambiental. Além disso no mesmo decreto o LIVRO II, Regulamento n.º 2 - Da Proteção Contra Ruídos, Título III Da Adequação Sonora, Art. 7° Deverão dispor de proteção, instalação ou meios adequados ao isolamento acústico, que não permitam a propagação de sons e ruídos para o exterior, acima do permitido, devendo esta restrição constar no alvará de licença para estabelecimento: IV - os locais tais como canis, granjas, clínicas veterinárias e congêneres, onde haja atividade econômica.
9.4
Normas de Acessibilidade Universal (NBR9050)
Após leitura da NRB 9050, foi possível verificar padrões mínimos para a melhoria da acessibilidade em todas as possíveis edificações. Por conta disso segue os itens obrigatórios abaixo:
Faz-se necessário o uso do Módulo de Referência para dimensionar possíveis espaços;
Corredores com o mínimo de 0,90m (para apenas uma 1 cadeira de rodas), 1,20 a 1,50m (cadeira mais pessoa) e 1,50 a 1,80m (para duas cadeiras);
Além disso corredores comuns de até 4,00m permitem 0,90m do mínimo de largura. Já corredores públicos precisam de no mínimo 1,50m;
Manobra 90º - 1,20x1,20m, 180º - 1,20x1,50, 360º - 1,50x1,50;
Portas com no mínimo 0,80m;
Rampas acessíveis em as passagens de níveis;
Os sanitários e vestiários devem possuir cabine especial para PNE;
Estacionamentos com vagas específicas;
O salas e auditórios devem possuir espaços reservados;
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50
10 ESTUDOS E REFERÊNCIAS
O estudo das referências, sejam de partido arquitetônico ou conceituais, diretas ou indiretas, influem diretamente na concepção e entendimento do tema proposto. Portanto para que o projeto seja desenvolvido da melhor forma possível é necessária a pesquisa e análise de diversas referências.
10.1 Visita Técnica
Para que se haja a compreensão dos usos, fluxos, potenciais e fragilidades de um abrigo com clínica para animais, foi de grande valia a visita guiada a instituição SUIPA – Sociedade União Internacional de Proteção Animal, onde foi possível verificar toda a logística empregada pela organização. Para que fosse obtido todo o conteúdo
abaixo,
foram
realizadas
fotografias,
entrevista
(Apêndice)
e
acompanhamento nos ambientes existentes do local.
SUIPA – Benfica – RJ
A SUIPA – Sociedade União Internacional de Proteção Animal é uma ONG que possui 3 Polos comportando um total de 3 mil animais, sendo: 1500 cães e 430 gatos na SUIPA de Benfica, 300 cães na casa da antiga presidente, onde ficava a antiga sede, localizada em Maricá e um número não contabilizado de equinos, suínos, bovinos e caprinos vivendo em Itaboraí na fazendinha. Ainda se referindo aos 3 polos, é possível relatar que cerca de 110 a 120 funcionários, fazem parte do regime CLT, se atentando que no local não existe mais o ingresso como voluntário, devido problemas envolvendo questões judiciárias acometidas anteriormente. Em relação ao funcionamento e a arrecadação de mantimentos para as atividades, os polos possuem uma carta de associados que realizam doações mensais sem um valor fixo, porém não menor que R$ 30,00 (mensalidade) para a organização, além de doações feitas da população do entorno ou pessoas que simpatizam com a causa. Tirando esse meio de arrecadação a instituição também faz
51
bazares com itens usados (cadeiras, mesas, sofás...) recebidos para ajudar na renda. Com todo esse recurso é possível não só manter o local e pagar os funcionários, como alimentar os animais com cerca de 1 Tonelada de ração por mês (95% dessa ração advém do dinheiro dos associados e 5% de doações extras). No caso do presente estudo de caso, será feita uma análise mais profunda da SUIPA – Benfica, (figura 27), pois a mesma é uma organização que compreende abrigo e clínica, que será a proposta abordada no projeto. O local possui funcionamento de Segunda a Sábado, sendo o veterinário de 8h as 14h e 10h as 16h, a partir das 6h trabalhadas aumenta 50% o valor nas primeiras 2h e a partir, 100%. Em caso de extrema necessidade abrirá no domingo e nesse caso será hora extra. Figura 27 – Fachada para Dom Helder Câmara - Benfica
Fonte 30 – Imagem retirada do Google Maps, Street map, 2020
A respectiva entidade, abriga diversos cães e gatos e atualmente não tem mais recebido animais, pois após uma vistoria feita pelo Ministério da Saúde constou-se que o espaço abrigava quase o dobro de sua capacidade e por conta disso foram feitas medidas para a diminuição dessa quantidade. Hoje em dia eles realizam um pré-atendimento do animal que chega no espaço e indicam o local que melhor
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atenderia, no caso de o animal estar saudável é indicado o encaminhamento a SUBEM, localizado em Guaratiba, Zona Oeste e caso o animal esteja com alguma doença ou lesão leve ou média é direcionado para o Hospital Veterinário da Mangueira, pois ambos possuem apoio e direção do Governo. Os únicos animais que são aceitos atualmente são os com risco de vida, como animais baleados, atropelados... que precisam de um atendimento imediato. Além da chegada dos animais, existe também a possibilidade do recolhimento dos mesmos, porém hoje em dia a seleção para essa retirada é criteriosa, pois anteriormente as pessoas ligavam e quando os responsáveis chegavam o animal e a pessoas não estavam mais lá, e isso gerava custos desnecessários. Então novamente eles indicam ligar para a SUBEM pois o mesmo tem renda para isso. Já em relação a adoção desses animais, existem formas de conseguir, uma delas é a escolha pelo site, onde existe uma galeria de adoção, onde a pessoa interessada pode escolher seu animalzinho preencher uma ficha e ir até o local retirálo, existem também feiras de adoção que eles realizam todo primeiro sábado do mês numa praça em frente ao Edifício Manchete e na porta de petshops parceiros. Uma outra opção é a ida ao local diretamente, lá você consegue ver todos os animais, pois todos estão disponíveis para a adoção. Infelizmente é discrepante a quantidade de animais que entram e os que saem, como exemplifica a tabela 3. Tabela 3 – Comparação da quantidade de animais que entram e saem da organização
MÊS Janeiro Fevereiro
JAN
FEV
41 cães e 11 gatos
6 gatos
21 cães e 1 gato
6 cães e 2 gatos
Fonte 31 – Elabora pela autora com base na visita realizada no dia 04/03/2020
Para os animais que chegam existe uma espécie de triagem onde eles passam pela veterinária, recebem medicamentos caso necessário, vacina e vão para a castração, em seguida podem ser levados para quarentena e ficarem até 15 dias em observação ou serem encaminhados para o canil e gatil. Caso sejam filhotes (não costumam aceitar) passam pela triagem, veterinária, medicamentos e vacinação e vão direto para adoção. Caso os animais estejam com doenças contagiosas, ficam isolados (animais com raiva não são aceitos, são direcionados para o Hospital da Mangueira e eles não realizam eutanásia sem necessidades). Já em relação ao porte
53
dos animais, 70% são de porte médio, poucos de porte alto e pouquíssimo de porte baixo. No que diz respeito a estrutura do local, pode-se relatar que sua entrada é dificultosa, pois não possui placas nem sinalizações indicando cada espaço da organização. Porém sua divisão é bem prática, pois logo na entrada encontra-se a sala de adoção com uma secretária e animais de pequeno porte (figura 28), dali é possível se deslocar para os abrigos que ficam na parte posterior do local, onde está localizado 4 módulos com 10 canis cada (figura 30), 40 canis menores, chamados de suítes, reservados para animais de grande porte, como pitbuls, 1 módulo telado para animais com leishmaniose e 1 módulo com 3 gatis (cada módulo de canil custa em média 10 mil reais)(figura 31 e 32). Além da parte do abrigo, também existe a clínica (aberta ao público) com sala de cirúrgica, raio x, 4 consultórios e 2 bancadas para medicação (figura 29), um canil reservado para animais prontos para a adoção, um crematório, almoxarifado e depósito, salas administrativas e container para as rações. Lembrando que muitos desses espaços não são obrigatórios, como o ambulatório, e na SUIPA, existe. Figura 28 – Entrada do SUIPA, área da adoção e entrada para administração e clínica
Fonte 32 – Foto retirada do Google Imagens, 2020
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Figura 29 – Bancadas de medicação
Figura 18 – Módulo com 10 canis coletivosFigura 19 – Bancadas de medicação
Fonte 33 – Foto retirada no local durante a visita, 2020
Figura 30 – Módulo com 10 canis coletivos
Figura 20 – Módulo com 10 canis coletivos
Fonte 34 - Foto retirada no local durante a visita, 2020
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Figura 31 - Gatill
Fonte 35 – Foto retirada no local durante a visita, 2020
Figura 32 – Gatil (porta de entrada)
Fonte 37 – Imagem retirada do Pinterest, 2020 Figura 22 – Gatil (porta de entrada)
Fonte 36 – Foto retirada no local durante a visita, 2020
Figura 21 – Gatil (porta de entrada)onte 36 – Foto retirada no local durante a visita, 2020
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10.2 Referências Conceituais
Diferente do tópico anterior, as referências a seguir possuem uma análise e descrição mais conceitual dos projetos, pois mostram as diretrizes usadas para chegar num partido final. Por conta disso se faz imprescindível a busca por essas referências, pois permite a visualização do conceito idealizado, aplicado projetualmente.
Taliesin West – EUA
A casa projetada por Frank Lloyd Wright em 1937 localizada em Scottdale possui uma área aproximada de 2,5 km² (figura 33) e atualmente é a sede da Fundação de Frank e o campus principal da Escola de Arquitetura de Taliesin. Além disso em 1974 as estruturas foram adicionadas ao Registro Nacional de Lugares Históricos, em 1982 se tornou Marco Histórico Nacional e em 2008 foi indicada para se tornar Patrimônio Mundial, porém apenas em 2019 foi adicionada à lista e com o título “A Arquitetura do Século XX de Frank Lloyd Wright”. Figura 33 - Implantação
Fonte 38 – Imagem retirada do ArchDaily, 2020Figura 24 - Implantação
Fonte 37 – Imagem retirada do Pinterest, 2020
Figura 23 - Implantaçãoonte 37 – Imagem retirada do Pinterest, 2020
57
As características que definiram a escolha da obra como referência foram as premissas adotadas pelo autor do mesmo, onde, são evidenciados o uso e a integridade dos materiais naturais do local no qual o projeto foi inserido, a luz natural, que segundo Wright, os raios solares ajudavam no ambiente de trabalho, e a mensagem que a edificação passa com relação aos elementos que conversam entre si. Tudo isso faz parte da ideia de integração com a natureza, buscando funcionalidade e bem-estar que o arquiteto almejava em seus projetos (figura 34 e 35). Figura 34 - Perspectiva
Fonte 39 – Imagem retirada do ArchDaily, 2020Figura 26 - Perspectiva
Fonte 38 – Imagem retirada do ArchDaily, 2020 Figura 35 – Design interno Figura 25 - Perspectivaonte 38 – Imagem retirada do ArchDaily, 2020
Figura 28 – Loja Apple MiamiFigura 29 – Design interno
Fonte 39 – Imagem retirada do ArchDaily, 2020
Figura 27 – Design internoonte 39 – Imagem retirada do ArchDaily, 2020
58
Lojas Apple – Chicago, Macau, Singapura, Dubai, NY e Miami
Diferente da referência anterior, aqui temos um compilado de Lojas da Apple, onde todas constroem e emitem a ideia de integração do interior com o exterior, fazendo uso, da vegetação e materiais naturais para transpassar um ambiente tranquilo, suave, aconchegante, sereno e relaxante, a inserção de bancos ao redor de árvores – sendo internas ou externas ao projeto – e o uso de vidro em toda sua envoltória. Além disso todos os projetos foram criados pelo escritório Foster + Partners com colaboração do diretor de projeto da Apple, Sir Jonathan Ive, o que fez com que as Lojas Apple fossem reconhecidas por sua inovação, criatividade e vitalidade. Figura 36 – Loja Apple Singapura
Fonte 43 – Imagem retirada do ArchDailyFigura 33 – Loja Apple Singapura
Fonte 40 – Imagem retirada do ArchDaily, 2020 Figura 3730 – Loja Apple Miami Figura 32 – Loja Apple Singapuraonte 40 – Imagem retirada do ArchDaily, 2020
Fonte 41 – Imagem retirada da Casa Vogue, 2020Figura 31 – Loja Apple Miami
Fonte 41 – Imagem retirada da Casa Vogue, 2020
Fonte 40 – Imagem retirada do ArchDaily, 2020onte 41 – Imagem retirada da Casa Vogue, 2020
59
Figura 3837 – Loja Apple Chicago
Figura 38 – Loja Apple NYFigura 39 – Loja Apple Chicago
Fonte 42 – Imagem retirada do ArchDaily, 2020 Figura 39 – Loja Apple Macau Figura 34 – Loja Apple Macauonte 42 – Imagem retirada do ArchDaily, 2020
Figura 35 – Loja Apple ChicagoFigura 36 – Loja Apple Macau
Fonte 43 – Imagem retirada do ArchDaily, 2020 Figura 40 – Loja Apple Dubai
Figura 41 – Loja Apple NY Fonte 42 – Imagem retirada do ArchDaily, 2020onte 43 – Imagem retirada do ArchDaily, 2020
Fonte 45 – Imagem retirada do ArchDaily, 2020Figura 42 – Loja Apple Dubai
Fonte 44 – Imagem retirada do ArchDaily, 2020
Fonte 46 – Imagem retirada do ArchDaily, 2020
Figura 40 – Loja Apple DubaiFigura 41 – Loja Apple NY
Fonte 45 – Imagem retirada do ArchDaily, 2020
Fonte 44 – Imagem retirada do ArchDaily, 2020onte 45 – Imagem retirada do ArchDaily, 2020
60
10.3 Referências de Partido Arquitetônico
Neste item a vertente é exemplificar projetos que de alguma forma possam agregar para a concepção plástica do trabalho em desenvolvimento, não deixando de analisar também a parte funcional e construtiva dos mesmos.
Palm Springs Animal Care Facillity– EUA
O abrigo (figura 33) fica localizado em Palm Springs, Califórnia e possui um terreno com 3 hectares de dimensão diante do Parque Demuth. Seu projeto foi desenvolvido pela organização sem fins lucrativos Friends of the Shelter (Amigos do Abrigo) com parcerias público/privada da cidade e teve sua inauguração em meados de outubro de 2011, porém sua abertura foi tão esperada que em 2012 foram obtidas arrecadações suficientes para que houvesse a expansão do empreendimento. Figura 42 – Fachada principal
Fonte 47 – Imagem retirada do ArchDaily, 2020Figura 44 – Fachada principal
Fonte 46 – Imagem retirada do ArchDaily, 2020
Figura 43 – Fachada principalonte 46 – Imagem retirada do ArchDaily, 2020
61
Por estar inserido num local árido, o design do abrigo é caracterizado pelo design arquitetônico da cidade, pouca vegetação, plantas desérticas e pé direito alto. Além de conter uma ampla cobertura direcionada a cordilheira que dá abrigo as 3 principais entradas, todas com vista para o Parque Demuth, muito utilizado pela população da cidade de Palm Springs. Tirando o design, um conceito muito abordado no projeto é a conexão com a população, pois em toda a sua forma existem vidros e espelhos que criam a proximidade entre os animais e as pessoas, permitindo que o ambiente seja convidativo para ambos, como visto na imagem 43. Figura 4346 – Fachada com espelhos, vidros e adoção felina exposta
Figura 47 – Fachada com espelhos, vidros e adoção felina exposta
Fonte 47 – Imagem retirada do ArchDaily, 2020
Outras características marcantes do projeto são, sua certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) Prata com foco na reutilização de 45 – Fachada com espelhos, vidros adoção felina expostaonte – Imagem retirada do águaFigura através da captação de água dae chuva, e seu sistema 47 estrutural, com estacas ArchDaily, 2020
e vigas metálicas, materiais duráveis nas áreas dos animais, por conta da alta limpeza e brutalidade de alguns, como na figura 35, como resina epóxi nas paredes e piso, tetos acústicos não absorventes, caixas de aço para absorção de ruídos, entre
62
outros. Além disso temos também coberturas com absorção do calor para as áreas médicas e de alojamento (figura 44). Figura 44 – Parede com resina epóxi, teto com absorção de calor e ruídos
Figura 48 – Parede com resina epóxi, teto com absorção de calor e ruídos
Fonte 48 – Imagem retirada do ArchDaily, 2020
Em relação ao projeto arquitetônico proposto, podemos conferir as figuras 45 e 46 que permitem uma visualização melhor do projeto. Figura 4550 – Implantação com Térreo
Figura 51 - CanilFigura 52 – Implantação com Térreo
Fonte 49 – Imagem retirada do ArchDaily, 2020
Figura 49 – Implantação com Térreoonte 49 – Imagem retirada do ArchDaily, 2020
63
Figura 46 – Térreo setorizado
Figura 56 – Térreo setorizado
Fonte 50 – Imagem retirada do ArchDaily, 2020
Alguns componentes do seu programa de necessidades são, área pública com um pátio jardim, recepção, canil interno/externo e gatil de socialização, e áreas de onteadministração 50 – Imagem retirada do ArchDaily, 2020 trabalho com sala multiuso, e clinica interna, como visto nas figuras 47,
48 e 49. Ademais, existem 3 entradas distintas, uma para o lobby principal de adoção pública, uma para o lobby de admissão e outra para salas administrativas e multiuso (figura 46). Figura 4753 - Canil
Figura 54 – Térreo setorizadoFigura 55 - Canil
Fonte 51 – Imagem retirada do ArchDaily, 2020
Figura 57 – Adoção pública caninaonte 51 – Imagem retirada do ArchDaily, 2020
64
Figura 48 – Adoção pública canina
Figura 58 – Adoção pública felinaFigura 59 – Adoção pública canina
Fonte 52 – Imagem retirada do ArchDaily, 2020 Figura 49 – Adoção pública felina
Figura 60 – Adoção pública felina
Fonte 53 – Imagem retirada do ArchDaily, 2020
65
South Los Angeles Animal Care Center and Community – EUA
O centro de cuidados com animais (figura 50) está localizado na cidade de Los Angeles e possui aproximadamente 2230 m² de dimensão interna e 4000 m² de canil externo, sendo idealizado pelo escritório Ra Da e inaugurado em 2013. Figura 50 - Fachada
Figura 62 - Fachada
Fonte 54 – Imagem retirada do ArchDaily, 2020
Em relação às suas características, o escritório buscou criar um ambiente que Figura 61 - Fachadaonte 54 – Imagem retirada do ArchDaily, 2020
transpasse acolhimento para os visitantes e a comunidade do entorno, visando o principal objetivo do contratante, que era o aumento de doações e a redução da eutanásia. Seguindo esse mesmo propósito foram combinadas áreas de descanso com bastante paisagismo (figura 51), insolação e diminuição de ruídos em excesso, além de vegetação de frente para os canis, para que assim os visitantes permanecessem mais tempo no local e acarretasse numa futura adoção. Outra característica do projeto é a certificação LEED Prata que a mesma possui. E para que o empreendimento conseguisse essa qualificação foram tomadas medidas como, uso de materiais de construção sustentáveis e disponíveis regionalmente, redução do calor interno com a inserção de vidraças Low-e e teto em estrela energética, compactação do edifício com o intuito de reduzir o consumo de energia com ar condicionado, iluminação natural através de claraboia e painéis
66
solares no teto visando diminuição nos gastos com energia elétrica. Além disso foram inseridos painéis pré-fabricados (figura 52) ao redor de todo o edifício que representasse a pele em “escama” dos animais, os mesmos mudam de cor conforme o movimento de dentro para fora, criando proeminência na fachada e sombras nas vidraças. Figura 51 – Canil com vegetação frontal
igura 51 – Canil com vegetação frontal
Fonte 55 – Imagem retirada do ArchDaily, 2020 Figura 52 – Painéis pré-fabricados onte 55 – Imagem retirada do ArchDaily, 2020 igura 52 – Painéis pré-fabricados
Fonte 56 – Imagem retirada do ArchDaily, 2020
Seu programa de necessidades é composto basicamente de uma área externa onte 56 – Imagem retirada do ArchDaily, 2020
composto por estacionamento público (figura 55) deixando o acesso mais direto, estacionamento privado, “galeria” entre os blocos (figura 56), estacionamento e canis,
67
e um amplo boulevard com canis, área de lazer, aviário e “mini parques”. Já o edifício é divido em 2 blocos, um menor com secretaria, centro comunitário e área de serviços e outro maior com escritório, clínica, área de isolamento, quarentena, eutanásia, área de serviço, lobby, berçário, triagem, sala de exames, copa e vestiário de funcionários, área de castração, gatil, sala de répteis, entre outros. (Figuras 53 e 54) Figura 53 – Planta
igura 53 – Planta
Fonte 57 – Imagem retirada do ArchDaily, 2020 Figura 54 – Planta onte 57 – Imagem retirada do ArchDaily, 2020 igura 54 – Planta
Fonte 58 – Imagem retirada do ArchDaily, 2020
onte 58 – Imagem retirada do ArchDaily, 2020
68
Figura 55 – Estacionamento Público
igura 55 – Estacionamento Público
Fonte 59 – Imagem retirada do ArchDaily, 2020 Figura 56 – Galeria interligando as áreas onte 59 – Imagem retirada do ArchDaily, 2020 igura 56 – Galeria interligando as áreas
Fonte 60 – Imagem retirada do ArchDaily, 2020
onte 60 – Imagem retirada do ArchDaily, 2020
69
10.4 Conceito
Após toda construção do tema e análise do entorno é imprescindível a construção do conceito e partido que será adotado no projeto em desenvolvimento do Centro de Acolhimento e Saúde para Animais Abandonados. Cabe salientar que a proposta do projeto surge com parceria público privada, para que assim a arrecadação tida na clínica seja direcionada para o pagamento dos funcionários juntamente com os gastos alimentícios e de manutenção dos mesmos. Para isso foi desenvolvida uma premissa dedicada à construção da forma e plástica, sendo ela a inserção do estilo orgânico criado por Frank Lloyd Wright durante o período moderno, que faz relação do ser humano com a natureza, pretendendo trazer funcionalidade e bem-estar. Nessa primeira premissa convém ressaltar que para a inserção adequada desse pensamento é necessário seguir 6 conceitos básicos, sendo eles: Integridade; Continuidade; Plasticidade; Simplicidade, Gramática e Natureza dos Materiais. Explicando brevemente os 6 conceitos de Wright, Integridade seria a fusão de elementos, sejam internos e/ou externos, seja o edifício em relação ao entorno. Continuidade advém da noção de união entre elementos estéticos e estruturais, sugerindo, principalmente na fachada, uma unidade. Já a Plasticidade funciona como a combinação da integridade e continuidade, permitindo toda uma combinação dos componentes e apresente para quem o observa, um sentido de estabilidade. A Simplicidade resulta da utilização do necessário ao estilo do projeto, enfatizando sempre na função e na sustentabilidade. A Gramática está nas entrelinhas do conceito definido, passando com o projeto a ideia que todos os princípios conversam entre si. E a Natureza dos Materiais é o uso racional da matéria prima, sempre tendo como objetivo a valorização dos produtos.
70
10.5 Partido Arquitetônico
Partindo da ideia do conceito da arquitetura orgânica, foi possível construir uma forma que conversasse com terreno e natureza existente, mas não deixasse de ser funcional e atrativo. Para isso foram distribuídos ao longo do terreno 3 blocos essenciais no programa em desenvolvimento, são eles o bloco frontal onde encontrase a recepção e triagem, o bloco em “H” possuindo o abrigo, a clínica, a parte administrativa e suas respectivas áreas de serviço, e por fim ao fundo do terreno o bloco em “L”, onde estão inclusos os espaços de manutenção (figura 57). Figura 57 – Inserção dos Blocos no Terreno
igura 57 – Inserção dos Blocos no Terreno
Fonte 61 – Imagem desenvolvida pela autora, 2020
A escolha desse posicionamento se deu utilizando como referência as linhas – Imagem pela autora, 2020 geométricas existentesonte do61 terreno, a desenvolvida ideia de ventilação cruzada e aproveitamento da
luz natural, com isso os blocos superiores foram dispostos permitindo a distruibuição dos ventos ao longo dos vãos, fornencendo assim um melhor conforto térmico (figura 58). Ainda no contexto do conforto, também foram inseridos paineis ripados nas fachadas norte e oeste que diminuisse a incidencia solar, já que nos dois sentidos citados os raios possuem grande iminência e/ou temperaturas elevadas (figura 59).
71
Figura 58 – Estudo Iniciais – Perspectiva com Ventilação Natural
igura 58 – Estudo Iniciais – Perspectiva com Ventilação Natural
Fonte 62 – Imagem desenvolvida pela autora, 2020 Figura 59 – Estudo Iniciais – Perspectiva com Trajetória Solar onte 62 – Imagem desenvolvida pela autora, 2020 igura 59 – Estudo Iniciais – Perspectiva com Trajetória Solar
Fonte 63 – Imagem desenvolvida pela autora, 2020 Figura 60 – Estudo Iniciais – Fachada com painel ripado de eucalipto onte 63 – Imagem desenvolvida pela autora, 2020 igura 60 – Estudo Iniciais – Fachada com painel ripado de eucalipto
Fonte 64 – Imagem desenvolvida pela autora, 2020
onte 64 – Imagem desenvolvida pela autora, 2020
72
Concluindo a disposição dos blocos, fica evidente a permanência das árvores existentes do terreno e da ideia da valorização da natureza como um todo, porém além dessa premissa, a edificação contará com sistemas e tecnologias sustentáveis dispostas a transpassar a ideia de valorizar, a ponto de priorizar a redução do uso exacerbado dos recursos naturais, trazendo para a edificação não apenas funcionalidade, mas também responsabilidade. Além dessa técnica, também estará contida no projeto a concepção de Biofilia, onde o projeto a ser desenvolvido contará com o uso de vegetações internas, materiais e iluminação natural, permitindo ao usuário um bem-estar e deleite de permanência no local.
73
74
11 SISTEMAS E FUNÇÕES PROJETUAIS
11.1 Programa de Necessidades
Para que o programa de necessidades fosse idealizado foram necessárias consultas ao Decreto nº 40400, a Resolução nº 1015, ao Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal, Guia Sanitário Para Estabelecimentos Médicos Veterinários Manual Prático de Arquitetura para Clínicas e Laboratórios, SOMASUS e Manual de Normas Técnicas para Estruturas Físicas de Unidades de Vigilância de Zoonoses. Cabe ressaltar que o programa a seguir foi desenvolvido para comportar 200 cães e 60 gatos, possibilitando crescimento posterior.
Tabela 4 – Programa de Necessidades RECEPÇÃO
SETOR
PÚBLICO
AMBIENTE
QUATIDADE
ÁREA MÍNIMA (M²)
ÁREA TOTAL (M²)
RECEPÇÃO
1
30
30
RECREAÇÃO CÃES
1
15
15
RECREAÇÃO GATOS
1
15
15
TRIAGEM
2
9
18
WC FEMININO
1
8
8
WC MASCULINO
1
8
8
WC PCD
1
3
3
TRIAGEM
4
9
36
SALA DE ADOÇÃO DE FILHOTES
1
10
10
CIRCULAÇÃO
1
-
-
LIXO TEMPORÁRIO
1
1
1
TOTAL
144,00
75
CLÍNICA
SETOR
AMBIENTE
QUATIDADE
ÁREA MÍNIMA (M²)
ÁREA TOTAL (M²)
ESPERA CÃES
1
15
15
ESPERA GATOS
1
15
15
CONSULTÓRIOS
4
6
24
WC FEMININO
2
8
16
WC MASCULINO
2
8
16
WC PCD
2
3
6
RECEPÇÃO/ESPERA INFECCIOSA
1
15
15
LIXO TEMPORÁRIO
2
1
2
ÁREA DE SERVIÇO*
1
6
6
CIRCULAÇÃO
1
-
-
ANESTESIA E CIRURGIA
2
10
20
VESTIÁRIOS DE ASSEPSIA
2
4
8
ANTECÂMARA DE ASSEPSIA
2
4
8
CIRCULAÇÃO CIRÚRGICA
1
-
-
RECUPERAÇÃO CIRÚRGICA
2
10
20
SALA DE CURATIVOS
2
6
12
SALA DE ESTERILIZAÇÃO
1
6
6
DEPÓSITOS
2
8
16
EXPURGO
1
4
4
LIXO TEMPORÁRIO HOSPITALAR
1
1
1
CIRCULAÇÃO GERAL
1
-
-
SALA DE RAIO X
2
6
12
CÂMARA ESCURA
1
6
6
REVELAÇÃO
1
6
6
ULTRASSOM
1
6
6
PÚBLICO
CENTRO CIRÚRGICO
EXAMES
76
EMERGÊNCIA
SALA DE DIAGNÓSTICOS
2
6
12
FARMÁCIA
1
6
6
DML
1
3
3
CIRCULAÇÃO
1
-
-
CONSULTÓRIO
2
6
12
WC FEMININO
1
8
8
WC MASCULINO
1
8
8
WC PCD
1
3
3
CIRCULAÇÃO
1
-
-
OBSERVAÇÃO GATOS
1
10
10
OBSERVAÇÃO CÃES
1
10
10
INTERNAÇÃO GATOS
1
10
10
INTERNAÇÃO CÃES
1
10
10
INTERNAÇÃO INFECCIOSA GATOS
1
10
10
INTERNAÇÃO INFECCIOSA CÃES
1
10
10
DML
1
3
3
DEPÓSITO
1
8
8
LIXO TEMPORÁRIO
1
1
1
CIRCULAÇÃO
1
-
-
INTERNAÇÃO
TOTAL
281,00
ABRIGO
SETOR
AMBIENTE
QUANTIDADE
ÁREA MÍNIMA (M²)
ÁREA TOTAL (M²)
GATIL PARA ADOÇÃO
1
10
10
CANIL PARA ADOÇÃO
1
10
10
WC FEMININO
1
8
8
WC MASCULINO
1
8
8
WC PCD
1
3
3
CIRCULAÇÃO
1
-
-
PÚBLICO
77
CUIDADOS PRELIMINARES
LIXO TEMPORÁRIO
1
1
1
SUPORTE
1
10
10
BANHO
2
2
4
VACINA
2
9
18
LIXO TEMPORÁRIO
1
1
1
DML
1
3
3
CIRCULAÇÃO
1
-
-
ARQUIVO
1
8
8
CCTV
1
8
8
RH, TELEFONIA, SALA GERAL
1
22
22
SALA DE REUNIÃO
2
16
32
COPA
1
2,6
2,6
DIREÇÃO
1
16
16
ESPERA
1
15
15
WC FEMININO
1
12
12
WC MASCULINO
1
12
12
WC PCD
1
3
3
DEPÓSITO
1
8
8
CIRCULAÇÃO
1
-
-
GATIL ENFERMOS
1
30
30
GATIL QUARENTENA
1
30
30
ADM
TOTAL
274,60
SERVIÇO
SETOR
AMBIENTE
QUATIDADE
ÁREA MÍNIMA (M²)
ÁREA TOTAL (M²)
COPA
1
5
5
LAVANDERIA
1
16
16
ÁREA DE SERVIÇO
1
6
6
VESTIÁRIOS
2
20
40
SERVIÇO
78
CIRCULAÇÃO
1
-
-
DML
1
3
3
WC FEMININO
1
20
20
WC MASCULINO
1
20
20
WC PCD
1
3
3
DESCANSO
1
18
18
TOTAL
131,00
MANUTENÇÃO
SETOR
SERVIÇO
AMBIENTE
QUATIDADE
ÁREA MÍNIMA (M²)
ÁREA TOTAL (M²)
LIXO TEMPORÁRIO
1
1
1
DML
1
3
3
DEPÓSITO
1
8
8
CIRCULAÇÃO
1
-
-
DEPÓSITOS
2
8
16
GERADOR
1
23,80
23,80
SUBSTAÇÃO DE ENERGIA
1
42,85
42,85
CREMATÓRIO
1
6
6
CAIXA DÁGUA
1
-
-
CISTERNA
1
-
-
CADA DE BOMBAS
1
-
-
SALA DE EQUIP AR CONDICIO.
1
45,40
45,40
REUSO
1
-
-
SALA DE VÁCUO E AR COMPRI.
1
16
16
MANUTENÇÃO
1
10,4
10,4
TOTAL
ÁREA EXTERNA
172,45
79
SETOR
ALOJAMENTO
AMBIENTE
QUATIDADE
ÁREA MÍNIMA (M²)
ÁREA TOTAL (M²)
CANIL COLETIVO
40
30
1200
CANIL ENFERMOS
10
7,5
75
CANIL QUARENTENA
10
7,5
75
GATIL COLETIVO*
4
30
120
DML
1
3
3
WC FEMININO
1
20
20
WC MASCULINO
1
20
20
WC PCD
1
3
3
CIRCULAÇÃO
1
-
-
LAZER CÃES
1
-
100
LAZER GATOS
1
-
60
SALAS AO AR LIVRE
2
10
10
PRAÇA DE ADOÇÃO
1
-
50
WC FEMININO
1
8
8
WC MASCULINO
1
8
8
WC PCD
1
3
3
CIRCULAÇÃO
1
-
-
VAGA DE AMBULÂNCIA
2
18
36
VAGA DE FUNCIONÁRIOS
-
12,5
-
VAGA PCD
-
18,5
-
PAGA IDOSOS
-
18,5
-
VAGA COMUM
-
12,5
-
VAGA DE MOTOCICLETA
-
3
-
LAZER
ESTACIONAMENTO
TOTAL
1791,00
TOTAL
2794,05
*Gatil Coletivo Com 15 Gatos Cada (2m² Por Gato) FFonte 65 – Imagem desenvolvida pela autora, 2020
onte 65 – Imagem desenvolvida pela autora, 2020
80
11.2 Fluxograma Figura 61 – Fluxograma Geral (Acesso Principal)
igura 61 – Fluxograma Geral (Acesso Principal)
Fonte 66 – Imagem desenvolvida pela autora, 2020 Figura 62 – Fluxograma Geral (Acesso Serviço)
Figura 63 – Fluxograma Externo
onte 66 – Imagem desenvolvida pela autora, 2020 igura 62 – Fluxograma Geral (Acesso Serviço)
Fonte 67 – Fluxograma criado pelo Creately, 2020
igura 63 – Fluxograma Externo
Fonte 68 – Fluxograma criado pelo Creately, 2020
Figura 64 – Fluxograma: Bloco Abrigo onte 67 – Fluxograma criado pelo Creately, 2020 onte 68 – Fluxograma criado pelo Creately, 2020 igura 64 – Fluxograma: Bloco Abrigo
Fonte 69 – Fluxograma criado pelo Creately, 2020
onte 69 – Fluxograma criado pelo Creately, 2020
81
Figura 65 – Fluxograma: Bloco Recepção
igura 65 – Fluxograma: Bloco Recepção
Fonte 70 – Fluxograma criado pelo Creately, 2020
Figura 66 – Fluxograma: Bloco Clínica onte 70 – Fluxograma criado pelo Creately, 2020
igura 66 – Fluxograma: Bloco Clínica
Fonte 71 – Fluxograma criado pelo Creately, 2020
onte 71 – Fluxograma criado pelo Creately, 2020
82
Figura 67 – Fluxograma: Bloco Serviço
igura 67 – Fluxograma: Bloco Serviço
Fonte 72 – Fluxograma criado pelo Creately, 2020
Figura 68 – Fluxograma: Bloco Manutenção onte 72 – Fluxograma criado pelo Creately, 2020
igura 68 – Fluxograma: Bloco Manutenção
Fonte 73 – Fluxograma criado pelo Creately, 2020
onte 73 – Fluxograma criado pelo Creately, 2020
83
11.3 Volumetria Figura 69 – Volumetria Superior Frontal
igura 69 – Volumetria Superior Frontal
Fonte 74 – Volumetria desenvolvida pela autora, 2020 Figura 70 – Volumetria Superior Posterior
onte 74 – Volumetria desenvolvida pela autora, 2020 igura 70 – Volumetria Superior Posterior
Fonte 75 – Volumetria desenvolvida pela autora, 2020
Figura 71 – Volumetria Fachada
onte 75 – Volumetria desenvolvida pela autora, 2020 igura 71 – Volumetria Fachada
Fonte 76 – Volumetria desenvolvida pela autora, 2020
84
85
12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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92
APÊNDICE – ENTREVISTA SUIPA
1.
Qual a capacidade de animais no local?
3 mil animais, sendo divido em 3 abrigos, nessa (Benfica) são 1500 cães e aproximadamente 500 gatos, na de Maricá são aproximadamente 300 cães e em Itaboraí estão alguns cavalos, porcos, cabras, boi, vaca. 2.
Quantos animais doentes chegam por dia, semana, mês?
Não informado número, porém 90% são encaminhados para o Hospital da mangueira. 3.
Sabem quantos animais abandonados existem no Sudeste, rio de janeiro,
rio de janeiro? Não possuem essa informação. 4.
Quantidade de funcionários (voluntários)?
Nos 3 como um todo existem 110 funcionários CLT e não aceitam mais voluntários, por conta de problemas judiciais. 5.
Quantos animais são recolhidos e quantos são aceitos??
No momento estão com capacidade máxima (aproximadamente 2 mil), por conta disso estão evitando recolhimento, mas em janeiro entraram 21 cães e 1 gato e em fevereiro entraram 41 cães e 11 gatos. 6.
Como funciona alimentação?
95% são doados pelos associados (1 tonelada aproximadamente) e os outros 5% são doações externas. 7.
Qual a média de animais adotados por dia, semana, mês?
Em janeiro 2020 foram adotados 6 gatos e em fevereiro 6 cães e 2 gatos. 8.
Onde e como funcionam as adoções?
Existem adoções em frente ao prédio da manchete, todo primeiro sábado do mês, na frente de pet shops parceiros e doações no próprio local (todos os animais do local estão disponíveis para adoção). A instituição também arrecada verba através de da venda de produtos no bazar. 9.
Em relação ao porte, qual o número de cães de alto, médio e baixo porte?
A maioria são de médio porte, pouco de alto e bem menos de baixo 10.
Quais ambientes são obrigatórios para o funcionamento de um abrigo?
Por lei não existe nenhum, porém é imprescindível os canis e gatis, áreas administrativas, clínica, mesmo que interna, área de serviço e espaço para depósito. 11.
Como são os gastos do local?
93
Doações através de associados e pessoas e empresas no geral. 12.
Possui cemitério?
Não. 13.
Existe cremação?
Sim, é feita externamente e também e possui certificado. 14.
Existe recolhimento de animais em locais fora da área do abrigo locais?
Já foi feito, porém exigia um alto gasto de deslocamento, mas dependendo do caso eles ainda recolhem ou indicam a subem (Mato Alto - Guaratiba). 15.
Existe algum procedimento quando o animal chega ao abrigo?
Sim, é feita uma triagem. Quando o animal chega passa pela veterinária, em seguida vai para vacinação e castração. Em caso de filhotes após essa etapa vai direto para adoção. 16.
Qual o tempo de quarentena, em caso de animais doentes?
Dependendo do quadro, com raiva por exemplo, eles encaminham para o Hospital da Mangueira, mas quando não é tão grave fica 15 dias em observação e em caso de constância existe a ala para alguns tipos de doenças. 17.
Qual horário de funcionamento
Ano passado funcionava de segunda a segunda de 7h as 20h, porém esse ano (2020) existe uma nova gestão, onde os veterinários trabalham de 8h às 14h e de 10h às 16h, se caso ultrapasse X horas trabalhadas, o valor aumenta 50% nas primeiras 2h e a partir disso vai para 100%. Não possui hora extra só na necessidade (funciona de segunda a sábado, domingo contaria como extra).
Informações Extras
Existem um supervisor técnico que vistoria tudo, desde canis até vestimentas;
Subem tem uma verba municipal para manter;
Tudo da instituição é tabelado para contabilização;
6 em 6 meses existe uma contagem geral;
SUIPA é uma instituição particular;
Ministério fez vistoria, tinham 4000 e poucos animais, porém foi feito um acordo entre a prefeitura, ministério público e suipa para decidir se tirariam os animais ou tentariam arrecadar mais verba;
94
Clínica para atendimento externo (4 consultórios e bancadas);
Centro cirúrgico;
Tem castração;
Crematório afastado;
Ração em container;
Almoxarifado de medicamentos e equipamentos;
4 módulos com 10 canis;
Cada módulo canino custa em torno de R$10 mil;
Limpeza todos os dias;
70% dos cães possuem porte médio;
Os pitbuls ficam em suítes (canil individual) existem 40 suítes;
1 bloco com animais com leishmaniose (canis telados);
3 Gatis na área nova da SUIPA;
Existe a parte antiga com aproximadamente 350 gatos e a parte nova com 53;
Existe uma área separado para os com preferência de adoção.
95