Alemanha, Holanda, Turquia, Brasil e Angola precisam de mão-de-obra qualificada

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ID: 36514574

Tribuna da Madeira 02-07-2011

Tiragem: 10911

Pág: 28

País: Portugal

Cores: Cor

Period.: Semanal

Área: 26,24 x 33,44 cm²

Âmbito: Regional

Corte: 1 de 1

Alemanha, Holanda, Turquia, Brasil e Angola precisam de mão-de-obra qualificada

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orta Osório é o cartão de visita mais mostrado quando se fala em talentos portugueses que vencem lá fora. Mas há uma lista interminável de gestores, investigadores e outros profissionais lusos que dão cartas nos mercados internacionais. Porque não seguir-lhes as pisadas? Alemanha, Holanda, países nórdicos, Turquia, Holanda são latitudes que precisam de quadros qualificados. Indústria, serviços e turismo de terceira idade são alguns dos sectores em que deve focar a sua procura. “São países que claramente já deram a volta à crise, estão a crescer e têm falta de mão-de-obra - obra”, sublinha Mónica Santiago, ‘senior partner’ da Mercer e presidente de European Profissional Women’s Network (EPWN) em Portugal. Se não têm medo de atravessar o oceano deve pensar no Brasil que, actualmente, é uma verdadeira esponja de quadros (só este ano há 1,9 milhões de vagas) e, claro está, Angola. Mas “não crie barreiras na escolha dos países” aconselha Belén de Vicente, directora - executiva do “The Lisbon MBA. “Muitas vezes nas geografias mais estranhas existem oportunidades de fazer a diferença”, sublinha. Certo é que “se quer crescer na sua carreira a opção deve passar pela internacionalização”, assegura Mónica Santiago, responsável em Portugal pela EPWN, uma organização que tem como objectivo “promover a carreira e a internacionalização das mulheres europeias”. Para além disso, hoje em dia mesmo nos casos de primeiro emprego “é muito valorizada uma estada fora do país e também o voluntariado”, acrescenta. E não faltam hipótese para conseguir internacionalizar-se. Primeiro há que olhar para a sua empresa a procurar oportunidades. Se não encontrar alternativas no seu local de trabalho, poderá apostar numa candidatura individual. Nesse caso poderá contactar a câmara de comércio do país para onde pretende ir. Mas se é mulher poderá encontrar na EPWN uma porta de entrada para uma rede de mais de 4000 contactos em toda a Europa, que poderão precisar da sua colabora-

ção. A melhor estratégia, neste caso, é contactar directamente a EPWN do país onde pretende trabalhar. Apostar na formação é outra das formas de conseguir internacionalizar-se. Se está a meio da sua carreira pode tirar um ano para frequentar o “The Lisbon MBA”. Uma formação que lhe “permite ter concentrado, num ano, a semente do que poderá ser uma experiência internacional”, assegura Belén de Vicente. Para assegurar esse banho de internacionalização este MBA aposta em cinco variáveis: professores e alunos portugueses e estrangeiros; estudos de caso internacionais; assegurar uma passagem pelo MIT, nos Estados Unidos e agora também por um laboratório na China ou Brasil e assegurar colocações em empresas noutros países. Se é um recém-diplomado poderá concorrer ao Inov Contacto, um programa de estágios internacionais para jovens quadros que garante ofertas em 64 países diferentes com especial

enfoque para Espanha, EUA, Reino Unido, Brasil e China. No final do estágio, que dura de seis a oito meses, metade dos candidatos acaba por ser convidado a ficar nas empresas. Um banho multicultural indispensável nos dias de hoje. Mónica Santiago, ‘senior partner’ da Mercer, não tem dúvidas que a geração que começa a chegar ao mercado de trabalho inclui obrigatoriamente na sua carreira uma passagem por outras paragens: “A geração Y é cada vez mais internacional e apátrida, vai a procura de um projecto para onde for preciso, e o dinheiro já não é a preocupação principal”. Um estudo europeu revela que mais de metade dos jovens portugueses quer trabalhar no estrangeiro. Não crie barreiras mentais na escolha dos países. “Muitas vezes nas geografias mais estranhas existem oportunidades de fazer a diferença”, sublinha Belén de Vicente, directora executiva do “The Lisbon MBA”.

“Hoje todos pensam no Brasil e em Angola, mas há oportunidades em qualquer país e marcar a diferença na escolha vai trazer mais valias mais tarde”, acrescenta. “O aluno tem que pensar onde é que o meu valor pode fazer a diferença”, sublinha. Capitalizar no que distingue os lusos “A capacidade de falar línguas e de adaptação a diferentes contextos”, são dois dos pontos fortes dos portugueses que há que capitalizar”, afirma Belén de Vicente, directora Executiva do “Lisbon MBA”. “Temos muitos pedidos de brasileiros que pretendem recrutar alunos que falem Inglês, Português e Espanhol, línguas que todos os alunos portugueses dominam. Há poucos povos no mundo que o consigam fazer”, acrescenta. “O português naturalmente é uma pessoa acolhedora e também se adapta muito bem e isso faz com que sejam recursos muitos procurados”. Ter medo de errar é um dos principais pontos fracos dos

portugueses. “O português olha para o erro como um falhanço e não como oportunidade para fazer melhor da próxima vez”, afirma Belém de Vicente, directora executiva do “The Lisbon MBA”. Uma visão oposta dos norte - americanos que consideram que “quanto mais erras mais aprendes”. Há que mudar essa mentalidade antes mesmo de seguir. Olhe bem para a sua empresa e esteja atenta a todas as oportunidades de progressão e internacionalização, sugere Mónica Santiago, ‘senior partner’ da Mercer. “A carreira de sucesso passa por aproveitar as oportunidades e não ter medo de arriscar”, sublinha. As mulheres que “são mais avessas ao risco que os homens, quando estão cómodas num projecto não quer arriscar”, sublinha dizendo que esta mentalidade tem que mudar. O segredo é “identificar as oportunidades dentro da empresa e trabalhar para as agarrar”.l


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