V A R I E D A D E S
M A I S
Anvisa alerta para o consumo de ração humana
Internas da Unei criam artesanato em argila
Milho que se transforma
Produtos com essa nomenclatura prometem
Doze meninas da Unei Estrela do Amanhã,
fazer curau, pamonha, cuzcuz, bolos e
emagrecer e dar vida mais saudável, mas
em Campo Grande, participaram de
muito mais, com um grão que é pura
o órgão avisa que substituir a dieta pelo
curso, produziram bichos do Pantanal
fonte de energia e sabor. PÁG. 8
consumo da ração não faz bem. PÁG. 3
e tentarão comercializá-los. PÁG. 5
Aproveite o mês das festas juninas para
caderno B
Quarta-feira, 8 de junho de 2011
Inclui: Culinária
Mobilizações on-line Estes movimentos, a partir de iniciativas feitas em redes sociais, são cada vez mais comuns, levando pessoas às ruas para compartilhar ideais BRUNO HENRIQUE
ARQUIVO
THIAGO ANDRADE
Cidades pelo mundo afora viram as ruas tomadas por jovens. No Oriente Médio, na Europa ou no Brasil, a internet abriu espaço para as pessoas exigirem seus direitos, organizando protestos e manifestações. Nos últimos dias, diversos grupos tomaram as ruas de São Paulo. Agora é a vez de Campo Grande. Marcada para sábado, 18 de junho, às 15h, a Marcha da Liberdade é um exemplo de como as mídias sociais movimentam aqueles que querem seu espaço. Não é o único. Nos últimos meses, a Capital foi palco de várias mobilizações organizadas pela web que tiveram grande impacto. Seja pelo aumento dos combustíveis ou para pedir paz, redes sociais como o Facebook ou o Twitter se mostraram fundamentais na organização dos eventos. “Em vez de protestar em casa, em frente ao computador, as pessoas estão indo às ruas”,
O publicitário Guilherme Martins, que esteve à frente da ação “Na mesma moeda”, na Capital, em protesto contra o aumento dos combustíveis descreve o publicitário Guilherme Martins, que esteve à frente da ação “Na mesma moeda” e em protesto contra o aumento da energia elétrica. “No primeiro protesto, apareceram 15 pessoas. Dessa vez, chegamos às centenas”, completa. Sobre a manifestação “Na mesma moeda”, Guilherme
explica que o protesto aconteceu em outras cidades e se disseminou por meio da web. “Goiânia e Natal foram as primeiras. Pessoas como eu ficaram sabendo e decidiram reivindicar seus direitos. O que me motivou foi o abuso no preço da gasolina”, descreve. O publicitário de 29 anos
atua na área de marketing e redes sociais. A manifestação consistia em ir a postos de gasolina e abastecer com moedas de R$ 0,25 ou 0,50. “Foi só criar um evento no Fa-
cebook e esperar as pessoas aderirem. O boca a boca espalhou as informações”. Para Guilherme, a divulgação pela internet atingiu em grande parte os jovens, mas
havia pessoas mais velhas nas manifestações. “A internet mobiliza os mais novos. Os mais velhos costumam saber por outras mídias”, acredita.
Inteligência coletiva A força da internet para criar revoluções sociais ficou comprovada nos últimos eventos que tomaram conta do Oriente Médio. Desde protestos contra a eleição de Ahmadinejad, no Irã, até a deposição de Mubarak no Egito, a rede mundial de computadores vem sendo fonte para debates e, principalmente, para levar pessoas às ruas. Segundo o professor do curso de Comunicação Social, Oswaldo Ribeiro, mestre em Ciências da Informação, a internet permitiu a formação de uma inteligência coletiva, capaz de mobilizar a abertura de novos espaços de discussão. “O interessante é que as pessoas estão indo às ruas. Se a web não atinge a todos, a rua é um espaço democrático e pode trazer mais adeptos para as causas defendidas”, afirma. Apesar de as manifestações sempre terem feito parte da história social, as tecnologias têm oferecido mais espaço e um engajamento maior dos envolvidos. Enquanto no passado recente as mídias eram as únicas capazes de contar histórias com grande alcance, a internet permitiu que as próprias pessoas passassem a contar suas vivências. Para Oswaldo, este é o grande poder de mobilização on-line. “A história que eu leio pode me tocar e fazer com que eu queira participar. Mesmo que eu não conheça a pessoa, aquilo que ela escreve ou o vídeo que ela posta faz com que eu queria agir”, considera. (TA)
Há um ano, na Capital, o Freeze, flash mob, mobilizou jovens no centro da Capital; em abril deste ano, “1000 tsurus pela paz” reuniu 300 pessoas na Praça Ary Coelho
Flash mobs, origami e marcha Entre outras mobilizações estão os flash mobs. As aglomerações instantâneas também são organizadas por redes sociais. Costumam ser realizadas por puro entretenimento, mas também podem ser promovidas com motivos políticos. Em Campo Grande, grupos já promoveram mobs como a Pillow Fight, na qual inúmeras pessoas fazem uma briga de travesseiro em espaços abertos, ou os famosos Freeze, no qual um grupo de pessoas “congela” em locais de grande circulação. A ideia é perceber a reação das pessoas diante de situações como essas. E se divertir.
Em busca da paz O que fazer diante do horror? Depois do massacre em Realengo, no Rio de Janeiro, a indagação se fez necessária para Suzana Lima, gestora de arte e cultura do Museu da Imagem e do Som. Ela e o artista plástico, Dagô, decidiram fazer algo para não deixar a angústia causada por aquele evento tomar conta de suas vidas. “Não queríamos nos deixar paralisar por algo ruim”, conta. Desse modo, surgiu o ato “1000 tsurus pela paz”, na qual cerca de 300 pessoas se reuniram na Praça Ary Coelho para fazer pássaros em origami.
Em grande parte, a mobilização foi feita por mídias sociais. “Contatamos as pessoas pela internet, por e-mail e redes sociais. O que começou virtual se concretizou na praça”, aponta Suzana. Ela afirma que tudo aconteceu de maneira espontânea. Depois dos tsurus feitos na praça, escolas da Capital continuaram as dobraduras até atingir a milésima dobradura. Ao final, foram reunidos em um móbile e enviados para a Secretaria de Educação do Rio de Janeiro. A entrega aconteceu em evento de celebração à Páscoa, semanas após a reabertura da escola.
Espaço para todos Coletivos e grupos de Campo Grande se organizam para a Marcha da Liberdade, que pretende reunir todos aqueles que querem proclamar a liberdade no sábado, dia 18. Segundo um dos organizadores, o diretor teatral Vitor Hugo Samúdio, a manifestação não pertence a nenhum grupo e não levantará nenhuma bandeira, senão a da liberdade. “Todos estão convidados. Representantes de minorias e de maiorias, todos que julgam haver algo que merece ser defendido”, ressalta. No último sábado de maio, dia 28, cerca de cinco mil pessoas partiram da Avenida Paulista até a Praça da República, em São Paulo. Esse ato repercutiu pelo Brasil e fez com que outras cidades
se organizassem para que no dia 18 de junho aconteça uma manifestação nacional em todas as cidades adeptas. Samúdio aponta que, em Campo Grande, a marcha pretende tratar de questões locais como os direitos indígenas, dos homossexuais, o código florestal que mal cita o Pantanal, entre outros. “Na cidade ainda reina uma cultura coronelista, o que faz com que as pessoas tenham medo de ir às ruas. Queremos que isso mude”. Sob o slogan “Em casa, somos um. Na rua, somos todos!”, a marcha propõe uma passeata pacífica em protesto contra certas ideias. “Não queremos ir contra nenhum nome”, assegura Samúdio. O local de concentração para a marcha ainda não foi definido.