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METÁLICAS CERTIFICADAS LEED™
7. REFERÊNCIAS DE PROJETOS EXECUTADOS COM ESTRUTURAS METÁLICAS CERTIFICADAS LEED™
7.1. Hearst Tower - 2006
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O edificio Hearst Tower (Fig. 31), projeto do arquiteto Norman Foster recebeu em 2006 o selo de classificação Gold da certificação LEED™. O Hearst Tower era uma edificação de seis andares construída em concreto e alvenaria de 1928, em 2004 passou por um retrofit, uma torre de 42 andares em estrutura metálica foi construída no interior da antiga estrutura onde apenas foram preservadas as paredes externas que envolveram a base da nova estrutura em aço. CAPELO (2014)
Fig. 31. Hearst Tower, LEED™ Gold. Fonte: ARCHDAILY (2015) disponível em: < http://www.archdaily.com/204701/flashback-hearst-tower-foster-and-partners/ > Acesso em: 3 de junho de 2015.
A concepção do projeto partiu de um sistema estrutural fundamentado em grandes malhas diagonais (diagrid) que dispensam os montantes verticais e
permitindo a redução de quase 20% no volume da estrutura, o que representou uma economia de aproximadamente 2.000 toneladas de aço, além de 80% de todo o aço que foi utilizado na edificação ser resultante do processo de reciclagem. Os pilares em forma de I foram revestidos com aço inoxidável (Fig. 31).
Fig. 31. Vista interna do lobby, com destaque para os pilares do Hearst Tower. Fonte: ARCHDAILY (2015) disponível em: < http://www.archdaily.com/204701/flashback-hearst-tower-foster-and-partners/ > Acesso em: 3 de junho de 2015.
7.2. California Academy of Sciences - 2008
O edifício da Academia de Ciências da Califórnia recebeu o certificado ambiental LEED™ categoria Platinum, o projeto se destaca nos aspectos da construção sustentável e é considerado o edifício mais sustentável do mundo. A construção recupera dois edifícios e mistura isto com uma estrutura completamente nova, conectando-a visualmente com o Golden Park, longe da velha concepção de museus obscuros. Foram conservadas duas paredes de calcário do edifício anterior
(1934), e abriga um planetário, um habitat da floresta tropical e um aquário, além dos vários espaços de exposições para abrigar diversas coleções da Academia. O arquiteto responsável pela projeto é Renzo Piano em parceria com o escritório Stantec Architecture.
Fig. 31. California Academy of Sciences, LEED™ PLATINUM. Fonte: ARCHDAILY (2015) disponível em: < http://www.archdaily.com.br/br/601347/arena-castelao-vigliecca-e-associados > acesso em 6 de junho de 2015.
Seguem as ações sustentáveis do equipamento:
CALOR E UMIDADE:
- O chão radiante reduz a necessidade de energia entre 5% e 10%. - Sistemas de reaproveitamento capturam e utilizam o calor produzido por equipamento de condicionamento de ar, reduzindo o uso com energia de aquecimento. - A cobertura verde confere uma camada de isolamento térmico superior para o prédio, reduzindo o uso de ar-condicionado. - Vidros de alta performance reduzem os níveis básicos de absorção de calor e diminuem a carga de frio.
- Sistemas de umidificação por osmose reversa são usados para manter as coleções de pesquisa sob nível constante de umidade, reduzindo em 95% o consumo de energia com umidificação.
Fig. 31. Coberta da California Academy of Sciences. Fonte: ARCHDAILY (2015) disponível em: < http://www.archdaily.com.br/br/601347/arena-castelao-vigliecca-e-associados > acesso em 6 de junho de 2015.
MATERIAIS RECICLADOS:
- Mais de 90% do entulho da antiga academia foi reciclado; 9 mil toneladas de concreto foram reutilizadas na construção da estrada de Richmond; 12 mil toneladas de aço foram recicladas e enviadas à Schnitzer Steel; 120 toneladas entulho de área verde foram recicladas in loco. - Cerca de 50% da madeira foi certificada pelo conselho Stewardship. - Aço reciclado foi usado em 100% da estrutura metálica do edificio. - O isolamento instalado nos muros do edificio foi feito de jeans. O produto contém 85% de materiais reciclados por indústrias e usa algodão, um recurso natural de renovação rápida e um de seus principais ingredientes. - Todo o concreto tem 30% de cinzas, um subproduto do carvão vegetal.
Fig. 31. Detalhe estrutura metálica na lateral do edifício. Fonte: ARCHDAILY (2015) disponível em: < http://www.archdaily.com.br/br/601347/arena-castelao-vigliecca-e-associados > acesso em 6 de junho de 2015.
ENERGIA RENOVÁVEL:
- Uma canopla solar em torno do perímetro da cobertura, contendo 60 mil células fotovoltaicas, supre cerca de 213.000 kWh de energia limpa por ano (ao menos 5% das necessidades da academia) e evitam a emissão de mais de 183 toneladas de gás ao ano. - As células multicristalinas são ao menos 20% mais eficientes. - Sensores nas torneiras e descargas dos banheiros funcionam de acordo com o uso. A água corrente alimenta uma turbina interna que gera energia e carrega as baterias do sistema.
Fig. 31. Corte esquemático California Academy of Sciences. Fonte: ARCHDAILY (2015) disponível em: < http://www.archdaily.com.br/br/601347/arena-castelao-vigliecca-e-associados > acesso em 6 de junho de 2015.
7.3. Arena Castelão - 2012
A Arena Castelão (Fig. 30) foi o primeiro estádio a ficar pronto para a Copa do Mundo de 2014 e primeiro da América do Sul a receber o certificado ambiental LEED™, categoria certified, o projeto se destaca como um monumento arquitetônico de padrões internacionais, onde o velho e o novo convivem harmoniosamente.
Fig. 31. Arena Castelão, LEED™ CERTIFIED. Fonte: ARCHDAILY (2015) disponível em: < http://www.archdaily.com.br/br/601347/arena-castelao-vigliecca-e-associados > Acesso em 6 de junho de 2015.
Durante a obra de reforma de modernização e ampliação para os padrões da Federação Internacional de Futebol (FIFA), o Castelão seguiu critérios de sustentabilidade e eficiência energética, com adoção de medidas e equipamentos que promoveram redução de impactos ambientais, como o reaproveitamento de estruturas já existentes. As modificações realizadas na reforma dão continuidade e estimulam a leitura do projeto original da década de 1970. O escritório responsável pelo projeto foi o Vigliecca & Associados. A Arena Castelão incorporou vários recursos sustentáveis que contribuíram para a certificação LEED™ CERTIFIED: Redução de 67,6% no consumo de água potável, redução de 12,7% no consumo anual de energia elétrica, 97% dos resíduos do projeto foram desviados do aterro sanitário, 100% das tintas, selantes e colas
com baixo teor de compostos orgânicos voláteis, 97,44% das estações de trabalho e 100% dos espaços compartilhados possuem controle de iluminação, além de utilizar estruturas metálicas na construção. Ao redor das estruturas de concreto, foram instalados 60 pilares metálicos (Fig. 32) reticulares que desempenham duas funções simultâneas: atenuador de vibrações nas arquibancadas e sustentação para a cobertura.
Fig. 32. Destaque para os pilares de estruturas metálicas da Arena Castelão. Fonte: ARCHDAILY (2015) disponível em: < http://www.archdaily.com.br/br/601347/arena-castelao-vigliecca-e-associados > acesso em 6 de junho de 2015.
A cobertura foi estruturada e montada com peças independentes, acelerando o processo de instalação. A opção foi por uma cobertura o mais leve possível e ainda assim rígida. Isso fez com que o Castelão fosse o único estádio a utilizar apenas guindastes durante a obra, sem a necessidade de gruas de grande porte. Podemos observar na figura 34 um corte que mostra a instalação dos pilares e da coberta.
Fig. 33. Coberta da Arena Castelão. Fonte: ARCHDAILY (2015) disponível em: < http://www.archdaily.com.br/br/601347/arena-castelao-vigliecca-e-associados > acesso em 6 de junho de 2015.
Fig. 34. Corte da Arena Castelão. Fonte: ARCHDAILY (2015) disponível em: < http://www.archdaily.com.br/br/601347/arena-castelao-vigliecca-e-associados > acesso em 6 de junho de 2015.
O projeto apresentou racionamento de material e utilizou insumos locais, resultando em economia de toneladas de aço e concreto devido a um processo construtivo o mais industrializado possível.