REVISTA
F ORRÓ RN
SETEMBRO 2014 // ANO 1 // Nº 4 distribuição gratuita
FESTA PRO POVO Sexta da Cultura tem muito forró em Taipu ANIVERSÁRIO Rastapé tem grandes atrações para celebrar 8 anos EM ASSU WA Casa Show recebe Calcinha Preta
RITA DE CÁSSIA:
Se não pararem de tocar porcaria, as pessoas vão abandonar o forró
INTERIOR Conheça o Forró da Pousada em Vera Cruz
FORRÓ E FÉ Padre Sanfoneiro do Brasil é potiguar
ÍNDICE
12 Caio Cavalcanti: o Padre Sanfoneiro do Brasil
18 Rita de Cássia afirma que futuro do forró está ameaçado
MAIS DESTAQUES
5 Curtinhas: Forró e Solidariedade e Dorgival lança seu DVD
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Mês de novembro tem aniversário e muito forró no Rastapé
Taipu investe na Sexta da Cultura com atrações de forró
26 Vera Cruz tem Forró da Pousada 24
MAIS FORRÓ
Festa de aniversário de Wesley Safadão reúne grandes nomes do forró
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30 WA Casa Show recebe a banda Calcinha Preta
FORRÓ NA EUROPA
Zeu Azevedo - Do nordeste à Europa, do Forró ao Jazz
37 FALANDO DE FORRÓ Ah, o Forró da Coréia...
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ÍNDICE
REVISTA FORRÓ
EDITORIAL NOSSAS INFORMAÇÕES ENDEREÇO Chegamos a nossa quarta edição. E, olhando para trás, vemos que o trabalho bem feito e sério de toda equipe da Revista Forró tem sido reconhecido pelo mercado. Cada vez mais conquistamos espaço e o respeito dos artistas, empresários e púbico forrozeiro. Nesta quarta edição, temos uma novidade. Depois de três homens estampando as capas passadas, dessa vez, colocamos uma mulher. E não é uma mulher qualquer. Trata-se daquela considerada por muitos como a maior compositora de forró de todos os tempos, a cearense Rita de Cássia. Elas nos concedeu uma entrevista e nos contou toda sua trajetória de sucesso. Rita fala ainda da sua preocupação com a falta de qualidade nas músicas atuais e com o futuro do forró. Rita de Cássia, sem dúvida, tem moral e competência para externar essa preocupação e você, forrozeiro, deve prestar bem atenção no que ela fala. Além da Rita, nesta edição o leitor conhecerá a história do Padre Caio Cavalcanti, ou melhor, do Padre Sanfoneiro do Brasil. É isso mesmo, um padre que puxa o fole. Outros destaques que você encontrará em nossas páginas são: o aniversário de oito anos do Rastapé Casa de Forró, em Ponta Negra; o Forró da Pousada, espaço que tem recebido grande público na cidade de Vera Cruz; o projeto Sexta da Cultura, promovido pela Prefeitura de Taipu; e ainda a presença da banda Calcinha Preta na WA Casa Show, na cidade de Assu. Ah, como a Revista Forró tem correspondente internacional, o sanfoneiro Rogerinho nos fala em sua coluna sobre a passagem do cantor, compositor e multi-instrumentista Zeu Azevedo pela Europa. Ou seja, você que conhece a Revista Forró já sabe da qualidade do nosso conteúdo. Quem está abrindo nossas páginas pela primeira vez, seja bem vindo e boa leitura.
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EDITORIAL
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CURTINHAS
Jean Barros grava primeiro DVD Depois de passar po por bandas como Capital do Sol, ter sido backing vocal de Garota onde foi cantor, e te Dantas, bem como tendo gravado Safada e Dorgival D também com Sirano e sirino, Tiririca, Gretchen e Matruz com Leite, o cantor Jean Barros gravou seu primeiro DVD solo. O natalense tem seguido carreira cantando forró romântico do RN. solo desde 2012, ca novos voos, Jean Barros gravou Agora, buscando no de carreira solo na cidade de Poço seu primeiro DVD d material em breve estará no mercado. Branco-RN. O mater
Forró e Solidariedade I A Legião da Boa Vontade (LBV) tem desenvolvido o projeto Criança: Futuro no Presente e estimulado a formação de novos músicos. A entidade recebeu, no mês passado, a cantora Aline Ferreira, da banda Forró Selado, e os músicos Helena Medeiros, Jadson Ribeiro, Gilian Wendell e Beatriz Medeiros, da Pisada de Bakana. Todos viram de perto o trabalho socioeducacional realizado pela Instituição em favor de crianças, adolescentes, jovens, mulheres e idosos que se encontram em vulnerabilidade social. “A LBV tem um projeto maravilhoso, foi lindo o que vi. Por meio da música vocês investem no futuro dessa meninada”, ressaltou a cantora Aline Ferreira. O diretor comercial da Revista Forró, Rutemberg Rocha, também participou da visita.
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CURTINHAS
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Dorgival lança seu DVD
Forró e Solidariedade II Para ajudar a Legião da Boa Vontade (LBV), no próximo dia 30 de novembro, o Grupo 2R Produções organiza um show beneficente. O evento terá a banda Forró Selado e convidados e será realizado na zona Norte de Natal, em local ainda a ser definido. A entrada será 1 kg de alimento para a campanha da LBV.
A mulher dos Solteirões
Dorgival Dantas é, sem dúvida, a maior referência do Rio Grande do Norte no forró. Mas ele sofreu pra alcançar esse status e guarda certo rancor de empresários e de parte da imprensa potiguar, por só ter tido espaço depois da fama. Sempre em suas entrevistas o sanfoneiro faz questão de frisar que precisou sair do RN e ir para Fortaleza para conquistar mercado no forró. Apesar da mágoa, Dorgival sabe que o público potiguar não tem culpa e sempre guarda grandes apresentações para sua terra. Agora em setembro, ele promoveu o lançamento do seu DVD Simplesmente Dorgival e reuniu milhares de pessoas. O DVD reúne os maiores clássicos de seu extenso trabalho como cantor e compositor.
Fábio Barbosa tem novo projeto
A nova voz feminina da banda Solteirões do Forró é de Náguia Brasil. A cantora estava no Forró Sacode, mas assinou contrato com o grupo A3 Entretenimento, que comanda a banda Solteirões, e agora vai dividir os palcos com Zé Cantor. Náguia, que também já teve passagem pela banda Líbanos, vai substituir a cantora Eveline Feitosa.
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O cantor Fabio Barbosa, o Fumaça, está com novo projeto musical: o Embriagados e Românticos. Ele fez parceria com Sandrinho Costa para concretizar uma mistura de ritmos. O novo repertório tem arrocha, sertanejo e, claro, muito forró, estilo que projetou Fábio no mercado artístico. Para quem não lembra, ele tem no currículo passagem por bandas como Ferro na Boneca, Traz a Massa e Forró Selado. O “Embriagados e Românticos” já tem agenda cheia em Natal e Grande Natal.
CURTINHAS
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SANFONADA ABENÇOADA
Caio Cavalcanti: o Padre Sanfoneiro do Brasil O
potiguar Caio Cavalcanti ainda aos cinco anos de idade despertou o interesse pela religião, ao ver o papa João Paulo II na TV. Mas, além disso, também despertou a paixão pela música e, principalmente, pela sanfona. Filho do conhecido forrozeiro Arnaldo Faria, ele aprendeu acordeon e desenvolveu seu talento enquanto estava no seminário da igreja católica. “Nunca estudei para a música em si, mas desde os oito anos fui ouvindo Luiz Gonzaga, bem como meu pai Arnaldo e meu irmão Arleno. Acabei aprendendo com isso e fui desenvolvendo minha veia artística. Porém, como sempre pensei em ser padre, comecei a me preparar para ir para o seminário ainda aos 12 anos”, revela.
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CAIO CAVALCANTI: O PADRE SANFONEIRO
O Padre Caio conta que ainda no seminário ficou conhecido entre os colegas pelo seu tino musical e, rapidamente, começou a usar a música como ferramenta da sua formação e da sua atuação religiosa. Até que um dia, já ordenado Padre, foi convidado para se apresentar na feira de São Cristóvão, no Rio de Janeiro, em um evento para nordestinos. Foi a primeira apresentação em público e o início da carreira como sanfoneiro e cantor. O Padre Caio chegou a ficar em dúvida se era possível unir a religião com a sanfona, que historicamente faz parte de festas profanas.
“Nessa minha primeira apresentação, na feira de São Cristóvão, eu tive medo da repercussão e de ser chamado atenção pelos superiores. Mas lembro que fui convidado pelo bispo e ele me disse: olha, você é o primeiro padre que eu vejo que toca sanfona. Então, você é o Padre Sanfoneiro do Brasil, daí que surgiu esse nome”, lembra.
FOTOS: DIVULGAÇÃO // REVISTA FORRÓ
A partir daí, o Padre Caio passou a se apresentar cada vez mais na feira de São Cristóvão e passou a ser convidado para tocar em eventos particulares, chegando a realizar casamentos como padre e animando a festa como forrozeiro. O Padre Sanfoneiro do Brasil já se apresentou fora do país, bem como ganhou destaque na grande mídia brasileira. Realizando um sonho de infância, ele participou de um Especial de Natal do humorista Renato Aragão e, recentemente, também participou do programa Esquenta, na Rede Globo. Além disso, tem constantemente participado de entrevistas e programas e rádios e TVs por todo o Brasil. Depois de um período fora do Rio Grande do Norte, o Padre Caio Cavalcanti voltou para Natal. Ele faz parte da Igreja Anglicana e, além de pregar a palavra de Deus através das suas músicas e da sua palavra, tem promovido projetos com cursos sociais. No entanto, com a sanfona no peito, continua com sua rotina de shows. O Padre Sanfoneiro do Brasil não se apresenta somente em igrejas, ao contrário do que possa parecer. “Descobri que é possível sim levar a palavra de Deus, uma mensagem de paz e de alegria com a minha música para qualquer público”, comenta. Por esse motivo, o Padre Caio tem agenda cheia em festas ou eventos particulares no RN e fora do Estado.
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SERVIÇO Facebook: Padre Sanfoneiro do Brasil - Pe. Caio Cavalcanti E-mail: padresanfoneirooficial@gmail.com
CAIO CAVALCANTI: O PADRE SANFONEIRO 13
VALORIZANDO O FORRÓ
Taipu investe na Sexta da Cultura com atrações de forró T
oda primeira sexta-feira do mês, os moradores de Taipu têm encontro marcado na praça da cidade para participarem da Sexta da Cultura. O evento conta com apresentações culturais, atendimento social com equipes de saúde, por exemplo, gastronomia e, claro, muito forró com a presença de atrações conhecidas. A Sexta da Cultura, de acordo com o prefeito Ariosvaldo Bandeira Junior, mais conhecido como Louvado, é um dos eventos mais tradicionais da região e, por isso, Taipu recebe muitos visitantes nas primeiras sextas do mês. “Além de ser um projeto cultural, que beneficia artistas locais, podemos dizer que a ação também desenvolve a economia da cidade”, explica.
Ainda de acordo com o prefeito, a Sexta da Cultura prestigia a artistas da região, bem como a banda de Prefeito Ariosvaldo música, mas pelo Bandeira Junior menos uma banda ou cantor conhecido no estado e até no Nordeste se apresenta no palco principal, levando forró para o povo de Taipu e visitantes. “Quando assumi a Prefeitura o projeto já existia e, mesmo eu sendo oposição à administração anterior, eu vi que não era certo acabar com a Sexta da Cultura. Ao contrário disso, eu decidi continuar e melhorar ainda mais o evento. A Sexta da Cultura é um sucesso”, ressalta Louvado.
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SEXTA DA CULTURA
Durante a Sexta da Cultura, são montadas mais de 10 barracas para exposição de produtos locais, como artesanato e alimentos. Além disso, há espaço reservado para os ambulantes, seja da cidade ou de fora. Dependendo da sexta-feira, o projeto tem recebido entre 5 mil e 10 mil pessoas.
FOTOS: THYAGO MACEDO // REVISTA FORRÓ
ENTREVISTA
Rita de Cássia afirma que futuro do forró está ameaçado A
cearense Rita de Cássia Oliveira dos Reis, natural da cidade de Alto Santo, é um dos nomes mais conhecidos no mercado forrozeiro. Considerada por muitos a melhor compositora de forró do Brasil, ela tem suas canções interpretadas por bandas e artistas de mais sucesso ao longo dos últimos 20 anos, como Mastruz com Leite, Cavalo de Pau, Eliane, Mel com Terra e Aviões do Forró. Sua trajetória de sucesso é referência para muitos forrozeiros, mas também credencia Rita de Cássia a externar uma preocupação com o futuro do forró. Em entrevista à Revista Forró, ela conta detalhes da sua história e falando sobre a atualidade do mercado e as músicas que tomam conta das rádios e festas, afirma: “se não pararem de tocar porcaria, as pessoas vão abandonar o forró”. Por sorte, composições de Rita como “Brilho da Lua”, “Sonho Real”, “Meu Vaqueiro, Meu Peão”, “Onde canta o Sabiá”, “Tatuagem”, “Espaço Sideral”, “Princípio, meio e fim” e uma das mais famosas, “A Saga de um vaqueiro”, ainda representam o bom e velho forró e se eternizam por gerações, sendo tocadas até hoje em quase todas as festas. Essas são só algumas das centenas de composições de Rita de Cássia.
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RITA DE CÁSSIA
FOTOS: CIELLY CRIS // REVISTA FORRÓ
Revista Forró - Como começou a história de Rita de Cássia? Rita de Cássia – Eu sou de uma família bem simples da cidade de Alto Santo. Somos 12 irmãos filhos de seu “Chico Fulô” e dona Maria. Meu pai era analfabeto, trabalhava na agricultura e nas horas vagas tocava sanfona. Já minha mãe era professora. Revista Forró – E seu pai tocava profissionalmente? Rita de Cássia – Não. Papai era muito bom na sanfona, mas não tinha tempo para tocar, porque precisava trabalhar para dar comida aos 12 filhos. Nas horas vagas é que participava de alguma festa ou outra. Em casa eu ouvia muito ele solando músicas de Luiz Gonzaga e também papai começou a colocar meus irmãos para aprender, um deles foi Redondo, que passou a ser sanfoneiro.
irmão Redondo montou a banda e inventou de me colocar como cantora, mas meu pai e minha mãe não deixavam porque o padre não queria que eu fosse para o forró. Ele dizia que eu era muito inteligente e ia se perder no forró. Só que meu irmão conseguiu convencer nossos pais. Revista Forró – Foi então que tirou as composições do caderno? Rita de Cássia – Tirei a música Brilho da Lua pra cantar na banda. Mas, logo de cara, eu não disse para meu irmão que ela era minha, pois ele podia não querer incluir no repertório. Então, eu dizia que era
Revista Forró - E você, quando entrou na música? Rita de Cássia - Vendo meu pai e meus irmãos eu fui despertando o interesse. Além disso, minha mãe por ser professora gostava muito de escrever poesias, o que também fez com que eu caminhasse por esse lado. Desde nova eu comecei a escrever redações e poesias, ensinada por ela e ainda fui para a igreja cantar. Lembro que eu ia para escola e ficava escrevendo músicas para os pássaros. Inclusive, quando perguntavam no colégio o que queria ser quando crescesse, já dizia que queria ser uma grande compositora. Revista Forró – Mas em qual momento começou a compor de maneira mais séria? Rita de Cássia – Quando eu tinha uns 13 ou 14 anos, minha mãe me deu um violão. E então passei a fazer as composições e guardar em um caderno. Por volta dos 18 anos, meu
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uma música que tinha ouvido no rádio. Rapidamente, as outras bandas do interior começaram a aprender essa e outras músicas minhas, como Sonho Real. Até que um dia Emanuel Gurgel colocou no repertório de
Mastruz com Leite e as músicas começaram a tocar no rádio. Quando eu ouvi a primeira vez liguei pra rádio para dizer que era minha e lembro que disseram: que sua que nada, essa música é de Mastruz com Leite. Revista Forró – E você tinha registrado? Rita de Cássia – Nada. Eu lá sabia o que era registrar uma música. Foi então que pensei: ai meu Deus do céu, ninguém vai mais acreditar que é minha. Só que Emanuel Gurgel foi muito decente, ligou para meu irmão Redondo e perguntou o que a gente queria, se queria dinheiro pela música. Ele disse que queria só que dissessem que a música era minha. Naquela época, Eliane também estava fazendo muito sucesso e um dia ligou para mim pra saber se podia gravar. Como eu era muito fã dela, fiquei feliz demais e autorizei, claro. Acontece que quando Emanuel Gurgel quis gravar Brilho da Lua no Mastruz, Eliane já tinha gravado. Mas ai ele acabou gravando Sonho Real. No segundo CD de Mastruz, eu liguei para Emanuel e perguntei se ele já tinha fechado, pois tinha algumas músicas novas. Por telefone mesmo, porque estava com pneumonia, cantei Meu Vaqueiro, Meu Peão. Além dessa, Mastruz acabou gravando Onde canta o sabiá, Pedaço Solidão e Meu Cenário.
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Revista Forró – Todas fizeram sucesso... Rita de Cássia – Pois é. Daí não parei mais. Emanuel Gurgel quis me levar para cantar no Mastruz com Leite, mas eu toda matuta fiquei morrendo de medo e não podia deixar meu irmão também. Certo dia ele me chamou para viajar com a banda para um show e quando vi a multidão no público me assombrei. Emanuel chegou a perguntar a Redondo o que fazer pra me levar para o Mastruz, pois seria bom para mim. Meu irmão então disse que não seria nem bom para mim nem para o Mastruz, porque se eu fosse assumir a rotina de shows da banda, não teria mais tempo de compor. Revista Forró – Continuou compondo e na banda do seu irmão? Rita de Cássia – Continuei, passamos 20 anos, com Rita de Cássia e Redondo. Também continuei compondo para Mastruz e para todas as outras bandas de Emanuel, como Cavalo de Pau, Mel com Terra e Rabo de Saia. Além disso, Eliana também continuou gravando músicas minhas e dezenas de outros artistas. Revista Forró – Aí você já estava registrando as composições né? Rita de Cássia – (Risos). É, eu aprendi como registrar. Revista Forró – Você passou a ser a principal compositora da época? Rita de Cássia – Foi. Se cinco bandas fossem criadas, quatro tinham músicas minhas como principais. Toda semana eu criava muitas composições.
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Revista Forró – E esse processo de criação era natural, as músicas saiam com facilidade? Rita de Cássia – Eu não sei se era porque eu gostava tanto, que as composições vinham de maneira muito natural, andava sempre com meu violão e fazia música em qualquer lugar. Além disso, me empolguei ao ver minhas composições fazendo sucesso e aquilo me estimulava ainda mais. Eu sempre gostei de ler muito e quando era criança e adolescente escrevia peças, o que me dava um bom repertório de palavras. Inclusive, A Saga do Vaqueiro, as pessoas se surpreendem, mas ela veio da minha facilidade de criar histórias.
“Se as pessoas pudessem escolher, a gente não ouvia tanta porcaria” Revista Forró – Você chegava a compor quantas músicas por dia? Rita de Cássia – Olha, teve época que eram três ou quatro músicas por dia. Faço primeiro a melodia e depois coloco as letras. Sempre com meu violão. No começo era ruim, porque nem gravador eu tinha, mas depois do sucesso comecei a ganhar um dinheirinho e comprei um.
Revista Forró – E a carreira como cantora? Rita de Cássia – Como já cantava desde criança, consegui desenvolver bem, eu acho. Mas minha prioridade mesmo sempre foi compor, porque como disse antes, ainda na escola eu já falava que queria ser uma grande compositora quando crescesse. O que me deixava mais feliz era ver as pessoas cantando as minhas músicas. Revista Forró - Então você se sente mais realizada vendo seus fãs cantando músicas suas do que você mesma interpretando-as? Rita de Cássia – Sim. Hoje, diante do que eu sempre sonhei, eu me sinto no meio da multidão cantando. Na verdade, eu não me acho uma cantora esplendida. Acho que eu sou uma cantadora e canto aquilo que eu escrevo. Quando vejo as pessoas cantando minhas composições eu viajo na emoção delas. Revista Forró – Teve algum momento em que você parou e pensou: nossa, eu estou fazendo sucesso? Rita de Cássia – Nessa questão do sucesso, eu sempre tive muito os pés no chão, graças a Deus. As pessoas dizem muito, Rita, você tem noção do quanto você é querida e famosa. Mas eu prefiro não ter essa noção, porque acredito que todos nós somos iguais e cada um tem seu talento e sua importância.
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Revista Forró – Mas você disse que sempre foi “matuta” e tinha medo daquilo tudo de multidão e sucesso. Naquela época que suas músicas começaram a tocar em todas as rádios e bandas, o sucesso já estava na sua porta. Como encarou isso? Rita de Cássia – É, realmente, foi um impacto. Um momento de grande emoção que eu lembro bem, foi quando Mastruz com Leite foi no programa da Hebe e cantou a música Meu Vaqueiro, Meu Peão, e a Hebe também cantou. Foi uma festa lá em casa, todo mundo vibrando. Era uma coisa que a gente nunca imaginava. Revista Forró – Hoje, você tem a mesma rotina de composições?
Rita de Cássia – Não. Hoje, estou mais preguiçosa. Naquela época o consumo das minhas músicas era maior. Atualmente, o forró mudou muito das características que eu costumava fazer e essas novas características não são meu estilo. Por isso, procuro fazer as músicas com mais calma. Revista Forró – E você continua defendendo o seu estilo? Rita de Cássia – Eu acho que as pessoas precisam ouvir coisas boas. A vida já é cheia de problemas e quando as pessoas saem pra se divertir, gastam dinheiro para ir a uma festa, precisam ouvir músicas boas, que levem mensagens positivas. Revista Forró – Um dos argumentos das bandas que fazem mais sucesso na atualidade é que o tipo de forró tocado é o que as pessoas querem ouvir. Você acha que é realmente isso, ou as pessoas escutam o que colocam para elas? Rita de Cássia – Eu tenho certeza que se as pessoas pudessem escolher o que se ouvir nos rádios, elas não iam ouvir o que está rolando por aí. O que toca no rádio é o eles impõe. Se as pessoas pudessem escolher, a gente não ouvia tanta porcaria. Revista Forró – E o que falta para os empresários e artistas entenderem isso, que é preciso valorizar o forró? Rita de Cássia – O grande problema é que, hoje, estão
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valorizando o “ter” e não o “ser”. Como o “ter” passa pelo lado da ostentação, eles pensam que o importante é está ganhando dinheiro. Meu medo é que as pessoas cansem. Se não pararem de tocar porcaria, as pessoas vão abandonar o forró. Quando encontro alguns compositores eu digo para eles terem cuidado com a validade das músicas. Tenho canções de 20 anos que me sustentam até hoje e muitos deles fazem sucesso por apenas quatro meses. Se eu não tivesse plantado uma boa semente, não teria nada hoje. Estava esquecida. Revista Forró – Como está sua carreira hoje? Rita de Cássia – Depois que passei 20 anos com meu irmão, meus sobrinhos começaram a cantar também e assumiram a banda, com novas ideias. Eu decidi apostar na minha linha e seguir minha carreira, com show bem autoral. Agradeço a todos pela oportunidade de continuar nos palcos levando meu trabalho. Graças a Deus a poesia ainda sobrevive. Revista Forró – E seu relacionamento com o mercado, como tem sido? Rita de Cássia – Existe respeito, mas a grande dificuldade é porque a competição com as bandas da ostentação é muito desigual. Por sorte, tenho ainda o público das pessoas que gostam mesmo de forró, pessoa das universidades, que gostam de uma boa letra, de uma poesia. Não é fácil, mas vamos comendo pelas beiradas.
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MAIS FORRÓ POR JEFERSON DIEGO
Assú Folia só em 2015
Festa de aniversário de Wesley Safadão reúne grandes nomes do forró A festa foi de arromba e até amanhecer o dia. O cantor Wesley Safadão, líder da banda Garota Safada, foi presenteado com uma mega festa surpresa de aniversário em sua casa de praia em Aquiraz, cidade distante 30km de Fortaleza. Tudo foi organizado pela família e amigos do artista que completou 26 anos no último dia 6 de setembro. Os cantores Xand Avião, Pedrinho Pegação, Glaydson Gavião, Samyra Show, Márcia Felipe, Nego Rico, entre outros estiveram prestigiando a ocasião especial. Os compositores Cabeção do Forró, Raniere Mazile, Neto Barros e Conde Macedo também marcaram presença, além de vários nomes da mídia forrozeira. O cantor Pablo do Arrocha foi quem comandou o show para animar os convidados. A diversão foi garantida. O festão foi um dos assuntos mais comentados nas redes sociais. Esta coluna deixa aqui as felicitações para o cantor Wesley Safadão.
Cantora da Limão com Mel revela que está ‘solteiríssima’ Tem notícia boa para os marmanjos de plantão. A cantora Michele Andrade, da banda Limão com Mel, está solteiríssima. A gata de 20 anos fez a revelação recentemente durante sua passagem por Imperatriz, no Maranhão. “Estou solteira há dois anos. A agenda apertada, às vezes não sobra muito tempo. Mas quando o cupido aparecer, a gente dá um jeito (risos)”, disse ela que declara ainda ser bastante romântica. Michele chegou a LCM em fevereiro de 2014 e apesar de pouco tempo na banda já conquistou uma legião de fãs. Com a saída de Batista Lima, a Limão tem agora em sua linha de frente Cesar Salles, Diego Rafael e Michele Andrade.
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24 MAIS FORRÓ // JEFERSON DIEGO
Um dos eventos mais tradicionais do Rio Grande do Norte não se realizará em 2014. A informação partiu da Fama Produções, empresa responsável pela execução do Assú Folia, que acontece todos os anos no mês de outubro em Assú, na região do Vale do Açu. Através de uma nota oficial, a Fama informa que o evento não acontecerá pelo fato de estarmos em um ano de eleições e que as datas coincidem com o Assú Folia. A nota ainda destaca a crescente queda do evento em ano de eleições, sem contar do descaso dos últimos anos por parte dos órgãos públicos (Governo do Estado e Prefeitura Municipal). Para o ano que vem, grandes atrações prometem agitar o público na 20ª edição do Assú Folia. Que venha 2015!
Cantor Assuense vem conquistando espaço em todo RN O jovem cantor Lucas Santos, de apenas 17 de anos, vem conquistando cada vez mais o público em todo o estado do Rio Grande do Norte. Com muito talento e dedicação de sobra, Lucas, que é de Assú, vem se apresentando em várias cidades potiguares e agradando por onde passa. No último mês de junho, durante as festividades juninas em Mossoró, o garoto foi o vencedor do Festival Canta Sanfona, na categoria estudante. Já em agosto, Lucas Santos esteve em Natal, no Rastapé Casa de Forró, onde recebeu vários elogios dos forrozeiros da capital. “Sucesso sempre”!
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INTERIOR
Vera Cruz tem Forró da Pousada A
cidade de Vera Cruz há um ano conta com um espaço para receber grandes atrações e para a população da região dançar muito forró. Isso porque o Forró da Pousada tem promovido festas periodicamente, sempre com três ou mais bandas e artistas. Aproximadamente 10 mil pessoas já passaram por lá desde que a casa foi fundada. O aniversário de um ano será no dia 22 de novembro e a promessa dos proprietários, Vado Andrade e Ivan Andrade, pai e filho, respectivamente, é de uma festa pra ficar na história de Vera Cruz. A família Andrade já tinha uma pousada na rua Nova Jerusalém, no Centro da cidade, e aproveitando um terreno ao lado tiveram a ideia de construir a casa de shows. Por esse motivo, o espaço recebeu o nome de Forró da Pousada. De acordo com Ivan Andrade, o estabelecimento comporta confortavelmente entre 3 mil e 3,5 mil pessoas, tendo banheiros para homens e mulheres e até mesmo uma área de camarote. Ao longo deste primeiro ano, o Forró da Pousada promoveu quatro festas. Para o segundo ano de atividade, os empresários Vado e Ivan pretendem ter festas a cada dois meses, para alegria dos moradores de Vera Cruz e cidades da região.
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O espaço, de acordo com pai e filho, também pode ser alugado para eventos particulares, como aniversários. Preocupados com a modernidade e em proporcionar mais conforto para seus clientes, Ivan e Vado colocara até mesmo internet via wi-fi para quem vai para as festas no Forró da Pousada poder se manter conectado.
SERVIÇO Forró da Pousada Rua Nova Jerusalém (sentido Lagoa de Pedras) Centro – Vera Cruz/RN Fones: (84) 8725-4067 (Ivan) (84) 8892-6332 (Vado)
FOTOS: DIVULGAÇÃO // REVISTA FORRÓ
ATRAÇÃO NACIONAL
WA Casa Show recebe a banda Calcinha Preta N
este mês de outubro, a WA Casa Show terá uma atração de peso. O espaço, um dos principais da região do Vale do Açu, tem promovido grandes festas e no dia 10 de outubro recebe a banda Calcinha Preta. A promessa é de grande público em uma noite de muito forró romântico, marca do grupo famoso em todo o Brasil.
Preta, a WA Casa Show vai receber Bonde do Sucesso e Almir dos Teclados. “Teremos mais uma grande festa e, claro, mais uma grande atração. A banda Calcinha Preta é referência no cenário nacional. O público da WA merece eventos de alto padrão”, ressalta o empresário Wagner Alexandre. O dono da WA comenta ainda que, além de toda estrutura e do fácil acesso, a casa de show oferece conforto para os clientes, aceitando, por exemplo, a compra de bebidas com cartões de créditos. O espaço dispõe também de wi fi liberada.
A WA Casa Show tem mais de um ano de atividades e cada vez mais reúne assuenses, potiguares de várias regiões e também forrozeiros de outros estados. O espaço comporta aproximadamente três mil pessoas, sendo um dos maiores da região, e fica localizado na comunidade Nova Esperança, distante poucos minutos do Centro de Assu.
SERVIÇO
Para essa festa do dia 10 de outubro, além da banda Calcinha
Endereço: Nova Esperança, RN016 Assu – Rio Grande do Norte Fone: (84) 9656-8448
FORRÓ NA EUROPA POR ROGERINHO DO ACORDEON
Zeu Azevedo - Do nordeste à Europa, do Forró ao Jazz
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ão é de hoje que o jovem cantor, compositor e multiinstrumentista Zeu Azevedo se destaca nos palcos da Europa com o seu forró. Mas, acredito que uma das maiores contribuições que o artista já deu para a história do forró pelo mundo aconteceu no último dia 20 de agosto de 2014, quando o nordestino da cidade de Guanambi, interior da Bahia, fez um grande show e apresentou o seu mais novo projeto FORRÓ-JAZZ em uma das mais famosas e movimentadas casas de Jazz do mundo, a 606 Jazz Club, situada no coração de Londres. A forma como Zeu interpreta as suas composições chama a atenção de todos! E sem dúvida alguma, o ponto alto das suas apresentações ocorre quando ele canta versões em inglês de clássicos do forró de Luiz Gonzaga, Dominguinhos e de muitos outros gênios musicais que influenciam o jovem artista.
Zeu Azevedo apresenta um curriculum digno dos grandes nomes da MPB, tendo atuado nos palcos dos maiores festivais de Forró e de música latina do mundo. Passou por países como Inglaterra, Alemanha, França, Áustria, Portugal, Suíça, Itália, Rússia, Irlanda, Escócia e até mesmo em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Tive a honra de conhecê-lo no ano de 2004, em Londres, onde ele vive até hoje e onde mantém há dez anos a noite brasileira de forró mais tradicional da Europa, no Clube Guanabara, em Holborn. Lembro bem que desde quando o conheci, Zeu já se destacava como uma jovem promessa da música brasileira na Europa.
REVISTA FORRÓ // FOTO: DIVULGAÇÃO
Fiquei muito feliz ao ver que isso, de fato, concretizouse em 2010 quando ele veio ao Brasil participar do Festival Nacional de Forró (que acontece em Itaunas/ ES) e conquistou o troféu de Revelação daquele festival. Nesse mesmo período, Dorgival Dantas gravou com ele o clássico “Vida de Viajante”, de Luiz Gonzaga e Hervê Cordovil. Dorgival cantando em Português e Zeu cantando em Inglês. Hoje, além dos inúmeros shows que faz pela Europa, o jovem Baiano vem frequentemente fazer os seus shows no Brasil, encantando e enchendo de orgulho o seu povo, no seu país. Diante da sua história, das suas contribuições, do seu talento e do seu mais recente êxito ao apresentar o seu projeto, FORRÓ-JAZZ, naquele que é considerado um templo mundial deste estilo, nós que somos amantes do forró, queremos parabenizar a este que é um dos mais importantes Embaixadores do Forró na Europa, e também a toda sua equipe, pelo seu belo trabalho e pelo seu esforço na promoção da nossa cultura mundo a fora. Parabéns, Zeu Azevedo.
FORRÓ NA EUROPA // ROGERINHO DO ACORDEON 33
8 ANOS
Mês de novembro tem aniversário e muito forró no Rastapé Q
uem já conhece o Rastapé Casa de Forró sabe da animação e concentração de gente bonita no lugar. Quem ainda não conhece com certeza já ouviu falar e uma ótima oportunidade pra conhecer será no próximo mês de novembro. Isso porque a casa está completando oito anos de atividades e já tem programação definida com grandes atrações. E a Revista Forró divulga pra você a relação de shows do mês de aniversário. No dia sete de novembro, uma sexta-feira, o forró será em dose dupla, ou melhor, em dose tripla, pois o Rastapé recebe a compositora e cantora Rita de Cássia e a dupla Sirano e Sirino. Pra quem gosta de forró de verdade, essa é a pedida.
fica por conta da banda cearense Mastruz com Leite, que já foi considerada a maior banda de forró do mundo e encantou gerações pelo Nordeste brasileiro. Bárbara Rolim, gerente do Rastapé Casa de Forró, ressalta que a programação de aniversário está praticamente fechada, mas os natalenses e turistas que frequentam o espaço podem ter outras novidades até lá. “Sempre pensamos tudo para melhor atender nosso público, que foi quem ajudou a consolidar a marca Rastapé ao longo desses oito anos”, afirma.
O Rastapé, sem dúvida, é referência em forró em Natal e agora faz parte da história econômica e turística da cidade. A casa oferece aos seus clientes uma estrutura de três ambientes temáticos, bem como cinco bares, área pra fumante e toda uma logística de segurança, com saídas de emergência e profissionais treinados atuando durante os eventos.
Já no dia 14 de novembro, a sextafeira seguinte, será a vez da banda Gaviões do Forró. E no dia 21, o forró
Rastapé Casa de Forró Rua Aristides Porpino, 2198 Ponta Negra – Natal/RN Fone: (84) 3219-0181
REVISTA FORRÓ
RASTAPÉ CASA DE FORRÓ 35
FALANDO DE FORRÓ POR THYAGO MACEDO
Ah, o Forró da Coréia...
Na coluna Falando de Forró desta edição, não vou comentar nada sobre o mercado forrozeiro. Vou apresentar a vocês um pouco da história do forró. Sabe aquela música que diz: só tem véia, só tem véia, no Forró da Coréia? Sabia que ela é uma composição do potiguar Elino Julião e que o Forró da Coréia realmente existiu. Pois é, a casa funcionava onde foi construído o estádio Machadão e onde hoje está a pomposa Arena das Dunas. O saudoso Elino Julião, forrozeiro orgulho do Rio Grande do Norte, começou a frequentar o Forró da Coréia ainda na década de 50, quando era adolescente. Foram lá algumas das suas primeiras apresentações artísticas.
REVISTA FORRÓ
Mas, pra quem nunca ouviu falar, o Forró da Coréia não era lá um lugar muito decente. Naquela época, frequentar um forró não era visto com bons olhos pela sociedade conservadora. Lugares assim costumavam reunir trabalhadores braçais e mulheres da noite, se é que vocês me entendem. Elino Julião que não era besta nem nada, aproveitou o público pra fazer seu nome. Logo foi se destacando em Natal como um forrozeiro de mão cheia e o Forró da Coréia ficou pequeno para ele. Mesmo assim, a casa serviu de inspiração pra Elino compor uma das suas músicas mais famosas: O Forró da Coréia. A letra, claro, faz referência à fama não tão positiva do Forró da Coréia, basta ver o trecho que diz: “Outra vez, quando eu for a Rio Grande, por favor, ninguém mande eu andar só. Eu prefiro ficar no Igapó. Daquele forró, tenho receio. A Praia do Meio é bom pra mim. No Alecrim, a gente se faz, eu fico lá trocando idéia, mas na Coréia eu não vou mais”.
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