REVISTA
F ORRÓ RN
DEZEMBRO 2014 // ANO 1 // Nº 5 distribuição gratuita
NA INTERNET Gravadores e divulgadores se destacam no forró
SIRANO E SIRINO: Dupla quer retomar rotina intensa de shows pelo Nordeste CASA DE NOKA Novo projeto chega com proposta de muito forró
CABEÇÃO DO FORRÓ A simplicidade de quem conquistou o Nordeste
ÍNDICE
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Sirano e Sirino: Dupla quer retomar rotina intensa de shows pelo Nordeste
Cabeção do Forró: A simplicidade de um compositor que conquistou o Nordeste
MAIS DESTAQUES
8 Falamansa rindo a toa e Luan Estilizado na Som Livre
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Casa de Noka Novo projeto chega com proposta de muito forró
Jandy do Acordeon: De São Vicente para todo o RN
30 Forró Solidário reúne forrozeiros na zona Norte de Natal 24
MAIS FORRÓ
Magníficos forma quinteto e apresenta novos cantores
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36 Ao vivo na internet Gravadores e divulgadores se destacam no forró
FORRÓ NA EUROPA
“Um forró com gostinho de chocolate suíço
38 FALANDO DE FORRÓ Respeitem os compositores
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ÍNDICE
REVISTA FORRÓ
EDITORIAL Nosso primeiro ano foi show Terminamos 2014 e com ele fechamos o primeiro ano de atividades da Revista Forró. Foi um ano difícil, como é no começo da maioria dos projetos. Mas, por outro lado, podemos dizer que foi um ano de conquistas. Chegamos ao mercado forrozeiro com a proposta de trazer algo novo, com qualidade e que pudesse contribuir para o fortalecimento do forró, que cada vez mais vem sendo esquecido pela grande mídia. Nesse sentido, acreditamos que a Revista Forró cumpriu seu papel. Artistas de todo o Brasil tiveram espaço em nossas edições, dos pequenos aos grandes (mercadologicamente falando), bem como casas de shows e projetos culturais relacionados ao forró. Tudo isso em formatos dinâmicos de notícias, entrevistas ou comentários, sempre prezando pela qualidade visual e de conteúdo. A Revista Forró nasceu no Rio Grande do Norte, porém, já neste primeiro ano ultrapassou as fronteiras do Estado. Fizemos parcerias com artistas e bandas por todo o Nordeste e conquistamos leitores em todo o Brasil e até na Europa, onde temos correspondente. A cada edição, recebemos solicitações de envio para fora de terras potiguares, bem como nossa versão eletrônica recebe milhares de visualizações. Diante de tudo isso, só temos a agradecer ao mercado por receber bem a Revista Forró, aos parceiros que confiam no nosso trabalho e apostam na divulgação em nossas páginas e, principalmente, aos leitores e forrozeiros que passaram a ver na Revista Forró um veículo sério e de confiança. Esta nossa 5ª edição não é a última de 2014, mas sim a primeira de um novo ciclo. O ano de 2015 chega e com ele o desejo de continuarmos fazendo mais e melhor. Assim que tem que ser na vida. Planos, projetos e sonhos não precisam ficar guardados em cada um de nós, precisam ser apresentados ao mundo, pois assim o mundo se abrirá para eles.
NOSSAS INFORMAÇÕES ENDEREÇO EDIFÍCIO PADRE CÍCERO, SALA 205 AVENIDA RIO BRANCO, 829 CIDADE ALTA, NATAL-RN TELEFONES JORNALISMO: (84) 8139-6300 COMERCIAL: (84) 8745-9566 / 9638-3025 CONTATOS: COMERCIAL@REVISTAFORRO.COM REVISTA@REVISTAFORRO.COM TIRAGEM 5 MIL EXEMPLARES
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QUEM FAZ RUTEMBERG ROCHA DIRETOR COMERCIAL
THYAGO MACEDO DIRETOR DE JORNALISMO
CÉSAR AUGUSTO DIRETOR DE ARTE
Feliz Ano Novo e muito Forró para todos vocês!
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EDITORIAL
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CURTINHAS
Falamansa rindo a toa O forró tem sim o seu valor. O forró tem sim reconhecimento internacional. A prova disso foi a banda Falamansa ter recebido o prêmio de Melhor Álbum de Música de Raízes Brasileiras, na15ª edição do Latin Grammy. O álbum premiado foi o “Amigo Velho”. O trabalho chegou ao mercado em junho, aproveitando o período das festas juninas. Falamansa concorreu com Alceu Valença (“Amigo da Arte”), Cajú & Castanha (“Meu Deus Que País É Esse”), Toninho Ferragutti e Neymar Dias (“Festa Na Roça”), Quinteto Violado (“Quinteto Canta Gonzagão”) e Tavinho Moura (“Minhas Canções Inacabadas”). Todos, claros, tão dignos do prêmio quanto o Falamansa.
Posição da Peppa Pig A famosa personagem infantil Peppa Pig foi usada como tema de uma música da banda Forró dos Plays, no entanto, a associação gerou efeitos adversos, embora tenha dado repercussão. O problema é que a música, chamada Posição da Peppa Pig, faz referência à personagem ir para balada e tomar gelada. Isso fez com que muitas pessoas disparassem críticas nas redes sociais, tendo em vista que a Peppa é admirada por crianças e falar de bebidas ou festas para esse público não é o mais adequado. Apesar disso, ainda tem aqueles que gostaram do hit. É por essas e outras que o forró tem sido visto com preconceito nos últimos tempos.
Club Cosern Luan na Som Livre
As sextas-feiras ganharam uma nova atração, a Sexta do Barão, no novo Club Cosern, localizado no Parque Industrial, em Parnamirim. Todas as sextas, a partir das 22h, você encontra muita gente bonita, bom atendimento, segurança e um local agradável com o melhor da música ao vivo, claro, muito forró. O novo Club Cosern está localizado bem próximo ao viaduto de Parnamirim da BR 101, mais precisamente na rua Rio Ipojuca. Vale a pena conferir.
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CURTINHAS
O forrozeiro Luan Estilizado conquistou destaque nacional, neste ano de 2014, após sua participação no programa SuperStar, da Rede Globo. As apresentações em rede nacional o fizeram ter destaque no mercado forrozeiro em todo Nordeste e a agenda de shows do filho de Amazan cresceu consideravelmente. E não para por ai. O jovem sanfoneiro e cantor gravou seu primeiro CD pela gravadora Som Livre, sonho de consumo da maioria dos músicos. Com título “Só Lembranças”, o CD tem músicas autorais, como “Tive Medo”, “Fez Besteira” e “Valeu”. Na produção, Luan conta com parcerias com Jorge e Matheus, César Menotti e Fabiano e Dorgival Dantas.
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Dos palcos para o altar
O romance que começou nos palcos da banda Aviões do Forró já dura 10 anos e, em novembro passado, concretizou-se em casamento. O cantor Xand Avião e a ex-dançarina Isabelle Timóteo oficializaram a união em cerimônia em Fortaleza, no Ceará, para amigos, familiares e dezenas de artistas. Xand e Isabelle têm dois filhos, de 6 e 2 anos, e demonstram que, após dez anos juntos, o amor entre os dois está fortalecido. Felicidades ao casal!
Seu delegado, prenda o Tadeu E o ano de 2014 também termina com uma grande perda para o Forró. No dia 26 de novembro, perdemos a cantora e compositora Clemilda Ferreira da Silva, de 78 anos. A alagoana, em 50 anos de carreira, lançou 40 discos LPs e seis CDs, todos de forró. Ao longo da trajetória, ganhou dois discos de ouro e dois de platina, marca que merece respeito. Para os mais novos, que não conheceram e nunca ouviram falar de Clemilda, ela fez grande sucesso, na década de 80, com músicas como “Prenda o Tadeu” e “Forró Cheiroso”, mais conhecido como “Talco no Salão”.
Encontro dos Compositores Grandes músicos do Rio Grande do Norte se uniram em um projeto para se aproximar do público. Os principais compositores de forró na atualidade, Cabeção do Forró, Zé Hilton e Ranieri Mazille decidiram apresentar eles mesmos suas composições de grandes sucessos nas noites natalenses. Junto com outros músicos, como Sérgio Groove, eles estão com o projeto Encontro de Compositores para tocarem e cantarem em bares de Natal. Cabeção, Zé Hilton e Ranieri são autores dos principais sucessos de bandas como Aviões do Forró e Garota Safada.
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CURTINHAS
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ESPAÇO DO COMPOSITOR
uma família de Lajes, no sertão do Cabugi, e como ele mesmo disse, nasceu em Natal, mas apenas por questão de falta de estrutura na sua cidade. “Minha mãe veio aqui mesmo só me ter e voltou logo depois. Por isso, costumo dizer que sou de Lajes e minhas raízes são todas de lá”, explica.
Abdias Araújo Neto: Um Cabeção de poesias D
e fala mansa, jeito simples e uma cabeça cheia de sonhos, Abdias Araújo Neto, de 48 anos, cresceu na zona Norte de Natal e hoje é conhecido em todo Nordeste. O público forrozeiro nos últimos anos se acostumou a ouvir o nome dele na boca dos cantores das principais bandas. Mas, mesmo com o sucesso profissional alcançado, seu rosto pode não ser tão conhecido, afinal, ele é um compositor, um homem dos bastidores do forró. Sabe de quem estamos falando? Sim, estamos falando de Cabeção do Forró. Ele e sua turma da Usina de Hits ajudaram a consolidar o sucesso de bandas como Aviões do Forró e Garota Safada, nos últimos anos. A produção de músicas “estouradas”, como se diz no meio forrozeiro, permitiu a Abdias sair do sufoco para uma vida mais sossegada, pelo menos financeiramente. A Revista Forró conversou com Cabeção e conta um pouco da história dele para vocês. Araújo Neto é de
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ESPAÇO DO COMPOSITOR: ABDIAS ARAÚJO NETO
Ainda adolescente, aos 14 anos, mudou-se para Natal para morar na casa dos avós. Nesse período, no início da década de 80, trabalhou vendendo pão. Aos 16 anos, foi trabalhar de eletricista com um tio, chegando a morar dois anos em São Paulo. “Apesar disso, sempre alimentei o sonho da vida artística. Dentro das obras onde trabalhava, sempre fui um cantor e compositor”, lembra. As primeiras composições, aliás, de acordo com ele, vieram por volta dos 5 anos. Mas foi só no início dos anos 2000 que ele conseguiu finalmente começar a trabalhar profissionalmente com música. “As pessoas dizem que depois dos 30, quem não consegue nada desiste dos sonhos, mas eu nunca desisti, porque sempre acreditei que Deus não dá dom errado para ninguém”. Cabeção do Forró afirma que tinha muitas músicas e mostrava para amigos artistas já respeitados. No entanto, eles nunca gravavam.
Sempre acreditei que Deus não dá dom errado para ninguém” “Eu ficava pensando comigo mesmo: como o cara diz que minha música é ótima, mas não quer pegá-la. Só que depois descobri que aquelas pessoas realmente não podiam me ajudar e que eu estava compondo em uma linha que não era muito comercial”. Foi então que o compositor se debruçou sobre os rádios e começou a ouvir o que estava sendo tocado no mercado. Ainda no início dos anos 2000, ele conheceu um dos seus principais parceiros musicais, Zé Hilton do Acordeon. Em um dos encontros casuais com Zé Hilton, Cabeção ouviu uma melodia feita pelo sanfoneiro e decidiu colocar uma letra em cima.
FOTOS: THYAGO MACEDO // REVISTA FORRÓ
Nascia aí o primeiro sucesso, Vamos sair pra algum lugar. A partir dessa música, eles conheceram outro grande parceiro, o Ranieri Mazzile, que era produtor da banda Chacal e incluiu a canção no repertório. “Ele acreditou e, em dez dias, essa música já era a mais tocada nas rádios. A partir daí, não paramos mais de trabalhar juntos”. Cabeção, Zé Hilton e Ranieiri fizeram na sequência sucessos como Nossa História, Meu Amanhecer, Escravo do Amor e Tentativas em Vão, música com a qual fizeram mais sucesso e conquistaram de vez o mercado. “Estamos juntos há 10 anos e, de lá para cá, nunca deixamos de emplacar sucessos todos os anos”, comenta. Tanto é que o trio de compositores criou a Usina de Hits e se uniu a outros compositores. Atualmente, bandas e artistas de todo o Nordeste e também de outras regiões do Brasil procuraram o grupo em busca de sucesso. Artistas
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como Bruno e Marrone, Luan Santana e as próprias Aviões e Garota Safada gravaram e gravam composições deles. “Nós compositores somos apenas um ima. As letras estão soltas e nós temos o dom de juntar. Eu acredito que isso é uma coisa de Deus mesmo”, avalia Cabeção do Forró. Ele ressalta que nem mesmo imaginava que sabia compor músicas românticas, pois suas primeiras músicas eram voltadas para o sertão, para as coisas do Nordeste. Essas, inclusive, de acordo com ele, ainda estão guardadas no baú.
Nós compositores somos apenas um ima. As letras estão soltas e nós temos o dom de juntar. Eu acredito que isso é uma coisa de Deus mesmo” Sobre o sucesso de suas músicas, Cabeção avalia que, mesmo tendo que se adaptar ao mercado para conseguir espaço, ele e sua turma buscaram fazer isso de maneira que a qualidade não se perdesse. “Qualquer pessoa que analisar nossas composições, profissional ou não, vai ouvir um trabalho limpo. Às vezes oferecemos 5 músicas a um produtor e ele escolhe apenas uma, mas com certeza, daqui há dez anos, essa que foi escolhida ainda estará fazendo
sucesso. Todas as nossas músicas têm mensagens que não fazem vergonha serem tocadas em qualquer lugar”. Mesmo com sucesso adquirido, dinheiro conquistado com dezenas de músicas, Cabeção do Forró mantemse uma pessoa humilde. Ele não saiu da zona Norte de Natal e mantém seus laços com o interior. “A gente precisou sim sair do RN, indo para o Ceará para termos nossas músicas reconhecidas, mas essa é nossa terra e é aqui que temos que valorizar. Uma coisa que aprendi é que no próprio Ceará, o mercado do forró é voltado acima de tudo para as coisas de lá. Eles pensam primeiro neles, segundo neles e terceiro neles. Mas aqui no Rio Grande do Norte as pessoas costumam valorizar mais o que é de fora”, lamenta. Abdias Araújo Neto, ou simplesmente Cabeção do Forró, afirma que conseguiu realizar seu sonho profissional, embora não tenha conseguido ser cantor, declara-se como uma pessoa realizada. “Eu aprendi e costumo dizer que a coisa que se tem de mais importante é o dom. Quando se tem dom e força de vontade, conquista-se os objetivos”.
ESPAÇO DO COMPOSITOR: ABDIAS ARAÚJO NETO 13
CULTURA
Projeto Casa de Noka nasce com proposta de muito forró N
a edição de 2014 da Festa do Boi, realizada no último mês de outubro, um novo projeto foi lançado para levar mais forró ao povo potiguar. A empresa Palmeira Balões, que já tem atuação forte em eventos como vaquejadas, agora organiza a Casa de Noka. A ideia é levar cultura para grandes festas em todo o RN. O projeto segue a linha tradicional, tendo forró pé de serra e comida e bebida regionais. Na Festa do Boi, por exemplo, a estreia foi sucesso total. A Casa de Noka funcionou durante dos os dias do evento e reuniu grande público. A partir de agora, diante da boa receptividade, a Casa de Noka será expandida. “Como se trata de um projeto cultural e o Rio Grande do Norte é um estado com boas festas tradicionais de padroeiras ou feiras regionais, a Casa de Noka poderá chegar ao interior”, comenta o empresário Anselmo Palmeira, que administra a Palmeira Balões. Ele destaca também que, além da própria empresa de balões que está por trás da Casa de Noka, existe a parceria com grandes marcas, como a Pitu, o que fortalece a ideia do projeto cultural. Inclusive, o bar da Casa de Noka conta com bebidas diferenciadas, como as cachaças especiais fornecidas através dessa parceria. “Queremos reunir na Casa de Noka o forró tradicional, as bebidas tradicionais, a culinária nordestina e, em alguns casos, dependendo do evento, o projeto deve contar também com artesanato, como forma de valorizar o trabalho artístico do povo potiguar”, revela Anselmo Palmeira.
SERVIÇO Palmeira Balões E-mail: apalmeira2009@hotmail.com Fones: (84) 9908-7120 / 8892-7120
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CASA DE NOKA
FOTOS: XXXXXX // REVISTA FORRÓ
ENTREVISTA
Sirano e Sirino: Os cabras desmantelados filhos adotivos do RN V
indos de uma família de 10 irmãos, os “cabras desmantelados” Sirano e Sirino fazem sucesso há mais de 20 anos e, como eles mesmos definem, são filhos adotivos do Rio Grande do Norte. A dupla cearense, que inovou na maneira de fazer forró, mas busca se manter fiel às origens nordestinas, é uma das mais queridas pelo público, principalmente, pela irreverência e pela simplicidade. Sirano e Sirino entoaram grandes sucessos ao longo dos últimos anos, a maioria composição do próprio Sirano. Vaqueiros de todo o Brasil idolatram os dois irmãos, que até hoje lotam casas de shows por onde passam. E a produção de sucessos não para. No dia em que concedeu entrevista à Revista Forró, por exemplo, Sirano estava compondo duas músicas para lançar na semana seguinte, no início de dezembro. Na conversa com a Revista Forró, Sirano afirma que o sucesso sempre foi tido como uma coisa natural e nem mesmo as dificuldades impostas pelo mercado fazem com que ele e o irmão pensem em parar ou sintam-se cansados da vida artística. Ao contrário disso, buscam forças e inspiração em novos talentos para seguir em frente. Inclusive, o filho de Sirano, o Siraninho, em breve dividirá os palcos com o pai e o tio Sirino.
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SIRANO E SIRINO
FOTOS: THYAGO MACEDO // REVISTA FORRÓ
“Me arrependo de ter me acomodado nos últimos anos”, afirma Sirano Revista Forró – Você e o Sirino são respeitados e admirados em todo o Nordeste, olhando para trás, como foi lidar com o sucesso? Sirano – Na realidade, foi uma coisa bem natural. A música, os palcos estão presentes na minha vida desde criança e depois o Sirino entrou para somar e para que conseguíssemos o auge do sucesso. Então, nunca sentimos um impacto de um sucesso repentino, porque fomos alcançando os objetivos um após o outro. Revista Forró - E como foi o início da carreira? Sirano – Eu estou com 42 anos de carreira. Comecei a tocar aos 10 anos, em um acordeon de oito baixos, por influência do meu pai, que tocava violão e gostava muito de forró. Revista Forró - Mas seu pai tocava sanfona pra te ensinar? Sirano - Não. Ele tocava somente violão, mas desde novo eu tive facilidade para aprender sanfona. Acredito que já nasci com esse dom mesmo. Também sempre tive facilidade de compor e até mesmo de improvisar e fazer arranjos. Revista Forró - Então você passou a infância e adolescência tocando com seu pai? Sirano – Exatamente. Tocávamos lá na nossa região. Somos da comunidade do Rato, distrito de Maranguape, no Ceará. Até os 17 anos toquei com meu pai, que morreu quando eu tinha essa idade. Depois disso, decidi montar minha
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própria banda, que se chamava Sirano, ano, Xote e Baião, com a qual comecei a me apresentar em outras regiões do o Ceará e fui para Fortaleza. Revista Forró - E como foi essa transição do interior para a capital? l? Sirano - Através do trabalho com minha banda, no ano de 1981 eu fui convidado dado para tocar com Messias Holanda, que era bastante conhecido na época e percorria todo o Nordeste. Em 1982, 2, tive a honra de encontrar e viajar com Luiz Gonzaga e ele me deu uma sanfona de presente, que tenho guardada até hoje. A partir daí, com aquele presente eu passei a fazer meus shows sozinhos. Revista Forró – Você já tinha esse estilo de vaqueiro? Sirano – Tinha porque eu sempre fui um fã de Luiz Gonzaga e sempre me inspirei nele como artista. Então, graças a isso fui ganhando em espaço. Em 1986, por exemplo, fui trabalhar na campanha eleitoral do governador do Ceará, fazendo showmicídios por todo o estado. Em 1988, eu gravei meu primeiro disco, chamado Sirano e banda Só o Mie. No ano de 1990, gravei Sirano Arretado e, em 1991, gravei Sirano, de Maranguape para o Brasil.
Revista Forró – Até então você era sozinho. Quando o Sirino passou a dividir os palcos com você? Sirano – De 1992 para 1993, um irmão nosso, o Tadeu, deu a idéia de que deveríamos formar uma dupla. Revista Forró - Mas o Sirino já era músico, já fazia shows também? Sirino - Ele já era músico, mas não de se apresentar. Tocava violão e sempre gostou de cantar, embora fosse mais voltado para a música sertaneja e para a linha do Amado Batista. Com a união, nós lançamos o disco Cabra Desmantelado, em 1993, e começamos de despontar em todo o Nordeste. Revista Forró – Vocês inovaram no forró com esse estilo de dupla e com a característica musical bem voltada para a vaquejada. Isso foi pensado ou foi natural? Sirino – Olha, nós criamos um estilo próprio e sempre busquei fazer minhas músicas em um ritmo diferente, com uma roupagem diferente, misturando a irreverência, com elementos das vaquejadas e das “cornagens”, como costumamos brincar.
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pensamos em parar tão cedo. Muito pelo contrário, em c alguns momentos, a quando o mercado qu musical está ruim, mu a gente encara isso g como com um desafio. Buscamos nos Bus superar supe e superar as dificuldades trabalhando, criando traba coisas novas.
Revista Forró – Isso de certa forma ajudou a consolidar o sucesso da dupla Sirano e Sirino? Sirano – Claro, sem dúvidas. As pessoas sempre buscam coisas novas, mas ressaltando, que é preciso valorizarr a cultura de cada local, a cultura da sua região. Acho que é por isso que, até hoje, o Sirano e o Sirino fazem sucesso aonde chegam. Revista Forró – E como foi lidar com o sucesso, com as músicas tocando nas rádios, com o assédio dos fãs? Sirano – Pra mim foi normal, porque minha vida toda foi na música. Então, cada dia que as coisas vão acontecendo, a gente vai vivenciando e curtindo o momento, sempre com os pés no chão. Revista Forró – Você e o Sirino conquistaram de maneira muito sólida o público do Rio Grande do Norte. Passados mais de 20 anos de carreira da dupla, o público forrozeiro ainda canta suas músicas em qualquer vaquejada. Como é a relação de vocês com nosso v estado? e Sirano – O povo S do Rio Grande do Norte é muito fiel ao nosso trabalho. Por onde eu passo digo que somos filhos adotivos desse Estado. Por onde a gente passa, recebemos apoio, carinho e até cobrança dos fãs que se preocupam de verdade com a gente. Outro dia eu fui falar que iria parar de tocar, foi um rebuliço. Várias pessoas do Rio Grande do Norte ficaram zangadas com isso. Mas, na verdade, temos muito a agradecer ao povo potiguar pelo respeito à carreira do Sirano e Sirino durante todos esses anos.
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O povo do Rio Grande do Norte é muito fiel ao nosso trabalho. Por onde eu passo digo que somos filhos adotivos desse Estado”. Revista Forró - E a relação com as vaquejadas? Sirano - Costumo dizer que somos vaqueiros desde criança, porque somos fãs dos vaqueiros e das vaquejadas, do esporte, do Nordeste brasileiro. Então, a gente trabalha nesse meio de gente maravilhosa, de vaqueiros, de fazendeiros, de muita mulher bonita, com muita satisfação e orgulho. Somos tão vaqueiros que tanto o Sirino quanto eu moramos em fazendas, porque gostamos do campo. Revista Forró – Agora você falou anteriormente que comentou uma vez que iria parar de tocar e cantar. Realmente você já teve esse desejo? Já bateu cansaço da carreira artística em algum momento? Sirano – Nada, que cansaço nada. Não existe isso com a gente. Isso na verdade foi uma brincadeira. Não
Revista Forró – Inclusive, Inclusiv você é um compositor que não compos né? A maioria dos para, né sucessos da dupla foi criação sua? Sirano – Acho que 90% das nossas músicas foram feitas por mim. Tenho aproximadamente 380 composições, das quais pelo menos 40 são sucessos conhecidos em todo o Nordeste. E constantemente tenho inspiração para novas músicas, com coisas do dia a dia mesmo. Agora mesmo eu estou finalizando uma música baseada no sucesso do Pablo, na verdade é uma brincadeira, que é a música chamada O Homem Chora [A música foi lançada no início deste mês de dezembro e está disponível para download na internet]. Revista Forró – Com toda essa experiência no meio forrozeiro, como você avalia o mercado do forró? Sirano – O que acontece às vezes é o artista não se preocupar com seu próprio trabalho e achar que alguém se preocupa. Se você, artista, não cuidar de você mesmo, da sua carreira, da sua obra, ninguém mais irá cuidar. Quando o artista está fazendo muito sucesso, está no auge, todo mundo é amigo, todo mundo quer estar com ele. Mas quando o sucesso cai, as portas não se abrem mais como antes.
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Revista Forró - Mas Sirano e Sirino ainda têm portas abertas em todo o Nordeste? Sirano - Felizmente, sim. Principalmente, porque nós temos o respeito do público e isso é o principal. A prova do nosso reconhecimento é essa, a Revista Forró, que tem se preocupado com o forró, com a cultura, com os artistas, está aqui contando a nossa história. Aonde a gente passa, em todo o Nordeste, as pessoas têm o mesmo comportamento de antes, o mesmo respeito com a dupla Sirano e Sirino. Revista Forró - Quais os projetos de Sirano e Sirino para 2015? Sirano – Nós lançamos um CD novo agora em dezembro e, para este ano novo, estamos querendo iniciar o projeto de irmos pessoalmente às rádios apresentar as nossas músicas novas, que era uma coisa que se fazia muito no passado. Revista Forró – E a família não cobra que vocês fiquem mais tempo com eles, em casa? Sirano – Até que já cobraram bastante, mas acho que já se acostumaram. Tenho um casal de filhos, sendo uma moça que já está na faculdade e o outro é o Siraninho, que tem 17 anos, mas canta muito, tem uma voz maravilhosa. A partir do próximo ano, inclusive, ele começará a fazer shows com a gente. Revista Forró - Ele canta desde criança também? Sirano – Canta dede criança e sempre muito afinado. Foi uma coisa bem natural a entrada dele na música. Ele canta porque gosta mesmo e porque tem dom. Revista Forró – Você, claro, deve sentir muito orgulho? Sirano – Você é doido, sinto um
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orgulho danado, dele e da minha filha, que está fazendo arquitetura. Revista Forró – Tem alguma coisa na carreira que você se arrependa, de ter feito ou de não ter feito? Sirano – A única coisa que eu me arrependo, é de ter me acomodado nos últimos anos, nos últimos três, quatro anos. Eu gravei muita coisa boa, mas não fui atrás de divulgação de espalhar esse trabalho. Fiquei em uma fase que só queria ficar na fazenda, bebendo cachaça e me divertindo com os amigos, na raparigagem, que é uma coisa que eu gosto muito [começa a rir].
A maior arma de um homem é a humildade e a maior riqueza é a amizade”.
Revista Forró - E a relação com Sirino, é tranquila ou como em todo convívio entre irmãos às vezes surgem atritos? Sirano – Graças a Deus, nós sempre tivemos uma relação muito boa. Para vocês terem uma ideia, mesmo com toda a rotina de viagens, de shows, quando a gente está de folga e vai para casa, passa um dia ele chega na minha fazenda ou então eu vou para a dele, pra gente jogar conversa fora, tomar uma e se divertir com os amigos. A gente sempre está fazendo as coisas juntos. Revista Forró – Além disso, vocês têm relação boa com vários outros artistas né? Sirano – Somos muito amigos do Leonardo, do Zezé di Camargo e Luciano, do Bruno e Marrone, Milionário e José Rico, Dorgival, Waldonys, Fagner, o Cezinha, Alcymar Monteiro, Jorge de Altinho, Santana e uma série de outros artistas que sempre que a gente pode se encontra. Revista Revis Forró - Talvez isso aconteça porque vocês acon sempre se mantiveram sem pessoas humildes, mesmo pess com tanto sucesso? Sirano Sira – A maior arma de um homem é a humildade e a maior riqueza é a amizade. m Não Nã adianta eu está aqui me m colocando como um cantor diferente, se eu sou c ca profi pr ssional tanto quanto outros profissionais. o
Contato s: (85) 963 8-0330 (85) 998 1-8737 (85) 327 8-4197 (84) 963 8-3025 (84) 884 1-5 (83) 994 020 4-6499 (81) 997 3-0022
SIRANO E SIRINO 21
MAIS FORRÓ POR JEFERSON DIEGO
Magníficos forma quinteto e apresenta novos cantores Tudo definido. Agora o público já pode conhecer a nova e tão esperada formação de cantores da Banda Magníficos. Através das redes sociais, a assessoria da banda divulgou os três novos contratados que vão dar continuidade aos trabalhos da ‘preferida do Brasil’. Adma Andrade, Neto Fallaschi e Renato Torres são as novidades. O trio se junta a Sâmya Maia e Gui Torres. Além da mudança no quadro de vocalistas, a logomarca da banda também foi reformulada. O objetivo é dar inicio a uma nova Magníficos.
“Eu vim pra ficar”, diz Walkyria Santos sobre o Solteirões Recém contratada pela banda Solteirões do Forró, a cantora Walkyria Santos, considerada uma das principais estrelas do nosso forró, se diz feliz da vida com sua nova casa. Em suas postagens nas redes sociais, é notória sua empolgação e carinho com a nova família. Em uma delas, a loira declarou que chegou pra ficar na ‘mais forrozeira do Brasil’. Walkyria decidiu encerrar sua história na Banda Magnificos e estreou no Solteirões em novembro passado.
Mensagem de Natal Que neste Natal e em todos os dias do próximo ano, possamoss fazer de Jesus nosso melhor amigo, pois Ele é o maior motivo do Natal e da nossa existência. Feliz Natal e um 2015 cheio de amor, or, paz, amizade, humildade e sabedoria para todos os nossos leitores. ores. Acesse: www.PORTALMAISFORRO.com, e fique por dentro das melhores notícias do forró. Siga-nos! @PortalMaisForro @MaisForroPortal facebook.com/portalmaisforro
24 MAIS FORRÓ // JEFERSON DIEGO
Flávio e Pizada Quente comemora sucesso atual Mais um ano se encerra e o paraibano Flávio e Pizada Quente só tem o que comemorar. Sucesso por onde passa, músicas de sua autoria na boca da galera e sempre com a agenda de shows lotada, Flávio vem conquistando ainda mais público o pelos estados em que tem levado o seu show, que por sinal está de cara nova. Agora somente cantando, o, e não mais cantando do e tocando, como aconteceu onteceu até o último mês de outubro, utubro, ele comanda totalmente nte a frente do palco dando assim ssim um novo astral em suas apresentações. resentações. O próximo passo é gravar um DVD com uma a mega estrutura para registrar istrar o novo show.
Novo DVD das Coleguinhas deve ser lançado no inicio de 2015
Inicio de 2015. Essa é a previsão para o lançamento do novo DVD das Coleguinhas Simone e Simária. Gravado em novembro, em Fortaleza, ‘Bar das Coleguinhas’ contou com as participações ilustres de Wesley Safadão, Gabriel Diniz e Tânia Mara. Apenas convidados estiveram na plateia. O show foi marcado pela inovação, modernidade e também pela mudança de ritmo. A intenção foi fugir um pouco do forró e partir para a batida mais voltada para o sertanejo. Segundo as próprias coleguinhas, o objetivo do DVD é resgatar a identidade musical das irmãs para relembrar como tudo começou.
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INTERIOR
Jandy do Acordeon: De São Vicente para todo o RN O
forrozeiro Jandy Paulinelly, natural da cidade de São Vicente, entrou na música aos 14 anos, tocando teclado e, atualmente, é um sanfoneiro de mão cheia. Filho de uma família de artistas, tendo dez irmãos músicos, ele se aperfeiçoou na sanfona e, com o nome artístico Jandy do Acordeon já participou de três edições do Forraço, considerado o maior festival de música regional do Rio Grande do Norte. Ema uma dessas edições, em 2009, chegou a ser quarto colado, com a música Reino Encantado, que fez para o filho. Jandy tocava teclado em bandas de forró e, em 2000, decidiu mudar para a sanfona. No início da carreira com o acordeon, tocou para bandas, mas rapidamente decidiu seguir a carreira própria, valorizando o forró tradicional. Jandy do Acordeon é requisitado em sua região, com agenda de shows em cidades como São Vicente, Florânia e Currais Novos. Agora, já com bastante experiência na sanfona, busca expandir seu trabalho para todo o Rio Grande do Norte. Suas apresentações têm a versão de banda, com baterista e dois irmãos tocando guitarra e contrabaixo, Rodrigo Potiguar e Jair, respectivamente, bem como a versão de regional, na qual tem um primo no triângulo e outro no zabumba.
26 JANDY DO ACORDEON
Johnathan Alves (zabumba) e Reginaldo Alves (triangulo)
“Nós seguimos a linha de forró tradicional, mas passamos também pelo forró mais moderno, desde que com qualidade, como Dorgival Dantas, que é nosso conterrâneo. Infelizmente, o mercado do forró autentico não é tão amplo, porém, a gente segue nossa luta procurando fazer um trabalho bem feito”, afirma Jandy.
SERVIÇO Jandy do Acordeon Fones: (84) 9918-7509 / 9909-8730
FOTOS: THYAGO MACEDO // REVISTA FORRÓ
FESTA BENEFICENTE
Forró Solidário reúne forrozeiros na zona Norte de Natal D
ançar forró ajudando ao próximo. Com esse espírito, dezenas de pessoas foram até o Forró do Virgulino, na zona Norte de NatalRN, para prestigiar o Forró Solidário. O evento aconteceu no dia 30 de novembro e foi organizado pela LBV e pela banda Forró Selado. O objetivo foi arrecadar alimentos para as pessoas atendidas pela instituição. O resultado foi uma festa bonita e recheada de sucesso. Além da banda Forró Selado, artistas como Sandro Becker, Socorro Lima, Jean Barros e Fabiano Fumaça subiram no palco do Virgulino voluntariamente para animar a galera. O empresário Rutemberg Rocha, da banda Forró Selado, que coordenou a ação junto com Oderlania Galdino, da LBV, explica que os alimentos arrecadados irão compor as cestas de fim de ano de milhares de pessoas. No total a Legião da Boa Vontade vai produzir duas mil cestas, cada uma com 22 itens. “É muito legal ver esses forrozeiros reunidos em prol de uma causa nobre. Fazer o que a gente gosta, que é forró, ajudando ao próximo é muito gratificante. Por esse motivo, o evento foi sucesso”, declarou Rutemberg Rocha. O evento teve apoio do Forró do Virgulino, do Só Mais Uma, do Mr. Nild’s, da Casa do Matuto, Posto 30 de Setembro, CSS Produções e da Revista Forró.
30 FORRÓ SOLIDÁRIO
FOTOS: CIELLY CRIS // REVISTA FORRÓ
FORRÓ NA EUROPA POR ROGERINHO DO ACORDEON
“Um Forró com gostinho de chocolate Suíço” empre ouvi falar da Suíça como o país da neutralidade, do desenvolvido e da segurança; terra dos grandes bancos, do melhor chocolate do mundo, dos relógios preciosos; sede europeia da ONU, da Cruz Vermelha, da FIFA; “Terra da Paz”. Mas, o que me deixou mais maravilhado foi descobrir que esse país gelado, cercado por Alpes, pega fogo pelo menos 5 vezes por ano quando a cidade de Zurique se transforma, literalmente, na “Capital Europeia do Forró”, onde acontece o FORRÓ DAS MENINAS!!! Não é de hoje que o Forró ajuda a espantar o frio suiço. As aulas de dança acontecem desde Neuchatel (Suíça Francesa) até Zurique (Suíça Alemã), e grandes nomes do Forró têm se apresentado por aqui como Falamansa, Trio Nordestino, Miltinho Edilberto e Aviões do Forró, isso tudo graças ao crescimento que este movimento tem alcançado por todo o país, trazendo o nosso calor e nossa alegria para o povo suiço. Mas é no Alte Kasern, no centro de Zurique, onde realmente eu me sinto no nordeste do Brasil.
É lá onde o Promoter Severino da Paz realiza o FORRÓ DAS MENINAS. Neste evento que acontece a cada três meses, o maranhense reúne estrelas brasileiras residentes na Suíça como Camila Amarante, Janaina Mello e Jane Cruz, artistas brasileiros que moram em outros países da Europa, Dj’s e muita gente bonita, brasileiros e suíços, loucos pra aquecer o corpo e se encher da alegria contagiante do nosso povo. Tenho o enorme prazer de participar deste evento desde a segunda edição e de ter dividido o palco com grandes artistas e amigos. Dentre eles cito a nossa conterrânea potiguar Lane Cardoso. Tudo isso é registrado pelo Portal de Eventos Brasil Flash TV e divulgado até mesmo através dos jornais suíços que noticiam “Nesse Forró tudo acaba em Chocolate Suíço”.
REVISTA FORRÓ // FOTOS: DIVULGAÇÃO
FORRÓ NA EUROPA // ROGERINHO DO ACORDEON 33
AO VIVO E ONLINE
Gravadores e divulgadores fazem sucesso na internet e no meio forrozeiro C
om advento da internet, o mercado musical ganhou ainda mais dinamismo e praticidade. Hoje em dia, bandas e artistas espalham suas músicas nas redes sociais e, se ela for boa, rapidamente se torna viral. Claro, o rádio ainda detém o maior poder de divulgação de massa de música, mas os paredões em festas por todo Nordeste também têm ajudado a difundir músicas e, principalmente, os chamados divulgadores. Aqueles técnicos que gravam shows ao vivo e produzem mixagens especiais. A maioria das bandas, ao invés de ir para um estúdio fazer uma grande produção, tem contratado os gravadores de shows para armazenar as apresentações, editar e jogar na internet. Depois disso, é só divulgar o link para que os fãs possam fazer dowload, colocar no pen-drive e levar para tocar onde quiser. É rápido, prático e tem dado destaque a muitos técnicos de som por todo o Nordeste. A Revista Forró conversou com dois dos que atuam no Rio Grande do Norte, Deinho Gravações e Vinícios CDs. A dupla tem agenda cheia de shows, tendo conhecido as principais casas de eventos e já gravado as principais bandas. Deinho explica que, antes de entrar nesse meio, é necessário ter experiência com áudio e mixagem, pois o trabalho de gravação e divulgação necessita de uma boa edição do áudio captado. Ele explica que entrou no ramo há seis anos e a rotina de trabalho chegou a ser tão intensa que ele mesmo resolveu dar uma diminuída.
36 GRAVADORES E DIVULGADORES
Além do prazer em trabalhar com música, Deinho, que também é técnico em Segurança Eletrônica, explica que as gravações e divulgações de bandas de forró o aproximaram dos artistas, mesmo assim, ele ressalta que nem sempre o trabalho é valorizado. “As relações com bandas e cantores sempre são boas, pois eles sabem o trabalho que nós gravadores desenvolvemos, gravando e divulgando a músicas deles. Mas, nem sempre é assim. Muitos empresários não reconhecem nosso trabalho como deveriam”, comenta Deinho Gravações.
Deinho Gravações com o cantor Acácio, o Ferinha da Bahia
FOTOS: CEDIDAS // REVISTA FORRÓ
Q Questionado se é possível ganhar a vida ccom o trabalho de gravação e divulgação, o jovem explica: “Sempre há solicitação para jo gravação de áudio por bandas que estão g iniciando, então, cobramos por isso. Nosso in trabalho com bandas maiores, algumas t vezes, é feito pela troca de ajuda. Por v exemplo: nós temos nossas parcerias com lojas ou equipadoras e os cantores divulgam nossos parceiros em troca de divulgarmos a banda na internet”. Vinícius CDs, por sua vez, entrou nesse ramo há dois anos. “Decidi trabalhar gravando shows porque aprendi a valorizar minhas raízes e creio que temos muitos músicos de valor aqui no Nordeste. Além disso, amo o que faço e faço meu trabalho com prazer”, declara. Ele conta que tenho estudado muito e procurado se atualizar constantemente sobre o mercado musical, as maneiras e tendências das gravações, sempre buscando o aperfeiçoamento nas técnicas de diversos tipos p de sons e mixagens. Como trabalha traba com internet, ele explica que busca conhecimento diariamente pela própria internet. dia
“Ao longo desses anos também tenho aumentado meu ciclo de amizade com cantores das diversas bandas que trabalho e com o público. Eu amo a música e tudo que ela tem trazido de bom na minha vida. Hoje, digo que é possível sim ganhar dinheiro com gravações e divulgação. Eu trabalho durante o dia em outra área e, à noite, complemento minha renda familiar com esse trabalho maravilhoso”. Vinícius CDs lembra, porém, que assim como em qualquer segmento profissional, você só será bem sucedido se gostar do que faz e se capacitar para aquela atividade. Tanto ele como Deinho Gravações ressaltam que o mercado está cheio de bandas de forró e cheio de gravadores e divulgadores, no entanto, somente os mais competentes conseguem destaque. Por terem seus trabalhos espalhados pela internet e disponíveis para downloads, os gravadores de shows ao vivo acabam se tornando conhecidos do público forrozeiros. Isso porque os próprios músicos falam os nomes dos divulgadores e eles mesmos possuem vinhetas para incluir na edição das gravações. O resultado é a construção de uma rede de seguidores na internet.
Vinicius CDs ao lado Vi Vin do cantro Rai Soares, d Saia Rodada da
SERVIÇO Deinho Gravações Fone: (84) 9932-8444 Vinícius CDs Fone: (84) 9698-8895
REVISTA FORRÓ
GRAVADORES E DIVULGADORES 37
FALANDO DE FORRÓ POR THYAGO MACEDO
Respeitem os compositores
M
eu texto nesta quinta edição da Revista Forró será um pedido de consciência por parte daqueles que produzem bandas de forró ou eventos em todo o Nordeste. Senhores produtores, por favor, respeitem os compositores. Lembrem-se que são eles os responsáveis pela maior parte do sucesso dos seus artistas ou banda. Falo isso por observar que muitos empresários e produtores, por exemplo, têm tratado os compositores apenas como simples objetos de mercado. Hoje, paga-se ao compositor o direito de usar a obra dele e acabou-se. Infelizmente, não há nenhum tipo de valorização dos autores das canções. Vou dar um exemplo. Você que está lendo esse texto agora, pegue o DVD da sua banda de forró preferida e coloque pra rodar. Veja se ao início da cada música, quando aparece o título da canção, está aparecendo o nome compositor. Não né? É isso mesmo. Quase todas, pra não dizer todas as produções de DVDs do meio forrozeiro não colocam os créditos nas músicas. Isso é um grande desrespeito aos compositores. E esse é apenas um exemplo da falta de consideração. Colocar o nome
38 FALANDO DE FORRÓ // THYAGO MACEDO
do autor de uma canção no encarte de um CD ou em um DVD não é favor. É obrigação. Acontece que os empresários acham que por pagarem aos compositores pelo direito de gravar suas músicas é o suficiente, mas não é! Os fãs precisam saber quem são os poetas por trás das canções que eles entoam por aí. Daqui a 10, 20 anos, essas músicas, pelo menos as boas, continuarão sendo tocadas e se não estiver escrito nas produções os nomes dos autores, o talento passará em branco. Além de tudo isso, a falta de consciência passa também pelos proprietários de casas de shows ou produtores de eventos. O ECAD nem sempre é informado ou arrecada pelas músicas que são tocadas nesses ambientes. O resultado é que os compositores não recebem devidamente os direitos autorais. Perdem dinheiro que por direito é seu, enquanto os outros enriquecem as suas custas. Infelizmente!
REVISTA FORRÓ