Malaire

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notas de edição A torre de barro vigia as nuvens, indo infinitamente até o céu não enxerga a terra e seus pequenos homens. Despedaçando e desmoronando eternamente seus habitantes vivem lhe consertando e ampliando para o céu. Parece já um grande pé de feijão sustentando um grande castelo, e esse pé aumenta como um labirinto, ficand impossível para quem tenta adentrar. Escrevo este conto para os plebeus que moram em baixo das tempestades e maremotos, das infinitas chuvas que sempre ameaçam diluir as fundações da torre. Aos trabalhadores que trabalham construindo ao redor da torre e tentando criar uma carcaça de pedras em volta da sua fundação, mas eles não tem a capacidade para chegar aos céus.Já os nobres ficam adorando e bajulando os habitantes da torre, que raramente descem para profetizar o fim.

Escrevo para todos, e a todos sei dentre um ou outro irá ler, e estes poucos irão se deleitar na minha estranha narrativa

prelúdio a cidade de londres comparada com paris é como um amontoado de fungos que crescem ao redor de um corpo, e este corpo é tão rico em nutrientes que todo tipo de criatura parece crescer, desde parasitas, a belas libélulas. tristemente não há borboletas. já paris seria uma colônia de formigas em volta de algumas pequenas flores metálicas, drenando sua inexistente em vida em uma malha geometricamente perfeita. Me chamo Basil, sonhavam para o meu futuro em um grande reinado regido pela minha soberana bondade, mas virei apenas um espectador, um narrador com uma grande missão, e seja lá qual ela for devo correr, pois o século passado está prestes a morrer. A melhor oportunidade de uma pessoa em se tornar um narrador é apenas observar, eliminando qualquer ação em que ela possa interferir na narrativa que acontece na sua frente, praticamente como se fosse um biólogo estudando lobos nas frias florestas repletas coníferas dos alpes suíços. Por causa disso eu posso afirmar minha ausência em tudo que relato, e apesar de haver muitas mortes eu não posso atrapalhar o caminho que a cidade toma e não arriscaria a minha missão com uma simples e fácil morte. Talvez assim eu compreenda o que está acontecendo com o mundo. Ou talvez desse jeito eu perca minha conexão com ele, mas você não está lendo para saber de mim, mas das aventuras que eu narro.

Loucura Isso tudo começou em uma pequena embarcação que passava pelo gigantesco e famoso porto de Londres, costumamente ele estaria repleto de estivadores e marinheiros passando por toda a sua latitude e longitude, não havendo um canto onde a mão da grandeza de Londres não estivesse presente. Mas hoje ele estava parado, e estranhamente silencioso, o que era muito estranho, e as grandes embarcações metálicas ali jaziam entre a neblina e suas milhares de amarras, tudo preparado para uma fantasma horda de doqueiros lhes adentrar e irromper com sua preciosa carga. Chegando mais perto do porto, a pequena tripulação de uma minúscula embarcação pesqueira pode no meio de tudo ao longe a causa deste esvaziamento de pessoas. Era uma greve, e os estivadores se aglomeravam nas ruas em frente às docas e marchavam para o centro da cidade, a tripulação chegou cedo como o sol, e assistir presenciar o esplendor desta estranha procissão. Estes se amontoavam e emaranhavam com protestos e gritos, sons disconcertantes para alguem como eu, acomodado com o coro latino. Gritavam algo natural, um vomito social caótico


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