RELATÓRIO DE REFLEXÃO CRÍTICA
Actuação Docente na Educação para a Sexualidade na Aplicação do Programa PRESSE (1º Ciclo) ACÇÃO DE FORMAÇÃO F1C /2010 Centro de Formação Braga Sul
LOCAL DE REALIZAÇÃO: Escola Básica 2, 3 de Cabreiros PERÍODO DE REALIZAÇÃO: de 22/12/10 até 24/02/11 FORMADORA: Enfermeira Sandra Maria Martins Duarte Mendes COADJUVANTES DA FORMAÇÃO: Professora Teresa Paula Dias Cerqueira (Coordenadora do PESES) Dra. Diana Torres (Psicóloga
Formando: Teresa Maria de Castro Vieira Mendes
“(…) A sexualidade, quando inserida nas circunstâncias de vida de uma pessoa, participa do seu processo de desenvolvimento e, é um instrumento que propicia experiências
indispensáveis
ao
crescimento
pessoal,
à
autonomia
e
ao
desenvolvimento da individualidade. Percebemos que há um vínculo estabelecido entre a sexualidade e a cidadania, acreditando que, pela vivência saudável da sexualidade, cada um aprende a relacionar-se melhor consigo mesmo e com o outro, percorrendo um caminho mais seguro na construção da sua identidade e, em consequência da sua cidadania” (Moraes, 2006: 20).
_________________________________________________________
Com a publicação da Lei n.º 60/2009 de 6 de Agosto e da Portaria n.º 196-A/2010 de 9 de Abril, que a veio regulamentar, estabeleceu-se o regime de aplicação da Educação Sexual em meio escolar, tornando-se obrigatória a abordagem da Educação Sexual em contexto de sala de aula, de uma forma explícita, intencional e pedagogicamente estruturada. No respeito pelas orientações legais e tendo em conta as questões e os anseios dos professores, do nosso Agrupamento, foi implementada esta Oficina de Formação, denominada “Actuação Docente na Educação para a Sexualidade na Aplicação do Programa PRESSE (1º Ciclo) ”. As expectativas relativamente à sua implementação eram enormes, e decidi inscrever-me movida por interesses pessoais e profissionais, pois era uma área em que sentia necessidade de actualização e de algum tipo de reflexão. A sexualidade em contexto educativo é um domínio muito abrangente que pode ser perspectivado de formas muito diversificadas, conforme o enfoque para os aspectos que o integram. Tudo isto a exigir aos professores, uma preparação específica e grandes exigências a nível técnico-científico e formação pedagógica específica. Estava convicta da sua relevância, no processo formativo dos alunos, a exigir também uma actuação profissional, adequada, coerente, clara e verdadeira, face às dúvidas, necessidades e manifestações das crianças relativamente a sexualidade. No final da formação, as expectativas iniciais não saíram frustradas pois esta possibilitou a construção de um conceito de sexualidade alargado e amplo onde estavam contempladas todas as dimensões da sexualidade e uma visão mais sustentada do ensino e da forma de se desenvolver a educação sexual na escola. No decurso da Oficina, os professores tiveram acesso a uma série de recursos informativos, metodológicos e pedagógicos que lhes assegurariam a qualidade e preparação adequadas a um bom desempenho profissional, a este nível.
Consideraram-se pertinentes e adequadamente abordados, tanto os temas como os conteúdos. Estes, pela sua dimensão científica e pedagógica muito contribuíram para o enriquecimento dos conhecimentos ligados à sexualidade, constituindo-se mesmo como um quadro de referência. Especificamente esta formação pretendeu abordar as diversas dimensões da sexualidade e como as abordar com as crianças, a anatomia e fisiologia humanas, a diversidade de expressões do comportamento sexual humano ao longo da vida e as suas diferenças individuais, a resposta sexual humana;, a saúde sexual e reprodutiva, a sexualidade aliada à deficiência, o abuso sexual e a melhor forma de o prevenir, as relações interpessoais, o desenvolvimento psicossocial e moral, a orientação sexual, os papeis de género, etc. Os seus objectivos foram plenamente alcançados na medida em que nos desafiou a uma vivência mais informada, mais gratificante e mais autónoma, logo, mais responsável da sexualidade. Contribuiu ainda para melhor entendermos o conceito de sexualidade humana em todas as suas dimensões, para desmistificar falsas crenças relativas a aspectos da Sexualidade, para expandir capacidades sociais que promovam os vínculos afectivos e o relacionamento interpessoal, para expressar sentimentos e opiniões, a melhor comunicarmos no âmbito do tema da sexualidade. Por outro lado, através dela os professores muniram-se de uma série de conhecimentos técnicos e científicos que, lhes permitirá complementar a acção das famílias, na medida em que devem proporcionar uma abordagem formal, estruturada, intencional e adequada de questões relacionadas com a sexualidade humana. Relativamente à pertinência desta formação gostaria de sublinhar que, a alternância entre aspectos técnicos/teóricos e aplicações práticas pôde criar dinâmicas adequadas em cada sessão presencial conjunta, indo ao encontro das expectativas e necessidades evidenciadas por cada formando. A troca de experiências e de saberes ao longo das sessões presenciais, permitiu-nos pensar em actividades, definir objectivos, repensar estratégias e metodologias, o que se traduziu num acréscimo de influência e alcance dos saberes adquiridos, assim dinamizados pela troca de opiniões entre o formador e o formando e entre este e os seus colegas, consolidando competências e promovendo a reflexão através da partilha.
Deu-se um especial enfoque às dúvidas que se pretendiam esclarecer, à diversidade das opiniões, à da partilha dos saberes adquiridos, consubstanciando assim o espírito de uma oficina de formação, marcadamente reflexiva. As estratégias utilizadas ao longo das diferentes sessões foram sempre activas diversificadas
e
bastante
participativas
partindo
das
experiências,
dos
conhecimentos prévios do grupo, canalizando-os para novos conhecimentos através do jogo, do humor e do trabalho em pequenos grupos com o adequado equilíbrio entre componente prática e teórica. A implementação de actividades integradoras, no contexto desta oficina surgiu como uma dimensão natural de aplicação e de experimentação, claramente estruturada em torno da resolução de problemas concretos dos formandos, garantindo deste modo um maior impacto na prática pedagógica. Foram implementadas algumas estratégias que “simulavam” o trabalho a realizar nos nossos contextos educativos. Salientarei a tipo de exemplo o recurso ao brainstorming ou tempestade de ideias, o estudo de caso, a resolução de problemas e dilemas, os debates, as fichas e questionários, os vídeos e outros meios audiovisuais, as histórias, a poesia etc. Considero que a acção foi bem sucedida, assumida com extremo profissionalismo, competência, rigor e uma enorme capacidade de comunicação, por parte das formadoras, e com grande empenho e motivação por parte dos formandos. Desenvolveu-se com base no rigor científico, aliado ao cariz marcadamente reflexivo, constituindo um verdadeiro enriquecimento para os participantes, com claras implicações positivas ao nível da prática pedagógica em contexto de sala de aula. A logística utilizada e o espaço disponibilizado foram adequados ao desenvolvimento desta oficina de formação. Os recursos utilizados estiveram em consonância com a concretização dos objectivos formativos e com as metodologias de trabalho implementadas. Esta formação constituiu-se como uma mais-valia em termos pessoais e profissionais. Neste momento considero-me cientificamente melhor preparada para o desenvolvimento de trabalhos de projecto, no âmbito da educação sexual; para abordar questões de sexualidade com os alunos, enquadradas na sua faixa etária e
no âmbito dos seus interesses; bem como para utilizar um vocabulário adequado do ponto de vista pedagógico e técnico.
Braga, 28 de Março de 2011-03-24
A formanda ______________________________________ Teresa Maria Castro Vieira Mendes